Você está na página 1de 63

Tema 1: Redes Sociais

Professor: Rony Vainzof


Liberdade de Expressão?

Pense muito antes de se manifestar em qualquer rede social, pois o seu


pensamento se eternizará na Internet, que muitas vezes não permite o
direito ao arrependimento.
Muitas vezes, sem saber, acabam cometendo
crimes

Jovem é vítima
de racismo no
Facebook ao
postar foto com
namorado
branco

Fonte: http://bit.ly/1qhbzRJ

Alteridade: o Direito se preocupa da relação entre sujeitos. Não se importará para


o interno, para o pessoal do ser humano, mas sim com a interação e a relação de
cada um perante o próximo e perante a sociedade
Responsabilidade pela manifestação
do pensamento na Internet

Tribunal de Exceção x Violência Legítima.


Liberdade de expressão
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 1º - Fundamento:

III - a dignidade da pessoa


humana

Art. 5º - Direitos e Garantias


fundamentais:

IV - é livre a manifestação do
pensamento, sendo vedado o
anonimato;

• Bilateralidade: exigibilidade de
conduta devida. Direitos e
deveres.
JUSTIÇA DE PIRACICABA CONDENA TRIO POR
ORGANIZAR PROTESTO NA INTERNET CONTRA
RESTAURANTE - 27/08/2013

Juiz (Dr. Marcos Douglas Veloso Balbino da Silva- Processo nº 4001276-52.2013.8.26.0451):

• Infelizmente, as rés, como outras pessoas, utilizam as redes sociais do conforto de seus lares ou
trabalho como verdadeiro tribunal de exceção. Acusam, denunciam, condenam e aplicam a
pena, sem pensarem na repercussão de seus atos para os acusados

• Uma acusação feita nas redes sociais, como se vê pela prova constante nos autos, vira verdade
absoluta e condena a pessoa ou entidade para sempre.

• Condenação de R$ 100 mil e a se retratarem nas redes sociais.

• Prevenção de condutas idênticas.


Passado Digital
• AGO/2010: Eric Schmidt, Ex-CEO da
Google, declarou ao “THE WALL STREET
JOURNAL”:

Teme que os jovens não entendam as


consequências de ter tanta informação
pessoal sobre eles disponível na internet.

Prevê que todas as pessoas jovens um


dia terão direito automaticamente a
mudar de nome ao chegar à vida adulta
para deixar para trás as travessuras da
juventude guardadas nos sites de mídia
social de seus amigos".
http://www1.folha.uol.com.br/tec/784985-jovens-podem-ter-que-
mudar-nome-para-apagar-passado-na-web-diz-presidente-do-
google.shtml
Privacidade

• Utilize as opções mais restritivas de privacidade disponibilizadas.

• Não converse com estranhos nas ruas virtuais. Não adicione amigos ou mantenha relacionamentos nas redes sociais sem ter certeza de
que quem está do outro lado do computador são seus amigos na vida real.

• Não revele dados pessoais em redes sociais. Criminosos pesquisam o perfil das suas vítimas na Internet.

• Não tire fotos comprometedoras de você mesmo ou de terceiros, muito menos exponha-as na Internet.

• Desconfie de tudo na Internet. Nada é filantrópico.

• Leia atentamente os termos de uso e políticas de privacidade antes de assiná-los digitalmente.


ESTUDO DE CASOS: Redes Sociais

• Diretor de empresa posta no Twitter palavras ofensivas a


torcida e ao time de futebol patrocinado pela sua
empregadora.
• Devido a grande represália pelos torcedores do time, a
empresa afastou o empresário.
Redes Sociais

Secretaria atribui POST contra


Sarney a erro de funcionário
"PQ foi o José Alencar e não o
#Sarney?".

“A Secretaria de Cultura de São Paulo, por meio de sua assessoria,


afirma que um funcionário estava com duas contas do Twitter
abertas na hora de postar a mensagem: "PQ foi o José Alencar e não
o #Sarney?". Em vez de publicá-la na página pessoal, ele desejou a
morte do senador José Sarney no Twitter da secretaria”.

http://terramagazine.terra.com.br
USO INADEQUADO DAS REDES SOCIAIS

Outubro de 2012.

Então recepcionista da concessionária de motocicletas


BM Motos, Jonathan Pires Vidal da Rocha “curtiu” a
publicação de um ex-funcionário da loja. As
mensagens ofendiam não só a empresa mas também
uma de suas proprietárias –após pedido da
companhia, o Facebook apagou a página.

