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O Guia do eduScrum

“As regras do Jogo”


Desenvolvido pela Equipa do eduScrum

Setembro 2015 (versão Inglesa)


Escrito por Arno Delhij, Rini van Solingen e Willy Wijnands

Revisto por Jeff Sutherland

Julho 2018 (versão Portuguesa)


Traduzido por Jorge Alexandre Gomes e Nuno Rafael Gomes
eduScrum Guide (English version):
Version EN: 1.2 (September 2015)
Written by: Arno Delhij, Rini van Solingen and Willy Wijnands.
Reviewed by: Jeff Sutherland

Guia do eduScrum (versão Portuguesa):


Versão PT-PT: 1.2 (Julho 2018)
Traduzido por: Jorge Alexandre Gomes e Nuno Rafael Gomes.

© 2015 Equipa eduScrum. @ 2018 Equipa eduScrum PT-PT. Todos os direitos reservados. Pág. 2
Sumário
Introdução ........................................................................................................................ 5
Propósito do Guia do eduScrum......................................................................................... 6
Definição do eduScrum...................................................................................................... 7
Estrutura de Aprendizagem eduScrum ............................................................................... 8
Teoria do eduScrum .......................................................................................................... 9
Transparência ......................................................................................................................... 9
Inspeção .................................................................................................................................. 9
Adaptação............................................................................................................................... 9
A Equipa eduScrum ......................................................................................................... 11
O Guardião de Aprendizagem (Product Owner, Professor).................................................. 11
Definição dos Objetivos de Aprendizagem ...................................................................... 12
Monitorização e melhoria da Qualidade dos Resultados de Aprendizagem ................... 12
Avaliação dos Resultados de Aprendizagem .................................................................... 13
As Equipas de Estudantes ..................................................................................................... 14
Dimensão das Equipas de Estudantes .............................................................................. 15
O Facilitador de Aprendizagem (eduScrum Master, Estudante) .......................................... 15
Serviço do Facilitador de Aprendizagem ao Guardião de Aprendizagem ........................ 16
Serviço do Facilitador de Aprendizagem à Equipa de Estudantes ................................... 16
Eventos eduScrum ........................................................................................................... 17
O Ciclo de Aprendizagem (Sprint) ......................................................................................... 17
Cancelamento de um Ciclo de Aprendizagem – não no eduScrum ................................. 18
A Reunião de Planeamento do Ciclo de Aprendizagem ........................................................ 19
Constituição de Equipas ................................................................................................... 19
Objetivos de Aprendizagem ............................................................................................. 19
Planeamento do Trabalho ................................................................................................ 20
As Reuniões de Coordenação (Stand Ups) ............................................................................ 21
A Reunião de Revisão do Ciclo de Aprendizagem ................................................................. 22
A Reunião da Retrospetiva do Ciclo de Aprendizagem......................................................... 22
Artefactos eduScrum ....................................................................................................... 24
O Backlog de Aprendizagem ................................................................................................. 24
O "FLIP" (Quadro eduScrum) ................................................................................................ 25
Monitorização do Progresso de um Ciclo de Aprendizagem ........................................... 25
A Definição de “Concluído” ................................................................................................... 26
Objetivos de Aprendizagem ............................................................................................. 26
A Definição de “Diversão” .................................................................................................... 27
Considerações Finais ....................................................................................................... 28
Registo de Alterações ...................................................................................................... 29
Versão PT-PT 1.2 (Julho 2018) .............................................................................................. 29
Versão PT-PT 1.1 (Junho 2018) ............................................................................................. 29
Versão PT-PT 1.0 (Maio 2018) .............................................................................................. 29

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Agradecimentos .............................................................................................................. 30
Pessoas por detrás do eduScrum .......................................................................................... 30
Aos Estudantes ................................................................................................................. 30
Fundação eduScrum & Amigos ............................................................................................. 30

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Introdução
A maioria de vós que ler este documento não estará familiarizado com o Scrum, mas muito
provavelmente terá formação em Educação. O eduScrum tem origens em ambos.

O Scrum é uma estrutura de aprendizagem para desenvolver, entregar e sustentar produtos


complexos. Por essa razão o Scrum é amplamente utilizado no desenvolvimento de tecnologias de
informação (TI) em todo o mundo e está em vias de se tornar predominante nesta área. No entanto,
um número cada vez maior de profissionais está a explorar domínios alternativos do conhecimento
onde o Scrum poderá ser aplicado com sucesso.

Um desses domínios é claramente a Educação. Isso levou a Equipa do eduScrum a experimentar esta
estrutura de aprendizagem no contexto da sala de aula. Embora o produto dos resultados escolares
seja relativamente fácil de prever, o processo para atingir esses mesmos resultados é bastante
complexo, como no desenvolvimento de software. Os pilares da Transparência, Inspeção e
Adaptação, juntamente com o conceito de auto-organização (e equipas autónomas), levaram a
Equipa do eduScrum a querer experimentar o Scrum.

Para aqueles de vós que tiveram a oportunidade de testemunhar ao vivo o ambiente de uma sala de
aula facilitada com eduScrum, isso não é mais um segredo. Para aqueles de vós que ainda não
tiveram essa chance, podemos garantir que ficarão surpresos.

O eduScrum é um processo cocriativo. Imagine um ambiente em que as crianças não sejam


responsabilizadas, mas se sintam responsáveis pela sua própria aprendizagem e pela conclusão do
trabalho que têm entre mãos. Imagine um ambiente em que ninguém diz às crianças o quê e como
fazer, mas apenas quais são os resultados esperados e, mesmo assim, elas querem fazê-lo. Imagine
um ambiente em que o trabalho de casa não é mais ditado pelo professor, mas considerado
apropriado pelos alunos. Em resumo, quando você está numa aula facilitada com eduScrum, você
pode sentir uma energia especial e uma vibração positiva no ar.

Como Daniel H. Pink explica na sua teoria sobre motivação intrínseca (propósito, autonomia e
mestria), quando as tarefas se tornam mais complexas, interessantes e autodirecionadas, as pessoas
deixam de responder positivamente ao método tradicional “da cenoura e do bastão" (recompensa e
punição). Aliás, a ciência já demonstrou que o método da "cenoura e o bastão" é totalmente
contraproducente para um número cada vez maior de profissionais de conhecimento do século XXI
que já o experimentaram. Portanto, se quisermos preparar nossos filhos para se tornarem
profissionais do século XXI teremos que lhes ensinar e dar Propósito, Autonomia e Mestria. Isto é
exatamente o que o eduScrum, e as pessoas por detrás dele, irão facilitar.

Este guia contém e descreve o conjunto mínimo de requisitos para se trabalhar com sucesso com o
eduScrum. Qualquer componente ou parte potencialmente não necessária já foi removida, mas não
mais que isso. Portanto, todos os elementos apresentados neste guia são considerados obrigatórios
para se atingir o sucesso com o eduScrum. Se você optar por eliminar certos elementos, tudo bem,
mas então não será mais eduScrum. Por outro lado, adicionar elementos é muito comum (e até
desejável) desde que a estrutura de aprendizagem base do eduScrum seja respeitada. Em suma, o
eduScrum é leve e oferece muito espaço para um toque pessoal.

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Propósito do Guia do eduScrum
O eduScrum é baseado no Scrum, uma estrutura de aprendizagem para desenvolver, entregar e
sustentar produtos complexos (Jeff Sutherland & Ken Schwaber 2017).

O eduScrum por seu lado é uma estrutura de aprendizagem para desenvolver estudantes, onde a
responsabilidade pelo processo de aprendizagem é delegada dos professores para os alunos.

Este guia contém a definição de eduScrum. Isso inclui os papéis, eventos e artefactos do eduScrum,
assim como as regras que os unem. Este guia foi inspirado no Guia do Scrum original, escrito e
mantido pelo Jeff Sutherland e Ken Schwaber.

No eduScrum, a aprendizagem ocupa o centro do palco; aprender de uma forma mais inteligente,
melhorar a colaboração e aprender a conhecer-se melhor. Esta forma diferente de aprender e de
trabalhar também cria mais responsabilidade, diversão e energia nos alunos, o que, por sua vez,
conduz a melhores resultados em menos tempo. Por esta razões, os estudantes experimentam um
forte crescimento pessoal que fortalece o desenvolvimento da sua autoestima e da confiança que
depositam nos outros. A chave para tudo isso é a autonomia; os alunos têm a liberdade de
determinar o seu próprio processo de aprendizagem, dentro dos limites e Objetivos de
Aprendizagem predefinidos pelo Professor.

