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ESCOLA TÉCNICA JOSÉ RODRIGUES DA SILVA

MATERNO INFANTIL I E 2

PROFESSORA: GLEICILENE DA SILVA


ALUNO:
TURMA:

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Sumário
Revisão da anatomia e fisiologia .............................................................................
Reprodução humana………………………………………………………………..
Planejamento familiar………………………………………………………………
Exames Ginecológicos............................................................................................
Métodos Anticoncepcionais ....................................................................................
Ciclo Menstrual ......................................................................................................
Fisiologia materna durante a gravidez .....................................................................
Desenvolvimento da gravidez – mês a mês .............................................................
Pré Natal ................................................................................................................
Direitos da Mulher………………………………………………………………….
Parto .......................................................................................................................
Assistência de Enfermagem ao RN .........................................................................
Alojamento Conjunto .............................................................................................
Puerpério ................................................................................................................
Complicações Pós Parto .........................................................................................
Complicações Obstétricas .......................................................................................
Patologias Ginecológicas ........................................................................................
Testes do RN
Doenças prevalentes na infância
Puericultura
Terminologias Ginecológicas .................................................................................
Referências Bibliográficas e Agradecimentos .........................................................

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Revisão de Anatomia/ Fisiologia

Funções do sistema genital feminino


Produzir gametas - ovócito Secretar hormônios sexuais Receber os espermatozóides
Fornecer locais para fertilização, implantação e desenvolvimento embrionário e fetal.
Oferecer condições para o parto
Prover nutrição do feto

Ovários
São responsáveis pela produção dos gametas e hormônios femininos. Localizam-se lateralmente na
cavidade pélvica, em depressões denominadas fossas ováricas.

Tubas Uterinas
As tubas uterinas têm como função a condução dos ovócitos. A tuba está subdividida em quatro
partes, que indo do útero para o ovário, é: intramural ou uterina, istmo, ampola e infundíbulo. O
infundíbulo tem forma de funil em cuja base se encontra o óstio abdominal da tuba e é dotado em suas
margens de uma série de franjas irregulares – as fímbrias.

Útero
É um órgão oco, cuja função é alojar o embrião/feto até que este complete seu desenvolvimento pré-
natal. Está localizado na cavidade pélvica, póstero-superiormente à bexiga urinária e anterior ao reto.
Sua posição é descrita como em anteversoflexão, formando um ângulo de aproximadamente 90º com a
vagina.
Externamente, no útero, distinguem-se quatro regiões anatômicas: fundo, corpo, istmo e cérvix ou
colo do útero. Internamente apresenta uma abertura mediana chamada de canal uterino que se abre
para a vagina através do óstio uterino. O ligamento largo, juntamente com o ligamento redondo, é o
principal meio de fixação do útero.

Vagina
As suas funções são: servir como órgão de cópula, canal do parto e via de excreção do fluxo
menstrual. Está localizada entre a bexiga urinária, o reto e o canal anal. A cavidade da vagina possui
um lúmen estreito, sendo que suas paredes ficam praticamente unidas. A vagina se comunica com o
útero por meio do óstio uterino e com o meio externo por meio do óstio da vagina, que se abre no
vestíbulo da vagina. Os órgãos genitais externos em conjunto formam o pudendo feminino ou vulva.
Vulva ou pudendo feminino:

Monte do púbis - É uma elevação mediana, anterior à sínfise púbica e constituída principalmente de
tecido adiposo. Apresenta pelos espessos chamados de pelos pubianos, que aparecem na puberdade e
com distribuição característica.

Lábios maiores do pudendo - É duas pregas cutâneas, alongadas, que delimitam entre si uma fenda,
a rima do pudendo. Após a puberdade apresentam-se hiperpigmentadas e cobertos de pelos somente
nas suas faces externas, sendo suas faces internas lisas e desprovidas de pelos.

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Lábios menores do pudendo - São duas pequenas pregas cutâneas, localizadas medialmente aos
lábios maiores. É recoberto por pele lisa, úmida e vermelha. Ficam protegidos pelos lábios maiores,
exceto nas crianças e na idade avançada, quando os lábios maiores apresentam menor quantidade de
tecido adiposo diminuindo assim o seu volume. O espaço entre os lábios menores é o vestíbulo da
vagina, onde estão localizados o óstio externo da uretra, o óstio da vagina e os orifícios dos ductos das
glândulas vestibulares.

Glândulas vestibulares maiores e menores - As maiores são em número de duas e as menores em


número variável. Estão situadas profundamente no vestíbulo e possuem ductos que se abrem ao redor
do ostio vaginal onde liberam um muco lubrificador.

Clitóris – É o homólogo do pênis, ou mais exatamente, dos corpos cavernosos do pênis. Possui duas
extremidades fixadas ao ísquio e ao púbis chamados de ramos do clitóris, que se juntam formando o
corpo do clitóris, e este apresenta uma dilatação distal denominada glande do clitoris. Apenas a glande
do clitoris é visivel e esta ligada à excitabilidade sexual feminine.

Bulbo do vestíbulo - É formado por duas massas pares de tecido erétil, alongadas e dispostas ao redor
do óstio da vagina. Não são visíveis na superfície porque estão profundamente situados e recobertos.
São os homólogos do bulbo do pênis e porção adjacente do corpo esponjoso. Quando cheios de
sangue, dilatam-se e desta forma proporcionam maior contato entre o pênis e o orifício da vagina.

Órgãos genitais masculinos – Internos e Externos


Pênis: tem forma cilíndrica e seu tamanho varia de homem para homem. Quando não está
excitado, o pênis é mole e pendente. Na excitação, ele se enche de sangue e fica maior e ereto. O pênis
é coberto por uma pele fina e elástica. Na sua ponta essa pele forma uma prega (prepúcio) que recobre
a glande. A glande possui muitas terminações nervosas e, por isso, é bastante sensível. Dentro do
pênis passa um canal, a uretra, por onde sai a urina ou o sêmen. O sêmen é um líquido feito de
proteínas, vitaminas e água, que sai no momento da ejaculação e contém os espermatozoides. Ao
longo da uretra, existem várias glândulas que produzem secreções lubrificantes. Estas podem ser
observadas como gotículas que aparecem na excitação sexual. Elas não são o sêmen mas podem
conter os espermatozoides.
Testículos: os testículos são dois órgãos, em forma de ovo, que fabricam permanentemente
os espermatozóides, da puberdade até a morte. Depois de fabricados, passam por um período de
amadurecimento, ficando, então, aptos para fecundar o óvulo. Os espermatozóides têm uma cauda que
faz com que se movimentem rapidamente. Em cada ejaculação o homem expele de 400 a 500 milhões
de espermatozóides. São os espermatozóides que vão determinar o sexo da criança. Os testículos
também produzem os hormônios masculinos (testosterona), que são responsáveis pelo aparecimento
das características sexuais masculinas: voz grossa, crescimento dos pelos, quadris estreitos, barba, etc.
Os testículos são envolvidos por uma bolsa enrugada chamada bolsa escrotal.
Canais deferentes: são dois canais que levam os espermatozóides dos testículos até a
uretra, sendo ligados um a cada testículo.
Vesículas seminais: são duas e produzem substância viscosa e nutritiva que forma o sêmen.
Das vesículas seminais saem ductos que se unem aos canais deferentes e atravessam a próstata.
Próstata: é uma glândula única, com a forma e o tamanho de uma noz, que fica abaixo da
bexiga. Também produz substância lubrificante que torna o sêmen mais líquido.

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FISIOLOGIA DOS ÓRGÃOS REPRODUTOES FEMININOS

O ciclo da menstrual
A vida reprodutiva da mulher começa na puberdade (9 a 14 anos). Esse é o período que marca o início
da transformação da menina em mulher. Aparecem os "seios" e pelos e ocorre a primeira menstruação
(menarca). No período do climatério a mulher para de ter ovulação. Isto se dá perto da época em que
cessa a menstruação (a última menstruação é a menopausa).
Quando nasce uma criança do sexo feminino, os dois ovários contêm cerca de 300.000 óvulos
imaturos ou folículos primários já formados.
Quando chega à puberdade, a hipófise passa a produzir os hormônios gonadotrópicos em maior
quantidade. Estes hormônios promovem o crescimento dos folículos ovarianos, culminando na
liberação de 1 óvulo a cada mês. Vários folículos começam a amadurecer todo o mês, mas somente
um atinge a maturidade.
Os hormônios produzidos pela hipófise para estimular as gônadas (ovário na mulher e testículo no
homem) são chamados de gonadotrópicos. São eles: Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e
Hormônio Luteinizante (LH).
A ação desses hormônios faz com que o folículo primário amadureça e libere o óvulo. Os hormônios
produzidos pelo ovário são: estrogênio e progesterona.
O ciclo menstrual é o tempo (número de dias) que vai do 1ºdia da menstruação ao 1º dia da
menstruação seguinte: varia de mulher para mulher, geralmente entre 26 e 34 dias. O ciclo é marcado
por dois fenômenos: menstruação e ovulação.
Menstruação: A cada mês a mucosa do útero (endométrio) se prepara, por meio da ação
dos hormônios, para receber o óvulo fecundado. Quando a fecundação não acontece, as taxas de
hormônios caem e o endométrio, que havia se preparado e crescido, começa a desfazer-se sob a forma
de sangue.
OVulação: Todos os meses, sob as influências hormonais, um folículo ovariano (óvulo
imaturo) se rompe e lança o óvulo fora do ovário. O óvulo é atraído para as tubas e se não houver
fecundação, é absorvido. A ovulação pode ser percebida por algumas mulheres, por dor baixo ventre e
secreção vaginal que umedece a vagina e a vulva.

PERÍODO FÉRTIL: O período da ovulação é conhecido corno período fértil e costuma


acontecer por volta de 14 dias antes da próxima menstruação. Durante o período ovulatório a secreção
fabricada pelo canal cervical apresenta características próprias (como clara de ovo cru), é o chamado
Muco Fértil, que facilita aos espermatozóides ultrapassarem o orifício do colo para tentarem alcançar
o óvulo.
Função dos hormônios gonadotrópicos:
FSH: maturação do folículo primário e este porsua vez, inicia aprodução de estrogênio.
LH: promove a expulsão do óvulo e a formação do corpo lúteo para produzir progesterona.

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Função dos hormônios ovarianos:
Estrogênio: responsável pelos caracteres femininos secundários, aumento da
musculatura uterina e revestimento interno do útero.
Progesterona: promove o enriquecimento do endométrio com aumento vascular e
glandular, para abrigar o ovo fecundado; inibe as contrações uterinas; aumenta as glândulas mamarias
para a lactação.

REPRODUÇÃO HUMANA

Fecundação
Na relação sexual, quando o homem ejacula no interior da vagina, ou mesmo na vulva, os
espermatozóides se movimentam para chegar no interior do útero, passando pelo canal cervical. Os
espermatozóides que ficam na vagina sobrevivem apenas 8 horas. Mas, dentro do útero e das tubas,
conseguem viver de 2 a 3 dias.
Se nesse período ocorrer a ovulação, pode acontecer a fecundação. Dos milhões de espermatozóides
liberados na ejaculação, apenas um vai penetrar e fecundar o óvulo, formando o ovo. A formação do
ovo se dá nas tubas e aí começa a multiplicação celular. Após a fecundação o ovo percorrerá a tuba até
o útero ajudado pelos movimentos ciliares e movimentos de contração da tuba. Depois de mais ou
menos 7 dias o ovo chega ao útero, aninhando-se no endométrio, onde irá se desenvolver. A fixação
do ovo na mucosa uterina chama-se nidação.

PLANEJAMENTO FAMILIAR
Planejamento Familiar é um conjunto de ações que auxiliam homens e mulheres a planejar a chegada
dos filhos, e também a prevenir gravidez não planejada. Todas as pessoas possuem o direito de decidir
se terão ou não filhos, e o Estado tem o dever de oferecer acesso a recursos informativos,
educacionais, técnicos e científicos que assegurem a prática do planejamento familiar.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 120 milhões de mulheres em todo mundo
desejam evitar a gravidez. Por isso, a lei do Planejamento Familiar foi desenvolvida pelo Governo
Brasileiro, com intuito de orientar e conscientizar a respeito da gravidez e da instituição familiar.
O Estado Brasileiro, desde 1998, possui medidas que auxiliam no planejamento, como a distribuição
gratuita de métodos anticoncepcionais. Já em 2007, foi criada a Política Nacional de Planejamento
Familiar, que incluiu a distribuição de camisinhas, e a venda de anticoncepcionais, além de expandir
as ações educativas sobre a saúde sexual e a saúde reprodutiva.
Em 2009, o Ministério da Saúde reforçou a política de planejamento e ampliou o acesso aos métodos
contraceptivos, disponibilizando mais de oito tipos de métodos nos postos de saúde e hospitais
públicos.
Confira abaixo a Lei do Planejamento Familiar desenvolvida em 1996, que regulamenta o
planejamento familiar no Brasil e proporciona ações preventivas para a mulher e o homem.

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EXAMES GINECOLÓGICOS

Papanicolau
É o exame que previne o câncer de colo uterino. Deve ser realizado em todas as mulheres com vida
sexualmente ativa, pelo menos uma vez ao ano. Se o resultado do exame for negativo por três anos
seguidos, a mulher pode fazê-lo de 3 em 3 anos. Consiste na coleta de material do colo uterino para
exame em laboratório, é um exame simples e barato, porém algumas mulheres ainda resistem em
realizá-lo por medo ou vergonha. Nos últimos 50 anos a incidência e a mortalidade por câncer de colo
uterino vêm diminuindo, graças às novas técnicas de rastreamento do Exame de Papanicolau. Por isso,
ele é um dos mais importantes exames para prevenção da saúde da mulher.
Fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de colo de útero: início precoce da atividade
sexual, número elevado de parceiros sexuais, multiparidade (ter tido vários filhos), antecedentes de
doença sexualmente transmissível e falta de higiene pessoal. Ele deve ser realizado, pelo menos, uma

semana antes da menstruação. Evitando-se realizar duchas vaginais, colocação de cremes vaginais e
relações sexuais três dias antes do exame. exame ginecológico completo consiste do exame e palpação
das mamas e depois o exame de Papanicolau. Faz-se exame externo da vulva e depois se introduz um

instrumento chamado especulo pelo canal vaginal para que se possa visualizá-lo e ao colo do útero
(parte final do útero, do qual serão recolhidas as células para exame microscópico).

O especulo é um instrumento também conhecido como “bico de pato”, devido ao seu formato.
Ele apresenta três tamanhos diferentes e, será escolhido de acordo com o tamanho de cada paciente, o
número de filhos, etc. Virgens também podem realizar o exame e, para elas, existe o virgoscópio,
espéculo de tamanho especial. Assim, as células do colo do útero são colhidas por meio de uma
espátula (haste de madeira) e de uma escovinha bem pequenina. Essas células são colocadas numa
lâmina que é enviada para um laboratório especializado em citopatologia

Possíveis resultados:

Sistema Sistema Sistema Sistema


Clássico OMS NIC Bethesda
I Normal Normal Dentro dos limites
normais

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II Inflamação Inflamação Alterações celulares
benignas
Displasia Leve NIC 1 SIL baixo grau SIL
III Displasia NIC 2 alto grau SIL alto grau
Moderada NIC 3
Displasia Severa
IV Carcinoma in situ NIC 3 SIL alto grau
V Carcinoma invasor Carcinoma Carcinoma invasor
invasor

Legenda:
OMS: Organização Mundial da Saúde
NIC: neoplasia intraepitelial celular
SIL: lesões escamosas intraepiteliais

O resultado deve ser interpretado pelo médico que deve explicá-lo à paciente. O Papanicolau também
serve para determinar outras condições de saúde de seu corpo tais como nível hormonal, doenças da
vagina e do colo do útero. Este exame também pode ser feito gratuitamente em qualquer Unidade
Básica de Saúde do Sistema Único de Saúde e também em todas as Faculdades de Medicina do Brasil.
Procure por um Serviço de Saúde da Mulher.

AUTO-EXAME DE MAMAS
O câncer de mama atinge principalmente mulheres em idade em torno da menopausa (entre 45 e 55
anos), mas podem aparecer nódulos benignos em outras faixas etárias que precisam ser tratados.

Cuidados para evitar o câncer de mama


A herança genética, a obesidade e o número elevado de ciclos menstruais estão entre os principais
fatores que estimulam o surgimento do câncer de mama. Ainda assim, todas as mulheres, que se
identificam ou não com qualquer fator de risco, devem seguir, a partir da adolescência, algumas
recomendações. São procedimentos e hábitos elementares que ajudam a evitar o câncer de mama e
outras eventuais complicações ginecológicas.

Algumas das precauções que podem ser tomadas


✓ Fazer visitas anuais ao ginecologista;
✓ Fazer o auto-exame uma vez por mês;
✓ Submeter-se ao exame de mamografia anualmente após os 40 anos.

O objetivo fundamental do auto- exame é fazer com que a mulher conheça detalhadamente as suas
mamas, o que facilita a percepção de quaisquer alterações, tais como pequenos nódulos nas mamas e
axilas, saída de secreções pelos mamilos, mudança de cor da pele, retrações, etc. O auto-exame de
mamas deve ser realizado mensalmente por todas as mulheres a partir de 21 anos de idade, sete dias
depois do início da menstruação, quando as mamas se apresentam mais flácidas e indolores. Após a
menopausa, deve-se definir um dia do mês e realizar o exame sempre com intervalo de 30 dias. A
freqüência com que se faz o exame torna mais fácil notar qualquer modificação nas mamas de um mês
para o outro.

Técnica para realizar o auto-exame de mamas:


1° - Observação em frente do espelho: Antes do banho, posicione-se em frente ao espelho. Observe os
dois seios, primeiro com os braços caídos, depois com as mãos na cintura fazendo força nas mãos e,
por fim, com elas atrás da cabeça, observe tamanho, posição, forma da pele, aréola e mamilo. Faça o
mesmo controle com os braços levantados e mantidos atrás da cabeça. Qualquer alteração na
superfície (depressão ou saliência) ou rugosidade é importante.

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Pressione o mamilo suavemente e veja se dá saída a qualquer líquido. Se o mamilo está umbilicado
(metido para dentro como o umbigo) e não era assim, essa é uma alteração importante também.

2° - Palpação de pé: Durante o banho, com as mamas ensaboadas, deslize as mãos sobre as mamas.
Com os dedos unidos, use a mão direita para apalpar a mama esquerda e a mão esquerda para a direita.
Procure caroços, alterações de consistência, secreções, ou saliências.

Divida o seio em faixas verticais e horizontais e com os dedos estendidos e em pequenos movimentos
circulares, faça a palpação de cada faixa, de cima para baixo. Palpe também a axila e o pescoço. Não
se esqueça, todo o seio deve ser palpado, mas dê particular atenção ao quadrante superior-externo.

3° - Palpação deitada: Deitada, coloque uma toalha dobrada sob o ombro direito para examinar a
mama direita. Inverta o procedimento para examinar o outro lado. Apalpe toda a mama através de
suave pressão sobre a pele com movimentos circulares. Apalpe a metade externa da mama que, em
geral, é mais consistente. Apalpe, agora, as axilas.

O auto-exame da mama deve ser realizado regularmente. Caso note alguma alteração antes da
menstruação, deve-se repetir o exame depois da menstruação. Se a alteração persistir é necessário
procurar um médico. Se o auto-exame é normal, o exame médico deve ser anual.

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MAMOGRAFIA
A mamografia é uma radiografia das mamas em várias incidências. As doses de radiações que são
usadas atualmente são muito pequenas e o exame anual não representa qualquer risco. A mamografia é
um exame insubstituível na prevenção do câncer de mama. Só a mamografia permite detectar
alterações mínimas e revelar nódulos que não são perceptíveis à palpação.

A mamografia é um exame muito importante na prevenção do câncer de mama e, por isso, deve ser
indicada com critério:
✓ Se o exame clínico for negativo raramente está indicada antes dos 40 anos, salvo se houver
fatores de risco.
✓ Dos 40 aos 50 anos, deve ser feita de 2 em 2 anos. A partir dos 50 poder-se-á manter de 2
em 2 anos ou passar a anual (caso se justifique).
✓ Só para esclarecimento de casos duvidosos, é necessário repetir a mamografia com
intervalos inferiores há 1 ano.

COLPOSCOPIA E VULVOSCOPIA
São muito parecidos com o papanicolau, mas a diferença é que a colposcopia e a vulvoscopia são bem
mais detalhados, isso porque aumenta muito mais a visão do colo do útero. Normalmente só é
solicitado quando é encontrada alguma anormalidade no papanicolau. Também podem ser feitos no
consultório ou em um laboratório.

ULTRASSOM TRANSVAGINAL
Esse exame é um pouco mais complicado para a mulher, mas nada que assuste. Com um aparelho de
ultrassom em forma de tubo o médico consegue ter mais visualização da região pélvica, útero,
trompas, o endométrio e os ovários. Esse tubo é introduzido na vagina envolto em preservativo e
muito lubrificante. Esse exame pode ser pedido se a paciente sente cólicas muito fortes ou tem a
menstruação muito irregular, uma anormalidade no papanicolau também pode ser motivo para esse
exame ser pedido.

