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Aula 09

Arquitetura para Concursos - Curso


Regular - 2022

Autor:
Moema Machado

03 de Abril de 2022

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1 - Introdução ....................................................................................................................2
2 - Som ..............................................................................................................................5
2.1 – Propriedades do Som ...............................................................................................................7
2.2 – Natureza ondulatória do Som ................................................................................................18
2.2 - Transmissão x Absorção .........................................................................................................29
3 - NBR 16313:2014 – Acústica – Terminologia ................................................................ 31
4 - NBR 10152:2017 – Acústica – Níveis de Pressão Sonora em Ambientes Internos a
Edificações ...................................................................................................................... 42
5 - NBR 12179 – Tratamento Acústico em Recintos Fechados .......................................... 49
6 - NBR 10151 – Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas Visando o Conforto Acústico
(ABNT, 2000) ................................................................................................................... 59
7 - Manual Pro Acústica sobre a Norma de Desempenho.................................................61
7.1 - Instalações, Equipamentos Prediais Sistemas Hidrossanitários ............................................62
7.2 - Sistemas de Pisos ....................................................................................................................63
7.3 - Sistemas de Vedações Verticais Internas | Paredes ...............................................................66
7.4 - Sistemas de Vedações Verticais Externas | Fachadas ............................................................69
7.5 - Sistemas de Coberturas ..........................................................................................................70
8 - Como Atingir o Conforto Acústico? ............................................................................. 71
8.1 – Influências na Propagação do Som ao Ar Livre .....................................................................74
8.2 – Procedimentos para controlar o ruído ...................................................................................86
8.3 – Materiais e Sistemas ..............................................................................................................88
8.4 - Geometria interna dos recintos ..............................................................................................90
9 – Resolução de Questões .............................................................................................. 92
10 – Lista de Questões ................................................................................................... 154
11 – Gabarito ................................................................................................................ 162
12 – Bibliografia ............................................................................................................ 163

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Oi!!!!! Preparados para mais uma aula? Vamos aprender muito! Parabéns por estarem correndo
atrás dos seus sonhos!
Esse tema, quando cobrado, normalmente, só apresenta uma questão, no máximo, duas. O custo-
benefício não é tão grande, mas, vale a pena estudar!

1 - INTRODUÇÃO
Para fecharmos esse assunto sobre conforto ambiental, vamos tratar sobre o conforto acústico. E
abordar também, o desempenho acústico das edificações, assim como a questão do ruído e o
desenvolvimento sustentável.
Mas, de uma forma bem breve, pois não é um assunto tão cobrado em provas e quando cobrado,
normalmente, é a respeito de projetos de auditórios e as principais definições e conceitos acerca
do som.
“O ruído das grandes cidades é considerado a terceira maior poluição ambiental: ar, água
e ruído. Efeitos conhecidos do ruído: distúrbio do sono, interferência na fala, desconforto
geral e efeitos cardiovasculares.
Os efeitos adversos iniciam a partir de 45-50 dB. Atualmente mais de 50% da população
mundial vive em cidades. Na Europa, o nível de ruído ambiental (Leq,24h) atinge 60 a 65
dB, produzido por veículos que obedecem a normas de ruído. Em algumas cidades
brasileiras a situação é bem pior, provocada principalmente pela manutenção
insuficiente das vias e dos veículos, aliada ao uso incorreto de buzinas e amplificadores
de som. Redução destes efeitos requer diversas ações em várias áreas, envolvendo
autoridades e indivíduos.
Incentivos para modernização de frota, manutenção apropriada de vias e veículos,
educação para o trânsito e planejamento urbano apropriado, dependem de decisões de
governos.” (Simões, 2011)
Atualmente, vêm sendo discutidas temáticas que abordam a preocupação com o aumento dos
níveis de ruído e queda da qualidade de vida nas grandes cidades.
Quantas vezes fechamos as janelas e ligamos o ar condicionado para evitar a entrada de ruído em
nossos ambientes de trabalho ou repouso?
Aumentamos nosso consumo de energia para obter conforto acústico, mas não seria melhor
diminuir a emissão de ruídos incômodos, atuando nas fontes sonoras?
Fica evidente a incompatibilidade entre conforto térmico (ventilação) e conforto acústico em
grandes centros urbanos.
Fontes responsáveis pelo ruído urbano:
 Fontes estacionárias: equipamentos urbanos (discotecas, restaurantes, templos, parques,
bares...), construção civil, fábricas, eletrodoméstico, esportes, diálogos...
 Fontes que provêm do tráfego ferroviário.

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 Fontes provenientes de aeronaves em sobrevoo às áreas habitadas.


 Fontes de ruído que compõem o tráfego viário: automóveis, utilitários, motocicletas, ônibus,
caminhões, etc.
Atualmente o ruído é uma das perturbações que mais afetam os seres vivos, tanto de dia quanto
de noite, e tanto no exterior quanto no interior das residências e locais públicos.

(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

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Já o Desempenho Acústico das Edificações está ligado aos fenômenos de Absorção Acústica e
Transmissão de sons entre ambientes. A Norma de Desempenho ABNT NBR 15575 limita o ruído no
interior dos edifícios. O seu cumprimento é OBRIGATÓRIO e impacta a todos os novos EDIFÍCIOS
RESIDENCIAIS (a partir de julho de 2013).

(Simões, 2011)

O Conforto Acústico envolve aspectos psicológicos e fisiológicos na recepção, como os sons são
percebidos, o que são os Graves e os Agudos e a inteligibilidade das mensagens orais.
Para a obtenção do Conforto Acústico, serão abordadas a produção, a propagação e a recepção dos
sons audíveis para a orelha humana, estudando as características dos materiais de construção, seu
desempenho e sua correta especificação.
Para alcançarmos o conforto acústico no projeto, devemos nos preocupar com as condições
acústicas externas e internas do edifício projetado. Lembrando que, dependendo do uso da
edificação, essa poderá ser fonte de ruído para o entorno ou ficar fragilizada por sua interferência.
O projeto acústico melhora a qualidade do ambiente construído e proporciona edificações
adequadas às suas finalidades.
A Acústica é a ciência que estuda o som. O som é um fenômeno que tem grande predominância em
nossa vida cotidiana. Em forma de palavra, de música, de ruído, é o principal sistema de transmissão
de mensagens.

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Este fenômeno físico, cuja característica mais relevante é a imaterialidade possui um


forte componente subjetivo: pode tanto provocar sensações prazerosas, como ser uma
fonte de incômodo.
A Acústica se aplica a diversas áreas do conhecimento, mas, vamos focar na arquitetura.

(Bistafa, 2012)

A Acústica Arquitetônica estuda o fenômeno sonoro que consiste na produção, propagação e


recepção do som no espaço construído, abrangendo os conhecimentos da acústica física (estudos
da produção e propagação do som) e da psicoacústica (estudo da recepção do som, que define
como o homem percebe o som em seu entorno).

2 - SOM
Um som é, muitas vezes, a única informação possível para o que ocorre fora do nosso campo visual.
No entanto, enquanto podemos desviar o olhar, para evitar uma visão desagradável, é impossível
selecionar – de forma precisa – o que nos interessa ouvir. A audição complementa a visão na
identificação dos elementos externos do entorno.

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Vamos entender, primeiramente, a diferença entre som e ruído.


Segundo Sylvio Bistafa, o som é a sensação produzida no sistema auditivo, e ruído é um
som indesejável, em geral de conotação negativa.
Sons são vibrações das partículas do ar que se propagam a partir de estruturas vibrantes, mas nem
toda estrutura que vibra gera som. As cordas de um violino só produzem som, se estiverem
instaladas de forma adequada, devendo estar presas, e as vibrações serem introduzidas de forma
correta. Também, caso sejam colocadas em vibração por alguém que não é músico, vão produzir
sons musicais, provavelmente, sem harmonia. Dessa forma, ruído pode ser também definido como
um som sem harmonia.
Considerando ruído como som indesejável, insinua-se o julgamento da serventia do som, um
julgamento que depende do contexto. Sons que, para todos os efeitos, seriam qualificados como
ruído podem, no entanto, transmitir informações úteis. (exemplos: alarmes e sirenes de ambulância
e de veículos policiais, percepção de algum problema no carro ou eletrodoméstico, etc.)
Há aplicações, inclusive, em que um ruído é utilizado no combate a outro mais perturbador,
fazendo-se uso da técnica de mascaramento sonoro.
No entanto, na maioria das vezes, os ruídos geram diversos efeitos indesejáveis, como: em níveis
suficientemente elevados, a perda da audição e aumento da pressão arterial (efeitos fisiológicos),
incômodos (efeitos psicológicos), como perturbação do sono, stress, tensão, queda do
desempenho, interferência com a comunicação oral, irritação e, por fim, efeitos mecânicos, como
danos e falhas estruturais.
Alguns problemas causados pelo ruído em recintos:
 Risco de perda de audição em uma indústria.
 Redução da inteligibilidade da fala em uma sala de aula.
 Dificuldade de concentração em uma biblioteca.
 Perturbação do sono em um dormitório.
 Dificuldade de comunicação oral em um restaurante, em uma sala de estar, etc.
O controle do ruído é uma tecnologia multidisciplinar que visa obter um nível de ruído aceitável em
determinado ambiente, de acordo com aspectos econômicos, operacionais, legais, médicos,
psicológicos e culturais.
O som é caracterizado por grandezas físicas, enquanto as sensações são caracterizadas por
grandezas psicoacústicas.

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(Bistafa, 2012)

2.1 – PROPRIEDADES DO SOM

Já sabemos que o som é uma onda. Mas, o que é uma onda? É uma perturbação, abalo
ou distúrbio propagado através de um meio gasoso, líquido ou sólido, ou no caso de
algumas ondas, no vácuo.
A principal característica do movimento ondulatório é a propagação. Onda é algo que se movimenta
pelo espaço, transportando energia, sem que, a rigor, haja deslocamento de matéria.
As ondas, quanto a sua natureza, podem ser mecânicas ou eletromagnéticas:
 Mecânicas: produzida pela vibração (deformação) do meio material. (ondas na corda, ondas
sonoras, ondas na água);
 Eletromagnéticas: Produzidas por variação dos campos elétrico e magnético (ondas de rádio,
micro-ondas, infravermelho, luz visível, ultravioleta, raios-x e raios-gama). Não dependem do
meio para se propagar.
Elementos de uma onda:

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 Amplitude (A): é o deslocamento máximo vertical da onda; (W/cm2, W/m2, mV, V, m, cm,
mm, etc).
 Período (T): corresponde ao tempo necessário para que a onda percorra um ciclo completo
(segundo).
 Frequência (f): corresponde ao número de ciclos por unidade de tempo (Hertz).
 Fase (φ): corresponde à diferença da posição inicial de vibração da onda em relação à posição
zero no instante inicial.

 Comprimento de Onda (  ): É a distância que uma onda percorre durante o tempo de um


período T. Pode ser entendida como a distância entre dois pontos consecutivos do meio que
vibram em fase.

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Ondas periódicas: “Quando a perturbação que produz a onda se repete periodicamente, ou seja,
produz ondas com mesmo período ao longo do tempo.”
O som é uma onda mecânica caracterizada por 3 grandezas físicas: Pressão (P), Intensidade (I) e
Potência (W) Sonoras.
Abaixo, trago trecho do livro “Bê-á-bá da acústica arquitetônica “ (Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

“A acústica só se torna um dado de projeto a partir do momento em que se entende o


que é o fenômeno chamado som e como ele se propaga, pois este é um conhecimento
elementar para promover a qualidade acústica do ambiente.
Como uma definição simplificada, pode-se dizer que, na maioria dos casos, o som tem
sua origem na vibração de um objeto, provocando a vibração de partículas do meio e
sendo capaz de ser captado pelo ouvido humano. Nessa definição, limita-se o tipo de
vibração aqui estudada, pois nem toda vibração é percebida pelo ouvido humano. Além
disso, quando se fala em “partículas do meio”, para a construção civil, esse meio refere-
se basicamente ao ar e aos materiais de construção.
A voz humana ou o som de um instrumento, para chegar a ser captados pelo ouvido
humano, têm como meio de propagação o ar. Por outro lado, se o som pode ser percebido
através de dois ambientes, que contam com uma superfície de separação entre eles
(exemplo: uma parede), isso significa que a superfície é um meio vibrante, por menor que
seja essa vibração (Figura 18).

As vibrações sonoras propagam-se pelo ar em razão de pequenas alterações provocadas


na pressão atmosférica, configurando-se como ondas sonoras. Ao sofrer um estímulo
sonoro (vibração), as partículas do ar são submetidas a sucessivas compressões e
rarefações (Figuras 19 e 20), de forma que o movimento de uma partícula provoca a

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vibração da partícula vizinha, resultando na propagação sonora. Em outras palavras, as


partículas não se deslocam se o meio não estiver em movimento, mas sim vibram em
torno de seu centro de equilíbrio, transmitindo energia sonora até se extinguir a flutuação
da pressão sonora.

A grandeza da pressão exercida sobre a atmosfera determina o máximo deslocamento


da partícula em relação ao seu centro de equilíbrio. Esse pequeno deslocamento é
chamado de amplitude (Figura 20).

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O número de vezes que uma partícula completa um ciclo de compressão e rarefação em


determinado intervalo de tempo ao redor de seu centro de equilíbrio, ou seja, o número
de vezes que ela passa por uma mesma fase de vibração, é denominado frequência.
Normalmente a frequência é uma grandeza medida em Hertz (Hz), que representa o
número de ciclos por segundo (c.p.s.).
A maioria das fontes sonoras contém várias frequências, determinando a percepção
sonora da característica chamada tom. O tom puro caracteriza-se por uma única
frequência (diapasão), no entanto, normalmente, as fontes sonoras apresentam um tom
complexo (mais de uma frequência). A frequência mais baixa de uma fonte é chamada
fundamental ou primeiro harmônico.
Para que seja audível ao ouvido humano, as frequências devem se situar entre 20 e
20.000 Hz. As frequências mais altas, com maior número de oscilações temporais,
correspondem aos sons agudos, enquanto as frequências mais baixas, com menor
número de oscilações temporais, aos sons mais graves.” (Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

Pausa: Mas, professora, por que preciso saber sobre sons agudos e sons graves? Por um acaso isso
aqui virou aula de música? (Não! Mas, um músico irá levar vantagem nessa aula. Rs)
Porque os sons agudos se caracterizam por frequências altas, logo, menor comprimento de onda,
enquanto os sons graves se caracterizam por frequências baixas e maior comprimento de onda. O
comprimento da onda é característica de importância fundamental para o desempenho acústico,
revelando se as superfícies têm dimensões adequadas para que ocorra a distribuição sonora
desejada no ambiente.
Os sons com frequência mais altas são mais fáceis de serem absorvidos e de serem refletidos por
uma barreira.

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Além da amplitude, do comprimento de onda e da frequência, a maioria das fontes


sonoras caracteriza-se por apresentar direcionalidade.

O comportamento da onda sonora, considerando apenas o som direto (raio sonoro sem
influências das superfícies ou obstáculos), tende a propagar-se esfericamente. Portanto
a intensidade do som (W/m2) decai à medida que se afasta da fonte, pois a área de
distribuição da energia sonora aumenta.

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(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

Para fixarmos bem, vamos ver, abaixo, as propriedades do som à luz do Guia Procel Edifica.

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Acústica Arquitetônica – Guia Procel Edifica

3 PROPRIEDADES DO SOM

Definição: O som é a sensação auditiva produzida por uma variação da pressão


atmosférica a partir de vibração mecânica, que se propaga em forma de ondas, através
de meio elástico e denso. Portanto, para que haja propagação de som, é necessário que
haja um meio, um canal de transmissão. O mais comum dos meios de propagação é o Ar.
No vácuo não existe som. O som também pode se propagar em meios sólidos como a
estrutura dos edifícios, a terra, etc., e até mesmo em meios líquidos como a água, por
exemplo.
Produção do Som: Para que se produza som é preciso que uma superfície qualquer saia
do repouso através de estímulo mecânico e vibre. A superfície vibrante é chamada de
Fonte Sonora. A vibração é transmitida pelo ar na forma de ondas esféricas, que
produzem uma pequena variação periódica da pressão atmosférica.
Propagação do Som: A propagação, variação periódica em forma de ondas, tem
características determinadas:
• Frequência F = o número de ciclos que a onda sonora completa em um segundo chama-
se de cps ou Hertz, abreviatura Hz, que nos dá a sensação de graves (baixas frequências)
e agudos (altas frequências).
As Normas Internacionais indicam que se analisem principalmente os sons
compreendidos nas faixas de frequência de 125 Hertz e seus múltiplos, 250, 500, 1.000,
2.000 e 4.000 Hz.
• Velocidade de propagação c
No Ar, c λ 340 m/s (metros por segundo)
• Comprimento de onda λ (lambda) = distância entre frentes de máxima energia
c/F = λ, proporciona comprimentos de ondas de 2,72 m em 125 HZ, até 0,08 m em 4.000
Hz.
As notas musicais de um piano, por exemplo, têm frequências fundamentais de 27,5 Hz
(baixa frequência, som grave) a 4.400 Hz (alta frequência, som agudo).
A velocidade de propagação c depende principalmente do meio em que o som se produz.
Quanto mais rígido o material maior a velocidade de propagação, como se observa na
tabela 1.

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Quando o som se propaga pelo ar, a velocidade é influenciada também por sua umidade
relativa e pela temperatura. A absorção sonora varia em função da frequência e do grau
de umidade relativa do ar. Quanto mais alta a frequência (mais agudo), maior será a
absorção acústica. Por isso, ao aproximar-se de uma festa, ouve-se primeiro os sons
graves, que possuem mais energia, e à medida que se aproxima da fonte sonora, começa-
se a se ouvir os sons médios e posteriormente os sons agudos.
Como os sons graves têm mais energia, eles se transmitem com maior facilidade através
dos materiais de construção, sendo necessário o conhecimento do espectro do ruído para
dimensionar adequadamente o isolamento acústico.
A intensidade ou volume do som é chamado de Nível de Pressão Sonora e pode ser medida
em Pascal, em bar ou em deciBell. Esta última leva o nome do grande inventor do telefone
Graham Bell, em reconhecimento por sua contribuição à ciência. Como um Bell é muito
grande, utiliza-se o deciBell, dB, ou decibel, um décimo de Bell.

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O NPS diminui em 6 (seis) dB cada vez que dobra a distância da fonte, facilmente
compreendida pela observação da figura 1, acima. A uma distância L1 da fonte, tem-se o
NPS P1. Dobrando esta distância, L1 x 2 = L2, teremos o nível P1 divido por quatro, P1 / 4
= P2. Como a escala deciBell (ou decibel) é uma escala logarítmica, onde a metade da
pressão sonora representa uma diminuição de 3 (três) dB, um quarto da pressão sonora
representaria uma diminuição de 6 (seis) dB no nível medido.
Apresenta-se na tabela 2 a escala decibel, logarítmica, na sua ponderação mais usual,
em dBA, com exemplos de níveis de ruído.

Nosso sistema auditivo não responde de modo linear aos estímulos que recebe, mas sim
de forma logarítmica. Dessa forma, o uso do decibel, em escala logarítmica, simplifica a
avaliação dos níveis de pressão.