“A justa causa decorre do fato de que na rede social


Facebook você compactuou com as publicações
gravemente ofensivas à honra, integridade e moral da
empresa BM Motos, de seus funcionários e da sócia,
Dra. Daniela Magalhães, as quais foram inseridas pelo
ex-funcionário Felipe Constantino”, afirmou a
companhia ao funcionário para justificar a demissão.

“Efetivamente as ofensas foram escritas pelo ex-


funcionário [Constantino], no entanto, todas foram
‘curtidas’ pelo recorrente [Rocha], com respostas
cheias de onomatopeias que indicam gritos e risos”,
afirmou a juíza, em seu voto.
(fonte: globo.com)
Violação de Segredo

• Divulgação de projeto secreto de


eletrodoméstico em rede social antes
do lançamento
Violação de Segredo
• Divulgação de protótipo de novo
modelo de moto tirada pelo celular
CASOS: Nuvem

• Fotos vazadas das atrizes


americanas que estavam no Icloud
(31/08/14)
Tema 2: Segurança da
Informação
Segurança da Informação???
Segurança da Informação???
Malware sequestra arquivos e cobra resgate para devolvê-los
CASES – NUVEM PESSOAL
 Utilização de dropbox para desvio de informação

19
Consumerização de TI
• BYOD, BYOA e BYOC
Banco de Dados de Clientes
• Utilização de banco de dados para a
prática de fraudes eletrônicas
Case- base de dados
: Condenação de R$ 63 milhões por invadir e copiar ilicitamente informações de sites de empresa
rival na internet para aumentar sua base de currículos e oferecer seus serviços aos clientes de
outras recrutadoras.

: Em 2002 a detecção em razão da quantidade de acessos. Normal - 500 currículos por dia; Fraude
- 63 mil acessos;

: A conta foi imediatamente bloqueada e os técnicos conseguiram rastrear o computador de


origem;

: Busca e apreensão e 30 computadores, que foram periciados, sendo recuperadas trocas de e-


mails e conversas online entre funcionários em que eles falam explicitamente em "roubo" de
currículos em sites concorrentes;

: Desenvolveram até um software que permitia a cópia de milhares de e-mails e currículos


rapidamente. O programa foi batizado internamente de "rouba.phtml".

: Cálculo do valor da indenização com base no valor médio de R$ 50 cobrado para divulgação de
currículos no site. Cópia de 436.595 currículos, a Justiça chegou à indenização de R$ 21,8 milhões
que, corrigida, passou a R$ 63 milhões.
Responsabilidade Civil por
desvio de Informações
TRT da 4ª Região (ACÓRDÃO 0000295-37.2011.5.04.0027 RO) – 13/03/14

• Apropriação de informação confidencial pelo empregado, sem a devida autorização do


empregador, sendo devida a indenização por dano moral à empresa em face da
violação de seu direito de manter em sigilo dados estratégicos restritos à corporação

• Mensagens enviadas do e-mail corporativo do autor para seu e-mail pessoal, com teor
estratégico e sigiloso ("Budget Janeiro", "Lista NF", "Questionários Sorter", "Prioridade de
importação" e "Transferência de Fornecedores")

• Ainda que não haja prova de que o autor efetivamente tenha feito uso das
informações.

• O "Código de Ética" da recorrente é claro ao estabelecer que "a comunicação de informações


através de e-mail deve ser conduzida utilizando o sistema de e-mail oficial da Empresa. É
proibido qualquer tipo de envio de informações confidenciais à e-mails externos e particulares,
salvo quando da prestação de serviços com contrato e cláusula de confidencialidade”

• R$ 7.000,00 (sete mil reais) o quantum indenizatório.

23
Justa Causa
Art. 482 da CLT:

• ato de improbidade;

• incontinência de conduta ou mau procedimento;

• violação de segredo da empresa;

• ato de indisciplina ou de insubordinação;

• ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer


pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de
legítima defesa, própria ou de outrem;

• ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o


empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa,
própria ou de outrem.
MONITORAMENTO DE E-MAIL
Monitoramento 2005 (TST)

• Apenas o e-mail pessoal ou particular do empregado desfruta de proteção constitucional e legal de


inviolabilidade;

• Solução diversa impõe-se em se tratando de e-mail corporativo, em que o empregado louva-se de terminal e
de computador da empresa, bem assim do próprio endereço eletrônico que lhe é disponibilizado igualmente
pela empresa;

