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Capítulo 1
Fim de noite e as garotas caminhavam com seus saltos altos pelas ruas
movimentadas de Nova Yorque. Os trajes sumários não deixavam dúvidas de
sua profissão. Eram mulheres da vida, garotas de programa. Jovens e bonitas,
porém não tinham tanta sorte quanto aquelas que desciam de luxuosos carros e
entravam no prédio de luxo em plena Lincoln Square. Ali funcionava
a Emperor's dream, agência de modelos mundialmente famosa. O que
poquíssimas pessoas sabiam, somente poderosos executivos de Nova
Yorque, Washington e Paris, é que tudo não passava de fachada para
serviços de prostituição de luxo.
-Estão atrasadas.
-Sem delongas, pois estou cansado e quero logo ir pra casa. O que é seus,
como sempre, está dentro dos envelopes. Direto para casa e cama. Terão
exatamente...
-Oito horas para dormirem e depois direto para a clinica. Exame de todas
vocês ja está marcado.
Jéssica apenas rolou os olhos quando estava de costas pra ele. Agora era
chegada a hora de Bella agradar ao chefe.
-Eu que o diga, Kate. Ele nunca sequer deu uma segunda olhada em nós,
exceto quando nos contratou. Mas pra ela... ele so falta comê-la com os
olhos.
-Pior pra Bella. Quando ele se cansar disso, é com Victoria que irá se
casar. E ela continuará sendo simplesmente...
-Uma vadia.
-Eu também.
-Hum... e minhas oito horas de sono? Assim irei perder minha consulta.
-Perfeitamente, chefe.
No auge dos seus vinte e sete anos, desfrutando de tudo o que sua fortuna
podia comprar, ele poderia ter a mulher que quisesse. Estava noivo de
Victoria Duncan, patricinha mimada da sociedade Nova Iorquina. No
começo até gostava da ruiva. Era gostosa e fogosa. Mas isso foi somente
até colocar os olhos em Isabella.
Mesmo sendo um cafetão, ele nunca “usava” suas mercadorias. Mas com
ela não foi possível. Depois de leva-la pra cama pela primeira vez... virou
sua amante fixa.
Ela se agarrou aos cabelos dele enquanto mãos fortes apertavam suas
nádegas suculentas. Os dois amantes gemeram juntos e não suportando a
saudade de dois dias, se amaram ali mesmo, de pé, esquecidos do mundo.
Capítulo 2
Capítulo 2
Respirações ofegantes, gemidos e palavras obscenas proferidas entre beijos e
mordidas. Edward segurava os cabelos de Bella enquanto investia
rapidamente seu membro ereto e dolorido dentro do corpo pequeno, quente e
úmido. De quatro sobre a cama, Bella agarrava-se aos ferros da cabeceira,
gemendo alto e rebolando de encontro ao grosso membro como se nada mais
importasse nesse momento.
Edward travou os dentes, numa batalha feroz para segurar seu gozo. Apesar
de estar se fartando do corpo da mulher há horas, ele sempre estava à beira do
ápice. Bella lhe sugava tudo, deixando-o sempre pronto para derramar-se
dentro dela. Soltou os cabelos dela e desceu as mãos hábeis e fortes até suas
nádegas e separando-as, rugindo feito animal ao se ver entrando e saindo da
fenda apertada.
Edward rosnou, segurando com força a cintura de Bella e estocando com mais
força.
-Oh... sim, Edward. Goza pra mim, tesão. Me enche com seu gozo.
Levando uma das mãos para trás, Bella empurrou as nádegas de Edward de
encontro ao seu corpo, ambos gritando ao sentir a penetração profunda.
Perdendo totalmente o controle, Edward deixou seu corpo cair sobre o de
Bella, mordendo seu ombro. Bella rebolava sob ele, mastigando seu membro e
gemendo seu nome ao sentir os espasmos de seu orgasmo. O prazer daquela
mulher era o estopim para o próprio prazer de Edward. Jatos quentes de seu
sêmen inundaram o corpo feminino, mas nem mesmo assim ele parou de
investir seu membro para dentro de seu sexo.
Aos poucos os dois cessaram seus movimentos. Edward desceu beijos pela
nuca e costas de Bella antes de se jogar ao seu lado na cama. Deitou-se de
costas e fechou os olhos, buscando normalizar sua respiração. Depois puxou
Bella para junto de si, colocando a cabeça dela em seu peito.
Bella mordeu os lábios, sentindo seu rosto ruborizar. Felizmente estava com a
cabeça no peito dele, portanto não seria possível ver sua vergonha. Não
entendia por que ainda ficava assim Em sua profissão, timidez não era bem
vinda. Porem, ela so ficava assim na presença de Edward. Apesar de
dividirem a cama e usufruírem noites tórridas de sexo, ela se sentia acanhada
diante dele em algumas situações. Edward era poderoso e enigmático demais.
Mexia com Bella de uma forma desconcertante.
-Sobre o que mais poderia ser? Sobre o que acabamos de fazer, é claro.
-Sim.
Edward não pode deixar de sentir seu ego inflado. Bella estava com outro
homem, numa viagem a um lugar belíssimo que era Paris e ainda assim
sonhava com ele. Desejava-o apesar de estar na cama com outro homem. Era
mais do que seu ego poderia suportar.
Edward gemeu alto ao ouvir essas palavras. Não existia coisa melhor para um
homem do que saber que ele, e somente ele era capaz de despertar o desejo de
uma mulher, a ponto de ela o imaginar em cada homem que se deitasse com
ela. Para Edward aquela era a prova máxima de que aquela mulher era dele...
inteiramente dele. Infelizmente, algumas tradições permanecem vivas e não
poderiam ser quebradas. Por mais linda, deliciosa e agradável que Bella fosse,
ela ainda não se encaixava no mundo de Edward. Também tinha classe, isso
era inegável. Mas não tinha o que seus pais chamavam de berço.
Apesar de sua idade o permitir escolher e viver como bem entendesse, Edward
estava longe de querer desafiar seus pais. Carlisle Cullen com certeza o
deserdaria e sua mãe Esme provavelmente teria um ataque cardíaco. Somente
isso fazia com que Edward seguisse com aquela farsa que era seu noivado. Ele
não amava Victoria, sequer a desejava agora. O desejo que um dia sentiu por
ela foi totalmente chamuscado pela presença de Bella em sua vida.
Ele poderia sim, com todas as letras dizer que ele não era muito diferente de
Bella no que se referia a estar com outra pessoa. Ele sempre se imaginava com
Bella quando precisava se deitar com Victoria. Era naquele corpo pequeno e
delicioso que ele se imaginava entrando e despejando seu prazer.
Era tudo o que se permitiu dizer antes de aumentar o ritmo de suas estocadas,
até ambos caírem exaustos e saciados.
*****
Parecia que Edward havia dormido há pouco tempo. Suas pálpebras ainda
estavam pesadas e ele demorou um tempo a entender que o que ouviu foi o
toque do celular. Girou a cabeça e sorriu ao ver Bella completamente
adormecida ao seu lado. Levantou-se com cuidado e foi até o criado,
constatando que a chamada foi para Bella e não para ele. Seus olhos se
estreitaram ao reconhecer o número.
Edward tinha memória boa o bastante para não se esquecer de qualquer
número de telefone do qual já tenha tido contato. E aquele numero sempre
estava ligando para ele a procura de seus serviços. Então, por que estaria
ligando para o celular de Bella e não para o dele?
Dois segundos depois ouviu-se o bip de uma mensagem. Edward não pensou
duas vezes e apertou a tecla, abrindo a mensagem.
Olá querida,
So queria saber se chegou bem. Espero que sim. Já estou com saudades. É
provável que fiquemos juntos novamente nesse fim de semana, se tiver espaço
em sua agenda,é claro.
Um beijo,
Jacob Black.
Edward trincou os dentes. Mas que porra era aquela? Qual o motivo de tanta
intimidade? Quantas vezes teria que avisar que não queria suas “meninas” de
conversinhas amigáveis com os clientes? E era ainda pior em se tratando de
Bella.
A raiva subiu com uma força que assustou Edward. Será que Bella e Jacob
estavam tendo algo além de programas? Ela se atreveria a isso, sabendo que
ele, Edward so ficava ela e mais ninguém, exceto a noiva?
Sem pensar direito, ele apagou a mensagem, assim como a chamada. Olhou
mais uma vez para a mulher adormecida em sua cama e se deitou sobre ela,
buscando sua boca num beijo faminto.
-Edward?
-Diga... diga quem está possuindo você. Quem está fodendo você do jeito que
você gosta.
Ela gemeu, derretida com a possessividade dele. Sabia que aquilo era apenas o
auge do tesão e que no fundo ela jamais passaria de uma prostituta para
Edward. Mesmo assim era bom ouvir aquelas palavras enquanto ele a possuía
com tanta volúpia.
Capítulo 3
Capítulo 3
Pensar nele fez Bella suspirar. Acordou ao seu lado na manhã anterior e se
viram a noite. Mas já sentia saudades dele. Hoje ele estaria com a noiva,
portanto não se encontrariam nem a noite. Era quase impossível ocultar o
ciúme que sentia ao pensar que a noite Victoria estaria na cama com Edward e
não ela. Mas o que ela poderia fazer? Victoria era a futura esposa de Edward,
ao passo que Bella não passava de uma amante, de uma prostituta para os
luxos dele. Ela nem ao menos o culpava. Que culpa ele tinha se ela não soube
separar as coisas e se apaixonou? Uma paixão forte e irrefreável que acabou
se transformando em amor. Doía saber que o perderia, mas ela se contentava
com o que tinha até agora. Quando tudo terminasse... ela pensaria no que
fazer.
Assim que as maquiadoras se foram, Bella colocou seu vestido preto que se
ajustava perfeitamente ao seu corpo e calçou sandálias de salto bem alto. Seus
cabelos estavam presos num coque, com alguns fios soltos em volta do rosto.
Conferiu sua imagem no espelho, satisfeita com o que via. Certamente
ninguém jamais diria que aquela era uma garota de programa. Não perdia em
nada para as elegantes damas da sociedade.
Pegou a pequena bolsa preta e colocou o gloss e o celular dentro dela. Assim
que o porteiro interfonou informando que seu acompanhante havia chegado,
Bella trancou a porta e desceu. Nessa noite seria acompanhante do todo
poderoso Marcus Volturi, magnata na faixa dos cinqüenta anos, mas que
aparentava bem menos. Bella não pode deixar de sorrir quando ele arregalou
os olhos ao vê-la.
-Obrigada Marcus.
-Você não fica a dever nada para aquelas dondocas fúteis que estarão la. Sem
ofensas.
Bella riu novamente, entrando no carro. Marcus fechou a porta e deu a volta,
dando a partida.
-Odeio essas reuniões, mas felizmente esse negócio será bom demais pra mim.
Em determinado momento você ficará sozinha, Isabella. Mas sei que se sairá
muito bem. Não é nossa primeira vez, não é?
Bella sorriu, mas no fundo sentia-se aliviada. Marcus era agradável, sensível,
mas hoje Bella também queria descansar. Não fazia idéia de quantas horas
teriam que ficar naquele lugar, mas so em saber que não precisaria fazer sexo
nessa noite já era bom o suficiente.
-Vamos la, querida. Marcus Volturi chegando com a mais bela mulher da
noite.
Bella jogou a cabeça para trás rindo alegremente. Pelo menos nisso ela tinha
sorte. Seus clientes eram na maioria gentis e ela jamais teve algo a reclamar
deles. Marcus passou o braço em volta da cintura de Bella e juntos entraram
na casa. Foram recebidos pelo proprietário, o tal Garret Nielsen. Era um
homem ainda jovem, provavelmente não tinha chegado aos quarenta. Estava
acompanhado de uma morena bonita chamada Heidi.
-Vê o furor que causa nos homens? Heidi ficou completamente desconcertada
diante do olhar do marido sobre você.
Afastaram-se e Bella, sem olhar para trás, não percebeu o olhar de admiração
e desejo vindo de Edward. Deveria imaginar que seria ali que Marcus a
levaria. Estava simplesmente maravilhosa e ele não pode deixar de se
imaginar chegando de braços dados com ela. Bella daria um banho em muita
mulher antipática por ali.
Esticou-se um pouco tentando ver para onde o casal teria ido. Estava tão
incrivelmente fantástica que Edward comemorou o fato de Marcus não ter
combinado um programa para depois do evento. Apesar de ser sábado, dia de
passar a noite com Victoria, ele não estava disposto. Daria uma desculpa
qualquer, mas essa noite ele teria que ficar com Bella. Já sentia saudades dela
e não via outra forma de resolver isso a não ser saciar o desejo que o
queimava.
-Estou dizendo que a Suellen ira organizar todo o cerimonial para nosso
casamento.
-Ah... ótimo.
&&&&&&&&&
Bella não teve tempo de responder, sequer de pensar. Seu corpo foi erguido e
prensado contra a porta.
-Não sei e nem me interessa. A única coisa que importa é estar dentro de você,
bem fundo.
-Você é linda sempre, mas hoje... caralho... você está pedindo para ser fodida
Bella.
Não sabia o que estava acontecendo com ele. Sabia apenas que aqueles
poucos minutos não seriam suficientes. Precisava de Bella a noite inteira...
como precisava de ar.
Edward tentava se segurar, mas sentir Bella gozando em seu membro era
demais para ele. Ela, entretanto sabia o que aconteceria se ele gozasse dentro
dela. Utilizando-se de toda força, ela empurrou-o pelo peito e afrouxou as
pernas.
-Bella...
-Eu não posso... sair toda suja, Edward. Goza em minha boca.
Ele não se opôs quando ela se ajoelhou a sua frente e o tomou em sua boca
quente. A língua úmida circulou a cabeça do membro inchado, antes de
praticamente engolir tudo o que conseguiu. Edward soltou um rosnado,
sentindo suas pernas amolecerem e seu membro inchar ainda mais antes de
despejar seu liquido na boca de sua mulher.
Não importava a forma. Chegar ao orgasmo com Bella era como bater à porta
do céu.
-A gente se vê depois.
Bella saiu dali e nunca se sentiu tão... puta, em seu verdadeiro sentido.
Xingou-se mentalmente, relembrando que jamais passaria de uma foda para
Edward. O que ela não entendia era porque ele não “usava” as outras meninas.
Somente ela. Desceu as escadas, interceptando um garçom e pegando uma
taça. Então avistou Marcus e caminhou até ele, que estava muito interessado
em alguma coisa atras de Bella. Ela não se virou para olhar. Não queria ter
surpresas desagradáveis.
§§§§§§§
-O que? Heim? Oh meu Deus... eu fiz algo errado, Marcus? Alguém percebeu
o que eu sou?
-Não é nada disso. Aliás, me desculpe. Quem tem que ser discreto é o Edward.
-Você...
-Eu imaginei o que houve assim que vi você descendo e ele logo em seguida.
Fique sossegada. Faço de conta que não vi nada.
Ele deu o sorriso que a derretia. Estava agora apenas com a calça e a camisa
social para fora e com os três primeiros botões desabotoados.
-Sim. Eu DEVERIA estar com ela. Mas QUERO estar com você.
Sem dizer nada ele a pegou no colo. Bella colocou a cabeça em seu peito,
pensando em como estava verdadeiramente perdida. A atitude de Edward foi
totalmente inesperada... e deliciosa. Edward mordeu sua orelha e murmurou
baixinho.
Será que ele não percebia que isso so aumentava seu amor por ele?
Bella riu internamente de sua idiotice. Ele nem ao menos sabia que ela o
amava. E não saberia nunca.
Capítulo 4
Capítulo 4
Se alguém entrasse no ambiente naquele momento, não conseguiria ver nada
além das marcas das mãos, seios e lábios de Bella no box do banheiro. Mas
ouviriam gemidos e sussurros. A água quente descia sobre os corpos dos
amantes quase transformando o banheiro em uma sauna. Apoiada no vidro do
box, Bella rebolava, gemia e empurrava seu corpo de encontro ao membro de
Edward que a segurava com firmeza pela cintura. Ele a puxava com força,
investindo seu membro furiosamente em seu interior já castigado pelas várias
horas do mais ardente sexo. Ele simplesmente não conseguia resistir.
Entraram juntos no banheiro, e da parte dele a intenção era unicamente um
banho relaxante. Mas ao ver aquela pele luminosa, misturada com um óleo de
cheiro alucinante e as gotas de água que escorriam pelo corpo feminino, ele
enlouqueceu.
Bella apoiou uma das mãos na coxa dele, cravando suas unhas e provocando
uma dor gostosa em Edward. Foi o suficiente para que ele saísse um pouco de
dentro dela e voltasse novamente com mais força. O sexo de Bella contraiu e
juntos explodiram num orgasmo intenso que lhes tirou as forças. Os joelhos
de Bella cederam e rapidamente Edward a segurou com firmeza.
Ele lhe beijou a nuca e a fez se virar de frente pra ele. Abraçou-a e enterrou o
rosto em seu pescoço. Sua respiração estava alterada a ponto de sentir as veias
de seu pescoço dilatadas. Ficaram assim um bom tempo, se acalmando e ao
mesmo tempo curtindo a incrível sensação de suas peles nuas em contato.
–Preciso ir para cama agora, Edward. Eu... não agüento mais. É serio.
–Eu me rendo. Também estou morto. So banho agora e depois cama... pra
dormir.
E nem era apenas isso. Não era so o encontro dos corpos dos dois. Era um
momento em que conversavam sobre qualquer coisa. Com ela, Edward não
tinha papas na língua.
Bella pegou a esponja de suas mãos e fez o mesmo que ele, fazendo espuma
pelo seu corpo. Edward a observava atentamente. Era tão linda...
Ele riu baixinho, segurando as mãos dela e puxando-a para um beijo. Estava
se sentindo estranho... não sabia explicar o que era.
&&&&&&&&&
Edward estava praticamente jogado no sofá da casa dos pais com um olhar
distante. Ouvia apenas um zum zum zum da família, falando sem parar. Não
fazia idéia de qual seria o assunto. Estava a um bom tempo repassando em sua
mente as ultimas horas com Bella. Sem perceber, estava sorrindo ao se
lembrar dos dois, colados como se fossem um só.
Flashback on
–Algum problema?
–O que?
–Ande... os dois pés ao lado de cada perna. Quero que coloque essa boceta
em minha boca.
Já excitada somente com palavras, Bella obedeceu e logo estava com seu sexo
úmido em frente ao rosto dele. Apoiou-se em seus ombros quando Edward a
puxou pelas nádegas, passando a língua em sua fenda. Desagradou-lhe sentir
seu gosto misturado ao dele. Gostava de seu cheiro e gosto adocicado, mas
ainda assim o corpo de Bella era o paraíso do qual ele não estava disposto a
abrir mão. Enterrou a língua em seu sexo, sugando e mordendo levemente seu
clitóris. Bella gemeu alto, rebolando em sua boca e apertando ainda mais as
mãos em seus ombros largos. Edward deslizou a mão pela coxa dela onde
estalou um tapa, incapaz de refrear seu tesão.
–Forte, Edward.
–Faz ou não faz? Sexo da forma como fazemos, tantas vezes, tantas posições?
Flashback off.
Agora ele se dava conta de que poderia te-la machucado, embora parecesse ter
gostado de cada estocada mais violenta em seu corpo. Mas se a tivesse ferido
de alguma forma, ele não se perdoaria.
–Porra...
Deixou escapulir uma imprecaução bem baixo, mas o bastante para seus pais
ouvirem.
So então ele pareceu se dar conta da presença dos demais ali. Esme, sua mãe
linda que ele amava o olhava um pouco indignada por perceber que ele nem
ao menos prestava atenção à conversa. Seu pai Carlisle já tinha um brilho
divertido no olhar. Antes de se casar sempre foi um safado de mão cheia, que
ficou com várias em sua despedida de solteiro. Provavelmente estaria
pensando que Edward também era assim. Sua noiva o olhava com a mesma
raiva da noite anterior. Não engoliu a desculpa fajuta de Edward estar com dor
de cabeça para não passar a noite com ela. Já a deslumbrante loira Rose, sua
irmã, o encarava com curiosidade. Conhecia bem o irmão para saber que
sentimentos conflitantes o dominavam nesse momento.
Ele saiu da sala rapidamente, sem esperar respostas. Foi até seu antigo quarto
e ligou para Bella. A demora em atendê-lo não o irritou, afinal deveria estar
dormindo. Conferiu as horas vendo que eram quase duas da tarde.
–Edward?
–Fazendo?
–Jacob Black.
Edward cerrou os punhos e fechou os olhos com força. Quem ele pensava que
era para convidar Bella para sair? Certamente não era programa pois somente
ele tinha direito de agendar. Mas então...
–Edward!
Ele sabia que a tinha ofendido, mas sua raiva o impelia a continuar falando
sem medir as conseqüências.
Ele ficou pasmo olhando para o telefone. Ela desligou na cara dele?
–Problemas?
*********
Chateada. Era assim que Bella se encontrava no momento. Edward não tinha o
direito de ter dito aquelas coisas. Aliás, ela nem ao menos entendia por que
agiu assim. Ele nunca falou nada a respeito da vida dela, com quem ela saia
sem ser a trabalho. Por que isso agora? Ela não planejou nada. Estava na
cama, relembrando os momentos fantásticos ao lado dele quando Jacob ligou
e a convidou para um almoço. Qual o problema nisso? Ela não entendia.
–O que me diz?
Ele sorriu. Jake era um homem bonito, vinte e seis anos. Herdou o famoso
Black Sun Hotel e era um homem rico e bem relacionado. Além disso era um
de seus melhores clientes e dos mais assíduos. Moreno, alto e forte, Bella não
entendia como ainda estava solteiro.
–Perguntei por que não sai dessa vida? A não ser que goste...
–Olha... há tempos não penso nisso. Quando entrei eu realmente não tinha
opção. Mal terminei os estudos, era jovem... e gostava de sexo. Uni o útil ao
agradável.
–Mas você não tem vontade de...sei la... ter uma profissão diferente, estudar?
–Tenho...e muita.
–Então... creio que você ganha um bom dinheiro. Por que não tenta uma
faculdade?
–Eu não posso reclamar do que ganho, mas gastei quase tudo no meu novo
apartamento. Creio que não terei condições de bancar uma faculdade, pelo
menos por enquanto.
Bella o ouviu atentamente. Era tentador... muito tentador. Mas por um lado,
sair dessa vida significava cortar laços com Edward. Ela não sabia se estava
pronta para deixá-lo. Mas pensando bem, o casamento dele estava próximo.
Ele se casaria com a patricinha mimada e ela continuaria sendo uma simples
garota de programa. Continuaria sendo sua amante? Provavelmente não. Já era
difícil saber que ele passava os finais de semana na cama dela, ainda mais
todos os dias. Talvez estivesse mesmo na hora de trilhar novos caminhos.
Depois disso o assunto mudou. Jake falou sobre sua vida e Bella falou sobre o
pouco que tinha a dizer da sua. Acabaram saindo dali e indo jogar boliche.
Bella divertiu-se como há muito tempo não fazia. Parecia ter voltado aos
dezoito anos, ao lado de um namorado. Quando percebeu passava das seis da
tarde. Jake insistiu em levá-la, mas Bella preferiu um taxi. Sabia que a casa
dele era do lado totalmente oposto ao dela.
Despediram-se com um beijo no rosto e quinze minutos depois Bella chegava
em casa. Cumprimentou o porteiro que dessa vez que lhe sorriu amavelmente
e subiu. Ao entrar na sala já foi logo tirando a sandália e caminhou até o
quarto abrindo o zíper do vestido. Parou abruptamente, levando a mão ao
peito ao vê-lo sentado apenas de boxer em sua cama. Estava encostado na
cabeceira da cama com os braços cruzados em frente ao peito.
–Edward! Vai ser sempre assim agora? Por que não me avisou que viria?
–O que esta fazendo aqui? Não deveria estar com sua noiva?
Bella sentiu raiva dele. Raiva por estar tratando-a daquela forma. Raiva por
ser tão lindo e fazer com que o amasse tanto. E raiva por não poder tê-lo.
Quando passou por ele, Edward agiu rápido e segurou seu braço, puxando-a
para cama. Pega de surpresa, Bella caiu sobre o colchão e Edward se jogou
sobre ela, segurando seus braços no alto da cabeça.
Continuou segurando forte seus braços com apenas uma das mãos. Cheirou
seu pescoço.
–Quero ver se não foi mesmo. Quero ver se não tem cheiro dele em você.
Desceu sua mão, encontrando sua calcinha e a afastou. Deslizou o dedo pela
entrada fechada e sem qualquer sinal de excitação...até aquele instante.
–Hum... intacta.
–Você bebeu?
–Não estou bêbado, se é o que está pensando. So não vou deixar aquele
imbecil tirar você de mim.
Já se sentindo excitada por te-lo sobre si, Bella não entendeu aquelas palavras.
Uma sombra de tristeza passou pelos olhos de Edward. Pelo menos Bella
imaginou que fosse isso.
Num acesso de fúria e ao mesmo tempo de desejo, Edward soltou seus braços
e com as duas mãos arrancou o vestido do corpo de Bella. Aquela atitude a
assustou, mas principalmente por causa das emoções que via em seus olhos:
raiva, mágoa, tesão.
Segurou-a pela nuca e prensou seus lábios nos dela, empurrando sua língua
para pedir passagem. Bella se agarrou ao pescoço dele logo após descer sua
boxer ate o meio das coxas. Edward continuou a tarefa e logo estava nus,
agarrados e aos beijos na cama. Bella nem ousou contradizê-lo, negando ser
dele. Essa era uma prova inegável de que pertencia a ele completamente. Mas
infelizmente... ele não era dela. Nesse momento se permitiu apenas sentir o
prazer nos braços daquele homem, mas em determinado momento ela teria
sim que pensar em seguir sua vida longe dele.
Capítulo 5
Capítulo 5
Três dias se passaram desde aquele domingo macabro para Edward. Ainda
hoje respondia aos pais por ter saído daquela forma intempestiva, sem ao
menos se importar com o fato de Victória estar la. Após aquela conversa com
Bella, Rose ainda o prendeu por uns minutos, interrogando-o sobre o que o
afligia. A irmã sempre perspicaz logo percebeu que tinha mulher na
jogada.Edward não quis entrar em detalhes, mas prometeu que em breve os
dois conversariam. Não era muito de se intrometer na vida dele, somente o
fazendo quando sentia que algo ia errado. Da mesma forma Edward também
agia com ela. Mas os dois se amavam muito e se apoiavam na medida do
possível. Aliás, Edward foi seu único apoio quando somente um ano após seu
casamento com James, ela resolveu se separar. Felizmente ela percebeu que
naquele dia Edward estava prestes a estourar e não insistiu. Ele saiu da casa
dos pais sem dizer uma palavra, correndo até o carro e ignorando
completamente o chamado de Esme.
Somente depois de se afastar ele se deu conta de que nem fazia ideia do lugar
onde Bella estava. Seria totalmente insano sair pelas ruas da cidade a procura
daquela mulher. A única solução encontrada foi esperá-la em seu apartamento.
Dessa vez não precisou subornar o porteiro, já que cautelosamente surrupiou
uma das chaves reservas que encontrou no chaveiro de Bella. Assim que
entrou no apartamento sentiu o seu cheiro. Estava tão pronunciado que
certamente teria saído há pouco tempo. Sem o mínimo remorso começou a
remexer nas coisas de Bella a procura de algo. Não sabia exatamente o que,
mas procurava. Ficou algum tempo apenas olhando a gaveta das lingeries que
tanto o enlouqueciam. No fundo ele sabia que aquelas peças pra la de
sensuais, só tinham esse impacto por ser Bella a vesti-las.. A cada instante
olhava para o relógio e por fim foi até o pequeno bar pegando uma garrafa de
uísque. Bebeu diretamente do gargalo, enquanto continuava sua inspeção pelo
apartamento. Não encontrou nada que revelasse que Bella estivesse
escondendo algo. Riu um pouco ao ver a quantidade de filmes melosos que ela
possuía. Ja as músicas eram quase as mesmas que ele gostava. Ficou horas
andando de um lado a outro, bebendo sem parar e completamente
desesperado, sem saber onde Bella teria se enfiado. Quem nesse mundo
almoçaria até as dezoito horas? Ele sentiu muita raiva quando ela chegou. Mas
no final das contas acabaram se amando várias vezes. Ela não pediu
explicações e nem ele se tocou no assunto Jacob. Não perderia a oportunidade
de estar com ela. Edward saiu de la por volta da meia noite, deixando Bella
dormindo tranquilamente.
