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Capítulo 1

Capítulo 1
Fim de noite e as garotas caminhavam com seus saltos altos pelas ruas
movimentadas de Nova Yorque. Os trajes sumários não deixavam dúvidas de
sua profissão. Eram mulheres da vida, garotas de programa. Jovens e bonitas,
porém não tinham tanta sorte quanto aquelas que desciam de luxuosos carros e
entravam no prédio de luxo em plena Lincoln Square. Ali funcionava
a Emperor's dream, agência de modelos mundialmente famosa. O que
poquíssimas pessoas sabiam, somente poderosos executivos de Nova
Yorque, Washington e Paris, é que tudo não passava de fachada para
serviços de prostituição de luxo.

Era completamente diferente das garotas de rua, as quais muitas vezes


faziam programa por conta própria, sem estarem vinculadas a ninguém.
Sem qualquer vinculo com cafetões, ao final da noite tinham todo o
dinheiro para si. Não raro, eram espancadas, violentadas e usadas sem
receberem pagamento.

Livres disso, as garotas do Cullen, como eram chamadas as


acompanhantes de executivos, não tinham todo o dinheiro ao final de um
programa. Recebiam míseros quarenta porcento dos milhares de dólares
que cobravam por cada programa.

O esquema era fácil. Executivos, homens bem sucedidos tratavam


diretamente com o Cullen. Escolhiam a garota pelo book e realizava o
pagamento. Se não ficasse satisfeito-o que era raro- era ressarcido. No
entanto a garota teria que prestar serviços de graça ao Cullen.

Eram obrigadas a fazerem programa sem receber um centavo por


determinado tempo.

-Como foi a viagem?

-Foi ótima, Jess. Paris continua linda como sempre.

Jéssica olhou com inveja para a companheira de profissão. Ultimamente


vinha pegando executivos meia boca, que so queriam mesmo programa e
nada de viagens. Jéssica Stanley, vinte anos, pele clara e cabelos
castanhos claros,achava que o Cullen dava privilégios demais a garota.
Não era segredo para ninguém que ele usufria do corpo dela quando bem
queria. E isso era um dos motivos pelos quais várias garotas a odiavam.
No mundo da prostituiçaõ era comum o cafetão “se deitar” com suas
garotas. Mas o Cullen não. Ele era um Deus. Um verdadeiro imperador.
O sonho de toda mulher. Alto, pele clara, revoltos cabelos ruivos e
aqueles olhos azuis acinzentados que levavam todas a loucura, ele
simplesmente não usufria dos serviços da casa. Exceto dela. Da maldita
Isabella.

Qualquer das garotdas dariam tudo o que ganham em um mês de


trabalho por meia hora, quinze minutos com ele. Mas elas infelizmente
não tinham tanta sorte quanto Isabella Swan.

Entraram no escritório e o Deus estava la sentado em toda sua


imponência em sua cadeira de couro. Lauren, Irina e Kate também ja
estavam la. O Cullen deu seu famoso sorriso torto assim que as duas
garotas entraram na sala.

-Estão atrasadas.

-Desculpe, Cullen. O trânsito estava meio complicado.

-Sem delongas, pois estou cansado e quero logo ir pra casa. O que é seus,
como sempre, está dentro dos envelopes. Direto para casa e cama. Terão
exatamente...

Consultou o rolex de ouro e voltou a encarar “suas meninas”.

-Oito horas para dormirem e depois direto para a clinica. Exame de todas
vocês ja está marcado.

Geralmente era apenas isso. Elas nunca discutiam qualquer ordem,


mesmo porque o que o Cullen tinha de lindo e sedutor, tinha de
amedrontador. Todas as garotas o temiam.

Assim que todas pegaram seus envelopes, ele as dispensou.

-Ja podem ir, exceto Isabella.

Jéssica apenas rolou os olhos quando estava de costas pra ele. Agora era
chegada a hora de Bella agradar ao chefe.

-Mas como tem sorte essa filha da mãe.

-Eu que o diga, Kate. Ele nunca sequer deu uma segunda olhada em nós,
exceto quando nos contratou. Mas pra ela... ele so falta comê-la com os
olhos.

-Será que a ruiva dele não dá no coro?

As quatro mulheres gargalharam enquanto desciam pelo elevador.


-Somos putas, querida. Fazemos tudo o que essas dondocas não fazem.

-Pior pra Bella. Quando ele se cansar disso, é com Victoria que irá se
casar. E ela continuará sendo simplesmente...

-Uma vadia.

Completou Kate e as três despeitadas gargalharam novamente.


Despediram-se à porta do edificio que agora era o cenário de luxúria do
Cullen e Isabella. Assim que as portas se fecharam ele a chamou com o
dedo e Isabella caminhou até ele, seus quadris se movendo graciosamente
e fazendo o todo poderoso babar em suas curvas.

Sentou-se no colo dele, cruzando as pernas e enlaçando seu pescoço.

-Senti sua falta.

-Eu também.

-Vamos para o meu apartamento?

-Hum... e minhas oito horas de sono? Assim irei perder minha consulta.

-A sua consulta so será a tarde. Eu sabia que quando você chegasse eu


estaria morto de fome, se é que me entende.

-Perfeitamente, chefe.

A morena raspou as longas unhas escuras no peito dele, fazendo seus


pelos se arrepiarem. Desde quando Isabella se apresentou querendo
“trabalhar” pra ele, Edward Cullen sentiu todo seu corpo vibrar.

No auge dos seus vinte e sete anos, desfrutando de tudo o que sua fortuna
podia comprar, ele poderia ter a mulher que quisesse. Estava noivo de
Victoria Duncan, patricinha mimada da sociedade Nova Iorquina. No
começo até gostava da ruiva. Era gostosa e fogosa. Mas isso foi somente
até colocar os olhos em Isabella.

Mesmo sendo um cafetão, ele nunca “usava” suas mercadorias. Mas com
ela não foi possível. Depois de leva-la pra cama pela primeira vez... virou
sua amante fixa.

Isabella não reclamava. Aliás, que mulher em sã consciência seria capaz


de reclamar por ser a preferida do chefe? Além de amante, era sua
funcionária mais rentável. Seus clientes a disputavam, o que irritava um
pouco o Cullen.
A morena baixa e de curvas estonteantes chegou a achar que o chefe
nutria algum sentimento além de desejo por ela. Mas que homem
aceitaria ver a mulher que gosta indo pra cama com outro? Por isso ela se
conformou: era apenas sexo e pra ela estava bom demais. Escolheu essa
vida por ser sozinha no mundo, somente com o segundo grau concluido...
e sexo era algo que sempre gostou desde os dezesseis anos.

Edward Cullen se levantou, levando Isabella com ele e colocando-a de pé


a sua frente. Puxou-a pela cintura, dando-lhe um beijo quente e selvagem.

Ela se agarrou aos cabelos dele enquanto mãos fortes apertavam suas
nádegas suculentas. Os dois amantes gemeram juntos e não suportando a
saudade de dois dias, se amaram ali mesmo, de pé, esquecidos do mundo.
Capítulo 2
Capítulo 2
Respirações ofegantes, gemidos e palavras obscenas proferidas entre beijos e
mordidas. Edward segurava os cabelos de Bella enquanto investia
rapidamente seu membro ereto e dolorido dentro do corpo pequeno, quente e
úmido. De quatro sobre a cama, Bella agarrava-se aos ferros da cabeceira,
gemendo alto e rebolando de encontro ao grosso membro como se nada mais
importasse nesse momento.

Edward travou os dentes, numa batalha feroz para segurar seu gozo.  Apesar
de estar se fartando do corpo da mulher há horas, ele sempre estava à beira do
ápice. Bella lhe sugava tudo, deixando-o sempre pronto para derramar-se
dentro dela. Soltou os cabelos dela e desceu as mãos hábeis e fortes até suas
nádegas e separando-as, rugindo feito animal ao se ver entrando e saindo da
fenda apertada.

Extasiada com a força e potência do parceiro, Bella sentiu seus músculos se


apertarem em volta do membro dele. Seu corpo estremeceu e ondas de calor
percorriam seu corpo até o último fio de cabelo.

-Caralho... porra... eu vou gozar...

Edward rosnou, segurando com força a cintura de Bella e estocando com mais
força.

-Oh... sim, Edward. Goza pra mim, tesão. Me enche com seu gozo.

Levando uma das mãos para trás, Bella empurrou as nádegas de Edward de
encontro ao seu corpo, ambos gritando ao sentir a penetração profunda.
Perdendo totalmente o controle, Edward deixou seu corpo cair sobre o de
Bella, mordendo seu ombro. Bella rebolava sob ele, mastigando seu membro e
gemendo seu nome ao sentir os espasmos de seu orgasmo. O prazer daquela
mulher era o estopim para o próprio prazer de Edward. Jatos quentes de seu
sêmen inundaram o corpo feminino, mas nem mesmo assim ele parou de
investir seu membro para dentro de seu sexo.

Aos poucos os dois cessaram seus movimentos. Edward desceu beijos pela
nuca e costas de Bella antes de se jogar ao seu lado na cama. Deitou-se de
costas e fechou os olhos, buscando normalizar sua respiração. Depois puxou
Bella para junto de si, colocando a cabeça dela em seu peito.

-Senti uma puta saudade de você.

-Eu também. Sabe que sonhei várias noites com você?

-Serio? E posso saber do que se tratava o sonho?

Bella mordeu os lábios, sentindo seu rosto ruborizar. Felizmente estava com a
cabeça no peito dele, portanto não seria possível ver sua vergonha. Não
entendia por que ainda ficava assim Em sua profissão, timidez não era bem
vinda. Porem, ela so ficava assim na presença de Edward. Apesar de
dividirem a cama e usufruírem noites tórridas de sexo, ela se sentia acanhada
diante dele em algumas situações.  Edward era poderoso e enigmático demais.
Mexia com Bella de uma forma desconcertante.

-Sobre o que mais poderia ser? Sobre o que acabamos de fazer, é claro.

-Sonhava estar fazendo sexo comigo, Bella?

-Sim.

Edward não pode deixar de sentir seu ego inflado. Bella estava com outro
homem, numa viagem a um lugar belíssimo que era Paris e ainda assim
sonhava com ele. Desejava-o apesar de estar na cama com outro homem. Era
mais do que seu ego poderia suportar.

Edward a empurrou gentilmente e girou o corpo, deitando-se sobre ela.

-Está querendo me dizer que ao invés de aproveitar as delícias de Paris, estava


tendo sonhos eróticos comigo?

Mais uma vez ruborizada, Bella o corrigiu.

-Não diria eróticos e sim pornográficos.

Suas palavras tiveram efeito direto no membro de Edward, que endureceu e


latejou de encontro à pélvis de Bella. Aquela mulher o deixava maluco,
sempre pronto para o sexo. Segurou uma de suas coxas macias e ergueu-a até
sua cintura. Olhando fundo nos olhos dela, Edward encaixou seu membro no
sexo úmido e convidativo. Bella gemeu, fechou os olhos e arqueou as costas,
buscando um contato maior. Rebolou sob ele, mordendo os lábios, deixando
Edward completamente hipnotizado.

-E você pensou em mim enquanto transava com ele?

-Sempre. Sempre penso, com qualquer um deles.

Edward gemeu alto ao ouvir essas palavras. Não existia coisa melhor para um
homem do que saber que ele, e somente ele era capaz de despertar o desejo de
uma mulher, a ponto de ela o imaginar em cada homem que se deitasse com
ela. Para Edward aquela era a prova máxima de que aquela mulher era dele...
inteiramente dele. Infelizmente, algumas tradições permanecem vivas e não
poderiam ser quebradas. Por mais linda, deliciosa e agradável que Bella fosse,
ela ainda não se encaixava no mundo de Edward.  Também tinha classe, isso
era inegável. Mas não tinha o que seus pais chamavam de berço.

Apesar de sua idade o permitir escolher e viver como bem entendesse, Edward
estava longe de querer desafiar seus pais. Carlisle Cullen com certeza o
deserdaria e sua mãe Esme provavelmente teria um ataque cardíaco. Somente
isso fazia com que Edward seguisse com aquela farsa que era seu noivado. Ele
não amava Victoria, sequer a desejava agora. O desejo que um dia sentiu por
ela foi totalmente chamuscado pela presença de Bella em sua vida.

Ele poderia sim, com todas as letras dizer que ele não era muito diferente de
Bella no que se referia a estar com outra pessoa. Ele sempre se imaginava com
Bella quando precisava se deitar com Victoria. Era naquele corpo pequeno e
delicioso que ele se imaginava entrando e despejando seu prazer.

-Você me enlouquece, Bella. Sou completamente viciado em você.

Era tudo o que se permitiu dizer antes de aumentar o ritmo de suas estocadas,
até ambos caírem exaustos e saciados.

*****

Parecia que Edward havia dormido há pouco tempo. Suas pálpebras ainda
estavam pesadas e ele demorou um tempo a entender que o que ouviu foi o
toque do celular. Girou a cabeça e sorriu ao ver Bella completamente
adormecida ao seu lado. Levantou-se com cuidado e foi até o criado,
constatando que a chamada foi para Bella e não para ele. Seus olhos se
estreitaram ao reconhecer o número.
Edward tinha memória boa o bastante para não se esquecer de qualquer
número de telefone do qual já tenha tido contato. E aquele numero sempre
estava ligando para ele a procura de seus serviços. Então, por que estaria
ligando para o celular de Bella e não para o dele?

Dois segundos depois ouviu-se o bip de uma mensagem. Edward não pensou
duas vezes e apertou a tecla, abrindo a mensagem.

Olá querida,

So queria saber se chegou bem. Espero que sim. Já estou com saudades. É
provável que fiquemos juntos novamente nesse fim de semana, se tiver espaço
em sua agenda,é claro.

Um beijo,

Jacob Black.

Edward trincou os dentes. Mas que porra era aquela? Qual o motivo de tanta
intimidade?  Quantas vezes teria que avisar que não queria suas “meninas” de
conversinhas amigáveis com os clientes? E era ainda pior em se tratando de
Bella.

A raiva subiu com uma força que assustou Edward. Será que Bella e Jacob
estavam tendo algo além de programas? Ela se atreveria a isso, sabendo que
ele, Edward so ficava ela e mais ninguém, exceto a noiva?

Sem pensar direito, ele apagou a mensagem, assim como a chamada. Olhou
mais uma vez para a mulher adormecida em sua cama e se deitou sobre ela,
buscando sua boca num beijo faminto.

-Edward?

Bella perguntou confusa quando Edward se afastou um pouco. Foi apenas o


suficiente para que ele tirasse o lençol de seu corpo, erguesse sua perna e
penetrasse seu corpo. Sentiu dificuldade pois Bella ainda não estava
preparada. E ele percebeu isso ao ouvir seu gemido que foi mais dor do que
prazer. Mas ele não se importou. Tudo o que ele queria era um prova.

-Eu te quero agora.

Baixou a cabeça e suou os seios de Bella fazendo-a gemer e agarrar-se aos


cabelos dele, abrindo mais suas pernas e dando-lhe total acesso ao seu corpo.
Remexia no mesmo ritmo que ele, ansiando pelo orgasmo que so aquele
homem sabia lhe proporcionar. Edward era como uma droga pra ela e se
pudesse, passaria o resto de sua vida fazendo sexo somente com ele.
Investindo com força, Edward segurou os cabelos de Bella, fazendo com que
ela o encarasse.

-Diga... diga quem está possuindo você. Quem está fodendo você do jeito que
você gosta.

-Você... você, Edward. So você faz isso.

- Você é minha, entendeu Bella? So minha

Ela gemeu, derretida com a possessividade dele. Sabia que aquilo era apenas o
auge do tesão e que no fundo ela jamais passaria de uma prostituta para
Edward. Mesmo assim era bom ouvir aquelas palavras enquanto ele a possuía
com tanta volúpia.

-Diga... diga que é minha.

Enlaçando-o pela cintura e abraçando-se ao seu pescoço, Bella contraiu seus


músculos internos do jeito que sabia que o enlouquecia.

-Eu sou sua, Edward. Somente sua.

Gemendo alto, ele se entregou a um dos mais intensos orgasmos já


alcançados. Os mais intensos, os mais poderosos orgasmos que o deixavam
atordoados... todos com ela. Sempre ela. Sua Bella.

Capítulo 3
Capítulo 3

De olhos fechados, Bella se permitiu relaxar enquanto as profissionais


trabalhavam em sua maquiagem. Era um luxo desnecessário na verdade. Sabia
se maquiar muito bem, tanto que sempre estava bem apresentável nos eventos
dos quais participava. Bella gostava de freqüentar esses lugares, mas
especificamente hoje ela preferia ficar em casa e ler um bom livro. Seu dia a
dia era atribulado e quase não tinha tempo para curtir seu apartamento recém
comprado. Morou de aluguel por um bom tempo e so recentemente, após
juntar cada centavo, pode finalmente comprar aquele espaço so dela.

Obviamente se quisesse já seria dona de uma cobertura qualquer. Edward


sempre insistiu para que aceitasse esse “presente”, mas Bella sempre recusou.
Apesar do caso entre eles, ela sabia que não tinham futuro juntos e um
presente desse valor estava totalmente fora de cogitação. Edward não gostou
nem um pouco da recusa. Não estava acostumado a ser contrariado, mas
acabou aceitando, talvez como forma de evitar aborrecimentos com Bella.

Pensar nele fez Bella suspirar. Acordou ao seu lado na manhã anterior e se
viram a noite. Mas já sentia saudades dele.  Hoje ele estaria com a noiva,
portanto não se encontrariam nem a noite. Era quase impossível ocultar o
ciúme que sentia ao pensar que a noite Victoria estaria na cama com Edward e
não ela. Mas o que ela poderia fazer? Victoria era a futura esposa de Edward,
ao passo que Bella não passava de uma amante, de uma prostituta para os
luxos dele. Ela nem ao menos o culpava. Que culpa ele tinha se ela não soube
separar as coisas e se apaixonou? Uma paixão forte e irrefreável que acabou
se transformando em amor. Doía saber que o perderia, mas ela se contentava
com o que tinha até agora. Quando tudo terminasse... ela pensaria no que
fazer.

Assim que as maquiadoras se foram, Bella colocou seu vestido preto que se
ajustava perfeitamente ao seu corpo e calçou sandálias de salto bem alto. Seus
cabelos estavam presos num coque, com alguns fios soltos em volta do rosto.
Conferiu sua imagem no espelho, satisfeita com o que via. Certamente
ninguém jamais diria que aquela era uma garota de programa. Não perdia em
nada para as elegantes damas da sociedade.

Pegou a pequena bolsa preta e colocou o gloss e o celular dentro dela. Assim
que o porteiro interfonou informando que seu acompanhante havia chegado,
Bella trancou a porta e desceu. Nessa noite seria acompanhante do todo
poderoso Marcus Volturi, magnata na faixa dos cinqüenta anos, mas que
aparentava bem menos. Bella não pode deixar de sorrir quando ele arregalou
os olhos ao vê-la.

Segurou sua mão e levou-a aos lábios.

-Boa noite, Isabella. Está magnífica.

-Obrigada Marcus.

-Você não fica a dever nada para aquelas dondocas fúteis que estarão la. Sem
ofensas.

Bella riu novamente, entrando no carro. Marcus fechou a porta e deu a volta,
dando a partida.

-Odeio essas reuniões, mas felizmente esse negócio será bom demais pra mim.
Em determinado momento você ficará sozinha, Isabella. Mas sei que se sairá
muito bem. Não é nossa primeira vez, não é?

-Oh com certeza. Sou ótima atriz.


Os dois riram e em seguida Marcus ligou o som, colocando uma música
suave.

-Marcus, o que você combinou com Edward? Ele se esqueceu de me passar.

-É porque não há mais nada a repassar. Você so irá mesmo me acompanhar


nesse evento. Nada de programa hoje. Mesmo sendo linda, admito que estou
cansado hoje.

Bella sorriu, mas no fundo sentia-se aliviada. Marcus era agradável, sensível,
mas hoje Bella também queria descansar. Não fazia idéia de quantas horas
teriam que ficar naquele lugar, mas so em saber que não precisaria fazer sexo
nessa noite já era bom o suficiente.

Ao chegarem, Bella admirou o casarão que se erguia majestoso à sua frente.


Quem quer que morasse ali, deveria mesmo ser podre de rico. Cavalheiro
como sempre, Marcus abriu a porta do carro e segurou a mão de Bella.

-Vamos la, querida. Marcus Volturi chegando com a mais bela mulher da
noite.

Bella jogou a cabeça para trás rindo alegremente. Pelo menos nisso ela tinha
sorte. Seus clientes eram na maioria gentis e ela jamais teve algo a reclamar
deles. Marcus passou o braço em volta da cintura de Bella e juntos entraram
na casa. Foram recebidos pelo proprietário, o tal Garret Nielsen. Era um
homem ainda jovem, provavelmente não tinha chegado aos quarenta. Estava
acompanhado de uma morena bonita chamada Heidi.

Mesmo acompanhado, o homem não conseguiu esconder o olhar guloso sobre


Bella. Assim que se afastaram, Marcu cochichou ao ouvido de Bella.

-Vê o furor que causa nos homens? Heidi ficou completamente desconcertada
diante do olhar do marido sobre você.

-Confesso que me senti constrangida.

-Não se sinta. Você é linda e obviamente será admirada.

Os dois circularam e conversaram com mais algumas pessoas. Algumas delas


Bella já tinha visto em um evento ou outro, mas a maioria era desconhecida.
Segurando uma taça de champanhe, Bella inclinou um pouco a cabeça
tentando ouvir o que Marcus lhe dizia. Segurou um sorriso ao entender que ele
debochava de alguma mulher. Bella tinha até se esquecido do humor daquele
homem.
Tentou disfarçar, olhando ao redor e então paralisou. Se tinha uma coisa que
Bella sempre agradeceu foi por nunca ter encontrado Edward e a noiva em
qualquer ambiente. Pelo jeito seus dias de sorte terminaram. Bem à sua frente
estava Edward, lindamente vestido num terno escuro, deixando-o se possível
ainda mais sexy. Ao seu lado estava a ruiva estonteante, usando um vestido
vermelho delineando suas curvas. Edward repousava a mão nas costas dela
pouco acima dos quadris. Sentindo lágrimas chegando aos seus olhos, Bella
desviou o olhar no mesmo instante em que Edward olhou em sua direção.

-Marcus... vamos andar mais um pouco? Eu gostaria de ver o jardim.

-Vamos sim, antes que eu me reúna com os homens na biblioteca.

Afastaram-se e Bella, sem olhar para trás, não percebeu o olhar de admiração
e desejo vindo de Edward.  Deveria imaginar que seria ali que Marcus a
levaria. Estava simplesmente maravilhosa e ele não pode deixar de se
imaginar chegando de braços dados com ela. Bella daria um banho em muita
mulher antipática por ali.

Esticou-se um pouco tentando ver para onde o casal teria ido. Estava tão
incrivelmente fantástica que Edward comemorou o fato de Marcus não ter
combinado um programa para depois do evento. Apesar de ser sábado, dia de
passar a noite com Victoria, ele não estava disposto. Daria uma desculpa
qualquer, mas essa noite ele teria que ficar com Bella. Já sentia saudades dela
e não via outra forma de resolver isso a não ser saciar o desejo que o
queimava.

-Amor? Estou falando com você.

-Sim, Victoria. Desculpe-me. O que dizia?

-Estou dizendo que a Suellen ira organizar todo o cerimonial para nosso
casamento.

-Ah... ótimo.

Edward se imaginou revirando os olhos. Não queria pensar em casamento


agora. Tudo o que conseguia enxergar era a morena que ocupava sua mente
boa parte dos seus dias.

&&&&&&&&&

Bella consultou novamente o delicado relógio de ouro em seu pulso. Marcus


tinha se reunido com os outros homens há pelo menos quarenta minutos. Ela
circulava pela mansão, observando algumas mulheres que conversavam
futilidades. Não viu mais Edward e Victoria, felizmente.
Subiu as escadas que a levariam ao toalete e procurou pela porta que Marcus
indicara. Antes de alcançá-la, outra porta foi aberta e seu braço puxado,
arrastando-a para dentro de um quarto. Levou as mãos ao peito ao ver Edward
com seu sorriso torto.

-Edward! Que susto! O que está fazendo?

-Pretendo matar minha saudade.

Bella não teve tempo de responder, sequer de pensar. Seu corpo foi erguido e
prensado contra a porta.

-De quem é esse quarto?

-Não sei e nem me interessa. A única coisa que importa é estar dentro de você,
bem fundo.

Bella gemeu e se entregou aos beijos do amante, prendendo suas pernas em


volta da cintura dele.

-Você é linda sempre, mas hoje... caralho... você está pedindo para ser fodida
Bella.

-Então me fode, Edward.

Nenhum dos dois se preocupou em controlar seus gemidos. Bella mal


percebeu quando Edward mordeu seus seios, apertando sua cintura com
força.  Tampouco Edward percebeu a fúria com que empurrava seu membro
para dentro do corpo de Bella, batendo suas costas contra a porta, certamente
chamando a atenção de alguém que passasse por ali.

Não sabia o que estava acontecendo com ele. Sabia apenas que aqueles
poucos minutos não seriam suficientes.  Precisava de Bella a noite inteira...
como precisava de ar.

Rebolando os quadris, o pouco que conseguia, pois Edward a segurava


firmemente Bella se deixou levar pela onda avassaladora de seu orgasmo. Seu
sexo se contraiu tão forte que ela fechou os olhos, batendo a cabeça contra a
madeira.

-Merda... eu não quero... não agora...

Edward tentava se segurar, mas sentir Bella gozando em seu membro era
demais para ele. Ela, entretanto sabia o que aconteceria se ele gozasse dentro
dela.  Utilizando-se de toda força, ela empurrou-o pelo peito e afrouxou as
pernas.
-Bella...

-Eu não posso... sair toda suja, Edward. Goza em minha boca.

Ele não se opôs quando ela se ajoelhou a sua frente e o tomou em sua boca
quente. A língua úmida circulou a cabeça do membro inchado, antes de
praticamente engolir tudo o que conseguiu. Edward soltou um rosnado,
sentindo suas pernas amolecerem e seu membro inchar ainda mais antes de
despejar seu liquido na boca de sua mulher.

Não importava a forma. Chegar ao orgasmo com Bella era como bater à porta
do céu.

Bella se levantou e ajeitou suas roupas enquanto Edward fazia o mesmo.


Lavou sua boca no banheiro do quarto tipicamente feminino, tirando o gosto
de Edward e se preparou para sair. Antes disso Edward a puxou para um
longo beijo.

-A gente se vê depois.

-Boa noite Edward.

Bella saiu dali e nunca se sentiu tão... puta, em seu verdadeiro sentido.
Xingou-se mentalmente, relembrando que jamais passaria de uma foda para
Edward. O que ela não entendia era porque ele não “usava” as outras meninas.
Somente ela. Desceu as escadas, interceptando um garçom e pegando uma
taça. Então avistou Marcus e caminhou até ele, que estava muito interessado
em alguma coisa atras de Bella. Ela não se virou para olhar. Não queria ter
surpresas desagradáveis.

Suspirou e sorriu. Nada de pensamentos tristes. Deixaria isso para quando


chegasse em casa e finalmente pudesse se jogar na cama... sozinha.

§§§§§§§

Passava da uma da manhã quando finalmente Marcus deixou Bella em casa.

-Obrigado, Bella. Mais uma vez você foi maravilhosa.

-Não precisa agradecer. É meu trabalho.

-Bom... so tente ser mais discreta da próxima vez.

-O que? Heim? Oh meu Deus... eu fiz algo errado, Marcus? Alguém percebeu
o que eu sou?
-Não é nada disso. Aliás, me desculpe. Quem tem que ser discreto é o Edward.

-Você...

Marcus riu e acariciou o rosto de Bella.

-Eu imaginei o que houve assim que vi você descendo e ele logo em seguida.
Fique sossegada. Faço de conta que não vi nada.

Bella apenas sorriu e beijou seu rosto.

-Obrigada. Tenha uma boa noite.

Entrou no prédio e cumprimentou o porteiro que a olhou de maneira estranha.


Mas não se prendeu a isso. Estava esgotada e o principal motivo era Edward.
Ve-lo ao lado da noiva mexeu com ela mais do que pensou ser possível.

Ainda no elevador ela tirou as sandálias. Entrou em casa e jogou-as de


qualquer jeito no chão. Somente então acendeu a luz... e segurou um grito.
Seu coração batia tão descompassado que seu peito subia e descia
rapidamente.

-Quer me matar de susto?

-Não, minha linda. So de prazer.

O arrepio em seu corpo foi inevitável.

-Como entrou aqui Edward?

Ele deu o sorriso que a derretia. Estava agora apenas com a calça e a camisa
social para fora e com os três primeiros botões desabotoados.

Ele nem precisou responder. Bella entendeu tudo ao se lembrar da forma


como o porteiro olhou para ela.

-Bom... mas e Victoria? Não deveria estar com ela?

Ele se levantou, caminhando até Bella. Ela vergonhosamente gemeu somente


por vê-lo andando de forma tão sexy. Parou à frente dela e puxou-a pela nuca.

-Sim. Eu DEVERIA estar com ela. Mas QUERO estar com você.

Sem dizer nada ele a pegou no colo. Bella colocou a cabeça em seu peito,
pensando em como estava verdadeiramente perdida. A atitude de Edward foi
totalmente inesperada... e deliciosa.  Edward mordeu sua orelha e murmurou
baixinho.

- Eu quero incêndio essa noite, Bella.

Será que ele não percebia que isso so aumentava seu amor por ele?

Bella riu internamente de sua idiotice. Ele nem ao menos sabia que ela o
amava. E não saberia nunca.

Capítulo 4
Capítulo 4
Se alguém entrasse no ambiente naquele momento, não conseguiria ver nada
além das marcas das mãos, seios e lábios de Bella no box do banheiro. Mas
ouviriam gemidos e sussurros. A água quente descia sobre os corpos dos
amantes quase transformando o banheiro em uma sauna. Apoiada no vidro do
box, Bella rebolava, gemia e empurrava seu corpo de encontro ao membro de
Edward que a segurava com firmeza pela cintura. Ele a puxava com força,
investindo seu membro furiosamente em seu interior já castigado pelas várias
horas do mais ardente sexo. Ele simplesmente não conseguia resistir.
Entraram juntos no banheiro, e da parte dele a intenção era unicamente um
banho relaxante. Mas ao ver aquela pele luminosa, misturada com um óleo de
cheiro alucinante e as gotas de água que escorriam pelo corpo feminino, ele
enlouqueceu.

Mesmo cansado ele empurrou Bella de encontro à parede e se enfiou no corpo


tentador e fogoso. Ela, como não poderia deixar de ser não colocou
obstáculos, entregando-se ao amante com prazer e desejo.

–Vem Bella... vem pra mim agora.

Bella apoiou uma das mãos na coxa dele, cravando suas unhas e provocando
uma dor gostosa em Edward. Foi o suficiente para que ele saísse um pouco de
dentro dela e voltasse novamente com mais força. O sexo de Bella contraiu e
juntos explodiram num orgasmo intenso que lhes tirou as forças. Os joelhos
de Bella cederam e rapidamente Edward a segurou com firmeza.

–Oh... você ainda me mata Edward.

Ele lhe beijou a nuca e a fez se virar de frente pra ele. Abraçou-a e enterrou o
rosto em seu pescoço. Sua respiração estava alterada a ponto de sentir as veias
de seu pescoço dilatadas. Ficaram assim um bom tempo, se acalmando e ao
mesmo tempo curtindo a incrível sensação de suas peles nuas em contato.
–Preciso ir para cama agora, Edward. Eu... não agüento mais. É serio.

Ele riu com o rosto ainda em seu pescoço.

–Eu me rendo. Também estou morto. So banho agora e depois cama... pra
dormir.

–Eu não pensei outra coisa.

–Até parece que não.

Falando isso, Edward pegou a esponja e o sabonete liquido passando pelo


corpo de Bella. Enquanto deslizava a mão pelo corpo dela, ele pensava em
como as coisas eram diferentes entre ele, Bella e a noiva. Apesar de não ser
nada tímida, Victoria não gostava muito de partilhar o banho. Gostava de
passar horas sob a ducha ou banheira, utilizando todo tipo de cosmético que se
possa imaginar. Mas com Bella era diferente. Ela sempre fazia questão de
chamá-lo para o banho... e ele nunca recusava. Adorava estar sob a água,
abraçado ao corpo dela.

E nem era apenas isso. Não era so o encontro dos corpos dos dois. Era um
momento em que conversavam sobre qualquer coisa. Com ela, Edward não
tinha papas na língua.

–Agora é sua vez, senhor Cullen.

Bella pegou a esponja de suas mãos e fez o mesmo que ele, fazendo espuma
pelo seu corpo. Edward a observava atentamente. Era tão linda...

–Tem músculos tão fortes, senhor Cullen.

Ele riu baixinho, segurando as mãos dela e puxando-a para um beijo. Estava
se sentindo estranho... não sabia explicar o que era.

Assim que terminaram o banho, Edward envolveu Bella em uma toalha


felpuda e a pegou no colo, indo para o quarto. Os dois se secaram e ainda nus,
se deitaram sob o edredom. Bella bocejou e jogou os braços em volta do
pescoço dele.

–Que horas são?

–Quase quatro da manhã.

–Nossa... dormirei o dia inteiro.

Edward beijou seus cabelos.


–Aproveite enquanto pode. Agora durma. Boa noite.

–Boa noite, Edward.

Bella dormiu imediatamente, mas Edward ainda ficou alguns minutos


acordado. Pensava no almoço em família dali a algumas horas. Não é como se
não gostasse de se unir a eles, mas ultimamente o único assunto eram os
preparativos do seu casamento. E para falar a verdade, ele preferia estar com
Bella assistindo qualquer besteira na TV a ficar ouvindo aquela conversa
chata. Puxou Bella para mais perto do seu corpo e fechou os olhos. Logo foi
dominado pelo cansaço.

&&&&&&&&&

Edward estava praticamente jogado no sofá da casa dos pais com um olhar
distante. Ouvia apenas um zum zum zum da família, falando sem parar. Não
fazia idéia de qual seria o assunto. Estava a um bom tempo repassando em sua
mente as ultimas horas com Bella. Sem perceber, estava sorrindo ao se
lembrar dos dois, colados como se fossem um só.

Flashback on

Sentado na poltrona com um copo de uísque, Edward observava Bella


esparramada na cama, o corpo meio de lado e um dos braços fora da cama.
Mas o que o deixava fascinado era aquele sorriso estampado no rosto. Como
dizia seu cunhado, era o sorriso de uma mulher bem comida. E obviamente
aquele sorriso era por ele. De repente se perguntou se ela ficava daquela
forma também com seus clientes. Ficava com aquele sorriso bobo e uma
expressão quase sonhadora no rosto? Depois de gozar algumas vezes, ainda
ficava com os seios intumescidos e a pele arrepiada? Aliás... ela sentia
mesmo prazer estando com os outros? Já assumiu que pensava nele, mas não
falou nada sobre orgasmos fabulosos como os que tinham juntos. Sem querer
a imagem de Bella sentada em outro homem o fez fechar as mãos com força
em volta do copo. Quando abriu novamente os olhos, ela o encarava.

–Algum problema?

Somente aquela voz levemente rouca, pronunciada pelos lábios carnudos e


inchados foi o suficiente para fazer seu membro dar sinal de vida. Sem dizer
nada e retribuindo seu olhar, Edward segurou seu membro quente e
massageou-o de cima a baixo, deixando-o ainda mais duro. Ele sorriu ao vê-
la morder os lábios, mas ainda assim incapaz de segurar seu gemido.

Ela não se fez de rogada e se levantou rapidamente, parando à frente dele.


Edward admirou mais uma vez o corpo esculpido por Deuses.
–Fique de pé aqui na poltrona.

–O que?

–Ande... os dois pés ao lado de cada perna. Quero que coloque essa boceta
em minha boca.

Já excitada somente com palavras, Bella obedeceu e logo estava com seu sexo
úmido em frente ao rosto dele. Apoiou-se em seus ombros quando Edward a
puxou pelas nádegas, passando a língua em sua fenda. Desagradou-lhe sentir
seu gosto misturado ao dele. Gostava de seu cheiro e gosto adocicado, mas
ainda assim o corpo de Bella era o paraíso do qual ele não estava disposto a
abrir mão. Enterrou a língua em seu sexo, sugando e mordendo levemente seu
clitóris. Bella gemeu alto, rebolando em sua boca e apertando ainda mais as
mãos em seus ombros largos. Edward deslizou a mão pela coxa dela onde
estalou um tapa, incapaz de refrear seu tesão.

–Porra Edward... quero seu pau dentro de mim.

Ele rosnou e a afastou. Poderia ficar horas chupando Bella e se deliciando


com seu gosto. Mas ela o queria dentro... e ele não negaria nada a ela. Nos
momentos em que a tinha em seus braços, ele se sentia incapaz de negar
qualquer coisa a ela. Bella era sua droga. A pior substância viciante que já
tinha provado. Quanto mais a possuía, mais ele queria. E ela nunca se
negava, levando os dois a um turbilhão de prazer e sentimentos, por vezes
confusos, que deixava Edward atordoado.

Ao descer da poltrona Bella se abaixou e sugou seu membro, colocando-o


quase inteiramente na boca e depois retirando lentamente, sentindo cada veia
de seu grosso membro deslizar por sua boca. Colocou os joelhos ao lado do
corpo de Edward e sentou-se sobre ele. Gemeu ao sentir seu membro
afundar-se em seu corpo e so então os dois se olharam.

–Forte, Edward.

Primeiro ele acariciou seu clitóris, segurando-a firmemente pela cintura.

–Você faz isso com eles também?

Quando percebeu já tinha dito tais palavras.

–Por que isso agora?

–Faz ou não faz? Sexo da forma como fazemos, tantas vezes, tantas posições?

–Edward... o que há?


Então ele entendeu que ela não queria responder. E se não queria... era
porque fazia. Aquilo o enfureceu de tal forma que ele se ergueu da poltrona
com ela em seu colo e a jogou bruscamente na cama. Estava disposto a dar
uma surra da pau tão grande nela que Bella jamais pensaria em fazer
variações com seus clientes.

Flashback off.

Agora ele se dava conta de que poderia te-la machucado, embora parecesse ter
gostado de cada estocada mais violenta em seu corpo. Mas se a tivesse ferido
de alguma forma, ele não se perdoaria.

–Porra...

Deixou escapulir uma imprecaução bem baixo, mas o bastante para seus pais
ouvirem.

–O que foi filho?

So então ele pareceu se dar conta da presença dos demais ali. Esme, sua mãe
linda que ele amava o olhava um pouco indignada por perceber que ele nem
ao menos prestava atenção à conversa. Seu pai Carlisle já tinha um brilho
divertido no olhar. Antes de se casar sempre foi um safado de mão cheia, que
ficou com várias em sua despedida de solteiro. Provavelmente estaria
pensando que Edward também era assim. Sua noiva o olhava com a mesma
raiva da noite anterior. Não engoliu a desculpa fajuta de Edward estar com dor
de cabeça para não passar a noite com ela. Já a deslumbrante loira Rose, sua
irmã, o encarava com curiosidade. Conhecia bem o irmão para saber que
sentimentos conflitantes o dominavam nesse momento.

–Desculpem... é so que me lembrei de um recado importante que deveria ter


deixado na empresa. Farei uma ligação e já volto.

Ele saiu da sala rapidamente, sem esperar respostas. Foi até seu antigo quarto
e ligou para Bella. A demora em atendê-lo não o irritou, afinal deveria estar
dormindo. Conferiu as horas vendo que eram quase duas da tarde.

–Edward?

–Oi... acordei você?

–Não. Na verdade eu estou no trânsito.

–Fazendo?

–Estou indo almoçar com o Jake. Ele me convidou.


–Jake? Quem é Jake?

–Jacob Black.

Edward cerrou os punhos e fechou os olhos com força. Quem ele pensava que
era para convidar Bella para sair? Certamente não era programa pois somente
ele tinha direito de agendar. Mas então...

–Bella... eu não agendei nada para você.

–Eu sei, Edward. Não é um programa. Somos apenas amigos.

–Amigos? Amigos? Desde quando você se envolve com clientes, Bella? O


que ele quer hã? Uma foda de graça?

–Edward!

Ele sabia que a tinha ofendido, mas sua raiva o impelia a continuar falando
sem medir as conseqüências.

–O que eu disse sobre você descansar, Bella? Des.can.sar. O que é? O que te


dei ontem não foi suficiente?

–Edward... você é meu...hum... cafetão. Mas não estamos falando sobre


trabalho. Eu tenho uma vida também sabia? Estou saindo com um amigo,
apenas para almoçar. Eu não quero e nem pretendo fazer sexo com ele. A
gente se fala amanhã.

Ele ficou pasmo olhando para o telefone. Ela desligou na cara dele?

–Problemas?

Edward se virou e olhou Rose que se aproximava. Abraçou a irmã, de -


repente sentindo-se totalmente impotente.

–Todos os problemas do mudo.

*********

Chateada. Era assim que Bella se encontrava no momento. Edward não tinha o
direito de ter dito aquelas coisas. Aliás, ela nem ao menos entendia por que
agiu assim. Ele nunca falou nada a respeito da vida dela, com quem ela saia
sem ser a trabalho. Por que isso agora? Ela não planejou nada. Estava na
cama, relembrando os momentos fantásticos ao lado dele quando Jacob ligou
e a convidou para um almoço. Qual o problema nisso? Ela não entendia.
–O que me diz?

–Oi? Desculpe Jake. Eu me distrai.

Ele sorriu. Jake era um homem bonito, vinte e seis anos. Herdou o famoso
Black Sun Hotel e era um homem rico e bem relacionado. Além disso era um
de seus melhores clientes e dos mais assíduos. Moreno, alto e forte, Bella não
entendia como ainda estava solteiro.

–Perguntei por que não sai dessa vida? A não ser que goste...

–Olha... há tempos não penso nisso. Quando entrei eu realmente não tinha
opção. Mal terminei os estudos, era jovem... e gostava de sexo. Uni o útil ao
agradável.

–Mas você não tem vontade de...sei la... ter uma profissão diferente, estudar?

–Tenho...e muita.

–Então... creio que você ganha um bom dinheiro. Por que não tenta uma
faculdade?

–Eu não posso reclamar do que ganho, mas gastei quase tudo no meu novo
apartamento. Creio que não terei condições de bancar uma faculdade, pelo
menos por enquanto.

–Eu tenho uma proposta a fazer então.

Bella o ouviu atentamente. Era tentador... muito tentador. Mas por um lado,
sair dessa vida significava cortar laços com Edward. Ela não sabia se estava
pronta para deixá-lo. Mas pensando bem, o casamento dele estava próximo.
Ele se casaria com a patricinha mimada e ela continuaria sendo uma simples
garota de programa. Continuaria sendo sua amante? Provavelmente não. Já era
difícil saber que ele passava os finais de semana na cama dela, ainda mais
todos os dias. Talvez estivesse mesmo na hora de trilhar novos caminhos.

–Eu... posso pensar? Dar a resposta depois?

–Claro que sim. Tem o tempo que precisar.

Depois disso o assunto mudou. Jake falou sobre sua vida e Bella falou sobre o
pouco que tinha a dizer da sua. Acabaram saindo dali e indo jogar boliche.
Bella divertiu-se como há muito tempo não fazia. Parecia ter voltado aos
dezoito anos, ao lado de um namorado. Quando percebeu passava das seis da
tarde. Jake insistiu em levá-la, mas Bella preferiu um taxi. Sabia que a casa
dele era do lado totalmente oposto ao dela.
Despediram-se com um beijo no rosto e quinze minutos depois Bella chegava
em casa. Cumprimentou o porteiro que dessa vez que lhe sorriu amavelmente
e subiu. Ao entrar na sala já foi logo tirando a sandália e caminhou até o
quarto abrindo o zíper do vestido. Parou abruptamente, levando a mão ao
peito ao vê-lo sentado apenas de boxer em sua cama. Estava encostado na
cabeceira da cama com os braços cruzados em frente ao peito.

–Edward! Vai ser sempre assim agora? Por que não me avisou que viria?

Ele apenas estreitou os olhos e permaneceu calado.

–O que esta fazendo aqui? Não deveria estar com sua noiva?

–E você não deveria estar descansando?

Bella sentiu raiva dele. Raiva por estar tratando-a daquela forma. Raiva por
ser tão lindo e fazer com que o amasse tanto. E raiva por não poder tê-lo.

–Estava me divertindo. Isso também é descansar.

Quando passou por ele, Edward agiu rápido e segurou seu braço, puxando-a
para cama. Pega de surpresa, Bella caiu sobre o colchão e Edward se jogou
sobre ela, segurando seus braços no alto da cabeça.

–Divertiu-se como? Fazendo sexo?

–Não era programa, Edward. Já disse.

Continuou segurando forte seus braços com apenas uma das mãos. Cheirou
seu pescoço.

–Quero ver se não foi mesmo. Quero ver se não tem cheiro dele em você.

–Você está louco...

–Pode apostar que sim.

Desceu sua mão, encontrando sua calcinha e a afastou. Deslizou o dedo pela
entrada fechada e sem qualquer sinal de excitação...até aquele instante.

–Hum... intacta.

Bella sentiu o cheiro de bebida. Ele não parecia embriagado.

–Você bebeu?
–Não estou bêbado, se é o que está pensando. So não vou deixar aquele
imbecil tirar você de mim.

Já se sentindo excitada por te-lo sobre si, Bella não entendeu aquelas palavras.

–Tirar de você? Por quê? Ele é cafetão também?

Uma sombra de tristeza passou pelos olhos de Edward. Pelo menos Bella
imaginou que fosse isso.

–É só o que sou pra você? Um cafetão?

Num acesso de fúria e ao mesmo tempo de desejo, Edward soltou seus braços
e com as duas mãos arrancou o vestido do corpo de Bella. Aquela atitude a
assustou, mas principalmente por causa das emoções que via em seus olhos:
raiva, mágoa, tesão.

–Você é minha, entendeu? Ninguém vai tirar você de mim. So minha.

Segurou-a pela nuca e prensou seus lábios nos dela, empurrando sua língua
para pedir passagem. Bella se agarrou ao pescoço dele logo após descer sua
boxer ate o meio das coxas. Edward continuou a tarefa e logo estava nus,
agarrados e aos beijos na cama. Bella nem ousou contradizê-lo, negando ser
dele. Essa era uma prova inegável de que pertencia a ele completamente. Mas
infelizmente... ele não era dela. Nesse momento se permitiu apenas sentir o
prazer nos braços daquele homem, mas em determinado momento ela teria
sim que pensar em seguir sua vida longe dele.
Capítulo 5
Capítulo 5
Três dias se passaram desde aquele domingo macabro para Edward. Ainda
hoje respondia aos pais por ter saído daquela forma intempestiva, sem ao
menos se importar com o fato de Victória estar la. Após aquela conversa com
Bella, Rose ainda o prendeu por uns minutos, interrogando-o sobre o que o
afligia. A irmã sempre perspicaz logo percebeu que tinha mulher na
jogada.Edward não quis entrar em detalhes, mas prometeu que em breve os
dois conversariam. Não era muito de se intrometer na vida dele, somente o
fazendo quando sentia que algo ia errado. Da mesma forma Edward também
agia com ela. Mas os dois se amavam muito e se apoiavam na medida do
possível. Aliás, Edward foi seu único apoio quando somente um ano após seu
casamento com James, ela resolveu se separar. Felizmente ela percebeu que
naquele dia Edward estava prestes a estourar e não insistiu. Ele saiu da casa
dos pais sem dizer uma palavra, correndo até o carro e ignorando
completamente o chamado de Esme.
Somente depois de se afastar ele se deu conta de que nem fazia ideia do lugar
onde Bella estava. Seria totalmente insano sair pelas ruas da cidade a procura
daquela mulher. A única solução encontrada foi esperá-la em seu apartamento.
Dessa vez não precisou subornar o porteiro, já que cautelosamente surrupiou
uma das chaves reservas que encontrou no chaveiro de Bella. Assim que
entrou no apartamento sentiu o seu cheiro. Estava tão pronunciado que
certamente teria saído há pouco tempo. Sem o mínimo remorso começou a
remexer nas coisas de Bella a procura de algo. Não sabia exatamente o que,
mas procurava. Ficou algum tempo apenas olhando a gaveta das lingeries que
tanto o enlouqueciam. No fundo ele sabia que aquelas peças pra la de
sensuais, só tinham esse impacto por ser Bella a vesti-las.. A cada instante
olhava para o relógio e por fim foi até o pequeno bar pegando uma garrafa de
uísque. Bebeu diretamente do gargalo, enquanto continuava sua inspeção pelo
apartamento. Não encontrou nada que revelasse que Bella estivesse
escondendo algo. Riu um pouco ao ver a quantidade de filmes melosos que ela
possuía. Ja as músicas eram quase as mesmas que ele gostava. Ficou horas
andando de um lado a outro, bebendo sem parar e completamente
desesperado, sem saber onde Bella teria se enfiado. Quem nesse mundo
almoçaria até as dezoito horas? Ele sentiu muita raiva quando ela chegou. Mas
no final das contas acabaram se amando várias vezes. Ela não pediu
explicações e nem ele se tocou no assunto Jacob. Não perderia a oportunidade
de estar com ela. Edward saiu de la por volta da meia noite, deixando Bella
dormindo tranquilamente.

Nos dois dias seguintes eles não se viram. Quando Bella chegava para buscar
sua agenda, Edward já não estava la. Na verdade, ele é quem estava fazendo
isso de propósito. Estava um pouco envergonhado não pela forma como agiu,
mas pelas palavras que disse a ela. Todas as garotas que trabalhavam pra ele o
fizeram por opção própria. Elas ganhavam com isso e ele muito mais. Mas
isso jamais lhe deu o direito de julga-las ou desprezá-las por essa escolha. Por
isso não entendia por que elas o temiam tanto. Por isso estava envergonhado.
Sabia que tinha ofendido Bella com aquelas palavras rudes.

