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Antonieta de Barros (1901-1952)

A primeira mulher negra eleita deputada no Brasil, em 1934, pelo estado de Santa
Catarina. Caso se identifique pelas lutas por igualdade de gêneros, racial, liberdade de
expressão, pela educação como um meio de mudar e melhorar nossa realidade, ela
pode ser considera uma heroína para você. Mulher, negra, jornalista, fundadora e
diretora do jornal “A Semana” (entre 1922 e 1927), Antonieta teve de impor seu lugar
e sua fala em um contexto nada propenso às opiniões femininas. As três causas da
vida e luta de Antonieta permanecem pautas centrais, ainda a serem alcançadas:
educação para todos, valorização da cultura negra e emancipação da mulher.

Expoente da ideia “anárquica” de que as mulheres deveriam ter direito ao voto, a


bióloga Bertha Lutz trocou inúmeras cartas com Antonieta na década de 1930. Vale
lembrar, Antonieta foi eleita menos de meio século após a abolição da escravatura e
apenas dois do sufrágio —que deu às mulheres direito ao voto facultativo. Num país
fortemente preconceituoso quanto à classe, cor e gênero tinha orgulho de sua história.

Na década de 1930, trocou correspondência com a Federação Brasileira pelo


Progresso Feminino (FBPF), comprovadas por cartas entre ela e Bertha Lutz,
guardadas atualmente no Arquivo Nacional. Berta foi uma ativista pelo direito do voto
feminino, uma das fundadoras da Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, em
1918, representou as brasileiras na Assembleia Geral da Liga das Mulheres Eleitoras,
nos Estados Unidos, em 1922, quando foi eleita Vice-Presidente da Sociedade Pan-
Americana, e fundadora da FBPF.

Antonieta escreveu vários artigos para jornais locais e o livro Farrapos de Idéias, em
1937, com o pseudônimo de “Maria da Ilha”. Fez parte do Conselho Deliberativo da
Associação Catarinense de Imprensa, a partir de 1938.

Em Florianópolis, lecionou na Escola Normal Catarinense (ensinava português e


literatura, a partir de 1934), no Colégio Coração de Jesus e no Colégio Dias Velho,
neste último foi Diretora, de 1937 a 1945. Foi professora da escola atualmente
denominada Instituto Estadual de Educação, entre os anos de 1933 e 1951. No período
de 1944 a 1951 foi a Diretora da mesma escola, nomeada por Nereu Ramos. Depois
de atuar na direção, ela se aposentou aos 50 anos, mas continuou ensinando até o fim
de sua vida.

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