• Equivalente à de uma ferramenta de trabalho para consecução do serviço. Instrumento pelo qual o empregado
pode provocar expressivo prejuízo ao empregador;

Monitoramento (TRT/SP)

Para sustentar a justa causa da rescisão do contrato de trabalho foram apresentadas mensagens remetidas
pelo ex-empregado. Nelas, ele se apresentava como "Paco Rabane" e "Cachorrão 17 cm". Ele disse
estar "fortemente atraído" pela colega. Para outra, afirmou que estava "muito feliz" com fim do casamento dela.
"Eu adoraria ser seu amante. Um beijo molhadinho no cantinho da boca", escreveu a uma terceira.

"Durante o serviço, o reclamante também não poderia usar o computador para mandar e-mails de forma
desrespeitosa para outras pessoas. O reclamante deveria trabalhar durante o horário de serviço e não enviar e-
mails como os mencionados“.

TST – 02/09/2012

A FISCALIZAÇÃO SOB EQUIPAMENTOS DE COMPUTADOR, DE PROPRIEDADE DO EMPREGADOR, INCLUÍDO


O CORREIO ELETRÔNICO DA EMPRESA, PODEM SER FISCALIZADOS, DESDE QUE HAJA PROIBIÇÃO
EXPRESSA DE UTILIZAÇÃO PARA USO PESSOAL DO EQUIPAMENTO, NOS REGULAMENTOS DA 25
EMPRESA.
Senha
CP – Art. 307. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou
alheio, ou para causar dano a outrem. Detenção, de três meses a um ano, ou multa,se o fato não constitui elemento de
crime mais grave.

CP - Art. 325, §1º, Inc. I do código penal – Violação de Sigilo Funcional

I – permite ou facilita, mediante atribuição, FORNECIMENTO E EMPRÉSTIMO DE SENHA OU QUALQUER OUTRA FORMA, O
ACESSO DE PESSOAS NÃO AUTORIZADAS A SISTEMAS DE INFORMAÇÕES OU BANCO DE DADOS DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA;

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.

26
27

Crimes - SEG
Art. 153 do código penal - Divulgação de Segredo

Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de correspondência confidencial,
de que É destinatário ou detentor, E cuja divulgação possa produzir dano A outrem:
Pena - detenção, de 1 (um) A 6 (seis) meses, ou multa.

Art. 154 do código penal – Violação de Segredo Profissional

Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, E cuja revelação possa produzir dano A outrem:
Pena - detenção, de 3 (três) meses A 1 (um) ano, ou multa.

Art. 202 do código penal – Sabotagem Digital

Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou


embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas
nele existentes ou delas dispor:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 195 da lei 9279/96 - Concorrência Desleal:

III - emprega meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio, clientela de outrem;
XI - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos, informações ou dados
confidenciais;
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
REGULAMENTOS

• Autenticação e senha; • Utilização de VOIP; •Controles de back-up;

• Acesso à Internet; • Utilização de hardware; • Controle de replicação, redundância


e continuidade;
• Utilização de Redes • Utilização de software;
Sociais; • Armazenamento de documentos e
• Uso adequado de dispositivos de registros eletrônicos;
• BYOD, BYOA e BYOC; armazenamento de dados portáteis
(notebook, smartphone, pen drive e • Utilização de Certificação Digital;
• Envio e recebimento de outros);
arquivos; • Respostas a incidentes de TI;
• Utilização de impressoras multifuncionais
• Utilização de e-mails; e equipamentos de reprografia; • Atualização das normas internas.

• Comunicadores • Direitos de acesso via VPN (Rede Privada


instantâneos Virtual);
(messenger);
Tema 3: Guarda de registros
eletrônicos
Conceito de Documento Físico e Documento
Eletrônico
Definições Doutrinárias
• Carnelutti entende como documento “qualquer
coisa que represente um fato”.
• Hungria conceitua documento como “todo escrito
especialmente destinado a servir ou eventualmente
utilizável como meio de prova de fato juridicamente
relevante”.
Conceito de Documento Físico e
Documento Eletrônico
• Conceito tradicional: documento, também aceito para
fins penais, é o de uma representação exterior de um
fato. Essa representação é feita em um meio acessível ao
conhecimento humano, deixando assim de qualquer forma
registrada a ocorrência fática para eventual prova futura.
• No caminho de uma nova conceituação que melhor se adapte
ao documento eletrônico, examinaremos a definição de Romeu
de Almeida Salles Jr. quando afirma que documento, para fins
penais, “é todo escrito devido a um autor determinado,
contendo exposição de fatos ou declaração de vontade, dotado
de significação ou relevância jurídica. […]”.
Enunciados

Enunciados 297 e 298


IV Jornada de Direito Civil da Justiça Federal

Enunciado 297: Art. 212 [do CC]. O documento eletrônico


tem valor probante, desde que seja apto a conservar a
integridade de seu conteúdo e idôneo a apontar sua
autoria, independentemente da tecnologia empregada.