Nos dois dias seguintes eles não se viram. Quando Bella chegava para buscar
sua agenda, Edward já não estava la. Na verdade, ele é quem estava fazendo
isso de propósito. Estava um pouco envergonhado não pela forma como agiu,
mas pelas palavras que disse a ela. Todas as garotas que trabalhavam pra ele o
fizeram por opção própria. Elas ganhavam com isso e ele muito mais. Mas
isso jamais lhe deu o direito de julga-las ou desprezá-las por essa escolha. Por
isso não entendia por que elas o temiam tanto. Por isso estava envergonhado.
Sabia que tinha ofendido Bella com aquelas palavras rudes.
A verdade é que Edward estava cansado dessa vida de "duas caras" que
levava. Cansado no sentido físico e mental. Não era fácil ser o presidente da
agência de modelos tão orgulhosamente criada pelo pai e ao mesmo tempo ser
um empresário no submundo da prostituição. Precisava de alguém de
confiança para ajudá-lo nisso, e ninguém melhor que seu primo. Bastou
chamá-lo e ele abandonou a vida tediosa em Paris para voltar para Nova
Yorque. Edward, Rose e o primo Jasper eram como irmãos. Sempre se deram
bem desde crianças e assim permaneciam até hoje. Do seu circulo familiar e
de amigos, Jasper era o único que sabia de seus negócios escusos e era uma
espécie de contato de Edward naquela cidade.
-E ai cara?
-Por que não? Nova Iorque tem Irina, Jéssica Stanley e...ah... Isabella Swan.
********
Parecia que após a proposta do Jake, ela passou a ficar mais exigente em
relação a eles dois. Não queria mais um relacionamento em que acordava
sozinha e seu parceiro sabe-se la onde. É certo que Edward dormiu várias
noites com ela, inclusive no último sábado. Mas isso era muito pouco se fosse
levar em consideração a intensidade do amor dela por ele. Não se sentia no
direito de cobrar nada. Ela sempre soube que ele estava noivo e além do mais
Edward nunca prometeu nada. Ela que se deixou envolver pela beleza dele e
pelo sexo fantástico que faziam. Burra demais por não imaginar que iria se
apaixonar por ele.
-Algum problema?
Bella deu dois passos para trás ao ouvir isso. Seu primeiro pensamento foi
que a garota fosse uma espécie de psicopata perseguidora. Mas ela deu
um sorriso ao notar a atitude de Bella.
-Não precisa ter medo de mim. Eu quis dizer que vejo você chegando
sempre... outras moças também. Sempre em carros de luxo, bem vestidas.
Eu faço ponto logo ali na frente.
-Eu não sei quem é, nunca vi, mas sei que tem alguém que cuida de vocês,
que agencia... é assim que fala não é?
-Sim, é isso mesmo. Mas não vejo no que posso ajudar você.
Bella conferiu mais uma vez as horas. Faltavam cinco minutos. Iria se
atrasar. Sem pensar muito, abriu a bolsa e retirou uma caneta e um
pedaço de papel.
-Olhe... está aqui meu telefone. Eu realmente estou atrasada. Ligue para
mim e conversaremos melhor. Se você não tiver dinheiro para um
telefonema, dê apenas um toque e eu retorno.
-Ainda não. Serei sincera com você... precisamos dar um “up” em você.
Se ele a vir nesse estado, com certeza não irá aceitá-la.
Era verdade. Alice era bonita, sem sombra de dúvida. Mas estava
maltratada. Pele e cabelos opacos e sem vida, sem falar nas roupas
provavelmente adquiridas em algum brechó.
Deu duas batidas na porta e logo ouviu a voz rouca e sexy. Arrepiou-se,
como sempre.
-Bom dia.
-Hei Bella... como está? Nem nos vimos em sua última ida a Paris, hã?
-Sente-se, Bella.
Pouco a vontade ela se sentou ao lado do Jasper. Era ruim fica naquele
clima estranho com Edward. Por mais que seus olhos estivessem suaves,
quase tranquilos, ela sentia certa frieza entre os dois.
-Como sempre atrasadas. Mas já falarei com você, pois você tem um
almoço com Marcel Dupré.
Bella não escondeu uma careta, o que agradou Edward. Marcel apesar de
ser um homem muito bonito, era muito escroto. Bella não curtia muito
fazer programas com ele. Talvez por isso o maldito pagasse um pouco
além do combinado.
-Então Bella.. o que quero dizer é que Jasper está vindo definitivamente
para Nova Iorque. Será tipo... meu braço direito.
-Menos, Jasper. Como ia dizendo... ele irá dar uma ajuda por aqui.
Enfim... agenda de vocês, exames e tudo o que vocês tratam comigo, ele
terá carta branca para agir, correto?
-Acho que já posso ir não é? Não quero me atrasar. Bom dia para vocês.
-Não... Bella...
Edward ainda tentou falar mas ela praticamente correu porta afora.
Enquanto ela ganhava as ruas aos prantos, Edward socava sua mesa
furiosamente.
Jasper observou o primo enquanto ele andava de um lado a outro, ligando para
alguém. Edward não o enganava. Com certeza ele tinha algo com Isabella. E
ele nem estava admirado com isso. A morena era belíssima e tinha um corpo
de dar água na boca. Era o tipo de mulher que você olha e diz com certeza que
é quente. E se o primo tinha algo com ela, então ele estava fora. Aliás, seria
bem melhor que Edward tivesse algo com ela. Quem sabe não desistisse
daquele casamento ridículo com a gostosa, mas irritante Victória?
Ao chegar em casa com o rosto inchado de chorar, Bella foi direto para o
banho. So depois de relaxar algum tempo na banheira ela se enrolou na
toalha e pegou sua agenda.
-Ah... oi Alice. Escute, eu não falei nada ainda com meu chefe. Como eu te
disse, ele é exigente demais. Vamos fazer o seguinte... vou te passar o
número de uma amiga. La ela irá cuidar de você. Pele, cabelo, unhas...
tudo. Amanhã irei viajar e quando voltar iremos nos encontrar. Tudo
bem?
-Tem algo para anotar o endereço? O nome dela é Emily. Vou ligar
informando que você irá procurá-la.
Bella nem entendia por que estava fazendo aquilo por uma garota que
acabou de conhecer. Talvez tivesse sentindo falta de uma amiga. Alguém
em quem pudesse confiar e contar sobre suas paixões, decepções e sonhos.
De alguma forma ela sentia que Alice era essa pessoa.
-Quem é o cliente?
Desligou.
-Ridículo.
Como se preparar sem nem saber com quem e do que se tratava essa
viagem? Na maioria das vezes eram encontros de negócios, mas já houve
caso de ser apenas diversão.
*********
Bella bocejava a cada segundo, o que fazia seus olhos lacrimejarem. Depois
de quase cinco horas na companhia de Marcel ela pode voltar para casa.
Estava tão cansada que sequer teve forças para fazer as malas.Sua cabeça
estava explodindo de dor. Ao chegar em casa tomou dois comprimidos e se
enfiou sob as cobertas.
Acordou às três da manhã, atarantada. Correu para o banho e ainda teve que
fazer as malas, já que não fez no dia anterior.
-Obrigada, Emmett.
-Significa que tenho negócios a tratar por la na sexta feira. E pensei em trazer
uma companhia agradável...
Sem chance de responder, Bella se viu com os lábios colados aos dele, num
beijo que demonstrava toda a saudade dos últimos quatro dias.
Não queria pensar em mais nada a não ser neles dois. Seu único e inquietante
pensamento era que quanto mais ela pensava em afastar Edward de sua vida,
mais ele se enfiava dentro de seu coração.
Capítulo 6
Capítulo 6
O jatinho já sobrevoava o Union Island Airport, mas Edward nem pensava em
sair do conforto em que se encontrava para descer. Estava deitado na cama
agarrado ao corpo nu de Bella que dormia profundamente. Desde o momento
em que ela entrou no jato, não houve muita conversa. O desejo explodia entre
eles quando estavam a sós. Após fazerem sexo pela primeira vez Bella apenas
quis saber o motivo daquela viagem e de leva-la como companhia.
Olhando dentro daqueles olhos Edward não conseguiu mentir. Não havia
negócio nenhum a ser tratado ali. Ele apenas queria um tempo com ela, sem
serem interrompidos, sem outras pessoas por perto.
Edward nunca se sentiu tão confuso quanto agora. Era uma profusao de
pensamentos, sentimentos, dúvidas que o deixavam atordoado. Além disso
havia aquela estranha sensação de que algo não ia bem. Ele olhava para Bella
e é como se estivesse vendo seus pesadelos dos últimos dias se tornando
realidade.
Nos dias em que não se viram, Edward não teve uma boa noite. Aliás... ele
ficou péssimo todos os dias. Não conseguia se concentrar, estava irritado. E à
noite sonhava com ele e Bella juntos. Mas do nada ele via apenas a mão de
Bella desaparecendo e ele tentando agarra-la inutilmente. Acordava suado e
ofegante. De uma única coisa ele tinha certeza: estava assim desde que
descobriu que Bella iria sair com Jacob. Que droga estava acontecendo com
ele? Suas “garotas” sempre tiveram liberdade para sair com quem quer que
seja quando não estivessem a trabalho. Se quisessem se relacionar com os
clientes era problema delas também. Nunca disse nada a esse respeito mas não
iria interferir caso acontecesse. Mas com Bella era diferente. Ela não tinha
esse direito, afinal eles estavam juntos. Tudo bem que eram apenas amantes,
mas... estavam sempre juntos.
Como se não bastassem todas essas preocupaçoes ainda havia Victoria e os
preparativos para o casamento. Estava farto daquilo mas também não poderia
adiar mais. Ha quanto tempo estavam noivos? Dez? Nove anos? Sim... era por
ai. Eram adolescentes ainda quando os pais de Edward e de Victoria cismaram
que os dois deveriam se casar. Até que eles foram bem pacientes, afinal se
fossem outros iriam exigir imediatamente que os dois se casassem. Seria esse
o preço a pagar por não ter conseguido segurar seus hormônios e tirar a
virgindade de Victoria durante aquela festa na casa de seus pais?
–Bella?
Tocou de leve seu rosto, mas foi o suficiente para que ela despertasse. Edward
sorriu ao ver seu olhar preguiçoso.
–Hum... essa cama é tão boa. Eu nem sabia que jatinhos tinham uma cama
assim.
–Os outros eu não sei, mas o meu tem. E é uma delícia ter você aqui comigo.
Bella arregalou os olhos ao ouvir o destino dos dois. Não conhecia o lugar
mas diziam que era uma belíssima ilha particular, praticamente isolada de
tudo.
–Qualquer coisa.
–Por que está fazendo isso? Essa viagem... apenas nós dois.
–So quero curtir você a sós, Bella. Só nós dois e o mar. Ficaremos
incomunicáveis.
Edward via esse gesto como uma forma de proporcionar algo diferente a ela.
Para ser franco, ele sentia vontade de sair por ai na companhia de Bella.
Sempre que havia alguma festa ou evento ele imaginava Bella no lugar de
Victoria.
–Sim, vamos.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Bella estava com a boca aberta, numa surpresa muda. Achava que era exagero
das pessoas mas agora via que estava enganada. O chalé era lindo... perfeito
para um casal apaixonado, o que não era o caso deles.
Ela se virou sorrindo para ele e o vento jogou seus cabelos em seu rosto. De
todas as cenas lindas que Edward ja presenciou ao lado dela, essa sem dúvida
estava entre as melhores.
–Você é perfeito.
Edward seguiu atras dela e ambos pararam à porta do quarto. Bella mordeu os
lábios tentando inutilmente segurar as lágrimas. Rapidamente Edward a
envolveu em seus braços quando ouviu seus soluços. Ficou sem ação
momentaneamente. Não conseguia imaginar o motivo das lágrimas dela. Mas
Bella sentiu uma pontada incômoda no peito. Via aquele cenário como o lugar
que sempre sonhou para sua lua de mel ao lado do homem que amava. Lua de
mel que nunca aconteceria, pelo menos não com ele. Quando ela iria se
conformar que perdeu? Não sentia vergonha em admitir que sonhava que
Edward pudesse gostar dela um pouco... ou o suficiente para não se casar. Ela
sabia que ele sentia algo a mais, so não sabia o que. Mas pelo visto esse algo a
mais jamais seria o suficiente para ele abandonar a noiva.
Ouvi-lo chamando-a de amor a fez chorar ainda mais. Sabia que tinha sido um
rompante, apenas mais uma de suas inúmeras formas de ser carinhoso. Nunca
seria no sentido que ela desejava.
–É só... só emoção, Edward. Esse lugar lindo... você. É tudo tão mágico.
Edward segurou seu rosto entre suas mãos, emaranhando seus dedos nos
longos fios castanhos. Beijou o rosto de Bella, percorrendo o mesmo caminho
de suas lágrimas.
–A única coisa que quero ver aqui é o seu sorriso. Nada de lágrimas, nem
mesmo se for de alegria. Porque eu vou imaginar que está triste e que eu
causei isso.
–Nunca. Desculpe.
–Então...venha aqui.
Segurou Bella pela mão e foi até uma mesa, onde ja havia uma garrafa de
champanhe e taça. Mas haviam também duas bandeiras. Edward pegou uma
vermelha e mostrou a Bella.
–Isso aqui irei colocar la fora. Significa que não queremos ser incomodados. E
quando quisermos algo... colocarei a amarela.
***********
Calor... oriundo do clima da ilha e também dos corpos nus sobre a cama.
Incansaveis, eles prosseguiam na maratona sexual desde o dia em que
chegaram. Edward possuiu Bella de todas as formas, em cada canto daquele
chalé e também da praia. Bella nunca o viu tão possessivo e selvagem. Algo
de estranho aconteceu com ele e nenhum dos dois saberia dizer o que era.
Edward até sabia. Estava sentindo um ciumes fora do normal e que estava
fazendo com que ele perdesse o controle. A cada nova posição, em cada lugar
por onde faziam sexo, Edward imaginava Bella com seus clientes. Imaginava-
a fazendo as mesmas coisas com eles e isso enfurecia Edward. Nunca foi
assim e não deveria ser! Merda! Ele era garota de programa. Essa era sua
profissão. Mas a mente ja meio perturbada de Edward não o deixava entender
isso. Bella era dele. O corpo magnifico dela... era dele. Seu rebolado, sua
boca, seus gemidos... TINHAM que ser somente dele!
Agora por exemplo... ele estava completamente fora do seu juizo. Deitado na
ampla cama de frente para o mar, mas a visão de Bella sobre e de costas para
ele era a mais perfeita que ja tinha visto. Bella se apoiava nas coxas dele,
subindo e descendo sobre seu membro enquanto gemia descontroladamente.
Ele gemeu com isso e investiu com mais força, mas ao mesmo tempo uma
imagem terrível veio a sua mente. Bella sobre Jacob, daquela mesma forma...
gemendo o nome dele... gozando em cima dele...e ele gozando com ela.
–NÃO!
Edward gritou e empurrou Bella, jogando-a de bruços na cama. Assustada
com aquela atitude ela tentou girar o corpo, mas Edward segurou sua cabeça
contra o colchão enquanto penetrava novamente seu corpo. Afastou-se um
pouco, segurou-a pela cintura, praticamente montando sobre suas nádegas.
Estocava forte, bruto ao mesmo tempo em que sentia seu peito oprimido.
Aquilo tudo era dele... dele. Bella ainda empinou a bunda sob ele, fazendo seu
gozo vir imediatamente. Ela gozou logo em seguida. Edward sentiu seus olhos
ardendo e deixou seu corpo cair sobre o de Bella, fazendo um esforço sbre-
humano para afugentar as malditas lágrimas que ele nem sabia por que...
teimavam em cair.
Girou na cama, deitando-se de costas e ficou olhando para o teto. Bella, ainda
de bruços olhava para o seu rosto sem dizer nada. Não iria negar que gostou...
ela sempre gostava da forma com que ele a pegava. Mas era um toque
desesperado e ela não entendia o motivo.
Mas Edward ainda com o olhar fixo no teto perguntava-se por que não pediu a
Bella para que parasse com os programas logo que se envolveram. Ele a
bancaria numa boa. E se ela não aceitasse ser sustentada por ele, Edward
pagaria como qualquer cliente. Mas ela seria fixa...exclusiva dele.
Mas a resposta para o por que de nao a ter proibido de continuar fazendo
programas veio como uma bofetada em seu rosto, uma facada em seu peito:
Bella era rentável. Era a que mais lhe dava retorno financeiro.
Capítulo 7
Capítulo 7
O sol brilhava sobre o rosto de Bella que tinha a cabeça inclinada para trás,
deliciada com os raios que incidiam em sua pele. Estava enganchada na
cintura de Edward que a segurava firmemente permitindo que ela ficasse na
posição sem risco de cair na água. Seus seios estavam empinados em direção
ao rosto dele, deixando-o atordoado com aquela visão perfeita. Os dias
passaram rápido, e sendo hoje o último dia, queriam aproveitar ao máximo
cada segundo juntos. Dias maravilhosos, incríveis que certamente seriam
inesquecíveis para ambos. Desde o café da manha no quiosque suspenso sobre
o mar até as noites em que ficaram deitados na varanda, de mãos dadas apenas
observando a lua e as estrelas, tudo foi incrivelmente perfeito. Para uns
poderia até ser meio brega, mas tanto para Edward quanto para Bella não
havia como ser melhor.
Estavam agora no mar, nus, alheios a qualquer coisa que não fossem eles.
Incapaz de resistir, Edward inclinou a cabeça e beijou cada seio de Bella,
fazendo-a estremecer. Mordeu e sugou seus mamilos com fome de criança ao
sentir seu membro dar sinal de vida. Quando ergueu os olhos viu que Bella já
não estava mais inclinada para trás e o olhava com desejo. Enfiou os dedos em
seus cabelos, fazendo Edward gemer com esse simples gesto, mas que ele
adorava. Rebolou em seu colo quando Edward voltou a sugar seus seios,
demorando-se em cada um tempo suficiente para levar os dois à loucura. Bella
agarrava-se com mais força aos cabelos dele e gemia palavras desconexas.
Não houve penetração, mas a sensação de ter Bella roçando nele como se
fossem adolescentes era boa demais para que ele parasse. Deixou a cabeça
entre os seios dela, deixando-se levar pelas sensações libidinosas e ao mesmo
tempo quase recatadas.
Algo que Bella notou nesses dias foi o sentimento de posse de Edward. Ela
ainda estava surpresa com as atitudes dele, que ela bem gostaria de entender
como ciúmes. Mas ele não tinha motivos para ter ciúmes dela. Seria até
ilógico sentir isso por uma garota de programa!
Embora Bella pensasse dessa forma, a verdade era outra. Edward sabia que o
que sentia era o mais intenso ciúme. E o maldito so aflorava em momentos
como esse. Com Bella nua e agarrada ao seu corpo, esfregando-se nele e
gemendo loucamente. Era quase impossível refrear seus pensamentos e não
imaginá-la assim com Jacob, com Marcus, Ethan, e sabe-se la quantos clientes
ela tinha.
Edward estava tentado a pedir a ela que saísse dessa vida. Ele a manteria, mas
não queria mais nenhum homem encostando um dedo nela. Mas seu medo
maior era que Bella o rechaçasse. Como não queria estragar o passeio,
esperaria mais um pouco. Quando estivessem de volta a Nova Iorque ai sim
iriam conversar.
-Oh Edward... sinto que posso gozar sem ao menos ter você dentro de mim.
Ao mesmo tempo em que sentiu seu ego inflar, sentiu o ciúme aflorar. Subiu
uma de suas mãos e agarrou a nuca de Bella com força, forçando-a a olhar
para ele.
-Você sente isso com o Jacob também? Com o Marcus? Com os outros?
Mas Bella o beijou profundamente, deixando sua língua percorrer cada canto
da boca de Edward. Mordeu os lábios sensuais e passou a língua em seguida,
arrancando um suspiro dele. E so depois olhou dentro dos olhos azulados.
-Só com você, Edward. É sempre você. Com você não é algo mecânico, quase
calculado. Com você é desejo, tesão...Só com você eu me sinto
verdadeiramente mulher.
Bella enroscou as pernas em volta da cintura dele tentando puxá-lo para cima
de seu corpo. Rindo, Edward colocou-as de volta na cama.
Deslizou as mãos pequenas pelo peito másculo dele, olhando embevecida para
o corpo espetacular de Edward. Já esteve com homens muito bonitos, mas
nenhum deles superava Edward. Ele era simplesmente um Deus da beleza.
Apertou os músculos dos seus braços, mordeu seu peito e chupou seus
mamilos. Edward a segurava pelos cabelos, gemendo incontrolavelmente, mas
de olhos abertos, não querendo perder nenhuma expressão do rosto dela.
Deslizou a mão para cima e para baixo, massageando seu membro, olhando-o
cobiçosamente. Edward observava tudo, explodindo em prazer tanto pelo
toque quanto pela expressão no rosto de Bella.
-E você não imagina como eu me sinto com você, Bella. Muito mais que bem.
Edward também não disse mais nada. Estava de olhos fechados, repassando os
últimos dias. Percebeu que descobriu tanta coisa a respeito de Bella que ele
não fazia idéia. Satisfeito, dormiu antes de Bella. Antes de ouvir as palavras
que talvez mudassem o rumo daquela história.
-Eu te amo tanto, Edward. Mas talvez você nunca venha a saber disso.
***********
-Bom...eu tenho que ir. Preciso... descansar e passar mais tarde na Empero’s.
-Não... por favor, não. Foi tudo tão... perfeito. Vamos conversar outra hora,
está bem?
-Tudo bem.
Mesmo cansada, a primeira coisa que fez ao entrar em casa foi ligar para
Alice. Mais do que nunca ela precisava de alguém para conversar, mesmo que
fosse uma completa desconhecida. Marcou com ela de se encontrarem ali
mesmo em seu apartamento. E em seguida ligou para Jacob. Ele merecia
algumas respostas.
-Proveitosa.
-Deixe de bobagem, Edward. Você viajou e ela também. Sei que não está
“rolando” nada. Ela foi apenas uma companhia certo?
-Coitada... pior que deve estar cansada e vai logo enfrentar outra viagem.
-Como assim?
-A agenda dela. Já tem uma viagem amanhã para Londres e deve ficar la por
duas semanas.
Parou de pensar nisso quando ouviu a resposta do Jasper. E seu sangue ferveu
ainda mais.
-Irá com Jacob Black.
Edward bateu o copo com toda a força sobre a mesa e pegou novamente o
paletó que havia deixado sobre a poltrona.
Saiu sem dizer nada, deixando Jasper boquiaberto. Iria atras daquele infeliz e
dizer umas verdades para aquele... bombado. Tão logo entrou no carro seu
celular tocou. Dessa vez não poderia ignorar. Seu pai deveria estar uma fera
por ter viajado e nem dar sinal de vida. Pelo jeito teria que ir a casa dos pais
primeiro e so depois cuidar do Jacob Idiota Black.
Em seu amplo apartamento, Bella olhava pela janela sem realmente ver nada.
Sua mente estava frenética e enquanto ela não resolvesse tudo não teria
sossego. Estava fisicamente cansada, mas alguns assuntos não poderiam mais
ser adiados. Aguardava a chegada de Alice e às trezes horas iria se encontrar
com Jacob. Certas coisas não tem mesmo remédio, mas tem tratamento. E era
disso que ela precisava. De uma chance para tentar curar aquele amor que
sentia por Edward.
-Ei... não precisa debochar. Está parecendo que sua amiga fez milagre?
-Sinceramente? Sim.
Bella falou e as duas riram alto. Deu espaço para que Alice entrasse e em
seguida fechou a porta.
-Obrigada.
-Sente-se. Quer um café? Eu nem tomei ainda.
-Pra ser sincera nem eu. Estava dormindo quando você me ligou.
-Quase certo que sim. Bom... teremos que dar um jeito nessas roupas. Alguma
coisa minha deve servir em você. E mais tarde poderemos sair e comprar mais
algumas.
-Sim, sei que pedi. Mas algumas pessoas simplesmente poderiam ignorar.
Você está me ajudando tanto.
-Sei la... acho que gostei de você. E...eu precisava tanto ter alguém para
conversar. As coisas não estão fáceis para mim.
-Dele quem?
-Edward.
Bella arfou e abriu e fechou a boca sem dizer nada. Alice riu baixinho.
-Desculpe, mas é que seus olhos brilhavam toda vez que falava alguma coisa e
tocava no nome dele.
-Sou observadora.
-Nossa...
-Não sei o que fazer. Aliás... eu sei o que devo fazer. Mas eu não queria... no
fundo eu tenho a esperança idiota de que ela desista mesmo que seja no altar.
Mas depois me pergunto: esperança por quê? Ele nem sente nada por mim.
-Talvez.
-Não. Não foi isso que quis dizer. Talvez não seja como você pensa. Talvez
ele tenha algum sentimento, mas não sabe demonstrar. Mas, enfim, se é dessa
forma, acho que você deve se dar uma chance. Ocupar sua mente com outra
coisa, afastar-se dele. Será doloroso, mas no final valerá a pena.
As duas ficaram pensativas. Alice parecia tão madura para quem tem apenas
vinte e dois anos. Mas Bella se sentiu bem melhor após aquela conversa.
Depois disso foram para o quarto de Bella onde encontraram algumas roupas
que ela não usavam e que serviriam em Alice.
Alice percebeu como Bella tremia enquanto ligava para a Empero’s. E notou
também sua decepção ao conversar com Jasper e não Edward. Ficou
combinado que naquele mesmo dia, às treze horas Jasper iria se encontrar com
Alice. Edward estaria bastante ocupado e Bella já imaginava com o que.
-Eu... moro numa boate...ou melhor num prostíbulo, pois aquilo não passa de
um lugar horrível. Puteiro mesmo.
-Não quer... vir morar comigo?
-Deixa de ser boba. Mas olha só... acha que seu cafetão não irá arrumar
encrenca por você sair?
As duas riram alto. Bella estava certa. Ela e Alice seriam boas amigas. Ela já
sentia um pouco menos infeliz.
*********
14:30 – Restaurante
Jacob Black ponderava sobre a contra proposta de Bella. Não era algo que o
agradasse, mas pelo jeito seria o máximo que conseguiria. Não iria dizer que
estava apaixonado por Bella, mas a achava linda, meiga, uma boa amiga. Seria
a companheira ideal para quem não queria mais ficar sozinho ou com pessoas
interesseiras, mas também não queria se apaixonar. Entretanto ele não
esperava por aquela surpresa. Nada de envolvimento sexual caso ela aceitasse
sua proposta. Bella não disse com todas as letras, mas ficou bem óbvio para
Jacob. Ela amava Edward Cullen. E pelo visto não se dava conta de que ele
também sentia algo por ela. Jacob não sabia dizer o que era. Poderia ser amor,
paixão, ciúmes ou simplesmente um sentimento forte de posse. Mas explicava
o telefonema que recebeu mais cedo.
Edward que sempre foi um homem educado e simpático parecia possuído por
uma força do mal ao ligar para Jacob. Gritou, esbravejou e o acusou de coisas
horríveis simplesmente por ter agendado um programa com Bella. A principio
Jacob riu, achando que ele estaria brincando. Ele era um agenciador, um
cafetão... tinha quase por obrigação aceitar os clientes para suas “meninas”.
Ele ofereceu qualquer outra... exceto Bella. Mas Jacob foi irredutível e acabou
desligando o celular na cara dele.
-Sim. Eu sou muito grata por você ter me feito essa proposta. Querer que eu
trabalhe diretamente com você em sua empresa é uma confiança que eu jamais
esperei de alguém. Também vou poder ingressar na faculdade e ressarcir você
depois. Mas me casar com você... ter um relacionamento afetivo e sexual... eu
não quero isso entende?
-E acha que irá conseguir viver eternamente sem sexo?
-Eu também não estou apaixonado por você, Bella. E nem quero. Mas gosto
de você como pessoa, como amiga, companheira. Acho que nos daríamos
bem. Somente um csamento basedo na amizade, então. O que me diz? Se um
dia se sentir preparada para sexo...
-Sim.
Bella sorriu e girou a cabeça para lado, fixando o olhar no casal a algumas
mesas dali. Jasper e Alice estavam almoçando no mesmo restaurante?
Imaginou que iriam conversar na Empero’s. Já pareciam bem entrosados. Ia
desviar o olhar quando viu algo ou alguém que a deixou congelada. Edward
acabava de entrar e se sentar com Alice e Jasper. Estendeu a mão
cumprimentando Alice, mas em seguida digitou algo em seu celular. Assim
que o guardou Bella sentiu seu aparelho vibrar em sua bolsa.