Adição de Níveis Sonoros:


Os níveis sonoros são grandezas logarítmicas, portanto, não podem ser adicionados
aritmeticamente.

Qualquer situação acústica envolve, necessariamente, três elementos: fonte sonora, meio de
propagação e receptor.
O nível sonoro percebido pelo receptor depende da quantidade de energia sonora emitida pela
fonte e das características do meio de propagação – o chamado campo sonoro.

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CONCEITOS BÁSICOS

• SOM: TODA E QUALQUER VIBRAÇÃO OU ONDA MECÂNICA EM UM MEIO ELÁSTICO DENTRO DA


FAIXA DE AUDIO FREQUÊNCIA

• PARAMETRAGEM DA ONDA SONORA:

– PERÍODO, tempo de um ciclo completo, (s)

– FREQUÊNCIA, número de ciclos no tempo (cps, Hz)

– AMPLITUDE, deslocamento máximo em relação ao ponto de equilíbrio (fração de metro)

– COMPRIMENTO DE ONDA, distância percorrida em um ciclo completo (fração de metro)

• GRANDEZAS SONORAS

– PRESSÃO SONORA, diferença entre determinada pressão e a normal atmosférica (N/m², P)

– INTENSIDADE SONORA, quantidade de energia transportada por unidade de superfície normal ao


deslocamento, (W/m²)

– POTÊNCIA SONORA, capacidade de energia possível de ser liberada por uma fonte, (W)

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Pessoal, repeti os conceitos de várias formas para que vocês possam assimilar melhor, já que são
conceitos básicos. Eu, particularmente, gosto de entender o porquê das coisas, pois assim, consigo
assimilar o conhecimento, sem esquecer e poder resolver qualquer questão a respeito.
Agora, vamos entender a natureza ondulatória do som: reflexão, refração, difração, interferência,
superposição e ressonância.

2.2 – NATUREZA ONDULATÓRIA DO SOM

2.2.1 - Reflexão do Som


O comportamento do som sobre uma superfície assemelha-se ao da luz, sendo que os
comprimentos de onda da luz são bem menores.
O som que nosso ouvido percebe é a composição do som direto da fonte e as subsequentes
reflexões sofridas pela onda sonora.

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(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

A reflexão do som pode dar origem ao reforço, à reverberação ou ao eco, dependendo do intervalo
de tempo entre a percepção do som direto e do refletido.
 Reforço: ocorre quando a diferença entre os instantes de recebimento do som refletido e do
som direto é praticamente nula. O ouvinte apenas percebe um som mais intenso (maior
quantidade de energia);
 Reverberação: ocorre quando a diferença entre os instantes de recebimento dos dois sons,
propagando-se no ar, é pouco inferior a 0,1 segundos. Ou seja, o obstáculo deve estar a uma
distância menor de 17 metros;
 Eco: ocorre quando os dois sons, direto e refletido, são recebidos num intervalo de tempo
superior a 0,1 segundos. Ou seja, o obstáculo que refletirá o som, no ar, deve estar a uma
distância maior de 17 metros;

(Goulard & al)

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Beranek, Music, acoustic and architecture (Wiley, 1962)

 Eco palpitante: Eco resultante de sucessivas reflexões entre paredes paralelas muito
próximas.
O ouvido humano só consegue distinguir dois sons que chegam a ele com um intervalo de tempo
superior a um décimo de segundo (0.1 s). Se, em algum ponto de uma sala, a diferença de caminhos
entre o som direto e o refletido for muito grande, a audição será confusa, pois o receptor receberá
dois sons.

(Costa, 2003)

Acima, temos a utilização de superfícies refletoras no forro, com orientação tal que as ondas
refletidas atinjam os ouvintes, com intervalos de tempo reduzidos em relação ao som direto.
Na prática, o tempo de reverberação corresponde a uma queda de 60 dB no nível sonoro, queda
suficiente para que o som não seja mais ouvido. Ao cessar a emissão da fonte sonora, as sucessivas
reflexões ainda podem ser percebidas como um prolongamento do som.

O tempo ótimo de reverberação varia conforme o uso e o volume do ambiente. Reverberações em


tempos longos geram a sobreposição de sons, enquanto os curtos tendem ao desaparecimento do
som. Temos então que, quanto maior for o volume, maior deverá ser o tempo ideal de
reverberação. Para um tempo de reverberação de 500Hz são encontrados os valores de tempos
ótimos de reverberação conforme o volume do ambiente prescrito pelo gráfico abaixo presente na
NBR 12179. Para uma sala de concerto, por exemplo, é interessante que o som se prolongue por
mais tempo fazendo com que as pausas sejam preenchidas com o som reverberante.

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Fonte: Bolk Beranek and Newman.

(Soler & Kowaltowski)

O controle do tempo de reverberação pode se dar com a adequada instalação de materiais


refletivos e absorventes. Paredes que estejam a mais de 17 metros de distância da fonte sonora
devem ser revestidas com material absorvente.
A queda de intensidade sonora não ocorre apenas em decorrência da distância, mas também em
função da absorção sonora dos materiais. Ao incidir sobre uma superfície, parte da energia sonora
é refletida, enquanto outra parte é absorvida pelo material. Normalmente, quanto mais poroso o
material, maior a absorção. Cada vez que o raio sonoro sofre uma reflexão, tende a perder energia,
em uma porcentagem que varia conforme o coeficiente de absorção do material da superfície.

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Do mesmo modo que a luz, os “raios sonoros” têm seu ângulo de reflexão igual ao de incidência,
como se sua origem fosse um espelho.

(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

A figura a seguir apresenta um método gráfico para traçar os raios refletidos, determinando a
localização da fonte imagem e, a partir dela, traçando o caminho inverso do raio sonoro refletido.

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(Simões, 2011)

Para que a reflexão sonora ocorra, é necessário que o espelho acústico tenha sua superfície maior
que o comprimento de onda do som emitido.

A reflexão, quando explorada arquitetonicamente, por meio de formas e direcionamento


apropriados de espelhos acústicos, é um excelente instrumento para permitir o reforço e a
distribuição sonora, aumentando a intensidade e a homogeneidade do som no ambiente. Em
auditórios, esse recurso é muito utilizado, pois como o som perde sua intensidade à medida que se
distancia da fonte, os espelhos acústicos colaboram na intensificação do som dos locais mais
afastados da fonte.

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2.2.2 - Refração

A refração em uma onda ocorre quando ela passa de um meio para outro com índice de refração
diferente, ocorrendo, dessa forma, a variação da velocidade de propagação e a variação do
comprimento de onda, mas nunca a variação da frequência, pois se trata de uma característica da
fonte que está emitindo a onda.
Quando uma onda que se propaga num dado meio encontra uma superfície que separa esse meio
de outro (interface), essa onda pode retornar ao meio em que estava se propagando (reflexão) e/ou
propagar-se no outro meio (refração).

Ao ar livre, a alteração da velocidade do som, na atmosfera, por variações de temperatura, pode


provocar a refração das ondas sonoras, ocasionando um ligeiro desvio na trajetória original.
Quanto mais quente o ar, menos denso, e maior velocidade do som. O ar a 0° C transporta o som a
1180 km/h; à temperatura de uma sala (20° C) o som viaja a 1250 km/h. Desse modo, quando as
ondas do som se movem do ar frio para o ar quente, ganham velocidade. Se entrarem na camada
quente em ângulo, a parte superior de cada onda é a primeira a mover-se mais depressa, cada onda
é curvada.
A figura abaixo ilustra a refração do som numa sala de concerto. A maior temperatura na região
superior em relação a plateia, refrata o som e favorece a sua propagação.

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2.2.3 - Difração

A difração é a propriedade que as ondas têm de contornar obstáculos e que depende do


comprimento da onda que está se propagando. Através da razão entre o comprimento de onda e a
largura do obstáculo podemos calcular o grau de difração de uma onda específica,
matematicamente podemos escrever:

r = λ/d
Quanto maior for a razão, maior será a extensão da curva de difração. Esse é o fenômeno que explica
o fato de podermos ouvir atrás da porta quando uma pessoa fala do outro lado dela, além de ser
um acontecimento largamente aplicado nas montagens de sistemas de alto-falantes. (SANTOS, 2017)
As ondas sonoras apresentam valores elevados para o comprimento de onda (2cm - 20 m) para
ondas audíveis no ar. Por isso, elas se difratam com relativa facilidade, contornando muros,
esquinas, etc.
Pelo contrário, a difração da luz é pouca acentuada, por que o comprimento de ondas luminosas é
muito pequena (ordem de 10 m), só ocorrendo quando as dimensões dos obstáculos são
pequenas.

Ao passarem o obstáculo, as ondas sofrem um desvio de propagação, transpondo o obstáculo.

Se a largura da fenda for menor ou igual ao comprimento de onda incidente, ela transpõe o
obstáculo.

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Ondas planas num tanque de onda, incidindo


sobre uma barreira que tem uma abertura
pequena frente ao comprimento de onda, 𝝀.
Depois de superada a barreira, as frentes de
onda são circulares, centradas na abertura.
Este encurvamento da frente de onda é a
difração.

(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

Reparem bem nessa figura acima. Temos o som passando quando a barreira é menor que o
comprimento de onda, temos a sombra acústica quando a barreira é maior que o comprimento de
onda, temos a reflexão, a difração, ...
Difração é o fenômeno que explica o funcionamento das barreiras acústicas, muito importantes
para o controle de ruído urbano.

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2.2.4 - Interferência ou Superposição

As ondas sonoras são formadas de zonas alternadas de pressão alta (compressões) e baixa
(rarefações). Quando ondas de fontes diferentes se chocam, ocorre a interferência. Este fenômeno
pode ser observado num tanque de ondas na água.

Suponha que você e um colega mantenham uma corda esticada, cada um segurando uma das
extremidades.
Se cada um produzir uma onda, elas irão se propagar pela corda e acabarão inevitavelmente por se
encontrar.
No ponto em que ocorre a superposição de duas ou mais ondas, o efeito resultante é a soma dos
efeitos que cada onda produziria sozinha nesse ponto.
Após a superposição, cada onda continua sua propagação através do meio, como se nada tivesse
acontecido.

Interferência construtiva: durante o cruzamento, Interferência destrutiva: durante o cruzamento, houver


houver um reforço das ondas. um cancelamento total ou parcial entre as ondas.

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As ondas estacionárias são resultantes da superposição de duas ondas de mesma frequência,


comprimento de onda e mesma amplitude, que se propagam ao longo de uma direção, mas de
sentidos opostos. É um caso particular de interferência de ondas.

Nesse caso, ao serem sobrepostas resultam em uma onda com amplitude nula.

2.2.5 - Ressonância

Todas as estruturas mecânicas têm uma ou mais frequências naturais de oscilação. Se a estrutura
for submetida a uma força externa periódica cuja frequência coincida com uma das frequências
naturais, a amplitude da oscilação atingirá valores elevados que podem levar ao colapso da
estrutura. Este fenômeno é denominado ressonância.
O fenômeno de ressonância é muito importante na compreensão das propriedades dos
instrumentos musicais e o modo como eles produzem seu som característico.
O ar contido numa cavidade possuirá uma série de frequências de ressonância associadas aos
modos normais de vibração, constituindo uma cavidade acústica ressonante.
Nos teatros antigos e nas igrejas da idade média se encontram cavidades, chamadas de vasos
acústicos. Nos teatros, estes ressonadores serviam para amplificar a voz dos atores. Nas igrejas eles
tinham uma função de absorção, contribuindo para atenuar a reverberação na região de baixas
frequências (a frequência de ressonância destes vasos é da ordem de 200 Hz).
Os painéis acústicos atuam como absorvedores de baixas frequências. Montados à frente de uma
parede, funcionam como um sistema massa/mola. Se a frequência da onda incidente for igual à
frequência própria do dispositivo ressonante, haverá a máxima transferência de energia,
diminuindo a onda refletida.

Já vimos os aspectos da natureza ondulatória do som e alguns fenômenos a ela relacionados e,


agora, vamos a mais alguns fenômenos relativos ao som que são cobrados em prova.

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2.2.6 - Efeito Doppler

Ocorre quando há movimento relativo entre a fonte sonora e o receptor. Por exemplo, a sirene de
uma ambulância passando por um ouvinte parado na calçada. Nota-se que, à medida que a fonte
se aproxima, o som vai se tornando mais agudo e, à medida que a fonte se afasta, o som vai se
tornando mais grave.
Explicação do fenômeno:
Quando há aproximação da fonte sonora do receptor, há um número maior de frentes de ondas na
unidade de tempo. Portanto, há um aumento de frequências ouvidas.
Quando há afastamento, há um número menor de frentes de ondas na unidade de tempo. Portanto,
há uma diminuição da frequência ouvidas.
Ocorre quando a velocidade de movimento da fonte (vF) é menor que a velocidade do som (vS) no
meio.

2.2.7 - Difusão

Irregularidades na superfície refletora podem provocar a difusão – as ondas sonoras se espalham


em diversas direções, promovendo uma distribuição mais uniforme da pressão sonora e um ganho
no conforto acústico. Embora haja fórmulas para cálculos precisos, de forma geral, um elemento
arquitetônico (viga, balcão, pilar) será mais eficiente para provocar a difusão se sua largura for igual
ao comprimento da onda sonora e a profundidade das irregularidades de sua superfície igual à
sétima parte desse comprimento.

2.2 - TRANSMISSÃO X ABSORÇÃO

O desempenho acústico das edificações depende, basicamente, de dois fenômenos acústicos,


independentes e que devem ser estudados separadamente:
• Absorção sonora: determinante da qualidade acústica interna do local analisado. Fonte e receptor
encontram-se no mesmo ambiente.
• Transmissão sonora: determinante do nível de ruído que se transmite através de esquadrias,
paredes, lajes e forros. Fonte e receptor encontram-se em ambientes distintos.
Quando o som atinge uma superfície, como uma parede de alvenaria, parte da energia sonora
reflete de volta ao ambiente; parte da energia é retida pela parede, que se transforma em calor e é
dissipado no ambiente; e parte se transmite ao outro lado da parede.
Para aumentar o isolamento acústico da parede deve-se aumentar a sua massa, aplicando a Lei de
massa para calcular seu desempenho ou deve-se criar outra parede, transformando-a em parede
dupla (executar a outra parede, deixando uma câmara de ar entre elas) e nesse caso aplicando a Lei
de massa-mola-massa para calcular seu desempenho.

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A instalação de material fonoabsorvente na superfície da parede ajuda a controlar a parcela de


energia refletida para o ambiente, influindo no Condicionamento Acústico desse ambiente, mas a
energia que se transmite (Isolamento) permanece praticamente a mesma.

(Simões, 2011)

A transmissão da energia sonora entre ambientes pode ser classificada em dois tipos conforme o
meio em que o ruído se propaga, sendo estes: ruído aéreo e ruído estrutural.
Chama-se ruído aéreo, todo ruído que se propaga pelo ar. A velocidade de transmissão no ar é de
aproximadamente 340 m/s (metros por segundo).
O ruído estrutural se propaga pela estrutura das edificações, sendo gerado pelas vibrações de
máquinas e equipamentos ou por impactos que atingem a estrutura do prédio. O ruído estrutural
possui uma velocidade de propagação maior do que a do ar, sendo da ordem de: 4.000 a 6.000 m/s.
Vamos nos aprofundar mais no controle no nosso último item sobre como atingir o conforto
acústico.

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3 - NBR 16313:2014 – ACÚSTICA – TERMINOLOGIA


Esta Norma foi elaborada com o propósito de harmonizar termos e definições a serem adotados em
normas brasileiras de acústica.

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(ABNT, 2014)

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4 - NBR 10152:2017 – ACÚSTICA – NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA EM


AMBIENTES INTERNOS A EDIFICAÇÕES
A norma intitulada “Acústica — Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações”
versa sobre:
 O procedimento para execução de medições de níveis de pressão sonora em ambientes
internos a edificações;
 O procedimento para determinação do nível de pressão sonora representativo de um
ambiente interno a uma edificação;
 O procedimento e os valores de referência para avaliação sonora de ambientes internos a
edificações, em função de sua finalidade de uso;
 E os valores de referência de níveis de pressão sonora para estudos e projetos acústicos de
ambientes internos a edificações, em função de sua finalidade de uso.
“Na prática, a primeira edição da ABNT NBR 10152:1987 possuía apenas 4 páginas e 1
anexo. Esta segunda edição possui 21 páginas e 4 anexos. São 30 anos de distância entre
as duas edições. Logo, é possível perceber que houve uma mudança completa de
conteúdo”. (Krisdany Cavalcante, Coordenador da ABNT/CB-02/CE-02:135.01)
Krisdany Cavalcante frisa a importância de que todos os profissionais de acústica adquiram a norma
e a apliquem em projetos e avaliações de ambientes internos a edificações. “Esperamos que com
essa publicação o Ministério do Trabalho revise a NR-17, assim como o Conselho Nacional do Meio
Ambiente – CONAMA revise sua Resolução 01 de 1990, já que ambos normativos legais referenciam
essa Norma”, salienta.
Abaixo, trago os trechos principais da NBR 10152:2017: (ABNT, 2017)

Acústica — Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações

Introdução
Esta Norma estabelece os procedimentos técnicos a serem adotados na execução de
medições de níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações, bem como os
valores de referência para avaliação dos resultados em função da finalidade de uso do
ambiente.
O ruído em ambientes internos a edificações deve ser avaliado conforme prescrito nesta
Norma.
Os valores de referência apresentados nesta Norma são estabelecidos de acordo com a
finalidade de uso do ambiente no local onde a medição for executada, visando a
preservação da saúde e do bem-estar humano.
Recomenda-se aos construtores, empreendedores, incorporadores, projetistas, usuários
e ao poder público a adoção de tais valores de referência para o adequado uso dos
diferentes ambientes internos de uma edificação.

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A revisão desta Norma foi motivada pela necessidade de harmonizar os procedimentos


técnicos a serem adotados nas seguintes aplicações:
—— medições dos níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações,
independentemente das fontes sonoras contribuintes;
—— determinação do nível sonoro representativo de um ambiente interno de uma
edificação;
—— avaliação de um ambiente interno de uma edificação, em função de sua finalidade
de uso, sem ocupação;
—— orientação à elaboração de projetos acústicos de ambientes internos de uma
edificação.

3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os termos e definições da ABNT NBR 16313
e os seguintes.
3.1 ajuste
conjunto de operações efetuadas no sistema de medição, de modo que ele forneça
indicações prescritas correspondentes aos valores da grandeza a ser medida
3.2 verificação
confirmação de que as propriedades relativas ao desempenho ou aos requisitos legais
são satisfeitas pelo sistema de medição
NOTA 1 Convém não confundir a calibração com o ajuste de um sistema de medição nem
com a verificação da calibração.
NOTA 2 Definições adaptadas do vocabulário internacional de metrologia [1].