Enunciado 298: Arts. 212 e 225. Os arquivos eletrônicos


incluem-se no conceito de "reproduções eletrônicas de
fatos ou de coisas", do art. 225 do Código Civil, aos quais
deve ser aplicado o regime jurídico da prova documental.
Entendendo os Conceitos...
Documento Eletrônico
Documento
Representação de qualquer fato,
O produto da atividade
com objetivo de servir como
humana, por meio do qual se
meio de prova dele, estando
representa um fato, tendo
gravado em suporte eletrônico –
como principal objetivo servir
como um CD, DVD, Blu-ray, Pen
como prova daquilo que nele
Drive, HD ou até mesmo na
consta, independentemente
“nuvem” – fazendo-se necessária
do suporte que o contenha,
a utilização de equipamentos
não inviabilizando a sua
para tornar cognoscível aos
caracterização a necessidade
homens o seu conteúdo, sendo
de um instrumento para a
vedada qualquer edição
leitura do seu conteúdo.
maliciosa em seu conteúdo.
LEGISLAÇÃO
Código Civil

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: (...) III - forma prescrita ou não defesa em lei.

Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei
expressamente a exigir.

Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados presumem-se verdadeiras em relação aos
signatários.

Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a
declaração de vontade expressa.

Art. 225. As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fonográficos e, em geral, quaisquer outras
reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte, contra
quem forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão.

Código de Processo Civil

Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda
que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe formou o convencimento.

Art. 389. Incumbe o ônus da prova quando:

I - se tratar de falsidade de documento, à parte que a arguir;


II - se tratar de contestação de assinatura, à parte que produziu o documento.

Art. 332 – Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados nesse
Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou defesa.

CPC - Art. 368. As declarações constantes do documento particular, escrito e assinado, ou somente
assinado, presumem-se verdadeiras em relação ao signatário.
Segurança do Documento Eletrônico

Para que um documento eletrônico possa atingir a


segurança e a validade jurídica dos documentos físicos,
indispensável é a ocorrência de dois requisitos:
• Impossibilidade de alteração do seu conteúdo.
• Perfeita identificação das partes.
DOCUMENTO ELETRÔNICO COMO PROVA
ASSINATURA DIGITAL x ASSINATURA DIGITALIZADA

CRIPTOGRAFIA
SIMÉTRICA
MP 2.200-2/01
 Força de Lei: anterior a Emenda Constitucional 32/01. Posicionamento do STF.
“Art. 2º As medidas provisórias editadas em data anterior à da publicação
desta emenda continuam em vigor até que medida provisória ulterior as
revogue explicitamente ou até deliberação definitiva do Congresso Nacional.”

 Institui a ICP-Brasil;

 Visa garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos


em forma eletrônica, bem como de transações eletrônicas seguras;

 Equivalência dos documentos eletrônicos aos documentos públicos e


particulares;

 Presunção de veracidade das declarações constantes dos documentos em


forma eletrônica em relação aos signatários;

 Não obsta outro meio de comprovação da autoria e integridade de documentos


em forma eletrônica, desde que admitido pelas partes como válido ou aceito
pela pessoa a quem for oposto o documento.
Autoridades Certificadoras e de Registro
AC (“fabricas”):

(i) Credenciadas a emitir, expedir, distribuir, revogar e gerenciar os


certificados;

(i) Resp. do Certificado: par de chaves criptográficas é gerada pelo


próprio titular e a chave privada é de seu exclusivo controle, uso
e conhecimento.

AR (“lojas”):

(i) Operacionalmente vinculadas a uma AC;


(ii) Identificar e cadastrar usuários na presença destes.

Quem pode ser AC e AR?

