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A agenda de Preciado e Uc
Em 2010, um importante artigo de Jaime Preciado e Pablo Uc propôs uma
agenda de investigação regional para uma geopolítica crítica na América Latina. Os
autores buscavam já incorporar a influência da critical geopolitics à análise da produção
latino-americana. Consideravam que
Geopolítica do conhecimento
Preciado e Uc propõem um diálogo entre a critical geopolitics e os teóricos
latino-americanos da “geopolítica do conhecimento”, considerando que eles têm em
comum uma forma própria de vincular conhecimento e poder, ao modo de Foucault,
mas levando em conta a situação espacial desse vínculo. É importante, no entanto,
destacar que são construções distintas e autônomas, possíveis de se articular. A
formulação de John Agnew sobre a imaginação geopolítica moderna certamente oferece
uma conexão à ideia de geopolítica do conhecimento, embora Agnew não aprofunde os
dilemas epistemológicos em sua teoria.
A “geopolítica do conhecimento” pode ser considerada como uma correlação
entre lugar de enunciação e pensamento, dentro de uma diferença colonial de produção
do conhecimento (MIGNOLO, 2020). A geopolítica do conhecimento preside os
contextos nacionais e linguísticos, a circulação das ideias é mediada pelas relações de
poder, os diferentes lugares de enunciação são levados em conta a partir de suas
posições relativas dentro das hierarquias de poder/saber.
A “geopolítica do conhecimento” é um termo que foi elaborado no contexto do
Projeto Modernidad/Colonialidad/Decolonialidad, empreendido por nomes das ciências
sociais latino-americanas como Aníbal Quijano, Enrique Dussel e Walter Mignolo. No
Brasil, um dos pioneiros no diálogo com esse grupo foi Carlos Walter Porto-Gonçalves,
que prefaciou a publicação em português, pela CLACSO, da coletânea A colonialidade
do saber: eurocentrismo e ciências sociais, perspectivas latino-americanas, organizado
por Edgardo Lander (2005), livro que praticamente inaugura o debate decolonial no
ambiente intelectual brasileiro.
O termo “geopolítica do conhecimento” aparece no título de uma compilação
organizada por Walter Mignolo, Capitalismo y geopolítica del conocimiento: el
eurocentrismo y la filosofía de la liberación en el debate intelectual contemporâneo
(2001). Na introdução do livro, Mignolo aponta que
Referências bibliográficas: