Você está na página 1de 100

NIVELAMENTO

DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior


A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que estão inseridos.

Missão da Faculdade Católica Paulista

Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
www.uca.edu.br

Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria,
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

SUMÁRIO

AULA 01 CONJUNTOS 05

AULA 02 CONJUNTOS NUMÉRICOS 13

AULA 03 FRAÇÕES 18

AULA 04 OPERAÇÕES COM FRAÇÕES 22

AULA 05 POTENCIAÇÃO E RADICIAÇÃO 27

AULA 06 RAZÃO E PROPORÇÃO 31

AULA 07 REGRA DE TRÊS 38

AULA 08 PORCENTAGEM 42

AULA 09 EXPRESSÕES ALGÉBRICAS 44

AULA 10 PRODUTOS NOTÁVEIS E FATORAÇÃO DE POLINÔMIOS 48

AULA 11 EQUAÇÕES DO PRIMEIRO GRAU 52

AULA 12 EQUAÇÕES DO SEGUNDO GRAU 60

AULA 13 PRODUTO CARTESIANO E RELAÇÕES 66

AULA 14 FUNÇÕES 71

AULA 15 FUNÇÕES ELEMENTARES 81

AULA 16 TRIGONOMETRIA 89
NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

INTRODUÇÃO

Olá, aluno(a). É com prazer que apresento a você o livro de “Nivelamento de Matemática”.
Sou a professora Rebecca Manesco Paixão, graduada em Engenharia Ambiental e Sanitária
e licenciada em Matemática, especialista em Segurança do Trabalho, mestre em Engenharia
Química e atualmente cursando o doutorado em Engenharia Química, com estágio de
doutoramento realizado em Portugal.
O presente material encontra-se dividido em 16 aulas, preparadas com o objetivo de
relembrarmos alguns conceitos importantes da Matemática, contribuindo com a sua formação
acadêmica.
Iniciaremos nossos estudos com a noção de conjuntos e, neste contexto, veremos os
conjuntos numéricos. Na sequência, estudaremos as frações e as operações que podem
ser feitas por meio de frações.
Em um segundo momento, abordaremos os conceitos de razão e proporção, para na
sequência, nos recordarmos da regra de três, tanto simples como composta, utilizada
sempre que quisermos encontrar um valor desconhecido, comparando grandezas direta ou
inversamente proporcionais.
Neste material, também trataremos de expressões algébricas e equações e inequações
do primeiro e do segundo grau.
Finalizaremos nossos estudos com as funções e algumas das funções elementares como
as polinomiais, exponenciais e logarítmicas, tendo em vista a sua importância e aplicação
em diversas áreas do conhecimento.
A última aula é dedicada à retomada de alguns conceitos importantes da trigonometria,
bem como ao estudo das funções trigonométricas: seno, cosseno e tangente.

Bons Estudos!
Professora Me. Rebecca Manesco Paixão.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

AULA 1
CONJUNTOS

Caro(a) aluno(a), vamos iniciar nossos estudos com os conjuntos.

A ideia intuitiva de conjunto é tão antiga quanto a de número e, embora sempre


tenha existido no pensamento humano e na Matemática, só recebeu tratamento
formal e sistemático no final do século XIX, pelo matemático russo Georg Cantor
(1845 – 1918) – o criador da teoria dos Conjuntos (FACCHINI, 2006, p.7).

Um conjunto pode ser pensado como uma coleção de objetos, tal que estes objetos que
fazem parte do conjunto são ditos elementos. Normalmente, indica-se o conjunto por letras
maiúsculas e os elementos por letras minúsculas.
Se o elemento x pertence ao conjunto A, então, dizemos que “x pertence ao conjunto
A”, e escrevemos x∈A. Por outro lado, escrevemos x∉A para indicar que “x não percente ao
conjunto A”.
Seja B um conjunto finito, n(B) diz respeito ao número de elementos deste conjunto.

Exemplo 1.1: O conjunto C, C={1,2,3,4,5} tem 5 elementos, logo, n(C)=5.

Caso o conjunto tenha apenas um único elemento, então ele é dito unitário.

Exemplo 1.2: Se D={x|x é um número natural e x+2=3}, então D={1}.

E, caso o conjunto não tenha elementos, então ele é dito vazio, indicado por { } ou Ø.

Exemplo 1.3: Se E={x|x é o dia da semana que começa com a letra A}, então E={ }.

De modo geral, o conjunto pode ser representado a partir da enumeração de seus elementos,
por meio de uma propriedade comum a todos os seus elementos e por meio de um diagrama.
A enumeração dos elementos de um conjunto é feita entre chaves, a exemplo do conjunto
F dos números ímpares: F={1,3,5,…}.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

A representação de um conjunto por meio de uma propriedade comum a seus elementos é


feita por meio da seguinte notação G={x|x obedece a propriedade P}. Por exemplo: se x é um
número ímpar menor do que 8, então G={x|x é um número ímpar menor do que 8} = {1,3,5,7}.
Por fim, diagramas também são úteis na representação de conjuntos, também conhecidos
por diagramas de Venn ou de Euler. Consiste de uma linha fechada, na qual inserimos
os elementos do conjunto. Havendo também a possibilidade de representar um ou mais
conjuntos simultaneamente.

Exemplo 1.4: Sejam os conjuntos A={1,2,3,4,5} e B={4,5,6,7,8}, então:

1.1 Subconjuntos e a relação de inclusão

Um determinado conjunto B é dito subconjunto de A nos casos em que os elementos de


B são também elementos de A:

B ⊂ A ↔ (∀ x, x ∈ B → x ∈ A)

B ⊂ A indica que B está contido em A. Além disso, o símbolo ∀ é um quantificador universal,


o qual se lê “qualquer que seja” (BUCCHI, 1998).

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Figura 1.1: B é um subconjunto de A. Fonte: elaborado pela autora.

Exemplo 1.5: Se A = {x|x é um número natural ímpar menor do que 4} e B = {x|x é um


número natural ímpar menor do que 8┤}, então A = {1,3} e B ={1,3,5,7}. Isto significa que os
números 1 e 3 pertencem a ambos os conjuntos A e B.
Assim, dizemos que o conjunto A está contido no conjunto B, A ⊂ B, ou ainda que B
contém o conjunto A, B ⊃ A.
Nos casos em que A ⊂ B e B ⊂ A, dizemos que os dois conjuntos A e B são iguais, ou
seja, A = B. Isto significa que dois conjuntos são iguais quando têm os mesmos elementos:

A=B ↔ (∀x, x∈A ↔ x∈B)

Exemplo 1.6: Se A={1,2,3,4} e B={4,3,2,1}, então A=B.

1.2 Operações entre conjuntos

Sejam dois conjuntos A e B, a intersecção de A com B é o conjunto formado pelos elementos


que pertencem ao conjunto A e ao conjunto B, simultaneamente:

A ∩ B = {x|x∈A e x∈B}

Na Figura abaixo, encontra-se ilustrada a intersecção dos conjuntos A e B.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Figura 1.2: Intersecção dos conjuntos A e B. Fonte: elaborado pela autora.

Na intersecção, observam-se as seguintes propriedades:

• A ∩ Ø = Ø,∀A
• A ∩ B = B ∩ A,∀A,∀B
• (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C),∀A,∀B,∀C

Atente-se também, caro(a) aluno(a), a dois casos particulares: 1) se B ⊂ A, então A∩B =B,
ou seja, como B está contido em A, então a intersecção de ambos é o próprio conjunto B;
2) se A∩B=Ø, então A e B são conjuntos disjuntos, ou seja, não têm elementos em comum,
tal que a intersecção é o conjunto vazio.

Exemplo 1.7: Sejam os conjuntos A={0,1,2,3}, B={2,4,6} e C={1,3,5}, então:

A ∩ B={0,1,2,3} ∩ {2,4,6}={2}
A ∩ C= {0,1,2 ,3} ∩ {1,3,5}= {1,3}
B ∩ C={2,4,6} ∩ {1,3,5} = Ø

Por sua vez, denominamos de união de dois conjuntos A e B o conjunto formado pelos
elementos que pertencem ao conjunto A ou ao conjunto B:

A ∪ B = {x|x ∈ A ou x ∈ B}

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Figura 1.3: União dos conjuntos A e B. Fonte: elaborado pela autora.

Na união observam-se as seguintes propriedades:

• A ∪ Ø = A,∀A
• A ∪ A = A,∀A
• Ø ∪ Ø = Ø
• A ∪ B = B ∪ A,∀A,∀B
• (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C),∀A,∀B,∀C

Atente-se também, caro(a) aluno(a), a dois casos particulares: 1) se A⊂B, então A∪B=B;
2) se A e B são conjuntos disjuntos, então A∪B=A+B.

Exemplo 1.8: Sejam os conjuntos A={0,1,2,3}, B={2,4,6} e C={1,3,5}, então:

A ∪ B = {0,1,2,3} ∪ {2,4,6} = {0,1,2,3,4,6}


A ∪ C = {0,1,2,3} ∪ {1,3,5} = {0,1,2,3,5}
B ∪ C = {2,4,6} ∪ {1,3,5} = {1,2,3,4,5,6}

Anote isso

As conjunções “e” e “ou” têm um papel importante no estudo de conjuntos. A intersecção


de A e B é o conjunto formado pelos elementos que pertencem a A e a B, enquanto que
a união de dois conjuntos A e B é o conjunto formado pelos elementos que pertencem
a A ou a B.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Considerando dois conjuntos A e B, o conjunto formado pelos elementos do conjunto A


que não pertencem ao conjunto B são chamados de conjunto diferença de A e B:

A - B = {x|x ∈ A e x ∉ B}

Figura 1.4: Diferença dos conjuntos A e B. Fonte: elaborado pela autora.

Na diferença observam-se as seguintes propriedades:

• Se A ∩ B = Ø, então A - B = A,∀A,∀B
• Se B ⊂ A, então B - A = Ø,∀A,∀B
• Se A ≠ B, então A - B ≠ B - A,∀A,∀B
• Se A = B, então A - B = Ø e B - A = Ø,∀A,∀B

Atente-se para o caso particular quando A e B são conjuntos disjuntos, tal que A - B = A.

Exemplo 1.9: Sejam os conjuntos A={0,1,2,3} e B={2,4,6}, então:

A - B = {0,1,2,3} - {2,4,6} = {0,1,3}


B - A = {2,4,6} - {0,1,2,3} = {4,6}

A partir do exemplo acima, podemos concluir que A - B ≠ B - A.

Vamos agora falar do complementar de um conjunto. Considerando dois conjuntos A e


B, com B ⊂ A, o conjunto B\A é denominado de complementar de B em relação a A.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Exemplo 1.10: Sejam os conjuntos A={2,4,6,8} e B={4,6}, o conjunto complementar é B\


A={2,8}:

A B
2 ∈ ∉

4 ∈ ∈

6 ∈ ∈

8 ∈ ∉

Por sua vez, se o conjunto A é um subconjunto do conjunto universo U, A ⊂ U, o complementar
de A com relação a U é denotado por Ā.

Exemplo 1.11: Seja o conjunto universo U={0,1,2,3,4,5,6}, e os conjuntos A={0,1,2,3} e


B={1,3,5}, então:

Ā = U - A = {0,1,2,3,4,5,6} - {0,1,2,3} = {4,5,6}


B = U - B = {0,1,2,3,4,5,6} - {1,3,5} = {0,2,4,6}

1.3 Número de elementos da união de conjuntos

Caro(a) aluno(a), para finalizarmos esta nossa primeira aula, vamos falar sobre o número
de elementos da união de dois conjuntos.
Sejam dois conjuntos A e B, em que n(A) denota o número de elementos de A, n(B) denota
o número de elementos de B, n(A ∪ B) denota o número de elementos de A ∪ B, e n(A ∩ B)
denota o número de elementos de A ∩ B, então, podemos dizer que:

n(A ∪ B) = n(A) + n(B) - n(A ∩ B)

Exemplo 1.12: Em uma determinada cidade existem 2 jornais em circulação, que juntos
têm 1.000 assinantes. Sabe-se que o jornal A tem 400 assinantes e que 150 pessoas assinam
os jornais A e B.
Extraindo os dados do enunciando, podemos concluir que:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

n(A ∪ B)=1000
n(A)=400
n(A ∩ B)=150

Assim, podemos dizer que 250 pessoas assinam somente o jornal A porque:

n(A) = x + n(A ∩ B)
400 = x + 150
x = 400 - 150 → x = 250

750 são as pessoas que assinam o jornal B, uma vez que:

n(A ∪ B) = n(A) + n(B) - n(A ∩ B)


1000 = 400 + n(B) - 150
1000 = 250 + n(B)
n(B) = 1000 - 250 → n(B) = 750

E 600 são os assinantes exclusivos do jornal B, uma vez que:

n(B) = y + n(A ∩ B)
750 = y + 150
y = 750 - 150 → y = 600

Para este exemplo, o diagrama de Venn tem o seguinte formato:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