CAPTURA HÍBRIDA
Esse deve ser feito uma vez, se o resultado for negativo não há necessidade de fazê- lo novamente a
não ser que a paciente sinta sintomas, leve coceira na vagina ou dores durante a relação sexual. Este
exame detecta o vírus HPV e infecções adquiridas nas relações sexuais. Também é feito com o uso do
espéculo, a médico abre a vagina e colhe a secreção vaginal para análise.

MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS

Qualquer outra definição para explicar o que são métodos anticoncepcionais não abrangeria sua
verdadeira utilidade: eles servem para evitar uma gravidez. Não há como classificar o melhor método,
pois o melhor é aquele que a mulher e seu parceiro confiam e também que não existam contra-
indicações ao seu uso.
Por isso é sempre bom saber quais são os métodos existentes e procurar se adequar a algum deles -
sempre acompanhado de uma orientação médica.

Comportamentais ou de abstinência periódica - são aqueles que identificam o período fértil, para se
tiver relações nesse período:
Métodos comportamentais:

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Método Rítmico ou Ogino-Knaus (do calendário ou tabelinha): procura calcular o início e o fim do
período e somente é adequado para mulheres com ciclo menstrual regular. A mulher deve ser
orientada, inicialmente, a marcar no calendário os últimos 6 a 12 ciclos menstruais com data do
primeiro dia e duração, calculando então o seu período fértil e abstendo-se de relações sexuais com
contato genital neste período. É pouco eficaz se não for combinado com outros métodos, como
preservativos ou espermicidas, pois depende da abstenção voluntária nos períodos férteis da mulher,
onde a libido (desejo sexual) se encontra em alta.

Na tabela dos dias férteis acima a calculadora da ovulação estimou o dia 8 como primeiro dia fértil e
o 19 como último dia fértil para uma mulher cujo menor ciclo menstrual é de 26 dias e o maior de 29
dias. Desta forma, nas relações sexuais sem proteção entre os dias 8 e 19 do ciclo menstrual haveria
risco de engravidar.

Método do Muco Cervical (Billing): baseia-se na identificação do período fértil pelas modificações
cíclicas do muco cervical, observado no auto-exame e pela sensação por ele provocada na vagina e
vulva. A observação da ausência ou presença do fluxo mucoso deve ser diária. O muco cervical
aparece cerca de 2 a 3 dias depois da menstruação, e inicialmente é pouco consistente e espesso. Logo
antes da ovulação, ele atinge o chamado "ápice", em que fica bem grudento.

Testa-se colocando o muco entre o indicador e o polegar e tentando-se separar os dedos. É necessária
a interrupção da atividade sexual nesta fase, permanecendo em abstinência por no mínimo 4 dias a
partir do pico de produção, período em que se inicia o período infértil novamente. Esse método
também exige observação sistemática e responsabilidade por parte da mulher durante vários meses, até
conhecer bem o seu ciclo e o muco. No entanto, qualquer alteração provocada por doença, ou quando
a mulher tem pouco ou muito muco, o método se torna pouco confiável.

Coito interrompido: baseia-se na capacidade do homem em pressentir a iminência da ejaculação e


neste momento retirar o pênis da vagina. Tem baixa efetividade, levando à disfunção sexual do casal,
e deve ser desencorajado.

1. Barreira - é aqueles que não deixam os espermatozóides subirem através do colo do útero:
✓ Camisinha
✓ Diafragma
✓ Espermicidas
✓ DIU

Estes métodos impedem a ascensão dos espermatozóides ao útero, sendo fundamentais na prevenção
das DST e AIDS. Junto com a pílula anticoncepcional e o coito interrompido, são os métodos não
definitivos mais utilizados.

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Condom ou camisinha ou preservativo: quase todas as pessoas podem usar; protege contra doenças
sexualmente transmissíveis, inclusive AIDS; previne doenças do colo uterino; não faz mal a saúde; é
de fácil acesso.
O condom masculino é um envoltório de látex que recobre o pênis, retendo o esperma no ato sexual,
impedido o contato deste e de outros microrganismos com a vagina e o pênis ou vice-versa.

O condom feminino constitui-se em um tubo de poliuretano com uma extremidade fechada e a outra
aberta acoplada a dois anéis flexíveis também de poliuretano na cérvice uterina, paredes vaginais e
vulva. O produto já vem lubrificado devendo ser utilizado uma única vez, destacando-se que o
poliuretano por ser mais resistente que o látex pode ser utilizado com vários tipos de lubrificantes.
Uso da feminina: retirar da embalagem somente na hora do uso. Flexionar o anel de modo que possa
ser introduzido na vagina. Com os dedos indicadores e médios, empurrar o máximo que puder, de
modo que fique sobrando um pouco para fora, o que deve permanecer assim durante a relação. Retirar
logo após a ejaculação, rosqueando o anel para que não escorra o líquido seminal para dentro da
vagina. Se usada corretamente, sua eficácia é alta, varia de 82 a 97%.

Diafragma: é um anel flexível, coberto por uma membrana de borracha fina, que a mulher deve
colocar na vagina, para cobrir o colo do útero. Como uma barreira, ele impede a entrada dos
espermatozóides, devendo ser utilizado junto com um espermicida, no máximo 6 horas antes da
relação sexual.
A adesão da paciente depende da utilização correta do dispositivo. A higienização e o armazenamento
corretos do diafragma são fatores importantes na prevenção de infecções genitais e no prolongamento

da vida útil do dispositivo. Por apresentar vários tamanhos (de acordo com o tamanho do colo
uterino), deve ser indicado por um médico para uma adequação perfeita ao colo uterino. Deve ser
usado com espermicida. Recomenda-se introduzir na vagina de 15 a 30 minutos antes da relação
sexual e só retirar 6 a 8 horas após a última relação sexual de penetração.

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Esponjas e Espermicidas: as esponjas são feitas de poliuretano, são adaptadas ao colo uterino com
alça para sua remoção e são descartáveis (ao contrário do diafragma), estão associadas a espermicidas
que são substâncias químicas que imobilizam e destroem os espermatozóides, podendo ser utilizados

combinadamente também com o diafragma ou preservativos. Existem em várias apresentações de


espermicidas: cremes, geléias, supositórios, tabletes e espumas.

Dispositivo Intra-Uterino (DIU): os DIUs são artefatos de polietileno, aos quais podem ser
adicionados cobre ou hormônios, que são inseridos na cavidade uterina exercendo sua função
contraceptiva. Atuam impedindo a fecundação, tornando difícil a passagem do espermatozóide pelo
trato reprodutivo feminino. Os problemas mais freqüentes durante o uso do DIU são a expulsão do
dispositivo, dor pélvica, dismenorréia (sangramentos irregulares nos meses iniciais) e aumento do
risco de infecção (infecção aguda sem melhora ou infecções persistentes implicam na remoção do
DIU).

Deve ser colocado pelo médico e é necessário um controle semestral e sempre que aparecerem
leucorréias (corrimentos vaginais anormais). Mulheres que têm hemorragias muito abundantes ou
cólicas fortes na menstruação, ou que tenham alguma anomalia intra-uterina, como miomas ou câncer
ginecológico, infecções nas trompas, sangramentos vaginais ou alergia ao cobre não podem usar o
DIU. Não é aconselhado para nulíparas (mulheres que nunca engravidaram).

Hormonais - são aqueles que possuem substâncias que produzem algumas alterações no aparelho
genital da mulher. Sua atuação é principalmente em nível de ovário, trompas, endométrio e muco.

Pílula
A pílula anticoncepcional é, sem sombra de dúvida, o método contraceptivo mais popular em todo o
mundo, particularmente entre as adolescentes. No entanto, o uso inadequado com maior índice de
falhas do método ocorre entre as adolescentes. No que tange as pílulas de baixa dosagem de
hormônios (20, 30 ou 35ug de etinilestradiol), estas têm a vantagem de menor incidência de efeitos
colaterais, mantendo-se a eficácia, desde que tomadas com regularidade.

Anticoncepção oral de emergência


Este método evita a gravidez por vários mecanismos, sendo que todos interferem na fecundação, que é
a união do óvulo com o espermatozóide. Os efeitos mais estudados são a inibição ou o retardo da
ovulação, que dependem do período do ciclo em que acontece o coito e a tomada das pílulas.
Outros estudos mostram que interfere na capacitação dos espermatozóides e no transporte dos
espermatozóides e do óvulo através do trato genital feminino. A anticoncepção oral de emergência não
afeta a implantação de um óvulo já fecundado nem interrompe uma gravidez já estabelecida.

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Anticoncepcional injetável trimestral
É uma injeção de hormônio tomada a cada 3 meses. É um método altamente eficaz tendo indicação na
adolescência para aquelas pacientes que não toleram outros métodos ou não os usam corretamente. A
descontinuidade deste método é muito elevada entre jovens pelo aumento do peso corpóreo.

Anticoncepcional injetável mensal


É de administração simples e diminui a probabilidade de esquecimento. As vantagens em relação aos
injetáveis trimestrais são a menor incidência de alterações menstruais e menores o ganho de peso.

2. Cirúrgicos - Laqueadura tubária e Vasectomia: a esterilização (laqueadura tubária e


vasectomia) um método contraceptivo cirúrgico e definitivo, realizado na mulher através da ligadura
ou corte das trompas impedindo, o encontro dos gametas masculino e feminino e no homem, pela
ligadura ou corte dos canais deferentes (vasectomia), o que impede a presença dos espermatozóides no
líquido ejaculado. Quando houver indicação de contracepção cirúrgica masculina e, principalmente, a
feminina deve ser baseada em critérios rígidos, observando-se a legislação vigente.

FISIOLOGIA MATERNA DURANTE A GRAVIDEZ

Útero: o aumento durante a gravidez envolve o estiramento e a acentuada hipertrofia das células
musculares existentes. O colo do útero apresenta amolecimento e cianose pronunciados devidos o
aumento da vascularização, edema, hipertrofia e hiperplasia das glândulas cervicais.

Ovários: cessa a ovulação durante a gravidez e a maturação dos folículos fica suspensa. Um corpo
lúteo funciona produzindo principalmente a progesterona.

Vagina: a vascularização aumenta hiperemia e amolecimento do tecido conjuntivo na pele e músculos


do períneo e da vulva. As secreções vaginais aumentam.

Parede abdominal: a linha nigra pode forma-se de pigmentação escurecida que se estende da cicatriz
umbilical, seguindo a linha média, até a sínfise pubiana.

Mamas: a sensação dolorosa e o formigamento acorrem nas primeiras semanas de gestação. O


colostro pode ser extraído a partir do segundo trimestre.

Coração: o diafragma sofre elevação durante a gestação e o coração é deslocado para a esquerda e
para cima. Sopros cardíacos são comuns e, geralmente, desaparecem após o parto.

Circulação: o volume cardíaco aumenta em 40% a 50% desde o início da gravidez até seu término.

Respiratório: ocorre aumento da frequência respiratória. O diafragma é elevado durante a gestação


em decorrência do aumento uterino.

Urinário: com a proximidade do final da gestação a drenagem sanguínea na base da bexiga fica
comprometida, provocando edema, suscetibilidade a traumas e à infecção.

Gastrointestinal: as gengivas podem tornar-se hiperemiadas e amolecidas, podendo sangrar com


facilidade. O estômago e o intestino são deslocados para cima e para o lado do útero aumentado. A
pirose é comum, provocada pelo refluxo das secreções ácidas na parte inferior do esôfago.

Tegumentar: placas de pigmentação marrom podem formar-se sobre a face, denominadas cloasma

Desenvolvimento da gravidez - mês a mês


Da concepção ao parto, passam-se, em média, 280 dias. Na barriga da mãe, o bebê cresce, engorda,
desenvolvem os cinco sentidos. Come, dorme, sonha, brinca, vive intensamente.

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1º mês - O espermatozóide se funde ao óvulo, dando origem ao ovo. É a fecundação, que acontece na
trompa de Falópio, entre o 14º e o 17º dias após o começo da última menstruação. Em 12 horas, a
célula inicial, já formada, passa a se subdividir rapidamente. De quatro a seis dias depois, desce em
direção ao útero. Lá, o embrião vai crescer e se desenvolver durante os próximos nove meses,
recebendo de sua mãe, através da placenta, todo o oxigênio e nutrientes de que precisa.

Em duas semanas, começa a se formar o tubo neural - que dá origem ao cérebro – o coração, tubo
digestivo, os órgãos do sentido e as extremidades, de onde vão nascer braços e pernas.

2º mês - O embrião, agora, mede cerca de 3 cm e pesa em torno de 10g. O coração pulsa, mas ainda
não é possível ouvi-lo. Aparecem os brotos dos braços e das pernas, os ouvidos estão em formação e
há um esboço de rosto, com boca e nariz. A cabeça está mais redondinha, a região do pescoço definida
e as pálpebras individualizadas. Podem-se distinguir os dedos dos pés. Faz os primeiros movimentos
dentro da bolsa amniótica.

3º mês – Pode-se chamar de feto


Até a 9ª semana, não há muita diferença entre os genitais masculinos e femininos. Os rins estão
formados, o aparelho respiratório e o urinário funcionam e o fígado produz bile. As pernas ainda são
curtas, mas ele já é capaz de dobrar os dedos dos pés. Dentro da bolsa d’água, abre e fecha a boca, as
mãos, faz xixi e suga o líquido amniótico, que é renovado a cada seis horas. Na consulta pré-natal, o
coração pode ser ouvido através de um aparelho próprio – o sonar. Com 7 cm a 10 cm de
comprimento, 18g de peso e as estruturas ósseas mais consistentes, passa a ser chamado de feto. Se
for menina, já tem ovários e o estoque de óvulos para toda a vida.

4º mês - A movimentação no útero é intensa: o feto filho vira a cabeça, franze a testa, movimenta o
peito para cima e para baixo, se estica, dá cambalhotas. Os genitais estão diferenciados, e no próximo
ultrassom será possível ver o sexo do bebê. Com altura entre 15 cm e 18 cm e pesando, mais ou menos
150g, ainda tem a cabeça desproporcional, grande demais em relação ao restante do corpo. A placenta
está totalmente formada. Além de sugar e engolir, o feto consegue soluçar. Seus dedos ganham unhas.
A pele, transparente, deixa aparecer os pequenos vasos sanguíneos. Uma leve penugem, conhecida
como lanugem, surge na cabeça e nas sobrancelhas.

5º mês - Medindo entre 20 e 25 cm e pesando cerca de 450 g, o feto, apoiado na parede do útero, gira,
dá cambalhotas, pontapés. Desta maneira, exercita os músculos e treina todo o sistema nervoso. A mãe
já pode perceber tanta movimentação, que acontece mais intensamente na parte da noite. Gosta de
chupar o dedo, o que funciona como treino para a amamentação. A pele delicada é recoberta por uma
substância oleosa - o vernix caseoso - que a protege de rachaduras e endurecimento. Cílios e
sobrancelhas começam a crescer. Nesse período, também se forma a base para os dentes de leite.

6º mês - O bebê se mexe muito, gosta de brincar com os dedos e tem o corpo todo coberto de pelos
bem finos. No final deste mês, pesa quase 1 kg e chega a medir 35 cm. Sua sobrevivência passa a ser
cada dia mais possível, caso nasça prematuramente. Com o sistema auditivo em pleno
amadurecimento, reage aos ruídos externos. A pele, fina e brilhante, tem um tom avermelhado e é

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muito enrugada. As pálpebras já se dividiram e ele abre os olhos. Assim, percebe a diferença de
luminosidade se você está em um ambiente mais claro ou mais escuro. Suas impressões digitais são
visíveis, tanto nos pés como nas mãos.

7º mês - Embalado pelo líquido amniótico, o feto descansa, cochila e chega a dormir profundamente.
Seu ritmo de vida costuma coincidir com o da mãe. Consegue perceber o batimento cardíaco e os
ruídos do organismo dela. Dependendo da intensidade, ouve o som da música e até o barulho da rua.
No final do mês, estará sugando com mais força e sentindo os diferentes sabores - doce e amargo.
Mede mais ou menos 40 cm e pesa 1,5 kg. A partir deste mês, começa a engordar rapidamente,
ganhando, em média, 150g por semana. O espaço no útero diminui, restringindo seus movimentos. As
impressões digitais dos pés e das mãos já são visíveis. A essa altura, alguns bebês ainda estão na
posição pélvica (sentados), mas ainda podem virar e entrar na posição cefálica (de cabeça para baixo),
ideal para o parto normal.

8º mês - Ele se vira para baixo, começando a tomar a posição cefálica. Seus olhos percebem
diferenças entre luz e sombra, mas não distinguem forma e cor. Além da visão e audição, testa outros
sentidos: o tato, ao bater com as mãozinhas na parede uterina ou agarrar o cordão umbilical; o gosto,
ao deglutir o líquido amniótico ou chupar os dedos. Reage instintivamente aos estímulos externos. A
voz suave da mãe o acalma, mas quando ela fica nervosa, o bebezinho logo se agita. Com movimentos
já mais consistentes, chuta a barriga, procurando uma posição confortável. A penugem que cobria seu
corpo vai desaparecendo. No final deste mês, tem 45 cm, pesa em torno de 2,5 kg e está inteiramente
formado. Mas ainda não tem as reservas suficientes de gordura, que se desenvolverão a partir de
agora, e sua capacidade respiratória também não se completou.

9º mês – O feto engorda, perde as ruguinhas, ganha status de bebê. Na 36ª semana, a quantidade de
líquido amniótico diminui um sinal que, junto ao envelhecimento da placenta, vai determinar a
possível data do nascimento. Está totalmente formado. Na 38ª semana, engorda até 28g por dia, e o
que resta de líquido amniótico se renova a cada três horas. Seu intestino está cheio de mecônio -
secreção das glândulas alimentares, misturada ao pigmentovda bílis e das células da parede intestinal -
que será eliminado assim que ele nascer. Com 50 cm e 3 kg, pode se considerar pronto para vir ao
mundo.
Atenção aos sinais: as contrações se repetem a cada 15 ou 20 minutos. Depois, se intensificam,
chegando a um intervalo de três a quatro minutos. A ruptura da bolsa com perda do líquido amniótico
ou sangramento, pela vagina.

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PRÉ-NATAL
O objetivo do acompanhamento pré-natal é assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o
parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos
psicossociais e as atividades educativas e preventivas.
O calendário de consultas no pré-natal é programado em função dos períodos gestacionais que
determinam maior risco materno e perinatal. A Organização Mundial da Saúde recentemente atualizou
sua recomendação para um mínimo de oito consultas, assim distribuídas: uma no primeiro trimestre
(até a 12ª semana), seguida por retornos com 20, 26, 30, 34, 36, 38 e 40 semanas.

Itens a serem observados pela equipe de saúde


Idade da gestante: as adolescentes apresentam maior incidência de anemia, hipertensão induzida pela
gravidez, trabalho de parto prematuro, bebês pequenos para a idade gestacional. As mulheres mais
velhas têm maior incidência de hipertensão, gestação complicada por problemas clínicos e bebês com
anomalias genéticas.

Condições socioeconômicas: principalmente gestantes adolescentes apresentam dificuldades


econômicas para manutenção de cuidados durante e após a gestação.

Uso de drogas: drogas lícitas e ilícitas comprometem o desenvolvimento fetal e podem levar a crises
de abstinência nos recém-nascidos.

História pessoal de anomalias genéticas, diabetes, doenças sexualmente transmissíveis, doenças


cardíacas e doenças mentais. Uso contínuo de remédios.

História familiar de anomalias genéticas, diabetes e doenças cardíacas. Atualização da imunização


(vacinas).

Exames laboratoriais:
Urina: verificação de glicose, proteína e infecção.
Tipagem sanguínea
Hematócrito e hemoglobin, Sorologia para toxoplasmose, Sorologia para tuberculose, Sorologia para
HIV
HPV, Sorologia para sífilis, Sorologia para rubéola. Demais exames que o médico julgar necessário
durante o pré-natal.
Exames de imagem: Ultrassonografia para acompanhar o desenvolvimento fetal

Durante as consultas de rotina: Avaliação dos sinais vitais Avaliação de ganho de peso Avaliação
de aumento uterino Ausculta cardíaca fetal Avaliação geral

Orientações de enfermagem
✓ Utilizar sapatos de salto baixo;
✓ Usar cintas para gestantes;
✓ Fazer períodos de repouso com as pernas elevadas (edema);
✓ Uso de sutiã adequado,
✓ Incentivar o consumo de refeições freqüentes e em pequenas quantidades;
✓ Ingestão de líquidos entre refeições e não junto com alimentos;
✓ Diminuir o uso da cafeína;
✓ Não utilização de bebidas alcoólicas, fumo e medicações sem prescrição médica;
✓ Ingerir em média dois litros de água por dia;
✓ Incentivar exercícios físicos moderados e com acompanhamento médico;
✓ Utilização de roupas confortáveis;
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✓ Não dirigir após o 7º mês;
✓ Cuidado com traumas e quedas;
✓ Não utilizar tintura nos cabelos;
✓ Realizar consulta preventiva ao dentista;
✓ Orientar em relação ao enxoval do recém-nascido;
✓ Orientar a visitar o hospital antes do parto;
✓ Orientação quanto à amamentação;
✓ Orientação quanto a cuidados de higiene do recém-nascido;
✓ Orientação quanto à vacinação e consulta ao pediatra.