 Órgãos e as entidades públicas e as pessoas jurídicas de direito


privado.
Smart Card ou Token
 Dispositivos móveis para armazenamento das chaves privadas, que são acessadas
mediante a senha do usuário
Senha PIN
TRF 4ª REGIÃO
2008: Validade do atos processuais por meio eletrônico
Medida Provisória nº 2.200
Assinaturas eletrônicas
ganham nova regulamentação

Carimbo do Tempo
É um documento eletrônico, assinado
por uma terceira parte confiável
denominada de Autoridade de Carimbo
do Tempo Brasileira de Registros (ACT
BR), e que serve como evidência
irrefutável da existência de uma
informação digital numa determinada
data e hora. Da mesma forma como é
necessária uma infra-estrutura para a
emissão de certificados digitais,
denominada de Infra-estrutura de
Chaves Públicas (ICP), também é
necessário uma infra-estrutura para a
emissão de carimbos de tempo, que é a
ACT BR.
D.O.U., 01.12.2008
Tema 4: Provas Eletrônicas

Professor: Rony Vainzof


Provas Eletrônicas
A MATERIALIDADE DO ILÍCITO E A CONSTITUIÇÃO
(PROVAS EM GERAL)

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

• LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em


geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;

• LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios


ilícitos.
Relevância do Assunto

- Art. 282, VI – Código de Processo Civil:


“A petição inicial indicará: (...) as provas com que o autor pretende
demonstrar a verdade dos fatos alegados”

- Art. 6º, III – Código de Processo Penal:


“Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a
autoridade policial deverá: (...) colher todas as provas que servirem
para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias”

- Momento da apresentação: Autor/Réu


Meio e Fonte de Provas

Código de Processo Civil

São meios de provas estabelecidos pelo Código de Processo


Civil:
I – depoimento pessoal (art.342 a 347)
II – confissão (art. 348 a 354)
III – exibição de documento ou coisa (art. 355 a 363)
IV – prova documental (art. 364 a 391)
V – prova testemunhal (art. 400 a 419)
VI – prova pericial (art. 420 a 439)
VII – inspeção judicial (art. 440 a 443)
Meio e Fonte de Provas
Código de Processo Penal

São meios de provas estabelecidos pelo Código de Processo


Penal:

I – corpo de delito e perícias (arts. 158-184)


II – interrogatório do acusado (arts. 185-196)
III – confissão (arts. 197-200)
IV – ofendido (art. 201)
V – testemunhas (arts. 202-225)
VI – reconhecimento de pessoas e coisas (arts. 226-
228)
VII – acareação (arts. 229-230)
VIII – documentos (arts. 231-238)
IX – indícios (art. 239): Art. 239. Considera-se indício a
circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por
indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.
X – busca e apreensão (arts. 240-250)
Meio e Fonte de Provas

Código de Processo Civil


Art. 332. Todos os meios legais, bem como os
moralmente legítimos, ainda que não especificados neste
Código são hábeis para provar a verdade dos fatos em
que se funda a ação ou a defesa.

Código de Processo Penal

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre


apreciação da prova produzida em contraditório judicial,
não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.
Legislação
Código Civil
Art. 225: As reproduções fotográficas, cinematográficas, os
registros fonográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções
mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena
destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não lhes impugnar
a exatidão.”

Impressão?
Print Screen?
Senha?
HD?
Perícia?
Como Atribuir Validade?

“Com o avanço da tecnologia e o crescimento da


internet, há uma enorme quantidade de relações, de
documentos e contratos realizados por via digital. A
ata notarial possibilita comprovar a integridade e
veracidade de fatos em meio digital, ou atribuir a
eles autenticidade. O tabelião acessa o endereço da
página ou site e verifica o conteúdo, relatando
fielmente tudo aquilo que presencia. A constatação
abrange não só o conteúdo existente, mas também
o acesso, a data, o horário e o endereço http.”
(FERREIRA, Paulo Roberto Gaiger; RODRIGUES, Felipe Leonardo.
Ata Notarial: Doutrina, prática e meio de prova. São Paulo:
Quartier Latin, 2010, p. 163/164)
Ata Notarial

- Instrumento Público (lavrado por Tabelião/por preposto


autorizado)

- Pedido da parte interessada

- Constatação fiel dos fatos/das coisas/das pessoas/das situações

- Comprobatória da existência/do estado delas

- Ausência de interferência por parte do Tabelião, no que toca aos


fatos narrados, que, inclusive podem ser ilegais (e na maioria das
vezes o são)

