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CURSO DE LATIM

PRIMEIRA SEÇÃO – NOÇÕES GERAIS

PERÍODOS DE FORMAÇÃO E USOS DA LÍNGUA LATINA (língua INDOEUROPEIA – Por volta do séc. VII aC, origina-se a língua latina, a partir das
incursões das línguas fenícia e grega no dialeto etrusco, na Itália. Destaquem-se cinco períodos mais importantes:

• Período arcaico (entre o século III e o início do século I a.C.): Catão (234-149 aC) e, sobretudo, com os dois grandes escritores cômicos,
Plauto (250-184 aC) e Terêncio Varrão (116-27 aC).

• Período clássico (entre o início do século I a.C. e o início do Império): CÍCERO (106-43 aC – criação de um vocabulário latino correlato
ao grego para exprimir os conceitos abstratos da filosofia e da ciência. Criador de vários neologismos para traduzir os conceitos filosóficos
gregos), Caio Júlio César (100-44 aC), Salústio (87-35 aC), Vergílio (70-19 aC), Horácio (65-8 ac), Ovídio (43 aC – 17 dC) e outros.

• Período pós-clássico (a partir de nossa era): Tito Lívio (59 aC – 17 dcC, Sêneca (4 aC – 65 dC), Quinto Cúrcio, Quintiliano, Suetônio,
Plínio, o Velho e Plínio, o Moço...

• Período cristão (a partir do século III de nossa era, em especial em toda a Idade Média): Tertuliano (160-220), São Jerônimo (347-420),
Santo Agostinho (354-430), Boécio (480-524), Isidoro de Sevilha (560-636), Alcuíno de Iorque (735-804 – reforma do latim do período
carolíngio), Santo Anselmo (1033-1109), Abelardo (1079-1142), Tomás de Aquino (1225-1274).

• Período renascentista (humanismo e filologia) – Dante Alighieri (1265 – 1321), Petrarca (1304-1374), Boccaccio (1313 – 1375), Lorenzo
Valla (1407-1457), Erasmo de Roterdã (1466-1536), Descartes (1596-1650), Bacon (1561-1626), Leibniz (1646-1716), Espinoza (1632-
1677), Arnauld (1612-1694 - Gramática de Port-Royal).

❖ O LATIM é língua da filosofia de Cícero (da Roma antiga), de toda a Idade Média (séc. V ao séc. XV), em especial tornando-se língua
oficial das Universidades (Bologna, Paris e Oxford - UNIVERSITAS). Língua do renascimento (humanismo) e dos primeiros textos da
filosofia Moderna (séc. XVI e XVII).
❖ Atualmente, mesmo caracterizada como língua morta, o latim é língua oficial da Igreja Católica (textos oficiais são redigidos em latim).
❖ Do latim, o francês, italiano, romeno, espanhol, catalão, provençal, haitiano, português (A última flor do Lácio, inculta e bela – O. BILAC)

Prof. Ibraim Vitor de Oliveira – Curso de Latim (Filosofia – PUC Minas)


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1 ALFABETO ROMANO
• Inicialmente, com apenas 21 letras. Escrevia-se só com letras maiúsculas.
A B C D E F H I K L M N O P Q R S T V X Z
• Letras inseridas para adaptação a palavras gregas já no séc. I a.C.: Y(y) e Z(z) -Pyra (fogueira), Etymologia; Zelus, i (inveja).
• j e v não existem no latim clássico. Usavam-se I(i) e V(u) para j e v: Iesus (Jesus); iam (jam – já) e uinum (vinum). Apenas a partir do
séc. XVI (com Pierre de la Ramée) passa-se a usar o j e v como substitutivos das antigas semiconsoantes i e u.
• Entram posteriormente, para satisfazer à escrita de palavras em outras línguas K(k) e W(w): o “k” é raríssimo, podendo ser sempre
substituído por c: Karthago / Carthago (Cartago); o “w” é praticamente inexistente. O j pode ser sempre substituído pelo i.
• A partir do séc. IV dC, introduzem-se as minúsculas, oficializadas só no período carolíngio (século IX – ano 771 – Carlos Magno).
Com acréscimos e adaptações, o alfabeto latino variou entre 20 a 27 letras. Considere-se, porém, a língua latina com o total de 24 letras:
A (a) B (b) C (c) D (d) E (e) F (f) G (g) H (h) I (i / J/j) K (k) L (l) M (m) N (n) O (o) P (p) Q (q) R
(r) S (s) T (t) U(u) V (v) X (x) Y(y) Z(z)

1.1 VOGAIS E CONSOANTES


5 LONGAS: ā - ē - ī - ō - ū (ȳ) 5 BREVES ă - ĕ – ĭ- ŏ - ŭ (y̆)
➢ VOGAIS
3 FORTES: a–o-u 2 FRACAS e-i
- O y só se encontra em vocábulos de origem grega (lyra, hymnus)
- O “i”e “u” assumem também função de semiconsoantes: Iulius (Julho), iam (já), maius (maio) / uia (via), uino (vinho)
- Diversamente da pronúncia restaurada, escreveremos sempre com v o u consoante (vita e não uita; via e não uia etc). AVRUM / IVS