Ele ergueu o braço chamando o garçom e Bella voltou a olhar novamente para
a mesa do trio. Edward brincava com o guardanapo e parecia ouvir
atentamente o que Alice dizia. Inclinou a cabeça como se a analisasse e
franziu a testa. E de repente ele virou a cabeça e seu olhar encontrou o de
Bella. Ela percebeu nitidamente quando ele travou a mandíbula e murmurou
um: Com licença.
Bella sentiu um frio na espinha ao observar seu olhar raivoso e seus passos
furiosos até a mesa onde ela estava.
-Jacob!
-Heim?
-Venha comigo.
-Agora, Bella.
-Edward, pare!
Bella viu que Alice e Jasper assim como outros clientes se levantaram.
-É a verdade.
-Por favor, Bella. Eu não quero brigar. Mas eu não quero você com ele. Não
quero você com ninguém... so comigo.
Edward a olhou, sem entender. Bella sabia que nunca deveria ter perguntado
aquilo. Sabia que a resposta doeria mais que uma bofetada em seu rosto.
Passando a mão pelo rosto, secando suas lágrimas, Bella pediu que parasse o
carro. Talvez notando seu estado devastado, Edward obedeceu.
-Bella...
-Eu continuarei sendo sua amante enquanto você constrói sua família,
enquanto faz filhos em Victoria.
-Muda tudo, Edward. Mas eu não quero ter essa conversa agora, por favor.
Cheguei de viagem e nem dormi. Vamos conversar depois...
Pegou o celular e ligou para ela. Mais uma vez sem sinal. Sabia que ela não
tinha nada para hoje... aliás, nem queria pensar nisso. Os dias de programa
dela também estavam contados. Foi até o bar e pegou uma garrafa de uísque.
So restava esperar por ela. Sentou-se no sofá, sorveu um gole da bebida e
fechou os olhos. Por que algumas coisas tinham que ser tão difíceis?
*****
Acordou assustado, olhando para os lados. Forçou os olhos tentando imaginar
que horas seriam. Levantou meio grogue e acendeu a luz. Cinco e meia da
manhã. Foi até o quarto de Bella e viu que estava vazio. Já sentindo o
desespero o dominar, Edward vasculhou o apartamento. Nem sinal de Bella.
Sequer havia indícios de ter estado ali após a chegada de Edward. E se tivesse
acontecido algo a ela? Merda... por que ele teve que dormir? Pegou o celular
disposto a ligar para ela e viu que havia uma mensagem, enviada há quinze
minutos.
Não sabia se ficava aliviado ou aflito ao ver o nome de Bella na tela. Abriu a
mensagem e arregalou os olhos.
-Vi que me ligou várias vezes. Desculpe, dormi cedo, afinal tenho que viajar.
Fique bem.
-como é que é? Viajar? Céus... não permita que seja o que estou pensando.
Tentou ligar novamente para ela e dessa vez Bella atendeu. Edward sentiu seu
coração dar um solavanco quando ouviu sua voz.
-Edward?
-Como com quem? Você está ciente da minha agenda. Estou indo com o Jake
para Londres.
Ele perdeu a fala. Deveria estar dormindo ainda, pois não acreditava em seus
ouvidos. Depois de dizer que não a queria ao lado dele? Ela fez isso?
-Jake? Está me dizendo que está viajando com Jacob Black? Está me trocando
por ele?
-Eu não estou trocando você, Edward. Primeiro porque eu não o vejo como
uma mercadoria. E segundo porque você nunca foi meu, como poderia trocá-
lo? Você pertence a Victoria. Bom... preciso ir. Volto daqui a algumas
semanas.
Edward deixou seu corpo cair sentado no sofá, ainda olhando atordoado para
o celular. Por que ele não enxergou isso antes? Bella saiu para almoçar com
Jacob há alguns dias. Ontem saiu novamente e contrariando seus pedidos...
viajou com ele. Bella estava apaixonada por Jacob! Como pode ser tão burro e
não ter percebido isso? Levantou-se vagarosamente e caminhou até o quarto
dela, sentindo o gosto amargo da rejeição. Talvez Bella estivesse mesmo
certa. Essa novidade mudava tudo.
-Eu sei que você aceitou se casar comigo... naquelas condições. Mas eu quero
deixar uma coisa bem clara para você. Caso... ele desista de se casar e você
decida lutar por ele, eu irei entender.
-Ah Jake...
Jake riu.
-Porque você não é louca. Ok... admito que o Cullen é mais bonito que eu.
Mas é burro.
Bella riu. Pelo menos Jake a fazia rir. Isso já era um bom começo.
Pela agenda informada por Jasper, era para Bella ter voltado na noite anterior.
Somente isso o fez se levantar da cama, tomar o banho e ir para a empresa.
Queria olhar nos olhos dela quando a confrontasse sobre seus sentimentos em
relação ao Jacob.
Ao acordar já em seu apartamento foi recebida por Alice, que tomava o café
tranquilamente. Quando Bella chegou, por volta de duas da manhã, Alice já
dormia.
-Bom dia. E pelo jeito a Empero’s está fazendo bem a você também.
-Que bom.
Bella contou tudo o que aconteceu desde a saída deles daquele restaurante.
-Eu também acho Alice. Mas não é amor. Não é suficiente para desistir desse
casamento. É como... uma amizade colorida.
Bella rolou os olhos. Alice estava ficando engraçadinha demais. Mas tinha de
admitir que ela estava certa. Estava louca para ver Edward. Arrumou-se
rapidamente e meia hora depois adentrava o prédio da Empero’s. Foi recebida
pelo Jasper sorridente e com um brilho diferente no olhar.
-Foi incrível. Eu não conhecia Londres. Fiquei encantada com aquele lugar. E
Jake foi uma companhia adorável.
A voz surgiu por trás de Bella e a atingiu de forma absurda. Suas mãos
tremeram e ela sentia seu rosto queimando. Com certeza estava ruborizada.
Jasper ficou sem graça e no mesmo instante se levantou. Bella não precisou
olhar para saber que Edward o mandou sair.
Somente quando ficaram a sós Edward passou a frente de Bella e parou. Ver
seu rosto era um alivio para seu coração aflito. Como podia ser tão lindo?
Como podia amá-lo tanto?
Edward estava sem ação. A saudade o massacrava, mas ouvi-la tecer elogios
sobre Jacob o enfureceu. No entanto, o desejo falou mais alto. Ele pegou sua
mão, puxando e colocando-a de pé. Ninguém jamais saberia quem deu o
primeiro passo. Talvez os dois tivessem se jogado um nos braços do outro.
Beijaram-se de forma desesperada, ambos agarrando os cabelos do outro,
enquanto sua línguas duelavam, querendo descobrir que sentiu mais saudade.
-Essa conversa não vai nos levar a lugar algum. Eu fui e já estou de volta.
Edward travou os dentes, tentando segurar sua raiva. Mas ele não conseguiu.
Nesse momento queria matar Jacob. Mas jamais quis magoar Bella. O
desespero o levou a dizer a pior merda que poderia ter dito.
-Por que ele e não eu? É por que ele te paga? Qual é Bella? É so me dizer e eu
pago também. Eu sei o sei preço.
Assim que proferiu essas palavras, ele se arrependeu. Mas já era tarde. Seu
rosto chegou a virar tamanha violência que Bella usou para estapeá-lo. As
lágrimas corriam livremente pelo rosto pálido.
-Acho que você já disse tudo o que pensa sobre mim, Edward.
Bella saiu dali aos prantos e apertou o botão do elevador. Sem querer ficar
mais um segundo ali, desceu pelas escadas, lentamente, tentando encontrar
sua dignidade. Edward saiu do seu transe. Saiu da sala desesperado e entrou
no elevador atras de Bella. Não houve encontro... só lágrimas.
Naquele dia Bella não voltou para casa. Foi para o Hotel do Jacob, mas ligou
para Alice e pediu que fosse até ela. Preocupada com o tom de voz da amiga,
Alice chegou rápido... acompanhada por Jasper.
-O que aquele estúpido do Edward fez com você?
Alice ajudou Bella a contar toda a história ao Jasper. Ele não acreditava como
o primo poderia ser burro a ponto de não perceber que os dois estavam
apaixonados. Talvez isso fosse apenas um reflexo do que Edward já
presenciou e instintivamente se bloqueava quanto ao amor. Ou talvez fosse
apenas burro mesmo.
-Diga.
-Por ele?
-Mas eu não quero mais viver assim, Jasper. Um dia eu escolhi entrar, hoje
escolho sair. So peço que não conte nada a Edward. Espere... passar o
casamento.
Bella se deitou novamente no colo de Alice e chorou. Doía saber que nunca
mais o teria. Se é que alguma vez o teve.
Ele se fechou ainda mais, colocando uma barreira quase impenetrável ao seu
redor. Há uma semana não ia à Emperos. Chegou a brigar com Jasper
também, pois tinha certeza que Alice sabia onde Bella estava. Sendo assim ele
também deveria saber, afinal ela deve ter dito alguma coisa. Estava afastada
do trabalho. Por um lado Edward ficava feliz por isso. Ela não seria tocada por
ninguém, exceto por aquele... aquele maldito Jacob.
Seus dias agora se resumiam a ficar no apartamento que apenas duas pessoas
sabiam que ele tinha. Sua vida, desde quando viu Bella pela primeira vez era
vista e revista como num filme. Incrível como ele se lembrava de cada detalhe
dos dois juntos. O que faltou a ele para que Bella se apaixonasse? Por que
Jacob e não ele? Jacob era mais carinhoso? Mais atencioso? Por mais que
buscasse respostas, Edward sempre acabava frustrado.
Antes que tivesse chance de se levantar e ver quem era, a porta do quarto foi
aberta e a loira endemoniada apareceu.
Rose!
Até quando vai ficar se escondendo? Acha que vai fugir de mim? Está todo
mundo louco com suas atitudes, Edward.
Saia já dessa cama. Lave esse rosto, de preferência tome banho. Estou
esperando por você na sala.
Esbravejando, ele se levantou e foi até o banheiro. Não daria tempo para fazer
a barba ou Rose o mataria. Tomou um banho rápido e depois escovou os
dentes, tentando tirar qualquer cheiro de bebida. Vestiu uma bermuda e
camisa de malha e exatamente dez minutos depois se jogava no sofá da sala
em frente a Rose.
Desembucha.
Ela falou sem ao menos olhar para a cara dele, prestando atenção nas unhas
bem feitas pintadas de vermelho sangue.
O que?
Não se faça de besta comigo. Sumiu geral, nossos pais estão loucos atrás de
você, assim como aquela...aquela lá.
Só estou cansado.
não me venha com essa. Eu sei que tem mulher na jogada, Edward. Aquele
dia você fugiu da conversa, mas hoje não me escapa.
Você tem um caso há alguns anos com uma de suas meninas. Uma
acompanhante de luxo que trabalha em sua empresa. Não sua empresa
verdadeira, aquela construída por nosso pai e sim aquela de fachada, onde
você lucra milhões. Pois bem... estou certa em pensar que você está assim por
causa de Bella?
Como? Como...
Pode largar essa porra de bebida ai. Vai conversar comigo de cara limpa.
De homem pra homem. Se bem que em certos momentos eu sou bem mais
homem que você.
Fale logo.
Eu sei disso há anos. Mas depois te conto como descobri. Estou aqui agora
para tentar ajudar você.
Teve?
Não tenho mais. Ela é apaixonada por um cliente. Ignorou quando pedi que
não ficasse mais com ele, viajou com ele.
Rose, você não entende. A gente se dava muito bem. Qual outro motivo
haveria para ela não atender ao meu pedido?
E o que mais?
Como o que mais? Isso já basta.
Edward ficou encarando-a sem entender nada. Rose apoiou o cotovelo em sua
perna e a testa em sua mão. Como o irmão podia ser tão obtuso, tão burro?
Você é mesmo um tapado. Então você viaja com ela para um lugar isolado,
pede para ficar só com você... e não sabe o que isso significa? Por que você
não a incentivou a deixar essa vida? Por que não a incentivou a estudar,
procurar melhorar de vida? Você poderia tê-la ajudado nisso. E agora fica ai
se martirizando pensando que ela ama outro? Por Deus... abra essa sua mente,
Edward.
De tudo o que ela disse, parecia que Edward entendeu apenas uma coisa.
Eu não sei que merda você está fazendo da sua vida, Edward. Só que eu não
posso fazer nada por você. Você tem que ser homem para tomar certas
decisões e esperto o bastante para perceber o que está acontecendo realmente
entre vocês dois. Será que ela não queria apenas uma única decisão sua? Uma
única concessão de sua parte? Só ela deveria se afastar do tal cliente? Você
poderia continuar com Victoria?
Sabe... eu não tive medo dos nossos pais. Quando decidi me divorciar eu sabia
que iria sofrer com a mágoa deles. Mas fui em frente. Eu não me importo com
a opinião de ninguém, somente com minha felicidade.
E não foi Jasper que me contou algumas coisas. A viagem, por exemplo, foi
seu motorista Emmett.
Emmett?
Eu sei... sei exatamente o que está acontecendo entre você e ela. Mas eu não
irei dizer. Seria fácil demais para você. Tem algo no fundo de você
impedindo-lhe de enxergar o óbvio, só não sei o que é. Você mesmo terá que
descobrir, Edward. Não existe uma bela história de amor sem um pouco de
luta.
Amor?
Ela saiu e fechou a porta, deixando Edward mais perturbado do que nunca. As
palavras de Rose pareciam abelhas pinicando sua pele. Uma bela história de
amor. Amor. Amor! Escondeu o rosto em suas mãos. Era isso que ele não
conseguia ver? Era isso que ele não conseguia entender? Ele amava Bella?
Atordoado, deixou que sua mente o levasse de volta há quatro anos quando a
conheceu.
Flashback on
Lembrava-se que naquele dia estava tranquilo e descansado. Teve uma boa
noite com Victoria, o que era o bastante para não se estressar por pouca
coisa. Quando Irina chegou e disse que havia uma garota querendo trabalhar
para ele, Edward não imaginou o que o esperava.
Naquele dia, Edward fez algo que jamais imaginou fazer. Disse a Bella que
ele faria uma espécie de teste com ela. Lógico que ela estranhou, pois
provavelmente Irina deve ter contado que ele jamais se envolveu com as
garotas que trabalhavam pra ele. Ele gostava de sexo, obviamente, mas nunca
precisou ter um monte de mulher para ter prazer. Ele tinha Victoria. Por isso
nem ele mesmo entendeu o motivo de ter agido assim. Mas, como esse tipo de
atitude era bastante comum entre outros cafetões, Bella aceitou. Naquela
noite Edward a levou para um motel. Ele enlouqueceu nos braços dela, nunca
sentiu um desejo tão violento e um prazer tão arrebatador. A partir daquele
dia, Bella não saiu um só minuto de seus pensamentos.
Flashback off
Merda!
Ele se levantou, passando a mão pelo cabelo várias vezes. Tudo tão óbvio, tão
claro. Por quê? Por que ele não foi capaz de perceber que muito
provavelmente se apaixonou por Bella há quatro anos? Como pode ser tão
burro a ponto de deixa-la naquela vida, saindo com vários homens? Que
espécie de ser acéfalo ele era?
Sentindo a garganta ardendo, Edward mordeu sua mão com força. Mesmo que
ela não nutrisse os mesmos sentimentos por ele... poderia conquista-la, não
poderia? Poderia fazer com que ela o amasse. Mas não. Ficou tão preso em
seus pensamentos que sua família não aceitaria, que ele tinha um
compromisso não só com Victoria como com os pais dela que não percebeu
que tinha a mulher de sua vida em suas mãos. E o pior de tudo... algo que
agora ele sentia nojo só em pensar. Quantas e quantas vezes ele não pensou
que uma garota de programa nunca serviria para se casar? Como ele pode
pensar isso? Bella era meiga, sensível, divertida... qualquer homem iria se
apaixonar por ela. E aconteceu. Jacob se apaixonou e soube conquista-la.
Frustrado ele deitou no sofá, deixando escapar poucas lágrimas. Ele não se
achava no direito de lutar por Bella agora. Ele não merecia. Uma vez leu em
algum lugar que: Se você ama alguém, deixe-o livre. E era isso que faria.
Deixaria Bella ser livre para viver sua paixão. Agora que sabia ser um
apaixonado não correspondido continuaria sendo um canalha. Ou seja, usaria
o casamento com Victoria como forma de tentar esquecer Bella.
************
Eu acho que ele sente algo sim. Por que não tenta ao menos conversar com
ele? Ele quis conversar com você, eu sei.
A gente sempre acaba na cama, sem conversa. E as coisas que ele me disse da
ultima vez...
Balançou a cabeça, esforçando-se para não chorar. Sabia que estava sendo
uma doente, mas ela sentia necessidade de presenciar isso. Caso contrário, não
conseguiria seguir em frente.
Obrigada por tudo, Bella. Você é uma pessoa incrível. Merece ser feliz.
Obrigada Alice. E... eu sei que está se envolvendo com o Jasper... só não aja
como eu. Eu...
Mordeu os lábios com força, quase fazendo-os sangrar. Apesar de tudo, ela
jamais poderia culpar Edward de nada. Ele era assim... apaixonante, mesmo
sem querer.
Eu nem vou me encontrar com ele. Acho que não pegaria bem eu ir a esse
casamento. Vou sair com a Jéssica.
Não precisa.
Eu aceito.
Então Bella fechou os olhos e as lágrimas correram livremente pelo seu rosto.
Um breve minuto de indecisão, talvez, e ele estava casado. Bella abraçou o
próprio corpo, ignorando alguns olhares sobre si. Sentou-se, pois suas pernas
não suportariam seu peso. Agora era a hora de pegar o carro e seguir sua vida.
Foi perfeito, intenso enquanto durou. Quando se levantou, percebeu que o
casal já saía. Ela precisava sair dali urgentemente. Afastou algumas pessoas
de sua frente...e parou.
******
Era possível alguém estar morto e ainda por cima de pé? Edward acreditava
que sim. Ele estava morto pra tudo. Antes do casamento Rose ainda tentou
faze-lo mudar de ideia, mas ele se encontrava em tal estado de torpor que só
reagiu com uma careta. Na maior parte do tempo ele sequer se dava conta do
que acontecia ao seu redor. Seus pensamentos estavam tão presos a Bella que
ele chegou ao ponto de sentir seu cheiro dentro daquela igreja. Não ouviu
nada do que o padre disse. Onde Bella estaria? Estaria com o Jacob? Estaria se
lembrando que hoje ele se casaria? Por um segundo louco ele sonhou que ela
o amava e que entrava naquela igreja impedindo seu casamento. Mas isso
jamais aconteceria porque a única coisa que Edward teve dela foi seu corpo,
jamais seu coração.
Na noite anterior procurou por Rose e contou o que descobriu: que há tempos
era apaixonado por Bella. E Rose chorou com ele quando disse que Bella
estava apaixonada por Jacob. Mesmo discordando dele, Rose o acalentou,
dizendo que esse dor iria passar. Ele duvidava.
Estava tão longe dali que somente quando Victoria lhe deu uma cotovelada na
costela percebeu que o padre fazia a famosa pergunta. Respondeu rudemente
que sim. Já tinha feito merda a vida toda, agora era a hora de se enfiar ainda
mais nela.
Não beijou a noiva, como de praxe. Apenas um breve roçar dos lábios na testa
dela. Estava odiando aqueles sorrisos felizes, aqueles abraços esfuziantes e
aqueles votos de felicidade. Sua vontade era de gritar para pararem com
aquela palhaçada. Ele não estava feliz, aliás ele nunca mais seria feliz. Ele
sentia uma vibração estranha, essa era a verdade.
Edward caminhava pelo corredor de braços dados com Victoria que sorria
abertamente. Ele se sentia vazio, oco por dentro. Seu peito estava oprimido e a
certeza cada vez mais crescente de que seu mundo iria desabar. A
confirmação de suas suspeitas estava na última fila dos bancos da igreja. De
pé, observando o casal, Bella permitia que as lágrimas escorressem e
molhassem completamente seu rosto.
Edward parou, completamente surpreso por vê-la ali. Seus olhares se
encontraram e ele sentiu um nó apertando e quase sufocando sua garganta.
Algumas pessoas se aproveitaram daquela breve parada e foram cumprimentar
Victoria. Edward permaneceu estático, o olhar preso ao dela. De repente as
palavras de Rose vieram à sua mente com a força de uma tonelada,
esmagando-o por dentro.
-Você ama sem nem mesmo saber o que é o amor, Edward. Mas pra que saber
o que é o amor, não é mesmo? Basta sentir. Sentir aquela vontade de estar ao
lado da pessoa o tempo todo, vontade de sentir todas as dores do mundo no
lugar dela. Você sente vontade de sorrir só por vê-la sorrir ou só por ouvir
seu nome. Você não se importa em passar horas apenas olhando para o rosto
adormecido dela. Seus olhos brilham, sua alma vibra quando está com ela.
Ela passa a ser a pessoa perfeita, mesmo cheia de defeitos. Sabe... quando eu
estou com o Emmett, ai sim eu me sinto uma mulher completa. Isso é amor.
Não... Deus não iria brincar com ele desse jeito. Aquilo tudo que Rose disse
desenhava completamente sua história com Bella. E então ele se lembrou
também das palavras de Bella.
Ele tentou dar um passo em direção a Bella, mas ela deu um passo para trás.
Edward apenas pode ler os lábios de Bella. Não ouviu sua voz:
Seja feliz.
Dizendo isso ela se virou e desapareceu. E como um manto negro e macabro,
a verdade desabou sobre Edward. Novamente as palavras de Rose o
assombrando.
-Quando você ama alguém, você só deseja vê-la feliz, seja de que forma for.
Bella...
Sua voz não passou de um sussurro. Logo ele foi praticamente arrastado para
fora da igreja. Olhou ao redor, mas não a viu mais.
Edward?
Rose o olhava preocupada. E ficou ainda mais ao ver seu rosto molhado.
Edward chorando? Emocionado certamente não estaria. A loira praticamente
arrancou o irmão das mãos de Victoria e o levou a um canto.
Oh...
Abriu a bolsa e pegou as chaves do volvo que Edward deixou com ela. Sem
pensar, Edward agarrou as chaves e desceu as escadas correndo, ouvindo
Victoria e sua mãe chamando seu nome. Entrou no carro e antes de dar a
partida viu sua mãe abraçada ao pai, Victoria com o rosto vermelho
demonstrando fúria... e Rose com um sorriso vitorioso.
Não pensou que estava muito acima do limite de velocidade. Não pensou que
estava furando todos os sinais vermelhos . Ele so pensava nela. Ria e chorava
ao mesmo tempo. Bella o amava. Ele a amava. Eles se amavam, porra.
Parou o carro de qualquer jeito em frente ao prédio onde Bella morava e quase
arrancou o portão a unha, enquanto o porteiro não liberava a entrada. Passou
correndo pelo hall, entrando no elevador e esmurrando os botões como se isso
ajudasse a subir mais rápido. Praticamente saltou do elevador antes mesmo
que a porta se abrisse por completo. Apertou o dedo na campainha e o deixou
lá, até que a porta foi aberta por Alice que tinha acabado de chegar em casa.
Passou por ela sem ao menos cumprimenta-la.
Ignorando a pergunta, Edward foi direto ao quarto de Bella. Alice foi atrás,
estranhando aquela situação.
Edward congelou.
Edward foi até o closet dela e escancarou as portas. Absolutamente vazio. Foi
até a cômoda e abriu as gavetas... também vazias. Ele encostou-se na parede
encarando Alice pela primeira vez.
Alice cruzou os braços em frente ao peito. O que aqueles dois fizeram da vida
deles?
Primeiro Edward não acreditou. Depois se lembrou do seu rosto na igreja, dos
armários vazios... e a realidade o atingiu com tanta força que seu corpo
escorregou pela parede e ele se sentou no chão. Primeiro foi um soluço,
seguido por um grunhido, um gemido lancinante, doloroso e então... a
explosão de lágrimas. Suas lágrimas eram carregadas de tanta dor que seu
corpo inteiro era sacudido por soluços. Somente chamava o nome de Bella,
quando conseguia. Não percebeu quando Alice, preocupada com seu estado
ligou para Jasper.
Não viu o tempo passar, so sentia a dor excruciante rasgando seu peito,
deixando um buraco aberto que certamente jamais seria fechado.
Ela me... ela me deixou, Jasper. Mas ela volta não é? Ela volta... ela... precisa
trabalhar.
Mesmo perturbado, ele não acreditava em suas palavras. Mas ele precisava se
agarrar em algo para ter esperança. Ele precisava acreditar que ainda teria seu
perdão, teria seu amor. Mas Jasper apenas meneou a cabeça, jogando por terra
toda sua pequena esperança.
Ela não volta, Edward. Ela já comunicou que está abandonando esse tipo de
trabalho.
Agachado, quase arrastando-se pelo chão, Edward foi até a cama de Bella sob
o olhar compadecido de Alice e Jasper. Jogou-se na cama dela, enterrando seu
rosto no travesseiro dela. Nem mesmo isso foi capaz de silenciar seu choro
alto e desesperado.
Chorou tudo o que não chorou nesses últimos anos. Não era tristeza, não era
raiva, não era medo. Era seu coração falando o que ele calou durante todo esse
tempo com Bella. Infelizmente, ela já não estava aqui para presenciar.
Capítulo 10
Capítulo 10
Enroscada em meio aos braços fortes e musculosos, Bella chorava há
exatamente três horas. Nunca saberia dizer como conseguiu dirigir durante
duas horas até chegar a casa do Jake. Era como se ele pressentisse que ela
chegaria precisando de colo. Decidiu não sair de casa naquele dia e esperar
por ela. Chegou a se assustar com o estado em que ela se encontrava. Não
conseguiu sair do carro e foi preciso que Jake fosse até la e a levasse nos
braços, levando-a para o quarto que tinha separado para ela. Não foi preciso
dizer nada. Jake conseguia sentir sua dor. Seu choro sofrido o massacrava,
mas ele nada podia fazer. Ninguém poderia fazer nada exceto Bella e Edward.
Saiu de perto dela por apenas alguns minutos enquanto buscava algo para ela
comer.
Sua voz estava rouca devido ao choro e os olhos tão inchados que ela quase
não conseguia abri-los.
-Eu sei que é difícil. Mas você tem que se alimentar, Bella. Já são quase vinte
e uma horas...
-Não me entenda mal, mas... deveriam ter conversado antes de ele se casar.
Olhe seu estado... como isso pode ser o certo? Como vocês podem ficar
separados se estão sofrendo tanto?
-Eu duvido. Eu vi o modo como ele reagiu quando nos viu juntos, Bella. Eu
olhei nos olhos dele. Isso... isso está errado.
-Ele so é possessivo demais, Jake. Ele pode tudo, pode ficar comigo e a noiva.
E eu nem amigos podia ter.
-Pode ser que eu esteja enganado, mas acho que não era so isso. Ainda acho
que vocês deveriam ter conversado, colocado tudo em pratos limpos. Sei la...
dissesse claramente: Edward, o que você sente por mim? Gosta de mim e quer
continuar? Ou é so sexo e você pretende continuar com Victoria?
-Eu sei. Mas... se ele dissesse que sempre foi apenas sexo?
-Você não estaria sofrendo tanto quanto agora. Veja bem... se você o
colocasse contra a parede e ele dissesse que sente alguma coisa por você,
obviamente você ia lutar e eu sei que você venceria. Mas se ele dissesse que
foi apenas sexo... você saberia que ele é um canalha e não merecia seu
sofrimento. Mas não... acabou dessa forma. Você sempre vai ficar se
lembrando dos bons momentos, que imagino, não foram poucos.
-Pois é... eu fiquei sem dinheiro para pagar o que devia. Acabei fazendo sexo
com o dono do imóvel como forma de pagamento. Eu já não era virgem e pra
ser sincera... gostava de sexo.
Bella parou e suspirou, lembrando-se da primeira vez que vira Edward. Sentiu
todo seu corpo aceso, formigando, queimando.
- Era o homem mais lindo que já tinha visto. De repente eu quis sair correndo
dali. Não por vergonha, mas por estar desejando-o de uma forma absurda.
Mas lembrei-me do que Irina disse: ele não transava com as meninas que
trabalhavam pra ele.
-Claro que não. Mas que ele me desejou foi óbvio. Disse que teria que fazer
um teste comigo. Eu aceitei mesmo sabendo que ele mentia. Foi a noite mais
incrível da minha vida. Ele era tão selvagem, tão quente e ao mesmo tempo
tão carinhoso. Eu sei que me apaixonei ali. E depois disso nunca mais nos
separamos...