O eduScrum não apenas melhora os resultados escolares, como também contribui decisivamente
para o desenvolvimento pessoal de cada aluno e para o desenvolvimento das suas competências
transversais (soft skills como colaboração, comunicação, pensamento crítico e criatividade) tão
fundamentais ao trabalho em equipa cada vez mais predominante nos dias de hoje.

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Definição do eduScrum
O eduScrum é uma estrutura de aprendizagem na qual os alunos podem resolver problemas
complexos de uma maneira adaptativa, ao mesmo tempo que, de uma forma produtiva e criativa,
atingem objetivos de aprendizagem e de crescimento pessoal com o maior valor possível.

O eduScrum é:

• Leve.
• Fácil de entender.
• Difícil de dominar (porque as Equipas de Estudantes têm de o fazer por conta própria).

O eduScrum é difícil de dominar porque apenas prescreve o “que fazer” e não o “como deve ser
feito”. O eduScrum não é um processo ou técnica para orientar estudantes; é antes uma estrutura de
aprendizagem dentro da qual se podem empregar vários processos e técnicas. O eduScrum fornece
transparência sobre a eficácia dos planos desenhados pelos alunos, bem como sobre a abordagem
escolhida por estes para que possam melhorar continuamente. O eduScrum desafia os alunos a auto
organizarem-se e a desenvolverem trabalho de qualidade dentro de um determinado período de
tempo, com Objetivos de Aprendizagem claros.

Com o eduScrum a qualidade (em relação aos desafios de aprendizagem, colaboração e


desenvolvimento pessoal) está em constante evolução ao longo do calendário escolar. Uma vez que
no eduScrum os alunos são donos da sua própria aprendizagem, são os mesmos que determinam
coletivamente a qualidade do seu próprio trabalho. E é este sentimento de propriedade, associado à
melhoria contínua, que conduz a uma maior qualidade da aprendizagem.

No final de cada Ciclo de Aprendizagem, tem lugar uma Reunião de Revisão focada no “Quê”, isto é,
no trabalho propriamente dito, seguida de uma Reunião de Retrospetiva focada no “Como”, isto é,
na colaboração, no uso das qualidades e competências pessoais, e no desenvolvimento pessoal de
cada um.

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Estrutura de Aprendizagem eduScrum
A Estrutura de Aprendizagem eduScrum, à semelhança da estrutura Scrum, define apenas a
constituição e tipo de Equipas, assim como os seus papéis, eventos, artefactos e regras. Cada
componente desta estrutura de aprendizagem serve um propósito específico e é essencial para o
sucesso e correta utilização do eduScrum.

O eduScrum admite diferentes estratégias específicas de “implementação”, mas as mesmas não


fazem parte deste Guia.

As regras definidas ao longo do presente Guia unem os diferentes eventos, papéis e artefactos do
eduScrum, governando a relação e a interação entre eles.

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Teoria do eduScrum
O eduScrum, assim como o Scrum, baseia-se na teoria do controle de processos empíricos, ou
empirismo. O empirismo é uma teoria que defende que o conhecimento resulta apenas, ou
principalmente, da experiência e da tomada de decisões com base no que é conhecido. O eduScrum
emprega uma abordagem iterativa e incremental para controlar o risco e maximizar a probabilidade
de sucesso em atingir os Objetivos de Aprendizagem.

Qualquer implementação de um mecanismo de controle de processos empíricos assenta sobre três


pilares: transparência, inspeção e adaptação.

Transparência
Transparência significa que os aspetos mais importantes do processo de aprendizagem devem ser
visíveis para os responsáveis pelos resultados e para todas as partes interessadas nos mesmos. A
transparência exige ainda que esses mesmos aspetos sejam definidos através de um standard
comum, de forma a que todos os observadores partilhem o mesmo entendimento sobre o trabalho
em curso, como por exemplo:

• Uma linguagem comum referente ao processo deve ser partilhada por todos os participantes no
mesmo; e,
• Aqueles que realizam o trabalho (estudantes) e aqueles que aceitam o produto resultante do
trabalho (professores) deverão partilhar a mesma Definição de “Concluído”.

O eduScrum foca-se na criação de valor, onde valor corresponde à soma dos resultados individuais
de aprendizagem, de desenvolvimento pessoal e do trabalho colaborativo realizado em Equipa. A
estrutura de aprendizagem eduScrum tem como objetivo fornecer transparência sobre o que foi
mencionado acima, de forma a suportar todo o processo de aprendizagem. A transparência é
necessária para ajudar os alunos a tomar as decisões certas sobre o seu próprio processo de
aprendizagem, de forma a que possam maximizar a criação de valor.

Inspeção
Os praticantes de eduScrum deverão inspecionar frequentemente os artefactos e o progresso em
direção aos Objetivos de Aprendizagem, de forma a detetar antecipadamente desvios indesejáveis.
No entanto, a frequência e a duração da inspeção não deverão atrapalhar a realização do próprio
trabalho em curso. As melhores inspeções são aquelas que são realizadas diligentemente por
professores e alunos, no próprio local do trabalho, isto é, na sala de aula ou área de trabalho.

Adaptação
Se um aluno (ou professor) determinar que um ou mais aspetos do processo de aprendizagem
ameaça desviar-se dos limites aceitáveis e/ou que os resultados expectáveis serão inaceitáveis, o

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planeamento e/ou a abordagem seguida por uma determinada Equipa de Estudantes deverá ser
ajustada o mais rapidamente possível, de forma a minimizar desvios futuros e a mitigar o risco.

O eduScrum prescreve seis eventos formais para “inspeção e adaptação”, conforme descrito na
seção dos eventos eduScrum deste Guia:

• Constituição de Equipas.
• Reunião de Planeamento do Ciclo de Aprendizagem.
• Reuniões de Coordenação (no início de cada aula).
• Reunião de Revisão do Ciclo de Aprendizagem (apresentação oral ou escrita, experiência prática,
teste ou uma combinação destes).
• Reunião de Retrospetiva do Ciclo de Aprendizagem (funcionamento da equipa e
desenvolvimento pessoal dos seus membros).
• Reflexão Pessoal (individual).

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A Equipa eduScrum
Uma Equipa eduScrum é constituída por um Professor (o Guardião de Aprendizagem) e por várias
Equipas de Estudantes de quatro alunos cada. Cada Equipa de Estudantes deverá escolher o seu
Facilitador de Aprendizagem.

As Equipas de Estudantes são auto-organizadas e multidisciplinares. As equipas auto-organizadas


definem a sua própria forma de aprender e trabalhar, em vez de serem dirigidas por outras pessoas
fora da Equipa (como por exemplo, os professores). As equipas multidisciplinares possuem todas as
competências necessárias para aprenderem sozinhas e realizarem o seu próprio trabalho, sem
dependências externas. E combinando auto-organização com multidisciplinaridade, são os alunos
que formam as suas próprias Equipas de Estudantes com base nas competências e qualidades
pessoais de cada um.

Embora cada Equipa de Estudantes seja responsável pelos seus próprios resultados e, nesse sentido,
seja independente, a cooperação entre equipas é incentivada, para que as diferentes equipas
possam usar a informação e o conhecimento acumulado por outras equipas.

O modelo de trabalho em equipa no eduScrum está pensado para potenciar a autonomia,


colaboração, flexibilidade, criatividade, motivação e produtividade.

As Equipas eduScrum entregam resultados de aprendizagem “concluídos” de forma iterativa e


incremental, maximizando as oportunidades de feedback e adaptação, e garantindo ainda que
resultados potencialmente bons sejam sempre atingidos para os Objetivos de Aprendizagem
previamente estabelecidos pelo Professor.

