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COMPONENTES

DE CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO I
MARCOS, Janaina Ramos

SST Componentes de criatividade e inovação I / Janaina


Ramos Marcos

Ano: 2020

nº de p. 11

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COMPONENTES
DE CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO I

Apresentação
Neste momento, estudaremos a disciplina Componentes de Criatividade e
Inovação I que tem por objetivos orientar no sentido de incentivá-los a criatividade
e a ambientação da aprendizagem. Também será proporcionado a interação dos
conhecimentos acadêmicos e a aplicação no mundo do trabalho e despertar
o senso crítico e prático para ações e interesse pela investigação no exercício
profissional, assim como, promover atitudes éticas de respeito à diversidade, às
diferenças, ao trabalho e à vida.

Também será estimulado ao desenvolvimento de habilidades e competências


dos estudantes quanto aos conhecimentos de Criatividade e Inovação. E, por fim,
auxiliará a implementar mudanças de comportamento e obter mais resultados
pessoais e profissionais.

Bons estudos.

CRIATIVIDADE: CONCEITOS E
COMPONENTES
Os fatos criativos definem-se como aqueles que trazem um valor mais imediato
na linha de evolução, modificando a ordem estabelecida. O autoconhecimento é de
extrema importância para o desenvolvimento da capacidade criativa do ser humano,
podendo ser uma meta para aqueles que desejam aperfeiçoar seu potencial criativo
(PREDEBON, 2010).

Atenção
Um dos principais componentes da criatividade é o
conhecimento que acumulamos em anos de estudos e vivências
cotidianas, o que nos oferece uma grande bagagem para sermos
criativos e solucionarmos problemas, seja em organizações ou
em nossas tarefas diárias.

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Diversos autores classificam a criatividade de acordo como sua funcionalidade,
ou seja, a criatividade artística como Da Vinci, Michelangelo ou Oscar Niemeyer,
criatividade prática ou objetiva, como uma pessoa que cria uma receita nova a partir
das sobras de geladeira.

Deve-se encorajar a criatividade nas pessoas, uma vez que esta pode ser uma
poderosa ferramenta para a solução dos problemas da modernidade, agregando
valor ao conhecimento e tornando-o cada vez mais útil.

Não existem fórmulas mágicas para ativar nosso potencial criativo, o que existe
são algumas abordagens ou técnicas que possam estimular a criatividade,
apresentando ideias que possam solucionar problemas.

Atenção
Se o homem não tivesse que solucionar o problema de ter
ferramentas para a caça, nem inventando a roda, descobrindo o
fogo e a agricultura, através do pensamento e da criatividade, a
humanidade não teria chegado à era da tecnologia da informação
e do conhecimento.

A criatividade de Thomas Edison que descobriu a eletricidade, Graham Bell, o


inventor do telefone, Santos Dumont, o avião, somente para citar alguns. Podemos
ainda chegar até Steve Jobs, que projetou uma espécie de “minicomputador” de
bolso, que revolucionou a maneira como nos comunicamos hoje.

Atualmente o senso comum, a mídia e a maioria da sociedade passou a acreditar


que a criatividade é um elemento essencial em qualquer área de conhecimento,
sejam elas humanas, exatas, tecnológicas ou sociais aplicadas, como se
desconsiderassem ou desconhecessem que a evolução humana dependeu da
criatividade de várias pessoas, em diversos momentos da história para chegarmos
ao momento presente.

O PENSAMENTO CRIATIVO
O pensamento criativo origina-se a partir de uma visão macro das situações
cotidianas, pode ser considerado um traço de personalidade ou uma opção de se

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posicionar no mundo, de acordo com suas crenças. A criatividade de um indivíduo
pode destacá-lo no contexto social, onde ele pode ser capaz de desenvolver suas
competências acima da média de outras pessoas.

A criatividade, ocorre em três diferentes níveis:

Criatividade genial

Aquela cujo potencial criativo é capaz de produzir grandes inovações que


podem modificar ou melhorar a qualidade de vida das pessoas, como, por
exemplo, o telefone e a eletricidade;

Criatividade autêntica

Aquela expressada através de melhorias em processos e sistemas já


existentes, como, por exemplo, o fax e o telefone celular;

Criatividade cotidiana

Expressa nas pequenas ações diárias, ao resolvermos problemas de forma


original (GRAMIGNA (2006).

Do ponto de vista empresarial, a criatividade é um processo produtivo de ideias,


capazes de gerar soluções eficazes para a organização em um menor espaço de
tempo possível. A criatividade ocorre em quatro diferentes dimensões dentro de
uma organização:

Pessoa

Aquela que cria, considerando seu temperamento, posicionamento pessoal,


hábitos e valores;

Processo

Recursos mentais que conduzem ao ato criativo tais como a motivação, a


percepção, o aprendizado, pensamento e comunicação;

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Ambiente

Fatores ambientais e culturais que podem influenciar no processo criativo;

Produto

Resultado do processo, sendo, por exemplo, uma obra de arte, um novo


produto ou qualquer outro resultado criativo.