DITONGOS - união de duas vogais pronunciadas em uma única emissão de voz, uma única sílaba. DITONGOS MAIS COMUNS:
AE (ae)– praemium, caelum, Graecus, fīliae OE (oe) – poena, foedus (feio, horrendo) AU(au)– aurum, aut, incautus EU (eu) – seu (=ou), Eurōpa
Ditongos mais raros: EI (ei) - hei; UI (ui) – cui; YI (yi) – Harpyia (em grecismos) / A sílaba com ditongo é sempre forte
A SÍLABA -ia NÃO FORMA DITONGO EM LATIM (a-mi-ci-ti-a / phi-lo-so-phi-a)

LABIAIS: b, f, m, p, (ph), v / GUTURAIS: c, (ch), g, (k), q e n (antes de g, c e q)


➢ 18 CONSOANTES:
DENTAIS: d, t, (th), n, s LINGUAIS: r, l

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1.3 PRONÚNCIA
- Atualmente, há duas possibilidades principais de pronúncia:
❖ Tradicional (italianizada, eclesiástica, com variações dialetais, utilizada em todo o período da Idade Média)
❖ Restaurada ou reconstituída (a partir de o final do séc. XIX, há uma tentativa de se articular os sons do latim de acordo com a pronúncia
do período clássico da língua).
Qual é a pronúncia correta? Ambas são aceitas e as discussões sobre a melhor pronúncia se perdem em estranhas divagações. Além disso,
as diferenças dizem respeito tão-somente ao som produzido sem qualquer intervenção na estrutura gramatical da língua.
ESCOLHEMOS A PRONÚNCIA TRADICIONAL PARA O PRESENTE CURSO
• O som produzido ao se pronunciar as letras e sílabas se assemelha à língua italiana em muitos casos.
• Sílaba tônica - Não há, em latim, sinais de acentuação para marcar a sílaba tônica, como acontece no português, mas existe no latim a
tendência de se conduzir a pronúncia acentuando a paroxítona (a segunda sílaba de uma palavra). A essa tendência é o que se denominou
de lei da paroxítona.
• LEI DA PAROXÍTONA- em se tratando de palavras com duas sílabas ou mais a tendência é o acento tônico recair quase sempre sobre a
penúltima sílaba (paroxítona), e jamais sobre a última. Também não pode o acento ser anterior à terceira sílaba. Ex.: benevo-len-ti-a.
LEIS DA SÍLABA TÔNICA
- Uma sílaba é sempre longa quando é fechada. Chama-se fechada a sílaba terminada por consoante: victus (vic-tus – vencido) – a
sílaba vic de victus é longa porque c é uma consoante.
- A sílaba aberta é a que termina com vogal – ela será longa se contém uma vogal longa; breve se contém uma vogal breve. Ex.:
laudāmus (nós louvamos) a sílaba da é longa porque a é longa. Em dicĭmus (nós dizemos), a sílaba ci é breve porque a vogal i é breve.
ÀS REGRAS:
1. A sílaba fechada termina com consoante e é sempre longa (pu-el-la; per-fec-tum; fe-nes-tra)
2. A sílaba aberta termina com vogal e pode ser breve ou longa / O ditongo é sempre longo (in-cau-tus) e, por isso, aberto.
3. A vogal ANTERIOR a uma outra vogal, se não forma ditongo, se torna breve (vi-gi-li-a; phi-lo-so-phi-a)
FECHADAS SEMPRE LONGAS (puella / perfectum / fenestra
AS SÍLABAS PODEM
SER DE DOIS TIPOS BREVES – Se a vogal final é breve
ABERTAS LONGAS – Se a vogal final é longa
❖ Conjunção copulativa QUE (“e”) quando é enclítica de uma palavra paroxítona ou proparoxítona, essa fica oxítona. Ex.: Senatus
Populusque Romanus– SPQR (Senado e povo romano) / Tempus ventusque (O tempo e o vento) / Ad multos multosque annos (Por
muitos e muitos anos).
❖ O mesmo ocorre com a partícula interrogativa “ne” utilizada como sufixo: Legisne (acento na penúltima sílaba) librum clari poetae?