- O Tabelião é o autor do documento


PROVAS - TRÁFICO NO ORKUT
PROVAS - FACEBOOK
PROVA TESTEMUNHAL – ORKUT
TRT – MINAS GERAIS

CONTRADITA DE TESTEMUNHA - SUSPEIÇÃO - AMIZADE


ESTABELECIDA POR MEIO DO WEBSITE DE
RELACIONAMENTO ORKUT. NÃO-ACOLHIMENTO. O fato de a
testemunha constar, como sendo amiga da autora na página
dela no website de relacionamento orkut, não tem o alcance
de configurar a sua suspeição, porquanto não restou
demonstrada a existência de um estreito laço de amizade
entre elas, como troca de confidências, que possa configurar
a suspeição da testemunha obreira. Sabe-se que,
geralmente, nas relações estabelecidas, por meio do orkut,
não há contato pessoal algum, restringindo-se tais
amizades, tão-somente, à esfera virtual. Deste modo, não
há como acolher a contradita da testemunha obreira.
Identificação de Autoria – TJ/RJ

• “0 direito ao anonimato constitui um dificultador dos


mecanismos de segurança em ambiente virtual”.

• “Incentivar a clandestinidade na rede significa torná-


la um mundo em que ninguém é obrigado a nada,
nem responsável por nada”.

• “Os provedores, como portas de entrada e saída da


rede, são os que têm possibilidade de averiguar os
dados dos internautas que sejam seus clientes,
propiciando que se investigue a prática de atos
irregulares”.
A MATERIALIDADE DO ILÍCITO E A
CONSTITUIÇÃO (INTERCEPTAÇÃO)

Art. 5º: XII - é inviolável o sigilo


da correspondência e das
comunicações telegráficas, de
dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso,
por ordem judicial, nas hipóteses
e na forma que a lei estabelecer
para fins de investigação criminal
ou instrução processual penal.
INTERCEPTAÇÃO - LEI N.º 9.296/96

• Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de


qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em
instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e
dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob
segredo de justiça.
• Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à
interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de
informática e telemática.
• Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de
comunicações telefônicas, de informática ou telemática,
ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial
ou com objetivos não autorizados em lei.
• Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
INTERCEPTAÇÃO - LEI N.º 9.296/96
PROVA - CYBERCAFÉS
• LEI ESTADUAL/SP Nº12.228, de 11 de Janeiro de 2006

• Artigo 1º - São regidos por esta lei os estabelecimentos comerciais instalados no Estado
de São Paulo que ofertam a locação de computadores e máquinas para acesso à
Internet, utilização de programas e de jogos eletrônicos, abrangendo os designados
como "lan houses", cibercafés e "cyber offices", entre outros.

• Artigo 2º - Os estabelecimentos de que trata esta lei ficam obrigados a criar e manter
cadastro atualizado de seus usuários, contendo: I - nome completo; II - data de
nascimento; III - endereço completo; IV - telefone; V - número de documento de
identidade.

§ 1º - O responsável pelo estabelecimento deverá exigir dos interessados a exibição de


documento de identidade, no ato de seu cadastramento e sempre que forem fazer
uso de computador ou máquina.

§ 2º - O estabelecimento deverá registrar a hora inicial e final de cada acesso, com a


identificação do usuário e do equipamento por ele utilizado.

§ 4º - As informações e o registro previstos


neste artigo deverão ser mantidos por, no
mínimo, 60 (sessenta) meses.
TJSC – Fornecimento de dados errados.

INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS. QUANTIFICAÇÃO.


ABERTURA DE TERMO CIRCUNSTANCIADO CONTRA
REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL
EM RAZÃO DE INFORMAÇÕES PRESTADAS POR
EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÕES. VÍTIMA QUE
EXERCE PROFISSÃO DE PROMOTOR DE JUSTIÇA.
ATIVIDADE QUE EXIGE A MANUTENÇÃO DE SEU
PRESTÍGIO PERANTE A SOCIEDADE. DEVER DE
CONDUTA IRREPREENSÍVEL NA VIDA PÚBLICA E
PARTICULAR. PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO
QUE JUSTIFICAM O VALOR FIXADO EM PRIMEIRO
GRAU.
A MATERIALIDADE DO ILÍCITO E A
CONSTITUIÇÃO (BUSCA E APREENSÃO)
DOS DIREITOS E DEVERES
INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º:

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo,


ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial.
Localização da Provas
- Desktops;

- Notebooks;

- HDs Externos;

- Servidores;

- Câmeras Digitais;

- Handhelds e Smartphones;

- Celulares;

- Aparelhos de MP3;

- Entre outros.

Você também pode gostar