A verdade é que Edward estava cansado dessa vida de "duas caras" que
levava. Cansado no sentido físico e mental. Não era fácil ser o presidente da
agência de modelos tão orgulhosamente criada pelo pai e ao mesmo tempo ser
um empresário no submundo da prostituição. Precisava de alguém de
confiança para ajudá-lo nisso, e ninguém melhor que seu primo.  Bastou
chamá-lo e ele abandonou a vida tediosa em Paris para voltar para Nova
Yorque. Edward, Rose e o primo Jasper eram como irmãos. Sempre se deram
bem desde crianças e assim permaneciam até hoje. Do seu circulo familiar e
de amigos, Jasper era o único que sabia de seus negócios escusos e era uma
espécie de contato de Edward naquela cidade.

Edward conferiu o relógio no exato momento em que bateram à porta.


-Entre.

No segundo seguinte uma cabeleira loira apareceu na porta. Um homem alto,


loiro e belos olhos verdes apareceu sorrindo.

-Tem uma vaga ai pra mim, chefe?

Edward riu e se levantou, caminhando até ele.

-E ai cara?

Os dois se abraçaram como sempre faziam quando se reencontravam.

-Como está? E a tia Grace?

-Está ótima. Mandou um abraço para você.

-Sente-se ai, cara. Precisamos conversar.

-Estou pronto para trabalhar. Não via a hora de sair de Paris.

Edward ergueu as sobrancelhas demonstrando seu cinismo.

-Cansou-se das fabulosas mulheres de la?

-Estou meio cansado daquilo tudo. Quero algo... diferente.

-E acha que irá encontrar aqui? Em Nova Iorque?

-Por que não? Nova Iorque tem Irina, Jéssica Stanley e...ah... Isabella Swan.

Edward cerrou os punhos, segurando a raiva que sentiu do primo nesse


momento. Sendo seu contato em Paris, ele obviamente conheceu algumas das
garotas. Bella era uma delas. Mas ele desconhecia o fato de Edward e ela
serem amantes.

-Respeite as meninas, Jasper.

-Eu não disse nada.

-Nao quero gracinhas com elas.

********

Ajeitando a alça da bolsa no ombro, Bella atravessou a rua correndo. Ainda


não estava atrasada, mas se continuasse a passos lentos fatalmente chegaria
fora do horário. E isso era uma das coisas que mais deixava Edward irritado.
Bella suspirou ao pensar nele mais uma vez. Há três dias ela tentava entender
a reação de Edward, mas simplesmente não conseguia chegar a conclusão
alguma. Primeiro ficou irritado, depois fizeram sexo três vezes com ele
repetindo o tempo todo que Bella era dele. E Bella acordou as duas da manhã
encontrando apenas um bilhete ao seu lado.

Parecia que após a proposta do Jake, ela passou a ficar mais exigente em
relação a eles dois. Não queria mais um relacionamento em que acordava
sozinha e seu parceiro sabe-se la onde. É certo que Edward dormiu várias
noites com ela, inclusive no último sábado. Mas isso era muito pouco se fosse
levar em consideração a intensidade do amor dela por ele. Não se sentia no
direito de cobrar nada. Ela sempre soube que ele estava noivo e além do mais
Edward nunca prometeu nada. Ela que se deixou envolver pela beleza dele e
pelo sexo fantástico que faziam. Burra demais por não imaginar que iria se
apaixonar por ele.

Conferiu mais uma vez o relógio já em frente ao prédio da Emperor's


dream. No entanto, antes que conseguisse entrar ela foi puxada por uma
mão pequena e pálida. Virou-se já disposta a xingar quando se deparou
com uma moça baixinha, cabelos curtos e espetados. Era bonita, mas um
tanto maltratada.

-Algum problema?

-Oi... eu me chamo Alice.

-Oi Alice. Sou Bella.

-Então Bella... eu venho observando você e...

Bella deu dois passos para trás ao ouvir isso. Seu primeiro pensamento foi
que a garota fosse uma espécie de psicopata perseguidora. Mas ela deu
um sorriso ao notar a atitude de Bella.

-Não precisa ter medo de mim. Eu quis dizer que vejo você chegando
sempre... outras moças também. Sempre em carros de luxo, bem vestidas.
Eu faço ponto logo ali na frente.

-Ah...ponto? Você é...

-Sim. Garota de programa, prostituta... coisas do tipo.

-Hum sei... e o que queria falar comigo?

-Eu não sei quem é, nunca vi, mas sei que tem alguém que cuida de vocês,
que agencia... é assim que fala não é?
-Sim, é isso mesmo. Mas não vejo no que posso ajudar você.

-Olha... eu queria muito ter alguém bacana para me agenciar. Sabe... é


ruim demais fazer ponto assim... é degradante. Vocês parecem até...
felizes. Deve ser bem melhor do que nas ruas.

-Isso posso garantir que é.

Bella conferiu mais uma vez as horas. Faltavam cinco minutos. Iria se
atrasar. Sem pensar muito, abriu a bolsa e retirou uma caneta e um
pedaço de papel.

-Olhe... está aqui meu telefone. Eu realmente estou atrasada. Ligue para
mim e conversaremos melhor. Se você não tiver dinheiro para um
telefonema, dê apenas um toque e eu retorno.

-Vai falar com seu chefe pra mim?

-Ainda não. Serei sincera com você... precisamos dar um “up” em você.
Se ele a vir nesse estado, com certeza não irá aceitá-la.

Era verdade. Alice era bonita, sem sombra de dúvida. Mas estava
maltratada. Pele e cabelos opacos e sem vida, sem falar nas roupas
provavelmente adquiridas em algum brechó.

Bella se despediu rapidamente de Alice e entrou correndo no prédio,


pegando o elevador em seguida. Ao passar pelo corredor, estranhou o
fato de não ver nenhuma das meninas por ali. Será que Edward tinha
começado a tal reunião sem ela? Era bem provável, afinal ela nem sabia o
que esperar dele hoje. Não sabia se ainda estava bravo com ela por algo
que nem tinha feito.

Deu duas batidas na porta e logo ouviu a voz rouca e sexy. Arrepiou-se,
como sempre.

Entrou na sala e seus olhos foram diretamente para ele. Bella


simplesmente não conseguia raciocinar direito quando via Edward
naqueles ternos caros de caimento perfeito. Ela babava, sempre. Da
mesma forma ele grudou seus olhos nela. Até mesmo com uma camiseta e
jeans Bella conseguia ficar mais fantástica que qualquer mulher que já
conhecera.

-Bom dia.

-Bom dia, Bella.


So então ela se deu conta do homem loiro que se levantou sorrindo.

-Jasper! Que surpresa.

-Hei Bella... como está? Nem nos vimos em sua última ida a Paris, hã?

-Ah sim...não tive muito tempo.

-Sente-se, Bella.

Pouco a vontade ela se sentou ao lado do Jasper. Era ruim fica naquele
clima estranho com Edward. Por mais que seus olhos estivessem suaves,
quase tranquilos, ela sentia certa frieza entre os dois.

-As outras meninas ainda não chegaram?

-Como sempre atrasadas. Mas já falarei com você, pois você tem um
almoço com Marcel Dupré.

Bella não escondeu uma careta, o que agradou Edward. Marcel apesar de
ser um homem muito bonito, era muito escroto. Bella não curtia muito
fazer programas com ele. Talvez por isso o maldito pagasse um pouco
além do combinado.

Edward passou a agenda da semana para Bella que apenas a guardou na


bolsa. Em casa olharia com calma.

-Então Bella.. o que quero dizer é que Jasper está vindo definitivamente
para Nova Iorque. Será tipo... meu braço direito.

-Os olhos e ouvidos de Edward.

Edward rolou os olhos e balançou a cabeça.

-Menos, Jasper. Como ia dizendo... ele irá dar uma ajuda por aqui.
Enfim... agenda de vocês, exames e tudo o que vocês tratam comigo, ele
terá carta branca para agir, correto?

Bella assentiu e sorriu para Jasper.

-Seja bem-vindo aqui então.

-Obrigado, Bella. Não serei tão carrasco quanto Edward. Vamos


aproveitar os dias em que ele estiver fora em lua de mel e fazer isso
funcionar.
Bella empalideceu e sentiu sua cabeça girar. Então era esse o motivo para
trazer Jasper? Estava preocupado com sua lua de mel? Ela se levantou
rapidamente, sentindo o estômago embrulhar.

-Acho que já posso ir não é? Não quero me atrasar. Bom dia para vocês.

-Não... Bella...

Edward ainda tentou falar mas ela praticamente correu porta afora.
Enquanto ela ganhava as ruas aos prantos, Edward socava sua mesa
furiosamente.

Foi a vez do Jasper erguer as sobrancelhas e despontar um sorriso sarcástico


em seu rosto.

-Eu perdi alguma coisa?

-Nada que seja da sua conta.

Jasper observou o primo enquanto ele andava de um lado a outro, ligando para
alguém. Edward não o enganava. Com certeza ele tinha algo com Isabella. E
ele nem estava admirado com isso. A morena era belíssima e tinha um corpo
de dar água na boca. Era o tipo de mulher que você olha e diz com certeza que
é quente. E se o primo tinha algo com ela, então ele estava fora. Aliás, seria
bem melhor que Edward tivesse algo com ela. Quem sabe não desistisse
daquele casamento ridículo com a gostosa, mas irritante Victória?

Ao chegar em casa com o rosto inchado de chorar, Bella foi direto para o
banho. So depois de relaxar algum tempo na banheira ela se enrolou na
toalha e pegou sua agenda.

Almoço com Marcel...e uma esticada. Ignorou o estômago revoltado pelo


nojo ao saber que iria pra cama com ele. E depois uma viagem no dia
seguinte. Edward deveria estar mesmo preocupado com o casamento.
Não colocou destino, tampouco o nome do cliente. Pelo jeito teria que
parar de ignorar suas chamadas e atendê-lo. Talvez estivesse ligando
justamente para isso.

Antes que digitasse o numero correspondente a Edward, seu celular


tocou. Não era número conhecido, mas Bella atendeu.

-Oi Bella. É Alice.

-Ah... oi Alice. Escute, eu não falei nada ainda com meu chefe. Como eu te
disse, ele é exigente demais. Vamos fazer o seguinte... vou te passar o
número de uma amiga. La ela irá cuidar de você. Pele, cabelo, unhas...
tudo. Amanhã irei viajar e quando voltar iremos nos encontrar. Tudo
bem?

-Sim. Pra mim está ótimo.

-Tem algo para anotar o endereço? O nome dela é Emily. Vou ligar
informando que você irá procurá-la.

Bella nem entendia por que estava fazendo aquilo por uma garota que
acabou de conhecer. Talvez tivesse sentindo falta de uma amiga. Alguém
em quem pudesse confiar e contar sobre suas paixões, decepções e sonhos.
De alguma forma ela sentia que Alice era essa pessoa.

Assim que desligou, digitou o número de Edward que atendeu ao


primeiro toque.

-Bella! Por que não me atendeu?

-Estou retornando agora. Acho que se esqueceu de colocar o nome do


cliente e o destino da viagem de amanhã.

- Esteja pronta às quatro da manhã.

-Para onde? Com quem?

-Uma ilha do Caribe.

Bella revirou os olhos. Odiava essa mania de Edward responder pela


metade. Por que não falava logo?

-Quem é o cliente?

-Preciso desligar agora. As meninas estão me esperando para a reunião.

Desligou.

-Ridículo.

Como se preparar sem nem saber com quem e do que se tratava essa
viagem? Na maioria das vezes eram encontros de negócios, mas já houve
caso de ser apenas diversão.

Xingando alguns palavrões Bella foi se vestir para mais um encontro


maçante com o nojento Marçal. Ossos do ofício...

*********
Bella bocejava a cada segundo, o que fazia seus olhos lacrimejarem. Depois
de quase cinco horas na companhia de Marcel ela pode voltar para casa.
Estava tão cansada que sequer teve forças para fazer as malas.Sua cabeça
estava explodindo de dor. Ao chegar em casa tomou dois comprimidos e se
enfiou sob as cobertas.

Acordou às três da manhã, atarantada. Correu para o banho e ainda teve que
fazer as malas, já que não fez no dia anterior.

Colocou de tudo um pouco. Roupas esportivas, sociais e suas famosas


lingeries.

Às quatro da manhã em ponto o porteiro avisou da chegada do carro. Uma


coisa ela tinha que admitir: Edward zelava pelo bem estar de todas elas. Sabia
que ele iria mandar seu motorista de confiança para buscá-la.

-Bom dia Bella.

-Boa noite ainda Emmett.

Ele riu e ajudou-a a entrar no carro.

-Sabe quem é o maluco que está me tirando da cama a essa hora?

Ele riu novamente e negou.

Sonolenta, Bella recostou a cabeça no encosto do banco e cochilou. Acordou


alguns minutos depois ao perceber certa movimentação. Emmett tinha
acabado de entregar suas malas a um homem alto que ela imaginou ser o
piloto do jato parado a sua frente.

-Seu cliente o aguarda la dentro, Bella. Tenha uma boa viagem.

-Obrigada, Emmett.

Bella se encolheu dentro do casaco e praticamente correu ate o jatinho. Sentia


suas mão geladas e não via a hora de se enroscar num cobertor. Mas ao
adentrar no jatinho, ela parou...a boca aberta totalmente surpresa.

-Pronta para nossa viagem, senhorita Swan?

Bella nada respondeu. Estava estática, paralisada...congelada. Somente saiu do


seu torpor quando Edward se levantou e a puxou pela cintura, colando seus
corpos.

-Gato comeu sua língua?


-Eu...er... o que significa isso?

-Significa que tenho negócios a tratar por la na sexta feira. E pensei em trazer
uma companhia agradável...

Sem chance de responder, Bella se viu com os lábios colados aos dele, num
beijo que demonstrava toda a saudade dos últimos quatro dias.

Não queria pensar em mais nada a não ser neles dois. Seu único e inquietante
pensamento era que quanto mais ela pensava em afastar Edward de sua vida,
mais ele se enfiava dentro de seu coração.

Capítulo 6
Capítulo 6
O jatinho já sobrevoava o Union Island Airport, mas Edward nem pensava em
sair do conforto em que se encontrava para descer. Estava deitado na cama
agarrado ao corpo nu de Bella que dormia profundamente. Desde o momento
em que ela entrou no jato, não houve muita conversa. O desejo explodia entre
eles quando estavam a sós. Após fazerem sexo pela primeira vez Bella apenas
quis saber o motivo daquela viagem e de leva-la como companhia.

Olhando dentro daqueles olhos Edward não conseguiu mentir. Não havia
negócio nenhum a ser tratado ali. Ele apenas queria um tempo com ela, sem
serem interrompidos, sem outras pessoas por perto.

Edward nunca se sentiu tão confuso quanto agora. Era uma profusao de
pensamentos, sentimentos, dúvidas que o deixavam atordoado. Além disso
havia aquela estranha sensação de que algo não ia bem. Ele olhava para Bella
e é como se estivesse vendo seus pesadelos dos últimos dias se tornando
realidade.

Nos dias em que não se viram, Edward não teve uma boa noite. Aliás... ele
ficou péssimo todos os dias. Não conseguia se concentrar, estava irritado. E à
noite sonhava com ele e Bella juntos. Mas do nada ele via apenas a mão de
Bella desaparecendo e ele tentando agarra-la inutilmente. Acordava suado e
ofegante. De uma única coisa ele tinha certeza: estava assim desde que
descobriu que Bella iria sair com Jacob. Que droga estava acontecendo com
ele? Suas “garotas” sempre tiveram liberdade para sair com quem quer que
seja quando não estivessem a trabalho. Se quisessem se relacionar com os
clientes era problema delas também. Nunca disse nada a esse respeito mas não
iria interferir caso acontecesse. Mas com Bella era diferente. Ela não tinha
esse direito, afinal eles estavam juntos. Tudo bem que eram apenas amantes,
mas... estavam sempre juntos.
Como se não bastassem todas essas preocupaçoes ainda havia Victoria e os
preparativos para o casamento. Estava farto daquilo mas também não poderia
adiar mais. Ha quanto tempo estavam noivos? Dez? Nove anos? Sim... era por
ai. Eram adolescentes ainda quando os pais de Edward e de Victoria cismaram
que os dois deveriam se casar. Até que eles foram bem pacientes, afinal se
fossem outros iriam exigir imediatamente que os dois se casassem. Seria esse
o preço a pagar por não ter conseguido segurar seus hormônios e tirar a
virgindade de Victoria durante aquela festa na casa de seus pais?

Bella se remexeu em seus braços, tirando Edward daqueles pensamentos.

–Bella?

Tocou de leve seu rosto, mas foi o suficiente para que ela despertasse. Edward
sorriu ao ver seu olhar preguiçoso.

–Ja iremos pousar, preguiçosa.

–Hum... essa cama é tão boa. Eu nem sabia que jatinhos tinham uma cama
assim.

–Os outros eu não sei, mas o meu tem. E é uma delícia ter você aqui comigo.

–Para onde iremos exatamente?

–Pegaremos uma embarcação até Petit St. Vincent.

Bella arregalou os olhos ao ouvir o destino dos dois. Não conhecia o lugar
mas diziam que era uma belíssima ilha particular, praticamente isolada de
tudo.

–Edward... posso te perguntar uma coisa?

–Qualquer coisa.

Respondeu beijando seus dedos delicadamente, fazendo Bella estremecer.

–Por que está fazendo isso? Essa viagem... apenas nós dois.

–So quero curtir você a sós, Bella. Só nós dois e o mar. Ficaremos
incomunicáveis.

–Então é verdade que la não tem tv, internet, telefone?


–Nada disso.

Edward via esse gesto como uma forma de proporcionar algo diferente a ela.
Para ser franco, ele sentia vontade de sair por ai na companhia de Bella.
Sempre que havia alguma festa ou evento ele imaginava Bella no lugar de
Victoria.

Mas Bella via aquilo como uma espécie de recompensa. Apesar de ter quase a


certeza de que Edward queria continuar aquele relacionamento mesmo depois
de casado, provavelmente passaria muitos dias longe, em lua de mel. Queria
então compensar sua ausência com aquela viagem. Mas para Bella, essa
viagem poderia ser uma despedida.

–Vamos nos vestir?

–Sim, vamos.

Bella se levantou rapidamente, ciente do olhar de Edward sobre seu corpo.


Precisava pensar urgentemente numa forma de não se entregar tanto naquela
viagem. Mas como? Como resistir a esse homem?

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Bella estava com a boca aberta, numa surpresa muda. Achava que era exagero
das pessoas mas agora via que estava enganada. O chalé era lindo... perfeito
para um casal apaixonado, o que não era o caso deles.

–Meu Deus... Edward!

Ela se virou sorrindo para ele e o vento jogou seus cabelos em seu rosto. De
todas as cenas lindas que Edward ja presenciou ao lado dela, essa sem dúvida
estava entre as melhores.

–Esse lugar é perfeito!

E então ela o olhou profundamente fazendo o coração de Edward disparar de


forma inexplicável.

–Você é perfeito.

Ele simplesmente deixou as malas no chão e puxou-a de encontro ao seu


corpo.

–Você é bem mais que perfeita.


Beijaram-se longamente e então Bella se afastou, o sorriso faceiro iluminando
seu rosto.

–Venha... quero ver la dentro.

Edward seguiu atras dela e ambos pararam à porta do quarto. Bella mordeu os
lábios tentando inutilmente segurar as lágrimas. Rapidamente Edward a
envolveu em seus braços quando ouviu seus soluços. Ficou sem ação
momentaneamente. Não conseguia imaginar o motivo das lágrimas dela. Mas
Bella sentiu uma pontada incômoda no peito. Via aquele cenário como o lugar
que sempre sonhou para sua lua de mel ao lado do homem que amava. Lua de
mel que nunca aconteceria, pelo menos não com ele. Quando ela iria se
conformar que perdeu? Não sentia vergonha em admitir que sonhava que
Edward pudesse gostar dela um pouco... ou o suficiente para não se casar. Ela
sabia que ele sentia algo a mais, so não sabia o que. Mas pelo visto esse algo a
mais jamais seria o suficiente para ele abandonar a noiva.

–Bella... amor... o que aconteceu? Por que está chorando?

Ouvi-lo chamando-a de amor a fez chorar ainda mais. Sabia que tinha sido um
rompante, apenas mais uma de suas inúmeras formas de ser carinhoso. Nunca
seria no sentido que ela desejava.

–É só... só emoção, Edward. Esse lugar lindo... você. É tudo tão mágico.

Edward segurou seu rosto entre suas mãos, emaranhando seus dedos nos
longos fios castanhos. Beijou o rosto de Bella, percorrendo o mesmo caminho
de suas lágrimas.

–A única coisa que quero ver aqui é o seu sorriso. Nada de lágrimas, nem
mesmo se for de alegria. Porque eu vou imaginar que está triste e que eu
causei isso.

–Nunca. Desculpe.

–Então...venha aqui.

Segurou Bella pela mão e foi até uma mesa, onde ja havia uma garrafa de
champanhe e taça. Mas haviam também duas bandeiras. Edward pegou uma
vermelha e mostrou a Bella.

–Isso aqui irei colocar la fora. Significa que não queremos ser incomodados. E
quando quisermos algo... colocarei a amarela.

Bella sorriu com aquela novidade.


–Nada de telefone.

–Exatamente. Estamos incomunicáveis, querida. So nós e o mar.

Bella se esticou toda e enlaçou o pescoço de Edward.

–Isso é perfeito pra mim.

–Pra mim também.

***********

Calor... oriundo do clima da ilha e também dos corpos nus sobre a cama.
Incansaveis, eles prosseguiam na maratona sexual desde o dia em que
chegaram. Edward possuiu Bella de todas as formas, em cada canto daquele
chalé e também da praia. Bella nunca o viu tão possessivo e selvagem. Algo
de estranho aconteceu com ele e nenhum dos dois saberia dizer o que era.

Edward até sabia. Estava sentindo um ciumes fora do normal e que estava
fazendo com que ele perdesse o controle. A cada nova posição, em cada lugar
por onde faziam sexo, Edward imaginava Bella com seus clientes. Imaginava-
a fazendo as mesmas coisas com eles e isso enfurecia Edward. Nunca foi
assim e não deveria ser! Merda! Ele era garota de programa. Essa era sua
profissão. Mas a mente ja meio perturbada de Edward não o deixava entender
isso. Bella era dele. O corpo magnifico dela... era dele. Seu rebolado, sua
boca, seus gemidos... TINHAM que ser somente dele!

Agora por exemplo... ele estava completamente fora do seu juizo. Deitado na
ampla cama de frente para o mar, mas a visão de Bella sobre e de costas para
ele era a mais perfeita que ja tinha visto. Bella se apoiava nas coxas dele,
subindo e descendo sobre seu membro enquanto gemia descontroladamente.

Edward a segurava com firmeza pela cintura e erguia os quadris, querendo


aprofundar-se cada vez mais a ponto de fundir seu corpo ao dela. Na pele
levemente bronzeada da bunda carnuda, a marca vermelha da mão de Edward
demarcava seu território. Subiu as mãos e agarrou os seios dela, urrando de
prazer quando ela ergueu um pouco o corpo e ele pode ver seu sexo liso e
molhado voltar a engolir seu membro.

–Caralho Edward... você é tão grande... tão gostoso.

Ele gemeu com isso e investiu com mais força, mas ao mesmo tempo uma
imagem terrível veio a sua mente. Bella sobre Jacob, daquela mesma forma...
gemendo o nome dele... gozando em cima dele...e ele gozando com ela.

–NÃO!
Edward gritou e empurrou Bella, jogando-a de bruços na cama. Assustada
com aquela atitude ela tentou girar o corpo, mas Edward segurou sua cabeça
contra o colchão enquanto penetrava novamente seu corpo. Afastou-se um
pouco, segurou-a pela cintura, praticamente montando sobre suas nádegas.
Estocava forte, bruto ao mesmo tempo em que sentia seu peito oprimido.
Aquilo tudo era dele... dele. Bella ainda empinou a bunda sob ele, fazendo seu
gozo vir imediatamente. Ela gozou logo em seguida. Edward sentiu seus olhos
ardendo e deixou seu corpo cair sobre o de Bella, fazendo um esforço sbre-
humano para afugentar as malditas lágrimas que ele nem sabia por que...
teimavam em cair.

Girou na cama, deitando-se de costas e ficou olhando para o teto. Bella, ainda
de bruços olhava para o seu rosto sem dizer nada. Não iria negar que gostou...
ela sempre gostava da forma com que ele a pegava. Mas era um toque
desesperado e ela não entendia o motivo.

Mas Edward ainda com o olhar fixo no teto perguntava-se por que não pediu a
Bella para que parasse com os programas logo que se envolveram. Ele a
bancaria numa boa. E se ela não aceitasse ser sustentada por ele, Edward
pagaria como qualquer cliente. Mas ela seria fixa...exclusiva dele.

Mas a resposta para o por que de nao a ter proibido de continuar fazendo
programas veio como uma bofetada em seu rosto, uma facada em seu peito:
Bella era rentável. Era a que mais lhe dava retorno financeiro.

Mas agora ele se perguntava: Valeu a pena? Estava aqui se mordendo de


ciúmes dos clientes que usufruíam de algo que deveria ter sido somente dele...
desde sempre.

Capítulo 7
Capítulo 7
O sol brilhava sobre o rosto de Bella que tinha a cabeça inclinada para trás,
deliciada com os raios que incidiam em sua pele. Estava enganchada na
cintura de Edward que a segurava firmemente permitindo que ela ficasse na
posição sem risco de cair na água. Seus seios estavam empinados em direção
ao rosto dele, deixando-o atordoado com aquela visão perfeita. Os dias
passaram rápido, e sendo hoje o último dia, queriam aproveitar ao máximo
cada segundo juntos. Dias maravilhosos, incríveis que certamente seriam
inesquecíveis para ambos. Desde o café da manha no quiosque suspenso sobre
o mar até as noites em que ficaram deitados na varanda, de mãos dadas apenas
observando a lua e as estrelas, tudo foi incrivelmente perfeito. Para uns
poderia até ser meio brega, mas tanto para Edward quanto para Bella não
havia como ser melhor.
Estavam agora no mar, nus, alheios a qualquer coisa que não fossem eles.
Incapaz de resistir, Edward inclinou a cabeça e beijou cada seio de Bella,
fazendo-a estremecer. Mordeu e sugou seus mamilos com fome de criança ao
sentir seu membro dar sinal de vida. Quando ergueu os olhos viu que Bella já
não estava mais inclinada para trás e o olhava com desejo. Enfiou os dedos em
seus cabelos, fazendo Edward gemer com esse simples gesto, mas que ele
adorava. Rebolou em seu colo quando Edward voltou a sugar seus seios,
demorando-se em cada um tempo suficiente para levar os dois à loucura. Bella
agarrava-se com mais força aos cabelos dele e gemia palavras desconexas.

Não houve penetração, mas a sensação de ter Bella roçando nele como se
fossem adolescentes era boa demais para que ele parasse. Deixou a cabeça
entre os seios dela, deixando-se levar pelas sensações libidinosas e ao mesmo
tempo quase recatadas.

Algo que Bella notou nesses dias foi o sentimento de posse de Edward. Ela
ainda estava surpresa com as atitudes dele, que ela bem gostaria de entender
como ciúmes. Mas ele não tinha motivos para ter ciúmes dela. Seria até
ilógico sentir isso por uma garota de programa!

Embora Bella pensasse dessa forma, a verdade era outra. Edward sabia que o
que sentia era o mais intenso ciúme. E o maldito so aflorava em momentos
como esse. Com Bella nua e agarrada ao seu corpo, esfregando-se nele e
gemendo loucamente. Era quase impossível refrear seus pensamentos e não
imaginá-la assim com Jacob, com Marcus, Ethan, e sabe-se la quantos clientes
ela tinha.

Edward estava tentado a pedir a ela que saísse dessa vida. Ele a manteria, mas
não queria mais nenhum homem encostando um dedo nela. Mas seu medo
maior era que Bella o rechaçasse. Como não queria estragar o passeio,
esperaria mais um pouco. Quando estivessem de volta a Nova Iorque ai sim
iriam conversar.

-Oh Edward... sinto que posso gozar sem ao menos ter você dentro de mim.

Ao mesmo tempo em que sentiu seu ego inflar, sentiu o ciúme aflorar. Subiu
uma de suas mãos e agarrou a nuca de Bella com força, forçando-a a olhar
para ele.

-É só comigo, Bella? É so comigo que se sente assim?

Ainda entorpecida pelas sensações maravilhosas que o corpo espetacular


daquele homem provocava nela, Bella não entendeu muito bem a mudança
repentina e o encarou.
-Como?

-Você sente isso com o Jacob também? Com o Marcus? Com os outros?

-Por que isso agora?

-Responde, Bella... diga que sente isso apenas comigo.

Mesmo que não seja verdade. Pensou consigo mesmo.

Mas Bella o beijou profundamente, deixando sua língua percorrer cada canto
da boca de Edward. Mordeu os lábios sensuais e passou a língua em seguida,
arrancando um suspiro dele. E so depois olhou dentro dos olhos azulados.

-Só com você, Edward. É sempre você. Com você não é algo mecânico, quase
calculado. Com você é desejo, tesão...Só com você eu me sinto
verdadeiramente mulher.

Foi a vez de Edward beijá-la com ardor, apertando-a de encontro ao seu


membro duro feito rocha. Aquela mulher mexia com todas as suas estruturas,
o levava do tesão ao ciúme em questão de segundos.

-Segure-se em mim, mas não vou deixá-la cair.

Edward ergueu-a mais um pouco e bem devagar saiu da água. Caminhava em


direção ao chalé com Bella aninhada em seus braços. Não iria se separar dela
nem por aqueles breves segundos de caminhada até o quarto. Deitando-a na
cama, Edward ajoelhou-se sobre o colchão, espalmou as mãos ao lado da
cabeça dela e desceu beijos pelo seu pescoço. Beijava, mordia e passava a
língua, descendo pela pele cheirosa e macia. Bella cheirava a água do mar, sol
e protetor solar, além daquele cheiro que era unicamente dela.

Bella enroscou as pernas em volta da cintura dele tentando puxá-lo para cima
de seu corpo. Rindo, Edward colocou-as de volta na cama.

-Eu quero você, Edward.

-Calma, minha linda. Você terá. Sou seu.

Bella fechou os olhos e aproveitou as sensações das mãos e boca em seu


corpo. Agora ele mordiscava sua barriga, circulando seu umbigo com a língua.
A pele de Bella formigava e seu sexo molhado latejava, ansiando por abrigar o
membro de Edward dentro de si. Esticou a mão tentando tocá-lo, mas Edward
mais uma vez a impediu. Mordeu suas coxas e se afastou um pouco olhando
seu sexo. Fechou brevemente os olhos, esforçando-se para não pensar
besteiras.
Levou a mão até o botão inchado e pequeno, circulando o polegar sobre ele.
Bella gemeu alto e impeliu os quadris, soltando um palavrão em seguida.
Sorrindo, Edward deslizou um dedo para dentro dela e ele próprio gemeu ao
sentir seu calor e umidade. Bella era inacreditavelmente estreita e aquilo
enlouquecia Edward. Inclinou novamente o corpo e passou a língua em seu
clitóris, fazendo Bella praticamente saltar na cama. Passou a língua
novamente e com ajuda da mão, separou seus lábios, lambendo sua entrada
que já escorria seu tesão. Sempre alucinado com aquele gosto, Edward
enterrou seu rosto no sexo de Bella, a língua entrando e saindo de seu sexo e
os dedos quase perfurando a carne macia de suas coxas. Bella gemia e
rebolava, levando uma das mãos ao seio e apertando seu mamilo. Edward
percebeu e afastou sua mão, ocupando-se do seio dela que estremecia e se
contorcia.

-Por favor... eu quero gozar no seu pau, Edward.

Ele chupou o clitóris de Bella fortemente antes de se afastar, preparando-se


para penetrá-lo. Aproveitando-se desse momento, Bella se levantou e o
empurrou de costas na cama, subindo sobre ele.

-Agora é minha vez, gostoso.

Deslizou as mãos pequenas pelo peito másculo dele, olhando embevecida para
o corpo espetacular de Edward.  Já esteve com homens muito bonitos, mas
nenhum deles superava Edward. Ele era simplesmente um Deus da beleza.
Apertou os músculos dos seus braços, mordeu seu peito e chupou seus
mamilos. Edward a segurava pelos cabelos, gemendo incontrolavelmente, mas
de olhos abertos, não querendo perder nenhuma expressão do rosto dela.

Aquela boca o levava ao céu, a língua apesar de úmida deixava um rastro de


fogo em sua pele e tudo o que Edward conseguia era se imaginar dentro dela,
estocando com vontade até se perder no orgasmo fabuloso que so ela
proporcionava. Ajoelhada perto dos quadris dele, Bella segurou em seu grosso
e longo membro, olhando nos olhos de Edward.  Seu dedo circulou a glande
inchada e úmida, arrancando um gemido mais alto de Edward. Com a outra
mão ela acariciou seus testículos, o que fez o membro ereto pulsar em sua
mão.

Deslizou a mão para cima e para baixo, massageando seu membro, olhando-o
cobiçosamente. Edward observava tudo, explodindo em prazer tanto pelo
toque quanto pela expressão no rosto de Bella.

-É tão bonito...tão grande e gostoso.


Antes de se inclinar sobre ele, Bella olhou mais uma vez para Edward, piscou
os olhos e mordeu os lábios. Ela ao menos tinha noção do quanto aquilo o
enlouquecia? Provavelmente sabia e abusava disso, como forma de lembrar a
ele que mulher alguma jamais teria esse poder sobre ele.

Quando a língua macia circulou a fenda em sua glande, Edward estremeceu e


arfou, erguendo inconscientemente os quadris. Bella lambeu a pequena
quantidade de liquido e abriu a boca apenas sobre a cabeça, sugando-a com
vontade. Chupou e bateu com ele em seus lábios algumas vezes antes de
colocá-lo quase por inteiro em sua boca. Fez isso lentamente, sentindo as
grossas veias do membro pulsante em sua língua. Como sempre acontecia
quando ela o provava, Bella se desligou de tudo, concentrando apenas nele,
chupando-o com vontade, circulando a língua na cabeça púrpura e voltando a
sugar, descendo os lábios por toda extensão e novamente engolindo-o por
inteiro.

Edward era so tremores. Os músculos contraídos de sua barriga denunciavam


a chegada de seu orgasmo. Empurrando Bella, ele girou seus corpos,
colocando-se sobre ela. Ergueu sua perna até sua cintura e a beijou. Já
estavam suados, a pele de seus corpos grudadas e suas respirações ofegantes.

Olharam-se nos olhos quando Edward posicionou seu membro na entrada


estreita. Bella ergueu os quadris, querendo diminuir a distância entre eles.
Edward lutou, tentou de todas as formas permanecer com os olhos abertos,
mas o prazer de sentir seu membro adentrando o corpo de Bella foi mais forte.
Com um gemido alto sua cabeça caiu entre o seios de Bella e ele enterrou-se
completamente dentro dela. Como se fosse a primeira vez juntos, ficaram um
tempo imóveis apenas sentindo o prazer de pele contra pele. Mas quando
Edward começou a se mover, saindo e voltando a entrar profundamente e
Bella acompanhou seu ritmo, o tesão explodiu. Logo os dois arfavam e
dançavam freneticamente, os corpos suados revirando na cama, ora Bella por
cima, ora Edward.  Quando por fim entregaram-se ao êxtase, Edward deitou
ao lado de Bella, puxando-a para perto de seu corpo. Beijou seus cabelos, seu
rosto e por fim seus lábios.

-Você faz com que eu me sinta tão bem.

-E você não imagina como eu me sinto com você, Bella. Muito mais que bem.

-É uma pena que esteja acabando.

-Podemos repetir quantas vezes quiser.

Bella nada respondeu. Queria muito poder acreditar nisso, entretanto as


circunstâncias não permitiam. Ela apenas agarrou-se a oportunidade de ter
mais um pouco daquele homem antes da separação definitiva. Foram dias
perfeitos e estariam sempre em sua memória.

Edward também não disse mais nada. Estava de olhos fechados, repassando os
últimos dias. Percebeu que descobriu tanta coisa a respeito de Bella que ele
não fazia idéia. Satisfeito, dormiu antes de Bella. Antes de ouvir as palavras
que talvez mudassem o rumo daquela história.

-Eu te amo tanto, Edward. Mas talvez você nunca venha a saber disso.

***********

De volta a nova Iorque. Os olhos e a garganta de Bella ardiam pelo esforço em


segurar seu choro. Sua vontade era de esquecer o resto de amor próprio que
tinha e se jogar aos pés de Edward, implorando para que não se casasse. Não
iria suportar continuar daquele jeito. Não sabendo que Edward se deitaria
todas as noites ao lado de Victoria. Que tomaria seu café da manhã, almoçaria
e jantaria sempre em sua companhia. E a Bella seriam destinadas algumas
horas de sexo...e mais nada. Aquilo já não era mais suficiente para ela. Ela
sonhava, precisava e merecia mais do que isso. Ainda que amasse Edward
com todo seu coração.

Mal pisaram em Nova Iorque e o celular dele disparou vários sons de


mensagem e logo em seguia tocou. Ele apenas olhou o visor e guardou-o no
bolso. Pela sua expressão, Bella já sabia de quem se tratava.

-Não vai atender?

-Converso com Victoria depois.

-Bom...eu tenho que ir. Preciso... descansar e passar mais tarde na Empero’s.

-Bella... acho que precisamos conversar.

-Não... por favor, não. Foi tudo tão... perfeito. Vamos conversar outra hora,
está bem?

-Tudo bem.

Edward a abraçou e beijou antes de levá-la até o carro. Emmett a esperava.


Despediram-se e assim que Emmett deu a partida, Bella deu vazão às suas
lágrimas. Chorou por tudo. Não queria ter aquela conversa com Edward. Sabia
que ele pediria para continuar e lhe doía dizer não.

-Eu torço por você, Isabella.


Foram as palavras de Emmett assim que ela desceu do carro.

-Obrigada. A gente se vê.

Mesmo cansada, a primeira coisa que fez ao entrar em casa foi ligar para
Alice. Mais do que nunca ela precisava de alguém para conversar, mesmo que
fosse uma completa desconhecida. Marcou com ela de se encontrarem ali
mesmo em seu apartamento. E em seguida ligou para Jacob. Ele merecia
algumas respostas.

Já Edward ignorou completamente os telefonemas da noiva. Foi direto para a


Empero’s.

-E ai, chefe? Como foi de viagem?

-Proveitosa.

-Hum... e Bella gostou?

-Quem disse que fui com ela?

-Deixe de bobagem, Edward. Você viajou e ela também. Sei que não está
“rolando” nada. Ela foi apenas uma companhia certo?

Edward bufou e não respondeu, indo diretamente ao bar e pegando um copo e


a garrafa de uísque. Precisava de algo forte.  Nunca se sentiu tão frouxo na
vida, com medo de uma conversa entre homem e mulher. Na verdade, ele
estava com medo de magoar Bella. Não se perdoaria se fizesse isso.  Por outro
lado, imaginava que qualquer coisa que fizesse acabaria machucando-a de
uma forma ou de outra.

-Coitada... pior que deve estar cansada e vai logo enfrentar outra viagem.

-Como assim?

-A agenda dela. Já tem uma viagem amanhã para Londres e deve ficar la por
duas semanas.

-Ela já está acostumada. Com quem ela irá?

Perguntou tentando demonstrar tranqüilidade, mas por dentro estava fervendo.


Teria que dar um jeito de mudar esses programas de Bella. colocá-la apenas
como acompanhante, sem sexo.  Talvez fizesse isso sem que ela soubesse...

Parou de pensar nisso quando ouviu a resposta do Jasper. E seu sangue ferveu
ainda mais.
-Irá com Jacob Black.

Edward bateu o copo com toda a força sobre a mesa e pegou novamente o
paletó que havia deixado sobre a poltrona.

-Isso é que não. Não mesmo.

Saiu sem dizer nada, deixando Jasper boquiaberto. Iria atras daquele infeliz e
dizer umas verdades para aquele... bombado. Tão logo entrou no carro seu
celular tocou. Dessa vez não poderia ignorar. Seu pai deveria estar uma fera
por ter viajado e nem dar sinal de vida. Pelo jeito teria que ir a casa dos pais
primeiro e so depois cuidar do Jacob Idiota Black.

Em seu amplo apartamento, Bella olhava pela janela sem realmente ver nada.
Sua mente estava frenética e enquanto ela não resolvesse tudo não teria
sossego. Estava fisicamente cansada, mas alguns assuntos não poderiam mais
ser adiados. Aguardava a chegada de Alice e às trezes horas iria se encontrar
com Jacob. Certas coisas não tem mesmo remédio, mas tem tratamento. E era
disso que ela precisava. De uma chance para tentar curar aquele amor que
sentia por Edward.

O interfone tocou anunciando a chegada de Alice, provavelmente. Ainda eram


nove da manhã, e mesmo tendo chegado a Nova Iorque às sete, Bella não
conseguiu sequer cochilar.

Abriu a porta do apartamento e aguardou a chegada do elevador. Seus olhos se


arregalaram e ela abriu a boca em “O”, sem conseguir esconder seu espanto.
A mulher baixinha e pálida sorriu, parando à frente de Bella. Os curtos
cabelos estavam brilhantes e hidratados e dava para perceber um novo corte.
As pontas desfiadas estavam apontadas para todos os lados e por um instante
ela se lembrou de Edward. A pele estava macia, a chamada pele de pêssego.
Somente as roupas ainda eram as típicas de uma liquidação.

-Alice? É você mesma?

-Ei... não precisa debochar. Está parecendo que sua amiga fez milagre?

-Sinceramente? Sim.

Bella falou e as duas riram alto. Deu espaço para que Alice entrasse e em
seguida fechou a porta.

-Você está linda, Alice.

-Obrigada.
-Sente-se. Quer um café? Eu nem tomei ainda.

-Pra ser sincera nem eu. Estava dormindo quando você me ligou.

-Então vamos até a cozinha.

Enquanto Bella preparava o café, ia perguntando a Alice sobre o tipo de vida


que ela levava. Contou como funcionavam as coisas na Emperor’s, revelando
tudo o que pudesse ser útil para quando fosse falar com Edward ou Jasper.

-Quer dizer que... acha que ele irá me aceitar?

-Quase certo que sim. Bom... teremos que dar um jeito nessas roupas. Alguma
coisa minha deve servir em você. E mais tarde poderemos sair e comprar mais
algumas.

-Bella... por que está fazendo isso por mim?

Bella deu de ombros e sua resposta pareceu mais uma pergunta.

-Porque você pediu?

-Sim, sei que pedi. Mas algumas pessoas simplesmente poderiam ignorar.
Você está me ajudando tanto.

Bella baixou os olhos, remexendo a colher em sua xícara.

-Sei la... acho que gostei de você. E...eu precisava tanto ter alguém para
conversar. As coisas não estão fáceis para mim.

-É por causa dele?

-Dele quem?

-Edward.

Bella arfou e abriu e fechou a boca sem dizer nada. Alice riu baixinho.

-Desculpe, mas é que seus olhos brilhavam toda vez que falava alguma coisa e
tocava no nome dele.

-Não imaginei que estivesse tão na cara assim.

-Sou observadora.

-Eu o amo tanto Alice...


Bella mordeu os lábios mas não conseguiu segurar as lágrimas e um soluço.
Até então não fazia idéia do quanto estava fragilizada, desgastada. Mesmo
chorando e soluçando sem parar, ela acabou contando tudo a Alice, sem
sequer perguntar se ela se importava em ouvir suas lamúrias. Ao final de todo
seu relato, estava mais aliviada, mas não menos machucada.

-Nossa...

-Não sei o que fazer. Aliás... eu sei o que devo fazer. Mas eu não queria... no
fundo eu tenho a esperança idiota de que ela desista mesmo que seja no altar. 
Mas depois me pergunto: esperança por quê? Ele nem sente nada por mim.

-Olha... eu geralmente não gosto de dar opiniões, de me meter na vida das


pessoas. E sou assim porque odeio as pessoas se intrometendo em minha vida
também. Mas acho que você está querendo que eu diga algo não é?

-Talvez.

-Eu não sei o que dizer... se eu ao menos conhecesse o Edward...Mas se tudo o


que disse for verdade...

-Acha que eu mentiria?

-Não. Não foi isso que quis dizer. Talvez não seja como você pensa. Talvez
ele tenha algum sentimento, mas não sabe demonstrar. Mas, enfim, se é dessa
forma, acho que você deve se dar uma chance. Ocupar sua mente com outra
coisa, afastar-se dele. Será doloroso, mas no final valerá a pena.

-Valer a pena sem ele?

-Alguns homens so acordam quando perdem, Bella.

As duas ficaram pensativas. Alice parecia tão madura para quem tem apenas
vinte e dois anos. Mas Bella se sentiu bem melhor após aquela conversa.
Depois disso foram para o quarto de Bella onde encontraram algumas roupas
que ela não usavam e que serviriam em Alice.

Alice percebeu como Bella tremia enquanto ligava para a Empero’s. E notou
também sua decepção ao conversar com Jasper e não Edward. Ficou
combinado que naquele mesmo dia, às treze horas Jasper iria se encontrar com
Alice. Edward estaria bastante ocupado e Bella já imaginava com o que.

-Alice... onde você mora?

-Eu... moro numa boate...ou melhor num prostíbulo, pois aquilo não passa de
um lugar horrível. Puteiro mesmo.
-Não quer... vir morar comigo?

-Aqui? Nesse apartamento chique?

-Deixa de ser boba. Mas olha só... acha que seu cafetão não irá arrumar
encrenca por você sair?

-Ele ficará feliz. Não me suporta mesmo.

As duas riram alto. Bella estava certa. Ela e Alice seriam boas amigas. Ela já
sentia um pouco menos infeliz.

*********

14:30 – Restaurante

Jacob Black ponderava sobre a contra proposta de Bella. Não era algo que o
agradasse, mas pelo jeito seria o máximo que conseguiria. Não iria dizer que
estava apaixonado por Bella, mas a achava linda, meiga, uma boa amiga. Seria
a companheira ideal para quem não queria mais ficar sozinho ou com pessoas
interesseiras, mas também não queria se apaixonar. Entretanto ele não
esperava por aquela surpresa. Nada de envolvimento sexual caso ela aceitasse
sua proposta. Bella não disse com todas as letras, mas ficou bem óbvio para
Jacob. Ela amava Edward Cullen. E pelo visto não se dava conta de que ele
também sentia algo por ela. Jacob não sabia dizer o que era. Poderia ser amor,
paixão, ciúmes ou simplesmente um sentimento forte de posse. Mas explicava
o telefonema que recebeu mais cedo.

Edward que sempre foi um homem educado e simpático parecia possuído por
uma força do mal ao ligar para Jacob. Gritou, esbravejou e o acusou de coisas
horríveis simplesmente por ter agendado um programa com Bella. A principio
Jacob riu, achando que ele estaria brincando. Ele era um agenciador, um
cafetão... tinha quase por obrigação aceitar os clientes para suas “meninas”.
Ele ofereceu qualquer outra... exceto Bella. Mas Jacob foi irredutível e acabou
desligando o celular na cara dele.

Agora ele tinha a resposta para suas indagações.

-Você tem certeza disso, Bella?

-Sim. Eu sou muito grata por você ter me feito essa proposta. Querer que eu
trabalhe diretamente com você em sua empresa é uma confiança que eu jamais
esperei de alguém. Também vou poder ingressar na faculdade e ressarcir você
depois. Mas me casar com você... ter um relacionamento afetivo e sexual... eu
não quero isso entende?
-E acha que irá conseguir viver eternamente sem sexo?

-Não digo eternamente, mas eu preciso... curar-me primeiro.

-Eu também não estou apaixonado por você, Bella. E nem quero. Mas gosto
de você como pessoa, como amiga, companheira. Acho que nos daríamos
bem. Somente um csamento basedo na amizade, então. O que me diz? Se um
dia se sentir preparada para sexo...

-É o que você quer?

-Sim.

Bella sorriu e girou a cabeça para lado, fixando o olhar no casal a algumas
mesas dali. Jasper e Alice estavam almoçando no mesmo restaurante?
Imaginou que iriam conversar na Empero’s. Já pareciam bem entrosados. Ia
desviar o olhar quando viu algo ou alguém que a deixou congelada. Edward
acabava de entrar e se sentar com Alice e Jasper. Estendeu a mão
cumprimentando Alice, mas em seguida digitou algo em seu celular. Assim
que o guardou Bella sentiu seu aparelho vibrar em sua bolsa.

Desviou o olhar e Jacob a encarava com as sobrancelhas erguidas.

-Está tudo bem?

-Jake... acho que já terminamos não é? Podemos ir embora?

-Eu entendo. Vou pedir a conta.

Ele ergueu o braço chamando o garçom e Bella voltou a olhar novamente para
a mesa do trio. Edward brincava com o guardanapo e parecia ouvir
atentamente o que Alice dizia. Inclinou a cabeça como se a analisasse e
franziu a testa. E de repente ele virou a cabeça e seu olhar encontrou o de
Bella. Ela percebeu nitidamente quando ele travou a mandíbula e murmurou
um: Com licença.

Bella sentiu um frio na espinha ao observar seu olhar raivoso e seus passos
furiosos até a mesa onde ela estava.

-Jacob!

Ele falou parando ao lado da mesa.

-Ora.. Edward... como vai?


-Com uma vontade imensa de quebrar sua cara, palhaço. Eu não fui bem claro
ao telefone?

-E eu fui claro também. Eu sou cliente... escolhi e o Jasper aceitou. Aceite


também.

Edward deu um soco na mesa atraindo a atenção de outros clientes. Bella


olhava de um para outro sem entender o que se passava.

-Nunca está me ouvindo? Fique longe de Bella.