4 Símbolos
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os símbolos da Tabela 1.
O nível de pressão sonora é expresso em decibels.
O acréscimo de um pós-escrito para indicar a ponderação em frequência, por exemplo,
dB(A), é incorreto. Esta informação deve ser incluída no símbolo de grandeza, por
exemplo, LAeq,T e o seu resultado expresso em decibels (dB).
NOTA 1 Esta orientação está em conformidade com a ISO 80000-8:2007 (8-22a) – “NOTE:
The addition of a postscript to indicate the frequency weighting, e.g. dB(A), is incorrect.
This information should be carried by quantity symbol”. [9]
NOTA 2 Esta representação está conforme ao Quadro Geral de Unidades – QGU [7].

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5 Instrumentação
(...)

6 Calibração
(...)

7 Procedimento de medição
(...)

8 Incerteza de medição
(...)

9 Procedimento de avaliação
A avaliação sonora de um ambiente interno de uma edificação é realizada pela
comparação de seus níveis de pressão sonora representativos com os respectivos valores
de referência para ambientes internos de uma edificação, de acordo com suas finalidades
de uso.
Quando o ambiente avaliado for considerado inadequado pelo método simplificado, não
há necessidade de aplicação do método detalhado.
Havendo suspeita de ocorrência de som tonal ou sons predominantes nas bandas de
frequências sonoras inferiores a 250 Hz, mesmo no caso do ambiente avaliado ser
considerado adequado pelo método simplificado, deve-se aplicar o método detalhado.
(...)

10 Valores de referência para avaliação, estudo e projeto


Para fins de avaliação sonora, elaboração de estudos e de projetos, na Tabela 3 são
apresentados valores de referência para diferentes finalidades de uso de ambientes
internos de uma edificação.

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Para fins de elaboração de estudos e projetos acústicos de ambientes internos a


edificações os valores de referência de níveis de pressão sonora, em função de sua
finalidade de uso, são aqueles estabelecidos na Tabela 3.
Para fins de avaliação sonora, considera-se adequado para uso o ambiente cujos níveis
de pressão sonora representativos sejam iguais ou inferiores aos valores de referência
apresentados na Tabela 3, admitindo-se uma tolerância de até 5 dB para RLAeq e
RLASmax e até 5 para RLNC. Os valores de RLASmax devem ser considerados apenas
quando a fonte sonora – objeto de avaliação for parte integrante da própria edificação
onde situa-se o ambiente avaliado.

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11 Relatório de medição e avaliação


O relatório de medição e avaliação deve conter no mínimo as seguintes informações:
a) características das fontes sonoras e o seu funcionamento durante as medições;
b) descrição do ambiente durante a medição: mobiliário, revestimento do ambiente e
quantidade de pessoas presentes;
c) ilustração ou descrição detalhada do local de medição, sua área, volume e posição dos
pontos de medição;
d) incerteza expandida de medição (U);
e) informações sobre a instrumentação e respectiva calibração:
—fabricante e modelo;
— identificação unívoca com número de série;
—IEC atendidas;
—número e data dos certificados de calibração;
f) local, data e horário das medições;
g) método de medição utilizado;
h) objetivo da medição;
i) parâmetros ambientais registrados quando em condições ambientais adversas;
j) referência a esta Norma;
k) resultados das medições e correções (quando aplicáveis);
l) tempo das medições e integrações;
m) valores de referência utilizados para a avaliação dos resultados.

Anexo A

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(normativo)
Método objetivo para a avaliação da ocorrência de som tonal
(...)

Anexo B
(normativo)
Certificados de calibração
(...)

Anexo C
(informativo)
Expressão da incerteza expandida de medição

A tabela 3 é a parte mais cobrada nos concursos!

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5 - NBR 12179 – TRATAMENTO ACÚSTICO EM RECINTOS FECHADOS


Esta Norma fixa os critérios fundamentais para execução de tratamentos acústicos em recintos
fechados. (ABNT, 1992)

NBR 12179:1992

DEFINIÇÕES

Processo pelo qual se procura dar a um recinto, pela finalidade a que se


destina, condições que permitam boa audição às pessoas nele presentes.
Tratamento acústico
Nota: Este tratamento compreende o isolamento acústico e o
condicionamento acústico.

Toda e qualquer vibração ou onda mecânica que se propaga num meio


Som dotado de forças internas (P.ex.: elástico, viscoso, etc.), capaz de
produzir no homem uma sensação auditiva.

Faixa de frequência correspondente às ondas ou vibrações normalmente


Faixa de audiofrequencia audíveis pelo homem.
Nota: Esta faixa acha-se compreendida entre 15Hz a 20.000 Hz.

Energia vibratória sonora, cuja propagação no meio elástico, obedece a


Tom puro
uma variação senoidal no tempo.

Atributo de sensação auditiva, função da frequência dos sons.


Notas: a) Para uma mesma frequência, o tom é suscetível de apresentar
ligeiras variações com a pressão acústica.
Tom
b) O tom pode ser caracterizado pela comparação a um tom puro de
determinada frequência e pressão acústica, que ocasionem ao ouvinte
normal médio a mesma sensação de altura (frequência).

Mistura de sons cujas frequências não seguem nenhuma lei precisa, e


Ruído que diferem entre si por valores imperceptíveis ao ouvido humano.
Todo som indesejável.

Processo pelo qual se procura evitar a penetração ou a saída, de ruídos


ou sons, em um determinado recinto. O isolamento acústico
Isolamento acústico
compreende a proteção contra ruídos ou sons aéreos e ruídos ou sons
de impacto.

Processo pelo qual se procura garantir em um recinto o tempo ótimo de


Condicionamento acústico
reverberação e, se for o caso, também a boa distribuição do som.

Ruído ou som produzido e transmitido através do ar. (P. ex..: buzinas,


Ruído aéreo e som aéreo
vozes, alto-falantes, etc.)

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Ruído ou som produzido por percussão sobre um corpo sólido e


Ruído de impacto e som de
transmitido através do ar. P. ex.: queda de objetos, ruídos de passos,
impacto
marteladas, instrumentos de percussão, etc.

Tempo necessário para que um som deixe de ser ouvido, após a extinção
da fonte sonora, e expresso em segundos.
Tempo de reverberação
O tempo de reverberação é medido como o tempo necessário para que
o som sofra um decréscimo de intensidade de 60 dB.

Tempo de reverberação Tempo de reverberação considerado ótimo para um determinado


ótimo recinto e determinada atividade, e expresso em segundos.

Unidade de intensidade física relativa do som. O número de decibéis de


um som é expresso pela fórmula:
i= 10 log10 I
I0
Onde:
i= intensidade física relativa, expressa em decibéis.
I= intensidade física absoluta do mesmo som.
Decibel (db)
Io= intensidade do correspondente ao limiar de percepção.
I= 10 W/cm² para 1.000 Hz.
Nota: Como existe na propagação das ondas sonoras uma relação entre
a intensidade do som e sua pressão sonora, o nível de intensidade pode,
consequentemente, ser deduzido através de uma medida de nível de
pressão acústica (sonora). Para os casos que na prática não permitem a
citada relação, não se pode consequentemente referir a uma medida de
nível de pressão acústica como representativa de intensidade sonora.

Nível de pressão acústica (sonora) compensado, obtido pelo uso de


Nível de som medidores que obedecem às características e calibragem contidas na
NBR 7731, e expresso por três escalas denominadas A, B e C.

Aquele expresso em decibéis, igual a 20 vezes o logaritmo decimal de


uma pressão acústica (sonora) a medir, com relação a uma outra pressão
Nível de pressão acústica acústica (sonora), denominada de referência.
(intensidade sonora)
Nota: A menos que explicitamente indicado, fica entendido que o nível
de pressão acústica é o efetivo (rms)

Pressão convencionalmente escolhida e igual a 2 x 10 Pa (0,0002


Nível de pressão acústica
microbars).

O tratamento acústico, destinado ao conforto humano, implica o conhecimento de valores das


condições locais, em função do conjunto de condições do recinto:
 Nível de som exterior. (dB)
 Nível de som do recinto. (dB)

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 Planta de situação do imóvel.


 Plantas e cortes (longitudinal e transversal) do recinto.
 Especificações dos materiais empregados no recinto.
 Roteiro para desenvolvimento do tratamento acústico:
 Isolamento acústico.
 Condicionamento acústico.
 Estudo geométrico-acústico.
 Cálculo do tempo de reverberação.
 Isolamento acústico:
 Com o nível de som do recinto, fixado de acordo com a NBR 10152, e o nível de som exterior,
obtém-se por diferença a queda de nível de som (Δ), em dB.
 Seleção de materiais isolantes acústicos (Tabela 1 – Anexo)
 Pode ser utilizada uma combinação de materiais isolantes, para o caso de queda de nível de
som (Δ) elevada; e deve-se levar em conta a natureza dos ruídos ou sons a isolar (aéreos ou
de impactos).
 Condicionamento acústico:
 Estabelecido o nível de som do recinto deve ser feito o estudo geométrico-acústico e
determinado o tempo de reverberação.
 Estudo geométrico-acústico:
 Visa conhecer a distribuição dos sons diretos ou refletidos, de modo a serem conseguidas
em todo o recinto as melhores condições de audibilidade.
 Para auditórios, teatros, cinemas, etc., devem ser examinadas as plantas e cortes do recinto
em conjunto com os materiais a serem empregados, considerando uma ou mais fontes
sonoras, previamente localizadas.
 Deve-se utilizar as superfícies do teto para obter o reforço sonoro necessário à boa
audibilidade e ainda, eventualmente, as superfícies das paredes. Para tanto deve utilizar
defletores (reflexão do som orientada) ou difusores (distribuição do som em todos os
sentidos).
 Sendo assim, a forma geométrica do recinto pode sofrer modificações, em planta e/ou corte,
necessárias à boa distribuição do som.
 Cálculo do tempo de reverberação:
 Terminado o estudo geométrico-acústico do recinto, o cálculo do tempo de reverberação é
feito pela fórmula de Sabine ou fórmula de Eyring, quando se tratar de recintos nos quais o
som é difuso.
 Após, compara-se o valor obtido com o tempo de reverberação ótimo, devendo a diferença
ser a menor possível.
 Aceitação:
 Comprovação de cálculo segundo esta Norma + resultados dentro de uma tolerância de 10%=
Aceitação.
A seguir, segue Norma na íntegra.

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6 - NBR 10151 – AVALIAÇÃO DO RUÍDO EM ÁREAS HABITADAS VISANDO


O CONFORTO ACÚSTICO (ABNT, 2000)

1 Objetivo
1.1 Esta Norma fixa as condições exigíveis para avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades,
independente da existência de reclamações.
1.2 Esta Norma especifica um método para a medição de ruído, a aplicação de correções nos níveis medidos se
o ruído apresentar características especiais e uma comparação dos níveis corrigidos com um critério que leva
em conta vários fatores.
1.3 O método de avaliação envolve as medições do nível de pressão sonora equivalente (LAeq), em decibels
ponderados em "A", comumente chamado dB(A), salvo o que consta em 5.4.2.
3 Definições
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições:
3.1 nível de pressão sonora equivalente (LAeq), em decibels ponderados em “A” [dB (A)]: Nível obtido a partir
do valor médio quadrático da pressão sonora (com a ponderação A) referente a todo o intervalo de medição.
3.2 ruído com caráter impulsivo: Ruído que contém impulsos, que são picos de energia acústica com duração
menor do que 1 s e que se repetem a intervalos maiores do que 1 s (por exemplo martelagens, bate-estacas,
tiros e explosões).
3.3 ruído com componentes tonais: Ruído que contém tons puros, como o som de apitos ou zumbidos.
3.4 nível de ruído ambiente (Lra): Nível de pressão sonora equivalente ponderado em “A”, no local e horário
considerados, na ausência do ruído gerado pela fonte sonora em questão.

Os equipamentos de medição são o medidor de nível de pressão sonora e o calibrador acústico., os


quais devem ser certificados pela Rede Brasileira de Calibração (RBC) ou pelo Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), com renovação, no mínimo, a cada
dois anos.
Procedimentos de medições – condições gerais:
 No levantamento de níveis de ruído deve-se medir externamente aos limites da propriedade
que contém a fonte.
 Na ocorrência de reclamações, as medições devem ser efetuadas nas condições e locais
indicados pelo reclamante.
 Em alguns casos, para se obter uma melhor avaliação do incômodo à comunidade, são
necessárias correções nos valores medidos dos níveis de pressão sonora, se o ruído
apresentar características especiais.
 Todos os valores medidos do nível de pressão sonora devem ser aproximados ao valor inteiro
mais próximo.
 Não devem ser efetuadas medições na existência de interferências audíveis advindas de
fenômenos da natureza (por exemplo: trovões, chuvas fortes etc.).

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 O tempo de medição deve ser escolhido de forma a permitir a caracterização do ruído em


questão. A medição pode envolver uma única amostra ou uma sequência delas.
Procedimentos de medições – no exterior de edificações:
 Deve-se prevenir o efeito de ventos sobre o microfone com o uso de protetor, conforme
instruções do fabricante.
 Devem ser efetuadas em pontos afastados aproximadamente 1,2 m do piso e pelo menos 2
m do limite da propriedade e de quaisquer outras superfícies refletoras, como muros,
paredes etc. Na impossibilidade de atender alguma destas recomendações, a descrição da
situação medida deve constar no relatório. (tanto no exterior das edificações que contêm a
fonte, quanto no exterior da habitação do reclamante).
Procedimentos de medições – no interior de edificações:
 As medições em ambientes internos devem ser efetuadas a uma distância de no mínimo 1 m
de quaisquer superfícies, como paredes, teto, pisos e móveis.
 Os níveis de pressão sonora em interiores devem ser o resultado da média aritmética dos
valores medidos em pelo menos três posições distintas, sempre que possível afastadas entre
si em pelo menos 0,5 m.
 Caso o reclamante indique algum ponto de medição que não atenda as condições acima, o
valor medido neste ponto também deve constar no relatório.
 As medições devem ser efetuadas nas condições de utilização normal do ambiente, isto é,
com as janelas abertas ou fechadas de acordo com a indicação do reclamante.
O método de avaliação do ruído baseia-se em uma comparação entre o nível de pressão sonora
corrigido Lc e o nível de critério de avaliação NCA, estabelecido conforme a tabela 1.

Considerações:
 Os limites de horário para o período diurno e noturno da tabela 1 podem ser definidos pelas
autoridades de acordo com os hábitos da população. Porém, o período noturno não deve
começar depois das 22 h e não deve terminar antes das 7 h do dia seguinte. Se o dia seguinte
for domingo ou feriado o término do período noturno não deve ser antes das 9 h.
 O nível de critério de avaliação NCA para ambientes internos é o nível indicado na tabela 1
com a correção de - 10 dB(A) para janela aberta e - 15 dB(A) para janela fechada.
 Se o nível de ruído ambiente Lra, for superior ao valor da tabela 1 para a área e o horário em
questão, o NCA assume o valor do Lra.

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7 - MANUAL PRO ACÚSTICA SOBRE A NORMA DE DESEMPENHO


Esse é um guia prático sobre cada uma das partes relacionadas à área de acústica nas edificações
da Norma ABNT NBR 15575:2013 - Edificações habitacionais – Desempenho elaborado pela
Associação Brasileira para a Qualidade Acústica. (Akkerman, 2013)
http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/disciplinas/proacustica_manualnorma_nov_2013.pdf

Vou resumir para vocês. Vamos lá!

A partir da publicação da norma ISO 6241 – Performance standards in building - Principles for their
preparation and factors to be considered, em 1980, o desempenho acústico das edificações, em
vários países, acabou se tornando exigência de leis e códigos de obras, tendo em vista seu impacto
sobre a saúde humana.
Porém, da segunda metade da década de 80 em diante o contexto econômico do Brasil foi
desfavorável a uma evolução no desempenho das edificações.
Com a escassez de recursos para financiar a produção de edificações, em especial habitacionais, o
foco em toda a cadeia produtiva, face à baixa escala de produção diante das necessidades do País,
foi a racionalização e redução de custos.
Essa racionalização, traduzida em redução de espessuras de paredes, pisos, ausência de algumas
soluções construtivas e não no caminho para uso de sistemas construtivos industrializados, resultou
numa perda do desempenho acústico que, ainda que intuitivamente, os sistemas tradicionalmente
usados até os anos 1980 tinham.
A NBR 15575 veio definir, a partir dos níveis admissíveis previstos na NBR 10152, os níveis de
desempenho que os sistemas construtivos devem ter para atenuar a transmissão dos ruídos gerados
externa e internamente nas edificações habitacionais.
Regulam-se assim os níveis de desempenho acústico das paredes externas, das esquadrias utilizadas
em dormitórios, das paredes internas que separam duas unidades, das paredes internas que
separam as unidades das áreas comuns, do conjunto de paredes e portas que separam duas
unidades, e dos sistemas de pisos com relação ao ruído aéreo e de impacto.
De forma não obrigatória a NBR 15575 também estabelece parâmetros para os ruídos de
equipamentos. Estes parâmetros explícitos em um anexo informativo visam estabelecer referência
para o empreendedor dar tratamento aos ruídos gerados por equipamentos sem, no entanto,
serem parâmetros obrigatórios.
No atendimento destes requisitos, o empreendedor deve definir o nível de critério a atender, sendo
o mínimo o nível obrigatório para qualquer padrão de empreendimento, em função da tecnologia
viável para cada nível - mínimo, intermediário ou superior – e em função das características de
mercado do empreendimento.
Conforme definido nas incumbências dos intervenientes previstos na NBR 15575, cabe aos
fabricantes de sistemas construtivos de vedações internas (paredes de alvenaria, drywall, etc) ou

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externas (paredes de alvenaria, chapas cimentícias, painéis pré-moldados, esquadrias de


dormitórios e portas de entrada, que tenham um hall e parede de geminação com outra unidade)
apresentar ao projetista e ao empreendedor o desempenho de seus sistemas quando medidos em
laboratório. E cabe ao empreendedor analisar estes dados quanto à capacidade de atenderem a
condição de desempenho em campo exigida do incorporador/construtor.
A especificação precisa se basear nestes dados e o incorporador/construtor deve saber, de
antemão, as condições de execução e instalação necessárias para atender aos requisitos e critérios
estabelecidos.
Qualquer sistema utilizado deve ser passível de demonstração, para que, quando necessário, se
possa efetivamente obter evidências de que os níveis exigidos pela NBR 15575 são atendidos. Estas
evidências devem estar registradas por resultados de ensaios realizados pelo fabricante.
O usuário, por sua vez, precisa ser informado sobre como suas ações de uso, operação e
manutenção podem alterar o desempenho acústico que recebeu, tais como alterações de paredes,
pisos, portas e esquadrias.
Este Manual esclarece aos agentes de especificação, projeto e construção o que fazer para cada
requisito.

