Termos acessórios da oração: adjunto adverbial, adjunto
adnominal, aposto e vocativo
Embora não sejam termos imprescindíveis à significação da
mensagem, os termos acessórios da oração relacionam-se aos termos essenciais e integrantes para caracterizá-los, determiná-los, esclarecê-los, atribuir-lhes circunstâncias. Vamos relembrá-los?
Adjunto adverbial
Os adjuntos adverbiais relacionam-se ao verbo e indicam
circunstâncias ou intensificam o sentido de um termo na oração:
"Paulo estudou português ontem".
"Joana está muito diferente".
Observe que o advérbio ontem, na primeira oração, indica
circunstância de tempo, por isso é denominado adjunto adverbial de tempo.
No segundo exemplo, o advérbio muito intensifica o adjetivo
diferente, por isso é denominado adjunto adverbial de intensidade.
Os adjuntos adverbiais expressam várias circunstâncias. Entre elas,
as mais comuns são:
Acréscimo - "Além de estudar, tinha de trabalhar."
Afirmação - "Certamente estudar é necessário."
Assunto - "Falavam muito a respeito de trabalho."
Causa - "Devido ao frio, ficamos em casa."
Em forma oracional, o adjunto adverbial de causa transforma-se em
oração subordinada adverbial causal:
"Como estava frio, ficamos em casa".
Companhia - "Quero estar sempre contigo."
Concessão - "Apesar dos problemas, tudo deu certo."
Em forma oracional, o adjunto adverbial de concessão transforma-se
em oração subordinada adverbial concessiva:
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"Apesar de termos problemas, tudo deu certo".
Condição - "Irei à sua casa com seu consentimento."
Em forma oracional, o adjunto adverbial de condição transforma-se
em oração subordinada adverbial condicional:
"Irei à sua casa, se você consentir".
Conformidade - "Fui ao cinema conforme sua sugestão."
Em forma oracional, o adjunto adverbial de conformidade transforma-
se em oração subordinada adverbial conformativa:
"Fui ao cinema, conforme você sugeriu".
Dúvida - "Talvez eu vá ao teatro hoje."
Finalidade - "Vou estudar para a prova."
Em forma oracional, o adjunto adverbial de finalidade transforma-se
em oração subordinada adverbial final:
"Vou estudar para fazer uma boa prova".
Frequência - "Sempre estudei aqui."
Instrumento - "Abriu a lata de sardinha com uma faca."
Intensidade - "Estou muito cansada!"
Lugar - "Irei ao sítio amanhã."
Meio - "Vou viajar de avião."
Modo - "Sinto-me bem melhor."
Negação - "Não concordo com isso, mas aceito."
Tempo - "Todos os dias, ele costumava andar pelo parque."
Em forma oracional, o adjunto adverbial de tempo transforma-se em
oração subordinada adverbial temporal:
"Todos os dias em que o sol brilhava, ele costumava andar pelo
parque".
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Oficina de Gramática
Seguindo a ordem direta das estruturas frasais de língua portuguesa,
os adjuntos adverbiais devem vir no final da frase, depois dos objetos. Porém, se quisermos enfatizá-los, realçar o seu significado, podemos colocá-los no início da oração. Nesse caso, convém separá- los por vírgulas para realçá-los ainda mais.
Adjunto adnominal
O adjunto adnominal serve para delimitar, determinar o significado
do termo a que se integra:
"As estrelas brilhantes enfeitavam o céu".
Observe que o sujeito dessa oração é: as estrelas brilhantes, cujo
núcleo é estrelas. O artigo as e o adjetivo brilhantes são adjuntos adnominais, porque se ligam ao núcleo (que é um substantivo, portanto um nome) sem ajuda do verbo para determiná-lo, caracterizá-lo.
O objeto direto o céu tem como núcleo o substantivo céu. Assim, o
artigo o também desempenha o papel de adjunto adnominal.
Aposto
O aposto é o termo ou expressão que explica, desenvolve ou resume
a ideia expressa por um termo da oração. Em geral, costuma vir isolado por vírgula:
"Fernando Henrique Cardoso, ex- presidente da República, já foi
sociólogo".
A expressão ex-presidente da república explica o sujeito da oração
Fernando Henrique Cardoso.
Há casos, no entanto, em que ele não aparece isolado por vírgulas e
sim depois de dois pontos:
"Só quero uma coisa: sossego".
O termo "sossego" é um aposto, já que explica o significado do termo
"coisa".
Em forma oracional, o aposto transforma-se em oração subordinada
substantiva apositiva:
"Só quero uma coisa: que você me dê sossego".
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Vocativo
O vocativo é um termo à parte, que serve para evocar, chamar
alguém:
"Laura, você deve estudar!"
"Não faça isso, menino!"
"Brasil, mostra a tua cara" (Cazuza)
Na oração, os vocativos devem vir isolados por vírgulas.
BIBLIOGRAFIA
BECHARA, E. (2009). Moderna gramática portuguesa. Atualizada pelo
novo
acordo ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
CEREJA, W. R. & MAGALHÃES, T. C. (2008). Gramática – texto,
reflexão e uso. São Paulo: Atual.
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