O Guardião de Aprendizagem (Product Owner, Professor)


O Guardião de Aprendizagem é responsável pela definição dos Objetivos de Aprendizagem, assim
como pela monitorização e avaliação dos resultados da mesma. Ele ou ela irá também facilitará o
processo de aprendizagem eduScrum, assim como os processos de desenvolvimento individual e das
equipas. O Guardião de Aprendizagem atua como Facilitador de Aprendizagem referenciando
materiais de aprendizagem, respondendo a perguntas e fornecendo exemplos.

Umas das principais responsabilidades do Guardião de Aprendizagem é também incentivar a


cooperação entre as diferentes Equipas de Estudantes dentro da sala de aula. No entanto, e à
semelhança das empresas, a forma como diferentes equipas e indivíduos tentam concretizar isso
(isto é, trabalhar de forma coordenada em escala) depende, antes de demais, da abordagem e
estratégia definida ao nível organizacional.

Enquanto Guardião de Aprendizagem, o Professor está explicitamente focado no domínio dos


tópicos de aprendizagem mais importantes. Portanto, enquanto Guardião de Aprendizagem, o
Professor é responsável:

1. Pela definição do quê precisa de ser aprendido;


2. Pela monitorização e melhoraria da qualidade dos resultados educativos;

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3. Pela avaliação e apreciação dos resultados educativos (usando como referência os Critérios de
Aceitação por si definidos e a Definição de “Concluído” de cada Equipa de Estudantes).

Definição dos Objetivos de Aprendizagem

O Guardião de Aprendizagem é responsável pelos resultados mensuráveis da educação: avaliação de


trabalhos, testes e exames, aprovações e retenções de ano letivo. O Guardião de Aprendizagem
assegura também que as diversas partes interessadas (estudantes, pais, gestores escolares e
governo) estão satisfeitas com os resultados educativos.

Portanto, a responsabilidade do QUÊ precisa de ser aprendido, bem como a definição da prioridade
dos diferentes tópicos de aprendizagem e respetivos Objetivos de Aprendizagem recai sobre o
Guardião de Aprendizagem, isto é, o Professor. Para monitorizar e avaliar o progresso e os
resultados, o Guardião de Aprendizagem deverá definir Critérios de Aceitação (tais como requisitos
mínimos, critérios de avaliação, diretrizes de apresentação dos trabalhos, etc.) antes de início de
cada Ciclo de Aprendizagem.

Monitorização e melhoria da Qualidade dos Resultados de Aprendizagem

Adicionalmente à definição do que precisa de ser aprendido (os Objetivos de Aprendizagem), o


Guardião de Aprendizagem deverá também monitorizar, verificar e melhorar a qualidade dos
resultados educativos. Para conseguir fazer isso, o Guardião de Aprendizagem socorre-se de dois
pontos de referência: a Definição de “Concluído” de cada Equipa de Estudantes, e os Critérios de
Aceitação, definidos por si próprio, aquando da apresentação do Desafio de Aprendizagem.

Critérios de Aceitação

Para monitorizar a qualidade do que foi aprendido, o Guardião de Aprendizagem define previamente
vários Critérios de Aceitação que são partilhados com as diferentes Equipas de Estudantes no início
de cada Ciclo de Aprendizagem. Alguns exemplos de Critérios de Aceitação são: pontuações mínimas
dos testes, tipos e dimensões das apresentações, prazos e outros requisitos sobre os resultados
espectáveis

Cada Equipa de Estudantes é solidariamente responsável por cumprir na integra os Critérios de


Aceitação previamente definidos pelo Professor. No entanto, são os próprios membros da Equipa
que definem as tarefas, artefactos e atividades que necessitam de forma a garantir o cumprimento
de cada um dos Critérios de Aceitação.

Definição de “Concluído” (Definition of Done, DoD)

Para proteger a qualidade dos Objetivos de Aprendizagem, cada Equipa de Estudantes determina a
sua própria Definição de “Concluído”: antes de iniciar um Ciclo de Aprendizagem (ou seja, uma
iteração, ou Sprint na terminologia oficial do Scrum), cada Equipa de Estudantes determina quando o
seu trabalho é dado como “Concluído”.

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As equipas menos experientes poderão ter necessidade da ajuda do Guardião de Aprendizagem para
chegarem à sua Definição de “Concluído”, enquanto que as mais experientes irão conseguir fazer isso
de forma completamente autónoma. Desta forma, as Equipas de Estudantes continuam a melhorar
continuamente a definição dos seus próprios critérios de qualidade.

Avaliação dos Resultados de Aprendizagem

O Guardião de Aprendizagem avalia – em nome de todas as partes interessadas (pais, conselho


escolar e alunos) – a qualidade dos resultados educativos. O Guardião de Aprendizagem avalia e
aprecia quer os alunos de forma individual (com um teste escrito por exemplo), quer as próprias
equipas (através da avaliação do(s) produto(s) final(ais) de cada equipa).

O Guardião de Aprendizagem é a única pessoa responsável pela gestão do Backlog de Aprendizagem.


A gestão do Backlog de Aprendizagem consiste em:

• Explicação inicial do eduScrum aos alunos (uma vez, 2 horas).


• Definição dos Objetivos de Aprendizagem para cada Ciclo de Aprendizagem.
• Definição e explicação clara dos Critérios de Aceitação que determinam se um Objetivo de
Aprendizagem foi alcançado ou não, de forma a que as Equipas de Estudantes possam começar a
trabalhar de forma independente (realizando experiências, trabalhos, apresentações, etc.).
• Facilitação do processo de aprendizagem das Equipas de Estudantes; além da clarificação dos
Objetivos de Aprendizagem e dos respetivos Critérios de Aceitação, o Professor deverá referenciar
o material didático necessário e relevante, assim como estar permanentemente disponível para
responder às perguntas e dúvidas dos alunos.
• Monitorização do processo eduScrum, de forma a garantir que todos os envolvidos o seguem.

Ao contrário do Scrum, o Guardião de Aprendizagem no eduScrum não está vinculado a uma única
Equipa, mas a um domínio do saber (disciplina ou unidade curricular). O Guardião de Aprendizagem
poderá, portanto, suportar várias Equipas de Estudantes de forma transversal a várias turmas e/ou
anos escolares. No caso de projetos interdisciplinares, as Equipas poderão inclusive ter vários
Guardiões de Aprendizagem, um por cada domínio do saber (disciplina ou unidade curricular).

Por vezes os alunos têm liberdade, dentro do currículo da disciplina, unidade curricular, curso ou
projeto educativo da escola, para determinar, parcial ou totalmente, os seus próprios Objetivos de
Aprendizagem (exemplo: projetos extracurriculares). Nesse caso, o Guardião de Aprendizagem é
ainda responsável pelos Critérios de Aceitação finais, mas a relação com os principais Objetivos de
Aprendizagem e respetivos resultados finais é muito mais flexível.

Na condição de Guardião de Aprendizagem, o Professor é um líder ao serviço das Equipas de


Estudantes. O Guardião de Aprendizagem é também responsável pela divulgação da filosofia
eduScrum, como ele é compreendida e executada corretamente e, portanto, o Professor concentra-
se na maneira de trabalhar e colaborar de todas as Equipas de Estudantes. Para garantir isso, o
Guardião de Aprendizagem deve fazer o seguinte:

• Explicar o que é eduScrum, qual a sua relevância e como funciona (uma vez).

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• Garantir que as Equipas de Estudantes são constituídas com base na complementaridade de
competências dos seus membros.
• Garantir que o processo eduScrum é seguido ao manter as Equipas de Estudantes fieis à teoria e
regras do eduScrum.
• Intervir, se necessário, com explicações adicionais, demonstrações, feedback positivo, etc.
• Encorajar a diversão, energia positiva e uma mentalidade de crescimento (pode ser delegado
aos Facilitadores de Aprendizagem).
• Proteger as Equipas de interrupções externas (pode ser delegado aos Facilitadores de
Aprendizagem).
• Incentivar as Equipas de Estudantes a remover obstáculos de forma rápida e autónoma; todos os
impedimentos que sejam demasiado grandes para uma Equipa resolver sozinha deverão ser
rapidamente resolvidos pelo Guardião de Aprendizagem (pode ser delegado aos Facilitadores de
Aprendizagem).