AULA 2
CONJUNTOS NUMÉRICOS

Nesta nossa aula veremos que os conjuntos numéricos reunem elementos que são
números. São formados pelos números naturais, inteiros, racionais, irracionais e reais.
Vamos iniciar com o conjunto dos números naturais, denotado por ℕ. Ao enumerarmos
o conjunto dos números naturais, temos: ℕ={0,1,2,3,…}.
São subconjuntos dos números naturais os números naturais não nulos, os números
naturais pares, os números naturais ímpares e os números naturais primos:

• Conjunto dos naturais não-nulos: ℕ*={1,2,3,4,…}


• Conjunto dos naturais pares: ℕp={0,2,4,6,…,2n,…}, em que n∈ℕ
• Conjunto dos naturais ímpares: ℕi={1,3,5,7,…,2n+1,…}, em que n∈ℕ
• Conjunto dos números naturais primos: P={2,3,5,7,11,…}

O conjunto dos números inteiros é denotado por ℤ. Enumerando os elementos do conjunto


dos números inteiros, temos: ℤ={…,-3,-2,-1,0,1,2,3,…}.
Os subconjuntos dos números inteiros são:

• Conjunto dos inteiros não-negativos: ℤ+ = {0,1,2,3,…}


• Conjunto dos inteiros negativos: ℤ- ={…,-3,-2,-1,0}
• Conjunto dos inteiros não-nulos: ℤ*={…,-3,-2,-1,1,2,3,…}
• Conjunto dos inteiros positivos, excluindo o zero: ℤ*+={1,2,3,…}
• Conjunto dos inteiros negativos, excluindo o zero: Z*- ={…,-3,-2,-1}

O conjunto dos números racionais reúne números que podem ser escritos na forma de
fração. Isto significa que um número racional é um número que pode ser colocado na forma
de uma razão , em que p ∈ ℤ e q ∈ ℤ*, ou seja:

{
ℚ = x|x = , p ∈ ℤ e q ∈ ℤ* }
Os seguintes conjuntos são subconjuntos de ℚ:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

• ℚ*: subconjunto dos números racionais não-nulos formado pelos números racionais,
excluindo o zero
• ℚ+: subconjunto dos números racionais não-negativos formado pelos números racionais
positivos e o zero
• ℚ*+: subconjunto dos números racionais positivos formado pelos números racionais
positivos, excluindo o zero
• ℚ -: subconjunto dos números racionais não-positivos formado pelos números racionais
negativos e o zero
• ℚ*-: subconjunto dos números racionais negativos formado pelos números racionais
negativos, excluindo o zero

O conjunto dos números irracionais denotado por Iℝ, reúne números irracionais, ou seja,
aqueles representados na forma decimal, com infinitos algarismos e que não apresentam
periodicidade. São exemplos de números irracionais: √2,√5, e, π.
Por fim, a reunião do conjunto dos números racionais e do conjunto dos números irracionais
constitui o conjunto dos números reais, ou seja, ℝ = ℚ ∪ Iℝ. Assim, seja um determinado
número x, podemos dizer que:

ℝ = {x|x é racional ou x é irracional}

Os seguintes conjuntos são subconjuntos de ℝ:

• Conjunto dos números reais não-nulos: ℝ* = ℝ - {0}


• Conjunto dos números reais não-negativos: ℝ+= {x ∈ ℝ|x ≥ 0}
• Conjunto dos números reais não-positivos: ℝ_-={x ∈ ℝ|x ≤ 0}
• Conjunto dos números reais positivos: ℝ*+ = {x ∈ ℝ|x > 0}
• Conjunto dos números reais negativos: ℝ*- = {x ∈ ℝ|x < 0}

Assim, podemos concluir que: ℕ ⊂ ℤ ⊂ ℚ ⊂ ℝ e Iℝ ⊂ ℝ. Veja a Figura abaixo:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Figura 2.1: Conjuntos numéricos. Fonte: elabordo pela autora.

Além disso, caro(a) aluno(a), também podemos representar o conjunto ℝ por meio de uma
reta orientada, associando cada número real a um único ponto da reta. Veja a Figura abaixo:

Figura 2.2: Reta real. Fonte: Ferreto (2020, online)

2.1 Intervalos numéricos

Caro(a) aluno(a), alguns subconjuntos de ℝ são indicados por desigualdades, denominados


de intervalos. Considerando dois números reais a e b, tal que a < b, então:

• O intervalo aberto de extremos a e b é o conjunto ]a,b[ = {x ∈ ℝ|a < x < b}


• O intervalo fechado de extremos a e b é o conjunto [a,b] = {x ∈ ℝ|a ≤ x ≤ b}
• O intervalo fechado à esquerda e aberto à direita é o conjunto [a,b[ = {x ∈ ℝ| a ≤ x < b}
• O intervalo fechado à direita e aberto à esquerda é o conjunto ]a,b]={x ∈ ℝ|a < x ≤ b}

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Anote isso

Os números a e b são chamados de, respectivamente, extremo inferior e extremo


superior do intervalo. E, o número b – a é denominado de amplitude do intervalo.
Exemplo: Em ]2,6[={x ∈ ℝ|2 < x < 6}, temos um intervalo aberto de extremos 2 e 6, e
amplitude 4.
Fonte: Facchini (2006).

Além dos intervalos acima, também existem os intervalos infinitos:

• ]-∞,a[ = {x ∈ ℝ|x < a}


• ]-∞,a] = {x ∈ ℝ|x ≤ a}
• ]a,+∞[ = {x ∈ ℝ|x > a}
• [a,+∞[ = {x ∈ ℝ|x ≥ a}
• ]-∞,+∞[ = ℝ

2.2 Operações com intervalos numéricos

Caro(a) aluno(a), é possível fazer as operações de união e intersecção com intervalos.


Veja os exemplos que seguem:

Exemplo 2.1: Sejam os intervalos A = ]-1,3] e B = [1,4], então:


A∪B = ]-1,4]
A∩B = [1,3]

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Exemplo 2.2: Sejam os intervalos A = {x ∈ ℝ|-2 < x < 2} e B = {x ∈ ℝ|1 ≤ x < 4}, então:
A∪B = ]-2,4[
A∩B = [1,2[

Também é possível encontrar a diferença entre dois intervalos. Veja os exemplos que
seguem:

Exemplo 2.3: Sejam os intervalos A = ]-4,6] e B = ]0,8[, então:


A - B = ]-4,0]

Exemplo 2.4: Sejam os intervalos A={x ∈ ℝ|2 ≤ x ≤ 4} e B = {x ∈ ℝ|x > 2}, então:
A - B = {x ∈ ℝ|x = 2}

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

AULA 3
FRAÇÕES

Caro(a) aluno(a), agora que você foi introduzido ao conjunto dos números racionais e
irracionais (ou ao menos relembrou), chegou a hora que aprofundarmos nossos conhecimentos
sobre as frações. O objetivo é que você saiba manipular frações, bem como realizar as
operações de adição, subtração, multiplicação e divisão.
Lembre-se! Fração é uma forma de expor um valor que é dividido por um certo número de
partes iguais entre si. A palavra fração é de origem latina, fractus, que significa “quebrado”
ou “partido”.
Considerando dois números naturais, a e b, com b≠0, então, por definição temos que é
uma fração, em que a é o numerador que indica quantas partes foram tomadas do inteiro,
enquanto que b é o denominador que indica em quantas partes iguais dividiu-se o inteiro.

3.1 Tipos de frações

Vamos conhecer os tipos de fraçõs que existem?

3.1.1 Fração própria

Uma fração própria é aquela em que o numerador é menor do que o denominador. Veja
os exemplos abaixo:

3.1.2 Fração imprópria

Uma fração imprópria é aquela em que o numerador é igual ou maior do que o denominador.
Veja os exemplos abaixo:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Isto está na rede

Caro(a) aluno(a), uma fração imprópria também pode ser escrita na forma de um
número misto, constituído de uma ou mais partes inteiras e de uma parcela fracionária.
Consulte o link abaixo para ficar por dentro: https://pt-pt.khanacademy.org/math/
arithmetic/fraction-arithmetic/arith-review-mixed-number/a/mixed-numbers-and-
improper-fractions-review.

3.1.3 Fração aparente

Uma fração aparente é uma fração imprópria, em que o numerador é múltiplo do


denominador. Veja os exemplos abaixo:

3.1.4 Fração mista

Uma fração mista é aquela constituída de uma parte inteira e de uma parte fracionária.
Exemplo:
1 (um inteiro e dois quartos)

3.1.4.1 Conversão de fração imprópria em fração mista

Para converter uma fração imprópria em uma fração mista é preciso dividir a fração pelo
denominador, tal que a parte inteira será o quociente, o resto será o denominador e o divisor
será o denominador.

Exemplo 3.1: Considerando a fração imprópria , queremos encontrar a fração mista


correspondente. Dividindo 21 por 5, obtemos:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Isto significa que 21 é o dividendo, 5 é o divisor, 1 é o resto e 4 o quociente. A fração


mista é dada por:

3.1.4.2 Conversão de fração mista em fração imprópria

Para converter uma fração mista em uma fração imprópria é preciso conservar o
denominador, multiplicá-lo pela parte inteira e somar o resultado com o numerador.

Exemplo 3.2: Considerando a fração mista , queremos encontrar a fração imprópria


correspondente. Conservando o denominador 5, multiplicando 5 por 4 e somando com 1,
obtemos que:

3.1.5 Frações equivalentes

Uma fração equivalente é aquela cujos produtos do numerador com o denominador são
iguais, ou seja, representam a mesma parte do todo. Veja os exemplos abaixo:

Para se encontrar frações equivalentes, o processo é bem simples; basta multiplicar


numerador e denominador por um mesmo número natural, diferente de zero.

Exemplo 3.3: Para encontrarmos frações equivalentes a 1/2, devemos fazer o seguinte
processo:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

3.2 Simplificação de frações

Em muitos casos, caro(a) aluno(a), é interessante obtermos frações equivalentes, com


termos menores; processo esse denominado de simplificação.

Exemplo 3.4: Considerando a fração , para simplificá-la, basta reparar que ambos,
numerador e denominador, são múltiplos de 10, e assim:

Repare, caro(a) aluno(a), que é uma fração equivalente a . Além disso, é dita fração
irredutível, uma vez que a mesma não pode ser simplificada visto que os números 2 e 5 não
possuem nenhum fator em comum.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

AULA 4
OPERAÇÕES COM FRAÇÕES

Nesta aula, caro(a) aluno(a), dando continuidade ao estudo das frações, trabalharemos
com as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão.

4.1 Adição e subtração de frações

Agora que relembramos frações e os tipos de frações que existem, vamos ver as operações
de adição e de subtração de frações.
São dois os casos em que podemos adicionar ou subtrair frações: quando tivermos
denominadores iguais e quando tivermos denominadores diferentes.

4.1.1 Adição e subtração com denominadores iguais

No processo de adição ou subtração de frações com denominadores iguais devemos


somar ou subtrair os numeradores e “copiar” o denominador comum.

Exemplo 4.1:

4.1.2 Adição e subtração com denominadores diferentes

No processo de adição ou subtração de frações com denominadores diferentes devemos


utilizar frações equivalentes às originais, tal que todas elas compartilhem os mesmos
denominadores.

Exemplo 4.2:

Neste caso, precisamos encontrar frações que sejam equivalentes às originais, mas que
compartilhem de um mesmo denominador; assim, para a primeira fração, temos que:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Agora que compartilham de um mesmo denominador comum podemos efetuar


a subtração, tal que:

Caro(a) aluno(a), no exemplo anterior, os denominadores eram 5 e 20, tal que o denominador
comum foi 20, que era, justamente o MMC (mínimo múltiplo comum). No próximo tópico
vamos nos relembrar disso!

4.2 MMC e MDC

Para dinamizar as operações com números, e em especial com frações, é importante


nos lembrarmos o que é máximo divisor comum (MDC) e mínimo múltiplo comum (MMC).
Considerando dois números naturais, a e b, em que ao menos um deles é diferente de
zero, chamamos de MDC de a e b, o maior número que divide a e b, simultaneamente.
E considerando dois números naturais, a e b, não nulos, chamamos de MMC de a e b o
menor dos múltiplos não nulos de ambos os números.
Para encontrarmos MMC e MDC de dois ou mais números, precisamos decompô-los em
fatores primos. Você se lembra o que é um número primo? “Um número natural é primo se, e
somente se, admite apenas dois divisores positivos: o número um (1) e ele mesmo” (MUNDO
MATEMÁTICA, 2021, online). São exemplos de números primos: 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17,...

Exemplo 4.3: O MMC e o MDC dos números 80, 90 e 210 é:

Figura 3.1: MMC e o MDC dos números 80, 90 e 210. Fonte: MUNDO MATEMÁTICA (2021,online).

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Assim:

MDC{210,90,80} = 5
MMC{210,90,80} = 5040

Exemplo 4.4:

Para fazermos as operações de soma e subtração das frações, precisamos encontrar o


MMC entre 2, 5, 6 e 8:
üüü
üüü
üüü
üüü
üüü
üüü ü

Assim, MMC{8,6,5,2} = 5.3.2.2.2=120

4.3 Multiplicação de frações

Para multiplicarmos frações basta fazermos a operação de multiplicação de numerador


por numerador e de denominador por denominador.

Exemplo 4.5:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

4.5 Divisão de frações

Na divisão de frações devemos multiplicar a primeira fração pelo inverso da segunda fração.