CÁLCULO DA DATA PROVÁVEL DO PARTO

O objetivo desse cálculo é estimar o período provável do nascimento. Calcula-se a data provável do
parto (DPP) levando-se em consideração a duração média da gestação normal (280 dias ou 40
semanas depois da última menstruação).
Pode ser calculado das seguintes maneiras:
- Com o disco (gestograma), colocar a seta sobre o dia e o mês correspondente ao primeiro dia da
última menstruação e observar a seta na data (dia e mês) indicada como data provável do parto;

- Outra forma de calcular a DPP é somar sete dias ao primeiro dia da última menstruação e
subtrair três meses ao mês em que ocorreu a última menstruação (ou adicionar nove meses, se
corresponder aos meses de janeiro a março) – Regra de Naegrele. Nos casos em que os números de
dias encontrado for maior do que o número de dias do mês, passar os dias excedentes para o mês
seguinte, adicionando 1 ao final do cálculo de mês.
-
Exemplos.
* Data da última menstruação – 13/09/2008
Data provável do parto – 20/06/2009 (13 + 7 = 20/9-3 = 6)

* Data da última menstruação – 10/02/2004 DPP – 17/11/2004 (10 + 7 = 17/2 + 9 = 11)


* Data da última menstruação – 27/01/2004 DPP – 03/11/2004

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Parto
O parto deverá ser decisão médica em relação às condições clínicas da gestante e do recém-nascido.
Poderá ser natural (normal) ou cirúrgico (cesárea).

Quanto à classificação relacionada à idade gestacional pode ser:


Prematuro: inferior a 37 semanas
Termo: entre 37 e 40 semanas
Pós-termo: acima de 41 semanas

Parto pré-termo
O parto antes de termo é o que começa antes da 37.ª semana de gravidez. Como os bebês nascidos

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prematuramente podem ter problemas de saúde, os médicos tentam evitar o parto antecipado. O parto
pré-termo (ou prematuro) é difícil de deter se se verificar uma hemorragia vaginal ou se as membranas
que contêm o feto rebentarem. Se não ocorrer hemorragia vaginal e se as membranas não deixarem
escapar líquido amniótico, o repouso absoluto, com líquidos administrados por via endovenosa, é útil
em 50 % dos casos. No entanto, se o colo uterino se dilatar mais de 5 cm, o parto segue normalmente
o seu curso até que o bebê nasça. O sulfato de magnésio aplicado por via endovenosa detém o parto
em até 80 % das mulheres, mas pode provocar efeitos secundários, como aceleração da frequência
cardíaca na mulher, no feto ou em ambos. A terbutalina administrada mediante uma injeção
subcutânea também pode ser utilizada para deter o parto. Enquanto o parto antecipado se detém, pode
ser administrado à mulher um corticosteróide como a betametasona para dilatar os pulmões do feto e
reduzir o risco de ter problemas respiratórios (síndrome de dificuldade respiratória neonatal) depois de
nascer.

Gravidez pós-termo e pós-maturidade


Uma gravidez depois do termo é a que continua para além das 42 semanas. A pós-maturidade é uma
síndrome em que a placenta começa a deixar de funcionar normalmente numa gravidez pós-termo e
põe o feto em perigo. Por vezes, é difícil determinar se passaram as 42 semanas, porque nem sempre é
possível estabelecer a data precisa da concepção devido ao fato de os ciclos menstruais serem
irregulares ou a paciente não estar certa do tempo que decorre entre eles. No início da gravidez, uma
ecografia, que é segura e indolor, facilita a determinação da duração da gravidez. Posteriormente, mas
antes da 32.ª semana (de preferência entre a 18.ª e a 22.ª) é útil fazer uma série de ecografias
destinadas a medir o diâmetro da cabeça do feto, o que pode ajudar a confirmar a duração da gravidez.
Depois da 32.ª semana, a determinação da duração da gravidez por meio de ecografias pode arriscar
um erro de 3 semanas num ou noutro sentido. Se a gravidez continuar para além da 42.ª semana,
contada a partir do primeiro dia do último ciclo menstrual, examina-se a mãe e o feto em busca de
sinais de pós- maturidade, tais como uma redução do tamanho do útero e da mobilidade fetal.
Os testes começam na 41.ª semana para avaliar o movimento do feto e a sua freqüência cardíaca, bem
como a quantidade de líquido amniótico, que são parâmetros que decrescem consideravelmente nas
gravidezes pós-maduras. Compara-se o tamanho da cabeça do feto com o do seu abdômen.
Para confirmar um diagnóstico de pós-maturidade, pode-se fazer uma amniocentese (extração e
análise do líquido amniótico). Uma indicação de pós-maturidade é a detecção de uma coloração
esverdeada do líquido amniótico, provocada pela matéria fecal do feto (mecónio); isto indica
sofrimento fetal.
Enquanto o exame não detectar sinais de pós- maturidade, pode deixar-se que a gravidez pós-termo
continue. No entanto, se o exame der resultados positivos, o parto é provocado. No caso de o colo
uterino não ser suficientemente flexível para que o feto o atravesse, faz-se uma cesariana (parto
cirúrgico feito por meio de uma incisão no abdômen e no útero da mãe).

Fases do trabalho de parto


O parto é o momento mais esperado durante toda a gravidez. Nas últimas semanas a gestante poderá
começar a sentir a “descida” da barriga.

Os primeiros sinais de início de trabalho de parto são:


✓ Expulsão do Rolhão Mucoso, que consiste na eliminação, pela vagina, de muco
gelatinoso, rosado ou acastanhado. A sua expulsão pode ocorrer dias ou horas antes do parto e
significa que o nascimento estará para breve.
✓ Rotura da Bolsa de Águas, que é à saída de líquido amniótico pela vagina, devido à
rotura das membranas que envolvem o bebê. Pode sair lentamente ou de repente, em grande
quantidade. Normalmente, é claro e transparente. Nesta situação deve dirigir-se ao hospital da sua área
de residência o mais rapidamente possível.
✓ Contrações Uterinas Regulares - No início do trabalho de parto, as contrações são
irregulares (isto é, os intervalos não são certos) e são pouco freqüentes. Começa por sentir que a
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barriga fica rija, podendo não haver dor. Progressivamente, vão-se tornando mais regulares, mais
intensas e mais próximas. Quando as contrações forem regulares, com intervalos de dez minutos,
deve dirigir-se à maternidade. Nas últimas semanas de gravidez é comum ocorrerem contrações
irregulares e indolores, sem que isto signifique o início do trabalho de parto.

O parto é constituído por três etapas: dilatação, expulsão e dequitadura.

Dilatação: O colo do útero, por onde o bebê passa para sair, começa a encurtar e a dilatar até cerca de
dez centímetros. As contrações tornam-se cada vez mais regulares e próximas. É o período mais
demorado do trabalho de parto, podendo demorar de 12 a 16 horas, por vezes mais, num primeiro
filho.
Orientações de enfermagem: quando a gestante estiver deitada, procurar virar-se para o lado esquerdo,
para facilitar uma melhor oxigenação do feto. No início e durante a
contração, inspirar profundamente pelo nariz, como se estivesse a “cheirar uma flor”, e expelir o ar
pela boca, como para “apagar uma vela”. Quando a contração terminar, inspirar e expirar
profundamente. No intervalo das contrações, respire normalmente, relaxando o mais possível.

Expulsão: Começa quando a dilatação estiver completa. Pode demorar de 20 a 40 minutos no


primeiro filho. O feto desce ao longo da bacia e acaba por sair para o exterior através da vagina e da
vulva. Pode ser necessário efetuar um pequeno corte do períneo (espaço entre a vagina e o ânus), para
facilitar a saída do feto e evitar “rasgaduras” perineais ou do ânus.
Orientações de enfermagem: Em cada contração, inspire profundamente e, depois, não deixe sair o ar
enquanto faz força. A seguir, expire. Aproveite o intervalo entre duas contrações para descontrair e
recuperar as forças.

Dequitadura ou secundamento: Depois do nascimento do bebê, a placenta e as membranas que


envolveram o feto saem por si (se não saírem, o médico tira-as), o médico pode fazer uma massagem
na barriga para ajudar a placenta a desprender-se do útero. A seguir, se tiver sido necessário cortar o
períneo durante o parto, há que fazer a sutura.

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Tipos de Parto

Parto normal – Dá-se por via vaginal, obedecendo à ação biológica do corpo da mãe. Inicia-se
pela fase de transição com as contrações em intervalos de cinco em cinco minutos, durando
entre 60 e 90 segundos. É o momento que indica a chegada do bebê.
O médico deve então, avaliar se o colo do útero está totalmente dilatado. Após esta fase, a gestante
começa a sentir o desejo involuntário de “empurrar”. Quando a cabeça do bebê atinge o canal vaginal,
a criança pressionará o períneo, fazendo também, pressão no reto. Durante cada contração, o bebê
começa a descer no canal vaginal e depois de alguns minutos sua cabeça já começa a aparecer
externamente.
Após esta fase, o nascimento é uma questão de minutos. Normalmente a gestante deverá parar de
“empurrar” e começar a respirar rapidamente, permitindo que o períneo se alargue. Quando se trata do
primeiro parto, pode ser necessário que se faça a ampliação do canal de parto pela episiotomia (corte
de parte do períneo). O períneo é a região que fica entre a entrada da vagina e o ânus feminino.
Na saída total da criança, uma grande quantidade de líquido amniótico deve ser liberada. A placenta
deve ser expelida em até meia hora após o parto.
A gestante poderá combinar, previamente, com o obstetra a ingestão do Syntociron, um hormônio
artificial que imita a oxitocina e ajuda na contração do útero, além de ajudar a reduzir a perda de
sangue. A oxitocina é um hormônio naturalmente produzido pelo corpo da mulher grávida e durante a
amamentação. Sua função é auxiliar a saída do bebê provocando as contrações uterinas e a saída de
leite, contraindo as glândulas mamárias na amamentação.
A grande vantagem do parto normal é a rápida recuperação da mãe. Pesquisas têm demonstrado que
bebês nascidos de parto normal são mais tranqüilos, alimentam-se com maior facilidade, sentam,
caminham e falam mais precocemente.
Porém, algumas ocorrências comuns que podem acontecer durante o parto normal, acabam por induzir
médicos e mães a optarem por cesariana:
 Distócia funcional: falta de dilatação do colo, suficiente para saída do bebê;
 Distócia óssea: mãe tem bacia óssea estreita para passagem do bebê.
 Apresentação pélvica: o bebê está sentado, impossibilitando o parto normal.
 Bebê apresenta peso acima do normal, ou seja, mais de 4 quilos.
 Deslocamento prematuro da placenta.
 Sofrimento fetal.

Parto Cesárea ou Cesariana – Dá-se pela extração do bebê através de dupla incisão abdominal e
uterina da mãe.
Os motivos para optar por uma cesariana devem ser essencialmente, clínicos. As razões mais
freqüentes são a desproporção do tamanho do bebê em relação à pelve feminina, infecção herpética
ativa, gestantes diabéticas, posição do bebê invertida e difícil, ou ainda, se o seu trabalho de parto não
estiver progredindo normalmente.
Na cesariana, a barriga será coberta com um anti-séptico destinado a exterminar as bactérias e a
anestesia será a epidural (em alguns casos a geral é necessária). A gestante tomará soro e uma sonda
será introduzida na bexiga para esvaziá-la. A cirurgia não poderá ser acompanhada pela mãe, já que
uma tela será colocada na parte superior do seu corpo, impedindo sua visão.
Uma incisão horizontal, de 15 a 20cm, será feita acima dos pêlos pubianos, através da parede da
barriga e então através do útero.
Ao alcançar o bebê, o cirurgião irá tirá-lo suavemente. A equipe removerá a placenta e a examinará,
assim como o bebê. O corte será fechado com pontos. O procedimento deve ser de aproximadamente
30 minutos, o parto leva em torno de 5 a 10 minutos e o fechamento do corte, em torno de 20 minutos.
É importante saber que como uma cirurgia, a recuperação em uma cesariana é lenta, e requer a
internação por alguns dias. Será difícil rir, ficar de pé, ir ao banheiro e outras atividades rotineiras.

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Parto de Fórceps – É uma variação do parto normal que se dá através da introdução de uma pinça na
vagina da mulher adaptando-a a cabeça do bebê a fim de ajudar a expulsão. Este tipo de parto é cada
vez menos recomendado por poder ser muito traumático para a mãe e para o bebê e só é realizado em
circunstâncias quando o parto é iminente e onde o parto normal e a cesariana já não são possíveis.
Quando a mãe não consegue “empurrar” o bebê ou em casos em que a criança está sentada, é
prematura ou tem uma cabeça maior do que a dilatação da vagina da mãe, é utilizado o fórceps. Neste
processo o aparelho é encaixado na cabeça do bebê, após a apisiotomia na mãe, e puxado
delicadamente pelo médico.

Parto de Cócoras – Também é uma variação do parto normal, sendo muito defendido entre os
naturalistas. É de origem indígena, ou seja, as índias têm seus filhos de cócoras, instintivamente,
auxiliadas pela ação da gravidade e de sua potente musculatura, treinada por toda vida, pois é de
cócoras que elas exercem a maioria de suas atividades.
Desde a mais remota antiguidade as mulheres procuravam posições que facilitassem o parto. Nas
gravuras antigas o mais comum é ver mulheres ajoelhadas, de cócoras, ou em banquinhos baixos de
parto. De um jeito ou de outro o que se observa é que as costas estão em posição vertical. A posição
das pernas é variável.
Também é muito comum ver nessas figuras alguém dando suporte por trás, segurando a parturiente
por baixo dos braços.
Às vezes é um homem, em outras é uma mulher. Até hoje, nas comunidades nativas (índios
brasileiros, por exemplo) o parto ainda acontece dessa forma.
É claro que estamos falando aqui do parto em si, e não do trabalho de parto, que pode durar horas e até
dias. A posição de cócoras é vantajosa durante o período expulsivo, que dura de alguns minutos a uma
hora, na maioria dos casos. Durante todo o trabalho de parto a mulher deve ficar em poses variadas,
sentada, ajoelhada, andando, etc.
Na civilização ocidental, com a entrada da figura do obstetra no parto, as mulheres foram colocadas
deitadas de costas em mesas cada vez mais específicas, com as pernas abertas, para que a região
genital pudesse ser bem observada. E assim é que funciona até hoje, para a maioria dos médicos e
hospitais.
Por outro lado, vários artigos já foram publicados enumerando as vantagens do parto verticalizado em
relação à posição de litotomia (deitada de costas).

Entre as vantagens podemos citar algumas:


- O parto é mais rápido, pois é auxiliado pela gravidade;
- A oxigenação do bebê é melhor, pois não ocorre a compressão da veia cava pelo peso do
útero;
- A necessidade de episiotomia é menor;
- A mulher sente-se mais no controle da situação;
- O companheiro tem uma participação mais ativa ao prover o suporte da posição.

A desvantagem é que os médicos não conseguem controlar o parto da forma como foram ensinados.
Não há necessidade de cadeiras especiais para se fazer um parto de cócoras. Basta que a mulher suba
na cama comum, ajoelhada entre as contrações e acocorada na hora das contrações, apoiando-se de um
lado no companheiro, do outro em uma enfermeira ou auxiliar. Também é possível para o
companheiro ficar sentado sobre a banqueta que fica ao lado da cama, enquanto a parturiente se
acocora e se apóie nas pernas abertas do companheiro, de costas para ele.
Enfim, um pouco de boa vontade, criatividade e confiança no instinto da mulher são suficientes para
se fazer um parto de cócoras em qualquer ambiente, hospitalar ou não.
Com relação à preparação, não há necessidade de ser uma atleta ou uma índia para parir de cócoras. O
hábito de se agachar durante a gestação, ou mesmo ficar alguns minutos de cócoras diariamente, por
exemplo, na hora da TV, já é o suficiente. Mas mesmo uma mulher sem essa preparação, que não
costuma ficar acocorda, pode perfeitamente ficar alguns minutos nessa posição durante as contrações
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do período expulsivo.

Parto de Leboyer – Mais uma variação do parto normal que surgiu na França. Este parto é realizado
na penumbra, com som ambiente, geralmente música clássica para não agredir o recém-nascido.
Assim que nasce, a mãe coloca o bebê na barriga, faz massagem e o leva até a mama para amamentar;
logo após, o pai dá banho no filho ao lado da mãe, também o massageando. A água deve ter a
temperatura da “bolsa das águas” intra-uterina, ou seja, próximo dos 36 graus.

Parto na posição de Sims – É uma técnica aplicada ao parto normal na qual a mãe fica deitada de
lado. Defende-se que na posição lateral, as contrações se coordenam melhor, facilitando o parto, o
útero descomprime os grandes vasos mantendo a circulação e o bem-estar fetal.

Parto na água – Trata-se de uma técnica que surgiu na Rússia, também aplicada ao parto normal que
se dá numa banheira com água morna.
O parto na água é uma modalidade de nascimento onde a mulher fica dentro da água durante o período
expulsivo de modo que o bebê chega ao mundo no meio aquático, exatamente como estava no útero.
A água é aquecida a 36ºC, o ambiente geralmente fica à meia luz e o pai ou acompanhante pode entrar
na banheira com a futura mãe.
Esses nascimentos costumam ser muito suaves e calmos e muitos bebês sequer choram quando são
trazidos à tona para o colo de suas mães.
Alguns médicos alegam que nesse parto não é seguro, porque o bebê pode aspirar água. Na verdade os
registros de incidentes nos partos aquáticos são muito raros e comparado com partos na mesa
ginecológica o parto na água não perde em segurança, mas ganha em qualidade do nascimento.
Outros profissionais alegam que na água não dá para fazer a episiotomia. Este argumento é falho já
que a questão é que no Brasil faz-se mais episiotomia que o recomendado pela Organização Mundial
de Saúde e outros órgãos de saúde. Na água morna o períneo fica bastante relaxado em relação ao
parto tradicional, e as rupturas são raras e geralmente muito superficiais. A episiotomia nesse tipo de
parto embora seja possível, é desnecessária em quase todos os casos.
O uso da banheira também pode ser iniciado antes do período expulsivo, para relaxamento e para a
suavização das sensações do trabalho de parto. As contrações ficam menos fortes e o bebê pesa menos
sobre o colo do útero. Muitas mulheres saem instintivamente da água na hora do bebê nascer,
preferindo ficar sobre um colchão, de cócoras, deitada em posição semi-reclinada, ou até de lado
(posição de Sims).
Apesar das inúmeras variações de posição, podemos dizer que a melhor posição é aquela que a mulher
escolhe por se sentir melhor e mais no controle de seu processo de parto. Esse deveria ser o objetivo
da obstetrícia e da boa assistência ao parto: oferecer um ambiente de parto onde a mulher possa se
concentrar naquilo que seu corpo pede.

Parto em Casa – Este tipo de parto é bastante comum nas zonas rurais e de regiões mais pobres do
país. Porém nas zonas urbanas, algumas mulheres optam por um parto residencial por se sentirem
mais seguras num ambiente conhecido. É importante saber que o seu médico só concordará com esta
opção caso sua gestação tenha transcorrido sem problemas e se a possibilidade de parto normal for
dominante. Também é necessário que o médico avalie se as condições do local permitem um parto
seguro.

Parto Natural – O termo parto natural pode designar um grande número de tipos de partos. Mas em
termos gerais podemos entender como um parto com um mínimo de intervenções. Isto só é possível se
o atendente do parto (obstetra, obstetriz, enfermeira obstétrica, parteira) for alguém que tenha o
conceito da não intervenção bem formatado.
Neste parto a grávida se prepara para lidar com um dos maiores desafios ao parto natural: a dor. E
acaba tendo que encontrar muitas ferramentas para lidar com a dor do parto sem o auxílio de anestesia,
tais como: respiração, posições que diminuem a dor, massagens, caminhar durante as contrações. É
26
necessário que a grávida prepare-se no pré-natal através de exercícios e orientações, pois se sabe que a
anestesia é o procedimento médico que acaba “chamado” outras intervenções, e por definição o parto
deixa de ser natural.

Parto Humanizado – A idéia de se humanizar o parto vem fato de que muitos serviços médicos
ignoram as recomendações da Organização Mundial da Saúde e de outros órgãos que acabam
realizando o parto com uma série de intervenções que cada vez mais vêm sendo consideradas
desnecessárias.
Desta forma, “parto humanizado” seria aquele em que se faz uso do menor número possível de
intervenções, podendo este termo ser estendido como sinônimo do “parto natural”.
Abaixo citamos algumas das intervenções que são consideradas desnecessárias e muitas vezes
inadequadas, mas que continuam em prática na maioria dos hospitais e maternidade.

Cuidados antes do parto


Manter a gestante em jejum; Administrar medicamentos prescritos;
Acompanhar a evolução do trabalho de parto;
Realizar tricotomia, se necessário;
27
Realizar lavagem intestinal, se prescrita; Proporcionar ambiente confortável; Apoiar à parturiente;
Identificar a parturiente com pulseira de identificação.