Além disso, o Guardião de Aprendizagem é também responsável por treinar e orientar os alunos que
atuam como Facilitadores de Aprendizagem nas diferentes Equipas de Estudantes. O Guardião de
Aprendizagem também incentiva a colaboração entre as diversas Equipas de Estudantes na sala de
aula, pois cada uma pode aprender imenso com os sucessos e fracassos das outras.

As Equipas de Estudantes
Uma Equipa de Estudantes consiste em alunos autónomos que colaboram entre si para atingir
coletivamente os Objetivos de Aprendizagem exigidos no final de cada Ciclo de Aprendizagem, de
acordo com os Critérios de Aceitação previamente definidos pelo Guardião de Aprendizagem. Os
membros de uma mesma Equipa de Estudantes são solidariamente responsáveis, enquanto Equipa,
pelo cumprimento dos Critérios de Aceitação.

As Equipas de Estudantes são estruturadas e capacitadas pelo Guardião de Aprendizagem de


maneira a que possam auto-organizar e gerir o seu próprio trabalho. Devido a isso, a eficácia e a
eficiência1 são fortemente melhoradas, bem como a experiência de aprendizagem e o crescimento
pessoal.

As Equipas de Estudantes possuem as seguintes características:

1. Elas são auto-organizadas: ninguém (nem mesmo o Guardião de Aprendizagem) diz à Equipa de
Estudantes como eles devem realizar os seus Objetivos de Aprendizagem.
2. Elas são multidisciplinares, com todas as competências específicas (hard skills) e transversais
(soft skills) necessárias para alcançarem os Objetivos de Aprendizagem de uma forma coletiva, e
os seus membros se desenvolverem pessoalmente.
3. Os membros de uma Equipa de Estudantes podem ter competências específicas ou áreas de
especialização, mas a responsabilidade final sobre o trabalho e resultados de aprendizagem recai
sempre sobre a Equipa de Estudantes como um todo.

1
Eficácia é fazer as coisas certas, eficiência é fazer bem as coisas (com qualidade).
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4. Cada membro de uma Equipa de Estudantes pode decidir em total liberdade se quer contribuir
com suas competências para o trabalho e resultados da Equipa, ou se deseja sair da sua “zona
de conforto” e desenvolver novas competências.
5. Cada Equipa de Estudantes monitoriza constantemente o seu próprio progresso e nível de
qualidade tendo como base a sua própria Definição de “Concluído”, e os Critérios de Aceitação
previamente definidos pelo Guardião de Aprendizagem.

Dimensão das Equipas de Estudantes

O tamanho ideal de uma Equipa de Estudantes seve ser pequeno o suficiente para esta ser
facilmente autogerível, e grande o suficiente para que possa realizar uma quantidade significativa de
trabalho.

A recomendação geral é constituir Equipas de 4 alunos: menos de três membros leva a uma menor
interação e representação de competências, e mais de cinco elementos exige uma maior
coordenação. Equipas grandes geram demasiada complexidade para poderem ser controladas
através de um processo empírico. Não se considera o Professor na determinação do tamanho das
Equipas de Estudantes.

O Facilitador de Aprendizagem (eduScrum Master, Estudante)


Dentro de cada Equipa de Estudantes, um dos seus membros desempenha a função de Facilitador de
Aprendizagem.

Cada Facilitador de Aprendizagem é um líder que serve e guia a sua própria Equipa, dela fazendo
parte, para além de contribuir com as suas próprias competências específicas (hard skills) e
transversais (soft skills) para o seu sucesso coletivo, à semelhança dos seus colegas.

Os Facilitadores de Aprendizagem ajudam as suas Equipas a terem um ótimo desempenho, mas não
as dirigem.

Dentro do eduScrum, o Facilitador de Aprendizagem desempenha um papel mais restrito do que o


papel do ScrumMaster no Scrum original. Isso ocorre porque o Guardião de Aprendizagem assume
várias dessas responsabilidades. No entanto, e à medida que os Facilitadores de Aprendizagem
ganham mais experiência, estes assumem gradualmente algumas das responsabilidades iniciais do
Guardião de Aprendizagem, nomeadamente:

• Explicar o que é eduScrum, qual a sua relevância e como funciona.


• Garantir que o processo eduScrum é seguido ao manter a sua Equipa de Estudantes fiel à teoria
e regras do eduScrum.
• Encorajar a diversão, energia positiva e uma mentalidade de crescimento dentro da sua Equipa.
• Proteger a sua Equipa de interrupções externas.
• Incentivar a sua Equipa de Estudantes a remover obstáculos de forma rápida e autónoma; todos
os impedimentos que sejam demasiado grandes para uma Equipa resolver sozinha deverão ser
rapidamente resolvidos pelo Guardião de Aprendizagem.

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A cerimónia de Constituição das Equipas de Estudantes inicia-se com a escolha dos Facilitadores de
Aprendizagem pelo Guardião de Aprendizagem ou, alternativa, pela própria turma. Os Facilitadores
de Aprendizagem escolhem, por sua vez, os membros de cada Equipa com base na
complementaridade de competências dos seus elementos.

Na Equipa de Estudantes, o Facilitador de Aprendizagem é responsável pelo "FLIP" (o equivalente a


um quadro Scrum de visualização do trabalho em curso, usando uma vulgar folha de flip chart). Uma
das responsabilidades do Facilitador de Aprendizagem é garantir que o "FLIP" está
permanentemente disponível e atualizado. No entanto, a execução do trabalho real é sempre
responsabilidade de toda a Equipa.

O Facilitador de Aprendizagem também suporta o Guardião de Aprendizagem e a Equipa de


Estudantes de que faz parte.

O papel do Facilitador de Aprendizagem é, por omissão, responsabilidade do Guardião de


Aprendizagem. No entanto, à medida que as Equipas e os alunos ganham mais experiência, o
Guardião de Aprendizagem delega um cada vez maior número de responsabilidades aos Facilitadores
de Aprendizagem de cada Equipa.

Serviço do Facilitador de Aprendizagem ao Guardião de Aprendizagem

O Facilitador de Aprendizagem serve o Guardião de Aprendizagem de várias formas, nomeadamente:

• Através da criação de transparência no progresso, assegurando que o "FLIP" está sempre


disponível e atualizado.
• Através da facilitação de eventos eduScrum sempre que solicitado, ou que seja necessário.

Serviço do Facilitador de Aprendizagem à Equipa de Estudantes

O Facilitador de Aprendizagem serve a sua Equipa de Estudantes de várias formas, nomeadamente


(mínimo):

• Através da criação de transparência no progresso, assegurando que o “FLIP” está sempre


disponível e atualizado.
• Garantido a execução correta do eduScrum, iniciando, facilitando e executando corretamente os
eventos do eduScrum, e usando corretamente os seus instrumentos.
• Através da facilitação da colaboração entre as diversas Equipas de Estudantes dentro do espaço
de trabalho.

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Eventos eduScrum
O eduScrum usa uma série de eventos prescritos para criar regularidade e previsibilidade. Todos os
eventos têm uma janela temporal predeterminada (time-box), isto é, todos os eventos têm uma
duração máxima, assegurando desta forma que é sempre utilizada uma quantidade adequada de
tempo e não mais que essa, minimizando assim desperdícios no processo de aprendizagem.

Além do próprio Ciclo de Aprendizagem, que funciona como um recipiente para todos os outros
eventos, cada evento no eduScrum é uma oportunidade formal para “inspecionar & adaptar” algo.
Estes eventos são concebidos especificamente para permitir criteriosas ações de transparência,
inspeção e adaptação. A não inclusão de qualquer um destes eventos resultará na redução da
transparência e numa oportunidade perdida para se “inspecionar & adaptar”.

O Ciclo de Aprendizagem (Sprint)


O coração do eduScrum é um Ciclo de Aprendizagem, um conjunto coerente de material de
aprendizagem que atinge certos Objetivos de Aprendizagem predefinidos. Um Ciclo de
Aprendizagem pode ser uma unidade didática, uma série de lições rica em contexto, um projeto, um
capítulo de um livro, e assim por diante. Normalmente os Ciclos de Aprendizagem coincidem com os
semestres ou períodos, mas tal não é necessário.

Um Ciclo de Aprendizagem tem uma janela temporal limitada e predeterminada, normalmente de


dois meses ou menos. Quando esse horizonte temporal é mais longo, torna-se mais difícil para as
Equipas de Estudantes planearem2 bem e supervisionarem a complexidade.