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1.4 DIVISÃO SILÁBICA – Praticamente como no português

Palavra Divisão Palavra Divisão Palavra Divisão Palavra Divisão


Terra ter-ra Duplex du-plex Dixi di-xi (eu disse) Obligo ob-li-go (eu obrigo)
Disco dis-co Quattuor quat-tu-or, (quatro) Inire in-i-re (entrar) Perōro per-o-ro (eu falo)
Magnanimus mag-na-ni-mus Sanguis san-guis (sangue) Patria pa-tri-a Tenebrae te-ne-brae

1.5 Resumo das REGRAS DA SÍLABA TÔNICA (acento), DIVISÃO SILÁBICA e LEI DA PAROXÍTONA:

Palavra Sílaba Regras


- Mōs / vis / te / sum 1 sílaba O acento recai, naturalmente, sobre essa única sílaba
- Pătĕr – pa-ter / Verbum – ver-bum / Esse – es-se (ser) 2 sílabas O acento recai sempre sobre a penúltima sílaba; jamais sobre a última
- Sĕnātŭs – se-na-tus / Săpĕre – sa-pe-re • o acento jamais recairá sobre a última sílaba.
- Laudāmus – lau-da-mus 3sílabas • Recairá sobre a penúltima, se essa for longa.
- Dicĭmus – di-ci-mus • Se a penúltima for breve, o acento recai sobre a antepenúltima sílaba
- Foederātus –foe-de-ra-tus • o acento jamais será anterior à antepenúltima sílaba nem recairá
4sílabas
- Prūdentĭa – pru-den-ti-a sobre a última sílaba.
- Phĭlŏsŏphĭa – phi-lo-so-phi-a • Recairá sobre a penúltima, se essa for longa.
- Dīlĭgentĭa –di-li-gen-ti-a 5sílabas • Se a penúltima for breve, o acento recai sobre a antepenúltima sílaba
- Intĕmĕrātus – in-te-me-ra-tus (casto, puro)

Alguns neologismos criados por Evidentia (e0na/rgeia) / Humanitas (filanqrwpi/a) / Quantitas (poso/thj) / Qualitas (poio/thj) / Essentia
CÍCERO para expressar em latim (ou0si/a) / Aegritudo (aeger=doente – sofrimento moral – lu/ph / dia/lisij) / Aeterna veritas – Aevum –
categorias gregas, filosóficas, em aeternus - aeternitas (ai0w/n) / Animus – anima (yuxh/ / qumo/j) / Anticipatio (pro/ljyij) / Appetitio –
especial mediante a tradução do Timeu, appetitus (o(rmh/) / Causa (ai)/tion) / Cognoscere – cognitio (gignw/skein) / Comprehensio (kata/lhyij) /
de PLATÃO e outras obras desse autor. Conscientia (suneidw/j)

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PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE PRONÚNCIA TRADICIONAL E RESTAURADA


Signo Exemplo Pronúncia tradicional Pronúncia restaurada
au, eu nauta; audeo; Europa náuta; áudeo; Európa
ae rosae; laetus ròse; lètus ròsae; làetus
Ditongos
oe moenia; poena mènia; péna mòenia; pòena
ei, ui, yi Apuleius; cúi; Harpýia Apulèius, cui, Arpía Apulèius, cui, Arpüia
Vogal y lyra, crypta lira, cripta lüra, crüpta
v vivus; vinus / uius; uinus (na escrita) v como em português (vivo; vinho) u semivogal – uius; uinus(como win inglês)
c, g + e,i Cicero; magis ;genus Titiero; madis; dienus Kikero;maghis; ghenus
h hora hora (h mudo, como em português) h aspirado como em grego
Consoantes th, ph, rh, thesaurus; philosophus; rhetor; tesaurus; filosofus; retor; Akei; nikil thesaurus; philosophus;rhetor; Achaei;
ch Acháei; nichil nichil
ti+vogal i gratia; patientia (tzi)gratzia; patzientzia (thi) gratia; patientia
gn agna/agnus; magnus (nasal) anha/anhus; manhus agna/agnus;magnus
Porém, em alguns casos, pronuncia-se como thi e não tzi: em nomes gregos (Boeotia); com i longo (totīus); com t precedido de s,t, x, c (bestia,
Bruttius, mixtio, sanctificetur); no início da palavra (tibi).
Pronúncia tradicional Pronúncia restaurada Pronúncia tradicional Pronúncia restaurada Pronúncia tradicional Pronúncia restaurada
A /a/, /a:/ /a/, /a:/ L /l/ /l/ X /ks/ /ks/
B /b/ /b/ M /m/ /m/ Y /i/ /y/
C /k/, /tʃ/ /k/ N /n/, /ɱ/, /ŋ/ /n/, /ɱ/, /ŋ/ Z /dz/ /dz/
D /d/ /d/ O /o/, /ɔ/, /o:/, /ɔ:/ /o/, /ɔ/, /o:/, /ɔ:/ AE /e:/, /ε:/ /ae/
E /e/, /ε/, /e:/, /ε:/ /e/, /ε/, /e:/, /ε:/ P /p/ /p/ OE /e:/, /ε:/ /oe/
F /f/ /f/ Q /k (w)/ /k (w)/ AU /aw/ /aw/
G /g/, /ʤ/ /g/ R /r/ /r/ CH /k/ /kʰ/ (/x/)
H muta /h/ S /s/, /z/ /s/ PH /f/ /pʰ/ (/ɸ/, /f/)
I /i/, /i:/, /j/ /i/, /i:/ T /t/ /t/ TH /t/ /tʰ/ (/θ/)
GN /ɲ/ /gn/
K /k/ /k/ V /u/, /u:/, /w/, /v/ /u/, /u:/, /w/
SC /sk/, /ʃ/ /sk/

