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URI campus de Santo Ângelo - Departamento das Engenharias e Ciência

da Computação
Curso Engenharia Mecânica – Mecânica dos Fluidos (Estática)
Professor Cleiton Fonseca

Mecânica dos Fluidos II


“Trabalho do foguete”

ALUNOS

Vinícius M. Flôres
Willian

Santo Ângelo, 11 de outubro de 2018


1. INTRODUÇÃO

Os foguetes funcionam a partir da combustão de propelentes. A combustão do


propelente gera gases, a altas velocidades que ao serem expelidos ocasionam o
movimento do foguete. É o famoso princípio de ação e reação (3º lei de Newton). Este
mesmo princípio é aplicado no lançamento dos foguetes de garrafa PET.
Para obter a vazão do liquido na saída do foguete, foi usada a equação de
Bernoulli e a aceleração pela equação da quantidade de movimento. Para calcular a
distância percorrida, a altura e a velocidade em tempos determinados, usaram-se as
teorias de movimento de projéteis e sistemas com massa variável.

2. OBJETIVOS

Desenvolver um foguete de propulsão a água e ar comprimido, a partir de


garrafa PET. Visando alcançar maior distância possível após o lançamento, e que sua
trajetória, velocidade e distância sejam comprovadas através dos cálculos. Ser lançado
com uma inclinação de 45º. Desenvolver capacidades e habilidades de pesquisa e
análise de resultados.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1. Primeira Lei de Newton

A Lei da Inércia diz que "Qualquer corpo em movimento continuará se movendo


e qualquer corpo parado permanecerá parado até que alguma força externa aja sobre
ele". Então, inércia é a tendência que os objetos têm de resistir a mudanças no
movimento. Ela é dependente da massa do objeto.

Quanto mais massa, mais inércia a garrafa terá. Mais inércia quer dizer mais
resistência a mudanças de direção, assim o vento necessita de uma maior velocidade
para alterar o curso da garrafa.

Uma garrafa vazia tem menos inércia, pois possui menos massa. Menos inércia
quer dizer menos resistência a mudanças de direção. Com pouca força o vento empurra
a garrafa para outro curso.

3.2. Segunda Lei de Newton


A Segunda Lei de Newton diz que a Força aplicada é igual à massa vezes a
aceleração, ou: F=m·a. Se dois foguetes aplicam forças iguais:

Uma garrafa de maior massa terá uma menor aceleração.

Uma garrafa de menor massa terá uma maior aceleração.

3.3. Terceira Lei de Newton

A Terceira Lei de Newton diz que "para cada ação, há uma reação de igual
intensidade e de sentido oposto". Isso quer dizer que quanto mais água for expelida e
quanto mais depressa isso acontecer, maior será a reação da garrafa.

Massa da garrafa e da água x Velocidade da garrafa é igual a Massa da água


expelida x Velocidade da água expelida.

4. MATERIAIS UTILIZADOS

4.1. Dados do foguete

• Volume interno = 2 litros = 0,002 m³


• Diâmetro interno da garrafa = 100 mm = 0,1 m;
• Diâmetro da saída (bico da garrafa) = 21,7 mm = 0,0217 m;

4.2. Materiais utilizados

2 garrafas PET de 2 litros de Coca-Cola.


3 aletas de plástico PS 3mm.
1 ponteira de aço desconhecido (64,7g).
Fita silver tape.

4.3. Combustível

Como combustível foram utilizados água e o ar comprimido. A pressão interna


na câmara de combustão faz com que o foguete voe.

4.4. Dispositivo de lançamento


Para o lançamento foi utilizado um dispositivo com ângulo de ataque de 45º,
com compressor de ar com uma pressão de 45PSig, que alimentara a câmara de
combustão.

4.5. Ponteira

A ponteira serve para dar direção e equilíbrio ao foguete durante o vôo. Com
peso de 64,7g.

4.6. Corpo do foguete

Foram usadas duas garrafas, sendo a metade de uma encaixada na outra, para
obter-se bom formato aerodinâmico.

5. EQUAÇÕES

5.1. Equação da quantidade de movimento

A soma de todas as forças (forças de campo e de superfície) agindo num V.C.


sem aceleração é igual à soma da taxa de variação da quantidade de massa dentro do
V.C. e da taxa resultante de fluxo de quantidade de massa através da S.C.

5.2. Equação de Bernoulli

O princípio de Bernoulli afirma que para um fluxo sem viscosidade, um aumento


na velocidade do fluido ocorre simultaneamente com uma diminuição na pressão ou
uma diminuição na energia potencial do fluido.

P1 V 12 P2 V 22
+ + gz 1= + + gz 2
ρ 2 ρ 2

6. MEMORIAL DE CÁLCULOS

-Quantidade de água: 400 mL


-Inclinação da torre de lançamento: ө = 45°
-Massa inicial do foguete: M0 = 586,2 gramas
-Pressão: 45psi = 310264Pa
-Pressão atm Santo Ângelo: P=1015hPa = P=101500Pa
Dado obtido em 11/10/2018 em: <http://tempo1.cptec.inpe.br/cidades/previsao.do?
parameter=tempo&id=4705>
Área do bocal: 0,00036983m²

6.1. Área de saída de fluído

Tempo que é consumido o combustível será o volume dividido pela vazão no


bocal do foguete.