-Heim?

Bella se pronunciou, agora entendendo ou quase, o que estava acontecendo.


Sem responder, Edward puxou Bella pelo braço, levantando-a da cadeira.

-Venha comigo.

-Não. Edward me solte.

-Agora, Bella.

Jacob se levantou também, segurando Edward pelo braço. Aquilo o enfureceu


ainda mais e virando-se rapidamente Edward desferiu um soco certeiro em seu
rosto. Jacob pego de surpreso pela agressão, caiu sobre a mesa atras dele.

-Edward, pare!

Bella viu que Alice e Jasper assim como outros clientes se levantaram.

-Eu avisei Jacob Black... fique longe dela.

Jacob se preparava para revidar quando Jasper o segurou. Enquanto isso


Edward arrastou Bella porta afora, praticamente a jogando dentro do carro.
Deu a volta e ligou o carro.

-O que você pensa que está fazendo? Você ficou maluco?

-Cale a boca, Bella. Não me deixe mais nervoso do que já estou.

-Pode pelo menos me explicar o motivo disso:?

-Ele quer tirar você de mim.

-Ele é um cliente, Edward.


-NÃO SERÁ MAIS. EU NÃO A QUERO COM ELE!

Edward berrou descontrolado, passando a mão pelo cabelo. Bella gritou


também, já chorando.

-VOCÊ NUNCA SE IMPORTOU COM ISSO. EU SOU UMA


PROSTITUTA, ESQUECEU?

-Não... não diga isso.

Ele abrandou a voz e Bella também.

-É a verdade.

-Por favor, Bella. Eu não quero brigar. Mas eu não quero você com ele. Não
quero você com ninguém... so comigo.

- Desistiu do casamento por acaso?

Edward a olhou, sem entender. Bella sabia que nunca deveria ter perguntado
aquilo. Sabia que a resposta doeria mais que uma bofetada em seu rosto.

-O que isso tem a ver com nós dois?

-Você vai se casar, Edward.

-E nada irá mudar.

Passando a mão pelo rosto, secando suas lágrimas, Bella pediu que parasse o
carro. Talvez notando seu estado devastado, Edward obedeceu.

-Bella...

-Eu continuarei sendo sua amante enquanto você constrói sua família,
enquanto faz filhos em Victoria.

- Eu não vou ter filhos com ela.

-Mas estará casado com ela.

-Isso não muda nada, porra.

-Muda tudo, Edward. Mas eu não quero ter essa conversa agora, por favor.
Cheguei de viagem e nem dormi. Vamos conversar depois...

-Tudo bem. Eu passo em sua casa à noite.


Bella concordou e abriu a porta do carro, mas antes Edward a puxou para um
beijo, sem saber que aquele seria o último entre eles. Naquele mesmo dia
Bella fez suas malas, as quais usaria para a viagem com Jacob e foi para um
hotel. Não haveria conversa com Edward. Ele seguiu em sua decisão e a ela so
restava seguir em frente... sem ele.
Capítulo 8
Capítulo 8
Nervoso, andando de um lado a outro, Edward repassava pela milésima vez
tudo que ensaiou para falar com Bella. Ele não entendia merda nenhuma do
que estava acontecendo com ele, mas de uma coisa ele tinha certeza absoluta:
não queria ver lágrimas no rosto de Bella nunca mais. E aquela reação dela,
perguntando sobre o casamento... disse que mudaria tudo. Ele entendeu muito
bem que ela queria por um fim ao relacionamento dos dois. Ele não iria
permitir isso. Não poderia viver sem ela... ele não iria conseguir seguir
adiante. Quebrando regras que nem foram estabelecidas por ele, disposto a
brigar com a família, ele se decidiu: iria terminar com Victoria. Nada de
casamento. E se todos se virassem contra ele... que se danassem. Ele não se
importaria com nada e ninguém, contanto que Bella estivesse com ele.

Iriam conversar calmamente, e depois de se acertarem ele iria se reunir com a


família e Victoria e comunicar sua decisão. Talvez com o tempo os
sentimentos dele e de Bella mudassem, evoluíssem para o amor, embora ele
nunca tenha pensado em se apaixonar, em amar alguém e viver com ela pelo
resto dos seus dias. Mas com Bella ele estava disposto a tentar.

Conferiu o relógio, constatando que passava das oito da noite. Já estava no


apartamento de Bella há uma hora e ela ainda não tinha aparecido. Tentou o
celular e nada. Talvez estivesse com a nova “garota do Cullen”, a tal Alice.
Pelo que conversou com Jasper há algumas horas, ela iria morar com Bella,
mas so iria se mudar no dia seguinte. Portanto, ele não poderia mais ficar
invadindo o apartamento de Bella dessa forma. Só não estava gostando muito
do assanhamento que o primo demonstrou ao falar de Alice. Não queria
envolvimento dos chefes com as garotas. Bella era um caso a parte.

Pegou o celular e ligou para ela. Mais uma vez sem sinal. Sabia que ela não
tinha nada para hoje... aliás, nem queria pensar nisso.  Os dias de programa
dela também estavam contados. Foi até o bar e pegou uma garrafa de uísque.
So restava esperar por ela. Sentou-se no sofá, sorveu um gole da bebida e
fechou os olhos. Por que algumas coisas tinham que ser tão difíceis?

*****
Acordou assustado, olhando para os lados. Forçou os olhos tentando imaginar
que horas seriam. Levantou meio grogue e acendeu a luz. Cinco e meia da
manhã. Foi até o quarto de Bella e viu que estava vazio. Já sentindo o
desespero o dominar, Edward vasculhou o apartamento. Nem sinal de Bella.
Sequer havia indícios de ter estado ali após a chegada de Edward. E se tivesse
acontecido algo a ela? Merda... por que ele teve que dormir? Pegou o celular
disposto a ligar para ela e viu que havia uma mensagem, enviada há quinze
minutos.

Não sabia se ficava aliviado ou aflito ao ver o nome de Bella na tela. Abriu a
mensagem e arregalou os olhos.

-Vi que me ligou várias vezes. Desculpe, dormi cedo, afinal tenho que viajar.
Fique bem.

-como é que é? Viajar? Céus... não permita que seja o que estou pensando.

Tentou ligar novamente para ela e dessa vez Bella atendeu. Edward sentiu seu
coração dar um solavanco quando ouviu sua voz.

-Edward?

-Bella... me diz que você não fez isso.

-Do que está falando?

-com quem está viajando?

-Como com quem? Você está ciente da minha agenda. Estou indo com o Jake
para Londres.

Ele perdeu a fala. Deveria estar dormindo ainda, pois não acreditava em seus
ouvidos. Depois de dizer que não a queria ao lado dele? Ela fez isso?

-Jake? Está me dizendo que está viajando com Jacob Black? Está me trocando
por ele?

-Eu não estou trocando você, Edward. Primeiro porque eu não o vejo como
uma mercadoria. E segundo porque você nunca foi meu, como poderia trocá-
lo? Você pertence a Victoria. Bom... preciso ir. Volto daqui a algumas
semanas.

Edward deixou seu corpo cair sentado no sofá, ainda olhando atordoado para
o celular. Por que ele não enxergou isso antes? Bella saiu para almoçar com
Jacob há alguns dias. Ontem saiu novamente e contrariando seus pedidos...
viajou com ele. Bella estava apaixonada por Jacob! Como pode ser tão burro e
não ter percebido isso? Levantou-se vagarosamente e caminhou até o quarto
dela, sentindo o gosto amargo da rejeição. Talvez Bella estivesse mesmo
certa. Essa novidade mudava tudo.

Longe dali, já dentro do avião, Bella recostou a cabeça na poltrona e não


tentou impedir as lágrimas. Jacob segurou sua mão, apertando-a levemente.

-Por que não diz a ele que o ama?

-Ele vai se casar, Jake.

-Se você disser talvez ele desista.

-Não tenho mais tanta esperança.

-Olhe pra mim...

Bella passou as costas da mão em seu rosto e depois o encarou.

-Eu sei que você aceitou se casar comigo... naquelas condições. Mas eu quero
deixar uma coisa bem clara para você. Caso... ele desista de se casar e você
decida lutar por ele, eu irei entender.

-Ah Jake...

-É serio. Eu quero e preciso me casar, mas eu não te amo. So acho você


especial demais e sem qualquer interesse material. Eu te ajudo e você me
ajuda ok?

-você é incrível. Por que não me apaixonei por você?

Jake riu.

-Porque você não é louca. Ok... admito que o Cullen é mais bonito que eu.
Mas é burro.

Bella riu. Pelo menos Jake a fazia rir. Isso já era um bom começo.

Algumas semanas depois

Edward passou as últimas semanas feito um zumbi. Quase não apareceu na


empresa, deixando tudo nas mãos do Jasper. Também não apareceu na casa
dos pais, tampouco de Victoria. Refugiou-se no apartamento que tinha
comprado há tempos para dar a Bella e ela não aceitou. Ali ele tinha sossego.
Não queria ver, pensar ou falar com ninguém. Sentia-se traído por Bella.
Saber que ela não o desejava como imaginou foi um baque em seu ego. Tudo
o que ele queria agora era que o final de semana chegasse rápido e ele
passasse logo por aquela droga de casamento. É... é isso mesmo. Ele não
terminou com Victoria. Faria isso para ser apenas de Bella, mas ela não o
queria.  Pelo menos casado ele sabia que ela não o aceitaria caso que ele
ficasse tentado a ir atras dela novamente. E isso certamente aconteceria. Suas
noites desde a viagem de Bella foram as piores possíveis. So conseguia
relembrar todos os momentos vividos com ela. E isso resultava numa ereção
dolorosa, e ele não estava disposto a aliviar isso com Victoria. Era provável
que ela nem aceitasse, já que estava possessa com ele por estar tão desligado
com o casamento.

Pela agenda informada por Jasper, era para Bella ter voltado na noite anterior.
Somente isso o fez se levantar da cama, tomar o banho e ir para a empresa.
Queria olhar nos olhos dela quando a confrontasse sobre seus sentimentos em
relação ao Jacob.

A situação de Bella foi oposta a de Edward. Embora seu corpo e coração


gritassem de saudades, ela conseguiu se distrair. Londres era maravilhosa e
Jake se revelou uma companhia divertidíssima. Talvez se Bella não estivesse
com ele, estaria enlouquecendo. Agora, de volta a Nova Iorque, ela sentia
medo do reencontro. Sabia que tinha sido rude com Edward e ele talvez não a
perdoasse. Mas seria bem melhor assim. Ela não poderia mais ter esperanças.
Ele foi muito claro na última conversa: queria Bella como amante. Ela não iria
se rebaixar mais do que já tinha feito.

Ao acordar já em seu apartamento foi recebida por Alice, que tomava o café
tranquilamente. Quando Bella chegou, por volta de duas da manhã, Alice já
dormia.

-Bom dia. Londres fez bem a você.

-Bom dia. E pelo jeito a Empero’s está fazendo bem a você também.

-Certamente. Nunca imaginei que teria clientes tão... decentes.

-E como estão as... coisas por la?

-Ah Jasper é tão incrível. Estamos nos dando muito bem.

Bella ergueu a sobrancelha, já imaginando como isso iria terminar.

-Que bom.

-Ah... vamos la... pergunte logo o que quer saber.

-Tem visto ele?


-Não muito. Estava mal humorado e sumiu por uns tempos. Deixou tudo a
cargo do Jasper. O que aconteceu?

Bella contou tudo o que aconteceu desde a saída deles daquele restaurante.

-Se me permite... eu acho que ele gosta de você.

-Eu também acho Alice. Mas não é amor. Não é suficiente para desistir desse
casamento. É como... uma amizade colorida.

-Se você diz.

-Vou tomar um banho. Tenho que ir até la.

-Corra ou seu coração não agüenta.

Bella rolou os olhos. Alice estava ficando engraçadinha demais. Mas tinha de
admitir que ela estava certa. Estava louca para ver Edward. Arrumou-se
rapidamente e meia hora depois adentrava o prédio da Empero’s. Foi recebida
pelo Jasper sorridente e com um brilho diferente no olhar.

-Bella. Bem vinda de volta.

-Oi Jasper... é bom estar aqui novamente.

-Como foi de viagem?

-Foi incrível. Eu não conhecia Londres. Fiquei encantada com aquele lugar. E
Jake foi uma companhia adorável.

-Oh que lindo... fico emocionado.

A voz surgiu por trás de Bella e a atingiu de forma absurda. Suas mãos
tremeram e ela sentia seu rosto queimando. Com certeza estava ruborizada.
Jasper ficou sem graça e no mesmo instante se levantou. Bella não precisou
olhar para saber que Edward o mandou sair.

Somente quando ficaram a sós Edward passou a frente de Bella e parou. Ver
seu rosto era um alivio para seu coração aflito. Como podia ser tão lindo?
Como podia amá-lo tanto?

Edward estava sem ação. A saudade o massacrava, mas ouvi-la tecer elogios
sobre Jacob o enfureceu. No entanto, o desejo falou mais alto. Ele pegou sua
mão, puxando e colocando-a de pé.  Ninguém jamais saberia quem deu o
primeiro passo. Talvez os dois tivessem se jogado um nos braços do outro.
Beijaram-se de forma desesperada, ambos agarrando os cabelos do outro,
enquanto sua línguas duelavam, querendo descobrir que sentiu mais saudade.

Quando conseguiram se afastar, Edward encostou a testa na dela. Estava tão...


por baixo. Por que ela o beijava assim se queria o outro?

-Por que Bella?Por que fez isso comigo?

-É meu trabalho, Edward.

-Não é. Poderia não ser se você quisesse.

-Essa conversa não vai nos levar a lugar algum. Eu fui e já estou de volta.

Edward travou os dentes, tentando segurar sua raiva. Mas ele não conseguiu.
Nesse momento queria matar Jacob. Mas jamais quis magoar Bella. O
desespero o levou a dizer a pior merda que poderia ter dito.

-Por que ele e não eu? É por que ele te paga? Qual é Bella? É so me dizer e eu
pago também. Eu sei o sei preço.

Assim que proferiu essas palavras, ele se arrependeu. Mas já era tarde. Seu
rosto chegou a virar tamanha violência que Bella usou para estapeá-lo. As
lágrimas corriam livremente pelo rosto pálido.

-Bella... me desculpe. Eu...

-Acho que você já disse tudo o que pensa sobre mim, Edward.

Ela se virou e pegou sua bolsa.

-Não vá... deixe-me explicar.

Ela respondeu sem nem ao menos se virar.

-Acho que nossa história termina aqui.

Bella saiu dali aos prantos e apertou o botão do elevador. Sem querer ficar
mais um segundo ali, desceu pelas escadas, lentamente, tentando encontrar
sua dignidade. Edward saiu do seu transe. Saiu da sala desesperado e entrou
no elevador atras de Bella. Não houve encontro... só lágrimas.

Naquele dia Bella não voltou para casa. Foi para o Hotel do Jacob, mas ligou
para Alice e pediu que fosse até ela. Preocupada com o tom de voz da amiga,
Alice chegou rápido... acompanhada por Jasper.
-O que aquele estúpido do Edward fez com você?

-Me abraça, Alice.

Jasper ficou olhando à distância, mas não conseguiu ficar calado.

-Vocês tem um caso não é? So quero a verdade.

-Não temos mais. Acabou.

Alice ajudou Bella a contar toda a história ao Jasper. Ele não acreditava como
o primo poderia ser burro a ponto de não perceber que os dois estavam
apaixonados. Talvez isso fosse apenas um reflexo do que Edward já
presenciou e instintivamente se bloqueava quanto ao amor. Ou talvez fosse
apenas burro mesmo.

-Jasper... eu quero te pedir uma coisa.

-Diga.

-Eu... estou saindo dessa vida. Estou deixando de fazer programas.

-Por ele?

-Principalmente por mim. Seria por ele se tivesse desistido do casamento.

-Ainda há tempo. Por que não espera?

-Mas eu não quero mais viver assim, Jasper. Um dia eu escolhi entrar, hoje
escolho sair. So peço que não conte nada a Edward. Espere... passar o
casamento.

-Ele vai me matar.

Bella se deitou novamente no colo de Alice e chorou. Doía saber que nunca
mais o teria. Se é que alguma vez o teve.

Edward passou horas na entrada do prédio de Bella. Agora arrependia-se por


ter entregado a chave a Alice no dia em que descobriu que Bella viajara com
Jacob. Passou a noite acordado... e ela não voltou pra casa. Nunca imaginou
que uma simples palavra pudesse doer tanto. Fim... Era horrível pensar que
nunca mais a teria.
Capítulo 9
Capítulo 9
As coisas estavam estranhas. Quase ninguém entendia o que se passava com
Edward. Depois de ter feito a pior besteira de sua vida e ofendido Bella, ele
viu o fim do relacionamento dos dois. Uma parte dele queria jogar tudo para o
alto e ir atrás dela, pedir perdão. Mas a outra parte, a mais centrada e que
falava mais alto dizia que não. Ele já não tinha mais dúvidas de que Bella
estava mesmo apaixonada por Jacob. E pelo que conhecia dela, ela não iria
trai-lo nem mesmo pelo sexo maravilhoso que compartilhava com Edward.

Ele se fechou ainda mais, colocando uma barreira quase impenetrável ao seu
redor. Há uma semana não ia à Emperos. Chegou a brigar com Jasper
também, pois tinha certeza que Alice sabia onde Bella estava. Sendo assim ele
também deveria saber, afinal ela deve ter dito alguma coisa. Estava afastada
do trabalho. Por um lado Edward ficava feliz por isso. Ela não seria tocada por
ninguém, exceto por aquele... aquele maldito Jacob.

Seus dias agora se resumiam a ficar no apartamento que apenas duas pessoas
sabiam que ele tinha. Sua vida, desde quando viu Bella pela primeira vez era
vista e revista como num filme. Incrível como ele se lembrava de cada detalhe
dos dois juntos. O que faltou a ele para que Bella se apaixonasse? Por que
Jacob e não ele? Jacob era mais carinhoso? Mais atencioso? Por mais que
buscasse respostas, Edward sempre acabava frustrado.

Rolou na cama, encolhendo-se numa bola e fechou os olhos. Precisava se


animar, sair. Além disso sua empresa verdadeira precisava dele. Tinha alguns
contratos com modelos para renovar e ele precisava estar com a mente alerta
para ler os contratos. Talvez no dia seguinte aparecesse por lá. Taylor daria
conta do recado, certamente.

Assim que fechou os olhos ouviu a porta do apartamento bater. Ergueu a


cabeça tentando ouvir alguma coisa... e ouviu saltos batendo pelo chão. Algo
estava errado... pareciam saltos de mulher e nenhuma sabia sobre esse
apartamento. Nem mesmo Bella chegou a conhecê-lo.

Antes que tivesse chance de se levantar e ver quem era, a porta do quarto foi
aberta e a loira endemoniada apareceu.

Rose!

Até quando vai ficar se escondendo? Acha que vai fugir de mim? Está todo
mundo louco com suas atitudes, Edward.

Que se fodam todos.


Falou e enfiou o rosto no travesseiro feito criança. Rose foi até ele e o puxou
pela camisa.

Saia já dessa cama. Lave esse rosto, de preferência tome banho. Estou
esperando por você na sala.

Quem lhe contou sobre esse apartamento?

A loira deslumbrante ergueu a sobrancelha perfeita, sem se dar ao trabalho de


responder.

Jasper... aquele maldito me paga.

Tem dez minutos Edward.

Esbravejando, ele se levantou e foi até o banheiro. Não daria tempo para fazer
a barba ou Rose o mataria. Tomou um banho rápido e depois escovou os
dentes, tentando tirar qualquer cheiro de bebida. Vestiu uma bermuda e
camisa de malha e exatamente dez minutos depois se jogava no sofá da sala
em frente a Rose.

Desembucha.

Ela falou sem ao menos olhar para a cara dele, prestando atenção nas unhas
bem feitas pintadas de vermelho sangue.

O que?

Não se faça de besta comigo. Sumiu geral, nossos pais estão loucos atrás de
você, assim como aquela...aquela lá.

Só estou cansado.

não me venha com essa. Eu sei que tem mulher na jogada, Edward. Aquele
dia você fugiu da conversa, mas hoje não me escapa.

Eu não tenho nada para falar, Rose.

Tudo bem... vou facilitar as coisas para você. Vamos lá.

Os dois se encararam e Edward arregalou os olhos à medida que Rose soltava


suas palavras.

Você tem um caso há alguns anos com uma de suas meninas. Uma
acompanhante de luxo que trabalha em sua empresa. Não sua empresa
verdadeira, aquela construída por nosso pai e sim aquela de fachada, onde
você lucra milhões. Pois bem... estou certa em pensar que você está assim por
causa de Bella?

Como? Como...

Edward se levantou e passou as mãos pelos cabelos indo em direção ao bar.

Pode largar essa porra de bebida ai. Vai conversar comigo de cara limpa.

Deu um sorriso cínico.

De homem pra homem. Se bem que em certos momentos eu sou bem mais
homem que você.

Se for para começar com a ofensa pode sumir daqui.

Ignorando-o completamente Rose bateu o pé no chão impacientemente.

Fale logo.

Edward bufou e se sentou novamente.

Só me responda como sabe sobre a empresa.

Rose rolou os olhos.

Eu sei disso há anos. Mas depois te conto como descobri. Estou aqui agora
para tentar ajudar você.

Sim, eu tive um caso com a Bella.

Teve?

Não tenho mais. Ela é apaixonada por um cliente. Ignorou quando pedi que
não ficasse mais com ele, viajou com ele.

E por causa disso acha que ela está apaixonada?

Rose, você não entende. A gente se dava muito bem. Qual outro motivo
haveria para ela não atender ao meu pedido?

Você disse a ela o motivo?

Claro. Disse que a queria só pra mim.

E o que mais?
Como o que mais? Isso já basta.

Tem que ter um motivo para querê-la só pra você.

Edward ficou encarando-a sem entender nada. Rose apoiou o cotovelo em sua
perna e a testa em sua mão. Como o irmão podia ser tão obtuso, tão burro?

E o que pretende fazer agora?

Seguir minha vida, ora. Irei me casar e ...esquecer.

Rose se levantou furiosa. Estava perplexa com a total falta de percepção de


Edward.

Você é mesmo um tapado. Então você viaja com ela para um lugar isolado,
pede para ficar só com você... e não sabe o que isso significa? Por que você
não a incentivou a deixar essa vida? Por que não a incentivou a estudar,
procurar melhorar de vida? Você poderia tê-la ajudado nisso. E agora fica ai
se martirizando pensando que ela ama outro? Por Deus... abra essa sua mente,
Edward.

De tudo o que ela disse, parecia que Edward entendeu apenas uma coisa.

Como sabe que eu viajei com ela?

Rose balançou a cabeça.

Eu não sei que merda você está fazendo da sua vida, Edward. Só que eu não
posso fazer nada por você. Você tem que ser homem para tomar certas
decisões e esperto o bastante para perceber o que está acontecendo realmente
entre vocês dois. Será que ela não queria apenas uma única decisão sua? Uma
única concessão de sua parte? Só ela deveria se afastar do tal cliente? Você
poderia continuar com Victoria?

Edward continuou paralisado, apenas ouvindo as palavras de Rose. Triste pela


situação, ela pegou sua bolsa.

Sabe... eu não tive medo dos nossos pais. Quando decidi me divorciar eu sabia
que iria sofrer com a mágoa deles. Mas fui em frente. Eu não me importo com
a opinião de ninguém, somente com minha felicidade.

Caminhou até a porta e voltou-se novamente para Edward.

E não foi Jasper que me contou algumas coisas. A viagem, por exemplo, foi
seu motorista Emmett.
Emmett?

Eu o conheci, Edward. Estamos juntos. Pouco me importa se ele é um simples


motorista. Eu o amo.

Rose... eu estou confuso. Eu não sei o que está acontecendo.

Eu sei... sei exatamente o que está acontecendo entre você e ela. Mas eu não
irei dizer. Seria fácil demais para você. Tem algo no fundo de você
impedindo-lhe de enxergar o óbvio, só não sei o que é. Você mesmo terá que
descobrir, Edward. Não existe uma bela história de amor sem um pouco de
luta.

Amor?

Rose sacudiu a cabeça, sentindo uma imensa vontade de chorar.

Eu te amo, Edward. Me procure quando entender tudo.

Ela saiu e fechou a porta, deixando Edward mais perturbado do que nunca. As
palavras de Rose pareciam abelhas pinicando sua pele. Uma bela história de
amor. Amor. Amor! Escondeu o rosto em suas mãos. Era isso que ele não
conseguia ver? Era isso que ele não conseguia entender? Ele amava Bella?

Atordoado, deixou que sua mente o levasse de volta há quatro anos quando a
conheceu.

Flashback on

Lembrava-se que naquele dia estava tranquilo e descansado. Teve uma boa
noite com Victoria, o que era o bastante para não se estressar por pouca
coisa. Quando Irina chegou e disse que havia uma garota querendo trabalhar
para ele, Edward não imaginou o que o esperava.

Primeiro conversou com Irina e logo a dispensou, pedindo que mandasse a


jovem entrar. Ainda hoje podia ver nitidamente sua cara de bobo, os lábios
entreabertos olhando para a morena que entrou timidamente em sua sala. Era
sem sombra de dúvida a mulher mais linda que já tinha visto. Não que o rosto
fosse algo estonteante, era até bastante comum. Mas o conjunto era
surpreendente. Ela mordia os lábios e corava, deixando Edward maravilhado.
Quando ela contou que sua mãe era falecida e nunca soube do pai, ele sentiu
algo estranho, uma vontade de protegê-la. Já tinha vinte e um anos, mas
parecia uma garotinha perdida no mundo.

Naquele dia, Edward fez algo que jamais imaginou fazer. Disse a Bella que
ele faria uma espécie de teste com ela. Lógico que ela estranhou, pois
provavelmente Irina deve ter contado que ele jamais se envolveu com as
garotas que trabalhavam pra ele. Ele gostava de sexo, obviamente, mas nunca
precisou ter um monte de mulher para ter prazer. Ele tinha Victoria. Por isso
nem ele mesmo entendeu o motivo de ter agido assim. Mas, como esse tipo de
atitude era bastante comum entre outros cafetões, Bella aceitou. Naquela
noite Edward a levou para um motel. Ele enlouqueceu nos braços dela, nunca
sentiu um desejo tão violento e um prazer tão arrebatador. A partir daquele
dia, Bella não saiu um só minuto de seus pensamentos.

Flashback off

Merda!

Ele se levantou, passando a mão pelo cabelo várias vezes. Tudo tão óbvio, tão
claro. Por quê? Por que ele não foi capaz de perceber que muito
provavelmente se apaixonou por Bella há quatro anos? Como pode ser tão
burro a ponto de deixa-la naquela vida, saindo com vários homens? Que
espécie de ser acéfalo ele era?

Sentindo a garganta ardendo, Edward mordeu sua mão com força. Mesmo que
ela não nutrisse os mesmos sentimentos por ele... poderia conquista-la, não
poderia? Poderia fazer com que ela o amasse. Mas não. Ficou tão preso em
seus pensamentos que sua família não aceitaria, que ele tinha um
compromisso não só com Victoria como com os pais dela que não percebeu
que tinha a mulher de sua vida em suas mãos. E o pior de tudo... algo que
agora ele sentia nojo só em pensar. Quantas e quantas vezes ele não pensou
que uma garota de programa nunca serviria para se casar? Como ele pode
pensar isso? Bella era meiga, sensível, divertida... qualquer homem iria se
apaixonar por ela. E aconteceu. Jacob se apaixonou e soube conquista-la.
Frustrado ele deitou no sofá, deixando escapar poucas lágrimas. Ele não se
achava no direito de lutar por Bella agora. Ele não merecia. Uma vez leu em
algum lugar que: Se você ama alguém, deixe-o livre. E era isso que faria.
Deixaria Bella ser livre para viver sua paixão. Agora que sabia ser um
apaixonado não correspondido continuaria sendo um canalha. Ou seja, usaria
o casamento com Victoria como forma de tentar esquecer Bella.

************

Tem certeza disso, Bella?

Alice perguntou, olhando Bella através do espelho. Conheciam-se há tão


pouco tempo, mas Alice já nutria um carinho tão grande por ela que lhe doía
ver tanto sofrimento. Quanto a Edward ela não podia dizer nada. Nem mesmo
Jasper estava conseguindo falar com ele ultimamente.
Sei que é meio masoquista, Alice. Mas eu preciso ver com meus próprios
olhos, entende? Acho que se eu não o vir se casando, sempre terei esperança.
Sempre irei sonhar que um dia ele irá me amar.

Eu acho que ele sente algo sim. Por que não tenta ao menos conversar com
ele? Ele quis conversar com você, eu sei.

A gente sempre acaba na cama, sem conversa. E as coisas que ele me disse da
ultima vez...

Balançou a cabeça, esforçando-se para não chorar. Sabia que estava sendo
uma doente, mas ela sentia necessidade de presenciar isso. Caso contrário, não
conseguiria seguir em frente.

Terminou sua maquiagem e se olhou no espelho. Nem de longe se parecia


com aquela Bella de alguns meses atrás. Parecia até um pouco mais magra.

Bom, estou pronta. Se a gente não se encontrar de novo...

As duas se abraçaram, emocionadas. As malas de Bella já estavam prontas. O


carro do Jake estava na garagem e ela iria dirigindo-o até a casa dele em
Suffolk. A essa altura a esperança de Edward desistir daquele casamento era
quase nula.

Obrigada por tudo, Bella. Você é uma pessoa incrível. Merece ser feliz.

Obrigada Alice. E... eu sei que está se envolvendo com o Jasper... só não aja
como eu. Eu...

Mordeu os lábios com força, quase fazendo-os sangrar. Apesar de tudo, ela
jamais poderia culpar Edward de nada. Ele era assim... apaixonante, mesmo
sem querer.

Não comente com o Jasper que estarei lá, ok?

Eu nem vou me encontrar com ele. Acho que não pegaria bem eu ir a esse
casamento. Vou sair com a Jéssica.

Tudo bem, então. Até qualquer dia, amiga.

As duas se despediram e Alice ajudou Bella a colocar as malas no carro. Dali


ela partiu em direção à igreja onde seria o casamento de Edward. Faltavam
apenas quinze minutos para começar a cerimônia, o que foi bom, pois assim
poderia entrar sem ser vista. Entrou rapidamente e ficou na última fileira de
bancos, totalmente escondida. Mas posicionou-se de tal forma que pode vê-lo
no altar. Sentiu uma dor tão forte no peito que levou as mãos, apertando com
força. Piscou várias vezes tentando afugentar as lágrimas. Ele estava lindo
como sempre, vestido inteiramente de branco. Mesmo estando longe, ela pode
perceber que ele parecia alheio a tudo, com uma expressão distante e até
mesmo triste. Bella conseguiu sorrir quando uma loira alta e linda se
aproximou dele. Falou algo que o fez lançar uma careta. Depois ela balançou
a cabeça e saiu de perto. Sabia pelas características que aquela deveria ser sua
irmã Rose. Edward falou sobre ela várias vezes. Pouco depois uma mulher
mais velha, mas muito bela se aproximou e tentou ajeitar os cabelos dele.
Depois segurou-o pelo rosto, falou algumas coisas e o beijou. Se Bella fosse
dar ouvido a seu lado louco, ela já estaria correndo até aquele altar e tirando-o
de lá. Mas não poderia. Ele escolheu Victoria. O que mais ela poderia fazer?

Ao ouvir o som da marcha nupcial, Bella constatou que a noiva não se


atrasou. Deveria mesmo estar aflita para se casar com ele. Quem não estaria?
Bella não quis acompanhar a entrada, desviando o olhar. Seria doloroso
demais constatar a beleza e felicidade da outra. Não prestou atenção a nada do
que o padre dizia. A hora da verdade se aproximava e seu coração batia tão
acelerado que ela sentia falta de ar. Abria a boca e inspirava, pois sentia que
teria um colapso a qualquer instante.

Edward Cullen, aceita Victoria Duncan como sua legitima esposa?

Houve um silêncio incômodo. Bella mordia os lábios e torcia as mãos


nervosamente.

Edward Cullen, aceita Victoria Duncan como sua legítima esposa?

Bella rezou baixinho e balançou a cabeça, quase implorando pelo não.

Hum... eu irei repetir e...

Não precisa.

A voz de Edward interrompeu bruscamente.

Eu aceito.

Então Bella fechou os olhos e as lágrimas correram livremente pelo seu rosto.
Um breve minuto de indecisão, talvez, e ele estava casado. Bella abraçou o
próprio corpo, ignorando alguns olhares sobre si. Sentou-se, pois suas pernas
não suportariam seu peso. Agora era a hora de pegar o carro e seguir sua vida.
Foi perfeito, intenso enquanto durou. Quando se levantou, percebeu que o
casal já saía. Ela precisava sair dali urgentemente. Afastou algumas pessoas
de sua frente...e parou.

******
Era possível alguém estar morto e ainda por cima de pé? Edward acreditava
que sim. Ele estava morto pra tudo. Antes do casamento Rose ainda tentou
faze-lo mudar de ideia, mas ele se encontrava em tal estado de torpor que só
reagiu com uma careta. Na maior parte do tempo ele sequer se dava conta do
que acontecia ao seu redor. Seus pensamentos estavam tão presos a Bella que
ele chegou ao ponto de sentir seu cheiro dentro daquela igreja. Não ouviu
nada do que o padre disse. Onde Bella estaria? Estaria com o Jacob? Estaria se
lembrando que hoje ele se casaria? Por um segundo louco ele sonhou que ela
o amava e que entrava naquela igreja impedindo seu casamento. Mas isso
jamais aconteceria porque a única coisa que Edward teve dela foi seu corpo,
jamais seu coração.

Na noite anterior procurou por Rose e contou o que descobriu: que há tempos
era apaixonado por Bella. E Rose chorou com ele quando disse que Bella
estava apaixonada por Jacob. Mesmo discordando dele, Rose o acalentou,
dizendo que esse dor iria passar. Ele duvidava.

Estava tão longe dali que somente quando Victoria lhe deu uma cotovelada na
costela percebeu que o padre fazia a famosa pergunta. Respondeu rudemente
que sim. Já tinha feito merda a vida toda, agora era a hora de se enfiar ainda
mais nela.

Não beijou a noiva, como de praxe. Apenas um breve roçar dos lábios na testa
dela. Estava odiando aqueles sorrisos felizes, aqueles abraços esfuziantes e
aqueles votos de felicidade. Sua vontade era de gritar para pararem com
aquela palhaçada. Ele não estava feliz, aliás ele nunca mais seria feliz. Ele
sentia uma vibração estranha, essa era a verdade.

Edward caminhava pelo corredor de braços dados com Victoria que sorria
abertamente. Ele se sentia vazio, oco por dentro. Seu peito estava oprimido e a
certeza cada vez mais crescente de que seu mundo iria desabar. A
confirmação de suas suspeitas estava na última fila dos bancos da igreja. De
pé, observando o casal, Bella permitia que as lágrimas escorressem e
molhassem completamente seu rosto.
Edward parou, completamente surpreso por vê-la ali. Seus olhares se
encontraram e ele sentiu um nó apertando e quase sufocando sua garganta.
Algumas pessoas se aproveitaram daquela breve parada e foram cumprimentar
Victoria. Edward permaneceu estático, o olhar preso ao dela. De repente as
palavras de Rose vieram à sua mente com a força de uma tonelada,
esmagando-o por dentro.

-Você ama sem nem mesmo saber o que é o amor, Edward. Mas pra que saber
o que é o amor, não é mesmo? Basta sentir. Sentir aquela vontade de estar ao
lado da pessoa o tempo todo, vontade de sentir todas as dores do mundo no
lugar dela. Você sente vontade de sorrir só por vê-la sorrir ou só por ouvir
seu nome. Você não se importa em passar horas apenas olhando para o rosto
adormecido dela. Seus olhos brilham, sua alma vibra quando está com ela.
Ela passa a ser a pessoa perfeita, mesmo cheia de defeitos. Sabe... quando eu
estou com o Emmett, ai sim eu me sinto uma mulher completa. Isso é amor.

Não... Deus não iria brincar com ele desse jeito. Aquilo tudo que Rose disse
desenhava completamente sua história com Bella. E então ele se lembrou
também das palavras de Bella.

- Só com você eu me sinto verdadeiramente mulher.

Ele tentou dar um passo em direção a Bella, mas ela deu um passo para trás.
Edward apenas pode ler os lábios de Bella. Não ouviu sua voz:
Seja feliz.
Dizendo isso ela se virou e desapareceu. E como um manto negro e macabro,
a verdade desabou sobre Edward. Novamente as palavras de Rose o
assombrando.

-Quando você ama alguém, você só deseja vê-la feliz, seja de que forma for.

Bella o amava...Amava Edward. Estava ali estampado em seu olhar,


desenhado em suas lágrimas.

Bella...

Sua voz não passou de um sussurro. Logo ele foi praticamente arrastado para
fora da igreja. Olhou ao redor, mas não a viu mais.

Edward?

Rose o olhava preocupada. E ficou ainda mais ao ver seu rosto molhado.
Edward chorando? Emocionado certamente não estaria. A loira praticamente
arrancou o irmão das mãos de Victoria e o levou a um canto.

Por Deus... o que houve?

Bella...ela...ela estava aqui. Ela me ama, Rose. Eu vi isso.

Oh...

Rose exclamou antes de Edward a abraçar com força, chorando e molhando


seus cabelos. Ela não iria chama-lo de burro agora. Não era momento para
isso. Ele precisava consertar isso. Que se danasse essa droga de casamento
fajuto. Afastou-o e olhou em seus olhos, falando rapidamente ao perceber que
Victoria tentava se aproximar dos dois.
Vá atrás dela. Agora.

Abriu a bolsa e pegou as chaves do volvo que Edward deixou com ela. Sem
pensar, Edward agarrou as chaves e desceu as escadas correndo, ouvindo
Victoria e sua mãe chamando seu nome. Entrou no carro e antes de dar a
partida viu sua mãe abraçada ao pai, Victoria com o rosto vermelho
demonstrando fúria... e Rose com um sorriso vitorioso.

Não pensou que estava muito acima do limite de velocidade. Não pensou que
estava furando todos os sinais vermelhos . Ele so pensava nela. Ria e chorava
ao mesmo tempo. Bella o amava. Ele a amava. Eles se amavam, porra.

Parou o carro de qualquer jeito em frente ao prédio onde Bella morava e quase
arrancou o portão a unha, enquanto o porteiro não liberava a entrada. Passou
correndo pelo hall, entrando no elevador e esmurrando os botões como se isso
ajudasse a subir mais rápido. Praticamente saltou do elevador antes mesmo
que a porta se abrisse por completo. Apertou o dedo na campainha e o deixou
lá, até que a porta foi aberta por Alice que tinha acabado de chegar em casa.
Passou por ela sem ao menos cumprimenta-la.

Bella... Bella... onde ela está?

Senhor Cullen? Hum... não deveria estar se casando?

Ignorando a pergunta, Edward foi direto ao quarto de Bella. Alice foi atrás,
estranhando aquela situação.

Onde ela está?

A Bella foi embora.

Edward congelou.

Embora? Como? O que? Não...

Edward foi até o closet dela e escancarou as portas. Absolutamente vazio. Foi
até a cômoda e abriu as gavetas... também vazias. Ele encostou-se na parede
encarando Alice pela primeira vez.

Ela... ela está me deixando?

Alice cruzou os braços em frente ao peito. O que aqueles dois fizeram da vida
deles?

Você a deixou ir quando decidiu se casar.


Todas as lembranças vieram à sua mente. O sorriso dela quando se
encontravam após algum tempo sem se verem, seus braços em volta dele
quando se amavam. Seu sorriso extasiado após se amarem, seu cheiro colado
em sua pele, seu corpo agarrado ao dele quando dormiam juntos. Suas
bochechas coradas quando ficava envergonhada, o ato de morder os lábios
quando estava mal intencionada ou excitada. Ele perdeu tudo isso?

Primeiro Edward não acreditou. Depois se lembrou do seu rosto na igreja, dos
armários vazios... e a realidade o atingiu com tanta força que seu corpo
escorregou pela parede e ele se sentou no chão. Primeiro foi um soluço,
seguido por um grunhido, um gemido lancinante, doloroso e então... a
explosão de lágrimas. Suas lágrimas eram carregadas de tanta dor que seu
corpo inteiro era sacudido por soluços. Somente chamava o nome de Bella,
quando conseguia. Não percebeu quando Alice, preocupada com seu estado
ligou para Jasper.

Não viu o tempo passar, so sentia a dor excruciante rasgando seu peito,
deixando um buraco aberto que certamente jamais seria fechado.

Edward? O que você está fazendo, cara?

Parecendo um drogado em total transe, Edward ergueu os olhos e viu o primo.

Ela me... ela me deixou, Jasper. Mas ela volta não é? Ela volta... ela... precisa
trabalhar.

Mesmo perturbado, ele não acreditava em suas palavras. Mas ele precisava se
agarrar em algo para ter esperança. Ele precisava acreditar que ainda teria seu
perdão, teria seu amor. Mas Jasper apenas meneou a cabeça, jogando por terra
toda sua pequena esperança.

Ela não volta, Edward. Ela já comunicou que está abandonando esse tipo de
trabalho.

Agachado, quase arrastando-se pelo chão, Edward foi até a cama de Bella sob
o olhar compadecido de Alice e Jasper. Jogou-se na cama dela, enterrando seu
rosto no travesseiro dela. Nem mesmo isso foi capaz de silenciar seu choro
alto e desesperado.

Chorou tudo o que não chorou nesses últimos anos. Não era tristeza, não era
raiva, não era medo. Era seu coração falando o que ele calou durante todo esse
tempo com Bella. Infelizmente, ela já não estava aqui para presenciar.

Capítulo 10
Capítulo 10
Enroscada em meio aos braços fortes e musculosos, Bella chorava há
exatamente três horas. Nunca saberia dizer como conseguiu dirigir durante
duas horas até chegar a casa do Jake. Era como se ele pressentisse que ela
chegaria precisando de colo. Decidiu não sair de casa naquele dia e esperar
por ela. Chegou a se assustar com o estado em que ela se encontrava. Não
conseguiu sair do carro e foi preciso que Jake fosse até la e a levasse nos
braços, levando-a para o quarto que tinha separado para ela. Não foi preciso
dizer nada. Jake conseguia sentir sua dor. Seu choro sofrido o massacrava,
mas ele nada podia fazer. Ninguém poderia fazer nada exceto Bella e Edward.

Saiu de perto dela por apenas alguns minutos enquanto buscava algo para ela
comer.

-Eu não quero... não consigo.

Sua voz estava rouca devido ao choro e os olhos tão inchados que ela quase
não conseguia abri-los.

-Eu sei que é difícil. Mas você tem que se alimentar, Bella. Já são quase vinte
e uma horas...

-Há quanto tempo eu cheguei?

-Umas três horas mais ou menos.

-Desculpe por isso.

Jake suspirou, ajeitou-se melhor na cama e segurou as mãos de Bella.

-Por que não conversou com ele?

-Não havia nada a conversar. Ele fez a escolha dele e se casou.

-Não me entenda mal, mas... deveriam ter conversado antes de ele se casar.
Olhe seu estado... como isso pode ser o certo? Como vocês podem ficar
separados se estão sofrendo tanto?

-Eu estou sofrendo, Jake. Ele não.

-Eu duvido. Eu vi o modo como ele reagiu quando nos viu juntos, Bella. Eu
olhei nos olhos dele. Isso... isso está errado.

-Ele so é possessivo demais, Jake. Ele pode tudo, pode ficar comigo e a noiva.
E eu nem amigos podia ter.
-Pode ser que eu esteja enganado, mas acho que não era so isso. Ainda acho
que vocês deveriam ter conversado, colocado tudo em pratos limpos. Sei la...
dissesse claramente: Edward, o que você sente por mim? Gosta de mim e quer
continuar? Ou é so sexo e você pretende continuar com Victoria?

-Eu sei. Mas... se ele dissesse que sempre foi apenas sexo?

-Você não estaria sofrendo tanto quanto agora. Veja bem... se você o
colocasse contra a parede e ele dissesse que sente alguma coisa por você,
obviamente você ia lutar e eu sei que você venceria. Mas se ele dissesse que
foi apenas sexo... você saberia que ele é um canalha e não merecia seu
sofrimento. Mas não... acabou dessa forma. Você sempre vai ficar se
lembrando dos bons momentos, que imagino, não foram poucos.

Bella desabou em seus braços novamente. Chorou um pouco antes de voltar a


falar.

-Engraçada essa vida. Eu o procurei querendo emprego. Nunca conheci meu


pai e minha mãe um dia simplesmente se levantou e me deixou com apenas
dezesseis anos naquele pequeno barracão alugado.

-Você nunca me contou toda sua historia.

-Só Edward sabe.

Jake rolou os olhos e riu.

-Pois é... eu fiquei sem dinheiro para pagar o que devia. Acabei fazendo sexo
com o dono do imóvel como forma de pagamento. Eu já não era virgem e pra
ser sincera... gostava de sexo.

-A partir daí você começou a se prostituir?

-Não. Eu fazia bicos. Trabalhei em lanchonete. Por incrível que pareça


consegui concluir meu segundo grau em escola pública. Mas eu não tinha nem
lugar para morar, Jake. Morava em...em um bordel.

Ela riu, sem emoção, olhando a própria mão.

-Depois de um tempo, já com uns dezoito anos.. eu comecei a me prostituir.


Percebi que dava mais dinheiro que trabalhar em lanchonetes. E eu nem tinha
tanta perspectiva de vida assim. Às vezes achava alguns clientes na rua e ai
fazia em qualquer lugar. E foi num desses lugares, mais especificamente
saindo de um beco escuro que encontrei Zafrina. Lógico que ela percebeu o
que eu estava fazendo e então me chamou. Disse que eu era muito bonita para
trabalhar desse jeito literalmente transando com qualquer um. Ai ela me falou
que trabalhou com um cara que era muito legal. A vida era mais digna apesar
de ainda ser prostituição. Ela não trabalhava mais com ele, mas sua prima
Irina sim.  Fizeram comigo o mesmo que fiz com Alice, ou então ele não me
aceitaria. Irina me levou para conversar com ele e...

Bella parou e suspirou, lembrando-se da primeira vez que vira Edward. Sentiu
todo seu corpo aceso, formigando, queimando.

- Era o homem mais lindo que já tinha visto. De repente eu quis sair correndo
dali. Não por vergonha, mas por estar desejando-o de uma forma absurda.
Mas lembrei-me do que Irina disse: ele não transava com as meninas que
trabalhavam pra ele.

-Mas com certeza caiu de amores por você também, acertei?

-Claro que não. Mas que ele me desejou foi óbvio. Disse que teria que fazer
um teste comigo. Eu aceitei mesmo sabendo que ele mentia. Foi a noite mais
incrível da minha vida. Ele era tão selvagem, tão quente e ao mesmo tempo
tão carinhoso. Eu sei que me apaixonei ali. E depois disso nunca mais nos
separamos...

-Nossa... vai soar meio gay, mas é uma historia tão linda. Não pode terminar
assim. Bella. Vocês precisam...sei la... tentar conversar uma ultima vez.

-Ah Jake... eu sei que errei. Mas agora não há mais volta. Ele está casado... e
eu irei me casar com você.

-Eu também fui um merda ao propor isso a você. Como você vai esquecer
alguém sem se envolver afetivamente com outro? Duvido que isso aconteça.
Além do mais... eu nunca tive realmente intenção de me envolver com você.

-Eu sei. Você falou e...

Jake a interrompeu. Não disse a ela todas as verdades que ela precisava ouvir.
Esse talvez não fosse o momento, mas ela já tinha sofrido tanto, que se
achasse um absurdo tudo que iria ouvir, teria tempo de sair desse acordo.

-Bella... eu te contei em partes o que estava acontecendo comigo. Está


disposta a ouvir?

-Sim, claro.

Ela limpou as lágrimas e se endireitou na cama, sentando-se em posição de


índio.
-A vida do meu pai não tem sido fácil. Depois que perdeu minha mãe foi
como se tivesse perdido a vida também. E logo depois ele descobriu esse
tumor no cérebro. Nunca imaginei que herdaria os negócios dele dessa forma.
Mas enfim... sou filho único e o desejo dos meus pais sempre foi me ver
casado e com filhos. Minha mãe morreu sem ver isso, mas não queria que o
mesmo acontecesse ao meu pai.

-Não tem cura mesmo?

-Infelizmente não. Bom... mas eu disse a você que nunca quis me casar. E. so
não disse o motivo.

Bella esperou. Realmente ele não disse e ela nem se deu ao trabalho de
perguntar.

-Eu não sei o que quero... sexualmente falando.

-Como?

-Eu não sei o que sou, Bella. Não sei se homossexual, se sou bissexual...

-Homossexual? Mas já fizemos sexo.

-E eu te pedi para fazer coisas... estranhas.

Bella sentiu seu rosto ruborizar. Jake achou graça. Como ela ainda conseguia
ficar envergonhada?

-É verdade, mas...

-Eu não sinto tanto desejo por mulheres. So um pouco. Mas eu sempre quis
saber como.. era ficar com um homem. Eu não paro de pensar nisso. Você
nunca pensou em ficar com uma mulher?

-Por Deus... nunca. Sempre homens.

-Está vendo? Eu acho que sou homo e não bi. Como poderia me casar? E
eu...eu nunca quis uma criança. Por isso que...eu fiz essa proposta a você. eu
juro que ainda nem tinha certeza do seu caso com o Edward. Mas eu sempre te
achei tão inteligente, linda, cheia de vida. E em nossas conversas percebi que
você é simples, sem ambição. Você jamais iria querer se aproveitar do que eu
tenho e depois sair espalhando o que eu sou. Quando eu te fiz a proposta
fiquei com medo de você recusar,por isso não contei toda a verdade.

-Nossa... nem sei o que dizer. Mas... você não me parece gay.
-Eu sou um indeciso, Bella.