-Nossa... vai soar meio gay, mas é uma historia tão linda. Não pode terminar
assim. Bella. Vocês precisam...sei la... tentar conversar uma ultima vez.
-Ah Jake... eu sei que errei. Mas agora não há mais volta. Ele está casado... e
eu irei me casar com você.
-Eu também fui um merda ao propor isso a você. Como você vai esquecer
alguém sem se envolver afetivamente com outro? Duvido que isso aconteça.
Além do mais... eu nunca tive realmente intenção de me envolver com você.
Jake a interrompeu. Não disse a ela todas as verdades que ela precisava ouvir.
Esse talvez não fosse o momento, mas ela já tinha sofrido tanto, que se
achasse um absurdo tudo que iria ouvir, teria tempo de sair desse acordo.
-Sim, claro.
-Infelizmente não. Bom... mas eu disse a você que nunca quis me casar. E. so
não disse o motivo.
Bella esperou. Realmente ele não disse e ela nem se deu ao trabalho de
perguntar.
-Como?
-Eu não sei o que sou, Bella. Não sei se homossexual, se sou bissexual...
Bella sentiu seu rosto ruborizar. Jake achou graça. Como ela ainda conseguia
ficar envergonhada?
-É verdade, mas...
-Eu não sinto tanto desejo por mulheres. So um pouco. Mas eu sempre quis
saber como.. era ficar com um homem. Eu não paro de pensar nisso. Você
nunca pensou em ficar com uma mulher?
-Está vendo? Eu acho que sou homo e não bi. Como poderia me casar? E
eu...eu nunca quis uma criança. Por isso que...eu fiz essa proposta a você. eu
juro que ainda nem tinha certeza do seu caso com o Edward. Mas eu sempre te
achei tão inteligente, linda, cheia de vida. E em nossas conversas percebi que
você é simples, sem ambição. Você jamais iria querer se aproveitar do que eu
tenho e depois sair espalhando o que eu sou. Quando eu te fiz a proposta
fiquei com medo de você recusar,por isso não contei toda a verdade.
-Nossa... nem sei o que dizer. Mas... você não me parece gay.
-Eu sou um indeciso, Bella.
-Verdade ne? Afinal sou irresistível. Bom... mas ai poderíamos fazer um trio.
Eu, você e o Cullen.
-Quer saber a verdade, Bella?Somos uns fodidos. Eu, você e o Edward. Eu por
ser um meio termo, nem la nem cá. Você por ser uma maldita medrosa
apaixonada. E o Cullen... acho que ele so é meio burro mesmo. Não percebeu
a mulher maravilhosa que tinha em mãos.
-Eu o amo tanto, Jake.Às vezes acho que não vou conseguir.
Nesse mesmo horário, mas em Londres, Edward ainda estava jogado na cama
de Bella agarrado ao seu travesseiro. Por fim Jasper desligou o celular, pois a
todo instante Victoria ligava, deixava recados cheios de ameaças e
xingamentos. Carlisle também ligou várias vezes. Jasper so atendeu Rose e
pediu que fosse imediatamente para casa de Bella.
Rose perguntou assim que a porta foi aberta por Alice. As duas nem se
conheciam mas Rose não estava com cabeça para apresentações.
Rose foi até quarto e agachou-se ao lado dele. Passou a mão pelos cabelos e
pelo rosto dele. O sofrimento era visível em seu rosto.
-Ah meu irmão... como vamos poder ajudar você?
Deu um beijo em seu rosto e voltou para a sala. Sentou-se ao lado de Alice e
Jasper as apresentou.
-Alguém poderia me explicar o que está acontecendo? Edward disse que Bella
o ama, que estava no casamento e eu o incentivei a ir atras dela. E agora isso...
o que houve?
Alice contou tudo, so não disse para onde Bella foi. A amiga pediu segredo e
mesmo sabendo que Edward estava sofrendo, ela não poderia fazer isso.
Apesar dos pesares, ele estava casado. Quem garantiria que ao ter Bella de
volta iria se divorciar?
-Eu sei é que a tempestade está apenas começando. Eu vou ficar com ele no
quarto, se não se importam.
Rose voltou para o quarto e se deitou ao lado do irmão. No mesmo instante ele
abriu os olhos.
-Bella?
Mas então ele percebeu que era Rose e quase instantaneamente as lágrimas
desceram pelo seu rosto. Rose o abraçou, deixando que chorasse.
-Nós vamos dar um jeito, Edward. Tem que haver uma saída.
*******
Essa era a pior parte. Enfrentar a família. Edward não tinha medo, ele so não
tinha disposição para ficar dando explicações, para aguentar os surtos que com
certeza Victoria daria. Foi no carro com Rose, deixando Jasper encarregado de
levar seu carro depois.
-Não.
-Aquela Alice sabe onde ela está. Eu sei que ela sabe.
-Talvez.
-Droga, Edward... você não vai poder ficar assim se quiser trazer essa mulher
de volta. Eu não queria dizer nada mas... você já fez a merda, agora vai ter que
ser homem para consertar. Ficar ai prostrado não vai levar você a lugar
nenhum. Entendo que ainda é recente, mas você não pode perder tempo.
Aliás... você tinha me dito que ela estava apaixonada. Quem é ele?
Rose rolou os olhos. Ele estava prostrado mas para dar respostas atrevidas
estava bem alerta.
-Jacob Black.
-Sim.
-Ola... bom dia. Aqui é Alice Brandon, eu gostaria de falar com Jacob Black.
-Ah não? Pode me dizer onde está e quando ele irá voltar?
Pensar nessa possibilidade fez Edward sair de seu torpor. Principalmente por
saber que foi um burro e que Bella nunca foi apaixonada por Jacob. Mas ele
com certeza queria algo com ela, e agora com Edward fora da jogada, ele iria
cair matando.
Rose bufou.
Rose já estava desistindo quando finalmente ouviu a voz grossa do outro lado
da linha.
-Oi Jacob?
-AH...
-Está arrasada, não é Alice? Chegou aqui num estado lastimável, não
conseguia nem sair do carro. Agora fico pensando que poderia ter acontecido
algo realmente ruim com ela.
-Como assim?
-O estado em que ela estava..e ainda dirigir por duas horas até aqui. Mas
enfim... eu estou cuidando dela, embora ache que aqueles dois deveriam
conversar.
-Bom... obrigada Jacob. Dê um abraço nela. Eu ligo depois.
Assim que Rose desligou, Edward praticamente rosnou, olhando-a com raiva.
-Por que não perguntou onde ela está? De que me adianta saber que ela está
com ele?
-Você é burro ou o que? Pelo jeito que ele conversou, é claro que Alice sabe
onde ela está. Se eu perguntasse iria dar bandeira.
-Olhe só... vamos pra casa. Você vai ter que dar explicações aos nossos pais.
Vai ter que conversar com aquele traste que certamente está la... e so ai vamos
ver o que faremos para encontrar a Bella.
-Esta me devendo essa. Vai sair caro. E a Bella está sofrendo viu? Seu...
Calou-se, mas Edward nem a ouvia mesmo. Estava com o rosto virado para a
janela... chorando. Ainda não acreditava como tinha conseguido fazer uma
merda tão grande.
Quinze minutos depois Rose estacionava na garagem da casa dos pais. Entrou
ao lado de Edward e assim que os dois passaram pela porta, puderam ver que
a cena estava do jeito que imaginaram. Carlisle sentado com expressão
fechada, Esme ao lado de Victoria que fazia seu teatro de mulher abandonada
no dia do casamento.
Ao perceber a presença deles, ela se levantou. Edward deu alguns passos, mas
logo ela correu e avançou sobre ele, estapeando e arranhando seu rosto.
Edward não reagiu, deixando que a “esposa” o ferisse com aquelas unhas de
bruxa. Ele estava com os olhos fixos nos pais.
Vendo que o irmão não iria reagir, Rose foi até ela e segurou seu braço,
torcendo-o até Victoria gritar de dor e Esme gritar para que ela parasse.
-Não... Rose...
-Eu fiz tudo errado, meti os pés pelas mãos. Deixei as coisas chegarem longe
demais. Eu não amo a Victoria, nunca amei.
-Não virá com o tempo, mãe. Não virá porque eu já amo outra mulher.
-O QUE?
Victoria berrou, mas olhando para ela, Rose percebeu que era so teatro.
Victoria já sabia que era corna.
-Eu amo demais outra mulher. E descobri que ela me ama também. Eu so me
casei porque pensei que ela não me amasse. Eu queria ter terminado com
Victoria, mas quando acreditei que Be... que ela não me amava, eu resolvi
seguir com o casamento.
-Você... você ia usar a Victoria para esquecer outra mulher? Que mulher é
essa?
-Eu errei e peço desculpas. Mas.. eu não posso mais. Eu sinto que... se eu não
tiver essa mulher minha vida acaba.
-Casamentos podem ser anulados. E se nesse caso não for, que se divorciem.
Você e a mamãe são felizes não são?
-Por que só vocês merecem a felicidade? Seus filhos não merecem? Olhe lá...
aquele homem derrotado que acabou de subir. Ele precisa de apoio, precisa de
compreensão de pai. É capaz de fazer isso? Pelo menos uma vez na vida?
-Mas não vai mesmo. Não venha fazer esse teatro pra cima de mim, Victoria.
Você não é burra. Edward tem um caso com essa mulher há quatro anos. Vai
me dizer que nunca soube?
-QUATRO ANOS?
-E daí? Ela não é nada. Não é ninguém. Não passa de uma prostit...
Ela não terminou a frase. Rose a estapeou com tanta força que ela caiu sobre o
sofá, a marca da palma da mão em seu rosto.
-Cale essa sua boca. Estou de olho em você, Victoria. Você pode enganar
meus pais e até o ridículo do meu irmão, mas não a mim. Eu sinto seu cheiro
podre no ar...
Esme sentou-se ao lado de Victoria, olhando assustada para Rose. Não estava
entendendo absolutamente nada do que estava acontecendo.
-Como por quê? Vocês me obrigaram a esse compromisso há quase dez anos.
Sei que iria me tirar da empresa se eu não fizesse isso. Minha mãe iria virar as
costas pra mim, como fez com Rose.
-Como é que é? De onde tirou isso? Eu jamais faria isso, filho. Tirar algo que
pertence a vocês por direito so por você não se casar com Victoria? Eu... nós
acreditávamos que você a amava. Ela sempre disse que você queria se casar
logo, ela que queria esperar mais um pouco. Viver mais um pouco a vida de
solteira.
-Eu... eu nunca disse isso. Eu gostava de ficar com ela, me relacionar com ela,
mas era apenas isso. Quando conheci Bella há quatro anos... eu me apaixonei
completamente, embora tenha descoberto esse sentimento so agora. Mas...sei
que vocês jamais iriam aprová-la. Ela não tem berço, como diz minha mãe.
-Mais infeliz?
-Sua mãe nunca se achou digna de mim. Nunca se achou digna de ser amada.
Aquilo tudo é so uma fachada, Edward. No fundo acho que ela tem medo de
que eu um dia acorde arrependido e a mande embora. Ela sofreu muito na
vida, já viveu coisas horríveis. Mas eu a amo demais. Nunca iria abandoná-la.
Nunca.
-Mas... por que ela se sente assim? É visível seu amor por ela.
-Eu conheci sua mãe num bordel, Edward. Ela era uma das prostitutas mais
requisitadas de la. E eu... eu me apaixonei. Tire-a de la e me casei com ela.
-Céus... eu nunca imaginei isso. Mas não deveria ser o contrario? Como ela
pode querer que nos casássemos com alguém de “berço” se ela mesmo não
teve?
-Por não se achar digna de mim, de nós. Ela se acha um lixo e não quer uma
esposa assim para vocês.
Edward enterrou o rosto em suas mãos. Era coisa demais para tão poucos dias.
O pior de tudo era saber que ao final dessa conversa, ele nem teria Bella em
seus braços para poder compartilhar essas coisas com ela.
-Ai é que está pai. Essa mulher... que eu amo mais que a mim mesmo... é... ou
foi uma garota de programa.
Os dois se encararam e por fim Carlisle riu alto e puxou o filho para os seus
braços.
-É mal de família?
-No meu caso, chamaria de bem de família. É a mulher mais incrível que já
conheci.
Edward contou toda sua historia ao pai, exceto a parte que ele agencia
mulheres. Talvez esse segredo não revelasse nunca. Ao fim do relato do filho,
Carlisle estava chocado. Tanta confusão, tanto sofrimento por causa de uma
coisa tão simples: falta de diálogo. Falta de diálogo entre pais e filhos. Falta
de diálogo entre ele e a mulher que ama.Sem contar as mentiras que Victoria
contou e que os fez acreditar que o filho a amava. Não tirava a culpa dele e de
Esme. Eles, como pais, deveriam ter percebido que o filho não era feliz com a
noiva. Agora ele via isso.
-Vamos ter que resolver isso, filho. Você disse que a Isabella está com Jacob
Black?
-Sim. A Rose ligou para ele, passando-se pela amiga de Bella. Mas so não sei
onde ele está. Disseram que está fora da cidade.
-Eu conheci o pai dele. Era um bom homem, mas há tempos não o vejo. Soube
que está doente.
-Sério?
-Não faço idéia. Mas fique calmo, meu filho. Sei que é complicado. Vi o
estado em que você chegou, mas para não piorar mais as coisas... devemos
agir sempre pensando calmamente. O primeiro passo é dar um fim nesse
casamento.
-CHEGA VICTORIA!
Edward berrou e ela se calou. Empurrou-a com força, fazendo com que caísse
sentada no sofá. Seus olhos estavam arregalados, mas agora não
demonstravam raiva e sim surpresa... ou medo.
Saiu da casa dos pais e procurou por Demetri Volturi, primo de Marcus, que
era um dos melhores advogados do pais. Precisava resolver com urgência sua
situação com Victoria antes de sair a procura de Bella. Era o mínimo que ele
poderia fazer. Oferecer seu amor, sua vida inteira, mas já totalmente livre.
Mas de qualquer forma eles teriam que conversar. Edward não era nenhum
canalha a ponto de simplesmente se descobrir apaixonado por outra e
abandonar Victoria sem explicação alguma.
-Eu sinto muito, Victoria. De verdade. Eu não queria ter agido daquela forma,
não queria ter deixado você na porta daquela igreja logo após nos casarmos.
Mas eu simplesmente...surtei quando descobri que era amado pela mulher que
eu também amo.
Victoria rosnou e cravou suas unhas na poltrona em que tinha caído. Edward
olhou ao redor, constatando que o apartamento que tinha comprado para
quando se casassem estava quase parcialmente destruído.
-Eu amo a Bella. Há quatro anos que eu a amo sem saber. Quando eu descobri
que a amava, eu pensei em terminar tudo com você. Mas ai... erroneamente eu
pensei que ela estivesse apaixonada por outro. E resolvi seguir com nosso
casamento.
-Ou seja... eu seria simplesmente o estepe não é? Iria ocupar o lugar da vadia
que você não podia ter.
-EU FALO COMO EU QUISER. Qual é Edward? Acha que não ouvi você
metendo nela no ultimo evento em que estivemos?
Edward ficou pálido e não falou nada. Diria o que? Foi um irresponsável.
-Eu sabia que você tinha algum caso fora. Você não transava mais comigo
como antes. Eu só não sabia quem era e nem sabia que era tão serio assim.
-Acha mesmo que eu iria deixar você solto por ai? Com que cara eu iria olhar
para minhas amigas que só faltam abrir as pernas para você? Com que cara eu
iria encarar a sociedade e dizer que meu noivado de quase dez anos tinha
acabado?
-Então era só por isso? Por causa do que a sociedade diria? Sinto muito mas
não adiantou grande coisa. Eu vou me divorciar de você.
-Nunca. Eu não assino porcaria de divórcio nenhum. Não irei facilitar nada
para você.
-Não queira medir forças comigo Victoria. Eu sei que errei, mas peço perdão.
Se não pode perdoar, simplesmente saia da minha vida. Mas não tente bater de
frente comigo. Eu passo por cima de você e de sua família também. Aliás... eu
passo por cima da sociedade inteira. Passo por cima de qualquer um que tente
impedir minha vida com Bella.
Caminhou até a porta e a abriu, mas ainda conseguiu ouvir o grito derrotado
de Victoria.
Ao chegar, encontrou Jasper agendando alguma coisa para uma das meninas.
Ele se levantou assim que Edward entrou na sala, oferecendo seu lugar a ele.
Edward se sentou, afrouxou a gravata e passou a mão pelo rosto. Aguardou
Jasper terminar a ligação sem prestar atenção ao conteúdo da conversa.
-Nem me fale. Meti os pés pelas mãos. Falei e fiz besteira... agora é correr
atrás.
-Nada.
-Estou sem fome. Daqui tenho que ir ao escritório ainda. Tenho que assinar
alguns contratos.
-Sim. Eu avisei ao Jasper que tinha aula hoje pela manhã e iria me atrasar um
pouco.
-Bom.
Agora Edward se perguntava... por que Bella nunca quis entrar para uma
faculdade? Ou melhor... por que ele nunca teve essa ideia? De incentiva-la a
estudar, a se especializar em alguma coisa para que saísse dessa vida? Claro...
ele já sabia há resposta. E tinha nojo de si mesmo. Dessa forma ele perderia
contato com ela. Bella sairia de sua vida. Não estaria mais sob suas vistas.
Como pode ser tão egoísta? Apesar de ainda receber bem menos do que
cobravam pelos programas, todas elas tinham condições de ingressar numa
faculdade, se soubessem como trabalhar o dinheiro que ganhavam. Esse
pensamento fez vir a tona outros pensamentos e algumas ideias. Era um caso a
ser analisado...
-Aqui está Jéssica. Pelo que vejo a semana está tranquila para você.
-Hum... isso quer dizer que tenho algumas horas livres... se tiver precisando de
companhia.
-Ora Edward...
Jessica parou à frente dele e esticou a mão, passando os dedos pela pele
exposta pela camisa entreaberta.
-Todo mundo já sabe que Isabella se foi. Acho que vai precisar de uma
substituta para ela.
Edward sorriu e segurou a mão de Jéssica sobre seu peito. A moça sorriu e
roçou as pernas uma na outra. Só de ver aquele sorriso, só de sentir aquele
toque quente em sua mão ela sentiu sua calcinha molhar. Levar Edward para a
cama era o sonho de todas elas, mas só Bella conseguiu. E ai que parece,
agora seria Jessica.
Edward se levantou e se inclinou para frente, ficando com o rosto tão próximo
que Jessica pode sentir seu cheiro másculo e gemeu baixinho.
- E desde quando você está a altura de Isabella, hã? Desde quando qualquer
uma de vocês chega aos pés dela? Preste bem atenção porque não sou de falar
duas vezes. Nunca mais me toque e nunca mais deixe essa cabecinha de vento
pensar que você ou qualquer outra mulher possa ocupar o lugar que é
exclusivamente de Isabella. Ela é única... e o melhor: não é uma oferecida.
Agora saia de minha frente antes que eu me aborreça de verdade com você.
Edward virou as costas e ficou olhando pela janela, ouvindo apenas o soluço
de Jéssica e em seguida seus altos, indicando que ela corria.
Fechou os olhos, a cabeça ainda encostada na janela. Queria tanto saber como
Bella estava. Se estava bem, se pensava nele, se sentia sua falta.
-Ela quem?
Edward se inclinou para frente, com aquele olhar aterrorizante, mas que não
causou impacto algum em Alice. Pelo contrário, ela o encarou de volta.
Alice suspirou.
-Duvido.
-É o que você queria não é? Que ela estivesse péssima, chorando pelos cantos.
Edward teve vontade de falar umas boas verdades para Alice e coloca-la porta
afora, mas se conteve. Ele precisava descobrir onde Bella estava e a saída
estava ali a sua frente.
-Eu nunca quis magoar a Bella, Alice. Eu só fui um estúpido de merda que
nem sabe reconhecer que é totalmente apaixonado pela mulher há quatro anos.
-Quatro anos?
-Alice... eu era noivo de Victoria desde os dezessete anos. Eu sabia que não a
amava, mas gostava de estar com ela... e ainda assim era fiel. Eu nunca fiquei
com outra mulher depois dela. Mas então eu conheci Bella. Eu me esqueci
completamente desses valores. Eu menti pra ela dizendo que eu fazia um teste
com as garotas que iriam trabalhar pra mim...todo mundo sabe que eu não
faço isso.
-Eu não posso dizer, prometi a ela. Mas... hei... como assim livre?
-Eu entrei com pedido de divórcio. É a única coisa logica a ser feita. Eu amo a
Bella. É com ela que quero me casar.
-Uau...
-Oh... é a Bella.
-Fique quieto.
-Que coisas?
-Olha é meio complicado... será que você poderia vir pra cá hoje?
Edward afirmou com a cabeça. Nem sabia o que era, mas imaginou que Bella
queria ver Alice.
-Por favor. você é minha única amiga. Eu...eu queria que fosse minha
madrinha.
Alice abriu a boca e não conseguiu fazer nada. Olhou para o homem lindo a
sua frente e sentiu uma dor no coração. Mas pensou rápido. Chega de
besteiras, eles precisam ser felizes. E isso só seria possível estando juntos.
-Bella... eu já ligo pra você ok? Houve um probleminha aqui. Dez minutos e
eu retorno, amiga.
-Alice?
-NÃO.
-Vai se casar nesse final de semana e sei que está fazendo uma burrada como
a que você fez. Você tem que impedir, Edward. Pegue seu carro agora e vá
para Suffolk.
Edward pegou suas coisas e saiu correndo pelo corredor, com Alice correndo
atrás e gritando o endereço da casa do Jake. Ele ouvia e tentava guardar na
memória, mas estava tão aflito que talvez precisasse ligar para ela novamente
e perguntar. Sua garganta começou a arder e ao se sentar ao volante ele sentiu
as lágrimas escorrerem pelo seu rosto.
-Edward... Edward...
-Obrigado Alice.
Arrancou o carro sem ao menos olhar para trás. E que Deus o ajudasse.
Capítulo 12
Capítulo 12
O que se deve fazer quando uma história de amor não da certo? Você parte
para outra, tenta esquecer, seguir em frente. Bella estava tentando seguir em
frente, mas sem partir para outra, sem esquecer. Primeiro porque qualquer
tentativa de esquecer Edward ou o que viveram seria impossível. E segundo...
porque ela não queria. Apesar de tudo, Edward sempre seria a melhor coisa
que aconteceu em sua vida. Ela sabia que jamais seria capaz de amar alguém
como amava aquele homem.
Provavelmente Edward já sabia que Bella estava com Jacob. No dia seguinte
ao casamento, Bella ligou para Alice, agradecendo sua preocupação em ter
ligado. Só então ela revelou que ainda não tinha ligado para ela. Imaginaram
então que Jake foi enganado e a pessoa que ligou se identificando como Alice
na certa seria Rose, irmã de Edward. Era ridículo, mas Bella ficou feliz com
essa notícia. Era uma prova de que ele se preocupava com ela, nem que fosse
por ter perdido sua “menina”.
-E ai? Já se decidiu?
-Ai Jake... não. É até vergonhoso, não é? Eu com vinte e cinco anos, entrando
na faculdade e nem sei o que quero.
Bella mordeu os lábios e não respondeu. Como dizem... quem cala, consente.
-Mas vamos lá... você disse que gosta de administração. E tem se saído muito
bem aqui comigo. Tem visão de negócios, aprende rápido.
-Sim. Mas confesso que psicologia me fascina.
-Quer saber? Já são quase dezoito horas. Vamos sair... andar um pouco. Quem
sabe encher a cara e esquecer nossos problemas?
-Faz tempo que não encho a cara. Até que seria uma boa idéia, mas estou com
dor de cabeça. Melhor não. Prefiro ficar vendo um filme ou algo assim.
-E como andam esses pensamentos? Ainda não descobriu de que lado está?
-Idiota. Ainda não sei, mas aqueles pensamentos estão cada vez mais
persistentes.
-Sabe o que acho, Jack? Existem muitos garotos de programa bonitos, fortes e
super discretos. Você so vai saber o que você realmente é se você
experimentar.
-Não sei. Se você sentisse muito tesão por mulher e tivesse vontade de
experimentar, você faria?
-Eu não disse nada. So concordo com você. Melhor TENTAR que morrer na
DÚVIDA.
-Jake. Não tinha mais jeito, ok? Vamos mudar de assunto, por favor?
-Tudo bem. Esse assunto também é proibido. Então... olhe ali a sua frente.
************
Jake rolava no chão, rindo feito idiota e bêbado como um gambá. Cada vez
que Bella corria desajeitadamente por causa da embriagues, ele gargalhava. Já
tinha perdido a conta de quantas vezes tinha vomitado desde quando
chegaram.
Respondeu mostrando três dedos. Bella nem queria se mover, pois sua cabeça
doía.
Bastou dizer isso e caiu no choro. Jake rolou os olhos. Não estava tão bêbado
quanto Bella imaginava. So estava meio alegre e com o corpo meio ruim,
preguiçoso. Pelo jeito teria que tomar um banho e fazer um café para ambos.
Levantou-se e cambaleou para o lado, mas voltou indo até Bella.
-Ai Jake... eu amo aquele desgraçado. Ele tem um beijo tão bom. Com gosto
de...argh...
Foi logo a ajudando a se despir, enquanto Bella tentava afastar suas mãos.
-Pare... não...
-Deixe de ser besta. Eu já te vi nua. E agora você pode fazer até pirueta que
meu pau nem vai dar sinal de vida. Aliás...so porque perdeu o bofe vai
esculhambar? Pode depilar essa coisa ai.
Eles gargalharam e acabaram entrando os dois para o banho. Bella ainda ficou
sob a ducha enquanto Jake ia preparar o café. Esperou por Bella na cozinha e
pouco depois ela chegou vestindo um roupão e a aparência de quem tinha sido
atropelada por um caminhão.
-Estou falando sério, Jake. Fico imaginando que ele está deitado ao lado dela
e...
-Deixa de ser ridícula. Tenho certeza que está tão mal quanto você. Aliás...
Jake se levantou, dessa vez sem cambalear e foi até a sala pegar o celular.
Voltou para a cozinha, mexendo em alguns controles e depois encarou Bella.
-Claro que vou. Agora são... quase dez da noite. Sendo recém casado é de se
esperar que esteja em casa.
-Ah... frouxa.
****
-Graças a minha sopa cura ressaca. Falei que era bater e valer.
Bella fez uma careta. Logo pela manhã antes de saírem de casa, Jake cismou
de fazer a tal sopa cura ressaca. O gosto era horrível, mas pareceu funcionar.
Nem parecia que Bella esteve de porre na noite passada. Mas por um lado foi
bom. Não teve pesadelos. Além disso, a cera quente usada na depilação serviu
para espantar qualquer resquício de ressaca em seu corpo. Portanto, o dia
prometia. Apesar da ressaca, teve uma boa noite de sono.
Não estava fácil. Dormir e ter pesadelos, sempre envolvendo Edward estava
deixando Bella mais devastada. Quatro dias após aquele maldito casamento,
ela ainda chorava toda vez que se lembrava dele ou tocava em seu nome. Ou
seja... chorava praticamente o dia todo, já que não parava de pensar nele. Às
vezes achava que aquele amor iria afogá-la.
Felizmente o trabalho com o Jake no escritório do Hotel a mantinha distraída.
Era apenas uma forma de continuar recebendo algum dinheiro, já que ela não
planejava seguir nesse ramo. Estava apenas aprendendo, tendo noção de
administração. Enquanto isso olhava também algumas faculdades. Estava
indecisa sobre o que cursar, mas Jake estava sempre cutucando-a, como na
noite anterior. Estava bem inclinada à Psicologia.
-Que ótimo saber que está melhor. Temos muito trabalho a fazer.
Jake se sentia feliz por ela. Apesar de estar morrendo por dentro, ela ainda
estava de pé. Pior foi ela o ter proibido de buscar qualquer informação sobre
Edward, embora sempre estivesse falando nele. Jake estava se achando
realmente uma bicha, pois seu sexto sentido estava aflorado demais. Algo
dizia a ele que Edward não aceitou aquela situação. Do jeito que era louco por
Bella, não iria ser estranho se ele se separasse da esposa logo após o
casamento. Jake so não entendia qual era o problema daquele cara. Como ele
não conseguia enxergar o óbvio?
