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Conjunção – palavra invariável que liga duas orações ou dois termos de mesma função sintática numa oração.
Vejamos:
palavra que liga as orações 1 e 2 = conjunção
↑
A educação necessita de mais investimentos públicos, porque ela é fundamental para o futuro do país.
↓ ↓
oração 1 oração 2
↑
Educação e ciência constituem a base do futuro de um país.
↓ ↓
núcleo do núcleo do
sujeito sujeito
As conjunções são também chamadas de conectivos, por estabelecerem uma conexão (um
vínculo) entre os termos ou as orações que ligam.
Há casos em que a conexão entre as orações é estabelecida por mais de uma palavra. Nesses
casos, denominamos o conectivo de locução conjuntiva.
locução conjuntiva
↑
O domingo estava ensolarado, no entanto não havia ninguém na praia.
↓ ↓
oração 1 oração 2
Ao conectar duas orações, a conjunção estabelece entre elas uma relação de sentido (relação semântica). Aí
reside a importância das conjunções.
Por estabelecerem conexão entre duas orações, o estudo das conjunções está diretamente relacionado ao
estudo das orações.
Duas orações podem se ligar uma à outra por meio de dois mecanismos linguísticos – a coordenação e a
subordinação.
→ SUBORDINAÇÃO – Há entre as orações uma relação sintática. Uma oração (a oração subordinada)
desempenha para outra oração (a oração principal) uma função sintática. As conjunções que conectam a
oração subordinada à sua oração principal são as conjunções subordinativas.
conjunção subordinativa
→ COORDENAÇÃO – Cada oração tem sua estrutura sintática completa (uma oração não exerce função
sintática para a outra). As orações são chamadas de orações coordenadas e as conjunções que conectam as
orações coordenadas são as conjunções coordenativas.
conjunção coordenativa
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
São classificadas de acordo com as relações de sentido que estabelecem entre as orações
coordenadas que conectam.
1. Aditivas
• Relação de sentido: adição de fatos, soma de ações, continuidade.
• Principais conjunções: e; nem; não só... mas também.
Ele não veio nem mandou notícias.
(A conjunção “nem” adiciona sempre um fato que exprime negação a outro fato que também exprime negação)
3. Alternativas
• Relação de sentido: opção, escolha, alternância entre dois fatos.
• Principais conjunções: ou ... ou; ora ... ora; quer ... quer; seja ... seja.
5. Explicativas
• Relação de sentido: explicação para o que se declara na oração anterior; justificativa.
• Principais conjunções: porque; que; pois (posicionada antes do verbo).
2. Consecutiva
• Relação de sentido: Exprime a consequência de um fato que ocorre na oração principal.
• Principais conjunções consecutivas: (tão/tanto/tamanho)...que.
Estava tão quente que me senti mal.
3. Condicional
• Relação de sentido: Exprime a condição de ocorrência do fato expresso na oração principal.
• Principais conjunções condicionais: se; caso, desde que; a menos que; contanto que.
Iríamos à praia, se o dia estivesse ensolarado.
4. Comparativa
• Relação de sentido: Estabelece uma comparação entre os fatos expressos nas orações que liga.
• Principais conjunções comparativas: como; (mais/menos) ... (do) que; tão/tanto ... quanto.
Ele corre tanto quanto um felino (corre).
5. Conformativa
• Relação de sentido: Expressa conformidade - indica a forma de acordo com a qual se realiza o fato expresso na
oração principal; indica o modelo, o critério; o padrão (“de acordo com”).
• Principais conjunções conformativas: como; conforme; segundo.
Refiz o texto, conforme a professora sugeriu.
6. Concessiva
• Relação de sentido: Exprime uma concessão ao fato da oração principal, isto é, admite uma contradição ou um fato
inesperado. A ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à oposição, à quebra de expectativa.
• Principais conjunções concessivas: embora; mesmo que; ainda que; apesar de que.
Os pescadores iam para o mar, mesmo que estivesse chovendo.
7. Temporal
• Relação de sentido: localiza, no tempo, o fato expresso na oração principal; expressa o momento em que ocorre o
fato expresso na oração anterior.
• Principais conjunções temporais: quando; assim que; logo que; desde que; sempre que; enquanto.
Os amigos se encontrarão na lanchonete, quando as aulas terminarem.
8. Final
• Relação de sentido: exprime a finalidade (o objetivo) do fato contido na oração principal.
• Principais conjunções finais: para que; a fim de que.
O professou repetiu a explicação, para que os estudantes a compreendessem bem.
9. Proporcional
• Relação de sentido: estabelece uma relação de proporção (aumento ou diminuição equivalente) entre os fatos
expressos nas orações.