Exemplo 4.6:

4.6 Múltiplas operações com frações

Caro(a) aluno(a), agora que fomos introduzidos a todas as operações que podem ser feitas
com frações, atente-se que ao realizarmos operações aritméticas com frações, a multiplicação
e a divisão têm precedência sobre a adição e a subtração. Veja o exemplo abaixo:

Exemplo 4.7:

Neste caso, primeiramente, precisamos fazer as operações de multiplicação e de divisão


para na sequência encontrar o MMC dos denominadores:

Agora, precisamos encontrar o MMC entre 15, 6 e 3:

üüü
üüü
üü
üü ü

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Logo, MMC{15,6,3} = 5.3.2 = 30

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

AULA 5
POTENCIAÇÃO E RADICIAÇÃO

Nesta aula, caro(a) aluno(a), vamos trabalhar com a potenciação e a radiciação. Vamos lá?

5.1 Potenciação

Por meio da potenciação nós expressamos um número na forma de uma potência.


Considerando a um número real e n um número inteiro e maior do que 1, vamos chamar de
n-ésima potência de a o produto de n fatores iguais à:

Considerando a e b números reais, e m e n números inteiros, então são válidas as seguintes


propriedades da potenciação:

Exemplo 5.1:

5.1.1 Notação científica

Caro(a) aluno(a), a notação científica é uma forma de representação de números reais,


utilizada em cálculos que envolvem números muito pequenos ou muito grandes.
As potências de base 10 são representadas por: a.10k, em que 1≤ a ≤10. O processo é muito
simples: devemos posicionar a vírgula tal que o número fique entre 1 e 10, e na sequência

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

contamos o número de casas que a vírgula se deslocou para a direita, ou para a esquerda;
o número de casas deslocadas será o expoente da base 10. Veja os exemplos abaixo:

Exemplo 5.2: Seja o número 5.000.000, para ele se transformar em notação científica,
precisamos andar com a vírgula 6 casas para à esquerda, tal que o expoente seja 6 (positivo):
5.106.

Exemplo 5.3: Seja o número 0,0005, para ele se transformar em notação científica,
precisamos andar com a vírgula 4 casas para a direita, tal que o expoente seja 4 (negativo):
5.10-4.

Veja mais exemplos abaixo:

a) 2.102=200
b) 4.10-1=0,4
c) 7.107=70.000.000
d) 1.10-9=0,000000001
e) 3,55.103=3.550
f) 4,89.10-2=0,0489

Exemplo 5.4: Vamos transformar 414.521 em uma notação científica. Para isto, devemos
fazer:

414.521 = (22)14.521
=22.14.521
=228.521
=(27.221 ).521
=27.(221.521)
=27.1021
=128.1021
=1,28.1023

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Exemplo 5.5: Seja a expressão 5100.10-4+3.10-2, então temos que:

5100.10-4+3.10-2 = 51.10-2 + 3.10-2


=54.10-2
=0,54

5.2 Radiciação

A radiciação, caro(a) aluno(a), consiste da operação inversa da potenciação. Assim,


considerando a um número real e n um número natural e maior do que 1, definimos a raiz
n-ésima de a como sendo o número x que, ao ser elevado ao expoente n, resulta em a, ou seja:

√a = x → xn = a
n

Considerando os números reais a, b, m e n números positivos inteiros maiores do que 1,


e supondo que todas as raízes sejam números reais e todos os denominadores não sejam
zero, então são válidas as seguintes propriedades:

Exemplo 5.6:

5.2.1 Racionalização

A racionalização é entendida como “(...) o processo de reescrever frações de forma que


o denominador fique sem radicais” (BONAFINI, 2012, p. 14). Isso significa que quando o
denominador tiver a forma n√ak , é possível multiplicar numerador e denominador por n√an-k
, uma vez que:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

n
√ak . n√an-k = n√ak.an-k = n√ak+n-k = n√an = a

Exemplo 5.7:

5.2.2 Retirada de um fator do radicando

Para simplificarmos uma raiz é possível fatorar o radicando e agrupar os fatores em


grupos que contenham o expoente igual ao índice (OLIVEIRA, 2016). Assim, não se esqueça
que os fatores que contêm o mesmo expoente do índice perdem esse expoente e saem do
radicando.

Exemplo 5.8: √108

Fatorando o número 108, obtemos que:

üü
ü
ü
ü
ü

Logo,
√108 = √22.32.3= 2.3.√3 = 6√3

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

AULA 6
RAZÃO E PROPORÇÃO

Razão e proporção, caro(a) aluno(a), são temas que fazem parte do nosso cotidiano e se
aplicam às diversas áreas do conhecimento.

6.1 Razão

A razão é definida como o quociente que nos permite comparar dois números. Sejam dos
números inteiros x e y, em que y≠0, a razão entre ambos é dada por:

Que se lê “x está para y”.


Quando afirmamos que dois números estão na razão de 1 para 2, significa dizer que o
primeiro corresponde à metade do segundo. Por outro lado, dizer que dois números estão
na razão de 2 para 1, significa dizer que o primeiro corresponde ao dobro do segundo.
Assim, podemos dizer que a razão é utilizada para comparação de duas grandezas, podendo
estar na forma fracionária, decimal ou percentual.

Exemplo 6.1: Em uma partida de tiro ao alvo, Guilherme acertou 4 vezes o alvo, em 10
tentativas, ou seja, podemos dizer que a razão entre o número de acertos e erros é de:

é a forma fracionária, 0,67 é a forma decimal e 67% a forma percentual. Isto quer
dizer a cada duas vezes que Guilherme acertar o alvo, ele terá três lançamentos que não
acertaram o alvo.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Fonte: https://pt.depositphotos.com/stock-photos/tiro-ao-alvo.html

6.1.1 Razões especiais

Caro(a) aluno(a), razões especiais dizem respeito a razões entre grandezas de mesmo tipo,
ou de tipos diferentes, utilizadas com frequência no cotidiano, como a escala, a densidade
demográfica e a velocidade média.
A escala costuma ser utilizada em mapas, maquetes e plantas, consistindo na razão
entre a medida do comprimento no desenho e a medida do comprimento real. É obtida a
partir da fórmula:

Exemplo 6.2: A planta baixa da casa de Maria está na escala de 1:200 (lê-se “1 para 200”,
ou seja, cada 1 cm do desenho corresponde a 200 cm da medida real da casa). Considerando
que no desenho uma parede tem 4 cm, então na casa, a parede terá:

x.1 = 200.4
x = 800 cm

Ou seja, 4 cm no desenho correspondem a 800 cm ou 8 metros da parede da casa.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Exemplo 6.3: A miniatura de um carro foi feita em uma escala de 1:50. Sabendo que a
miniatura tem 4 cm de largura e 10 cm de comprimento, então as medidas reais do carro são:

x.1 = 50.4
x = 200 cm

x.1 = 50.10
x = 500 cm

Isto significa que o comprimento real do carro é de 5 metros e a largura é de 2 metros.

A densidade demográfica diz respeito à razão entre o número de habitantes (população)


de uma região (cidade, estado, país, continente) e a área dessa região. É obtida pela fórmula:

Exemplo 6.4: A cidade de Marília tem 240.000 habitantes, distribuídos na área de 1.171
km2. Sabendo disso, a densidade demográfica da cidade é de:

A velocidade média diz respeito à razão entre a distância percorrida e o tempo gasto para
percorrer tal distância. É dada pela fórmula:

Exemplo 6.5: Um trem percorre 700 km em 2 horas, logo, a velocidade média é dada por:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

6.2 Proporção

A proporção diz respeito à igualdade que existe entre duas razões. De modo geral, uma
proporção é escrita da seguinte forma:

Que se lê “a está para b, assim como c está para d”.

6.2.1 Propriedade fundamental da proporção

A propriedade fundamental da proporção nos diz que em qualquer proporção, o produto


dos meios é igual ao produto dos extremos.

Exemplo 6.6: Em temos que o produto dos meios (6.4) é igual ao produto dos
extremos (2.12).

Esta propriedade, caro(a) aluno(a), é interessante, uma vez que nos possibilita encontrar
o valor de um termo desconhecido, a partir do conhecimento dos outros três termos. Veja
os exemplos abaixo:

Exemplo 6.7: Considerando que dois números estão na razão de 1 para 3, e sabendo
que o primeiro número é 5, então o segundo número deve ser 15, uma vez que , são
frações equivalentes:

x.1 = 5.3
x = 15

Exemplo 6.8: É sabido que duas sucessões de números são diretamente proporcionais:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Isto significa que podemos escrever que:

Se igualarmos as razões, duas a duas, poderemos definir os valores de x e de y:

12.x = 2.36
12x = 72

x=6

Além disso, temos que:

6.y = 36.12
6y = 432

y = 72

Logo, podemos concluir que a sucessão de números é dada por:

6.2.2 Números diretamente e inversamente proporcionais

Caro(a) aluno(a), números diretamente proporcionais são sucessões, tal que a razão entre
os elementos correspondentes é constante. Ou seja, isto significa que quando uma grandeza

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

aumenta, a outra também aumenta; e ainda, que quando uma grandeza diminui a outra
também diminui.
Considerando os números a, b, c, d, e e f, eles serão ditos diretamente proporcionais
quando a igualdade entre as razões possuírem o mesmo valor, ou seja:

Neste caso, também é válida a seguinte propriedade:

Exemplo 6.9: Considerando que os números 4 e 6 são diretamente proporcionais aos


números 12 e x, então:

4.x = 12.6
4x = 72

x = 18

Por sua vez, números inversamente proporcionais são sucessões cujo produto dos
seus elementos correspondentes é constante. Isto significa que quando o produto dos
números correspondentes em duas sucessões de números é constante, esses números
são inversamente proporcionais, e assim, as grandezas a eles associadas também são
inversamente constantes (LEITE; CASTANHEIRA, 2014).
Sejam os números a, b, c, d, e e f, eles serão ditos inversamente proporcionais quando um
número está para o inverso do outro, predominando a igualdade entre as razões respectivas.
Assim:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Exemplo 6.10: Sejam os números 3, 6 e 9, vamos encontrar x sabendo que 3, 6 e 9 são


inversamente proporcionais aos números 90, x, 30:

3.90 = 6.x = 9.30


270 = 6x = 270
6x = 270

x = 45

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

AULA 7
REGRA DE TRÊS

Nesta aula, caro(a) aluno(a), veremos a regra de três simples e composta.

7.1 Regra de três simples

A regra de três simples consiste de um processo que nos permite determinar um quarto valor,
a partir do conhecimento de outros três, tal que todos eles se relacionem proporcionalmente,
ou seja, são diretamente ou inversamente proporcionais.
O passo a passo abaixo pode ser utilizado para solução de um problema que envolva a
utilização da regra de três simples:

1) Construa uma tabela, agrupando as grandezas em colunas, com as devidas


correspondências.
2) Identifique se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais.
3) Monte a proporção e resolva a equação.

Exemplo 7.1: Ao se deslocar de uma cidade a outra, Fabio percorre 200 km em 2 horas e
30 minutos. Se Fabio manter a mesma velocidade, então qual distância ele terá percorrido
em 6 horas de viagem?
Neste caso, é importante notarmos que temos grandezas diretamente proporcionais, isso
porque conforme o tempo de condução aumenta, a distância percorrida também aumenta,
assim temos que:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Assim, podemos estabelecer a seguinte relação:

200.360 = x.150
72000 = 150x

x = 480

Isto significa que em 6 horas (ou 360 minutos) de viagem, Fabio terá percorrido 480 km.

Exemplo 7.2: Uma equipe de pedreiros, trabalhando 8 horas por dia, consegue finalizar
uma obra de construção civil em 12 dias. Se o número de horas trabalhadas diárias diminuir
para 6, então em quanto tempo a equipe conseguirá finalizar a obra?
Neste caso, temos grandezas inversamente proporcionais, ou seja, quando diminuímos
o número de horas trabalhadas, aumenta-se o prazo para finalização da obra.

Assim, podemos estabelecer a seguinte relação:

6.x = 12.8
6x = 96

x = 16

Isto significa que se a equipe passar a trabalhar 6 horas por dia, então irá levar 16 dias
para finalizar a obra.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

7.2 Regra de três composta

No tópico anterior estudamos a regra de três simples. Ela é chamada de simples porque
envolve apenas duas grandezas inversamente ou diretamente proporcionais. Por sua vez,
a regra de três composta é utilizada para a resolução de problemas que abordam três ou
mais grandezas diretamente ou inversamente proporcionais, em que um dos termos da
proporção é o que se deseja determinar.
Novamente, o passo a passo abaixo pode ser utilizado para solução de um problema que
envolve a utilização da regra de três composta:

1) Construa uma tabela, agrupando as grandezas em colunas, com as devidas


correspondências.
2) Identifique se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais.
3) Monte a proporção e resolva a equação.

Exemplo 7.3: 4 máquinas produzem 90 unidades de parafusos em 1 dia. Quantos parafusos


5 máquinas conseguem produzir em 2 dias?
Neste caso temos grandezas diretamente proporcionais porque quando aumentamos o
número de máquinas, aumentamos o número de parafusos produzidos, e ainda, ao aumentar
o tempo de produção, aumenta-se também o número de parafusos produzidos.