Assistência de Enfermagem ao RN

Cuidados essenciais
✓ No período pós-parto RN apresenta alterações biofisiológicas e comportamentais
complexas, resultantes da vida extrauterina;
✓ As primeiras horas pós-parto representam um período de ajustamento fundamental para o
RN. Na maioria dos hospitais a enfermeira presta cuidados ao RN imediatamente após o parto;
✓ Depois do período de transição, o bebê é avaliado em intervalos periódicos, tendo ajustado
o plano de cuidados de acordo com o aparecimento dos achados;
✓ Deve-se manter o equilíbrio entre as necessidades familiares de privacidade e a
necessidade de monitorar a transição do RN à vida extrauterina;

Metas dos cuidados com o RN - Período inicial pós-parto


✓ Manter via aérea pérvia e o suporte às respirações;
✓ Manter o aquecimento e prevenir a hipotermia;
✓ Garantir ambiente seguro e prevenir contra acidentes ou infecção;
✓ Identificar problemas atuais ou potenciais que possam requerer atenção imediata;
✓ Capacidade fisiológica do RN de fazer a transição à vida extrauterina;
✓ Habilidade dos profissionais de saúde para avaliar e responder adequadamente em caso
40 de
problemas.

Responsabilidades da enfermagem
✓ Dar apoio à adaptação do RN à vida extrauterina;
✓ Prevenir ou minimizar complicações potenciais;
✓ Facilitar a interação pais-RN.
✓ É prestada logo após o nascimento, ou seja, nas duas primeiras horas que se seguem após o
parto;
✓ Também é conhecida como admissão do RN;
✓ Realizada no Centro Obstétrico.
* O incentivo precoce a formação do vínculo familiar
Amamentação precoce
✓ Receber o RN (luvas) – RN envolto por secreções corporais, principalmente liquido
amniótico e vérnix caseoso e, eventualmente, sangue.
✓ Secar e aquecer o RN - berço aquecido e utilizar compressa macia para retirar o excesso de
líquido amniótico que envolve o RN. Minimiza o choque térmico e restringem as perdas de calor
(evaporação).
✓ Aspirar o RN – Contribui para a boa ventilação do RN, o decúbito lateral - Impede que: o
muco, liquido amniótico, coágulos sanguíneos, mecônio penetrem nas vias respiratórias baixas,
provocando obstruções graves.
✓ Verificar a temperatura retal – temperatura central do organismo do RN. Afasta a
possibilidade de ânus imperfurado
✓ Credeizar - profilaxia da oftalmia gonocócica. 1gta de nitrato de prata a 1% em cada olho;
Profilaxia da vulvovaginite gonocócica 1gta na genitália feminina.

- Cuidados com o frasco de nitrato de prata 1%

Prazo de Validade; O frasco depois de violado deve ser trocado diariamente, pois a evaporação do
diluente aumenta a concentração acentuando a ação caustica; A solução é límpida e transparente
(senão descartar); Contaminação do conta-gotas.
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✓ Verificar perímetros e altura do RN – comparar o crescimento.
✓ Detectar anomalias do RN (normalidade 2 artérias 1 veia) a presença de apenas uma artéria
pode denunciar malformações como agenesia renal e problemas cardíacos congênitos.
✓ Promoção da mumificação do coto - RN em boas condições receberão cuidados visando
antissepsia (álcool a 70%) 3x/dia.
Ministrar 1mg de vitamina K (KANAKION) IM – objetivo evitar a deficiência passageira na
coagulação sanguínea Prevenir a doença hemorrágica neonatal Local:
Hoschstetter ou reto femural - o músculo vasto lateral é contraindicado, por ter a possibilidade de
causar contratura do quadríceps femural.
✓ Aspiração: Objetivo livrar o RN do perigo de aspiração de mucosidades e líquidos do
parto. Estas secreções, quando abundantes pode causar vômitos e regurgitações. Materiais: Sonda de
aspiração (6-8), Seringa de 20 ml, AD (copo).
✓ Evoluir no prontuário
✓ Registrar no livro da sala de parto
✓ Preencher a DN
✓ Caderneta de saúde da criança

Alojamento conjunto
Segundo o Ministério da Saúde, Alojamento Conjunto é o sistema hospitalar em que o recém- nascido
sadio, logo após o nascimento, permanece com a mãe, 24h por dia, num mesmo ambiente, até a alta
hospitalar. Este sistema possibilita a prestação de todos os cuidados assistenciais, bem como a
orientação à mãe sobre a saúde de binômio mãe e filho.
Objetivos do alojamento conjunto:
Aumentar os índices de Aleitamento Materno; Estabelecer vínculo afetivo entre mãe e filho;
Permitir aprendizado materno sobre como cuidar do RN; Reduzir o índice de infecção hospitalar
cruzada;
Estimular a participação do pai no cuidado com o RN;
Possibilitar o acompanhamento da Amamentação, sem rigidez de horário, visando esclarecer às
dúvidas da mãe e incentiva-la nos momentos de insegurança;
Orientar e incentivar a mãe (ou pais) na observação de seu filho, visando esclarecer dúvidas; Reduzir a
ansiedade da mãe (ou pais) frente às experiências vivenciadas;
Favorecer troca de experiências entre as mães;
Melhorar a utilização das unidades de cuidados especiais para RN; Aumentar o número de crianças
acompanhadas por serviço de saúde.

Mãe
Com ausência de patologia que contraindique ou impossibilite o contato com RN e, se possível, que
tenham sido orientadas sobre o alojamento conjunto durante o pré-natal.

Recém-nascido
- RN a termo, apropriados para Idade Gestacional e sem patologia, com boa vitalidade, boa
sucção, adequado controle térmico, sem risco de infecção (situações de risco de infecção: mãe febril,
recebendo antibiótico, bolsa rota há mais de 24 horas, RN nascido fora do centro obstétrico).
- Peso de nascimento superior a 2.500g menos de 4.000g.
- Boletim de Apgar igual ou superior a 7 no primeiro minuto de vida.
Em caso de cesariana, o RN será de levado para a mãe entre 2 e 6 horas após o parto, respeitando-se as
condições maternas.

Assistência neonatal imediata


 Limpar secreções da boca e narinas do recém-nascido, com gaze, após a expulsão da cabeça.
Esta limpeza deverá ser complementada mais tarde com aspiração a vácuo (de maneira delicada e com
pouco vácuo), para assegurar a permeabilidade das vias aéreas.
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 Passar um cateter através do esôfago até o estômago e aspirar o conteúdo gástrico (exclui
atresia de esôfago).
 Pinçar o cordão após a cessação dos batimentos ou nos primeiros 5 minutos de vida. A seguir,
seccioná-lo e realizar a laqueadura.
 Avaliar a vitalidade de acordo com a escala de Apgar, no 1° e no 5° minuto.
 Colocar o RN em berço aquecido e em posição de Trendelemburg modificada, para manter a
temperatura e ajudar a drenagem de muco e lí- quido da cavidade oro nasal.
 Limpar as pálpebras com algodão ou gaze umedecido em água destilada.
 Realizar a profilaxia da oftalmia neonatal com 1 gota de nitrato de prata a 1 % em cada olho.
 Profilaxia da doença hemorrágica do RN através da injeção intramuscular de 1 mg de vitamina
K.
 Identificar o RN.
- Com pulseira no braço ou perna contendo o nome e registro hospitalar da mãe, sexo do RN,
hora e data do parto.
- Obter a impressão plantar do RN
 Realizar um exame físico sumário inspecionando:
- Malformações congênitas.
- Integridade do palato.
- Regularidade da respiração.
- Frequência cardíaca (através da ausculta ou palpação do pré-córdio).
- Existência ou não de cianose.
- Perfuração anal.
 Colher os dados antropométricos:
- Peso
- Estatura
- Perímetro cefálico (PC)
- Perímetro torácico (PT)
 Tranquilizar, diminuindo a ansiedade materna.
 Mostrar o recém-nascido à mãe ajudá-la a segurá-lo e examiná-lo. Promover o estabelecimento
do vinculo afetivo mãe-filho.
 Registrar dados no prontuário do RN.
 Encaminhar o RN ao berçário, tendo o cuidado de mantê-lo aquecido.

Escala de Apgar

Sinal Pontos
0 1 2
freqüencia cardíaca ausente abaixo de 100 acima de 100
freqüencia respiratória ausente lento, irregular choro forte
tônus muscular flácido alguma flexão das movimento ativo
extremidades
irritabilidade reflexa sem resposta careta choro
cor cianótico ou pálido corpo rosado e rosado
extremidades
cianóticas

Interpretação
 A contagem de 7 a 10 indica que o RN está normal ou ligeiramente deprimido
 A contagem de 4 a 6 indica que o RN está moderadamente deprimido
30
 A contagem de 0 a 3 indica que o RN está gravemente deprimido e necessita ressuscitação
imediata.
 Puncionar artéria ou veia umbilical
 Colher amostra de sangue para dosar pH, PCO2, PO2 e hematócrito.
 Encaminhar o RN para unidade de tratamento intensivo do berçário.

Cuidados imediatos
 Aquecimento - constitui-se uma das necessidades mais importantes do recém-nato durante as
primeiras horas de vida, para que ele se adapte ao novo ambiente. Deverá, o mesmo, permanecer em
berço aquecido de 3 e 4 horas. O vérnix caseoso que recobre a pele não deve ser retirado, pois, protege
o recém-nato contra o frio.
 Mensurações - verificar a altura, perímetro cefálico, perímetro torácico e perímetro abdominal.
 Peso - verificar o peso, caso não tenha sido verificado no Centro Obstétrico.
 Higiene Corporal - após 24 horas, faz-se a primeira higiene do recém-nato.
 Alimentação - único alimento do recém-nato é o leite materno. Não dar chazinhos, nem água,
outro leite nos intervalos das mamadas no seio. Se houver necessidade de dar água, dá-la com colheria
ou conta-gotas, nunca com mamadeira.

Cuidados com o RN na Fototerapia:


 Fototerapia é o tratamento a base de luz visando a retirada da bilirrubina impregnada na pele
do RN.
 A Fototerapia é usada nos casos de Icterícia Neonatal.
 Icterícia Neonatal:
 É uma distúrbio fisiológico que dá á pele e mucosas uma coloração amarelada em decorrência
de pigmentos biliares na corrente sanguínea.
 É a função do fígado eliminar a bilirrubina da corrente sanguínea, sendo que esta é o resultado
das destruição das hemácias, portanto, temos duas causas de icterícias.

Icterícia Fisiológica:
Causada pelo excesso de hemácias destruídas, sobrecarregando o fígado. Surge após as primeiras 24
horas de vida e desaparece em uma semana em média.

Icterícia Patológica:
Causada pela imaturidade do fígado do RN, que não é capaz de eliminar uma quantidade normal de
hemácias destruídas.Surge nas primeiras 24 horas de vida e pode levar até mais de 10 dias para
desaparecer.
O tratamento da icterícia, tanto a fisiológica quanto a patológica é feito através da hidratação,
fototerapia e exo-transfusão sanguínea em casos graves.
Cuidados de Enfermagem:
 Controle do tempo de permanência da lâmpada fluorescente ligada, com anotação de data e
número de horas/dia (o tempo de vida útil da lâmpada é no máximo 200 horas).
 Manter as lâmpadas a 50 centímetros do RN, pois neste distância o RN receberá as radiações
sem sofrer queimaduras.
 O RN poderá estar em berço ou isolete.
 O RN deverá estar despido, sendo fundamental o uso de fraldas para proteção do períneo e das
gônadas, da ação do calor.
 Proteção ocular para impedir o ressecamento da córnea, evitando assim lesões graves por ação
da luz (na ausência de material próprio, manter os óculos com papel escuro e gaze).
 Controle rigoroso da temperatura corporal, pois pode ocorrer
um hiper aquecimento pela ação do calor da lâmpada.

31
 Controle do estado de hidratação do RN, pois pode ocorrer desidratação devido á sudorese pela
ação do calor.
 Mudança freqüente de decúbito para que a desimpregnação seja uniforme.
 Limpeza freqüência do berço e do RN.
 Retirada do RN da fototerapia para a amamentação, mesmo que a prescrição seja contínua.
 Fototerapia pode ser intermitente ou contínua de acordo com a prescrição médica.
 Retirada do RN da fototerapia, 15 minutos antes do banho, para que seu corpo não sinta a
diferença de temperatura.

Anotações de enfermagem:
 Verificar e anotar temperature corporal, frequência cardíaca e peso,
diariamente;
 Anotar as eliminações (fezes, urina, vômitos): quantidade, aspecto, cheiro, cor, etc.;
 Alimentação e condições da sucção;
 Aspecto da pele e mucosa: cor, temperatura da pele, tipo de choro, reflexos respiratórios e
digestivos.

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2. O RECÉM-NATO NORMAL A TERMO E CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Definições:
Recém-nato a termo é a criança nos 28 primeiros dias de vida, nascida de uma gestação de 38 a 42
semanas.

Características Anátomo fisiológicas:


Peso - variável entre 3.250g a 3.500g em média, sendo mais elevado para os meninos do que para as
meninas.
Estatura - em geral 50 cm para menino, um pouco menor para as meninas.
Perímetro Cefálico - Medida da circunferência craniana que correspondeà metade do comprimento
do recém-nato, mais dez (10 cm) é de 35 cm.
Perímetro Torácico - 1 a 2 cm a menos que o perímetro cefálico.
Perímetro Abdominal - 1 a 2 em a menos que o perímetro torácico.
Frequência Cardíaca - 120 a 160 batimentos por minuto. Em média 140 batimentos por minuto.
Frequência Respiratória - 40 a 60 movimentos respiratórios por minuto.
Temperatura - 36,5ºC. a 37ºC
Cabeça - Normalmente é grande em relação ao corpo. As suturas (fontanelas) ainda não estão
totalmente fechadas (fontanela anterior - bregma e fontanela posterior - lambda).
Bossa - derrame seroso localizado entre o coro cabeludo e periósteo. E decorrente de apresentação
cefálica ou trabalho de parto prolon- gado.
Olhos - geralmente fechados e edemaciados.
Pele - é integra, lisa e corada 4
Vernixcaseoso - é uma substância gordurosa e esbranquiçada que recobre toda a criança. Protege-a no
meio liquido e ajuda a deslizar na hora do parto.
Eritema Tóxico - são pequenas lesões eritematopapulosas esparsas, em pequeno número e
disseminadas pelo corpo. Sendo que, de sua etiologia, pouco se conhece. Acredita-se ter uma reação
da pele ao ambiente extrauterino. Regride em poucos dias.
Milium Facial - são pequenos pontos brancos de gordura que aparecem no nariz. Desaparece em uma
semana. Formam-se devido à obstrução dos folículos sebáceos, pelos detritos da descamação epitelial.
Mancha mongólica - são áreas de coloração azul-arroxeada, que se localizam, geralmente na região
lombo-sacra, de forma irregular e não tem significado patológico, atenuam-se com o tempo. Indicam
raça negra ou amarela na família.
Icterícia –se surgir nas primeiras 48horas é fisiológica e, se a partir do terceiro dia de vida é
considerada patológica.
Lanugem - penugem fina e longa que aparece com frequência em recém-nato a termo e mais ainda
em prematuros. Localiza-se no dorso, face. Esta penugem cai no decorrer da primeira semana de vida.
Tórax - é simétrico e de forma aproximadamente cilíndrica. Pode ser visualizada tumefação das
glândulas mamárias tanto em meninas, como em meninos. Este aumento de volume pode persistir por
várias semanas, mesmo meses, levando a alterações hormonais,
Respiração - é do tipo abdominal, irregular e rápida.
Abdome - ë globoso e tenso devido ao excesso de gases.
Coto umbilical - constituído por um tecido gelatinoso - a geleia de Warton: possui 2 artérias e 1 veia.
A mumificação ocorre durante a primeira semana de vida e a queda geralmente entre o 8º ao l0º dia.
Genitais - nos meninos apresenta-se uma fimose fisiológica que até 2 anos regride, em 60% dos casos.
Podem também, ocorrer aumento da bolsa escrotal pela presença de líquidos.
Nas meninas os lábios podem apresentar edemas e os pequenos lábios são proeminentes, bem como, o
clitóris. Secreção vaginal esbranquiçada pode ser observada cessando em poucos dias.
Membros - são curtos em comparação ao tronco.
Eliminações: Fezes - a primeira eliminação é denominada de mecônio, com aspecto viscoso, verde
escuro quase negro. Deve ser eliminada certa quantidade nas primeiras
24 horas de vida, pois a ausência de eliminação deve se pensar obstrução ou imperfuração anal. Após
33
4 ou 5 dias de vida as eliminações tornam-se um tanto liquefeitas e heterogêneas, designadas "fezes de
transição", para, em seguida, assumirem o aspecto de fezes normais de lactente.
Urina - o volume por micção está em torno de 15 a 20 ml e o número de micção é bastante elevado,
podendo alcançar 6 vezes em 24 horas.
Reflexos de sucção - consiste em um reflexo fundamental no recém-nato, surge no 7º mês de vida
fetal. É a sucção vigorosa do dedo quando introduzido na boca do recém- nato.
Reflexo de preensão - pesquisa-se colocando o dedo ou um lápis no pé ou plantar do recém-nato e
observa-se de imediato o agarramento do objeto.
Reflexo de Moro ou Reflexo do abraço - pesquisa-se este reflexo, utilizando estímulos como: bater
palma, batida na superfície da mesa ou segurar o bebê pelos punhos, com a cabeça levantada alguns
centímetros da mesa, sendo então solto, A resposta deve caracterizar um abraço e pode ser
acompanhado em seguida de choro.
Reflexo da marcha – pesquisa-se segurando o recém-nato pelas axilas, em posição vertical, com as
plantas dos pés; sobre uma superfície plana e ligeiramente inclinada para frente. Ao inclinar o recém-
nato levemente para frente, desenvolve movimentos de marcha automática.
Reflexo foto motor - contração pupilar em presença de luz

Alimentação do RN
-Seio materno em livre demanda.
-Não oferecer bicos ou chupetas.
-Mamadeira de leite ou outras alimentaçãos, só sob prescrição médica.
-Proibida amamentação cruzada.

Ações de enfermagem
- Receber a mãe no Alojamento Conjunto após sua alta no Centro Obstétrico.
- Avaliar suas condições físicas e emocionais.
- Fornecer a mãe informações precisas sobre as condições de seu filho no momento de sua
admissão no Alojamento Conjunto.
- Retornar com a mãe os dados já existentes em seu prontuário de modo a esclarecê-los ou ampliá-
los, quando necessário, e demonstrar-lhe que sua chegada já estava sendo preparada com interesse
pelo profissional.
- Colher dados pertinentes aos objetivos do Alojamento Conjunto, os quais propiciam ações mais
específicas à realidade da pessoa.
- Esclarecer sobre as rotinas gerais da unidade, de modo a situá-la melhor no ambiente.
- Esclarecer sobre os cuidados específicos, com dietas, higiene, medicação, deambulação, etc.,
pontuando sempre estas orientações com os hábitos da mãe de modo à intregá-la em suas experiências
anteriores e expectativas.
- Esclarecer sobre objetivos gerais do Alojamento Conjunto.
- Avaliar, respeitando a opinião da mãe, a oportunidade de instalação do Alojamento Conjunto.
- Trazer o RN para junto da mãe.
- Propiciar condições para que na mãe possa reconhecer seu filho, mostrando-se disponível para
auxiliá-la na amamentação ou situações que lhe pareçam difícil.
- Oportunizar que o pai participe nos encontros da enfermeira com a mãe, incentivando-o a
expressar suas opiniões.
- Realizar os primeiros cuidados com RN e orientar a mãe incentivando-a a cuidar do filho,
estendendo este estímulo à participação do pai sempre que este tiver presente.
- Supervisionar os cuidados prestados pela mãe: troca de roupa, medidas de higiene, cuidados com
o coto umbilical, avaliação da temperatura, etc., objetivando orientá-la e esclarecê-la em suas dúvidas.
- Orientar a mãe sobre os demais cuidados com os filhos: vestuários, eliminações, avaliação da cor
da pele, atividades, sono, profilaxia da dermatite amonical, prováveis causas de choro, necessidades
afetivas, encaminhamentos e avaliações clínicas periódicas.
Registrar nos prontuários da mãe e do RN as condições evidenciadas e condutas tomadas de modo a
34
fornecer as informações necessárias para ações de outros profissionais da equipe.
- Acompanhar a evolução diária da paciente objetivando reforçar orientações e detectar
precocemente problemas clínicos e emocionais.
- Acompanhar a evolução diária do RN, incentivando a mãe a participar deste acompanhamento
com objetivo de que ela possa sentir-se capaz de conhecer e avaliar seu filho, reconhecendo assim,
também, situações onde necessitará da ajuda do profissional de saúde para auxiliá-la no atendimento
da criança.
- Preparar alta da mãe e do RN, revisando orientações dadas e fornecendo os encaminhamentos
necessários.