Falou e os dois gargalharam.

-E se eu me apaixonasse por você? Nunca pensou nisso?

-Verdade ne? Afinal sou irresistível. Bom... mas ai poderíamos fazer um trio.
Eu, você e o Cullen.

-JAKE! Não vai me dizer que...

-Não, juro. Acho que ele não é meu tipo.

Riram novamente e depois Jake suspirou.

-Quer saber a verdade, Bella?Somos uns fodidos. Eu, você e o Edward. Eu por
ser um meio termo, nem la nem cá. Você por ser uma maldita medrosa
apaixonada. E o Cullen... acho que ele so é meio burro mesmo. Não percebeu
a mulher maravilhosa que tinha em mãos.

Foi a vez de Bella suspirar e colocar a cabeça no ombro do Jake.Ele passou a


mão em seus cabelos e apertou sua mão.

-O que nós três estamos fazendo da nossa vida, Bella?

-Eu o amo tanto, Jake.Às vezes acho que não vou conseguir.

E o choro recomeçou...triste e sofrido. Assim ela prosseguiria ate finalmente


pegar no sono, quase uma hora da manhã.

Nesse mesmo horário, mas em Londres, Edward ainda estava jogado na cama
de Bella agarrado ao seu travesseiro. Por fim Jasper desligou o celular, pois a
todo instante Victoria ligava, deixava recados cheios de ameaças e
xingamentos. Carlisle também ligou várias vezes. Jasper so atendeu Rose e
pediu que fosse imediatamente para casa de Bella.

-Como ele está?

Rose perguntou assim que a porta foi aberta por Alice. As duas nem se
conheciam mas Rose não estava com cabeça para apresentações.

-Agora está dormindo.

Rose foi até quarto e agachou-se ao lado dele. Passou a mão pelos cabelos e
pelo rosto dele. O sofrimento era visível em seu rosto.
-Ah meu irmão... como vamos poder ajudar você?

Deu um beijo em seu rosto e voltou para a sala. Sentou-se ao lado de Alice e
Jasper as apresentou.

-Alguém poderia me explicar o que está acontecendo? Edward disse que Bella
o ama, que estava no casamento e eu o incentivei a ir atras dela. E agora isso...
o que houve?

Alice contou tudo, so não disse para onde Bella foi. A amiga pediu segredo e
mesmo sabendo que Edward estava sofrendo, ela não poderia fazer isso.
Apesar dos pesares, ele estava casado. Quem garantiria que ao ter Bella de
volta iria se divorciar?

-Eu sei é que a tempestade está apenas começando. Eu vou ficar com ele no
quarto, se não se importam.

-Claro que não. Pode ficar a vontade.

Rose voltou para o quarto e se deitou ao lado do irmão. No mesmo instante ele
abriu os olhos.

-Bella?

Mas então ele percebeu que era Rose e quase instantaneamente as lágrimas
desceram pelo seu rosto. Rose o abraçou, deixando que chorasse.

-Nós vamos dar um jeito, Edward. Tem que haver uma saída.

*******

Essa era a pior parte. Enfrentar a família. Edward não tinha medo, ele so não
tinha disposição para ficar dando explicações, para aguentar os surtos que com
certeza Victoria daria. Foi no carro com Rose, deixando Jasper encarregado de
levar seu carro depois.

-Temos que pensar em alguma coisa, Edward. Não sei se conseguiríamos


anular esse casamento. Não há nada de tão grave a ponto de anulação. Talvez
seja divórcio mesmo, não sei. Não entendo muito dessas coisas.

Vendo o silêncio de Edward, Rose suspirou e o olhou rapidamente.

-Nenhuma notícia dela não é?

-Não.
-Aquela Alice sabe onde ela está. Eu sei que ela sabe.

-Talvez.

-Droga, Edward... você não vai poder ficar assim se quiser trazer essa mulher
de volta. Eu não queria dizer nada mas... você já fez a merda, agora vai ter que
ser homem para consertar. Ficar ai prostrado não vai levar você a lugar
nenhum. Entendo que ainda é recente, mas você não pode perder tempo.
Aliás... você tinha me dito que ela estava apaixonada. Quem é ele?

-Eu. Agora sei que sou eu.

Rose rolou os olhos. Ele estava prostrado mas para dar respostas atrevidas
estava bem alerta.

-Eu quero te ajudar, então não abuse de minha paciência.

-Jacob Black.

-Do Hotel Black?

-Sim.

Rapidamente Rose pegou o celular e ordenou que Edward descobrisse o


telefone do hotel. Assim que ele passou o numero, ela fez a ligação.

-Ola... bom dia. Aqui é Alice Brandon, eu gostaria de falar com Jacob Black.

-O senhor Jacob não se encontra na cidade, senhorita.

-Ah não? Pode me dizer onde está e quando ele irá voltar?

-Não podemos passar essa informação.

-Ah sim. Mesmo assim obrigada.

Rose desligou e encarou Edward.

-Bella está com ele. Com certeza.

Pensar nessa possibilidade fez Edward sair de seu torpor. Principalmente por
saber que foi um burro e que Bella nunca foi apaixonada por Jacob. Mas ele
com certeza queria algo com ela, e agora com Edward fora da jogada, ele iria
cair matando.

-NÃO. NÃO ESTÁ. ELA ME AMA!


-Eu sei, seu ridículo. Mas se você sentia tanto ciúme dele, provavelmente eles
eram amigos, ou sei la... nós temos que ter algo por onde começar.

-Eu tenho o celular dele.

Rose bufou.

-Ridículo. Por que não disse antes? Ligue pelo meu.

Edward obedeceu e assim que terminou de digitar, Rose arrancou o aparelho


de sua mão.

-Eu tenho que falar com ele, obviamente.

Rose já estava desistindo quando finalmente ouviu a voz grossa do outro lado
da linha.

-Oi Jacob?

-Sim? Quem está falando?

-Ah... é a Alice. Eu tentei falar com a Bella e não consegui.

-Ela está dormindo.

-AH...

Rose parou o carro e olhou para Edward enquanto falava.

-Ela está dormindo?

Edward arregalou os olhos e suas narinas ficaram infladas. Fez menção de


pegar o celular, mas Rose o impediu.

-E como ela está? Fiquei preocupada.

-Está arrasada, não é Alice? Chegou aqui num estado lastimável, não
conseguia nem sair do carro. Agora fico pensando que poderia ter acontecido
algo realmente ruim com ela.

-Como assim?

-O estado em que ela estava..e ainda dirigir por duas horas até aqui. Mas
enfim... eu estou cuidando dela, embora ache que aqueles dois deveriam
conversar.
-Bom... obrigada Jacob. Dê um abraço nela. Eu ligo depois.

-Obrigado por ser amiga dela, Alice. Ela irá precisar.

Assim que Rose desligou, Edward praticamente rosnou, olhando-a com raiva.

-Por que não perguntou onde ela está? De que me adianta saber que ela está
com ele?

-Você é burro ou o que? Pelo jeito que ele conversou, é claro que Alice sabe
onde ela está. Se eu perguntasse iria dar bandeira.

-Está certa. Mas...

-Olhe só... vamos pra casa. Você vai ter que dar explicações aos nossos pais.
Vai ter que conversar com aquele traste que certamente está la... e so ai vamos
ver o que faremos para encontrar a Bella.

Rose deu novamente a partida no carro e olhou de esguelha para o irmão.

-Esta me devendo essa. Vai sair caro. E a Bella está sofrendo viu? Seu...

Calou-se, mas Edward nem a ouvia mesmo. Estava com o rosto virado para a
janela... chorando. Ainda não acreditava como tinha conseguido fazer uma
merda tão grande.

Quinze minutos depois Rose estacionava na garagem da casa dos pais. Entrou
ao lado de Edward e assim que os dois passaram pela porta, puderam ver que
a cena estava do jeito que imaginaram. Carlisle sentado com expressão
fechada, Esme ao lado de Victoria que fazia seu teatro de mulher abandonada
no dia do casamento.

Ao perceber a presença deles, ela se levantou. Edward deu alguns passos, mas
logo ela correu e avançou sobre ele, estapeando e arranhando seu rosto.
Edward não reagiu, deixando que a “esposa” o ferisse com aquelas unhas de
bruxa. Ele estava com os olhos fixos nos pais.

-Seu cachorro, desgraçado. Como pode me fazer passar uma humilhação


dessas? O que estava pensando? Onde passou a noite? Estava com alguma
vagabunda? Eu vou acabar com você e com ela. Não pense que vai se livrar de
mim, Edward.

Vendo que o irmão não iria reagir, Rose foi até ela e segurou seu braço,
torcendo-o até Victoria gritar de dor e Esme gritar para que ela parasse.

-Me solta, sua psicopata.


-A única psicopata aqui é você.  Se encostar mais um dedo em meu irmão eu
arranco um por um.

-Ele tem que me dar uma explicação.

-E você a terá, depois que ele se explicar com meus pais.

-Não... Rose...

Edward se manifestou pela primeira vez. Quando todos os olhares recaíram


sobre ele, deu de ombros e baixou a cabeça.

-Eu fiz tudo errado, meti os pés pelas mãos. Deixei as coisas chegarem longe
demais. Eu não amo a Victoria, nunca amei.

-O amor vem com o tempo, filho. O que está acontecendo?

-Não virá com o tempo, mãe. Não virá porque eu já amo outra mulher.

-O QUE?

Victoria berrou, mas olhando para ela, Rose percebeu que era so teatro.
Victoria já sabia que era corna.

-Eu amo demais outra mulher. E descobri que ela me ama também. Eu so me
casei porque pensei que ela não me amasse. Eu queria ter terminado com
Victoria, mas quando acreditei que Be... que ela não me amava, eu resolvi
seguir com o casamento.

-Você... você ia usar a Victoria para esquecer outra mulher? Que mulher é
essa?

-Eu errei e peço desculpas. Mas.. eu não posso mais. Eu sinto que... se eu não
tiver essa mulher minha vida acaba.

Praticamente se arrastando, Edward caminhou em direção a escada.


Provavelmente iria para seu antigo quarto. Mas a voz de Carlisle rugiu feito
um trovão às suas costas.

-E VOCÊ FALA ISSO NESSA NATURALIDADE E SAI? ACHA QUE É


TÃO SIMPLES ASSIM? VOCÊ DESPOSOU UMA MULHER.

O sangue de Rose ferveu. Aproximou-se do pai e o encarou, como sempre fez,


sem medo.

-Uma mulher que ele não ama.


Edward continuou subindo as escadas. Precisava pensar... urgentemente. Mas
sua mente estava vazia. Parecia que sua alma se perdeu por ai e ali existia
somente seu corpo, sem nada por dentro.

-Casamentos podem ser anulados. E se nesse caso não for, que se divorciem.
Você e a mamãe são felizes não são?

-O que isso tem a ver?

-Por que só vocês merecem a felicidade? Seus filhos não merecem? Olhe lá...
aquele homem derrotado que acabou de subir. Ele precisa de apoio, precisa de
compreensão de pai. É capaz de fazer isso? Pelo menos uma vez na vida?

Encararam-se por um tempo e depois Carlisle simplesmente se virou e subiu


as escadas. Rose não sabia se ele iria mesmo falar com Edward, mas pelo
menos lhe deu algo em que pensar.

-Eu vou falar com meu marido.

Rose agarrou Victoria pelo braço.

-Mas não vai mesmo. Não venha fazer esse teatro pra cima de mim, Victoria.
Você não é burra. Edward tem um caso com essa mulher há quatro anos. Vai
me dizer que nunca soube?

-QUATRO ANOS?

Esme gritou, mas loira e ruiva a ignoraram. Continuaram se encarando feito


dois animais defendendo seu território.

-E daí? Ela não é nada. Não é ninguém. Não passa de uma prostit...

Ela não terminou a frase. Rose a estapeou com tanta força que ela caiu sobre o
sofá, a marca da palma da mão em seu rosto.

-Cale essa sua boca. Estou de olho em você, Victoria. Você pode enganar
meus pais e até o ridículo do meu irmão, mas não a mim. Eu sinto seu cheiro
podre no ar...

Esme sentou-se ao lado de Victoria, olhando assustada para Rose. Não estava
entendendo absolutamente nada do que estava acontecendo.

No andar de cima, Carlisle ficou um bom tempo parado à porta do quarto


antes de entrar. Sentiu seu coração de pai doer ao ver a imagem derrotada do
filho. Estava sentado à beira da cama, olhando para o chão. Quando percebeu
sua presença, ergueu a cabeça. Seus olhos estavam inchados e ele ainda
chorava. Tinha olheiras e um aspecto cansado.

-Me perdoe por isso, pai.

Carlisle se sentou ao lado dele, mas sem olhá-lo.

-Eu entendo que...quase não conversamos. Não temos um relacionamento que


uma família unida e feliz deve ter. Mas eu amo vocês. Amo com todo meu
coração. Não vou julgar você de forma alguma. Eu so quero entender como as
coisas chegaram a esse ponto. Se amava outra mulher, por que chegou a se
casar?

-Como por quê? Vocês me obrigaram a esse compromisso há quase dez anos.
Sei que iria me tirar da empresa se eu não fizesse isso. Minha mãe iria virar as
costas pra mim, como fez com Rose.

-Como é que é? De onde tirou isso? Eu jamais faria isso, filho. Tirar algo que
pertence a vocês por direito so por você não se casar com Victoria? Eu... nós
acreditávamos que você a amava. Ela sempre disse que você queria se casar
logo, ela que queria esperar mais um pouco. Viver mais um pouco a vida de
solteira.

-Eu... eu nunca disse isso. Eu gostava de ficar com ela, me relacionar com ela,
mas era apenas isso. Quando conheci Bella há quatro anos... eu me apaixonei
completamente, embora tenha descoberto esse sentimento so agora. Mas...sei
que vocês jamais iriam aprová-la.  Ela não tem berço, como diz minha mãe.

-Mas eu não penso dessa forma, Edward.

-Como não? Sempre concordou com tudo que ela falava.

-Essa vida da gente é muito estranha, sabe? Quando a gente ama


verdadeiramente é capaz das coisas mais absurdas para ver seu parceiro feliz.
Você nunca me ouviu dizer que uma pessoa que não term berço não merecia
meus filhos. Sua mãe dizia e eu so concordava para não deixá-la mais infeliz.

-Mais infeliz?

-Sua mãe nunca se achou digna de mim. Nunca se achou digna de ser amada.
Aquilo tudo é so uma fachada, Edward. No fundo acho que ela tem medo de
que eu um dia acorde arrependido e a mande embora. Ela sofreu muito na
vida, já viveu coisas horríveis. Mas eu a amo demais. Nunca iria abandoná-la.
Nunca.

-Mas... por que ela se sente assim? É visível seu amor por ela.
-Eu conheci sua mãe num bordel, Edward. Ela era uma das prostitutas mais
requisitadas de la. E eu... eu me apaixonei. Tire-a de la e me casei com ela.

-Céus... eu nunca imaginei isso. Mas não deveria ser o contrario? Como ela
pode querer que nos casássemos com alguém de “berço” se ela mesmo não
teve?

-Por não se achar digna de mim, de nós. Ela se acha um lixo e não quer uma
esposa assim para vocês.

Edward enterrou o rosto em suas mãos. Era coisa demais para tão poucos dias.
O pior de tudo era saber que ao final dessa conversa, ele nem teria Bella em
seus braços para poder compartilhar essas coisas com ela.

-Ai é que está pai. Essa mulher... que eu amo mais que a mim mesmo... é... ou
foi uma garota de programa.

Os dois se encararam e por fim Carlisle riu alto e puxou o filho para os seus
braços.

-É mal de família?

-No meu caso, chamaria de bem de família. É a mulher mais incrível que já
conheci.

-E ela o ama tanto quanto você a ama?

Edward contou toda sua historia ao pai, exceto a parte que ele agencia
mulheres. Talvez esse segredo não revelasse nunca. Ao fim do relato do filho,
Carlisle estava chocado. Tanta confusão, tanto sofrimento por causa de uma
coisa tão simples: falta de diálogo. Falta de diálogo entre pais e filhos. Falta
de diálogo entre ele e a mulher que ama.Sem contar as mentiras que Victoria
contou e que os fez acreditar que o filho a amava. Não tirava a culpa dele e de
Esme. Eles, como pais, deveriam ter percebido que o filho não era feliz com a
noiva. Agora ele via isso.

Tudo tão simples, mas que se transformou em algo bastante complicado.

-Vamos ter que resolver isso, filho. Você disse que a Isabella está com Jacob
Black?

-Sim. A Rose ligou para ele, passando-se pela amiga de Bella. Mas so não sei
onde ele está. Disseram que está fora da cidade.

-Eu conheci o pai dele. Era um bom homem, mas há tempos não o vejo. Soube
que está doente.
-Sério?

-Não sabia disso? É incurável.

-E o senhor não sabe onde ele está morando?

-Não faço idéia. Mas fique calmo, meu filho. Sei que é complicado. Vi o
estado em que você chegou, mas para não piorar mais as coisas... devemos
agir sempre pensando calmamente. O primeiro passo é dar um fim nesse
casamento.

Carlisle se levantou e os dois se abraçaram como há anos não faziam.


Mentalmente, Edward agradeceu. Conseguia sentir um pingo de esperança
agora. Sentia que Deus estava lhe dando uma segunda chance. A chance de
fazer tudo certo. E ele agarraria essa chance com unhas e dentes.
Capítulo 11
Capítulo 11

Objetos voavam pela sala em meio aos gritos histéricos. Edward ia se


desvencilhando deles enquanto tentava chegar perto de Victoria e parar aquele
ataque de histeria.

-EU QUERO MATAR VOCÊ, EDWARD. EU VOU ACABAR COM SUA


VIDA, SEU DESGRAÇADO.

Mais dois passos e Edward conseguiu alcança-la, segurando-a pelos braços.


Seus olhos estavam saltados das órbitas, as bochechas rubras e os cabelos
completamente desgrenhados.  Ele entendia que fez Victoria passar uma
tremenda humilhação, afinal todos os seus amigos riquinhos estavam lá e ela
simplesmente foi deixada na porta da igreja. Edward nem mesmo compareceu
à festa requintada que foi preparada para eles.

-SEU CACHORRO NOJENTO...

-CHEGA VICTORIA!

Edward berrou e ela se calou. Empurrou-a com força, fazendo com que caísse
sentada no sofá. Seus olhos estavam arregalados, mas agora não
demonstravam raiva e sim surpresa... ou medo.

-QUIETA AI. CHEGA DE ATAQUE DE MULHERZINHA HISTÉRICA E


ABANDONADA. AGORA EU VOU FALAR.
Edward colocou as mãos na cintura e balançou a cabeça, soltando o ar com
força e raiva. Há três dias tentava conversar com Victoria e ela simplesmente
tinha sumido do mapa. Não o atendia. No dia em que esteve na casa dos pais,
logo após o casamento não puderam conversar. Assim que Edward e Carlisle
saíram do quarto, Victoria já tinha ido embora, chorar no ombro da antipática
da mãe dela. Edward ficou sabendo que Rose disse algumas verdades a ela e
internamente agradeceu por isso. Aliás, ele seria grato a Rose eternamente,
por tudo o que fez por ele. Estava ainda em tal estado de torpor que
simplesmente não conseguia reagir satisfatoriamente.

Eram problemas e mais problemas que começavam a amontoar e ele tinha


medo de nunca mais conseguir consertar as merdas que fez. Como ele previu,
Esme não se dignou a olhar para ele. Subiu e nem ao menos lhe dirigiu a
palavra ou ao marido. Carlisle convenceu Edward a deixar a poeira baixar.
Conversar com a mãe de cabeça quente só iria piorar as coisas. Edward achou
melhor assim. Já teve revelações demais para um dia só.

Saiu da casa dos pais e procurou por Demetri Volturi, primo de Marcus, que
era um dos melhores advogados do pais. Precisava resolver com urgência sua
situação com Victoria antes de sair a procura de Bella. Era o mínimo que ele
poderia fazer. Oferecer seu amor, sua vida inteira, mas já totalmente livre.

Pelo que ouviu de Demetri, a anulação do casamento talvez não fosse


possível. Ele não tinha os motivos aceitáveis para uma anulação da união. O
fato de simplesmente ter deixado de ser burro e acordado pra vida não era
justificativa para anular seu casamento com Victoria. A saída era obviamente
o divórcio. Então ele já previa algumas dores de cabeça, já que talvez ate por
vingança, Victoria se recusasse a conceder o divórcio.

Mas de qualquer forma eles teriam que conversar. Edward não era nenhum
canalha a ponto de simplesmente se descobrir apaixonado por outra e
abandonar Victoria sem explicação alguma.

-Eu sinto muito, Victoria. De verdade. Eu não queria ter agido daquela forma,
não queria ter deixado você na porta daquela igreja logo após nos casarmos.
Mas eu simplesmente...surtei quando descobri que era amado pela mulher que
eu também amo.

Victoria rosnou e cravou suas unhas na poltrona em que tinha caído. Edward
olhou ao redor, constatando que o apartamento que tinha comprado para
quando se casassem estava quase parcialmente destruído.

-Eu amo a Bella. Há quatro anos que eu a amo sem saber. Quando eu descobri
que a amava, eu pensei em terminar tudo com você. Mas ai... erroneamente eu
pensei que ela estivesse apaixonada por outro. E resolvi seguir com nosso
casamento.

-Ou seja... eu seria simplesmente o estepe não é? Iria ocupar o lugar da vadia
que você não podia ter.

-Não fale assim dela.

-EU FALO COMO EU QUISER. Qual é Edward? Acha que não ouvi você
metendo nela no ultimo evento em que estivemos?

Edward ficou pálido e não falou nada. Diria o que? Foi um irresponsável.

-Você descobriu ali? Ou já sabia?

-Eu sabia que você tinha algum caso fora. Você não transava mais comigo
como antes. Eu só não sabia quem era e nem sabia que era tão serio assim.

-E por que continuou comigo? Sabendo que era traída?

-Acha mesmo que eu iria deixar você solto por ai? Com que cara eu iria olhar
para minhas amigas que só faltam abrir as pernas para você? Com que cara eu
iria encarar a sociedade e dizer que meu noivado de quase dez anos tinha
acabado?

-Então era só por isso? Por causa do que a sociedade diria? Sinto muito mas
não adiantou grande coisa. Eu vou me divorciar de você.

Victoria gargalhou agudamente. Uma risada histérica, louca.

-Nunca. Eu não assino porcaria de divórcio nenhum. Não irei facilitar nada
para você.

-Partiremos para o litigioso, se preciso. Eu já procurei um advogado e em


breve ele irá entrar em contato.

-Não perca seu tempo.

Edward se aproximou de Victoria, o olhar frio e fixo nela que se encolheu. 


Ela sabia que Edward poderia ser perigoso quando queria.

-Não queira medir forças comigo Victoria. Eu sei que errei, mas peço perdão.
Se não pode perdoar, simplesmente saia da minha vida. Mas não tente bater de
frente comigo. Eu passo por cima de você e de sua família também. Aliás... eu
passo por cima da sociedade inteira. Passo por cima de qualquer um que tente
impedir minha vida com Bella.
Caminhou até a porta e a abriu, mas ainda conseguiu ouvir o grito derrotado
de Victoria.

-EU TE ODEIO. VOCÊ ME PAGA.

Suspirou, aliviado quando chegou do lado de fora do prédio. Nada de


reclamar. Ele merecia tudo isso que estava passando. Conferindo o relógio,
achou melhor ir para a Empero’s. Além de estar há dias afastado de lá, ele
precisava ficar de olho em Alice. Rose tinha certeza que ela sabia sobre Bella
então seria melhor ficar de olho nela.

Ao chegar, encontrou Jasper agendando alguma coisa para uma das meninas.
Ele se levantou assim que Edward entrou na sala, oferecendo seu lugar a ele.
Edward se sentou, afrouxou a gravata e passou a mão pelo rosto. Aguardou
Jasper terminar a ligação sem prestar atenção ao conteúdo da conversa.

-E ai? Está melhor?

-Melhor eu só estarei quando estiver com Bella novamente.

-Cara que confusão heim?

-Nem me fale. Meti os pés pelas mãos. Falei e fiz besteira... agora é correr
atrás.

-Vai dar tudo certo, você vai ver.

-Alice comentou alguma coisa?

-Não. Por quê?

-Nada.

-Bom... eu estou indo almoçar. Não quer vir?

-Estou sem fome. Daqui tenho que ir ao escritório ainda. Tenho que assinar
alguns contratos.

-Tudo bem. A gente se fala mais tarde.

Assim que ficou a sós, Edward escorregou o corpo na cadeira e fechou os


olhos. Nunca se sentiu tão vazio, tão sozinho. A falta de sexo com Bella
estava totalmente em segundo plano. O que ele queria era aquele sorriso meio
tímido, os olhos brilhantes, a conversar agradável. Era simplesmente
inadmissível não ter percebido que aquela mulher era praticamente a sua vida.
Mas não iria se desesperar. Não iria fazer tudo na afobação e acabar fazendo
merda novamente. Estava morrendo por dentro. Morrendo de saudade e
morrendo de medo de Bella seguir em frente, esquecendo-se dele. Mas era
melhor fazer dessa forma do que magoa-la novamente. Mas é claro que
aqueles pensamentos não iriam durar muito. Edward não era exatamente o que
se podia chamar de uma pessoa paciente.

Ouviu uma batida na porta e se ajeitou na cadeira antes de permitir a entrada.

-Boa tarde, Edward.

-Boa tarde, Jessica. Veio buscar sua agenda?

-Sim. Eu avisei ao Jasper que tinha aula hoje pela manhã e iria me atrasar um
pouco.

-Hum... você faz o que mesmo?

-Entrei agora para a faculdade e estou cursando jornalismo.

-Bom.

Agora Edward se perguntava... por que Bella nunca quis entrar para uma
faculdade? Ou melhor... por que ele nunca teve essa ideia? De incentiva-la a
estudar, a se especializar em alguma coisa para que saísse dessa vida? Claro...
ele já sabia há resposta. E tinha nojo de si mesmo. Dessa forma ele perderia
contato com ela. Bella sairia de sua vida. Não estaria mais sob suas vistas.
Como pode ser tão egoísta? Apesar de ainda receber bem menos do que
cobravam pelos programas, todas elas tinham condições de ingressar numa
faculdade, se soubessem como trabalhar o dinheiro que ganhavam. Esse
pensamento fez vir a tona outros pensamentos e algumas ideias. Era um caso a
ser analisado...

-Aqui está Jéssica. Pelo que vejo a semana está tranquila para você.

-Hum... isso quer dizer que tenho algumas horas livres... se tiver precisando de
companhia.

Edward fixou o olhar nela, os olhos completamente sem expressão.

-Isso significa o que?

-Ora Edward...

Ela falou e se levantou, caminhando em direção a ele, requebrando os quadris


mais do que necessário. Era uma garota realmente linda. Aliás todas as suas
“meninas” eram belíssimas. Mas nenhuma delas jamais lhe interessou, jamais
o fez olhar com segundas intenções. Nem quando ainda não sabia que amava
Bella. Agora que sabia, isso seria uma coisa totalmente impossível de
acontecer com qualquer mulher.

Jessica parou à frente dele e esticou a mão, passando os dedos pela pele
exposta pela camisa entreaberta.

-Todo mundo já sabe que Isabella se foi. Acho que vai precisar de uma
substituta para ela.

Edward sorriu e segurou a mão de Jéssica sobre seu peito. A moça sorriu e
roçou as pernas uma na outra. Só de ver aquele sorriso, só de sentir aquele
toque quente em sua mão ela sentiu sua calcinha molhar. Levar Edward para a
cama era o sonho de todas elas, mas só Bella conseguiu. E ai que parece,
agora seria Jessica.

Edward se levantou e se inclinou para frente, ficando com o rosto tão próximo
que Jessica pode sentir seu cheiro másculo e gemeu baixinho.

-E você seria a substituta?

-Sim... com prazer.

Edward sorriu novamente e em seguida ficou serio, o olhar furioso.

- E desde quando você está a altura de Isabella, hã? Desde quando qualquer
uma de vocês chega aos pés dela? Preste bem atenção porque não sou de falar
duas vezes. Nunca mais me toque e nunca mais deixe essa cabecinha de vento
pensar que você ou qualquer outra mulher possa ocupar o lugar que é
exclusivamente de Isabella. Ela é única... e o melhor: não é uma oferecida.
Agora saia de minha frente antes que eu me aborreça de verdade com você.

Edward virou as costas e ficou olhando pela janela, ouvindo apenas o soluço
de Jéssica e em seguida seus altos, indicando que ela corria.

-Era só o que me faltava.

Fechou os olhos, a cabeça ainda encostada na janela. Queria tanto saber como
Bella estava. Se estava bem, se pensava nele, se sentia sua falta.

Edward se virou quando ouviu novamente sons de saltos pelo corredor.

-Oi... desculpe. Achei que Jasper estava aqui.

-oi Alice. Pode entrar.


-Hum... Como vai?

Edward cruzou as mãos sobre a mesa e encarou Alice.

-Eu poderia estar melhor.

-Acredito que sim.

-Como ela está?

-Ela quem?

Edward se inclinou para frente, com aquele olhar aterrorizante, mas que não
causou impacto algum em Alice. Pelo contrário, ela o encarou de volta.

-Não banque a engraçadinha comigo.

Alice suspirou.

-Ela deve estar ótima. Pelo menos espero que esteja.

-Duvido.

-É o que você queria não é? Que ela estivesse péssima, chorando pelos cantos.

Edward teve vontade de falar umas boas verdades para Alice e coloca-la porta
afora, mas se conteve. Ele precisava descobrir onde Bella estava e a saída
estava ali a sua frente.

-Eu nunca quis magoar a Bella, Alice. Eu só fui um estúpido de merda que
nem sabe reconhecer que é totalmente apaixonado pela mulher há quatro anos.

Alice arregalou os olhos.

-Quatro anos?

-Alice... eu era noivo de Victoria desde os dezessete anos. Eu sabia que não a
amava, mas gostava de estar com ela... e ainda assim era fiel. Eu nunca fiquei
com outra mulher depois dela. Mas então eu conheci Bella. Eu me esqueci
completamente desses valores. Eu menti pra ela dizendo que eu fazia um teste
com as garotas que iriam trabalhar pra mim...todo mundo sabe que eu não
faço isso.

-Tudo isso para tê-la...


-Sim. E eu nunca mais consegui me separar dela. Quando eu estava com
Victoria... eu só conseguia ir adiante se pensasse nela. Eu...eu não sei, não
entendo como não percebi que era amor.

-E quando percebeu isso?

-Quando doeu. Quando me desesperei e vi que a estava perdendo. Eu amo


essa mulher. Eu fiz merda e quero consertar. Me diga onde ela está Alice. Eu
juro que não irei atrás dela agora. Só quero saber. Quando eu estiver livre, ai
sim irei atrás dela.

-Eu não posso dizer, prometi a ela. Mas... hei... como assim livre?

-Eu entrei com pedido de divórcio. É a única coisa logica a ser feita. Eu amo a
Bella. É com ela que quero me casar.

-Uau...

Alice agora estava balançada. Aprendeu a amar Bella de uma forma


inexplicável. E por isso prometeu não revelar seu paradeiro. Mas agora ela via
Edward à sua frente... toda sua aura de inatingível indo por terra. Era
simplesmente um homem apaixonado. Os olhos dele brilhavam ao falar de
Bella. E só por isso ela iria revelar seu paradeiro. Sabia que Bella estava
sofrendo, apesar de estar já trabalhando com Jake e tentando seguir em frente.
Mas todas as vezes que conversavam, Bella chorava e perguntava por Edward.
Qual o sentido de duas pessoas que se amam tanto ficarem separadas?

-Quer saber, Edward? Eu...

Alice foi interrompida pelo toque do seu celular.

-Oh... é a Bella.

-Atenda, Alice. Por favor.

-Fique quieto.

Alice atendeu ao telefone. Bella parecia aflita.

-Oi amiga. Aconteceu alguma coisa?

-Alice... eu...queria conversar pessoalmente com você. Explicar algumas


coisas.

-Que coisas?
-Olha é meio complicado... será que você poderia vir pra cá hoje?

-Hoje Bella? Acho que não da e...

Edward afirmou com a cabeça. Nem sabia o que era, mas imaginou que Bella
queria ver Alice.

-Por favor. você é minha única amiga. Eu...eu queria que fosse minha
madrinha.

-Madrinha? Madrinha de que?

Edward arregalou os olhos e sua respiração ficou suspensa.

-Eu vou me casar, Alice. Nesse final de semana.

Alice abriu a boca e não conseguiu fazer nada. Olhou para o homem lindo a
sua frente e sentiu uma dor no coração. Mas pensou rápido. Chega de
besteiras, eles precisam ser felizes. E isso só seria possível estando juntos.

-Bella... eu já ligo pra você ok? Houve um probleminha aqui. Dez minutos e
eu retorno, amiga.

Alice desligou e ficou olhando para o rosto ainda pálido de Edward.

-Alice?

-Bella vai se casar, Edward.

-NÃO.

Ele berrou, colocando-se de pé.

-Vai se casar nesse final de semana e sei que está fazendo uma burrada como
a que você fez. Você tem que impedir, Edward. Pegue seu carro agora e vá
para Suffolk.

Edward pegou suas coisas e saiu correndo pelo corredor, com Alice correndo
atrás e gritando o endereço da casa do Jake. Ele ouvia e tentava guardar na
memória, mas estava tão aflito que talvez precisasse ligar para ela novamente
e perguntar. Sua garganta começou a arder e ao se sentar ao volante ele sentiu
as lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

-Edward... Edward...

Alice parou à janela do carro.


-Va com calma, por favor. Mostre a ela o que você me mostrou lá dentro
agora. Mostre que a ama. Talvez nem precise de palavras. Seu olhar diz tudo.

-Obrigado Alice.

Arrancou o carro sem ao menos olhar para trás. E que Deus o ajudasse.
Capítulo 12
Capítulo 12
O que se deve fazer quando uma história de amor não da certo? Você parte
para outra, tenta esquecer, seguir em frente. Bella estava tentando seguir em
frente, mas sem partir para outra, sem esquecer. Primeiro porque qualquer
tentativa de esquecer Edward ou o que viveram seria impossível. E segundo...
porque ela não queria. Apesar de tudo, Edward sempre seria a melhor coisa
que aconteceu em sua vida. Ela sabia que jamais seria capaz de amar alguém
como amava aquele homem.

Jake tornou-se um amigo muito especial. Passava horas deitado ao lado de


Bella na cama, falando asneiras para ver se levantava seu astral. Ela conseguia
rir, se animar, até saíram juntos para jantar. Mas bastava ficar só... e tudo
voltava. Lembrava-se das noites que passaram juntos, do corpo forte dele
abraçando-a, sua cabeça deitada em seu peito. Às vezes ela quase podia sentir
o cheiro dele ainda impregnado em sua pele.

Provavelmente Edward já sabia que Bella estava com Jacob. No dia seguinte
ao casamento, Bella ligou para Alice, agradecendo sua preocupação em ter
ligado. Só então ela revelou que ainda não tinha ligado para ela. Imaginaram
então que Jake foi enganado e a pessoa que ligou se identificando como Alice
na certa seria Rose, irmã de Edward. Era ridículo, mas Bella ficou feliz com
essa notícia. Era uma prova de que ele se preocupava com ela, nem que fosse
por ter perdido sua “menina”.

-E ai? Já se decidiu?

-Ai Jake... não. É até vergonhoso, não é? Eu com vinte e cinco anos, entrando
na faculdade e nem sei o que quero.

-Pare de palhaçada porque não é vergonha nenhuma. Você simplesmente não


teve oportunidade. E quando teve... estava ocupada demais com... outras
coisas.

Bella mordeu os lábios e não respondeu. Como dizem... quem cala, consente.

-Mas vamos lá... você disse que gosta de administração. E tem se saído muito
bem aqui comigo. Tem visão de negócios, aprende rápido.
-Sim. Mas confesso que psicologia me fascina.

-É... às vezes é bom entender a mente de certas pessoas.

-Ai Jake... para.

Ele riu alto e beijou o alto de sua cabeça.

-Quer saber? Já são quase dezoito horas. Vamos sair... andar um pouco. Quem
sabe encher a cara e esquecer nossos problemas?

-Faz tempo que não encho a cara. Até que seria uma boa idéia, mas estou com
dor de cabeça. Melhor não. Prefiro ficar vendo um filme ou algo assim.

-Então vamos embora. Despregue essa bunda magrela dai.

- Magrela? Tem certeza?

-É verdade... bunda gorda então. Vamos.

Bella lhe deu um tapa no braço e saíram do escritório, também dispensando a


secretaria Mary. Ali naquele escritório, os dois cuidavam da administração da
filial do Hotel em Suffolk e da pequena empresa no ramo de telefonia, a
Blackphone.

Caminharam pelas ruas da cidade, aproveitando a pouca distância entre o


escritório e a casa do Jake. O clima estava agradável, apesar do vento um
pouco frio.

-E como andam esses pensamentos? Ainda não descobriu de que lado está?

Jacob fez uma careta e Bella gargalhou.

-Idiota. Ainda não sei, mas aqueles pensamentos estão cada vez mais
persistentes.

-Sabe o que acho, Jack? Existem muitos garotos de programa bonitos, fortes e
super discretos. Você so vai saber o que você realmente é se você
experimentar.

-Não sei. Se você sentisse muito tesão por mulher e tivesse vontade de
experimentar, você faria?

-Com certeza. Melhor tentar do que morrer na dúvida.


Jake a encarou com a sobrancelha erguida. Bella parou e cruzou os braços em
frente ao peito.

-Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

-Eu não disse nada. So concordo com você. Melhor TENTAR que morrer na
DÚVIDA.

-Jake. Não tinha mais jeito, ok? Vamos mudar de assunto, por favor?

-Ok... vamos falar sobre...hum...sexo. Há quanto tempo você não faz?

-Vá se fuder Jake.

Ele riu alto novamente e segurou a mão de Bella.

-Não faz idéia do quanto quero isso.

Ela riu também e balançou a cabeça.Rir é o melhor remédio.  Jake estava se


saindo especialista em fazê-la rir.

-Tudo bem. Esse assunto também é proibido. Então... olhe ali a sua frente.

Bella ficou olhando a porta do pub, já aberto àquela hora.

-Um drink, o que me diz?

-Só um? Não posso exagerar.

-Sem exageros, boneca. Vamos la.

************

Jake rolava no chão, rindo feito idiota e bêbado como um gambá. Cada vez
que Bella corria desajeitadamente por causa da embriagues, ele gargalhava. Já
tinha perdido a conta de quantas vezes tinha vomitado desde quando
chegaram.

-Pare de rir, seu boiola. A culpa é sua.

-Minha? Você que é frouxa. Foram apenas cinco tequilas, Bella.

Respondeu mostrando três dedos. Bella nem queria se mover, pois sua cabeça
doía.

-Nunca mais bebo com você, seu estrupício.


-Ah... admita. A gente se divertiu.

-Verdade. Pelo menos eu não me lembrei... dele.

Bastou dizer isso e caiu no choro. Jake rolou os olhos. Não estava tão bêbado
quanto Bella imaginava. So estava meio alegre e com o corpo meio ruim,
preguiçoso. Pelo jeito teria que tomar um banho e fazer um café para ambos.
Levantou-se e cambaleou para o lado, mas voltou indo até Bella.

-Não chore, bonita. Tudo...tudo na vida tem seu tempo.

-Ai Jake... eu amo aquele desgraçado. Ele tem um beijo tão bom. Com gosto
de...argh...

Levantou-se novamente e correu para o banheiro, fazendo Jake rir.

-Gosto de tequila, baby.

Foi até o banheiro e meio cambaleante, segurou Bella.

-Tome um banho. Vai melhorar.

Foi logo a ajudando a se despir, enquanto Bella tentava afastar suas mãos.

-Pare... não...

-Deixe de ser besta. Eu já te vi nua. E agora você pode fazer até pirueta que
meu pau nem vai dar sinal de vida. Aliás...so porque perdeu o bofe vai
esculhambar? Pode depilar essa coisa ai.

-Está me envergonhando. E eu já marquei, ta? Amanhã cedo.

-Isso ai... pele de bebê, sempre.

Bella levou o indicador até os lábios, estreitando os olhos.

-Está confirmado... você é gay.

Eles gargalharam e acabaram entrando os dois para o banho. Bella ainda ficou
sob a ducha enquanto Jake ia preparar o café. Esperou por Bella na cozinha e
pouco depois ela chegou vestindo um roupão e a aparência de quem tinha sido
atropelada por um caminhão.

-Lembre-me de nunca mais aceitar um drink com você.

-Eu ofereci um. Você que bebeu cinco.


Bella se sentou em frente a ele e Jake serviu o café aos dois. Ficaram em
silêncio, como se pensassem na vida. Ou então a bebedeira ainda era forte o
bastante para deixá-los meio lesados.

-Como será que ele está?

-Provavelmente com a mesma cara de bunda que você.

-Estou falando sério, Jake. Fico imaginando que ele está deitado ao lado dela
e...

Bella estremeceu e fechou os olhos.

-Deixa de ser ridícula. Tenho certeza que está tão mal quanto você. Aliás...

Jake se levantou, dessa vez sem cambalear e foi até a sala pegar o celular.
Voltou para a cozinha, mexendo em alguns controles e depois encarou Bella.

-Numero confidencial, baby. Ele costuma atender?

-Acho que sim. Mas você não vai fazer isso.

-Claro que vou. Agora são... quase dez da noite. Sendo recém casado é de se
esperar que esteja em casa.

-Jake não...eu imploro.

-Ah... frouxa.

Jogou o celular sobre a mesa e voltou a bebericar o café.  So foram para a


cama às onze da noite. Cada um em seu quarto, perdidos em seus
pensamentos.

****

-Bom dia, flor do meu dia... como estamos hoje? Já se depilou?

Perguntou e riu alto.

-Sim, ordinário. Trouxe isso para você.

Bella ofereceu o cappuccino ao Jake.

-E estou bem melhor, felizmente.

-Graças a minha sopa cura ressaca. Falei que era bater e valer.
Bella fez uma careta. Logo pela manhã antes de saírem de casa, Jake cismou
de fazer a tal sopa cura ressaca. O gosto era horrível, mas pareceu funcionar.
Nem parecia que Bella esteve de porre na noite passada. Mas por um lado foi
bom. Não teve pesadelos. Além disso, a cera quente usada na depilação serviu
para espantar qualquer resquício de ressaca em seu corpo. Portanto, o dia
prometia. Apesar da ressaca, teve uma boa noite de sono.

Não estava fácil. Dormir e ter pesadelos, sempre envolvendo Edward estava
deixando Bella mais devastada. Quatro dias após aquele maldito casamento,
ela ainda chorava toda vez que se lembrava dele ou tocava em seu nome. Ou
seja... chorava praticamente o dia todo, já que não parava de pensar nele. Às
vezes achava que aquele amor iria afogá-la.
Felizmente o trabalho com o Jake no escritório do Hotel a mantinha distraída.
Era apenas uma forma de continuar recebendo algum dinheiro, já que ela não
planejava seguir nesse ramo. Estava apenas aprendendo, tendo noção de
administração. Enquanto isso olhava também algumas faculdades. Estava
indecisa sobre o que cursar, mas Jake estava sempre cutucando-a, como na
noite anterior. Estava bem inclinada à Psicologia.

-Que ótimo saber que está melhor. Temos muito trabalho a fazer.

Jake se sentou ao lado dela repassando várias informações que começou no


dia anterior. Era bom trabalhar com ele, pois Jake tinha uma paciência
infinita. Nas primeiras horas da manhã ele sempre voltava a falar sobre o que
ensinou no dia anterior. A ânsia em se desligar de outras coisas tornava Bella
uma excelente aluna.

Jake se sentia feliz por ela. Apesar de estar morrendo por dentro, ela ainda
estava de pé. Pior foi ela o ter proibido de buscar qualquer informação sobre
Edward, embora sempre estivesse falando nele.  Jake estava se achando
realmente uma bicha, pois seu sexto sentido estava aflorado demais. Algo
dizia a ele que Edward não aceitou aquela situação. Do jeito que era louco por
Bella, não iria ser estranho se ele se separasse da esposa logo após o
casamento. Jake so não entendia qual era o problema daquele cara. Como ele
não conseguia enxergar o óbvio?

De qualquer forma, talvez o melhor mesmo fosse dar tempo ao tempo. Ele e
Bella já tinham combinado de se casarem dentro de um mês.  Bella estaria
livre para partir e seguir sua vida tão logo Billy Black se fosse desse mundo.
Era cruel, mas Jacob não queria ser uma decepção para o pai moribundo.
Bella e Jake estavam agora analisando a lista de reserva de clientes, quando o
celular dele tocou. Bella o viu empalidecer e sentar-se na cadeira. Mais que
depressa colocou-se ao lado dele.
Quando desligou... ele chorava.
-Jake... o que houve?
Ele balançou a cabeça, tentando controlar as lágrimas. Há uma semana Billy
esteve no hospital, mas ela pensou que estivesse razoavelmente bem.  E agora,
de repente ele voltou a ter uma recaída.
-Meu pai... ele...ele piorou Bella. O médico acha que não terá mais do que
duas ou três semanas de vida.
-Oh Deus... sinto muito.
Bella o abraçou e acalentou, assim como ele fez com ela ha alguns dias. Não
queria pensar na dor que ele deveria estar sentindo nesse momento. Bella
ainda se lembrava do sorriso de felicidade dele quando Jake a levou ao
hospital há dois dias, apresentando-a como noiva. Aliás, esse era o motivo de
estar usando aquela grossa aliança de ouro que pertenceu à mãe do Jake.

So então ela pensou em algo. Tinham combinado de se casaram dai há um


mês, mas pelo jeito... não teriam tanto tempo.
-Jake... se ele so tem poucos dias... você tem que fazer a vontade dele.
-Está dizendo...
-Vamos nos casar o mais breve possível. Nesse final de semana.

-Mas...oh meu Deus... eu nem pensei nisso.

-Não podemos esperar Jake. Tanto podem ser três semanas quanto três dias.
Você sabe que é assim.

-Sinto muito por fazer você passar por isso, Bella.

-Nem pense nisso. Você está me ajudando muito mais, Jake. Não é sacrifício
nenhum para mim, sabe disso.

-Então... eu vou precisar ir até Nova Yorque resolver alguns assuntos. So devo
voltar amanhã pela manhã. Se importa em ficar sozinha?

-Não. Claro que não. Talvez eu saia e procure um vestido de noiva. Vou
precisar não é?

-É melhor não é? Ele ficará feliz. Olhe... vou passar em casa agora. Quer ir?
Descanse hoje.

-Melhor não. Aqui pelo menos eu me distraio. Va tranquilo. Vou ficar bem.

-Tudo bem, então. Eu te ligo quando chegar la.

-Jake? Eu ainda... não tinha contado para Alice sobre isso e... ela é minha
amiga.

-Ligue pra ela.


Ele sorriu, compreensivo como sempre.

-Você vai precisar de uma madrinha, não é?

Deu um beijo no rosto de Bella e saiu apressado. Bella sentou novamente e


olhou para o telefone. So esperava que Alice não ficasse triste com ela por não
ter contado antes. Discou seu numero e aguardou, ate que ouviu sua voz
melodiosa.

–Oi amiga. Aconteceu alguma coisa?

–Alice... eu...queria conversar pessoalmente com você. Explicar algumas


coisas.

Foi logo falando, como forma de se desculpar.

–Que coisas?

–Olha é meio complicado... será que você poderia vir pra cá hoje?

–Hoje Bella? Acho que não da e...

Ela sabia que estava pedindo demais. Alice deveria ter compromissos, mas
além de ser uma forma de conversarem tranquilamente, ela não iria ficar
sozinha. Na verdade, sentia falta de Alice, embora Jake estivesse sempre
presente.

–Por favor. você é minha única amiga. Eu...eu queria que fosse minha
madrinha.

–Madrinha? Madrinha de que?

Bella fechou os olhos e tomou coragem.

–Eu vou me casar, Alice. Nesse final de semana.

Um minuto de silencio.

–Bella... eu já ligo pra você ok? Houve um probleminha aqui. Dez minutos e
eu retorno, amiga.

Bella ainda ficou olhando para o telefone sem entender. So depois pensou em
algo: talvez ela estivesse na Empero’s e Edward também. Ou então algum
cliente chegou...
Deu de ombros e conferiu as horas. Iria pedir o almoço no escritório mesmo.
Enquanto aguardava a comida, aproveitou para pesquisar algumas lojas onde
poderia encontrar um vestido. Ligou para várias delas e algumas até se
ofereceram para levarem um catálogo até la.

-Isabella? Seu almoço.

-Obrigada Mary.

-Jacob me disse que irão se casar.

-Sim. Sinta-se convidada.

-Oh obrigada. Eu adoro casamentos. Sempre me lembro do meu.

-Está casada há muito tempo?

-Vinte anos. E sou muito feliz.

-Isso é bom. Casamento para a vida inteira. Queria um assim também.

-Ah e terá, com certeza. Bom, vou deixá-la almoçar. E... Jacob lhe disse que
preciso sair mais cedo?

-Não precisa me dizer nada Mary. Se já combinou com ele.

-Sim, eu sei. Mas é que... caso me procure e eu não esteja aqui. Sairei às três e
trinta.

-Tudo bem. Sem problemas.

Bella almoçou, escovou os dentes e voltou a verificar as reservas que ela e


Jake estavam analisando quando ele recebeu o telefonema.Era mais coisa do
que supunha e acabou perdendo a noção do tempo.

Levantou-se um pouco para esticar o corpo e conferiu as horas. Eram quase


três e meia, portanto Mary já deveria estar saindo. Pegou alguns documentos
que Jake guardava no cofre e já ia colocá-los de volta quando ouviu uma
batida rápida na porta.

-Entre, Mary.