7.1 - INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS PREDIAIS SISTEMAS HIDROSSANITÁRIOS

Os requisitos de níveis de ruído deste tópico são relativos à:


 ABNT NBR 15575-1:2013 Edificações habitacionais - Desempenho Parte 1: Requisitos gerais
(Anexo E5)
 ABNT NBR 15575-6:2013 Edificações habitacionais - Desempenho Parte 6: Requisitos para os
sistemas hidrossanitários (Anexo B1)

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 Requisitos:
A NBR 15575-1 (E.5.2) e NBR 15575-6 (B.1.2) estabelecem os limites de ruído em dormitórios para
instalações e equipamentos prediais, assim como para sistemas hidrossanitários, classificados em
três níveis de desempenho informativos, Mínimo (M), Intermediário (I) e Superior (S).
Existem requisitos tanto para os ruídos integrados durante um período de tempo correspondente
ao ciclo de operação do equipamento (Laeq,nt) como para os níveis sonoros máximos produzidos
instantâneos (Lasmax,nt). Recomenda-se que sejam observados simultaneamente para atender a
um nível de desempenho.

7.2 - SISTEMAS DE PISOS

Os requisitos de isolamento acústico deste tópico são relativos à:


 ABNT NBR 15575-3:2013 Edificações habitacionais -
Desempenho Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos

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Os sistemas de pisos, que separam unidades habitacionais autônomas em diferentes andares,


devem garantir um desempenho adequado de isolamento acústico aéreo (conversações, TV,
música, etc.) e de isolamento acústico ao ruído de impacto (passos, queda de objetos, arrastar de
móveis, etc.).

Os sistemas de pisos estão compostos pelos seguintes elementos:


Camada estrutural:
1. Laje:
 Diversas morfologias: pré-moldada (concreto, EPS, cerâmica, etc.), ou concreto armado “in
loco”. Seu desempenho de isolamento ao ruído aéreo (DnT,w) e de impacto (L’nT,w)
dependem das suas propriedades (densidade, espessura, dimensões e características
estruturais de contorno).
Elementos opcionais:
2. Contrapiso:
 Normal de argamassa de cimento/areia.
 Contrapiso flutuante: Interpondo um material resiliente entre a laje e o contrapiso, o que
melhora consideravelmente o isolamento ao ruído aéreo e de impacto da laje, podendo-se
atingir índices Intermediário ou Superior, dependendo da tipologia.
 Requisitos:
A NBR 15575-3 estabelece os limites mínimos de isolamento acústico ao ruído aéreo e de impactos
(Item 12.3):

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 Transmissão de ruído de impacto


A transmissão de ruído de impacto entre duas unidades habitacionais sobrepostas em uma
edificação se produz através do próprio sistema de piso (1 via de transmissão direta) e os elementos
laterais ou paredes (4 vias de transmissão indireta). Essas transmissões dependem das propriedades
das soluções construtivas, as uniões entre elas e a geometria dos recintos.

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RUÍDO DE IMPACTO RUÍDO AÉREO

 Transmissão de ruído aéreo


A transmissão de ruído aéreo entre duas unidades habitacionais sobrepostas em
uma edificação se produz através do próprio sistema de piso (1 via de transmissão
direta) e os elementos laterais ou paredes (12 vias de transmissão indireta). Essas
transmissões dependem das soluções construtivas, das uniões entre elas e da
geometria dos recintos.

7.3 - SISTEMAS DE VEDAÇÕES VERTICAIS INTERNAS | PAREDES

Os requisitos de isolamento acústico deste tópico são relativos à:


 ABNT NBR 15575-4:2013 Edificações habitacionais – Desempenho Parte 4: Requisitos para
os sistemas de vedações verticais internas e externas SVVIE.

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Os sistemas de vedação vertical interna são as paredes que separam as diferentes unidades
habitacionais autônomas. Estes devem garantir nas edificações um desempenho adequado de
isolamento acústico ao ruído aéreo (conversações, TV, música, etc.).
 Sistema
Os sistemas de vedações verticais internas estão compostos pelos seguintes elementos:
 Elemento base:
1. Parede: Diversas morfologias:
 Massivos: Alvenaria (bloco de concreto, cerâmico ou de gesso), concreto pré-moldado
ou moldado “in loco”. Seu desempenho de isolamento ao ruído aéreo (Dnt,w) depende
fundamentalmente da sua densidade superficial para paredes simples.
 Leves: Sistemas drywall. Seu desempenho de isolamento ao ruído aéreo depende de
sua composição (número de placas, perfis, banda acústica perimétrica), espessura da
cavidade e presença de material absorvente na cavidade.
Elementos opcionais:
1. Revestimentos: De gesso, argamassa ou cerâmicos aplicados sobre as paredes.
 Requisitos:
A NBR 15575-4 estabelece os limites mínimos de isolamento acústico ao ruído aéreo (Tabela
18 Item 12.3.2.2.), assim como define níveis de desempenho informativos, Intermediário (I) e
Superior (S) que proporcionam um maior conforto (Anexo F.6.1.2).

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 Transmissão de ruído aéreo


A transmissão de ruído aéreo entre duas unidades habitacionais separadas por uma parede ocorre
através da própria parede (1 via de transmissão direta) e dos elementos laterais, como paredes,
fachadas ou pisos (12 vias de transmissão indireta). Essas transmissões dependem das propriedades
das soluções construtivas, uniões entre elas e da geometria dos recintos.

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7.4 - SISTEMAS DE VEDAÇÕES VERTICAIS EXTERNAS | FACHADAS

Os requisitos de isolamento acústico deste tópico são relativos à:


 ABNT NBR 15575-4:2013 Edificações habitacionais – Desempenho Parte 4: Requisitos para
os sistemas de vedações verticais internas e externas SVVIE.

Os sistemas de vedação vertical externa (fachadas) que separam dormitórios do exterior devem
garantir um desempenho adequado de isolamento acústico ao ruído aéreo (tráfego, aviões, trens,
etc.). O desempenho mínimo adequado é exigido em função do ruído exterior existente no entorno
do empreendimento.
 Sistema
Os sistemas de vedações verticais externas estão geralmente compostos pelos seguintes elementos:
1. Parede: Diversas morfologias.
2. Esquadrias: É o ponto mais fraco de isolamento acústico de uma fachada.
 Requisitos
A NBR 15575-4 estabelece os limites normativos de isolamento acústico ao ruído aéreo
(Tabela 17 Item 12.3.1.2.), assim como define níveis de desempenho informativos, Intermediário
(I) e Superior (S) que proporcionam um maior conforto (Anexo E, tabela F.9).

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7.5 - SISTEMAS DE COBERTURAS

Os requisitos de isolamento acústico deste capítulo são relativos à:


 ABNT NBR 15575-5:2013 Edificações habitacionais -
Desempenho Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas

O conjunto de fachada/cobertura das edificações deve garantir um desempenho adequado de


isolamento acústico ao ruído aéreo proveniente do exterior (tráfego, ferrovias, etc.) e, no caso de
ter uma cobertura acessível de uso coletivo, também devem garantir um isolamento acústico ao
impacto (passos, queda de objetos, arrastar de móveis, etc.).

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 Requisitos

8 - COMO ATINGIR O CONFORTO ACÚSTICO?


As características do ambiente construído – interior e exterior – são responsáveis pela qualidade
acústica do espaço resultante. De fatores como forma, dimensão, volumetria, revestimento e
material de vedação depende o som percebido pelo receptor. O tratamento acústico de um
ambiente deve conciliar o isolamento quanto aos ruídos externos com a inteligibilidade para os sons
desejados.

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Para isso é necessário que o ambiente não apresente acidentes acústicos (ecos, focos) e que o ruído
de fundo e o Tempo de Reverberação sejam adequados às atividades a que o espaço se destina.
Para tanto, primeiramente, é necessário que se levantem os dados acústicos (níveis de ruído e
tempos de reverberação) e os dados do sistema construtivo da edificação ou projeto em estudo,
para posterior análise e elaboração dos projetos de isolamento e condicionamento acústico.
As necessidades podem estar divididas em duas modalidades básicas:
• Condicionamento acústico: adequar a acústica interna ao tipo de atividade realizada (cultos,
musicais, palestras, etc.);
• Isolamento acústico: adequar os níveis sonoros emitidos ou imitidos do meio ambiente, conforme
Normas e leis de cada município.
O projeto de condicionamento acústico contempla quatro parâmetros acústicos básicos, sendo
estes:
• Tempo de Reverberação
• Acústica Geométrica
• Inteligibilidade da Palavra
• Ruído de Fundo
O isolamento acústico consiste em dificultar a transmissão sonora. Um bom isolante deve ser rígido,
compacto, pesado. A capacidade que um elemento de vedação (parede, divisória, esquadria, ...)
tem de se opor à transmissão do ruído depende de seu Índice de Redução Sonora.
Além desses passos, deve-se checar prioridades em demais áreas de conforto (higrotérmico,
lumínico, qualidade do ar, ...) que possam interferir no comportamento acústico esperado e
administrá-las em conjunto.
A tabela abaixo já nos ajudar a seguir por um caminho:

(Simões, 2011)

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Um dos primeiros passos é identificar e localizar possíveis fontes e possíveis receptores,


estabelecendo relações desejáveis e indesejáveis.
A fonte sonora é o elemento responsável pela emissão do som e pode ser classificada como:
 Desejável, indiferente ou incômoda: de acordo com o desejo e posição do receptor;
 Fixas (indústrias, canteiros de obra e boates) ou móveis (veículos);
 Direcional (o som emitido é mais intenso em uma determinada direção) ou omnidirecional
(o som emitido se distribui uniformemente em todas as direções);
 Pontual, linear ou de superfície: dependendo da distância fonte/ receptor e da escala do
problema analisado.
o Pontual: as dimensões da fonte são insignificantes em relação à sua distância ao
receptor. Exemplos: um veículo – isoladamente; uma fábrica, no contexto da cidade;
o Linear: uma de suas dimensões é significativa em relação à distância fonte/ receptor.
Exemplo, uma via de tráfego de veículos;
o De superfície: quando as ambas as dimensões são significativas. Exemplo: uma fábrica,
no contexto da quadra.

(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

Dito isso, trago, abaixo, os mecanismos mais significativos da atenuação sonora ao ar livre segundo
Sylvio Bistafa.

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8.1 – INFLUÊNCIAS NA PROPAGAÇÃO DO SOM AO AR LIVRE

8.1.1 - Vento
Vamos falar um pouco sobre a influência das características climáticas do ambiente às quais o som
está sujeito quando se fala na sua propagação ao ar livre.
O vento tem influência marcante na propagação e determinação da área de alcance sonoro e,
secundariamente, a temperatura.
Quando o vento está na mesma direção do som, a velocidade do som fica acrescida da velocidade
do vento.

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(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

8.1.2 - Temperatura

A velocidade do som é maior no ar quente. Como a frequência do som não se altera, o comprimento
de onda λ aumenta. A frente de onda se inclina e altera a direção de propagação.

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Segundo Léa et. Al, o gradiente de temperatura do ar pode apresentar-se sob duas condições:
positivo e negativo. O gradiente negativo, mais comum durante o dia, é aquele para o qual o ar se
mostra mais aquecido nas regiões mais próximas ao solo, apresentando menores temperaturas à
medida que aumenta a altitude. Essa situação pode causar deflexão do som para a região superior,
de forma a criar sombras acústicas próximas ao solo. Para o gradiente positivo, o oposto se verifica,
tendendo a intensificar o som próximo ao solo. Isso ocorre porque quanto maior a temperatura,
maior a velocidade de propagação da onda no ar.

8.1.3 – Perfil do solo e seu revestimento


O perfil do solo e seu revestimento também influenciam na propagação do som no ar. Um solo
revestido com grama ou elementos vegetais tenderá a atenuar mais o som refletido do que a
pavimentação impermeável.

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(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

8.1.4 - Entorno

Da mesma maneira que a conformação topográfica, as edificações do entorno interferem no campo


acústico do local, gerando sombras acústicas ou intensificando o som.
Corredor de fachadas paralelas propiciam o desenvolvimento de inúmeras reflexões, enquanto
descontinuidade de fachadas, permitindo espaçamento entre elas, possibilita menor concentração
dos raios refletidos.

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8.1.5 - Barreiras acústicas

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==1a111b==

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A eficiência de uma barreira acústica depende da:


(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

• Frequência dos sons – são eficazes para os sons de alta frequência, porque estes tendem
a se refletir, enquanto para os sons de baixa frequência a tendência é que ocorra difração
no topo da barreira acústica, diminuindo sua eficiência;
• Proximidade desta em relação à fonte ou ao receptor – quanto mais próxima da fonte
ou do receptor, melhor será o desempenho acústico;
• Altura do elemento utilizado – quanto mais alta a região existente entre a projeção do
raio sonoro direto incidido sobre o receptor e o topo do elemento de barreira, maior sua
eficiência;
• Massa da estrutura – elementos mais sólidos, com menor capacidade de vibração, são
mais eficazes. Quanto maior a espessura de uma barreira, menor sua capacidade de
vibração;
• Estanqueidade – como os sons de baixa frequência propagam-se facilmente por
pequenas aberturas, a barreira acústica deve ser estanque para evitar esse tipo de
propagação;
• Consideração de aspectos subjetivos – o acesso visual à fonte sonora, apesar de difícil
comprovação numérica, parece influenciar na percepção do ruído. A eliminação de
barreiras que numericamente não são eficientes aumenta a percepção do incômodo
sonoro por parte do ouvinte. Este é o caso da utilização de vegetação como elemento de
barreira acústica, pois, a não ser que se constitua de extensa massa vegetativa, a
vegetação, apesar de diminuir a reflexão sonora que retorna à fonte, não é uma barreira
eficiente;

Segundo Régio Carvalho, as barreiras acústicas são anteparos posicionados entre a fonte produtora
do ruído e a recepção, e são muito utilizadas em escritórios, autoestradas, cabeceiras de pistas de
decolagem de aviões à jato, em vários tipos de atenuadores de ruídos, etc. Sua massa deve ser
considerada de acordo com a necessidade de isolamento e, para seu dimensionamento, aplica-se o
princípio da difração.

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8.2 – PROCEDIMENTOS PARA CONTROLAR O RUÍDO

Achei essa publicação “Sistemas de Controle das Condições Ambientais de Conforto”, do Ministério
da Saúde, de grande valia para nosso estudo. A mesma trata sobre estabelecimentos de saúde,
porém isso não fará diferença para nós e vou sintetizá-la abaixo no que tange ao conforto acústico.
Segue link para baixar a publicação, para quem quiser e puder se aprofundar: (Oliveira & Ribas, 1995)
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/conforto.pdf

Contra o ruído exterior, o arquiteto dispõe dos seguintes meios de proteção:


 distância;
 não utilização de zonas de som dirigido;
 utilização de barreiras contra os ruídos;
 posicionamento das aberturas e utilização de materiais isolantes.
Para os ruídos gerados dentro do edifício os mesmos autores listam as seguintes medidas
a serem consideradas:
 redução na fonte do ruído;
 isolamento da fonte através de barreira absorvente;
 zoneamento das atividades,
 redução dos ruídos produzidos por impacto;
 utilização de superfícies absorventes;
 utilização de construções herméticas com isolamento acústico;
 redução da transmissão sônica pelas estruturas mediante descontinuidades.
Medidas consideradas uma a uma:
a) distância: edificações situadas em interstícios urbanos estão mais sujeitas ao ruído,
sobretudo se próximas a vias de tráfego intenso. Nesse caso, o edifício deve situar-se o
mais distante possível dessa fonte sonora. A duplicação da distância reduz o nível de ruído
em 6 dB.

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b) não utilização de zonas de ruído dirigido: as paradas de ônibus e/ou semáforos


constituem locais pontuais geradores de ruídos. Caso a área do estabelecimento de saúde
(ES) esteja situada próxima a estes locais, esses deverão ser remanejados ou o edifício
localizar-se o mais distante possível deles. A diferença desse exemplo com o do item
anterior (via de tráfego intenso como fonte sonora) reside no fato de ser mais fácil
remanejar mobiliários urbanos do que todo um sistema de circulações de veículos.

c) utilização de barreiras como telas de proteção contra o ruído: os croquis seguintes


ilustram o efeito das telas de proteção produzido por determinadas barreiras.

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• As três trajetórias acima apresentam o mesmo grau de difração do som;


• A melhor posição da barreira é a mais próxima da fonte;
• Pior posição: ser equidistante da fonte ou do receptor.
O próprio layout do edifício pode propiciar barreiras a fontes de ruído externo. Zonas
menos sensíveis ao ruído podem ser utilizadas como barreiras entre fontes externas e as
zonas sensíveis.
d) posicionamento das aberturas: deverão estar voltadas para locais menos ruidosos. As
aberturas normalmente são os pontos mais frágeis à penetração do ruído.
e) isolamento sonoro para o edifício: a utilização de materiais isolantes acústicos, pelo
custo que acarretam (ou mesmo por gerarem condições de desconforto térmico em
alguns casos)não devem ter prioridade sobre os sistemas de controle mais passivos, como
os apresentados anteriormente. Para o caso de uma necessária utilização de materiais
como isolantes acústicos, deve-se consultar relação de materiais utilizados em paredes,
janelas, portas e entrepisos com os respectivos níveis de redução da intensidade dos
ruídos (em dB).
f) redução da fonte do ruído: os ruídos produzidos por alguns equipamentos
(compressores, motores, geradores) podem ser reduzidos através do amortecimento de
suas vibrações mecânicas. São utilizados para tal fim os seguintes materiais: tecidos,
feltros, linóleos, lã de vidro, placas, de eucatex, isopor, poliestireno, neoprene etc.
De Carvalho (1967) extraiu-se o exemplo, ilustrado a seguir, onde através da utilização de placas
isolantes foi observada uma redução de vibração no compressor da ordem de 90%:

8.3 – MATERIAIS E SISTEMAS

8.3.1 - Materiais e sistemas isolantes acústicos

Como já vimos, os ruídos em um ambiente interno podem ser decorrentes de atividades externas
ou de atividades internas à edificação. Sendo ruído de fundo, os gerados no próprio ambiente e o
ruído ambiente, os gerados por atividades externas ao ambiente considerado. Para ambientes mais

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comuns, isolar é reduzir a intensidade sonora transmitida para dentro dos ambientes, sem que isso
represente a extinção total do ruído.
Segundo Régio Carvalho, isolar acusticamente um recinto fechado consiste em bloquear os ruídos
externos a patamares compatíveis com a atividade desenvolvida no seu interior.
A variação da pressão acústica de um determinado ambiente induz os anteparos/superfícies nas
imediações a vibrarem. É esse processo vibratório que gera, do outro lado da superfície, uma fonte
sonora secundária.
Quanto maior a massa da superfície, menor a probabilidade de ela vibrar e, consequentemente, de
transmitir. (lei de massa)
A lei de massa se adequa mais às frequências mais altas de ondas. Pois, para interromper uma onda
sonora de baixa frequência (comprimento de onda muito grande), precisar-se-ia de um aumento de
massa muito grande.
Por isso, o efeito massa/mola/massa é de grande valia.

Percebe-se, pela figura acima, que ao gerarmos espaços vazios ou preenchidos com material
absorvente acústico, melhoramos muito o desempenho, sem termos que aumentar a massa da
estrutura, otimizando o peso da mesma. Dois aspectos relevantes:
 Quanto maior a massa da mola, maior a capacidade de isolamento acústico do sistema.
 Quanto maior o afastamento entre as placas externas, melhor o isolamento acústico às
baixas frequências.