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EXERCÍCIO – TREINAR PRONÚNCIA


a) Colĭmus (cultivamos), vidēmus (vemos), poetăque (e poeta), consōlor (consolo), constāre (constar), fidēlis (fiel), flumĭna (rios), debēre (dever), dicĕre
(dizer), audīre (ouvir), săpĕre (saber),amāre, conspĭcis (observas), fabŭla, vetĕra (antigo), solĭdus, philosophĭa, rosăque (e rosa), liquĭdus, calĭdus
(quente), frigĭdus, monēmus (aconselhamos), fidesque (e fé), praemitto (anuncio), consŭlo (reflito), gratulabĭlis (contente), indoctus (ignorante), felicitas
(felicidade), intūtus (perigoso), inultus (insatisfeito), mellītu s(melado), mythus philosophiaque (mito e filosofia). Primum vivere, deinde philosophare
(Primeiro viver, depois filosofar). Philosophia, res summa, ad paucos pertinent (Filosofia, coisa suprema, a poucos alcança).

b) SAUDAÇÕES:
Salve (Olá! Bom dia!) Bene meridiem (Boa tarde!) Bene vesperem (Boa noite!) Tibi optimas gratias ago (Muito obrigado!) / Non, ne (não)
Vale (Adeus! Passe bem!) Si tibi placet (Por favor) Me paenitet (Desculpe-me!) Tibi gratias ago (obrigado!) / Ita vero (sim) = etiam

c) PATER NOSTER
Pater noster qui es in caelis, sanctificetur nomen tuum. Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra. Panem nostrum
quotidianum da nobis hodie. Et dimitte nobis debita nostra, sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in tentationem: sed libera
nos a malo. (Mt 6, 9-13).

d) O CUIDADO DE SI (SENECA. Ad Lucilium Epistulae Morales. 121, 17)


(Ep. 121. 17) Primum sibi ipsum conciliatur animal; debet enim aliquid esse ad quod alia referantur. Voluptatem peto. Cui? mihi; ergo mei curam
ago. Dolorem refugio. Pro quo? pro me; ergo mei curam ago. Si omnia propter curam mei facio, ante omnia est mei cura. Haec animalibus inest
cunctis, nec inseritur sed innascitur.

e) NENHUM ANIMAL NASCE SEM O MEDO DA MORTE (SENECA. Ad Lucilium Epistulae Morales. 121, 18)
(Ep. 121. 18) Producit fetus suos natura, non abicit; et quia tutela certissima ex proximo est, sibi quisque commissus est. Itaque, ut in prioribus
epistulis dixi, tenera quoque animalia et materno utero vel ovo modo effusa quid sit infestum ipsa protinus norunt et mortifera devitant; umbram
quoque transvolantium reformidant obnoxia avibus rapto viventibus. Nullum animal ad vitam prodit sine metu mortis.

Tradução portuguesa dos dois textos de Sêneca


121. 17. O ser animado (animal), em primeiro lugar, se adapta a si mesmo; já que deve haver algum ponto de referência para tudo o que vem depois. Desejo o
prazer. Por quem? Por mim; logo cuido de mim mesmo. Fujo da dor; em favor de quem? Em favor de mim mesmo. Se faço tudo para cuidar de mim mesmo,
antes de qualquer outra coisa, está o cuidado de mim. Isso é inerente em todos os animais, não inserido, mas inato.
121. 18. A natureza coloca no mundo seus filhos, não os abandona; e para que a defesa mais eficaz é garantida por aquilo que é mais próximo, cada qual foi
confiado a si mesmo. Por isso, como disse em epístolas precedentes, também os animais mais indefesos, assim que saem do útero materno ou do ovo, já sabem
o que lhes poderia ameaçar e evitam os riscos mortais; os seres que são habitualmente presas de pássaros vorazes temem até a sombra quando eles passam
voando. Nenhum animal nasce sem o medo da morte.