Falou indo até o cofre e guardando os documentos. Ouviu a porta se fechar e


então... sentiu o cheiro. Sua cabeça girou e ela sentiu que o chão se movia.
Estava louca? Aquele era o cheiro dele.
Girou o corpo e ao vê-lo suas pernas tremeram. E tremeram tanto que ela
encostou-se à parede, com medo de cair. Ele... seu homem... estava ali à sua
frente. Estava com uma aparência, abatida, cansada, mas ainda assim
incrivelmente lindo. Ele a olhava com emoção... com saudade... com os olhos
rasos d’água.

-Bella...

Ela estremeceu e ofegou.Ouvir aquela voz depois de tantos dias mexeu com
toda sua libido e uma onda de calor subiu pelo seu corpo.

-Edward...

Ele caminhou até ela lentamente, sem desgrudar o olhar do dela. E ele
caminhava bem lento como forma de tentar se controlar. Era isso ou avançar
sobre ela, beijá-la e arrastá-la dali para fora. Estava linda... ainda mais linda
do que sempre.Quando ele parou à frente dela, ambos choravam. Não
conseguiam dizer uma única palavra, apenas se olhavam entre lágrimas. A
respiração de ambos estava ofegante e eles vasculhavam a mente em busca de
palavras.Até que por fim, Bella conseguiu encontrar voz.

-O que...o que está fazendo aqui? Como me encontrou?

Edward segurou seu rosto entre suas mãos e Bella sequer pensou em impedir.
Apenas fechou os olhos, deliciando-se com o toque dele.

-Bella... eu vim porque eu não consigo ficar longe de você. Vim porque eu
preciso do seu perdão. Eu fiz besteira atrás de besteira, mas quero consertar
tudo. Eu não vou conseguir viver sem você, Bella.

-Eu sei disso. Você já me disse. Mas eu não mudei de idéia. Eu não serei sua
amante.

-E não quero mesmo que seja minha amante.

Bella arregalou os olhos e sem se controlar, mais lágrimas escorreram pelo


seu rosto. Se ele não a queria, por que estava aqui? Edward percebeu o choque
em seu rosto e sorriu brevemente. Por mais que negasse, ela o queria.

-Eu não quero que seja minha amante, porque a quero como minha esposa.

-Mas...

-Eu já entrei com um pedido de divórcio, Bella. Divórcio de um maldito


casamento que nunca deveria ter acontecido. E so aconteceu porque sou burro
demais.Estúpido ao ponto de não perceber que a mulher que eu amo estava
comigo há quatro anos.

Bella ofegou novamente.

-O que?

Edward encostou a testa na de Bella e beijou suas lágrimas. Resolveu falar


tudo antes que perdesse a coragem.

-Eu quero dizer que eu amo você, Bella. Eu amo você demais... mais do que a
mim mesmo. So peço que perdoe minhas burradas...volte pra mim.Ha quatro
anos tenho sido cego por não perceber o quanto amo você. Lembra-se quando
foi apresentada a mim? Você sabe que eu menti, não sabe? Que eu nunca fui
de fazer teste com nenhuma mulher?

Bella afirmou, balançando a cabeça.

-Eu fiz isso porque fiquei louco por você. E depois que ficamos juntos eu não
conseguia mais me separar. Mas era tolo o bastante para não notar o quanto eu
gostava do seu sorriso, da sua conversa inteligente, do seu olhar para mim. E
confesso que cheguei a pensar que... talvez você não fosse o tipo de mulher
para casar.

Ao dizer isso uma expressão de dor passou pelos olhos de Edward e de Bella
também. Ela ficou magoada, sem dúvida. Mas isso logo passou ao ouvir as
outras palavras dele.

-Agora eu vejo que isso era so uma fuga da minha mente. Era uma forma de
justificar... o fato de você ser boa demais para mim. Eu que nunca fui
merecedor de você. Eu que nunca fui o suficiente para você. Preferi você
fazendo programas porque eu sabia que se você saísse dessa vida, sairia da
minha também. Porque você é muito melhor do que qualquer pessoa que eu já
tenha conhecido.

Ambos choravam agora, mas ainda se olhando nos olhos. Quando começou a
falar, Edward ainda nem tinha noção do quanto aquilo tudo que dizia era
verdade. Sentia-se cada vez mais estúpido e não merecedor de Bella.

-Mas eu te amo, Bella. Amo... e so preciso de uma chance para fazer tudo
diferente. Para fazer tudo o que deveria ter feito desde o começo: namorar,
noivar, me casar e ter filhos... COM VOCÊ.

Sem resistir à paixão arrebatadora que sentiam um pelo outro, ao mesmo


tempo em que Bella jogou os braços em volta do pescoço dele, Edward a
abraçou pela cintura, matando a saudade de ambos num beijo abrasador. Suas
línguas duelavam, se enroscavam, enquanto mais lágrimas vertiam de seus
olhos. Era muito amor, mas também havia mágoa, tristeza...e incerteza.

Bella so não entendia por que ele demorou tanto, a ponto de chegar a se casar.
Pensando nisso Bella o empurrou e se afastou.

-Está brincando comigo?

-Pareço estar brincando? Pode perguntar para sua amiga Alice. Eu me abri
com ela, contei que a amo. E ela percebeu isso ou não teria me dado seu
endereço.

-Então por quê? Me diga por que se casou? Você so descobriu depois?

-Não. Eu descobri antes e estava disposto a terminar com Victoria. Mas ai eu


te pedi para não viajar com o Jake. Você foi mesmo assim... e eu deduzi que
você estava apaixonada por ele.

-Oh...

Bella falou e levou as mãos aos lábios. E então Edward viu a aliança. Bella
percebeu seu olhar e baixou a mão, olhando-a.

-Não faça isso conosco, Bella. Não cometa o mesmo erro que eu. Nós
podemos ser felizes juntos. Aliás... nós so podemos ser felizes juntos. Eu pelo
menos não sou nada sem você.

-Eu... eu não posso, Edward. Eu irei me casar com o Jake.

-Você não o ama.

Bella não sabia que tipo de estupidez passava por sua mente, mas antes que
pudesse impedir, as palavras saltaram de sua boca.

-Nós podemos ficar juntos, mesmo eu estando casada com Jake.

Edward arregalou os olhos e abriu a boca, completamente estupefato. Não


acreditava que ela tinha dito realmente aquilo.

-Você... você está propondo que sejamos amantes?

-Não era isso que me propôs?

- PORQUE EU SOU BURRO. UM IDIOTA COMPLETO QUE NÃO SE


DAVA CONTA DE QUE VOCÊ É A MULHER DA MINHA VIDA. EU
NÃO VIA AS COISAS DO JEITO QUE VEJO AGORA. NÃO IRIA
SUPORTAR DIVIDIR VOCÊ COM NINGUEM.

Ele berrou e depois fechou os olhos, voltando a falar baixo, sentindo-se


derrotado.

-Por favor... não faça isso. Eu te amo.

Agora Bella via isso. Conseguia sentir todo o amor que ela sempre desejou
vibrando nele. Ela queria gritar, sair cantando e beijando todo mundo porque o
homem que ela amava, a amava também. Mas ela tinha compromisso com o
Jake. Não poderia deixá-lo na mão. E não iria mentir. Viu ai a chance de testar
o amor de Edward.

-Sinto muito, Edward. Eu não posso fazer isso com o Jake. Ele me levantou
quando eu cai, naquele dia...depois do seu casamento.

Edward balançava a cabeça, desconsolado. Estava completamente perdido.


Chegou aqui tão certo do amor de Bella por ele, que agora estava
completamente petrificado por ela ter sugerido que fossem amantes. Aquela
não era a bela que ele conheceu. Será que viu seu próprio amor refletido nela e
erroneamente pensou que ela o amava?

-Eu...você sabe que eu te amo. Sempre estarei esperando. Mulher nenhuma irá
ocupar o lugar que sempre foi seu. Mas não posso... não posso mais dividir
você com ninguém. Estupidamente eu fiz isso durante quatro anos. Mas agora
eu sei que te amo. Eu...eu...so quero que você seja feliz.

Edward se virou e caminhou até a porta. Não sabia quantos baques ainda iria
suportar.Quando ele iria conseguir enxergar alguma coisa com clareza? Por
que sempre estava errado? Estava com a mão na maçaneta quando a voz de
Bella o parou.

-Eu amo você, Edward. Mais que minha própria vida.E tenho a certeza que
nunca deixarei de amar.

Bella falou sem pensar, mas depois de tudo o que ele disse, Edward merecia
saber que ela estava se casando, mas apaixonada por ele. Edward se virou e
Bella voltou a chorar quando viu que ele também chorava novamente.Ela o
amava! Não sabia se ria, se chorava, se a arrancava dali e sumia com ela nesse
mundo.

Mas não podia esquecer que ela ainda iria se casar. A historia se repetia. E
agora ele sabia o que Bella sentiu quando ele fez aquela proposta. Amava
aquela mulher e a idéia de ser amante era simplesmente inconcebível. Ser
reles amante da mulher que ama e que o ama... estava bem além de suas
forças.
Capítulo 13
Capítulo 13

Poucos minutos, talvez ate mesmo segundos se passaram desde que Bella
declarou seu amor por Edward. Dizer que ele não sentia uma dor como se
facas o perfurassem por estar vivendo a mesma situação que Bella sentiu seria
mentira. Doía saber que depois de tanta descoberta, tanto murro em ponta de
faca, eles simplesmente voltariam à estaca zero. Entretanto, Edward não
poderia negar também o rufar do seu coração, que batia num ritmo
enlouquecedor. Perceber ou sentir que Bella o amava era uma coisa, mas ouvir
de seus lábios era outra completamente diferente. Os dois se olhavam nos
olhos e era inegável o amor que sentiam. Nesse instante Edward percebeu que
nada mais importava. Ele iria sofrer sim, por saber que ele não era o único na
vida de Bella. Mas se ser amante dela significava ter alguns momentos ao seu
lado, uma parte mínima que fosse em sua vida... ele não iria desperdiçar essa
chance.

Jogando para o ar qualquer resquício de amor próprio que pudesse ter, ele se
aproximou de Bella com passos largos, puxou-a pela cintura e a mão livre
enveredou-se pelas mechas macias dos seus cabelos.

–Repita isso... por favor.

–Eu amo você, Edward. Sempre amei.

Sem dizer nada ele a beijou, calma e lentamente, saboreando com prazer o
doce dos lábios de Bella que se entreabriram, esperando pelas sensações
intensas provocadas pelo beijo dele. Enlaçou o pescoço de Edward e
colocando-se na ponta dos pés, colou ainda mais seu corpo ao dele. Suas mãos
se tocaram freneticamente, apalpando e acariciando como se quisessem
constatar que esse momento era mesmo real. Edward desceu a boca pelo
pescoço dela, beijando e mordiscando e voltando novamente aos seus lábios.
A falta que sentira dela era tanta que seu corpo já desperto doía em sua parte
mais sensível. Ele não queria isso, não queria que parecesse que seu desejo era
somente por sexo. Mas como refrear tudo o que sentia por aquela mulher?
Agora ele via que não tinha mais para onde fugir. Ele não tinha mais saída.
Seu destino era ficar com Bella... ou ficar com Bella. Não existia segunda
opção.
Quando se afastaram, ainda ofegantes, Edward segurou firmemente a cabeça
de Bella para que ela não desviasse o olhar.

–Eu aceito.

–Co...como?

–Eu aceito ser seu amante.

–Mas... Edward!

–Eu não quero saber, Bella. Se é apenas isso que represento para você ou se é
apenas isso que você pode me oferecer... eu aceito. Se para ter um pouco de
você eu preciso me sujeitar a isso, então eu o farei.

Bella ficou muda, sem acreditar no que ouvia. Ela nunca imaginou Edward
aceitando esse tipo de proposta. Sempre foi possessivo e até um pouco
ciumento, por isso, essa resposta a pegou completamente desprevenida.

–Além do mais... eu irei descobrir o que há por tras dessa historia. Jacob está
obrigando você a se casar com ele? Está chantageando você?

–Não... claro que não. De onde tirou essa ideia?

–Apesar de ser cego, eu conheço você, Bella. Eu sei da sua moral, da sua boa
índole. Você não iria querer trair uma pessoa da forma como pretende fazer,
mesmo que não a ame. Tem algo de estranho e eu irei descobrir.

–Você está louco.

A vontade de Bella era contar toda a verdade. Não queria mentira entre eles,
mas ela precisava falar com o Jake primeiro. Se ela contasse que seria apenas
de fachada por causa do Billy, Edward jamais iria acreditar que Jake não
tentaria nada com Bella. E abrir o jogo seria expor a intimidade do Jake, algo
que nem ele tinha certeza do que era.

Mas Edward já não se importava tanto com isso. A expressão no rosto de


Bella entregou que havia algo de estranho. Com certeza Jacob a estava
chantageando de alguma forma. E ele iria tirar isso a limpo. Outra hora,
obviamente. No momento tudo o que ele queria era matar a saudade que sentia
dela.

–Onde ele está?

–Quem?
–Seu... noivo.

–Nova Iorque...resolver uns assuntos. Ele... ele volta amanhã.

Disse e mordeu os lábios. Edward sorriu e acariciou a nuca dela, fazendo-a se


encolher e arrepiar- se completamente.

–Hum... quer dizer que estamos bem?

–Eu não posso lutar contra o que sinto. Eu te amo e o fato de ter você aqui
está me deixando...

Balançou a cabeça fazendo Edward rir. Abaixou-se um pouco e mordeu o


lóbulo de sua orelha.

–Molhada?

Sussurrou em seu ouvido, fazendo Bella gemer e agarrar-se a sua camisa.

–Merda, Edward... será que nós podemos sair daqui?

Ela ruborizou, mas não de vergonha. Era o desejo falando mais alto. Para que
pudor com o homem que amava? Ele estava ali, veio atrás dela e declarou seu
amor. O que mais a impedia? Nada.

–Eu só estava esperando um convite da minha...amante.

Bella tentou se afastar, chateada por ver que ele brincava com ela, mas
Edward foi mais rápido e praticamente a esmagou em seus braços, beijando-a
com volúpia. Desceu sua mão até a nádega redonda, apertando-a e erguendo
um pouco seu vestido. Gemeu nos lábios de Bella ao sentir a peça minúscula
que era sua calcinha.

–Vamos baby... eu vi um motel fantástico quando estava vindo para cá.

–Motel? Mas...

–Não acha que irei para sua casa não é? Sei que está morando com ele.

–Tudo bem. Motel.

Edward a puxou pela mão, mas Bella resistiu.

–Edward...isso tudo é serio não é?

Ele acariciou seu rosto e beijou levemente seus lábios.


–A única coisa que não é seria aqui é esse seu casamento absurdo. Fora isso...
eu nunca falei tão serio em toda minha vida. Quero tudo com você. Leva-la
para conhecer minha família, sair com você pelas ruas...tudo. Claro que...terei
que esperar um pouco... até eu me entender com o Jacob.

–O que quer dizer com isso?

Edward sorriu largamente.

–Quando o assunto for você, eu nunca mais irei entrar para perder.

Bella apenas suspirou, pegou sua bolsa e segurou a mão que ele oferecia.
Felizmente Mary já tinha mesmo ido ou seria estranho vê-los desse jeito. Ao
entrarem no carro, Edward beijou Bella novamente antes de dar a partida. Ela
remexeu no banco, inquieta. Edward prendeu um riso. Sabia que quando ela
se comportava assim é porque algo a incomodava.

–Pode perguntar... o que é?

–Nada.

–Ah qual é? Sei que está matutando algo ai.

–Hum...como foi com Victoria? Quer dizer... você disse que descobriu depois
do casamento.

Edward contou cada detalhe do que aconteceu desde o momento em que Bella
saiu da igreja. Várias vezes ela chorou e ele secou suas lágrimas. Saber o
quanto Edward sofreu só aumentou a certeza de que ambos não poderiam
viver separados, seja de que forma for. Eram parte um do outro. O amor que
sentiam exigia ser vivido e deixar seus frutos.

Ao chegarem no quarto de motel, Bella torceu as mãos nervosamente. Parecia


sua primeira vez. Mas de fato era sua primeira vez. A primeira vez sabendo
ser amada. Para Edward também era assim. Era sua primeira vez sabendo que
amava de forma quase louca aquela mulher. Pegou-a no colo e levou até a
cama, sem deixar de olhar dentro dos seus olhos. Deitou-a e se afastou,
admirando sua beleza. Quantas e quantas vezes ficou admirando aqueles
cabelos espalhados no travesseiro? Quantas vezes ficou preso ao brilho
daqueles olhos? Ao sorriso dela na hora do Êxtase? Tudo isso era amor. E
agora sabendo disso, ele tinha certeza que esse momento seria ainda mais
espetacular do que sempre foi.

Sem nunca desconectar seu olhar, Edward tirou a camisa fazendo Bella
suspirar e passar a língua pelos lábios. Os ávidos olhos da morena
percorreram toda a extensão do peito forte até a barriga bem definida, parando
em sua cintura, onde estavam as mãos dele. Edward despiu-se de sua calça e a
boxer parecia pequena demais para comportar sua ereção. Bella roçou uma
perna na outra, mordendo mais fortemente os lábios. Tinha pressa. Queria
passar sua boca pela pele dele e sentir novamente seu gosto. Mas ao contrário
dela, Edward estava calmo. Terminou de tirar suas roupas, ficando apenas
com a boxer preta e se inclinou sobre ela na cama. Beijou-lhe os lábios ao
mesmo tempo em que descia o zíper do seu vestido. Puxou-o para baixo,
revelando seus seios perfeitos com mamilos rosados e já intumescidos de
tesão.

Ao ver sua lingerie de renda preta, Edward parou e Bella sorriu ao notar suas
mãos tremendo. Ele jamais se acostumaria com a beleza de Bella, com a
textura incomparável de sua pele. Colocou-se sobre ela, tirando o peso de seu
corpo e buscando sua boca. Bella prontamente o aceitou, puxando-o pelo
pescoço e gemendo ao sentir o calor de sua pele contra a dela. Edward
também gemeu um pouco alto ao sentir os bicos dos seios em seu peito e não
resistindo desceu a mão até seu sexo, afastando a calcinha e acariciando seu
pequeno músculo inchado. Bella mordeu os lábios dele e se contorceu em sua
mão. Edward sentiu-se vibrar pela entrega de Bella.

–Eu amo... amo a forma como você se entrega a mim. Como sempre está
pronta pra mim.

–Sempre...você me enlouquece.

Puxou-o novamente e ergueu uma das pernas, colocando-a em volta de sua


cintura. Gemeram juntos ao sentirem o contato entre seus sexos, mesmo sob
as peças íntimas. Bella rebolou sob ele, descendo suas unhas pelas costas até
as nádegas de Edward.

–Porra... eu... quero fazer amor com você, Bella. Não me faça perder o
controle.

–Você sempre fez amor comigo, ainda que nem nos déssemos conta. Mesmo
quando você ficava selvagem... ainda era amor.

Gemendo em rendição, Edward atacou a boca de Bella enquanto arrancava


sua calcinha, afoito. Com igual aflição, Bella começou a descer sua boxer,
mas Edward se afastou terminando de retirar a peça. Bella literalmente babou
ao ver seu membro duro, ligeiramente molhado apontando diretamente para
sua entrada. Edward chegava a sentir falta de ar, olhando a pele lisa e macia
da pele dela, brilhante pelos seus próprios sulcos.

Quando Bella pensou que ele iria finalmente se deitar e penetrar seu corpo,
Edward enterrou sua cabeça em meio às suas pernas, passando a língua em
sua fenda úmida. Bella gritou e ergueu os quadris, agarrando-se aos cabelos
dele. O prazer que Edward sentiu foi tão intenso que ele não resistiu e mordeu
a pele logo acima do clitóris de Bella, fazendo-a se remexer e pedir por mais.

Quando Edward penetrou sua língua completamente dentro do seu corpo,


Bella se agarrou aos lençóis da cama, buscando todo seu autocontrole para
não gozar naquele momento.

–Edward... por favor... a saudade é demais.

Atendendo ao seu apelo, Edward se colocou sobre ela, mas Bella implorou.

–Eu quero... chupar você, Edward.

–Não é uma boa ideia, Bella. Eu já não me segurava antes...agora será pior.
Mas teremos a noite toda, querida.

Consentindo, Bella afastou mais suas pernas e enlaçou a cintura de Edward,


cravando suas unhas nos ombros dele à medida que ele penetrava seu corpo.
Ambos se olhavam, ofegantes e com os lábios entreabertos. Quando Edward
estava completamente dentro dela, ele deixou escapar um rosnado, saiu um
pouco e voltou com uma estocada forte e profunda. Louca de paixão, tesão e
amor, Bella enterrou o rosto no peito dele ao mesmo tempo em que lágrimas
desciam pelo seu rosto. Edward percebeu, mas estava tão abalado quanto ela.
Colocou o rosto nos cabelos dela, sentindo o gosto salgado em seus lábios,
mas sem deixar de estocar dentro do corpo amado. Ele rebolou os quadris,
abrindo espaço dentro dela, chamando-a para o prazer. Bella soluçou e
Edward se afastou capturando seus lábios.

Com o rosto colado, eles se encararam, sem parar o vaivém gostoso dos seus
corpos.

–Eu te amo, baby. E apesar de tudo... você é minha.

Bella sorriu entre lágrimas, erguendo mais seus quadris e gemendo ao senti-lo
poderosamente duro e fundo.

–Eu também, meu amor. E apesar de tudo... eu sempre fui sua.

Foi o suficiente para que uma fome animal se apossasse do corpo de Edward e
ele passasse a estocar com força, agarrando o corpo de Bella, beijando sua
boca e sussurrando palavras doces e ao mesmo tempo obscenas. Quando o
orgasmo os alcançou, ambos sentiram seus corpos quase flutuarem,
arrebatados de prazer.

–Amo você...amo você...


Edward repetiu sem parar enquanto inundava o corpo de Bella com seu
sêmen. Ela não tinha forças. Seus gritos ecoaram pelo quarto aumentando
ainda mais a sensação de prazer. Esgotados, não quiseram se separar. Edward
apenas girou o corpo, saindo de cima de Bella, mas puxando-a para junto dele.
Colocou os lábios em sua testa, enquanto acariciava seus cabelos.

De forma um tanto distorcida, estavam juntos. Isso bastava, por enquanto.

******

Depois de se amarem pela terceira vez, Bella ainda com as pálpebras pesadas
de sono, percebeu quando Edward deu um beijo em seu rosto e se levantou.

–Vai onde?

–Preparar a banheira pra gente. Pode ir cochilando enquanto isso, amor.

Bela sorriu fraco ao ouvi-lo chama-la de amor. Era tão bom. Mas então ela se
lembrou que precisava fazer uma coisa. Sentou-se preguiçosamente na cama e
procurou pela bolsa. Edward tinha ligado o som do quarto, e uma musica
suave tocava. Talvez isso o impedisse de ouvir Bella ao telefone.

Discou rapidamente o numero do Jake e ao segundo toque ele atendeu.

–Oi Bella...

–Jake...eu preciso ser rápida.

–Por que está falando tão baixo?

–Edward está aqui comigo.

–FALA SÉRIO! PORRA! SE ACERTARAM?

–Pare de gritar feito louco. Eu contei que vamos nos casar e falei que só
podíamos ser amantes. Ele aceitou.

Bella falou tudo rapidamente, morrendo de medo de Edward ouvir a conversa.

–O que? Ele aceitou ser amante?

–Sim.

Jake ficou um minuto em silêncio e depois suspirou.

–Conte a verdade a ele, Bella. Não é certo... ele deve estar sofrendo.
–Eu irei contar, mas não hoje. Eu sofri...ele pode sofrer um pouquinho.

–Sua alma, sua palma.

–E você, como está?

–Bem. Eu...eu sai com um cara. Está dormindo agora.

–Oh meu Deus... eu te ligo amanhã cedinho, pode ser? Quero saber de tudo.

–Ok.. Estou meio cansado mesmo.

–Mas.... foi bom?

–Eu me encontrei, Bella.

Bella sorriu. Jake era um cara incrível. So esperava que a pessoa que ele
escolhesse soubesse dar-lhe o devido valor. Despediram-se e ela guardou
novamente o celular. Mas antes que se deitasse, Edward apareceu nu e
glamoroso à porta do banheiro.

–Ah... desmancha prazeres. Iria acorda-la de uma forma especial.

–Não seja por isso. Eu finjo que estou dormindo.

–Agora não quero mais.

Edward a pegou no colo e levou para o banheiro. Entrou na banheira e


colocou Bella sobre seu colo. Abraçou-a e colocou a cabeça em seu ombro.

–So quero que me diga uma coisa.

–O que?

–Nós, um dia, seremos um casal? De verdade? Casados... em nossa casa...


com uma Bellinha correndo pelo nosso quintal?

Sua voz soou tão triste que levou lágrimas aos olhos de Bella. E não somente
por isso, mas por ele mostrar que queria uma vida inteira ao lado dela.

Ela se virou e encontrou os olhos que ela tanto amava.

–Não, Edward. Nós já somos um casal. E em breve estaremos casados... em


nossa casa.... e com um Edizinho correndo pelo nosso quintal.
Ele sorriu largamente e a beijou. Agora ele tinha plena certeza do amor entre
eles. Não havia sequer um pingo de dúvida ou incerteza. E para quem
demorou quatro anos para descobrir o amor... aquele Em Breve era muito
pouco tempo.

¨¨¨¨¨¨¨

Sentimentos estranhos dominavam Edward. Felicidade, amor demais, paixão,


saudade, ansiedade...e um pouco de tristeza. Ser amante não era exatamente o
que ele desejava, mas o que mais poderia fazer? Além disso, Bella foi forte
durante quatro anos. Amou-o durante quatro anos sem ter a menor indicação
de ser correspondida. Por que ele não poderia suportar esse peso também? Ele
faria isso por ela, pelo amor dela. Mas claro, iria investigar esse casamento.

Porem, no momento ele não queria pensar nisso. Queria continuar naquela
bolha em que ficou nas ultimas horas com Bella. Foi tudo tão incrivelmente
perfeito. Os corpos dos dois praticamente gritavam um pelo outro. E dessa vez
não era apenas por desejo e luxúria. Era o amor.

–Caralho... AMOR!

Edward agora sorria a todo instante. Infelizmente precisou voltar cedo para
Nova Iorque. Teria uma reunião importante que já tinha adiado uma vez. E
Bella precisava trabalhar. Sem contar que Jacob voltaria a Suffolk naquele
dia.

Parado ao sinal, tamborilando os dedos no volante, Edward quase não


percebeu quando um carro escuro parou a poucos metros de onde ele estava.
Mas logo ficou atento ao constatar que conhecia aquele carro. Já tinha visto
Jacob Black nele, tinha certeza. E sua certeza se confirmou quando o viu
descer do carro e se encostar na lateral. Logo a porta do passageiro foi aberta e
outro homem saiu de dentro do carro. O sinal abriu e os outros carros
buzinaram, obrigando Edward a avançar. Sem ao menos saber por que, ele
estacionou pouco mais a frente e desceu, observando os dois homens. Jacob
passava a mão nervosamente pelo cabelo enquanto o outro homem anotava
algo em seu celular. Depois Jacob tirou a carteira, entregou algo parecido com
notas e voltou a guarda-la.

O homem olhou para os lados e Edward constatou que era bem jovem. Jacob
também olhou e Edward se escondeu atrás do poste. Estava agindo como um
bandido, mas algo o impelia a fazer isso. Então o rapaz aproximou-se um
pouco mais do Jacob, numa atitude intima...e o beijou rapidamente na boca,
afastando-se em seguida. E foi ai que Edward entendeu tudo. Jacob era gay e
estava forçando um casamento de aparências. Ou era bissexual, sabe-se lá. E
iria enfiar Bella naquela sujeira? Nunca!
Enfurecido, Edward caminhou até ele, a mão já fechada em punho. Ao ver que
Jacob iria entrar no carro, ele gritou.

–JACOB!

Jake se virou e ao fazer isso foi acertado pelo punho de Edward, fazendo-o
cambalear e bater as costas no carro.

–Seu porco imundo... achou que ninguém nunca saberia?

–Que palhaçada é essa?

–Eu que digo isso, sua bicha mal comida. Obrigando Bella a se casar para
disfarçar sua perversão?

Jake riu alto, divertindo-se com a confusão e a braveza de Edward. Mas ele
não estava para brincadeira. Acertou outro soco em Jacob e isso o enfezou.
Partiu para cima de Edward também, caindo sobre ele. Primeiro acertou o
soco, depois imobilizou-o com facilidade impressionante.

–Nunca contei que sou faixa preta, Cullen? Que já fui instrutor de defesa
pessoal?

–Estou me fodendo pra isso. Vou acabar com sua raça, ordinário. Quem você
pensa que é para fazer isso com Bella?

–E quem você pensa que é para ter feito tudo o que fez a ela? Aliás...esse soco
não foi revide, foi por ter se casado com Victoria e feito minha amiga chorar.

Edward empalideceu. Era só o que lhe faltava...levar sermão do homem que


estava roubando sua mulher de forma nada legal. Mas de repente Jake
começou a rir... riu muito alto, ainda imobilizando Edward.

–Pensando bem, até que você é gostoso quando está com ciúmes. Morrendo
de ciúmes do meu casamento não é?

Edward com raiva tinha uma força fora do comum. Conseguiu se desvencilhar
do Jacob e acertou outro soco, dessa vez em seu peito. Mas Jake revidou,
acertando seu rosto apenas de raspão, mas o suficiente para fazer seu lábio
sangrar.

–você não passa de um imbecil. Mas é o imbecil que ela ama.

Aproveitando-se da distração de Edward, Jacob se colocou sobre ele,


imobilizando-o de novo, com o braço apertando seu pescoço.
–Agora só pra constar... nosso casamento é só fachada. Fique tranquilo
príncipe... não vou tocar em sua princesa.

Jacob se colocou de pé num salto, gargalhando da cara de idiota com a qual


Edward estava.

–Eu já a autorizei a contar a verdade, Cullen.

Caminhou tranquilamente até o carro e deu a partida, ainda rindo da cara de


Edward que agora estava sentado na calçada. Durante todo o caminho Jake
gargalhou. Aqueles dois eram divertidos demais. Seria até bom se morassem
perto. Algo lhe dizia que o casal Edward e Bella ainda iriam fazê-lo rir muito.

Edward continuou sentado na calçada, uma das pernas encolhidas junto ao


peito.

“Agora só pra constar... nosso casamento é só fachada. Fique tranquilo


príncipe... não vou tocar em sua princesa. Eu já a autorizei a contar a
verdade, Cullen. “

Edward riu ao se lembrar das palavras do Jake. Passou a mão em seu lábio
cortado, limpando o sangue.

–So fachada....como eu imaginei. E Bella está autorizada a me contar hein?

De repente Edward explodiu numa sonora gargalhada. Estava bem óbvio o


que ela pretendia escondendo a verdade dele.

–Ah Bella...sua menina má...acho que algumas horas de castigo cairiam bem.

Levantou-se, descomposto, mas ainda rindo. Deveria estar parecendo um


louco. E estava louco mesmo. Louco de amor, louco de felicidade. Agora o
mundo lhe pareceu finalmente chegar ao seu lugar.
Capítulo 14
Capítulo 14
Jogada languidamente em sua cama, Bella sorria feito uma garotinha boba.
Sabia que tinha que sair dali e ir para o trabalho, mas a vontade de ficar ali,
sonhando e recordando as ultimas horas ao lado de Edward a impediam de se
levantar. Às vezes literalmente se beliscava, tentando acreditar que aquilo
tudo era verdade. Estavam juntos novamente. E o mais extraordinário de
tudo... ele aceitou ser seu amante. Vez ou outra o remorso a dominava e Bella
tinha vontade de contar a verdade a ele. Mas Edward mereceu aquele
sofrimento. Não iria, é claro, levar aquela farsa adiante. Jake já tinha dito que
poderia contar a verdade, então ela o faria na próxima vez em que se vissem.
Ainda mais que conhecia Edward muito bem e para ele ir atrás do Jake e socar
a cara dele não iria demorar muito.

Pensar nisso a fez se lembrar que ficou de ligar para o Jake logo pela manhã.
Pulou da cama, ainda só de camisa e calcinha e pegou o celular. Jake atendeu,
mas nem deu tempo para que Bella falasse nada.

-Estou dirigindo, gata. Mas já estou chegando em casa.

Apenas isso e desligou. Bella então resolveu tomar um banho. O cheiro


másculo daquele homem ainda estava em sua pele, em sua boca, em seu sexo.
Tomou um longo banho, lavou os cabelos, cantou e dançou sob a ducha.
Enrolou-se na toalha e ao chegar ao quarto encontrou Jake sentado em sua
cama, as sobrancelhas erguidas e um sorriso cínico. Mas não foi isso que
chamou a atenção de Bella e sim uma feia mancha roxa logo abaixo do olho.

-Jake... o que é isso?

-O que foi essa euforia no banheiro? O que uma noite de sexo com Edward
Cullen não faz heim?

Bella sorriu, as bochechas avermelhadas. Mas logo voltou a ficar seria.

-Não mude de assunto. Que marca é essa ai? Andou brigando, Jake?

-Sim. E adivinhe com quem?

Bella abriu a boca ao notar o sorriso debochado dele. Não podia ser.

-Edward?

-Lógico. Eu disse a você para contar toda a verdade, Bella. Ele me viu na rua
e me socou.

-Oh meu Deus, Jake. Sinto muito...

-Sabe que é culpa sua, não? Se tivesse contado a verdade a ele...

-eu sei. Mas eu vou contar, eu juro.

-Bah... mas me conte ai...como foi?

-Nada disso. Eu quero saber de você.

Jacob se jogou na cama e fez um gesto com a mão para que Bella se sentasse
ao lado dele.
-Eu estava tão pra baixo, Bella. Sabe... de repente senti o peso de tudo em
minhas costas. A doença do meu pai, essa minha incerteza, você e Edward que
são dois cabeças duras... enfim. Eu precisava relaxar, entende? Resolvi fazer o
que você disse... e procurei uma agência. Procurei por um garoto de programa.
Enquanto eu seguia para o motel, por várias vezes tive intenção de voltar e
desistir. Ficava pensando como eu iria agir quando chegasse lá. Não é como
estar com uma mulher, sabe? Pelo menos eu pensei assim. Mas então ao ficar
cara a cara com o Fred... sei lá... foi tão natural. Eu sempre pensei que sexo
entre homens fosse algo brutal, mas me enganei. Ele foi carinhoso... era como
se eu fosse a mulher.

-E foi bom?

-Foi incrível. Eu nunca senti tanto prazer na vida. Nem mesmo com você que
é um furacão na cama.

-Obrigada pelo furacão.

Os dois riram e Jacob a puxou para um abraço.

-E irão se ver novamente?

-Sim.

-Fico feliz por você. De verdade.

Obviamente Jacob não contaria a ela que Edward já sabia de sua situação.
Jacob já pensava em algo e iria ligar para Edward. Caso ele aceitasse... seria
divertido ver a cara de Bella.

-Já encontrou o vestido?

-Olhei em alguns lugares, mas não me decidi ainda.

-Ótimo. Eu irei ajudar você.

-O noivo não pode ver o vestido, Jake.

Ele rolou os olhos e se levantou.

-Ridícula. Faço questão. Só irei até o hospital ver meu pai e volto para sairmos
por ai. Sei que você é bem capaz de escolher algo simples demais.

-Não vejo razão para ser diferente.

-Quero você feito uma princesa, Bella.


Jacob se aproximou dela novamente e agachou ao lado da cama.

-Bella... prometa para mim que quando estiver realmente com Edward... não
irá desistir de tudo. Quero dizer... dos estudos e de trabalhar.

-De forma alguma, Jake. Edward irá entender meu lado. Eu acho...

-Espero que sim. Porque aquele lá... eu vou te falar heim? Aquele sujeito é
louco. Mas o infeliz te ama e isso já basta para que eu goste dele.

Bella se jogou nos braços do Jacob, caindo ambos no chão.

-Você é uma pessoa incrível, Jake. Obrigada por tudo.

-E você étao maluca quanto seu namorado. Agora me deixe ir. Está
dispensada do trabalho hoje, já que está matando serviço há horas. Pode ficar
ai sonhando com seu príncipe.

-Ok chefe. Vou ficar quietinha.

Jacob saiu sorrindo, deixando uma Bella sonhadora na cama. Assim que
entrou em seu carro ele ligou para o numero conhecido. O numero que ligou
tantas vezes à procura de um programa. Mas o assunto agora era outro.

-Jacob.

-Sim, Edward... eu mesmo. Queria agendar um programa com Isabella Swan.

Um minuto de silêncio e a explosão, fazendo Jacob gargalhar.

-VA SE FUDER SEU ANIMAL. EU AINDA MATO VOCÊ POR TER


ENCOSTADO NELA UM DIA.

-Vai ter que matar metade da população masculina de Nova Iorque, Cullen.

-O que você quer?

-Mal educado. Escute... eu tive uma ideia e acho que você irá gostar de me
ouvir.

Jacob não se enganou. Era óbvio que Edward iria aceitar. Não era louco. Após
desligar ele ainda continuou sorrindo. Ele e Edward seriam grandes amigos,
tudo por causa daquela maluca chamada Isabella Swan.

Parou de sorrir ao chegar ao Hospital. Era a hora mais triste do seu dia. Ver
seu pai naquela situação.
Nova Iorque

Foi preciso ler o mesmo contrato três vezes. Edward simplesmente não
conseguia se concentrar. Estava com sono e com o corpo dolorido, provocado
pela noite agitada com Bella. Ainda custava a crer que a tinha novamente em
sua vida. Precisava agora se controlar ao máximo para não fazer nenhuma
besteira. Sabia que era explosivo demais e isso um dia ainda iria prejudica-lo. 
Aliás, ele já estava se remoendo, pensando em como agir com Victoria. A
maldita obviamente se negou a entrar em qualquer espécie de acordo, assim
como avisou que não iria assinar o divórcio. Dar uma surra nela estava fora de
questão, afinal não só seria preso como corria o risco de perder muita coisa,
inclusive Bella. Além do mais... Victoria era vítima. Ela não tinha culpa de ser
noiva de um idiota que sequer soube perceber que durante quatro anos esteve
apaixonado por outra. Precisava pensar numa estratégia. Ainda mais depois
daquele telefonema do Jacob.

Pensar nele fez Edward recostar-se na cadeira e gargalhar. Quem diria que
aquele moreno marombado fosse gay? Parou de rir ao se lembrar de Bella.
Maldito. Se era gay porque usou e abusou do corpo da sua mulher tantas
vezes? Essas bichas enrustidas! Mas o importante é que agora Edward não
tinha nada contra ele. Aliás... Edward era super amigo de qualquer homem
que não desejasse sua mulher, ou seja... pouquíssimos.

-burro.

Falou de si mesmo. Logico que era um burro. Se tantos homens usufruíram de


Bella, a culpa era exclusiva dele. Por um momento devaneou, imaginando
como seria a vida deles se desde a primeira vez tivesse percebido que queria
algo mais com ela. Casados? Com certeza? Filhos? Talvez. Mas agora não
adiantava ficar lamentando. Tinha muito trabalho pela frente. E era tanta coisa
que precisou enumerar. A primeira de sua lista era: conversar com a família.
Logo depois iria procurar seu advogado. E o resto do tempo seria ocupado
com ideias para castigar Bella por tentar engana-lo.

Assinou os contratos que estavam pendentes em sua mesa e saiu, indo


diretamente para a casa dos pais.

****

Rose segurava um sorriso satisfeito, observando seu irmão assumir


definitivamente o rumo de sua vida amorosa. Depois da confusão do seu
casamento, Rose sabia que Carlisle não seria empecilho. Ele mesmo procurou
a filha e pediu desculpas por muitas vezes ter sido fraco e relapso, acatando
todas as ordens da esposa como um cachorrinho. No fundo Rose sabia que ele
seria eternamente assim, mas agora ele sabia que seus filhos aprenderam a
dizer Não. Apenas Esme continuava com sua chantagem emocional barata,
mas que felizmente parecia não funcionar mais com Edward. Ele se ajoelhou a
frente da mãe que limpava as lágrimas.

-Eu não vou aceitar isso, Edward. Não vou.

-Mãe... eu te amo. Mas eu sinto muito... não tem que aceitar ou deixar de
aceitar. É a minha vida e a partir de agora eu dito as regras. Durante muito
tempo eu mesmo tive algum preconceito com certas coisas, mas isso acabou.
Eu não quero alguém para desfilar para a sociedade. Eu não quero alguém
nascido em berço de ouro, que fale muitas línguas, que conheça muitos países.
Eu quero alguém que me faça sorrir, alguém que me faça ter vontade de
acordar todos os dias, trabalhar e voltar para casa. Eu quero alguém me ame e
me  aceite do jeito que eu sou. E eu já encontrei essa pessoa. Victoria não é e
nunca foi essa mulher. Ela pode ser a nora que você escolheu, por ser tão
diferente do mundo do qual você veio.

Esme arregalou os olhos e Rose olhou deles para CArlisle que baixou a
cabeça. Ele já tinha dito a ela a verdade sobre a mãe, logo depois de ter
contado a Edward.

-O que? O que... o que quer dizer com isso?

Edward se levantou e calmamente colocou as mãos no bolso.

-Eu sei de tudo, mãe. Eu sei da sua historia. Sei o que a senhora mais
abomina. Em minha opinião... deveria se orgulhar. Acho que tem de ser muito
mulher, muito forte para se sujeitar a certos “trabalhos” para não morrer de
fome. Não matou e não roubou ninguém.

-VOCÊ NÃO SABE DO QUE ESTÁ FALANDO.

Pela primeira vez, Rose e Edward viram a mãe perder a compostura. Mas
Edward não estava se importando. Era sua vida e a única coisa que ele exigia
a partir de agora era respeito. Não só com ele, mas principalmente com Bella.

-Eu sei... e como sei. Bom... eu ainda tenho muito que fazer. Já estou indo.

-VOCÊ NÃO PODE, FILHO. NÃO PODE.

Edward se despediu do pai e de Rose.

-Ainda quero falar com você, Edward. É importante.

-La fora, Rose.


Antes de sair, Edward ainda olhou para o rosto transtornado e raivoso da mãe.

-A propósito, mãe... a mulher da minha vida teve a mesma profissão que a


senhora. E é a mulher mais digna que conheço.

-NÃO.

Esme berrou ao ouvir suas palavras. Não acreditava que o filho tinha se
envolvido com uma prostituta quando tinha Victoria, uma dama da sociedade
louca de amor por ele. Era decepção demais para uma mãe.

Na varanda da casa, Rose entregou um cartão a Edward.

-Você precisa entrar em contato nesse número... urgentemente, Edward. Mas


como eu sei que você é meio lento, eu já pensei em tudo o que você deve
fazer.

-De quem é esse número?

-Ouça o que eu tenho a falar primeiro, inferno.

-Diaba...fale logo.

A cada palavra de Rose o semblante de Edward ia se modificando. Sua irmã


só pode ter bebido ou se drogado para falar tanta asneira assim. Ela tinha
noção do que estava falando? Mas Edward percebeu que ela falava serio.
Inacreditavelmente serio.

**********

Eram quase dez da noite quando a ultima garota entrou no escritório de


Edward. Recebeu um olhar tão gelado que se encolheu ao lado de Irina.
Edward estava cansado, irritado e seu dia ainda não tinha chegado ao fim.
Nem teve tempo de ligar para Bella e ouvir sua voz. Na verdade, sua vontade
era de dirigir pelas próximas duas horas só para ter o prazer de passar a noite
ao lado dela. Mas tinha assuntos inadiáveis.

Edward olhou para o rosto de cada uma das meninas e suspirou. Agora
faltavam duas: Bella e Jessica. Assim que chegou pela manhã, foi avisado por
Jasper que Jessica comunicou que não mais trabalharia para Edward. Na
verdade, ele preferia assim. Desde quando ela se insinuou pra ele, vinha
pensando em dispensa-la. Mas ela felizmente facilitou as coisas para ele.

-Bom... vocês já estão de posse da agenda de vocês. Alguma dúvida?

Só balançaram a cabeça negativamente.


-Ótimo. Outra coisa que quero dizer é que... a partir de hoje algumas coisas
irão mudar em relação ao que vocês recebem e outras coisinhas, nada demais.
Jasper já elaborou o documento e quero que leiam com bastante atenção antes
de assinar. Não precisam me devolver hoje, obviamente, já que muitas de
vocês já tem compromisso para agora. Acho que é só isso. Aqui estão os
envelopes de vocês da ultima semana. Se não tiverem nada a perguntar... estão
dispensadas.

Como sempre elas nada disseram. Edward ainda iria descobrir porque eram
tão silenciosas com ele. Sabia que não eram assim com o Jasper. Deixando
esses pensamentos de lado, ele pegou o endereço de onde deveria ir agora.
Inferno... odiava fazer as coisas no escuro. Mas confiava sua vida a Rose. Ela
mais do que ninguém sabia o quanto sofreu por causa de Bella. Não faria nada
que pudesse prejudica-lo com ela.

Entrou no carro na garagem privativa do prédio e seguiu em direção ao


luxuoso bairro. Chegando lá, procurou pelo numero informado no cartão e
parou em frente a uma mansão austera e elegante. Adentrou os portões já
abertos, desceu do carro e foi em direção à entrada. Estranhou o fato de haver
uma espécie de recepção e não uma sala ou hall de entrada.

-Boa noite. Eu agendei um programa com Lorrane Smith.

A moça loira balançou a cabeça, completamente abobalhada com o homem


maravilhoso a sua frente. Era seu primeiro dia na recepção daquele motel
disfarçado de casa e logo era presenteada com a visão de um Deus.

-Moça?

-Ah sim... desculpe... senhor Jean Michel Rousseau?

-Oui...

Edward disfarçou, falando francês, mas duvidava que a moça entendesse


aquela simples palavra.

-Quarto 503, senhor.

Edward agradeceu e seguiu pela direção apontada pela moça que continuou
suspirando até ele desaparecer. Parou em frente ao quarto 503 e bateu
levemente na porta. Abriu-a e entrou, observando o quarto escuro, iluminado
apenas pela luz das velas. Tinha um cheiro bom e afrodiaco. Pensou em se
sentar, mas desistiu quando uma música começou a tocar e logo viu a silhueta
curvilínea. Luzes vermelhas se acenderam e então sua boca se escancarou.
Um grito ficou entalado na garganta da ruiva que via o quase ex marido à sua
frente.
-Victoria?
Capítulo 15
Capítulo 15
Apenas uma melodia baixa podia ser ouvida naquele quarto. Parecia que até
mesmo a respiração das duas pessoas que se encaravam estava suspensa.
Dezenas de coisas passavam pela cabeça de Edward nesse momento, mas
nenhuma delas fazia algum sentido. Aquela cena era o que ele realmente
estava pensando nesse momento? Não poderia ser. Além de irônico, seria
sorte demais para ele.

Mas Victoria começava a entrar em pânico. Tudo o que tinha planejado nesse
tempo ameaçava ruir. Como ele descobriu? Porque se ele se deu ao trabalho
de dar um nome falso, com certeza ele já sabia quem era Lorrane Smith.
Enquanto se encaravam, Victoria viu a expressão em seu rosto mudar de
confusão para deboche... e agora raiva. Seu único pensamento nesse momento
foi correr. Entrar novamente no banheiro e aproveitar que seu celular estava lá
e pedir por socorro. Porem, antes que ela sequer desse um passo, Edward já
avançava sobre ela, segurando-a pelos braços e prensando-a contra a parede.

Ela sabia que não passava de raiva, mas não pode deixar de se lembrar de
quando ele a pegava assim no auge do desejo. As imagens nem eram mais tão
nítidas. Há anos sexo entre eles não era a mesma coisa. Ainda assim não pode
deixar de se excitar com sua pegada.

-Nem pense em fugir Victoria. Temos uma cena típica de um programa de


prostituta e você vai me explicar o que significa isso. Justo você, tão
santinha... tão moça recatada. O que deu em você hã?

-Eu... eu posso explicar, Edward. Não é nada disso do que está pensando.

Victoria pensou rápido. Aprendeu a arte da mentira e malandragem


justamente com esse que estava a sua frente. Edward andava ocupado demais
com sua mulherzinha, correndo atrás dela feito cachorro. Não tinha tempo
para ficar investigando a ainda esposa. Alguém armou isso para ela e Victoria
precisava reverter esse jogo.

-Eu só... só queria uma chance de te conquistar e...

-PARE. Nem me venha com essa. Está querendo dizer o que? Que Rose
armou com você? Que Rose me deu seu telefone propositadamente para que
pudéssemos nos reconciliar?

Edward gargalhou e mesmo com  todo medo e raiva que Victoria estava
sentindo, sua vontade foi de beija-lo.
-Nem se ela estivesse drogada faria isso. Desembucha logo. Sempre fez
programas? Mesmo quando estava comigo?

Apertou ainda mais seu braço e Victoria gemeu.

-Não. Eu juro que não.

Era verdade. Victoria jamais se prostituiu, mesmo porque nunca precisou.


Vinha de família rica e tinha um noivo ainda mais rico. Mas obviamente
sempre saiu com outros homens para se aliviar. Precisava ter o que Edward
vinha negando há um bom tempo. Victoria respirava, transbordava sexo e as
noites em que Edward simplesmente desaparecia eram insuportáveis. Estava
dando certo assim. Ele nunca desconfiou de nada. Ela sempre escolhia
homens discretos. Mas tudo começou a desandar no momento em que soube
que seus pais viviam de aparências e algumas fraudes. Estavam falidos.
Pobres.

Mas Victoria não se importou tanto, afinal iria se casar com Edward. Mas
como sua maré de azar só aumentava... ele resolveu descobrir que amava a
vadia com quem traiu Victoria por anos.  Agarrou-se desesperada a negativa
do divórcio, enquanto pensava no que fazer para trazer Edward novamente
para si. Entretanto, não poderia viver sem seus luxos, sem suas idas ao
shopping, sem seus cartões de crédito. E como também não poderia viver sem
sexo... uma coisa levou a outra. Uma amiga... ou melhor uma colega, já que
não considerava mulheres como amigas, deu-lhe a ideia de prostituição de
luxo. Victoria se deslumbrou logo nos dois primeiros programas. Horas
ininterruptas de sexo...e muitos dólares.