Para resolver o problema, basta fazermos:

x.4 = 90.10
4x = 900

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

x=225

Isto significa que 5 máquinas, em 2 dias, produzem 225 unidades de parafusos.

Exemplo 7.4: 2 pedreiros constroem uma parede de 10 metros em 5 dias. Quantos dias
5 pedreiros levarão para construir uma parede de 30 metros?
Neste caso, temos que as grandezas são inversamente proporcionais, ou seja, quando
aumentamos o número de pedreiros, o tempo de trabalho diminui; no entanto, quando
aumentamos o comprimento da parede, então maior será o tempo de serviço para construção
da mesma. Assim:

x.50 = 5.60
50x = 300

x=6

Ou seja, 5 pedreiros conseguem construir uma parede de 30 metros em 6 dias.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

AULA 8
PORCENTAGEM

A palavra porcentagem é de origem latina per centum que significa “por cento”. Geralmente,
as porcentagens são representadas na forma decimal ou por meio do símbolo % para indicar
a porcentagem. Logo, 50 por cento = 0,50 ou 50%.
O conceito porcentagem está ligado a operações financeiras, embora não se restrinja a
esta aplicação. Além disso, na resolução de problemas que envolvem a porcentagem, nós
podemos utilizar a regra de três simples com grandezas diretamente proporcionais.
Para se calcular a porcentagem (x) é muito simples. Chamando de P o todo e de i a parte
da unidade (taxa), então temos que:

Exemplo 8.1: Uma loja de eletrodomésticos está vendendo as peças com 15% de desconto.
Supondo que Ana Maria comprou uma geladeira que custava R$ 2.000,00, então quanto
Ana Maria pagou pela geladeira?
Neste caso, temos que o preço da geladeira é de R$ 2.000,00, o que representa o total
(100%), e assim, queremos encontrar o preço que corresponde aos 15%:

x.100 = 2000.15
100x = 30000

x = 300

Assim, se a geladeira custava R$ 2.000,00 e o desconto foi de R$ 300,000, então o valor


pago por Ana Maria foi de R$ 1.700,00, porque:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

2000 - 300 = 1700

Exemplo 8.2: No posto de combustível, a gasolina aumentou de R$ 5,00 para R$ 5,20.


Sabendo disso, qual foi o percentual de aumento?
Neste caso, queremos encontrar a taxa (i) de aumento, sabendo que o aumento foi de
20 centavos. Assim:

5,00.i = 0,20.100
5,00i = 20,00

i=4

Isto significa que o aumento do preço do combustível foi de 4%.

Anote isso

Aumentos e descontos percentuais podem ser calculados utilizando o fator multiplicativo:


1±i, em que i corresponde à taxa de variação.
Quando um determinado produto recebe um aumento, o fator de multiplicação é dado
por uma soma: 1+i. Por outro lado, quando um determinado produto sofre um desconto,
então o fator multiplicativo é dado por uma subtração: 1-i.

Existem situações, caro(a) aluno(a), em que é comum um desconto sobre um valor original
e na sequência um acréscimo ao valor do desconto. Atente-se que nestes casos, o preço
não volta ao valor original. Veja o exemplo abaixo:

Exemplo 8.3: Considerando o valor inicial de R$ 100,00, se aplicarmos um desconto de


15%, o valor cairia para R$ 85,00. E, se sobre este valor de R$ 85,00, acrescermos uma taxa
de 15%, então o valor subirá para R$ 97,75.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

AULA 9
EXPRESSÕES ALGÉBRICAS

Você se lembra de expressões numéricas? De acordo com Fávaro e Kmeteuk (2005),


expressões numéricas são uma sequência de números interligados por várias operações
matemáticas, as quais têm regras de prioridade na resolução que devem ser respeitadas:

• Em expressões em que apareçam os sinais de ( ) parênteses, [ ] colchetes e { } chaves,


as operações são efetuadas, eliminando-as na ordem: parêntes, colchetes e chaves.
• Quando não existirem os elementos citados anteriormente, então as operações deverão
ser feitas na ordem em que aparecem: primeiro radiciação ou potenciação, seguido de
multiplicação ou divisão e por último adição ou subtração. Atente-se! Nos casos em
que aparecerem duas operações da mesma importância, então deverá ser resolvida
aquela que estiver mais à esquerda.

Exemplo 9.1: {[30+3.12].4-(5.2)+16}÷2


{[30+3.12].4-(5.2)+16}÷2={[30+36].4-(5.2)+16}÷2
={66.4-(5.2)+16}÷2
={66.4-10+16}÷2
={264-10+16}÷2
=270÷2
=135

Por sua vez, expressões algébricas consistem de agrupamentos de variáveis as quais devem
ser representadas por letras, ou de constantes e variáveis, que se encontram interligadas
por sinais de operação (LEITE; CASTANHEIRA, 2014).
Assim, em uma expressão algébrica, temos: constantes, variáveis e valor numérico. A
constante diz respeito à quantidade que apresenta um valor fixo, geralmente representada
pelas primeiras letras do alfabeto a, b, c,... . A variável diz respeito a um símbolo que representa
um elemento qualquer de um conjunto de valores considerados, normalmente representada
pelas últimas letras do alfabeto ..., x, y, z. Enquanto que o valor numérico diz respeito ao

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

número que obtemos quando substituímos as letras de uma expressão numérica por números
e efetuamos as operações indicadas.

Exemplo 9.2: Considerando a expressão algébrica {15+[100x-3y(2x)2]}+1, queremos


encontrar o valor numérico quando x=2 e y=3:

{15+[100x-3y(2x)2]}+1={15+[(100.2)-(3.3.(2.2)2)]}+1
={15+[(100.2)-(3.3.(4)2)]}+1
={15+[(100.2)-(3.3.16)]}+1
={15+[200-144]}+1
={15+56}+1
=71+1
=72

Por definição, uma expressão algébrica pode ser um monômio, um binômio, um trinômio
ou um polinômio.

• Monômio: expressão algébrica determinada por apenas um termo, ou seja, apenas um


número real, uma letra ou pelo produto de números e letras. Exemplos: a2bc e 2x3y2.
• Binômio: expressão algébrica formada por dois termos. Exemplos: a2+bx e -3x2+2y;
• Trinômio: expressão algébrica com três termos. Exemplos: a2+bx+c e x2-5x+2y;
• Polinômio: expressão algébrica formada por mais de três termos. Exemplos: a2 b+2ab2-
5a+10 e x3+y2+x2 y-3y+7

Atente-se, caro(a) aluno(a), que o grau de um monômio é obtido a partir da soma de todos
os expoentes da parte literal.

Exemplo 9.3: Seja o monômio -5x2y, ele é de grau 3, visto que o expoente de x é 2 e o
expoente de y é 1.

Por sua vez, o grau de um polinômio é igual ao grau do seu monômio de maior grau. Veja
o exemplo abaixo:

Exemplo 9.4: O polinômio x4+2x2 y+4 é de grau 4, uma vez que o grau do termo de maior
grau é 4.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

9.1 Operações com monômios

Caro(a) aluno(a), já vimos o que são monômios e agora vamos aprender a operar com
monômios.
A adição e subtração de monômios só pode ser feita com termos semelhantes, ou seja,
aqueles que apresentam a mesma parte literal. São exemplos de termos semelhantes:

2x2y e -3x2y
4ab2c e 9ab2c

Exemplo 9.5: 5x3-x3 = 4x3



Quanto à multiplicação e divisão de monômios, o primeiro passo consiste na multiplicação
ou na divisão dos coeficientes e, na sequência, aplicar as regras de multiplicação ou de
divisão de potências de mesma base para multiplicar ou dividir a parte literal.

Exemplo 9.6: 5x2.(-2x3 )= -10x2+3 = -10x5



A potenciação de monômios é feita a partir da elevação do coeficiente na potência desejada
e, para a parte literal, aplicamos a regra da multiplicação de potências de mesma base.

Exemplo 9.7: (x3y)2 = x3y . x3y = x3+3y1+1 = x6y2

Para extrairmos a raiz de um monômio devemos dividir o expoente da variável pelo indíce
do radical. No caso do indíce ser par, o coeficiente do radicando deverá ser positivo, enquanto
que no caso do indíce ser um número ímpar, o coeficiente do radicando poderá ser positivo
ou negativo.

Exemplo 9.8: √9x4 =√9 . √x4 = √32 . √x4 = √32 . √(x2 )2 = 3. x2 = 3x2

9.2 Operações com expressões algébricas

Vamos agora aprender a efetuar operações com expressões algébricas.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

No que diz respeito à soma e subtração de expressões algébricas é importante lembrarmos


que só podemos somar ou subtrair termos semelhantes; assim, se os termos forem
semelhantes, então devemos somar ou subtrair os coeficientes e repetir a parte literal.

Exemplo 9.9: (2x3+5x)+(-x3+2x2-1)


(2x3+5x)+(-x3+2x2-1) = (2x3-x3)+2x2+5x-1
=x3+2x2+5x-1

Na multiplicação de expressões algébricas, devemos multiplicar cada termo do primeiro


fator por todos os termos do segundo fator, e, na sequência, reduzir os termos semelhantes.

Exemplo 9.10: 3x.(2x2+3x-1)=6x3+9x2-3x

Na divisão de um polinômio por um monômio devemos dividir cada termo do polinômio


pelo monômio e, para este processo, é importante lembrar de que para a parte literal obedece-
se às regras de divisão de potências de mesma base.

Exemplo 9.11: = 3x3y

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

AULA 10
PRODUTOS NOTÁVEIS E
FATORAÇÃO DE POLINÔMIOS

Caro(a) aluno(a), iniciaremos esta aula estudando produtos notáveis, para na sequência,
estudarmos a fatoração. Vamos lá?

10.1 Produtos notáveis

Você se lembra de produtos notáveis? Dando continuidade ao estudo dos polinômios


existem alguns produtos de polinômios que facilmente podem ser obtidos sem a necessidade
de se efetuar todos os cálculos; tais produtos são denominados de produtos notáveis.
Seguem alguns dos principais produtos notáveis:

• Quadrado da soma de dois termos:


(a+b)2 = (a+b).(a+b) = a2+ab+ba+b2 = a2+2ab+b2
• Quadrado da diferença de dois termos:
(a-b)2 = (a-b).(a-b) = a2- ab - ba + b2 = a2 - 2ab + b2
• Produto da soma pela diferença de dois termos:
(a+b).(a-b)=a2-ab+ba+b2=a2-b2

Exemplo 10.1: (3+x)2 = (3)2+2.(3).(x)+(x)2 = 9+6x+x2

10.2 Fatoração de polinômios

Caro(a) aluno(a), quanto à fatoração de um polinômio, fatorar um polinômio significa


transformá-lo sob a forma de um produto de fatores. Para isto, precisamos encontrar o
fator em comum e na sequência, colocá-lo em evidência, ou seja, colocá-lo como o fator
que multiplica toda a expressão.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Atente-se, caro(a) aluno(a), para o fato de que “se o polinômio não puder ser fatorado
usando coeficientes inteiros é um polinômio irredutível. Se estiver escrito como um produto
de seus fatores irredutíveis está fatorado completamente” (BONAFINI, 2012, p. 19).

Exemplo 10.2: Em x3+x2+6x-3xy, temos que o fator comum é x, assim:


x3 + x2+6x-3xy = x.(x2+x+6-3y)

Exemplo 10.3: Em 9x2+6xy+y2, temos um produto notável, dado por:


9x2+6xy+y2 = (3x+y).(3x+y)
=(3x+y)2

10.2.1 Fatoração de trinômios

Para fatorarmos o trinômio ax2+bx+c como um produto de binômios com coeficientes


inteiros precisamos fatorar os inteiros a e c, conforme a seguinte representação:

Como o número de fatores de a e c é finito, então podemos listar todos os fatores binomiais.
Veja o exemplo a seguir de fatoração de um trinômio, com coeficiente principal igual a 1:

Exemplo 10.4: Queremos fatorar x2+5x-14, para isto, perceba que o único par de fatores
do coeficiente principal é 1 e 1. Além disso, os pares de fatores de 14 são 1 e 14 ou 2 e 7.
Assim, temos quatro possíveis fatorações:
(x+1).(x+14)
(x-1).(x+14)
(x+2).(x-7)
(x-2).(x+7)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Ao compararmos a soma dos produtos dos termos externos e internos da forma fatorada
com o termo central do trinômio, podemos concluir que o correto é:

x2+5x -14 = (x-2).(x+7)

Com a prática, caro(a) aluno(a), você perceberá que não vai ser preciso listar todos os
possíveis fatores binômios. Veja o exemplo abaixo de fatoração de um trinômio com coeficiente
principal diferente de 1:

Exemplo 10.5: Queremos fatorar 35x2 - x -12, para isto, perceba que os fatores do coeficiente
principal são 1 e 35, bem como 5 e 7. Os pares de fatores de 12 são 1 e 12, 2 e 6 ou 3 e 4.
Ao efetuarmos os devidos cálculos, encontraremos que:

35x2-x-12 = (5x-3).(7x+4)

10.3 Fatoração de expressões algébricas

Para finalizarmos esta aula, caro(a) aluno(a), veremos que para simplificarmos as expressões
algébricas podemos unir termos semelhantes, somando ou subtraindo os coeficientes desses
termos e repetindo a parte literal.