Um Ciclo de Aprendizagem começa com a Constituição das Equipas, seguida da Reunião de


Planeamento do respetivo Ciclo de Aprendizagem. As Equipas de Estudantes determinam, de forma
independentemente, o que irão fazer nesse período para atingirem os Objetivos de Aprendizagem, e
“como” lá chegar.

Um Ciclo de Aprendizagem consiste:

• Numa Reunião de Planeamento do Ciclo de Aprendizagem, incluindo a Constituição das Equipas


de Estudantes.
• N Reuniões de Coordenação, no início de cada aula.
• Na aprendizagem de algo novo e na realização de trabalho e tarefas dentro do Ciclo de
Aprendizagem, a cada aula.
• Numa Reunião de Revisão do Ciclo de Aprendizagem.
• Numa Reunião de Retrospetiva do Ciclo de Aprendizagem, incluindo a Reflexão Pessoal.

Durante um Ciclo de Aprendizagem:

• A composição de cada Equipa de Estudantes não é alterada.

2 Algumas Equipas, em particular as que são novas no eduScrum, acham difícil planear um Ciclo de Aprendizagem
inteiro no seu início. Elas geralmente começam por um planeamento alto nível no começo do Ciclo de Aprendizagem, e
à medida que avançam e ganham mais experiência, adicionam mais detalhe.
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• O âmbito do trabalho, isto é, o Desafio de Aprendizagem, não é alterado.
• Os Critérios de Aceitação, isto é, a qualidade do trabalho a realizar pelas diferentes Equipas,
podem ser esclarecidos e renegociados entre o Guardião de Aprendizagem e a as Equipas de
Estudantes à medida estas ganham mais competências e aprendem mais.

O Ciclo de Aprendizagem termina com uma Reunião de Revisão e uma Reunião de Retrospetiva (por
esta ordem) para inspeção do trabalho realizado e entregue, e identificação de futuras possibilidades
de melhoria, respetivamente.

Durante um Ciclo de Aprendizagem, o Guardião de Aprendizagem monitoriza e verifica regularmente


se cada Equipa está a produzir os resultados esperados com a qualidade pretendida. Algumas
Equipas poderão ter um evento adicional pré-agendado de forma regular, com uma janela temporal
predeterminada (time-box), para assegurar que esta “inspeção & adaptação” ocorre durante o todo
o Ciclo de Aprendizagem.

De forma semelhante ao Scrum, no eduScrum todos os artefactos resultantes do trabalho


colaborativo têm de ser testados no decorrer do próprio Ciclo de Aprendizagem, sendo que o
Guardião de Aprendizagem estimula periodicamente as Equipas de Estudantes a fazerem isso mesmo
por si próprias. As Equipas podem pensar em diferentes tipos de métodos e estratégias de
aprendizagem ativa para atingirem esse objetivo, como sessões de partilha de conhecimentos
(internas a cada Equipa) para aferição dos conhecimentos adquiridos por todos os seus membros,
jogos educativos de curta duração, discussões internas em torno de um tópico ou Objetivo de
Aprendizagem, explicação de um tópico por parte de um dos membros aos restantes colegas de
Equipa (learning by teaching), etc…

Como Guardião de Aprendizagem, o Professor deverá monitorizar o progresso de cada Equipa de


forma regular. Nesse sentido, o quadro de aprendizagem "FLIP" e o gráfico de “Burn Down” de cada
Equipa fornecem uma visão geral rápida sobre a evolução da aprendizagem e do trabalho
desenvolvido por cada Equipa.

Cancelamento de um Ciclo de Aprendizagem – não no eduScrum

Ao contrário do Scrum, um Ciclo de Aprendizagem (Sprint) não pode ser cancelado no eduScrum. No
entanto, e de forma semelhante ao Scrum, é possível, em circunstâncias verdadeiramente
excecionais, fornecer novas atividades e/ou artefactos às Equipas de Estudantes (isto é, proceder a
uma alteração do âmbito inicial) às Equipas de Estudantes de forma a estas alcançarem os Objetivos
de Aprendizagem e os respetivos resultados desejados.

O Professor pode também incluir momentos de explicação de alguns tópicos centrais à


aprendizagem de forma a assegurar que os resultados educativos sejam atingidos. Estas explicações
podem ser feitas para todas as Equipas em simultâneo ou para uma Equipa de Estudantes em
particular.

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A Reunião de Planeamento do Ciclo de Aprendizagem
A Reunião do Planeamento do Ciclo de Aprendizagem acontece sempre no início deste e consiste em
3 partes: Constituição de Equipas, Objetivos de Aprendizagem e Planeamento do Trabalho.

Constituição de Equipas

Além dos eventos essenciais do Scrum, o eduScrum oferece dois eventos extras, um dos quais é
Constituição de Equipas. Uma cuidadosa formação de Equipas com base na complementaridade das
competências e qualidades pessoais é fundamental para a melhoria da aprendizagem e do
desempenho escolar com o eduScrum. O trabalho diferenciado e complexo que precisa de ser
desenvolvido de forma colaborativa pelas diferentes Equipas exige que cada uma delas possua tantas
qualidades, competências e conhecimentos quanto possível.

Para constituir boas Equipas, os seguintes critérios são importantes:

• Complementaridade de competências e de qualidades pessoais entre os seus membros;


• Proporção equilibrada de alunos de ambos os sexos;
• Composições diferentes dos Ciclos de Aprendizagem anteriores;
• Composição baseada na amizade é indesejável.

Durante a Constituição de Equipas, uma componente obrigatória do evento de Planeamento do Ciclo


de Aprendizagem, o Guardião de Aprendizagem ou a turma inteira nomeiam primeiro os
Facilitadores de Aprendizagem. Os Facilitadores de Aprendizagem escolhem de seguida as pessoas
para as diferentes Equipas de Estudantes com base na complementaridade de competências
específicas (hard skills) a transversais (soft skills).

Objetivos de Aprendizagem

Os Objetivos de Aprendizagem dão às Equipas de Estudantes a flexibilidade necessária relativamente


ao que será criado, e como, no decorrer do Ciclo de Aprendizagem.

O Guardião de Aprendizagem explica inicialmente às Equipas o que espera destas no final de cada
Ciclo de Aprendizagem; os Objetivos de Aprendizagem correspondem normalmente a metas
curriculares associadas a um determinado domínio/subdomínio de aprendizagem, pertencentes a
um programa curricular de uma determinada disciplina ou unidade curricular, de acordo com os
documentos de referência formulados pelo Governo ou pela Instituição de Ensino.

Durante a realização do seu trabalho, as Equipas de Estudantes mantêm sob vigilância constante os
Objetivos de Aprendizagem. Diferentes tarefas serão realizadas por cada Equipa para atingir esses
mesmos Objetivos de Aprendizagem. Se o trabalho realizado por uma determinada Equipa de
Estudantes começar a desviar-se substancialmente do seu planeamento inicial, essa Equipa deverá
trabalhar com o Guardião de Aprendizagem na reestruturação da sua lista de trabalho e tarefas de
forma a que os Objetivos de Aprendizagem possam ser alcançados novamente.

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Os Objetivos de Aprendizagem são parte integrante das metas curriculares de um domínio de
aprendizagem de uma determinada disciplina ou unidade curricular e podem, como tal, serem vistos
como marcos no progresso das Equipas de Estudantes.

Planeamento do Trabalho

O trabalho a realizar durante um Ciclo de Aprendizagem é planeado durante a Reunião de


Planeamento do Ciclo de Aprendizagem. A criação deste plano é sempre o resultado de um esforço
colaborativo de toda uma Equipa de Estudantes.

Em primeiro lugar, o Professor apresenta uma visão geral do Desafio de Aprendizagem, quais os
conteúdos programáticos associados, o número de aulas disponíveis no Ciclo de Aprendizagem, quais
os seus momentos centrais (planeamento, apresentação dos trabalhos, avaliação individual, etc…),
datas de entrega, modelos de avaliação, e assim por diante.

Em resumo, o Guardião de Aprendizagem define os limites dentro dos quais os alunos podem
reivindicar propriedade e autonomia sobre a sua própria aprendizagem e trabalho e assim criarem o
seu próprio planeamento.