Mas nem bem começou e já foi descoberta. Como aquela ordinária da Rose
descobriu? Victoria sempre a odiou e agora odiava mais do que nunca.

-O que é então?

-Eu...eu... eu só queria saber como é. Talvez assim você voltasse a gostar de


mim e...

-Pare com isso Victoria. Será que não percebe que isso não cola comigo? E
quer saber? Não me interessa o que está fazendo e por que. Eu já tenho motivo
mais que suficiente para anular essa merda de casamento. Iremos agora ate
meu advogado e você vai confirmar quando eu disser que esse casamento será
anulado porque descobri que você se prostitui.

-Não. Nunca. Edward... como vou olhar para a cara da sociedade? Eu não
posso e não vou fazer isso.
-Deixe de ser ridícula. Não pensou na sociedade quando se abria para
qualquer um. E além do mais, ninguém saberá o motivo.  Só o juiz e meu
advogado.  E não se preocupe. Eu lhe darei uma boa quantia em dinheiro
como... danos morais.

Eles se encararam. Victoria sabia que Edward poderia destruir sua vida em
questão de segundos se quisesse. Não estava disposta a entrar numa queda de
braço com ele. Não agora que sequer tinha condições de pagar um bom
advogado.

-Tudo bem. Mas eu digo quanto eu quero.

-Não importa. Eu pago. Agora tire essa roupa de puta, fique apresentável e
vamos falar com Demetri.

-Mas hoje?

-Agora. Eu o pago bem demais para se recusar a me receber, apesar da hora.

Enquanto caminhava de volta ao banheiro, Victoria ainda pode ouvir a voz de


Edward gritando para que não tentasse nenhuma gracinha. Não faria isso.
Estava mesmo derrotada... mas apenas por enquanto.

*****

-Tem certeza disso, Edward?

-Absoluta, Demetri.

Edward não entendia toda aquela relutância de seu advogado. Sabia que
aquele seria o caminho mais curto, menos demorado. O divórcio seria inviável
agora. Então... por que pensar tanto? Victoria já não tinha colocado as cartas
na mesa? Edward tinha que confessar que estava surpreso. Victoria queria que
mudassem os argumentos. Assumiria que só estava se casando por interesse,
já que seus pais estavam falidos. Essa sim foi a grande surpresa da noite, mais
do que saber que ela estava fazendo programas. E somente se o juiz achasse
que esse não era um motivo para anulação do casamento, ela confessaria  que
estava fazendo programas.

-Está bem claro ai o que você leu. Pode repetir, por favor?

-O casamento pode ser anulado quando houver  erro sobre a honra e boa
fama, ou seja quanto à má ou desonrosa conduta do outro cônjuge antes do
casamento, como por exemplo o homossexualismo, uso de drogas,
prostituição, etc .
-Então... se o primeiro motivo não for suficiente... partimos para o segundo. E
quero que você faça isso amanhã, Demetri. Assim que surgir a primeira
claridade em sua janela.

Demetri encarou o homem a sua frente, ainda pensativo. Depois de


combinarem e inclusive terem feito Victoria assinar um documento,
garantindo que não voltaria atrás, ela se foi, deixando os dois a sós.

-Pode me dizer o que está pensando? Acha que ela irá fugir? Voltar atrás?

-Acredito que não. É a reputação dela que está em jogo. Apesar de tudo ela
preza isso. Sabe que ainda pode conseguir um bom casamento. E sabe também
que você pode acabar com a vida dela, se quiser.

-Com certeza. Então o que é?

-Não sei... ela se conformou rápido demais. Tem certeza que ela não tem
nenhuma carta na manga, Edward?

-Claro que não. O que ela poderia ter?

-Não sei. Mas fique atento. Amanhã então eu irei até o juiz. Não saia da
cidade porque esses casos não costumam ser demorados.

-Tudo bem. Obrigado mais uma vez, Demetri.

-Disponha.

Edward saiu da casa do advogado, conferindo as horas. Mesmo se estivesse de


madrugada, ele iria ate a casa dela. Era incrível como Edward conseguia ser
lerdo quando o assunto envolvia Bella. Ele sabia disso. Sabia que ficava um
frouxo. Não conseguia pensar direito. E graças a Deus ele tinha Rose. Se não
fosse ela abrindo seus olhos, ele provavelmente ficaria mendigando o
divorcio, pois não tinha ideia de como fazer Victoria assina-lo. Mas agora ele
precisava, além de agradecer, procurar saber como ela descobriu isso tudo.

Chegou ao apartamento dela e subiu direto ao seu andar. O porteiro já o


conhecia muito bem para não precisar anuncia-lo. Colocou o dedo na
campainha e o deixou lá, ate que ouviu passos apressados, um xingamento e
em seguida a porta foi aberta por Rose, que vestia um longo robe vermelho.

-Tinha que ser você. O que quer a essa hora?

Antes que respondesse, viu um armário surgir logo atrás dela, usando um
roupão vinho. Edward apenas ergueu a sobrancelha e encarou o motorista.
-Atrapalho?

-Obviamente.

-Foda-se.

Falou e foi entrando, ainda olhando Emmett de cima a baixo.

-Olá Edward.

-Ainda vamos conversar sobre isso, sabe disso não é?

Rose rolou os olhos e se sentou ao lado do irmão.

-Conversar merda nenhuma. Essa é minha vida. Você mal da conta de cuidar
da sua e quer da opinião na minha?

Edward a encarou por um longo tempo antes de puxa-la para os seus braços.

-Obrigado. Muito obrigado por tudo.

-Conseguiu pegar a ordinária?

-Deus do céu... você é detetive? Como você consegue essas coisas, Rose?

-Digamos que foi um golpe do destino.

-Pode me explicar isso?

-Bom... já que você atrapalhou  meu momento íntimo... nada mais me resta a
fazer. Sente-se aqui Emmett.

Sob o olhar acusador de Edward, Emmett se sentou o lado de Rose e passou o


braço em volta da sua cintura.

-Bom... acho melhor começar contando como foi que descobri que você
“explora mulheres”.

Edward fechou o semblante.

-Não é bem assim.

-Cale a boca e me escute. E não me interrompa.

Rose o olhou firmemente antes de começar seu relato.


-Quando eu ainda estava casada com o James, resolvi sair para beber e
espairecer um pouco. Sabe o quanto estava infeliz e precisava respirar um
pouco longe dele. Estava num pub, bebericando no balcão quando uma moça
se sentou ao meu  lado. Parecia que já estava levemente alcoolizada. 
Conversava sozinha e reclamava da sorte. Eu me lembro dela ter dito: uma
sonsa como aquela. O que ele viu nela?

Rose se remexeu no sofá e jogou os cabelos para trás.

-Resolvi puxar assunto e perguntei se estava sofrendo por amor. Ela disse que
não era bem amor. Mas que ficava furiosa ao ver que ela tão bonita sequer
conquistava um olhar do chefe, ao passo que a outra branquela e feia vivia
pulando em sua cama.

Edward arregalou os olhos. Falava dele?

-Então eu perguntei se ela era secretária do chefe e ela gargalhou. E me disse


que era uma garota de programa e seu chefe nada mais era que seu cafetão.
Então começou a falar o quanto ele era lindo, gostoso, delicioso. Mas que nem
dava bola para ela ou para as colegas.

Rose disse e riu alto, vendo a expressão de espanto no rosto de Edward.

-Estava falando de mim? E essa branquela era a Bella? Quem foi essa maldita
Rose? Fale agora ou...

-Ou nada. Cale a boca e me escute. Então ela riu amargamente e disse: quem
diria que o bem sucedido Edward Cullen tivesse uma empresa de fachada e
fosse um cafetão?

Edward se levantou  no mesmo instante e começou a andar de um lado a


outro. Da mesma forma que contou a Rose, poderia ter contado para qualquer
outra pessoa. Percebendo o que se passava na cabeça do irmão, ela tratou de
acalma-lo.

-Não se preocupe. Eu disse que ela que parecia alcoolizada, mas ela estava


sóbria. Arrependeu-se de ter falado e pediu pelo amor de Deus para não contar
a ninguém. Aquilo foi só um desabafo e blábláblá.

-Mas...ela não reconheceu você?

-Eu só apareci em público pouquíssimas vezes, Edward. Sabe que odeio


exposição. Ela não reconheceu, com certeza. Quer dizer... pode até se lembrar
de ter me visto em alguma revista ou jornal, mas com certeza não ligou meu
nome a você.
-Qual o nome dela, Rose?

-Eu a encontrei novamente, Edward. Dessa vez eu esperava por Emmett. Ela
nem se lembrou de mim, já fazia tempo. Mas eu a ouvi falando ao telefone. E
falava sobre Victoria. Que agora as duas estavam trabalhando para o mesmo
cafetão. E debochou...dizendo que você gosta mesmo de uma pu...

Edward berrou, com raiva.

-QUEM É ELA?

-Jessica Stanley.

Rose disse, simplesmente. Edward ficou parado, completamente pálido.


Aquela desgraçada que deu em cima dele e agora não trabalhava mais com
ele. Aquela ordinária que poderia ter fodido com sua vida, se tivesse exposto
seu segredo para outra pessoa. E agora ela estava bem  perto de Victoria. Isso
não era um bom sinal... não era.

-Ela disse o nome fictício de Victoria?

-Sim. A pessoa do outro lado da linha parecia interessada.

-Merda. Isso ainda vai dar merda. Estou sentindo isso.

-Relaxe, Edward. Se essa tal Jessica quisesse prejudicar você ela já teria feito
isso.

-Mas antes eu só não dava boa para elas, Rose. Dessa vez eu coloquei Jessica
em seu devido lugar.

-Ai ai ai... o que você fez, Edward?

Edward relatou os últimos acontecimentos, não gostando nada da cara de Rose


ao ouvir o que ele dizia.

-Realmente é preocupante. Não vou dizer que você é um burro porque não
sabia ainda da historia.

-Culpa sua. Se tivesse me contado isso há mais tempo certamente eu não a


teria humilhado da forma como fiz.

-Provavelmente ela nem estaria trabalhando para você... e talvez nem


viéssemos a saber sobre Victoria. Portanto pare de ficar se lamentando e
vamos pensar no que fazer . Acho que deveremos ficar de olho nessa Jéssica.
-Ótimo. Faremos isso. Mas agora... que tal me contarem como começou esse
rolo de vocês?

Falou apontando de Rose para Emmett. Este ficou totalmente sem graça, mas
Rose o abraçou mais forte e sorriu.

- Não há nada a dizer. Eu o conheci por acaso, nos apaixonamos e agora


estamos buscando nossa felicidade. Coisa que você deveria estar fazendo
também.

-E estou. Aliás... quero te contar algumas coisas...

E então Edward deu um sorriso largo. Mas o mais importante: era um sorriso
feliz. Feliz como há tempos Rose não via.

*****

Contrariando as ordens de Demetri, às seis da manhã do dia seguinte, Edward


chegava a Suffolk. Estava ainda entrando na cidade quando pegou o celular e
fez uma ligação. Aguardou pacientemente até que a voz do outro lado atendeu
com um pouco de irritação.

-Eu espero que seja algo urgente para me ligar a essa hora da manhã, maldito.

-E é muito urgente, Jacob.

-O que é Cullen?

-Eu preciso ver Bella. Estou louco de saudades.

Silêncio do outro lado da linha e logo depois a voz raivosa, mas ao mesmo
tempo debochada do Jake foi ouvida.

-Porra... que coisa mais gay. Está me dizendo que não está se aguentando de
saudades. Está aqui por acaso?

-Acabo de chegar. E seria coisa gay se tivesse vindo de você, seu...seu...

-Olhe lá o que vai dizer. Eu posso não permitir que veja a Bella.

-Eu ia dizer boiola.

-Ah é? Então não é ofensa.

Edward rolou os olhos, mas riu internamente.


-Dê-me vinte minutos para tomar um banho e venha para minha casa. Sei que
já deve ter o endereço. Bella não irá acordar tão cedo. Dei o dia de folga para
que pudesse apressar as ultimas coisas para o casamento. Além do mais,
formos dormir tarde.

Edward sentiu o ciúme percorrer cada célula do seu corpo. Totalmente


infundado, é claro. Mas Jacob já gostou de mulher... quem irá saber se não vai
querer novamente?

-Hum... posso saber por quê?

Jake gargalhou do outro lado. Até podia enxergar a cara enciumada de


Edward.

-Porque ficamos bebendo e jogando conversa fora. Ela falava sobre o homem
que amava. Segundo ela é o homem mais perfeito do mundo. Bom... como
você é um idiota, não sei de quem ela estava falando.

Edward não pode deixar de sorrir e sentir seu coração disparar. Não havia
melhor sensação no mundo por saber que era amado por Bella.

-Já estou chegando.

Foi tudo o que disse antes de acelerar em direção a casa do Jacob. Enquanto
Bella continuava dormindo, Jake tomou um banho e se arrumou em tempo
recorde. O café da manhã era sempre servido às sete da manhã por sua
empregada, portanto já deveria estar quase pronto.

Esperou por Edward na porta para que não precisasse ser anunciado. Rolou os
olhos quando ele chegou cantando pneus. O homem desceu esbaforido, como
se tivesse ido resolver uma questão de vida ou morte.

-Oi Jacob.

-Oi Cullen. Entre.

Foram para a sala e Jake falou mais baixo.

- Assim que subir as escadas, o quarto dela é o segundo a direita. O café da


manhã está pronto e já pedi a Maria que prepare uma bandeja, assim você
pode se mostrar para Bella. Sei que deve ser uma negação na cozinha mesmo.

-Mas sou bom em outras coisas.

-Ótimo. Então vá mostrar suas outras coisas a ela. Estou saindo e só volto à
noite.
-Obrigado Jacob.

Edward falou e Jake percebeu que ele estava sinceramente agradecido. Bateu
de leve no ombro dele.

-Não há de que. Mas só mais uma coisa... não se esqueça do nosso trato.
Portanto... mantenha a boca dela ocupada. Não a deixe contar a verdade a
você.

-Ok... eu sei como manter a boca da minha Bella ocupada.

-Porco.

Maria chegou com a bandeja e entregou a Edward. Ele e Jake se despediram e


então subiu as escadas, indo na direção que Jake indicou. Abriu a porta
lentamente e ficou um tempo parado à porta, admirando sua mulher. Estava de
bruços na cama, os cabelos jogados para o lado e uma perna para fora do
cobertor, revelando sua coxa grossa.

Edward colocou a bandeja sobre uma mesa e se aproximou da cama,


sentando-se e passando a mão pela pele macia de sua coxa. Bella se remexeu,
mas não abriu os olhos. Edward continuou passando a mão, passando-a com
dificuldade sob seu corpo até alcançar seu sexo desnudo. Não resistiu e
gemeu. Bella foi desperta pelo toque quente em seu sexo e abriu os olhos,
assustada.

-Edward?

-Eu, baby. Não aguentei de saudade.

Bella se virou, ficando de costas na cama, dando acesso a mão de Edward que
continuou a explorar seu corpo.

-Mas como... Jake...

-Eu o vi saindo. Esperei um pouco e entrei. Disse que sou seu irmão.

-E a Maria acreditou?

-Sim. Por que não acreditaria? Agora pare com isso... quero te beijar.

Edward se inclinou em direção a ela, mas Bella o impediu.

-Bella... o que...
Ela se virou, abriu a gaveta do criado e pegou algo que a principio Edward
não soube o que era. Mas então ela tirou o papel e levou uma bala à boca.

-Agora pode me beijar... sem mau hálito.

Edward riu alto e se inclinou, mordendo seu queixo e em seguida beijando sua
boca.

-Você é muito absurda, Bella.

-Mas eu te amo.

Falou puxando Edward sobre seu corpo e entrelaçando suas pernas em volta
de sua cintura. Edward se esquecia do mundo quando Bella fazia isso. E dessa
vez não foi diferente.

Capítulo 16
Capítulo 16
Bella sabia que precisava se levantar daquela cama e buscar algo para
comerem. Seu estômago protestava, mas o cansaço não permitia que saísse
dos braços de Edward. Com a cabeça em seu peito, Bella fazia círculos com
os dedos na barriga dele. Edward acariciava seus cabelos, de olhos fechados e
com um sorriso satisfeito no rosto. Sabia que tinha levado Bella ao seu limite
e que provavelmente ela estaria dolorida. Mas a euforia em que se encontrava,
aliada ao desejo quase insano que sentia por ela foram catalisadores para as
horas ininterruptas de sexo.

_ Eu sou uma idiota.

Bella falou e Edward se afastou um pouco para olhar em seu rosto. Ela,
entretanto, permaneceu com os olhos filhos no ponto onde seu dedo circulava.
Pensar no sexo maravilhoso com Edward, no amor que sentia por ele e nas
novidades que ele contou a respeito de Victoria, fizeram com que tivesse esse
pensamento e acabasse dizendo em voz alta.

_ Posso saber por que está dizendo um absurdo desses?

_ Sou uma idiota por não ter sido dura com você desde o início. Deveria ter te
colocado contra a parede e ter feito escolher entre Victoria e eu. Só de
imaginar quantas noites você fez sexo com ela dessa forma eu fico...

_ Com ciúmes.

_Isso. Louca de ciúmes.


Edward desceu suas mãos até a cintura de Bella e puxou-a sobre seu corpo.

_ Não precisa ter ciúmes. Sempre foi você, Bella. Sabe disso. Eu só fui burro
por não ter percebido isso antes.

_ Pois é.... mas enquanto não percebia continuava fazendo sexo com ela.
Eu...eu não consigo suportar... imaginar você fazendo tudo isso com outra
mulher.

Edward inspirou e suspirou pesadamente, antes de segura-la pelo queixo,


forçando o encontro de seus olhos.

_ O que tive com Victoria não passou de sexo. Foi bom sim, não nego. Mas
isso foi antes de conhecer você. Eu nunca fiz sexo com ela da mesma forma
que faço com você.

_ Difícil acreditar. Esse é seu jeito. Esse é você.

_ Eu não tenho motivos para mentir. Depois que conheci você, eu mal
conseguia transar com ela. Eu já disse que eu precisava imaginar que era você
ali para poder me excitar.

Bella arregalou os olhos.

_ Você não disse isso.

_ Claro que disse, Bella.

_ Não disse.

_ Então estou dizendo agora. Mas... não vamos falar sobre isso, ok? Acha que
é fácil para mim saber que você também fazia isso e muito mais com outros
homens? Eu também me sinto um idiota por não ter impedido isso logo no
começo.

As palavras dele faziam sentido. Bella não poderia recrimina-lo, uma vez em
que ela também teve outros homens. Era diferente, já que aquilo fazia parte de
sua profissão, mas ainda assim era igualmente desconfortável pensar que
pertenceu a vários.

_ Tudo bem. Vamos deixar para lá. Aliás... nós precisamos conversar,
Edward.

Edward girou o corpo dos dois, ficando sobre ela. Já imaginava o que ela
pretendia dizer e não poderia permitir.
_ Nada de conversa. Eu quero você.

Falou enterrando o rosto entre seus seios, passando a língua em seus mamilos,
fazendo Bella ofegar. Ela queria afasta-lo, mas involuntariamente suas mãos
apertaram a cabeça dele de encontro ao seu peito.

_ Edward... espere...

_ Shi... eu quero amar você.

As palavras, a voz e o olhar de Edward deixaram todos os músculos de Bella


parecendo gelatina. Não mais ofereceu resistência e até se esqueceu da
conversa, ao sentir os lábios macios descerem pelo seu corpo. Edward beijava
e mordia cada milímetro de pele até chegar ao sexo liso de Bella.

Aquela mulher o enlouquecia tão completamente que ele nem se lembrava que
gozou várias vezes dentro dela. Tudo o que queria era sentir sua língua
penetrando seu corpo, sentindo seu cheiro e gosto, agora não tão únicos. O
cheiro e gosto dele estavam ali misturados, mas ele não se importou. Lambeu,
chupou e mordiscou seu clitóris, fazendo Bella se contorcer em sua boca,
rebolando freneticamente. O calor subia pelo seu corpo e suas unhas
cravavam-se nos ombros de Edward que continuava chupando sua mulher
como se não houvesse mais nada de importante nesse mundo.

E não havia mesmo. Não existia nada mais incrível do que vê-la entregue a
ele. Não existia nada mais enlouquecedor do que saber que ela era totalmente
dele.

_ Edward, por favor...

Bella implorou e Edward se afastou. O desejo em seu rosto fez seu membro
vibrar, subindo e descendo, deixando gotas de seu prazer sobre a coxa de
Bella.

_ Quero você em minha boca.

Ele nem cogitou dizer não. De joelhos, bem perto do rosto de Bella, Edward
deixou seu membro apontado para ela, apoiando as mãos na parede. Bella
ergueu um pouco a cabeça e com a ponta da língua, capturou a pequena gota
transparente que escorria de sua glande. Edward gemeu alto e abaixou um
pouco os quadris, fazendo metade de seu membro entrar na boca de Bella. Ela
segurou em suas nádegas e o puxou, recebendo-o inteiramente. A posição não
permitia fazer como ela queria e por isso ela o empurrou pela barriga. Não
precisavam de palavras, os dois se entendiam perfeitamente somente com
olhares e gestos. Edward se deitou na cama e Bella rapidamente colocou-se
sentada sobre seus joelhos. Depois inclinou o corpo, segurou seu membro e o
direcionou até sua boca. Com os lábios entreabertos, desceu chupando toda a
extensão do grosso e inchado membro até chegar às bolas. Edward segurou
em seus cabelos e impeliu os quadris, começando a socar seu membro com
força em sua boca. Bella gemeu e rebolou, roçando sua fenda molhada na
perna dele. Edward enlouqueceu com aquilo e estalou uma palmada em sua
coxa. Empurrou-a e se afastou, sentando-se na beirada da cama.

_ Edward...

_ Venha cá.

A ordem dita pela voz rouca não oferecia outra opção a não ser obediência.
Rapidamente Bella foi até ele e ficou de pé à sua frente. Puxando-a pelas
nádegas suculentas, Edward não tirava os olhos da pequena vagina que o
deixava maluco. Bella apoiou-se em seus ombros largos e se sentou sobre ele,
gemendo ao senti-lo deslizar para dentro do seu corpo. Estava dolorosamente
ardida, mas enquanto Edward a quisesse, ele a teria. Sentia-se totalmente
incapaz de negar algo a ele. Principalmente agora sabendo que seria questão
de dias até ele estar solteiro novamente e livre para ela. Edward a abraçou pela
cintura e ergueu a cabeça. Bella sabia o que ele queria e abaixou o rosto até
seus lábios se encontrarem. Novamente o quarto foi preenchido por gemidos e
os sons provocados pelas estocadas fortes de Edward. De olhos fechados,
Bella cavalgava seu membro com vontade. Quanto mais ele a puxava para si,
mais ela aumentava o ritmo, levando os dois a um turbilhão de prazer
imensurável. Ao chegarem ao clímax, Bella mordeu os ombros dele e Edward
afundou os dedos em sua carne macia, provocando uma dor gostosa.

Bella passou os braços em volta do pescoço dele, apertando-o fortemente.

_ Eu te amo, Edward.

Ele também a apertou forte contra o corpo, abraçando sua cintura.

_ Eu também, meu amor. Muito.

Bella se afastou um pouco e acariciou seu rosto.

–Vamos tomar um banho? Eu preciso sair um pouco daqui... precisamos


comer.

Edward deu um sorriso safado e debochado.

_ Eu estou saciado, obrigado.

_ Bobo. Estou falando sério... vem.


Bella saiu de cima do colo dele e o puxou em direção ao banheiro.
Obviamente, ele ainda tentou possui-la sob a ducha, mas Bella foi forte dessa
vez. Tomaram o banho e em seguida Bella foi até a cozinha. Havia apenas um
bilhete de Maria, dizendo que o almoço estava pronto e ela não voltaria mais
naquele dia. Com certeza isso foi coisa do Jacob. Não pode deixar de sorrir ao
pensar no quanto ele estava sendo maravilhoso. Jamais poderia pagar tudo o
que estava fazendo por ela.

Ela e Edward almoçaram e depois voltaram para o quarto. Ficaram um bom


tempo conversando, mas sempre que Bella ameaçava entrar no assunto
casamento, ele desconversava. Talvez fosse mais doloroso para ele do que
Bella imaginou. Mas ela precisava falar com ele. Após tantas tentativas
frustradas, ela acabou deixando de lado. Iria a Nova Yorque qualquer dia, de
surpresa e então contaria a ele.

A parte ruim do dia foi apenas na hora da despedida. Edward disse que não
sabia quando voltaria, afinal a audiência com o juiz para tratar da anulação do
casamento poderia ocorrer a qualquer momento. Mas era suportável. Em
breve eles estaria juntos, todos os dias. Isso bastava para suportar a saudade.

**************

Bella estava nervosa. Suas mãos tremiam tanto que mal conseguia ajeitar o
vestido. As lágrimas presas ardiam em seus olhos e ela estava a ponto de
desabar. O casamento iria acontecer hoje, duas semanas após seu último
encontro com Edward na casa do Jacob. Depois disso eles não se encontraram
mais. Falaram-se apenas por telefone, quando Edward informou que estava
finalmente livre de Victoria. Estava viajando a negócios e esse era o motivo
de sua ausência, segundo ele. Bella temeu. E se Edward tivesse ficado tão
chateado com seu casamento que resolveu dar um tempo no relacionamento
dos dois? Jake tentou acalma-la, dizendo que se ele disse que estava
viajando.... então era verdade.

Estava tudo meio estranho para Bella. Jake adiou o casamento, dizendo que a
situação do pai era estável, então poderiam fazer as coisas sem pressa. A
princípio Bella não acreditou, mas Jake não teria motivos para mentir.

Por fim chegou o dia. Mas Bella não estava bem. Ela queria pelo menos ouvir
a voz de Edward para saber se estavam mesmo bem. Queria dizer que o
amava. Queria dizer a verdade nem que fosse por telefone.

_ Bella? Ele te ama, Bella. Ele está realmente viajando. Eu garanto a você que
não é mentira.
Bella segurou nas mãos de Alice. Estava feliz por ela ter aceitado ser sua
madrinha. Jasper seria o padrinho, já que assumiram que estavam juntos.
Talvez, não querendo cometer o mesmo erro que Edward, Jasper logo
encontrou um lugar para morarem e não permitiu que Alice fizesse mais
programas.

_ Eu sei. Mas é que... ele deve estar sofrendo. Eu não queria isso, Alice. Eu o
amo tanto.

_ Eu entendo. E garanto a você que ele entende também, apesar de tudo. Eu o


encontrei algumas vezes. Sabia que ele até foi nos visitar pouco depois de
mudarmos? E eu lhe asseguro: ele estava feliz, Bella. Apesar de não ser da
forma como ele queria, ele tem você. Logo isso irá se resolver e vocês estarão
juntos, sem qualquer empecilho.

Bella girou o corpo e se olhou no espelho. Não iria ser modesta. Estava
mesmo muito bonita. Mas não estava feliz. Entretanto, ela devia isso ao Jake.
Era o mínimo que poderia fazer a ele depois de tudo o que ele fez. Somente
essa eterna gratidão impedia que Bella saísse correndo dali naquele momento
e corresse atrás de Edward.

_ Entende que esse momento é especial? Acredito que para qualquer mulher.
Entrar numa igreja, vestida de noiva é algo sublime. Não deveria ser uma
farsa.

Bella mordeu os lábios com força, segurando o choro.

_ Tem certeza que essa maquiagem é a prova d’água?

_ Absoluta certeza. Agora vamos?

Bella segurou novamente a mão de Alice e sorriu.

_ Obrigada pelas palavras. Você, assim como o Jake, é tão especial para mim.

_ E você é muito mais pra mim. Se não fosse pela sua ajuda, talvez eu nem
tivesse conhecido o Jasper.

_ Está feliz?

_ Como nunca estive.

_ Isso é o que importa.


As duas se abraçaram por um bom tempo e depois Bella pegou o buque sobre
a cama. Tentaria pensar em coisas alegres. De forma alguma iria deixar Jake
perceber o quanto estava abalada. Ele não merecia isso.

Foi um longo caminho, quase meia hora até chegar à igreja onde seria
celebrado o casamento. Muitos carros em torno daquele espaço fizeram Bella
franzir o cenho. Não imaginava que Jake chamaria tantos convidados. Seus
amigos e parentes o perdoariam se soubessem que aquilo não passava de uma
farsa?

Alice ajudou Bella a descer do carro e logo Jasper se materializou a sua frente.

_ Jasper! Que bom ver você.

_ Você está linda, Bella. E obrigado por me convidar para padrinho. Ainda
não agradeci.

_ É uma honra pra mim.

Nada mais natural que convida-lo. Bella não tinha tantos amigos assim, e além
disso, ele e Alice eram agora um casal. Bella nem fazia ideia de quem seriam
os padrinhos do Jake. Ela não conhecia seus amigos e ele também não tocou
no assunto. Apenas concordaram que seria um casal para cada. Não seria
necessário mais do que isso.

_ Bella... é uma pena que eu seja o padrinho. Seria uma honra leva-la até o
altar.

_ Tudo bem, Jasper. Na verdade isso retrata bem minha vida. Caminhando
sozinha, como estive por muito tempo. Mas para encontrar alguém... que
estará sempre em minha vida.

Nesse momento ela imaginou Edward. Como queria que ele estivesse
esperando por ela no altar.

Alice e Jasper entraram e foram em direção ao primeiro banco, onde ficariam


os padrinhos e familiares mais próximos. Era estranho ver a melhora no
estado do Billy, uma vez que foi praticamente condenado a morte. Óbvio que
o tumor estava lá ainda, espalhando-se e deixando-o mais fraco, sem qualquer
chance de uma cirurgia. Mas ele estava forte o suficiente para estar na igreja,
sentado em uma cadeira de rodas.

Assim que a marcha nupcial soou, Bella deu os primeiros passos. Logo
avistou o Jake de pé, em frente ao altar. Estava todo de branco e seu sorriso
era radiante. De repente Bella se sentiu uma egoísta por estar tão triste. Daqui
a um tempo ela estaria feliz com Edward... e Jacob teria perdido o pai. Forçou
um sorriso no rosto. Ele merecia uma boa lembrança... ainda que nada daquilo
fosse verdadeiro.

Antes que alcançasse Jake, ele veio até ela e segurou sua mão. Beijou-a e
olhou em seus olhos.

_ Você é uma mulher incrível Bella. Merece toda a felicidade do mundo.

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, ele apareceu, vindo de uma porta
onde era provavelmente a Sacristia. Edward estava lindo num fraque escuro,
fazendo Bella arfar. Ele sorria e postou-se exatamente no lugar onde Jake
estava.

_ Jake... o que...

_ Meu pai não é nenhum tolo, Bella. Ele sabia o tempo todo que era uma
farsa.

_ Mas como? Ele ficou feliz e....

_ Ei... agora não é hora disso. Depois eu te explico. Mas você não acreditou
que essa produção toda seria para um... gay feito eu, não é? Vá lá, princesa....
seu príncipe já está aflito.

Sentindo as pernas tremerem, Bella tentou dar um passo à frente. O coração


martelava com força dentro do seu peito e ela buscava explicações, olhando
para o rosto de Edward e depois do Jake. O moreno lhe ofereceu o braço,
andando os poucos passos que a distanciavam de Edward. Sabia que ela não
teria condições.

Ao chegar em frente a ele, Jake segurou a mão de Bella e ofereceu a Edward.

_ O meu recado já está dando, Cullen.

_ Ela é a mulher da minha vida, Black. Obrigado.

Somente quando Edward levou suas mãos aos lábios, Bella saiu da confusão
mental em que se encontrava. Foi tudo armado! Jake nunca pretendeu levar
aquela situação adiante. Girou um pouco o corpo e viu Alice e Jasper. E ao
lado deles, o motorista Emmett e uma loira deslumbrante que Bella bem sabia
ser Rosalie. Ao lado deles também estava ninguém menos que CArlisle
Cullen, seu quase sogro.

_ Amor?
Ao ouvir a voz rouca, Bella desviou o olhar de volta a Edward. Seu coração
disparou ainda mais ao ver o sorriso dele. E então ela sentiu escorrer por seu
rosto, as lágrimas que ela havia segurado o dia inteiro. Chorava e rezava para
que não ficasse parecendo um panda após essa crise. Mas era demais para ela.
Edward ao seu lado... naquele momento perfeito. Ela iria se casar com ele!
Com o grande amor da sua vida.

Aquele momento que deveria ficar para sempre em sua memória, com certeza
sairia com algumas lacunas. Ela não ouviu as palavras do padre. Seu
juramento foi feito no automático, mas Edward conseguiu perceber todo o
sentimento dela em cada palavra. Ele também estava tão abalado quanto
Bella. Talvez um pouco menos, já que ele sabia o final dessa história. Mas vê-
la entrando, tão linda, tão incrivelmente fantástica derrubou qualquer barreira
que ainda estivesse a sua volta. Não foi fácil ficar tantos dias longe dela. Mas
agora via o quanto valeu a pena.

Seu ouvido zunia, talvez por causa das batidas enlouquecidas do seu coração.
Quando foram declarados marido e mulher, Edward ergueu a mão e passou os
dedos carinhosamente pelas lágrimas de Bella.

_ Vocês me enganaram.

_ Acha mesmo que eu iria entregar você de mão beijada? Eu demorei demais
para entender meu amor por você, Bella. O que você me oferecia era muito
pouco diante disso tudo.

Bella sorriu entre lágrimas.

_ Pode, por favor, beijar a noiva?

_ Com todo prazer, meu amor.

Bella praticamente se jogou sobre Edward, os braços em volta do pescoço


dele e as mãos ainda segurando o buque. Seus lábios estavam praticamente
esmagando os de Edward, mas ele sabia que aquela era a mais pura expressão
da felicidade.

_ Eu amo você.

_ Eu também, Edward Cullen.

Edward ofereceu o braço a ela e se viraram em direção aos convidados que já


aplaudiam. Caminharam um pouco e ao passarem pelos padrinhos, Rosalie os
interceptou. Praticamente empurrou Edward e abraçou Bella.
_ Oi Bella... antes tarde do que nunca, não é? Apesar do que, se fosse
depender da burrice do meu irmão, seria mais nunca do que tarde.

Bella riu e retribuiu o abraço. Mas sentiu as pernas tremerem quando Carlisle
se aproximou.

_ Bem... confesso que queria tê-la conhecido antes desse momento. Mas
mesmo assim... seja bem vinda a família.

_ Obrigada, senhor Cullen.

_ Carlisle, apenas.

Bella assentiu e depois foi abraçada por Emmett, Alice e Jasper. Nem sinal da
mãe de Edward.

_ Vocês sabiam?

_ Só você não sabia, Bella.

Ela apenas balançou a cabeça e se virou procurando por Edward. Encontrou-o


conversando com Jacob e Billy. Aproximou-se, timidamente, olhando para
Billy com um pedido de desculpas no olhar.

_ Hei garota... não me olhe assim.

_ Estou tão envergonhada.

_ Eu soube que estavam mentindo desde quando entraram pela porta do


hospital. Mas fiquei feliz por saber que quando eu partisse, meu filho teria
uma grande amiga para ampara-lo. E você, rapaz....

Olhou para Edward que envolveu a cintura de Bella com um dos braços.

_ Cuide bem dela.

_ Como se fosse minha vida. Aliás...

Jake o interrompeu, revirando os olhos.

_Ela é sua vida e blablabla. Agora vamos que estou louco para beber um
pouco na festa.

_ Festa? Mas não falou nada sobre festa.


Ele e Edward trocaram um olhar cumplice e riram. Mas Bella não teve chance
de discutir. Edward a tirou dali e saiu puxando-a pelo braço. Logo estavam
dentro do volvo, com Bella aninhada em seus braços. Quando sentiu o corpo
trêmulo de Edward de encontro ao seu, Bella se afastou, assustando-se ao ver
seu rosto molhado.

_ Edward... está chorando?

_ Quem disse que homem não chora é porque nunca viveu um momento
especial como esse ao lado da mulher que ama.

Bella mordeu os lábios. Ele segurou seu rosto, como se estivesse desesperado.

_ Eu amo você. E eu nunca... nunca mais irei falhar com você. Eu estarei ao
seu lado sempre... em cada segundo, alegre ou triste. Irei ser seu apoio,
quando precisar. Só não irei apoia-la caso enlouqueça e pense em me deixar.
Ai teremos uma batalha.

Bella sorriu, mas já sentindo a avalanche de lágrimas que viria.

_ Você é minha vida. Como eu poderia viver sem a minha alma? Sem a parte
maior de mim?

Nenhum dos dois tinha condições de falaram qualquer coisa além disso. O
encontro dos seus lábios já dizia tudo o que ainda não foi dito.

Capítulo 17
Capítulo 17 - Bônus
De pé, um pouco afastada dos convidados, Bella observava o belo homem que
conversava com um casal de amigos. Esse belo homem que agora era seu
marido. Baixando a cabeça, ela fixou o olhar em seu dedo anelar esquerdo
onde brilhava o grosso aro dourado. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto e ela
rapidamente a secou. Até aquele momento ainda era difícil acreditar que agora
estava casada com Edward. No fundo tinha medo de acordar, como acordou
tantas vezes após sonhar que estavam juntos e felizes.

Mal percebeu a presença de alguém ao seu lado, e só soube que não estava
mais sozinha quando Jacob circulou sua cintura com um dos braços.

_ Ainda não está acreditando não é?

_ Confesso que não.


_ É... devo admitir que o sujeito é bonito. Acho que qualquer mulher estaria
da mesma forma que você.

Bella ergueu a sobrancelha e encarou o amigo.

_ Ainda não acredito que fizeram tudo nas minhas costas e eu nem percebi.

_ Você estava preocupada demais em se vingar dele.

Jake falou e riu alto.

_ Não tem graça.

_ Foi até engraçado ver a carta dele quando me viu com outro cara.

Jake contou rapidamente o que aconteceu desde quando Edward descobriu a


farsa. Contou inclusive de sua conversa com Billy. Nunca imaginou que o pai
estivesse tão lúcido e atento. E mais... nunca imaginou que o pai o conhecesse
tão bem a ponto de enxergar o que nem mesmo Jake tinha enxergado em si
mesmo.

_ Mas o que importa é que tudo deu certo. Esse homem te ama, Bella. É
visível isso.

_ Eu sei. É uma pena que... ele tenha brigado com a mãe.

_ Ele me contou.

_ Não se preocupe com isso, Bella. Não vale a pena.

Bella se virou ao ouvir as palavras de Rosalie. Ela vinha acompanhada por


Emmett.

_ Oh... Rosalie. É que é triste, sabe? Não queria mesmo que ele brigasse com
a família por minha causa.

_ Bom... eu nunca imaginei que veria meu pai ir contra a vontade de minha
mãe. Ele sempre acatou tudo o que ela dizia. Não é fácil dizer isso, afinal ela é
minha mãe. Mas ela é preconceituosa demais, Bella. Merece sofrer um pouco
para dar valor. É tão estranho ver isso... por ser mãe ela deveria querer a
felicidade do filho, independente das escolhas dele.

_ Obrigada por nos apoiar, Rosalie. Edward a ama muito.

_ Eu sei. Não tanto quanto ama você. Mas são amores diferentes, óbvio. É
uma pena que seja meio leso, não é? Lento para perceber as coisas.
Os quatro riram e nesse momento Edward olhou na direção de Bella. Era
incrível a capacidade que aquele homem tinha de deixa-la de pernas bambas
com um simples olhar. Falou algo com o casal e caminhou em direção ao
quarteto, sem desgrudar o olhar do de Bella. Ela não conseguiu segurar um
suspiro, arrancando mais risadas de Rosalie e Jake.

_ Meu Deus... mas é muito amor.

_ Entre outras coisas, não é? Esse suspiro me pareceu mais de... tesão.

Bella sentiu o rosto quente e teve a certeza de estar ruborizada. Um segundo


depois Edward estava à frente dela, envolvendo sua cintura com os braços.

_ Tenho certeza que estão constrangendo a minha esposa.

_ Nada. Só dissemos algumas verdades.

Edward não disse nada. Abaixou um pouco a cabeça e capturou os lábios de


Bella. Ela estremeceu e jogo os braços em volta do seu pescoço, colando seu
corpo ao dele. Edward gemeu baixo, a boca ainda colada à dela. Ele não
estava entendendo muito bem o que estava acontecendo. Parecia que somente
o fato de estar casado com ela, aumentou ainda mais seu amor. A sensação de
beija-la nesse momento poderia ser comparada ao primeiro beijo de um garoto
apaixonado por uma garota inalcançável. Edward sentia seu corpo trêmulo, ao
mesmo tempo em que queimava e o calor gostoso espalhava por cada célula,
por cada músculo de seu corpo.

Ele a apertou ainda mais contra o corpo forte, a ponto de deixa-la sem fôlego.

_ Hum... só para lembra-lo: você não precisa esperar essa recepção acabar,
Edward. Podem pegar o jatinho agora e curtirem a lua de mel.

Afastaram-se ao ouvirem as palavras de Rose. Edward com uma expressão


travessa e Bella espantada.

_ Lua de mel?

_ Óbvio, querida. Acha que Edward iria deixar escapar essa oportunidade?

Edward segurou a mão de Bella, acariciando sua palma e sorrindo


maliciosamente.

_ Acho que não, Jake.


*****

Bella estava de olhos fechados, apenas apreciando a sensação deliciosa de


estar aconchegada aos braços de Edward. Desde que saíram de Suffolk eles
estavam agarrados na cama do jatinho, tão colados como se fossem um só. O
incrível era Edward não ter tentado fazer amor com Bella em momento algum.
Isso a fez pensar que ele deveria estar tramando algo... ou então estava
simplesmente cansado.

_ Edward?

_Hum?

Ele resmungou, sem ao menos abrir os olhos. Parecia feliz demais


simplesmente por ter Bella em seus braços.

_ Pensei que faríamos amor aqui.

Ele sorriu brevemente e então abriu os olhos, fazendo Bella perder o fôlego.

_ Vontade não me falta. Mas quero que seja especial.

_ Imaginei. Outra coisa que gostaria de perguntar...

_ O que é?

_ Você não olha desse jeito para todas as mulheres não ne?

_ De que jeito?

_ Não sei explicar. Eu perco o foco, perco o rumo quando você me olha. É
tão... intenso.

_ Isso é porque te amo. Amo demais. E é só para você que eu olho assim,
tenha certeza.

Ela se aconchegou mais a ele, sorrindo.

_ Agora já posso saber para onde estamos indo?

_ Já estamos chegando. Jacksonville. Para nossa casa.

Bella voltou a se afastar e o olhou diretamente nos olhos.


_ Nossa casa? Está querendo me dizer que tem uma casa em Jacksonville?

_ Lembra-se de quando você me disse que não gostava tanto do sol, mas
amava o calor?

Bella franziu o cenho.

_ Lembro. Mas isso foi logo após nos conhecermos.

_ Sim. Pouco depois eu comprei essa casa, sempre pensando em traze-la aqui,
mas sempre faltava oportunidade.

Bella não queria parecer presunçosa, mas aquele gesto deixava tão claro o
amor de Edward por ela. Como nunca perceberam isso?

_ Edward... eu nem sei o que dizer...

_ Você vai gostar. É bem afastado, tem uma bela praia particular.

_ Sei que irei adorar, mas principalmente por causa da companhia. Qualquer
lugar é bom o suficiente quando você está comigo.

Edward a beijou sem dizer uma palavra. Às vezes era engraçado pensar no
quanto os dois ficavam melosos quando falavam de amor. E mais engraçado
ainda era pensar que nunca foi assim, nem mesmo quando começou a se
envolver com Victoria. Lógico, com ela nunca foi amor. Mas ainda assim,
imaginava que era assim que os namorados agiam.

Ele teve pressa em se casar com Bella, não queria correr o risco de perde-la.
Mas agora era chegada a hora de agir como se tivessem no início do namoro.
Estava disposto a fazer tudo o que um casal jovem e apaixonado fazia. Poderia
ser brega, mas era o que Bella merecia e ele burramente nunca ofereceu.

Quarenta minutos mais tarde, depois de descerem do jatinho e pegarem um


taxi, o casal finalmente chegava à casa de praia. Bella ficou parada,
observando a magnitude da residência que Edward humildemente chamava de
casa. Para ela estava mais para uma mansão ou algo do tipo.

_ Parece ser tão grande... pra que isso tudo?

Edward segurou sua mão, novamente acariciando a palma e mais uma vez
fazendo Bella estremecer.

_ Filhos... quem sabe? Olha... acho que fiz isso tudo a mando do meu
subconsciente. Comprei a casa pensando unicamente em você e eu, aqui e a
sós. E bem grande assim... com espaço suficiente para as crianças correrem.
Bella o olhava, abobalhada. Não sabia se ele falava sério, mas tudo indicava
que sim, embora ele parecesse realmente surpreso com essa descoberta.

_ Espere aqui, só um instante.

_ Por que?

Ele não respondeu. Apenas pegou as malas e rapidamente entrou pela porta,
mas voltando tão rápido quanto entrou. Parou em frente a Bella e pegou-a no
colo, fazendo-a gritar de surpresa.

_O que vai fazer, maluco?

_ Não é assim que os casais tradicionais fazem? É assim que farei.

Ao entrar na casa, Bella pouco percebeu do ambiente ao seu redor. Sua


atenção estava toda voltada para Edward que tinha os olhos fixos nela. De
repente, ali dentro, tudo ficou mais concentrado. O cheiro dele, a respiração, a
fortaleza que eram seus braços carregando Bella em direção ao quarto.

Edward tentava ao máximo se controlar. Não queria agir feito um animal no


cio, embora sua vontade fosse de jogar Bella naquela cama e possuir seu
corpo até ficar mole. Mas ele queria fazer diferente com ela. Ela merecia
romantismo. Deveria gostar disso, não?

Mas toda sua resistência começou a ir por terra, quando Bella apertou os
dedos nos cabelos de sua nuca, mordendo os lábios. Seu coração sempre dava
um salto quando ela fazia isso. Ela o enlouquecia.

Já estavam no quarto, próximos a cama, mas Edward ainda segurava Bella em


seu colo. Ele podia jurar que via fogo saindo de seus olhos.

_ Bella...

Antes que dissesse mais alguma coisa, Bella colou os lábios nos dele,
beijando-o com ardor. Era o que faltava para o desejo explodir de forma
incontrolável, fazendo Edward arfar e retribuir o beijo de forma desesperada.
Praticamente se jogou na cama com ela, sem pensar que poderia machuca-la.
Como não houve reclamação, ele continuou beijando-a, passando as mãos
ferozmente pelas curvas do corpo da esposa.

Bella se esfregava nele, buscando uma fricção maior entre seus corpos, ao
mesmo tempo em que puxava a camisa de Edward, abrindo seus botões.
Arranhou seu peito e desceu os lábios famintos pelo mesmo caminho das
mãos, fazendo Edward soltar um urro de prazer.
_ Não faça isso... eu queria fazer tudo diferente, mas você me tira o juízo.

_ Diferente como?

Eles falavam entre beijos, mordidas e gemidos. Edward já tirava o vestido de


Bella, deixando-a apenas com a calcinha minúscula.

_ Mais romântico.

Bella lutava contra o zíper da calça dele, revirando os olhos ao sentir os lábios
quentes mordiscando e lambendo seus mamilos.

_ Você já se superou no romantismo com nosso casamento e me trazendo para


esse lugar. Não pense que...

Bella teve sua fala interrompida e gemeu alto quando Edward deslizou o dedo
por sua entrada úmida.

_ Eu... eu... também quero romantismo. Mas foram duas longas semanas...
longe de você. Estou em brasas, Edward.

Praticamente rosnando, ele se afastou e tirou a boxer juntamente com calça,


voltando para a cama e se ajoelhando no colchão. Puxou Bella pelas coxas em
direção ao seu vigoroso membro ereto e pulsante. Agarrou-a pela cintura,
sentando-a em suas coxas e invadindo seu corpo sem qualquer aviso, mas
também sem nenhuma resistência. Ambos gemeram, arfaram e suspiraram de
satisfação ao se sentirem unidos, pele contra pele.

Bella abraçou Edward pelo pescoço e ele a apertou mais pela cintura,
prensando seu peito junto ao dela. Seu membro latejou dentro dela e Bella
mordeu os lábios, apoiando os pés na cama e remexendo os quadris,
erguendo-se e voltando a se sentar sobre ele.

_ Oh... que saudade, Edward.

_ Eu também, meu amor... louco de saudade de você.

Edward lutou contra o seu desejo animal, mas sua mulher deliciosa, com seu
corpo espetacular não ajudava muito. Ele ergueu um pouco o próprio corpo,
levando Bella consigo e a jogou de costas na cama, voltando a se deitar sobre
ela. Ergueu sua perna até a altura de seu ombro e voltou a penetrar seu corpo,
dessa vez bombeando com força e arrastando Bella para aquela dança erótica
e prazerosa.

As mãos dela voltaram a agarrar os cabelos de Edward e ele também agarrou-


se aos cabelos dela, sem deixar de estocar profundamente dentro do seu corpo.
Proferia palavras libidinosas, chulas e Bella respondia no mesmo tom. Ambos
enlouquecidos, entre mordidas, gritos de prazer até explodirem num gozo
intenso, arrebatador.

Edward se jogou ao lado dela, mas puxando-a para ficarem abraçados. Estava
completamente sem fôlego e tentava buscar o controle a todo custo.

_ A próxima... será... diferente. Prometo.

Falou entre arquejos. Bella igualmente sem folego, apenas riu e beijou-lhe o
peito.

_ Eu te amo... pra sempre.

