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Curso Regular de Língua Portuguesa

Prof. Ludimila Lamounier,

AULA 09

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Língua Portuguesa para concursos
Curso Regular
Teoria e questões comentadas
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 09

AULA 09

Redação Oficial. Adequação de linguagem e formato textual


documental. Particularidades léxicas e gramaticais. Estrutura e
formação de palavras. Funções da linguagem. Variação linguística.

SUMÁRIO PÁGINA
Redação Oficial. Adequação de linguagem e formato textual
04
documental.
1. Sobre o Manual de Redação da Presidência da República 04
2. Conceitos introdutórios 05
3. Características da Redação Oficial 05
3.1 Impessoalidade 06
3.2 Uso do padrão culto de linguagem 07
3.3 Clareza 08
3.4 Concisão 09
3.5 Formalidade 10
3.6 Padronização e Uniformidade 10
4. Pronomes de Tratamento 11
4.1 Concordância dos pronomes de tratamento 11
4.2 Emprego dos pronomes de tratamento 12
4.3 Vocativos correspondentes 17
4.4 Fecho para comunicações 19
4.5 Identificação dos signatários 20
5. Tipos de documentos 20
5.1 Padrão Ofício 21
5.1.1 Partes do Padrão Ofício 21
5.1.2 Forma de diagramação 23
5.2 Ofício e Aviso 24
5.3 Memorando 29
5.4 Exposição de Motivos 31
5.5 Mensagem 36
5.6 Telegrama 38
5.7 Fax 38
5.8 Correio Eletrônico 39
Particularidades léxicas e gramaticais 42
1. Uso da palavra “que” 42
2. Uso da palavra “se” 49

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3. Uso da palavra “como” 53


4. Uso do pronome “lhe” 55
5. Uso do “porquê” 55
5.1 “Por que” separado 55
5.2 “Porque” junto 56
5.3 Uso do acento circunflexo 57
6. Uso de “onde” e “aonde” 62
7. Uso do “gerúndio” 64
Estrutura e formação de palavras 65
1. Palavra e morfema 65
2. Estrutura das palavras 66
3. Formação das palavras 71
3.1 Derivação 72
3.2 Composição 74
3.3 Outros processos 74
Funções da linguagem 77
1. Aspectos introdutórios 77
2. Classificação das funções da linguagem 78
Variação linguística 81
1. Conceitos 81
Questões Propostas – Redação Oficial 88
Gabarito 92
Questões Comentadas – Redação Oficial 92
Questões Propostas – Particularidades léxicas 108
Gabarito 110
Questões Comentadas – Particularidades léxicas 110
Questões Propostas – Estrutura e formação de palavras.
117
Funções de linguagem. Variação linguística.
Gabarito 120
Questões Comentadas – Estrutura e formação de palavras.
121
Funções de linguagem. Variação linguística.

Olá, concurseiro fiscal!


Preparado para a nossa Aula 09 de Língua Portuguesa – Curso
Regular? Precisamos focar em nossa preparação: fixar a teoria e
treinar o assunto com a resolução de exercícios.

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DICA DA VEZ – Logo antes da prova.


Os alunos sempre me perguntam o que devem fazer naqueles minutos
que antecedem a prova: se devem ficar quietos dentro da sala, ficar no
corredor ou, ainda, conversar com alguém.
Isso é o tipo da coisa que pode funcionar para mim, mas não para você.
De todo modo, vou contar como é que eu faço.
Eu gosto de chegar cedo ao local da prova, no momento em que os
portões se abrem. Sou muito ansiosa com horários e morro de medo de
um pneu furar ou coisa parecida. Também acho horrível ter que correr e
chegar à sala, toda esbaforida, para fazer a prova. É um desgaste
desnecessário, que só atrapalha.
Assim, chego cedo e com calma para não precisar me estressar. Vou
direto para a sala e ajeito minha bolsa, caneta, lanchinho (gosto de
levar barra de cereal e água), etc. Após esse “reconhecimento inicial”
da minha carteira, vou ao banheiro.
Ao voltar para a sala, sento na carteira, faço alguns exercícios de
respiração e rezo. Sou religiosa, por isso passo aquela “uma hora”
rezando. Peço a Deus para me dar tranquilidade e calma na hora em
que estiver fazendo a prova. Nervosismo só piora as coisas e pode
derrubar o candidato.
Até hoje tem dado certo para mim, faço a prova como se estivesse em
casa fazendo exercícios. Se você fica muito nervoso, tente buscar
tranquilidade nos minutos anteriores à prova. Cada um tem um jeito
para isso, então procure fazer o que te dê essa calma.

Vamos começar a nossa aula de hoje?

Nesta aula, veremos alguns tópicos relativos à Redação oficial e


adequação de linguagem e formato textual documental. Quero
ressaltar que, para além das regras e conhecimentos específicos do
assunto, a reunião de todos os conhecimentos vistos até aqui é
fundamental para o domínio completo do tema. Muitas provas de
concurso, ao avaliar o conhecimento do candidato em relação à
Redação Oficial, exigem o correto emprego das regras gramaticais em
sua totalidade. Dessa maneira, não hesite em revisar os principais
conceitos de ortografia, acentuação, sintaxe, emprego da crase e dos
pronomes, entre outros.
A segunda parte da aula será dedicada a determinadas
particularidades léxicas que são fundamentais, como o uso das
palavras “que”, “se” e “como”.
Você deve ter observado que o título desta aula contém mais tópicos
do que aquele apresentado no cronograma da Aula 00. Isso aconteceu
porque achei interessante incluir outros assuntos que caem em alguns
concursos, são eles: estrutura e formação de palavras; funções
da linguagem e variação linguística.

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Redação Oficial. Adequação de linguagem e formato textual


documental.

1. Sobre o Manual de Redação da Presidência da República

Antes de iniciar a parte teórica sobre o assunto, é importante


observar que a base para essa aula é o Manual de Redação da
Presidência da República, fonte oficial para referenciar os principais
conceitos e apontamentos sobre a temática. No Manual, o candidato
vai encontrar o que é preciso para responder às questões de
concursos relativas à Redação Oficial. Obviamente, é importante
observar se algum concurso trará, em seu Edital, referência a manual
de redação diverso (de algum órgão ou ente federativo específico).
O Manual de Redação da Presidência da República é extenso, de modo
que, aqui, vamos explanar e destacar os principais pontos. Mas não se
engane: ler o Manual é importante para ter um conhecimento
completo do assunto e deixá-lo mais seguro na hora da prova.
Esse, inclusive, pode ser o seu diferencial, pois sabemos que muitos
candidatos, diante de um conteúdo vasto, optam por ler versões
resumidas do tema.
Vale observar que o Manual de Redação da Presidência da
República é divido em duas partes: Parte 1 (As Comunicações
Oficiais) e Parte 2 (Os Atos Normativos). Em geral, apenas a
Parte 1 é cobrada nas provas de concurso e encontra-se dividida em
três capítulos: Capítulo 1 (Aspectos Gerais da Redação Oficial),
Capítulo 2 (As Comunicações Oficiais) e Capítulo 3 (Elementos de
Ortografia e Gramática). Assim, note que os capítulos 1 e 2 são
conteúdos propriamente de Redação Oficial e o terceiro capítulo é de
cunho gramatical, ou seja, os conteúdos ali explanados encontram-se
abrangidos pelo nosso Curso de Português. Ainda assim, você pode ler
o terceiro capítulo, como uma maneira de revisar e fixar os assuntos.
Sobre a Parte 2, é importante verificar se o Edital abrange o
conteúdo. É muito raro que isso ocorra, motivo pelo qual essa aula é
voltada para a Parte 1 do Manual. Para o concurso do ISS-Recife,
estudar a primeira parte é suficiente.
Mais uma vez, repito, separe um tempo do seu estudo para
debruçar-se sobre o Manual de Redação da Presidência da
República, que pode ser facilmente encontrado na internet, de
forma gratuita, no site do Planalto: www.planalto.gov.br.

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Atenção!
Durante esta aula, sempre que for mencionado “Manual de Redação”
ou “Manual”, saiba que faço referência ao Manual de Redação da
Presidência da República.

2. Conceitos introdutórios

O uso de correspondências oficiais por parte do Poder Público


é prática antiga e tem como objetivo principal a comunicação
clara e impessoal. Essas exigências fazem com o que texto
empregado na comunicação oficial seja único e distinto daqueles
utilizados em matérias jornalísticas, na literatura, nas
correspondências particulares.
Isso não significa que a linguagem empregada pelo Poder Público
deva ser hermética e rebuscada; assim, devem-se evitar jargões
burocráticos e usos retrógrados da língua. A redação oficial, ao
primar pela clareza, mantém-se atenta ao bom uso e evolução do
idioma.
De todo modo, não se pode ignorar que algumas práticas da
Administração Pública são herança de usos passados, o que acaba por
consagrar alguns clichês, em especial nas formas de tratamento das
autoridades.
Feita essa introdução, vamos ver o conceito de redação oficial
apresentado no Manual de Redação: “maneira pela qual o
Poder Público redige atos normativos e comunicações”. Perceba
que o processo de comunicação é uniforme, pois há sempre o
Serviço Público como emissor da mensagem e o próprio
Serviço Público ou os administrados como receptor.
Agora que você está começando a se familiarizar com o assunto,
vamos estudar de modo mais aprofundado as características da
redação oficial, ou seja, os elementos que conformam esse tipo de
comunicação e que são muito cobrados em provas de concurso.

3. Características da Redação Oficial

A Constituição Federal, em seu artigo 37, dispõe que: “A


administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência (...)”. É sabido que os princípios da
publicidade e da impessoalidade são fundamentais para a vida

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do Estado; são esses os valores axiológicos que norteiam a
redação oficial.
A transparência dos atos oficiais e a clareza na comunicação são
requisitos para o Estado Democrático de Direito, no sentido de
garantir aos cidadãos a compreensão desses atos, bem como evitar
ambiguidades. Para isso, exige-se o uso de uma linguagem
formal e obediente aos padrões da norma culta.
Dessa forma, os atos e comunicações governamentais são
caracterizados pela impessoalidade, uso do padrão culto de
linguagem, clareza, concisão, formalidade, padronização e
uniformidade. Vamos ver, agora, cada um desses elementos.

3.1 Impessoalidade

Como já foi dito anteriormente, a redação oficial tem como emissor do


processo comunicacional o Poder Público (Ministério, Departamento,
Superintendência, etc.) e como receptor o próprio Serviço Público ou
o cidadão ou conjunto de cidadãos. Assim, a importância de um
tratamento impessoal para as comunicações oficiais decorre,
segundo o Manual de Redação Oficial da Presidência da República, de:

“a) ausência de impressões individuais de quem comunica:


embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe
de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é
feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padronização,
que permite que comunicações elaboradas em diferentes setores da
Administração guardem entre si certa uniformidade;
b) impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas
possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre concebido
como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos um
destinatário concebido de forma homogênea e impessoal;
c) caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo
temático das comunicações oficiais se restringe a questões que dizem
respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer tom
particular ou pessoal.”

Pode-se perceber que, de modo oposto ao que ocorre nas


correspondências particulares, a impressão pessoal e a subjetividade
de quem escreve não são bem-vindas aqui.
Por fim, é importante entender que a concisão, a objetividade, a
clareza e a formalidade dotarão o texto de impessoalidade.

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3.2 Uso do padrão culto de linguagem

A linguagem a ser empregada nas correspondências oficiais


deve ser compreendida integralmente por todos os
destinatários, seja o Poder Público ou o cidadão. Essa finalidade
pode ser alcançada ao evitar-se o uso de linguagem restrita a certos
grupos, ou seja, linguagem marcada por jargões técnicos, gírias e
regionalismos.
Assim, pode-se concluir que a linguagem formal precisa ser
empregada pelo seu caráter universal. Esse nível de linguagem é
consequência do caráter público dos atos oficiais, bem como da
sua finalidade.

Observação:
Na redação oficial, existem os atos de caráter normativo, que são
aqueles que estabelecem padrões de conduta e regras para os
indivíduos ou que regulam o funcionamento do serviço público e seus
órgãos. Também existem aqueles atos de expediente. Ambos devem
valer-se de uma linguagem adequada, rica em clareza e objetividade.

 Língua Falada x Língua escrita

A língua falada é mais espontânea e dinâmica e pode


comportar as alterações da linguagem e dos costumes de
modo mais imediato. A oralidade conta com outros elementos que a
enriquecem, como entonação, gestos, fisionomias, entre outros. Por
outro lado, a linguagem escrita pode ser considerada um estágio
ulterior da língua: é marcada pela permanência e por
transformações mais lentas. A escrita, desse modo, é
caracterizada por maior rigidez e, sem todos os elementos da
linguagem oral, precisa comunicar valendo-se apenas de si própria.
Veja o que diz o Manual de Redação da Presidência da República
sobre o tema:
“A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de
acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um
amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que
incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um
parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário
técnico correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem
que atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a
empregamos”.

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 Padrão culto da língua

O padrão culto da língua deve respeitar a regra gramatical


formal e empregar um vocabulário que seja comum aos que
usam o idioma.

Atenção!
O uso de uma linguagem rebuscada, hermética, repleta de figuras de
linguagem comuns à literatura ou de “contorcionismos” sintáticos não
é sinônimo de padrão culto. A linguagem simples e direta é sempre
desejada; deve-se evitar, somente, a pobreza linguística.
Apesar de certas expressões e usos sintáticos encontrarem-se
consagrados na práxis administrativa, não é correto dizer que há
um “padrão oficial de linguagem” marcado pela “linguagem
burocrática”, mas sim o uso do padrão culto na redação oficial.
Assim, o uso do “jargão burocrático”, bem como de todo e qualquer
jargão, deve ser evitado, pois restringe a compreensão ao grupo
específico que os domina.
Obviamente que certas situações exigirão o uso de uma linguagem
técnica, que deve ser feito sem exagero, em especial quando o
Serviço Público estabelecer uma comunicação com setor/órgão
distinto ou com o cidadão. Caso contrário, esses destinatários
encontrarão dificuldade em apreender o vocabulário específico.
Fica claro, então, que o padrão culto da língua é a maneira de
obter-se a compreensão de todos indistintamente e distanciar-
se de modismos vocabulares, idiossincrasias linguísticas e diferenças
lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais.

3.3 Clareza

Todo e qualquer texto oficial deve ter como característica fundamental


a clareza. Segundo o próprio Manual de Redação Oficial, “a clareza
não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente
das demais características da redação oficial. Para ela
concorrem:
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que
poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
entendimento geral e, por definição, avesso a vocábulos de circulação
restrita, como a gíria e o jargão;

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c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a
imprescindível uniformidade dos textos;
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos
que nada lhe acrescentam.”

Pelo exposto acima, fica evidente que um bom texto deve unir os
elementos supracitados e ser revisado para evitar equívocos
gramaticais. Aquele que redige a comunicação oficial deve colocar-
se no contexto do destinatário e avaliar se o seu texto reúne
condições de ser bem decodificado e compreendido. O texto oficial
deve ser inteligível; assim, os conceitos técnicos e específicos devem
ser explicados, siglas e abreviações devem ser identificadas, tudo isso
para permitir a total apreensão da mensagem pelo seu receptor. Mais
uma vez, deve-se observar o papel de uma boa revisão, realizada
sem pressa, com extrema atenção e cuidado.

3.4 Concisão

Exigir de um texto que ele seja conciso é impedir que o


rebuscamento e a prolixidade dominem a sua estrutura. Desse
modo, a redação oficial determina que as informações sejam
passadas da maneira mais clara, direta e objetiva possível.
Obviamente, nenhuma parte substancial do texto deve ser suprimida;
o texto conciso não necessariamente é curto em extensão, mas
deve esgotar todo o assunto da maneira mais sintética e
enxuta. Assim, os trechos repetitivos, redundantes, retóricos ou
supérfluos devem ser eliminados.
É importante reler e revisar as correspondências oficiais para eliminar
tudo que é acessório ou desnecessário. Pense que existem, em uma
composição textual, ideias principais e secundárias; por vezes, as
ideias secundárias são fundamentais para conformar e dar sentido às
ideias nucleares; em outras situações, contudo, essas ideias
secundárias nada acrescentam e, por essa razão, devem ser
suprimidas.

Atenção!
- evite o emprego de preciosismos (palavras arcaicas, raras e em
desuso) e neologismos.
- evite o uso de expressões como “venho por meio desta”, “tenho a
honra de”, “cumpre-me comunicar que”.

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3.5 Formalidade

Não há exceções, a correspondência oficial sempre será formal e


obedecerá a algumas regras de forma. Essa formalidade não só
será manifestada por meio do uso correto dos pronomes de
tratamento, mas também pela aplicação de certa etiqueta ou
protocolo na abordagem do assunto em questão. A polidez e a
civilidade devem ser respeitadas.
Note que as regras de forma só serão devidamente empregadas com
a correta harmonia dos outros elementos da redação oficial, como a
impessoalidade, padrão culto da língua, padronização e uniformidade.

3.6 Padronização e Uniformidade

A formalidade vista acima liga-se sobremaneira à necessidade de


padronização das comunicações oficiais, aqui entendidas como
uma das principais metas do Manual de Redação. Essa
uniformidade é alcançada por meio do atendimento a regras
específicas de cada tipo de expediente (assunto abordado em
tópico futuro desta aula) e pela correta diagramação do texto, clareza
datilográfica e uso de papéis uniformes para o texto definitivo.

Vamos agora ver como o assunto é avaliado nos concursos?

Questão - (CESPE) Técnico Judiciário – TJ–SE/2014


Com relação às características gerais da redação oficial, julgue
o item que se segue.
A redação oficial consiste na comunicação tanto do poder
público quanto do particular, com o objetivo de
transmitir mensagem de interesse público relevante.

Comentários
Esta questão do CESPE exige o conhecimento literal do texto do
Manual de Redação da Presidência da República, que conceitua
a redação oficial como “a maneira pela qual o Poder Público
redige atos normativos e comunicações”. Desse modo, o item,
ao conceituar a redação oficial como a comunicação também do
particular, torna-se incorreto. Apenas o Poder Público vale-se
da comunicação oficial para transmitir as suas mensagens; o
particular é mero destinatário, que não figurará no polo emissor
da mensagem. É a Administração Pública quem expede o
documento oficial, o qual pode ter como destinatário tanto o
Poder Público quanto o particular.
Gabarito: ERRADO

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4. Pronomes de Tratamento

O conhecimento acerca dos Pronomes de Tratamento é valioso


para o completo domínio dos assuntos de redação oficial. O assunto já
foi visto na Aula de Pronomes, mas hoje vamos fazer uma abordagem
voltada para o assunto da nossa aula.
Antes, veja o resgate histórico do tema, trazido pelo Manual de
Redação da Presidência da República:

“O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga


tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após serem
incorporados ao português os pronomes latinos tu e vos, ‘como tratamento
direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra’, passou-se a
empregar, como expediente lingüístico de distinção e de respeito, a segunda
pessoa do plural no tratamento de pessoas de hierarquia superior.
Prossegue o autor:
‘Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a
palavra a um atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria
superior, e não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei
com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se o
tratamento ducal de vossa excelência e adotaram-se na hierarquia
eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência, vossa
santidade.’
A partir do final do século XVI, esse modo de tratamento indireto já estava
em voga também para os ocupantes de certos cargos públicos. Vossa mercê
evoluiu para vosmecê, e depois para o coloquial você. E o pronome vós, com
o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de
pronomes de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às
autoridades civis, militares e eclesiásticas.”

4.1 Concordância dos pronomes de tratamento

Os pronomes de tratamento referem-se à 2ª pessoa do


discurso, ou seja, são utilizados quando se estiver falando com a
pessoa reverenciada. Apesar disso, exigem a concordância do
verbo e dos demais elementos complementares na 3ª pessoa. (Singular ou plural)

Exemplos:
Vossa Excelência poderia, por obséquio, disponibilizar o seu recurso?
Vossas Majestades fizeram excelentes discursos, parabéns!

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Emprega-se “SUA”, no lugar de “VOSSA”, quando se fizer
referência à pessoa, ou seja, ao se falar da pessoa, e não com a
pessoa.

Exemplo:
Avise-me quando Sua Excelência chegar.

Observação:
Os termos acima, se desprovidos dos elementos “VOSSA” ou “SUA”,
deixam de ser considerados pronomes de tratamento.

Atenção!
Os adjetivos que se referem aos pronomes de tratamento realizarão
sua concordância com base no gênero da pessoa a quem se refere.

Exemplos:
Vossa Excelência está ocupado? (se homem)
Vossa Excelência está ocupada? (se mulher)

4.2 Emprego dos pronomes de tratamento

Os pronomes de tratamento são aqueles pronomes pessoais


usados em reverência a autoridades ou em contextos
comunicativos cuja formalidade os exige.
Abaixo, temos um quadro-resumo com os principais pronomes de
tratamento, bem como seus respectivos usos.

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Pronome de tratamento Abreviatura Emprego


você, vocês v. tratamento informal
senhor, senhora Sr. Sra. tratamento respeitoso
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques e
arquiduques
Vossa Eminência ou Vossa V. Ema. ou cardeais
a ma
Eminência Reverendíssima V. Em . Rev .
Vossa Excelência* V. Exa. altas autoridades
(presidentes, juízes,
deputados, senadores,
governadores etc.)
Vossa Magnificência V. Maga. reitores de
universidades
Vossa Majestade V.M. reis e rainhas,
imperadores
Vossa Excelência V. Exa. Revma. bispos e arcebispos
Reverendíssima
Vossa Reverendíssima ou V. Revma. monsenhores, cônegos
Vossa Senhora e superiores religiosos
Reverendíssima
Vossa Reverência V.Reva. sacerdotes em geral,
clérigos e demais
religiosos
Vossa Santidade V.S. papa
Vossa Senhoria** V.Sa. pessoas que exercem
cargos importantes

Observação:
Os pronomes de tratamento para religiosos, vistos acima, são
empregados de acordo com a hierarquia eclesiástica.

*O pronome de tratamento Vossa Excelência tem o seu uso


consagrado para o trato com autoridades dos três poderes.
Veja:
- autoridades do Poder Executivo: Presidente da República; Vice-
Presidente da República; Ministros de Estado; Secretários-Executivos
de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial;
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Oficiais-Generais das
Forças Armadas; Prefeitos Municipais; Embaixadores.

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- autoridades do Poder Legislativo: Deputados Estaduais,
Distritais e Federais; Senadores; Ministros do Tribunal de Contas da
União; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes
das Câmaras Legislativas Municipais.
- autoridades do Poder Judiciário: Juízes; Auditores da Justiça
Militar; Membros de Tribunais; Ministros dos Tribunais Superiores.

**O pronome de tratamento Vossa Senhoria é empregado para as


demais autoridades e particulares.

ENDEREÇAMENTO:
Veja como deve ficar o envelope de correspondências oficiais, a
depender da autoridade destinatária:

- Correspondências endereçadas a autoridades superiores tratadas


por Vossa Excelência (chefes de poder e outras autoridades):

Ao Excelentíssimo Senhor (se Chefe de Poder)


(os presidentes de cada um dos 03 poderes)
Nome
Cargo
Endereço

A Sua Excelência o Senhor (demais autoridades)


Nome
Cargo
Endereço

- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa


Senhoria (demais autoridades e particulares):

Ao Senhor
Nome
Cargo
Endereço

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- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa
Alteza (príncipes, duques e arqueduques):

A Sua Alteza Real


Nome
Cargo
Endereço

- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa


Majestade (reis e imperadores):

A Sua Majestade
Nome
Endereço

- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa


Santidade (papa):

Ao Santíssimo Padre ou A Sua Santidade o Papa


Nome
Endereço

- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa


Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima (cardeais):

Ao Senhor Cardeal ou A Sua Eminência Reverendíssima


Nome
Cargo
Endereço

- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa


Excelência Reverendíssima (arcebispos e bispos):

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Ao Senhor Bispo/Arcebispo ou A Sua Excelência
Reverendíssima
Nome
Cargo
Endereço

- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa


Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima
(monsenhores, cônegos e superiores religiosos):

Ao Senhor Monsenhor/Cônego
Nome
Cargo
Endereço

- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa


Reverência (sacerdotes, clérigos e demais religiosos):

Ao Senhor Sacerdote ou Ao Reverendíssimo


Sacerdote/Padre/Pastor
Nome
Cargo
Endereço

- Correspondências endereçadas a autoridades tratadas por Vossa


Magnificência (reitores de universidades):

Ao Magnífico Reitor ou Excelentíssimo Senhor Reitor


Nome
Endereço

Atenção!
Não se utiliza mais o tratamento digníssimo em comunicações
oficiais para se referir a autoridades. A dignidade é um
pressuposto para o exercício de qualquer cargo público, tornando
desnecessária sua evocação.