Puerpério
O puerpério é o período pós-parto até 45 dias, sendo dividido em:
Puerpério imediato: primeiras 24 horas;
Puerpério mediato: de 25 horas até 72 horas;
Puerpério tardio: de 73 horas até 40 dias.
Esse período é caracterizado por algumas mudanças fisiológicas da parturiente:

Involução uterina: o útero entra em um processo de regressão gradativo até voltar ao seu tamanho
original. Nas primeiras 24 horas a redução deverá ser de 50%. Cabe ao profissional da enfermagem
observar e anotar esse processo.
Técnica: com a mão no abdome da puérpera, localizar o fundo do útero, que deverá estar próximo da
cicatriz umbilical.

Loquiação: é a secreção que sai do útero após o parto, semelhante a uma menstruação, mas com odor
e características diferentes. O volume de loquiação será maior nos primeiros dias, diminuindo ao
passar do tempo até cessar em torno de 15 dias. A sua coloração também sofre alterações indo do
vermelho até o esbranquiçado.

Colostro: é a secreção liberada pela mama nos primeiros dias de amamentação. Tem coloração
amarelada, consistência grossa e rica em gordura. É a alimentação ideal do recém- nascido nos
primeiros dias.

Leite materno: apresenta uma consistência mais fina, mais transparente. É o alimento ideal nos
primeiros 6 meses. Possuem todos os nutrientes necessários, propriedades imunológicas e água. Além
de proporcionar momento de interação entre mãe e filho.

Cuidados de Enfermagem
✓ Observar sinais de hemorragia
✓ Aferir sinais vitais com frequência
✓ Observar coloração, odor e volume de loquiação.
✓ Observar e anotar eliminação vesical
✓ Observar e anotar eliminação intestinal
✓ Estimular hidratação oral
✓ Observar, anotar e comunicar queixas álgicas
✓ Observar e anotar aspecto de cicatrização de incisão cirúrgica
✓ Avaliar regressão uterina
✓ Avaliar e anotar engurgitamento de mamas e condições dos mamilos
✓ Observar e anotar aceitação alimentar
✓ Auxiliar a paciente para deambular
✓ Auxiliar a paciente em cuidados de higiene
✓ Observar a presença de cólicas uterinas durante a amamentação (regressão uterina)

35
COMPLICAÇÕES PÓS-PARTO

Hemorragia pós-parto
A hemorragia puerperal é a perda superior a meio litro de sangue durante ou após dequitação, é a
terceira causa mais comum de morte materna durante o parto, após as infecções e complicações da
anestesia. As causas variam e a maioria delas é evitável, sendo delas o sangramento da área onde a
placenta descola do útero, esse sangramento pode ocorrer quando o útero não contrai adequadamente
por ter sido distendido excessivamente, pelo trabalho de parto prolongado ou anormal, pelas múltiplas
gestações ou pela administração de um anestésico miorrelaxante durante o trabalho de parto. A perda
sanguínea grave geralmente ocorre logo após o parto, mas pode ocorrer até um mês mais tarde. As
medidas de prevenção se dão antes da mulher entrar em trabalho de parto se a mulher apresentou
episódios anteriores de hemorragia puerperal pode permitir ao médico preparar-se para enfrentar
possíveis distúrbios hemorrágicos. A intervenção no parto é a mínima possível. Após a placenta ter
descolado do útero, é administrada ocitocina à mulher para ajudar o útero a contrair e reduzir a perda
sanguínea. Quando a placenta não descola espontaneamente até 30 minutos após a liberação do
concepto, é removida manualmente. Quando a expulsão foi incompleta, removem - se os fragmentos
remanescentes manualmente. Em casos raros, fragmentos infectados da placenta ou de outros tecidos
devem ser removidos cirurgicamente (por curetagem). Após a expulsão da placenta, a mulher é
monitorizada por pelo menos uma.
Quando ocorre um sangramento intenso, o abdômen da mulher é massageado para auxiliar a contração
do útero e, a seguir, a ocitocina é administrada continuamente através de um cateter intravenoso.
Quando o sangramento persiste, a mulher pode necessitar de transfusão sanguínea. A histerectomia
(remoção do útero) é raramente necessária.

Atonia Uterina - Causa mais freqüente de hemorragia pós-parto é a atonia uterina, ou ora para se
assegurar que o útero contraiu e também para se avaliar o sangramento vaginal.
comprometimento do tono muscular uterino. Existem muitos sinusóides ou espaços sanguíneos entre
as fibras musculares imediatamente abaixo da placenta. À medida que ocorre a separação da placenta,
a musculatura uterina se contrai normalmente e os sinusóides se fecham, com a formação eventual de
trombos. Quando as fibras musculares não se contraem e os vasos não sofrem constrição, ocorre a
hemorragia. A atonia uterina é freqüentemente devida à exaustão do músculo, que pode seguir-se tanto
a um trabalho de parto prolongado quanto a um precipitado; pode ser devida à hiperdistensão do útero
por gravidez múltipla, feto grande ou hidrâmnio ou pode ser causada por massagem excessiva do
fundo uterino na terceira fase do trabalho de parto.

Lacerações do trato genital - Segunda maior causa de sangramento pós-parto. As lacerações baixas
da parede vaginal e do períneo geralmente não sangram profusamente, mas aquelas que ocorrem no
colo ou na porção superior do canal vaginal podem ser profundas e extensas a ponto de romper
grandes vasos sanguíneos. Lacerações altas da parede vaginal e da cérvix ocorrem mais
provavelmente após partos operatórios, especialmente se o colo não está completamente dilatado,
podendo ocorrer ocasionalmente, também, em partos espontâneos. Em alguns partos os lábios são
lacerados; se tais lacerações se estendem para o clitóris, podem causar um sangramento profuso.

Infecção puerperal
A infecção puerperal ou febre puerperal continua sendo uma das principais causas de mortalidade no
puerpério. Origina - se do aparelho genital após parto recente, sendo, por vezes, impossível
caracterizar a infecção que ocorre após o parto, para melhor conceituar morbidade febril puerperal,
temperatura de no mínimo 38ºC, durante dois dias quaisquer, dos primeiros 10 dias do pós-parto,
excluídas às 24 horas iniciais. É tendência atual, conquanto não sejam da genitália, incluir a infecção
urinária, a pulmonar e a das mamas na morbidade puerperal.

Alguns fatores relacionados às alterações ocorridas no organismo materno durante a gravidez, o


36
trabalho de parto, o parto e o pós-parto podem predispor a mulher a adquirir infecção puerperal. Entre
as diversas modificações que a gravidez imprime ao organismo materno, encontram-se algumas
alterações da flora genital e do trato urinário, que podem levar à ocorrência de infecção. O corrimento
vaginal, presente na maioria das gestantes e pouco valorizado no pré-natal, representa também uma
alteração no mecanismo de defesa cérvico- vaginal, sendo considerado uma infecção do trato genital
baixo. No trabalho de parto, os microorganismos cervicovaginais podem ter acesso ao útero,
correlacionando a endometrite puerperal com sua duração. Sabe-se que a duração de um franco
trabalho de parto varia de acordo com diversos fatores, e conclui-se que quanto maior sua duração,
maior o risco da parturiente adquirir infecção. A rotura das membranas ovulares, associada ao trabalho
de parto prolongado, além do elevado número de toques vaginais, predispões à contaminação da
cavidade amniana por anaeróbios e aeróbios, comensais e patógenos. Observações posteriores de
Ledger e Reese e cols. fizeram a correlação entre a presença de mecônio no líquido amnioótico e o
aumento da taxa de infecção materna.

O papel da enfermagem na prevenção dessa complicação séria é importante e deve-se fazer o máximo
de esforço para evitá-la. Higiene ao cuidar da paciente e o uso de técnicas assépticas quando
indicadas, e o hábito de lavar as mãos antes de prestar assistência à mãe. Os partos devem ser
conduzidos seguindo-se uma técnica de assepsia estrita, mas as precauções observadas na sala de parto
não são suficientes, porque a infecção pode atingir a mãe durante o trabalho de parto ou no puerpério
imediato. Comadres individuais devem ser providenciadas para impedir infecção cruzada.

Bolsa rota – Quando há perda de líquido, tanto a mãe como o RN fica exposto a riscos. Não se sabe
ao certo quanto tempo o organismo da mãe e do bebê leva para o desenvolvimento de uma infecção.
Em alguns casos, observaram que a incidência de infecção no bebê só aumenta após 24 horas de bolsa
rota.

Endometrite (infecção/ inflamação do endométrio) –


Forma mais frequente de infecção puerperal, tem relação direta com cesária e intervenções vaginais
após partos prolongados, amniorexe prolongado e com muita manipulação intravaginal e intra-útero.
Quadro clínico é caracterizado pela tríade: subinvolução, dor a palpação e amolecimento corporal.
Oscilação de temperatura entre 37,5ºC e 38ºC, a loquiação pode ser inodora se for por estreptococos B
hemolítico do grupo A, fecalóide se for por enterococos, E. coli, bacteróides fragilis.

Corioamnionite - Infecção ovular caracterizado de um processo inflamatório agudo e às vezes difuso


das membranas extra placentárias, placa coriônica da placenta e cordão umbilical. Pode ocorrer com
membranas íntegras, mais e mais comuns em casos de rotura de membranas ovulares, decorrente do
tempo prolongado de rotura e/ou da realização de toques vaginais.

Mastite Puerperal ou inflamação da mama –


Complicação peculiar do período de aleitamento, sendo excepcional na gestação ou fora dela.
Geralmente, manifesta-se precocemente, nos dez primeiros dias do puérperio, ou tardiamente. A
mastite puerperal ou da lactação é um processo infeccioso agudo das glândulas mamárias que acomete
mulheres em fase de lactação, com achados clínicos que vão desde a inflamação focal, com
sintomas sistêmicos como febre, mal-estar geral, astenia, calafrios e prostração, até abscessos e
septicemia. Devido ao desconforto e a dor, e também por acreditarem que o leite da mama afetada fará
mal ao bebê, muitas mulheres desmamam precocemente os seus filhos, se não forem adequadamente
orientadas e apoiadas. Dependendo da gravidade, a amamentação deve ser suspensa quando se tratar
de mastite supurativa, pois, além de muito dolorosa, o leite está infectado.

Distúrbios psicológicos do puerpério


Puerpério é uma fase de readaptação em que alterações fisiológicas podem vir acompanhadas de
distúrbios de ordem psíquica, ligados às mudanças bioquímicas que ocorrem no organismo materno
37
logo após o parto, como aumento da secreção de corticosteróide e a queda repentina dos níveis
hormonais. É notória a cobrança imposta sobre a puérpera quanto a assumir uma postura idealizada,
onde demonstre tranqüilidade, receptividade e disposição para amamentar e cuidar da criança. A
psiquiatria clínica classifica os distúrbios em três grandes grupos, apresentado da forma mais leve para
a forma mais grave:

Blues puerperal ou síndrome da tristeza pós – parto:


Considerado um transtorno de ajustamento, segundo Classificação Internacional de Doenças (CID-
10). Os sinais e sintomas iniciam nos primeiros dias após o parto com duração variável, estendendo-se
de algumas horas até no máximo duas semanas, sendo a maior incidência no terceiro dia pós – parto.
Tem prognóstico favorável, caracterizado por humor instável, crises de choro típicas, emotividade
exacerbada e hipersensibilidade. Pode haver tristeza, ansiedade, fadiga, cefaléia, insônia, inquietação,
hipocondria e ainda preocupação excessiva com a lactação, amamentação e saúde do bebê. As
manifestações podem vir acompanhadas de distúrbios cognitivos como dificuldade de concentração,
de raciocínio e perturbação da memória. A etiologia pode estar relacionada ao fator biológico
representado pelas alterações hormonais que ocorrem de maneira intensa no organismo da mulher e
também pode estar associado à perda ou diminuição do apoio social e por parte da família, contudo,
quando o quadro se agrava, há risco de depressão puerperal. É necessário o estímulo da autoconfiança
desta mulher e prestar orientação nos cuidados com o neonato.

Depressão puerperal ou transtornos neuróticos pós – parto:


Distúrbio de humor variando de grau moderado a severo, entre seis e oito semanas após o parto.
Fatores predisponentes estão relacionados com mães que apresentam alterações de humor no período
pré – menstrual (TPM), história prévia de depressão; genética, personalidade, condições existenciais e
vivenciais relacionadas à gestação na adolescência, gravidez indesejada, etc. Principais manifestações
são tristeza, perda do prazer, choro fácil, abatimento, alterações do apetite, distúrbio do sono, fadiga,
irritabilidade, hipocondria, dificuldade de concentração e memorização, redução do interesse sexual e
ideação suicida. Tem as mesmas características de uma depressão normal, ou seja, a pessoa sente uma
tristeza muito grande de caráter prolongado. Fisicamente, sintomas como alterações gastroinstestinais,
com ressecamento de boca, de intestino, dores de cabeça, insônias. Tratamento é farmacológico,
somado a psicoterapia e em casos onde a farmacologia não resolve eletroconvulsioterapia. No pré
natal deve – se incentivar a mulher a situar-se a nova realidade, preparando – a previamente para a
maternidade.

Psicose puerperal ou transtorno afetivo psicótico – puerperais:


Distúrbio do humor caracterizado por perturbações mentais graves e agudas, freqüentemente
alucinatórias tendo início entre as primeiras duas ou três semanas após o parto. A sintomatologia que
antecede a psicose puerperal é constituída por alterações no sono, inquietação, fadiga, depressão,
irritabilidade, além de certa perplexidade inapetência, apresenta idéias de perseguição e confusão.
Pode também haver episódio de humor agudo com sintomatologia maníaca e/ou depressiva. A
característica principal desta é a rejeição total ao bebê, sentindo-se completamente aterrorizada e
ameaçada por ele, como se fosse um inimigo em potencial.
A mulher sente-se, então, apática, abandona os próprios hábitos de higiene e cuidados pessoais. Caso
apresente este quadro de profunda depressão, sem poder oferecer a seu filho o acolhimento necessário,
este também entrará em depressão. As características apresentadas pelo RN são: falta de brilho no
olhar, dificuldade de sorrir, diminuição do apetite, vômito, diarréia e dificuldade em manifestar
interesse pelo que quer que esteja ao seu redor. Conseqüentemente, haverá uma tendência maior em
adoecer ou apresentar problemas na pele, mesmo que esteja sendo cuidado. Quando há bloqueio
materno em manifestar amor pelo filho, alguém deve assumir a tarefa de maternagem em que o bebê
possa sentir-se amado e acolhido, pois sem amor não desenvolverá a capacidade de confiar em suas
próprias possibilidades de desenvolvimento físico e emocional. O psiquiatra deve ser consultado
urgentemente e, simultaneamente ao apoio farmacológico, será aconselhada a psicoterapia.
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Infecção em incisão cirúrgica (abdominal ou perineal)
É a infecção que ocorre após o parto, podendo ou não ser considerada como infecção hospitalar.
Normalmente está associada à falta de cuidados de higiene, ou contaminação por profissionais que
prestam assistência. Sinais e sintomas: dor no local da incisão, edema e calor local, presença de
secreção e hipertermia.
Tratamento: Medicamentoso

Cuidados de enfermagem
✓ Observar sinais vitais (hipertermia)
✓ Trocar curativo conforme orientação do médico ou enfermeiro
✓ Administrar medicamento
✓ Auxiliar nos cuidados de higiene.

COMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS

Toda gestação traz em si mesma risco para a mãe ou para o feto. No entanto, em pequeno número
delas esse risco está muito aumentado e é então incluído entre as chamadas gestações de alto risco.
Desta forma, pode-se conceituar gravidez de alto risco "aquela na qual a vida ou saúde da mãe e/ou do
feto e/ou do recém-nascido, têm maiores chances de serem atingidas que as da média da população
considerada" (Caldeyro-Barcia, 1973).

Placenta Prévia
A placenta prévia é a implantação da placenta no colo do útero (a parte interior do útero) ou perto do
mesmo. Dentro do útero, a placenta pode cobrir o orifício cervical de forma completa ou parcial. O

primeiro sintoma é uma hemorragia vaginal repentina e indolor nas últimas fases da gravidez, que se
pode tornar abundante; o sangue pode ser de cor vermelha viva. A ecografia é útil para efeitos
diagnósticos e para diferenciar uma placenta prévia de uma que se desprendeu prematuramente.

Tratamento
Se a hemorragia for abundante, podem ser necessárias várias transfusões de sangue. Se a perda de
sangue for pouco importante e o nascimento não estiver iminente, normalmente recomenda-se o
repouso na cama. No caso de a hemorragia se deter, pede-se à mulher que comece a caminhar. Se a
hemorragia não se repetir, geralmente dá-se-lhe alta, desde que lhe seja fácil voltar de novo ao hospital
no caso de ser necessário. Quase sempre se faz uma cesariana, porque, se deixar que chegue ao parto,
a placenta tem tendência para se desprender com muita antecipação e isso pode impedir o
fornecimento de oxigénio ao feto. Além disso, a mãe pode sofrer uma hemorragia maciça.

Placenta prévia total


Trata-se de uma implantação anormal da placenta cobrindo totalmente o colo do útero. Ocorre
principalmente em mulheres com cirurgias anteriores. A possibilidade de migração da placenta para
uma localização normal é muito pouco provável. Caso haja sangramento no início da gravidez, ou em

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qualquer época, o repouso absoluto, é fundamental. Se não houver a migração para uma localização
normal o parto via abdominal (cesariana) deve ser considerado. Há uma grande possibilidade de
descolamento da placenta e hemorragia grave.

Placenta prévia parcial ou placenta baixa


Trata-se de uma implantação anormal da placenta próxima ao colo do útero. Ocorre principalmente
em mulheres com cirurgias anteriores. Na maioria das vezes o crescimento do útero faz com que a
placenta se afaste do colo adquirindo uma localização normal. Caso haja sangramento no início da
gravidez, ou em qualquer época, o repouso, geralmente absoluto, é fundamental. Se não houver a
migração para uma localização normal o parto via abdominal (cesariana) deve ser considerado.

Descolamento prematuro de placenta (DPP)


O descolamento prematuro de placenta (DPP) é a separação, fora de hora, da placenta do útero, e
ocorre a partir do quinto mês de gestação. Esta separação pode causar graves problemas para a mãe e
o bebê. Os sintomas e as conseqüências dependem da quantidade de placenta descolada, que pode
variar de milímetros até sua totalidade.

A causa do DPP ainda não foi completamente desvendada pelos cientistas, mas alguns fatores
contribuem para que ela aconteça. A pressão alta, responsável por 50 % dos casos, ocasiona a ruptura
dos vasos sangüíneos na placenta e provoca hemorragia e descolamento da placenta. O cordão

umbilical curto, fumo e drogas, anemia, desnutrição, idade materna avançada, bolsa d'água rompida
(saco amniótico) antes do trabalho de parto, traumas e acidentes diretos (batidas de carro e quedas de
escada) sobre o ventre materno são outros possíveis fatores que levam à DPP. Qualquer que seja a
causa, a placenta se descola do útero e começa a sangrar, produzindo uma hemorragia interna que
pode ou não extravasar e causar sangramento externo vaginal. Quando mais da metade da placenta se
descola, a morte do bebê é inevitável. No local do descolamento aparece uma "cratera" na placenta.

Não há exames ou testes laboratoriais que prevejam o DPP. O diagnóstico só é feito depois da
ocorrência do problema, e os sintomas são dor intensa e súbita na barriga. Pode não haver hemorragia
pela vagina, mas a hemorragia interna (dentro da barriga) com útero endurecido confirma o
diagnóstico. O bebê pode estar vivo ou não, dependendo da extensão do descolamento. A hemorragia
pode causar a morte da mãe por anemia e problemas de coagulação sangüínea.

A mortalidade materna pode chegar a 3% dos casos e a fetal a 90%. Quando há chance de
sobrevivência do bebê o tratamento é a transfusão sangüínea e a cesariana. Se mesmo após a retirada

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do bebê por cesariana o útero não se contrai e não parar de sangrar, é necessária a cirurgia para a
retirada do útero (histerectomia), evitando, assim, o óbito materno (morte da mãe) por sangramento.

Hipertensão na gestação
Sempre que houver pressão alta (níveis de pressão maiores que 140/90) em gestantes. A hipertensão
induzida pela gestação refere-se ao aparecimento da hipertensão em conseqüência da gestação,
ocorrendo após as 20 semanas de gestação e desaparecendo até 6 semanas após o parto. O diagnóstico
é feito através da pressão arterial diastólica (mínima) igual ou superior a 90 mmHg ou o aumento da
pressão arterial acima de 15 mmHg do valor medido antes de 20 semanas de gestação.
Quando a hipertensão na gravidez estiver associada a perda de proteínas pela urina (proteinúria),
teremos um quadro chamado pré - eclâmpsia ou toxemia gravídica. O conceito de pré - eclâmpsia ou
toxemia gravídica é o aparecimento de hipertensão arterial acompanhada de proteinúria em gestação
acima de 20 semanas, podendo haver ou não edema (inchaço) nas pernas, rosto e mãos.
Hipertensão é o aumento dos níveis tensionais acima de 140 x 90 mmHg. A pressão arterial deve ser
medida com a paciente sentada e confirmada após período de repouso em 3 medidas.
Proteinúria significativa é aquela com valores iguais ou maiores a 300 mg de proteína na urina
coletada durante 24 horas.O diagnóstico é clínico e laboratorial: medida da pressão arterial, pesquisa
de edema (inchaço) e dosagem de proteínas na urina.

