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Rosa Letícia Acioly de Castro

RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE

SAÚDE EM COMUNIDADE DE TERREIRO

Resenha crítica apresentada na disciplina de


Cidadania e Equidade, do Curso de Medicina, da
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de
Alagoas.

Professora: Salete Bernardo

Maceió, 18 de agosto de 2020


RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE x SAÚDE EM TERREIRO

Os textos analisados são artigos cujos temas são: A relação assimétrica médico-paciente:
repensando o vínculo terapêutico, de Andrea Caprara e Josiane Rodrigues, escrito em 2004; e
Atenção à saúde em uma comunidade tradicional de terreiro, de Miriam Cristiane Alves e
Nedio Seminotti, 2009. Apesar dos anos que os distanciam e da mais de uma década que os
afastam dos dias de hoje, os temas abordados mostram-se não só muito conexos como
também atualmente relevantes.

De forma ampla, o primeiro texto traz a “necessidade crescente em desenvolver uma


comunicação mais aberta entre médicos e pacientes que possibilite uma maior qualidade na
relação.” De forma mais restrita, o segundo texto aborda os ritos e mitos das comunidades de
terreiro como constituintes de “um conjunto de saberes e verdades legítimas em seu contexto
e que, muitas vezes, se contrapõe e escapa aos saberes e verdades técnico-científicas dos
profissionais.”

Apesar de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter como conceito de saúde “o completo
bem estar físico, mental e social, e não só a ausência de doenças” o primeiro documento
demonstra que o desenvolvimento técnico-científico foi gradativamente incorporado às
profissões do fazer saúde e no lugar de somar-se à relação pessoal entre médico e paciente,
tomou seu lugar e deixou de lado o aspecto subjetivo do diagnóstico. Assim, subestimando “a
dimensão psicológica, social e cultural da relação saúde-doença”.

Enquanto isso, o segundo documento apresenta as práticas do terreiro como estando muito
mais alinhadas ao que propõe a OMS e o programa de humanização do SUS visto que “Ao
trabalhar com a tríade físico-espiritual-cultural, o terreiro, com sua auto-organização, tem
um modo de produzir saúde que extrapola as verdades técnico-científicas das práticas
convencionais.”

Dentre outros obstáculos, ambos os textos relatam a capacidade de lidar com a diversidade
cultural como indispensáveis para a promoção eficiente da saúde. O profissional da saúde
deve ser “capaz de aprender novos valores e desenvolver outras percepções de saúde-
doença.”. Desta forma, faz-se necessário a implementação de mudanças no que diz respeito a
formação de médicos e demais profissionais da saúde, capacitando-os a estabelecer uma
relação que “seja centrada no paciente e não apenas na doença” e fazer das práticas
tradicionais, como as desenvolvidas no terreiro, aliadas, para que “novas redes de apoio e
cuidado à saúde possam se constituir, possibilitando a otimização de recursos humanos e a
potencialização de equipamentos sociais.”

LINKS:

A mulata que nunca chegou | Nátaly Neri | TEDxSaoPauloSalon


https://youtu.be/02TBfKeBbRw

Por quê?

Na verdade meio que maratonei o canal, mas esse relato em particular me tocou pois foi triste
e ao mesmo tempo importante ouvir sob a ótica da mulher mulata. Abrir os olhos para o fardo
que ela carrega em situações aparentemente tão banais e que infelizmente já pude presenciar
sem nem me dar conta que aquilo também é racismo, ou melhor, racismo e machismo. Os
dois muito bem estruturados em uma sociedade tão cega que, em tom de elogio, chicoteia a
mulher negra em sua essência.

Desigualdade Racial no Brasil - 2 minutos para entender!

https://youtu.be/ufbZkexu7E0

Por quê?

Vídeo simples e que não trouxe nenhuma grande novidade para mim, mas que considero
interessante pela didática e pela velocidade da exposição dos fatos, dado a impaciência da
sociedade atual. É rapidinho e vale a pena os dois minutinhos de atenção.

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