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Também não se utiliza mais o tratamento ilustríssimo para
autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria ou
particulares. O emprego do pronome de tratamento Senhor é
suficiente.
Não use Doutor como pronome de tratamento, uma vez que se
trata de título acadêmico. Restrinja seu uso a correspondências
oficiais dirigidas àqueles que possuem o título por ter concluído curso
universitário de doutorado. Nos demais casos, prefira o uso do
pronome Senhor, suficiente para conferir formalidade às
correspondências.

4.3 Vocativos correspondentes

- Ao endereçar correspondências aos Chefes de Poder, deve-se


empregar o vocativo Excelentíssimo Senhor, seguido do
respectivo cargo.

Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República.
Unicos 03 casos q
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional. se usa o vocativo
"excelentissimo
senhor"
Excelentíssimo Senhor Presidente do Superior Tribunal Federal.

- Para as demais autoridades, deve-se utilizar o vocativo


Senhor, seguido do respectivo cargo ou nome (em caso de
particulares).

Exemplos:
Senhor Senador.
Senhor Embaixador.
Senhor Prefeito.

- No caso de reitores de universidades em que o pronome de


tratamento Vossa Magnificência é empregado, utilize o
vocativo Magnífico Reitor.
- No caso de duques, príncipes e arquiduques tratados por
Vossa Alteza, utilize o vocativo Sereníssimo
Duque/Arquiduque/Príncipe.
- No caso de reis e imperadores tratados por Vossa Majestade,
utilize o vocativo Majestade.

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- No caso das comunicações destinadas às autoridades
religiosas, veja os vocativos empregados:
- Vossa Santidade (papa). Vocativo: Santíssimo Padre
- Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima
(cardeais). Vocativo: Eminentíssimo Senhor Cardeal ou
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal.
- Vossa Excelência Reverendíssima (bispos e arcebispos).
Vocativo: Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor
Bispo/Arcebispo.
- Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima
(monsenhores, cônegos e superiores religiosos). Vocativo:
Reverendíssimo Monsenhor/Cônego ou Reverendíssimo
Senhor Cônego.
- Vossa Reverência (sacerdotes, clérigos e demais
religiosos). Vocativo: Reverendíssimo Senhor Sacerdote.

Vamos ver uma questão sobre o assunto?

Questão - (FGV) Técnico Judiciário – TRE–PA/2011


De acordo com o que rege o Manual de Redação da
Presidência da República, em um envelope dirigido ao
fictício juiz eleitoral Caio Mévio, o tratamento deve ser:

a) A Vossa Excelência o Senhor


Caio Mévio
b) A Sua Excelência o Senhor
Caio Mévio
c) A Sua Excelência o Juiz
Caio Mévio
d) A Vossa Excelência o Juiz
Caio Mévio
e) A Vossa Excelência o Sr. Juiz
Caio Mévio

Comentários
Esta questão testa seus conhecimentos acerca dos
pronomes de tratamento. Inicialmente, vamos relembrar o
que foi visto sobre a concordância desses pronomes.
Os pronomes de tratamento referem-se à 2ª pessoa do
discurso. Dessa maneira, utilizamos o “Vossa” quando
nos dirigimos à pessoa e o “Sua” quando nos referimos à
pessoa.
Dito isso, podemos descartar as alternativas “a”, “d” e “e” (que
trazem o pronome “Vossa”), uma vez que o endereçamento
dirige-se a pessoa diversa do destinatário. Em outras palavras,

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no endereçamento, não estamos tratando diretamente com a
autoridade, e sim nos referindo a ela; por isso a necessidade do
emprego do “Sua”.
Quando tratamos do assunto “Emprego dos pronomes de
tratamento”, foi possível observar que, em relação aos juízes
(membros do Poder Judiciário), o pronome de tratamento
correto é “Vossa Excelência”. Agora, para o correto
endereçamento, segundo o Manual de Redação da Presidência
da República, o envelope de autoridades tratadas por “Vossa
Excelência”, com exceção dos Chefes de Poder (que recebem
tratamento à parte), deve ser assim redigido:

A Sua Excelência o Senhor


Nome
Cargo
Endereço

É a estrutura que consta na alternativa B.


GABARITO: B

4.4 Fecho para comunicações

As comunicações oficiais valem-se do fecho para arrematar o texto


ao final, bem como para saudar o destinatário. O Manual de
Redação da Presidência da República simplificou o assunto, valendo-
se de apenas dois fechos.

Respeitosamente: utilizado no fecho de comunicações endereçadas


às autoridades superiores, inclusive o Presidente da República.

Atenciosamente: utilizado no fecho de comunicações endereçadas


às autoridades de mesma hierarquia do emissor ou de hierarquia
inferior.

Observação 1:
É incorreto abreviar de qualquer maneira os fechos acima (ex: Att.),
que devem sempre ser escritos por extenso.

Observação 2:
As comunicações oficiais dirigidas a autoridades estrangeiras não
seguem as regras vistas acima, uma vez que possuem seus próprios

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ritos, estabelecidos no Manual de Redação do Ministério das Relações
Exteriores.

Atenção!
Não se utiliza Cordialmente ou Graciosamente para realizar o fecho de
correspondência oficial.

4.5 Identificação dos signatários

Com exceção das correspondências assinadas pelo Presidente


da República, todas as demais comunicações oficiais devem
trazer o nome e o cargo da autoridade superior que as
expediu, logo abaixo do local de assinatura, por meio da seguinte
estrutura:

(espaço para assinatura)


Nome
Cargo

Exemplo:
(espaço para assinatura)
Fulano de Tal
Chefe da Casa Civil

Atenção!
Recomenda-se que as assinaturas nas comunicações oficiais não
fiquem em uma página separada do texto, de modo isolado. Assim,
para evitar equívocos, sugere-se que a última frase da página anterior
seja transferida para a página da assinatura.

5. Tipos de Documentos

O Manual de Redação Oficial da Presidência da República apresenta os


seguintes tipos de documentos: aviso, ofício, memorando,
exposição de motivos, mensagem, telegrama, fax e correio
eletrônico.
Vamos ver cada um detalhadamente?

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5.1 Padrão Ofício

O Padrão Ofício surgiu para ditar regras de diagramação e


padronização de certos documentos que são muito
assemelhados na forma, mas diferem nas suas finalidades: o
ofício, o aviso e o memorando. Cada um será tratado em momento
específico, mas é importante destacar quais os pontos comuns entre
eles, ou seja, o que deve conter o Padrão Ofício.

5.1.1 Partes do Padrão Ofício

Vamos analisar as partes que os documentos que seguem o Padrão


Ofício (ofício, aviso e memorando), segundo o Manual de Redação,
devem conter:

- tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o


expede.
Exemplos:
Mem. 97/2014-CD Aviso 97/2014-MPU Ofício 97/2014-AGU

- local e data em que foi assinado, por extenso, com


alinhamento à direita.
Exemplo:
Belém, 12 de agosto de 2014.

- destinatário (nome e cargo da pessoa a quem é dirigida a


comunicação). No ofício é importante incluir o endereço, por
tratar-se de documentação externa, como será visto posteriormente.

Exemplo:
Fulano de Tal
Diretor de Relações Públicas
Endereço (no caso de ofício)

- assunto (resumo do teor do documento): como parte do


cabeçalho.

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Exemplos:
Assunto: Relatório de Prestação de Contas 2014.1
Assunto: Ratificação de certidão

- texto: nas situações que extrapolem o mero encaminhamento


de documentos, o texto do expediente deve obedecer a
seguinte estrutura:

Introdução – contém o parágrafo de abertura, que vai expor a


razão da comunicação. Expressões como “Venho por meio
deste”, “Tenho o prazer de“, entre outras, devem ser evitadas
para dar lugar à forma direta e objetiva.
Desenvolvimento – o assunto introduzido é pormenorizado.
Para dotar o texto de maior clareza, distribua ideais distintas em
parágrafos separados.
Conclusão – a posição sobre o assunto é reafirmada ou
reapresentada.

Observação 1:
Todos os parágrafos do texto devem ser numerados, com exceção dos
casos em que estejam organizados em títulos e subtítulos ou itens.

Para as situações que configurarem mero encaminhamento de


documentos, o texto deve ter outra estrutura. Veja:

Introdução: deve trazer logo a referência do expediente que


solicitou o encaminhamento dos documentos em questão. Caso
o encaminhamento não tenha sido solicitado, a introdução deve
informar o motivo da comunição, que será ENCAMINHAR,
detalhando os dados completos do documento encaminhado:
tipo, data, origem ou signatário, assunto tratado e razão do
encaminhamento.

Exemplo 1:
Em resposta ao Ofício nº 123, de 12 de agosto de 2014, encaminho,
anexa, cópia do parecer técnico emitido pelo Departamento de
Obras, que trata da construção da rodovia.

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Exemplo 2:
Encaminho, para exame, o laudo técnico emitido por este
Departamento, a respeito do projeto de modernização das rodovias.

Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer


algum comentário a respeito do documento que encaminha,
poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; caso
contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou
ofício de mero encaminhamento.

- fecho (assunto tratado no item 3.4 desta aula)


- assinatura do autor da comunicação
- identificação do signatário (assunto tratado no item 3.5 desta
aula)

5.1.2 Forma de diagramação

A forma de apresentação exposta neste item deve ser seguida


pelos documentos do Padrão Ofício (ofício, aviso e
memorando) e, também, pelos tipos “Exposição de Motivos” e
“Mensagem”. Vamos ver?

- a fonte utilizada deve ser a Times New Roman de corpo


(tamanho) 12 no texto em geral, 11 nas citações e 10 nas notas de
rodapé.
- as fontes Symbol e Wingdings podem ser utilizadas para
símbolos não existentes na fonte Times New Roman.
- o número da página é obrigatório a partir da segunda página.
- ofícios e memorandos, bem como seus anexos, podem ser
impressos em ambas as faces do papel. Nessas situações, as margens
esquerda e direita devem apresentar as distâncias invertidas nas
páginas pares (margem espelho).
- o começo de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância
da margem esquerda.
- o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5cm.
- o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo,
3,0 cm.
- entre as linhas deve ser utilizado espaçamento simples.

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- após cada parágrafo, deve ser utilizado o espaçamento de 6
pontos, ou, se o editor de texto não tiver essa funcionalidade, o
espaçamento após o parágrafo deve ser de uma linha em branco.
- não devem ser usados em excesso certos recursos como
negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra,
relevo, bordas ou outros recursos de formatação que afetem a
sobriedade e elegância do documento.
- o documento deve ser impresso em tinta de cor preta e em
papel branco. Apenas gráficos e ilustrações justificam a
impressão colorida.
- o papel utilizado para a impressão de documentos do tipo Padrão
Ofício deve ser de tamanho A-4 (29,7 x 21,0 cm). Atenção: não
existe tamanho ofício, o tamanho do papel denominado “ofício” é A-4.
- nos documentos de texto, o formato de arquivo utilizado deve ser,
preferencialmente, o Rich Text.
- sempre que possível, os documentos elaborados devem ter o
arquivo de texto preservado (salvo) para consultas futuras ou
aproveitamento de trechos para casos semelhantes.
- no intuito de facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem
seguir a seguinte estrutura: tipo do documento + número do
documento + palavras-chaves do conteúdo.

Exemplo:
Mem. 324 – balanço do ano 2013

5.2 Ofício e Aviso

O ofício e o aviso são tipos de documento bastante semelhantes,


utilizados para comunicações externas. O que os difere é o fato
de o aviso ser expedido apenas por Ministros de Estado para
autoridades de mesma hierarquia. O ofício, por sua vez, é
expedido para e por outras autoridades.
A finalidade do ofício e do aviso é a mesma: tratar assuntos
oficiais entre os órgãos da Administração Pública e entre a
Administração Pública e os particulares (no caso do ofício).

FORMA E ESTRUTURA

A forma do ofício e do aviso segue as diretrizes estabelecidas para o


Padrão Ofício, que foram elencadas acima. O único acréscimo é o

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uso do vocativo (sempre seguido de vírgula), que serve para
invocar o destinatário.

Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Vice-Presidente da República
Senhora Chefe da Casa Civil

No cabeçalho ou no rodapé do ofício e do aviso, devem constar


as seguintes informações acerca do remetente:
- nome do órgão ou setor;
- endereço postal;
- telefone e endereço de correio eletrônico.

Veja, abaixo, modelos de ambos os tipos documentais, segundo o


Manual de Redação da Presidência da República.

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Exemplo de Ofício

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Exemplo de Ofício (continuação)

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Exemplo de Aviso

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5.3 Memorando

O memorando é uma forma de comunicação interna, utilizada


entre unidades administrativas de um mesmo órgão, não
importa se de mesma hierarquia ou de hierarquia diferentes.
Seu principal atributo é a agilidade. Desse modo, a tramitação de
um memorando, dentro de um órgão, deve ser rápida e livre de
entraves burocráticos (sem detrimento da clareza e da norma culta).
Essa eficiência pode ser conquistada por meio de despachos (em
resposta ao memorando) fornecidos dentro do próprio documento e,
em caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse método
garante um processo enxuto e simplificado, pautado por maior
transparência nas decisões, além de constituir um histórico do
andamento da matéria relativa ao memorando.

Observação:
Por ser de caráter meramente administrativo, o memorando deve ser
adotado por determinado setor do órgão público para fins de
exposição de projetos, ideias e diretrizes, etc.

FORMA E ESTRUTURA

A forma do memorando segue a mesma lógica apresentada no


Padrão Ofício, com a observação de que o destinatário deve ser
mencionado pelo cargo que ocupa.

Exemplos:
À Senhora Chefe do Departamento de Obras
Ao Senhor Diretor de Relações Públicas

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Exemplo de Memorando

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5.4 Exposição de Motivos

A exposição de motivos é documento dirigido exclusivamente ao


Presidente ou Vice-Presidente da República, em regra por um
Ministro de Estado, com o intuito de:
- submeter a sua consideração projeto de ato normativo;
- propor alguma medida; ou
- informá-lo de determinado assunto.

Chama-se de Exposição de Motivos Interministerial aquela que


envolve um assunto de mais de um ministério e, por essa razão, é
assinada por todos os ministros envolvidos.

FORMA E ESTRUTURA

Formalmente, a apresentação da Exposição de Motivos segue a do


Padrão Ofício. De acordo com a sua finalidade, a Exposição de
Motivos poderá apresentar duas formas básicas estruturais:

1) uma para aquela que tenha caráter meramente informativo,


ou seja, busca-se apenas levar algum assunto ao conhecimento do
Presidente da República. A estrutura é a mesma do Padrão Ofício
anteriormente mencionada.

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Exposição de motivo de caráter informativo

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2) outra para aquela que proponha alguma medida a ser
providenciada ou submeta algum projeto normativo. Nesse
caso, a estrutura deve ser assim:
Introdução: o problema que está a reclamar a adoção da
medida ou ato normativo proposto.
Desenvolvimento: motivo pelo qual é aquela medida ou
aquele ato normativo o ideal para resolver a questão, assim
como possíveis soluções alternativas para equacionar o
problema.
Conclusão: de novo, qual a medida deve ser adotada ou qual
ato normativo deve ser editado para solucionar a questão.

Essa Exposição de Motivos deve contar com um formulário


em anexo preenchido e ambos devem-se complementar em
um todo coeso. Observe o modelo apresentado no Manual de
Redação da Presidência da República:

Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do


Ministério ou órgão equivalente) nº , de DIA de MÊS de
ANO.

1. Síntese do problema ou da situação que reclama providências;

2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na medida


proposta;

3. Alternativas existentes às medidas propostas;

Mencionar:
- se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
- se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
- outras possibilidades de resolução do problema.

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4. Custos;

Mencionar:
- se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orçamentária
anual; se não, quais as alternativas para custeá-la;
- se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário, especial ou
suplementar;
- valor a ser despendido em moeda corrente.

5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente se o ato


proposto for medida provisória ou projeto de lei que deva tramitar em
regime de urgência);

Mencionar:
- se o problema configura calamidade pública;
- por que é indispensável a vigência imediata;
- se trata de problema cuja causa ou agravamento não tenham sido
previstos;
- se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já prevista.

6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medida proposta


possa vir a tê-lo);

7. Alterações propostas;

Texto atual Texto proposto

8. Síntese do parecer do órgão jurídico.

Observação:
Ainda sobre esse tipo de Exposição de Motivos, observe o que aborda
o Manual de Redação da Presidência da República:

“A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acarretar, a critério


da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, a devolução do projeto
de ato normativo para que se complete o exame ou se reformule a proposta.

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O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de motivos que
proponham a adoção de alguma medida ou a edição de ato normativo tem
como finalidade:
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;
b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do problema e
dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição do ato, em
consonância com as questões que devem ser analisadas na elaboração
de proposições normativas no âmbito do Poder Executivo;
c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.
Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas na
elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo, o texto da
exposição de motivos e seu anexo complementam-se e formam um todo
coeso: no anexo, encontramos uma avaliação profunda e direta de toda a
situação que está a reclamar a adoção de certa providência ou a edição de
um ato normativo; o problema a ser enfrentado e suas causas; a solução
que se propõe, seus efeitos e seus custos; e as alternativas existentes. O
texto da exposição de motivos fica, assim, reservado à demonstração da
necessidade da providência proposta: por que deve ser adotada e como
resolverá o problema.
Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal (nomeação,
promoção, ascensão, transferência, readaptação, reversão, aproveitamento,
reintegração, recondução, remoção, exoneração, demissão, dispensa,
disponibilidade, aposentadoria), não é necessário o encaminhamento do
formulário de anexo à exposição de motivos.
Ressalte-se que:
– a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico não dispensa o
encaminhamento do parecer completo;
– o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos pode ser
alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos comentários a
serem ali incluídos.
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a atenção aos
requisitos básicos da redação oficial (clareza, concisão, impessoalidade,
formalidade, padronização e uso do padrão culto de linguagem) deve ser
redobrada. A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação
dirigida ao Presidente da República pelos Ministros. Além disso, pode, em
certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder
Judiciário ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou em
parte.”

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5.5 Mensagem

Não confunda a mensagem com o correio eletrônico/e-mail. A


mensagem é o meio de comunicação oficial entre os Chefes dos
Poderes Públicos (Executivo, Legislativo e Judiciário).
Neste ponto, devem ser destacadas as mensagem enviadas pelo
Chefe do Poder Executivo ao Chefe do Poder Legislativo com o intuito
de:

- informar sobre um fato da Administração Pública;


- expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão
legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem
da deliberação de suas Casas (Câmara dos Deputados e Senado
Federal);
- apresentar veto;
- fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de interesse
dos poderes públicos e da Nação.

Observação:
Minuta de mensagem poderá ser encaminhada pelos Ministérios à
Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação final.

FORMA E ESTRUTURA

As mensagens devem conter:

- indicação do tipo de expediente e de seu número,


horizontalmente, no início da margem esquerda:
Mensagem nº

- vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do


destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda;

Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,

- o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;

- o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e


horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita.

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Atenção!
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da
República, não traz identificação de seu signatário.

Exemplo de mensagem

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5.6 Telegrama

Com o intuito de uniformizar a terminologia e simplificar os


procedimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama
toda comunicação oficial expedida por meio de telegrafia,
telex, entre outros.
(não é mais usado)
Contudo, além de ser um recurso tecnológico superado, a emissão de
telegramas é onerosa aos cofres públicos (por isso a necessidade de
concisão do texto), de modo que seu uso deve ser restrito às
situações que a urgência justifique a sua utilização, bem como
quando não for possível o uso do fax ou do correio eletrônico.

FORMA E ESTRUTURA

Não há padrão rígido e definido para o telegrama; a sua estrutura


segue a forma dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e
em seu site na Internet.

5.7 Fax

O fax (forma abreviada de fac-simile) é uma forma de comunicação


que está cada vez mais em desuso em virtude do desenvolvimento e
das vantagens da Internet. Seu uso justifica-se para a
transmissão de assuntos urgentes quando o envio antecipado
do documento faz-se necessário e não há condições de envio
do documento por meio eletrônico.
Se, em momento posterior, for necessário o envio do documento
original, este segue pela via e na maneira de praxe. Se necessário o
arquivamento do documento recebido por fax, deve-se fazê-lo com
cópia (xerox) do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos
modelos, deteriora-se rapidamente.

FORMA E ESTRUTURA

Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que


lhes são inerentes. Contudo, é conveniente o envio de uma folha
de rosto (pequeno formulário com os dados de identificação da
mensagem a ser enviada) junto ao documento principal.
Observe:

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5.8 Correio Eletrônico

O correio eletrônico (e-mail) é conhecido por seu custo reduzido e


celeridade. Ele se transformou, na contemporaneidade, na principal
forma de comunicação para transmissão de documentos.

FORMA E ESTRUTURA

O correio eletrônico não tem uma forma rígida para a sua


estrutura, pois um atributo valioso dos e-mails é a sua
flexibilidade.

Atenção!
A informalidade permanece afastada, uma vez que o uso da
linguagem deve ser compatível com as exigências da comunicação
oficial.

O campo assunto do formulário de correio eletrônico deve ser


preenchido de modo a facilitar a organização documental, tanto do
destinatário quanto do remetente. Para os arquivos anexados à
mensagem, deve ser utilizado, preferencialmente, o formato Rich
Text. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer
informações mínimas sobre seu conteúdo. Sempre que disponível,
deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja

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disponível, deve constar pedido de confirmação de recebimento na
mensagem.

VALOR DOCUMENTAL

Com base na legislação em vigor, para que a mensagem de correio


eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa ser aceita
como documento original, é necessário existir certificação digital
que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em
lei.
Vamos treinar o que foi visto? Observe esta questão:

Questão - (ESAF) Assistente Técnico Administrativo –


MF/2012

Desconsiderando as medidas exatas a serem obedecidas,


assinale o trecho inicial de um ofício que respeita as
normas de redação de comunicados oficiais:

a)

b)

c)

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d)

e)

Comentários
Esta questão testa seus conhecimentos acerca das exigências
da redação oficial para o tipo de documento “ofício”.
Assim, vamos analisar cada alternativa acima, a fim de
encontrar aquela em que as normas da comunicação oficial
tenham sido respeitadas.
Alternativa A – embora o título e o número do expediente,
seguidos da sigla do órgão, estejam apresentados de maneira
correta, o local e a data não foram alinhados à direita como
recomenda o Padrão Ofício. Ademais, o uso do “ilustríssimo” já
foi abolido das comunicações oficiais, como foi visto. Alternativa
incorreta.
Alternativa B – alternativa correta. Perceba que os três
elementos foram empregados conforme as regras do Manual de
Redação:
- o título (ofício) e o número do expediente (seguidos da sigla
do órgão).
- local e data alinhados à direita
- vocativo correto para a autoridade em questão (Senhor
Governador)
Alternativa C – há uma inversão da ordem correta: primeiro
aparece o local e a data, seguidos do título, número do
expediente e sigla do órgão. Essa disposição fere as regras
recomendadas para o Padrão Ofício. Ademais, o uso do
“digníssimo” já foi abolido das comunicações oficiais, como já
visto. Alternativa incorreta.
Alternativa D – de modo incorreto, o título e o número do
expediente, seguidos da sigla do órgão, bem como o local e a
data, estão alinhados de maneira centralizada, o que desacata
as regras estabelecidas para o Padrão Ofício. Ademais,
“Excelentíssimo Senhor” foi empregado de modo equivocado,

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pois o seu uso é admitido apenas para referir-se a Chefes de
Poder. Alternativa incorreta.
Alternativa E – há uma inversão da ordem correta: primeiro
aparece o local e a data, seguidos do título, número do
expediente e sigla do órgão. Além disso, o local e a data não
estão alinhados à direita, como se recomenda. Por fim, o uso
do “mui digníssimo” não é aceito nas comunicações oficiais.
Alternativa incorreta.
GABARITO: B
FINAL DIA - 21/06/2016

Particularidades léxicas e gramaticais

1. Uso da palavra “que”

A palavra “que” admite vários empregos, dessa forma veremos cada


um deles separadamente.