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2 CLASSES DE PALAVRAS – Os termos latinos são distribuídos em três categorias gramaticais com nove (9) distintas classes de palavras:
DECLINÁVEIS INDECLINÁVEIS CONJUGÁVEIS
4 classes de palavras 4 classes de palavras 1 classe de palavras
1) Substantivo – nomeia Cicero, Seneca, rosa, 5) Preposição – liga palavras in, ad, pro, cum, sine, super, sub 9) Verbo – expressa ação ou
os seres, sentimentos, dominus, donum, sermo, estabelecendo relações entre estado
estados de espírito, tempus, cantus, genu, dies elas
sensações...
2) Adjetivo– Caracteriza e Bonus, a, um / miser, misera, 6) Advérbio – palavra que se ita, sic, non, haud, intus, - laudo, -as, -avi, -atum, -āre
dá qualidades aos miserum / pulcher, pulchra, associa a verbos, adjetivos quando?, ubi, ut, ubique - deleo, -es, -vi, -etum, -ēre
substantivos pulchrum / acer, acris, acre / ou outros advérbios, - lego, -is, legi, lectum, -ěre
ominis, omine / prudens modificando-os - audio, -is, -ivi, -itum, -īre
3) Pronome– acompanha ego / tu / nos / vos / hic / 7) Conjunção – palavra que et, sed, tamen, ergo, ut, si, quod,
ou substitui um nome, meus / tuus / noster / qui, liga orações e estabelece sicut, tanquam obs.: Algumas formas verbais,
determina a pessoa do quae, quod / is, ea, id entre elas relações de além de conjugáveis são
discurso. coordenação ou também declináveis, como os
subordinação particípios: cantans, cantantis
4) Numeral – expressa unus, una, unum / tres, tria / 8) Interjeição – palavra ou Malum! Macte animo! Ave! / sapiens, sapientis / cogitans,
quantidades, frações, Secundus, a, um / tertius, a, expressão que evoca Stultus! Maialis! Irrumator! cogitantis / audiens, audientis.
múltiplos, ordem. um emoções, estados de espírito Ecce!
NÃO HÁ ARTIGOS NA LÍNGUA LATINA

3 GÊNERO E NÚMERO DAS PALAVRAS – Há três gêneros em latim: masculino, feminino e neutro. Quanto ao número: singular e plural

4 CASOS / FUNÇÕES (seis casos) para cinco declinações


Denomina-se “caso” à função gramatical que a palavra pode exercer na frase. Declinação é a variação da própria palavra para se adequar ao
caso exigido pela frase. Tais casos (funções) poderão estar no singular ou no plural, no masculino, feminino ou neutro.
Nome do caso Sigla Função (como a palavra funciona na frase) Tradução mediante artigos
1 NOMINATIVO nom Sujeito e predicativo do sujeito o/a – os/as
2 VOCATIVO voc Invocação, chamamento ó / Oh!
3 GENITIVO gen Adjunto adnominal restritivo e indicativo de posse do/da – dos/das
4 DATIVO dat Complemento verbal (objeto indireto) e complemento nominal ao/à – aos/às
5 ABLATIVO abl Adjunto adverbial – modo, lugar, tempo / agente da passiva pelo/a(por, com, em) – pelos/as
6 ACUSATIVO ac Complemento verbal (objeto direto) e complemento nominal o/a – os/as

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5 DECLINAÇÕES – Flexão de termos em cinco grupos, de acordo com desinências acopladas às raízes das palavras, identificando e
determinando suas funções no interior da frase.
Denomina-se declinação os CINCO GRUPOS que identificam as flexões próprias dos substantivos e os organizam em determinadas classes. O
caso característico para identificar a pertença de determinado substantivo a uma declinação é o genitivo singular. São 5 declinações em latim:
IDENTIFICAÇÃO DA PALAVRA 1ª Declinação (I) 2ª Declinação (II) 3ª Declinação (III) 4ª Declinação (IV) 5ª Declinação (V)
Nominativo -a -us; -er; -ir / -um Várias terminações -us / -u -es
Genitivo -ae -i -is -us -ei
EXEMPLOS DE SUBSTANTIVOS DAS CINCO DECLINAÇÕES
1ª Declinação (I) 2ª Declinação (II) 3ª Declinação (III) 4ª Declinação (IV) 5ª Declinação (V)
Rosa, ae (f) – rosa Dominus, i (m) – senhor Sermo, sermon-is (m) – discurso Cantus, us (m) – canto Dies, ei (m) – dia
Casa, ae (f)– casa Anulus, i (m) – anel Amor, is (m) – amor Equitatus, us (m) – cavalaria Meridies, ei (m) – meio-dia
Fabula,ae (f) – fábula Discipulus, i (m) – aluno Mos, mor-is (m) – costume Fluctus, us (m) – onda Res, ei (f) – coisa
Via,ae (f) – caminho Oculus, i (m) – olho Caro, carn-is (f) – carne Fructus, us (m) - Fruto Plebes, ei (f) – plebe
Cura, ae (f) – cuidado Populus, i (m) – povo Veritas, veritat-is (f) – verdade Exercitus, us (m) – exército Spes, ei (f) – esperança
Puella, ae (f) – menina Malus, i (f) – macieira Virgo, virgin-is (f) – virgem Spiritus, us (m) – espírito Fides, ei (f) – fé
Regina, ae (f) – rainha Abyssus, i (f) – abismo Virtus, virtut-is (f) – virtude Sensus, us (m) – sentido Requies, ei (f) - descanso
Magistra, ae (f) – mestra Periodus, i (f) – período Lex, leg-is (f) – lei Intellectus, us (m) – intelecto Acies, ei (f) - batalha
Agricola, ae (m)–agricultor Donum, i (n) – presente Tempus, tempor-is (n) – tempo Nurus, us (f) – nora Facies, ei (f) - face
Collega, ae (m) – colega Bellum, i (n) – guerra Nomen, nomin-is (n) – nome Manus, us (f) – mão Species, ei (f) - espécie