8.3.2 - Materiais e sistemas absorventes acústicos


A absorção acústica consiste em atenuarmos os efeitos dos sons em ambientes. Os materiais duros,
refletem muito e absorvem pouco, e os macios, absorvem mais que refletem.
Com a aplicação de materiais absorventes, podemos controlar o tempo de reverberação do
ambiente, como já foi visto.

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Bons absorventes acústicos são necessariamente materiais macios, porosos ou fibrosos, que têm
capacidade de absorver sons que neles incidem:

Os materiais absorventes têm seu desempenho conforme a frequência do som, sendo, de forma
geral, melhores absorventes às altas frequências.
O comportamento acústico dos materiais também varia em função da sua aplicação, como,
diretamente sobre superfície rígida ou elástica, afastados de superfícies, afastamento entre apoios,
etc.

8.4 - GEOMETRIA INTERNA DOS RECINTOS

São essenciais para o condicionamento acústico adequado do recinto. Em conjunto com a aplicação
de materiais absorventes, adequam o tempo de reverberação do ambiente, contribuem para a
inteligibilidade da palavra e distribuição uniforme do som.
Aspectos importantes a serem considerados:
 Superfícies muito próximas e paralelas podem gerar eco palpitante.
 Distância muito grandes entre as paredes podem ocasionar ecos.
 Afastamentos muito grandes entre o palco e as últimas fileiras prejudicam a audibilidade.
 Diferenças de percursos dos sons diretos e os refletidos, superiores a 17m, comprometem a
boa audibilidade.
 O volume deve ser adequado à atividade. Volumes impróprios às destinações dos ambientes
dificultam a correção do tempo de reverberação, requerendo o uso substancial de materiais
absorventes e/ou refletores, elevando dessa forma o custo final do investimento; deve-se
buscar uma relação coerente do volume per capita em função da destinação do recinto:

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Carvalho, Regio Paniago. Acústica Arquitetônica (Página 99).. Edição do Kindle.

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9 – RESOLUÇÃO DE QUESTÕES

(FGV – ALERJ/RJ - 2016)


No projeto de um auditório destinado a múltiplos usos, tendo como fonte sonora tanto a
palavra falada como a música, o arquiteto, para alcançar a qualidade acústica no ambiente,
independentemente do custo, deve optar por superfícies:
(A) móveis;
(B) convexas;
(C) paralelas;
(D) fixas;
(E) côncavas.

Comentários
Guia Procel Edifica – Acústica Arquitetônica:
É praticamente impossível propor um espaço que atenda a todos os usos (palestras, teatro, música,
etc.).
Para um projeto de auditório de uso múltiplo, a flexibilidade do espaço é um grande definidor do
projeto inicial.
Em espaços multiusos, onde apresentações artísticas de diversos tipos acontecem, deve-se prever
algum sistema que permita variar o tempo de reverberação, com o fim de obter o melhor
desempenho acústico do local para cada atividade.

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No exemplo da figura 14, a flexibilidade acústica é atingida utilizando-se triffusor


(www.rpginc.com), um prisma giratório de base triangular, módulos de 1,20 x 0,60 m, composto de
três faces diferentes, uma com absorção, outra refletiva e outra com o difusor de resíduo quadrático
(QRD). Este mecanismo, controlado por controle remoto, permite a variação contínua do tempo de
reverberação da sala, adaptando o seu comportamento acústico a cada função musical.
Ao estudo das reflexões do som no ambiente chamamos de Acústica Geométrica. O ângulo de
reflexão do raio sonoro é sempre igual ao ângulo de incidência, em relação à tangente no ponto
dado.
Na figura 15, observa-se a dispersão do som produzida por uma superfície convexa e a concentração
produzida por uma superfície côncava, comparadas com as reflexões produzidas por uma superfície
plana e lisa.

Vamos ao livro “Bê-á-bá da acústica arquitetônica”


(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

Em geral, os requisitos necessários para que o bom desempenho acústico de uma sala
ocorra correspondem a: boa inteligibilidade do som, ausência de interferência de ruídos
externos sobre o som de interesse, distribuição sonora uniforme, difusão sonora e tempo
de reverberação adequado. Para casos em que a fonte sonora de interesse é de potência
limitada em relação ao volume da sala, como no caso de auditórios e teatros com grandes
audiências, o reforço sonoro por meio de equipamentos de amplificação também
corresponde a um requisito indispensável.
Enquanto salas destinadas a auditórios, conferências, aulas ou peças teatrais têm como
fonte sonora a palavra falada, para salas de concerto, orquestras e óperas, a fonte sonora
é a música. Essas fontes diferenciam-se pela potência, frequência e intensidade,
determinando diferentes prioridades e níveis para os requisitos citados. Enquanto para a
palavra falada a propagação e o decaimento sonoros são importantes, para a música, o
crescimento e a sequência das reflexões sonoras também são essenciais.
(...)
Muitas vezes, no entanto, o espaço é destinado a múltiplos usos, tendo como fontes tanto
a palavra falada como a música. Caberá ao arquiteto estabelecer a melhor forma de
abordagem para o problema, uma vez que as fontes exigem do espaço características
diferentes entre si. Para esse tipo de problema, a previsão de superfícies móveis, de forma
que possam ser alterados o volume, a planta e os materiais do ambiente, representa uma

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solução, porém de custo elevado. Outra alternativa é estabelecer a atividade prioritária


e favorece-la em detrimento da outra. Uma terceira alternativa é compatibilizar as
atividades por meio de uma solução intermediária, ou seja, satisfazer os critérios que são
comuns, porém estando ciente de que existirão aspectos acústicos que não serão
contemplados para nenhuma das atividades.

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Gabarito: alternativa A

(FGV – TJ/BA - 2014)


No campo da acústica, a forma dos ambientes deve evitar o desenvolvimento de erros
acústicos, como ecos, ondas estacionárias e ponto de intensidade sonora insuficiente. Um dos
cuidados que deve ser tomado pelo arquiteto no projeto das superfícies internas de um
auditório é:
(A) utilizar, abundantemente, superfícies côncavas, porque promovem a distribuição uniforme
dos sons;
(B) empregar arestas, que formam ângulos agudos ou retos, que evitam reflexões sonoras;
(C) aplicar materiais de baixa absorção sobre as superfícies refletoras, para atenuar a energia
sonora, evitando-se o eco;
(D) utilizar elementos difusores em paredes paralelas que compõem o ambiente, para não
gerar ondas estacionárias;
(E) optar por plantas de seção quadrada, porque são melhores que as plantas mais alongadas,
no tocante à direcionalidade da fonte.

Comentários
(A) As superfícies côncavas promovem a focalização dos sons e as convexas, a dispersão. As
focalizações se produzem quando o som refletido se concentra numa região, provocando
uma excessiva energia sonora no local. A causa principal é a existência de superfícies
côncavas: cúpulas parabólicas ou circulares, plantas elípticas, etc.

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G.R. Vilarroig, J.M. Marzo Diez Tectónica, vol. 14: Acústica (ATC ediciones, Madrid, 1995)

(B) Errada. Arestas que formam ângulos agudos ou retos não evitam as reflexões sonoras.
A reflexão do som pode dar origem ao reforço, à reverberação ou ao eco, dependendo
do intervalo de tempo entre a percepção do som direto e do refletido.
Neste exemplo, figura 17, pode-se observar a localização da fonte e do receptor, o raio
direto e as diversas reflexões nas superfícies da sala.
As reflexões chamadas curtas, que chegam à orelha dentro do intervalo de 50
milissegundos, são as que contribuem para uma melhor compreensão das palavras e são
as que devem ser buscadas no projeto arquitetônico. Normalmente, as reflexões laterais
são as mais adequadas.
Para música, dependendo do autor e do tipo de composição, aumenta-se esse limite para
80 ou 100 ms.

(Simões, 2011)
(C) Errada. A adição de materiais com maior absorção acústica nas frequências necessárias
contribui para baixar o tempo de reverberação a níveis ótimos. Ou seja, ajudam a evitar
o eco, já que haverá uma porção absorvida maior e, consequentemente uma porção
refletiva menor.

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Eco é o som secundário, gerado por reflexão, que chega ao ouvido do receptor com um
atraso de 1/15 segundos em relação ao som direto. Considerando uma temperatura de
22° C, este percurso corresponde a, aproximadamente, 22 metros. Os ecos podem ser
evitados pelo uso de materiais absorventes ou pela colocação de anteparos
intermediários quando a distância entre a fonte e a superfície refletora for superior a 11
metros.

(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

Para que haja eco duas condições devem ser cumpridas:


1- A reflexão deve ser forte, isto é, deve refletir em superfícies com baixos coeficientes
de absorção sonora;
2- A reflexão deve ser atrasada em mais de 50 milissegundos em relação ao raio direto.
Para facilitar esta verificação podemos transformar os 50 milissegundos em distância: se
o percurso do raio refletido menos o percurso do raio direto for igual ou maior que 17
metros, teremos eco.

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Na figura 19 estão indicadas as reflexões do som na parede dos fundos de um auditório e


qual o procedimento para a eliminação do eco nas primeiras filas e obtenção de melhor
audibilidade nas últimas filas.
(a) A parede vertical e o forro refletem o som de volta para a fonte, criando o eco nas
primeiras filas;
(b) Uma pequena inclinação da parede dos fundos torna a reflexão inofensiva;

(Simões, 2011)

(D) Certa. A existência de paralelismo entre as paredes opostas pode acarretar o surgimento
de ondas estacionárias, diminuindo o desempenho acústico interno. Lembrando que
ondas estacionárias são resultantes da superposição de duas ondas de mesma
frequência, comprimento de onda e mesma amplitude, que se propagam ao longo de
uma direção, mas de sentidos opostos, gerando, no seu encontro, amplitude zero.
A difusão ou reflexão difusa consiste na reflexão em uma superfície irregular, fazendo
com que as ondas sonoras se espalhem em diversas direções, promovendo uma
distribuição mais uniforme da pressão sonora e um ganho no conforto acústico. Embora
haja fórmulas para cálculos precisos, de forma geral, um elemento arquitetônico (viga,
balcão, pilar) será mais eficiente para provocar a difusão se sua largura for igual ao
comprimento da onda sonora e a profundidade das irregularidades de sua superfície igual
à sétima parte desse comprimento.
(E) Errada. A maioria das fontes sonoras caracteriza-se por apresentar direcionalidade.
Tomando-se como exemplo a voz humana, enquanto as médias e baixas frequências
distribuem-se mais uniformemente, com ângulos mais abertos em relação à fonte, as
altas tendem a se concentrar no eixo longitudinal da fonte.
Em ambientes com fonte sonora de interesse (auditórios, por exemplo), os melhores
lugares para a recepção do som direto são aqueles localizados próximos ao eixo
longitudinal.

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Logo, podemos concluir que as plantas quadradas não são adequadas.

(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

As formas de auditórios e teatros mais indicadas na composição de suas plantas baixas


são as trapezoidais alongadas ou as retangulares construídas segundo a proporção áurea
(1,618). A forma trapezoidal ou em leque como é chamada, promove uma boa
audibilidade e visibilidade, já que reduz as distâncias ao ouvinte, promove melhor
visibilidade e evita problemas decorrentes do eco palpitante gerado por superfícies
paralelas muito próximas. Outro problema advindo de plantas retangulares é o
acontecimento de ecos, que resultam de grandes distâncias ou superfícies paralelas
muito próximas. (FAURO & ROCHA)

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Vamos ao livro “Bê-á-bá da acústica arquitetônica”


(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

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Gabarito: alternativa D

(FGV – TJ/RO - 2015)


A composição de paredes duplas pode se apresentar como solução mais apropriada para fins
de conforto acústico. Sobre o tema, analise as afirmativas a seguir:

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I. Quanto maior o espaço de ar entre elas, maior o isolamento acústico, podendo melhorar um
pouco a faixa de abrangência das baixas frequências.
II. Para que uma parede dupla ofereça o isolamento apropriado, é necessário que suas paredes
estejam o mais acopladas possível entre si.
III. O uso de elementos estruturais inflexíveis para amarração entre as paredes duplas tendem
a aumentar a eficiência do isolamento acústico dessas paredes.
Está correto o que se afirma em:
(A) somente I;
(B) somente II;
(C) somente III;
(D) somente I e III;
(E) I, II e III.

Comentários
I. Correta
II. Incorreta

(Simões, 2011)

III. Incorreta. Seria o uso de elementos estruturais flexíveis. A rigidez pode gerar pontes
acústicas.
Vamos ao livro “Bê-á-bá da acústica arquitetônica”
(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

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A importância da massa do material, no entanto, varia com a frequência sonora. Para


sons de baixa frequência, o aumento da massa é menos eficiente do que para sons de
alta frequência. Portanto, os sons de baixa frequência são mais difíceis de serem isolados
do que os de alta frequência.

Algumas vezes, a solução mais apropriada pode ser a composição de paredes duplas. Em
geral, quanto maior o espaço de ar entre elas, maior o isolamento sonoro, podendo
melhorar um pouco a faixa de abrangência do isolamento das baixas frequências. Para
as médias e altas frequências, o isolamento é maior.
Para que uma parede dupla ofereça o isolamento apropriado, é necessário que suas
partes estejam o mais isoladas possível entre si. Elementos estruturais para amarração
entre as paredes duplas tendem a diminuir a eficiência do isolamento acústico dessas
paredes, e quanto mais inflexíveis ou rígidos esses elementos, menor é a atenuação do
ruído. De preferência, os dois panos da parede não devem ser solidários. Na tabela 7 são
mostradas várias soluções construtivas e seus respectivos isolamentos sonoros.

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Gabarito: alternativa A

(FGV – SUSAM/AM - 2014)


As barreiras acústicas são elementos arquitetônicos que promovem a queda de intensidade
sonora. Com relação à eficiência de uma barreira acústica, assinale a opção correta.
(A) Quanto mais afastada da fonte ou do receptor, melhor será o desempenho acústico.
(B) Quanto maior a espessura da barreira, maior sua capacidade de vibração.
(C) Quanto mais alta a região existente entre a projeção do raio sonoro direto incidido sobre
o receptor e o topo da barreira, maior sua eficiência.
(D) A incidência do vento sobre a barreira acústica pode aumentar sua eficiência pela
penetração do som na região de sombra acústica.
(E) Para sons de baixa frequência a tendência é que ocorra difração no topo da barreira
acústica, aumentando sua eficiência.

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Comentários
(A) Errada. A melhor posição da barreira é a mais próxima da fonte.

 As três trajetórias acima apresentam o mesmo grau de difração do som;


 A melhor posição da barreira é a mais próxima da fonte;
 Pior posição: ser equidistante da fonte ou do receptor.
(B) Errada. Quanto menor a espessura da barreira, maior sua capacidade de vibração, pois oferece
menos resistência. Para aumentar o isolamento acústico da parede deve-se aumentar a sua
massa, aplicando a Lei de massa para calcular seu desempenho; ou deve-se criar outra parede,
transformando-a em parede dupla (executar a outra parede, deixando uma câmara de ar entre
elas), e nesse caso aplicando a Lei de massa-mola-massa para calcular seu desempenho.
(C) Correta.
(D) A incidência do vento sobre a barreira acústica pode diminuir sua eficiência pela penetração do
som na região de sombra acústica.
(E) Para sons de baixa frequência a tendência é que ocorra difração no topo da barreira acústica,
diminuindo sua eficiência.
As barreiras acústicas são mais eficazes para os sons de alta frequência, visto que esses tendem
a refletir, por possuírem comprimento de onda menor e, portanto, mais fáceis de serem
“barrados”.
A barreira acústica deve ser maior que o comprimento de onda.

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(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

Vamos ao livro “Bê-á-bá da acústica arquitetônica”


(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

A eficiência de uma barreira acústica depende da:


 Frequência dos sons – são eficazes para os sons de alta frequência, porque estes
tendem a se refletir, enquanto para os sons de baixa frequência a tendência é que
ocorra difração no topo da barreira acústica, diminuindo sua eficiência;

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 Proximidade desta em relação à fonte ou ao receptor – quanto mais próxima da


fonte ou do receptor, melhor será o desempenho acústico;
 Altura do elemento utilizado – quanto mais alta a região existente entre a projeção
do raio sonoro direto incidido sobre o receptor e o topo do elemento de barreira,
maior sua eficiência;

 Massa da estrutura – elementos mais sólidos, com menor capacidade de vibração,


são mais eficazes. Quanto maior a espessura de uma barreira, menor sua
capacidade de vibração;
 Estanqueidade – como os sons de baixa frequência propagam-se facilmente por
pequenas aberturas, a barreira acústica deve ser estanque para evitar esse tipo de
propagação;
 Consideração de aspectos subjetivos – o acesso visual à fonte sonora, apesar de
difícil comprovação numérica, parece influenciar na percepção do ruído. A
eliminação de barreiras que numericamente não são eficientes aumenta a
percepção do incômodo sonoro por parte do ouvinte. Este é o caso da utilização
de vegetação como elemento de barreira acústica, pois, a não ser que se constitua
de extensa massa vegetativa, a vegetação, apesar de diminuir a reflexão sonora
que retorna à fonte, não é uma barreira eficiente;

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 Movimentação do ar – a incidência do vento sobre a barreira acústica pode reduzir


sua eficiência pela penetração do som na região de sombra acústica.

Gabarito: alternativa C

(FGV – CÂMARA MUNICIPAL/PE - 2014)


Considerando o objetivo de propiciar qualidade acústica no projeto de um auditório, analise
os procedimentos a seguir.
I. forma convexa na cobertura, a fim de garantir a difusão dos raios por todo o ambiente;
II. espelhos acústicos difusores com acentuada curvatura, para evitar que a perda de energia
seja muito acentuada;

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III. superfícies côncavas, para evitar o efeito de eco, promovendo a concentração de reflexões
em diferentes pontos.
O arquiteto deverá empregar o(s) seguinte(s) procedimento(s):
(A) somente I;
(B) somente II;
(C) somente III;
(D) somente II e III;
(E) I, II e III.

Comentários
I. Correta.

II. Errada. Espelhos acústicos difusores sem acentuada curvatura, para evitar que a perda de
energia seja muito acentuada.
Os espelhos acústicos difusores, normalmente, são formados por várias superfícies planas,
orientadas para direcionar as reflexões para a plateia. A difusão ou reflexão difusa consiste na
reflexão em uma superfície irregular, sendo a direção da dispersão das ondas refletidas
independente do ângulo de incidência.
A denominação “Concha Acústica” induz a erros de interpretação, pois as conchas que
encontramos na natureza são superfícies côncavas.
Nos espaços ao ar livre, a distância da fonte aos ouvintes mais afastados, e a consequente perda
de intensidade, são os principais problemas que devemos ter em conta nos estudos acústicos.
Nestes casos a única opção para reforçar o som direto é dotar o palco com concha acústica ou
refletores acústicos.
Na figura, a seguir, é apresentada a concha acústica do Auditório Araújo Vianna, em Porto
Alegre - RS, que conforme se pode observar, constitui-se de vários planos.

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III. Errada. As superfícies côncavas focalizam as reflexões fazendo com que se concentrem em uma
região, e não, em diferentes pontos.