Substantivo
O substantivo “quê” tem o valor de “qualquer coisa” ou “alguma
coisa”. Grafa-se sempre com acento circunflexo na letra “e”.
Exemplo: Tem acento

Maria Rosa tem um encantador quê de mistério.

Advérbio de intensidade
O advérbio “que” intensifica adjetivos e advérbios; perceba que ele
funciona sintaticamente como adjunto adverbial de intensidade.
Possui valor semelhante ao das palavras “quão” e “quanto”.
Exemplo:
Que longe está minha viagem de férias!

Interjeição
A interjeição “quê” indica um sentimento, um estado interior, uma
emoção. Observe que tem valor equivalente a uma frase e não possui
função sintática. Grafa-se sempre com acento circunflexo na letra “e”.
Note que também usamos sempre o ponto de exclamação.
Exemplo:
Quê! Você já chegou?

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Preposição
A preposição “que” tem valor equivalente às preposições “de” ou
“para”. Muito usada para ligar uma locução verbal com os verbos “ter”
e “haver”.
Exemplos:
Tem que fazer o bolo de aniversário agora? (“que” = “de”)
Há pouco que fazer para terminar o jantar. (“que” = “para”)

Partícula expletiva ou de realce


A partícula expletiva “que” tem valor expressivo, enfático. Você se
lembra de que a retirada da partícula expressiva não traz qualquer
prejuízo à estrutura sintática da oração?
Exemplos:
Eu é que mereço ganhar na loteria.
Que bonita que Maria está hoje.

Pronome relativo
O pronome relativo “que” pode ser substituído por “qual” e variações.
Possui várias funções sintáticas e é sempre elemento coesivo
anafórico. Já vimos tudo isso com detalhes em outras aulas, sugiro
que você faça uma revisão caso tenha dúvidas.
Exemplo:
O homem que comprou a casa é italiano. (“que” = “o qual” – função
sintática = sujeito – o pronome “que” se refere anaforicamente ao
substantivo “homem”)

Pronome interrogativo
O pronome interrogativo “que” equivale a “que coisa”. Ocorre em
orações interrogativas.
Exemplos:
Que você fez naquele dia triste?

Pronome indefinido
O pronome indefinido adjetivo “que” acompanha um substantivo e
tem função de adjunto adnominal. Observe que ele equivale a
“quanto, quanta, quantos, quantas”.
Exemplo:

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Que alegria imensa poder viajar!

Conjunção coordenativa
A conjunção coordenativa “que” inicia orações coordenativas
sindéticas em um período composto.

Conjunção coordenativa aditiva


Possui valor semelhante ao da conjunção aditiva “e”.
Exemplo:
Dormia que dormia, mas continuava cansado.

Conjunção coordenativa adversativa


Possui valor semelhante ao da conjunção adversativa “mas”. Vem
sempre seguida pela palavra “não”.
Exemplo:
Outro, que não aquele deputado, teria que relatar o projeto de lei.

Conjunção coordenativa explicativa


Possui valor semelhante ao da conjunção explicativa “pois”.
Exemplo:
Não vá embora, que ficarei chateado.

Conjunção subordinativa
A conjunção subordinativa “que” faz a conexão entre uma oração
principal e uma oração subordinada.

Conjunção subordinativa integrante


Introduz oração subordinada substantiva. Or. sub. subst. - V.Lig + predicativo
Exemplo:
É necessário que Maria venha trabalhar. (“que Maria venha trabalhar” =
oração subordinada substantiva subjetiva)

Conjunção subordinativa concessiva


Introduz oração subordinada adverbial concessiva. Possui valor
equivalente ao da conjunção “embora”.

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Exemplo:
Que nos tirem o salário, continuaremos em greve.
Conjunção subordinativa causal
Introduz oração subordinada adverbial causal. Possui valor
equivalente ao dos conectivos “porque”, “porquanto”, “já que”.
Exemplo:
Entramos todos, que estava frio no quintal.

Conjunção subordinativa final


Introduz oração subordinada adverbial final. Possui valor equivalente
ao dos conectivos “para que”, “a fim de que”.
Exemplo:
Marina lhe fez sinal que se levantasse.

Conjunção subordinativa consecutiva


Introduz oração subordinada adverbial consecutiva. Possui valor
equivalente ao dos conectivos “sem que”, “tal que”, “tanto que”, “de
tal modo que”, etc.
Exemplo:
Marina não faz uma viagem que não coma todos os pratos típicos.

Conjunção subordinativa temporal


Introduz oração subordinada adverbial temporal. Possui valor
equivalente ao dos conectivos “logo que”, “desde que”, “assim que”,
“depois que”, etc.
Exemplo:
Convocada que foi, Ana dirigiu-se à sala do Presidente.

Conjunção subordinativa comparativa


Introduz oração subordinada adverbial comparativa. O “que” pode vir
ou não acompanhado do vocábulo “nem”.
Exemplo:
Marina cozinha melhor que sua mãe.
Ana come que nem um passarinho.

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A seguir analisaremos três questões da FGV que abordam o
assunto que acabamos de ver.
REFAZER

Questão – (FGV) Consultor de Orçamentos – Senado


Federal/2008
(Adaptada)

“É exatamente isso o que tem ocorrido, nos últimos tempos, no


que diz respeito ao direito de maior importância em uma
democracia, que é o direito de defesa, inexistente nos Estados
totalitários.”
A respeito das ocorrências da palavra QUE no trecho
acima, assinale a alternativa que apresente,
respectivamente, sua correta classificação.
a) conjunção subordinativa – conjunção integrante – conjunção
integrante
b) pronome relativo – pronome relativo – pronome relativo
c) conjunção integrante – conjunção integrante – conjunção
subordinativa
d) pronome relativo – preposição – pronome relativo
e) conjunção integrante – preposição – conjunção
subordinativa

Comentários
Esta questão trata dos diversos usos que a palavra “que”
pode assumir. Este tipo de questão ocorre com certa
frequência nas provas da banca FGV. O comando solicita que o
aluno analise um fragmento de texto e classifique corretamente
as ocorrências do vocábulo “que”.
Em primeiro lugar, precisamos examinar, com bastante
cuidado, as ocorrências.
Vamos ver o trecho do texto?
É exatamente isso o que tem ocorrido, nos últimos tempos, no
que diz respeito ao direito de maior importância em uma
democracia, que é o direito de defesa, inexistente nos Estados
totalitários.
Primeira ocorrência
É exatamente isso o que tem ocorrido
Aqui, temos um pronome relativo. Observe que ele se refere ao
pronome demonstrativo “o” e exerce a função sintática de
sujeito da forma verbal “tem ocorrido”.
Segunda ocorrência
nos últimos tempos, no que diz respeito ao direito de maior
importância em uma democracia
Aqui, temos um pronome relativo. Observe que ele se refere ao
pronome demonstrativo “o” (constante da contração de
preposição “em” + “o”) e exerce a função sintática de sujeito da

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forma verbal “diz respeito”.
Terceira ocorrência
ao direito de maior importância em uma democracia, que é o
direito de defesa
Aqui, temos um pronome relativo. Observe que ele se refere à
expressão “direito de maior importância em uma democracia” e
exerce a função sintática de sujeito da forma verbal “é”.
Dessa forma, as três ocorrências se referem a pronomes
relativos.
Gabarito: B
REFAZER

Questão – (FGV) Analista Legislativo – Processo


Legislativo – Senado Federal/2008
(Adaptada)

“Outro aspecto que configura alguns desafios ainda não


resolvidos na atual Constituição é a existência de muitos
dispositivos a reclamar leis que lhes deem eficácia plena. A
propósito, convém recordar que, promulgado o diploma
constitucional, o Ministério da Justiça realizou levantamento de
que resultou a publicação do livro ‘Leis a Elaborar’.”

Em relação às ocorrências da palavra QUE no trecho


acima, é correto afirmar que há:

a) duas conjunções subordinativas, um pronome relativo e uma


conjunção integrante.
b) três conjunções subordinativas e um pronome relativo.
c) três conjunções integrantes e uma conjunção subordinativa.
d) dois pronomes relativos e duas conjunções integrantes.
e) três pronomes relativos e uma conjunção integrante.

Comentários
Esta questão trata dos diversos usos que a palavra “que”
pode assumir. Este tipo de questão ocorre com certa
frequência nas provas da banca FGV. O comando solicita que o
aluno analise um fragmento de texto e classifique corretamente
as ocorrências do vocábulo “que”.
Em primeiro lugar, precisamos examinar, com bastante
cuidado, as ocorrências.
Vamos ver o trecho do texto?
Outro aspecto que configura alguns desafios ainda não
resolvidos na atual Constituição é a existência de muitos
dispositivos a reclamar leis que lhes deem eficácia plena. A
propósito, convém recordar que, promulgado o diploma
constitucional, o Ministério da Justiça realizou levantamento de
que resultou a publicação do livro ‘Leis a Elaborar’.

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Primeira ocorrência
Outro aspecto que configura alguns desafios ainda não
resolvidos na atual Constituição é a existência de muitos
dispositivos
Aqui, temos um pronome relativo que introduz a oração
subordinada adjetiva restritiva “que configura alguns desafios
ainda não resolvidos na atual Constituição”.
Segunda ocorrência
a existência de muitos dispositivos a reclamar leis que lhes
deem eficácia plena
Aqui, temos um pronome relativo que introduz a oração
subordinada adjetiva restritiva “que lhes deem eficácia plena”.
Terceira ocorrência
A propósito, convém recordar que, promulgado o diploma
constitucional, o Ministério da Justiça realizou levantamento
Aqui, temos uma conjunção integrante que introduz a oração
subordinada substantiva objetiva direta “que o Ministério da
Justiça realizou levantamento”.
Quarta ocorrência
o Ministério da Justiça realizou levantamento de que resultou a
publicação do livro ‘Leis a Elaborar’
Aqui, temos um pronome relativo que introduz a oração
subordinada adjetiva restritiva “de que resultou a publicação do
livro ‘Leis a Elaborar’”.
Dessa forma, há três ocorrências que se referem a
pronomes relativos e uma relativa a conjunção
integrante.
Gabarito: E
REFAZER

Questão – (FGV) Auditor Fiscal – SEFAZ (RJ)/2012


(Adaptada)

“É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito


das empresas – principalmente, as transnacionais –, decorrerá
também de ajustamentos de postura administrativa decorrentes
da adoção de critérios de responsabilização penal da pessoa
jurídica em seus países de origem. Tais mudanças,
inevitavelmente, terão que abranger as práticas administrativas
de suas congêneres espalhadas pelo mundo, a fim de evitar
respingos de responsabilização em sua matriz.”
No trecho acima, as ocorrências da palavra “que” classificam-
se, respectivamente como:

a) pronome relativo e preposição;


b) conjunção integrante e preposição;
c) conjunção integrante e conjunção integrante;
d) pronome relativo e conjunção integrante;

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e) preposição e pronome relativo.

Comentários
Esta questão trata dos usos que a palavra “que” possui.
Este tipo de questão ocorre com certa frequência nas provas da
banca FGV. O comando solicita que o aluno analise um
fragmento de texto e classifique corretamente as ocorrências do
vocábulo “que”.
Em primeiro lugar, precisamos examinar as duas
ocorrências.
Vamos ver o fragmento do texto?
É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito das
empresas – principalmente, as transnacionais –, decorrerá
também de ajustamentos de postura administrativa decorrentes
da adoção de critérios de responsabilização penal da pessoa
jurídica em seus países de origem. Tais mudanças,
inevitavelmente, terão que abranger as práticas administrativas
de suas congêneres espalhadas pelo mundo, a fim de evitar
respingos de responsabilização em sua matriz.
Primeira ocorrência
É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito das
empresas – principalmente, as transnacionais –, decorrerá
também de ajustamentos de postura administrativa decorrentes
da adoção de critérios de responsabilização penal da pessoa
jurídica em seus países de origem.
Aqui, temos uma conjunção subordinativa integrante.
Observe que ela introduz a oração subordinada substantiva
subjetiva “que a mudança do enfoque sobre o tema (...)“.
Segunda ocorrência
Tais mudanças, inevitavelmente, terão que abranger as práticas
administrativas
Aqui, temos uma preposição. Note que ela faz a conexão entre
os verbos (“ter” e “abranger”) que compõem a locução verbal.
Gabarito: B

2. Uso da palavra “se”

A palavra “se” admite vários empregos, pois possui diferentes funções


morfológicas e sintáticas. Dessa forma, vamos ver cada um deles
separadamente.

Pronome apassivador ou partícula apassivadora


O pronome apassivador “se” é empregado na formação da voz passiva
sintética ou pronominal, com verbos transitivos diretos ou transitivos
diretos e indiretos.

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Exemplos:
Venderam-se as três casas.
Entregou-se a encomenda a João.

Índice de indeterminação do sujeito


O índice de indeterminação “se” é empregado com verbos
intransitivos, de ligação ou transitivos indiretos.
Exemplos:
Vive-se bem em Brasília.
Precisa-se de vendedores.

Pronome reflexivo
O pronome reflexivo “se” é empregado para expressar que a ação
praticada pelo sujeito recai sobre ele próprio (voz reflexiva).
Exemplo:
Marisa machucou-se com a tesoura nova.

Pronome reflexivo recíproco


O pronome reflexivo “se” equivale a “um ao outro, uns aos outros”.
Exemplo:
Marisa e João abraçaram-se longamente.

Parte integrante de verbos essencialmente pronominais


A partícula “se” integra os verbos pronominais e não exerce função
sintática. "verbos pronominais" são aqueles sempre acompanhados por pronomes (EX: me, te, se, nos..)

Exemplo:
Marisa se arrependeu de não ter estudado o suficiente para fazer uma boa
prova.

Partícula expletiva ou de realce Suar retirada não altera nada.

A partícula expletiva “se” tem valor expressivo, enfático. Você se


lembra de que a retirada da partícula expressiva não traz qualquer
prejuízo à estrutura sintática da oração?
Exemplo:
Já se passaram tantos meses, e João ainda não voltou.

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Sujeito acusativo ou de infinitivo
O sujeito de infinitivo aparece nas estruturas formadas pelos verbos
causativos (exemplos: “deixar”, “mandar”, “fazer”) e sensitivos
(exemplos: “ver”, “ouvir”, “sentir”), se seguidos de uma oração
reduzida.
Exemplo:
Deixou-se ficar à janela a manhã inteira.

Conjunção subordinativa condicional


Introduz oração subordinada adverbial condicional.
Exemplo:
Se Joana comesse frutas e verduras, eu ficaria mais tranquila.

Conjunção subordinativa causal


Introduz oração subordinada adverbial causal. Possui valor
semelhante ao das expressões “já que”, “visto que”.
Exemplo:
Se você sabia que eu não gostava do Manuel, por que o convidou para a
minha festa?

Conjunção subordinativa integrante


Introduz orações substantivas que indicam noção de hipótese, dúvida,
incerteza.
Exemplo:
Até agora João não sabe se Marina será sua hóspede.

Verbo “tratar-se”
O verbo “tratar-se” possui algumas particularidades, pois apresenta
três valores semânticos diferentes. Vamos ver?
O verbo “tratar-se” pode indicar “referência”. Quando é usado
assim, o verbo é impessoal, possui o “se” como parte integrante do
verbo (verbo transitivo indireto pronominal – sempre estará
acompanhado pelo “se”) e fica sempre no singular.
Exemplo:
Observe que se trata de irregularidades.

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O verbo “tratar-se” pode indicar “abordagem”, “discussão”,
“debate”. Quando é usado assim, o “se” é índice de indeterminação
do sujeito e fica sempre no singular. Observe que, se tiramos o “se”,
cabe sujeito.
Exemplos:
Tratou-se de questões importantes para a empresa.
O diretor tratou de questões importantes para a empresa. (“o diretor” =
sujeito)

O verbo “tratar-se” pode indicar “dar tratamento”. Quando é


usado assim, o “se” é partícula apassivadora.
Exemplos:
Tratou-se a questão financeira com inteligência. (“a questão financeira” =
sujeito)
Trataram-se as questões financeiras com inteligência. (“as questões
financeiras” = sujeito)

Vamos analisar duas questões?

REFAZER
Questão – (FGV) Auditor Fiscal – SEFAZ (RJ)/2012
(Adaptada)

Trata-se, portanto, de um assunto de relevante interesse para


as empresas nacionais e estrangeiras que atuam no Brasil, bem
como para os profissionais especializados na área criminal, que
atuarão cada vez mais veementemente na prevenção dos riscos
da empresa.

No período acima, o SE classifica-se como:

a) pronome reflexivo.
b) partícula apassivadora.
c) parte integrante do verbo.
d) pronome oblíquo.
e) indeterminador do sujeito.

Comentários
Esta questão trata dos diversos usos que a palavra “se”
pode assumir. Este tipo de questão ocorre com frequência nas
provas da banca FGV. O comando solicita que o aluno analise
um fragmento de texto e classifique corretamente a ocorrência
do vocábulo “se”.
Em primeiro lugar, precisamos examinar, com bastante
cuidado, a ocorrência.

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Vamos ver o trecho do texto?
Trata-se, portanto, de um assunto de relevante interesse para
as empresas nacionais e estrangeiras que atuam no Brasil, bem
como para os profissionais especializados na área criminal, que
atuarão cada vez mais veementemente na prevenção dos riscos
da empresa.

Observamos que o verbo “tratar” é, na sentença acima, um


verbo transitivo indireto. Sabemos que, em estruturas assim, o
sujeito fica indeterminado por causa da presença do pronome
“se”, que é chamado índice de indeterminação do sujeito.

Dessa forma, a resposta correta é a alternativa E.


Gabarito: E

Questão – (FCC) Contador – Nossa Caixa


Desenvolvimento/2011
(Adaptada)

Na frase “No caso dos donos do mundo, não se devem


esperar exames de consciência mais profundos”, é
correto afirmar que:

A partícula se tem a mesma função que em “ E se ela não vier?”.

Comentários
O comando solicita que o aluno analise duas frases e
indique se as partículas “se” exercem a mesma função
em ambas.
Note que o primeiro “se” é uma partícula apassivadora e o
segundo “se” é uma conjunção subordinativa adverbial
condicional.
Gabarito: ERRADA

3. Uso da palavra “como”

Neste tópico, estudaremos a palavra “como”.

Conjunção subordinativa causal


Introduz oração subordinada adverbial causal. Possui valor
semelhante ao de “porque”, “já que”, “visto que”.
Exemplo:
Como João estava doente, não foi trabalhar.

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Conjunção subordinativa comparativa
Introduz oração subordinada adverbial comparativa. Possui valor
semelhante ao de “assim como”, “tal como”.
Exemplo:
Marina era linda como uma princesa.

Conjunção subordinativa conformativa


Introduz oração subordinada adverbial conformativa. Possui valor
semelhante ao da conjunção “conforme”.
Exemplo:
Fiz o projeto como o cliente me solicitou.

Verbo
Exemplo:
Eu como pão no jantar.

Interjeição
Exemplo:
Como! Já acabou o chocolate?

Preposição
A preposição “como” introduz apostos e predicativos e possui valor
equivalente ao dos termos “por”, “para”, “de”, “na qualidade de”.
Exemplo:
Marisa sempre teve Ana como filha predileta.

A preposição “como” também introduz termos explicativos e possui


valor equivalente ao das expressões “por exemplo”, “a saber”.
Exemplo:
As frutas, como abacaxi e manga, são ótimas para sucos.

Pronome relativo
O pronome relativo “como” possui valor equivalente ao das
expressões “pelo qual”, “segundo o qual”. Normalmente, seu
antecedente é um destes substantivos: “modo”, “forma”, “maneira”.

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Exemplo:
A maneira como Ana chorava deixou sua mãe preocupada.

Advérbio interrogativo de modo


O pronome interrogativo “como” possui valor equivalente ao das
expressões “de que modo?”, “de que maneira?”.
Exemplo:
Como solucionar as questões?

4. Uso do pronome “lhe”

Objeto indireto
Exemplo:
Esse é um dever que lhe compete.

Complemento nominal
Exemplo:
Isto lhe parece gostoso. (complementa o adjetivo “gostoso”)

Adjunto adnominal
Exemplo:
Admiro-lhe a beleza. (indica noção de “posse”)

5. Uso do “porquê”

O emprego do “porquê” é bastante cobrado pelas bancas, pois


o candidato facilmente confunde se escreve-se junto,
separado ou com acento circunflexo.
Vamos ver? Muita atenção!

5.1 “Por que” separado

Quando podemos substituir o “por que” por “pelo qual” e


variações. Isso acontece por causa do seguinte: o “por” é uma
preposição e o “que” é um pronome relativo.

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Exemplos:
A mala por que esperávamos chegou arrebentada. (= ”pela qual”)
As joias por que fui atraída eram feitas de ouro branco. (= ”pelas quais”)

Quando podemos substituir o “por que” por uma das


expressões: “por qual motivo” ou “por qual razão”. Isso
acontece por causa do seguinte: o “por” é uma preposição e o “que”
é um pronome interrogativo.
Exemplos:
Por que falou daquela maneira tão rude? (= por qual motivo)
Amanhã o diretor deve explicar por que demitiu a secretária. (= por qual
motivo)

Quando temos orações subordinadas substantivas objetivas


indiretas e o verbo transitivo indireto exige a preposição
“por”.
Exemplos:
Marina anseia pela chegada de seu marido. (“pela chegada de seu marido =
objeto direto)
Marina anseia por que seu marido chegue. (“por que seu marido chegue” =
oração subordinada substantiva objetiva direta”)

5.2 “Porque” junto

Quando o “porque” possui a função de conjunção explicativa


(= “pois”), causal (= “já que”) ou final (= ”para que”).
Exemplos:
Vá embora agora, porque não gosto de gritaria. (= ”pois”)
Porque não concluiu o trabalho, ficará sem parte do pagamento. (= ”já
que”)
Trabalhe muito, porque consiga logo um aumento. (= “para que”)

Usamos o “porquê” junto e com acento circunflexo quando ele


possui valor de “motivo”, “razão”. Observe que o “porquê” é,
nesse caso, uma palavra substantivada e vem sempre precedido de
algum determinante.
Exemplo:

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Eu não consegui entender o porquê de sua briga com José. (= “o motivo” e
“o” = “determinante”)

5.3 Uso do acento circunflexo

Você se lembra de que sempre acentuamos a palavra “que” se esta


estiver em final de frases ou se estiver acompanhada de algum
determinante? Neste segundo caso, a palavra funciona como um
substantivo. Essas regras valem então para “porquê” e “por quê”.
Exemplos:
Não concluiu o trabalho até agora por quê? (= “por qual motivo”)
Deve existir um porquê para ela ter abandonado a escola. (= “um motivo”
e “um” = “determinante”)

A seguir, examinaremos algumas questões.

Questão – (FGV) Investigador da Polícia Civil – SSP


(RJ)/2008
(Adaptada)

“Mas porque na verdade não me queres mais”

No verso acima, utilizou-se a forma correta porque.


Assinale a alternativa em que não se tenha utilizado
corretamente uma das quatro formas do porquê.

a) É necessário avaliar por quê, ontem, fomos derrotados.


b) Depois de entender por quê, prosseguiu.
c) Não sei por quê nem como.
d) Não entendemos as privações por que passamos.
e) Deve haver um porquê para nossa derrota.

Comentários
Esta questão trata das diferentes formas que a palavra
“porquê” pode apresentar. Este tipo de questão ocorre com
frequência nas provas da banca FGV. O comando solicita que o
aluno analise cinco alternativas e marque aquela que contenha
uma forma do “porquê” utilizada incorretamente.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
É necessário avaliar por quê, ontem, fomos derrotados.
Observe que foi utilizada a preposição “por” e o pronome
interrogativo “quê”. Mas deveria ter sido usado o “que” sem
acento circunflexo, tal como vimos na parte teórica acima.