EXERCÍCIO – identificar com os algarismos I, II, III, IV e V as respectivas declinações a que pertencem as seguintes palavras:
Substantivos ? Substantivos ? Substantivos ? Substantivos ? Substantivos ?
Liber, libri (m) - livro Animal, alis (n) - animal Donum, i – dom Auxilium, ii (n) - auxílio Spes, ei (f) – esperança
Poema, atis (n) - poema Vir, viri (m) - varão Res, ei (f) – coisa Mons, tis (m) – monte Civis, is (m) – cidadão
Cornu, us (n) – chifre Domus, us (f) – casa Collega, ae (m) – colega Mare, is (n) -mar Hepar, atis (n) – fígado
Jesus, u (m) - Jesus Scriba, ae (m) – escrivão Causa,ae (f) – causa Agricola, ae (m) – agricultor Mel, mellis (n) – mel
Poeta, ae (m) – poeta Veru, us(n) – espeto Via,ae (f) – caminho Poeta, ae (m) - poeta Filia,ae (f) – filha
Dominus, i (m) -senhor Malus, i (f) - macieira Puer, i (m/f) – criança Genius, ii (m) – gênio
Deus, i (m) – Deus Metus, us (m) - medo Genu, us (n) – joelho Cantus, us (m) – canto Consul, ulis (m) - cônsul
Rosa, ae (f) – rosa Dies, ei (m e f) – dia Domus, us (f) – casa Templum, i (n) – templo Meridies, -ei (m) – meio-dia
Flumen, inis (n) – rio Specus, us (m) – caverna Fides, ei (f) – fé Pater, tris (m) –pai Verbum, i (n) –palavra
Caput, itis (n) – cabeça Requies, ei (f) - descanso Senatus, us (m) – senado Cor, ordis (n) – coração Populus, i (m) – povo
Ovidius, ii (m) - Ovídio Horatius, ii (m) - Horácio Seneca, ae (m) – Sêneca Vergilius, ii (m) – Vergílio Cicero, onis (m) – Cícero

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6 ELEMENTOS DA FRASE (Frase é qualquer oração, palavra, predicação ou proposição com sentido completo)
Numa frase podemos encontrar quatro espécies de elementos nos quais se distribuem as seis funções (casos) das palavras:
1) Termos essenciais da frase 2) Termos integrantes 3) Termos 4) Vocativo
acessórios
Sujeito Predicado Complemento verbal Complemento nominal Agente da passiva Adjunto adnominal:
(Nom.) Nominal/ Verbal (Acusativo ou dativo) (usa-se ablativo) - atributivo – atributo do sujeito, do
Nome a Termo que indica É um substantivo que completa o Complemento exigido Agente que predicativo do sujeito, do obj. direto ou
respeito do aquilo que se diz sentido dos verbos transitivos ou pelo sentido do realiza a ação indireto etc. (Estes soldados venceram
meu inimigo feroz; vi cinco aviões).
qual se diz acerca do sujeito bitransitivos (em português: objeto substantivo, adjetivo ou expressa por um
- adjunto restritivo (genitivo) –
algo direto e indireto) advérbio verbo passivo. indica posse ou qualidade (precedidos
a) Predicativo do sujeito (verbo de a) Objeto direto (transitivo direto – ac) A resposta do professor foi Tu serás em português por de, do, da, dos, das –
ligação) Deus é justo / O professor está Ex.: O caçador persegue o leão arrogante / Os alunos foram premiado pelo Livros de João; Praça da Liberdade.
triste / Pedro é hipócrita / Nós somos b) Objeto indireto (c/ preposição- dat) contrários à reforma / Para
mim nada é prejudicial.
mestre. Adjunto adverbial (advérbio ou
filósofos (Nominativo) Ex.: Os alunos recorreram ao diretor expressão que indique circunstância)
b) Verbo transitivo ou intransitivo c) Objetos direto e indireto (bitransitivo) - Aposto (substantivo que, sem
(o aluno chegou - intransitivo) A criança ofereceu rosas aos soldados preposição, se junta a outro para
determinar sentido (Sócrates, o filósofo)

