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: um madrigal dramático
Abel Rocha
Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (São Paulo, SP)
abelrocha@terra.com.br
Resumo
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Palavras-chave
Madrigal; Monteverdi; Música barroca.
Abstract
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Keywords
Madrigal; Monteverdi; Baroque music.
O termo MADRIGAL, assim como vários outros da linguagem musical, tem sua
origem na terminologia própria às formas literárias, e com o passar do tempo
assumiu diversos significados. Hoje em dia pode indicar inclusive um pequeno
conjunto vocal dedicado à prática da música sem acompanhamento
instrumental.
Muitos crêem que essas peças devam ser executadas por serem “fáceis” de
entoar, por serem “bonitas” e “agradáveis ao ouvido”, por serem uma “boa
escola para o canto coral”, pois as comparam com a linguagem harmônica do
romantismo do século XIX e da música do século XX, desconhecendo as
regras próprias que orientam a música do século XIV ao XVIII (que em nada se
assemelham aos conceitos atuais de harmonia e contraponto como ministrados
em nossas escolas).
Quanto desse repertório não foi escrito para chocar os ouvintes, para ser
agressivo, rude e até mesmo feio? Quanto não foi escrito para romper com a
tradição musical de sua época, procurando ser mais “expressivo” na
representação do texto literário do que a prática musical até então vigente?
Quantas e quantas peças não procuraram ressaltar a sensualidade embutida
no texto, seu aspecto cômico ou trágico?
Logo de início, o intervalo de sexta maior (!) entre contralto e baixo (uma
consonância imperfeita). Nesta época, o sustenido só apareceria como
sensível de tonalidades —utilizado apenas em cadências— ou como picardias
em acordes finais. O intervalo caminha para uma dissonância (7ª) e, pelas
características harmônicas do período, deveria retornar à sexta (sensível),
resolvendo a tensão, com as duas vozes terminando então em Sol. Porém, Sol
não é a tônica. O paralelismo de contralto e soprano poderia ocorrer como
dupla bordadura superior se o baixo fosse um Ré, porém, feitas sobre a nota
Lá do baixo, transformam esse Lá em dissonância, forçando sua resolução
descendente.
Pela colocação rítmica da nota Sol do baixo (síncope), ele deveria continuar
seu passo melódico por grau conjunto descendente no c. 2 (Ex. 3).
A parte 'A' revela a construção de uma enorme tensão. Após uma curta, porém
contida e dolorida pronúncia do verso inicial, com as três vozes que entoam o
'morire' distantes apenas uma terça entre si, Monteverdi inicia a repetição
insistente desse texto, tal qual um grito de dor que se eleva nas 5 entradas
consecutivas de 'lasciatemi' (comp. 3 a 6), para, numa movimentação
descendente, onde (comp. 7), mais que entoar em intervalos melódicos
proibidos (sétimas), as três vozes superiores (soprano, alto e tenor) mudam
subitamente de registro, na palavra “morire”, encerrar sua expressão de dor,
como se não tivessem mais força para sustentar suas vozes.
Repare nos saltos para dissonâncias entre as vozes de Tenor I e Baixo nas
palavras “volete” e “dura”; a falsa relação (Fá# - Fá natural) no “che mi
conforte”, cria uma enorme instabilidade harmônica. Essa nova tensão é mais
uma vez interrompida pelo grito de dor 'lasciatemi morire'. Na segunda aparição
do B, todo o trecho é repetido, agora uma quinta acima e com as 5 vozes,
ampliando a densidade dramática da música em seus diversos parâmetros.
Referências
REFERÊNCIA, Referência. Referência: Referência. Referência, 2012.
REFERÊNCIA, Referência. Referência: Referência. Referência, 2012.
REFERÊNCIA, Referência. Referência: Referência. Referência, 2012.
REFERÊNCIA, Referência. Referência: Referência. Referência, 2012.
REFERÊNCIA, Referência. Referência: Referência. Referência, 2012.
Abel Rocha
Diretor artístico do Teatro Municipal de São Paulo e regente titular da
Orquestra Sinfônica Municipal, Abel Rocha é também professor de regência no
Instituto de Artes da Unesp. Doutor pela Unicamp (2008), realizou
especialização em regência na Robert Schumann Musikhochschule de
Düsseldorf, Alemanha (1992), e bacharelou-se pela Unesp (1986).
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