A Reunião de Planeamento do Ciclo de Aprendizagem corresponde a uma janela temporal


predeterminada (time-box) de 2 aulas para um Ciclo de aproximadamente dois meses. No entanto,
essa mesma janela temporal é normalmente necessária para Ciclos de Aprendizagem mais curtos.

A Reunião de Planeamento do Ciclo de Aprendizagem responde às seguintes perguntas:

• O que se espera da Equipa de Estudantes neste Ciclo de Aprendizagem, isto é, quais são os
Objetivos de Aprendizagem, que conteúdos programáticos serão cobertos, quais são os Critérios
de Aceitação, que dependências existem.
• O que deve ser feito para alcançar os Objetivos de Aprendizagem (as tarefas), qual a respetiva
ordem e quem irá trabalhar em quê.

O Guardião de Aprendizagem apresenta e explica detalhadamente cada um dos Objetivos de


Aprendizagem às Equipas de Estudantes de forma a que todos os seus membros tenham uma boa
ideia do que se espera deles e das suas Equipas durante o Ciclo de Aprendizagem que se está a
iniciar.

Os Objetivos de Aprendizagem devem ter sido explicados com o detalhe necessário e suficiente para
que cada Equipa de Estudantes possa, de forma independente e autónoma, trabalhar esses mesmos
Objetivos na sua Reunião de Planeamento.

Depois de o Guardião de Aprendizagem ter explicado os Objetivos de Aprendizagem, cabe a cada


Equipa de Estudantes descobrir as atividades, artefactos e respetivas tarefas necessárias ao
cumprimento dos mesmos, ficando cada Equipa responsável pela definição das suas próprias tarefas,
pela estimativa de duração das mesmas e suas respetivas entregas parciais (a existirem).

Assim que ficar claro o que precisa ser feito, cada Equipa de Estudantes começa a definir e organizar
as suas próprias atividades, artefactos e respetivas tarefas, e eventuais entregas parciais por ordem

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cronológica, com base no seu próprio entendimento coletivo sobre os Objetivos de Aprendizagem e
Critérios de Aceitação definidos previamente pelo Guardião de Aprendizagem.

Assim que as tarefas e as respetivas entregas parciais estejam definidas e ordenadas


cronologicamente, a primeira subdivisão de tarefas pode ser feita. Durante esta sessão de
planeamento, apenas é necessário produzir um primeiro esboço. Afinal, o processo de “inspeção &
adaptação” contínua do eduScrum irá naturalmente conduzir a novas descobertas sobre o trabalho a
realizar e, possivelmente, a alterações no planeamento e divisão do trabalho no decorrer do Ciclo de
Aprendizagem.

No final da Reunião de Planeamento do Ciclo de Aprendizagem cada Equipa de Estudantes, como


equipa auto-organizada que é, deverá ser capaz de explicar ao Guardião de Aprendizagem qual o seu
plano para atingir os Objetivos de Aprendizagem.

As Reuniões de Coordenação (Stand Ups)


As Reuniões de Coordenação, normalmente realizadas em pé junto ao “FLIP”, são eventos com uma
janela temporal predeterminada (time-box) de 5 minutos para que cada Equipa de Estudantes possa
sincronizar as suas atividades e fazer um planeamento até a próxima Reunião de Coordenação. A
Reunião de Coordenação ocorre no início de cada aula, inspecionando o trabalho realizado desde a
última Reunião e planeando o trabalho que é possível finalizar até à próxima.

A Reunião de Coordenação é realizada em todas as aulas no mesmo momento, preferencialmente no


seu início, de forma a reduzir a complexidade e introduzir regularidade. Durante esta Reunião, cada
membro da Equipa de Estudantes informa o seguinte:

• O que fiz para ajudar a minha Equipa a atingir os Objetivos de Aprendizagem definidos para o
Ciclo de Aprendizagem atual, desde a aula anterior?
• O que farei nesta aula para ajudar a minha Equipa a atingir os Objetivos de Aprendizagem
definidos para o Ciclo de Aprendizagem atual?
• Quais são os obstáculos que impedem a minha pessoa ou a minha Equipa de atingir os Objetivos
de Aprendizagem definidos para o Ciclo de Aprendizagem atual?

As Equipas de Estudantes usam a Reunião de Coordenação para avaliar e proteger o seu progresso
em relação aos Objetivos de Aprendizagem, replanear o trabalho em curso e fazer acordos coletivos
relativamente ao mesmo (quem vai fazer o quê na aula que se iniciou, por exemplo). Desta maneira
as Reuniões de Coordenação maximizam a probabilidade de as Equipa de Estudantes atingirem os
Objetivos de Aprendizagem com a maior qualidade possível.

No final de cada Reunião de Coordenação, cada Equipa de Estudantes deverá ser capaz de explicar
ao Guardião de Aprendizagem como irá trabalhar, como equipa auto-organizada que é, em direção
aos Objetivos de Aprendizagem e quais são as atividades, artefactos e tarefas que ainda faltam
concluir.

O Facilitador de Aprendizagem garante que a Equipa de Estudantes, de que faz parte, realiza a
Reunião de Coordenação, mas a responsabilidade pela execução da mesma é da Equipa de

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Estudantes como coletivo. O Facilitador de Aprendizagem ajuda a sua Equipa de Estudantes a manter
a Reunião de Coordenação dentro da janela temporal predeterminada (time-box) de 5 minutos.

As Reuniões de Coordenação servem para melhorar a comunicação no interior da Equipa de


Estudantes, para esta identificar e remover obstáculos ao desenvolvimento do seu próprio trabalho,
para incentivar a rápida tomada de decisões e melhorar o conhecimento que a Equipa de Estudantes
possui sobre o trabalho que tem entre mãos. Esta é uma reunião muito importante para “inspecionar
& adaptar” (o plano, as tarefas, o resultado do trabalho, a qualidade do mesmo, etc.).

A Reunião de Revisão do Ciclo de Aprendizagem


A Reunião de Revisão ocorre no final de cada Ciclo de Aprendizagem e é sinónimo de conclusão dos
trabalhos. Cada Equipa de Estudantes demonstra o que aprendeu durante o Ciclo de Aprendizagem
que está a terminar, e comparam o que aprenderam relativamente à sua própria Definição de
“Concluído” e aos Objetivos de Aprendizagem predefinidos pelo Guardião de Aprendizagem.

O formato desta apresentação depende dos Objetivos de Aprendizagem e dos Critérios de Aceitação
inicialmente estabelecidos pelo Professor.

Durante o Ciclo de Aprendizagem, é necessário “inspecionar & adaptar” com a maior frequência
possível, mas sem dificultar o processo de aprendizagem. Em geral, pode-se concluir que, quanto
maior for o número de inspeções, maior é a probabilidade de sucesso. A frequência das inspeções e
como elas serão avaliadas devem ser partilhadas com as Equipas de Estudantes no início de cada
Ciclo de Aprendizagem durante a Reunião de Planeamento do mesmo. Essas inspeções ajudam as
equipas a avaliar o seu progresso e a qualidade em relação aos Objetivos de Aprendizagem,
procurando obter o máximo de feedback possível sobre as tarefas já concluídas.

A Reunião da Retrospetiva do Ciclo de Aprendizagem


A Reunião de Retrospetiva do Ciclo de Aprendizagem é uma oportunidade para as Equipas de
Estudantes desenvolverem uma inspeção sobre si próprias.

A Reunião de Retrospetiva do Ciclo de Aprendizagem é realizada, assim que for possível,


imediatamente a seguir à Reunião de Revisão do Ciclo de Aprendizagem. A Reunião de Retrospetiva
deve ser preparada cuidadosamente pois tem como objetivo principal a criação de planos de
melhoria do desempenho coletivo (da Equipa) e individual (de cada aluno), servindo de preparação
para o Ciclo de Aprendizagem seguinte.

A Retrospetiva deve ser realizada assim que as classificações dos trabalhos estiverem disponíveis.
Qualquer atraso na realização da Retrospetiva resultará numa oportunidade de melhoria perdida por
parte das Equipas e Indivíduos para o próximo Ciclo de Aprendizagem.