De qualquer forma, talvez o melhor mesmo fosse dar tempo ao tempo. Ele e
Bella já tinham combinado de se casarem dentro de um mês. Bella estaria
livre para partir e seguir sua vida tão logo Billy Black se fosse desse mundo.
Era cruel, mas Jacob não queria ser uma decepção para o pai moribundo.
Bella e Jake estavam agora analisando a lista de reserva de clientes, quando o
celular dele tocou. Bella o viu empalidecer e sentar-se na cadeira. Mais que
depressa colocou-se ao lado dele.
Quando desligou... ele chorava.
-Jake... o que houve?
Ele balançou a cabeça, tentando controlar as lágrimas. Há uma semana Billy
esteve no hospital, mas ela pensou que estivesse razoavelmente bem. E agora,
de repente ele voltou a ter uma recaída.
-Meu pai... ele...ele piorou Bella. O médico acha que não terá mais do que
duas ou três semanas de vida.
-Oh Deus... sinto muito.
Bella o abraçou e acalentou, assim como ele fez com ela ha alguns dias. Não
queria pensar na dor que ele deveria estar sentindo nesse momento. Bella
ainda se lembrava do sorriso de felicidade dele quando Jake a levou ao
hospital há dois dias, apresentando-a como noiva. Aliás, esse era o motivo de
estar usando aquela grossa aliança de ouro que pertenceu à mãe do Jake.
-Não podemos esperar Jake. Tanto podem ser três semanas quanto três dias.
Você sabe que é assim.
-Nem pense nisso. Você está me ajudando muito mais, Jake. Não é sacrifício
nenhum para mim, sabe disso.
-Então... eu vou precisar ir até Nova Yorque resolver alguns assuntos. So devo
voltar amanhã pela manhã. Se importa em ficar sozinha?
-Não. Claro que não. Talvez eu saia e procure um vestido de noiva. Vou
precisar não é?
-É melhor não é? Ele ficará feliz. Olhe... vou passar em casa agora. Quer ir?
Descanse hoje.
-Melhor não. Aqui pelo menos eu me distraio. Va tranquilo. Vou ficar bem.
-Jake? Eu ainda... não tinha contado para Alice sobre isso e... ela é minha
amiga.
–Que coisas?
–Olha é meio complicado... será que você poderia vir pra cá hoje?
Ela sabia que estava pedindo demais. Alice deveria ter compromissos, mas
além de ser uma forma de conversarem tranquilamente, ela não iria ficar
sozinha. Na verdade, sentia falta de Alice, embora Jake estivesse sempre
presente.
–Por favor. você é minha única amiga. Eu...eu queria que fosse minha
madrinha.
Um minuto de silencio.
–Bella... eu já ligo pra você ok? Houve um probleminha aqui. Dez minutos e
eu retorno, amiga.
Bella ainda ficou olhando para o telefone sem entender. So depois pensou em
algo: talvez ela estivesse na Empero’s e Edward também. Ou então algum
cliente chegou...
Deu de ombros e conferiu as horas. Iria pedir o almoço no escritório mesmo.
Enquanto aguardava a comida, aproveitou para pesquisar algumas lojas onde
poderia encontrar um vestido. Ligou para várias delas e algumas até se
ofereceram para levarem um catálogo até la.
-Obrigada Mary.
-Ah e terá, com certeza. Bom, vou deixá-la almoçar. E... Jacob lhe disse que
preciso sair mais cedo?
-Sim, eu sei. Mas é que... caso me procure e eu não esteja aqui. Sairei às três e
trinta.
-Entre, Mary.
-Bella...
Ela estremeceu e ofegou.Ouvir aquela voz depois de tantos dias mexeu com
toda sua libido e uma onda de calor subiu pelo seu corpo.
-Edward...
Ele caminhou até ela lentamente, sem desgrudar o olhar do dela. E ele
caminhava bem lento como forma de tentar se controlar. Era isso ou avançar
sobre ela, beijá-la e arrastá-la dali para fora. Estava linda... ainda mais linda
do que sempre.Quando ele parou à frente dela, ambos choravam. Não
conseguiam dizer uma única palavra, apenas se olhavam entre lágrimas. A
respiração de ambos estava ofegante e eles vasculhavam a mente em busca de
palavras.Até que por fim, Bella conseguiu encontrar voz.
Edward segurou seu rosto entre suas mãos e Bella sequer pensou em impedir.
Apenas fechou os olhos, deliciando-se com o toque dele.
-Bella... eu vim porque eu não consigo ficar longe de você. Vim porque eu
preciso do seu perdão. Eu fiz besteira atrás de besteira, mas quero consertar
tudo. Eu não vou conseguir viver sem você, Bella.
-Eu sei disso. Você já me disse. Mas eu não mudei de idéia. Eu não serei sua
amante.
-Eu não quero que seja minha amante, porque a quero como minha esposa.
-Mas...
-O que?
-Eu quero dizer que eu amo você, Bella. Eu amo você demais... mais do que a
mim mesmo. So peço que perdoe minhas burradas...volte pra mim.Ha quatro
anos tenho sido cego por não perceber o quanto amo você. Lembra-se quando
foi apresentada a mim? Você sabe que eu menti, não sabe? Que eu nunca fui
de fazer teste com nenhuma mulher?
-Eu fiz isso porque fiquei louco por você. E depois que ficamos juntos eu não
conseguia mais me separar. Mas era tolo o bastante para não notar o quanto eu
gostava do seu sorriso, da sua conversa inteligente, do seu olhar para mim. E
confesso que cheguei a pensar que... talvez você não fosse o tipo de mulher
para casar.
Ao dizer isso uma expressão de dor passou pelos olhos de Edward e de Bella
também. Ela ficou magoada, sem dúvida. Mas isso logo passou ao ouvir as
outras palavras dele.
-Agora eu vejo que isso era so uma fuga da minha mente. Era uma forma de
justificar... o fato de você ser boa demais para mim. Eu que nunca fui
merecedor de você. Eu que nunca fui o suficiente para você. Preferi você
fazendo programas porque eu sabia que se você saísse dessa vida, sairia da
minha também. Porque você é muito melhor do que qualquer pessoa que eu já
tenha conhecido.
Ambos choravam agora, mas ainda se olhando nos olhos. Quando começou a
falar, Edward ainda nem tinha noção do quanto aquilo tudo que dizia era
verdade. Sentia-se cada vez mais estúpido e não merecedor de Bella.
-Mas eu te amo, Bella. Amo... e so preciso de uma chance para fazer tudo
diferente. Para fazer tudo o que deveria ter feito desde o começo: namorar,
noivar, me casar e ter filhos... COM VOCÊ.
Bella so não entendia por que ele demorou tanto, a ponto de chegar a se casar.
Pensando nisso Bella o empurrou e se afastou.
-Pareço estar brincando? Pode perguntar para sua amiga Alice. Eu me abri
com ela, contei que a amo. E ela percebeu isso ou não teria me dado seu
endereço.
-Então por quê? Me diga por que se casou? Você so descobriu depois?
-Oh...
Bella falou e levou as mãos aos lábios. E então Edward viu a aliança. Bella
percebeu seu olhar e baixou a mão, olhando-a.
-Não faça isso conosco, Bella. Não cometa o mesmo erro que eu. Nós
podemos ser felizes juntos. Aliás... nós so podemos ser felizes juntos. Eu pelo
menos não sou nada sem você.
Bella não sabia que tipo de estupidez passava por sua mente, mas antes que
pudesse impedir, as palavras saltaram de sua boca.
Agora Bella via isso. Conseguia sentir todo o amor que ela sempre desejou
vibrando nele. Ela queria gritar, sair cantando e beijando todo mundo porque o
homem que ela amava, a amava também. Mas ela tinha compromisso com o
Jake. Não poderia deixá-lo na mão. E não iria mentir. Viu ai a chance de testar
o amor de Edward.
-Sinto muito, Edward. Eu não posso fazer isso com o Jake. Ele me levantou
quando eu cai, naquele dia...depois do seu casamento.
-Eu...você sabe que eu te amo. Sempre estarei esperando. Mulher nenhuma irá
ocupar o lugar que sempre foi seu. Mas não posso... não posso mais dividir
você com ninguém. Estupidamente eu fiz isso durante quatro anos. Mas agora
eu sei que te amo. Eu...eu...so quero que você seja feliz.
Edward se virou e caminhou até a porta. Não sabia quantos baques ainda iria
suportar.Quando ele iria conseguir enxergar alguma coisa com clareza? Por
que sempre estava errado? Estava com a mão na maçaneta quando a voz de
Bella o parou.
-Eu amo você, Edward. Mais que minha própria vida.E tenho a certeza que
nunca deixarei de amar.
Bella falou sem pensar, mas depois de tudo o que ele disse, Edward merecia
saber que ela estava se casando, mas apaixonada por ele. Edward se virou e
Bella voltou a chorar quando viu que ele também chorava novamente.Ela o
amava! Não sabia se ria, se chorava, se a arrancava dali e sumia com ela nesse
mundo.
Mas não podia esquecer que ela ainda iria se casar. A historia se repetia. E
agora ele sabia o que Bella sentiu quando ele fez aquela proposta. Amava
aquela mulher e a idéia de ser amante era simplesmente inconcebível. Ser
reles amante da mulher que ama e que o ama... estava bem além de suas
forças.
Capítulo 13
Capítulo 13
Poucos minutos, talvez ate mesmo segundos se passaram desde que Bella
declarou seu amor por Edward. Dizer que ele não sentia uma dor como se
facas o perfurassem por estar vivendo a mesma situação que Bella sentiu seria
mentira. Doía saber que depois de tanta descoberta, tanto murro em ponta de
faca, eles simplesmente voltariam à estaca zero. Entretanto, Edward não
poderia negar também o rufar do seu coração, que batia num ritmo
enlouquecedor. Perceber ou sentir que Bella o amava era uma coisa, mas ouvir
de seus lábios era outra completamente diferente. Os dois se olhavam nos
olhos e era inegável o amor que sentiam. Nesse instante Edward percebeu que
nada mais importava. Ele iria sofrer sim, por saber que ele não era o único na
vida de Bella. Mas se ser amante dela significava ter alguns momentos ao seu
lado, uma parte mínima que fosse em sua vida... ele não iria desperdiçar essa
chance.
Jogando para o ar qualquer resquício de amor próprio que pudesse ter, ele se
aproximou de Bella com passos largos, puxou-a pela cintura e a mão livre
enveredou-se pelas mechas macias dos seus cabelos.
Sem dizer nada ele a beijou, calma e lentamente, saboreando com prazer o
doce dos lábios de Bella que se entreabriram, esperando pelas sensações
intensas provocadas pelo beijo dele. Enlaçou o pescoço de Edward e
colocando-se na ponta dos pés, colou ainda mais seu corpo ao dele. Suas mãos
se tocaram freneticamente, apalpando e acariciando como se quisessem
constatar que esse momento era mesmo real. Edward desceu a boca pelo
pescoço dela, beijando e mordiscando e voltando novamente aos seus lábios.
A falta que sentira dela era tanta que seu corpo já desperto doía em sua parte
mais sensível. Ele não queria isso, não queria que parecesse que seu desejo era
somente por sexo. Mas como refrear tudo o que sentia por aquela mulher?
Agora ele via que não tinha mais para onde fugir. Ele não tinha mais saída.
Seu destino era ficar com Bella... ou ficar com Bella. Não existia segunda
opção.
Quando se afastaram, ainda ofegantes, Edward segurou firmemente a cabeça
de Bella para que ela não desviasse o olhar.
–Eu aceito.
–Co...como?
–Mas... Edward!
–Eu não quero saber, Bella. Se é apenas isso que represento para você ou se é
apenas isso que você pode me oferecer... eu aceito. Se para ter um pouco de
você eu preciso me sujeitar a isso, então eu o farei.
Bella ficou muda, sem acreditar no que ouvia. Ela nunca imaginou Edward
aceitando esse tipo de proposta. Sempre foi possessivo e até um pouco
ciumento, por isso, essa resposta a pegou completamente desprevenida.
–Além do mais... eu irei descobrir o que há por tras dessa historia. Jacob está
obrigando você a se casar com ele? Está chantageando você?
–Apesar de ser cego, eu conheço você, Bella. Eu sei da sua moral, da sua boa
índole. Você não iria querer trair uma pessoa da forma como pretende fazer,
mesmo que não a ame. Tem algo de estranho e eu irei descobrir.
A vontade de Bella era contar toda a verdade. Não queria mentira entre eles,
mas ela precisava falar com o Jake primeiro. Se ela contasse que seria apenas
de fachada por causa do Billy, Edward jamais iria acreditar que Jake não
tentaria nada com Bella. E abrir o jogo seria expor a intimidade do Jake, algo
que nem ele tinha certeza do que era.
–Quem?
–Seu... noivo.
–Eu não posso lutar contra o que sinto. Eu te amo e o fato de ter você aqui
está me deixando...
–Molhada?
Ela ruborizou, mas não de vergonha. Era o desejo falando mais alto. Para que
pudor com o homem que amava? Ele estava ali, veio atrás dela e declarou seu
amor. O que mais a impedia? Nada.
Bella tentou se afastar, chateada por ver que ele brincava com ela, mas
Edward foi mais rápido e praticamente a esmagou em seus braços, beijando-a
com volúpia. Desceu sua mão até a nádega redonda, apertando-a e erguendo
um pouco seu vestido. Gemeu nos lábios de Bella ao sentir a peça minúscula
que era sua calcinha.
–Motel? Mas...
–Não acha que irei para sua casa não é? Sei que está morando com ele.
–Quando o assunto for você, eu nunca mais irei entrar para perder.
Bella apenas suspirou, pegou sua bolsa e segurou a mão que ele oferecia.
Felizmente Mary já tinha mesmo ido ou seria estranho vê-los desse jeito. Ao
entrarem no carro, Edward beijou Bella novamente antes de dar a partida. Ela
remexeu no banco, inquieta. Edward prendeu um riso. Sabia que quando ela
se comportava assim é porque algo a incomodava.
–Nada.
–Hum...como foi com Victoria? Quer dizer... você disse que descobriu depois
do casamento.
Edward contou cada detalhe do que aconteceu desde o momento em que Bella
saiu da igreja. Várias vezes ela chorou e ele secou suas lágrimas. Saber o
quanto Edward sofreu só aumentou a certeza de que ambos não poderiam
viver separados, seja de que forma for. Eram parte um do outro. O amor que
sentiam exigia ser vivido e deixar seus frutos.
Sem nunca desconectar seu olhar, Edward tirou a camisa fazendo Bella
suspirar e passar a língua pelos lábios. Os ávidos olhos da morena
percorreram toda a extensão do peito forte até a barriga bem definida, parando
em sua cintura, onde estavam as mãos dele. Edward despiu-se de sua calça e a
boxer parecia pequena demais para comportar sua ereção. Bella roçou uma
perna na outra, mordendo mais fortemente os lábios. Tinha pressa. Queria
passar sua boca pela pele dele e sentir novamente seu gosto. Mas ao contrário
dela, Edward estava calmo. Terminou de tirar suas roupas, ficando apenas
com a boxer preta e se inclinou sobre ela na cama. Beijou-lhe os lábios ao
mesmo tempo em que descia o zíper do seu vestido. Puxou-o para baixo,
revelando seus seios perfeitos com mamilos rosados e já intumescidos de
tesão.
Ao ver sua lingerie de renda preta, Edward parou e Bella sorriu ao notar suas
mãos tremendo. Ele jamais se acostumaria com a beleza de Bella, com a
textura incomparável de sua pele. Colocou-se sobre ela, tirando o peso de seu
corpo e buscando sua boca. Bella prontamente o aceitou, puxando-o pelo
pescoço e gemendo ao sentir o calor de sua pele contra a dela. Edward
também gemeu um pouco alto ao sentir os bicos dos seios em seu peito e não
resistindo desceu a mão até seu sexo, afastando a calcinha e acariciando seu
pequeno músculo inchado. Bella mordeu os lábios dele e se contorceu em sua
mão. Edward sentiu-se vibrar pela entrega de Bella.
–Eu amo... amo a forma como você se entrega a mim. Como sempre está
pronta pra mim.
–Sempre...você me enlouquece.
–Porra... eu... quero fazer amor com você, Bella. Não me faça perder o
controle.
–Você sempre fez amor comigo, ainda que nem nos déssemos conta. Mesmo
quando você ficava selvagem... ainda era amor.
Quando Bella pensou que ele iria finalmente se deitar e penetrar seu corpo,
Edward enterrou sua cabeça em meio às suas pernas, passando a língua em
sua fenda úmida. Bella gritou e ergueu os quadris, agarrando-se aos cabelos
dele. O prazer que Edward sentiu foi tão intenso que ele não resistiu e mordeu
a pele logo acima do clitóris de Bella, fazendo-a se remexer e pedir por mais.
Atendendo ao seu apelo, Edward se colocou sobre ela, mas Bella implorou.
–Não é uma boa ideia, Bella. Eu já não me segurava antes...agora será pior.
Mas teremos a noite toda, querida.
Com o rosto colado, eles se encararam, sem parar o vaivém gostoso dos seus
corpos.
Bella sorriu entre lágrimas, erguendo mais seus quadris e gemendo ao senti-lo
poderosamente duro e fundo.
Foi o suficiente para que uma fome animal se apossasse do corpo de Edward e
ele passasse a estocar com força, agarrando o corpo de Bella, beijando sua
boca e sussurrando palavras doces e ao mesmo tempo obscenas. Quando o
orgasmo os alcançou, ambos sentiram seus corpos quase flutuarem,
arrebatados de prazer.
******
Depois de se amarem pela terceira vez, Bella ainda com as pálpebras pesadas
de sono, percebeu quando Edward deu um beijo em seu rosto e se levantou.
–Vai onde?
Bela sorriu fraco ao ouvi-lo chama-la de amor. Era tão bom. Mas então ela se
lembrou que precisava fazer uma coisa. Sentou-se preguiçosamente na cama e
procurou pela bolsa. Edward tinha ligado o som do quarto, e uma musica
suave tocava. Talvez isso o impedisse de ouvir Bella ao telefone.
–Oi Bella...
–Pare de gritar feito louco. Eu contei que vamos nos casar e falei que só
podíamos ser amantes. Ele aceitou.
–Sim.
–Conte a verdade a ele, Bella. Não é certo... ele deve estar sofrendo.
–Eu irei contar, mas não hoje. Eu sofri...ele pode sofrer um pouquinho.
–Oh meu Deus... eu te ligo amanhã cedinho, pode ser? Quero saber de tudo.
Bella sorriu. Jake era um cara incrível. So esperava que a pessoa que ele
escolhesse soubesse dar-lhe o devido valor. Despediram-se e ela guardou
novamente o celular. Mas antes que se deitasse, Edward apareceu nu e
glamoroso à porta do banheiro.
–O que?
Sua voz soou tão triste que levou lágrimas aos olhos de Bella. E não somente
por isso, mas por ele mostrar que queria uma vida inteira ao lado dela.
¨¨¨¨¨¨¨
Porem, no momento ele não queria pensar nisso. Queria continuar naquela
bolha em que ficou nas ultimas horas com Bella. Foi tudo tão incrivelmente
perfeito. Os corpos dos dois praticamente gritavam um pelo outro. E dessa vez
não era apenas por desejo e luxúria. Era o amor.
–Caralho... AMOR!
Edward agora sorria a todo instante. Infelizmente precisou voltar cedo para
Nova Iorque. Teria uma reunião importante que já tinha adiado uma vez. E
Bella precisava trabalhar. Sem contar que Jacob voltaria a Suffolk naquele
dia.
O homem olhou para os lados e Edward constatou que era bem jovem. Jacob
também olhou e Edward se escondeu atrás do poste. Estava agindo como um
bandido, mas algo o impelia a fazer isso. Então o rapaz aproximou-se um
pouco mais do Jacob, numa atitude intima...e o beijou rapidamente na boca,
afastando-se em seguida. E foi ai que Edward entendeu tudo. Jacob era gay e
estava forçando um casamento de aparências. Ou era bissexual, sabe-se lá. E
iria enfiar Bella naquela sujeira? Nunca!
Enfurecido, Edward caminhou até ele, a mão já fechada em punho. Ao ver que
Jacob iria entrar no carro, ele gritou.
–JACOB!
Jake se virou e ao fazer isso foi acertado pelo punho de Edward, fazendo-o
cambalear e bater as costas no carro.
–Eu que digo isso, sua bicha mal comida. Obrigando Bella a se casar para
disfarçar sua perversão?
Jake riu alto, divertindo-se com a confusão e a braveza de Edward. Mas ele
não estava para brincadeira. Acertou outro soco em Jacob e isso o enfezou.
Partiu para cima de Edward também, caindo sobre ele. Primeiro acertou o
soco, depois imobilizou-o com facilidade impressionante.
–Nunca contei que sou faixa preta, Cullen? Que já fui instrutor de defesa
pessoal?
–Estou me fodendo pra isso. Vou acabar com sua raça, ordinário. Quem você
pensa que é para fazer isso com Bella?
–E quem você pensa que é para ter feito tudo o que fez a ela? Aliás...esse soco
não foi revide, foi por ter se casado com Victoria e feito minha amiga chorar.
–Pensando bem, até que você é gostoso quando está com ciúmes. Morrendo
de ciúmes do meu casamento não é?
Edward com raiva tinha uma força fora do comum. Conseguiu se desvencilhar
do Jacob e acertou outro soco, dessa vez em seu peito. Mas Jake revidou,
acertando seu rosto apenas de raspão, mas o suficiente para fazer seu lábio
sangrar.
Edward riu ao se lembrar das palavras do Jake. Passou a mão em seu lábio
cortado, limpando o sangue.
–Ah Bella...sua menina má...acho que algumas horas de castigo cairiam bem.
Pensar nisso a fez se lembrar que ficou de ligar para o Jake logo pela manhã.
Pulou da cama, ainda só de camisa e calcinha e pegou o celular. Jake atendeu,
mas nem deu tempo para que Bella falasse nada.
-O que foi essa euforia no banheiro? O que uma noite de sexo com Edward
Cullen não faz heim?
-Não mude de assunto. Que marca é essa ai? Andou brigando, Jake?
Bella abriu a boca ao notar o sorriso debochado dele. Não podia ser.
-Edward?
-Lógico. Eu disse a você para contar toda a verdade, Bella. Ele me viu na rua
e me socou.
Jacob se jogou na cama e fez um gesto com a mão para que Bella se sentasse
ao lado dele.
-Eu estava tão pra baixo, Bella. Sabe... de repente senti o peso de tudo em
minhas costas. A doença do meu pai, essa minha incerteza, você e Edward que
são dois cabeças duras... enfim. Eu precisava relaxar, entende? Resolvi fazer o
que você disse... e procurei uma agência. Procurei por um garoto de programa.
Enquanto eu seguia para o motel, por várias vezes tive intenção de voltar e
desistir. Ficava pensando como eu iria agir quando chegasse lá. Não é como
estar com uma mulher, sabe? Pelo menos eu pensei assim. Mas então ao ficar
cara a cara com o Fred... sei lá... foi tão natural. Eu sempre pensei que sexo
entre homens fosse algo brutal, mas me enganei. Ele foi carinhoso... era como
se eu fosse a mulher.
-E foi bom?
-Foi incrível. Eu nunca senti tanto prazer na vida. Nem mesmo com você que
é um furacão na cama.
-Sim.
Obviamente Jacob não contaria a ela que Edward já sabia de sua situação.
Jacob já pensava em algo e iria ligar para Edward. Caso ele aceitasse... seria
divertido ver a cara de Bella.
-Ridícula. Faço questão. Só irei até o hospital ver meu pai e volto para sairmos
por ai. Sei que você é bem capaz de escolher algo simples demais.
-Bella... prometa para mim que quando estiver realmente com Edward... não
irá desistir de tudo. Quero dizer... dos estudos e de trabalhar.
-De forma alguma, Jake. Edward irá entender meu lado. Eu acho...
-Espero que sim. Porque aquele lá... eu vou te falar heim? Aquele sujeito é
louco. Mas o infeliz te ama e isso já basta para que eu goste dele.
-E você étao maluca quanto seu namorado. Agora me deixe ir. Está
dispensada do trabalho hoje, já que está matando serviço há horas. Pode ficar
ai sonhando com seu príncipe.
Jacob saiu sorrindo, deixando uma Bella sonhadora na cama. Assim que
entrou em seu carro ele ligou para o numero conhecido. O numero que ligou
tantas vezes à procura de um programa. Mas o assunto agora era outro.
-Jacob.
-Vai ter que matar metade da população masculina de Nova Iorque, Cullen.
-Mal educado. Escute... eu tive uma ideia e acho que você irá gostar de me
ouvir.
Jacob não se enganou. Era óbvio que Edward iria aceitar. Não era louco. Após
desligar ele ainda continuou sorrindo. Ele e Edward seriam grandes amigos,
tudo por causa daquela maluca chamada Isabella Swan.
Parou de sorrir ao chegar ao Hospital. Era a hora mais triste do seu dia. Ver
seu pai naquela situação.
Nova Iorque
Foi preciso ler o mesmo contrato três vezes. Edward simplesmente não
conseguia se concentrar. Estava com sono e com o corpo dolorido, provocado
pela noite agitada com Bella. Ainda custava a crer que a tinha novamente em
sua vida. Precisava agora se controlar ao máximo para não fazer nenhuma
besteira. Sabia que era explosivo demais e isso um dia ainda iria prejudica-lo.
Aliás, ele já estava se remoendo, pensando em como agir com Victoria. A
maldita obviamente se negou a entrar em qualquer espécie de acordo, assim
como avisou que não iria assinar o divórcio. Dar uma surra nela estava fora de
questão, afinal não só seria preso como corria o risco de perder muita coisa,
inclusive Bella. Além do mais... Victoria era vítima. Ela não tinha culpa de ser
noiva de um idiota que sequer soube perceber que durante quatro anos esteve
apaixonado por outra. Precisava pensar numa estratégia. Ainda mais depois
daquele telefonema do Jacob.
Pensar nele fez Edward recostar-se na cadeira e gargalhar. Quem diria que
aquele moreno marombado fosse gay? Parou de rir ao se lembrar de Bella.
Maldito. Se era gay porque usou e abusou do corpo da sua mulher tantas
vezes? Essas bichas enrustidas! Mas o importante é que agora Edward não
tinha nada contra ele. Aliás... Edward era super amigo de qualquer homem
que não desejasse sua mulher, ou seja... pouquíssimos.
-burro.
****
-Mãe... eu te amo. Mas eu sinto muito... não tem que aceitar ou deixar de
aceitar. É a minha vida e a partir de agora eu dito as regras. Durante muito
tempo eu mesmo tive algum preconceito com certas coisas, mas isso acabou.
Eu não quero alguém para desfilar para a sociedade. Eu não quero alguém
nascido em berço de ouro, que fale muitas línguas, que conheça muitos países.
Eu quero alguém que me faça sorrir, alguém que me faça ter vontade de
acordar todos os dias, trabalhar e voltar para casa. Eu quero alguém me ame e
me aceite do jeito que eu sou. E eu já encontrei essa pessoa. Victoria não é e
nunca foi essa mulher. Ela pode ser a nora que você escolheu, por ser tão
diferente do mundo do qual você veio.
Esme arregalou os olhos e Rose olhou deles para CArlisle que baixou a
cabeça. Ele já tinha dito a ela a verdade sobre a mãe, logo depois de ter
contado a Edward.
-Eu sei de tudo, mãe. Eu sei da sua historia. Sei o que a senhora mais
abomina. Em minha opinião... deveria se orgulhar. Acho que tem de ser muito
mulher, muito forte para se sujeitar a certos “trabalhos” para não morrer de
fome. Não matou e não roubou ninguém.
Pela primeira vez, Rose e Edward viram a mãe perder a compostura. Mas
Edward não estava se importando. Era sua vida e a única coisa que ele exigia
a partir de agora era respeito. Não só com ele, mas principalmente com Bella.
-Eu sei... e como sei. Bom... eu ainda tenho muito que fazer. Já estou indo.
-NÃO.
Esme berrou ao ouvir suas palavras. Não acreditava que o filho tinha se
envolvido com uma prostituta quando tinha Victoria, uma dama da sociedade
louca de amor por ele. Era decepção demais para uma mãe.
-Diaba...fale logo.
**********
Edward olhou para o rosto de cada uma das meninas e suspirou. Agora
faltavam duas: Bella e Jessica. Assim que chegou pela manhã, foi avisado por
Jasper que Jessica comunicou que não mais trabalharia para Edward. Na
verdade, ele preferia assim. Desde quando ela se insinuou pra ele, vinha
pensando em dispensa-la. Mas ela felizmente facilitou as coisas para ele.