Exemplo 10.6: 2xy+5xy4-x2y+3xy-4xy4
2xy+5xy4-x2y+3xy-4xy4 = (5xy4-4xy4 )-x2y+(2xy+3xy)
=xy4-x2y+5xy

Exemplo 10.7:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Exemplo 10.8:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 51


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

AULA 11
EQUAÇÕES DO PRIMEIRO GRAU

Nesta aula, caro(a) aluno(a), estudaremos as equações do primeiro grau. Mas antes disso
você se lembra do que é uma equação? Leite e Castanheira (2014, p. 47) conceituam uma
equação como uma “sentença escrita em linguagem matemática, caracterizada pela igualdade
entre duas expressões algébricas (dois membros) separadas pelo sinal de igualdade ( = ) e
que apresenta, em um dos membros, ao menos uma incógnita”.

Anote isso

O conjunto-solução de uma equação representado pela letra S, indica o valor encontrado


para a incógnita x, que é a solução do problema.
Nem toda equação terá uma solução explícita:
- uma equação é dita impossível quando não há valor para x que satisfaz a equação.
Neste caso, S={ } ou S=Ø.
- uma equação é dita identidade quando a equação independe do valor de x. Ou seja,
S=ℝ .

Equações do primeiro grau são aquelas cujo maior valor do expoente das variáveis é 1.
Assim, equações da forma ax+b=0 são equações do 1º grau, em que a e b são números
reais, e a é o coeficiente da incógnita, tal que a≠0.
O valor de x de uma equação da forma ax+b=0 é encontrado a partir de isolamento da
incógnita em um dos membros da igualdade. Não se esqueça! Neste processo, o termo
que mudou de lado passa a ter a operação inversa, tal que a soma passa a ser a diferença,
a multiplicação passa a ser a divisão e a potenciação passa a ser a radiciação. Veja os
exemplos abaixo:

Exemplo 11.1: 15x-2=13x


15x-2 = 13x
15x-13x = 2
2x = 2

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

x = 2/2
x=1
Logo, S={1}

Exemplo 11.2:

4x+2 = 3.(x-1)
4x+2 = 3x-3
4x-3x = -3-2
x = -5
Logo, S={-5}

11.1 Aplicações das equações do primeiro grau

Caro(a) aluno(a), diversas situações cotidianas podem ser resolvidas a partir da utilização de
equações do 1º grau, embora nem sempre o problema nos dê clareza quanto às operações que
estão envolvidas. Na Tabela abaixo temos a representação de qualquer número desconhecido,
utilizando as incógnitas x e y. Utilize-as sempre que necessário.

Expressão por extenso Expressão algébrica


O dobro de um número 2x
O triplo de um número 3x
O quádruplo de um número 4x
A metade de um número
A terça parte de um número
A quarta parte de um número
O inverso de um número
O oposto de um número -x
A soma de dois números x+y
O produto de dois números x.y
O quociente de dois números
O consecutivo entre dois números x+1
Tabela 11.1: Interpretação dos termos enquanto expressão algébrica. Fonte: elaborado pela autora.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 53


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Exemplo 11.3: Uma fábrica de roupas deseja dividir as 1.500 peças produzidas em dois
lotes, tal que o primeiro lote tenha o quádruplo do tamanho do segundo lote. Quantas peças
de roupa terão em cada lote?
Temos que o total de peças são 1.500. Se chamarmos de x o tamanho do segundo
lote, então o primeiro lote é 4x (o quádruplo do tamanho). Isto significa que, em linguagem
matemática, temos:
x+4x = 1500
5x = 1500
x = 55555

x = 300
Assim, podemos concluir que o segundo lote terá 300 peças de roupas, enquanto que o
primeiro lote terá 1.200 peças (300.4=1200).

11.2 Equações do primeiro grau com duas incógnitas



Até o momento, caro(a) aluno(a), vimos exemplos de equações do 1º grau com uma
incógnita, no entanto, também existem aquelas que possuem duas incógnitas. Nestes casos,
a equação do 1º grau admite inúmeras soluções. Veja o exemplo a seguir:

Exemplo 11.4: Em um campeonato de futebol, o time A está previsto para enfrentar o


time B 2 vezes. Se consideramos as 2 partidas, então, podemos montar a seguinte Tabela:

Vitórias (time A ou B) Derrotas (time A ou B) Número de partidas


2 0 2
1 1 2
0 2 2

Tabela 11.2: Possíveis resultados do campeonato de futebol. Fonte: elaborado pela autora.

A partir da Tabela acima é perceptível que o número de partidas sempre é o mesmo,


embora os números de vitórias e de derrotas dos times A e B possam variar.
Se considerarmos x o número de vitórias e y o número de derrotas, então, temos a seguinte
sentença matemática:
x+y = 2

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 54


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Cuja sentença pode admitir 3 possíveis soluções, elencadas na Tabela 11.2.


Dito isso, então, significa que só poderíamos encontrar uma única solução para as
incógnitas x e y se tivéssemos o mesmo número de equações. Ainda, outra condição para
que consigamos encontrar apenas uma solução é que as equações envolvidas não sejam
compostas por termos equivalentes. Quando estas duas condições estão presentes, então,
podemos elaborar um sistema de equações para encontrarmos os valores das incógnitas
x e y.

11.2.1 Sistema de equações do primeiro grau

Seremos capazes de encontrar o valor das incógnitas x e y, a partir de um sistema de


equações do 1º grau. Este sistema pode ser classificado em possível ou impossível. Um
sistema possível (SP) é aquele que admite apenas uma solução, enquanto que um sistema
impossível (SI) é aquele que não tem solução.
O sistema também pode ser determinado ou ideterminado. O Sistema Possível Determinado
(SPD) admite uma única solução, enquanto que o Sistema Possível Indeterminado (SPI)
pode admitir várias soluções.
Vários são os métodos que podem ser empregados para a resolução de um sistema de
equações do primeiro grau, a exemplo do método da substituição, método da adição ou o
método da comparação.

Método da substituição: consiste em isolar uma das incógnitas em uma equação e


substituir seu valor na outra equação, a fim de obter uma equação com uma única incógnita.

Exemplo 11.5: Em um estacionamento, contou-se 140 rodas e 60 veículos. Sabendo disso,


então quantos carros e quantas motos estão estacionadas?
Para resolver este exemplo, vamos chamar de x o número de carros e de y o número de
motos. Assim, sabemos que no estacionamento há x+y=60 veículos.
Como cada carro tem 4 rodas e cada moto tem 2 rodas, então 4x+2y = 140.
Sabendo disso, então chegamos ao seguinte sistema:

Baseado no método da substituição, vamos isolar x na primeira equação, e substituí-lo


na segunda equação, tal que:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 55


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

x+y = 60 → x = 60-y
4x+2y = 140 → 4.(60-y)+2y = 140
240-4y+2y = 140
240-2y = 140
240-140 = 2y
100 = 2y
y = 100/

y = 50
Assim, podemos concluir que no estacionamento há 50 motos e 10 carros (x+50 = 60→x
= 60-50→x = 10).

Método da comparação: consiste em isolar um das incógnitas nas duas equações.


Fazendo isso, obtemos uma equação com apenas uma incógnita, cujo valor será facilmente
determinado.

Exemplo 11.6: O curso de Engenharia Civil tem o dobro de alunos do curso de Engenharia
de Produção. Sabendo que os dois cursos juntos têm 300 alunos, então quantos alunos
estão matriculados em Engenharia Civil?
Vamos chamar de x o número de alunos matriculados em Engenharia Civil e de y o número
de alunos matriculados em Engenharia de Produção. Assim: x+y = 300.
Também sabemos que o curso de Engenharia Civil têm o dobro de alunos que o curso
de Engenharia de Produção, ou seja, x = 2y.
Logo, chegamos ao seguinte sistema:

Isolando y na primeira equação, temos que:

x+y = 300 → y = 300-x

Sabendo que y = x/, então:


y=y
x/ = 300-x
x = 2.(300-x)
x = 600-2x

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 56


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

x+2x = 600
3x = 600
x = 600/

x = 200
Ou seja, 200 alunos estão matriculados em Engenharia Civil.

Método da adição: consiste em somar os termos semelhantes de cada membro das


equações, criando uma terceira equação com apenas uma incógnita. Atente-se! Neste método
é necessário que a estrutura da equação esteja previamente preparada com dois números
opostos do mesmo lado da equação.

Exemplo 11.7: Ricardo vai dividir uma herança de R$ 600.000 entre seus dois filhos, tal
que o filho mais velho receba R$ 80.000 a mais. Quantos reais cada filho irá receber?
Vamos chamar de x o valor que o filho mais velho vai receber e de y o valor que o filho
mais novo vai receber, tal que: x+y = 600000.
Além disso, sabemos que o filho mais velho vai receber R$ 80.000 a mais, então, a
diferença é de: x-y = 80000.
Assim, temos o seguinte sistema:

Fazendo a soma de ambas as equações, temos que:

Logo, o filho mais velho irá receber R$ 340.000 e o filho mais novo irá receber R$ 260.000
(340000-y = 80000 → y = 340000-80000 → y = 260000).

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 57


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

11.3 Inequações do primeiro grau

Caro(a) aluno(a), para finalizarmos esta aula veremos as inequações do primeiro grau. Mas
você sabe o que é uma inequação? Trata-se de uma sentença matemática que representa
uma desigualdade e que contém ao menos uma incógnita.
Em especial, as inequações do primeiro grau podem assumir as seguintes formas:

ax+b>0
ax+b≥0
ax+b<0
ax+b≤0

Em que a e b são números reais e a≠0 .


A solução de uma inequação do primeiro grau é obtida da mesma forma como fizemos
para as equações do primeiro grau. Veja os exemplos abaixo:

Exemplo 11.8: 3x+19<40


3x+19<40
3x<40-19
3x<21
x<21

x<7
Logo, S={x∈ℝ|x<7}

Exemplo 11.9: 10-5x≥x-20


10-5x≥x-20
-5x-x≥-20-10
-6x≥-30
Agora, precisamos multiplicar toda a inequação por -1, tal que:
6x≤30
x≤ 30

x≤5
Logo, S={x∈ℝ|x≤5}

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 58


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

11.3.1 Sistema de inequações do primeiro grau



Quando tivermos um sistema de inequações do primeiro grau, precisamos encontrar
o conjunto de valores de x que satisfazem todas as inequações simultaneamente. Estes
valores formam o conjunto solução do sistema, que é o conjunto intersecção dos conjuntos
soluções das inequações que compõem o sistema.

Exemplo 11.10:

Para x+5≥0 temos que:


x+5≥0
x≥-5
Logo, S1={x∈ℝ|x≥-5}
Para 3x-6<0 temos que:
3x-6<0
3x<6
x< ç

x<2
Logo, S2={x∈ℝ|x<2}
Calculando S=S1∩S2, temos que S=[-5,2[. Portanto S={x∈ℝ|-5≤x<2}

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 59


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

AULA 12
EQUAÇÕES DO SEGUNDO GRAU

Uma equação do segundo grau é aquela que tem a forma ax2+bx+c=0, em que a, b e c
são números reais e a≠0. a é denominado coeficiente principal, b é o coeficiente secundário
e c é o termo independente.
A solução de uma equação do 2º grau se dá a partir da utilização da fórmula de Bhaskara:

Cujo discriminante é ∆=b2-4ac.


Na aplicação da fórmula de Bhaskara devemos considerar três casos:

1. Quando o discriminante é positivo, ∆>0, temos duas possíveis soluções no conjunto


dos números reais.
2. Quando o discriminante é nulo, ∆=0, temos apenas uma solução no conjunto dos
números reais.
3. Quando o discriminante é negativo, ∆<0, a equação não admite nenhuma solução no
conjunto dos números reais.

Veja os exemplos abaixo:

Exemplo 12.1: x2-9x+25=0

Como o discriminante é negativo, caro(a) aluno(a), significa que a equação não tem raízes
no conjunto dos números reais e, portanto, o conjunto solução é vazio, S=Ø.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 60


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Exemplo 12.2: 4x2-4x+1=0

Logo S=

Exemplo 12.4: x2-x-12=0

Logo S={-3,4}

12.1 Equações do segundo grau incompletas

Até o momento, caro(a) aluno(a), vimos exemplos de equações do segundo grau completas.
Completas porque tínhamos os coeficientes a, b e c diferentes de zero. Nos casos em que
os coeficientes b e/ou c forem iguais a zero, a equação é dita incompleta.
• Se b=0, a equação tem a forma ax2+c=0;
• Se c=0, a equação tem a forma ax2+bx=0;
• Se b=c=0, a equação tem a forma ax2=0. Este caso só serve para constar, uma vez
que não tem aplicação, não tem resolução e o conjunto-solução é imediato.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 61


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Exemplo 12.5: x2-9=0

Logo, S={-3,3}

Observe, caro(a) aluno(a), que no Exemplo acima, a solução também poderia ter sido
encontrada fazendo x2-9 = 0 → x2 = 9.