IMPORTÂNCIA DOS ADJUNTOS ADVERBIAIS


➢ Adjunto de COMPANHIA (cum+ablativo) – indica a pessoa, o animal ou a coisa juntamente com a qual se faz alguma ação.
Ex.:Eu passeio com meu cão (Ego cum meocane ambulo).
➢ Adjunto de MEIO (ablativo) – indicaa pessoa, o animal ou a coisa por meio da qual se faz alguma ação.
Ex.: Escrevo com a caneta (Scribo calamo). Pela concórdia salvaremos a pátira (Concordia patriam servabimus).
➢ Adjunto de MODO (cum+ablativo) – indica a maneira (o modo) segundo a qual se faz alguma ação. Ex.: Os veteranos defendem a
república com cuidado (Veterani patriam cum cura defendunt). Os meninos brincam com grande alegria (Pueri ludunt cum mgno gaudio)
➢ Adjunto de CAUSA (ablativo ou ob e propter+acusativo) – indica o motivo pelo qual se faz uma ação. Ex.: Os meninos descuidam os
deveres por preguiça (Pueri oficia deserunt pigritia – ob/propter pigritiam). Rimos por causa de vossa avareza (Ridemus avaritia vestra –
ob/propter avaritiam vestram).
➢ Adjunto de TEMPO – i) Respondendo à pergunta QUANDO? (indica o tempo em que se realiza alguma ação – ablativo). Ex.: No ano
vindouro estarei aqui (Venturo anno hic ero). Júlio chegará no sétimo dia (Iulius die septmo perveniet). ii) Respondendo à pergunta POR
QUANTO TEMPO? (indica o espaço – de tempo – que se emprega para realizar uma ação (acusativo ou per+ac). Ex.: Lutei por quatro
horas (Quatuor horas pugnavi ou per quattuor horas); Rômulo reinou muitos anos (Romulus multos anos regnavit ou ...per multos).

Prof. Ibraim Vitor de Oliveira – Curso de Latim (Filosofia – PUC Minas)


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➢ Adjuntos de LUGAR – i) Lugar ONDE (indica o lugar no qual alguém está ou faz alguma ação – in+abl). Ex.: Estamos na sala de aula
(Sumus in schola). Cícero combateu na Ásia (Cicero in Asia pugnavit). ii) Lugar DONDE (indica o lugar do qual alguém se afasta –
ab/ex/de+abl). Ex.: Antônio partiu da Gália (Antonius de Gallia discessit). A sabedoria afasta da alma a tristeza (Sapientia ex animo
tristitiam fugat). iii) Lugar POR ONDE (indica o lugar através do qual se passa – per+ac). Ex.: Os romanos passaram por bosques densas
e escuros (Romani per densas et obscuras silvas transierunt). Os lobos correm através dos campos (Lupi per agros currunt). iv) Lugar
PARA ONDE (indica o lugar para o qual alguém se dirigie – in/ad+ac). Ex.: O aluno entra na sala (Discipulus in scholam intrat). César
foi para a Espanha (Caesar in Hispaniam contendit). O cordeiro foi ao rio (Ad rivum agnus venit).

➢ Em frases soltas, verbo no final da frase. Ex.: Semper gloria et fama tua manebunt (tua fama e glória permanecerão para sempre).
Estrutura da ➢ Quando o verbo requer dois complementos, o objeto indireto (dativo) vem antes do objeto direto (acusativo). Ex.: Magister
frase latina alumno librum dedit (o professor deu um livro ao aluno).
(a ordem das ➢ O adjetivo (que qualifica um substantivo) acompanha o substantivo em caso, número e gênero e, normalmente, o antecede.
palavras não Ex.: Senex magister pigro alummno mirabilem librum dedit (o velho professor deu ao aluno preguiçoso um livro admirável).
obedece a regras
➢ É comum o adjunto adnominal restritivo (genitivo – indicativo de posse) vir antes do nome a ele vinculado. Ex.: Alumini
totalmente fixas)
liber (livro do aluno); Reginae filiae (filhas da rainha); Dei verbum (palavra de Deus); Veritatis splendor (Esplendor da verdade).

7 INTERROGAÇÃO (formação de frases interrogativas)


• Frase interrogativa direta (pergunta propriamente dita) pode ser introduzida por pronomes interrogativos ou advérbios interrogativos:
Cur? - Quid? / Por que? Qui, quae, quod? / Quem? Quando? / Quando? Ubi? -quo? / Onde? Unde? / De onde? Quomodo? / Como?
• Frase interrogativa direta introduzida por partículas interrogativas (inexistentes em português):

ne Para uma pergunta direta, quando não se sabe realmente se a resposta será afirmativa ou negativa. Ex.: Bonane de femina audiebatis?
Usado como (ouvistes sobre a boa mulher?); Legisne librum clari poetae? (Lês o livro do eminente poeta?); Esne tu Brasiliensis? (Tu és
sufixo, brasileiro?). Obs.: às vezes: audin? (em lugar de audisne – Tu ouves?); Feminaene in via ambulant? (As mulheres andam pela
enclítica estrada?); Turbamne terrebas? Non terrebam (Apavoraste a multidão? Não apavorei).
Nonne Para uma pergunta retórica quando se espera por uma resposta afirmativa. Nonne Cicero eloquentissimu soratorum romanorum? (Não
é Cícero o mais eloquente dos oradores romanos?); Nonne ecce omnes isti, quiloquuntur, Galilaei sunt? (Não são, todos estes que nos
falam, galileus?); Nonne homines estis? (Não sois homens?); Nonne respondebis? Non repugnabis? Non te ipsum defendes?
Num Para uma pergunta retórica quando se espera por uma resposta negativa. Num infiari potes? (Acaso podes negar isto?). An aemulamur
Dominum? Num quid fortiores illos umus? (Ou queremos provocar a inveja do Senhor? Somos mais fortes do que ele?).