Como sempre elas nada disseram. Edward ainda iria descobrir porque eram
tão silenciosas com ele. Sabia que não eram assim com o Jasper. Deixando
esses pensamentos de lado, ele pegou o endereço de onde deveria ir agora.
Inferno... odiava fazer as coisas no escuro. Mas confiava sua vida a Rose. Ela
mais do que ninguém sabia o quanto sofreu por causa de Bella. Não faria nada
que pudesse prejudica-lo com ela.
-Moça?
-Oui...
Edward agradeceu e seguiu pela direção apontada pela moça que continuou
suspirando até ele desaparecer. Parou em frente ao quarto 503 e bateu
levemente na porta. Abriu-a e entrou, observando o quarto escuro, iluminado
apenas pela luz das velas. Tinha um cheiro bom e afrodiaco. Pensou em se
sentar, mas desistiu quando uma música começou a tocar e logo viu a silhueta
curvilínea. Luzes vermelhas se acenderam e então sua boca se escancarou.
Um grito ficou entalado na garganta da ruiva que via o quase ex marido à sua
frente.
-Victoria?
Capítulo 15
Capítulo 15
Apenas uma melodia baixa podia ser ouvida naquele quarto. Parecia que até
mesmo a respiração das duas pessoas que se encaravam estava suspensa.
Dezenas de coisas passavam pela cabeça de Edward nesse momento, mas
nenhuma delas fazia algum sentido. Aquela cena era o que ele realmente
estava pensando nesse momento? Não poderia ser. Além de irônico, seria
sorte demais para ele.
Mas Victoria começava a entrar em pânico. Tudo o que tinha planejado nesse
tempo ameaçava ruir. Como ele descobriu? Porque se ele se deu ao trabalho
de dar um nome falso, com certeza ele já sabia quem era Lorrane Smith.
Enquanto se encaravam, Victoria viu a expressão em seu rosto mudar de
confusão para deboche... e agora raiva. Seu único pensamento nesse momento
foi correr. Entrar novamente no banheiro e aproveitar que seu celular estava lá
e pedir por socorro. Porem, antes que ela sequer desse um passo, Edward já
avançava sobre ela, segurando-a pelos braços e prensando-a contra a parede.
Ela sabia que não passava de raiva, mas não pode deixar de se lembrar de
quando ele a pegava assim no auge do desejo. As imagens nem eram mais tão
nítidas. Há anos sexo entre eles não era a mesma coisa. Ainda assim não pode
deixar de se excitar com sua pegada.
-Eu... eu posso explicar, Edward. Não é nada disso do que está pensando.
-PARE. Nem me venha com essa. Está querendo dizer o que? Que Rose
armou com você? Que Rose me deu seu telefone propositadamente para que
pudéssemos nos reconciliar?
Edward gargalhou e mesmo com todo medo e raiva que Victoria estava
sentindo, sua vontade foi de beija-lo.
-Nem se ela estivesse drogada faria isso. Desembucha logo. Sempre fez
programas? Mesmo quando estava comigo?
Mas Victoria não se importou tanto, afinal iria se casar com Edward. Mas
como sua maré de azar só aumentava... ele resolveu descobrir que amava a
vadia com quem traiu Victoria por anos. Agarrou-se desesperada a negativa
do divórcio, enquanto pensava no que fazer para trazer Edward novamente
para si. Entretanto, não poderia viver sem seus luxos, sem suas idas ao
shopping, sem seus cartões de crédito. E como também não poderia viver sem
sexo... uma coisa levou a outra. Uma amiga... ou melhor uma colega, já que
não considerava mulheres como amigas, deu-lhe a ideia de prostituição de
luxo. Victoria se deslumbrou logo nos dois primeiros programas. Horas
ininterruptas de sexo...e muitos dólares.
Mas nem bem começou e já foi descoberta. Como aquela ordinária da Rose
descobriu? Victoria sempre a odiou e agora odiava mais do que nunca.
-O que é então?
-Pare com isso Victoria. Será que não percebe que isso não cola comigo? E
quer saber? Não me interessa o que está fazendo e por que. Eu já tenho motivo
mais que suficiente para anular essa merda de casamento. Iremos agora ate
meu advogado e você vai confirmar quando eu disser que esse casamento será
anulado porque descobri que você se prostitui.
-Não. Nunca. Edward... como vou olhar para a cara da sociedade? Eu não
posso e não vou fazer isso.
-Deixe de ser ridícula. Não pensou na sociedade quando se abria para
qualquer um. E além do mais, ninguém saberá o motivo. Só o juiz e meu
advogado. E não se preocupe. Eu lhe darei uma boa quantia em dinheiro
como... danos morais.
Eles se encararam. Victoria sabia que Edward poderia destruir sua vida em
questão de segundos se quisesse. Não estava disposta a entrar numa queda de
braço com ele. Não agora que sequer tinha condições de pagar um bom
advogado.
-Não importa. Eu pago. Agora tire essa roupa de puta, fique apresentável e
vamos falar com Demetri.
-Mas hoje?
*****
-Absoluta, Demetri.
Edward não entendia toda aquela relutância de seu advogado. Sabia que
aquele seria o caminho mais curto, menos demorado. O divórcio seria inviável
agora. Então... por que pensar tanto? Victoria já não tinha colocado as cartas
na mesa? Edward tinha que confessar que estava surpreso. Victoria queria que
mudassem os argumentos. Assumiria que só estava se casando por interesse,
já que seus pais estavam falidos. Essa sim foi a grande surpresa da noite, mais
do que saber que ela estava fazendo programas. E somente se o juiz achasse
que esse não era um motivo para anulação do casamento, ela confessaria que
estava fazendo programas.
-Está bem claro ai o que você leu. Pode repetir, por favor?
-O casamento pode ser anulado quando houver erro sobre a honra e boa
fama, ou seja quanto à má ou desonrosa conduta do outro cônjuge antes do
casamento, como por exemplo o homossexualismo, uso de drogas,
prostituição, etc .
-Então... se o primeiro motivo não for suficiente... partimos para o segundo. E
quero que você faça isso amanhã, Demetri. Assim que surgir a primeira
claridade em sua janela.
-Pode me dizer o que está pensando? Acha que ela irá fugir? Voltar atrás?
-Acredito que não. É a reputação dela que está em jogo. Apesar de tudo ela
preza isso. Sabe que ainda pode conseguir um bom casamento. E sabe também
que você pode acabar com a vida dela, se quiser.
-Não sei... ela se conformou rápido demais. Tem certeza que ela não tem
nenhuma carta na manga, Edward?
-Não sei. Mas fique atento. Amanhã então eu irei até o juiz. Não saia da
cidade porque esses casos não costumam ser demorados.
-Disponha.
Antes que respondesse, viu um armário surgir logo atrás dela, usando um
roupão vinho. Edward apenas ergueu a sobrancelha e encarou o motorista.
-Atrapalho?
-Obviamente.
-Foda-se.
-Olá Edward.
-Conversar merda nenhuma. Essa é minha vida. Você mal da conta de cuidar
da sua e quer da opinião na minha?
Edward a encarou por um longo tempo antes de puxa-la para os seus braços.
-Deus do céu... você é detetive? Como você consegue essas coisas, Rose?
-Bom... já que você atrapalhou meu momento íntimo... nada mais me resta a
fazer. Sente-se aqui Emmett.
-Bom... acho melhor começar contando como foi que descobri que você
“explora mulheres”.
-Resolvi puxar assunto e perguntei se estava sofrendo por amor. Ela disse que
não era bem amor. Mas que ficava furiosa ao ver que ela tão bonita sequer
conquistava um olhar do chefe, ao passo que a outra branquela e feia vivia
pulando em sua cama.
-Estava falando de mim? E essa branquela era a Bella? Quem foi essa maldita
Rose? Fale agora ou...
-Ou nada. Cale a boca e me escute. Então ela riu amargamente e disse: quem
diria que o bem sucedido Edward Cullen tivesse uma empresa de fachada e
fosse um cafetão?
-Eu a encontrei novamente, Edward. Dessa vez eu esperava por Emmett. Ela
nem se lembrou de mim, já fazia tempo. Mas eu a ouvi falando ao telefone. E
falava sobre Victoria. Que agora as duas estavam trabalhando para o mesmo
cafetão. E debochou...dizendo que você gosta mesmo de uma pu...
-QUEM É ELA?
-Jessica Stanley.
-Relaxe, Edward. Se essa tal Jessica quisesse prejudicar você ela já teria feito
isso.
-Mas antes eu só não dava boa para elas, Rose. Dessa vez eu coloquei Jessica
em seu devido lugar.
-Realmente é preocupante. Não vou dizer que você é um burro porque não
sabia ainda da historia.
Falou apontando de Rose para Emmett. Este ficou totalmente sem graça, mas
Rose o abraçou mais forte e sorriu.
E então Edward deu um sorriso largo. Mas o mais importante: era um sorriso
feliz. Feliz como há tempos Rose não via.
*****
-Eu espero que seja algo urgente para me ligar a essa hora da manhã, maldito.
-O que é Cullen?
Silêncio do outro lado da linha e logo depois a voz raivosa, mas ao mesmo
tempo debochada do Jake foi ouvida.
-Porra... que coisa mais gay. Está me dizendo que não está se aguentando de
saudades. Está aqui por acaso?
-Olhe lá o que vai dizer. Eu posso não permitir que veja a Bella.
-Porque ficamos bebendo e jogando conversa fora. Ela falava sobre o homem
que amava. Segundo ela é o homem mais perfeito do mundo. Bom... como
você é um idiota, não sei de quem ela estava falando.
Edward não pode deixar de sorrir e sentir seu coração disparar. Não havia
melhor sensação no mundo por saber que era amado por Bella.
Foi tudo o que disse antes de acelerar em direção a casa do Jacob. Enquanto
Bella continuava dormindo, Jake tomou um banho e se arrumou em tempo
recorde. O café da manhã era sempre servido às sete da manhã por sua
empregada, portanto já deveria estar quase pronto.
Esperou por Edward na porta para que não precisasse ser anunciado. Rolou os
olhos quando ele chegou cantando pneus. O homem desceu esbaforido, como
se tivesse ido resolver uma questão de vida ou morte.
-Oi Jacob.
-Ótimo. Então vá mostrar suas outras coisas a ela. Estou saindo e só volto à
noite.
-Obrigado Jacob.
Edward falou e Jake percebeu que ele estava sinceramente agradecido. Bateu
de leve no ombro dele.
-Não há de que. Mas só mais uma coisa... não se esqueça do nosso trato.
Portanto... mantenha a boca dela ocupada. Não a deixe contar a verdade a
você.
-Porco.
-Edward?
Bella se virou, ficando de costas na cama, dando acesso a mão de Edward que
continuou a explorar seu corpo.
-Eu o vi saindo. Esperei um pouco e entrei. Disse que sou seu irmão.
-E a Maria acreditou?
-Sim. Por que não acreditaria? Agora pare com isso... quero te beijar.
-Bella... o que...
Ela se virou, abriu a gaveta do criado e pegou algo que a principio Edward
não soube o que era. Mas então ela tirou o papel e levou uma bala à boca.
Edward riu alto e se inclinou, mordendo seu queixo e em seguida beijando sua
boca.
-Mas eu te amo.
Falou puxando Edward sobre seu corpo e entrelaçando suas pernas em volta
de sua cintura. Edward se esquecia do mundo quando Bella fazia isso. E dessa
vez não foi diferente.
Capítulo 16
Capítulo 16
Bella sabia que precisava se levantar daquela cama e buscar algo para
comerem. Seu estômago protestava, mas o cansaço não permitia que saísse
dos braços de Edward. Com a cabeça em seu peito, Bella fazia círculos com
os dedos na barriga dele. Edward acariciava seus cabelos, de olhos fechados e
com um sorriso satisfeito no rosto. Sabia que tinha levado Bella ao seu limite
e que provavelmente ela estaria dolorida. Mas a euforia em que se encontrava,
aliada ao desejo quase insano que sentia por ela foram catalisadores para as
horas ininterruptas de sexo.
Bella falou e Edward se afastou um pouco para olhar em seu rosto. Ela,
entretanto, permaneceu com os olhos filhos no ponto onde seu dedo circulava.
Pensar no sexo maravilhoso com Edward, no amor que sentia por ele e nas
novidades que ele contou a respeito de Victoria, fizeram com que tivesse esse
pensamento e acabasse dizendo em voz alta.
_ Sou uma idiota por não ter sido dura com você desde o início. Deveria ter te
colocado contra a parede e ter feito escolher entre Victoria e eu. Só de
imaginar quantas noites você fez sexo com ela dessa forma eu fico...
_ Com ciúmes.
_ Não precisa ter ciúmes. Sempre foi você, Bella. Sabe disso. Eu só fui burro
por não ter percebido isso antes.
_ Pois é.... mas enquanto não percebia continuava fazendo sexo com ela.
Eu...eu não consigo suportar... imaginar você fazendo tudo isso com outra
mulher.
_ O que tive com Victoria não passou de sexo. Foi bom sim, não nego. Mas
isso foi antes de conhecer você. Eu nunca fiz sexo com ela da mesma forma
que faço com você.
_ Eu não tenho motivos para mentir. Depois que conheci você, eu mal
conseguia transar com ela. Eu já disse que eu precisava imaginar que era você
ali para poder me excitar.
_ Não disse.
_ Então estou dizendo agora. Mas... não vamos falar sobre isso, ok? Acha que
é fácil para mim saber que você também fazia isso e muito mais com outros
homens? Eu também me sinto um idiota por não ter impedido isso logo no
começo.
As palavras dele faziam sentido. Bella não poderia recrimina-lo, uma vez em
que ela também teve outros homens. Era diferente, já que aquilo fazia parte de
sua profissão, mas ainda assim era igualmente desconfortável pensar que
pertenceu a vários.
_ Tudo bem. Vamos deixar para lá. Aliás... nós precisamos conversar,
Edward.
Edward girou o corpo dos dois, ficando sobre ela. Já imaginava o que ela
pretendia dizer e não poderia permitir.
_ Nada de conversa. Eu quero você.
Falou enterrando o rosto entre seus seios, passando a língua em seus mamilos,
fazendo Bella ofegar. Ela queria afasta-lo, mas involuntariamente suas mãos
apertaram a cabeça dele de encontro ao seu peito.
_ Edward... espere...
Aquela mulher o enlouquecia tão completamente que ele nem se lembrava que
gozou várias vezes dentro dela. Tudo o que queria era sentir sua língua
penetrando seu corpo, sentindo seu cheiro e gosto, agora não tão únicos. O
cheiro e gosto dele estavam ali misturados, mas ele não se importou. Lambeu,
chupou e mordiscou seu clitóris, fazendo Bella se contorcer em sua boca,
rebolando freneticamente. O calor subia pelo seu corpo e suas unhas
cravavam-se nos ombros de Edward que continuava chupando sua mulher
como se não houvesse mais nada de importante nesse mundo.
E não havia mesmo. Não existia nada mais incrível do que vê-la entregue a
ele. Não existia nada mais enlouquecedor do que saber que ela era totalmente
dele.
Bella implorou e Edward se afastou. O desejo em seu rosto fez seu membro
vibrar, subindo e descendo, deixando gotas de seu prazer sobre a coxa de
Bella.
Ele nem cogitou dizer não. De joelhos, bem perto do rosto de Bella, Edward
deixou seu membro apontado para ela, apoiando as mãos na parede. Bella
ergueu um pouco a cabeça e com a ponta da língua, capturou a pequena gota
transparente que escorria de sua glande. Edward gemeu alto e abaixou um
pouco os quadris, fazendo metade de seu membro entrar na boca de Bella. Ela
segurou em suas nádegas e o puxou, recebendo-o inteiramente. A posição não
permitia fazer como ela queria e por isso ela o empurrou pela barriga. Não
precisavam de palavras, os dois se entendiam perfeitamente somente com
olhares e gestos. Edward se deitou na cama e Bella rapidamente colocou-se
sentada sobre seus joelhos. Depois inclinou o corpo, segurou seu membro e o
direcionou até sua boca. Com os lábios entreabertos, desceu chupando toda a
extensão do grosso e inchado membro até chegar às bolas. Edward segurou
em seus cabelos e impeliu os quadris, começando a socar seu membro com
força em sua boca. Bella gemeu e rebolou, roçando sua fenda molhada na
perna dele. Edward enlouqueceu com aquilo e estalou uma palmada em sua
coxa. Empurrou-a e se afastou, sentando-se na beirada da cama.
_ Edward...
_ Venha cá.
A ordem dita pela voz rouca não oferecia outra opção a não ser obediência.
Rapidamente Bella foi até ele e ficou de pé à sua frente. Puxando-a pelas
nádegas suculentas, Edward não tirava os olhos da pequena vagina que o
deixava maluco. Bella apoiou-se em seus ombros largos e se sentou sobre ele,
gemendo ao senti-lo deslizar para dentro do seu corpo. Estava dolorosamente
ardida, mas enquanto Edward a quisesse, ele a teria. Sentia-se totalmente
incapaz de negar algo a ele. Principalmente agora sabendo que seria questão
de dias até ele estar solteiro novamente e livre para ela. Edward a abraçou pela
cintura e ergueu a cabeça. Bella sabia o que ele queria e abaixou o rosto até
seus lábios se encontrarem. Novamente o quarto foi preenchido por gemidos e
os sons provocados pelas estocadas fortes de Edward. De olhos fechados,
Bella cavalgava seu membro com vontade. Quanto mais ele a puxava para si,
mais ela aumentava o ritmo, levando os dois a um turbilhão de prazer
imensurável. Ao chegarem ao clímax, Bella mordeu os ombros dele e Edward
afundou os dedos em sua carne macia, provocando uma dor gostosa.
_ Eu te amo, Edward.
A parte ruim do dia foi apenas na hora da despedida. Edward disse que não
sabia quando voltaria, afinal a audiência com o juiz para tratar da anulação do
casamento poderia ocorrer a qualquer momento. Mas era suportável. Em
breve eles estaria juntos, todos os dias. Isso bastava para suportar a saudade.
**************
Bella estava nervosa. Suas mãos tremiam tanto que mal conseguia ajeitar o
vestido. As lágrimas presas ardiam em seus olhos e ela estava a ponto de
desabar. O casamento iria acontecer hoje, duas semanas após seu último
encontro com Edward na casa do Jacob. Depois disso eles não se encontraram
mais. Falaram-se apenas por telefone, quando Edward informou que estava
finalmente livre de Victoria. Estava viajando a negócios e esse era o motivo
de sua ausência, segundo ele. Bella temeu. E se Edward tivesse ficado tão
chateado com seu casamento que resolveu dar um tempo no relacionamento
dos dois? Jake tentou acalma-la, dizendo que se ele disse que estava
viajando.... então era verdade.
Estava tudo meio estranho para Bella. Jake adiou o casamento, dizendo que a
situação do pai era estável, então poderiam fazer as coisas sem pressa. A
princípio Bella não acreditou, mas Jake não teria motivos para mentir.
Por fim chegou o dia. Mas Bella não estava bem. Ela queria pelo menos ouvir
a voz de Edward para saber se estavam mesmo bem. Queria dizer que o
amava. Queria dizer a verdade nem que fosse por telefone.
_ Bella? Ele te ama, Bella. Ele está realmente viajando. Eu garanto a você que
não é mentira.
Bella segurou nas mãos de Alice. Estava feliz por ela ter aceitado ser sua
madrinha. Jasper seria o padrinho, já que assumiram que estavam juntos.
Talvez, não querendo cometer o mesmo erro que Edward, Jasper logo
encontrou um lugar para morarem e não permitiu que Alice fizesse mais
programas.
_ Eu sei. Mas é que... ele deve estar sofrendo. Eu não queria isso, Alice. Eu o
amo tanto.
Bella girou o corpo e se olhou no espelho. Não iria ser modesta. Estava
mesmo muito bonita. Mas não estava feliz. Entretanto, ela devia isso ao Jake.
Era o mínimo que poderia fazer a ele depois de tudo o que ele fez. Somente
essa eterna gratidão impedia que Bella saísse correndo dali naquele momento
e corresse atrás de Edward.
_ Entende que esse momento é especial? Acredito que para qualquer mulher.
Entrar numa igreja, vestida de noiva é algo sublime. Não deveria ser uma
farsa.
_ Obrigada pelas palavras. Você, assim como o Jake, é tão especial para mim.
_ E você é muito mais pra mim. Se não fosse pela sua ajuda, talvez eu nem
tivesse conhecido o Jasper.
_ Está feliz?
Foi um longo caminho, quase meia hora até chegar à igreja onde seria
celebrado o casamento. Muitos carros em torno daquele espaço fizeram Bella
franzir o cenho. Não imaginava que Jake chamaria tantos convidados. Seus
amigos e parentes o perdoariam se soubessem que aquilo não passava de uma
farsa?
Alice ajudou Bella a descer do carro e logo Jasper se materializou a sua frente.
_ Você está linda, Bella. E obrigado por me convidar para padrinho. Ainda
não agradeci.
Nada mais natural que convida-lo. Bella não tinha tantos amigos assim, e além
disso, ele e Alice eram agora um casal. Bella nem fazia ideia de quem seriam
os padrinhos do Jake. Ela não conhecia seus amigos e ele também não tocou
no assunto. Apenas concordaram que seria um casal para cada. Não seria
necessário mais do que isso.
_ Bella... é uma pena que eu seja o padrinho. Seria uma honra leva-la até o
altar.
_ Tudo bem, Jasper. Na verdade isso retrata bem minha vida. Caminhando
sozinha, como estive por muito tempo. Mas para encontrar alguém... que
estará sempre em minha vida.
Nesse momento ela imaginou Edward. Como queria que ele estivesse
esperando por ela no altar.
Assim que a marcha nupcial soou, Bella deu os primeiros passos. Logo
avistou o Jake de pé, em frente ao altar. Estava todo de branco e seu sorriso
era radiante. De repente Bella se sentiu uma egoísta por estar tão triste. Daqui
a um tempo ela estaria feliz com Edward... e Jacob teria perdido o pai. Forçou
um sorriso no rosto. Ele merecia uma boa lembrança... ainda que nada daquilo
fosse verdadeiro.
Antes que alcançasse Jake, ele veio até ela e segurou sua mão. Beijou-a e
olhou em seus olhos.
Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, ele apareceu, vindo de uma porta
onde era provavelmente a Sacristia. Edward estava lindo num fraque escuro,
fazendo Bella arfar. Ele sorria e postou-se exatamente no lugar onde Jake
estava.
_ Jake... o que...
_ Meu pai não é nenhum tolo, Bella. Ele sabia o tempo todo que era uma
farsa.
_ Ei... agora não é hora disso. Depois eu te explico. Mas você não acreditou
que essa produção toda seria para um... gay feito eu, não é? Vá lá, princesa....
seu príncipe já está aflito.
Somente quando Edward levou suas mãos aos lábios, Bella saiu da confusão
mental em que se encontrava. Foi tudo armado! Jake nunca pretendeu levar
aquela situação adiante. Girou um pouco o corpo e viu Alice e Jasper. E ao
lado deles, o motorista Emmett e uma loira deslumbrante que Bella bem sabia
ser Rosalie. Ao lado deles também estava ninguém menos que CArlisle
Cullen, seu quase sogro.
_ Amor?
Ao ouvir a voz rouca, Bella desviou o olhar de volta a Edward. Seu coração
disparou ainda mais ao ver o sorriso dele. E então ela sentiu escorrer por seu
rosto, as lágrimas que ela havia segurado o dia inteiro. Chorava e rezava para
que não ficasse parecendo um panda após essa crise. Mas era demais para ela.
Edward ao seu lado... naquele momento perfeito. Ela iria se casar com ele!
Com o grande amor da sua vida.
Aquele momento que deveria ficar para sempre em sua memória, com certeza
sairia com algumas lacunas. Ela não ouviu as palavras do padre. Seu
juramento foi feito no automático, mas Edward conseguiu perceber todo o
sentimento dela em cada palavra. Ele também estava tão abalado quanto
Bella. Talvez um pouco menos, já que ele sabia o final dessa história. Mas vê-
la entrando, tão linda, tão incrivelmente fantástica derrubou qualquer barreira
que ainda estivesse a sua volta. Não foi fácil ficar tantos dias longe dela. Mas
agora via o quanto valeu a pena.
Seu ouvido zunia, talvez por causa das batidas enlouquecidas do seu coração.
Quando foram declarados marido e mulher, Edward ergueu a mão e passou os
dedos carinhosamente pelas lágrimas de Bella.
_ Vocês me enganaram.
_ Acha mesmo que eu iria entregar você de mão beijada? Eu demorei demais
para entender meu amor por você, Bella. O que você me oferecia era muito
pouco diante disso tudo.
_ Eu amo você.
Bella riu e retribuiu o abraço. Mas sentiu as pernas tremerem quando Carlisle
se aproximou.
_ Bem... confesso que queria tê-la conhecido antes desse momento. Mas
mesmo assim... seja bem vinda a família.
_ Carlisle, apenas.
Bella assentiu e depois foi abraçada por Emmett, Alice e Jasper. Nem sinal da
mãe de Edward.
_ Vocês sabiam?
Olhou para Edward que envolveu a cintura de Bella com um dos braços.
_Ela é sua vida e blablabla. Agora vamos que estou louco para beber um
pouco na festa.
_ Quem disse que homem não chora é porque nunca viveu um momento
especial como esse ao lado da mulher que ama.
Bella mordeu os lábios. Ele segurou seu rosto, como se estivesse desesperado.
_ Eu amo você. E eu nunca... nunca mais irei falhar com você. Eu estarei ao
seu lado sempre... em cada segundo, alegre ou triste. Irei ser seu apoio,
quando precisar. Só não irei apoia-la caso enlouqueça e pense em me deixar.
Ai teremos uma batalha.
_ Você é minha vida. Como eu poderia viver sem a minha alma? Sem a parte
maior de mim?
Nenhum dos dois tinha condições de falaram qualquer coisa além disso. O
encontro dos seus lábios já dizia tudo o que ainda não foi dito.
Capítulo 17
Capítulo 17 - Bônus
De pé, um pouco afastada dos convidados, Bella observava o belo homem que
conversava com um casal de amigos. Esse belo homem que agora era seu
marido. Baixando a cabeça, ela fixou o olhar em seu dedo anelar esquerdo
onde brilhava o grosso aro dourado. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto e ela
rapidamente a secou. Até aquele momento ainda era difícil acreditar que agora
estava casada com Edward. No fundo tinha medo de acordar, como acordou
tantas vezes após sonhar que estavam juntos e felizes.
Mal percebeu a presença de alguém ao seu lado, e só soube que não estava
mais sozinha quando Jacob circulou sua cintura com um dos braços.
_ Ainda não acredito que fizeram tudo nas minhas costas e eu nem percebi.
_ Foi até engraçado ver a carta dele quando me viu com outro cara.
_ Mas o que importa é que tudo deu certo. Esse homem te ama, Bella. É
visível isso.
_ Ele me contou.
_ Oh... Rosalie. É que é triste, sabe? Não queria mesmo que ele brigasse com
a família por minha causa.
_ Bom... eu nunca imaginei que veria meu pai ir contra a vontade de minha
mãe. Ele sempre acatou tudo o que ela dizia. Não é fácil dizer isso, afinal ela é
minha mãe. Mas ela é preconceituosa demais, Bella. Merece sofrer um pouco
para dar valor. É tão estranho ver isso... por ser mãe ela deveria querer a
felicidade do filho, independente das escolhas dele.
_ Eu sei. Não tanto quanto ama você. Mas são amores diferentes, óbvio. É
uma pena que seja meio leso, não é? Lento para perceber as coisas.
Os quatro riram e nesse momento Edward olhou na direção de Bella. Era
incrível a capacidade que aquele homem tinha de deixa-la de pernas bambas
com um simples olhar. Falou algo com o casal e caminhou em direção ao
quarteto, sem desgrudar o olhar do de Bella. Ela não conseguiu segurar um
suspiro, arrancando mais risadas de Rosalie e Jake.
_ Entre outras coisas, não é? Esse suspiro me pareceu mais de... tesão.
Ele a apertou ainda mais contra o corpo forte, a ponto de deixa-la sem fôlego.
_ Hum... só para lembra-lo: você não precisa esperar essa recepção acabar,
Edward. Podem pegar o jatinho agora e curtirem a lua de mel.
_ Lua de mel?
_ Óbvio, querida. Acha que Edward iria deixar escapar essa oportunidade?
_ Edward?
_Hum?