Dimensões da criatividade

Pessoa

Processo Criatividade Produto

Ambiente

Fonte: GURGEL (2006, p. 26).

COMPORTAMENTO CRIATIVO
O comportamento criativo acontece quando o meio estimula o indivíduo a
solucionar um problema, sendo mais propício este comportamento no meio
empresarial, uma vez que a criatividade está sendo cada vez mais considerada
no ambiente organizacional, devido às constantes mudanças, tanto tecnológicas
quanto no mercado, gerando necessidade de evolução e adaptação imediata.

Nas organizações, as abordagens que envolvem ações e interações sociais deve


considerar algumas abordagens no processo criativo: a pessoa criativa, as relações
interpessoais, o ambiente de trabalho e as relações das pessoas com os líderes e
com os projetos da empresa.

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No entanto, existem alguns fatores que podem criar barreiras ou estimular a criatividade
no ambiente organizacional, como apresentado acompanhe no Quadro a seguir:

Estímulos e barreiras da criatividade

ESTÍMULOS BARREIRAS

• Estrutura organizacional
•C
 aracterísticas da chefia
• Liberdade e autonomia
• Comunicação
• Salário e benefícios
•C
 ultura organizacional
NAS ORGANIZAÇÕES • Suporte da chefia
•E
 strutura organizacional
• Suporte do grupo de
• Relações
trabalho
• Interpessoais
• Suporte organizacional

• Comunicação
• Desafios
•C
 ultura organizacional
• Participação
•E
 strutura organizacional
NO AMBIENTE
• Suporte da chefia
DE TRABALHO • I nfluências político-
administrativas
• Suporte do grupo de trabalho
•R
 elações interpessoais
• Suporte organizacional
•V
 olume de servicos

Fonte: Sousa e Rangel Junior (2014, p. 80)

De acordo com Zogbi (2013) existe um tipo de “zona de conforto” na criatividade,


algo que pode contribuir para o bloqueio criativo: a educação recebida, o excesso
de regras e normas estabelecidas, a preguiça, o pensamento pessimista, a falta de
confiança em si mesmo, a falta de objetividade, o isolamento da liderança, a falta
de empatia entre os membros da equipe, má gestão do tempo e ainda a falta de
dinheiro. Todos estes fatores devem ser listados, pensados e ultrapassados.

Alguns desses bloqueios são traços de nossa personalidade, mas com outros se
pode aprender a “lidar”, para que não se tornem um problema para suas ideias. É
recomendável também a criação de um sistema de classificação e organização das
ideias, seja por ordem de prioridade ou relevância, ideias já categorizadas ou que ainda
precisam de maior desenvolvimento. Desse modo, é importante anotá-las em um
papel ou no computador, sempre as buscando ou atualizando-as, quando necessário.

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Segundo Gurgel (2006), para compreender a criatividade dentro de uma
organização, devem ser considerados quatro componentes principais:

• Estrutura da organização: sua constituição, formação, tamanho e forma adminis-


trativa;
• Funcionários ou colaboradores: capital ou força de trabalho humana, atuando
através de seus valores e motivações;
• Ambiente organizacional: postura da empresa no que diz respeito à criatividade,
aos relacionamentos interpessoais, às responsabilidades, à estabilidade no em-
prego, entre outros;
• Informação: principal elemento de mudança, uma vez que os canais de comu-
nicação devem estar abertos para novas ideias e opiniões, deixando o fluxo de
informação dinâmico.

Existem alguns fatores que motivam a inovação nas organizações, segundo


apresentado no Quadro, a seguir:

Fatores que motivam a Inovação na Organização

FATORES DESCRIÇÃO

A própria forma como se organiza a competição pelo poder,


COMPETIÇÃO PELO ou seja, as disputas de interesse, o controle das informações,
PODER o processo de avaliação de desempenho e a consistência
entre o discurso a prática.

A participação pela interação e colaboração entre as equipes


COLABORAÇÃO através de reuniões para a solução conjunta de problemas e
para a troca de experiências e conhecimentos.

A existência de um ambiente alegre e descontraído, pois um


ambiente de trabalho onde existe a confiança e o bom humor
AMBIENTE facilita o processo de comunicação e a cooperação entre as
pessoas, principalmente quanto a novas ideias.

O tempo para ideias é entendido como o tempo para pensar


sobre as atividades que devem ser realizadas, refletir sobre o
TEMPO melhor modo de realizá-las e discutir novas ideias e soluções
para os problemas.