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Dessa maneira, a sentença correta é: É necessário avaliar por
que, ontem, fomos derrotados.
Esta é a resposta da questão.
Alternativa B
Depois de entender por quê, prosseguiu.
Observe que foi utilizada a preposição “por” e o pronome
interrogativo “quê” corretamente acentuado, por estar no final
de uma frase.
Alternativa C
Não sei por quê nem como.
Observe que foi utilizada a preposição “por” e o pronome
interrogativo “quê” corretamente acentuado, por estar no final
de uma oração.
Alternativa D
Não entendemos as privações por que passamos.
Observe que foi utilizada a preposição “por” e o pronome
relativo “que”.
Alternativa E
Deve haver um porquê para nossa derrota.
Observe que foi utilizado o substantivo “porquê”, determinado
pelo artigo indefinido “um”.
Gabarito: A

Questão – (FGV) Auditor Fiscal da Receita Municipal –


Prefeitura de Angra dos Reis-RJ/2010
(Adaptada)

Porque a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento


atingiram níveis altos, as temperaturas globais têm subido num
ritmo mais rápido do que em qualquer época, desde que
começaram a ser medidas nos anos 1850.
No trecho acima, empregou-se corretamente a forma
PORQUE. Assinale a alternativa em que NÃO se tenha
obedecido às regras de seu emprego.
a) Por que os desmatamentos são comuns vamos aceitá-los?
b) Temos de verificar por que ocorrem os desmatamentos.
c) É desejável sabermos por que, ainda no século XXI, não há
tanta preocupação com os desmatamentos.
d) Em relação aos desmatamentos, é necessário saber por quê,
mas sempre com intenção de agir.
e) Sabemos por que os desmatamentos ocorrem.

Comentários
Esta questão trata das diferentes formas que a palavra
“porquê” pode apresentar. Este tipo de questão ocorre com

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frequência nas provas da banca FGV. O comando solicita que o
aluno analise cinco alternativas e marque aquela que contenha
uma forma do “porquê” utilizada incorretamente.
Note que, no enunciado, temos a utilização da conjunção
subordinativa adverbial causal.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
Por que os desmatamentos são comuns vamos aceitá-los?
Observe que foi utilizada a preposição “por” e o pronome “que”.
Mas deveria ter sido empregada a conjunção subordinada
adverbial causal “porque”. Dessa maneira, a sentença correta
é: Porque os desmatamentos são comuns vamos aceitá-los?
Esta é a alternativa com grafia incorreta.
Alternativa B
Temos de verificar por que ocorrem os desmatamentos.
Observe que o “por que” se equivale a “por qual motivo”.
Alternativa C
É desejável sabermos por que, ainda no século XXI, não há
tanta preocupação com os desmatamentos.
Observe que o “por que” se equivale a “por qual motivo”.
Alternativa D
Em relação aos desmatamentos, é necessário saber por quê,
mas sempre com intenção de agir.
Observe que o “por quê” se equivale a “por qual motivo”. A
palavra “que” recebeu corretamente o acento circunflexo por
estar no final de uma oração.
Alternativa E
Sabemos por que os desmatamentos ocorrem.
Observe que o “por que” se equivale a “por qual motivo”.
Gabarito: A

Questão – (FCC) Defensor Público – DPE-RS/2011


(Adaptada)

Assinale a alternativa que contém erro na utilização da


palavra “porquê” e variações.
a) Os porquês dos conceitos de sujeito e predicado na
gramática.
b) Por que os conceitos de sujeito e predicado têm problema?
c) Os conceitos de sujeito e predicado têm problema? Por quê?
d) Os conceitos de sujeito e predicado têm problema? Porquê?
e) Não se sabe por que os conceitos de sujeito e predicado têm
problema.

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Comentários
Esta questão trata das diferentes formas que a palavra
“porquê” pode apresentar. Este tipo de questão ocorre com
frequência nas provas da banca FCC. O comando solicita que o
aluno analise cinco alternativas e marque aquela que contenha
uma forma do “porquê” utilizada incorretamente.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
Os porquês dos conceitos de sujeito e predicado na gramática.
Observe que foi utilizado o “porquê” como substantivo; assim
veja a existência do artigo definido “os”.
Alternativa correta.
Alternativa B
Por que os conceitos de sujeito e predicado têm problema?
Observe que o “por que” se equivale a “por qual motivo”.
Alternativa correta.
Alternativa C
Os conceitos de sujeito e predicado têm problema? Por quê?
Observe que o “por quê” se equivale a “por qual motivo”. A
palavra “que” recebeu corretamente o acento circunflexo por
estar no final de uma oração.
Alternativa correta.
Alternativa D
Os conceitos de sujeito e predicado têm problema? Porquê?
Veja comentário da alternativa acima.
Alternativa incorreta.
Alternativa E
Não se sabe por que os conceitos de sujeito e predicado têm
problema.
Observe que o “por que” se equivale a “por qual motivo”.
Alternativa correta.
Gabarito: D

Questão – (FCC) Agente de Fiscalização Financeira – TCE-


SP/2012

Isso talvez nos explique por que os gregos, estes que teriam
inventado a democracia ocidental com seus valores, na
verdade, legaram-nos apenas um valor fundamental: a suspeita
de si.

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O que se destaca na frase acima está grafado em
conformidade com o padrão culto escrito, assim como o
está o destacado em:
a) Cumprimentou-o efusivamente por que tem por ele grande
carinho.
b) Vive me remedando, não sei bem o porque.
c) Porque você fez isso eu nem imagino.
d) Isso quer dizer exatamente o quê?
e) Em quê eu posso ajudá-lo?

Comentários
Esta questão trata das diferentes formas que as palavras
“porquê” e “que” podem apresentar. O comando solicita
que o aluno analise cinco alternativas e marque aquela que
contenha uma forma do “porquê” utilizada corretamente.
Note que, no enunciado, temos a utilização da preposição “por”
mais o pronome interrogativo “que” e, assim, podemos
substituir o “por que” por “por qual motivo”.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
Cumprimentou-o efusivamente por que tem por ele grande
carinho.
Observe que deveria ter sido utilizado “porque”, uma vez que
temos oração subordinada adverbial causal.
Alternativa incorreta.
Alternativa B
Vive me remedando, não sei bem o porque.
Observe que deveria ter sido utilizado “porquê”, uma vez que
temos um substantivo. Note a presença do artigo definido “o”.
Alternativa incorreta.
Alternativa C
Porque você fez isso eu nem imagino.
Observe que deveria ter sido utilizado “por que”, uma vez que
podemos substituir esse termo por “por qual motivo”.
Alternativa incorreta.
Alternativa D
Isso quer dizer exatamente o quê?
Observe que o termo “quê” está no final da oração.
Alternativa correta.
Alternativa E
Em quê eu posso ajudá-lo?
Observe que o termo “que” é um pronome átono.
Alternativa incorreta.

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Gabarito: D

6. Uso de “onde” e “aonde”

Eu acredito que a troca de forma incorreta de “aonde” por “onde” é


um dos mais frequentes erros que as pessoas cometem. Tenha muito
cuidado!
Aprendemos que o pronome relativo “onde” só pode ser
empregado quando ele se referir a “lugar”.
Exemplo:
Em Paris, há uma torre muito famosa onde passei momentos alegres.

Por sua vez, “aonde” é empregado quando houver um verbo ou


um nome que exija a preposição “a”. Na maioria das vezes,
“aonde” possui valor equivalente a “para onde”.
Exemplos:
Eu irei aonde eu possa conseguir os documentos necessários. (o verbo “ir”
exige a preposição “a”)
Eu chegarei aonde eu tenho vontade. (o verbo “chegar” exige a preposição
“a”)
Você sabe aonde posso dirigir-me para entregar o documento? (o verbo
“dirigir” exige a preposição “a”)

Vamos fazer duas questões?

Questão – (FGV) Fiscal de Rendas – SEFAZ-RJ/2009


(Adaptada)

O leitor já viu onde quero chegar.

Assinale a alternativa cuja estrutura seja equivalente


semanticamente à apresentada acima, mas que dela se
diferencie quanto à adequação da linguagem ao padrão
normativo.

a) Já observou o leitor onde quero chegar.


b) O leitor já viu aonde quero chegar.
c) Quero chegar onde o leitor já viu.
d) Em que ponto quero chegar o leitor já viu.
e) O leitor já viu em cujo local quero chegar.

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Comentários
Esta questão aborda o uso de “onde” e “aonde”. Este tipo de
questionamento ocorre com frequência nas provas da banca
FGV. O comando solicita que o aluno analise cinco alternativas
e marque aquela que esteja correta gramaticalmente e seja
equivalente semanticamente à estrutura constante do
enunciado.
Note que, no enunciado, temos a utilização incorreta do
pronome “onde”. Como vimos, seria necessário termos o termo
“aonde”, pois o verbo “chegar” exige a preposição “a”.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
Já observou o leitor onde quero chegar.
Observe que foi utilizado o pronome “onde”, mas deveria ter
sido utilizado, em seu lugar, “aonde”. Note que o verbo
“chegar” exige a preposição “a”. Dessa forma, correta estaria a
sentença: Já observou o leitor aonde quero chegar.
Alternativa B
O leitor já viu aonde quero chegar.
Observe que, nesta alternativa, foi usado corretamente o termo
“aonde”, conforme já explicado anteriormente.
Esta alternativa está correta.
Alternativa C
Quero chegar onde o leitor já viu.
Mesmo erro da alternativa A. Correta estaria a sentença
seguinte: Quero chegar aonde o leitor já viu.
Alternativa D
Em que ponto quero chegar o leitor já viu.
Observe que está errada a colocação da preposição “a”, pois o
certo seria o emprego da preposição “a” com o verbo “chegar”.
Desse modo, correta estaria a sentença: A que ponto quero
chegar o leitor já viu.
Alternativa E
O leitor já viu em cujo local quero chegar.
Observe que está errada a colocação da preposição “a”, pois o
certo seria o emprego da preposição “a” com o verbo “chegar”.
Desse modo, correta estaria a sentença: O leitor já viu a cujo
local quero chegar.
Gabarito: A

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Questão – (FCC) Técnico do Seguro Social – INSS/2012
(Adaptada)

Julgue o emprego da palavra “aonde”.

Visitando Steinbach, aonde Mahler tanto se inspirou


musicalmente, o turista reconhecerá a paz de que tanto se
beneficiou o compositor.

Comentários
Esta questão aborda o uso de “aonde”. Este tipo de
questionamento ocorre com frequência nas provas da banca
FCC. O comando solicita que o aluno analise uma frase e a
julgue como certa ou errada.
Note que deveria ter sido empregado o pronome “onde”, pois
não há verbo que exija o emprego da preposição “a”.
Gabarito: ERRADA

7. Uso do “gerúndio”

Quanto ao emprego da forma nominal gerúndio, é preciso bastante


atenção. É comum as pessoas o usarem de forma incorreta, em
estruturas que não o comportam.
Usamos o gerúndio quando temos uma ação que está
transcorrendo, pois o gerúndio tem um caráter progressivo.
Exemplos:
As mulheres estão conquistando melhores salários em grandes empresas.
O órgão emitiu um documento contendo as informações. (errado)
Houve um acidente envolvendo quatro carros. (errado)
Observe, no segundo e terceiro exemplos, que a ação não está
transcorrendo. Assim, vamos corrigi-los:
O órgão emitiu um documento com as informações.
Houve um acidente entre quatro carros.

O gerúndio também pode ter valor aditivo ou consecutivo. Nesses


casos, o seu uso está correto. Observe que a colocação de vírgula
antes desse gerúndio é obrigatória.
Exemplo:
O diretor refez a estrutura do gabinete, equilibrando as funções.

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Veja, no exemplo acima, que poderíamos escrever de outra forma,
como segue:
O diretor refez a estrutura do gabinete e, com isso, equilibrou as funções.
De fato, é melhor usarmos a segunda estrutura para não corrermos o
risco de errar em uma prova discursiva.

Outro uso correto é o gerúndio restritivo. Observe que a colocação


de vírgula antes desse gerúndio é proibida, pois estruturas restritivas
não são separadas por qualquer sinal de pontuação.
Exemplo:
O diretor observou seu funcionário fumando na sala.
Veja, no exemplo acima, que poderíamos escrever de outra forma,
como segue:
O diretor observou seu funcionário que fumava na sala.
De fato, é melhor usarmos a segunda estrutura para não corrermos o
risco de errar em uma prova discursiva.
FINAL DIA 12/12/2016

Vamos para a próxima parte da aula?

Estrutura e formação de palavras

1. Palavra e morfema

Dizemos que as frases podem ser divididas em componentes sonoros


e de significado, que são as palavras. Podem também ser divididas
em componentes menores que contêm somente o significado, que
são os fonemas. Dessa forma, concluímos que as palavras são
unidades maiores que os fonemas, entretanto menores que as
frases.
Exemplo:
Marina achou novos motivos para ir ao parque.
Observe, no exemplo acima, a existência de oito palavras. Se
analisarmos a palavra “Marina”, verificamos que ela possui seis
fonemas.

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No entanto, além de palavras e fonemas, ainda temos unidades
sonoras e significantes menores que as palavras, que são os
morfemas.
Exemplo:
“novos” – note a existência de dois componentes significativos: “novo” e “-
s”. O componente “novo” é usado como palavra autônoma ou para formar
outras palavras isoladas, como “novamente”. Por sua vez, a unidade “-s” é
uma forma plural que vai se juntar a uma infinidade de palavras (motivos,
anos, parques, mesas, etc.), mas jamais será uma palavra autônoma.

2. Estrutura das palavras

Para estudar a estrutura das palavras, vamos decompô-las nos


elementos mórficos que a compõem. Muitos desses conceitos já
foram explicados em outras aulas, você se lembra?
Decompondo as "palavras"

Radical
O radical é o componente primitivo e base significante
principal da palavra. Ao radical se agregam as desinências, os
afixos e as vogais temáticas, de forma a termos outras palavras de
mesma base de significação.
A língua portuguesa apresenta radicais provenientes da língua grega
e da língua latina. Existem listas enormes disso, sugiro que você
consulte uma boa gramática quando tiver dúvidas.
Exemplos:
Radicais gregos: aero- (aeronave), mito- (mitologia), -fagia (antropofagia),
-dromo (autódromo).
Radicais latinos: pluri- (pluriforme), -voro (carnívoro), -pedi (pediforme),
pisc- (piscicultor).

Desinência
A desinência é o componente que indica o gênero e o número
dos substantivos, dos adjetivos e determinados pronomes.
Também indica o número e a pessoa dos verbos. Dessa forma,
temos desinências nominais e verbais.

Afixo
O afixo é o componente que altera, normalmente, de modo
preciso, o significado do radical ao qual se juntou. Os afixos se

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dividem em prefixos (antepostos ao radical) e sufixos (pospostos ao
radical).
A língua portuguesa apresenta prefixos provenientes da língua
grega e da língua latina. Existem listas enormes disso, sugiro que
você consulte uma boa gramática quando tiver dúvidas.
Exemplos:
Prefixos de origem grega: apo- (apogeu), hipo- (hipotensão), hiper-
(hipertensão), anti- (antípoda), etc.
Prefixos de origem latina: ante- (antebraço), ultra- (ultrapassar), extra-
(extraviar), de- (decrescer), etc.

Sobre os sufixos, vale a mesma observação sobre as listas feita


acima. O sufixo se classifica em nominal, verbal e adverbial. O sufixo
nominal se junta a um radical para formar um substantivo ou
adjetivo. O sufixo verbal se aglutina a um radical para dar origem a
um verbo. Por sua vez, o sufixo adverbial (“-mente” – único
existente em nossa língua) se junta à forma feminina de um adjetivo
para originar um advérbio.
Lembre-se de que os sufixos aumentativos e diminutivos possuem
um valor mais afetivo do que lógico, por vezes, pejorativo, como já
vimos em outra aula.
Sufixos nominais
Sufixos nominais - noção coletiva
Exemplos:
“-aria” (pedraria), “-eria” (loteria), “-ada” (boiada), “-edo” (arvoredo), “-
ume” (cardume), “-ama” (dinheirama), “-ena” (novena), etc.
Sufixos nominais aumentativos
Exemplos:
“-ão” (narigão), “-arra” (bocarra), “-alho” (ramalho), “-astro”
(medicastro), “-aço” (poetaço), “-aréu” (fogaréu), “-alha” (muralha), etc.
Sufixos nominais diminutivos
Exemplos:
“-inho” (menininho), “-inha” (menininha), “-zinho” (cãozinho), “-zinha”
(florzinha), “-isco” (pedrisco), “-ico” (burrico), “-acho” (riacho), “-ota”
(velhota), “-ejo” (lugarejo), etc.
Sufixos nominais - ocupação
Exemplos:
“-ário” (bibliotecário), “-nte” (estudante), “-dor” (mergulhador), “-eiro”
(pedreiro), etc.

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Sufixos nominais - ação ou resultado de ação
Exemplos:
“-ção” (arguição), “-ada” (facada), “-mento” (ferimento), etc.
Sufixos nominais - estado
Exemplos:
“-ura” (brancura), “-ez” (viuvez), “-dura” (ditadura), “-ência” (assistência),
“-ice” (velhice), “-dade” (facilidade), etc.
Sufixos nominais – origem, título
Exemplos:
“-ês” (português), “-isa” (poetisa), “-esa” (condessa), “-ino” (argentino),
“-ão” (alemão), “-ano” (italiano), “-eno” (chileno), “-ico” (aristocrático), “-
estre” (campestre), “-al” (estadual), etc.
Sufixos nominais – superlatividade
Exemplos:
“-simo” (justíssimo), “-udo” (cabeçudo), etc.
Sufixos nominais – posse
Exemplos:
“-oso” (maldoso), “-onho” (tristonho), etc.
Sufixos nominais – lugar
Exemplos:
“-douro” (bebedouro), “-doura” (manjedoura), “-ário” (santuário), “-eira”
(fruteira), “-ério” (batistério), etc.

Sufixos verbais
Juntamos os sufixos verbais ao radical de substantivos e adjetivos
para formar os verbos.
Exemplos:
“-ejar” (pestanejar), “-ear” (golpear), “-ar” (jogar), “-ficar” (edificar), “-
izar” (finalizar), “-entar” (amamentar), “-ecer” (envelhecer), “-ilhar”
(pontilhar), “-icar (adocicar), “-iscar” (beliscar), “-inhar” (escrevinhar), etc.

Atenção!
Um caso que exige um pouco de cuidado é o emprego dos sufixos
“-aria” e “-eria”. Ambos estão certos em várias situações, mas
vemos que a forma “-aria” tem caído em desuso.
Assim, estão certos os exemplos: bijuteria ou bijutaria, doceria ou
doçaria, lavanderia ou lavandaria, sorveteria ou sorvetaria, etc.

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Tenha cuidado para não confundir “-izar” com “-isar”. Usamos o
“-is” quando já temos o “-is” no tema do qual o verbo se origina; de
forma contrária, se a palavra não possui o “s” em seu tema, usamos
o sufixo “-izar”.
Exemplos:
Análise – analisar, revisão – revisar, imune – imunizar, valor – valorizar.

Você também deve ter atenção com o uso correto de “-idade” e “-


iedade”. Empregamos o primeiro se o adjetivo terminar em “-ar” ou
“-neo” e o segundo se o adjetivo terminar em “-ário” ou “-ório”. No
caso de palavras terminadas em “-neo”, precisamos retirar a vogal
final “o”.
Exemplos:
Singular – singularidade, exemplar – exemplaridade, espontâneo –
espontaneidade, temporâneo – temporaneidade, obrigatório –
obrigatoriedade, arbitrário – arbitrariedade.

Vogal temática
A vogal temática é o componente que se junta ao radical para
que este ganhe uma terminação (sufixos ou desinências). Já
vimos, em outra aula, que a união do radical com a vogal temática se
chama “tema”. Também estudamos as vogais temáticas “a” (verbos
da 1ª conjugação), “e” (verbos da 2ª conjugação) e “i” (verbos da 3ª
conjugação).
Destaca-se que a vogal temática, na maior parte das vezes, ocorre
nos verbos. Mas, ela aparece nos nomes também. Isso acontece
quando a vogal final da palavra não é colocada para fazer
diferenciação de gênero, como na palavra “mesa”.

Vogal e consoante de ligação


A vogal e a consoante de ligação são desprovidas de
significação e servem apenas para evitar desarmonias na
estrutura da palavra, como no vocábulo “gasômetro”. Observe que
existem dois radicais “gás” e “metro”. Veja que a vogal “o” foi aí
colocada para que a pronúncia da palavra “gasômetro” ficasse mais
fácil ou eufônica.

A seguir analisaremos uma questão que aborda o assunto que


acabamos de ver.

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Questão – (FGV) Analista Judiciário – TER-PA/2011
(Adaptada)
Assinale a palavra formada em que o prefixo tenha o
mesmo valor semântico que o de dissociação.
a) dissolver;
b) dispor;
c) discordar;
d) disenteria;
e) dissimular.

Comentários
Esta questão trata do assunto “prefixo”. O comando solicita
que o aluno analise cinco palavras e marque aquela que possui
um prefixo de mesmo valor semântico que o de “dissociação”.
Em primeiro lugar, precisamos examinar o prefixo “dis”
de “dissociação”. Percebe-se que essa palavra significa
algo como “separação”, não é mesmo? Assim, fica fácil
notar o sentido do prefixo “dis”: separação, negação.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
A palavra “dissolver” possui o sentido de “diluir”, ou seja, o “dis”
não apresenta sentido de negação ou separação.
Alternativa B
A palavra “dispor” possui sentido parecido com “pôr”, ou seja, o
“dis” não apresenta sentido de negação ou separação.
Alternativa C
A palavra “discordar” possui o prefixo “dis” com sentido de
negação, ou suja, o verbo “discordar” significa “não concordar”.
Alternativa correta.
Alternativa D
A palavra “disenteria” não possui o prefixo “dis” com sentido de
negação ou separação. É uma palavra que significa “inflamação
dos intestinos, de que resultam evacuações dolorosas ou
hemorrágicas.”
Alternativa E
A palavra “dissimular” não possui o prefixo “dis” com sentido de
negação ou separação. É uma palavra que significa “fazer com
que fique oculto; tornar imperceptível; disfarçar.”
Gabarito: C

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3. Formação das palavras

A formação das palavras consiste em procedimentos


morfossintáticos que levam à criação de novas unidades. Para
tanto, são utilizados os processos de derivação e de
composição. Mas, antes de vermos esses processos, estudaremos
algumas definições úteis para entendermos o assunto em questão.
Cabe salientar que os processos de derivação e composição não são
os únicos processos de formação de palavras, mas são os principais.
Também é interessante ter conhecimento de que o estudo da
formação e da evolução das palavras faz parte da etimologia.

Palavras primitivas
As palavras primitivas são as que não se formam de nenhuma outra.
Na verdade, são as responsáveis pela formação de novas palavras
que delas se originam.
Exemplos:
Fumo, mar, terra, pedra, janela, novo.

Palavras derivadas
As palavras derivadas são as que se formam de outras palavras
preexistentes da língua. Essa formação é feita por meio de afixos que
se agregam aos radicais das “palavras originais”.
Exemplos:
Defumar, marinha, terroso, pedreiro, janelaço, novamente.

Palavras simples
As palavras simples são as que possuem somente um único radical.
Observe que elas podem ser primitivas ou derivadas.
Exemplos:
Fumo, defumado, pedra, pedreiro.

Palavras compostas
As palavras compostas são as que possuem mais de um radical.
Exemplos:
Aguardente, guarda-chuva, planalto, pedra-sabão.

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Famílias de palavras
Uma família de palavras é um conjunto de todas as palavras que são
formadas com base em um mesmo radical. Para tanto, são usados os
processos de derivação e composição, que serão nosso próximo
assunto de estudo.

3.1 Derivação

No processo de derivação, uma nova palavra é formada com


base em uma palavra primitiva existente. Esse tipo de processo
é feito por meio da agregação de afixos.

Derivação prefixal
A derivação prefixal ou prefixação consiste na inclusão de prefixos à
palavra existente.
Exemplos:
Desfazer, barbeiro, cafezal, crueldade.

Derivação sufixal
A derivação sufixal ou sufixação consiste na inclusão de sufixos à
palavra existente.
Exemplos:
Geralmente, ilegal, decrescer, antebraço.

Derivação parassintética
A derivação parassintética ou parassíntese consiste na inclusão
simultânea de um sufixo e um prefixo à palavra existente.
Exemplos:
Entristecer, desalmado, amanhecer, ensurdecer.

Derivação sufixal e prefixal


A derivação sufixal e prefixal consiste na inclusão não simultânea de
um sufixo e um prefixo à palavra existente.
Exemplos:
Infelizmente, deslealdade.

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Atenção!
É muito importante que você não faça confusão entre a
derivação prefixal e sufixal e a derivação parassintética. Na
primeira, podemos retirar um dos afixos sem prejuízo para a
existência da palavra. Por sua vez, o segundo tipo não permite que
se faça isso. Nesse último caso, quando retiramos um dos afixos, o
que sobra não tem significação.
Derivação regressiva
A derivação regressiva consiste na redução da palavra derivante.
Geralmente, ela é usada na criação dos substantivos deverbais ou
pós-verbais. Assim, acrescentamos uma das vogais “a”, “e” ou “o” ao
radical do verbo. Note que os substantivos formados por esse
processo são indicativos de ação.
Exemplos:
Abalar – abalo; jogar – jogo, sustentar – sustento, chorar – choro.