Ele sorriu brevemente e então abriu os olhos, fazendo Bella perder o fôlego.
_ O que é?
_ Você não olha desse jeito para todas as mulheres não ne?
_ De que jeito?
_ Não sei explicar. Eu perco o foco, perco o rumo quando você me olha. É
tão... intenso.
_ Isso é porque te amo. Amo demais. E é só para você que eu olho assim,
tenha certeza.
_ Lembra-se de quando você me disse que não gostava tanto do sol, mas
amava o calor?
_ Sim. Pouco depois eu comprei essa casa, sempre pensando em traze-la aqui,
mas sempre faltava oportunidade.
Bella não queria parecer presunçosa, mas aquele gesto deixava tão claro o
amor de Edward por ela. Como nunca perceberam isso?
_ Você vai gostar. É bem afastado, tem uma bela praia particular.
_ Sei que irei adorar, mas principalmente por causa da companhia. Qualquer
lugar é bom o suficiente quando você está comigo.
Edward a beijou sem dizer uma palavra. Às vezes era engraçado pensar no
quanto os dois ficavam melosos quando falavam de amor. E mais engraçado
ainda era pensar que nunca foi assim, nem mesmo quando começou a se
envolver com Victoria. Lógico, com ela nunca foi amor. Mas ainda assim,
imaginava que era assim que os namorados agiam.
Ele teve pressa em se casar com Bella, não queria correr o risco de perde-la.
Mas agora era chegada a hora de agir como se tivessem no início do namoro.
Estava disposto a fazer tudo o que um casal jovem e apaixonado fazia. Poderia
ser brega, mas era o que Bella merecia e ele burramente nunca ofereceu.
Edward segurou sua mão, novamente acariciando a palma e mais uma vez
fazendo Bella estremecer.
_ Filhos... quem sabe? Olha... acho que fiz isso tudo a mando do meu
subconsciente. Comprei a casa pensando unicamente em você e eu, aqui e a
sós. E bem grande assim... com espaço suficiente para as crianças correrem.
Bella o olhava, abobalhada. Não sabia se ele falava sério, mas tudo indicava
que sim, embora ele parecesse realmente surpreso com essa descoberta.
_ Por que?
Ele não respondeu. Apenas pegou as malas e rapidamente entrou pela porta,
mas voltando tão rápido quanto entrou. Parou em frente a Bella e pegou-a no
colo, fazendo-a gritar de surpresa.
Mas toda sua resistência começou a ir por terra, quando Bella apertou os
dedos nos cabelos de sua nuca, mordendo os lábios. Seu coração sempre dava
um salto quando ela fazia isso. Ela o enlouquecia.
_ Bella...
Antes que dissesse mais alguma coisa, Bella colou os lábios nos dele,
beijando-o com ardor. Era o que faltava para o desejo explodir de forma
incontrolável, fazendo Edward arfar e retribuir o beijo de forma desesperada.
Praticamente se jogou na cama com ela, sem pensar que poderia machuca-la.
Como não houve reclamação, ele continuou beijando-a, passando as mãos
ferozmente pelas curvas do corpo da esposa.
Bella se esfregava nele, buscando uma fricção maior entre seus corpos, ao
mesmo tempo em que puxava a camisa de Edward, abrindo seus botões.
Arranhou seu peito e desceu os lábios famintos pelo mesmo caminho das
mãos, fazendo Edward soltar um urro de prazer.
_ Não faça isso... eu queria fazer tudo diferente, mas você me tira o juízo.
_ Diferente como?
_ Mais romântico.
Bella lutava contra o zíper da calça dele, revirando os olhos ao sentir os lábios
quentes mordiscando e lambendo seus mamilos.
Bella teve sua fala interrompida e gemeu alto quando Edward deslizou o dedo
por sua entrada úmida.
_ Eu... eu... também quero romantismo. Mas foram duas longas semanas...
longe de você. Estou em brasas, Edward.
Bella abraçou Edward pelo pescoço e ele a apertou mais pela cintura,
prensando seu peito junto ao dela. Seu membro latejou dentro dela e Bella
mordeu os lábios, apoiando os pés na cama e remexendo os quadris,
erguendo-se e voltando a se sentar sobre ele.
Edward lutou contra o seu desejo animal, mas sua mulher deliciosa, com seu
corpo espetacular não ajudava muito. Ele ergueu um pouco o próprio corpo,
levando Bella consigo e a jogou de costas na cama, voltando a se deitar sobre
ela. Ergueu sua perna até a altura de seu ombro e voltou a penetrar seu corpo,
dessa vez bombeando com força e arrastando Bella para aquela dança erótica
e prazerosa.
Edward se jogou ao lado dela, mas puxando-a para ficarem abraçados. Estava
completamente sem fôlego e tentava buscar o controle a todo custo.
Falou entre arquejos. Bella igualmente sem folego, apenas riu e beijou-lhe o
peito.
_ Espero que seja mesmo. Porque eu não existo sem você, Bella.
Capítulo 18
Capítulo 18
Ainda meio sonolento, Edward esticou o braço procurando pelo corpo da
esposa. Encontrou apenas o vazio. Abriu os olhos e olhou ao redor,
percebendo que se encontrava sozinho. Voltou a fechar os olhos, suspirando.
Há cinco dias estavam em Jacksonville. Poderia dizer que há cinco dias vivia
os melhores momentos de toda sua vida. Cinco dias amando, sendo amado,
conhecendo sua esposa mais a fundo, descobrindo coisas novas sobre ela e se
redescobrindo.
Tantas coisas que ele gostava, que ele sonhava em ter e fazer e que só vieram
à tona após estar definitivamente atado a Bella. Por exemplo, ao voltarem para
nova Iorque, a primeira providência a ser tomada seria procurar uma casa. Um
apartamento não serviria para tudo o que ele tinha vontade. Agora que sabia
que Bella adorava cachorros, esse era um dos presentes que daria a ela.
Teriam que ter mais quartos, afinal Bella gostaria de ter dois filhos... e ele
também. Estava se sentindo um ridículo apaixonado... mas estava amando
aquilo tudo. Se em apenas cinco dias de casados, ela já o levava ao paraíso em
todos os sentidos, como seria daqui a cinquenta anos? Sim... eles ficariam
juntos todo esse tempo... morreriam juntos.
Deu um salto da cama e foi até o banheiro fazer sua higiene. Já sentia falta
dela e já até podia imaginar onde ela estava. Voltou para o quarto, vestiu a
boxer e saiu pela porta da varanda que dava acesso a pequena praia particular.
La estava ela, apenas de camiseta e calcinha, sentada numa das pedras,
olhando para o mar. Passava um pouco das sete da manhã e o sol já estava
quente, indicando um belo dia.
_ Oi.
_ Estava dormindo tão gostoso. Senti seu cheiro antes que chegasse aqui.
_ Um pouco.
_ Já percebi isso. Fique aqui perto de mim. Vou fazendo e falando as medidas.
Sei que aprende rápido.
Esse era um dos momentos que Edward considerava perfeito. Entre beijos,
risos e explicações de Bella, os dois preparavam o café da manhã. Assim
também era na hora do almoço e às vezes no jantar. Ele apenas sentia pena de
homens que achavam esses momentos bregas e desnecessários. Muitos
certamente estariam deitados no sofá vendo qualquer besteira na tevê, ou
ainda dormindo enquanto a esposa fazia tudo. Para ele esse era um momento
sublime. Estavam dividindo tudo, fazendo tudo juntos. Precisavam curtir ao
máximo agora que estavam no estágio “pétalas de flores.” Sabia muito bem
que todo casal chegava aos espinhos, e com eles não seria diferente. A
diferença é que chegariam a essa fase com mais companheirismo, mais
cumplicidade, mais amor. E com todos esses ingredientes, seria muito mais
fácil transpor qualquer obstáculo.
****
Edward deu um sorriso travesso e nem foi preciso responder àquela pergunta.
Não daria. Bastava um toque de um dos dois e pegavam fogo.
_ Vamos olhar somente mais essa, ok? Continuamos amanhã. Sei que está
cansada.
Passaram a manhã inteira procurando uma casa que fosse do agrado dos dois.
Quando por fim estavam quase desistindo, Edward encontrou a que julgou
perfeita. Teve a certeza disso quando viu os olhos de Bella brilhando.
_ É essa, não é?
_ Eu amo você.
_ Eu também amo você. E se é dessa casa que você gostou... é com essa que
iremos ficar.
_ Com certeza.
Voltaram a Imobiliária e Bella sentou-se ao lado de Edward enquanto
providenciavam o necessário para efetivação do negócio. Há alguns dias Bella
deixou de pensar que vivia um sonho. Aquilo tudo era mesmo real. Estava
mesmo casada com Edward. Era incrivelmente amada por ele e juntos tinham
uma cumplicidade que nunca tiveram nos últimos quatro anos. Conheceram-se
um pouco mais e não foi surpresa descobrir que tinham os mesmos gostos, os
mesmos sonhos.
_ Adoraria.
_ Um banho agora?
_ Seu pervertido.
_ Eu? Agora a culpa é minha? Quem foi que me enfeitiçou com esse olhar
desde a primeira vez, hã?
_ Pensei que fosse o contrário. Você me enfeitiçou e me deixou
completamente de quatro por você.
Mordendo os lábios numa tentativa de refrear seu tesão, Edward puxou Bella
pela cintura colando seus corpos.
_ Completamente.
_ Sabe que pode. Lembra do que combinamos? Nada de segredos, falar tudo o
que estamos sentindo... por ai.
_ Tudo bem. Hum... por que exatamente você começou a agenciar mulheres?
_ Eu entendo o que quer dizer com isso. E sim... eu tenho pensado muito
nisso. Já não faz mais sentido continuar agenciando essas meninas. Eu quero...
uma vida diferente agora. Tudo bem que elas lucram bastante, conhecem
lugares e pessoas fantásticas, mas eu faturo muito mais do que elas. Depois
que percebi o que sentia por você, eu comecei a me sentir mal por elas... por
você. Eu quero mudar isso, Bella. Aliás, foi até bom você tocar nesse assunto.
Eu tive uma ideia e gostaria que você me dissesse o que pensa a respeito.
_ Estou pronta para ouvir você. Mas antes... só tem uma coisa me
incomodando.
_ O que?
_ Não tem medo que Jéssica dê com a língua nos dentes? Pelo que você me
disse, ela deve ter ficado com raiva de você.
_ Não acredito que fará isso. Jasper andou pesquisando e ela está trabalhando
para outra pessoa. Se ela fizer isso, corre o risco de ficar sem agenciador
também. Quem irá querer trabalhar com uma cobra traiçoeira?
_ É... talvez você tenha razão. Bom... mas vá lá. Me conte quais são suas
ideias.
_ Edward... isso é incrível. Tenho certeza que as meninas ficarão gratas a você
pelo resto da vida. Eu mesmo jamais imaginaria algo assim pra mim.
Edward colocou seu corpo sobre o dela e a beijou. O cansaço ocasionado pela
correria do dia ficou completamente esquecido e perdido entre os beijos e
sussurros do casal.
Capítulo 19
Capítulo 19
Pela porta entreaberta era possível ouvir os saltos e risadas das mulheres que
caminhavam em direção a sala de Edward Cullen. Estavam surpresas e
curiosas a respeito do que conversariam, pois há algum tempo era Jasper
quem cuidava de tudo.
_ Foi o que li. Mas foi nesses tabloides sensacionalistas. Não dá pra confiar.
Lauren falou e as demais repetiram. Irina deu uma leve batida na porta e a
empurrou. Algumas entraram e outras permaneceram à porta, todas surpresas
demais para falarem qualquer coisa. Por trás da mesa de Edward, sentada
altivamente em sua cadeira de couro, estava Isabella. O rosto corado, olhos e
cabelos brilhantes a deixavam ainda mais bonita. Isso, todas admitiram
mentalmente. Bella observou cada uma delas. Lauren, Irina, Kate, Brianna,
Alicia, Jane e mais três que Bella ainda não conhecia pessoalmente, mas sabia
os nomes. Eram novatas contratadas por Jasper: Claire, Gina e Emma.
_ Bom dia, meninas. Podem se sentar, por favor.
_ Peço que desculpem o atraso do meu marido, mas Edward ficou preso em
outra reunião. Entretanto, ele já está a caminho.
_ Já cheguei, amor.
A voz rouca e alegre chegou aos ouvidos de todas e logo em seguida ele
surgiu em frente a elas. Como sempre, elegantemente vestido num terno
escuro contrastando com sua pele. Foi até Bella que se levantou, e a beijou
rapidamente nos lábios.
_ Obrigado.
_ Bom dia.
Edward acariciou a mão sobre seu ombro e deu o sorriso que fazia com que
muitas ali suspirassem. Porém, dessa vez precisaram se conter.
_ Bom, eu chamei vocês aqui porque tenho uma proposta a fazer, além de
informar que a partir de hoje não irei mais agencia-la.
_ Ninguém da minha família. Eu estou casado e Jasper pelo que vejo está indo
pelo mesmo caminho. Não é o tipo de negócio que desejo tocar pelo resto da
vida. Por isso chamei-as aqui porque tenho uma proposta e acredito que
agradará pelo menos a maioria.
Ao reparar que elas esperavam que ele começasse a falar, Edward chamou por
Irina, que era a que estava mais tempo com ele.
_ Irina, como você é a que está há mais tempo comigo, eu pensei em você
para levar isso adiante.
_ Eu?
_ Sim, você. Irei explicar. Acho que a maioria de vocês pretende continuar
com essa vida. Sei que recebem o suficiente para terem uma vida confortável
e poderiam até parar se quisessem. Não irei entrar no mérito da questão. Cada
uma faz o que achar melhor. Mas se pretendem continuar, por que não
continuarem juntas, porem lucrando praticamente cem por cento? Vocês
sabem e não irei ocultar isso, que lucrei muito com vocês. Até mais do que eu
supunha. Bom, se continuarem juntas, não precisarão dar porcentagem a
ninguém.
_ Ah eu não sei... estou tão...é tudo meio irreal demais. Não sei se darei conta.
Iremos precisar de um lugar, uma espécie de escritório.
Irina mordeu a ponta dos dedos, nervosa, tentando se decidir. Primeiro pediu a
opinião das demais.
Diante da concordância delas, Edward foi até o cofre e pegou uma pasta com
documentos que redigiu há dois dias. Entregou a cada uma delas e aguardou
enquanto liam. Pouco depois Demetri chegou e respondeu às dúvidas delas.
_ Espero e sei que tudo dará certo pra vocês. E se precisarem de qualquer
coisa, sabem onde me encontrar.
_ Obrigada, Edward. Foi uma... honra trabalhar com você. E desejo felicidade
aos dois.
_ Obrigado Irina.
_ Também acho.
_ Edward... você tem certeza que não fará falta pra você, tudo aquilo que deu
pra elas?
_ Amor... eu já falei que ganhei muito mais do que eu supunha. Sério. Alguns
investimentos que fiz renderam tanto que até me assustei. E além do mais...
tenho meu trabalho “honesto”.
_ Eu sei. E não pense que estou falando isso pensando no seu dinheiro. Não
sou interesseira, mas você sempre viveu no luxo.
_ Por Deus, pare de dizer besteira. Não estou pensando que é interesseira. Sei
que você não resiste ao meu charme e me ama loucamente.
_ Seu convencido...
_ Minto?
_ Não.
_ Ótimo. Porque eu também amo você com loucura e iria ficar desesperado se
não fosse correspondido.
_ Tão dramático esse meu marido. Acho que deveria guardar esse drama todo
para nossa próxima missão: supermercado.
_ Ah qual é Bella? Estou amando essa vida de casado. E fazer esse tipo de
compra é algo que ainda não fizemos.
_ Sim, mas temos que ser rápidos. O pessoal chega por volta das dezoito
horas.
_ Não faço ideia. Mas se ela for e com ideia de destratar você, eu prefiro que
não vá. Não irei tolerar qualquer ofensa a você, mesmo que seja minha mãe.
Aliás, principalmente ela. Sendo minha mãe, deveria querer minha felicidade
e respeitar minhas decisões.
_ não faço ideia do que esse pessoal gosta. Pensei em alguns petiscos, sei lá...
_ Mas já?
_ Só temos uma hora até eles chegarem. Vamos deixar o sexo para mais tarde.
_ Mas Bella...
Ela riu alto e pegou a esponja passando pelo corpo dele. Ele soltou um gemido
ao se sentir ensaboado pelas mãos mágicas. Seu membro estava tão duro que
chegava a doer. Mas pelo jeito ele teria que se aliviar sozinho.
_ Edward!
Ele abriu os olhos ao ouvir a voz de Bella, mas não refreou seus movimentos.
_ A pressa é a inimiga...
Edward desferiu uma palmada em sua coxa, puxando-a com força sobre ele,
enterrando-se completamente dentro dela. Ela gritou, um pouco de dor e
prazer.
_ Maldito.
Bella sorriu. Nunca conseguiria negar nada a ele. Era um carma... delicioso.
Mas era um carma.
*******
Bella correu quando ouviu a voz do Jake vinda porta. Edward e ele apertavam
as mãos e Jake abriu um sorriso quando viu Bella. Ela pulou nos braços dele,
sorrindo.
_ Ah qual é, cara? Ela nem seria sua esposa se não fosse por mim, ok?
_ Ele está me tratando bem sim, Jake. Não poderia estar mais feliz.
Edward estufou o peito e foi a vez do Jake revirar os olhos. So então ele
apresentou o rapaz ao seu lado. Era o tal Fred com quem ele vinha saindo. Era
muito bonito e educado.
_ Filhos?
_ Também.
Bella se levantou, anunciando que iria pegar bebidas. Jake estava ao lado do
Fred que tinha o braço sobre seus ombros. Alice também ao lado do Jasper e
Rose sentada no colo do Emmett. A campainha soou e Bella se apressou em
atender.
_ Bem... entre.
Carlisle afastou-se e então Bella pode ver a bela mulher atrás dele. Era
bastante jovem, bem vestida e a olhavam com visível desprezo.
_ Não vim fazer o social. Vim apenas conferir com meus próprios olhos o que
meu filho fez da vida dele.
_ Da mesma forma que ousa entrar em minha casa com sua arrogância e
ofender minha esposa e meus amigos.
_ Está vendo como tenho razão? Você jamais falaria assim comigo.
_ Edward...
Bella, apesar de pálida, com olhos lacrimejantes, ainda tentou intervir. Mas
Edward ergueu a mão em direção a ela.
_ Não, Bella. Não defenda essa mulher. Mas isso foi bom. Assim quando eu
tiver meu filho eu saberei como não agir com ele para que ele não se
envergonhe de mim, assim como estou me sentindo agora. Vá embora, mãe.
Não é bem vinda aqui.
_ Vamos Carlisle.
_ Não. Eu vim aqui para visitar meu filho e minha nora. Se não está à
vontade... já sabe o caminho de casa.
E como se não tivesse dito nada demais, ele caminhou até o centro da sala.
Limpando furiosamente as lágrimas que escorreram pelo seu rosto, Esme deu
as costas e caminhou rapidamente em direção ao elevador. Edward fechou a
porta e abraçou Bella.
_ Pela primeira vez na vida eu vi minha mãe perder a pose. Edward, você
subiu mil por cento no meu conceito.
A gargalhada foi geral, espantando de vez a nuvem negra que Esme trouxe
consigo. Edward abraçou Bella, segurando seu queixo.
_ Não importa quem. Eu atropelo qualquer um que tirar o sorriso dos seus
lábios e o brilho dos seus olhos.
_ Eu te amo, Edward.
_ Eu amo mais.
Capítulo 20
Capítulo 20
Sete meses se passaram desde a primeira e única visita de Esme ao
apartamento de Edward. Desde então muita coisa mudou. Edward e Bella
mudaram-se para a nova casa, ela ingressou na faculdade e no período da
tarde trabalhava ao lado do marido na agência. Emmett e Rose casaram-se no
civil há um mês e como era de se esperar, Esme não compareceu. Jasper
voltou para Paris e levou Alice com ele, pois pretendia se casar com ela em
breve. Carlisle sempre visitava o filho, mas nunca mais tocou no nome de
Esme. Edward também nunca quis saber. Sabia apenas que o casamento dos
pais ia de mal a pior. Esme mal falava com Carlisle e ficou ainda mais íntima
de Victoria. Edward mal acreditou quando soube disso. Se a mãe soubesse que
Victoria também andava fazendo programas iria amaldiçoar até sua última
geração.
Há três meses Billy Black partiu, deixando Jake inconsolável por dias. Bella e
Edward chegaram a passar um final de semana com ele, tentando reconforta-
lo, mas tudo em vão. Em outro final de semana Edward conseguiu arrasta-lo
para uma noite de “homens”, ou seja, apenas bebida. Mulher estava
descartado por motivos óbvios. Jake não era chegado e Edward perderia seu
instrumento de trabalho pelas mãos de Bella. Há alguns dias ele pareceu sair
do marasmo, voltando a trabalhar e sair para se divertir.
— Droga.
Apesar de ser sábado, ele precisou ir a agência rever alguns contratos, o que o
deixou insatisfeito, afinal queria passar a manhã na cama com Bella. Ela
aproveitou para fazer alguns trabalhos de faculdade e logo depois foi para a
cozinha preparar o almoço. Não estava muito disposta a cozinhar, mas
também não queria sair para almoçar fora. Preferiu fazer o almoço.
— Longe de mim. Mas eu preciso conferir uma coisa. Não estou acreditando
no que estou vendo.
— Não estou com os seios de fora, estou com avental. E só fiz isso porque
respingou molho em minha roupa.
— Em que?
— Paris. Faz tempo que não vou lá e você pode visitar Alice.
— Óbvio que não. Segunda lua de mel eu quero você e eu e mais ninguém.
— Para com isso, Edward. O cachorro é meu. E Jacob é meu amigo, aliás...
nosso amigo.
Bella rolou os olhos e saiu da cozinha. Foi até o quarto vestir outra blusa para
depois ir colocar comida para animal. Lion é um filhote de labrador, que Bella
ganhou de Edward assim que se mudaram para a nova casa. Foi paixão à
primeira vista, o que às vezes irritava Edward. Quando ele e Bella se
sentavam no jardim ou na varanda da casa, logo ele vinha se enfiando no meio
dos dois. Morria de ciúmes da dona.
Edward falou assim que Bella voltou e abriu a ampla porta da cozinha que
dava acesso à área de churrasco.
— O que?
— Já realizei vários sonhos. Casei-me com você, comprei uma casa enorme,
temos um cachorro... agora falta um filho.
Bella o encarou.
Ela continuou o encarando. Queria ter a certeza que estava falando sério.
Edward andava tão engraçadinho ultimamente que era difícil saber quando
estava falando sério ou não. Como se adivinhasse seus pensamentos, ele a
puxou pela cintura, olhando fundo em seus olhos.
*********
Noite de amor intensa, aliada a trabalho e ida a uma boate para dançar
resultaram em dois corpos jogados de bruços na cama, completamente nus e
em sono pesado. Saíram na noite anterior, conversaram, beberam um pouco e
dançaram até se acabar. Bella nunca imaginou que Edward fosse tão bom
dançarino. Pior que qualquer dança com ele se tornava erótica. Cada pegada
em sua cintura, cada encoxada, cada olhar penetrante elevava a temperatura de
Bella a mil e por pouco ela não o arrastou para um canto qualquer. O resultado
disso foi a volta mais cedo pra casa e as várias horas de sexo. Sem falar que
em determinado momento, com a mente já flutuando pelo prazer que sentia,
Bella finalmente cedeu, dizendo que iriam começar a tentar uma gravidez.
Golpe baixo de Edward, ela sabia. Mas ela também queria e muito.
Edward estava em um estágio do sono que sentia que precisava se levantar e ir
ao banheiro, mas seu corpo simplesmente não se mexia. Até que o toque alto
da campainha o fez pular na cama e cair de lado no chão.
_ Porra...
Bella ergueu a cabeça, os olhos ainda inchados de sono.
_ O que foi?
_ Algum infeliz tocando a campainha. Em pleno domingo... ninguém merece.
Edward vestiu um roupão e foi ao banheiro. Escovou rapidamente os dentes e
jogou uma água no rosto. Quase podia sentir o uísque ainda circulando em seu
sangue.
_ Volte a dormir, amor. Vou despachar o filho da puta ai fora e já volto.
Edward abriu a porta e encarou o homem engravatado.
_ Pois não?
_ Senhor Edward Cullen?
_ Sou eu.
_ Trago uma intimação para o senhor, queria assinar aqui, por favor.
_ Intimação? Pra que? Por que?
_ O senhor está sendo acusado de incentivo e manutenção de casa de
prostituição.
Qualquer resquício de ressaca que ainda tivesse em seu corpo desapareceu ao
ler o documento. Pelo jeito os dias de paz nunca viriam.
Leu e releu o papel antes de assina-lo. Ainda não tinha devolvido ao homem
quando a voz de Bella surgiu atrás dele.
— Edward? Algum problema?
Ele devolveu o papel e se despediu, fechando a porta. Ficou parado, ainda
tentando acreditar no que estava acontecendo, até Bella pegar o papel em sua
mão.
— NÃO! Não... Edward, não pode. Como? E agora?
— Agora tenho que procurar o Demetri, obviamente.
— Mas quem pode ter feito essa denúncia? Acha que...
— Eu pensei logo em Victoria, mas não acho que ela seria tão burra. Eu
guardei o segredo dela e ela sabe muito bem o que acontecerá se ele vier à
tona. Pensei... em minha mãe também.
— Não. Você acha? Por Deus, Edward... ela é sua mãe. Por mais que ela me
odeie... quer dizer, ela odeia o fato de estarmos juntos. Mas ela ama você. De
um jeito torto, mas eu acredito que ama. Ela estaria prejudicando você.
— Bom... ainda tem a Jéssica.
Bella abriu a boca, assombrada com isso. Claro que só poderia ser ela. Depois
de ter sido recusada por Edward, ela queria se vingar. Até que ponto ia a
inveja e o rancor? Tudo bem que era ilegal, mas ali não tinha nenhuma garota
menor de idade. Todas sabiam muito bem onde estavam se enfiando. E além
do mais, mesmo que Edward tenha lucrado muito, elas também lucraram. Ele
sempre se preocupou com o bem estar delas, tanto que nunca houve um caso
de maus tratos por parte dos clientes. Se foi realmente Jéssica... ela não
passava de uma ordinária, mal agradecida.
— Nossa... analisando tudo, acredito que realmente possa ser a Jéssica. Mas
que vontade de partir a cara dela.
— Esqueça isso. Vamos voltar pra cama.
Edward a pegou no colo, para que ela não recusasse. Mas ele não estava tão
calmo quanto aparentava. Justo agora que as coisas estavam caminhando
tranquilamente? Justo agora que ele e Bella iriam tentar fazer um bebê? Por
que tinha que ser assim? Mas ele nunca foi homem de ficar se lamentando,
exceto quando perdeu Bella. Iria conversar com Demetri e já pensar no que
fazer para sua defesa. Colocou Bella na cama e se deitou ao lado dela.
— Minha ressaca desapareceu.
Falou e gargalhou, fazendo Bella rir também. Mas ela o abraçou, colocando a
cabeça em seu peito.
— Você não merecia isso.
— Talvez não... talvez sim. Só Deus sabe. Vou esperar mais algum tempo e
ligar para o Demetri. Ainda é cedo.
Mal acabou de falar e seu celular tocou.
— Só espero que não sejam mais más notícias.
Pegou o aparelho e franziu a testa ao ver o nome no visor.
— Irina?
Ele e Bella se entreolharam.
— Atenda.
Edward atendeu e colocou no viva voz.
— Irina? Como está?
— Oi Edward. Tudo bem, obrigada. Desculpe ligar a essa hora.
— Não tem problema. Já estava acordado. Aconteceu alguma coisa?
— Sim, aconteceu. Eu te liguei ontem várias vezes, mas estava desligado.
— Ah sim. Bella e eu saímos ontem à noite. Preferi deixar desligado. Mas o
que houve?
— Hum... ontem eu recebi uma intimação.
Edward e Bella se encararam novamente.
— Sobre?
— Para prestar esclarecimentos sobre... prostituição. Pelo que entendi estão
acusando você e querem ouvir nossa versão. Acho que denunciaram nossos
nomes também.
— Nossos?
— Sim. As outras meninas também receberam a intimação ontem.
— Merda... caralho...
Edward se sentou e passou a mão pelo cabelo. Estava pior do que imaginava.
— Irina, eu não sei se esperam apenas ouvir uma confirmação de vocês ou
não. Mas se precisarem de um advogado... qualquer coisa, é só me falar.