Prof. Ibraim Vitor de Oliveira – Curso de Latim (Filosofia – PUC Minas)


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• Frases interrogativas disjuntivas


An Quis nos separabit a caritate Christi? Tribulatio an angustia an persecutio an fames an nuditas an periculum an gladius? (Rom 8, 35)
– (Quem nos separará do amor de Cristo? Tribulação ou angústia ou perseguição ou fome ou a escassez ou dinheiro ou glória?)
Utrum Utrum sit voluptas in iis rebus necne, nihil interest. (Cícero) – (Não há qualquer importância se nessas coisas tenha prazer ou não)
Obs.: Chamada dos artigos (em forma de pergunta) feita por Tomás de Aquino na Suma teológica. Ex.: Utrum sit necessarium, praeter
philosophicas disciplinas, aliam doctrinam haberi (STh Ia, q. 1, a. 1). Utrum sacra doctrina sit scientia (STh Ia, q. 1, a. 2); Utrum
veritas sit tantum in intellectu (STh Ia, q. 16, a. 1); Utrum persona sit idem quod hypostatis, subsistentia et essentia (STh Ia, q. 29, a. 2);
Utrum anima sit composita ex materia et forma (STh Ia, q. 75, a. 5); Utrum voluntas aliquid ex necessitate appetat (STh Ia, q. 82, a. 1

Ex.: CÍCIERO – Oratio Ciceronis in Catilinam prima (Cícero)


Quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? Quam diu etiam furor iste tuus eludet? Quem ad finem sese effrenata iactabit audacia?
Nihilne te nocturnum praesidium Palatii, nihil urbis vigiliae, nihil timor populi, nihil concursus bonorum omnium, nihil hic munitissimus habendi
senatus locus, nihil horum ora vultusque moverunt? Patēre tua consilia non sentis? Constrictam omnium horum scientia teneri coniurationem
tuam non vides? Quid proxima, quid superiore nocte egeris, ubi fueris, quos convocaveris, quid consilii ceperis, quem nostrum ignorare
arbitraris? O tempora, o mores!

Tradução: Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós? A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada
audácia? Nem a guarda do Palatino, nem a ronda noturna da cidade, nem o temor do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para
a reunião do Senado, nem a expressão do voto destas pessoas, nada disto conseguiu perturbar-te? Não te dás conta que os teus planos foram descobertos? Não vês que a tua
conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem? Quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, onde estiveste, com quem
te encontraste, que decisão tomaste? Oh tempos, oh costumes!).

Tu quoque, Brute, fili mi? (Expressão em forma de questionamento que teria sido proferida por Júlio César no momento de seu assassinato)

• PARA RESPOSTA AFIRMATIVA – Repete-se a palavra sobre a qual recai a pergunta ou se usa um advérbio afirmativo como: ita, ita vero,
sane, certe, omnino, etiam...

• PARA RESPOSTA NEGATIVA – Repete-se a palavra sobre a qual recai a pergunta precedida por non ou se usa um advérbio negativo
como: non, non ita, minime, haudquaquam...

Prof. Ibraim Vitor de Oliveira – Curso de Latim (Filosofia – PUC Minas)


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Inscrição no frontispício do Pantheon, em Roma:


M•AGRIPPA•L•F•COS•TERTIVM•FECIT
"M[arcus] Agrippa L[ucii] F[ilius] co[n]s[ul] tertium fecit"
(Marcos Agripa, filho de Lúcio, fez [este edifício] quando cônsul pela terceira vez).
(Desde o ano 609, com o papa Bonifácio IV, templo consagrado à Santa Maria e os Mártires).

Prof. Ibraim Vitor de Oliveira – Curso de Latim (Filosofia – PUC Minas)


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Inscrição no frontispício da Basílica de São Pedro, no Vaticano (1506-1626):


IN•HONOREM•PRINCIPIS•APOST•PAULUS•V•BVRGHESIVS•ROMANVS•PONT•MAX•AN•MDCXII•PONT•VII
In honorem principis apost[olorum] Paulus V burghesius romanus pont[ifex] max[imus] an[no] MDCXII pont[ificatus] VII
(Em honra do Príncipe dos Apóstolos, Paulo V Borghese, Pontífice Máximo Romano, no ano de 1612, sétimo do seu pontificado).

Prof. Ibraim Vitor de Oliveira – Curso de Latim (Filosofia – PUC Minas)

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