Exemplo 12.6: 3x2-9x = 0

Logo, S={0,3}

Exemplo 12.7: 25x2 = 0

Logo, S={0}

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 62


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Observe caro(a) aluno(a), que no Exemplo acima, a solução também poderia ter sido
encontrada fazendo 25x2 = 0 → x2 = 0.

12.2 Sistema de equações do segundo grau

Um sistema de equações do 2º grau é aquele em que uma das equações têm grau 2. A
solução deste tipo de sistema é feita a partir do médodo da substituição. Observe o exemplo
abaixo:

Exemplo 12.8: Considere o sistema

Isolando y na primeira equação, temos que:

2x+y = 5 → y = 5-2x

Substituindo y na segunda equação, temos que:

x2+2xy = 7 → x2+2x.(5-2x) = 7
x2+10x-4x2 = 7
-3x2+10x = 7
-3x2+10x-7 = 0

Resolvendo por Bhaskara, temos que:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 63


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Agora que encontramos x’ e x’’, devemos calcular os valores de y para cada um dos x
encontrados:

y = 5-2x
x' = 1 → y' = 5-2.(1) = 5-2 = 3

12.3 Inequações do segundo grau

Inequações do segundo grau são expressões matemáticas que envolvem desigualdades.


São resolvidas por meio da fórmula de Bháskara, cujo resultado é comparado com o sinal
da inequação para formular o conjunto solução. Veja os exemplos abaixo:

Exemplo 12.9: 3x2+10x+7<0


3x2+10x+7<0

Logo S={x∈ℝ|-7/3<x<-1}

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 64


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Exemplo 12.9: -2x2-x+1≤0


-2x2-x+1≤0

Logo S={x∈ℝ|x ≤ -1 ou x≥ }

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 65


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

AULA 13
PRODUTO CARTESIANO E
RELAÇÕES

Caro(a) aluno(a), nesta aula estudaremos os conceitos relacionados ao produto cartesiano


e às relações.

13.1 Produto cartesiano

Sempre que quisermos estabelecer relações entre grandezas, podemos recorrer a um


tópico da teoria dos conjuntos, que é o produto cartesiano.

Definição. Considerando dois conjuntos A e B, não vazios, denominamos de produto


cartesiano de A por B (A×B) o conjunto de todos os pares ordenados (x,y), cuja primeira
coordenada pertence ao conjunto A e a segunda coordenada pertence ao conjunto B:

A×B = {(x,y)|x∈A e y∈B}

Atente-se, caro(a) aluno(a), que para determinarmos o produto cartesiano de A por B,


precisamos esgotar todos os pares ordenados. Como vamos trabalhar com grandezas
numéricas, então, convenientemente, vamos utilizar o sistema de coordenadas cartesianas
para representar o conjunto cartesiano de conjuntos numéricos.
Você se lembra de um sistema cartesiano? Trata-se de um sistema ortogonal, formado por
dois eixos perpendiculares entre si e que se cruzam em um ponto, denotado por O (origem).
Entre cada ponto (x,y) desse plano, podemos estabelecer uma correspondência com o
par ordenado (x,y)∈A×B.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 66


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Figura 13.1: Plano cartesiano. Fonte: elaborado pela autora.

Exemplo 13.1: Sejam os conjuntos A = {0,1,2} e B = {-1,1}, então:

A×B = {(0,-1),(0,1),(1,-1),(1,1),(2,-1),(2,1)}
B×A = {(-1,0),(-1,1),(-1,2),(1,0),(1,1),(1,2)}
A×A = {(0,0),(0,1),(0,2),(1,0),(1,1),(1,2),(2,0),(2,1),(2,2)}
B×B = {(-1,-1),(-1,1),(1,-1),(1,1)}

Sobre o produto cartesiano de dois conjuntos A e B, são válidas as seguintes afirmações:

1. Não vale a propriedade da comutatividade, ou seja, A×B ≠ B×A;


2. Se A tem m elementos e B tem n elementos, então tanto A×B quanto B×A terão m.n
elementos;
3. Se A ou B forem infinitos, então tanto A×B quanto B×A serão infinitos, e a enumeração
de seus elementos será inviável;
4. Se A ou B forem vazios, então o produto cartesiano A×B (ou analogamente B×A) será
um conjunto vazio:
A×Ø = Ø, Ø×B = Ø, Ø×Ø = Ø

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 67


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Exemplo 13.2: Sabendo que C×D = {(-1,-3),(-1,5),(2,-3),(2,5)}, então,


C = {-1,2}
D = {-3,5}

13.2 Relações

No tópico anterior, caro(a) aluno(a), nós vimos que para a determinação do produto
cartesiano, precisamos listar todos os pares possíveis cuja primeira componente estava no
primeiro conjunto e a segunda componente estava no segundo conjunto. No entanto, vão
existir casos em que não estamos interessados em todas estas combinações, mas apenas
em alguns pares que apresentam certa correspondência.

Definição. Sejam dois conjuntos A e B, chamamos de relação de A em B todo subconjunto


R de A×B.

R é uma relação de A em B ↔ R ⊂ A×B

Isto significa que o conjunto R é formado por pares (x,y), em que x∈A está “relacionado”
a y∈B a partir de uma regra de associação.
É muito comum representarmos estas relações por meio do plano cartesiano (sistema
cartesiano ortogonal), ou ainda, por meio de diagramas de flechas. Veja os exemplos abaixo:

Exemplo 13.3: Sejam os conjuntos A={1,2,3} e B={-1,0,5}, e a relação R ={(x,y)∈A×B|x<y},


então temos que:
A×B={(1,-1),(1,0),(1,5),(2,-1),(2,0),(2,5),(3,-1),(3,0),(3,5)}
Portanto, R é dada por:
R={(1,5),(2,5),(3,5)}
Esta relação, no plano cartesiano, encontra-se ilustrada na Figura abaixo:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 68


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Figura 13.2: A relação R={(1,5),(2,5),(3,5)}. Fonte: elaborado pela autora.

Exemplo 13.3: Sejam os conjuntos A={1,2,3} e B={0,2,4} e a relação R={(x,y)∈A×B├|y=2x┤},


então temos que:
A×B={(1,0),(1,2),(1,4),(2,0),(2,2),(2,4),(3,0),(3,2),(3,4)}
Portanto, R é dada por:
R={(1,2),(2,4)}
Esta relação encontra-se ilustrada na Figura abaixo, por meio de um diagrama de flechas:

Figura 13.3: A relação R={(1,2),(2,4)}. Fonte: elaborado pela autora.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 69


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

A partir do exemplo anterior, caro(a) aluno(a), podemos inferir algumas observações sobre
as relações:
1. No diagrama de flechas de uma relação de A em B, nem todo elemento do conjunto A
precisa estar associado a um elemento do conjunto B.
2. Não há a necessidade de, para cada elemento de A, associarmos um único elemento
em B.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 70


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

AULA 14
FUNÇÕES

Caro(a) aluno(a), nesta aula veremos a definição intuitiva e na sequência formal, de uma
função, assim como sua linguagem e notação.
Em nosso dia a dia é comum nos depararmos com situações em que precisamos comparar
grandezas. Por exemplo, quando abastecemos um veículo com combustível, então podemos
estabelecer uma relação entre a quantidade de combustível abastecido e o preço a se pagar.
Mas você deve estar se perguntando... não acabamos de ver que isso se chama relação?
Sim, isto é uma relação, no entanto, este tipo de relação têm características específicas que
nos fazem chamá-las de funções.
Podemos dizer que funções são relações que abrangem todos os elementos do primeiro
conjunto e associam a cada elemento deste primeiro conjunto um, e somente um, elemento
do segundo conjunto. O que não necessariamente ocorre para as relações.

Exemplo 14.1: Vamos supor que um posto de combustível comercializa o litro do etanol
a R$ 3,50 e o litro da gasolina a R$ 4,25. Assim, podemos montar a seguinte Tabela que
relaciona a quantidade de combustível com o preço a se pagar:

Litros Etanol Gasolina


Valor (R$) Valor (R$)
1 3,50 4,25
2 7,00 8,50
3 10,5 12,75
4 14 17,00
5 17,5 21,25
... ... ...

Tabela 14.1: Valor a se pagar pelo litro do combustível. Fonte: elaborado pela autora.

No exemplo anterior, poderíamos escrever o valor (v) a se pagar em função da quantidade


(q) de litros de gasolina, a partir da seguinte relação:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 71


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

v = q.4,25

Analogamente, para o etanol, teríamos:

v = q.3,50

Agora que vimos a noção intuitiva de uma função, vamos à definição formal?

Definição. Dados dois conjuntos não vazios A e B, uma relação f de A em B recebe o nome
de função (ou aplicação) de A em B se, e somente se, para todo x∈A existir apenas um y∈B,
tal que (x,y)∈f. As seguintes notações são utilizadas:

f:A→B (lê-se: f de A em B)
x→y = f(x) (para cada x há um valor f(x) associado)

Assim, caro(a) aluno(a), podemos dizer que uma função é um conjunto de pares ordenados,
determinados por uma sentença y = f(x) que expressa a correspondência entre as duas
variáveis x e y. Em nosso estudo, definiremos a notação de função como:

C={(x,y)|x∈A, y∈B e y = f(x)}

As funções são utilizadas para o estabelecimento de relações entre grandezas.


Algebricamente falando, uma função é uma regra de associação de dois conjuntos, um de
entrada e um de saída, tal que a cada entrada executada só é possível uma única saída
(STEWART, 2007; THOMAS, WEIR e HASS, 2012).
Pensando em um diagrama de flechas, caro(a) aluno(a), existem duas condições a serem
respeitadas, para que tenhamos uma função:

1. Deve partir uma flecha de cada elemento do conjunto A.


2. Não deve partir mais de uma flecha de um elemento do conjunto A.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 72


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Figura 14.1: O diagrama em (a) retrata uma relação de X em Y, que é uma função. O diagrama em (b) retrata uma relação de X em Y, que não é uma função. Fonte: Demana et al.
(2013, p. 62).

Atente-se, caro(a) aluno(a), que uma função frequentemente é dada por uma fórmula que
nos auxilia no cálculo do valor da variável dependente, a partir do valor da variável independente.
E assim, na maior parte do tempo, trataremos de funções definidas em conjuntos infinitos,
especialmente subintervalos de R, o que tornará o diagrama de flechas não tão eficaz quanto
a representação da função no plano cartesiano. Veja o exemplo abaixo:

Exemplo 14.2: Seja a função f:ℝ→ℝ dada por f(x)=2x+1 para termos uma noção do
comportamento dos pares ordenados no plano cartesiano, podemos escolher alguns valores
de x, conforme Tabela abaixo:

x y = 2x+1 (x,y)
... ... ...
-2 y = 2.(-2)+1=-4+1=-3 (-2,-3)
-1 y = 2.(-1)+1=-2+1=-1 (-1,-1)
0 y = 2.0+1=0+1=1 (0,1)
1 y = 2.1+1=2+1=3 (1,3)
2 y = 2.2+1=4+1=5 (2,5)
... ... ...
Tabela 14.2: f(x)=2x+1. Fonte: elaborado pela autora.

Como vimos, além das fórmulas, também existem outras formas de representar as funções,
como a partir de tabelas e de gráficos, tal que, geralmente, é útil ir de uma representação a
outra a fim de um entendimento adicional.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 73


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

14.1 Domínio e contradomínio de uma função

Seja f:A→B uma função, então:

1. O conjunto A é denominado domínio da função f, denotado por D(f). Representa os


valores que a variável independente assume.
2. O conjunto B é denominado contradomínio da função f, denotado por CD(f). Representa
os valores que a variável dependente pode assumir.
3. O subconjunto B dado por todos os valores produzidos pela associação f é denominado
conjunto imagem de f, denotado por Im(f). Representa os valores que a variável dependente
assume, tal que:

Im(f) = {y∈B|existe x∈A tal que y = f(x)}

Dessa forma, caro(a) aluno(a), no diagrama de flechas, nem todos os elementos do


contradomínio (conjunto de chegada das flechas) necessitam receber uma flecha, ou seja,
nem todo elemento do contradomínio precisa estar associado a um elemento do domínio.
Mas os elementos do domínio, necessariamente, precisam estar associados a um elemento
do contradomínio para que seja uma função. Ao conjunto desses elementos y∈B que estão
associados a algum x∈A chamamos de imagem, conforme representado na Figura abaixo:

Figura 14.1: Domínio, contradomínio e imagem de uma função. Fonte: elaborado pela autora.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 74


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Exemplo 14.3: Seja a função f: A→B dada por f(x) = 2x-1, em que A={1,2,3} e B={0,1,3,5,7},
então:

D(f) = A = {1,2,3}
CD(f) = B = {0,1,3,5,7}
Im(f) = {1,3,5}

Isto porque, ao substituirmos os valores do conjunto A em f(x)=2x-1, obtemos:

f(1) = 2.(1)-1= 2-1 = 1


f(2) = 2.(2)-1 = 4-1 = 3
f(3) = 2.(3)-1 = 6-1 = 5

Figura 14.2: Domínio, contradomínio e imagem da função f(x)=2x-1. Fonte: elaborado pela autora.

