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A baleia-comum é comumente caracterizada por seu grande tamanho e corpo esbelto.

A média
de tamanho dos machos e fêmeas da espécie é de 19 e 20 metros, respectivamente.
Subespécies no hemisfério norte são conhecidas por atingir comprimentos de até 24 metros, e
as espécies antárticas, de até 26,8 metros.[3] Ainda não há registros da pesagem de um
espécime adulto, mas cálculos sugerem que um adulto de 25 metros pese em torno de 70 mil
quilogramas, ou 70 toneladas. A maturidade física completa se atinge entre 25 e 30 anos,
embora se saiba que essas baleias costumam viver até os 94 anos de idade.[17] Uma baleia-
comum recém-nascida mede aproximadamente 6,5 metros de comprimento e pesa
aproximadamente 1 800 quilogramas.[18] O grande tamanho ajuda na identificação do animal,
que geralmente é confundido apenas com a baleia-azul, a baleia-sei ou, em águas quentes,
com a baleia-de-bryde.[carece de fontes]

A baleia-comum tem a parte de cima e lados de coloração cinza-amarronzada e a parte inferior


esbranquiçada. Ela tem um focinho pontudo, espiráculos emparelhados e um amplo e
achatado bico. Dois padrões em forma de V de coloração clara começam atrás dos espiráculos
e seguem pelos lados em direção à cauda numa diagonal, inclinada para cima, até a barbatana
dorsal, às vezes recurvando-se adiante nas costas.[3] Ela tem uma marca branca na direita da
mandíbula inferior, enquanto o lado esquerdo é cinza ou preto[18] Apesar de poder ser
ocasionalmente observada em baleias-minke, essa assimetria é universal na baleia-comum e
rara entre os cetáceos, constituindo-se uma das chaves para a identificação dessa espécie. Uma
hipótese que explica o desenvolvimento desta assimetria é a preferência da baleia em nadar
em seu lado direito quando sobe à superfície para se lançar novamente à água, e circular à
direita quando se encontra na superfície, acima de uma presa. Porém, geralmente outras
baleias circulam à esquerda. Apesar da existência de várias hipóteses, nenhuma é aceita no
meio científico para explicar essa assimetria.[19]

A baleia tem uma série de 56 a 100 pregas ou sulcos ao longo da parte inferior do corpo que se
espalham da ponta do queixo ao umbigo, o que permite que a área da garganta se expanda
largamente durante a alimentação. Tem uma barbatana dorsal curva e proeminente (60
centímetros) sobre três quartos das costas. As suas barbatanas são pequenas e afiadas, e sua
cauda é larga, pontuda, e com entalhes no centro.[3]

Quando a baleia atinge a superfície, a barbatana dorsal é visível logo após o focinho. O focinho
é vertical e estreito e pode alcançar 6 metros de comprimento.[18] A baleia sopra de uma a
várias vezes, pelos espiráculos, a cada visita à superfície, ficando próxima a esta por
aproximadamente um minuto e meio a cada vez. A cauda permanece submergida durante a
seqüência na superfície. Ela então mergulha à profundidade de até 250 metros, cada mergulho
durando entre 10 e 15 minutos. As baleias-comuns são conhecidas por saltar completamente
para fora da água.[18]

Reprodução

O encontro entre machos e fêmeas ocorre em mares e tem cerca de 3 reproduções sexuais por
dia, a cada reprodução a baleia solta 2 mil litros de esperma e pelo menos mil litros vazam para
o mar, e o período de gestação dura de onze meses a um ano. Um filhote desmama de sua mãe
6 ou 7 meses após o nascimento, quando alcança 11 ou 12 metros de comprimento, e o filhote
acompanha a mãe para a área de alimentação de inverno. As fêmeas se reproduzem a cada 2
ou 3 anos, produzindo até 6 fetos, mas nascimentos únicos são mais comuns. As fêmeas
alcançam a maturidade sexual entre 3 e 12 anos de idade.[18]