Os objetivos da Reunião de Retrospetiva do Ciclo de Aprendizagem são:

• Inspecionar como foi o último Ciclo de Aprendizagem relativamente a pessoas, relações,


processos e ferramentas;

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• Identificar o que correu bem, identificar potenciais melhorias à forma de trabalhar e ordená-las
por ordem de importância; e,
• Criar um plano de implementação de melhorias à forma como cada Equipa de Estudantes realiza
o seu trabalho e ao modo como cada membro contribui para o esforço coletivo.

A Reunião de Retrospetiva do Ciclo de Aprendizagem consiste em três partes:

1. Os alunos avaliam os métodos e processos de trabalho da sua Equipa e identificam pontos de


melhoria;
2. Em seguida, cada aluno avalia-se a si próprio relativamente às suas competências e pontos de
melhoria, assim como aos demais colegas de equipa (reflexão pessoal);
3. A equipa discute o que deve parar de fazer.

Consequentemente, os alunos estão juntos a “aprender a aprender” de forma eficaz e eficiente. A


Reunião de Retrospetiva do Ciclo de Aprendizagem é, portanto, uma parte muito importante e
essencial do processo eduScrum, nunca devendo ser omitida, e acontecendo sempre no final de
cada Ciclo de Aprendizagem.

A Equipa de Estudantes responde individual e coletivamente às quatro questões seguintes:

1. O que correu bem?


2. O que podemos ou devemos fazer melhor?
3. O que não devemos mais fazer?
4. Que ações iremos tomar durante o próximo Ciclo de Aprendizagem?

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Artefactos eduScrum
Os artefactos do eduScrum representam valor ou trabalho de várias maneiras úteis para o
fornecimento de transparência e de oportunidades para “inspeção & adaptação”. Os artefactos
definidos pelo eduScrum foram desenhados especificamente para maximizar a transparência das
principais informações necessárias para garantir que as Equipas de Estudantes sejam bem-sucedidas
na obtenção de Objetivos de Aprendizagem “concluídos”.

O Backlog de Aprendizagem
O Backlog de Aprendizagem é uma lista ordenada (de todos os itens de aprendizagem) dos Objetivos
de Aprendizagem e métodos de trabalho que estão em conformidade com as metas curriculares
associadas a um determinado domínio/subdomínio de aprendizagem, pertencentes a um programa
curricular de uma determinada disciplina ou unidade curricular, de acordo com os documentos de
referência formulados pelo Governo ou pela Instituição de Ensino.

O Guardião de Aprendizagem é responsável pelo Backlog de Aprendizagem, incluindo seu conteúdo,


disponibilidade e ordenação.

Ao contrário do Scrum, onde o Backlog do Produto (equivalente ao Backlog de Aprendizagem no


eduScrum) nunca é completo, no eduScrum as metas curriculares, e muitas vezes os Objetivos de
Aprendizagem também, são conhecidos antecipadamente. As metas curriculares são predefinidas; os
Objetivos de Aprendizagem podem variar, mas normalmente também são conhecidos “a priori”.

No entanto, os métodos de trabalho são constantemente ajustados com base na compreensão


progressiva dos mesmos por parte de cada uma das Equipas, de acordo com o princípio Scrum de
“inspecionar & adaptar”. Assim, o Backlog de Aprendizagem é dinâmico quanto aos métodos de
trabalho: ele muda constantemente para ajudar os alunos a identificar o que precisam para
aprenderem, cooperarem de forma eficaz e compreenderem o material de aprendizagem.

O Backlog de Aprendizagem é ordenado com base no programa curricular de uma determinada


disciplina ou unidade curricular e, portanto, os Objetivos de Aprendizagem e estórias (métodos de
trabalho) devem estar de acordo com esse mesmo programa curricular, assim como com os
documentos de referência formulados pelo Governo ou pela Instituição de Ensino.

No Backlog de Aprendizagem, os itens com prioridade mais alta estão relacionados com o próximo
Ciclo de Aprendizagem, enquanto que os itens com prioridade mais baixa serão “processados”
cronologicamente mais tarde. Também no Backlog de Aprendizagem, os itens com prioridade mais
alta estão mais claros e mais detalhados do que os itens com prioridade mais baixa. Quanto mais
baixa for a prioridade, menos detalhes constam dos itens de aprendizagem.

Os itens do Backlog de Aprendizagem que ocuparão as Equipas de Estudantes durante o próximo


Ciclo de Aprendizagem estão suficientemente bem detalhados, tendo sido decompostos para que
qualquer item individual possa ser “Concluído” dentro da janela temporal predeterminada do Ciclo
de Aprendizagem. Ou seja, o material de aprendizagem foi esclarecido e delineado o suficiente para

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que as Equipas de Estudantes sejam realmente bem-sucedidas na obtenção de resultados adequados
no próximo Ciclo de Aprendizagem.

O "FLIP" (Quadro eduScrum)


O “FLIP”, cujo nome deriva da palavra inglesa flip chart, fornece uma visão dinâmica sobre o
conjunto de artefactos (apresentações, relatórios, etc.), atividades (pesquisas, questionários, etc.) e
respetivas tarefas que a Equipa de Estudantes irá completar no Ciclo de Aprendizagem atual.

O “FLIP” é uma representação cronológica do trabalho criativo a desenvolver e a entregar no


decorrer do Ciclo de Aprendizagem atual. Os artefactos e atividades, assim como as tarefas
respetivas, movem-se no “FLIP” de acordo com o seu estado, desde “A Aprender”, passando por “Em
Curso” e terminando em “Concluído”.

O “FLIP” fornece uma visão panorâmica sobre todas as tarefas necessárias para o cumprimento dos
Objetivos de Aprendizagem. Adicionalmente, o “FLIP” fornece contexto à Reunião de Planeamento e
às Reuniões de Coordenação, pois através dele é possível saber onde uma Equipa de Estudantes se
encontra em relação ao trabalho já concluído e ao que ainda falta desenvolver e/ou terminar.

Consequentemente, através do “FLIP” é também possível prever se uma determinada Equipa de


Estudantes irá ou não atingir os Objetivos de Aprendizagem previamente estabelecidos pelo
Professor. O “FLIP” deverá ser atualizado regularmente de forma a refletir sempre o estado real do
progresso de cada Equipa de Estudantes, sendo que esta atualização de informação ocorre, pelo
menos uma vez, antes de cada Reunião de Coordenação.

Outra característica importante do “FLIP” é o facto de ele servir para melhorar a transparência sobre
o progresso. Isto requer que o “FLIP” esteja sempre visível para todas as Equipas de Estudantes
durante todas as reuniões.

O “FLIP” é também um plano com detalhe suficiente para que eventuais mudanças ao progresso
sejam entendidas pelos próprios alunos durante as suas Reuniões de Coordenação. A Equipa de
Estudantes modifica o “FLIP” durante o decorrer do Ciclo de Aprendizagem e, portanto, o “FLIP”
evolui durante o desenrolar do mesmo. Logo, o “FLIP” poderá ser revisto todas as vezes que for
necessário pela Equipa (como por exemplo, adicionar novas tarefas), tendo como base a
compreensão progressiva do trabalho já feito e a realizar.

À medida que novo trabalho é descoberto, a Equipa de Estudantes adiciona-o ao seu “FLIP”. Quando
elementos do plano são considerados desnecessários, eles são removidos do “FLIP”. Apenas a Equipa
de Estudantes pode fazer alterações ao seu “FLIP” durante o Ciclo de Aprendizagem. O “FLIP” é um
artefacto de alta visibilidade, uma “fotografia em tempo real” do trabalho em curso e do trabalho
que uma determinada Equipa de Estudantes planeia desenvolver e entregar durante um Ciclo de
Aprendizagem, pertencendo exclusivamente à Equipa de Estudantes que o criou e mantém.

Monitorização do Progresso de um Ciclo de Aprendizagem

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Em qualquer momento de um Ciclo de Aprendizagem, a Equipa de Estudantes deverá ser capaz de
explicar de forma sucinta o trabalho total por concluir que consta no seu “FLIP”. Cada Equipa de
Estudantes deverá acompanhar de perto o volume de trabalho não concluído, pelo menos durante a
realização das suas Reuniões de Coordenação.