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No exemplo acima, temos concentrações sonoras numa sala hemisférica com teto refletivo. As
focalizações se produzem quando o som refletido se concentra numa região, provocando uma
excessiva energia sonora no local. A causa principal é a existência de superfícies côncavas: cúpulas
parabólicas ou circulares, plantas elípticas, etc.
Essa configuração também pode ocasionar o eco, pois o raio refletido pode chegar bem depois do
raio direto.
Em uma área de esportes na qual a cobertura seja em forma de um domo (abóbada), o ponto focal
do espelho acústico pode ser o centro do campo, fazendo com que os jogadores, técnicos e árbitros,
por exemplo, não consigam se comunicar.

Vamos ao livro “Bê-á-bá da acústica arquitetônica”


(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

Superfícies côncavas também podem causar o efeito de eco, uma vez que promovem a
concentração de reflexões num mesmo ponto. Por esse motivo, quando projetadas para
um ambiente, estas devem ser devidamente analisadas para que não se tornem
prejudiciais à função acústica do espaço. Normalmente, desde que a área de recepção
sonora esteja afastada da região de focalização dos raios, o eco não é percebido. Desde
que nem a fonte nem o receptor estejam dentro da projeção do círculo que contém a
superfície côncava, a reflexão dessa superfície é acusticamente aceitável e pode agir
como dispersora do som.
Analogamente, enquanto os raios sonoros tendem a se concentrar ao serem refletidos
por uma superfície côncava, as superfícies convexas tendem a difundi-los. A difusão
corresponde ao espalhamento dos raios sonoros, de forma que a área de abrangência
dos raios refletidos é maior que aquela promovida por uma superfície plana. Para uma
onda sonora de mesma intensidade, essa maior abrangência dos refletores convexos, em
contrapartida, resulta em uma onda sonora refletida de menor intensidade que aquela
promovida por um refletor plano, porque a área de distribuição da energia sonora torna-
se maior. Trata-se também de valioso instrumento para o arquiteto, uma vez que é
possível projetar espelhos acústicos difusores, porém sua curvatura nunca deve ser
exagerada, para que a perda de energia não seja muito acentuada.

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Forma convexa utilizada por Oscar Niemeyer na Catedral de N. S. Aparecida em Brasília.

Gabarito: alternativa A

(FGV – ALMT/MT - 2013)


Quando explorada arquitetonicamente, por meio de formas e emprego adequado de recursos
acústicos, a reflexão do som se torna excelente instrumento para permitir o reforço e a
distribuição sonora, garantindo a intensidade e a homogeneidade do som no ambiente. Com
relação às propriedades sonoras, assinale a afirmativa correta.
(A) A queda da intensidade sonora ocorre apenas em decorrência da distância,
independentemente do tipo de material utilizado.
(B) Quanto maior é o número de reflexões sofridas por um raio sonoro, maior sua intensidade.

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(C) Diferentemente dos materiais, as pessoas agem como elementos absorvedores do som.
(D) No ambiente vazio, são ouvidas reflexões reduzidas, o que torna o som confuso.
(E) Como o som direto tende a perder sua intensidade, os espelhos acústicos colaboram na
intensificação do nível sonoro.

Comentários
(A) Errada. A queda da intensidade sonora ocorre em decorrência da distância, e do tipo de material
utilizado. Quanto mais absorvente for o material, mais parte do som será absorvido e menos
será refletivo.
(B) Quanto maior é o número de reflexões sofridas por um raio sonoro, menor sua intensidade.
(C) Como os materiais, as pessoas agem como elementos absorvedores do som.
(D) No ambiente vazio, haverá mais reflexões, o que torna o som confuso.
(E) Correta.
Vamos ao livro “Bê-á-bá da acústica arquitetônica”
(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

A reflexão, quando explorada arquitetonicamente, por meio de formas e direcionamento


apropriados de espelhos acústicos, é um excelente instrumento para permitir o reforço e
a distribuição sonora, aumentando a intensidade e a homogeneidade do som no
ambiente. Em auditórios, esse recurso é muito utilizado, pois como o som direto tende a
perder sua intensidade, principalmente para os lugares mais afastados da fonte, os
espelhos acústicos colaboram na intensificação do nível sonoro.

A queda de intensidade sonora não ocorre apenas em decorrência da distância, mas


também em função da absorção sonora dos materiais. Ao incidir sobre uma superfície,
parte da energia sonora é refletida, enquanto outra parte é absorvida pelo material.
Normalmente, quanto mais poroso o material, maior a absorção. Cada vez que o raio
sonoro sofre uma reflexão, tende a perder energia, em uma porcentagem que varia
conforme o coeficiente de absorção do material da superfície. Portanto, quanto maior é
o número de reflexões sofridas por um raio, menor a sua intensidade.

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Assim como os materiais, as pessoas também agem como elementos absorvedores


sonoros; por isso, no caso de espaços como auditórios, grande parte da absorção sonora
se deve à presença da plateia.
A absorção sonora dos materiais é nitidamente percebida, quando, por exemplo,
distribuem-se móveis em um ambiente. Enquanto com o ambiente vazio podem-se notar
reflexões excessivas, tornando o som confuso, com o ambiente ocupado por móveis essas
reflexões passam a ser absorvidas por eles, facilitando a inteligibilidade sonora.

Gabarito: alternativa E

(FCC – TRF 1ª Região – 2014)


A NBR-10152 fixa as condições exigíveis para a aceitação do ruído num determinado recinto
de uma edificação conforme a finalidade mais característica de utilização do recinto. Analise a
listagem em que se apresentam tipos de recintos, e um intervalo de valores em dB(A).
Auditórios para palestras (sem ocupação) 30-40
Bibliotecas 35-45
Escritórios 45-55
Salas de espera 40-50
O intervalo a que se refere a listagem acima corresponde aos níveis de
(A) pressão sonora interferente.
(B) pressão sonora oscilante.
(C) ruído ambiente de conforto e aceitável.
(D) ruído ambiente adequado e inadequado.
(E) ruído ambiente com picos de energia acústica.

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Comentários
Conforme a nota da tabela 1 da referida Norma, o valor inferior da faixa representa o nível sonoro
para conforto, enquanto que o valor superior significa o nível sonoro aceitável para a finalidade.
Níveis superiores são considerados de desconforto.
Analogamente, a resposta é a alternativa (C).
Vamos à NBR 10152/1987 (cancelada e substituída pela NBR 10152/2017):

Gabarito: alternativa C

(FCC – TRF 1ª Região – 2014)

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O tempo de reverberação do som em um ambiente fechado depende


(A) dos ângulos dos raios incidentes e refletidos em uma mesma superfície independente de
sua natureza.
(B) do volume do recinto, do tipo, forma e número de superfícies e da capacidade de absorção
sonora do ambiente.
(C) do volume do recinto, do índice de mascaramento da fonte sonora e da capacidade de
refração sonora do ambiente.
(D) do pé-direito do recinto, da pressão sonora da fonte emissora e da direção do raio
refletido.
(E) da área do recinto, do nível de pressão sonora da fonte e da velocidade de propagação do
som no ambiente.

Comentários
O tempo de reverberação é o tempo de permanência do som no ambiente, o qual depende do
volume do recinto, do tipo, forma e número de superfícies e da capacidade de absorção sonora do
ambiente.
Guia Procel Edifica – Acústica Arquitetônica

No instante em que a fonte para de emitir, a energia sonora do ambiente começa a


diminuir, absorvida pelos diversos materiais. O tempo que esta energia permanece
audível, a partir do momento em que a fonte para de emitir, chama-se de tempo de
reverberação (TR).
O Tempo de Reverberação de uma sala é o indicador por excelência do seu
comportamento acústico, ao ser o mais expressivo em termos globais. Ele é determinado
pelos coeficientes de absorção sonora dos materiais de revestimento e dos equipamentos
instalados no interior da sala. O ajuste do tempo de reverberação de uma sala dentro do
intervalo de valores, para cada frequência, é condição indispensável para se conseguir
uma boa acústica da mesma.

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Devido ao fato de que o tempo de reverberação adequado para uma melhor


inteligibilidade das palavras deve ser mais curto, em torno de um segundo, e o tempo de
reverberação para salas de concertos e igrejas deve ser mais longo, para aumentar a
sonoridade, de dois ou mais segundos, espaços projetados para uma função não têm bom
desempenho quando utilizados para usos diferentes do previsto.

Gabarito: alternativa B

(FCC – MP-Maranhão – 2013)


Um escritório aberto ou panorâmico abriga grande número de estações de trabalho, que
podem ser separadas por divisórias (de diferentes alturas e materiais), que oferecem
determinado nível de isolamento acústico. Situações:
1. Divisórias de altura parcial, onde a energia sonora é transmitida através do teto, piso e
paredes de fechamento da área.
2. Divisórias de meia altura, onde a energia sonora é transmitida através da própria divisória,
por cima, por baixo, pelos lados da peça e também pelo teto, piso e paredes de fechamento
da área.
3. Divisórias com altura do piso ao teto, onde a energia sonora é transmitida pelos tetos rígidos
de placas de gesso e luminárias com lentes planas.
Fenômenos:
I. Difração.
II. Reflexão.
III. Difração e reflexão.
IV. Refração.
A correlação entre as situações e seus fenômenos sonoros e suas correções materiais está
correta em

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(A) 2-III − Proteção das superfícies verticais e horizontais com espumas de poliéster de células
abertas ou fibras cerâmicas e de vidro, tecidos e carpetes, atenuará o fenômeno sonoro.
(B) 1-IV − Proteção das paredes com materiais leves, fibrosos ou porosos, aplacará o fenômeno
sonoro.
(C) 3-II − Proteção das paredes e pisos com concreto e chumbo, atenuará o fenômeno sonoro.
(D) 2-I − Proteção das superfícies verticais com espumas de poliéster de células abertas e das
horizontais, com tecidos e carpetes, reverberará o fenômeno sonoro.
(E) 1-IV − Proteção das superfícies verticais e das horizontais com tecidos e carpetes, ecoará o
fenômeno sonoro.

Comentários
1. Se a divisória tem altura parcial e a energia sonora está sendo transmitida pelo teto, piso e
paredes de fechamento da área, o som está sendo transmitido por reflexão através desses
elementos, não havendo som direto. A solução é tratar o teto, piso e paredes com materiais
absorventes.

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(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

2. Nesse segundo caso, além da reflexão, que tratamos na situação 1, temos a transmissão (o
som passa pela divisória) e temos a difração, pois, o som passa por cima, por baixo e pelos
lados da mesma, contornando o obstáculo (divisória), característica da difração. Nesse caso,
além do uso de materiais absorventes, o ideal seria aumentar a superfície da divisória e sua
altura.
3. Nesse caso temos a transmissão, pois o teto rígido de placas de gesso forma uma ponte
acústica, deve-se adotar conexões elásticas.

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(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

Vamos ao Livro Acústica Arquitetônica de Régio Paniago Carvalho

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Gabarito: alternativa A

(CONSULPLAN – P.M.N. Santa Madalena – 2010)


De acordo com a NBR 10152/1987, que fixa os níveis de ruído compatíveis com o conforto
acústico em ambientes diversos, qual dos valores citados NÃO seria recomendável para uma
biblioteca em uma escola?
A) 36
B) 42
C) 47
D) 39
E) 45

Comentários
Biblioteca de escola, conforme a NBR 10152 tem 35 dB(A) como nível sonoro de conforto acústico
e 45 como nível sonoro aceitável. Logo, a resposta é a alternativa (C).
A norma atualizada também tem esse limite de 45.
Vamos à NBR 10152/1987 (cancelada e substituída pela NBR 10152/2017):

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Gabarito: alternativa C

(CONSULPLAN – CEFET –2006)


No tratamento acústico de uma sala de testes de som para cinema adotou-se revestimento
em tapete sobre o piso e paredes com absorção, ante-câmara com absorção e portas especiais.
O cliente pediu um reforço no tratamento acústico, pois no hall de entrada da sala é possível
detectar parte do som emitido quando, na exibição, ocorrem explosões, tiros, roncos de
motores e outros sons de características de baixa freqüência. A correção do problema pode
ser feita colocando-se sobre as paredes:

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A) Chapa perfurada metálica, com lã de vidro.


B) Cortina de veludo.
C) Placas flexíveis de compensado sobre sarrafos, com lã de vidro no espaço interno.
D) Lã de rocha abaixo do tapete.
E) Poliuretano expandido.

Comentários
Primeiro ponto a ser analisado, fonte e receptor estão em um mesmo ambiente ou em ambientes
diferentes?
Nesse caso, fonte e receptor em ambientes diferentes, o fenômeno a ser tratado é o de transmissão
o qual exige o isolamento acústico.
O ruído é aéreo ou estrutural? No caso, em questão, é aéreo, pois se propaga pelo ar. Em geral,
isola-se o ruído aéreo com elementos verticais, tais como paredes, esquadrias e antecâmaras, e o
ruído estrutural com elementos horizontais, como pisos, lajes e forros.
O som é de baixa ou alta frequência? O problema em questão está nos sons de baixa frequência.
Como já foi visto, os sons de baixa frequência (sons graves) são mais difíceis de serem controlados.
Como os sons graves têm mais energia, eles se transmitem com maior facilidade através dos
materiais de construção, sendo necessário o conhecimento do espectro do ruído para dimensionar
adequadamente o isolamento acústico.
Para o controle do isolamento acústico, é utilizada a lei de massa e a lei de massa-mola-massa.
Os materiais absorventes controlam a energia sonora refletida, mas, não influem na parcela
transmitida.

Em contrapartida, como os sons de baixa frequência exigiriam uma massa de parede


excessivamente grande para reter o som, a técnica de controle mais adequada para esse caso é a
Lei Massa-Mola-Massa, a qual só tem um exemplo exemplificado na alternativa (C).

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Guia Procel Edifica – Acústica Arquitetônica

5 DESEMPENHO ACÚSTICO DOS EDIFÍCIOS


O desempenho acústico das edificações depende, basicamente, de dois fenômenos
acústicos, independentes e que devem ser estudados separadamente:
• Absorção sonora: determinante da qualidade acústica interna do local analisado. Fonte
e receptor encontram-se no mesmo ambiente.
• Transmissão sonora: determinante do nível de ruído que se transmite através de
esquadrias, paredes, lajes e forros. Fonte e receptor encontram-se em ambientes
distintos.
Quando o som atinge uma superfície, como uma parede de alvenaria, parte da energia
sonora reflete de volta ao ambiente; parte da energia é retida pela parede, que se
transforma em calor e é dissipado no ambiente; e parte se transmite ao outro lado da
parede.
Para aumentar o isolamento acústico da parede deve-se aumentar a sua massa,
aplicando a Lei de massa para calcular seu desempenho; ou deve-se criar outra parede,
transformando-a em parede dupla (executar a outra parede, deixando uma câmara de
ar entre elas), e nesse caso aplicando a Lei de massa-mola-massa para calcular seu
desempenho.
A instalação de material fonoabsorvente na superfície da parede ajuda a controlar a
parcela de energia refletida para o ambiente, influindo no Condicionamento Acústico
desse ambiente, mas a energia que se transmite (Isolamento) permanece praticamente
a mesma.
(...)
Isolamento Acústico: Quando uma onda sonora transmitida pelo ar incide sobre uma
parede, parte do som é refletida e parte é transmitida à parede. A energia incidente faz
com que a parede entre em vibração, fazendo com que uma parte da energia seja
dissipada como calor, e outra parte seja transmitida como som ao outro lado da parede,
propagando-se pelo ar do outro ambiente.
Para evitar a reverberação excessiva, deve-se fazer uso de materiais absorventes, porosos
e elásticos, que impeçam a reflexão sonora; mas, para evitar a transmissão, é necessário
que se faça uso de materiais com
elevada massa, que dissipem a energia, sem vibrar com ela.
Ruído Aéreo: Ao incidir a onda sonora sobre uma parede, uma parcela b do som é refletida
de volta ao ambiente, uma parte c é retida pelo material da parede, que é a capacidade
de isolamento acústico da parede, e uma parte d se transmite ao outro lado.
A capacidade de isolamento acústico de um material é sempre indicada em dB, por
frequência ou dBA.
Na figura 31, no centro, tem-se como exemplo uma parede com R (índice de isolamento
acústico, em dB) igual a 45 dB. Se o NPS (nível de pressão sonora) for de 80 dB no lado
externo, têm-se um NPS interno de 80 – 45 = 35 dB. Quando o nível externo aumenta para
100 dB, têm-se um NPS interno de 100 – 45 = 55 dB.
Portanto a indicação de isolamento em porcentagem não corresponde à realidade.

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Na figura 31, mais à direita, tem-se outra parede com R igual a 60 dB. Logo, o ruído
interno diminui para 20 dB, com o nível externo de 80 dB.

1. Lei de Massa:
Cada vez que se duplica a massa de uma parede, o isolamento acústico aumenta entre 4
a 5 dB, o que significa um aumento considerável da carga na estrutura das construções.
2. Lei de Massa-Mola-Massa:
“Em sistemas com paredes duplas, a incorporação de um espaço de ar de 15 a 200 mm
fornece um aumento na perda de transmissão de aproximadamente 6 dB acima da soma
aritmética das perdas de transmissão de cada uma das duas paredes.”
“... é recomendado o preenchimento deste espaço com material de absorção acústica
para eliminar as ressonâncias da cavidade.”
“É também recomendado usar paredes com diferentes espessuras e/ou materiais para
evitar a excitação das duas paredes simultaneamente.”

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No gráfico da figura 36 é apresentado o isolamento acústico proporcionado por paredes


de gesso acartonado, sistema massa-mola-massa, em diversas montagens.
A parede com maior eficiência, na figura 36, é composta por estrutura dupla e
independente de montantes metálicos, dois painéis de lã de vidro 50 mm e duas placas
de gesso de 12,5 mm, montadas em cada face da parede. Essa montagem tem densidade
aparente de 40 kg/m², com Índice de Isolamento acústico Rw = 64 dBA, equivalente a
uma parede de concreto com 500kg/m².

A lã de vidro ou lã de rocha na cavidade aumenta o isolamento acústico da parede dupla


porque evita a criação de ondas estacionárias no interior da mesma, de diversas ordens:
n=1, n=2, n=3,...
A resistência ao fluxo de ar da lã mineral, também colabora no aumento do isolamento
acústico, dificultando a passagem do som.

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Mediante a aplicação de uma segunda massa (no caso MDF de 25mm fixado em
montantes metálicos), com lã de vidro na câmara de ar formada entre as duas massas,
mudamos da lei de massa da parede original em alvenaria de tijolos cerâmicos, para a lei
da massa-mola-massa, aumentando o isolamento acústico com o uso do sistema.