Vamos agora considerar uma função que possui domínio e contradomínio como
subconjuntos de números reais. É possível determinarmos o domínio de uma função real,
a partir do conhecimento da lei de correspondência entre seus elementos. Três casos são
possíveis (BARRETO FILHO; SILVA, 2000):

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 75


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

• 1º caso: quando a variável aparece no denominador de uma fração, o denominador


da fração deve ser diferente de zero.
• 2º caso: quando a variável aparece no radicando de um radical de índice par, o radicando
deve ser um número maior ou igual a zero.
• 3º caso: quando a variável aparece no radicando de um radical de índice par, e esse
radical está no denominador de uma fração é necessário unir os dois primeiros casos,
o que implica que o radicando deve ser maior do que zero.

Exemplo 14.4: Seja a função dada por f(x) = . Neste caso, precisamos que o
denominador seja diferente de zero, ou seja:

x-1≠ 0
x≠1

Logo, para que a função esteja bem definida, temos que o domínio será D(f) = {x∈ℝ|x ≠ 1}.

Exemplo 14.5: Seja a função dada por f(x) = √x-2. Neste caso, precisamos que o radicando
seja maior ou igual a zero:

x-2≥0
x≥2

Logo, para que a função esteja bem definida, temos que o domínio será D(f) = {x∈ℝ|x≥2}.

14.2 Função injetora, sobrejetora e bijetora

Definição. Uma função f é dita injetora se, para todo x1 ∈ D(f) e x2 ∈ D(f), com x1≠x2, tivermos
f(x1) ≠ f(x2).
Isto significa que uma função é injetora quando elementos distintos do domínio estão
associados a elementos distintos do contradomínio. Pensando no diagrama de flechas, a
condição de injetividade se caracteriza pelo fato de nenhum elemento do contradomínio
receber duas flechas.

Definição. Uma função f é dita sobrejetora se, para todo y ∈ CD(f), existe x ∈ D(f), tal que
y = f(x). Ou seja, f é sobrejetora se, e somente se, Im(f) = CD(f).

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 76


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

No diagrama de flechas de uma função sobrejetora nenhum elemento do contradomínio


fica sem receber uma flecha. No entanto, note, caro(a) aluno(a), que essa condição de
sobrejetividade não impede que um elemento do contradomínio receba mais do que uma
flecha, e assim, uma função pode ser sobrejetora sem que seja injetora.

Definição. Uma função f é dita bijetora se for injetora e sobrejetora simultaneamente.


Isso é equivalente a dizer que uma função f: A→B é bijetora se, e somente se, para qualquer
elemento y ∈ B, existe um único elemento x ∈ A tal que f(x) = y.
Uma função bijetora representa uma relação biunívoca, também conhecida como relação
um-a-um, entre o domínio e o contradomínio.

Exemplo 14.6: Sejam os conjuntos A={0,1,2,3} e B={-1,0,1,2}, vamos determinar a função


f:A→B, definida pela lei f(x) = x-1:

f(0)=(0)-1=-1
f(1)=(1)-1=0
f(2)=(2)-1=1
f(3)=(3)-1=2

Logo, o diagrama de flechas é da forma:

Figura 14.3: Função f:A→B, definida pela lei f(x)=x-1. Fonte: elaborado pela autora.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 77


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

A partir do diagrama de flechas, nota-se que f é bijetora, uma vez que elementos distintos
do conjunto A correspondem a elementos distintos do conjunto B (função injetora) e Im(f)=B
(função sobrejetora).

14.3 Função par e função ímpar

Definição. Dizemos que uma função f: A → B é par, se para todo x ∈ A, f(-x) = f(x). Por
outro lado, dizemos que uma função f:A → B é ímpar, se para todo x ∈ A, f(-x) = -f(x).
No gráfico de uma função par observamos simetria com relação ao eixo vertical, enquanto
que para uma função ímpar observamos simetria com relação à origem O.

Exemplo 14.7: A função f(x)=x2 é par porque:

f(x) = x2
=(-x)2
= -f(x)

Figura 14.4: Representação gráfica da função f(x)=x2. Fonte: elaborado pela autora.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 78


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

14.4 Obtenção de novas funções

Caro(a) aluno(a), para finalizarmos esta aula é importante lembrá-lo que da mesma forma
que podemos fazer operações com números, as funções também podem ser adicionadas,
subtraídas, multiplicadas e divididas com vistas a produzir novas funções.

Definição. Sejam as funções f e g, então, temos que:

(f+g)(x) = f(x)+g(x)
(f-g)(x) = f(x)-g(x)
(f.g)(x) = f(x).g(x)
(f/g)(x) = f(x)/g(x)

Exemplo 14.8: Vamos calcular f(x) + g(x), sabendo que f(x) = 3x+1 e que g(x) = x2-2x+5:

f(x)+g(x) = (3x+1)+(x2-2x+5)
=x2+(3x-2x)+(1+5)
=x2+x+6

Outra forma de construir uma função a partir de outras é utilizando a composição de


funções. Veja a definição abaixo:

Definição. Sejam as funções f: A→B e g: B→C. Chamamos função composta de g e f a


função h: A→C, em que h(x) = g(f(x)) para todo x ∈ A. Denotamos a composta de g e f por g o f.

Exemplo 14.9: Sejam as funções f(x) = -x+2 e g(x) = x2-3x+5, então:

f o g = f(g(x))
=f(x2-3x+5)
=-(x2-3x+5)+2
=-x2+3x+-5+2
=-x2+3x-3

g o f = g(f(x))
=g(-x+2)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 79


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

=(-x+2)2-3.(-x+2)+5
=x2-4x+4+3x-6+5
=x2+-4x+3x+4-6+5

=x2-x+3

Para concluir, caro(a) aluno(a), considerando y = f(x) uma função de A em B, se para cada
y→B existir exatamente um valor y→A tal que y = f(x), então podemos definir uma função
g:B→A de modo que x = g(y). Esta função é a inversa de f, denotada por f-1.
Para encontrar a função inversa de uma função injetora existe um passo a passo (STEWART,
2014):

1. Escreva y = f(x)
2. Isole x nessa equação, escrevendo-o em termos de y (se possível)
3. Para expressar f -1 como uma função de x, troque x por y. A equação resultante é y =f -1.

Exemplo 14.10: Vamos encontrar a função inversa de f(x) = 2x-1, utilizando os passos
descritos anteriormente:

y = 2x-1
2x = y+1
x = (y+1)/2
y = (x+1)/2

Portanto, a inversa de f(x) = 2x-1 é f -1 =

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 80


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

AULA 15
FUNÇÕES ELEMENTARES

Caro(a) aluno(a), nesta aula, vamos nos relembrar de algumas funções elementares, como
as polinomiais, exponenciais, logarítmicas e trigonométricas.

15.1 Funções polinomiais

Agora que já sabemos (ou nos relembramos) o que são polinômios, vamos aprofundar
nossos conhecimentos com o estudo das funções polinomiais.

Definição. Toda função f: ℝ→ℝ na forma f(x) = a0 xn + a1 x n-1


+...+an-1 x+an é uma função
polinomial de grau n, em que a0, a1,…,an-1,an são os coeficientes.
O grau de uma função polinomial é representado por meio do grau do polinômio que a
representa, conforme Quadro abaixo:

Nome Forma Grau


Função zero f(x) = 0 Indefinido
Função constante f(x) = k, k≠0 0
Função do primeiro grau f(x) = ax+b, , a≠0 1
Função do segundo grau f(x) = ax2+bx+c, a≠0 2
... .... ...

Quadro 15.1: Funções polinomiais. Fonte: Adaptado de Demana et al. (2013, p. 94).

Na sequência, aprofundaremos nossos conhecimentos com relação às funções polinomiais


do 1º grau e do 2º grau. Vamos lá?

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 81


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

15.1.1 Função do 1º grau

Definição. Toda função f: ℝ→ℝ na forma f(x)=ax+b, em que a e b são constantes reais,
e a≠0, é uma função do primeiro grau, ou também denominada de função afim. Sua lei de
formação é baseada em um polinômio do primeiro grau na variável x.

O gráfico da função do primeiro grau é a reta que passa pelo ponto (0,b), paralela à reta
y=ax. O domínio da função é o conjunto dos números reais, D(f)=ℝ, bem como a sua imagem,
Im(f)=ℝ.
A constante a é o coeficiente angular e representa a variação de y correspondente a um
valor de x igual a 1. Quando a>0 tem-se uma função crescente, enquanto que quando a<0
a função é decrescente.
A constante b é o coeficiente linear e no gráfico representa a ordenada do ponto de
intersecção da reta com o eixo y, ou seja, no ponto (0,b),
Para a função do primeiro grau, a raiz (ou zero) representa o valor de x para o qual a
função intercepta o eixo das abcissas. Para obtê-lo, basta fazer y = 0 em y = ax+b, de onde
segue que x=- .

Exemplo 15.1: Para a função f(x) = 3x+1, a raiz é igual a x=- . Logo, a intersecção com
o eixo x ocorre no ponto (- ,0).

Figura 15.1: Representação gráfica da função f(x) = 3x+1. Fonte: elaborado pela autora.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 82


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Anote isso

A função linear e a função identidade são casos particulares da função afim.


Quando a>0 e b=0, tem-se uma função linear:
Definição. Toda função f: ℝ→ℝ na forma f(x) = ax é uma função linear.
E, quando a=1 e b=0 tem-se uma função identidade:
Definição. Toda função f: ℝ→ℝ na forma f(x) = x é uma função identidade.

15.1.2 Função do 2º grau

Definição. Toda função f: ℝ→ℝ na forma f(x)= ax2+bx+c, em que a, b e c são constantes
reais, e a≠0, é uma função quadrática. Sua lei de formação é baseada em um polinômio do
segundo grau na variável x.

A representação gráfica da função quadrática é uma parábola de concavidade para cima


ou para baixo que intercepta o eixo y no ponto (0,c). Os pontos em que a parábola intercepta
o eixo x são as raízes da função quadrática.
E, para encontrar o valor de x que é raiz da função precisamos fazer y = 0 em y = ax2+bx+c,
e resolver por Bhaskara a equação do segundo grau:

• Quando ∆>0 a função tem duas raízes reais distintas


• Quando ∆=0 a função tem uma raiz real
• Quando ∆<0 a função não possui raiz real

Além disso, de acordo com o sinal do coeficiente a é possível determinar a concavidade


da parábola, tal que para a>0 a concavidade é voltada para cima e para a<0 a concavidade
é voltada para baixo.
Como toda parábola é simétrica em relação à reta paralela ao eixo y que passa pelo seu
vértice, este pode ser encontrado da seguinte forma:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 83


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Lembrando que quando a concavidade está voltada para baixo, o vértice é o ponto máximo
da parábola, enquanto que quando sua concavidade está voltada para cima, o vértice é o
ponto mínimo.
O domínio da função quadrática é o conjunto dos números reais, D(f) = ℝ, enquanto que
sua imagem é definida a partir da concavidade da parábola:

• Para a>0, a imagem é Im(f) = {y ∈ ℝ|y≥- }

• Para a<0, a imagem é Im(f) = {y ∈ ℝ|y≤- }

Exemplo 15.2: Vamos esboçar o gráfico da função f(x)=x2+8x-9; para isto é importante
conhecermos alguns de seus pontos.
Já sabemos que o gráfico é uma parábola que passa pelo ponto (0,-9).
Para encontrar as raízes da função fazemos:

x2+8x-9 = 0

∆= (8)2-4.1.(-9) = 100

Isto significa que a função tem duas raízes:

De posse do valor ∆, também podemos determinar o vértice:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 84


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Assim, podemos concluir que a representação gráfica da função f(x) = x2+8x-9 é uma
parábola com concavidade para cima, uma vez que a>0, que intercepta o eixo x em dois
pontos: (1,0) e (-9,0) e cujo ponto mínimo está em (-4,-25), conforme apresentado na Figura
15.2:

Figura 15.2: Representação gráfica da função f(x)=x2+8x-9. Fonte: elaborada pela autora.

15.2 Função potência

Definição. Toda função f: ℝ→ℝ na forma f(x) = kxn, em que k é a constante de proporção
e n é a potência é uma função potência.

15.3 Função exponencial

Definição. Toda função f: ℝ→ℝ na forma f(x) = ax, em que a é uma constante positiva e
x é o expoente variável, é uma função exponencial.

Os gráficos da função exponencial podem apresentar três possíveis formas. Se a>1, o


valor de ax cresce com x crescente; se 0<a<1, o valor de ax decresce com x decrescente; e,
se a=1, o valor de ax é constante (Figura 15.3).

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 85


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Figura 15.3: Representações gráficas da função exponencial. Fonte: elaborada pela autora.

A partir da Figura acima, percebe-se que as representações gráficas da função exponencial


passam pelo ponto (0,1). Isto porque se x=0, temos que f(0) = a0 = 1. Além disso, também
temos que o gráfico de y=( )x é a reflexão de y = ax. Isto porque, ao substituirmos x por –x
em = ax obtemos que y = a-x =( )x.
Para a função exponencial, quando a>0, f(x) = ax está bem definida e tem um valor real
para cada valor real de x; assim, o domínio será D(f) = ℝ. Por sua vez, a imagem é dada por
Im(f)=(0,+∞) porque o gráfico da função decresce em direção a zero, sem nunca atingi-lo e
cresce sem parar à medida em que o percorremos em um sentido.
Para finalizarmos, dentre as bases das funções exponenciais, a base e é bem importante.
Logo, a função f(x) = ex é denominada de função exponencial natural.

