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DECAIMENTO RADIOATIVO
INTRODUÇÃO
Na Tabela 1 são apresentados o t1/2 de alguns isótopos conhecidos que podem ser
discutidos com os alunos.
METODOLOGIA
Inicialmente foi determinado que uma das faces do dado representaria o núcleo que
sofreu decaimento a um isótopo estável e outras 5 seriam núcleos instáveis que ainda não
sofreram o processo de desintegração. Foi arbitrariamente escolhida a face 6 para representar
o núcleo que sofreu decaimento.
Com dados de 6 faces a probabilidade de se obter a face 6 é de 1/6. E,
consequentemente, a probabilidade de se obter qualquer das outras 5 faces, que representam
os núcleos que não passaram pelo processo, é de 5/6. Então se propôs aos estudantes
calcularem quantos dados não terão decaído após (J) jogadas. A probabilidade foi calculada da
seguinte forma:
E tendo em vista que, o tempo de meia-vida (t1/2) é uma variável amplamente utilizada
nos estudos de cinética radioativa, como na datação radiométrica, foi determinada a função
matemática que descreveria essa variável. Os estudantes partiram da pergunta: quantas
jogadas são necessárias para que metade dos dados cúbicos sofram decaimento? No modelo
deste trabalho esta variável foi chamada de J1/2:
N0 x (5/6)J1/2 = 0,5.N0
(5/6)J1/2 = 0,5
Sendo: log Ax = x.log A
Temos:
J1/2.log (5/6) = log 0,5
J1/2 = log 0,5/log (5/6)
J1/2: 3,8 jogadas
Foi utilizado um conjunto de 100 dados cúbicos comuns. O conjunto de dados era
jogado e feita a leitura do número de faces 6 viradas para cima. A cada jogada foi registrado o
número de dados que não se desintegraram e aqueles com face 6 eram retirados. Em seguida,
era feita nova jogada com os remanescentes.
De modo a se conseguir significância estatística foram feitas 30 séries de 10 jogadas.
As informações foram tabuladas e plotadas no Microsoft Excel, assim como, a
execução da análise de regressão simples para determinação da função que descreve o
comportamento do experimento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como o valor experimental obtido foi de 1711 (tabela 2), temos um erro relativo de
1,44%. Neste momento foi aproveitado para se discutir a importância do tamanho amostral e
os estudantes executaram cálculos com subamostras dos dados experimentais, de modo a
perceberem, a influência sobre o erro relativo.
Para a determinação da J1/2 foi feita a linearização logarítmica dos valores de N total,
conforme apresentado na tabela 2. E em seguida procedeu-se à determinação gráfica de J1/2,
obtendo-se o valor aproximado de 3,7 (figura 3).
J1/2 ≈ 3 , 7
Para determinação da função exponencial que descrevem os valores obtidos foi feita
uma análise de regressão simples, obtendo-se a equação:
y = -0,0807x + 3,477
Esta equação permitiu obter um J1/2 de 3,73, estando muito próximo do valor teórico
de 3,8.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O modelo da analogia com dados cúbicos comuns, além de estabelecer uma visão
intuitiva dos conceitos de radioatividade e meia-vida, permite a conexão entre conceitos
matemáticos de função, probabilidade e a elaboração de gráficos que descrevem processos
exponenciais.
A melhor compreensão dos conceitos de decaimento exponencial e de meia-vida
permite o adequado entendimento de outros fenômenos naturais que seguem funções
exponenciais, como o crescimento bacteriano e a propagação de doenças infecciosas. Esta
relação ocorre, pois permite ao estudante construir seu arcabouço de conhecimento
matemático a partir de um processo físico real, onde a relação é objetiva e de mais fácil
compreensão do que seria em uma aula tradicional e puramente teórica.
Vale salientar que, na falta de um conjunto de dados cúbicos grande o suficiente,
pode-se utilizar geradores de números aleatórios disponíveis de forma on-line. Contudo, a
utilização do objeto físico, seguramente, torna o processo mais interativo e divertido.
REFERÊNCIAS
CHANG, R.; GOLDSBY, K.A. Chemistry. 12 ed., New York: McGraw-Hill, 2016.