Gabarito: alternativa C

(CONSULPLAN – CEFET –2006)


O andar de um prédio de escritórios possuía layout do tipo panorâmico, com divisórias baixas
entre os postos de trabalho. Em função de necessidades de sigilo de informações, salas
fechadas devem ser criadas, ocupando aproximadamente um quarto da área útil de escritórios
do andar. O isolamento acústico entre essas salas e o restante do andar é requisito necessário
ao seu bom funcionamento. No momento, o andar é dotado de forro acústico absorvente, que
serve também para ocultar instalações técnicas que correm junto ao teto de concreto. Nessas
condições, e considerando-se o menor gasto possível na mudança de layout:
A) É suficiente erguer divisórias com bom isolamento acústico até o nível do forro.
B) É suficiente erguer divisórias com bom isolamento acústico e boa absorção acústica até o
nível do forro.
C) É suficiente erguer divisórias com bom isolamento acústico até o nível do teto de concreto.
D) É necessário substituir o forro de todo o andar por um outro forro composto que seja bom
absorvente e com isolamento acústico, erguendo divisórias com boa absorção acústica até o
nível do forro.
E) N.R.A.

Comentários

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A resposta é a letra C, a divisória deve ser erguida até o teto, pois, se for erguida até o forro, o som
será transmitido entre o forro e o teto de concreto.
Gabarito: alternativa C

(CONSULPLAN – P. M. N.S. do Socorro –SE - 2005)


O som pode ser refletido, absorvido, dispersado, difratado ou transmitido para espaços
contíguos, dependendo das propriedades acústicas das superfícies. É correto afirmar:
A) a reverberação está vinculada ao volume e à capacidade de absorção do ambiente com
ênfase na ressonância.
B) em salas de espetáculos pequenas, quando a parede oposta ao palco está a mais de 8 (oito)
metros e revestida com materiais difusores, de superfície irregular, será necessário introduzir
soluções arquitetônicas para não comprometer a qualidade acústica da sala e a inteligibilidade
da audição.
C) o fenômeno acústico que ocorre quando uma onda sonora encontra uma abertura ou
pequenos objetos se propagando de forma esférica entre estes se chama difusão.
D) um som é perfeitamente difuso numa sala com pressão igual em todos os pontos e quando
as ondas sonoras estão se espalhando para todas as direções. A aplicação alternada de
superfície refletora e superfície absorvente é uma maneira de criar a difusão sonora.
E) todas as alternativas estão incorretas.

Comentários
(A) Errada. Com ênfase na reflexão.

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(B) Errada. Não será necessário introduzir soluções arquitetônicas.


(C) Errada. Chama-se Difração.

Simulação em tanque de ondas.

(D) Correta.
(E) Incorreta.
Vamos ao Livro Acústica Arquitetônica de Régio Paniago Carvalho: (Carvalho)

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Gabarito: alternativa D

(CESPE – TL-AL –2012)


Com relação a absorção e isolamento acústico, assinale a opção correta.
A Para um bom isolamento acústico geralmente são utilizados materiais pesados, tais como
concreto, aço, vidro, chumbo, entre outros.

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B Os plásticos leves e impermeáveis, por sua baixa densidade, não possuem alto poder de
absorção sonora.
C A absorção acústica é a capacidade de manter as ondas sonoras em um mesmo ambiente,
impedindo-as de passar de um recinto a outro.
D Os materiais considerados bons isolantes térmicos são também bons isolantes acústicos.
E Espumas de poliestireno expandido ou extrudado são excelentes isolantes acústicos.

Comentários
(A) Correta.
(B) Errada. Materiais leves possuem alto poder de absorção sonora. Para evitar a reverberação
excessiva, deve-se fazer uso de materiais absorventes, porosos e elásticos, que impeçam a
reflexão sonora; mas, para evitar a transmissão, é necessário que se faça uso de materiais com
elevada massa, que dissipem a energia, sem vibrar com ela.
(C) Errada. A absorção acústica interfere na reflexão no mesmo ambiente, não afetando a
transmissão para outros ambientes.

(D) Errada. Os bons isolantes acústicos retêm as ondas sonoras as transformando em calor que é
dissipado para o ambiente.
(E) Errada. Poliestireno expandido (EPS) = isopor – bom isolante térmico, mas não contribui para o
isolamento acústico, a não ser quando combinado com outros materiais.
Poliestireno extrudado (XPS) = espuma rígida de poliestireno (PS) com estrutura celular fechada
e homogênea. Este fator lhe confere excelentes características de isolação térmica.
Gabarito: alternativa A

(CESPE – MPE-PI –2012)


Auditórios de uso múltiplo são áreas nobres dentro do conjunto de espaços em que estão
inseridos. Assim, o auditório deve, necessariamente, atender a questões técnicas, propiciar
conforto ambiental ao usuário e apresentar qualidade estética. Conforto em auditórios: proposta de
procedimento para o projeto. In: Internet: <www.iar.unicamp.br> (com adaptações).

A partir do trecho acima, julgue os itens subsequentes, acerca dos aspectos referentes a
projeto de auditório e acústica.

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Para se mensurar o tempo ótimo de reverberação em um auditório, deve-se considerar que


seu valor será diretamente proporcional ao volume do auditório, levando-se em conta,
também, os coeficientes de absorção dos materiais constituintes desse espaço.

Comentários
Correta! Quanto maior o volume, maior o tempo ótimo de reverberação recomendado.
Podemos observar essa relação pelo gráfico abaixo:

Também já vimos que, para controlarmos o tempo de reverberação, devemos aumentar o m2 de


materiais absorventes, diminuindo o número de reflexões.
As superfícies que ficam próximas da fonte e todas as superfícies próximas do palco devem ser
reflexivas, para que o som possa chegar às últimas fileiras. Os materiais absorvedores de som, se
necessário, devem ficar ao fundo da sala.
Vamos à publicação “Conforto em auditórios: proposta de procedimento para o projeto”
(Soler & Kowaltowski)

Desenhar a forma do piso da plateia, considerando a capacidade da sala;


A concepção do projeto arquitetônico de auditórios inicia-se com o estudo da volumetria
e da geometria. O formato do auditório é considerado um dos itens mais importantes do
projeto e está relacionado à qualidade acústica da sala e à visibilidade do palco. Sendo
assim, o estudo acústico é importante como elemento definidor de questões formais
dentro de um auditório. Definir a forma para em seguida “encaixar” a função, buscando

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adequá-las à arquitetura, é um tipo de procedimento que deve ser evitado por


profissionais que desenvolvem projetos de auditórios e de outros espaços de natureza
semelhante.
O volume do auditório deve ser decidido em proporção à intensidade sonora que será
gerada no ambiente. Para concertos recomenda-se um volume grande, pois assim haverá
espaço suficiente para a dispersão sonora. Para a palavra falada, caracterizada por sons
fracos, deve ser usado um espaço menor ou um sistema moderno de amplificadores,
assim a palavra pode ser compreendida por todo o público presente (WATSON, 1948).

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Gabarito: alternativa CERTA

No que diz respeito ao isolamento térmico e acústico, esquadrias em alumínio associadas a


vidros duplos com camadas internas de ar possuem melhor desempenho que sistemas de
esquadrias de madeira.

Comentários
As esquadrias em geral são um ponto crítico no isolamento acústico entre ambientes, devido à sua
pouca massa e falta de uma vedação adequada.
As esquadrias de vidro duplo são boas para o isolamento térmico, pois, para atingir o isolamento
acústico, precisam de uma camada de ar grande entre os vidros, vide tabela abaixo.

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Já a madeira, por ser mais densa, apresenta maior desempenho acústico (lei de massa). A madeira
é uma boa alternativa para tratamento acústico por apresentar características isolantes e
absorvedoras.
As janelas com esquadrias em madeira, também, são termicamente mais vantajosas do que as de
aço ou alumínio, desde que essas mesmas esquadrias sejam suficientemente espessas.
Por sua vez, o alumínio, além de ser muito leve, é um material com extrema condutibilidade térmica.
E isso é muito negativo para o desempenho das janelas, mesmo que o perfil seja muito simples e
compacto. As esquadrias das janelas transformam-se facilmente numa ponte térmica com o
exterior.
Guia Procel Edifica – Acústica Arquitetônica

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Gabarito: alternativa ERRADA

O projeto de auditórios, no que se refere a desempenho acústico de um auditório, é uma


tarefa multidisciplinar, uma vez que esse desempenho é influenciado não só por materiais e
acabamentos para revestimento, mas, também, por procedimentos construtivos como
dimensionamento das espessuras de paredes e projeto de fundações.

Comentários
Segundo Régio Paniago, o projeto de acústica arquitetônica deixou de ser um tema acadêmico,
enclausurado entre quatro paredes, para tornar-se real. Passa a ser necessário, simultaneamente
com o projeto de arquitetura de edifícios, estruturas portantes, instalações prediais, tratamento
térmico, etc.
A vibração da estrutura, por exemplo, pode ocasionar fontes secundárias de ruídos.
São importantes bases elásticas, conexões elásticas, etc...
Gabarito: alternativa CERTA.

Os laminados melamínicos podem substituir com vantagem os revestimentos cerâmicos em


algumas aplicações, como um sistema de piso elevado, em função da velocidade de instalação
e manutenção.

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Comentários
Correta. Mas, vamos aproveitar e trazer o assunto para a acústica, falando sobre pisos flutuantes.
Vamos ao livro “Bê-á-bá da acústica arquitetônica”
(Souza, Almeida, & Bragança, 2016)

Gabarito: alternativa CERTA.

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Os materiais porosos e fibrosos são os mais indicados para resolver aspectos de acústica em
um auditório, para qualquer frequência, como reverberação, absorção e reflexão.

Comentários
Errada.

Existem no mercado diversos materiais absorventes porosos utilizados para tratamento


acústico de edifícios, como lã de vidro, lã de rocha, espuma de melamina e de poliuretano.
Esta capacidade de absorção dos materiais de construção, denominado coeficiente de
absorção alfa (α), varia de acordo com suas características físicas (porosidade, rigidez,
forma de instalação, etc.) e também com a frequência do som (graves, médios ou
agudos). Para comparar e especificar apropriadamente qual material utilizar, onde e em
que quantidade, foram determinados em normas internacionais ensaios e métodos de
obtenção do coeficiente de absorção alfa (α). Este coeficiente varia de 0,00 a 1,00,
indicando a quantidade da energia sonora que o material absorve em cada reflexão, por
frequência, normalmente em 125, 250, 500, 1.000, 2.000 e 4.000 Hz.
A maior absorção sonora dos materiais porosos se produz nas altas frequências, os sons
agudos. Quanto maior a porosidade do material, maior será a absorção dos sons agudos.
A absorção dos sons graves e médios depende de grandes espessuras do material, o que
na prática dificilmente se aplica.
A absorção dos sons graves é mais complexa, pois depende do material e da montagem
adequada para que seja produzido o efeito desejado, como no exemplo da figura 7 (painel
vibrante).
A absorção de graves se produz por transformação de energia sonora em energia
mecânica.
As ondas sonoras ao tocarem a placa ou membrana fazem vibrar o material, ocorrendo
aqui a transformação de energia sonora em energia mecânica, que por sua vez se dissipa
no ambiente em forma de energia térmica (calor), pelo amortecimento interno e rigidez
do material.

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A instalação de material absorvente, tipo lã de vidro, na cavidade, aumenta a faixa de


absorção de sons graves consideravelmente, como se pode observar no gráfico da figura
8.

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Lembrando que a tabela 2 da NBR traz os índices de absorção de acordo com as faixas de
frequência:

Vamos ao Livro Acústica Arquitetônica de Régio Paniago Carvalho

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Gabarito: alternativa ERRADA

(CESPE – Banco da Amazônia – 2012)


Com relação ao desempenho acústico e à geometria de auditórios, bem como à visibilidade
nesse tipo de ambiente, julgue os itens que se seguem.

Para uma visibilidade adequada em auditórios, recomenda-se uma diferença de 15 cm entre


uma fileira e outra, medida na altura da cabeça das pessoas sentadas, se a distância entre
fileiras for de 1,00 m. Tendo como referência essa recomendação, considere os seguintes
dados, relativos a um auditório hipotético:
• número de fileiras: 10;

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• borda do palco como referência visual única;


• altura do espectador sentado: 1,10 m;
• altura do piso do palco: 0,90 m;
• distância entre a frente do palco e a primeira fileira: 3 m.
Em face dessa situação hipotética, mantendo-se rigorosamente os dados descritos e a
recomendação que os antecede, é correto afirmar que a última fileira estará a 12 m de
distância e 60 cm acima do piso do palco.

Comentários
Vamos lá! Fazendo as contas…
Posição da última fileira: 3,00 m +(9 x 1,00 m) = 12,00 m.
Altura da última fileira em relação ao piso: 9 x 0,15 = 1,35 m.
Altura da última fileira em relação ao palco: 1,35 – 0,90 = 0,45 m.
“Conforto em auditórios: proposta de procedimento para o projeto”
(Soler & Kowaltowski)

O palco deve se situar entre 70 e 90 cm em relação ao piso, uma vez que o espectador da
primeira fileira tem sua visão a 1,10 m, em média. Um palco muito baixo cria dificuldades
por exigir uma grande inclinação da plateia, mas a altura excessiva também é obstáculo
aos bons preceitos de ergonomia. A visão normal, em descanso, tem um ângulo de
caimento em relação à linha horizontal de 15 graus. Quando o posicionamento do palco
ou da tela de projeção são definidos em ângulos acima dessa linha, o espectador é
obrigado a forçar a musculatura do olho ou do pescoço, o que é desconfortável e
cansativo (MELENDEZ, 1996).

Gabarito: alternativa ERRADA.

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Um auditório para 125 pessoas, destinado à apresentação de palestras, terá um bom


desempenho acústico se sua planta tiver a forma trapezoidal e seu volume for adequado.
Contudo, se esse auditório destinar-se à apresentação de recitais e solos musicais, além do
volume adequado, sua planta deverá ter forma retangular.

Comentários
Pessoal! Essa deu trabalho! Fiquei obcecada para descobrir o porquê de as plantas para música
serem retangulares.
Já sabia das diferenças de exigências em função da potência da fonte sonora (que é bem maior que
a da palavra falada), da importância do tempo ótimo de reverberação ser maior (provocando
prolongamento dos sons), da necessidade de o músico receber o retorno do que está cantando e/ou
tocando, o que faz a sala dever ter um volume maior, mais reflexões, reflexões para o palco, …
Também descobri que o melhor formato é shoe box, mas por quê?
Podemos só entender os conceitos e gravar que, para música, o formato retangular é melhor.
Mas, para quem é curioso e gosta de entender, trago, abaixo, parte da dissertação que conseguiu
me elucidar a respeito.
Vamos à dissertação “Influência das características arquitetônicas na qualidade acústica de salas
de concerto”
(Takahashi, 2010)

http://repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/258533

3.2. Características das salas


3.2.1. Geometria das salas
O fato de salas de concerto, ainda hoje, serem desenhadas em formato retangulares é
comparável ao desenho de instrumentos musicais, principalmente de violinos. Apesar de
se ter grande quantidade de informações sobre acústica desses instrumentos, os novos e
bem sucedidos violinos tem seu desenho baseado nos antigos assim como as salas de
concerto que se baseiam no formato das que foram bem sucedidas no passado
(MARSHALL, KEPPLER, 1999).
Barron (1993) coloca que os aspectos favoráveis do formato caixa de sapato (shoebox)
são a proximidade dos assentos a superfícies refletoras, a largura das salas não muito
grande e que juntamente com as reflexões do balcão causam uma impressão espacial, as
paredes paralelas que produzem uma alta quantidade de reflexões, as superfícies que são
altamente difusoras e os balcões curtos. O autor ainda coloca que essas características
proporcionam uma sensação de vivacidade, envolvimento, intimidade e audibilidade
importantes para a música.

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Para Siebein e Kinzey (1999) a escolha do formato de caixa de sapato se deve às reflexões
laterais iniciais que essa forma proporciona e que chegam ao ouvinte nos dois lados da
cabeça logo depois do som direto, causando sensações no ouvinte que contribuem para
a qualidade acústica das salas como: envolvimento, intimidade, e impressão espacial.
Dentre as 15 melhores salas de concerto consideradas no ranking de Beranek (2004)
como excelentes, dois terços dela possuem uma forma conhecida como “shoebox”, ou
seja, um formato retangular. Estudos de Marshall, Keppler (1999), Barron (1993),
Beranek (2004), mostraram que paredes paralelas asseguram reflexões laterais na
audiência principal, que é de essencial importância para o sentimento de espacialidade
da plateia.
Apesar disso Marshall e Keppler (1999) colocam que o sucesso acústico não é garantido
somente com o formato de uma caixa de sapato, particularmente se uma insuficiente
difusão for empregada. A caixa de sapato pode ser um bom início por causa de inúmeras
qualidades, mas outros aspectos acústicos devem ser considerados como: configuração
da área de performance, controle de eco, proporção de volume, boa linha de visão e
adequada difusão. Um exemplo disso é a sala de concertos do Tokyo Opera City (TOC) no
Japão, que apesar de uma planta retangular traz como uma nova solução arquitetônica
um teto piramidal, indicando que não é necessário replicar precisamente salas já
existentes e bem sucedidas para alcançar excelentes resultados.
É necessário que o arquiteto seja criativo na hora de conceber novas formas para as salas
de concertos, criando novas experiências e sensações para a audiência. A partir dessa
necessidade de inovações, como aproximar a plateia da orquestra, ou maximizar o
espaço da audiência é que surgem salas em formato de leque, e as salas com plateias
envolventes.
O formato em leque (fan-shaped) surgiu com a criação do cinema por volta de 1920, onde
havia a necessidade de maximizar o tamanho da plateia. Logo esse formato foi adotado
para salas de concerto, mas acabou não fazendo jus a perfomance musical (BARRON,
1993).
Barron (1993) coloca que o problema mais óbvio desse formato de sala foi a formação de
uma parede do fundo curva, que gerava uma focalização sonora no palco. Uma solução
para esse problema foi a fragmentação da parede com materiais difusores e absorventes
para diminuir esse grau de focalização, mas mesmo assim as vezes não era o suficiente.
Outro problema eram as poucas reflexões iniciais laterais que a forma proporcionava
como pode ser ver na figura 3.10.

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As reflexões laterais provêm das paredes laterais. Nas salas em forma de leque
(fanshaped) essas reflexões alcançam o ouvinte mais na direção frontal se comparada
com as salas retangulares, como podemos observar na Figura 3.11 (a) e (b), ou seja, a
lateralidade do som nas salas de leque é pobre o que não favorece as salas de concerto
limitando o grau de impressão espacial e o envolvimento. Já as salas em leque invertido
(reverse fan-shaped) há um aumento dessa lateralidade sonora até mesmo maior que as
salas retangulares como mostrado na Figura 3.11 (c) (METHA et.al, 1999).

Algumas soluções criadas ao longo dos anos para aumentar essas reflexões laterais e
colaborar com o aumento da sensação de espacialidade, intimidade e envolvimento
foram os balcões laterais em balanço (Figuras 3.12 e 3.13) que colaboram para a difusão
sonora.

Gabarito: alternativa CERTA

(CESPE – ABIN –2010)


Julgue o seguinte item, referente a conforto acústico.
Um auditório em forma de leque otimiza o binômio área e visibilidade e é adequado para
palestras, mas para música a melhor forma é a retangular com pé direito alto.