A pré-eclâmpsia pode ser grave se houver algum dos achados abaixo:


✓ pressão arterial diastólica igual ou maior que 110mmHg
✓ presença de mais 2,0 g de proteínas na urina de 24 horas
✓ diurese (volume de urina) inferior a 500 ml/dia ou 15 ml/hora;
✓ níveis séricos de creatinina maiores que 1,2 mg/dl
✓ dor de cabeça importante, vômitos e visualização de escotomas (estrelinhas)
✓ sinais de falência cardíaca (falta de ar, cansaço, aumento do número de batimentos
cardíacos)
✓ dor abdominal, principalmente sobre a região do fígado
✓ diminuição do número de plaquetas no sangue e distúrbio dos fatores responsáveis pela
coagulação
✓ aumento de enzimas hepáticas
✓ presença de líquido amniótico em quantidade diminuída e feto pequeno para a idade
gestacional (menor do que o esperado).

Fatores de risco para mulher apresentar pré-eclâmpsia:


✓ primeira gravidez
✓ história de familiares com pré-eclâmpsia ou eclampsia
✓ ter apresentado pré-eclâmpsia em gestação anterior
✓ ser a gestação gemelar
✓ ter hipertensão arterial crônica, nefropatia, lupus ou diabetes

Eclâmpsia
Eclâmpsia é o aparecimento de convulsões que não podem ser atribuídas a outras causas (como
derrame cerebral ou intoxicação por drogas) em pacientes com quadro de pré- eclâmpsia. Pacientes
com pré-eclâmpsia podem evoluir para eclâmpsia. No manejo destas pacientes leva-se em
consideração a idade gestacional (tempo de gestação) e a gravidade da pré-eclâmpsia (leve, grave ou
eclâmpsia) para que se escolha a conduta mais adequada. O tratamento definitivo é a interrupção da
gestação, entretanto algumas vezes é possível aguardarmos o amadurecimento do feto para realizar o
parto.
Pré-eclâmpsia leve com feto a termo:
✓ interrupção da gestação e indução do parto, se possível Pré-eclâmpsia leve com feto
prematuro:
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✓ repouso, controle de pressão arterial, avaliação fetal e exames seriados visando
identificação da piora do quadro
Pré-eclâmpsia grave com feto a termo:
✓ equilibrar condições maternas, se necessário e após interromper a gestação Pré-eclâmpsia
grave com feto prematuro:
✓ avaliação materna e do bem estar fetal seriada, uso de corticosteróides para ajudar o
amadurecimento do pulmão fetal e interromper a gestação
Eclâmpsia com feto a termo ou pré-termo:
✓ A conduta na eclâmpsia visa inicialmente tratar as convulsões e os distúrbios metabólicos
maternos e logo após a gestação deve ser interrompida.
Nos países desenvolvidos a doença hipertensiva da gestação é a principal causa de mortalidade
materna.

Síndrome HELLP
É uma síndrome (conjunto de sinais e sintomas) que ocorre com o agravamento do quadro de pré-
eclâmpsia. HELLP é uma sigla cujo significado é: H: hemólise (fragmentação das células vermelhas
do sangue na circulação); EL: alteração das provas de função hepática (elevated liver functions tests) e
LP: diminuição do número de plaquetas (células que auxiliam na coagulação) circulantes (low
platelets count). Quando uma gestante com pré-eclâmsia apresenta alterações laboratoriais ou clínicas
compatíveis com hemólise, alteração das enzimas hepáticas e diminuição das plaquetas está com a
síndrome HELLP. O tratamento da síndrome HELLP é a correção dos distúrbios maternos permitindo
que a gestação seja interrompida de forma mais segura possível, independente da idade gestacional.
Esta síndrome está associada a um mau desfecho materno e fetal, com complicações maternas graves
como edema agudo de pulmão, falência cardíaca, insuficiência renal, CIVD (coagulação intravascular
disseminada) com hemorragias importantes, ruptura do fígado e morte materna.

Hipertensão Crônica Associada à Gestação


A hipertensão na gestante é crônica quando ocorre antes de 20 semanas de gestação, quando já havia
sido diagnosticada previamente a gestação e quando a hipertensão não desaparece até 6 semanas após
o parto. A hipertensão crônica pode ser essencial (não se conhece a causa), de origem renal, vascular
(coarctação da aorta) e endócrina (doenças da supra-renal). Durante a gestação os níveis de pressão
costumam diminuir. Se a paciente for hipertensa crônica e engravidar seus níveis pressóricos poderão
diminuir ou não. É importante conhecer os níveis pressóricos antes da gestação. Este diagnóstico é
fácil de ser realizado pelo seu médico. Pacientes hipertensas devem consultar seu médico para serem
avaliadas quanto à gravidade de sua doença e informadas dos problemas que poderão surgir durante a
gestação. As hipertensas graves devem estar cientes dos riscos maternos antes da concepção. Algumas
medicações freqüentemente utilizadas por mulheres hipertensas não devem ser utilizadas durante a
gestação. Por exemplo, um grupo de anti-hipertensivos chamados inibidores da ECA (enzima
conversora de angiotensina) podem levar a alteração da função renal do feto bem como morte fetal.
Seu médico deve orientá-la em relação às medicações que podem ser utilizadas para o tratamento da
hipertensão na gestação.

Hiperemese gravidica
O quadro clinico de hiperemese gravídica é encontrado na paciente no curso de sua gestação, que
apresenta náuseas e vômitos, muitas vezes levando a um comprometimento de seu estado nutricional.
Acomete 60% a 80% das gestantes no primeiro trimestre no período gestacional compreendido entre a
12-16 semanas.

Fatores etiológicos:
Multifatorial, há os componentes afetivos, psicossocial e psicodinâmico, em suas varias modalidades.
E um quadro clinico muito controverso, mas o que está mais em evidencia são, os níveis elevados de
estrógenos, progesterona, gonadotrofinas coriônicas, relaxamento da musculatura lisa do estomago e
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os componentes imunológicos.

Solução clinica:
Melhora à medida que aumenta a idade gestacional.
Agravando-se com a piora da sintomatologia, podendo chegar a um D.H.E com suas variações
metabólicas , perda de peso, que em media é de 4% a 10%. Chegando-se a um internamento, em
virtude do agravamento do quadro clinico com conseqüências para o concepto.

Fatores predisponentes:
Podemos citar a gemelidade, primigestas, adolescentes, gravidez não programada.

Tratamento:
Avaliação clinica da paciente, hidratação, reposição de eletrólitos, complexos vitamínicos. Evitar
alimentos irritantes gástricos, gorduras.
Acompanhamento por Nutricionista Acompanhamento por Psicólogo.

Diabetes Gestacional
Mulheres que não têm histórico de diabetes na família podem vir a desenvolver a doença,
temporariamente, durante a gravidez, esse risco é maior quando a mulher ganha muito peso durante o
período de gestação, mais ainda se for uma mulher de idade acima dos 35 anos. É um tipo de diabetes
que tende a regredir espontaneamente, mas mesmo assim requer cuidados porque pode afetar o bebê, o
feto vive no útero materno, em regime de alta glicemia, o excesso do açúcar no sangue da mãe faz
com que tanto a mãe quanto a criança fiquem acima do peso ideal. O choque acontece quando, após o
parto, o bebê entra em hipoglicemia, pois o ambiente uterino não está mais fornecendo glicose.

Causas, sintomas e efeitos


São várias as causas do diabetes gestacional, sem descartar o stress, que provoca alterações no sistema
de defesas do organismo materno. Essas causas são o excessivo ganho de peso, alimentos doces em
demasia, a falta de atividade, o fumo. No diabetes gestacional, alguns alimentos são proibidos e, se
ingeridos, agravam ainda mais o quadro.
Os sintomas da mulher grávida variam muito de pessoa para pessoa, embora alguns possam ser
comuns e mais visíveis, como o excessivo ganho de peso, inchaço, comer demais. Ela também pode se
queixar de vômitos incontroláveis, sua urina se modifica ou é abundante, visão turva (às vezes,
necessitando de óculos temporariamente) e, em alguns casos, a mulher deve ser internada a intervalos
regulares e monitorada em ambiente hospitalar.
Vários fatores em conjunto, durante a gravidez, podem então fazer com que a glicose não seja
utilizada adequadamente e, neste caso, ela se acumula no sangue, sendo o excesso eliminado através
da urina. A falta ou a não-ação da insulina impede o organismo de aproveitar as proteínas, as gorduras
e os hidratos de carbono, fontes de energia do organismo.

Exames e tratamento
- Controle da urina e do sangue através de testes específicos (por exemplo, o teste de glicemia,
que é a quantidade de açúcar no sangue), controle sistemático de peso, acompanhamento pré-natal
intensificado.
- No diabetes gestacional, como nos outros tipos de diabetes, é importante saber que a maior parte
do tratamento deve ser feita pelo paciente, e não pelo médico. Este apenas tem o papel de educar a
grávida para que ela se auto-regule, além de oferecer todas as informações para garantir que ela saiba
como conduzir a gravidez.
- Se a mulher não tem histórico de diabetes na família, a melhor forma de evitar a doença durante
a gravidez é através da alimentação. Uma vez constatado o diabetes, convém, além dos cuidados
médicos, seguir orientação de um nutricionista.
A mulher que tem propensão maior ao diabetes deve confiar seu pré-natal a um médico que esteja
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disponível e acessível para dar orientação, inclusive por telefone, pois ela pode precisar dele a
qualquer momento. Exercícios de relaxamento contribuem muito para prevenir e controlar a atuação
do sistema imunológico. Em circunstâncias ideais, o sistema imunológico confere ao organismo todas
as defesas contra as doenças, fortalecendo a mãe e o bebê. Ao fim da gestação, fazer exames e
controles, pois o diabetes tende a desaparecer, neste caso, assim
como veio.

Gravidez ectópica
É qualquer gestação localizada fora da cavidade uterina. Pode ocorrer em tubas uterinas, abdome,
ovário e outras localizações do útero.
Fatores pré-disponentes:
- Aderência de tuba uterina
- Salpingite
- Anomalias congênitas
- Gravidez ectópica prévia
- Uso de DIU
- Abortos induzidos
- Sinais e sintomas: Dor abdominal
Sangramento vaginal diferente de menstruação Náuseas, vômitos ou desmaio

Tratamento:
Cirúrgico através da retirada do concepto.

Cuidados de enfermagem:
✓ Aferir sinais vitais
✓ Preparo pré-operatório
✓ Observar e anotar volume e aspecto de sangramento
✓ Observar, anotar e comunicar queixas álgicas
✓ Administração de medicamentos

ABORTO
Aborto ou abortamento significa a expulsão do feto do útero antes que ele atinja o desenvolvimento
necessário para sua sobrevivência independente da mãe; é a interrupção da gravidez pela morte do feto
ou embrião, junto com os anexos. Pode ser espontâneo ou provocado. O feto expulso com menos de
0,5kg ou 20 semanas de gestação é considerado aborto.
Do ponto de vista de sua causa, classifica-se o abortamento em dois tipos principais: espontâneo e
provocado.
Entende-se por espontâneo o abortamento ocorrido em conseqüência de causas naturais. Quando
resulta de ato deliberado da própria gestante ou de outra pessoa, diz-se provocado.
No Brasil, o aborto involuntário ou provocado será permitido quando necessário, para salvar a vida da
gestante ou quando a gravidez for resultante de estupro. O aborto, fora esses casos, está sujeito à pena
de detenção ou reclusão.

Causas:
Normalmente desconhecida, mas 50% são originadas de anomalias cromossomiais. Estado nutricional
da gestante deficitário. Doença viral na gestante (rubéola, toxoplasmose, etc.) Uso de drogas lícitas e
ilícitas. Alteração de maturação de espermatozóide ou óvulo

Sinais e sintomas:
Dor abdominal em forma de cólica, dor lombar, sangramento vaginal Complicações:
Hemorragia, infecção uterina, septicemia.

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Aborto provocado

É a interrupção deliberada da gravidez pela extração do feto da cavidade uterina.


É possivelmente o mais antigo e historicamente mais praticado método de controle da natalidade. No
entanto, não há novidade nessa prática: desde os tempos mais remotos as mulheres recorrem a ela
quando não dispõem de outros meios para evitar uma gestação indesejada.
Em algumas sociedades, substâncias abortivas são adquiridas facilmente. Em geral, tais drogas são
associadas de ervas ou substâncias declaradamente abortivas, em cuja embalagem é comum o aviso
“Não deve ser usado por mulheres grávidas”. Esses compostos acabam quase sempre por prejudicar a
saúde da mãe.
Durante a 1ª Guerra Mundial, abortivos à base de chumbo tornaram-se tão populares no interior da
Inglaterra que os médicos adotaram como prática rotineira a investigação da presença de
envenenamento por chumbo (saturnismo) em mulheres grávidas; muitas vezes, o saturnismo causava a
cegueira e até a morte da gestante.
Outro método de aborto muito comum consiste na introdução de um “corpo estranho” no útero, a fim
de perfurar ou danificar a placenta de alguma forma, forçando a saída do feto. Agulhas de tricô e
crochê, lascas de madeira, velas, penas de cauda de ganso, espetos de carne e alfinetes longos
constituem instrumentos muito empregados para esse fim.
Lavagens intra-uterinas com solução de iodo, sabão, vinagre, desinfetantes e terebentina completam o
“arsenal”, que é administrado pela própria mulher, uma amiga ou uma abortadeira. Em todos esses
casos, conseguindo ou não se livrar da gravidez, a mulher corre enorme riscos de ficar gravemente
enferma ou mesmo de morrer.
O uso de duchas intra-uterinas ou a introdução de instrumentos perfurantes na cavidade do útero
provoca, no mínimo, infecções gravíssimas; no máximo, determina perfuração uterina seguida de
hemorragia, geralmente fatal. Quando a mulher sobrevive a esses métodos abortivos rudimentares,
pode carregar seqüelas pelo resto da vida, como, por exemplo, a impossibilidade de ter outros filhos.
Estima-se que sejam realizados anualmente no mundo mais de 40 milhões de abortos, a maioria em
condições precárias, com sérios riscos para a saúde da mulher.
A forma de encarar o aborto provocado variou muito ao longo do tempo e de cultura para cultura e
essas diferentes atitudes se reflitiram em tratamentos jurídicos igualmente variados.
O cristianismo, que equiparou o feto ao ser humano, inspirou legislações radicalmente contrárias ao
aborto. Algumas chegaram a equipará-lo ao homicídio.
Como toda intervenção cirúrgica, o aborto, praticado em condições deficientes, às vezes acarreta
vários problemas. O mais grave é a perfuração uterina, que pode causar peritonite e morte. Outro risco
grave é a hemorragia profusa e finalmente, há uma série de infecções que, a depender das
circunstâncias, podem ser revelar graves e até mortais.

FORMAS DE ABORTAMENTO

Dilaceração ou corte – Um instrumento dilacera o corpo do feto que é retirado em pedaços.

Sucção ou aspiração – O aborto por sucção pode ser feito até a 12ª semana após o último período
menstrual. Este aborto pode ser feito com anestesia local ou geral. Já na mesa de operação faz um
exame para determinar o tamanho e a posição do feto.
O colo do útero é imobilizado por um tenáculo, e lentamente dilatado pela inserção de uma série de
dilatadores cervicais. Depois a cânula de sucção é inserida e liga-se a ela o aparelho de sucção, o qual
irá evacuar completamente os produtos da concepção. A sucção afrouxa delicadamente o tecido da
parte uterina e aspira-o, provocando contrações do útero, o que diminui a perda de sangue.

Curetagem – Na curetagem é feita a dilatação do colo do útero e com uma cureta, instrumento de aço
semelhante a uma colher, é feita a raspagem suave do revestimento uterino do embrião, da placenta e
das membranas que envolvem o embrião. A curetagem pode ser realizada até a 15ª semana após a
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última menstruação. Este tipo de aborto é muito perigoso, por que pode ocorrer perfuramento da
parede uterina, tendo sangramento abundante. Outro fator importante é que se pode tirar muito tecido,
causando a esterilidade.

Drogas e plantas – Existem muitas substâncias que quando tomadas causam o aborto. Algumas são
tóxicos inorgânicos, como arsênio, antimônio, chumbo, cobre, ferro, fósforo e vários ácidos e sais. As
plantas podem ser losna, abuteia, alecrim, algodão, arruda, espirradeira e várias ervas amargas. Todas
estas substâncias têm de ser tomadas em grande quantidade para que ocorra o aborto e o risco de
abortar é tão grande quanto o de morrer.

Mini-aborto – É feito quando a mulher está a menos de sete semanas sem menstruar. O médico faz
um exame manual interno para determinar o tamanho do feto e a posição do útero. Lava-se a vagina
com uma solução anti-séptica e com uma agulha fina, anestesia-se o útero em três pontos, prende-se o
órgão com um tipo de fórceps chamado tenáculo e uma sonda de plástico fino e flexível é introduzida
no útero. A esta sonda liga- se um aparelho de sucção e remove-se o endométrio e os produtos de
concepção.
A mulher que faz o mini-aborto, depois da operação pode ter cólicas uterinas, náuseas, suor e reações
de fraqueza. A mesma não pode ter relações sexuais e nem usar tampão nas três ou quatro semanas
seguintes para evitar complicações ou infecções.

Envenenamento por sal – É feito da 16ª a 24ª semana de gestação. Aplica-se anestesia local num
ponto situado entre o umbigo e a vulva, no qual irá ultrapassar a parede do abdômen, do útero e do
âmnio (bolsa d’água). Com esta seringa aspira-se o fluído amniótico, no qual será substituído por uma
solução salina ou uma solução de prostraglandina. Após um prazo de 24 a 48 horas, por efeito de
contrações, o feto é expulso pela vagina, como num parto normal. O risco apresentado por este tipo de
abordo é a aplicação errada da anestesia, e a solução ter sido injetada fora do âmnio, causando a morte
instantânea.

Sufocamento – Este método de aborto é chamado de “parto parcial”. Nesse caso, puxa-se o bebê para
fora deixando apenas a cabeça dentro, já que ela é grande demais. Daí introduz-se um tubo em sua
nuca, que sugará a sua massa cerebral, levando-o à morte. Só então o bebê consegue ser totalmente
retirado.

POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS DO ABORTO

 perfuração do útero;
 infecção e obstrução das trompas, provocando esterilidade;
 perigo de lesão no intestino, na bexiga ou nas trompas;
 hemorragia;
 necessidade de transfusão de sangue;
 retirada de uma parte do útero, se a hemorragia não for controlada;
 aborto de repetição entre o primeiro e segundo trimestre em gravidez posterior;
 parto difícil, contrações prolongadas em parto posterior à prática abortiva;
 gravidez ectópica nas trompas: a gravidez ectópica nas trompas, é oito vezes mais
freqüente depois de aborto provocado, podendo ser fatal para a mãe; para o feto é sempre;
 malformações congênitas provocadas por uma placenta imperfeita;
 morte perinatal de um segundo filho por prematuridade extra-uterina (50% morrem no
primeiro mês de gravidez).

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CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS

 Queda na auto-estima pessoal pela destruição do próprio filho;


 Frigidez (perda do desejo sexual);
 Aversão ao marido ou ao amante;
 Culpabilidade ou frustração de seu instinto materno;
 Desordens nervosas, insônia, neuroses diversas;
 Doenças psicossomáticas;
 Depressões;
 Antes do casamento, muitos parceiros perdem a estima pela companheira que passou por um
aborto provocado, diminuindo a possibilidade de manutenção de um relacionamento estável;
 Depois do casamento, hostilidade do marido contra a mulher, se não foi consultado sobre o
aborto; hostilidade da mulher contra o marido, se foi obrigada a abortar;
 Perigo de filhos prematuros e excepcionais, com todos os problemas que isso representa para a
família e a sociedade.

COMPLICAÇÕES TARDIAS DO ABORTO

 Danos causados às trompas por possível infecção pós-aborto, causando infertilidade em 18%
das pacientes;
 Aumento da taxa de nascimentos por cesariana;
 Maior número de complicações na gravidez de mulheres que anteriormente provocaram
aborto: 67,5% entre as que abortaram e 13,4% entre as que não abortaram;

 Dentre todas as complicações, a mais grave é a hemorragia, que transforma a nova gravidez
em gravidez de alto risco;
 O aborto pode provocar complicações placentárias (placenta prévia), tornando necessária uma
cesariana, para salvar a vida da mãe e da criança;
 Isoimunização em pacientes Rh negativo. Aumento, consequentemente, do número de
gravidez de alto risco;
 Partos complicados;
 Aumento do percentual de abortos espontâneos nas pacientes que já abortaram.

Cuidados de enfermagem:
✓ Aferir sinais vitais
✓ Avaliar o volume e coloração do sangramento
✓ Observar, no sangramento, presença de membranas ou restos fetais
✓ Preparo pré-operatório, se necessário
✓ Preparo para exames de imagem, se necessário.