Atenção!
É importante que você perceba que o processo comum de
formação é a criação de verbos com base em substantivos e
adjetivos. A derivação regressiva é, na verdade, o processo inverso.

Derivação imprópria
A derivação imprópria ou conversão consiste na mudança da classe
gramatical de uma palavra sem haver alteração na sua forma. Como
exemplo, cito o fenômeno de se antepor um artigo a qualquer
palavra e ela se tornar um substantivo.
Dessa forma, temos as seguintes passagens:
 de substantivos próprios a comuns: damasco;
 de substantivos comuns a próprios: Coelho;
 de adjetivos a substantivos: capital;
 de substantivos a adjetivos: burro;
 de substantivos, adjetivos e verbos a interjeições: viva!
 de verbos a substantivos: jantar;
 de verbos e advérbios a conjunções: quer... quer;
 de particípios a preposições: salvo;
 de particípios a substantivos e adjetivos: resoluto.

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3.2 Composição

O processo de formação de palavras por composição consiste


em conseguirmos uma nova palavra por meio da união de dois
ou mais radicais ou duas ou mais palavras. Note que a nova
palavra representa uma ideia muitas vezes diferente dos significados
indicados por suas palavras componentes.
Exemplo:
Criado-mudo é um móvel.

Temos dois tipos de composição, que vamos ver a seguir.


Aglutinação
Com a aglutinação, temos a perda de elementos fonéticos entre as
palavras que se agrupam.
Exemplos:
Plano + alto = planalto, boca + aberta = boquiaberta.

Justaposição
Com a justaposição, as palavras que se unem mantêm sua
integridade.
Exemplos:
Beija-flor, segunda-feira, passatempo, girassol, guarda-chuva.

3.3 Outros processos

Redução ou abreviação vocabular


A abreviação vocabular consiste na redução de palavras até os
limites que não prejudiquem a compreensão.
Exemplos:
Auto – automóvel, moto – motocicleta, pneu – pneumático, quilo –
quilograma.

Siglas
As siglas são as abreviaturas formadas com as letras iniciais das
palavras que compõem um título ou um nome. É interessante
observar que, muitas vezes, conhecemos mais o “objeto” pela sigla
do que pelo seu nome.

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Exemplos:
ONU – Organização das Nações Unidas, FGTS – Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço, PP – Partido Progressista, CEP – Código de
Endereçamento Postal.

Onomatopeia
As onomatopeias são aquelas palavras que buscam reproduzir
determinados ruídos ou sons. Geralmente, os verbos e os
substantivos indicadores de vozes de animais são onomatopeias.
Exemplos:
Miau!, coaxar, rosnar, piar.

Hibridismo
As palavras híbridas são aquelas que se formam de elementos
procedentes de línguas diferentes.
Exemplos:
Automóvel (auto – grego + móvel – latim), goiabeira (goiá – tupi + beira –
português.

Neologismo
O neologismo consiste na criação de novas palavras ou expressões,
ou na atribuição de um diferente significado a uma palavra já
existente. É importante observar que surgem novos vocábulos a todo
tempo e, por isso, muitos ainda não estão registrados.
Exemplos:
Deletar, pistolagem, abobado, internetês.

Vamos ver duas questões da banca FGV?

Questão – (FGV) Analista de Controle Interno – SEFAZ


(RJ)/2011
(Adaptada)
Assinale a palavra formada pelo mesmo processo que
corresponsabilidade.
a) necessidades;
b) qualificação;
c) imprescindível;
d) irrestrita;
e) governamental.

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Comentários
Esta questão trata dos processos de formação de palavras.
O enunciado solicita que o candidato analise as alternativas e
marque aquela que apresenta uma palavra que seja formada
pelo mesmo processo do vocábulo “corresponsabilidade”.
Em primeiro lugar, precisamos examinar a palavra
“corresponsabilidade”. Percebe-se que o radical dessa
palavra é o adjetivo “responsável”. Assim, por meio do
processo de derivação sufixal, teremos a palavra
“responsabilidade”. Se colocarmos, aí nesta última
palavra, o prefixo “co”, teremos, então, o vocábulo
“corresponsabilidade”.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
A palavra “necessidades” foi formada por meio do processo de
derivação sufixal.
Alternativa B
A palavra “qualificação” foi formada por meio do processo de
derivação sufixal.
Alternativa C
A palavra “prescindível” foi formada por meio do processo de
derivação sufixal (verbo prescindir). Quando colocamos um
prefixo em “prescindível”, temos o vocábulo “imprescindível”.
Alternativa correta.
Alternativa D
A palavra “irrestrita” foi formada por meio do processo de
derivação prefixal. Mas, não pode ser a resposta da questão,
porque o prefixo “i” foi agregado ao radical primário “restrita”, o
qual não sofreu um processo de sufixação antes de tê-lo
recebido.
Alternativa E
A palavra “governamental” foi formada por meio do processo de
derivação sufixal.
Gabarito: C

Questão – (FGV) Analista Legislativo – Processo


Legislativo – Senado Federal/2012
(Adaptada)
Assinale a palavra formada pelo mesmo processo que
viceja.
a) neoliberal;
b) democracia;
c) americano;
d) redistributivas;
e) contrabalançar.

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Comentários
Esta questão trata dos processos de formação de palavras.
O enunciado solicita que o candidato analise as alternativas e
marque aquela que apresenta uma palavra que seja formada
pelo mesmo processo do vocábulo “viceja”.
Em primeiro lugar, precisamos examinar a palavra
“vicejar”. Percebe-se que ela foi formada por meio de
derivação sufixal do substantivo “viço”. Assim, retirou-se
a vogal temática nominal “o” de “viço” e agregou-se o
sufixo verbal “-ej”. Também foram colocadas a vogal
temática “a” e a desinência modo-temporal “-r”. Observe
que essa desinência marca o infinitivo verbal.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
A palavra “neoliberal” foi formada por meio do processo de
derivação prefixal (prefixo “neo”).
Alternativa B
A palavra “democracia” foi formada por meio do processo de
justaposição. Observe a presença de dois radicais gregos:
“demo” (povo) e “cracia” (governo).
Alternativa C
A palavra “americano” foi formada por meio do processo de
derivação sufixal (sufixo “-ano”).
Alternativa correta.
Alternativa D
A palavra “redistributivas” foi formada por meio da agregação
simultânea dos afixos “re-“ e “-ivo”. Temos, aqui, um exemplo
de derivação parassintética.
Alternativa E
A palavra “contrabalançar” foi formada por meio do processo de
derivação prefixal (prefixo “contra-“).
Gabarito: C

Funções da linguagem

1. Aspectos introdutórios

Todos nós sabemos que a linguagem é uma das formas que temos
para nos comunicarmos.

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Como seres humanos que somos, precisamos de códigos diversos
para transmitirmos o que pensamos, queremos, fazemos, sentimos,
etc.
Para tanto, temos a linguagem, que é uma das formas por meio
da qual nos expressamos, nos comunicamos e transmitimos as
mensagens que queremos. Devemos ter em mente que essa
comunicação necessita de um emissor, um receptor, um contexto, um
código e um canal entre o emissor e o receptor. Assim, estudamos as
funções da linguagem que veremos a seguir.

2. Classificação das funções da linguagem

Função referencial ou denotativa Sentido literal da palavra. DICA: Denotativo -> Dicionario

A função referencial ou denotativa é aquela que transmite uma


informação objetiva sobre o contexto real. Nela, são apresentados
dados concretos, fatos e circunstâncias, ou seja, essa linguagem
possui um caráter informativo. Por isso, é a linguagem mais usada
em jornais, periódicos, matérias científicas, livros didáticos, etc.
Perceba que o importante aqui é a informação.
Exemplo:
As fortes chuvas ocorridas no último sábado danificaram as instalações da
empresa de minha irmã.
Função apelativa ou conativa

A função apelativa ou conativa é usada quando o emissor quer


influenciar o receptor ou dar-lhe alguma ordem. Para tanto, são
muito usados os vocativos e o imperativo. A linguagem apelativa é
bastante empregada nos sermões, discursos e propagandas. Perceba
que o importante aqui é o receptor.
Exemplo:
Venha fazer compras na nova feira do bairro!
Função expressiva ou emotiva
A função expressiva ou emotiva transmite os sentimentos e as
emoções do emissor. Para tanto, são muito usadas as interjeições e
certos sinais de pontuação como as reticências e o ponto de
exclamação. Perceba que o importante aqui é o emissor.
Exemplo:
Ah, não acredito! Que notícia ótima!

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Função poética
A função poética revela uma preocupação com o modo como a
mensagem será transmitida e não com a informação em si.
Para tanto, há uma atenção com a sonoridade das palavras, com o
ritmo, com a beleza do texto. Muito empregada nas poesias, na
literatura e na publicidade. Perceba que o importante aqui é a
mensagem.
Exemplo:
“O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de
beijar.” (Carlos Drummond de Andrade)

Função fática
A função fática revela uma preocupação com o contato entre o
emissor e o receptor, ou seja, com o canal de comunicação. É
usada com o objetivo de confirmar se o emissor está sendo ouvido ou,
então, de estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. Essa
linguagem é bastante empregada nas comunicações telefônicas e
saudações. Perceba que o importante aqui é o canal.
Exemplo:
Olá! Você está escutando?

Função metalinguística
A função metalinguística é aquela que transmite a mensagem de
um código por meio do próprio código, ou seja, a linguagem fala
dela própria. Perceba que o importante aqui é o código.
Exemplo:
Oração é um conjunto de palavras ordenadas segundo normas gramaticais,
com sentido completo.

No exemplo acima, perceba que explicamos o que é oração por meio


de uma.

Atenção!
Em um mesmo texto, podem conviver diferentes tipos de linguagem.
É importante você identificar qual é a função predominante para
responder às questões.

Outro ponto que quero destacar é o conceito de sentido conotativo


e sentido denotativo, usual em questões de provas. Quando uma
palavra é empregada em seu sentido denotativo, ela é usada em seu
sentido próprio, comum, habitual, preciso. Por sua vez, o sentido

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conotativo é o emprego de uma palavra em um sentido incomum,
figurado, circunstancial, que depende sempre do contexto. Para te
auxiliar a guardar, faça uma relação entre “denotativo” e “dicionário”.

Vamos fazer uma questão?

Questão – (CESPE) Diplomata – IRB/2011


(Adaptada)

Poucos depoimentos eu tenho lido mais emocionantes que o


artigo-reportagem de Oscar Niemeyer sobre sua experiência em
Brasília. Para quem conhece apenas o arquiteto, o artigo poderá
passar por uma defesa em causa própria — o revide normal de
um pai que sai de sua mansidão costumeira para ir brigar por
um filho em quem querem bater. Mas, para quem conhece o
homem, o artigo assume proporções dramáticas. Pois Oscar é
não só o avesso do causídico, como um dos seres mais
antiautopromocionais que já conheci em minha vida.

Sua modéstia não é, como de comum, uma forma infame de


vaidade. Ela não tem nada a ver com o conhecimento realista —
que Oscar tem — de seu valor profissional e de suas
possibilidades. É a modéstia dos criadores verdadeiramente
integrados com a vida, dos que sabem que não há tempo a
perder, é preciso construir a beleza e a felicidade no mundo, por
isso mesmo que, no indivíduo, é tudo tão frágil e precário.

Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia


construindo brasílias angélicas nas verdes pastagens do Paraíso.
Põe ele, como um verdadeiro homem, a felicidade do seu
semelhante no aproveitamento das pastagens verdes da Terra;
no exemplo do trabalho para o bem comum e na criação de
condições urbanas e rurais, em estreita intercorrência, que
estimulem e desenvolvam este nobre fim: fazer o homem feliz
dentro do curto prazo que lhe foi dado para viver.

Eu acredito também nisso, e quando vejo aquilo em que creio


refletido num depoimento como o de Oscar Niemeyer, velho e
querido amigo, como não me emocionar?

Vinicius de Moraes. Para viver um grande amor.


Rio de Janeiro: J. Olympio, 1982, p. 134-5 (com adaptações)
Julgue (C ou E) o item a seguir, relativo às estruturas
linguísticas do texto.

No texto, a linguagem foi empregada predominantemente em


suas funções emotiva e poética.

Comentários
Esta questão trata das funções da linguagem. O enunciado
solicita que o candidato julgue se, no texto, a linguagem foi

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empregada predominantemente em suas funções emotiva e
poética.
Aprendemos que a função expressiva ou emotiva é
aquela que transmite os sentimentos e as emoções do
emissor. Por sua vez, a função poética revela uma
preocupação com o modo como a mensagem será
transmitida e não com a informação em si. Para tanto, há
uma atenção com a sonoridade das palavras, com o
ritmo, com a beleza do texto.
Após uma leitura cuidadosa, percebemos que o item constante
do comando da questão está correto. Note o uso acentuado da
primeira pessoa do singular. Observe também o uso de figuras
de linguagem e a combinação e a disposição das palavras.
Gabarito: CERTA

Variação linguística

1. Conceitos

A linguagem é todo sistema de sinais que pode ser empregado como


forma de comunicação entre as pessoas. Por isso, podemos dizer que
ela difere os indivíduos dos seres irracionais. Dessa forma, ela torna
possível a expressão de sentimentos, conhecimentos, opiniões,
culturas e promove, assim, a vida em sociedade.

Para compreender melhor a “linguagem” vamos estudar os níveis da


fala: nível de formalidade e nível de informalidade.

A formalidade (nível culto) é o nível que está mais conectado à


linguagem escrita. Nele, precisam ser observadas as regras
gramaticais com bastante rigor. Está presente, principalmente, em
situações que necessitam desse tipo de posicionamento, como
discursos, reuniões, apresentação de trabalhos científicos e
acadêmicos.

Por sua vez, a informalidade é usada na linguagem falada, como


conversas com amigos, familiares e pessoas mais próximas. É
também utilizada em textos de redes sociais e comunicações via
internet. Alguns classificam a informalidade como “linguagem
coloquial”, e muitos consideram essa “coloquialidade” um erro.

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Nós classificamos, dentro do nível informal, variações linguísticas
conforme condições sociais, culturais, regionais e históricas. Vamos
ver?

Variações históricas
Observe que a língua é um elemento dinâmico que apresenta
alterações e transformações ao longo de um determinado período de
tempo. É importante destacar que o processo de transformação é
gradual, ou seja, não aparece de uma hora para outra. Em primeiro
lugar, surge uma “variante”, que passa a ser usada por um grupo de
indivíduos. Após um período, outros grupos também passam a adotá-
la. Assim, há um espaço de tempo em que são válidas as duas
variantes. Com o decorrer do tempo, a nova variante torna-se mais
comum na fala e, então, tem seu uso aceito na modalidade escrita. As
variações podem ser de grafia ou significado.
Exemplo:
Pharmácia – farmácia.

Variações regionais (ou geográficas)


As variações regionais são aquelas referentes às diferentes formas de
vocabulário, pronúncia e estrutura sintática existentes nas regiões do
país. Elas também são conhecidas como “dialetos”. Aqui ainda
podemos encaixar os “sotaques”, que são variações da linguagem
oral.
Exemplos:
Macaxeira – aipim - mandioca.
Tangerina – mexerica – bergamota.

Variações sociais (ou culturais)


As variações sociais são aquelas relacionadas aos grupos sociais e ao
grau econômico, de educação e de instrução e também à idade e ao
sexo de uma determinada pessoa. Assim, temos as gírias, os jargões
e os termos usados por pessoas que moram no interior, longe dos
grandes centros. Observe que os jargões são característicos do
linguajar profissional.
Vamos estudar mais um pouco sobre isso e fazer algumas
questões?

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Você, então, percebe que a linguagem não é algo uniforme, pois
possui variações em relação a assunto, interlocutor, ambiente e
intencionalidade? Note que esses itens citados se referem à
adequação linguística.
Os níveis de linguagem se relacionam com o emprego da fala e da
escrita em certa situação de comunicação. O emissor e o receptor
devem estar em um mesmo nível de concordância para que exista
entendimento. Veja que, dessa forma, temos um nível de linguagem
adequado para cada situação linguística.
Tenha em mente que o nível de linguagem empregado é ditado pelo
meio social no qual o indivíduo se encontra. Dessa maneira, o
vocabulário, a entonação e a maneira de expressão têm de se
adequar ao meio social e cultural em que determinado grupo de
pessoas vive.
É claro, portanto, que você sabe que não deve conversar com seu
chefe da mesma maneira que conversa com sua mãe.

Vamos fazer questões?

Questão – (FGV) Fiscal de Rendas - SERC–MS/2006


(Adaptada)
(...)
Antigamente, eram os marxistas que polemizavam em torno da
economia, apoiados no "materialismo histórico". Alguns
chegaram a falar num "materialismo econômico". Tinham a
convicção de que estavam na crista de uma onda que os
empurrava inexoravelmente para adiante, para promover a
transformação das relações de produção e o crescimento das
forças produtivas.
(...)
(Leandro Konder. Esquerda e direita no Brasil, hoje. Folha de São
Paulo, 13/04/2006)
A expressão na crista de uma onda (sublinhada no texto) tem
origem no registro:
a) burocrático.
b) culto.
c) inculto.
d) informal.
e) regional.

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Comentários
Esta questão trata de variação linguística.
Observe que o enunciado apresenta uma expressão
coloquial, ou seja, típica da linguagem informal.
Essa expressão significa “estar em evidência”, “estar na moda”.
Gabarito: D

Questão – (CESPE) Analista de Correios – Letras -


Correios/2011
(Adaptada)
Com o extraordinário desenvolvimento científico e tecnológico
experimentado na segunda metade do século XX,
estabeleceram-se as condições e o cenário para a convergência
entre a informática, a eletrônica e a comunicação. Esse fato leva
o computador a centralizar funções que antes eram
apresentadas por diversos meios de comunicação. As
tecnologias digitais, segundo Pierre Lévy, “surgiram com a
infraestrutura do ciberespaço, novo espaço de comunicação, de
sociabilidade, de organização e de transação, mas também novo
mercado da informação e do conhecimento”. O ciberespaço abre
caminhos para a cibercultura, pela qual a produção e a
disseminação de informações são pautadas pelo dispositivo de
comunicação todos-todos. Assim, não há apenas um emissor,
mas milhares. De acordo com Lévy, a sociedade passou por três
etapas: as sociedades fechadas, voltadas à cultura oral; as
sociedades civilizadas, imperialistas, com uso da escrita; e, por
último, a cibercultura, relativa à globalização das sociedades. A
cibercultura “corresponde ao momento em que nossa espécie,
pela globalização econômica, pelo adensamento das redes de
comunicação e de transporte, tende a formar uma única
comunidade mundial, ainda que essa comunidade seja e
quanto! desigual e conflitante”, diz Lévy.
Jorge K. Ijuim e Taís M. Tellaroli. Comunicação no mundo globalizado:
tendências no século XXI. In: Revista Ciberlegenda. UFF, ano 10, n.º
20, jun./2008. Internet: <www.uff.br> (com adaptações).

Com relação à organização das ideias do texto, julgue o


item a seguir.
A exclamação “e quanto!” (em negrito no texto) constitui uma
manifestação informal de linguagem, associada ao discurso
falado.

Comentários
Observe que a afirmativa apresentada no enunciado está
correta.
O autor coloca no texto, por meio da expressão “e quanto!”,
uma impressão pessoal e informal, típica da linguagem oral.

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Gabarito: CERTA

Questão – (CESPE) Psicólogo – SEDUC-AM/2011


(Adaptada)
Uma aula é como comida. O professor é o cozinheiro. O aluno é
quem vai comer. Se a criança se recusa a comer, pode haver
duas explicações. Primeira: a criança está doente. A doença lhe
tira a fome. Quando se obriga a criança a comer quando ela
está sem fome, há sempre o perigo de que ela vomite o que
comeu e acabe por odiar o ato de comer. É assim que muitas
crianças acabam por odiar as escolas. O vômito está para o ato
de comer como o esquecimento está para o ato de aprender.
Esquecimento é uma recusa inteligente da inteligência.
Segunda: a comida não é a comida que a criança deseja comer:
nabo ralado, jiló cozido, salada de espinafre... O corpo é um
sábio: não come tudo o que jogam para ele, mas opera com um
delicado senso de discriminação. Algumas coisas ele deseja.
Prova. Se são gostosas, ele come com prazer e quer repetir.
Outras não lhe agradam, e ele recusa. Aí eu pergunto: “O que
se deve fazer para que as crianças tenham vontade de tomar
sorvete?”. Pergunta boba. Nunca vi criança que não estivesse
com vontade de tomar sorvete. Mas eu não conheço nenhuma
mágica que seja capaz de fazer que uma criança seja motivada
a comer salada de jiló com nabo. Nabo e jiló não provocam sua
fome.
(...)
As crianças têm, naturalmente, um interesse enorme pelo
mundo. Os olhinhos delas ficam deslumbrados com tudo o que
veem. Devoram tudo. Lembro-me da minha neta de um ano,
agachada no gramado encharcado, encantada com uma
minhoca que se mexia. Que coisa fascinante é uma minhoca aos
olhos de uma criança que a vê pela primeira vez! Tudo é motivo
de espanto. Nunca esteve no mundo. Tudo é novidade,
surpresa, provocação à curiosidade. Quando visitei uma reserva
florestal no Espírito Santo, a bióloga encarregada de educação
ambiental me contou que era um prazer trabalhar com as
crianças. Não era necessário nenhum artifício de motivação. As
crianças queriam comer tudo o que viam. Tudo provocava a
fome dos seus olhos: insetos, pássaros, ninhos, cogumelos,
cascas de árvores, folhas, bichos, pedras. (...) Os olhos das
crianças têm fome de coisas que estão perto. (...) São
brinquedos para elas. Estão naturalmente motivadas por eles.
Querem comê-los. Querem conhecê-los.
Rubem Alves. Por uma educação romântica. Campinas: Papirus, 2002,
p. 82-4 (com adaptações).

A respeito das ideias veiculadas no texto acima e de suas


estruturas linguísticas, julgue o item seguinte.
Ao utilizar formas típicas da linguagem oral e coloquial,
produzindo um texto com tom predominantemente informal, o
autor aproxima-se do leitor.

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Comentários
Observe que a afirmativa apresentada no enunciado está
correta.
O autor realmente usa uma linguagem informal, caracterizada
pelo uso de termos coloquiais e estruturas típicas da linguagem
falada. Para atingir o tom informal, perceba que o autor
também utiliza imagens do mundo real e exemplos pessoais,
como o caso de sua neta. Observe, ainda, que Rubem Alves
escreveu o texto como se “estivesse conversando” com o leitor.
Dessa forma, há uma aproximação autor – leitor.
Gabarito: CERTA

Questão – (FCC) Engenheiro Civil – Caixa/2013


A lua da língua
Existe uma língua para ser usada de dia, debaixo da luz forte do
sentido. Língua suada, ensopada de precisão. Que nós
fabricamos especialmente para levar ao escritório, e usar na
feira ou ao telefone, e jogar fora no bar, sabendo o estoque
longe de se acabar. Língua clara e chã, ocupada com as
obrigações do expediente, onde trabalha sob a pressão exata e
dicionária, cumprimentando pessoas, conferindo o troco,
desfazendo enganos, sendo atenciosamente sem mais para o
momento. É a língua que Cristina usou para explicar quem
quebrou o cabo da escova, ou a língua das aeromoças em seus
avisos mecanicamente fundamentais.
Mas no entardecer da linguagem, por volta das quatro e meia
em nossa alma, começa a surgir um veio leve de angústia. As
coisas puxam uma longa sombra na memória, e a própria
palavra tarde fica mais triste e morna, contrastando com o azul
fresco e branco da palavra manhã. À tarde, a luz da língua
migalha. E, por ser já meio escuro, o mundo perde a nitidez.
Calar, a tarde não se cala, mas diz menos do que veio a dizer. É
a que frequenta os cartões de namoro, as confissões, as brigas
e os gritos, ou a atenção desajeitada das palavras num velório,
ou nos sussurros namorados ao pé dos muros dos subúrbios.
E tem a língua que em si mesma anoitece, quando o escuro
espatifa o sentido. O sol, esfacelado, vira pó. E a linguagem se
perde dos trilhos de por onde ir. Tateia, titubeia, tropeça,
esbarra em regras, arrasta a mobília das normas. À noite, sonha
a nossa língua. No céu da boca as palavras guardam um resíduo
de pensamento, e têm a densidade vazia das ideias vagas,
condensando-se como nuvens de um céu sem luz. No calor
tempestuoso dessas noites de Manuel Bandeira, é possível a
bailarina ser feita de borracha e pássaro. Enquanto o poeta
Murilo Mendes solta os pianos na planície deserta, tudo é dito
distante dos ruídos do dia. Tudo é possível nessa escuridão
criativa, existe o verso, existe a canção.
Mais tarde, finda a noite, quando abrimos a boca, a língua
amanhece, e de novo a levamos pelos corredores e pelas
repartições, pelas galerias e escritórios, valendo-nos dela para o

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recado simples, a ordem necessária, o atendimento útil.
Enquanto não chega a tarde, enquanto não anoitece.
(Adaptado de André Laurentino, Lições de gramática para quem
gosta de literatura)

O autor refere-se no texto a três línguas, cuja variação se


deve, sobretudo,
a) à classe social do falante, já que esta é marcada pela maior
ou menor facilidade de acesso do indivíduo aos bens culturais.
b) à disposição de espírito e ao humor de cada um de nós, que
variam de modo aleatório ao longo das diferentes etapas de
nossa vida.
c) aos mecanismos linguísticos próprios da linguagem verbal,
que nada têm a ver com as intenções ou necessidades
circunstanciais do usuário.
d) à diversidade das situações de linguagem, que o autor vê
marcadas na sucessão dos diferentes períodos do dia.
e) ao maior ou menor índice de formalidade com que as
pessoas as empregam, cumprindo ou descumprindo as normas
gramaticais.