— Meu primo é advogado. Formou recentemente, mas serve. Ele acha que
eles só querem mesmo que a gente confirme ou não. Só assim poderão julgar
você.
— Entendo.
— Bom... o que eu quero dizer é que conversei com todas as meninas. E todas
foram unanimes em dizer que iremos negar tudo, Edward. Iremos negar
qualquer envolvimento ilícito seu.
Edward olhou pra Bella de olhos arregalados, visivelmente surpreso com
aquelas palavras.
— Irina, eu nem sei o que dizer. Nem sei como agradecer a vocês.
— Não precisa. De certa forma você foi muito legal conosco. Não podemos
ficar de braços cruzados.
Edward agradeceu várias vezes e quando desligou, Bella o abraçou com força.
— Nem tudo está perdido, meu amor. Nós iremos sair dessa.
Capítulo 21
Capítulo 21
— Edward...
Gemeu, agarrando-se aos cabelos dele. Edward sabia que estava sendo um
pouco rude, mas estava tão nervoso que somente Bella conseguiria aplacar
aquele desespero, aquela ansiedade. Beijou sua boca ferozmente, sem deixar
de lado suas estocadas alucinantes. Afastou-se dela um pouco e Bella soltou
um gemido de frustração ao se sentir vazia. Mas foi apenas tempo suficiente
para Edward girar seu corpo e coloca-la de bruços na cama. Puxou uma
almofada e colocou sob o corpo dela, afastando-se para admirar o bumbum
ainda mais empinado devido a posição. Não se aguentando, ela travou a
mandíbula ao mesmo tempo em que apertava a carne da nádega suculenta,
fazendo Bella gemer de dor e prazer.
Edward se colocou sobre ela e passou a mão por baixo do seu corpo,
afastando sua mão.
Bella gemeu ao ouvir a voz rouca em seu ouvido e em seguida enfiou o rosto
no travesseiro ao senti-lo adentrar seu corpo novamente. Edward segurou os
cabelos dela e voltou a morder seu pescoço, rebolando seus quadris em busca
de maior acolhimento dentro do corpo apertado.
********
— Preparado, Edward?
— Estou. Cheguei a um ponto em que não aguento mais viver sob tanta
pressão. Se eu for considerado inocente... ótimo. E se for culpado...
— Lógico que precisa acreditar. É seu trabalho lutar para que seu cliente seja
inocentado.
Edward girou o corpo e estreitou Bella em seus braços. Não seria permitido a
entrada de plateia, portanto ela teria que ficar do lado de fora à espera do
veredicto.
— Boa sorte, Edward. E não se esqueça que eu amo você e estarei ao seu lado
sempre.
— Eu sei, anjo. Eu também te amo e não teria conseguido estar de pé se não
fosse seu apoio.
Dentro da sala, em frente ao juiz, Edward pensava em sua vida. Ele errou...
errou feio. E se fosse condenado, certamente não seria uma injustiça. Ele só
não queria perder bons momentos ao lado de Bella. Mesmo que Demetri tenha
dito que a prisão seria uma das últimas opções, Edward ainda temia isso. O
advogado estava confiante na absolvição ou no máximo uma multa altíssima
ou prestação de serviços comunitários. Juntando o fato de não terem
encontrado nenhum fato anormal nas contas de Edward e ainda tendo o
depoimento das garotas... era causa ganha.
Edward riu sem humor quando Irina chegou, pronta para prestar seu
depoimento. Ele tinha que ser sincero... se fosse ele no lugar daquele juiz, não
iria acreditar em nenhuma palavra do que estava sendo dito. Irina negou,
dizendo já ter trabalhado pra ele apenas raras vezes, mas apenas em eventos
onde precisavam de modelos, como em exposições de artes e de automóveis.
Não negou que saia com homens por dinheiro, mas que isso era opção dela e
que não havia ninguém a agenciando.
Edward teve sua comprovação sobre quem o delatou quando Jessica foi
chamada a depor. E lógico... ela afirmou que foi agenciada por Edward. O
olhar frio de Edward cruzou com o dela. Naquele momento Jéssica se
arrependeu do que fez. Não por pena dele, mas por medo. Ela jamais viu
aquela frieza nos olhos dele, fazendo-a arrepiar dos pés à cabeça. Felizmente
as outras garotas também prestaram depoimento e confirmaram tudo o que
Irina disse. Apenas o depoimento de Jéssica ainda deixava alguma dúvida no
ar, mas que foi dissipada quando foi a vez de Edward falar.
****
— Fico me perguntando como pude ser tão bundão esse tempo todo. Nunca
imaginei que Edward fizesse...
— Shi... cale a boca, pai. Vai falar disso logo aqui? Fico louco?
Sorriu ao ver Bella quase saltitar de nervosismo. Adorava a nora e estava feliz
por Edward ter se apaixonado por alguém tão especial. Ela e Victoria eram tão
diferentes. E era visível o amor dela pelo filho. Vez ou outra ela levava a mão
ao ventre, o que fez Carlisle estreitar os olhos. Será que o que estava pensando
era certo?
Bella falou, mas a loira nem ouvia mais. Estava ocupada demais analisando as
unhas bem feitas, pintadas de vermelho.
— E então gente?
Bella se virou ao ouvir a voz do Jake e correu para abraça-lo
— Vai dar tudo certo. Tem que dar certo, afinal eu irei precisar do meu
padrinho de casamento.
— Padrinho? Casamento?
— Ah Jake... estou tão feliz por você. Você merece toda a felicidade do
mundo.
— Você será. Caso contrário o Fred irá se ver comigo... e com o Edward
também.
Jake apertou Bella em seus braços novamente, mas antes de dizer qualquer
coisa...
Bella se virou ao ouvir a voz de Edward. Seu coração pulava dentro do peito e
sua garganta de repente ficou seca. Os olhos dele estavam vermelhos, mas sua
expressão era calma.
— Edward...
Correu até ele, mas antes que perguntasse alguma coisa, Demetri surgiu atrás
dele com um sorriso largo no rosto. Bella também sorriu, soluçou e o choro
irrompeu de suas entranhas com força.
Bella se jogou nos braços dele, segurando seu rosto e beijando-o por inteiro.
Edward sorria, agarrado à cintura dela, até que por fim conseguiu capturar
seus lábios. Essa foi a mesma reação que ele teve ao ouvir o veredicto:
chorou. De repente a pressão dos últimos meses saiu de cima de seus ombros
e por pouco ele não desmoronou. Livre... livre para seguir sua vida ao lado de
Bella sem nenhuma preocupação. Pelo menos, nenhuma preocupação desse
porte.
— Vamos pra casa, amor. Não quero pisar nesse lugar nunca mais.
— Vamos... todos você estão convidados. Principalmente por que temos uma
surpresa.
— Que surpresa?
Ela não iria contar nada ali. Edward merecia ouvir isso no conforto da casa
deles. Dali foram direto para casa. Demetri recusou o convite para comemorar
com eles pois ainda tinha alguns casos para estudar.
Bella e Edward foram no volvo, mas Carlisle dirigia. Os dois foram no banco
traseiro, como dois namorados aos beijos e risadinhas.
Jake fez graça e Edward rolou os olhos. Era muito gay mesmo.
— Padrinho de que?
Edward abriu a boca e sua expressão facial foi tão hilária que todos riram,
inclusive o Jake.
— Casar? Esse mundo está perdido mesmo. Bom... eu aceito, fazer o que não
é?
Mas no fundo ele só queria alegrar o ambiente. Estava feliz pelo Jake. Sofreu
muito com a perda do pai, sem contar no fato de o ter ajudado quando
qualquer outro teria virado as costas. Ele merecia ser feliz.
— Vocês podem ficar à vontade. Eu tenho algo a tratar com meu marido
agora.
Bella falou e puxou Edward pela mão, fazendo todos murmurarem um “hã”
malicioso. Bella o arrastou até o quarto e trancou a porta. Edward foi logo se
apossando de sua cintura, colando seu corpo ao dela.
— Fazer amor com todos na sala? Pode ser excitante, baby.
— Presente?
Bella foi até sua bolsa e pegou um envelope. Voltou e parou a frente de
Edward que olhava para o papel em sua mão sem entender nada.
— Eu queria ter dado esse presente a você há uma semana. Mas eu confesso
que estava com medo do resultado de hoje. Caso não fosse... satisfatório para
nós, eu lhe daria isso. Acho que aliviaria seu coração.
Ele a beijou rapidamente nos lábios e depois se ajoelhou, beijando sua barriga.
Bella o puxou de volta para cima, abraçando-o pela cintura. Edward passou os
braços pelo pescoço dela, embalando-a.
— Mas ele me ouve... eu sei que ouve. Obrigado Bella. Você sempre me
deixando mais feliz do que sonho.
— Nós dois iremos nos ajudar. Seremos os melhores pais que pudermos.
Edward fechou os olhos com força, dessa vez agradecendo a Deus. Os dois
passaram por muitos obstáculos. Sempre existiria alguém pronto para puxar o
tapete daqueles que estão felizes. Mas ele viu e sentiu do que o amor, a
fidelidade, o companheirismo e principalmente a amizade eram capazes.
Capítulo 22
Capítulo 22
A expressão de prazer ao sentir os lábios úmidos descendo pelo seu corpo foi
substituída pela diversão quando ouviu a voz rouca sussurrando entre beijos
no ventre volumoso de vinte e sete semanas. As mãos grandes de Edward
acariciavam a barriga de Bella, sentindo uma pequena ondulação sob seus
dedos.
— Amorzinho... deixe o papai dar um trato na mamãe, vai? Está cedo pra
você estar acordado e com essa energia toda.
— Não adianta. Ele está bravo comigo porque não quis lhe dar chocolate
ontem à noite.
Feito criança, chorou quando ouviu o coração do filho pela primeira vez. E
chorou novamente ao ver as primeiras imagens dele, embora não tenha
entendido grande coisa. E chorou de novo quando descobriram que seria um
garoto.
Como se não bastassem todas essas emoções, ainda havia Bella. Cada dia
mais linda... e fogosa. A gravidez lhe fez bem em todos os aspectos. A pele
estava mais vistosa e o brilho em seus olhos era intenso. Sofreu um pouco,
logo no início, com os enjoos, mas passaram logo. Sua libido estava em alta e
muitas vezes era preciso ser mais enérgico com ela. Quer dizer... Edward foi
enérgico e disse não apenas... duas vezes. Ele também não resistia a ela e
quando ela se insinuava pra ele... Edward cedia.
Bella perguntou, apontando para o membro ereto que cutucava sua coxa.
— Nunca troquei você por mulher nenhuma antes, não será agora que farei.
Ele a interrompeu.
— Nossa... essa doeu. Não foi isso que você disse quando eu preparei aquele
macarrão delicioso para você.
Ele abriu a boca, sem emitir som, abismado com a cara de pau dela. Então não
passou de um truque para que ele a levasse pra cama? Foi logo depois disso
que ele resolveu perguntar à medica de Bella se sexo seria prejudicial ao bebê.
— Estou chocado.
— Sei...
Entrou sob a ducha e começou a cantar, como fazia quando tomava banho
sozinho e desde quando se descobriu o homem mais feliz do mundo.
Ainda na cama, Bella sorria ao ouvi-lo cantando. Adorava ouvir aquela voz
cantando, mesmo que às vezes errasse a letra da música do começo ao fim.
Sua vida adquiriu uma rotina gostosa e ela estava amando essa fase. Edward
saía cedo para trabalhar e a deixava na faculdade. Voltava mais tarde para
busca-la e juntos ficavam na agência até as seis da tarde. Contra a vontade
dele, óbvio. Achava que já estava na hora de Bella parar de trabalhar, mas ela
insistia. Ainda conseguia manter aquele ritmo sem se cansar muito.
Rose e Emmett vinham visita-los regularmente, assim como Carlisle. Pensar
no sogro fez Bella sorrir novamente. Continuava morando com Esme, mas o
relacionamento dos dois não melhorou. Ela continuava orgulhosa e
preconceituosa, sem sequer imaginar que Victoria, sua querida amiga, era tão
garota de programa quanto Bella foi um dia. E o mais engraçado nessa
situação toda é que Carlisle andou se envolvendo com outra mulher. E essa
mulher era ninguém menos que Irina. Ironia da vida? Sim. Se Esme
descobrisse isso um dia, com certeza ela iria surtar.
Ele riu alto. Não tocava no nome da mãe, mas Bella sabia que ele se divertia
por Esme ter sido trocada por alguém como Irina. Era uma pessoa legal, mas
para Esme, pessoas com esse tipo de profissão não passavam de escória.
— Pare com isso, seu idiota. Seu pai está no auge da maturidade,
Ele a olhou ameaçadoramente, mas não disse nada. Não tinha tempo para
discussão, pois precisava esperar o pessoal da confeitaria no portão. Se Bella
ouvisse a campainha iria se atrever a levantar da cama.
Apoiado nos joelhos e cotovelos, ele inclinou-se sobre Bella e beijou seus
lábios.
— Sim.
— Oh...
— Sim. Oh meu Deus, Edward... que coisa mais linda, amor. Obrigada.
— Queria fazer muito mais pra você, mas sei que não gosta de muita
comemoração.
— Isso está perfeito pra mim. Eu adorei. Somente todo esse trabalho que teve
para me deixar feliz... já valeu.
Edward coçou a cabeça. Não conseguia mentir para a esposa, nunca. Por
menor que fosse a mentira, ele simplesmente não conseguia.
Bella, que estava com uma torrada a caminho da boca, parou, a sobrancelha
erguida e um sorriso divertido.
Bella acariciou o rosto dele, olhando em seus olhos. Edward não conseguiu se
desprender daquele olhar e colocou sua mão sobre a dela.
— Não precisa nada disso. Eu te amo do mesmo jeito, mesmo sendo uma
negação na cozinha. Mas você é expert em me deixar cada dia mais
apaixonada por você. Você, Edward Cullen, me deu tudo o que uma mulher
pode desejar para ser feliz. Eu não vejo como pode ser melhor que isso.
— É a única forma que sei para mostrar o quanto eu te amo. Demorei demais
a descobrir isso e agora só penso em recompensar a cada dia.
— Você já recompensou desde o dia em que foi atrás de mim e aceitou ser
meu amante. Aquela foi a maior prova do seu amor por mim.
— Agora pare de me enrolar e tome o café que me deu tanto trabalho para
preparar.
Eles riram e juntos tomaram o café da manhã. Minutos depois Edward ajudou
Bella a tomar um banho e saíram até a garagem, onde estava o presente de
aniversário de Bella.
— Você merece, meu amor. Mas só vai dirigir depois que Thomas nascer.
— Bella...
Feito criança, Bella sorriu e concordou, voltando a olhar para o seu novo
“bebê”.
Mais tarde saíram para almoçar fora, onde encontraram Rose, Emmett e
Carlisle. Infelizmente Alice, Jasper e Jake não puderam estar presentes. Alice
e Jasper porque estavam ocupados com os preparativos para o casamento.
Jake ainda estava viajando em mais uma lua de mel. Apesar disso foi um
almoço gostoso e divertido, sem nenhum assunto triste e desagradável. De lá
foram para a casa de Rose, de onde só saíram por volta das dezoito horas.
Obviamente foram no carro de Bella, por exigência dela.
Edward observava a esposa que dirigia com um sorriso enorme no rosto. Ele
acertou em cheio na escolha do modelo do carro. Bella parecia ainda mais
poderosa por trás daquele volante.
— Acho que vou acelerar então, aproveitando que Thomas está quietinho.
— Bella... o que...
— Um programa?
O sorriso de Jéssica morreu nos lábios ao ver Bella e Edward. Bella percebeu
como ela estava acabada. Com certeza não estava sendo agenciada por
ninguém, visto a roupa e maquiagem vulgar que usava.
— Isabella?
Ela olhou para o casal com vergonha e ao mesmo tempo despeito. Não falou
nada, apenas se afastou.
Bella deu a partida, deixando Jéssica com lágrimas nos olhos. A moça
arrependia-se de ter agido imprudentemente. Como não pensou que aquele
julgamento de Edward iria ganhar destaques nos jornais? Ela, sendo a
denunciante, também ganhou destaque. O resultado foi portas fechadas para
ela. Quem iria querer agenciar alguém que poderia denunciar seu cafetão a
qualquer momento? No princípio ela não se importou. Melhor pra ela que não
teria que dar porcentagem para ninguém.
Caminhando sobre saltos bem altos, ela parou diante da janela de outro carro,
quase fazendo uma careta ao ver o velho nojento que a olhava com lascívia.
— Entra, boneca.
*****************
Bella e Edward discutiram alguns dias antes a respeito do parto. Ela queria
uma cesárea, simplesmente por não querer ficar “larga” para o marido.
Edward ficou irritado com aquilo. Como se isso fosse o mais importante no
relacionamento dos dois. Os dois leram vários assuntos sobre parto e a
maioria foi unânime em afirmar a vantagem de um parto normal sobre a
cesárea. Não queria de forma alguma estressar Bella nessa fase da gestação,
mas também não poderia permitir que ela fizesse tamanha besteira
simplesmente pensando em agrada-lo.
— Ridículo. Se queria isso não deveria ter feito um filho nela. Parto é assim,
Edward. E nós mulheres já nascemos preparadas e fortes pra isso.
— Senhor Cullen... já iremos começar. Tem certeza que não quer estar
presente?
— Eu queria... mas não dá pra mim. Bella vai me perdoar... sei que vai.
— Eu posso ir?
— Sim, claro.
Edward continuou parado. Ele prometeu a Bella não foi? No altar, quando se
casaram. Na alegria e na tristeza. Na saúde e na doença. Esse era um
momento, não? Um momento de alegria. Um momento triste somente por
causa da dor que ela sentiria. Não era o momento de estar ao lado dela? Ele
estaria descumprindo seu juramento se não estivesse lá.
— Não Rose.
— Eu vou.
Edward seguiu a médica em silencio, atento a tudo o que ela explicava. Vestiu
uma roupa ridícula, passou por alguns procedimentos e entrou na sala, onde
algumas enfermeiras e outro médico andavam pra lá e pra cá.
Bella estava sobre a mesa, as pernas afastadas e um lençol cobrindo da barriga
para baixo. Ela sorriu quando o viu entrar.
— Edward.
Ele se aproximou, segurou a mão dela e passou a outra mão para limpar o suor
em sua testa.
— Na saúde e na doença.
— Já me deram anestesia. Quase não sinto nada. Mas eu já senti dor pior.
— Pior?
— Sim. Quando eu pensei que tinha perdido você pra Victoria. Agora pelo
menos... é uma dor boa. É para trazer nosso bebê ao mundo.
Edward não fez qualquer esforço para segurar as lágrimas que rolaram pelo
seu rosto. Ele nunca teve dúvidas do amor de Bella por ele. Mas essas
palavras o deixaram em tal estado de emoção que ele só conseguiu repetir que
a amava.
Ele chorou novamente quando ela começou a apertar a mão dele, forçando
para ajudar no nascimento do filho. Seus olhares não se desconectavam nunca,
exceto quando ela fechava os olhos rapidamente devido ao esforço que fazia.
Mas ainda conseguia tranquiliza-lo, dizendo que estava tudo bem.
— Nasceu, amor.
Foi tudo o que ele conseguiu dizer antes de desabar num choro incontrolável.
Beijou a testa da esposa que nunca esteve mais linda aos seus olhos. Tinha um
sorriso cansado, mas feliz no rosto.
O bebê foi levado para exames, deixando os pais coruja se olhando com
adoração. Bella estava surpresa e emocionada com a coragem de Edward.
Desde o começo ele disse que não assistira ao parto. Estava ai uma prova do
quanto ele era especial e do quanto já amava o filho. Do amor dele por Bella...
ela já não tinha dúvida.
— Eu te amo, Edward.
— Eu também, meu amor. Obrigado por nosso filho... por você... pela vida
maravilhosa que eu tenho.
Bella apenas sorriu, sentindo mais lágrimas banharem seu rosto. Ele não tinha
o que agradecer. Edward a ajudou de todas as maneiras possíveis. Mesmo
quando ele ainda não sabia que a amava, ele a protegia com seu carinho, com
sua atenção, até mesmo com seu ciúme. Maturidade, cumplicidade, doação,
partilha, doses de ciúme e erotismo ... tudo o que Bella e Edward tinham
juntos. Tudo o que ousaram misturar e resultou nesse louco amor. Mas qual
história é perfeita? E quem disse que um amor obedece regras? Quem disse
que um amor é mais forte e mais verdadeiro que o outro pela forma como
aconteceu? Com eles foi assim.. simplesmente aconteceu...e virou história.
Fim
Capítulo 23
Epílogo
Cinco anos depois
— só mais um pouquinho.
Edward puxou o lençol e gemeu ao ver o corpo da mulher. Sempre foi gostosa
e pouco depois do parto, resolveu entrar para um academia. O resultado era o
corpo perfeito de sempre, mas com a musculatura mais firme... totalmente
degustável. Ele ficava pra morrer quando ela vestia aqueles shorts ou
bermudas coladas e ia se exercitar. Sempre seria a droga de mulher mais
gostosa que já conheceu.
Feito animal, subiu sobre ela, sentando-se sobre suas nádegas, segurando seu
membro duro e quente e espalhando a umidade que já escapava pela glande na
bunda de Bella.
— Vou acabar fazendo isso sem as preliminares, amor. Você não me deixa
escolha.
— Edward...
Ele sabia que era totalmente errado. A esposa estava meio adormecida e fazer
isso sem seu consentimento era praticamente um estupro.
Edward gemeu e deixou seu corpo cair ao lado do de Bella na cama ao ouvir a
voz do filho na babá eletrônica. Desde os três anos e meio começaram a
ensina-lo a nunca entrar no quarto dos pais sem bater. Por isso sempre
deixavam a babá eletrônica ligada, para se comunicarem. Além disso, Edward
impôs uma regra: nada de se levantar cedo demais. Ele tinha a mania de
querer se levantar às cinco da manhã. O combinado foi somente chamar os
pais quando o dia clareasse. Estava ai o resultado.
— Vá lá, papai.
— Dormiu bem?
— Dormi.
— Pois eu estou com sono ainda. Bem que você poderia dormir mais um
pouco.
— Vamos.
— Vamos lá cowboy.
Thomas estava cada dia mais esperto e mais arteiro. Mas era a alegria da casa.
Os cabelos agora estavam idênticos ao do pai, assim como as feições do seu
rosto. Mas os olhos eram da mãe. Era como se tivesse tirado os olhos de Bella
e colocado no rosto dele.
Colocou Thomas na cadeira e pegou o leite e o cereal que ele gostava. Virou
numa vasilha e colocou à frente dele.
— Coma tudo.
— Cadê a mamãe?
— Preguiçosa.
Thomas falou e Edward riu alto. Costuma brincar assim com ela e o filho
acabou pegando a mania. Mas ele, mais do que ninguém sabia o quanto a
esposa vinha trabalhando. Formou-se em psicologia e já estava trabalhando
numa escola particular. Adorava psicologia voltada para a educação. Mas ao
mesmo tempo fazia seu mestrado e também fazia trabalho voluntário aos
sábados.
Mesmo com toda essa correria, não houve um só dia que não tenha dado
atenção ao filho. Bella era uma mãe e esposa exemplar. Não queria dizer que
foram cinco anos perfeitos, num mar de rosas. Houve brigas, choros e no
terceiro ano de casados, Bella chegou a cogitar uma separação. O motivo?
Edward nem se lembrava. Talvez fosse o estresse do dia a dia e também o fato
de Esme finalmente ter resolvido aparecer. Queria conhecer o neto, mas ainda
não aceitava Bella. Maravilhosa como era, Bella não se importou e incentivou
Edward a deixa-la ver o neto. Mas Edward bateu o pé. Ele não queria o filho
perto de uma mulher tão preconceituosa como a mãe. O que ela tinha de bom
a oferecer a ele? Que conceitos? Que valores?
De tanta insistência por parte de Bella, Edward aquiesceu e procurou por
Esme. Mas quando ela perguntou se “aquela prostituta” estava dificultando as
coisas... Edward perdeu as estribeiras. Acabou denunciando a mãe e
conseguindo uma medida de restrição contra ela. Somente assim puderam ter
paz novamente. Há dois anos Edward sequer ouvia falar no nome dela.
Carlisle estava bem... bem demais na verdade. Estava oficialmente com Irina,
que assim como Bella abandonou a vida de programas e agora... era quase
mãe. Estava grávida de seis meses e em breve Edward teria um irmão.
— Acabou filho?
— Mamãe...
— Um pouco.
— Sim.
Foi a vez de Bella rolar os olhos. Desde quando escolheu Rose e Jake para
padrinhos do menino, Edward vinha dizendo que o filho seria o primeiro a ter
duas madrinhas e nenhum padrinho.
— Idiota.
— E muito mais macho que você, não é? Afinal, se não fosse ela nem
estaríamos juntos hoje.
Edward estreitou os olhos e arrastou a cadeira para mais perto dela. Pegou a
mão pequena colocando-a diretamente sobre seu membro. A mão livre levava
o café à boca.
— Vai quebrar meu galho hoje, não vai? Estou tarado Bella.
— Hum?
— Não está na hora de fazermos outra viagem? Já são dois anos. Thomas
precisa disso.
— Não sei ainda. Vamos esperar passar essas festividades do Natal e depois
conversamos sobre isso.
— como sempre.
— Ele deve ter percebido meu estresse. Ele sabe que precisamos de um tempo
a sós.
Bella sorriu e mordeu os lábios. Óbvio que ela e Edward tinham seus
momentos pra lá de quentes. Mas não era raro serem interrompidos pelo filho.
Como Edward costumava dizer: Thomas já era empata foda ainda na barriga.
— hoje? Ou Sempre?
Edward que já saia da cozinha, voltou e puxou-a pela mão, colando seus corpo
e buscando sua boca.
— Sempre.
Quase uma hora mais tarde, Thomas saia correndo pela sala ao ouvir o carro
do Jake chegando.
— E ai cara?
Edward nem teve tempo de responder e Thomas se jogou nos braços dele.
— Sim, Edward. Aqui eu nem preciso perguntar não é? Essa sua cara não me
engana.
— Serio... eu pensei que você iria enfartar ontem. Aquele bando de mulher
quase se esfregando em você... e Bella negando fogo.
— O que...
— Como é que é?
— Sim, mamãe.
Olhou para o padrinho e piscou. Tão safado quanto o pai. Depois ergueu os
braços para Edward.
— Tchau papai.
— Comporte-se. E se o tio aprontar, ligue para o papai que vou lá e bato nele.
— Contar a verdade? Edward... se eu contar tudo o que rolou lá, será divórcio,
com certeza.
Bella cruzou os braços em frente ao peito. Sabia muito bem que os dois
viviam aprontando um com o outro. Mas Jake também sabia o quanto ela
amava e o ciúme que sentia de Edward. Não iria brincar com uma coisa dessa.
Assim que o carro dele desapareceu, Bella fechou a porta e passou direto por
Edward.
— cale a boca, Edward. Estou furiosa. Tudo bem que as mulheres se jogam
pra cima de você, mas custa dar um chega pra lá?
Preparava-se para sair da sala, quando Edward avançou sobre ela, jogando-a
no sofá. Xingou Jake de todos os nomes feios que conhecia. Maldita bicha dos
infernos... aquilo ia ter volta.
— Eu te quero, Edward.
Ela gemeu, sem conseguir terminar sua frase. Edward a penetrou com firmeza,
soltando um urro de alívio.
Praguejou, arranhando as costas dele. Edward riu e empurrou seu pênis ainda
mais profundamente e fazendo Bella revirar os olhos.
— Vadio... mais forte.
Edward rosnou e apertou a coxa dela. Será que não percebia que o
enlouquecia ainda mais quando dizia aquelas coisas? Alucinado, ele se
afastou, sob protesto de Bella.
—Não...
Ele a pegou pelo braço e girou seu corpo, colocando-a de quatro no sofá. Deu
um tapa em sua bunda e imediatamente Bella empinou em sua direção.
Edward segurou os cabelos dela quase com violência e voltou a se enfiar
dentro dela.
Ela gemeu e rebolou, lembrando-se dessas palavras ditas por ele há algum
tempo, na primeira noite em que ele praticamente invadiu seu apartamento.
Passaram por muita coisa desde então, mas o desejo explosivo que os uniu
desde o primeiro olhar sempre estaria presente. Agora vinha acompanhado por
amor, fidelidade, carinho... mas ainda seria capaz de provocar o incêndio que
Edward tanto pedia.