A percepção do desafio no trabalho com a necessidade de


DESAFIO buscar sempre novos conhecimentos, motivando as pessoas
a resolverem os problemas de forma criativa.

SEGURANÇA A segurança para apresentar ideias e assumir riscos.

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A liberdade de discutir e questionar as orientações recebidas
LIBERDADE permite explorar novas alternativas para a realização do trabalho.

VALORIZAÇÃO A valorização do trabalho e o reconhecimento adequado.

A busca de novas experiências, pois a rejeição ao


pragmatismo, a propensão a aceitar e testar novas ideias e
NOVIDADE soluções e rejeitar a tendência ao comportamento resistente
influencia diretamente a proposição de novas ideias.

Fonte: Gurgel (2006, p. 95)

Porém, de nada adianta ter um pensamento criativo, um conhecimento vasto e não


sentir nenhum tipo de motivação, concorda?

Por exemplo, um funcionário de uma empresa que é extremamente criativo, mas


suas ideias nunca são aceitas e nem postas em prática, gera um comportamento
de desmotivação, que faz com a pessoa deixe de mostrar seu lado mais criativo,
anulando-se por completo dentro da organização.

Algumas teorias foram pesquisadas e aplicadas sobre os melhores processos


de motivação e inovação em organizações. Nessas pesquisas concluiu-se que
o ponto chave da motivação está no ambiente de trabalho e qualidade e sintonia
das relações interpessoais. Existem pesquisas na área do comprometimento,
criatividade e motivação nas organizações que seguem duas direções distintas.

A primeira trata de identificar qual a origem do comprometimento, isto é, a


relação do indivíduo e a organização para qual trabalha. A outra direção procura
analisar outros fatores que podem levar ao comprometimento e motivação, tais
como a própria organização, sindicatos e propósito de carreira com o qual a
pessoa está comprometida. Sendo assim, pessoas que trabalham em ambientes
que estimulam a inovação e a criatividade tendem a ser mais comprometidos e
motivados afetivamente.

Por fim, um exemplo que pode ser citado é o da empresa GOOGLE, situada no Vale
do Silício, Estados Unidos e que possui escritórios em várias cidades do mundo.
A empresa procura proporcionar aos funcionários um ambiente de trabalho,
inovador, com áreas de lazer, móveis coloridos e confortáveis, onde eles podem
trabalhar onde e como quiserem, com horários flexíveis e ainda promove reuniões
constantes para gerar novas ideias para seus produtos, ou seja, os líderes estão
sempre motivando sua equipe para que sejam inovadores, criativos e produtivos em
ambiente que propicia esta forma de trabalho.

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Fechamento
Pudemos aprender a reconhecer os componentes da criatividade – conhecimento,
motivação, pensamento criativo a priori seus conceitos. Depois nos aprofundamos
no que é o pensamento criativo, também estudamos sobre os componentes da
Inovação – ambiente de trabalho, liderança, recursos, comunicação e colaboração.

Aprendemos sobre varios fatores que são possíveis de incentivar a inovação e


criatividade nos diversos ambientes profissionais. Estudamos também sobre o
comportamento criativo e sua relevância. E, por fim também pudemos apreender a
identificar a criatividade como aquisição de competências.

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Referências
GRAMIGNA, M. R. Árvore das competências em criatividade. Recre@rte, Vitória, v. 1,
n. 1, p. 1-10, mar. 2006. Disponível em: <http://www.iacat.com/Revista/recrearte/
recrearte05/Seccion1/Competencias.htm>. Acesso em: 21 set. 2020.

GURGEL, M. F. Criatividade & Inovação: uma proposta de Gestão da Criatividade para


o Desenvolvimento da Inovação. 2006. 193 p. Dissertação (Mestrado em Ciências) –
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: <https://
edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1751677/mod_resource/content/1/Criatividade_e_
Inovacao_-_Marcus_Gurgel_-_COPPE_2006.pdf>. Acesso em: 21 set. 2020.

PREDEBON, J. Criatividade: abrindo o lado inovador da mente. 7. ed. São Paulo:


Pearson, 2010.

SOUSA, A. P.; RANGEL JUNIOR, J. F. L. B. Cultura organizacional e ambiente criativo:


formadores da cultura como barreira ou estímulo à criatividade. VEREDAS, Ipojuca,
v. 10, n. 1, p. 76-91, jan. 2014. Disponível em: <http://veredas.favip.edu.br/ojs/index.
php/veredas1/article/view/194>. Acesso em: 21 set. 2020.

ZOGBI, E. Criatividade: o comportamento inovador como padrão natural de viver e


trabalhar. São Paulo: Atlas, 2014.

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