Comentários
Observe que a alternativa D representa a ideia central do
texto.
Veja, no texto acima, como o autor explica e exemplifica o que
estudamos neste tópico do curso. Note que ele faz uso dos
períodos do dia (manhã, tarde e noite) para demonstrar que a
linguagem varia de acordo com cada situação específica.
Gabarito: D

Sobre o assunto, peço, ainda, que você revise a Aula 00, pois lá
também foram colocados alguns conceitos sobre linguagem culta e
informal.

Aqui, encerramos nossa aula de hoje. Espero que você esteja


estudando e aprendendo bastante. Se você tiver qualquer dúvida, me
escreva.
Agora, é hora de testar e aprofundar os conhecimentos vistos na
parte teórica da aula: vamos resolver as questões! Não deixe de fazer
a correção por meio dos comentários apresentados. Esta aula
apresenta as questões divididas em três grupos.
É importante que você leia atentamente todos os comentários,
ainda que tenha acertado a questão.
Isso é essencial para aprender o que você precisa!
Vamos à resolução?
FINAL META

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Língua Portuguesa para concursos
Curso Regular
Teoria e questões comentadas
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 09

QUESTÕES PROPOSTAS – Redação Oficial

Questão 01 – (FFC) Analista Legislativo – AL-PE/2014

Uma frase comum no início de certo tipo de documento oficial está


corretamente redigida em:

a) Requeremos a Mesa, ouvido o Plenario e cumpridas as formalidades regimentais,


que, seja enviado Votos de Pesares aos familiares dos cabeleleiros...
b) Requeremos à Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas as formalidades regimentais
que seja realizado uma Audiencia Pública...
c) Requeremos a Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas as formalidades regimentais,
seja realizado uma Reunião Solene...
d) Requeremos a Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas às formalidades regimentais,
que seja formulado um Voto de Aplauso pela beneficiência da senhora Ana
Margarete da Silva...
e) Requeremos à Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas as formalidades regimentais,
que sejam transcritos os artigos sobre a ascensão da nova classe média em
Pernambuco...

Questão 02 – (FCC) Técnico Judiciário – TRE-SP/2012


Constante de correspondência oficial enviada a um Ministro de Estado, a
frase redigida de modo correto e adequado é:

a) Solicitamos a Sua Excelência, Senhor Ministro, que avalieis a proposta de pauta


para a próxima reunião ordinária, que enviamos anexo à esse documento.
b) Solicitamos a Sua Excelência, Senhor Ministro, que avalies a proposta de pauta
para a próxima reunião ordinária, que enviamos anexada a este documento.
c) Solicitamos a Vossa Excelência, Senhor Ministro, que avalie a proposta de pauta
para a próxima reunião ordinária, que enviamos anexa a este documento.
d) Solicitamos a Vossa Senhoria, Senhor Ministro, que avalie a proposta de pauta
para a próxima reunião ordinária, que enviamos anexado à este documento.
e) Solicitamos a Vossa Excelência, Senhor Ministro, que avalieis a proposta de
pauta para a próxima reunião ordinária, que enviamos em anexo a esse documento.

Questão 03 – (CESPE) Todos os Cargos – TJ-SE/2014

À luz das orientações presentes no Manual de Redação da Presidência da


República, julgue o próximo item.

Nas comunicações oficiais dirigidas a ministros de tribunais superiores, deve-se


empregar a forma de tratamento Vossa Excelência. Caso possua o título de
doutor, o ministro destinatário pode, ainda, ser designado como doutor.

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Questão 04 – (FGV) Assistente Administrativo – Funarte/2014

Assinale a afirmativa que NÃO é adequada em relação ao memorando:

a) uma das marcas do memorando é a objetividade, isto é, escrito numa linguagem


breve, precisa e direta;
b) o memorando é um tipo de comunicação predominantemente interna, entre
unidades administrativas de um mesmo órgão;
c) a comunicação veiculada pelo memorando se limita a informações entre níveis
hierárquicos iguais e não entre graus hierárquicos diferentes;
d) o memorando é um documento marcado pela agilidade, evitando-se burocracia
que dificulta a tramitação do conteúdo veiculado;
e) os despachos ao memorando podem ser dados no próprio documento, o que
colabora para a diminuição de documentos.

Questão 05 – (FCC) Técnico Judiciário – TRT-24ª Região/2006

Atenção: Para responder à questão, considere o fragmento, transcrito abaixo,


como parte de um convite enviado a uma Autoridade.

Enviamos ...... o convite para a cerimônia de inauguração


do nosso Espaço Cultural, no próximo sábado.
Esperamos contar com a ...... presença nesse evento, tão
importante para nossa cidade.

A ......., Senhor Leonardo Pataca

Se o convite estiver sendo enviado ao Presidente do Tribunal Superior do


Trabalho, as lacunas estarão corretamente preenchidas por

a) a V. Exa. - sua - Sua Excelência


b) a V. Exa. - vossa - Sua Excelência
c) a V. Exa. - sua - Vossa Excelência
d) a vós - sua - Sua Senhoria
e) a vós - vossa - Vossa Senhoria

Questão 06 – (FCC) Analista Judiciário – TRT - 12ª Região (SC)/2010

Ao se redigir um documento oficial, deve-se atentar para as seguintes


recomendações:

I. Praticar a concisão e a clareza, de modo a que poucas palavras possam trazer


muita informação, não deixando dúvida quanto à significação do conjunto do texto.

II. A comunicação oficial não exime o redator de manifestar claramente sua


subjetividade, por meio de opiniões criativas e do posicionamento estritamente
pessoal diante de uma questão.

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III. A formalidade da linguagem é uma característica imprescindível da redação
oficial, fazendo-se notar, por exemplo, pela observância da norma culta e pelas
formas protocolares de tratamento.

Está correto o que consta APENAS em:

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e III.
e) II e III.

Questão 07 – (CESPE) Conhecimentos Básicos – TJ–SE/2014

À luz das orientações presentes no Manual de Redação da Presidência da


República, julgue o próximo item.

Embora aviso e ofício sigam o mesmo padrão formal — o padrão ofício —, as


funções desses documentos são distintas.

Questão 08 – (FGV) Técnico Legislativo – Senado Federal/2012


De acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, o tratamento
impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais
decorre:

I. da ausência de impressões individuais de quem comunica;

II. da impessoalidade de quem recebe a comunicação, tanto o cidadão quanto um


órgão público;

III. do caráter impessoal do próprio assunto tratado.

Completa(m) o enunciado corretamente:


a) somente os itens II e III.
b) somente os itens I e III.
c) somente os itens I e II.
d) todos os itens.
e) nenhum dos itens.

Questão 09 – (FGV) Analista de Sistemas – CODESP-SP/2010

Com base no Manual de Redação da Presidência da República, analise as


afirmativas a seguir:

I. O padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que não seja
confundida com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto
implica emprego de linguagem rebuscada.

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II. Não existe propriamente um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do
padrão culto nos atos e comunicações oficiais. O jargão burocrático, como todo
jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.

III. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam,
sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e
mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento por
quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de
explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e
em expedientes dirigidos aos cidadãos.

Assinale

a) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.


b) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se todas as afirmativas estiverem corretas.
d) se nenhuma afirmativa estiver correta.
e) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

Questão 10 – (ESAF) Assistente Técnico Administrativo – MF/2014

Um ofício fictício está fragmentado nas cinco opões abaixo. Desconsiderando a


fonte do tipo e espaçamentos em geral, assinale a opção que respeita a
normatização do padrão de documentos oficiais.

a)

b)

c)

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d)

e)

GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E C C C A D C D C A

QUESTÕES COMENTADAS – Redação Oficial

Questão 01 – (FFC) Analista Legislativo – AL-PE/2014

Uma frase comum no início de certo tipo de documento oficial


está corretamente redigida em:

a) Requeremos a Mesa, ouvido o Plenario e cumpridas as


formalidades regimentais, que, seja enviado Votos de Pesares aos
familiares dos cabeleleiros...

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b) Requeremos à Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas as
formalidades regimentais que seja realizado uma Audiencia Pública...
c) Requeremos a Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas as
formalidades regimentais, seja realizado uma Reunião Solene...
d) Requeremos a Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas às
formalidades regimentais, que seja formulado um Voto de Aplauso
pela beneficiência da senhora Ana Margarete da Silva...
e) Requeremos à Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas as
formalidades regimentais, que sejam transcritos os artigos sobre a
ascensão da nova classe média em Pernambuco...

Comentários
Muitas questões de redação oficial, como é o caso desta da FCC,
exigirão do candidato a análise de trechos para verificar o correto
emprego da normal culta da língua. Assim, examinar a correção de
um documento oficial exige que o candidato domine diversos assuntos
relacionados à Língua Portuguesa: ortografia, pontuação, emprego do
sinal indicativo de crase, concordância, entre outros.
Vamos analisar cada alternativa separadamente para encontrar
aquela que está de acordo com a escrita oficial adequada.
Alternativa A - Requeremos a Mesa, ouvido o Plenario e cumpridas
as formalidades regimentais, que, seja enviado Votos de Pesares aos
familiares dos cabeleleiros...
ERRO: A ausência de sinal indicativo de crase que deveria estar
presente em “requeremos a Mesa”.
CORREÇÃO: “Requeremos à Mesa”. A regência do verbo “requerer”
exige, neste caso, o auxílio da preposição “A”, a qual deve unir-se
ao artigo definido feminino “A” do complemento (“a Mesa”). Da
união das duas vogais “A”, surge a necessidade do uso do sinal grave.
ERRO: O termo “Plenario”, grafado sem acento agudo.
CORREÇÃO: “Plenário”. Acentuam-se os paroxítonos terminados em
ditongo oral.
ERRO: A vírgula em “que, seja enviado”.
CORREÇÃO: “(...) que seja enviado”. A vírgula somente será usada
quando for necessário. Essa necessidade pode ocorrer quando houver
inversões na ordem direta das orações nos períodos, fato não
observado.
ERRO: A concordância nominal e verbal em “seja enviado Votos de
Pesares”.
CORREÇÃO: “(...) sejam enviados Votos de Pesares”. Tanto o

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verbo quanto o particípio passivo devem concordar em número e grau
com o sujeito passivo da oração (“Votos de Pesares”).
ERRO: A ortografia do vocábulo “cabeleleiros”.
CORREÇÃO: “Cabeleireiros”. Uma boa dica para não errar a grafia
dessa palavra é lembrar que ela deriva de “cabeleira”.

Alternativa B - Requeremos à Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas


as formalidades regimentais que seja realizado uma Audiencia
Pública...
ERRO: A ausência de vírgula após “regimentais”.
CORREÇÃO: “Requeremos à Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas
as formalidades regimentais, que (...)”. As vírgulas sempre devem
ser usadas para intercalar uma oração no período composto.
ERRO: A concordância nominal e verbal em “seja realizado uma
Audiência Pública”.
CORREÇÃO: “(...) seja realizada uma Audiência Pública”. Tanto o
verbo quanto o particípio passivo devem concordar em número e grau
com o sujeito passivo da oração (“uma Audiência Pública”).
ERRO: A ortografia do vocábulo “Audiencia”.
CORREÇÃO: “Audiência”. Acentuam-se os paroxítonos terminados
em ditongo oral.

Alternativa C - Requeremos a Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas


as formalidades regimentais, seja realizado uma Reunião Solene...
ERRO: A ausência do sinal indicativo de crase, que deveria estar
presente em “requeremos a Mesa”.
CORREÇÃO: “Requeremos à Mesa”. A regência do verbo “requerer”
exige, neste caso, o auxílio da preposição “A”, a qual deve unir-se
ao artigo definido feminino “A” do complemento (“a Mesa”). Da
união das duas vogais “A”, surge a necessidade do uso do sinal grave.
ERRO: A concordância nominal e verbal em “seja realizado uma
Reunião Solene”.
CORREÇÃO: “(...) seja realizada uma Reunião Solene”. Tanto o
verbo quanto o particípio passivo devem concordar em número e grau
com o sujeito passivo da oração (“uma Reunião Solene”).
ATENÇÃO! Não está incorreta a ausência da conjunção integrante
“QUE” no início da oração “seja realizada uma Reunião Solene”.
Embora as orações subordinadas substantivas devam ser iniciadas por
conjunção integrante (“QUE” ou “SE”), há duas exceções. Uma delas,
bastante aceita atualmente, diz respeito a orações subordinadas em

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que o verbo esteja no modo subjuntivo (isso porque o subjuntivo já
indicaria tratar-se de uma subordinação).

Alternativa D - Requeremos a Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas


às formalidades regimentais, que seja formulado um Voto de Aplauso
pela beneficiência da senhora Ana Margarete da Silva...
ERRO: A ausência do sinal indicativo de crase, que deveria estar
presente em “requeremos a Mesa”.
CORREÇÃO: “Requeremos à Mesa”. A regência do verbo “requerer”
exige, neste caso, o auxílio da preposição “A”, a qual deve unir-se
ao artigo definido feminino “A” do complemento (“a Mesa”). Da
união das duas vogais “A”, surge a necessidade do uso do sinal grave.
ERRO: A presença do sinal indicativo de crase em “cumpridas às
formalidades”.
CORREÇÃO: “(...) cumpridas as formalidades”. A regência do termo
“cumpridas” não exige complemento preposicionado. Na ausência de
preposição “A” para unir-se ao artigo “AS”, não há motivo para o
emprego do sinal grave.
ERRO: A ortografia do vocábulo “beneficiência”.
CORREÇÃO: “Beneficência”. Uma boa dica para não errar a grafia
dessa palavra é lembrar de “beneficente”.

Alternativa E - Requeremos à Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas


as formalidades regimentais, que sejam transcritos os artigos sobre a
ascensão da nova classe média em Pernambuco...
Esta é a alternativa em que todo o período foi redigido
corretamente.
Gabarito: E

Questão 02 – (FCC) Técnico Judiciário – TRE-SP/2012

Constante de correspondência oficial enviada a um Ministro de


Estado, a frase redigida de modo correto e adequado é:

a) Solicitamos a Sua Excelência, Senhor Ministro, que avalieis a


proposta de pauta para a próxima reunião ordinária, que enviamos
anexo à esse documento.

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b) Solicitamos a Sua Excelência, Senhor Ministro, que avalies a
proposta de pauta para a próxima reunião ordinária, que enviamos
anexada a este documento.
c) Solicitamos a Vossa Excelência, Senhor Ministro, que avalie a
proposta de pauta para a próxima reunião ordinária, que enviamos
anexa a este documento.
d) Solicitamos a Vossa Senhoria, Senhor Ministro, que avalie a
proposta de pauta para a próxima reunião ordinária, que enviamos
anexado à este documento.
e) Solicitamos a Vossa Excelência, Senhor Ministro, que avalieis a
proposta de pauta para a próxima reunião ordinária, que enviamos
em anexo a esse documento.

Comentários
O primeiro aspecto a ser levado em conta, na hora de responder a
esta questão, diz respeito ao uso dos pronomes de tratamento, que
são pronomes pessoais usados em reverência a autoridades ou em
contextos comunicativos cuja formalidade os exige.
Sobre esse tipo pronominal, importa ter em mente estas três
informações fundamentais:
 Os pronomes de tratamento referem-se à 2ª pessoa do discurso,
ou seja, são utilizados quando se fala com a própria pessoa
reverenciada;
 Apesar disso, exigem a concordância do verbo e dos demais
elementos complementares na 3ª pessoa;
 É possível substituir o termo “VOSSA” pelo termo “SUA” para fazer
referência à pessoa, ou seja, para falar da pessoa, e não com a
pessoa.
O enunciado da questão deixa claro que a correspondência será
enviada para o próprio Ministro de Estado, de modo que deverá ser
utilizada, obrigatoriamente, a forma “VOSSA”, e não “SUA”. Essa
constatação elimina as alternativas A e B.

Outro aspecto importante diz respeito a qual pronome de tratamento


deve ser utilizado. Para sanar essa dúvida, devemos atentar para as
instruções que constam no Manual de Redação Oficial da
Presidência da República.
Nele, está indicado o uso de “Vossa Excelência” para uma série de
autoridades, entre elas, Ministros de Estado. “Vossa Senhoria”, por
sua vez, é o pronome indicado para as demais autoridades e para
particulares. Assim, está incorreta a alternativa D.

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O último aspecto a ser analisado, com relação aos pronomes de
tratamento, diz respeito à concordância verbal. Já vimos que os
pronomes de tratamento, embora se refiram à 2ª pessoa, exigem a
concordância do verbo na 3ª pessoa. Desse modo, somente as
alternativas C e D realizaram a correta concordância verbal:
“Solicitamos a Vossa Excelência, Senhor Ministro, que avalie a
proposta de pauta (...)”.

As análises acima são suficientes para responder à questão, pois


apontam a alternativa C como a única isenta de erros até o
momento. Cabe notar, no entanto, que as alternativas divergem em
outros aspectos, os quais merecem análise mais apurada.
Devemos tecer algumas considerações com relação ao uso das formas
“anexo”, “anexado” e “em anexo”.
A forma “anexo” funciona como adjetivo e deve ser utilizado para
qualificar um substantivo, com o qual deverá concordar em gênero e
número. Note que, no período em comento, o termo está qualificando
o substantivo “proposta” (“a proposta de pauta”). Assim, o correto é:
“a proposta de pauta para a próxima reunião ordinária, que enviamos
anexa a este documento”.
A forma “anexado”, por sua vez, é o particípio passado do verbo
anexar; deverá ser utilizada em termos verbais compostos ou na voz
passiva.
A forma “em anexo”, por fim, embora bastante utilizada, é
condenada por muitos gramáticos, de modo que deve ser evitada em
correspondências oficiais (na qual se exige o respeito à norma culta).

Outra observação importante diz respeito ao trecho “anexa a esse


(este) documento”.
O pronome demonstrativo indicado, nesse caso, é “ESTE”, e não
“esse”, pois faz referência à própria correspondência que se está
escrevendo (localiza o referente no espaço, o qual se encontra mais
próximo do falante).
Observe ainda, nesse mesmo trecho, que NÃO deve haver sinal
indicativo de crase (“a este documento”), uma vez que não se
emprega crase antes de vocábulos masculinos.
Gabarito: C

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Questão 03 – (CESPE) Todos os Cargos – TJ-SE/2014

À luz das orientações presentes no Manual de Redação da


Presidência da República, julgue o próximo item.

Nas comunicações oficiais dirigidas a ministros de tribunais


superiores, deve-se empregar a forma de tratamento Vossa
Excelência. Caso possua o título de doutor, o ministro destinatário
pode, ainda, ser designado como doutor.

Comentários
Vamos iniciar a resolução da questão pela análise da primeira parte
da assertiva: “Nas comunicações oficiais dirigidas a ministros de
tribunais superiores, deve-se empregar a forma de
tratamento Vossa Excelência”.
Como foi visto na parte teórica da aula, o pronome de tratamento
Vossa Excelência tem o seu uso consagrado para o trato com
autoridades dos três poderes, veja:
- autoridades do Poder Executivo: Presidente da República; Vice-
Presidente da República; Ministros de Estado; Secretários-Executivos
de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial;
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Oficiais-Generais das
Forças Armadas; Prefeitos Municipais; Embaixadores.
- autoridades do Poder Legislativo: Deputados Estaduais,
Distritais e Federais; Senadores; Ministros do Tribunal de Contas da
União; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes
das Câmaras Legislativas Municipais.
- autoridades do Poder Judiciário: Juízes; Auditores da Justiça
Militar; Membros de Tribunais; Ministros dos Tribunais Superiores.

Desse modo, podemos perceber que está correta a afirmação da


questão acima. Cabe-nos, agora, analisar o segundo aspecto: “Caso
possua o título de doutor, o ministro destinatário pode, ainda, ser
designado como doutor”. Vamos ver o que preceitua o Manual de
Redação da Presidência da República sobre o assunto?
“Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título
acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral,
empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal
grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume
designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e

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em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada
formalidade às comunicações”.
Assim, podemos inferir que não há proibição, no caso concreto
apresentado na questão, em tratar o ministro destinatário como
doutor, se ele possuir o título.
Gabarito: CERTO

Questão 04 – (FGV) Assistente Administrativo – Funarte/2014

Assinale a afirmativa que NÃO é adequada em relação ao


memorando:

a) uma das marcas do memorando é a objetividade, isto é, escrito


numa linguagem breve, precisa e direta;
b) o memorando é um tipo de comunicação predominantemente
interna, entre unidades administrativas de um mesmo órgão;
c) a comunicação veiculada pelo memorando se limita a informações
entre níveis hierárquicos iguais e não entre graus hierárquicos
diferentes;
d) o memorando é um documento marcado pela agilidade, evitando-
se burocracia que dificulta a tramitação do conteúdo veiculado;
e) os despachos ao memorando podem ser dados no próprio
documento, o que colabora para a diminuição de documentos.

Comentários
Esta questão trata de um tipo de documento previsto no Manual de
Redação da Presidência da República e enquadrado no Padrão Ofício:
o memorando. Vamos analisar cada alternativa?
Alternativa A – como tipo de documento oficial, o memorando
segue as regras das correspondências oficiais. Como visto na parte
teórica da aula, fundamentos como concisão, clareza e objetividade
são indispensáveis à redação oficial. Alternativa correta.
Alternativas B e C– perceba o conceito já estudado por nós acerca
do memorando: “O memorando é uma forma de comunicação
interna, utilizado entre unidades administrativas de um mesmo
órgão, não importa se de mesma hierarquia ou de hierarquia
diferentes”. Note, assim, que a alternativa B está correta e a
alternativa C está incorreta.
Alternativas D e E – em complemento ao conceito visto acima,
vamos rever outra característica do memorando: “Seu principal

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atributo é a agilidade. Desse modo, a tramitação de um
memorando dentro de um órgão deve ser rápida, livre de entraves
burocráticos (sem detrimento da clareza e da norma culta). Essa
eficiência pode ser conquistada por meio de despachos (em resposta
ao memorando) fornecidos dentro do próprio documento e, em caso
de falta de espaço, em folha de continuação. Esse método garante
um processo enxuto e simplificado, pautado por uma transparência
maior nas decisões e um histórico do andamento da matéria relativa
ao memorando.” Desse modo, ambas as alternativas estão corretas.
Gabarito: C

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Atenção: Para responder à questão, considere o fragmento,


transcrito abaixo, como parte de um convite enviado a uma
Autoridade.