PATOLOGIAS GINECOLÓGICAS

Síndrome do ovário policístico


Hoje, quase todas as mulheres são submetidas ao exame de ultra-som ginecológico em alguma fase da
vida. Esse procedimento permitiu identificar vários cistos nos ovários em 20% a 30% delas. São os
ovários policísticos.
Na maior parte dos casos, porém, esses cistos não têm nenhuma importância fisiológica, não
modificam nada no corpo da mulher. Entretanto, ao redor de 10% deles, os ovários policísticos estão
associados a outros sintomas, principalmente a alterações menstruais, geralmente a longos intervalos,
às vezes até de meses, entre dois ciclos menstruais.
Os ovários policísticos podem estar associados, ainda, ao aparecimento de pelos no corpo, de acne e
47
da obesidade. É esse conjunto de manifestações que caracteriza a síndrome dos ovários policísticos.
O ovário policístico é constituído por tecido normal, embora possua pequenos cistos, em geral ao
redor de dez.

MENOPAUSA
Menopausa é a parada de funcionamento dos ovários. Ou seja, os ovários deixam de produzir os
hormônios estrógeno e progesterona. Não é uma doença, é apenas um estágio na vida da mulher. A
principal característica da menopausa é a parada das menstruações.
No entanto em muitas mulheres a menopausa se anuncia por irregularidades menstruais, menstruações
mais escassas, hemorragias, menstruações mais ou menos frequentes.
Não existe idade predeterminada para a menopausa, geralmente ocorre entre os 45 e os 50 anos, no
entanto pode ocorrer a partir dos 40 anos sem que isto seja um problema. Não há relação entre a
primeira menstruação e a idade da menopausa nem tão pouco existe relação entre a idade familiar da
menopausa e a da paciente.

Sintomas da Menopausa
Se bem que em algumas mulheres não sintam nada durante o período da menopausa, a maioria poderá
sentir alguns sintomas:
Ondas de calor Suores noturnos Insônia
Menor desejo sexual Irritabilidade Depressão Ressecamento vaginal Dor durante o ato sexual
Diminuição da atenção e memória

Causa dos sintomas


O estrogênio é o hormônio básico da mulher. Sua produção começa na adolescência, quando é
responsável pelo aparecimento dos sinais sexuais secundários na mulher, e vai até a menopausa. A
falta de estrogênio causa as ondas de calor ou fogachos em aproximadamente 75 a 80 % das mulheres.
O estrogênio também é responsável pela textura da pele feminina e pela distribuição de gordura. Sua
falta causará a diminuição do brilho da pele e uma distribuição de gordura mais masculina, ou seja, na
barriga.
É a falta de estrogênio que causa a secura vaginal que acaba por afetar o desejo sexual pois transforma
as relações em algo desagradável e doloroso.
O estrogênio também é relacionado ao equilíbrio entre as gorduras no sangue, colesterol e HDL-
colesterol. Estudos mostram que as mulheres na menopausa têm uma chance muito maior de sofrerem
ataques cardíacos ou doenças cardiovasculares.
Outra alteração importante na saúde da mulher pela falta de estrogênio é a irritabilidade e a depressão.
O estrogênio está associado a sentimentos de alta estima e a falta dele pode causar depressão em graus
variados.
Por último o estrogênio é responsável pela fixação do cálcio nos ossos. Após a menopausa grande
parte das mulheres passará a perder o cálcio dos ossos, doença chamada osteoporose, responsável por
fraturas e por grande perda na qualidade de vida da mulher. Estudos recentes têm associado à falta de
estrogênio ao Mal de Alzheimer, perda total da memória.

Tratamento da Menopausa: Terapia Hormonal


Se o que falta na menopausa é o estrógeno nada mais lógico que a base do tratamento seja a reposição
hormonal com o estrógeno.
Em mulheres que ainda tem o útero é importante associar a progesterona para proteger contra o risco
de câncer do endométrio. Mas o mais importante hoje é que o tratamento deve ser individualizado.
Médico e paciente devem discutir todas as vantagens e riscos dos diversos tipos de terapia existentes e
chegar a um consenso sobre o que fazer.

Vantagens do tratamento:
Redução do Risco de Osteoporose. Redução dos riscos de doenças cardiovasculares. Melhora da
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Depressão. Melhora da atividade sexual. Melhora da memória com possível prevenção da Doença de
Alzheimer.

Desvantagens:
Custo do tratamento. Tratamento prolongado. Volta da menstruação em algumas mulheres.
Agravamento da possibilidade de câncer de Mama em mulheres suscetíveis.

Infecção Urinária
A mulher é mais susceptível a infecção urinária, por sua própria constituição anatômica (uretra mais
curta). A proximidade da região vulvar e perineal, os hábitos de higiene, as relações sexuais,
traumatismos da uretra, a gravidez, o climatério (devido ao hipoestrogenismo), a menopausa, o
diabetes, os cálculos renais são fatores predisponentes.
A incidência de infecção urinária é mais frequente, na mulher na época de período reprodutivo
(gravidez). Embora possa ocorrer desde a infância até a velhice.
Como principal fator etiológico temos: E. coli que é o patógeno responsável por 80% das infecções
urinárias. A ascensão das bactérias se faz por via ascendente, a partir da uretra, embora se cite as vias
hematogênica e linfática.
A gravidez é um período da vida da mulher, onde há diminuição da imunidade celular daí a maior
incidência de infecções urinarias na grávida, devido à estase urinária associado com a atuação
relaxante da progesterona. Estima-se que 15% das grávidas são susceptíveis a um quadro de infecção
urinária. Repercussões: Maior número de partos prematuros, abortamentos, infecção ovular.

Quadro clínico apresentado pela paciente:


Febre
Disúria
Ardência a micção.
Polaciúria dor lombar, dor pélvica.

Infecção urinária de repetição:


Neste quadro a paciente apresenta 3 ou mais infecções urinárias, durante 12 meses. A reinfecção é
resultante de microrganismo na flora do períneo.

Cuidados básicos para a mulher:


Esvaziar a bexiga após o ato sexual.
Higiene anal antero-posterior.
Aumentar a ingestão hídrica.
Não reter o ato miccional.

Investigação Clinica:
A ultrassonografia deve ser solicitada em casos de infecções urinárias recorrentes na gravidez para
descartar, patologias renais. Fora do período gestacional outros exames devem ser solicitados:
urografia excretora, cistografia, tomografia, ressonância etc. para investigação clínica.

Tratamento:
Existe condutas para tratamento de 3 dias, 7 dias 10 dias, 4 semana ou mais, dependendo da gravidade
da infecção .O seu médico é quem decidirá a conduta terapêutica e métodos de investigação.

Miomas
Miomas são os tumores benignos (não cancerosos) mais comuns do trato genital feminino. Eles
também são conhecidos como fibromas, fibromiomas ou leiomiomas. Desenvolvem-se na parede
muscular do útero. Embora nem sempre causem sintomas, seu tamanho e localização podem causar
problemas em algumas mulheres, como por exemplo, sangramento ginecológico importante e dor em
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baixo ventre.
As causas exatas do aparecimento dos miomas não são bem estabelecidas, mas os pesquisadores
acreditam que haja tanto uma predisposição genética quanto uma maior sensibilidade à estimulação
hormonal (principalmente estrogênio) nas mulheres que apresentam miomas. Algumas mulheres que
podem ter esta predisposição desenvolvem fatores que permitem que estes cresçam sob a influência
dos hormônios femininos. Isto explicaria porque certos grupos étnicos e familiares são mais propensos
a ter miomas.
Os miomas variam muito em tamanho. Em alguns casos eles podem causar um crescimento acentuado
do útero, simulando uma gravidez de até 5 ou 6 meses. Na maioria dos casos os miomas são múltiplos.
Os miomas podem se localizar em diversas partes do útero. Existem, basicamente, 4 tipos de mioma:

1- Subserosos: aparecem e se desenvolvem abaixo da camada (serosa) externa do útero e se


expandem através desta, dando ao útero uma aparência nodular. Tipicamente não afetam o fluxo
menstrual, mas podem causar dores em baixo ventre, na região lombar e sensação de pressão no
abdômen. Este mioma pode desenvolver uma haste ou pedículo, tornando-o difícil de distinguir de um
tumor ovariano na ultra-sonografia.

2- Intramurais: desenvolvem-se na parede do útero e se expandem para dentro, aumentando o


tamanho do útero. É o tipo mais comum de mioma. Podem causar sangramento menstrual intenso e
dores no baixo ventre e na região lombar e/ou sensação de pressão generalizada em baixo ventre, de
que muitas mulheres se queixam.

3- Submucosos: estão justamente abaixo do revestimento interno do útero (endométrio). É o tipo


menos comum de mioma, mas o que pode causar mais problemas. Mesmo um pequeno mioma
submucoso pode causar sangramento ginecológico maciço.

4- Pediculados: são os miomas que inicialmente crescem como subserosos e se destacam


parcialmente do útero, ficando a ele ligado apenas por uma pequena porção de tecido chamado
pedículo. Podem ser confundidos na ultrassonografia com tumores ovarianos.

Sintomas
A maioria dos miomas não causam sintomas – apenas 10 a 20% das mulheres que têm miomas
necessitarão de tratamento. Dependendo de sua localização, tamanho e quantidade, a mulher pode
apresentar os seguintes sintomas:
Períodos menstruais prolongados e com fluxo aumentado, sangramento fora de época, algumas vezes
com coágulos, podendo levar à anemia. Este é o sintoma mais frequentemente associado aos miomas.
Aumento de intensidade das cólicas menstruais.
Dor em baixo ventre, ou mais precisamente, sensação de pressão ou desconforto causado pelo
tamanho e peso dos miomas que pressionam as estruturas adjacentes.
Dor na região lombar, flanco ou pernas (os miomas podem pressionar os nervos que inervam o baixo
ventre e as pernas).
Dor durante o ato sexual.
Pressão no sistema urinário, o que tipicamente resulta no aumento da frequência da micção,
principalmente à noite.
Pressão no intestino grosso, levando à prisão de ventre e retenção de gases.
Aumento do volume abdominal que pode ser mal interpretado como ganho progressivo de peso.

Predisposição:
Miomas são tumores muito comuns. O número de mulheres que têm mioma aumenta com a idade até
a menopausa, quando então eles regridem pela falta de estímulo hormonal.
Mulheres negras apresentam risco maior de desenvolver miomas: 50% delas podem ter miomas de
tamanho significativo. Não se sabe ao certo o porquê, embora pareça haver um fator genético
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desempenhando papel importante.
Embora os miomas possam aparecer na mulher aos 20 anos, a maioria das mulheres não apresenta
sintomas até os 30-40 anos. Os médicos não são capazes de prever se um mioma vai crescer ou causar
sintomas.

Diagnóstico
Geralmente os miomas são detectados primeiro durante um exame ginecológico, quando o médico
percebe o aumento do tamanho do útero. A presença dos miomas é então confirmada por uma
ultrassonografia abdominal. Este é um exame indolor no qual o médico move um instrumento
(transdutor) parecido com um "mouse" sobre a superfície abdominal. Ondas de som são transmitidas
através da pele e permitem ao médico "ver" o tamanho, forma e textura do útero. Uma imagem é
exibida numa tela de computador à medida que o médico realiza a ultrassonografia. Quando a intenção
é apenas a realização da histerectomia (cirurgia de retirada do útero) em nosso serviço consideramos
este exame suficiente.
Para as pacientes que desejam preservar seus úteros e são candidatas a uma embolização, a uma
miomectomia ou para saber se podemos apenas manter os miomas sob observação realizamos uma
ressonância magnética de pelve, exame igualmente indolor e que fornece um diagnóstico mais preciso.

Displasia Mamária
O termo displasia mamária encerra uma grande variedade de condições clínicas e histopatológicas,
cujas principais manifestações são a mastalgia e graus variados de espessamento do parênquima
mamário. A classificação das doenças benignas da mama, onde se inclui a displasia mamária, tem sido
objeto de numerosos estudos. Apresenta ampla sinonímia, como mastopatia fibrocística, mastopatia
crônica cística, alterações fibrocísticas, mastopatia funcional.

Diagnóstico:
É baseado nos dados de anamnese, propedêutica física e subsidiária, quando esta se fizer necessária. É
importante ressaltar que, na maioria dos casos, inspira-se apenas na sintomatologia característica e na
propedêutica incruenta. Os métodos invasivos (punção, biópsia, exérese de nódulo ou setor) são
indicados naqueles casos em que é imperioso o diagnóstico diferencial com o carcinoma. Dor, tumor e
fluxo papilar constituem a tríade sintomática da mastopatia fibrocística.
Devemos lembrar que após excluir doença maligna ou inflamatória o tratamento é puramente
sintomático. Nesse sentido, a terapia mais importante é o esclarecimento para a paciente de que esta
não é portadora de doença maligna ou que predisponha ao carcinoma. A terapêutica é baseada
principalmente na orientação verbal e psicoterapia de apoio. Em casos selecionados pode-se indicar
terapia medicamentosa com uso de progesterona, diurético, tamoxifeno, bromoergocriptina e danazol.
A cirurgia é praticada em casos excepcionais. Em adição à vitamina E, mostrou aliviar os sintomas da
displasia mamária na maioria das mulheres e causou a regressão em algumas. O mecanismo é
desconhecido.

TESTES DO RECÉM-NASCIDO

TESTES DE TRIAGEM NEONATAL


O termo triagem, que se origina do vocábulo francês triage, significa seleção, separação de um grupo,
e define, em Saúde Pública, a ação primária dos programas de Triagem, ou seja, a detecção – através
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de testes aplicados numa população – de um grupo de indivíduos com probabilidade elevada de
apresentarem determinadas patologias. Desde a década de 60, a Organização Mundial da Saúde
(OMS) preconiza a importância da realização dos programas populacionais de Triagem Neonatal,
especialmente nos países em desenvolvimento, além de criar critérios para a realização dos mesmos.
No Brasil, desde 2001 foi implementado o Programa Nacional de Triagem Neonatal. Para que um
defeito metabólico seja considerado importante para um procedimento de triagem, certos critérios
devem ser observados, como orientado por documento da OMS: • não apresentar características
clínicas precoces • permitir a realização de um teste de identificação com especificidade e
sensibilidade altas • ser um programa economicamente viável • estar associado a uma doença cujos
sintomas clínicos possam ser reduzidos ou eliminados através de tratamento • ter estabelecido um
programa de acompanhamento clínico com disponibilização dos quesitos mínimos necessários ao
sucesso do tratamento

TESTE DO PEZINHO
Inicialmente, foi implementado o Teste do Pezinho. Trata-se de ação preventiva que visa facilitar o
diagnóstico precoce de certas doenças, reduzindo ou eliminando o risco de sequelas associadas ao
atraso no reconhecimento e tratamento dessas condições. Toda criança nascida em território nacional
tem o direito à triagem neonatal (Teste do Pezinho). Mas, para que este alcance o seu objetivo
primordial de detectar algumas doenças que podem causar seqüelas graves ao desenvolvimento e
crescimento, o teste deve ser feito no momento e da forma adequados. O momento para a coleta,
preferencialmente, não deve ser inferior a 48 horas de alimentação protéica (amamentação) e nunca
superior a 30 dias, sendo o ideal entre o 3º e o 5º dia de vida. As gestantes devem ser orientadas, ao
final de sua gestação, sobre a importância do teste do pezinho e procurar um posto de coleta ou um
laboratório indicado pelo pediatra dentro deste prazo.
Os diferentes estados brasileiros encontram-se em distintas fases de implantação. Quanto maior a fase,
maior o número de doenças triadas.
Fase I:Hipotireoidismo congênito e fenilcetonúria;
Fase II:Hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria e hemoglobinopatias;
Fase III:Hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, hemoglobinopatias e fibrose cística.
Fase IV: Hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, hemoglobinopatias, fibrose cística e hiperplasia
adrenal congênita Os laboratórios privados realizam testes para outras doenças, cabendo ao pediatra
selecionar as que são de interesse. Nos casos com resultados de triagem alterados, o laboratório central
deve acionar o posto de coleta para que entre em contato com a família e trazer a criança para a
realização de exames confirmatórios.
Esse processo precisa ser ágil e eficaz para que a terapêutica precoce adequada possa ser instituída.
Importante: o Teste do Pezinho é apenas um teste de triagem. Um resultado alterado não implica em
diagnóstico definitivo de qualquer uma das doenças, necessitando, de exames confirmatórios.
Fenilcetonúria Doença genética em que a criança não é capaz de metabolizar o aminoácido
fenilalanina existente em todas as formas de proteína da nossa alimentação (carne, leite, ovos, etc.).
Com isso, a fenilalanina se acumula no sangue e em todos os tecidos. Este excesso provoca lesões
graves e irreversíveis no sistema nervoso central (inclusive o retardo mental) e o seu tratamento
precoce pode prevenir estas seqüelas. O tratamento consiste em uma dieta pobre em fenilalanina.
Hipotireoidismo congênito Distúrbio causado pela produção deficiente de hormônios da tireóide,
geralmente devido a um defeito na formação da glândula, ou a um problema bioquímico que ocorre na
síntese dos hormônios tireoidianos.
Os hormônios tireoidianos são fundamentais para o adequado desenvolvimento do sistema nervoso. A
sua deficiência pode provocar lesão grave e irreversível, levando ao retardo mental grave. Se instituído
bem cedo, o tratamento é eficaz e pode evitar estas seqüelas.
Deve ser tratado através da administração oral de levotiroxina. Anemia falciforme e outras
hemoglobinopatias Alterações estruturais na hemoglobina que prejudicam o transporte de oxigênio
através das artérias e veias. Isso pode levar à oxigenação deficiente do organismo. Em geral, são
classificadas em dois grupos: doença falciforme e talassemias. As principais complicações clínicas da
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anemia falciforme são tratadas com as seguintes medidas profiláticas: antibióticos, suplementação de
ácido fólico, nutrientes e rastreio de complicações. Os pacientes talassêmicos podem ser tratados
através de um regime de transfusões, terapia quelante intensiva e esplenectomia, na tentativa de
reduzir as necessidades de transfusão. Hiperplasia adrenal congênita.
As glândulas adrenais produzem diversos hormônios essenciais para o organismo. Para isso, elas
dependem de enzimas específicas. Quando uma destas enzimas está ausente, ocorre um desbalanço na
produção dos hormônios levando a insuficiência adrenal e hiperandrogenismo. A enzima que mais
freqüentemente é deficiente é a 21-hidroxilase.
Quando isso acontece, o cortisol é o hormônio que se torna deficiente e os hormônios andrógenos
(masculinizantes) aumentam seus níveis. Em meninas, isso pode levar ao aparecimento de caracteres
sexuais masculinos (pêlos, aumento do clitóris) e, em ambos os sexos, podendo levar ou não a uma
perda acentuada de sal e ao óbito. O tratamento com corticóides pode reverter estes quadros, quando
instituído precocemente. No caso da perda de sal, o tratamento requer a administração de hormônios
mineralocorticóides com a máxima urgência. A suplementação de cortisona provoca a diminuição da
síntese de hormônios androgênicos, relacionados à virilização. Medidas cirúrgicas auxiliam a
recompor o aspecto anatômico da genitália nas meninas afetadas. Na forma perdedora de sal, a
administração de mineralocorticóides deve ser continuamente monitorizada. O tratamento deve ser
feito por toda a vida. Fibrose cística É uma doença genética, também conhecida como mucoviscidose,
que causa mau funcionamento do transporte de cloro e sódio nas membranas celulares. Esta alteração
faz com que se produza um muco espesso nos brônquios e nos pulmões, facilitando infecções de
repetição e causando problemas respiratórios e digestivos, entre outros.
Outra manifestação é o bloqueio dos ductos pancreáticos, causando problemas no sistema digestivo.
Apesar de ainda não ter cura, diversas medidas terapêuticas têm melhorado a qualidade de vida e a
sobrevida dos pacientes afetados.

TESTE DA ORELHINHA
Tecnicamente chamado de teste de emissão otoacústica, foi implementado em 2010. Sua função é
detectar deficiência auditiva. É feito com equipamento especial que emite sons e verifica a resposta
dos ouvidos ao estímulo. É um teste indolor, com duração de três a cinco minutos, que algumas vezes
tem que ser repetido ou complementado. É realizado por um fonoaudiólogo e se o exame for normal
assegura a mãe que o bebê não apresenta deficiência auditiva ao nascer e não por toda a vida. Não é
fornecido pelo governo em todos os estados brasileiros. Pode ser realizado logo no segundo dia de
nascimento, e de preferência ainda no primeiro mês de vida. Caso seja confirmado um problema
permanente de surdez, não espere. A criança precisa começar tratamento especializado imediatamente
ou, no máximo, até os três meses de vida. A reabilitação inclui aparelho auditivo, terapia
fonoaudiológica e, a depender da decisão familiar, o aprendizado da língua brasileira de sinais
(Libras). Já existe, inclusive, a indicação de cirurgia em alguns casos: o implante coclear, que já é
realizado pelo SUS e tem cobertura obrigatória dos planos de saúde.