Alimentação

Vista aérea da baleia-comum se alimentando

A baleia-comum é um filtrador, alimentando-se de pequenos cardumes de peixe, lulas e


crustáceos incluindo misidáceos e krill.[18] Ela se alimenta pela abertura de suas mandíbulas
enquanto nada a uma velocidade relativamente alta — 11 quilómetros por hora, segundo um
estudo[20] —, o que faz com que engolfe mais de 70 metros cúbicos de água em uma engolida.
Ela então fecha suas mandíbulas e empurra a água de volta para fora através de suas barbas de
baleia, o que permite que a água escoe enquanto captura as presas. Um adulto tem entre 262
e 473 barbas de baleia em cada lado da boca. Cada placa é composta por queratina, que se
desfia em pequenos pêlos perto da língua. Cada placa chega a medir 76 centímetros de
comprimento e 30 centímetros de largura.[3]

A baleia realiza mergulhos rotineiros a profundidades maiores que 200 metros (650 pés), onde
ela executa uma média de quatro "botes", alimentando-se de agregações de krill. Cada
engolida fornece à baleia cerca de 10 quilogramas de krill.[20] Uma baleia pode consumir até 1
800 quilogramas de comida por dia,[3] o que levou os cientistas a concluir que a baleia gasta
anualmente cerca de três horas de cada dia alimentando-se para satisfazer suas necessidades
energéticas, aproximadamente o mesmo que os seres humanos. Se as aglomerações de presas
não são suficientemente densas, ou estão localizadas em águas muito profundas, a baleia tem
que gastar uma parcela maior do seu tempo à procura de alimento.[20] As baleias-comuns
também têm sido observadas circundando cardumes de peixe em alta velocidade,
compactando o cardume em uma bola comprimida, e depois virando de lado antes de engolfar
os peixes.[3]

Comportamento

A baleia-comum é um dos cetáceos mais rápidos e pode manter velocidades de até 37


quilômetros por hora,[18] e alcançar velocidades superiores a 40 quilómetros por hora, como
já foi registrado, razão pela qual essa baleia é chamada de “galgo das profundezas”.[21] As
baleias-comuns são mais gregárias que outros rorquais, e comumente vivem em grupos de 6 a
10 indivíduos, embora em áreas de alimentação seja possível observar até 100 baleias
juntas.[17]

Vocalização

Ver artigo principal: Canto das baleias e Lista de cantos das baleias
Multimédia relacionada à baleia-comum

Observe que o canto da baleia foi acelerado em 10 vezes sobre sua velocidade original.

Canto da baleia-comum

0:18

Gravado no Oceano Atlântico

Problemas na execução dos arquivos? Veja Introdução à mídia.

Como outras baleias, os machos dessa espécie emitem sons longos, altos e de baixa
frequência.[18] As vocalizações das baleias azul e fin produzem as mais baixas freqüências
conhecidas entre os animais.[22] A maioria dos sons são de modulação em freqüência (FM) de
pulsos infra-sônicos de 16 a 40 hertz (o ouvido humano capta sons entre as faixas de 20 e 20
mil hertz). Cada som dura entre um e dois segundos, e várias combinações de sons ocorrem
em seqüências de 7 a 15 minutos cada. Essas seqüências são então repetidas por vários
dias.[23] As seqüências vocais têm nível de fonte de 184 a 186 decibéis relativos a 1
micropascal (µPa) a uma distância de referência de um metro, e podem ser detectadas a
centenas de quilômetros de sua fonte.[24]

Quando os sons da baleia-comum foram gravados pela primeira vez por biólogos americanos,
os pesquisadores não se deram conta de que esses sons raros, altos, longos, puros e regulares
estavam sendo emitidos por baleias. Primeiro investigaram a possibilidade de que os sons eram
devido ao mau funcionamento dos equipamentos, fenômenos geofísicos ou parte de um
esquema da União Soviética para a detecção de submarinos. Eventualmente, biólogos
determinaram que os sons eram emitidos pelas vocalizações da baleia-comum.[22]