Abocal =π . ( )
D2
4

( )
2
0,0217
Abocal =π .
4

Abocal =0 ,000369 m ²

6.2. Velocidade de saída

A partir da equação de Bernoulli obtivemos a velocidade inicial que a água sai


pelo bocal.

p 1 V 12 p V 2
+ + g Z 1 = 2 + 2 + g Z2
ρ 2 ρ 2

pman, logo, p2= p atm− pman

V 1=0, pois está parado

gZ 1=gZ2 , logo = 0

p1=¿ 45 PSI = 310264 Pa

p2=1015 00 Pa

V 2=
√ ( p1− p 2)× 2
ρ
V 2=
√ (310264−101500)× 2
1000

V 2=20,43 m/ s

6.3. Vazão volumétrica

Para determinar a vazão volumétrica utilizou se a equação da conservação de


massa com algumas restrições, sendo escoamento permanente, velocidades uniformes e
escoamento incompressível.
Q=V A

Q=20,43×(0,00036983)

3
Q=0,00756 m / s

6.4. Tempo que é consumido o combustível:

Volume
T=
Q2

0,00036983 m³
T=
0,00 756 m³ /s

T =0,0 489 Segundos

6.4. A aceleração do foguete, quando esgota o combustível

t=0,0 489
V e me
a rf = −g . senα
M 0−me t

20,43∗7,56
a rf = −9,8∗0,707
0 ,586−7,56∗0,0 489

a rf =707,07 m/s ²

6.5. Vazão mássica


Para determinar a vazão mássica (ṁ) utilizou se a equação da conservação de
massa com algumas restrições, sendo escoamento permanente e de velocidades
uniformes.
ṁ=ρV A

ṁ=1000 ×20,43 ×(0,00036983)

ṁ=7,555 Kg/s

6.5 A velocidade do foguete, quando esgota o combustível.

- Velocidade após 0,0489 segundos do lançamento

Para saber a velocidade do foguete após determinado tempo, integramos a


equação final da aceleração inicial, em função do tempo. Então temos:

dV V 0 ṁ
= −g
dt M 0 ṁ

t
V 0 ṁ dt t
V =∫ −∫ g dt
0 M 0 ṁt 0

V =−V 0 × ln
( M 0−ṁt
M0 )−g t

V =−20,43× ln ( 0 , 586−7,555
0,586
x 0 , 0489
)−9,81× 0 ,0489
V =19,857 m/ s

5.1.5 Tempo de voo


V0
t g=
g

2 0,43
t g=
9,81

t g=2, 08
t=2,08+2 , 08

t=4,16 s

5.1.6 Alcance horizontal


Para determinar o alcance horizontal, utiliza-se a função horária da posição para
movimento retilíneo uniforme por Torricelli, onde analisa o ponto inicial de partida do
foguete, o ângulo que o foguete vai estar na hora da partida assim como o tempo que o
mesmo irá permanecer no ar.

x 0=0
θ=45 °=â ngulo de lan ç ament o
x=x 0 +V O ×cosθ ×t
x=0+ 20,43× cos 45 ° × 4,16
x=60,09 m
5.1.7 Alcance vertical

Para determinar o alcance vertical utilizou-se a equação de Torricelli, equação


do movimento uniformemente variado independente do tempo.
V 02+ sen2 θ
h=
2× g
20,43 + sen2 45 °
2
h=
2 ×9,81
h=21,298 m

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para a avaliação do desempenho do foguete, a primeira resolução foi da velocidade


inicial, por meio da equação de Bernoulli. Após foram calculados, os alcances,
horizontal e vertical, a aceleração e a velocidade (após 0,1 segundos de lançamento), os
resultados obtidos estão no quadro abaixo.

Tempo de consumo de combustível 0,075s


Aceleração do foguete quando acaba o combustível 830m/s²
Velocidade do foguete quando acaba o combustível 30,665m/s
Altura máxima quando velocidade é zero 16,00m
Distancia percorrida pelo foguete 63,63m
Quadro um, resultados obtidos após os cálculos.

6.1 CONCLUSÃO

Os cálculos foram realizados utilizando os conhecimentos de mecânica dos


fluídos I e II (dinâmica) e física. O objetivo proposto foi alcançado, o foguete foi
lançado com sucesso e os resultados obtidos na pratica estão bem próximos aos
resultados obtidos nos cálculos matemáticos. Desde que nas condições de vôo sejam
ideais, sem vento e com temperatura ambiente de 20Cº.

7. Bibliografia

FOX, Robert W.; MCDONALD, Alan T.Introdução à Mecânica dos Fluidos. 4. Ed. Rio
de Janeiro: LTC Editora, 1998.

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física –


Mecânica. 8. Ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2009.

DE OLIVEIRA BARBOSA, Joaquim et al. Foguete de Garrafa PET. Sistema de


Publicações IFMT-Campus Cuiabá, v. 1, n. 1, 2013.

DE SOUZA, James Alves. Um Foguete de Garrafas PET.Física na Escola, São Carlos


v. 8, n. 2, p. 4-11, 2007

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