TESTE DO OLHINHO
É a verificação da coloração naturalmente vermelha do fundo do olho do recém-nascido. É um teste
rápido que pode ser realizado pelo pediatra na própria maternidade. Por vezes há necessidade que seja
repetido por um especialista em caso de exame duvidoso. A criança não nasce sabendo enxergar, ela
vai aprender assim como aprenderá a sorrir, falar, engatinhar e andar. Para isso, as estruturas do olho
precisam estar normais, principalmente as que são transparentes.
O “Teste do Olhinho” pode detectar qualquer alteração que cause obstrução no eixo visual, como
catarata, glaucoma congênito e outros problemas cuja identificação precoce possibilita o tratamento no
tempo certo e o desenvolvimento normal da visão. Ele deve ser feito nas primeiras 24 horas de vida do
bebê e se trata de uma luz direcionada ao olho da criança a uma distância de 20 centímetros, que deve
refletir um tom vermelho semelhante ao observado em fotografias com flash. Caso a cor seja opaca,
branca ou amarelada, significa que o recém-nascido possui alguma patologia e que deve ser tratada.

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TESTE DO CORAÇÃOZINHO
Através de um equipamento especial, o oxímetro de pulso, de forma indolor é estimada a concentração
de oxigênio no sangue, dessa forma sendo capaz de detectar problemas cardíacos congênitos
complexos que desde o nascimento afetam a concentração sanguínea de oxigênio. Deve-se realizar a
aferição da oximetria de pulso, em todo recém-nascido aparentemente saudável com idade gestacional
> 34 semanas, antes da alta da Unidade Neonatal. Local de aferição: membro superior direito e em um
dos membros inferiores. Para a adequada aferição, é necessário que o recémnascido esteja com as
extremidades aquecidas e o monitor evidencie uma onda de traçado homogêneo. Momento da
aferição: Entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar. Resultado normal: Saturação periférica
maior ou igual a 95% em ambas as medidas (membro superior direito e membro inferior) e diferença
menor que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior. Resultado anormal:
Caso qualquer medida da SpO2 seja menor que 95% ou houver uma diferença igual ou maior que 3%
entre as medidas do membro superior direito e membro inferior, uma nova aferição deverá ser
realizada após 1 hora. Caso o resultado se confirme, um ecocardiograma deverá ser realizado dentro
das 24 horas seguintes. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, cerca de 10 em
cada mil nascidos podem apresentar alguma malformação congênita e, entre esses, dois podem ter
cardiopatias graves e precisar de intervenção médica urgente. Cerca de 30% desses pacientes recebem
alta sem diagnóstico.

TESTE DA LINGUINHA
É eficaz, rápido e não dói. Língua presa é uma alteração comum, mas muitas vezes ignorada. Ela está
presente desde o nascimento, e ocorre quando uma pequena porção de tecido, que deveria ter
desaparecido durante o desenvolvimento do bebê na gravidez, permanece na parte de baixo da língua,
limitando seus movimentos. O teste da linguinha é um exame padronizado que possibilita diagnosticar
e indicar o tratamento precoce das limitações dos movimentos da língua causadas pela língua presa
que podem comprometer as funções exercidas pela língua: sugar, engolir, mastigar e falar. O teste da
linguinha deve ser realizado por um profissional da área da saúde qualificado, como por exemplo, o
fonoaudiólogo. Ele deve elevar a língua do bebê para verificar se a língua está presa, e também
observar o bebê chorando e sugando. O exame não tem contraindicações. Recomenda-se que a
avaliação do frênulo da língua seja inicialmente realizada na maternidade.

PUERICULTURA

O que é puericultura?
A puericultura quer diz: puer = criança e cultura = criação, cuidado feito por alguma pessoa.
Ele foi utilizado pela primeira vez por Ballexserd, em 1762 no seu livro chamado de Tratado de
Puericultura, onde ele falava sobre regras de higiene das crianças. Depois ela ganhou força com o
médico Francês Caron em 1865, onde foi publicado um manual chamado “A puericultura”, surgindo
dai os pilares da puericultura: a prevenção e a educação em saúde.
A puericultura tem como objetivo principal, acolher todas as crianças, promovendo e protegendo
através de uma atenção integral, compreendendo a criança como um ser em desenvolvimento com
suas particularidades.
Ela demanda um acompanhamento periódico e sistemático das crianças para avaliação de seu
crescimento e desenvolvimento, atualização do esquema vacinal, orientações aos pais sobre a
prevenção de acidentes, aleitamento materno, higiene individual e ambiental, assim como pela
identificação precoce dos agravos, com vistas à intervenção efetiva e apropriada.

Atendimento em puericultura
Tanto o enfermeiro quanto o médico atuam no acompanhamento do desenvolvimento da criança, já
que os dois contam com especialidade nessa área. Devem-se desenvolver ações de promoção à saúde e
prevenção de doenças recorrentes desse período de vida:
 Estimular o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida
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 Garantir a aplicação das vacinas do esquema básico de imunização;
 Realizar vigilância do crescimento e desenvolvimento;
 Orientar a respeito de como prevenir acidentes de acordo com a faixa etária da criança;
 Avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor;
 Avaliação da função auditiva;

A frequência de consultas na puericultura


O Ministério da Saúde recomenda sete consultas de rotina no primeiro ano de vida (na 1ª semana, no
1º mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º mês), além de duas consultas no 2º ano de vida (no 18º e
no 24º mês) e, a partir do 2º ano de vida, consultas anuais, próximas ao mês do aniversário. Essas
faixas etárias são selecionadas porque representam momentos de oferta de imunizações e de
orientações de promoção de saúde e prevenção de doenças. As crianças que necessitem de maior
atenção devem ser vistas com maior frequência.

Crescimento nos primeiros anos de vida


Na avaliação do crescimento infantil, devem-se considerar algumas medidas antropométricas e a
evolução de certas estruturas físicas conhecidas como indicadores do crescimento, sendo os mais
comuns o peso, a estatura, os perímetros cefálico (PC), torácico e braquial, a erupção dentária, o
fechamento das fontanelas e suturas e, eventualmente, a idade óssea da criança.
O MS considera que o peso, a estatura e o PC são as medidas antropométricas básicas a serem
utilizadas na avaliação do crescimento infantil. Para uma boa avaliação do crescimento, são
necessárias pesagens periódicas. Em geral, o peso do nascimento duplica dos quatro aos cinco meses,
triplica aos 12 meses, quadruplica aos 24 meses e quintuplica entre os quatro e cinco anos de idade.
É importante salientar que a variação do peso em relação à idade é muito mais rápida do que a da
estatura e reflete, quase que imediatamente, qualquer deterioração ou melhora do estado de saúde,
mesmo em processos agudos. Num prazo de poucos dias, podem ser observadas alterações
importantes no peso, cuja medição é mais fácil e mais precisa que a estatura.

Acompanhando o desenvolvimento na puericultura


O acompanhamento do desenvolvimento da criança na atenção básica objetiva sua promoção,
proteção e a detecção precoce de alterações passíveis de modificação que possam repercutir em sua
vida futura. Isso ocorre principalmente por meio de ações educativas e de acompanhamento integral
da saúde da criança.
A criança deve atravessar cada estádio segundo uma sequência regular, ou seja, os estádios de
desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Se a criança não for estimulada ou motivada no devido
momento, ela não conseguirá superar o atraso do seu desenvolvimento. Afinal, o desenvolvimento
infantil se dá à medida que a criança vai crescendo e vai se desenvolvendo de acordo com os meios
onde vive e os estímulos deles recebido.

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Valores normais de frequência respiratória
As crianças são frequentemente acometidas por doenças respiratórias e gastrointestinais. Sendo assim,
o profissional de saúde deve conseguir identificar sinais de maior gravidade dessas doenças. Para a
criança com tosse ou dificuldade para respirar, é importante verificar se a frequência respiratória está
intensificada, se a criança apresenta sibilos (chiado) ou estridor e se apresenta tiragem subcostal (a
parede torácica inferior se retrai quando a criança inspira).

Valores normais de frequência cardíaca


Não há evidências contra ou a favor da ausculta cardíaca e da palpação de pulsos em crianças. Alguns
protocolos sugerem a realização da ausculta cardíaca e da palpação de pulsos no mínimo três vezes no
primeiro semestre de vida, devendo-se repetir os procedimentos no final do primeiro ano de vida, na
idade pré-escolar e na entrada da escola.

Sinais primitivos
São caracterizados por resposta motora involuntária a um estímulo e estão presentes em bebês desde
antes do nascimento até por volta dos seis meses de vida. São mediados por mecanismos
neuromusculares subcorticais, que se encontram desenvolvidos desde o período pré-natal.
O desaparecimento desses reflexos durante o curso normal de maturação do sistema neuromuscular
nos primeiros seis meses de vida é atribuído ao desenvolvimento de mecanismos corticais inibitórios.
Medidas do crânio
“A fontanela anterior (BREGMÁTICA) mede de 1 cm a 4cm, tem forma losângular, fecha-se do 9º ao
18º mês e não deve estar fechada no momento do nascimento. A fontanela posterior (LAMBDOIDE) é
triangular, mede cerca de 0,5cm e fecha-se até o segundo mês. Portanto, os sinais da desidratação
moderada e grave são percebidos com mais facilidade na fontanela anterior.

DOENÇAS MAIS COMUNS DA INFÂNCIA

É melhor se conformar: quase nenhuma criança atravessa a infância livre de crises alérgicas, dor de
garganta, de ouvido ou outras doenças típicas dessa fase. Saiba quais são as mais frequentes e como
agir para proteger seu filho.
Dentro do útero, o bebê não entra em contato com vírus e bactérias. Portanto, seu organismo
desconhece esses agentes. Entretanto, quando ele vem ao mundo, abandonando o abrigo uterino, fica à
mercê desses micro-organismos. É por isso que problemas como otite, dor de garganta e outros
quadros infecciosos afetam as crianças. Na tentativa de se fortalecer e equilibrar,
a imunidade também pode reagir de forma exagerada a fatores aparentemente inofensivos – do pólen

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das flores a alimentos. O resultado é uma alergia daquelas, cuja manifestação normalmente ocorre no
sistema respiratório ou na pele.
Para superar essa fase sem tanto transtorno, o segredo é ter muita paciência e adotar certos hábitos.
O parto normal é a primeira contribuição que você pode dar à saúde do seu filho, pois o contato
dele com as bactérias do canal vaginal ajuda a desenvolver resistência. Amamentar também é
fundamental. Por meio do leite, a mãe transfere substâncias que atuam como anticorpos no organismo
da criança. É por esse motivo que o aleitamento deve ser exclusivo até os 6 meses e complementar até
os 2 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O terceiro passo é caprichar na introdução alimentar, incluindo frutas, hortaliças, carnes e
leguminosas no cardápio infantil, a partir do segundo semestre de vida. Assim, você garante energia,
vitaminas e minerais. Por fim, ensinar seu filho a lavar bem as mãos – especialmente ao chegar da rua,
depois de brincar ou de usar o banheiro, e antes das refeições – ajuda a mantê-lo livre de vírus e
bactérias. Mesmo com tanto cuidado, é possível que um problema ou outro surja de vez em quando,
especialmente quando seu filho frequentar a escola e entrar em contato com outras crianças.

ALERGIAS

Três por cento das crianças sofrem com quadros alérgicos, segundo a Sociedade Brasileira de
Pediatria (SBP). Os de origem alimentar são normalmente provocados por alguma proteína,
conservante ou corante, causando dores abdominais, coceira, erupções na pele e até dificuldade
respiratória. Leite de vaca, clara de ovo, soja, trigo e peixe encabeçam a lista dos ingredientes
causadores desses episódios. A alergia ao primeiro é a mais comum na infância e pode
apresentar sangue nas fezes como sintoma adicional. O tratamento consiste em retirar da dieta o
alimento. Em fase de amamentação, pode ser necessário excluir o item da alimentação materna, já que
ele pode passar para o bebê por meio do leite.
Quando se trata de alergia respiratória, ela pode se manifestar tanto como rinite, caracterizada por
coriza, espirros e congestão nasal, quanto em forma de asma, quando acomete os brônquios,
ocasionando dificuldade respiratória, chiado no peito e tosse, entre outras complicações. Os
agentes promotores dessas crises variam de uma criança para outra, mas, entre os principais, estão os
ácaros, presentes em roupas e cobertores, o pólen das flores, a poeira e os pelos de animais. A
estratégia de prevenção também consiste em manter a criança longe do gatilho. Por isso, deixe o
ambiente sempre limpo e arejado, evitando bichos de pelúcia e outros objetos que possam acumular
poeira no quarto do seu filho. Um especialista irá orientar o tratamento com remédios, sejam para os
momentos de crise, sejam para uso contínuo. Picadas de inseto também têm potencial de desencadear
alergia, com coceira e vermelhidão, que duram até dez dias. O pediatra pode prescrever um tratamento
com anti-histamínicos.

INFECÇÃO NO OUVIDO
A chamada otite média surge quando há acúmulo de secreção no canal auditivo, devido a gripes e
resfriados, ou do próprio leite, que pode escoar ao amamentar com o bebê na horizontal, tornando o
ambiente propício à proliferação de bactérias. Em geral, o problema se manifesta pelo menos uma vez
até os 5 anos e pode exigir tratamento com antibióticos. No caso dos bebês, é fundamental ficar atento
a sinais como choro intenso e febre. Existe ainda um quadro mais brando, a otite externa, que
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geralmente ocorre por excesso de umidade. Secar bem os ouvidos com uma toalha, após o contato
com água, é a melhor forma de diminuir a ocorrência – o uso de cotonetes é contraindicado, porque
eles empurram a cera para os tímpanos e diminuem a proteção do conduto auditivo.

INFECÇÃO NA GARGANTA
Falta de apetite e febre alta, em geral, caracterizam as infecções de faringe e amídalas, causadas por
vírus ou bactérias. O tipo viral ocorre com maior frequência até os 2 anos e é comum haver três
episódios por ano – o contágio se dá por contato com saliva infectada e outras secreções. A dor
incomoda por três dias e o tratamento, com analgésicos e antitérmicos, visa o alívio dos sintomas até
que a doença regrida espontaneamente. Já as bactérias desencadeiam um quadro intenso, comum entre
3 e 6 anos, que requer uso de antibióticos. Mas atenção: é preciso seguir à risca a duração, os
intervalos e as doses do remédio, caso contrário, os micro-organismos podem se tornar resistentes.
Episódios muito recorrentes podem exigir uma cirurgia de extração das amídalas.

CONTAMINAÇÕES
Vírus, bactérias ou parasitas, presentes em água ou alimentos contaminados, podem invadir o
organismo e provocar vômito, flatulência, diarreia e dores abdominais. Embora pareça algo
corriqueiro, a diarreia está entre as principais causas de morte infantil no Brasil, em decorrência da
desnutrição e da desidratação, resultantes dos quadros mais graves. Fundamental em todos os casos,
o tratamento inclui a ingestão de 50 a 100 mililitros de soro caseiro por dia (para um litro de água,
adicione 3,5 gramas de sal e 20 g de açúcar) e um cardápio rico em alimentos de fácil digestão, como
legumes, verduras e frutas. O leite materno ajuda na recuperação.

CATAPORA, CAXUMBA...
... rubéola, sarampo... Causadas por vírus, essas doenças são transmitidas por meio da saliva e levam
de 5 a 14 dias para entrar em remissão espontânea. O tratamento consiste no alívio dos sintomas, com
analgésicos e antitérmicos, e na prevenção de complicações – como a pneumonia, no caso do
sarampo. Todas são passíveis de prevenção com a mesma vacina, chamada de tetra viral, aplicada em
dose única, aos 15 meses de vida. Cada problema tem suas particularidades, mas sintomas como febre,
prostração, manchas no corpo, tosse, coriza e falta de apetitedevem ser relatados o quanto antes ao
pediatra. Se houver contágio, restrinja o contato com outras crianças para prevenir a
transmissão. Nesse caso, ofereça ao seu filho bastante água, hortaliças e frutas para aumentar sua
resistência. O repouso também é essencial. Outro alerta é que a mãe pode transmitir rubéola ao bebê
no primeiro trimestre de gestação. Por isso, mulheres que pretendem engravidar devem fazer exames
para detectar se são imunes ao problema. Se não, precisam tomar vacina.

REFLUXO
O refluxo, frequente no primeiro ano de vida, não está relacionado à imaturidade do sistema
imunológico, mas do digestivo. Ele ocorre quando o alimento chega ao estômago e volta para o
esôfago. Nos primeiros meses, o fato de a criança ingerir apenas líquidos intensifica esse retorno. A
boa notícia é que o problema tende a diminuir à medida que ingredientes sólidos forem incluídos no
cardápio. Uma dica para amenizar o desconforto é amamentar em posição vertical e não exagerar na
quantidade de leite. Colocar o bebê para arrotar em pé no colo, por cerca de 20 minutos, também
facilita a digestão. Quadros severos podem exigir o uso de medicamentos.

GRIPE E RESFRIADO
Apesar de parecidos, gripe e resfriado têm características diferentes e são causados por vírus distintos.
Nos dois casos, a principal forma de contágio é a saliva, eliminada durante tosses e espirros. O
resfriado costuma ser mais brando, com coriza e irritação das mucosas. Já o pacote da gripe inclui
febre, dor muscular e cansaço. Nas duas situações, o tratamento serve para aliviar os sintomas, uma
vez que o problema regride automaticamente. Manter a hidratação, com chás, água e sucos, acelera a
recuperação. Para prevenir os quadros gripais, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda
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a vacinação a partir dos 6 meses. A bronquiolite, uma infecção nos bronquíolos, também é comum
em bebês prematuros e crianças de até 2 anos. Causada principalmente pelo vírus
sincicial respiratório (VSR), promove febre, dificuldades para respirar, tosse e chiados no peito. Em
casos graves, requer internação hospitalar. A forma de contágio é a mesma da gripe. Por isso, evite
levar a criança a locais com aglomeração de pessoas ou outros bebês doentes. De acordo com a SBP,
prematuros devem receber aplicações mensais de palivizumabe, um remédio à base de anticorpos, que
evita a infecção pelo VSR, especialmente perigosa para essas crianças.

Classificação da infância em grupos etários:


Período neonatal: 0 a 28 dias;
Infância: de 29 dias a 10 anos
Lactente: 29 dias a 2 anos
Pré – escolar: 2 a 7 anos
- Escolar: 7 a 10 anos.
Adolescência: de 10 anos a 20 anos.

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Terminologias Ginecológicas

Menarca – 1a. Menstruação.


Telarca – desenvolvimento das mamas. Pubarca- desenvolvimento dos pêlos pubianos.
Dispareunia – dor na relação sexual.
Hipermenorréia é a menstruação que dura mais de 5 dias.
Hipomenorréia é a menstruação que dura menos de 2 dias.
Metrorragia é um sangramento não excessivo que ocorre fora do período menstrual em intervalos
irregulares.
Polimenorréia é o sangramento regular que ocorre em intervalos menores que 21 dias.
Oligomenorréia é o sangramento menstrual que ocorre em intervalos maiores que 34 dias.
Menometrorragia é o sangramento intenso e irregular.
Amenorréia é a ausência de menstruação.
Amenorréia primária é a ausência de menstruações até os 18 anos de idade.
Amenorréia secundária é a ausência de fluxos menstruais por pelo menos 3 meses.
Dismenorréia é a dor às menstruações.
Grávida – refere-se à gravidez, independente da duração.
Para - refere-se aos partos anteriores.
Gesta - refere-se às gestações anteriores e atual.
Nuligesta - é a mulher que nunca engravidou
Nulípara – é a mulher que nunca pariu.
Primigesta – é a mulher grávida pela primeira vez.
Multigesta – é a mulher que teve mais que três gestações.
Parturiente – é a mulher em trabalho de parto.
Primípara – é a mulher que pariu pela 1ª vez.
Secundípara
Tercípara
Multípara – é a mulher que pariu mais de três vezes.
Puérpera - mulher que se encontra no puerpério (período pós-parto).
Puerpério -período pós-parto onde as modificações locais e sistêmicas ocorridas na gestação,
retornam ao estado pré-gravídico até 45 dias após o parto.

Referências Bibliográficas
Ministério da Saúde (BR). Assistência pré-natal : normas e manuais técnicos. Brasília (DF):
Ministério da Saúde; 1998.

Ministério da Saúde (BR). Gestação de alto risco. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2000.
Ginecologia, Günther Kern, 2ª edição, Guanabara Koogan, 1978.
Programa de Educação a Distância de Medicina Familiar e Ambulatorial - PROFAM - Entrega VI,
Cap. 45, 2003, Gráfica Centenário, Argentina.

Manual de Condutas em Obstetrícia- Hermógenes Chaves netto. Protolocolos de Condutas em


Gestação de Alto Risco Obstetrícia- Jorge de Resende
DELASCIO,D. GUARIENTO,A. Obstetrícia Normal Briquet. 3ed.São Paulo: Sarvier, 1981.

MINISTÉRIO DA SAÚDE/EQUIPE DE ELABORAÇÃO. Assistência Pré-Natal:


Manual Técnico. 3ed. Brasília: Secretaria de Políticas de Saúde, 2000.

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