Comentários
O mesmo da questão anterior.
Vamos à dissertação “Simulação acústica de uma sala multiuso para a prática musical:
possibilidades de adaptação ao uso”
(Lima & Vergara)

1. INTRODUÇÃO

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Para que o músico desfrute de uma experiência satisfatória no ambiente de sua prática
musical, um projeto acústico específico é essencial.
A experiência satisfatória do usuário em um determinado ambiente está associada a
diversos fatores, objetivos e subjetivos. No que diz respeito ao ambiente adequado ao
ensino e prática musical, além dos requisitos mínimos de projeto (como conforto térmico,
lumínico, ergonômico, acessibilidade), um projeto acústico específico é essencial para a
performance do músico. Rocha (2012) afirma que a experiência da música não pode ser
separada da acústica do espaço na qual ela é executada, isso tanto no ensaio e
aprendizagem, quanto na apresentação.
O aparente descaso com a funcionalidade do espaço tem resultado em projetos cada vez
mais multifuncionais, o que pode vir a prejudicar a sonoridade e a qualidade da
performance artística. As mesmas salas utilizadas para a palavra falada cada vez mais
têm abrigado também a prática musical, porém essas atividades exigem requisitos
acústicos distintos (TAKAHASHI, 2010).
(...)
5. CONCLUSÕES
O trabalho permitiu verificar que salas de aula multiuso podem se adequar à prática
musical com a efetivação de algumas intervenções, desde que um adequado estudo
acústico seja realizado a fim de garantir padrões aceitáveis de qualidade ao uso para o
qual a sala se destina.
A simulação computacional possibilitou criar um modelo computacional para a sala, fiel
ao real, flexível a testes de diferentes combinações de modelos adaptados da sala com o
objetivo de propor aquele que melhor se adequasse as necessidades da prática musical,
permitindo a inserção e remoção de materiais e dispositivos acústicos, conforme os
resultados mostravam necessários ou não tais elementos. Com o modelo computacional
resultante, é possível adaptar a sala modelada para diferentes realidades, seja de prática
musical ou qualquer outro uso que possa vir a ser dado a sala, considerando que com
esse modelo pode se testar diferentes possibilidades de inserção e/ou remoção de
materiais acústicos.

Gabarito: alternativa CERTA

Abraço,
Profa. Moema Machado

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10 – LISTA DE QUESTÕES
(FGV – ALERJ/RJ - 2016)
No projeto de um auditório destinado a múltiplos usos, tendo como fonte sonora tanto a
palavra falada como a música, o arquiteto, para alcançar a qualidade acústica no ambiente,
independentemente do custo, deve optar por superfícies:
(A) móveis;
(B) convexas;
(C) paralelas;
(D) fixas;
(E) côncavas.

(FGV – TJ/BA - 2014)


No campo da acústica, a forma dos ambientes deve evitar o desenvolvimento de erros
acústicos, como ecos, ondas estacionárias e ponto de intensidade sonora insuficiente. Um dos
cuidados que deve ser tomado pelo arquiteto no projeto das superfícies internas de um
auditório é:
(A) utilizar, abundantemente, superfícies côncavas, porque promovem a distribuição uniforme
dos sons;
(B) empregar arestas, que formam ângulos agudos ou retos, que evitam reflexões sonoras;
(C) aplicar materiais de baixa absorção sobre as superfícies refletoras, para atenuar a energia
sonora, evitando-se o eco;
(D) utilizar elementos difusores em paredes paralelas que compõem o ambiente, para não
gerar ondas estacionárias;
(E) optar por plantas de seção quadrada, porque são melhores que as plantas mais alongadas,
no tocante à direcionalidade da fonte.

(FGV – TJ/RO - 2015)


A composição de paredes duplas pode se apresentar como solução mais apropriada para fins
de conforto acústico. Sobre o tema, analise as afirmativas a seguir:
I. Quanto maior o espaço de ar entre elas, maior o isolamento acústico, podendo melhorar um
pouco a faixa de abrangência das baixas frequências.
II. Para que uma parede dupla ofereça o isolamento apropriado, é necessário que suas paredes
estejam o mais acopladas possível entre si.

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III. O uso de elementos estruturais inflexíveis para amarração entre as paredes duplas tendem
a aumentar a eficiência do isolamento acústico dessas paredes.
Está correto o que se afirma em:
(A) somente I;
(B) somente II;
(C) somente III;
(D) somente I e III;
(E) I, II e III.

(FGV – SUSAM/AM - 2014)


As barreiras acústicas são elementos arquitetônicos que promovem a queda de intensidade
sonora. Com relação à eficiência de uma barreira acústica, assinale a opção correta.
(A) Quanto mais afastada da fonte ou do receptor, melhor será o desempenho acústico.
(B) Quanto maior a espessura da barreira, maior sua capacidade de vibração.
(C) Quanto mais alta a região existente entre a projeção do raio sonoro direto incidido sobre
o receptor e o topo da barreira, maior sua eficiência.
(D) A incidência do vento sobre a barreira acústica pode aumentar sua eficiência pela
penetração do som na região de sombra acústica.
(E) Para sons de baixa frequência a tendência é que ocorra difração no topo da barreira
acústica, aumentando sua eficiência.

(FGV – CÂMARA MUNICIPAL/PE - 2014)


Considerando o objetivo de propiciar qualidade acústica no projeto de um auditório, analise
os procedimentos a seguir.
I. forma convexa na cobertura, a fim de garantir a difusão dos raios por todo o ambiente;
II. espelhos acústicos difusores com acentuada curvatura, para evitar que a perda de energia
seja muito acentuada;
III. superfícies côncavas, para evitar o efeito de eco, promovendo a concentração de reflexões
em diferentes pontos.
O arquiteto deverá empregar o(s) seguinte(s) procedimento(s):
(A) somente I;
(B) somente II;
(C) somente III;
(D) somente II e III;

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(E) I, II e III.

(FGV – ALMT/MT - 2013)


Quando explorada arquitetonicamente, por meio de formas e emprego adequado de recursos
acústicos, a reflexão do som se torna excelente instrumento para permitir o reforço e a
distribuição sonora, garantindo a intensidade e a homogeneidade do som no ambiente. Com
relação às propriedades sonoras, assinale a afirmativa correta.
(A) A queda da intensidade sonora ocorre apenas em decorrência da distância,
independentemente do tipo de material utilizado.
(B) Quanto maior é o número de reflexões sofridas por um raio sonoro, maior sua intensidade.
(C) Diferentemente dos materiais, as pessoas agem como elementos absorvedores do som.
(D) No ambiente vazio, são ouvidas reflexões reduzidas, o que torna o som confuso.
(E) Como o som direto tende a perder sua intensidade, os espelhos acústicos colaboram na
intensificação do nível sonoro.

(FCC – TRF 1ª Região – 2014)


A NBR-10152 fixa as condições exigíveis para a aceitação do ruído num determinado recinto
de uma edificação conforme a finalidade mais característica de utilização do recinto. Analise a
listagem em que se apresentam tipos de recintos, e um intervalo de valores em dB(A).
Auditórios para palestras (sem ocupação) 30-40
Bibliotecas 35-45
Escritórios 45-55
Salas de espera 40-50
O intervalo a que se refere a listagem acima corresponde aos níveis de
(A) pressão sonora interferente.
(B) pressão sonora oscilante.
(C) ruído ambiente de conforto e aceitável.
(D) ruído ambiente adequado e inadequado.
(E) ruído ambiente com picos de energia acústica.

(FCC – TRF 1ª Região – 2014)


O tempo de reverberação do som em um ambiente fechado depende
(A) dos ângulos dos raios incidentes e refletidos em uma mesma superfície independente de
sua natureza.

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(B) do volume do recinto, do tipo, forma e número de superfícies e da capacidade de absorção


sonora do ambiente.
(C) do volume do recinto, do índice de mascaramento da fonte sonora e da capacidade de
refração sonora do ambiente.
(D) do pé-direito do recinto, da pressão sonora da fonte emissora e da direção do raio
refletido.
(E) da área do recinto, do nível de pressão sonora da fonte e da velocidade de propagação do
som no ambiente.

(FCC – MP-Maranhão – 2013)


Um escritório aberto ou panorâmico abriga grande número de estações de trabalho, que
podem ser separadas por divisórias (de diferentes alturas e materiais), que oferecem
determinado nível de isolamento acústico. Situações:
1. Divisórias de altura parcial, onde a energia sonora é transmitida através do teto, piso e
paredes de fechamento da área.
2. Divisórias de meia altura, onde a energia sonora é transmitida através da própria divisória,
por cima, por baixo, pelos lados da peça e também pelo teto, piso e paredes de fechamento
da área.
3. Divisórias com altura do piso ao teto, onde a energia sonora é transmitida pelos tetos rígidos
de placas de gesso e luminárias com lentes planas.
Fenômenos:
I. Difração.
II. Reflexão.
III. Difração e reflexão.
IV. Refração.
A correlação entre as situações e seus fenômenos sonoros e suas correções materiais está
correta em
(A) 2-III − Proteção das superfícies verticais e horizontais com espumas de poliéster de células
abertas ou fibras cerâmicas e de vidro, tecidos e carpetes, atenuará o fenômeno sonoro.
(B) 1-IV − Proteção das paredes com materiais leves, fibrosos ou porosos, aplacará o fenômeno
sonoro.
(C) 3-II − Proteção das paredes e pisos com concreto e chumbo, atenuará o fenômeno sonoro.
(D) 2-I − Proteção das superfícies verticais com espumas de poliéster de células abertas e das
horizontais, com tecidos e carpetes, reverberará o fenômeno sonoro.
(E) 1-IV − Proteção das superfícies verticais e das horizontais com tecidos e carpetes, ecoará o
fenômeno sonoro.

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(CONSULPLAN – P.M.N. Santa Madalena – 2010)


De acordo com a NBR 10152/1987, que fixa os níveis de ruído compatíveis com o conforto
acústico em ambientes diversos, qual dos valores citados NÃO seria recomendável para uma
biblioteca em uma escola?
A) 36
B) 42
C) 47
D) 39
E) 45

(CONSULPLAN – CEFET –2006)


No tratamento acústico de uma sala de testes de som para cinema adotou-se revestimento
em tapete sobre o piso e paredes com absorção, ante-câmara com absorção e portas especiais.
O cliente pediu um reforço no tratamento acústico, pois no hall de entrada da sala é possível
detectar parte do som emitido quando, na exibição, ocorrem explosões, tiros, roncos de
motores e outros sons de características de baixa freqüência. A correção do problema pode
ser feita colocando-se sobre as paredes:
A) Chapa perfurada metálica, com lã de vidro.
B) Cortina de veludo.
C) Placas flexíveis de compensado sobre sarrafos, com lã de vidro no espaço interno.
D) Lã de rocha abaixo do tapete.
E) Poliuretano expandido.

(CONSULPLAN – CEFET –2006)


O andar de um prédio de escritórios possuía layout do tipo panorâmico, com divisórias baixas
entre os postos de trabalho. Em função de necessidades de sigilo de informações, salas
fechadas devem ser criadas, ocupando aproximadamente um quarto da área útil de escritórios
do andar. O isolamento acústico entre essas salas e o restante do andar é requisito necessário
ao seu bom funcionamento. No momento, o andar é dotado de forro acústico absorvente, que
serve também para ocultar instalações técnicas que correm junto ao teto de concreto. Nessas
condições, e considerando-se o menor gasto possível na mudança de layout:
A) É suficiente erguer divisórias com bom isolamento acústico até o nível do forro.
B) É suficiente erguer divisórias com bom isolamento acústico e boa absorção acústica até o
nível do forro.
C) É suficiente erguer divisórias com bom isolamento acústico até o nível do teto de concreto.

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D) É necessário substituir o forro de todo o andar por um outro forro composto que seja bom
absorvente e com isolamento
acústico, erguendo divisórias com boa absorção acústica até o nível do forro.
E) N.R.A.

(CONSULPLAN – P. M. N.S. do Socorro –SE - 2005)


O som pode ser refletido, absorvido, dispersado, difratado ou transmitido para espaços
contíguos, dependendo das propriedades acústicas das superfícies. É correto afirmar:
A) a reverberação está vinculada ao volume e à capacidade de absorção do ambiente com
ênfase na ressonância.
B) em salas de espetáculos pequenas, quando a parede oposta ao palco está a mais de 8 (oito)
metros e revestida com materiais difusores, de superfície irregular, será necessário introduzir
soluções arquitetônicas para não comprometer a qualidade acústica da sala e a inteligibilidade
da audição.
C) o fenômeno acústico que ocorre quando uma onda sonora encontra uma abertura ou
pequenos objetos se propagando de forma esférica entre estes se chama difusão.
D) um som é perfeitamente difuso numa sala com pressão igual em todos os pontos e quando
as ondas sonoras estão se espalhando para todas as direções. A aplicação alternada de
superfície refletora e superfície absorvente é uma maneira de criar a difusão sonora.
E) todas as alternativas estão incorretas.

(CESPE – TL-AL –2012)


Com relação a absorção e isolamento acústico, assinale a opção correta.
A Para um bom isolamento acústico geralmente são utilizados materiais pesados, tais como
concreto, aço, vidro, chumbo, entre outros.
B Os plásticos leves e impermeáveis, por sua baixa densidade, não possuem alto poder de
absorção sonora.
C A absorção acústica é a capacidade de manter as ondas sonoras em um mesmo ambiente,
impedindo-as de passar de um recinto a outro.
D Os materiais considerados bons isolantes térmicos são também bons isolantes acústicos.
E Espumas de poliestireno expandido ou extrudado são excelentes isolantes acústicos.

(CESPE – MPE-PI –2012)


Auditórios de uso múltiplo são áreas nobres dentro do conjunto de espaços em que estão
inseridos. Assim, o auditório deve, necessariamente, atender a questões técnicas, propiciar

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conforto ambiental ao usuário e apresentar qualidade estética. Conforto em auditórios: proposta de


procedimento para o projeto. In: Internet: <www.iar.unicamp.br> (com adaptações).

A partir do trecho acima, julgue os itens subsequentes, acerca dos aspectos referentes a
projeto de auditório e acústica.

Para se mensurar o tempo ótimo de reverberação em um auditório, deve-se considerar que


seu valor será diretamente proporcional ao volume do auditório, levando-se em conta,
também, os coeficientes de absorção dos materiais constituintes desse espaço.

No que diz respeito ao isolamento térmico e acústico, esquadrias em alumínio associadas a


vidros duplos com camadas internas de ar possuem melhor desempenho que sistemas de
esquadrias de madeira.

O projeto de auditórios, no que se refere a desempenho acústico de um auditório, é uma


tarefa multidisciplinar, uma vez que esse desempenho é influenciado não só por materiais e
acabamentos para revestimento, mas, também, por procedimentos construtivos como
dimensionamento das espessuras de paredes e projeto de fundações.

Os laminados melamínicos podem substituir com vantagem os revestimentos cerâmicos em


algumas aplicações, como um sistema de piso elevado, em função da velocidade de instalação
e manutenção.

Os materiais porosos e fibrosos são os mais indicados para resolver aspectos de acústica em
um auditório, para qualquer frequência, como reverberação, absorção e reflexão.

(CESPE – Banco da Amazônia –2012)


Com relação ao desempenho acústico e à geometria de auditórios, bem como à visibilidade
nesse tipo de ambiente, julgue os itens que se seguem.

Para uma visibilidade adequada em auditórios, recomenda-se uma diferença de 15 cm entre


uma fileira e outra, medida na altura da cabeça das pessoas sentadas, se a distância entre
fileiras for de 1,00 m. Tendo como referência essa recomendação, considere os seguintes
dados, relativos a um auditório hipotético:
• número de fileiras: 10;
• borda do palco como referência visual única;
• altura do espectador sentado: 1,10 m;

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• altura do piso do palco: 0,90 m;


• distância entre a frente do palco e a primeira fileira: 3 m.
Em face dessa situação hipotética, mantendo-se rigorosamente os dados descritos e a
recomendação que os antecede, é correto afirmar que a última fileira estará a 12 m de
distância e 60 cm acima do piso do palco.

Um auditório para 125 pessoas, destinado à apresentação de palestras, terá um bom


desempenho acústico se sua planta tiver a forma trapezoidal e seu volume for adequado.
Contudo, se esse auditório destinar-se à apresentação de recitais e solos musicais, além do
volume adequado, sua planta deverá ter forma retangular.

(CESPE – ABIN –2010)


Julgue o seguinte item, referente a conforto acústico.
Um auditório em forma de leque otimiza o binômio área e visibilidade e é adequado para
palestras, mas para música a melhor forma é a retangular com pé direito alto.

Parabéns guerreiros!

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11 – GABARITO

1. A 12. C

2. D 13. D

3. A 14. A

4. C 15. CERTA

5. A 16. ERRADA

6. E 17. CERTA

7. C 18. CERTA

8. B 19. ERRADA

9. A 20. ERRADA

10. C 21. CERTA

11. C 22. CERTA

Parabéns guerreiros!

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12 – BIBLIOGRAFIA
ABNT. (1992). NBR12179 de 04/1992. Tratamento acústico em recintos fechados - Procedimento.
Rio de Janeiro.
ABNT. (Junho de 2000). NBR10151 de 06/2000. Acústica - Avaliação do ruído em áreas habitadas,
visando o conforto da comunidade - Procedimento. Rio de Janeiro.
ABNT. (24 de 11 de 2014). NBR 16313. Acústica - Terminologia.
ABNT. (24 de Novembro de 2017). ABNT NBR 10152. Acústica — Níveis de pressão sonora em
ambientes internos a edificações. Rio de Janeiro.
Akkerman, E. J. (Novembro de 2013). Manual ProAcústica sobre a Norma de Desempenho. Guia
prático sobre cada uma das partes relacionadas à área de. ProAcústica Associação Brasileira
para a Qualidade Acústica.
Bistafa, S. (2012). Acústica aplicada ao controle do ruído. São Paulo: Blucher.
Carvalho, R. P. (s.d.). Acústica Arquitetônica.
Costa, E. C. (2003). Acústica Técnica. Blücher.
FAURO, D., & ROCHA, B. d. (s.d.). A INFLUÊNCIA DA FORMA NO DESEMPENHO ACÚSTICO DOS
AMBIENTES. Santa Maria, Rio Grande do Sul.
Goulard, F., & al, e. (s.d.).
Lima, P. R., & Vergara, E. F. (s.d.). SIMULAÇÃO ACÚSTICA DE UMA SALA MULTIUSO PARA A PRÁTICA
MUSICAL: POSSIBILIDADES DE ADAPTAÇÃO AO USO.
Oliveira, T. A., & Ribas, O. T. (1995). Sistemas de Controle das Condições Ambientais de Conforto.
Brasília.
SANTOS, M. A. (13 de 12 de 2017). Fonte: Brasil Escola:
<http://brasilescola.uol.com.br/fisica/reflexao-refracao-som.htm>
Simões, F. M. (2011). Acústica Arquitetônica - Procel Edifica.
Soler, C., & Kowaltowski, D. C. (s.d.). CONFORTO EM AUDITÓRIOS: PROPOSTA DE PROCEDIMENTO.
Souza, L. C., Almeida, M. G., & Bragança, L. (2016). Bê-á-bá da acústica arquitetônica. EdUFSCar.

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