Exemplo 15.3: Normalmente, o modelo y = P0.ert é utilizado para calcular o crescimento de


um investimento. Sabendo disso, vamos utilizar o modelo para acompanhar o crescimento
de um investimento de R$ 1.000,00, feito no ano de 2010, a uma taxa de juros anual de 6%,
em um período de 5 anos:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 86


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

P(5) = 1000.e0,06.5
=1000.e0,3
=1349,85

Isto significa que, após 5 anos, o rendimento do investimento será de R$ 349,85.

15.4 Função logarítimica

Definição. Toda função f: ℝ→ℝ na forma f(x) = loga x, em que a é uma constante positiva
e diferente de zero, é uma função logarítmica.

Exemplo 15.4: A função f(x)= log2 x é uma função logarítmica de base 2.

Quando a>0 e a≠0, a função f(x) = loga x é a inversa da função exponencial f(x) = ax, uma
vez que, de acordo com a definição de logaritmos, temos que logax = y ↔ ay = x. Observe a
Figura 15.4.

Figura 15.4: A função f(x)=log2 x é a inversa da função f(x)=2x. Fonte: elaborado pela autora.

A partir do gráfico de uma função logarítmica podemos perceber que o mesmo nunca
intercepta o eixo y, e além disso, corta o eixo x no ponto (1,0).

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 87


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Isto significa que o domínio para a função logarítmica será D(f) = (0,+∞), enquanto que
a imagem é dada por Im(f) = R.
Para finalizarmos, assim como para a função exponencial, o logaritmo mais importante
é o de base e, conhecido como logaritmo natural. Geralmente, loge x é escrito como ln x.

Definição. Toda função exponencial é uma potência da função exponencial natural: ax =


ex ln a.

Exemplo 15.5: 2x = e(ln 2).x = ex ln 2

Além disso, logaritmos com base 10 são muito utilizados na ciência da computação.
Comumente, log10 x é escrito como log x, que se lê função logaritmo comum. Esta, caro(a)
aluno(a), é a inversa da função exponencial f(x) = 10x.

Exemplo 15.6: Podemos transformar log x = 3 para a forma exponencial, sabendo que a
inversa de log x = 3 é x = 103 = 1000.

Definição. Toda função logarítmica é um múltiplo constante do logaritmo natural: loga x


= .

Equação 15.7: Podemos desenvolver log316 da seguinte forma:

y = log316
3y = 16
ln 3y = ln 16
y ln 3 = ln 16
y = ln⁡16

y ≅ 2,52

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 88


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

AULA 16
TRIGONOMETRIA

Caro(a) aluno(a), agora que você estudou alguma das funções trigonométricas, nós vamos
nos recordar de alguns pontos importantes do estudo da trigonometria.
Triângulo retângulo é aquele que possui um ângulo interno reto. O lado oposto a este
ângulo reto é denominado de hipotenusa e os outros dois lados são denominados de catetos.

Figura 16.1: Triângulo retângulo. Fonte: Toda matéria (online).

A partir da Figura acima, temos que BC é a hipotenusa e a a sua medida. AB e AC os


catetos, de medidas c e b, respectivamente. h é a altura do triângulo. E, BÂC, A C e AĈB são
os ângulos internos, tal que +Ĉ = 90º; isto porque a soma dos ângulos internos de um
triângulo retângulo é 180º.
Ainda, a partir da Figura acima, também podemos verificar algumas relações métricas:

c2 = n.a e b2 = m.a
b.c = a.h
h2 = m.n
a2 = b2+c2

Esta última relação métrica é conhecida como Teorema de Pitágoras.

Exemplo 16.1: No triângulo da Figura 16.1, considerando que b = 5 cm e c = 12 cm, então,


vamos determinar a, h, m e n.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 89


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Para encontrar a medida a, basta utilizar o Teorema de Pitágoras:

a2 = (5)2+(12)2
a2 = 25+144
a2 = 169
a = √169
a = 13 cm

Para encontrar a altura h, basta utilizar a relação b.c = a.h:

5.12 = 13.h
13h = 60
h = 60/

h = 4,6 cm

Para encontrar n, basta utilizar a relação c2 = n.a:

(5)2 = n.13
25 = 13n
n = 25

n = 1,9 cm

Por fim, para encontrar m, basta lembrar que m+n = a

m+1,9 = 13
m = 13-1,9
m = 11,1 cm

Em um triângulo retângulo, a área é dada por

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 90


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Em que:

A = área
b = base
h = altura

Enquanto que o perímetro é obtido a partir da soma de todos os lados

P = L+L+L

Em que:
P = perímetro
L = lado

Por fim, a trigonometria é a área que estuda as relações existentes em um triângulo que
possui um ângulo reto (90º). Considerando o triângulo ilustrado na Figura abaixo, podemos
obter as seguintes relações:

Figura 16.2: Razões trigonométricas do triângulo retângulo. Fonte: elaborado pela autora.

O seno do ângulo α é dado pela razão entre a medida do cateto oposto a α e a medida
da hipotenusa:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 91


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

O cosseno do ângulo α é dado pela razão entre a medida do cateto adjacente a α e a


medida da hipotenusa:

E por fim, a tangente do ângulo α é dada pela razão entre a medida do cateto oposto a
α e a medida do cateto adjacente a α:

Ainda, considerando o triângulo retângulo ABC ilustrado na Figura 16.2, podemos chegar
a algumas conclusões baseadas nas razões trigonométricas:

Isto significa que o seno de um ângulo agudo é igual ao cosseno de seu complemento e
a tangente de um ângulo agudo é igual ao inverso da tangente de seu complemento.
Também temos que:

Porque:

Por fim, a última consequência que temos é:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 92


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Mas, como sabemos, pelo Teorema de Pitágoras, que a2 = b2 + c2, então segue que:

16.1 Ângulos notáveis



Como os ângulos de 30º, 45º e 60º aparecem frequentemente nos cálculos, eles são
chamados de notáveis.
A Tabela abaixo demonstra os valores destes ângulos, extraídos a partir da Figura 16.3:

Figura 16.3: Triângulo equilátero ABC. Fonte: BRASIL ESCOLA (online).

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 93


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Tabela 16.1: Razões trigonométricas. Fonte: elaborado pela autora.


Exemplo 16.2: Considerando o triângulo da Figura abaixo, de lado a = 10 cm e b = 5 cm,
vamos encontrar os ângulos e Ĉ:

Sabendo que sen , então sen

Olhando na Tabela 16.1, concluímos que =30º, porque sen 30º=


E, uma vez que +Ĉ = 90º, então:

30º+Ĉ = 90º
Ĉ = 90º-30º
Ĉ = 60º

16.2 Funções trigonométricas

Definição. Toda função f: ℝ→ℝ que a cada x∈ℝ faz corresponder o número real y=sen x
é uma função seno.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 94


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

A função seno é contínua, limitada e periódica (com período igual a 2π, porque seus valores
se repetem periodicamente de 2π em 2π radianos). É limitada porque nunca assume valores
maiores que 1 ou menores que -1, uma vez que o ciclo trigonométrico tem raio igual a 1.
A função seno é positiva para os arcos com extremidade no 1º ou no 2º quadrante e
negativa para aqueles com extremidade no 3º ou no 4º quadrante.
A função seno é crescente no 1º e no 4º quadrante, e decrescente no 2º e no 3º quadrante.
Seu domínio é D(f)=ℝ, enquanto que sua imagem é Im(f)={y ∈ ℝ|-1≤y≤1}.

Figura 16.4: Representação gráfica da função f(x)=sen x. Fonte: elaborado pela autora.

Definição. Toda função f: ℝ→ℝ que a cada x ∈ ℝ faz corresponder o número real y=cos x
é uma função cosseno.

A função cosseno é contínua, limitada e periódica (com período igual a 2π, porque seus
valores se repetem periodicamente de 2π em 2π radianos). É limitada porque nunca assume
valores maiores que 1 ou menores que -1, uma vez que o ciclo trigonométrico tem raio igual
a 1.
A função cosseno é positiva para os arcos com extremidade no 1º ou no 4º quadrante,
e negativa para aqueles com extremidade no 2º ou no 3º quadrante.
A função seno é crescente no 3º e no 4º quadrante e decrescente no 1º e no 2º quadrante.
Seu domínio é D(f) = ℝ, enquanto que sua imagem é Im(f) = {y ∈ ℝ|-1≤y≤1}.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 95


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

Figura 16.5: Representação gráfica da função f(x)=cos x. Fonte: elaborada pela autora.

Definição. Toda função f: ℝ→ℝ que a cada x ∈ ℝ faz corresponder o número real y = tg x
é uma função tangente.

O estudo da variação da tangente indica que a função assume todos os valores do conjunto
ℝ. Isto significa que sua imagem é Im(f) = ℝ, enquanto que seu domínio é D(f) = {x|x ∈ ℝ e
x≠ +kπ (k ∈ z)}.
A função tangente é positiva para os arcos com extremidade no 1º ou no 3º quadrante
e negativa para aqueles com extremidade no 2º ou no 4º quadrante.
A função tangente é crescente em todos os quadrantes.

Figura 16.6: Representação gráfica da função f(x)=tg x. Fonte: elaborada pela autora.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 96


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

CONCLUSÃO

Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim da nossa jornada “Nivelamento de Matemática”. Ao


longo da leitura do material, tivemos a oportunidade de relembrarmos vários conceitos que
já nos foram introduzidos quando estávamos no ensino médio.
Iniciamos os estudos com conjuntos e aprendemos a operar com conjuntos: intersecção,
união e diferença. Na sequência, abordamos os conjuntos numéricos formados pelos números
naturais, inteiros, racionais, irracionais e reais.
Nas aulas 3 e 4 estudamos frações e falamos sobre as operações que podem ser feitas
por meio de frações: soma, diferença, multiplicação e divisão.
Na aula 6 aprendemos a relacionar grandezas direta ou inversamente proporcionais, o
que nos auxiliou na compreensão da regra de três, tanto a simples como a composta, na
aula 7, utilizada para se encontrar um valor desconhecido.
Na aula 9 conceituamos as expressões algébricas e aprendemos as operações que podem
ser feitas entre os termos. No que diz respeito aos polinômios, estudamos produtos notáveis
e fatoração de polinômios, na aula 10.
Nas aulas 11 e 12, vimos as equações, sentenças escritas em linguagem matemática,
caracterizadas pela igualdade entre duas expressões algébricas e que apresentam ao menos
uma incógnita em uma delas. E, em especial, abordarmos as equações do 1º e do 2º grau,
e aprendemos a resolvê-las por meio de exemplos.
Na sequência, vimos que uma relação f de A em B, tal que cada elemento de A está associado a
um único elemento de B é denominada de função de A em B. Depois de conceituarmos funções,
vimos algumas funções elementares como as polinomiais, exponenciais e logarítmicas.
Finalizamos nossos estudos recordando alguns conceitos básicos da trigonometria, para
por fim, estudarmos as funções trigonométricas seno, coseno e tangente.
Espero que este material tenha contribuído para a construção de novos conhecimentos,
tendo em vista os conceitos, exemplos e exercícios trabalhados ao longo da nossa jornada.
Professora Me. Rebecca Manesco Paixão.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 97


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

ELEMENTOS COMPLEMENTARES

LIVRO

Título: Matemática
Organizadora: Fernanda César Bonafini
Editora: Pearson Education do Brasil

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 98


NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO

REFERÊNCIAS

BARRETO FILHO, B.; SILVA, C. X. da. Matemática: aula por aula. São Paulo:
FTD, 2000.

BONAFINI, F. C. Matemática. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.

BRASIL ESCOLA. Ângulos notáveis. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/


matematica/angulos-notaveis.htm. Acesso em: 30 de mar. 2021.

BUCCHI, P. Curso prático de Matemática 1. v. 1. Moderna: São Paulo, 1998.

DEMANA, F. D. et al . Pré-cálculo . 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.

FACCHINI, W. Matemática para a escola de hoje. São Paulo: FTD, 2006.

FÁVARO, S.; KMETEUK FILHO, O. Noções de lógica e matemática básica. São Paulo:
Ciência Moderna, 2005.

FERRETO. Números irracionais e reais. 2020. Disponível em: https://blog.


professorferretto.com.br/numeros-irracionais-e-reais/. Acesso em. 28 de mar. 2021.

LEITE, Á. E.; CASTANHEIRA, N. P. Equações e regra de três. Curitiba: InterSaberes,


2014.

MUNDO MATEMÁTICA. MMC e MDC. Online. Disponível em: http://mundoedu.com.


br/uploads/pdf/59076e24bb427.pdf. Acesso em: 19 de fev. 2021.

STEWART, J. Cálculo v.1. 7. ed. São Paulo: Cengage Learning, 20134.

TODA MATÉRIA. Triângulo retângulo. Online. Disponível em: https://www.todamateria.


com.br/triangulo-retangulo/. Acesso em: 28 de mar. 2021.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 99

Você também pode gostar