_ Espero que seja mesmo. Porque eu não existo sem você, Bella.

Edward fechou os olhos, plenamente feliz e satisfeito. Um sorriso brincava em


seus lábios. Não via a hora de começaram realmente uma nova vida. A vida de
casados. Deixou que imagens dominassem sua mente. Ele e Bella fazendo
compras, chegando em casa ao final do dia e contando como foi o trabalho.
Bella e ele brigando pelo controle remoto, brigando pelo cobertor, discutindo
para saber quem lavaria a louça... brigando por ciúmes. Mas principalmente...
os dois se amando loucamente. Clichê e piegas para uns? Mas o paraíso para
ele.

Capítulo 18
Capítulo 18
Ainda meio sonolento, Edward esticou o braço procurando pelo corpo da
esposa. Encontrou apenas o vazio. Abriu os olhos e olhou ao redor,
percebendo que se encontrava sozinho. Voltou a fechar os olhos, suspirando.
Há cinco dias estavam em Jacksonville. Poderia dizer que há cinco dias vivia
os melhores momentos de toda sua vida. Cinco dias amando, sendo amado,
conhecendo sua esposa mais a fundo, descobrindo coisas novas sobre ela e se
redescobrindo.

Tantas coisas que ele gostava, que ele sonhava em ter e fazer e que só vieram
à tona após estar definitivamente atado a Bella. Por exemplo, ao voltarem para
nova Iorque, a primeira providência a ser tomada seria procurar uma casa. Um
apartamento não serviria para tudo o que ele tinha vontade. Agora que sabia
que Bella adorava cachorros, esse era um dos presentes que daria a ela.

Teriam que ter mais quartos, afinal Bella gostaria de ter dois filhos... e ele
também. Estava se sentindo um ridículo apaixonado... mas estava amando
aquilo tudo. Se em apenas cinco dias de casados, ela já o levava ao paraíso em
todos os sentidos, como seria daqui a cinquenta anos? Sim... eles ficariam
juntos todo esse tempo... morreriam juntos.

Deu um salto da cama e foi até o banheiro fazer sua higiene. Já sentia falta
dela e já até podia imaginar onde ela estava. Voltou para o quarto, vestiu a
boxer e saiu pela porta da varanda que dava acesso a pequena praia particular.
La estava ela, apenas de camiseta e calcinha, sentada numa das pedras,
olhando para o mar. Passava um pouco das sete da manhã e o sol já estava
quente, indicando um belo dia.

Edward ainda ficou um tempo parado, apenas admirando a esposa. Seus


cabelos esvoaçavam e ela tinha uma expressão serena no rosto. Estava
simplesmente de tirar o fôlego. Caminhou até ela, mas antes que chegasse
mais perto, ela se virou em sua direção... e sorriu.

_ Oi.

Falou enquanto Edward se sentava atrás dela, abraçando seu corpo.

_ Estava sentindo sua falta. Por que não me chamou?

_ Estava dormindo tão gostoso. Senti seu cheiro antes que chegasse aqui.

_ Nosso cheiro, afinal o seu está colado em mim até agora.

Ela sorriu e encostou a cabeça em seu peito.

_ Nem dá vontade de ir embora. É tão bom aqui.

_ Temos algum tempo ainda.

_ Está com fome?

_ Um pouco.

_ Então vamos lá para mais uma aula de culinária.

Bella se levantou sorrindo e o pegou pela mão. Preparavam todas as refeições


juntos. Claro, que Bella fazia e ele ajudava nas coisas mais simples.
Definitivamente não levava jeito na cozinha. Bella insinuou que esse era o
único detalhe que faltava para que ele fosse perfeito. Obviamente Edward se
mostrou interessado em aprender. Queria ser o homem perfeito pra ela.

_ Primeiro vamos tomar um banho, não é? Afinal...


Bella riu, tão pervertida quanto ele. Eles poderiam dizer que realmente
aproveitaram bem a lua de mel. Edward não se lembrava de ter feito tanto
sexo em tão pouco tempo em toda sua vida. Pegou Bella no colo e entraram
novamente no quarto, aos beijos. Tomaram um banho rápido, dessa vez sem
sexo, e depois devidamente vestidos foram para a cozinha.

_ O que meu delicioso marido gostaria para o café da manhã?

_ Sabe que adoro suas panquecas, não sabe?

_ Já percebi isso. Fique aqui perto de mim. Vou fazendo e falando as medidas.
Sei que aprende rápido.

Esse era um dos momentos que Edward considerava perfeito. Entre beijos,
risos e explicações de Bella, os dois preparavam o café da manhã. Assim
também era na hora do almoço e às vezes no jantar. Ele apenas sentia pena de
homens que achavam esses momentos bregas e desnecessários. Muitos
certamente estariam deitados no sofá vendo qualquer besteira na tevê, ou
ainda dormindo enquanto a esposa fazia tudo. Para ele esse era um momento
sublime. Estavam dividindo tudo, fazendo tudo juntos. Precisavam curtir ao
máximo agora que estavam no estágio “pétalas de flores.” Sabia muito bem
que todo casal chegava aos espinhos, e com eles não seria diferente. A
diferença é que chegariam a essa fase com mais companheirismo, mais
cumplicidade, mais amor. E com todos esses ingredientes, seria muito mais
fácil transpor qualquer obstáculo.

****

Uma semana depois

De mãos dadas, Edward e Bella entraram no prédio onde funcionava uma


corretora. Chegaram da lua de mel no dia anterior e foram diretamente para o
apartamento de Edward. Mas ele, muito afoito, quis sair no dia seguinte para
procurarem uma casa. Não avisaram para ninguém sobre a chegada deles, pois
tinha certeza que logo Rose e Jake iriam aparecer para visita-los. Não que não
desejassem a visita deles, mas precisam se ajeitar antes disso. Edward até
sentia falta daquele estrupício do Jake. Um homem... ou melhor, meio
homem, que fizesse tudo o que ele fez para Bella, com certeza tinha seu
respeito e admiração.

_ Já conseguiu se decidir a respeito da faculdade, amor?

_ Sim. Eu vou tentar psicologia mesmo. Acho que vou amar.

_ Fico feliz e triste ao mesmo tempo. Se tivesse escolhido administração


poderia trabalhar comigo.
_ Acha mesmo que daria certo nós dois trabalhando juntos?

Edward deu um sorriso travesso e nem foi preciso responder àquela pergunta.
Não daria. Bastava um toque de um dos dois e pegavam fogo.

_ Tem certeza que não gostou da última casa que olhamos?

_ Tenho, Bella. La tem escadas demais. É perigoso.

_ Realmente nesse aspecto preciso concordar com você.

_ Vamos olhar somente mais essa, ok? Continuamos amanhã. Sei que está
cansada.

_ Um pouco sim, mas dá para aguentar.

Passaram a manhã inteira procurando uma casa que fosse do agrado dos dois.
Quando por fim estavam quase desistindo, Edward encontrou a que julgou
perfeita. Teve a certeza disso quando viu os olhos de Bella brilhando.

_  É essa, não é?

_ Mas não é muito cara?

Edward rolou os olhos e puxou Bella para seus braços.

_ Dinheiro a gente trabalha e ganha novamente. Mas o brilho em seus olhos


como eu vejo agora... não há dinheiro que pague, Bella.

_ Eu já disse o quanto te amo?

_ Já. Mas eu não me importaria de ouvir novamente.

_ Eu amo você.

Edward a beijou levemente, sem se importar com o olhar cobiçoso e invejoso


da corretora de imóveis. Bella sentiu-se vibrar por dentro. Embora não tenha
demonstrado, estava furiosa com a mulher que praticamente comia Edward
com os olhos, dirigindo todas as perguntas a ele e nunca para ela.

_ Eu também amo você. E se é dessa casa que você gostou... é com essa que
iremos ficar.

_ Podemos fechar negócio, senhor Cullen?

_ Com certeza.
Voltaram a Imobiliária e Bella sentou-se ao lado de Edward enquanto
providenciavam o necessário para efetivação do negócio. Há alguns dias Bella
deixou de pensar que vivia um sonho. Aquilo tudo era mesmo real. Estava
mesmo casada com Edward. Era incrivelmente amada por ele e juntos tinham
uma cumplicidade que nunca tiveram nos últimos quatro anos. Conheceram-se
um pouco mais e não foi surpresa descobrir que tinham os mesmos gostos, os
mesmos sonhos.

_ Tem certeza que está cansada?

Edward perguntou algumas horas mais tarde quando finalmente saíram da


imobiliária. Bella observou seu rosto sorridente à espera de uma resposta.
Agora não sentia mais tanto cansaço.

Edward estava no pique e Bella acabou acompanhando sua animação.

_ Não mais. Por que?

_ Pensei em comprar algumas coisas... para nossa casa.

_ Adoraria.

Rindo, feito crianças, os dois seguiram em direção ao shopping. Caminharam


de mãos dadas, olhando as vitrines, rindo e às vezes se beijando. Atraíam
olhares, inclusive das duas mulheres que estavam na praça de alimentação.
Edward e Bella estavam tão felizes e presos numa bolha só deles que nem
perceberam o olhar invejoso das duas mulheres. Almoçaram tranquilamente e
logo depois retornaram às compras.

Ao final do dia estavam realmente cansados e voltaram para o apartamento.

_ Um banho agora?

_ Acho que chega por hoje não é? Você conseguiu me cansar.

_ Mas eu queria cansar você de outra forma.

_ Disso eu não me canso.

Edward suspirou de alivio, fazendo Bella gargalhar.

_ Seu pervertido.

_ Eu? Agora a culpa é minha? Quem foi que me enfeitiçou com esse olhar
desde a primeira vez, hã?
_ Pensei que fosse o contrário. Você me enfeitiçou e me deixou
completamente de quatro por você.

Mordendo os lábios numa tentativa de refrear seu tesão, Edward puxou Bella
pela cintura colando seus corpos.

_ Deixei? Quer dizer que ficamos os dois apaixonados à primeira vista,


senhora Cullen?

_ Completamente.

Respondeu torcendo os cabelos de sua nuca entre seus dedos.

_ Por que será que demoramos tanto para descobrir?

_ Hum... porque, como diz a Rose.... somos lesos?

Edward riu alto, estreitando Bella ainda mais em seus braços.

_ Com certeza somos. Mas agora chega de papo. Vamos ao banho.

Tomaram um longo banho, conversaram sobre a casa nova e a decoração que


gostariam de fazer. Era fácil planejar as coisas com Edward. Seus gostos eram
praticamente idênticos. Após o banho pediram uma pizza e algum tempo
depois foram para a cama. Edward estava sentado, com as costas apoiadas na
cabeceira da cama e o notebook no colo. Bella se sentou ao lado dele, mas se
manteve um pouco distante.

_ Pode ficar perto de mim. Só estou verificando se há algum e-mail


importante. Deixei os negócios meio de lado nas últimas semanas.

_ Por falar em negócios... eu posso te perguntar uma coisa?

_ Sabe que pode. Lembra do que combinamos? Nada de segredos, falar tudo o
que estamos sentindo... por ai.

_ Tudo bem. Hum... por que exatamente você começou a agenciar mulheres?

Edward ficou tanto tempo em silêncio, apenas olhando para a tela do


notebook que Bella acreditou ter ido longe demais. Quando estava prestes a
dizer a que podia esquecer aquela pergunta, Edward a encarou.

_ Sinceramente? Eu não sei. Lembro-me apenas de certa vez... uma modelo


reclamando que a profissão delas era muito ingrata e que uma garota de
programa recebia bem mais. E falou que deveria ter procurado uma agencia de
encontros. Foi então que comecei a pensar nisso. Eu era jovem, queria ganhar
muito... bem mais do que eu já ganhava com minha agência de modelos. E
então eu pensei e um dia depois fiz a proposta a essa garota. Ela aceitou... deu
certo e daí a um tempo ela mesma me trazia várias garotas. O resto você já
sabe.

_ E você acha que ainda não tem dinheiro o bastante?

_ Eu entendo o que quer dizer com isso. E sim... eu tenho pensado muito
nisso. Já não faz mais sentido continuar agenciando essas meninas. Eu quero...
uma vida diferente agora. Tudo bem que elas lucram bastante, conhecem
lugares e pessoas fantásticas, mas eu faturo muito mais do que elas. Depois
que percebi o que sentia por você, eu comecei a me sentir mal por elas... por
você. Eu quero mudar isso, Bella. Aliás, foi até bom você tocar nesse assunto.
Eu tive uma ideia e gostaria que você me dissesse o que pensa a respeito.

_ Estou pronta para ouvir você. Mas antes... só tem uma coisa me
incomodando.

_ O que?

_ Não tem medo que Jéssica dê com a língua nos dentes? Pelo que você me
disse, ela deve ter ficado com raiva de você.

_ Não acredito que fará isso. Jasper andou pesquisando e ela está trabalhando
para outra pessoa. Se ela fizer isso, corre o risco de ficar sem agenciador
também. Quem irá querer trabalhar com uma cobra traiçoeira?

_ É... talvez você tenha razão. Bom... mas vá lá. Me conte quais são suas
ideias.

Edward fechou o notebook, colocou-o no chão e se virou pra Bella, segurando


suas mãos. Ele falava com entusiasmo, os olhos brilhavam e Bella acabou
envolvida por toda aquela animação.

_ E então? O que acha?

_ Edward... isso é incrível. Tenho certeza que as meninas ficarão gratas a você
pelo resto da vida. Eu mesmo jamais imaginaria algo assim pra mim.

_ É o mínimo que posso fazer.

_ Mas isso não vai... hum... atrapalhar você? Financeiramente falando?

_ De forma alguma. Eu já te disse, Bella. Eu faturei muito mais que você


possa sonhar.
_ E quando pretende fazer isso?

_ Amanhã mesmo. E gostaria muito que estivesse ao meu lado.

Bella escorregou o corpo na cama, mas antes abraçou-se ao pescoço de


Edward, puxando-o para si.

_ Estarei sempre... agora me beija.

_ Com todo prazer.

Edward colocou seu corpo sobre o dela e a beijou. O cansaço ocasionado pela
correria do dia ficou completamente esquecido e perdido entre os beijos e
sussurros do casal.

Capítulo 19
Capítulo 19
Pela porta entreaberta era possível ouvir os saltos e risadas das mulheres que
caminhavam em direção a sala de Edward Cullen. Estavam surpresas e
curiosas a respeito do que conversariam, pois há algum tempo era Jasper
quem cuidava de tudo.

_ O que será que ele quer?

_ Encontrar uma substituta pra Bella?

Algumas riram, outras não se manifestaram.

_ Eles estão juntos mesmo?

_ Foi o que li. Mas foi nesses tabloides sensacionalistas. Não dá pra confiar.

_ É estranho não ter saído em jornais e revistas.

_ Bom, mas se ele procura uma substituta... eu aceito fácil.

Lauren falou e as demais repetiram. Irina deu uma leve batida na porta e a
empurrou. Algumas entraram e outras permaneceram à porta, todas surpresas
demais para falarem qualquer coisa. Por trás da mesa de Edward, sentada
altivamente em sua cadeira de couro, estava Isabella. O rosto corado, olhos e
cabelos brilhantes a deixavam ainda mais bonita. Isso, todas admitiram
mentalmente. Bella observou cada uma delas. Lauren, Irina, Kate, Brianna,
Alicia, Jane e mais três que Bella ainda não conhecia pessoalmente, mas sabia
os nomes. Eram novatas contratadas por Jasper: Claire, Gina e Emma.
_ Bom dia, meninas. Podem se sentar, por favor.

Responderam ao cumprimento de Bella, mas quase todas com os olhos fixos


na grossa aliança de ouro em sua mão esquerda.

_ Peço que desculpem o atraso do meu marido, mas Edward ficou preso em
outra reunião. Entretanto, ele já está a caminho.

_ Já cheguei, amor.

A voz rouca e alegre chegou aos ouvidos de todas e logo em seguida ele
surgiu em frente a elas. Como sempre, elegantemente vestido num terno
escuro contrastando com sua pele. Foi até Bella que se levantou, e a beijou
rapidamente nos lábios.

_ Obrigado.

Sentou-se e só então olhou para as mulheres que o olhavam entre surpresas,


admiradas e desejosas.

_ Bom dia.

Depois que responderam, Edward ergueu a cabeça e encarou Bella que


permanecia de pé atrás dele.

_ Não quer se sentar também?

_ Estou bem de pé.

Edward acariciou a mão sobre seu ombro e deu o sorriso que fazia com que
muitas ali suspirassem. Porém, dessa vez precisaram se conter.

_ Bom, eu chamei vocês aqui porque tenho uma proposta a fazer, além de
informar que a partir de hoje não irei mais agencia-la.

_ Hã? Mas como? E quem ficará no lugar? Jasper? Bella?

_ Ninguém da minha família. Eu estou casado e Jasper pelo que vejo está indo
pelo mesmo caminho. Não é o tipo de negócio que desejo tocar pelo resto da
vida. Por isso chamei-as aqui porque tenho uma proposta e acredito que
agradará pelo menos a maioria.

Ao reparar que elas esperavam que ele começasse a falar, Edward chamou por
Irina, que era a que estava mais tempo com ele.
_ Irina, como você é a que está há mais tempo comigo, eu pensei em você
para levar isso adiante.

_ Eu?

_ Sim, você. Irei explicar. Acho que a maioria de vocês pretende continuar
com essa vida. Sei que recebem o suficiente para terem uma vida confortável
e poderiam até parar se quisessem. Não irei entrar no mérito da questão. Cada
uma faz o que achar melhor. Mas se pretendem continuar, por que não
continuarem juntas, porem lucrando praticamente cem por cento? Vocês
sabem e não irei ocultar isso, que lucrei muito com vocês. Até mais do que eu
supunha. Bom, se continuarem juntas, não precisarão dar porcentagem a
ninguém.

_ Mas Edward... os clientes são o mais importante. Se souberem que não


estamos com você, eles fatalmente procurarão outro agenciadores.

_ Ai é que está. Eu já conversei com a maioria deles e expus a situação.


Garanti a eles que a qualidade continuará mesma, mesmo eu não estando mais
comandando. Ou seja, Irina precisará se comprometer a agendar aqueles
exames, as horas de sono que eu exijo, os carros disponíveis para leva-las
quando preciso... o mesmo esquema.

_ Sinceramente eu não vejo como dar certo.

_ Eu tomei a liberdade de abrir uma conta, onde serão depositados a quantia


que acho justa, tendo visto o lucro que obtive com vocês. Só preciso que você
vá ao banco e assine os documentos, Irina. Além disso, dois dos meus carros
passarão a ser seu.

_ Ah eu não sei... estou tão...é tudo meio irreal demais. Não sei se darei conta.
Iremos precisar de um lugar, uma espécie de escritório.

_ Já me encarreguei disso também. E olha... tem a Tanya. Foi a primeira a


trabalhar comigo, ela pode ajudar você.

Irina mordeu a ponta dos dedos, nervosa, tentando se decidir. Primeiro pediu a
opinião das demais.

_ Podemos sair e dar privacidade a vocês.

_ Não precisa. Eu topo.

Lauren foi a primeira a falar e as demais acabaram concordando.


_ Bom... eu já tenho até alguns documentos. Quero que leiam. Meu advogado
estará aqui e poderá sanar qualquer dúvida. Pode ser?

Diante da concordância delas, Edward foi até o cofre e pegou uma pasta com
documentos que redigiu há dois dias. Entregou a cada uma delas e aguardou
enquanto liam. Pouco depois Demetri chegou e respondeu às dúvidas delas.

Três horas depois, finalmente chegavam ao final da reunião. As garotas


estavam satisfeitas e ao mesmo tempo com um sentimento de inveja por Bella.
Nunca imaginaram que Edward poderia ser tão... perfeito. Além de lindo,
sexy, rico e gostoso... tinha caráter. Não sabiam, porém, se ele ficou assim
após se assumir com Bella ou se sempre foi essa pessoa incrível que viam
agora.

De pé, com o braço em volta da cintura de Bella, Edward cumprimentava cada


garota e lhes desejava boa sorte.

_ Espero e sei que tudo dará certo pra vocês. E se precisarem de qualquer
coisa, sabem onde me encontrar.

_ Obrigada, Edward. Foi uma... honra trabalhar com você. E desejo felicidade
aos dois.

_ Obrigado Irina.

Ao saírem do prédio, Edward soltou um suspiro de alívio. Era uma página


virada em sua vida. Não seria hipócrita a ponto de dizer que se arrependia.
Não mesmo. Principalmente porque foi dessa forma que conheceu Bella. Se
não fosse isso, talvez nesse momento estivesse casado com Victoria e
absolutamente infeliz. Afastou esses pensamentos. Simplesmente não
conseguia visualizar sua vida sem Bella presente. Não conseguia imagina-lo
sem ter conhecido Bella um dia. Era como se ele tivesse nascido no momento
em que a conheceu.

_ Acho que foi uma surpresa e tanto pra elas.

_ Também acho.

_ Edward... você tem certeza que não fará falta pra você, tudo aquilo que deu
pra elas?

_ Amor... eu já falei que ganhei muito mais do que eu supunha. Sério. Alguns
investimentos que fiz renderam tanto que até me assustei. E além do mais...
tenho meu trabalho “honesto”.
_ Eu sei. E não pense que estou falando isso pensando no seu dinheiro. Não
sou interesseira, mas você sempre viveu no luxo.

_ Por Deus, pare de dizer besteira. Não estou pensando que é interesseira. Sei
que você não resiste ao meu charme e me ama loucamente.

_ Seu convencido...

_ Minto?

_ Não.

_ Ótimo. Porque eu também amo você com loucura e iria ficar desesperado se
não fosse correspondido.

_ Tão dramático esse meu marido. Acho que deveria guardar esse drama todo
para nossa próxima missão: supermercado.

_ Ah qual é Bella? Estou amando essa vida de casado. E fazer esse tipo de
compra é algo que ainda não fizemos.

_ Sim, mas temos que ser rápidos. O pessoal chega por volta das dezoito
horas.

O casal preferiu resolver algumas pendências antes de finalmente receberem


os amigos e família em casa.  Há três dias fizeram compras de alguns moveis
para a casa nova. No dia anterior Edward ficou resolvendo assuntos da
empresa e Bella se ocupou em verificar faculdades que lhe interessavam. 
Concordaram que ela irá estudar e em seu tempo livre trabalharia com Edward
na agencia de modelos. Agora sim, poderiam se reunir com os amigos para
um bate papo agradável.

_ Edward... será que sua mãe irá?

Bella perguntou enquanto percorriam o corredor do supermercado a procura


de um bom vinho.

_ Não faço ideia. Mas se ela for e com ideia de destratar você, eu prefiro que
não vá. Não irei tolerar qualquer ofensa a você, mesmo que seja minha mãe.
Aliás, principalmente ela. Sendo minha mãe, deveria querer minha felicidade
e respeitar minhas decisões.

_ Não quero que briguem por minha causa.

_ Já avisei. É só não mexer com você.


Bella não pode deixar de sorrir ao ouvir o marido defende-la com tanta
ferocidade. Sentia-se protegida ao lado dele.

Quase uma horas depois, os dois entravam no apartamento carregados de


sacolas. Bella foi diretamente para a cozinha, ao passo que Edward deixou as
sacolas que carregava na sala.

_ Edward pode trazer as sacolas pra cá agora.

_ Mandona você hein?

_ Precisamos organizar as coisas e não deixar espalhadas por ai.

_ Não deixei espalhado. Deixei na sala.

_ Cale a boca e me ajude.

_ Você não era mandona assim antes de casarmos.

_ E iria assustar você pra que?

Edward a agarrou pela cintura, beijando sua boca.

_ O que pretende fazer?

_ não faço ideia do que esse pessoal gosta. Pensei em alguns petiscos, sei lá...

_ Pode ser. Acho que mais bebem que comem.

_ Então pode lavar as mãos e me ajudar a picar algumas coisas.

_ Mas já?

_ Sim. Pretendo descansar um pouco.

Edward obedeceu, lavando as mãos, mas sorrindo da inocência de Bella. Ela


achava mesmo que ao terminarem ali ele iria deixa-la descansar? Estava louco
para dar uns pegas nela há horas. Não percebeu que andou atrás dela durante
todo o tempo no supermercado? Estava vidrado naquele traseiro, observando
aquele rebolado e imaginado mil coisas para fazer com ela. Por hora deixou
esses pensamentos de lado. Ajudou Bella na cozinha e como das outras vezes
os dois acabaram se divertindo entre risos, beijos e gargalhadas de Bella ao
ver a falta de jeito de Edward para certas coisas.

Realmente... ele era uma negação na cozinha. Mas aprenderia... e tiraria


aquele sorrisinho da cara de Bella.
Depois de tudo pronto, Bella arrancou o avental e colocou-o no cesto de
roupas sujas.

_ Agora vou tomar um banho e descansar.

_ Eu prefiro tomar banho, fazer sexo e descansar.

_ Só temos uma hora até eles chegarem. Vamos deixar o sexo para mais tarde.

_ Mas Bella...

Ela o ignorou completamente entrando no banheiro. Edward bufou e foi atrás.


Ela não resistia nunca a um sexo no banheiro. Não seria diferente agora. Mas
dessa vez ele se enganou. Beijou-a e ela correspondeu. Prensou-a contra a
parede e ela o abraçou. Mas quando tentou descer a mão até o caminho da
felicidade... ela lhe deu um tapa.

_ Eu disse mais tarde.

_ Eu estou começando a achar que comprei gato por lebre.

Ela riu alto e pegou a esponja passando pelo corpo dele. Ele soltou um gemido
ao se sentir ensaboado pelas mãos mágicas. Seu membro estava tão duro que
chegava a doer. Mas pelo jeito ele teria que se aliviar sozinho.

Saiu do banho primeiro que ela e se sentou na poltrona do quarto


completamente nu. Deixou a cabeça pender para trás e fechou os olhos
enquanto acariciava seu membro de cima a baixo, passando o dedo pela
cabeça inchada, espalhando seu liquido. Imaginou Bella sentada sobre ele,
rebolando em seu membro e aumentou a velocidade de suas mãos em seu
pênis.

_ Edward!

Ele abriu os olhos ao ouvir a voz de Bella, mas não refreou seus movimentos.

_ Eu não acredito que está fazendo isso.

_ Eu... preciso. Não posso ficar de pau duro na frente de todos.

Bella se aproximou e retirou a toalha, ficando nua a frente dele.

_ Você vence sempre, Edward.

Falou antes de se inclinar e beijar languidamente seus lábios. Retirou a mão de


Edward se seu membro e o segurou, fazendo-o gemer abafadamente em sua
boca. Apoiou-se nos ombros dele e ficou de joelhos na poltrona. Percebendo
sua intenção, Edward segurou novamente seu membro com firmeza enquanto
ela descia lentamente sobre ele.

_ Porra... não castiga, Bella.

_ A pressa é a inimiga...

Edward desferiu uma palmada em sua coxa, puxando-a com força sobre ele,
enterrando-se completamente dentro dela. Ela gritou, um pouco de dor e
prazer.

_ A pressa é inimiga do caralho.... não quero ninguém filosofando aqui. Quero


você rebolando no meu pau, gostosa.

_ Com todo prazer senhor Cullen.

Ele rosnou e segurando em sua cintura, ajudou-a nos movimentos, subindo e


descendo ou rebolando cada vez mais rápido. Edward sugou seus seios
investindo cada vez mais fundo até finalmente explodirem num orgasmo
intenso que os fez gritar.

_ Ah... sim... agora sim.

_ Maldito.

Bella falou baixinho, passando a língua na orelha dele. Edward apertou as


mãos na carne de suas coxas e depois a ajudou a se levantar.

_ Mais um banho, amor?

Bella estreitou o olhar e Edward gargalhou, seguindo-a até o banheiro.

_ Eu também te amo, baby.

Bella sorriu. Nunca conseguiria negar nada a ele. Era um carma... delicioso.
Mas era um carma.

*******

Bella correu quando ouviu a voz do Jake vinda porta. Edward e ele apertavam
as mãos e Jake abriu um sorriso quando viu Bella. Ela pulou nos braços dele,
sorrindo.

_ Jake... que saudade.


_ Oi linda... eu também. Como está? Ele está te tratando bem?

_ Ei... pode soltar minhas esposa?

_ Ah qual é, cara? Ela nem seria sua esposa se não fosse por mim, ok?

_ E se dependesse de você ela seria uma solteirona recalcada, porque ne?

Bella rolou os olhos e voltou a abraçar Jake.

_ Ele está me tratando bem sim, Jake. Não poderia estar mais feliz.

Edward estufou o peito e foi a vez do Jake revirar os olhos. So então ele
apresentou o rapaz ao seu lado. Era o tal Fred com quem ele vinha saindo. Era
muito bonito e educado.

Pouco depois chegaram Rose, Emmett, Alice e Jasper.

_ Sério mesmo que compraram uma casa, Edward?

_ É verdade, Rose. Eu queria um lugar espaçoso para realizar alguns desejos.

_ Filhos?

_ Também.

Bella se levantou, anunciando que iria pegar bebidas. Jake estava ao lado do
Fred que tinha o braço sobre seus ombros. Alice também ao lado do Jasper e
Rose sentada no colo do Emmett. A campainha soou e Bella se apressou em
atender.

_ Deve ser nosso pai.

Edward olhou aflito pra Rose, mas ela balançou a cabeça.

_ Não acredito que ela virá. Ainda não digeriu a notícia.

_ Carlisle! Que bom que veio.

_ Oi Bella... como está?

_ Bem... entre.

Carlisle afastou-se e então Bella pode ver a bela mulher atrás dele. Era
bastante jovem, bem vestida e a olhavam com visível desprezo.

_ Essa é minha esposa Esme. Esme, querida essa é a...


_ Eu sei quem ela é.

Disse ela, ignorando completamente a mão estendida de Bella e entrando para


o apartamento.

_ Não vim fazer o social. Vim apenas conferir com meus próprios olhos o que
meu filho fez da vida dele.

Edward já estava de pé, as mãos no bolso, olhando fixamente para a mãe.

_ Já deu pra perceber o nível da coisa aqui.

_ Nível? Quer mesmo falar de nível, dona Esme?

Ela arregalou os olhos diante das palavras frias e sarcásticas do filho.

_ Como ousa falar assim com sua mãe?

_ Da mesma forma que ousa entrar em minha casa com sua arrogância e
ofender minha esposa e meus amigos.

_ Está vendo como tenho razão? Você jamais falaria assim comigo.

_ Eu falaria assim com qualquer um que desrespeitasse minha casa. E agora,


se já conferiu o que queria... a porta continua aberta. Pode sair por onde
entrou... aliás, sem ser convidada.

_ Edward...

Bella, apesar de pálida, com olhos lacrimejantes, ainda tentou intervir. Mas
Edward ergueu a mão em direção a ela.

_ Não, Bella.  Não defenda essa mulher. Mas isso foi bom. Assim quando eu
tiver meu filho eu saberei como não agir com ele para que ele não se
envergonhe de mim, assim como estou me sentindo agora. Vá embora, mãe.
Não é bem vinda aqui.

Todos estavam estáticos. Ninguém sabia o que fazer e se deveriam se


intrometer naquela briga. Carlisle estava visivelmente envergonhado. Rose
com ódio nos olhos e Bella prestes a desabar a qualquer instante.

Esme se virou e encarou Bella, mas não disse nada a ela.

_ Vamos Carlisle.

Vendo que o marido continuava parado, Esme girou o corpo e o encarou.


_ Vamos?

_ Não. Eu vim aqui para visitar meu filho e minha nora. Se não está à
vontade... já sabe o caminho de casa.

E como se não tivesse dito nada demais, ele caminhou até o centro da sala.

_ Bella, querida... eu aceito uma cerveja bem gelada.

Limpando furiosamente as lágrimas que escorreram pelo seu rosto, Esme deu
as costas e caminhou rapidamente em direção ao elevador. Edward fechou a
porta e abraçou Bella.

_ Eu disse que não ia tolerar isso, Bella.

De repente a gargalhada estrondosa de Rose chamou a atenção de todos.

_ Pela primeira vez na vida eu vi minha mãe perder a pose. Edward, você
subiu mil por cento no meu conceito.

O clima ainda estava tenso, então Jake soltou a pérola.

_ Você também subiu pra mim, Edward.

_ Sai fora, palhaço.

A gargalhada foi geral, espantando de vez a nuvem negra que Esme trouxe
consigo. Edward abraçou Bella, segurando seu queixo.

_ Não importa quem. Eu atropelo qualquer um que tirar o sorriso dos seus
lábios e o brilho dos seus olhos.

_ Eu te amo, Edward.

Ela disse e encostou a cabeça em seu peito.

_ Eu amo mais.
Capítulo 20
Capítulo 20
Sete meses se passaram desde a primeira e única visita de Esme ao
apartamento de Edward. Desde então muita coisa mudou. Edward e Bella
mudaram-se para a nova casa, ela ingressou na faculdade e no período da
tarde trabalhava ao lado do marido na agência. Emmett e Rose casaram-se no
civil há um mês e como era de se esperar, Esme não compareceu. Jasper
voltou para Paris e levou Alice com ele, pois pretendia se casar com ela em
breve. Carlisle sempre visitava o filho, mas nunca mais tocou no nome de
Esme. Edward também nunca quis saber. Sabia apenas que o casamento dos
pais ia de mal a pior. Esme mal falava com Carlisle e ficou ainda mais íntima
de Victoria. Edward mal acreditou quando soube disso. Se a mãe soubesse que
Victoria também andava fazendo programas iria amaldiçoar até sua última
geração.

Há três meses Billy Black partiu, deixando Jake inconsolável por dias. Bella e
Edward chegaram a passar um final de semana com ele, tentando reconforta-
lo, mas tudo em vão. Em outro final de semana Edward conseguiu arrasta-lo
para uma noite de “homens”, ou seja, apenas bebida. Mulher estava
descartado por motivos óbvios. Jake não era chegado e Edward perderia seu
instrumento de trabalho pelas mãos de Bella.  Há alguns dias ele pareceu sair
do marasmo, voltando a trabalhar e sair para se divertir.

— Droga.

Bella praguejou ao deixar escorrer molho em sua camiseta branca. Retirou-a e


colocou na máquina com água e um produto removedor de manchas. Apenas
colocou um avental em frente ao corpo, xingando-se mentalmente por não tê-
lo colocado antes. Conferiu as horas, constatando que eram quase meio dia.
Dali a pouco Edward chegaria do trabalho e iria perturba-la, portanto era
melhor se apressar.

Apesar de ser sábado, ele precisou ir a agência rever alguns contratos, o que o
deixou insatisfeito, afinal queria passar a manhã na cama com Bella. Ela
aproveitou para fazer alguns trabalhos de faculdade e logo depois foi para a
cozinha preparar o almoço. Não estava muito disposta a cozinhar, mas
também não queria sair para almoçar fora. Preferiu fazer o almoço.

Pegou a forma e levou-a ao forno elétrico, ajustando o timer. Estava distraída


ao som da música que não ouviu Edward se aproximar e a abraçar por trás.

— Puta que pariu, Edward... quer me matar de susto?

Ele mordeu seu pescoço e assoprou sua orelha.

— Longe de mim. Mas eu preciso conferir uma coisa. Não estou acreditando
no que estou vendo.

Levando a mão à nuca de Bella, Edward desfez o nó do avental e a fez girar,


ficando de frente pra ele. Sua boca salivou ao ver os seios cheios e desnudos à
sua frente. Fechou suas mãos sobre eles, apertando com pouco mais de força
os mamilos.
— É fetiche fazer comida com os seios de fora?

— Não estou com os seios de fora, estou com avental. E só fiz isso porque
respingou molho em minha roupa.

— Pensei que queria me provocar.

Bella rolou os olhos e voltou a amarrar o avental.

— como se eu precisasse disso. Como foi lá?

Perguntou mudando de assunto. Edward se sentou numa cadeira e apoiou o


cotovelo sobre a mesa.

— Tranquilo. Erros mínimos no contrato, mas que no final poderiam fazer


diferença.

Levantou-se novamente, indo até a geladeira e pegando uma long neck.

— Sabe... eu estive pensando.

— Em que?

— Em viajar quando entrar em férias na faculdade.

— Viajar pra onde? Minhas férias começam daqui a um mês.

— Paris. Faz tempo que não vou lá e você pode visitar Alice.

Bella se sentou no colo dele, pegando sua cerveja.

— Gostei da ideia. Seria uma segunda de mel?

— Óbvio que não. Segunda lua de mel eu quero você e eu e mais ninguém.

— Podemos chamar a Rose e o Emmett.

— Sim, pensei nisso. E no Jake também.

— Deus... Paris será pequena pra isso.

Os dois gargalharam e beijaram-se em seguida. Era tão bonito ver como


Edward e Jake ficaram grandes amigos. Para duas pessoas que andaram aos
socos pelas ruas, os dois mais pareciam dois irmãos. Mas Edward sabia
reconhecer tudo o que Jake fez não só pra ele como pra Bella também. E Jake
via o quanto Bella estava feliz ao lado do marido. Era só isso que ele queria: a
felicidade dela.

— Preciso ir lá fora colocar comida para o Lion.

— Já disse que o nome dele é Jacob.

— Para com isso, Edward. O cachorro é meu. E Jacob é meu amigo, aliás...
nosso amigo.

— Então? Não dizem que o cão é melhor amigo do homem?

Bella rolou os olhos e saiu da cozinha. Foi até o quarto vestir outra blusa para
depois ir colocar comida para animal. Lion é um filhote de labrador, que Bella
ganhou de Edward assim que se mudaram para a nova casa. Foi paixão à
primeira vista, o que às vezes irritava Edward. Quando ele e Bella se
sentavam no jardim ou na varanda da casa, logo ele vinha se enfiando no meio
dos dois. Morria de ciúmes da dona.

— Ei... isso me fez lembrar de uma coisa.

Edward falou assim que Bella voltou e abriu a ampla porta da cozinha que
dava acesso à área de churrasco.

— O que?

— Já realizei vários sonhos. Casei-me com você, comprei uma casa enorme,
temos um cachorro... agora falta um filho.

Bella o encarou.

— Não combinamos de esperar eu terminar a faculdade?

— Estou ficando velho, Bella.

Ela continuou o encarando. Queria ter a certeza que estava falando sério.
Edward andava tão engraçadinho ultimamente que era difícil saber quando
estava falando sério ou não. Como se adivinhasse seus pensamentos, ele a
puxou pela cintura, olhando fundo em seus olhos.

— Eu estou falando sério.

— Eu... bom... uau... você me pegou de surpresa.

Edward continuou olhando pra ela sem dizer nada.


— Por que não saímos hoje à noite? Vamos nos divertir um pouco e
aproveitamos para falar sobre isso?

Edward deu um sorriso triunfante. Já era meio caminho andado.

*********

Noite de amor intensa, aliada a trabalho e ida a uma boate para dançar
resultaram em dois corpos jogados de bruços na cama, completamente nus e
em sono pesado. Saíram na noite anterior, conversaram, beberam um pouco e
dançaram até se acabar. Bella nunca imaginou que Edward fosse tão bom
dançarino. Pior que qualquer dança com ele se tornava erótica. Cada pegada
em sua cintura, cada encoxada, cada olhar penetrante elevava a temperatura de
Bella a mil e por pouco ela não o arrastou para um canto qualquer. O resultado
disso foi a volta mais cedo pra casa e as várias horas de sexo. Sem falar que
em determinado momento, com a mente já flutuando pelo prazer que sentia,
Bella finalmente cedeu, dizendo que iriam começar a tentar uma gravidez.
Golpe baixo de Edward, ela sabia. Mas ela também queria e muito.
Edward estava em um estágio do sono que sentia que precisava se levantar e ir
ao banheiro, mas seu corpo simplesmente não se mexia. Até que o toque alto
da campainha o fez pular na cama e cair de lado no chão.
_ Porra...
Bella ergueu a cabeça, os olhos ainda inchados de sono.
_ O que foi?
_ Algum infeliz tocando a campainha. Em pleno domingo... ninguém merece.
Edward vestiu um roupão e foi ao banheiro. Escovou rapidamente os dentes e
jogou uma água no rosto. Quase podia sentir o uísque ainda circulando em seu
sangue.
_ Volte a dormir, amor. Vou despachar o filho da puta ai fora e já volto.
Edward abriu a porta e encarou o homem engravatado.
_ Pois não?
_ Senhor Edward Cullen?
_ Sou eu.
_ Trago uma intimação para o senhor, queria assinar aqui, por favor.
_ Intimação? Pra que? Por que?
_ O senhor está sendo acusado de incentivo e manutenção de casa de
prostituição.
Qualquer resquício de ressaca que ainda tivesse em seu corpo desapareceu ao
ler o documento. Pelo jeito os dias de paz nunca viriam.
Leu e releu o papel antes de assina-lo. Ainda não tinha devolvido ao homem
quando a voz de Bella surgiu atrás dele.
— Edward? Algum problema?
Ele devolveu o papel e se despediu, fechando a porta. Ficou parado, ainda
tentando acreditar no que estava acontecendo, até Bella pegar o papel em sua
mão.
— NÃO! Não... Edward, não pode. Como? E agora?
— Agora tenho que procurar o Demetri, obviamente.
— Mas quem pode ter feito essa denúncia? Acha que...
— Eu pensei logo em Victoria, mas não acho que ela seria tão burra. Eu
guardei o segredo dela e ela sabe muito bem o que acontecerá se ele vier à
tona. Pensei... em minha mãe também.
— Não. Você acha? Por Deus, Edward... ela é sua mãe. Por mais que ela me
odeie... quer dizer, ela odeia o fato de estarmos juntos. Mas ela ama você. De
um jeito torto, mas eu acredito que ama. Ela estaria prejudicando você.
— Bom... ainda tem a Jéssica.
Bella abriu a boca, assombrada com isso. Claro que só poderia ser ela. Depois
de ter sido recusada por Edward, ela queria se vingar. Até que ponto ia a
inveja e o rancor? Tudo bem que era ilegal, mas ali não tinha nenhuma garota
menor de idade. Todas sabiam muito bem onde estavam se enfiando. E além
do mais, mesmo que Edward tenha lucrado muito, elas também lucraram. Ele
sempre se preocupou com o bem estar delas, tanto que nunca houve um caso
de maus tratos por parte dos clientes. Se foi realmente Jéssica... ela não
passava de uma ordinária, mal agradecida.
— Nossa... analisando tudo, acredito que realmente possa ser a Jéssica. Mas
que vontade de partir a cara dela.
— Esqueça isso. Vamos voltar pra cama.
Edward a pegou no colo, para que ela não recusasse. Mas ele não estava tão
calmo quanto aparentava. Justo agora que as coisas estavam caminhando
tranquilamente? Justo agora que ele e Bella iriam tentar fazer um bebê? Por
que tinha que ser assim? Mas ele nunca foi homem de ficar se lamentando,
exceto quando perdeu Bella. Iria conversar com Demetri e já pensar no que
fazer para sua defesa. Colocou Bella na cama e se deitou ao lado dela.
— Minha ressaca desapareceu.
Falou e gargalhou, fazendo Bella rir também. Mas ela o abraçou, colocando a
cabeça em seu peito.
— Você não merecia isso.
— Talvez não... talvez sim. Só Deus sabe. Vou esperar mais algum tempo e
ligar para o Demetri. Ainda é cedo.
Mal acabou de falar e seu celular tocou.
— Só espero que não sejam mais más notícias.
Pegou o aparelho e franziu a testa ao ver o nome no visor.
— Irina?
Ele e Bella se entreolharam.
— Atenda.
Edward atendeu e colocou no viva voz.
— Irina? Como está?
— Oi Edward. Tudo bem, obrigada. Desculpe ligar a essa hora.
— Não tem problema. Já estava acordado. Aconteceu alguma coisa?
— Sim, aconteceu. Eu te liguei ontem várias vezes, mas estava desligado.
— Ah sim. Bella e eu saímos ontem à noite. Preferi deixar desligado. Mas o
que houve?
— Hum... ontem eu recebi uma intimação.
Edward e Bella se encararam novamente.
— Sobre?
— Para prestar esclarecimentos sobre... prostituição. Pelo que entendi estão
acusando você e querem ouvir nossa versão. Acho que denunciaram nossos
nomes também.
— Nossos?
— Sim. As outras meninas também receberam a intimação ontem.
— Merda... caralho...
Edward se sentou e passou a mão pelo cabelo. Estava pior do que imaginava.
— Irina, eu não sei se esperam apenas ouvir uma confirmação de vocês ou
não. Mas se precisarem de um advogado... qualquer coisa, é só me falar.
— Meu primo é advogado. Formou recentemente, mas serve. Ele acha que
eles só querem mesmo que a gente confirme ou não. Só assim poderão julgar
você.
— Entendo.
— Bom... o que eu quero dizer é que conversei com todas as meninas. E todas
foram unanimes em dizer que iremos negar tudo, Edward. Iremos negar
qualquer envolvimento ilícito seu.
Edward olhou pra Bella de olhos arregalados, visivelmente surpreso com
aquelas palavras.
— Irina, eu nem sei o que dizer. Nem sei como agradecer a vocês.
— Não precisa. De certa forma você foi muito legal conosco. Não podemos
ficar de braços cruzados.
Edward agradeceu várias vezes e quando desligou, Bella o abraçou com força.
— Nem tudo está perdido, meu amor. Nós iremos sair dessa.

Capítulo 21
Capítulo 21

Bella queria conversar, queria colocar a cabeça no lugar e dizer palavras


positivas para Edward. Mas ele não parecia disposto a ouvir. Parecia que ele
queria fugir da realidade, adiar o momento que se aproximava, mesmo
sabendo que isso independia dele. Mas não era somente isso.  Edward era um
tarado quando o assunto era a esposa, por isso Bella teve a certeza que aquela
conversa de precisar extravasar não passava de uma desculpa para possui-la
da forma selvagem como estava fazendo. Edward praticamente a esmagava
contra o colchão, investindo seu membro forte e profundo, o rosto enterrado
no pescoço de Bella, o qual mordia e sugava. Ela já fazia esforço para
simplesmente respirar, abrindo a boca e puxando o ar, mas ainda assim não
deixando de rebolar sob ele, muitas vezes tentando erguer os quadris para que
seus corpos se chocassem. Suas unhas arranhavam as costas dele,
completamente fora de controle.

— Edward...

Gemeu, agarrando-se aos cabelos dele. Edward sabia que estava sendo um
pouco rude, mas estava tão nervoso que somente Bella conseguiria aplacar
aquele desespero, aquela ansiedade. Beijou sua boca ferozmente, sem deixar
de lado suas estocadas alucinantes. Afastou-se dela um pouco e Bella soltou
um gemido de frustração ao se sentir vazia. Mas foi apenas tempo suficiente
para Edward girar seu corpo e coloca-la de bruços na cama. Puxou uma
almofada e colocou sob o corpo dela, afastando-se para admirar o bumbum
ainda mais empinado devido a posição. Não se aguentando, ela travou a
mandíbula ao mesmo tempo em que apertava a carne da nádega suculenta,
fazendo Bella gemer de dor e prazer.

— Tão gostosa, Bella. Me deixa duro o tempo todo.

Ela empinou as nádegas e rebolou, passando a mão sob o corpo e alcançando


seu clitóris.

— Então venha... por favor.

Edward se colocou sobre ela e passou a mão por baixo do seu corpo,
afastando sua mão.

— Tire essa mão atrevida daí. Esse serviço é meu, baby.

Bella gemeu ao ouvir a voz rouca em seu ouvido e em seguida enfiou o rosto
no travesseiro ao senti-lo adentrar seu corpo novamente. Edward segurou os
cabelos dela e voltou a morder seu pescoço, rebolando seus quadris em busca
de maior acolhimento dentro do corpo apertado.

Logo estavam novamente num ritmo frenético, entre gemidos, sussurros e


gritos. O suor já escorria pelos seus corpos, grudando suas peles. As costas de
Edward ardiam, castigadas pelas unhas de Bella, mas ele pouco se importava.
Em pouco tempo girava novamente seus corpos, fazendo Bella cavalga-lo.  E
assim foram... até caírem exaustos e saciados.

********

Eram pouco mais de duas da tarde quando Edward chegou ao fórum,


acompanhado por seu advogado e Bella. Foram cinco exaustivos meses, em
que teve toda sua vida revirada de cima a baixo na busca incessante por
provas que o incriminassem.
Milagrosamente, toda a contabilidade da empresa batia, não deixando dúvidas
de que todo o dinheiro de Edward provinha da Agencia de modelos. Bella
tinha a leve desconfiança que o contador dele deve ter feito uma excelente
maquiagem. Porém, ele sofreu demais nos últimos meses e ela não faria tal
pergunta a ele. Precisaram adiar a tão esperada viajem para Paris e mal tinham
vontade de fazer planos. Edward estava mais triste, ainda mais por causa da
mãe.

Bella chegou a pensar que ela se compadeceria de sua situação e o procuraria


para uma conversa. Ela não queria de forma alguma que Esme a aceitasse,
mas que pelo menos fizesse as pazes com Edward. Ele definitivamente não
merecia aquele tratamento.

Há dois meses Edward e Bella tiveram o desprazer de encontrar Victoria após


assistirem a uma peça de teatro. O clima ficou tenso e Edward não se segurou.
Praticamente colocou Victoria contra a parede, querendo saber se ela o havia
denunciado. Entretanto ela negou veemente. E falando seriamente... Bella
acreditou nela. Ao que tudo indicava, só poderia mesmo ser Jéssica. Bella se
recusava a acreditar que uma mãe seria tão cruel a esse ponto.

— Preparado, Edward?

— Estou. Cheguei a um ponto em que não aguento mais viver sob tanta
pressão. Se eu for considerado inocente... ótimo. E se for culpado...

 Deu de ombros, mas apertando fortemente a mão de Bella.

— Irei pagar o que for ordenado.

— Sinceramente... eu acredito em nossa vitória.

Edward rolou os olhos. Além de impaciente, estava cínico.

— Lógico que precisa acreditar. É seu trabalho lutar para que seu cliente seja
inocentado.