Enviamos ...... o convite para a cerimônia de inauguração


do nosso Espaço Cultural, no próximo sábado.
Esperamos contar com a ...... presença nesse evento, tão
importante para nossa cidade.
A ......., Senhor Leonardo Pataca

Se o convite estiver sendo enviado ao Presidente do Tribunal


Superior do Trabalho, as lacunas estarão corretamente
preenchidas por

a) a V. Exa. - sua - Sua Excelência


b) a V. Exa. - vossa - Sua Excelência
c) a V. Exa. - sua - Vossa Excelência
d) a vós - sua - Sua Senhoria
e) a vós - vossa - Vossa Senhoria

Comentários
Questões que envolvem o uso dos pronomes de tratamento são
muito comuns ao se tratar de redação oficial. A banca FCC, por
exemplo, costuma cobrar bastante o tema. Vamos, então, analisar
cada lacuna:

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1ª Lacuna - Enviamos ...... o convite para a cerimônia de
inauguração do nosso Espaço Cultural, no próximo sábado.
Note que a questão especifica o destinatário do convite, ao informar
que se trata do Presidente do Tribunal Superior do Trabalho. Nesse
caso, o uso do Vossa Excelência seria mais correto. Vamos
relembrar?
Vossa Excelência (V. Exa./V. Exa.) – usado para referir-se a altas
autoridades. No caso do Poder Judiciário: Juízes; Auditores da Justiça
Militar; Membros de Tribunais; Ministros dos Tribunais Superiores.
Dessa maneira, apenas com a análise da primeira lacuna, já
podemos eliminar as alternativas D e E.

2ª Lacuna - Esperamos contar com a ...... presença nesse evento,


tão importante para nossa cidade.
Como visto na parte teórica da aula, os pronomes de tratamento
referem-se à 2ª pessoa do discurso, ou seja, são utilizados
quando se estiver falando com a pessoa reverenciada. Apesar
disso, exigem a concordância do verbo e dos demais elementos
complementares na 3ª pessoa. Isso explica a opção pelo do
complemento “sua” (concordância em 3ª pessoa), como sugere as
alternativas A e C, e não do “vossa” (concordância em 2ª pessoa).

3ª Lacuna – A ......., Senhor Leonardo Pataca


Aqui, estamos diante do endereçamento do convite. Já foi estudado,
anteriormente, que o pronome de tratamento “Vossa Excelência”,
para o caso em questão, é endereçado da seguinte maneira: A Sua
Excelência o Senhor, como apresenta a alternativa A.
Gabarito: A

Questão 06 – (FCC) Analista Judiciário – TRT - 12ª Região


(SC)/2010

Ao se redigir um documento oficial, deve-se atentar para as seguintes


recomendações:

I. Praticar a concisão e a clareza, de modo a que poucas palavras


possam trazer muita informação, não deixando dúvida quanto à
significação do conjunto do texto.

II. A comunicação oficial não exime o redator de manifestar

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claramente sua subjetividade, por meio de opiniões criativas e do
posicionamento estritamente pessoal diante de uma questão.

III. A formalidade da linguagem é uma característica imprescindível


da redação oficial, fazendo-se notar, por exemplo, pela observância
da norma culta e pelas formas protocolares de tratamento.

Está correto o que consta APENAS em:

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e III.
e) II e III.

Comentários
Esta questão busca testar os seus conhecimentos sobre as
características da redação oficial. Vamos analisar os itens?

I – A afirmativa está correta. De fato, a clareza e a concisão são


atributos valiosos da correspondência oficial. A clareza permite
que o texto oficial seja inteligível, de modo objetivo. Por sua vez, a
concisão não determina, necessariamente, que a comunicação seja
curta em extensão; mas que ela deva esgotar todo o assunto da
maneira mais sintética e enxuta possível.
II – O que se afirma, no item II, está equivocado e fere a
característica da impessoalidade, tão preciosa à redação oficial,
marcada pela ausência de impressões individuais de quem
comunica, impessoalidade de quem recebe a comunicação;
caráter impessoal do próprio assunto tratado. Pode-se perceber
que, de modo oposto ao que ocorre nas correspondências
particulares, a impressão pessoal e a subjetividade de quem escreve
não são bem-vindas aqui.
III – A afirmativa está correta. Vamos rever o que foi apresentado na
parte teórica da aula? A linguagem a ser empregada nas
correspondências oficias deve ser compreendida integralmente
por todos os destinatários, seja o Poder Público ou o cidadão. Essa
finalidade pode ser alcançada ao se evitar o uso de linguagem restrita
a certos grupos, ou seja, marcada por jargões técnicos, gírias e
regionalismos. Assim, pode-se concluir que a linguagem formal

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precisa ser empregada pelo seu caráter universal. Esse nível de
linguagem é consequência do caráter público dos atos oficiais.
Gabarito: D

Questão 07 – (CESPE) Conhecimentos Básicos – TJ–SE/2014

À luz das orientações presentes no Manual de Redação da


Presidência da República, julgue o próximo item.

Embora aviso e ofício sigam o mesmo padrão formal — o padrão


ofício —, as funções desses documentos são distintas.

Comentários
Esta questão exige que o candidato domine o assunto “tipos de
documentos”, do Manual de Redação da Presidência da República.
Primeiro, é importante relembrar que o Padrão Oficial engloba os
seguintes tipos documentais: aviso, ofício e memorando. Para analisar
a razão pela qual o item está correto, vamos destacar um trecho do
Manual que trata do tema: “Embora sejam modalidades de
comunicação oficial praticamente idênticas, ofício e aviso
diferenciam-se pelo fato de que o aviso é expedido
exclusivamente por ministros de Estado, para autoridades de
mesma hierarquia, enquanto o ofício é expedido pelas demais
autoridades. Ambos destinam-se ao tratamento de assuntos oficiais
pelos órgãos da administração pública entre si e, no caso do ofício,
também com particulares”.
Gabarito: CERTO

Questão 08 – (FGV) Técnico Legislativo – Senado


Federal/2012
De acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, o
tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam
das comunicações oficiais decorre:

I. da ausência de impressões individuais de quem comunica;

II. da impessoalidade de quem recebe a comunicação, tanto o cidadão


quanto um órgão público;

III. do caráter impessoal do próprio assunto tratado.

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Completa(m) o enunciado corretamente:
a) somente os itens II e III.
b) somente os itens I e III.
c) somente os itens I e II.
d) todos os itens.
e) nenhum dos itens.

Comentários
Esta questão exige que o candidato conheça o Manual de Redação da
Presidência da República, em especial o assunto “características da
redação oficial”. O examinador destaca, entre essas características,
a impessoalidade. Vamos relembrar o que foi visto na parte teórica
da aula?
A importância de um tratamento impessoal para as
comunicações oficiais decorre, segundo o Manual de Redação
Oficial da Presidência da República, de:
“a) ausência de impressões individuais de quem comunica:
embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe
de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é
feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padronização,
que permite que comunicações elaboradas em diferentes setores da
Administração guardem entre si certa uniformidade;
b) impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas
possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre concebido
como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos um
destinatário concebido de forma homogênea e impessoal;
c) caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo
temático das comunicações oficiais se restringe a questões que dizem
respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer tom
particular ou pessoal.”
Note que a questão apenas recortou trechos do Manual e exigiu o
conhecimento da sua literalidade. Por isso, destaquei, no começo da
aula, a importância da leitura atenta do Manual, principalmente os
pontos que abrangem os assuntos previstos no edital.
Gabarito: D

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Questão 09 – (FGV) Analista de Sistemas – CODESP-SP/2010

Com base no Manual de Redação da Presidência da República, analise


as afirmativas a seguir:

I. O padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde


que não seja confundida com pobreza de expressão. De nenhuma
forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem
rebuscada.

II. Não existe propriamente um “padrão oficial de linguagem”; o que


há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. O jargão
burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua
compreensão limitada.

III. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações


que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos
rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a
determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja
com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-
los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração
e em expedientes dirigidos aos cidadãos.

Assinale

a) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.


b) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se todas as afirmativas estiverem corretas.
d) se nenhuma afirmativa estiver correta.
e) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

Comentários
Esta questão busca testar os seus conhecimentos sobre as
características da redação oficial. As afirmativas estão corretas.
Vamos relembrar o que foi visto na parte teórica da aula?
O padrão culto da língua deve respeitar a regra gramatical formal e
empregar um vocabulário que seja comum aos que usam o idioma. O
uso de uma linguagem rebuscada, hermética, repleta de figuras de
linguagem comuns à literatura ou de “contorcionismos” sintáticos não
é sinônimo de padrão culto. A linguagem simples e direta é permitida;
o que não pode ocorrer é a pobreza linguística. Apesar de certas

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expressões e usos sintáticos encontrarem-se consagrados na práxis
administrativa, não é correto dizer que há um “padrão oficial de
linguagem” marcado pela “linguagem burocrática”, mas sim o uso do
padrão culto na redação oficial. Assim, o uso do “jargão burocrático”,
bem como de todo e qualquer jargão, deve ser evitado, pois restringe
a compreensão a um grupo específico. Certas situações, obviamente,
exigirão o uso de uma linguagem técnica, que deve ser feito sem
exagero, especialmente quando o Poder Público estabelecer uma
comunicação com setor distinto do Serviço Público ou com o cidadão,
que encontrarão dificuldade em apreender o vocabulário específico.
Fica claro, então, que o padrão culto da língua é a maneira de se
obter a compreensão de todos indistintamente e distanciar-se de
modismos vocabulares, idiossincrasias linguísticas e diferenças
lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais.
Gabarito: C

Questão 10 – (ESAF) Assistente Técnico Administrativo –


MF/2014

Um ofício fictício está fragmentado nas cinco opões abaixo.


Desconsiderando a fonte do tipo e espaçamentos em geral,
assinale a opção que respeita a normatização do padrão de
documentos oficiais.

a)

b)

c)

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d)

e)

Comentários
Está questão trata de um tipo de documento previsto no Manual de
Redação da Presidência da República e enquadrado no Padrão Ofício:
ofício. Vamos analisar cada alternativa?
Alternativa A – alternativa correta. O trecho atende todas as
exigências do Padrão Ofício: tipo e número do expediente, seguidos
da sigla do órgão que o expede; local e data em que foi assinado, por
extenso, com alinhamento à direita.
Alternativa B - alternativa incorreta. O vocativo Excelentíssimo
Senhor é utilizado para endereçar correspondências aos Chefes de
Poder (Presidente da República, do Congresso Nacional e do Supremo
Tribunal Federal). No caso do item, o correto seria empregar o
vocativo Senhor, seguido do respectivo cargo. Ademais, é utilizado
“Dr.”: sobre esse aspecto, o Manual de Redação institui que “doutor
não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em
comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído
curso universitário de doutorado. É costume designar por doutor os
bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos
demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às
comunicações”.

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Alternativa C – o item torna-se incorreto pelo emprego do vocativo
“digníssimo”, uma vez que não se utiliza mais o tratamento
digníssimo em comunicações oficiais para se referir a
autoridades. A dignidade é um pressuposto para o exercício de
qualquer cargo público, o que torna desnecessária sua evocação.
Alternativas D e E – alternativas incorretas. O uso das expressões
“cumpre-nos a honra de encaminhar...” e "com renovados protestos
de estima e consideração" fere algumas características básicas das
correspondências oficiais: a impessoalidade e a concisão. Aquele
que escreve deve manter-se imparcial em relação às suas impressões
individuais, bem como evitar preciosismos. A comunicação oficial deve
ser imparcial, direta e objetiva. Além disso, a conclusão do texto deve
apenas reafirmar ou reapresentar a posição recomendada sobre o
assunto.
Gabarito: A

QUESTÕES PROPOSTAS – Particularidades léxicas

Questão 01 – (FGV) Advogado – Codesp-SP/2010


(Adaptada)

O aproveitamento das oportunidades que estão surgindo é valioso porque, além da


realização pessoal na vida profissional, é um atalho para melhora dos níveis de
renda e de bem-estar de fatias cada vez maiores da população brasileira.

No trecho acima, empregou-se corretamente uma das formas do porquê.


Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido.

a) Sem ter por quê, em se falando de habilidades, discutir mais profundamente,


calamo-nos.
b) Vamos destacar as habilidades por que somos conhecidos.
c) Ele esperava saber por que, naquele departamento, sua habilidade não era
valorizada.
d) Porque nossa habilidade não era valorizada não íamos demonstrá-la?
e) Não conseguimos saber por quê, mas tentamos.

Questão 02 – (FGV) Agente Administrativo – CAERN/2010


(Adaptada)

Para receber a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, os


organizadores tiveram de se submeter a uma série de medidas ambientais.

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Assinale a alternativa em que o SE desempenhe o mesmo papel que o


grifado no período acima.

a) Eles se sentaram à beira do lago.


b) Ele se cortou fazendo a barba.
c) O pai e o filho confrontaram-se até que romperam relações.
d) Precisa-se da ajuda do povo para conter o desmatamento.
e) Ela se queixou com o chefe.

Questão 03 – (FCC) Analista Judiciário – TRT-16ª Região (MA)/2014


(Adaptada)

Isso ajuda a explicar por que o bonde urbano e grandes projetos de transporte
público estão com toda a força.

O elemento grifado acima preenche corretamente a lacuna da frase:

a) Detroit acaba de pedir resgate ao governo do Estado de Michigan ...... está


soterrada em dívidas.
b) Ao se constatar que o capital se movimenta nas grandes cidades, com suas
redes de conexão, compreende-se ...... há interesse na revitalização dos centros
urbanos.
c) ...... encarecem rapidamente, os bairros revitalizados acabam expulsando dali as
classes mais baixas.
d) Os embates em Istambul começaram ...... se cogitou transformar um parque
em shopping center.
e) A perda de mobilidade explica em parte o ...... de algumas metrópoles brasileiras
estarem cedendo às ideias de um urbanismo mais saudável.

Questão 04 – (FCC) Analista Judiciário – TRF-3ª Região/2014

A guerra dos dez anos começou quando um fazendeiro cubano, Carlos Manuel de
Céspedes, e duzentos homens mal armados tomaram a cidade de Santiago e
proclamaram a independência do país em relação à metrópole espanhola. Mas a
Espanha reagiu. Quatro anos depois, Céspedes foi deposto por um tribunal cubano
e, em março de 1874, foi capturado e fuzilado por soldados espanhóis.
Entrementes, ansioso por derrubar medidas espanholas de restrição ao comércio, o
governo americano apoiara abertamente os revolucionários e Nova York, Nova
Orleans e Key West tinham aberto seus portos a milhares de cubanos em fuga. Em
poucos anos Key West transformou-se de uma pequena vila de pescadores numa
importante comunidade produtora de charutos. Despontava a nova capital mundial
do Havana.
Os trabalhadores que imigraram para os Estados Unidos levaram com eles a
instituição do “lector”. Uma ilustração da revista Practical Magazine mostra um
desses leitores sentado de pernas cruzadas, óculos e chapéu de abas largas, um
livro nas mãos, enquanto uma fileira de trabalhadores enrolam charutos com o que
parece ser uma atenção enlevada.
O material dessas leituras em voz alta, decidido de antemão pelos operários (que
pagavam o “lector” do próprio salário), ia de histórias e tratados políticos a

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romances e coleções de poesia. Tinham seus prediletos: O conde de Monte Cristo,
de Alexandre Dumas, por exemplo, tornou-se uma escolha tão popular que um
grupo de trabalhadores escreveu ao autor pouco antes da morte dele, em 1870,
pedindo-lhe que cedesse o nome de seu herói para um charuto; Dumas consentiu.
Segundo Mário Sanchez, um pintor de Key West, as leituras decorriam em silêncio
concentrado e não eram permitidos comentários ou questões antes do final da
sessão.
(Adaptado de: MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura.
Trad. Pedro Maia Soares. São Paulo, Cia das Letras, 1996, p. 134-136)

Afirma-se corretamente:

a) Em “pedindo-lhe que cedesse o nome de seu herói” (4o parágrafo), o elemento


destacado é um pronome.
b) O elemento destacado no segmento “uma escolha tão popular que um grupo de
trabalhadores” (4o parágrafo) NÃO é um pronome.
c) Em “que pagavam o ‘lector’ do próprio salário” (4o parágrafo), o elemento
destacado substitui leituras.
d) Em “com o que parece ser uma atenção enlevada” (3o parágrafo), o elemento
destacado refere-se a “charutos”.
e) Em “Os trabalhadores que imigraram para os Estados Unidos” (3o parágrafo), o
elemento destacado NÃO é um pronome.

GABARITO
01 02 03 04
A B B B

QUESTÕES COMENTADAS – Particularidades léxicas

Questão 01 – (FGV) Advogado – Codesp-SP/2010


(Adaptada)

O aproveitamento das oportunidades que estão surgindo é


valioso porque, além da realização pessoal na vida profissional, é um
atalho para melhora dos níveis de renda e de bem-estar de fatias
cada vez maiores da população brasileira.

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No trecho acima, empregou-se corretamente uma das formas
do porquê. Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha
ocorrido.

a) Sem ter por quê, em se falando de habilidades, discutir mais


profundamente, calamo-nos.
b) Vamos destacar as habilidades por que somos conhecidos.
c) Ele esperava saber por que, naquele departamento, sua habilidade
não era valorizada.
d) Porque nossa habilidade não era valorizada não íamos demonstrá-
la?
e) Não conseguimos saber por quê, mas tentamos.

Comentários
O emprego do “porquê” é bastante cobrado pelas bancas, pois o
candidato facilmente confunde se ele é escrito junto, separado ou com
acento circunflexo. Vamos rever as regras?

Usa-se “POR QUE” (separado):


- quando pudermos substituí-lo por “pelo qual” e variações;
- quando pudermos substituí-lo por “por qual motivo” ou “por
qual razão”;
- quando tivermos orações subordinadas substantivas objetivas
indiretas e o verbo transitivo indireto exigir a preposição “por”.

Usa-se “PORQUE” (junto):


- quando exercer a função de conjunção explicativa (= “pois”),
causal (= “já que”) ou final (= ”para que”);

Usa-se “PORQUÊ” (junto e acentuado):


- quando possuir valor de “motivo”, “razão”. Observe que o
“porquê” é, nesse caso, uma palavra substantivada; por isso, vem
sempre acentuado e precedido de algum determinante.
ATENÇÃO! Acentuamos “porquê” e “por quê” se eles estiverem
acompanhados de algum determinante ou se estiverem em final
de orações. No primeiro caso, a palavra funciona como um
substantivo.
Agora que revisamos o assunto, vamos analisar cada alternativa:

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Alternativa A - Neste caso, o “por que” pode ser substituído por
“por qual motivo” ou “por qual razão”. Assim, deve ser escrito
separado e sem acento. Além disso, note que o “por que” só deve ser
acentuado se for empregado no final da oração. Alternativa
incorreta.
Alternativa B - Aqui, o “por que” pode ser substituído por “pelas
quais”. Assim, deve ser escrito separado e sem acento (uma vez que
não ocorreu um dos motivos justificadores da acentuação).
Alternativa correta.
Alternativa C - Neste caso, o “por que” pode ser substituído por
“por qual motivo” ou “por qual razão”. Assim, deve ser escrito
separado e sem acento (uma vez que não ocorreu um dos motivos
justificadores da acentuação). Alternativa correta.
Alternativa D - Observe que, nesta alternativa, “porque” exerce
função de conjunção causal; por isso, deve ser escrito junto e sem
acento (uma vez que não ocorreu um dos motivos justificadores da
acentuação).
Alternativa E - Neste caso, o “por que” pode ser substituído por
“por qual motivo” ou “por qual razão”; por isso, deve ser escrito
separado. O emprego do acento justifica-se porque o termo está no
final da oração.
GABARITO: A

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(Adaptada)

Para receber a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016,


os organizadores tiveram de se submeter a uma série de medidas
ambientais.
Assinale a alternativa em que o SE desempenhe o mesmo
papel que o grifado no período acima.

a) Eles se sentaram à beira do lago.


b) Ele se cortou fazendo a barba.
c) O pai e o filho confrontaram-se até que romperam relações.
d) Precisa-se da ajuda do povo para conter o desmatamento.
e) Ela se queixou com o chefe.

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Comentários

A palavra “se” admite vários empregos, pois possui diferentes


funções morfológicas e sintáticas.
No trecho do enunciado, o “se” é empregado para expressar que a
ação praticada pelo sujeito recai sobre ele próprio (voz reflexiva).
Assim, possui função de pronome reflexivo.
Agora que identificamos a função do “se” na frase, temos de
encontrar, nas alternativas, outro “se” com semelhante função.
Alternativa A - Aqui, o “se” funciona como partícula expletiva ou
de realce, pois possui valor enfático. Note que é possível retirá-lo
sem prejuízo à estrutura sintática da oração: “Eles sentaram à beira
do lago”.
Alternativa B - Nesta alternativa, o “se” expressa que a ação
praticada pelo sujeito recai sobre ele próprio (cortou a si mesmo).
Possui, portanto, função de pronome reflexivo. Alternativa
correta.
Alternativa C - Aqui, o “se” equivale a “um ao outro”. É, portanto,
pronome reflexivo recíproco.
Alternativa D - O “se” foi empregado, neste período, após um verbo
transitivo indireto e possui função de índice de indeterminação do
sujeito.
Alternativa E - Em “queixou-se”, o “se” integra o verbo pronominal
“queixar” e não exerce função sintática. É, assim, parte integrante
do verbo.
GABARITO: B

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(MA)/2014
(Adaptada)

Isso ajuda a explicar por que o bonde urbano e grandes projetos de


transporte público estão com toda a força.

O elemento grifado acima preenche corretamente a lacuna da


frase:

a) Detroit acaba de pedir resgate ao governo do Estado de Michigan


...... está soterrada em dívidas.

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b) Ao se constatar que o capital se movimenta nas grandes cidades,
com suas redes de conexão, compreende-se ...... há interesse na
revitalização dos centros urbanos.
c) ...... encarecem rapidamente, os bairros revitalizados acabam
expulsando dali as classes mais baixas.
d) Os embates em Istambul começaram ...... se cogitou transformar
um parque em shopping center.
e) A perda de mobilidade explica em parte o ...... de algumas
metrópoles brasileiras estarem cedendo às ideias de um urbanismo
mais saudável.

Comentários
Esta questão exige conhecimento do candidato a respeito do emprego
do termo “porquê”. Vamos revisar?
O emprego do “porquê” é bastante cobrado pelas bancas, pois
o candidato facilmente confunde se escreve-se junto, separado
ou com acento circunflexo.
“Por que” separado é usado:
 quando podemos substituir o “por que” por “pelo qual”
e variações. Isso acontece por causa do seguinte: o “por” é
uma preposição e o “que” é um pronome relativo.
 quando podemos substituir o “por que” por uma das
expressões: “por qual motivo” ou “por qual razão”. Isso
acontece por causa do seguinte: o “por” é uma preposição e o
“que” é um pronome interrogativo.
 quando temos orações subordinadas substantivas
objetivas indiretas e o verbo transitivo indireto exige a
preposição “por”. Isso acontece por causa do seguinte: o
“por” é uma preposição e o “que” é um pronome interrogativo.
“Porque” junto é usado quando possui a função de conjunção
explicativa (= “pois”), causal (= “já que”) ou final (= ”para
que”).
Usamos o “porquê” junto e com acento circunflexo quando ele
possui valor de “motivo”, “razão”. Observe que o “porquê” é,
nesse caso, uma palavra substantivada e vem sempre precedido de
algum determinante.
Você se lembra de que sempre acentuamos a palavra “que” se esta
estiver em final de frases ou se estiver acompanhada de algum
determinante? Neste segundo caso, a palavra funciona como um
substantivo. Essas regras valem então para “porquê” e “por quê”.

