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Funções da Partícula “Que”

A partícula “que” pode exercer diversas “Aquela menina tem um quê de mistério.”
funções dentro de uma oração como
O quê está sendo antecedido pelo artigo um e
interjeição, substantivo, conjunção, advérbio,
tem a função de objeto direto, já que o verbo
pronome, partícula expletiva ou realce e
“tem” precisa de algo para ser seu
preposição quando falamos de suas FUNÇÕES
complemento.
MORFOLÓGICAS, mas quando falamos de
FUNÇÕES SINTÁTICAS o que exerce função Quem tem, tem alguma coisa.
como sujeito, objeto direto, objeto indireto, Tem o quê? Um quê de mistério.
adjunto adverbial e complemento nominal.
PREPOSIÇÃO:
INTERJEIÇÃO:
A preposição sempre apresentará as seguintes
A interjeição sempre apresentará as seguintes características:
características
 Liga dois verbos de uma locução verbal
 O “que” sempre será acentuado com
 Equivale a “de”
circunflexo;
 Pode ser compreendido de duas
 A partícula sempre será seguida de um
maneiras
ponto exclamativo;
 Não apresenta função sintática
 Exprime o espanto, a surpresa;
 Não exerce função sintática. A preposição não liga verbos aleatórios um ao
outro, ele segue duas fórmulas
Exemplo:
1. Ter + que + verbo
“Quê! Como assim você esqueceu do nosso 2. Haver + que + verbo
jantar?”
Exemplo
“O quê! Todas as tintas acabaram?”
Você tem que ligar para a Renata até hoje à
SUBSTANTIVO: noite.
O substantivo sempre apresentará as seguintes Tenho que ir embora.
características:
PARTÍCULA EXPLETIVA OU REALCE:
 Antecedida de artigo indefinido (um) ou
determinante (de); A partícula expletiva ou de realce sempre
 Sempre terá acento circunflexo; apresentará as seguintes características:
 Equivale a “alguma coisa”;  Não se faz necessária dentro da oração
 Apresenta as funções sintáticas de um  Dá intensidade a oração
objeto direto, objeto indireto, sujeito e  Se apresenta também na forma de é
complemento nominal que
Exemplo:  Não apresenta função sintática
Exemplos:  Equivale a o qual, a qual, os quais, as
quais
“Quase que não consigo chegar a tempo”
 Quando pronome relativo, apresenta as
Se retirarmos o que a oração continuará mesmas funções sintáticas que o
fazendo sentido. substantivo
ADVÉRBIO: Exemplo:
O advérbio sempre apresentará as seguintes “Não encontrei o livro que vocês pediram”
características:
Há dois verbos nessa frase
 Modificação de um adjetivou ou
“Encontrei” e “pediram”
advérbio
 Equivale a quão Ou seja, há duas orações. Podemos separá-las
 Quando advérbio, apresenta a função da seguinte forma
sintática de adjunto adverbial
Não encontrei o livro / que vocês pediram
Exemplo 1: Feito isso, analisamos o que da frase. Ele está
“Que lindas roupas você comprou!” retomando ao livro.
Está intensificando o quão linda são as roupas. Ao invés da frase ser:
Por mais que expresse intensidade, não pode “Não encontrei o livro, livro este que vocês
ser partícula de realce porque se tirar o “que” pediram”
da oração, a frase não fará mais sentido.
O que já faz a substituição para não precisar
Mesmo tendo o ponto de exclamação no final repetir o substantivo.
de frase não pode ser interjeição por não
O que como pronome relativo sempre será
apresentar o acento circunflexo e o ponto
entendido dentro de uma frase como algo que
exclamativo não estar acompanhando o “que”. aconteceu, já que quando analisamos ele
Exemplo 2: retoma a oração antecedente e se torna uma
oração consequente.
“Que caro esse restaurante”
Não encontrei o livro → oração antecedente
PRONOME:
O que como pronome pode exercer três Que vocês pediram → oração consequente
papéis diferentes A frase traz a ideia de algo no passado que já
• Pronome Relativo aconteceu.
• Pronome Indefinido PRONOME INDEFINIDO:
• Pronome Interrogativo
Pode exercer duas funções, o pronome
PRONOME RELATIVO: adjetivo ou substantivo.
O pronome relativo sempre apresentará as Ele como pronome substantivo apresenta as
seguintes características: seguintes características:
 Retoma o termo antecedente da oração  Equivale a que coisa
 Não apresenta função sintática  O que receberá o nome da oração que
introduzir
Exemplo
Exemplo 1:
“Que aconteceu com sua mãe?”
“Venha logo, que é tarde”
Se analisarmos a frase podemos substitui-la por:
Há a presença de duas orações porque
“Que coisa aconteceu com sua mãe?”
apresenta dois verbos:
A frase não perde o sentido e consegue ser
“Venha logo, que é tarde”
facilmente identificada.
Cada uma das duas orações faz sentido sozinha,
O que como pronome adjetivo apresenta as
ou seja, se a oração fosse “Venha logo” ou “É
seguintes características
tarde”, ela continuaria fazendo sentido.
 Faz referência ao substantivo
Por esse motivo é uma conjunção
 Apresenta a função sintática de adjunto
coordenativa.
adnominal
Exemplo 2:
Exemplo:
“Falou tanto que ficou rouco”
“Que vida é essa?”
Como no exemplo 1, esse período apresenta
O que está fazendo referência a vida que é um
duas orações porque há a presença de dois
substantivo e não pode ser substituído por que
verbos:
coisa.
“Falou tanto que ficou rouco”
PRONOME INTERROGATIVO:
Mas diferente do exemplo 1, se separarmos as
O pronome interrogativo sempre apresentará
orações elas não vão fazer sentido
as seguintes características:
“Falou tanto” pode até fazer sentido sozinha,
 Sempre terá o uso da interrogação no
mas “ficou rouco” precisa da primeira oração
final da frase
para fazer sentido
 Faz referência a pessoas (substantivo) e
coisas (adjetivo) Por esse motivo é uma conjunção
 Não apresenta função sintática subordinativa.