— Você entendeu o que eu quis dizer, Edward.

Edward girou o corpo e estreitou Bella em seus braços. Não seria permitido a
entrada de plateia, portanto ela teria que ficar do lado de fora à espera do
veredicto.

— Boa sorte, Edward. E não se esqueça que eu amo você e estarei ao seu lado
sempre.
— Eu sei, anjo. Eu também te amo e não teria conseguido estar de pé se não
fosse seu apoio.

Eles se beijaram e logo depois Edward se afastou com Demetri. Bella se


sentou. Só restava esperar. E se algo desse errado... pelo menos ela tinha uma
notícia para dar ao marido, para deixa-lo pelo menos um pouco mais feliz.

Dentro da sala, em frente ao juiz, Edward pensava em sua vida. Ele errou...
errou feio. E se fosse condenado, certamente não seria uma injustiça. Ele só
não queria perder bons momentos ao lado de Bella. Mesmo que Demetri tenha
dito que a prisão seria uma das últimas opções, Edward ainda temia isso. O
advogado estava confiante na absolvição ou no máximo uma multa altíssima
ou prestação de serviços comunitários. Juntando o fato de não terem
encontrado nenhum fato anormal nas contas de Edward e ainda tendo o
depoimento das garotas... era causa ganha.

Edward riu sem humor quando Irina chegou, pronta para prestar seu
depoimento. Ele tinha que ser sincero... se fosse ele no lugar daquele juiz, não
iria acreditar em nenhuma palavra do que estava sendo dito. Irina negou,
dizendo já ter trabalhado pra ele apenas raras vezes, mas apenas em eventos
onde precisavam de modelos, como em exposições de artes e de automóveis.
Não negou que saia com homens por dinheiro, mas que isso era opção dela e
que não havia ninguém a agenciando.

Edward teve sua comprovação sobre quem o delatou quando Jessica foi
chamada a depor. E lógico... ela afirmou que foi agenciada por Edward. O
olhar frio de Edward cruzou com o dela. Naquele momento Jéssica se
arrependeu do que fez. Não por pena dele, mas por medo. Ela jamais viu
aquela frieza nos olhos dele, fazendo-a arrepiar dos pés à cabeça. Felizmente
as outras garotas também prestaram depoimento e confirmaram tudo o que
Irina disse. Apenas o depoimento de Jéssica ainda deixava alguma dúvida no
ar, mas que foi dissipada quando foi a vez de Edward falar.

— Senhor Cullen, todas essas mulheres afirmaram nunca terem sido


gerenciadas pelo senhor Apenas a senhorita Stanley afirma que o senhor era
um cafetão e que ela era uma garota de programa agenciada pelo senhor. O
que tem a dizer a respeito disso?

Demonstrando uma calma que estava longe de sentir, Edward ficou um


minuto em silencio.

— A senhorita Stanley sonhava alto. Queria ser a maior modelo da minha


empresa. Mas ela nunca teve cacife para tanto. Além disso... ela quis ter um
caso comigo quando eu tive um desentendimento com a mulher que hoje é
minha esposa. Eu não aceitei... a rechacei e ela quis se vingar. É a única
explicação que encontro para tamanho despautério.

Depois de mais alguns minutos, finalmente seria lido o veredicto. Edward


fechou os olhos e logo a imagem de Bella lhe veio à mente. Ele poderia sofrer
as piores coisas do mundo... mas já sentia dor só por imaginar sua esposa
sofrendo por ele.

****

Do lado de fora da sala, andando de um lado a outro, Bella roía todas as


unhas. Carlisle estava por ali, assim como Rose, Alice e Jasper que vieram
especialmente para dar apoio a Edward. Jake tinha ligado há pouco tempo
dizendo estar a caminho.

— Fico me perguntando como pude ser tão bundão esse tempo todo. Nunca
imaginei que Edward fizesse...

— Shi... cale a boca, pai. Vai falar disso logo aqui? Fico louco?

Carlisle pediu desculpas e se sentou, observando a nora andar de um lado a


outro. Quase não acreditou quando Edward disse a verdade pra ele há cinco
meses. Esteve sempre tão alheio a tudo que se relacionava aos filhos. Que
espécie de pai ele foi que não esteve presente quando eles mais precisaram
dele? Como pode ser um marionete nas mãos de Esme? Fez de tudo por
aquela mulher e hoje ela nem estava aqui, apoiando a família.

Sorriu ao ver Bella quase saltitar de nervosismo. Adorava a nora e estava feliz
por Edward ter se apaixonado por alguém tão especial. Ela e Victoria eram tão
diferentes. E era visível o amor dela pelo filho. Vez ou outra ela levava a mão
ao ventre, o que fez Carlisle estreitar os olhos. Será que o que estava pensando
era certo?

— Bella, sente-se um pouco. Vai acabar abrindo um buraco nesse chão.

— não dá Rose. Estou nervosa demais.

— Eu sei que ele será absolvido. Nem estou me preocupando.

— Queria ter sua confiança.

Bella falou, mas a loira nem ouvia mais. Estava ocupada demais analisando as
unhas bem feitas, pintadas de vermelho.

— E então gente?
Bella se virou ao ouvir a voz do Jake e correu para abraça-lo

— Ah Jake... que bom que está aqui.

— Até agora nada?

— Não. Estou com tanto medo.

— Vai dar tudo certo. Tem que dar certo, afinal eu irei precisar do meu
padrinho de casamento.

Bella se afastou, os olhos arregalados e a boca aberta.

— Padrinho? Casamento?

Jake sorriu, balançando freneticamente a cabeça.

— Hum hum... Fred e eu iremos nos casar.

Novamente Bella se jogou nos braços dele.

— Ah Jake... estou tão feliz por você. Você merece toda a felicidade do
mundo.

— Se eu tiver pelo menos a metade da felicidade que eu vejo em você, já


estou satisfeito.

— Você será. Caso contrário o Fred irá se ver comigo... e com o Edward
também.

— Que comemoração é essa que estamos de fora?

— Jake tem uma novidade para contar.

— Estamos vendo. Estão cochichando ai. O que é?

Jake apertou Bella em seus braços novamente, mas antes de dizer qualquer
coisa...

— Quer fazer o favor de tirar as mãos da minha esposa?

Bella se virou ao ouvir a voz de Edward. Seu coração pulava dentro do peito e
sua garganta de repente ficou seca. Os olhos dele estavam vermelhos, mas sua
expressão era calma.

— Edward...
 Correu até ele, mas antes que perguntasse alguma coisa, Demetri surgiu atrás
dele com um sorriso largo no rosto. Bella também sorriu, soluçou e o choro
irrompeu de suas entranhas com força.

— Acabou, amor. Continuo livre.

Bella se jogou nos braços dele, segurando seu rosto e beijando-o por inteiro.
Edward sorria, agarrado à cintura dela, até que por fim conseguiu capturar
seus lábios. Essa foi a mesma reação que ele teve ao ouvir o veredicto:
chorou. De repente a pressão dos últimos meses saiu de cima de seus ombros
e por pouco ele não desmoronou. Livre... livre para seguir sua vida ao lado de
Bella sem nenhuma preocupação. Pelo menos, nenhuma preocupação desse
porte.

Os demais se juntaram ao abraço deles, falando baboseiras e festejando junto


com o casal. Carlisle agradeceu a Demetri e depois Edward também
agradeceu novamente.

— Vamos pra casa, amor. Não quero pisar nesse lugar nunca mais.

— Vamos... todos você estão convidados. Principalmente por que temos uma
surpresa.

Edward a olhou com curiosidade. Seus olhos estavam vermelhos e o rosto


manchado pelas lágrimas, mas ainda assim estava maravilhosa.

— Que surpresa?

—Hum... é uma coisa do Jake.

Ela não iria contar nada ali. Edward merecia ouvir isso no conforto da casa
deles. Dali foram direto para casa. Demetri recusou o convite para comemorar
com eles pois ainda tinha alguns casos para estudar.

Bella e Edward foram no volvo, mas Carlisle dirigia. Os dois foram no banco
traseiro, como dois namorados aos beijos e risadinhas.

— Tem bebida aqui, não é Edward?

Jasper perguntou quando já estavam todos acomodados em casa.

— Claro que sim, Jasper. Eu precisei de álcool nos últimos meses.

— Desculpa para alimentar o vício.

- Vá se fuder, Jake. Aliás... qual é a boa notícia?


— Calma, amor... eu vou contar.

Jake fez graça e Edward rolou os olhos. Era muito gay mesmo.

— Bom... eu queria fazer um convite, Edward.

— Se for putaria nem vem.

— E de putaria você entende, não é seu cafetão de uma figa?

— Ei ei.. moças... vamos parar sim?

Carlisle interferiu fazendo Rose e Alice gargalharam. Rose estava orgulhosa


do pai por finalmente estar mais descontraído e curtindo a vida.

— Então, Edward... eu queria convidar você e Bella para serem meus


padrinhos.

Edward franziu a testa, claramente confuso com aquilo.

— Padrinho de que?

— Como de que? De casamento, oras.

Edward abriu a boca e sua expressão facial foi tão hilária que todos riram,
inclusive o Jake.

— Casar? Esse mundo está perdido mesmo. Bom... eu aceito, fazer o que não
é?

Mas no fundo ele só queria alegrar o ambiente. Estava feliz pelo Jake. Sofreu
muito com a perda do pai, sem contar no fato de o ter ajudado quando
qualquer outro teria virado as costas. Ele merecia ser feliz.

— Então vamos comemorar, gente. Porra... estou louca para beber.

— E onde está o Emmett?

— Chega daqui a pouco.

— Vocês podem ficar à vontade. Eu tenho algo a tratar com meu marido
agora.

Bella falou e puxou Edward pela mão, fazendo todos murmurarem um “hã”
malicioso. Bella o arrastou até o quarto e trancou a porta. Edward foi logo se
apossando de sua cintura, colando seu corpo ao dela.
— Fazer amor com todos na sala? Pode ser excitante, baby.

Bella deu um tapa em sua mão e o empurrou.

— Comporte-se. Eu quero te dar um presente.

— Presente?

Bella foi até sua bolsa e pegou um envelope. Voltou e parou a frente de
Edward que olhava para o papel em sua mão sem entender nada.

— Eu queria ter dado esse presente a você há uma semana. Mas eu confesso
que estava com medo do resultado de hoje. Caso não fosse... satisfatório para
nós, eu lhe daria isso. Acho que aliviaria seu coração.

— Porra... estou curioso.

Bella lhe entregou o papel e mordeu os lábios, cruzando os braços em frente


ao peito. Ainda com uma ruga na testa, demonstrando sua incompreensão,
Edward abriu o papel. Seus olhos percorreram a folha e suas mãos começaram
a tremer. Sentiu a garganta embargada, ardendo, assim como seus olhos.

E no instante seguinte Bella estava em seus braços, esmagada num abraço de


pura felicidade.

— Amor... é isso? É isso mesmo?

— sim. Estou grávida, Edward. Nosso bebê está a caminho.

Chorando, Edward segurou o rosto de Bella entre suas mãos trêmulas.

— Eu te amo tanto... e já amo nosso bebê.

Ele a beijou rapidamente nos lábios e depois se ajoelhou, beijando sua barriga.

— É o papai, meu anjinho. Eu te amo.

— Edward... ele está novinho ainda.

Bella o puxou de volta para cima, abraçando-o pela cintura. Edward passou os
braços pelo pescoço dela, embalando-a.

— Mas ele me ouve... eu sei que ouve. Obrigado Bella. Você sempre me
deixando mais feliz do que sonho.

— Só retribuo o que faz por mim.


— Ajude-me a ser um bom pai. Por favor.

— Nós dois iremos nos ajudar. Seremos os melhores pais que pudermos.

— Sim. Exemplos eu já e muitos... de como se deve tratar um filho.

Edward fechou os olhos com força, dessa vez agradecendo a Deus. Os dois
passaram por muitos obstáculos. Sempre existiria alguém pronto para puxar o
tapete daqueles que estão felizes. Mas ele viu e sentiu do que o amor, a
fidelidade, o companheirismo e principalmente a amizade eram capazes.

Capítulo 22
Capítulo 22
A expressão de prazer ao sentir os lábios úmidos descendo pelo seu corpo foi
substituída pela diversão quando ouviu a voz rouca sussurrando entre beijos
no ventre volumoso de vinte e sete semanas. As mãos grandes de Edward
acariciavam a barriga de Bella, sentindo uma pequena ondulação sob seus
dedos.

— Amorzinho... deixe o papai dar um trato na mamãe, vai? Está cedo pra
você estar acordado e com essa energia toda.

Bella não se segurou e gargalhou, fazendo Edward gemer frustrado e se jogar


ao seu lado. Há alguns minutos vinha tentando fazer amor com a esposa, mas
o filho não ajudava. Não parava de se mexer e aquilo o desanimava. Era
estranho continuar a relação com aquela barriga se mexendo.

— Não adianta. Ele está bravo comigo porque não quis lhe dar chocolate
ontem à noite.

— Viu? Eu disse que precisava comer um antes de dormir.

Edward revirou os olhos e deitou-se de lado, com a mão sobre a barriga de


Bella. Mas sorriu ao sentir novamente seu bebê se mexendo. Em seguida se
preocupou ao ver a careta de Bella.

— Está doendo? Está sentindo alguma coisa?

— Não é dor. É um ligeiro incômodo. Parece que ele está se espreguiçando


aqui dentro.

Edward colocou a cabeça entre os seios da esposa e continuou acariciando sua


barriga. Estava cada dia mais encantado com a gravidez e procurava participar
de tudo que se relacionava a ela. Juntos fizeram o curso para novos pais,
compraram todo o enxoval do bebê, assim como decoraram o quarto que seria
dele. Edward não perdeu uma só consulta de Bella e desenvolveu certa
paranoia em relação às vitaminas e vacinas que ela precisou tomar. Às vezes
Bella se esquecia, mas ele estava lá para lembra-la.

Feito criança, chorou quando ouviu o coração do filho pela primeira vez. E
chorou novamente ao ver as primeiras imagens dele, embora não tenha
entendido grande coisa. E chorou de novo quando descobriram que seria um
garoto.

Como se não bastassem todas essas emoções, ainda havia Bella. Cada dia
mais linda... e fogosa. A gravidez lhe fez bem em todos os aspectos. A pele
estava mais vistosa e o brilho em seus olhos era intenso. Sofreu um pouco,
logo no início, com os enjoos, mas passaram logo. Sua libido estava em alta e
muitas vezes era preciso ser mais enérgico com ela. Quer dizer... Edward foi
enérgico e disse não apenas... duas vezes. Ele também não resistia a ela e
quando ela se insinuava pra ele... Edward cedia.

— Desisto. Ele não quer colaborar hoje.

— E você vai ficar assim? Nesse estado?

Bella perguntou, apontando para o membro ereto que cutucava sua coxa.

— Não se preocupe comigo. Daqui a pouco eu me esqueço e ele dorme.

— Não gosto de deixar meu marido assim.

Edward rolou os olhos. Esqueceu desse detalhe. A gravidez a deixou mais


ciumenta também.

— Nunca troquei você por mulher nenhuma antes, não será agora que farei.

— Mas antes eu não estava...

Ele a interrompeu.

— Linda... e gostosa. Sempre foi e continua. Pare com graça.

Ele se ajeitou na cama, apoiando-se em um dos cotovelos. Acariciou o rosto


ruborizado da esposa e beijou levemente seus lábios.

— Eu vou tomar um banho e minha rainha ficará quietinha ai na cama. Depois


eu vou preparar seu café e trazer aqui na cama.

Bella ergueu a sobrancelha cinicamente e Edward estreitou os olhos.


— Está duvidando dos meus dotes culinários? Ainda? Sabe que melhorei
bastante.

— Melhorou dez por cento do nada que você sabia.

— Nossa... essa doeu. Não foi isso que você disse quando eu preparei aquele
macarrão delicioso para você.

— Eu tinha que adular você, afinal estava me negando sexo.

Ele abriu a boca, sem emitir som, abismado com a cara de pau dela. Então não
passou de um truque para que ele a levasse pra cama? Foi logo depois disso
que ele resolveu perguntar à medica de Bella se sexo seria prejudicial ao bebê.

— Estou chocado.

Bella riu alto e o puxou para beija-lo.

— Estou brincando, amor. Naquele dia realmente estava muito bom.

— Sei...

Ele se levantou e cobriu o corpo dela com o lençol.

— Então fique quietinha. Eu já volto.

— Ok, senhor Cullen.

Ele rosnou e caminhou para o banheiro. Diaba de mulher provocadora. Mas


ele não iria insistir em sexo agora. Como ele previu, Bella não estava
lembrando do próprio aniversário. Então poderia fazer a surpresa pra ela.
Obviamente o café da manhã que levaria pra ela foi todo encomendado numa
confeitaria ali perto. Ela merecia algo especial e ele definitivamente não
levava jeito na cozinha. Aprendeu muita coisa com ela, mas nada que o
transformasse em um chef de cozinha da noite para o dia.

Entrou sob a ducha e começou a cantar, como fazia quando tomava banho
sozinho e desde quando se descobriu o homem mais feliz do mundo.

Ainda na cama, Bella sorria ao ouvi-lo cantando. Adorava ouvir aquela voz
cantando, mesmo que às vezes errasse a letra da música do começo ao fim.
Sua vida adquiriu uma rotina gostosa e ela estava amando essa fase. Edward
saía cedo para trabalhar e a deixava na faculdade. Voltava mais tarde para
busca-la e juntos ficavam na agência até as seis da tarde. Contra a vontade
dele, óbvio. Achava que já estava na hora de Bella parar de trabalhar, mas ela
insistia. Ainda conseguia manter aquele ritmo sem se cansar muito.
Rose e Emmett vinham visita-los regularmente, assim como Carlisle. Pensar
no sogro fez Bella sorrir novamente. Continuava morando com Esme, mas o
relacionamento dos dois não melhorou. Ela continuava orgulhosa e
preconceituosa, sem sequer imaginar que Victoria, sua querida amiga, era tão
garota de programa quanto Bella foi um dia. E o mais engraçado nessa
situação toda é que Carlisle andou se envolvendo com outra mulher. E essa
mulher era ninguém menos que Irina. Ironia da vida? Sim. Se Esme
descobrisse isso um dia, com certeza ela iria surtar.

Os dois se conheceram quando Irina precisou de uns conselhos de Edward e


com a autorização de Bella, foi até a casa deles. Carlisle chegou pouco depois
e a atração entre eles foi imediata. Edward, moleque como sempre, divertia-se
com essa situação. Não só ele como Rose também.

— Está rindo do que?

— Ai Edward, que susto.

— Está pensando em que?

— Em seu pai... e Irina.

Ele riu alto. Não tocava no nome da mãe, mas Bella sabia que ele se divertia
por Esme ter sido trocada por alguém como Irina. Era uma pessoa legal, mas
para Esme, pessoas com esse tipo de profissão não passavam de escória.

— O velho tá assanhado. Deve estar gastando todo o dinheiro em Viagra.

— Pare com isso, seu idiota. Seu pai está no auge da maturidade,

Ele a olhou ameaçadoramente, mas não disse nada. Não tinha tempo para
discussão, pois precisava esperar o pessoal da confeitaria no portão. Se Bella
ouvisse a campainha iria se atrever a levantar da cama.

— Vai ficar quietinha ai, não vai?

— Tem certeza que não vai destruir a cozinha?

— Nem vou responder.

— Tudo bem. Vou tirar um cochilo enquanto isso.

Edward a beijou antes de sair do quarto. Desceu rapidamente as escadas e


saiu, ficando à espera da entrega.
Meia hora depois ele entrava novamente no quarto, com uma enorme bandeja
de café da manhã. Viu que Bella dormia e colocou lentamente a bandeja sobre
a mesa. Voltou até a cozinha e pegou os dois buques de flores que também
tinha encomendado numa floricultura, colocou nos jarros e levou para o
quarto.

Apoiado nos joelhos e cotovelos, ele inclinou-se sobre Bella e beijou seus
lábios.

— Acorde, Bella adormecida.

Preguiçosamente ela abriu os olhos e encontrou o rosto sorridente do marido.

— Seu café, amor. Quer que ajude você a sentar?

— Sim.

Edward a ajudou, ajeitando os travesseiros para que apoiasse as costas, depois


se afastou e pegou a bandeja, colocando-a a frente de Bella.

— Feliz aniversário, meu amor.

— Oh...

Edward sorriu diante de seu olhar surpreso.

— É... eu sei. Você esqueceu.

— Sim. Oh meu Deus, Edward... que coisa mais linda, amor. Obrigada.

— Queria fazer muito mais pra você, mas sei que não gosta de muita
comemoração.

— Isso está perfeito pra mim. Eu adorei. Somente todo esse trabalho que teve
para me deixar feliz... já valeu.

Edward coçou a cabeça. Não conseguia mentir para a esposa, nunca. Por
menor que fosse a mentira, ele simplesmente não conseguia.

— Bom... admito que eu não preparei isso.

Bella, que estava com uma torrada a caminho da boca, parou, a sobrancelha
erguida e um sorriso divertido.

— Eu sei. Estou me referindo ao trabalho de encomendar isso tudo e não


deixar que eu percebesse sua intenção.
— O que? Quer dizer que não acreditou que eu fiz isso?

- Óbvio que não.

Ela riu da cara indignada dele e o beijou.

— Venha... coma comigo.

— Um dia, senhora Cullen... eu ainda farei um manjar dos deuses para a


senhora. Quero ver rir de mim.

Bella acariciou o rosto dele, olhando em seus olhos. Edward não conseguiu se
desprender daquele olhar e colocou sua mão sobre a dela.

— Não precisa nada disso. Eu te amo do mesmo jeito, mesmo sendo uma
negação na cozinha. Mas você é expert em me deixar cada dia mais
apaixonada por você. Você, Edward Cullen, me deu tudo o que uma mulher
pode desejar para ser feliz. Eu não vejo como pode ser melhor que isso.

Ele girou a cabeça e beijou a palma da mão de Bella, fechando os olhos


brevemente.

— É a única forma que sei para mostrar o quanto eu te amo. Demorei demais
a descobrir isso e agora só penso em recompensar a cada dia.

— Você já recompensou desde o dia em que foi atrás de mim e aceitou ser
meu amante. Aquela foi a maior prova do seu amor por mim.

Eles se beijaram lentamente, saboreando o gosto um do outro. Edward


adorava os beijos de Bella, principalmente quando eram carregados de luxuria
e carinho ao mesmo tempo. O problema era que ele ficava aceso... como
agora.

— Agora pare de me enrolar e tome o café que me deu tanto trabalho para
preparar.

Eles riram e juntos tomaram o café da manhã. Minutos depois Edward ajudou
Bella a tomar um banho e saíram até a garagem, onde estava o presente de
aniversário de Bella.

— Edward... mas...meu Deus...um carro?

Aproximou-se da Mercedes preta e reluzente que estava ao lado do volvo.


Nunca imaginou que Edward lhe daria um carro. Ele sempre pareceu feliz em
dirigir e leva-la a qualquer lugar que quisesse.
— Gostou?

— Se gostei? É lindo... nossa...

Ela se virou e jogou os braços em volta do pescoço dele, enchendo-o de


beijos.

— Não precisava, mas eu amei... amei.

— Você merece, meu amor. Mas só vai dirigir depois que Thomas nascer.

— Ah não... quero estreá-lo hoje.

— Bella...

— A doutora Florence disse que eu posso, por enquanto.

Edward rolou os olhos.

— Uma voltinha mais tarde, pode ser?

Feito criança, Bella sorriu e concordou, voltando a olhar para o seu novo
“bebê”.

Ficou ainda alguns minutos namorando seu carro e depois entraram.

Mais tarde saíram para almoçar fora, onde encontraram Rose, Emmett e
Carlisle. Infelizmente Alice, Jasper e Jake não puderam estar presentes. Alice
e Jasper porque estavam ocupados com os preparativos para o casamento.
Jake ainda estava viajando em mais uma lua de mel. Apesar disso foi um
almoço gostoso e divertido, sem nenhum assunto triste e desagradável. De lá
foram para a casa de Rose, de onde só saíram por volta das dezoito horas.
Obviamente foram no carro de Bella, por exigência dela.

Edward observava a esposa que dirigia com um sorriso enorme no rosto. Ele
acertou em cheio na escolha do modelo do carro. Bella parecia ainda mais
poderosa por trás daquele volante.

— Por que me olha tanto?

— Admirando você... me enchendo de desejo e já pensando o que farei


quando chegarmos em casa.

— Acho que vou acelerar então, aproveitando que Thomas está quietinho.

— Nada disso. Não vamos correr riscos por causa de sexo.


— Está duvidando da minha capacidade ao volante?

— Se estivesse não teria lhe dado o carro. Absurda.

Bella tamborilou os dedos no volante, enquanto observava o semáforo. Olhou


para o lado, observando o calçadão onde várias garotas de programa já
desfilavam. Seu olhar recaiu sobre uma figura que mesmo de longe ela
reconheceu. Decidida, assim que o semáforo abriu, ela avançou e parou o
carro pouco à frente da garota.

— Bella... o que...

Edward começou a perguntar, mas logo se calou ao ver a garota que se


debruçou na janela.

— Um programa?

O sorriso de Jéssica morreu nos lábios ao ver Bella e Edward. Bella percebeu
como ela estava acabada. Com certeza não estava sendo agenciada por
ninguém, visto a roupa e maquiagem vulgar que usava.

— Isabella?

— Como é a vida hein Jéssica?

Ela olhou para o casal com vergonha e ao mesmo tempo despeito. Não falou
nada, apenas se afastou.

— Uau... o que aconteceu com ela?

— O que deveria acontecer com qualquer um da laia dela... está na boca do


lixo.

Bella deu a partida, deixando Jéssica com lágrimas nos olhos. A moça
arrependia-se de ter agido imprudentemente. Como não pensou que aquele
julgamento de Edward iria ganhar destaques nos jornais? Ela, sendo a
denunciante, também ganhou destaque. O resultado foi portas fechadas para
ela. Quem iria querer agenciar alguém que poderia denunciar seu cafetão a
qualquer momento? No princípio ela não se importou. Melhor pra ela que não
teria que dar porcentagem para ninguém.

Então começou a procurar clientes em boates e bares elegantes. Mas acabou


acontecendo o que nunca aconteceu quando era agenciada por Edward. Pegou
alguns clientes de má índole. Apanhou, praticamente foi estuprada e em uma
das vezes... não recebeu pagamento. Depois disso foi atrás de Irina... e
novamente teve as portas fechadas. O dinheiro que ganhou com Edward foi
gasto em joias e roupas, que agora eram vendidas para pagar bebidas e drogas.

Caminhando sobre saltos bem altos, ela parou diante da janela de outro carro,
quase fazendo uma careta ao ver o velho nojento que a olhava com lascívia.

— Entra, boneca.

Não estava em condições de recusar. Entrou no carro, fechando os olhos e


tentando imaginar que estava como há algum tempo: entrando em carros
luxuosos, com empresários ricos e bem vestidos. Talvez pudesse sonhar... já
que essa não era mais sua realidade.

*****************

Dois meses depois

Edward andava de um lado a outro, mordendo a ponta dos dedos e ignorando


os olhares debochados do pai e de Rose. Alguém conseguia entender que ele
estava nervoso? Era normal, não era?

Os meses passaram rápido demais e logo chegou o grande dia. Na verdade só


esperavam a chegada do Thomas para daí a uma semana. Bella foi à última
consulta nessa manhã, como sempre acompanhada por Edward. Após o exame
de toque, foi constatando quatro centímetros de dilatação e a doutora achou
melhor já deixa-la na maternidade. O bebê nasceria ainda hoje.

Bella e Edward discutiram alguns dias antes a respeito do parto. Ela queria
uma cesárea, simplesmente por não querer ficar “larga” para o marido.
Edward ficou irritado com aquilo. Como se isso fosse o mais importante no
relacionamento dos dois. Os dois leram vários assuntos sobre parto e a
maioria foi unânime em afirmar a vantagem de um parto normal sobre a
cesárea. Não queria de forma alguma estressar Bella nessa fase da gestação,
mas também não poderia permitir que ela fizesse tamanha besteira
simplesmente pensando em agrada-lo.

Mas acabaram chegando a um consenso. Percebendo que o marido realmente


não se importava com aqueles pensamentos idiotas, Bella aceitou o parto
normal. Agora já se encontrava na sala de parto e Edward simplesmente não
teve coragem de estar ao lado dela.

— É um frouxo mesmo. Eu acompanhei seu parto e o de Rosalie.

Carlisle debochou, irritando Edward ainda mais.


— Eu não quero ver minha esposa sofrendo, ok? Eu sei que ela vai sentir
dor... isso não dá pra mim, pai. Eu queria proteger Bella de todas as dores e
sofrimentos do mundo. Não quero ver isso.

— Ridículo. Se queria isso não deveria ter feito um filho nela. Parto é assim,
Edward. E nós mulheres já nascemos preparadas e fortes pra isso.

— Você disse tudo. Vocês mulheres são. Eu não.

Edward parou de andar e falar quando viu a doutora Florence se aproximando.

— Senhor Cullen... já iremos começar. Tem certeza que não quer estar
presente?

— Eu queria... mas não dá pra mim. Bella vai me perdoar... sei que vai.

— tudo bem, então.

— Eu posso ir?

Rose perguntou, colocando-se de pé.

— Sim, claro.

Edward continuou parado. Ele prometeu a Bella não foi? No altar, quando se
casaram. Na alegria e na tristeza. Na saúde e na doença. Esse era um
momento, não? Um momento de alegria. Um momento triste somente por
causa da dor que ela sentiria. Não era o momento de estar ao lado dela? Ele
estaria descumprindo seu juramento se não estivesse lá.

— Não Rose.

Ele quase gritou quando a loira se preparava para seguir a médica.

— Eu vou.

A irmã abriu um sorriso largo.

— Eu sabia que não iria decepcionar a Bella desse jeito.

— Seja forte, meu filho. Não é um bicho de sete cabeças.

Edward seguiu a médica em silencio, atento a tudo o que ela explicava. Vestiu
uma roupa ridícula, passou por alguns procedimentos e entrou na sala, onde
algumas enfermeiras e outro médico andavam pra lá e pra cá.
Bella estava sobre a mesa, as pernas afastadas e um lençol cobrindo da barriga
para baixo. Ela sorriu quando o viu entrar.

— Edward.

Ele se aproximou, segurou a mão dela e passou a outra mão para limpar o suor
em sua testa.

— Não poderia deixa-la. Na alegria e na tristeza...

— Na saúde e na doença.

— Sempre. Não vou te deixar. Só não queria que sentisse dor.

— Já me deram anestesia. Quase não sinto nada. Mas eu já senti dor pior.

Edward franziu a testa.

— Pior?

— Sim. Quando eu pensei que tinha perdido você pra Victoria. Agora pelo
menos... é uma dor boa. É para trazer nosso bebê ao mundo.

Edward não fez qualquer esforço para segurar as lágrimas que rolaram pelo
seu rosto. Ele nunca teve dúvidas do amor de Bella por ele. Mas essas
palavras o deixaram em tal estado de emoção que ele só conseguiu repetir que
a amava.

Ele chorou novamente quando ela começou a apertar a mão dele, forçando
para ajudar no nascimento do filho. Seus olhares não se desconectavam nunca,
exceto quando ela fechava os olhos rapidamente devido ao esforço que fazia.
Mas ainda conseguia tranquiliza-lo, dizendo que estava tudo bem.

— Vamos Isabella... ele já está vindo. Já estou vendo.

Bella forçou mais, rindo e chorando ao mesmo tempo e depois soltando um


suspiro de puro alívio. No instante seguinte Edward ouviu um som estranho e
depois um choro alto.

— Nasceu, amor.

Foi tudo o que ele conseguiu dizer antes de desabar num choro incontrolável.
Beijou a testa da esposa que nunca esteve mais linda aos seus olhos. Tinha um
sorriso cansado, mas feliz no rosto.

— Vejam que garoto lindo.


A enfermeira levou o bebê até os dois, fazendo-os chorarem ainda mais ao
verem a bochecha gordinha, a pele clara, embora suja de sangue.

— Olhe o cabelinho, Edward.

Era possível ver o cabelo farto e loiro, lembrando claramente de Edward


quando nasceu. Os olhos permaneceram fechados, enquanto ele gritava para o
mundo que já estava ali.

— Você é tão lindo, meu amor. Tão a cara do papai.

Edward sorriu entre lágrimas e se inclinou, beijando a esposa.

— É lindo, sim. Nossa mistura.

O bebê foi levado para exames, deixando os pais coruja se olhando com
adoração. Bella estava surpresa e emocionada com a coragem de Edward.
Desde o começo ele disse que não assistira ao parto. Estava ai uma prova do
quanto ele era especial e do quanto já amava o filho. Do amor dele por Bella...
ela já não tinha dúvida.

Edward não se arrependia daquele rompante de coragem. Foi o momento mais


lindo e especial de toda sua vida. Naquele momento ele soube que estaria
preparado para qualquer obstáculo que a vida colocasse no caminho deles. Ele
amava sua família e quando a gente ama, nenhum esforço é demais. Nenhuma
lágrima é em vão. Nenhum sorriso é exagero. Tudo o que se faz, é feito
pensando exclusivamente no amor que se sente e que recebe.

— Eu te amo, Edward.

— Eu também, meu amor. Obrigado por nosso filho... por você... pela vida
maravilhosa que eu tenho.

Bella apenas sorriu, sentindo mais lágrimas banharem seu rosto. Ele não tinha
o que agradecer. Edward a ajudou de todas as maneiras possíveis. Mesmo
quando ele ainda não sabia que a amava, ele a protegia com seu carinho, com
sua atenção, até mesmo com seu ciúme. Maturidade, cumplicidade, doação,
partilha, doses de ciúme e erotismo ... tudo o que Bella e Edward tinham
juntos. Tudo o que ousaram misturar e resultou nesse louco amor. Mas qual
história é perfeita?  E quem disse que um amor obedece regras? Quem disse
que um amor é mais forte e mais verdadeiro que o outro pela forma como
aconteceu? Com eles foi assim.. simplesmente aconteceu...e virou história.

                                   Fim
Capítulo 23
Epílogo
Cinco anos depois

O calor se espalhava pelo corpo adormecido da morena. A correria das


últimas semanas a deixou exausta e agora seu corpo estava jogado na cama, de
bruços, braços e pernas abertas. Era uma sorte ter uma cama feita sob medida,
caso contrário Edward estaria no chão. Mas pelo contrário. Ele estava ao lado
de Bella na cama, a mão grande e máscula subindo pelas coxas da esposa.

Bella resmungou algo ininteligível e Edward riu, mordendo levemente seu


ombro. Quase uma semana sem sexo e ele já estava praticamente entrando em
combustão espontânea.

— Me deixe dormir, amor.

— Não Bella. Eu preciso fazer amor com você ou vou enlouquecer.

— só mais um pouquinho.

Ignorando os apelos dela, Edward subiu ainda mais a mão, aproveitando as


pernas entreabertas e percorreu sua nádega com o dedo. Bella gemeu, mas
continuou dormindo. Mordendo novamente seu ombro, Edward desceu a mão,
alcançando seu sexo e sorrindo ao senti-la molhada e quente.

— Safada... você quer. Estou sentindo você molhada pra mim.

Edward puxou o lençol e gemeu ao ver o corpo da mulher. Sempre foi gostosa
e pouco depois do parto, resolveu entrar para um academia. O resultado era o
corpo perfeito de sempre, mas com a musculatura mais firme... totalmente
degustável. Ele ficava pra morrer quando ela vestia aqueles shorts ou
bermudas coladas e ia se exercitar. Sempre seria a droga de mulher mais
gostosa que já conheceu.

Feito animal, subiu sobre ela, sentando-se sobre suas nádegas, segurando seu
membro duro e quente e espalhando a umidade que já escapava pela glande na
bunda de Bella.

— Vou acabar fazendo isso sem as preliminares, amor. Você não me deixa
escolha.

— Edward...
Ele sabia que era totalmente errado. A esposa estava meio adormecida e fazer
isso sem seu consentimento era praticamente um estupro.

Afastou-se um pouco, e também afastou um pouco mais as pernas dela,


passando seu membro agora em sua entrada. Iria penetra-la antes...

— Pai... olha na janela. Já está claro.

Edward gemeu e deixou seu corpo cair ao lado do de Bella na cama ao ouvir a
voz do filho na babá eletrônica. Desde os três anos e meio começaram a
ensina-lo a nunca entrar no quarto dos pais sem bater. Por isso sempre
deixavam a babá eletrônica ligada, para se comunicarem. Além disso, Edward
impôs uma regra: nada de se levantar cedo demais. Ele tinha a mania de
querer se levantar às cinco da manhã. O combinado foi somente chamar os
pais quando o dia clareasse. Estava ai o resultado.

— Estou indo, filho.

Edward se levantou e vestiu a boxer, colocando também uma camisa de


malha.

— Vá lá, papai.

Bella resmungou e Edward desferiu um tapa em sua bunda.

— Ordinária. Mais tarde você não me escapa.

Edward saiu e foi em direção ao quarto do filho que já estava sentado na


cama, olhando ansiosamente para a porta.

— Bom dia, garotão.

— Bom dia, papai.

— Dormiu bem?

Edward perguntou se jogando na cama ao lado dele.

— Dormi.

— Pois eu estou com sono ainda. Bem que você poderia dormir mais um
pouco.

— Mas eu vou sair, papai.


— Putz... estava me esquecendo. Vamos tomar o café então? Depois dou um
banho em você.

— Vamos.

Edward se sentou e Thomas pulou em suas costas, montando “cavalinho”.

— Vamos lá cowboy.

Thomas estava cada dia mais esperto e mais arteiro. Mas era a alegria da casa.
Os cabelos agora estavam idênticos ao do pai, assim como as feições do seu
rosto. Mas os olhos eram da mãe. Era como se tivesse tirado os olhos de Bella
e colocado no rosto dele.

Colocou Thomas na cadeira e pegou o leite e o cereal que ele gostava. Virou
numa vasilha e colocou à frente dele.

— Coma tudo.

Ligou a cafeteira e se sentou, bocejando.

— Cadê a mamãe?

— Está dormindo ainda.                               

— Preguiçosa.

Thomas falou e Edward riu alto. Costuma brincar assim com ela e o filho
acabou pegando a mania. Mas ele, mais do que ninguém sabia o quanto a
esposa vinha trabalhando. Formou-se em psicologia e já estava trabalhando
numa escola particular. Adorava psicologia voltada para a educação. Mas ao
mesmo tempo fazia seu mestrado e também fazia trabalho voluntário aos
sábados.

Mesmo com toda essa correria, não houve um só dia que não tenha dado
atenção ao filho. Bella era uma mãe e esposa exemplar. Não queria dizer que
foram cinco anos perfeitos, num mar de rosas. Houve brigas, choros e no
terceiro ano de casados, Bella chegou a cogitar uma separação. O motivo?
Edward nem se lembrava. Talvez fosse o estresse do dia a dia e também o fato
de Esme finalmente ter resolvido aparecer. Queria conhecer o neto, mas ainda
não aceitava Bella. Maravilhosa como era, Bella não se importou e incentivou
Edward a deixa-la ver o neto. Mas Edward bateu o pé. Ele não queria o filho
perto de uma mulher tão preconceituosa como a mãe. O que ela tinha de bom
a oferecer a ele? Que conceitos? Que valores?
De tanta insistência por parte de Bella, Edward aquiesceu e procurou por
Esme. Mas quando ela perguntou se “aquela prostituta” estava dificultando as
coisas... Edward perdeu as estribeiras. Acabou denunciando a mãe e
conseguindo uma medida de restrição contra ela. Somente assim puderam ter
paz novamente. Há dois anos Edward sequer ouvia falar no nome dela.

Carlisle estava bem... bem demais na verdade. Estava oficialmente com Irina,
que assim como Bella abandonou a vida de programas e agora... era quase
mãe. Estava grávida de seis meses e em breve Edward teria um irmão.

Balançou a cabeça ao pensar nisso. Se chegasse na idade do pai fazendo


filhos... Bella não iria aguentar.

— Acabou filho?

— Sim, papai. Mas eu quero mais.

— Acordamos com fome hoje?

A voz suave veio da porta da cozinha. Edward se virou e sorriu ao ver a


esposa com o rosto ainda marcado pelo travesseiro, usando um roupão e os
cabelos rebeldes presos num coque frouxo.

— Mamãe...

Thomas gritou abrindo os braços pra ela.

— Bom dia, meu amor. Teve bons sonhos?

— Não sei. Eu não lembro.

Ela riu e se aproximou do marido, beijando-o levemente nos lábios.

— Bom dia, querido.

— Bom dia. Conseguiu recuperar suas energias?

— Um pouco.

— Sente-se ai. Acabei de passar o café. O que quer comer?

Bella olhou para ele de cima a baixo, sugestivamente. A camisa de malha


estava um pouco justa em seu peito másculo e a boxer aparecia sob ela.
Desceu o olhar para as coxas musculosas e passou a língua nos lábios. Edward
se sentou no mesmo instante, sentindo o impacto daquele olhar diretamente
em seu membro.
— Só café, amor. Irei comer... mais tarde.

— Eu também irei comer mais tarde. Thomas... quer subir e juntar os


brinquedos que quer levar?

Edward perguntou ao ver que o filho já tinha terminado a refeição.

— Sim.

— Levar pra onde?

Thomas já saia da cozinha correndo e fazendo barulho de avião.

— Vai dormir na casa da madrinha hoje.

Bella franziu a testa.

— Encontrei com Rose ontem e ela não me disse nada.

Edward rolou os olhos.

— Não estou falando da Rose. Estou falando do Jake.

Foi a vez de Bella rolar os olhos. Desde quando escolheu Rose e Jake para
padrinhos do menino, Edward vinha dizendo que o filho seria o primeiro a ter
duas madrinhas e nenhum padrinho.

— Idiota.

— Estou mentindo? Rose é muito mais macho que o Jake.

— E muito mais macho que você, não é? Afinal, se não fosse ela nem
estaríamos juntos hoje.

Edward estreitou os olhos e arrastou a cadeira para mais perto dela. Pegou a
mão pequena colocando-a diretamente sobre seu membro. A mão livre levava
o café à boca.

— Vai quebrar meu galho hoje, não vai? Estou tarado Bella.

— Eu também estou, Edward. Sonhei com você me fodendo a noite inteira.

Edward engasgou com o café e Bella deu um tapinha em suas costas.

— Puta que pariu, mulher. Não fale assim que me mata.

Ignorando-o, Bella colocou a cabeça em seu ombro.


— Sabe o que estive pensando?

— Hum?

— Não está na hora de fazermos outra viagem? Já são dois anos. Thomas
precisa disso.

— Hum... e pra onde gostaria de ir?

— Não sei ainda. Vamos esperar passar essas festividades do Natal e depois
conversamos sobre isso.

— Falando nisso... já está tudo pronto?

— como sempre.

Como acontecia todos os anos, a família se reunia para o Natal na casa de


Edward. Carlisle e Irina, Emmett e Rose, Jake e Fred, Jasper, Alice e a
pequena Melissa, filha do casal, agora com três anos. Durante esse encontro,
Edward percebia o pai meio cabisbaixo. Apesar de estar muito bem com Irina,
ele ainda se ressentia por Esme não estar presente. Ela era sua ex esposa, mas
não poderia ser ex mãe. Mas o que ele poderia fazer? Ela ficou ainda mais
amarga e cruel. Quando descobriu que Victoria era garota de programa fez um
estardalhaço e cortou relações não só com ela como com a família dela. Hoje
Victoria estava casada com um velhote quarenta anos mais velho que ela.
Seguiu seu caminho, felizmente sem nunca importunar Edward e Bella.

— Vou arrumar o Thomas. Jake deve chegar a qualquer momento.

— Programou algo especial para leva-lo assim?

Edward deu um sorriso sacana.

— Ele deve ter percebido meu estresse. Ele sabe que precisamos de um tempo
a sós.

Bella sorriu e mordeu os lábios. Óbvio que ela e Edward tinham seus
momentos pra lá de quentes. Mas não era raro serem interrompidos pelo filho.
Como Edward costumava dizer: Thomas já era empata foda ainda na barriga.

— Acho que devo me preparar pro meu maridinho então.

— Vai... se prepara mesmo, gostosa. Estou em ponto de bala hoje.

— hoje? Ou Sempre?
Edward que já saia da cozinha, voltou e puxou-a pela mão, colando seus corpo
e buscando sua boca.

— Sempre.

Quase uma hora mais tarde, Thomas saia correndo pela sala ao ouvir o carro
do Jake chegando.

— Padrinho chegou... padrinho chegou.

Edward abriu a porta e Jake entrou sorrindo de orelha a orelha.

— E ai cara?

Edward nem teve tempo de responder e Thomas se jogou nos braços dele.

— Vamos, Jake. Eu quero jogar com o tio Fred.

Edward bufou e fez um gesto para que Jake entrasse.

— Está tudo bem, Jake?

— Sim, Edward. Aqui eu nem preciso perguntar não é? Essa sua cara não me
engana.

— Cara de que? De abstinência?

Jake gargalhou e colocou Thomas no chão.

— Vá pegar sua mochila.

Assim que o garoto saiu, Jake se jogou no sofá.

— Serio... eu pensei que você iria enfartar ontem. Aquele bando de mulher
quase se esfregando em você... e Bella negando fogo.

— O que...

Edward foi interrompido pela voz raivosa de Bella.

— Como é que é?

— amor... é mentira dele.

— Você disse que não tinha mulher lá no bar, Edward Cullen.

— E não mesmo. Jake, sua bicha, diga que é mentira.


— Eu não minto pra Bells.

Jake falou se levantando e beijando o rosto raivoso de Bella. Estava se


vingando de Edward por ele ter dito ao Fred que Jake vivia indo a jogos de
futebol para ver as pernas dos jogadores.

— Vamos Jake, estou pronto.

Bella se abaixou e ajeitou a roupa do filho.

— Obedeça o padrinho e o tio Fred. Nada de fazer carinha de cachorro para


comer besteiras, está me ouvindo?

— Sim, mamãe.

Olhou para o padrinho e piscou. Tão safado quanto o pai. Depois ergueu os
braços para Edward.

— Tchau papai.

— Comporte-se. E se o tio aprontar, ligue para o papai que vou lá e bato nele.

Thomas rolou os olhos. Custava ser menos parecido com o pai?

Eles se despediram e quando Jake já saia, Edward o parou.

— Ei...ei... não vai contar a verdade à ela?

— Contar a verdade? Edward... se eu contar tudo o que rolou lá, será divórcio,
com certeza.

Bella cruzou os braços em frente ao peito. Sabia muito bem que os dois
viviam aprontando um com o outro. Mas Jake também sabia o quanto ela
amava e o ciúme que sentia de Edward. Não iria brincar com uma coisa dessa.

Assim que o carro dele desapareceu, Bella fechou a porta e passou direto por
Edward.

— Não acredito que está...

— cale a boca, Edward. Estou furiosa. Tudo bem que as mulheres se jogam
pra cima de você, mas custa dar um chega pra lá?

— Bella... anjo... é mentira. Não tinha...


Ele calou a boca e engoliu em seco quando ela tirou o vestido, revelando
apenas uma calcinha rendada preta, completamente enterrada em seu
bumbum.

— Havia alguma lá assim? Porque aqui em casa você não terá.

Preparava-se para sair da sala, quando Edward avançou sobre ela, jogando-a
no sofá. Xingou Jake de todos os nomes feios que conhecia. Maldita bicha dos
infernos... aquilo ia ter volta.

— Eu te amo... só quero você, Bella. Não maltrata...

Ele falava e apertava os seios desnudos. Seu membro quase perfurava a


bermuda que usava e Bella continuava tentando empurra-lo. Sem se importar,
Edward baixou a cabeça e devorou seu seio, chupando-o e lambendo até ouvir
o gemido rouco de Bella. Ele rebolou os quadris e as mãos dela voaram até
seus cabelos, apertando sua boca de encontro ao seu seio.

— Eu te quero, Edward.

Ela se rendeu, remexendo os quadris. Já sem controle, Edward puxou a lateral


da calcinha, arrebentando-a e jogando para o lado. Afoitamente, Bella desceu
a bermuda dele e Edward a ajudou, chutando-a para longe.

— Bella, eu não sei se...

— Me fode, Edward. Teremos tempo para preliminares mais tarde. Agora eu


só preciso de você me preenchendo... como só você... ah...

Ela gemeu, sem conseguir terminar sua frase. Edward a penetrou com firmeza,
soltando um urro de alívio.

— Hora de dar um irmãozinho para o Thomas, querida.

Bella rebolou sob ele, as unhas agarradas aos seus ombros.

— temos muito o que praticar.

Edward sorriu, o rosto em deleite, em meio a estocadas profundas e


poderosas.

— Gostoso... eu te amo, maldito.

Praguejou, arranhando as costas dele. Edward riu e empurrou seu pênis ainda
mais profundamente e fazendo Bella revirar os olhos.
— Vadio... mais forte.

Edward rosnou e apertou a coxa dela. Será que não percebia que o
enlouquecia ainda mais quando dizia aquelas coisas? Alucinado, ele se
afastou, sob protesto de Bella.

—Não...

Ele a pegou pelo braço e girou seu corpo, colocando-a de quatro no sofá. Deu
um tapa em sua bunda e imediatamente Bella empinou em sua direção.
Edward segurou os cabelos dela quase com violência e voltou a se enfiar
dentro dela.

- Eu quero incêndio hoje, Bella.

Ela gemeu e rebolou, lembrando-se dessas palavras ditas por ele há algum
tempo, na primeira noite em que ele praticamente invadiu seu apartamento.

Passaram por muita coisa desde então, mas o desejo explosivo que os uniu
desde o primeiro olhar sempre estaria presente. Agora vinha acompanhado por
amor, fidelidade, carinho... mas ainda seria capaz de provocar o incêndio que
Edward tanto pedia.

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