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Veja que o “por que” utilizado na frase do enunciado equivale
a “por qual motivo”.
Dessa forma, observa-se que a alternativa B apresenta uma lacuna,
na qual deverá ser empregado o mesmo “por que” da frase do
enunciado.
Veja que nas alternativas A, C e D o correto é o emprego de “porque”
e na alternativa E, “porquê”.
Gabarito: B

Questão 04 – (FCC) Analista Judiciário – TRF-3ª Região/2014

A guerra dos dez anos começou quando um fazendeiro cubano, Carlos


Manuel de Céspedes, e duzentos homens mal armados tomaram a
cidade de Santiago e proclamaram a independência do país em
relação à metrópole espanhola. Mas a Espanha reagiu. Quatro anos
depois, Céspedes foi deposto por um tribunal cubano e, em março de
1874, foi capturado e fuzilado por soldados espanhóis.
Entrementes, ansioso por derrubar medidas espanholas de restrição
ao comércio, o governo americano apoiara abertamente os
revolucionários e Nova York, Nova Orleans e Key West tinham aberto
seus portos a milhares de cubanos em fuga. Em poucos anos Key
West transformou-se de uma pequena vila de pescadores numa
importante comunidade produtora de charutos. Despontava a nova
capital mundial do Havana.
Os trabalhadores que imigraram para os Estados Unidos levaram com
eles a instituição do “lector”. Uma ilustração da revista Practical
Magazine mostra um desses leitores sentado de pernas cruzadas,
óculos e chapéu de abas largas, um livro nas mãos, enquanto uma
fileira de trabalhadores enrolam charutos com o que parece ser uma
atenção enlevada.
O material dessas leituras em voz alta, decidido de antemão pelos
operários (que pagavam o “lector” do próprio salário), ia de histórias
e tratados políticos a romances e coleções de poesia. Tinham seus
prediletos: O conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, por
exemplo, tornou-se uma escolha tão popular que um grupo de
trabalhadores escreveu ao autor pouco antes da morte dele, em
1870, pedindo-lhe que cedesse o nome de seu herói para um charuto;
Dumas consentiu.
Segundo Mário Sanchez, um pintor de Key West, as leituras decorriam
em silêncio concentrado e não eram permitidos comentários ou
questões antes do final da sessão.
(Adaptado de: MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura.
Trad. Pedro Maia Soares. São Paulo, Cia das Letras, 1996, p. 134-136)

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Afirma-se corretamente:

a) Em “pedindo-lhe que cedesse o nome de seu herói” (4o parágrafo),


o elemento destacado é um pronome.
b) O elemento destacado no segmento “uma escolha tão
popular que um grupo de trabalhadores” (4o parágrafo) NÃO é um
pronome.
c) Em “que pagavam o ‘lector’ do próprio salário” (4o parágrafo), o
elemento destacado substitui leituras.
d) Em “com o que parece ser uma atenção enlevada” (3o parágrafo),
o elemento destacado refere-se a “charutos”.
e) Em “Os trabalhadores que imigraram para os Estados Unidos”
(3o parágrafo), o elemento destacado NÃO é um pronome.

Comentários
Esta questão pede que o candidato analise as diferentes funções do
vocábulo “QUE” na nossa língua. Vamos examinar cada alternativa
separadamente.

Alternativa A – O “que”, no período destacado, está exercendo


função de conjunção subordinativa integrante. A conjunção
subordinativa faz a conexão entre uma oração principal e uma oração
subordinada. Nesse caso, faz a conexão entre a oração principal e a
oração subordinada substantiva objetiva direta “cedesse o nome
de seu herói”. Por iniciar uma oração substantiva, é chamada de
conjunção integrante. Alternativa incorreta.
Alternativa B – O “que”, no período destacado, também está
exercendo função de conjunção, porém de conjunção subordinativa
consecutiva, pois faz a conexão entre uma oração principal e uma
oração subordinada adverbial consecutiva (“um grupo de
trabalhadores escreveu...”). A alternativa está correta, pois, de
fato, não se trata de um pronome.
Alternativa C – Aqui, o “que” foi empregado na função de pronome
relativo para retomar (substituir) o termo “trabalhadores”, e não
“leituras”. Alternativa incorreta.
Alternativa D – Aqui, o “que” também foi empregado na função de
pronome relativo, para retomar o pronome demonstrativo “O”
(“o que” = “aquilo que”), em referência ao termo “atenção
elevada”, expresso adiante. Alternativa incorreta.

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Alternativa E – O “que”, nesta alternativa, funciona como pronome
(pronome relativo), pois retoma o termo “trabalhadores”.
Alternativa incorreta.
Gabarito: B

QUESTÕES PROPOSTAS - Estrutura e formação de palavras. Funções da


linguagem. Variação linguística.

Questão 01 – (FGV) Investigador da Polícia Civil – SSP (RJ)/2008

Assinale a alternativa em que o prefixo tenha valor semântico distinto dos


demais:
a) anormal;
b) apatia;
c) apneia;
d) afasia;
e) abotoar.

Questão 02 – (FGV) Investigador da Polícia Civil – SSP (RJ)/2008


(Adaptada)

Assinale a alternativa em que a palavra indicada não seja formada pelo


mesmo processo que as demais.

a) ilegais;
b) desacompanhado;
c) incompatíveis;
d) demográfica;
e) interregionais.

Questão 03 – (FGV) Fiscal de Rendas – SEFAZ (RJ)/2010


(Adaptada)

Quanto à estrutura e formação do vocábulo metaética, é correto afirmar


que:

a) forma-se pelo processo de composição por aglutinação;


b) tem agregada ao radical étic- uma desinência nominal de gênero feminino;
c) contém um prefixo de origem grega também presente na palavra “metafísica”;
d) constitui-se por meio da justaposição de dois substantivos.

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Questão 04 – (FGV) Auditor Fiscal – SEFAZ (RJ)/2012
(Adaptada)

Assinale a alternativa em que o elemento in- tenha valor idêntico ao de


insuflados:
a) influxos;
b) intermediação;
c) inaplicável;
d) inúmeras;
e) inferir.

Questão 05 – (FGV) Investigador da Polícia Civil – SSP (RJ)/2008


(Adaptada)

Marque a alternativa que apresenta a sigla que não segue a regra moderna
de grafia de siglas.
a) UFRJ;
b) COFINS;
c) PM;
d) Uerj;
e) PIS.

Questão 06 – (CESPE) Analista de Correios - Letras – Correios/2011


(Adaptada)

Sr. Leitor

Não fui, e não sou, um escrevedor de cartas. Acredito que, no momento em que
você estiver lendo esta mensagem, meus sentimentos a respeito dela e, muitas
vezes, em relação a você podem ter mudado e isto me obrigaria a escrever outra
mensagem para explicar a mudança e assim sucessivamente, em uma troca de
correspondência absurda.

Com o telefone, a comunicação ficou mais fácil, mais direta. Não gosto de falar ao
telefone, mas, em minha juventude, contaminado por uma timidez excessiva que
me impedia as investidas ao vivo, confesso um pouco envergonhado, já o utilizei
para conquistas, cantadas, declarações de amor.

O tempo passou e, agora me dou conta, passo dias sem pegar no telefone e, na
maioria das vezes, nem o atendo quando toca. Ele é coisa do passado. Em
compensação surgiu o email, isto é, a volta às cartas. São cartas virtuais, mas,
como nas de antigamente, sempre podemos escrever um parágrafo, parar, tomar
um café, recordar um fato, uma conversa, uma declaração de amor. Tudo isto com
a vantagem de deixar o texto descansando até que a emoção acabe, ou diminua; e
podemos corrigir os erros de português e de ansiedades. Estará voltando a
epistolografia?

O maior epistológrafo (que palavra horrível!) de todos os tempos foi, sem dúvida,
São Paulo. Há quem diga que suas epístolas deram origem à Educação a

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Distância, já que ele difundia o cristianismo por meio de cartas para seus
discípulos que moravam em cidades distantes como Éfeso, Corinto, Roma etc.

No passado, a carta era tema de obras literárias, músicas etc., etc. Temos vários e
belos contos e romances que são epistolares. Dostoievski e Goethe usaram este
método que já foi dado como acabado e agora volta com força total — via Internet.
E aqui abro um parêntese para dizer que é epistolar um dos mais belos, vigorosos e
cruéis romances que li ultimamente, A Caixa Preta, do escritor israelense Amoz Oz.

Na música, em minha adolescência, me comovia com a voz de Dalva de Oliveira


cantando “Quando o carteiro chegou/e meu nome gritou/com uma carta na
mão/ante surpresa tão rude/não sei como pude/chegar ao portão...”.

Braz Chediak. Internet: <www.conexaomaringa.com> (com adaptações).

Deve-se a Roman Jakobson a discriminação das seis funções da linguagem


na expressão e na comunicação humanas, conforme o realce particular
que cada um dos componentes do processo de comunicação recebe no
enunciado. Por isso mesmo, é raro encontrar em uma única mensagem
apenas uma dessas funções, ou todas reunidas em um mesmo texto. O
mais frequente é elas se superporem, apresentando-se uma ou outra como
predominante. No que se refere à presença das funções da linguagem no
texto acima apresentado, julgue o item seguinte.

A função fática se manifesta, no texto, nos versos transcritos nas linhas


sublinhadas, nos quais se evidencia um trabalho de construção da linguagem para
produzir sonoridades, ritmo e rimas, recursos característicos da produção de letras
de composições musicais.

Questão 07 – (CESPE) Analista de Correios - Letras – Correios/2011


(Adaptada)

Use o texto da questão 06.

Deve-se a Roman Jakobson a discriminação das seis funções da linguagem


na expressão e na comunicação humanas, conforme o realce particular que
cada um dos componentes do processo de comunicação recebe no
enunciado. Por isso mesmo, é raro encontrar em uma única mensagem
apenas uma dessas funções, ou todas reunidas em um mesmo texto. O
mais frequente é elas se superporem, apresentando-se uma ou outra como
predominante. No que se refere à presença das funções da linguagem no
texto acima apresentado, julgue o item seguinte.

A função emotiva, centrada no destinador ou emissor da mensagem, está presente


no texto, o que se comprova pelo emprego de verbos na primeira pessoa, de
segmentos com julgamentos subjetivos e de pronomes de primeira pessoa.

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Questão 08 – (CESPE) Analista de Correios - Letras – Correios/2011
(Adaptada)

Use o texto da questão 06.

Deve-se a Roman Jakobson a discriminação das seis funções da linguagem


na expressão e na comunicação humanas, conforme o realce particular
que cada um dos componentes do processo de comunicação recebe no
enunciado. Por isso mesmo, é raro encontrar em uma única mensagem
apenas uma dessas funções, ou todas reunidas em um mesmo texto. O
mais frequente é elas se superporem, apresentando-se uma ou outra como
predominante. No que se refere à presença das funções da linguagem no
texto acima apresentado, julgue o item seguinte.

Presente no ato de falar sobre a linguagem, a função metalinguística manifesta-se


nos enunciados “(que palavra horrível!)” (em negrito no texto) e “Há quem diga que
suas epístolas deram origem à Educação a Distância, já que ele difundia o
cristianismo por meio de cartas para seus discípulos” (em negrito no texto), nos
quais o autor tomou o próprio código de comunicação como assunto da mensagem.

GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08
E D C A B E C E

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QUESTÕES COMENTADAS - Estrutura e formação de palavras.


Funções da linguagem. Variação linguística.

Questão 01 – (FGV) Investigador da Polícia Civil – SSP


(RJ)/2008

Assinale a alternativa em que o prefixo tenha valor semântico


distinto dos demais:

a) anormal;
b) apatia;
c) apneia;
d) afasia;
e) abotoar.

Comentários
Esta questão trata do assunto “prefixo”. O comando solicita que o
aluno analise cinco palavras e marque aquela que possua um prefixo
de valor semântico diferente entre elas.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
A palavra “anormal” apresenta o prefixo grego “a-” (variante “an-“), o
qual indica um significado de negação. Assim, a palavra “anormal”
significa algo “não normal”, não é mesmo?
Alternativa B
A palavra “apatia” apresenta o prefixo grego “a-” (variante “an-“), o
qual indica um significado de negação, ausência. Veja que “apatia”
significa falta de energia, de vigor físico.
Alternativa C
A palavra “apneia” apresenta o prefixo grego “a-” (variante “an-“), o
qual indica um significado de negação, ausência. Veja que “apneia”
significa falta de respiração.
Alternativa D
A palavra “afasia” apresenta o prefixo grego “a-” (variante “an-“), o
qual indica um significado de negação, ausência. Assim, a palavra

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“afasia” significa “perda parcial ou total da fala ou da compreensão da
linguagem, resultante de lesão no hemisfério cerebral esquerdo.”
Alternativa E
A palavra “abotoar” apresenta o prefixo latino “a-” (variante “ad-“), o
qual indica um significado de movimento para aproximação,
passagem para outro estado, etc. Veja que “abotoar” significa “colocar
botões nas casas”.
Esta alternativa é a única que apresenta um prefixo de
significado distinto das demais.
Gabarito: E

Questão 02 – (FGV) Investigador da Polícia Civil – SSP


(RJ)/2008
(Adaptada)

Assinale a alternativa em que a palavra indicada não seja


formada pelo mesmo processo que as demais.

a) ilegais;
b) desacompanhado;
c) incompatíveis;
d) demográfica;
e) interregionais.

Comentários
Esta questão trata dos processos de formação de palavras. O
enunciado solicita que o candidato analise as alternativas e marque
aquela que apresenta a palavra que seja formada pelo mesmo
processo que as demais.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
A palavra “ilegais” foi formada por meio do processo de derivação
prefixal (prefixo “i-”).
Alternativa B
A palavra “desacompanhado” foi formada por meio do processo de
derivação prefixal. Perceba que foi adicionado o prefixo “des-“ ao
particípio “acompanhado”.

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Alternativa C
A palavra “incompatíveis” foi formada por meio do processo de
derivação prefixal (prefixo “-in”).
Alternativa D
A palavra “demográfica” foi formada por meio da justaposição de dois
radicais.
Palavra diferente.
Alternativa E
A palavra “interregionais” foi formada por meio do processo de
derivação prefixal (prefixo “inter-“).
Gabarito: D

Questão 03 – (FGV) Fiscal de Rendas – SEFAZ (RJ)/2010


(Adaptada)

Quanto à estrutura e formação do vocábulo metaética, é


correto afirmar que:

a) forma-se pelo processo de composição por aglutinação;


b) tem agregada ao radical étic- uma desinência nominal de gênero
feminino;
c) contém um prefixo de origem grega também presente na palavra
“metafísica”;
d) constitui-se por meio da justaposição de dois substantivos.

Comentários
Esta questão trata dos processos de formação de palavras. O
enunciado solicita que o candidato analise a palavra “metaética” e
marque a alternativa que apresenta uma informação correta sobre
ela.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
forma-se pelo processo de composição por aglutinação
A palavra “metaética” formou-se por meio de derivação prefixal.
Assim, foi adicionado o prefixo “meta-“ ao vocábulo “-etica”.
Estudamos que a composição por aglutinação apresenta perda de
fonema de algum componente, como em “planalto”.

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Afirmativa errada.
Alternativa B
tem agregada ao radical étic- uma desinência nominal de gênero feminino
O substantivo “ética” não possui uma desinência nominal de gênero
feminino. Vimos que esse tipo de desinência ocorre para diferenciar o
gênero feminino do masculino (esposo x esposa). Em “ética”, o “-a” é
classificado como vogal temática nominal.
Cuidado! Observe que o adjetivo “ético” possui o gênero feminino e o
masculino.
Afirmativa errada.
Alternativa C
contém um prefixo de origem grega também presente na palavra
“metafísica”
O prefixo de origem grega “meta-“ foi usado em ambas as palavras.
Afirmativa correta.
Alternativa D
constitui-se por meio da justaposição de dois substantivos
A palavra “metaética” formou-se por meio de derivação prefixal.
Assim, foi adicionado o prefixo “meta-“ ao vocábulo “-etica”.
Aprendemos que a composição por justaposição apresenta a junção
de dois ou mais vocábulos sem perda fonética, como em
“passatempo”.
Afirmativa errada.
Gabarito: C

Questão 04 – (FGV) Auditor Fiscal – SEFAZ (RJ)/2012


(Adaptada)

Assinale a alternativa em que o elemento in- tenha valor


idêntico ao de insuflados:
a) influxos;
b) intermediação;
c) inaplicável;
d) inúmeras;
e) inferir.

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Comentários
Esta questão trata do assunto “prefixo”. O comando solicita que o
aluno analise cinco palavras e marque aquela que possua um prefixo
de valor semântico idêntico ao de “insuflados”.
Percebe-se que o prefixo “in-” constante da palavra “insuflados” indica
um sentido de “interioridade”. Assim, “insuflado” significa “encher de
ar, tornar túrgido assoprando ou introduzir por meio de sopro”.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
A palavra “influxos” apresenta o prefixo “in-“ que introduz sentido de
interioridade a “fluxos”.
Esta alternativa apresenta um prefixo de significado
semelhante.
Alternativa B
A palavra “intermediação” significa “ato ou efeito de intermediar ou
interceder”. Por sua vez, “intermediar” significa “servir de
intermediador, interceder, intervir”. Aqui, o prefixo usado foi o “inter-“
(posição intermediária).
Alternativa C
A palavra “inaplicável” é a mesma coisa que “não aplicável”. Assim,
nota-se que o prefixo “in-“ indica sentido de negação.
Alternativa D
A palavra “inúmeras” significa “aquilo que não se pode numerar”.
Assim, nota-se que o prefixo “in-“ indica sentido de negação.
Alternativa E
A palavra “inferir” significa “concluir, deduzir”. Não existe o prefixo
“in-“ em “inferir”. Perceba que “inferir” possui sentido distinto de
“ferir”.
Gabarito: A

Questão 05 – (FGV) Investigador da Polícia Civil – SSP


(RJ)/2008
(Adaptada)

Marque a alternativa que apresenta a sigla que não segue a


regra moderna de grafia de siglas.

a) UFRJ;

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b) COFINS;
c) PM;
d) Uerj;
e) PIS.

Comentários
Esta questão trata do assunto “siglas”. O comando solicita que o
aluno analise cinco siglas e marque aquela que não segue a regra
moderna de grafia de siglas.
Em primeiro lugar, precisamos saber o que é “grafia moderna de
siglas”. Vamos aprender?
Siglas formadas por até três letras (vogais ou consoantes) são
grafadas com letras maiúsculas, sem ponto entre elas. Como
exemplo, temos PIS, OEA, EUA.
Por sua vez, as siglas formadas por quatro ou mais letras devem
seguir estas regras: grafamos com inicial maiúscula e o restante com
letras minúsculas, se a sigla for “pronunciável” como uma palavra.
Exemplo: Ibama. Caso contrário, grafamos com letras maiúsculas,
sem ponto entre elas. Exemplo: UFRJ.
Dessa forma, percebemos que a sigla da alternativa B deve ser
grafada assim: “Cofins”.
Gabarito: B

Questão 06 – (CESPE) Analista de Correios - Letras –


Correios/2011
(Adaptada)

Sr. Leitor

Não fui, e não sou, um escrevedor de cartas. Acredito que, no


momento em que você estiver lendo esta mensagem, meus
sentimentos a respeito dela e, muitas vezes, em relação a você
podem ter mudado e isto me obrigaria a escrever outra mensagem
para explicar a mudança e assim sucessivamente, em uma troca de
correspondência absurda.

Com o telefone, a comunicação ficou mais fácil, mais direta. Não


gosto de falar ao telefone, mas, em minha juventude, contaminado
por uma timidez excessiva que me impedia as investidas ao vivo,

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confesso um pouco envergonhado, já o utilizei para conquistas,
cantadas, declarações de amor.

O tempo passou e, agora me dou conta, passo dias sem pegar no


telefone e, na maioria das vezes, nem o atendo quando toca. Ele é
coisa do passado. Em compensação surgiu o email, isto é, a volta às
cartas. São cartas virtuais, mas, como nas de antigamente, sempre
podemos escrever um parágrafo, parar, tomar um café, recordar um
fato, uma conversa, uma declaração de amor. Tudo isto com a
vantagem de deixar o texto descansando até que a emoção acabe, ou
diminua; e podemos corrigir os erros de português e de ansiedades.
Estará voltando a epistolografia?

O maior epistológrafo (que palavra horrível!) de todos os tempos


foi, sem dúvida, São Paulo. Há quem diga que suas epístolas
deram origem à Educação a Distância, já que ele difundia o
cristianismo por meio de cartas para seus discípulos que
moravam em cidades distantes como Éfeso, Corinto, Roma etc.

No passado, a carta era tema de obras literárias, músicas etc., etc.


Temos vários e belos contos e romances que são epistolares.
Dostoievski e Goethe usaram este método que já foi dado como
acabado e agora volta com força total — via Internet. E aqui abro um
parêntese para dizer que é epistolar um dos mais belos, vigorosos e
cruéis romances que li ultimamente, A Caixa Preta, do escritor
israelense Amoz Oz.

Na música, em minha adolescência, me comovia com a voz de Dalva


de Oliveira cantando “Quando o carteiro chegou/e meu nome
gritou/com uma carta na mão/ante surpresa tão rude/não sei como
pude/chegar ao portão...”.

Braz Chediak. Internet: <www.conexaomaringa.com> (com adaptações).

Deve-se a Roman Jakobson a discriminação das seis funções


da linguagem na expressão e na comunicação humanas,
conforme o realce particular que cada um dos componentes
do processo de comunicação recebe no enunciado. Por isso
mesmo, é raro encontrar em uma única mensagem apenas
uma dessas funções, ou todas reunidas em um mesmo texto.
O mais frequente é elas se superporem, apresentando-se uma
ou outra como predominante. No que se refere à presença das
funções da linguagem no texto acima apresentado, julgue o
item seguinte.

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A função fática se manifesta, no texto, nos versos transcritos nas
linhas sublinhadas, nos quais se evidencia um trabalho de construção
da linguagem para produzir sonoridades, ritmo e rimas, recursos
característicos da produção de letras de composições musicais.

Comentários
Esta questão trata do assunto “funções da linguagem”. O comando
solicita que o aluno analise um trecho do texto e identifique se há nele
um trabalho de construção da linguagem para produzir sonoridades,
ritmo e rimas, recursos característicos da produção de letras de
composições musicais.
Aprendemos que a função fática revela uma preocupação com
o contato entre o emissor e o receptor, ou seja, com o canal de
comunicação. É usada com o objetivo de confirmar se o emissor está
sendo ouvido ou, então, de estabelecer, prolongar ou interromper a
comunicação. Essa linguagem é bastante empregada nas
comunicações telefônicas e saudações. Perceba que o importante aqui
é o canal.
Dessa forma, percebemos que não se manifesta a função fática
no trecho em análise. A resposta é a função poética.
Gabarito: ERRADA

Questão 07 – (CESPE) Analista de Correios - Letras –


Correios/2011
(Adaptada)

Use o texto da questão 06.

Deve-se a Roman Jakobson a discriminação das seis funções


da linguagem na expressão e na comunicação humanas,
conforme o realce particular que cada um dos componentes
do processo de comunicação recebe no enunciado. Por isso
mesmo, é raro encontrar em uma única mensagem apenas
uma dessas funções, ou todas reunidas em um mesmo texto.
O mais frequente é elas se superporem, apresentando-se uma
ou outra como predominante. No que se refere à presença das
funções da linguagem no texto acima apresentado, julgue o
item seguinte.

A função emotiva, centrada no destinador ou emissor da mensagem,


está presente no texto, o que se comprova pelo emprego de verbos

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na primeira pessoa, de segmentos com julgamentos subjetivos e de
pronomes de primeira pessoa.

Comentários
Esta questão trata do assunto “funções da linguagem”.
Observe que está correto o comentário feito no enunciado, de
acordo com o que estudamos.
Gabarito: CERTA

Questão 08 – (CESPE) Analista de Correios - Letras –


Correios/2011
(Adaptada)

Use o texto da questão 06.

Deve-se a Roman Jakobson a discriminação das seis funções


da linguagem na expressão e na comunicação humanas,
conforme o realce particular que cada um dos componentes
do processo de comunicação recebe no enunciado. Por isso
mesmo, é raro encontrar em uma única mensagem apenas
uma dessas funções, ou todas reunidas em um mesmo texto.
O mais frequente é elas se superporem, apresentando-se uma
ou outra como predominante. No que se refere à presença das
funções da linguagem no texto acima apresentado, julgue o
item seguinte.

Presente no ato de falar sobre a linguagem, a função metalinguística


manifesta-se nos enunciados “(que palavra horrível!)” (em negrito no
texto) e “Há quem diga que suas epístolas deram origem à Educação
a Distância, já que ele difundia o cristianismo por meio de cartas para
seus discípulos” (em negrito no texto), nos quais o autor tomou o
próprio código de comunicação como assunto da mensagem.

Comentários
Esta questão trata do assunto “funções da linguagem”. O comando
solicita que o aluno analise dois trechos do texto e identifique se há
neles manifestação da função metalinguística.
Aprendemos que a função metalinguística é aquela que
transmite a mensagem de um código por meio do próprio

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código, ou seja, a linguagem fala dela própria. Perceba que o
importante aqui é o código.
Dessa maneira, observamos que não se manifesta a função
metalinguística nos trechos em análise.
Gabarito: ERRADA

É isso aí! Mais uma aula vista.


Eu espero por você na nossa próxima etapa.
Bons estudos!

Professora Ludimila

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