Cada Equipa de Estudantes, em conjunto com o Guardião de Aprendizagem, deverá ser capaz de
calcular a probabilidade de atingir ou não os Objetivos de Aprendizagem, a partir do estado das
tarefas ainda não concluídas (“A Aprender” ou “Em Curso”). Ao acompanhar de forma regular o
trabalho por concluir ao longo do Ciclo de Aprendizagem, cada Equipa de Estudantes pode gerir o
seu próprio progresso.

A Definição de “Concluído”
Quando um Objetivo de Aprendizagem ou um seu Item (artefacto, atividade, tarefa) é descrito como
“Concluído”, todos os participantes no processo educativo deverão entender o que significa
“Concluído”. Embora esta definição varie significativamente de Equipa para Equipa de Estudantes,
todos os membros de uma mesma Equipa deverão possuir um entendimento partilhado sobre o que
significa concluir uma tarefa, atividade ou artefacto, de forma a assegurar a transparência. A
Definição de “Concluído” de cada Equipa de Estudantes é usada por estas para avaliarem quando o
seu trabalho está completo em relação a um determinado Objetivo de Aprendizagem.

Objetivos de Aprendizagem

Um Objetivo de Aprendizagem corresponde ao somatório de todos os seus itens (artefactos,


atividades, tarefas) a serem concluídos durante um Ciclo de Aprendizagem. No final de um Ciclo os
Objetivos de Aprendizagem deverão ser considerados como “Concluídos”, o que significa que
deverão respeitar na íntegra os respetivos Critérios de Aceitação predefinidos pelo Guardião de
Aprendizagem no início do Ciclo de Aprendizagem. A conclusão dos Objetivos de Aprendizagem
permite a atribuição de uma classificação que representa o grau de compreensão atingido pela
Equipa sobre esses mesmos Objetivos (que pode corresponder sensivelmente a dois terços da
avaliação individual).

Nota importante: mesmo que uma classificação de 10 (numa escala de 0 – 20) seja suficiente para
transitar um aluno para o próximo Ciclo de Aprendizagem, período escolar ou ano escolar, isso não
significa, pela Definição de “Concluído”, que o mesmo atingiu a compreensão mínima sobre todos os
Objetivos de Aprendizagem.

A Definição de “Concluído” de cada Equipa de Estudantes orienta as mesmas no planeamento e


decomposição do trabalho a realizar na Reunião de Planeamento do Ciclo de Aprendizagem. O
propósito principal de cada Equipa de Estudantes durante um Ciclo de Aprendizagem é atingir, com o
máximo de qualidade possível, os respetivos Objetivos de Aprendizagem, aderindo à versão atual da
sua Definição de “Concluído”.

Questões importantes que ajudam cada Equipa a determinar a sua Definição de “Concluído”:

• Como é que validamos que determinado item de aprendizagem está realmente “concluído”?

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• O que queremos dizer, exatamente, com “concluído”? Que critérios usar?
• E ainda, quando é que um determinado item “não está concluído”? Que critérios usar?

Cada Equipas de Estudantes é responsável pela sua própria Definição de “Concluído”. Uma vez que a
Definição de “Concluído" também faz parte do processo de aprendizagem, ela pode ser alterada com
base nas conclusões das Reuniões de Retrospetiva. Dessa forma, novas aprendizagens e
conhecimentos podem ser assimilados no processo de aprendizagem para assim se obterem
melhores resultados.

A Definição de “Diversão”
Uma adição importante à Definição de "Concluído" é a Definição de "Diversão".

A diversão é um importante fator motivador para os alunos e, por conseguinte, é algo essencial na
obtenção de excelentes resultados de aprendizagem. Assim, os alunos também deverão indicar o
que necessitam para se divertirem durante a aprendizagem e o trabalho que estão a realizar.
“Necessidade” neste contexto deverá ser melhor interpretada no sentido amplo da palavra: o que
deve lá estar para garantir uma aprendizagem e trabalho agradável.

Muitas vezes as conclusões de uma Reunião de Retrospetiva podem oferecer pistas para a Definição
de "Diversão". Desta forma, e à semelhança da Definição de “Concluído”, a Definição de “Diversão” é
também um "documento vivo", podendo ser alterada ou expandida com frequência.

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Considerações Finais
O eduScrum é gratuito e oferecido neste Guia. Os papéis, artefactos, eventos e regras do eduScrum
são imutáveis e, apesar de ser possível implementar apenas algumas partes do eduScrum, o seu
resultado nunca será considerado eduScrum. O eduScrum existe apenas como um todo e funciona
bem como um recipiente para outras técnicas, métodos e práticas educativas.

Na tradução Portuguesa optámos por balancear o melhor possível a terminologia oficial do


eduScrum com a terminologia em uso na Educação e no Sistema Educativo Português de forma a
facilitar a compreensão e adoção do eduScrum por parte dos Professores:

eduScrum (versão Inglesa) eduScrum (versão Portuguesa)

eduScrum Master Facilitador de Aprendizagem

eduScrum Team Equipa eduScrum

Definition of “Done” Definição de “Concluído”

Definition of “Fun” Definição de “Diversão”

Learning Goals Objetivos de Aprendizagem

Product Backlog Backlog de Aprendizagem

Product Owner Guardião de Aprendizagem

Sprint Ciclo de Aprendizagem

Sprint Planning Reunião de Planeamento do Ciclo de Aprendizagem

Sprint Retrospective Reunião de Retrospetiva do Ciclo de Aprendizagem

Sprint Review Reunião de Revisão do Ciclo de Aprendizagem

Stand Up Reunião de Coordenação

Student Team Equipa de Estudantes

Este guia será revisto regularmente. Se você tiver alguma ideia ou sugestão sobre como este guia
pode ser melhorado, por favor partilhe-as connosco através dos seguintes endereços de correio
eletrónico:

• Versão Inglesa original: eduscrum@gmail.com


• Versão Portuguesa (Português de Portugal): eduscrum@iosae.com

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Registo de Alterações

Versão PT-PT 1.2 (Julho 2018)


• Revisão ortográfica e gramatical.
• Múltiplos ajustes na paginação e formatação para publicação final na internet.
• Alteração de Sprint para Ciclo de Aprendizagem.
• Alteração de Backlog de Produto para Backlog de Aprendizagem.
• Alteração de Dono do Produto para Guardião de Aprendizagem.
• Alteração de Mestre do eduScrum para Facilitador de Aprendizagem.
• Alteração de Stand Ups para Reuniões de Coordenação.
• Alteração de Framework para Estrutura de Aprendizagem.
• Reescrita de múltiplos parágrafos para facilitar a compreensão e a aplicabilidade no terreno.
• Recolha de feedback de Professores eduScrum em Portugal.

Versão PT-PT 1.1 (Junho 2018)


• Revisão ortográfica e gramatical.
• Recolha de feedback e revisão por Jorge Alexandre Gomes (Estudante eduScrum).

Versão PT-PT 1.0 (Maio 2018)


• Versão inicial Portuguesa (PT-PT) por Nuno Rafael Gomes (Lean-Agile Organizational Coach).

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Agradecimentos

Pessoas por detrás do eduScrum


“Acreditamos nos jovens. Estamos convencidos de que eles desejam mais e são mais capazes do que
eles próprios ou muitos adultos acreditam. O eduScrum garante que os alunos obtenham o máximo
de si e da sua equipa. É isso que faz a Educação valer a pena para todos os envolvidos! O resultado
que almejamos é que os jovens se respeitam mutuamente como são. Desta maneira esperamos poder
contribuir para um mundo melhor.”

A Equipa eduScrum.

Aos Estudantes

A maioria das ideias para melhorar o eduScrum vem dos próprios alunos; implementamos
continuamente as suas ideias e criatividade! O nosso muito obrigado!

Fundação eduScrum & Amigos


A continuação do desenvolvimento do eduScrum só é possível com a ajuda dos Amigos do eduScrum.
Alguns dos nossos parceiros são:

• Ashram College (Holanda).


• Colégio Casa Mãe (Portugal).
• IOSAE Lean-Agile Professional Services.
• Jeff and Arline Sutherland (Scrum Inc.).
• Prowareness.
• Schuberg Philis.
• Xebia.

Para saber mais, por favor visite:

http://www.eduscrum.nl

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