Associações diretas dessas vocalizações com a temporada reprodutiva da espécie e somado ao


fato de somente machos emitirem esse som sugerem que essas vocalizações sejam utilizadas
como possível estratégia para a reprodução.[25][26] Ao longo dos últimos 100 anos, o
dramático acréscimo de ruído nos oceanos, por conta de atividades de navegação, podem ter
freado a recuperação da população da baleia-comum, impedindo a comunicação entre machos
e fêmeas sexualmente receptivas.[27]

Habitat e migração

As baleias-comuns podem atingir um comprimento maior que 27 metros

Como muitos dos grandes rorquais, a baleia-comum é uma espécie cosmopolita. É encontrada
em todos os principais oceanos, e em águas que variam de polares a tropicais. A espécie está
ausente somente nas águas próximas aos blocos de gelo dos pólos norte e sul e áreas
relativamente pequenas de águas afastadas dos grandes oceanos, como o Mar Vermelho, o
Golfo Pérsico, o leste do Mar Mediterrâneo e o Mar Báltico. A maior densidade populacional
ocorre em águas temperadas e frias. A menor densidade ocorre nas águas mais quentes, em
regiões equatoriais. As baleias-comuns preferem águas profundas para além das plataformas
continentais e águas rasas.[28]

A baleia-comum do Atlântico Norte é amplamente distribuída, ocorrendo do Golfo do México


ao Mar Mediterrâneo, em direção ao norte até os limites dos blocos de gelo do Ártico. No
geral, baleias-comuns são mais abundantes no norte na latitude 30ºN aproximadamente, mas
há consideráveis confusões sobre sua ocorrência ao sul dessa latitude pela dificuldade em
distinguir a baleia-comum da baleia-de-bryde.[29] Muitas pesquisas marinhas levaram
pesquisadores a concluir que o local de alimentação da baleia-comum durante o verão no
oeste do Atlântico Norte ocorre principalmente entre as latitudes 41º20'N e 51º00'N,
contornando a costa a 1,8 mil metros desta.[30]

A distribuição da baleia-comum no Pacífico Norte durante o verão ocorre nas imediações das
águas marginais desde a Baja California (Baixa Califórnia) central ao Japão, e ao norte até o Mar
de Chukchi, bordeando o Oceano Ártico.[31] Elas ocorrem em maior densidade no norte do
Golfo do Alasca e no sul do Mar de Bering entre maio e outubro, com algum movimento
através das Ilhas Aleútas para dentro e fora do Mar de Bering.[32] Muitas baleias marcadas
entre novembro e janeiro no sul da Califórnia foram mortas na Califórnia central, Oregon,
Colúmbia Britânica e no Golfo do Alasca.[31] Baleias-comuns foram observadas alimentando-se
nas águas do Havaí em meados de maio, e muitos avistamentos da espécie durante o inverno
foram realizadas ali.[33] Alguns pesquisadores sugerem que as baleias migram para as águas
havaianas principalmente no outono e inverno.[34]

Apesar de as baleias-comuns serem certamente migratórias, movendo-se entre as estações


para dentro e fora das áreas de alimentação em altas latitudes, o padrão geral de migração
dessas baleias não é bem compreendido. Leituras acústicas de escutas passivas pelo hidrofone
indicam uma migração das baleias-comuns do Atlântico Norte em direção ao sul, ocorrendo
durante o outono desde a região de Labrador-Terra Nova, passando pelas Bermudas, até às
Índias Ocidentais.[35] Uma ou mais populações de baleias-comuns são conhecidas por
permanecer em altas latitudes, movendo-se pelas regiões costeiras, mas não em direção ao sul
no fim do outono.

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