Exemplos: OBJETO DIRETO:

Que horas são? “Aquela menina tem um quê de mistério.”

O que você está fazendo? O “quê” está sendo antecedido pelo artigo um
e tem a função de objeto direto, já que o
CONJUNÇÃO: verbo “tem” precisa de algo para ser seu
A conjunção sempre apresentará as seguintes complemento.
características: Quem tem, tem alguma coisa.
 União de duas orações Tem o quê? Um quê de mistério.
 Pode ser conjunção coordenativa ou
subordinativa OBJETO INDIRETO:
“Você é o aluno de que eu gosto” sujeito, então fica mais tranquilo de fazer a
pergunta. Já nesse exemplo, a gente não sabe
Quando o que é antecedido de uma
quem é o sujeito.
preposição ele pode ser tanto um objeto
indireto quanto um complemento nominal. COMPLEMENTO NOMINAL:
O que vai diferenciar um do outro? As “O professor de que eu tenho medo é você”
perguntas a serem feitas ao verbo.
Já sabemos que quando a frase tem “de que”
Primeiro, você destaca o verbo que vem só pode ser objeto indireto ou complemento
depois da partícula que. nominal. Essas duas funções sempre
apresentarão o quê preposicionado.
“Gosto”
Agora é a vez de destacar o verbo
Para saber se é objeto indireto basta utilizar a
regra do DECA “Tenho”
D E C A Quem tem? Eu.
De que? Em que? Com que? A que?
Eu tenho o quê? Medo.
De quem? Em quem? Com quem? A quem?
Achamos a resposta, mas não pode ser nem
objeto direto, nem indireto, nem sujeito.
Quem está gostando? Eu, então o “eu” será
nosso sujeito. “Mas por quê?”
Eu gosto de que ou de quem? Do aluno. Porque ele é preposicionado e o quê está
regendo um substantivo abstrato.
Como a pergunta feita foi “de que ou de
quem?”, o aluno será nosso objeto indireto e Quando o que está regendo um substantivo
como a partícula que rege o aluno, então abstrato (sentimentos), um advérbio (lugares,
nosso que também é objeto indireto. intensidade) ou um adjetivo, ele só pode ser
um complemento nominal.
SUJEITO:
ADJUNTO ADVERBIAL;
“As questões que caíram na prova foram
complexas” O bairro em que moro é muito longe.
Antes de tudo separamos o verbo. Vamos separar o verbo
“Caíram” “Moro”
Agora vamos fazer a pergunta ao verbo O verbo morar dá a ideia de lugar, ou seja,
espaço.
O que quê caíram? As questões.
Se reescrevermos a frase assim
Então “as questões” fazem a função de sujeito
da oração e como o quê está regendo “as “O bairro onde moro é muito longe”
questões, ele também faz a vez de um sujeito.
Ela ainda permanecerá com o mesmo sentido,
Não caberia as perguntas do objeto direto e certo?
indireto por se tratar de uma oração que a
gente não encontra o sujeito com facilidade.
Nos outros exemplos estava explícito qual era o
Então quando olhamos para o que vemos que
ele está regendo o bairro, um espaço. Sendo
assim, ele só pode ser um adjunto adverbial
RESUMÃO
1. Se o que é advérbio, sua função
sintática é adjunto adverbial
2. Se o que é substantivo, sua função
sintática pode ser objeto direto, objeto
indireto, sujeito ou complemento
nominal.
3. Se o que é preposição, conjunção ou
interjeição ele não apresenta função
sintática
4. O que quando usado como preposição
cria-se uma palavra, por isso ele é
classificado como derivação impropria
5. Se o que é pronome interrogativo
adjetivo, ele tem função sintática de
adjunto adnominal
6. Os pronomes que acompanham um
substantivo são os adjuntos adnominais.

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