• Principais conjunções proporcionais: à proporção que; à medida que; quanto mais...mais; quanto mais...menos.
Os jovens compreendem melhor os adultos, à medida que amadurecem.
É necessário destacar que o aspecto mais importante das conjunções é a relação semântica que
elas estabelecem – a relação de sentido.
Desde que ele estude com determinação, conseguirá realizar seu sonho.
↓
Exprime a condição de ocorrência do fato expresso na outra oração = conjunção condicional
VALE LEMBRAR:
As orações subordinadas adjetivas são iniciadas por um pronome relativo, ou seja, o pronome relativo é o
conectivo que liga a oração subordinada adjetiva à sua respectiva oração principal.
-Vamos recordar que os pronomes relativos retomam um substantivo (ou outro pronome) anterior a eles (ao
qual chamamos de termo antecedente), substituindo-o no início da oração seguinte. Esse substantivo (ou
pronome) encontra-se na oração principal.
Observe:
Não se definiu o local onde será construída a escola.
• A oração subordinada adjetiva sublinhada se inicia pelo pronome relativo “onde” e se refere ao substantivo
“local” (que está na oração principal e é o termo antecedente do pronome relativo “onde”).
[...]
E o olhar estaria ansioso esperando
E a cabeça ao sabor da mágoa balançando
E o coração fugindo e o coração voltando
E os minutos passando e os minutos passando...
[...]
Nesses versos, a repetição da conjunção “e” no início de cada oração de uma série de coordenadas é um
polissíndeto, recurso estilístico que, nesse caso, contribui para o ritmo do texto (cadência) e sugere a
ocorrência simultânea ou quase simultânea dos fatos expressos pelas orações.
Exemplo 2 – Texto argumentativo
As "escolinhas" de futebol, como são conhecidos os centros de formação de jogadores nas divisões de base
dos times, possibilitam a renovação das equipes e contribuem para o equilíbrio financeiro dos clubes, que
podem, oportunamente, vender suas jovens revelações. Essas escolas são, portanto, imprescindíveis ao
futebol. O problema é que muitas delas funcionam apenas como "máquinas" de formar jogadores. Os clubes
deveriam ter o compromisso de não só preparar tecnicamente os garotos, mas também oferecer-lhes
formação humanística que lhes permitisse, tanto dentro como fora do futebol, atuar com ética e
responsabilidade social.
Observe que a conjunção “e” articula, por uma relação de adição, dois argumentos favoráveis às escolinhas
de futebol: possibilitar a renovação das equipes e contribuir para o equilíbrio financeiro dos clubes.
Perceba que a conjunção “portanto” estabelece uma relação de conclusão com a afirmação anterior.
Note que a conjunção “não só ... mas também” estabelece uma relação aditiva entre o que já acontece – os
clubes preparam tecnicamente os garotos – e o que, segundo o texto, deveria ser acrescentado – os clubes
deveriam oferecer aos garotos formação humanística, para que eles pudessem atuar de forma ética e
socialmente responsável.
- AS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS NOS TEXTOS
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS INTEGRANTES
a) Compare os períodos abaixo:
Tudo depende do meu esforço. (PERÍODO SIMPLES – termo sublinhado = objeto indireto)
Tudo depende de que eu me esforce. (PERÍODO COMPOSTO – oração sublinhada = oração subordinada substantiva objetiva
indireta)
De forma geral, o período simples é mais conciso e elegante do que o período composto, que deve ser utilizado
quando se quer dar ênfase ao termo que a oração subordinada representa.
b) O emprego de orações subordinadas substantivas (iniciadas por conjunções subordinativas integrantes) e suas
respectivas orações principais é fundamental na organização de textos argumentativos. Estruturas sintáticas
do tipo “oração principal + oração substantiva” possibilitam ao enunciador posicionar-se relativamente ao
assunto, além de demonstrar seu grau de comprometimento com aquilo que fala/escreve (modalizadores do
discurso).
- Sabe-se que o país atravessa uma grave crise. (expõe o ponto de vista de maneira mais impessoal)
- É inaceitável que muitas pessoas não pensem na coletividade. (explicita discordância)
- Seria conveniente que o poder público agisse com mais transparência. (apresenta sugestão)
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS ADVERBIAIS
As orações adverbiais (iniciadas por conjunções subordinativas adverbiais) desempenham um importante
papel na construção de textos narrativos – contribuem para a organização da sequência dos acontecimentos
– progressão narrativa.
Observe:
Feiura
Quando a cegonha chegou à casa dos meus vizinhos para entregar a encomenda, o garoto era
tão feio que eles ficaram com a cegonha e devolveram o menino.
NUNES, Max. O pescoço da girafa. Seleção e organização: Rui Castro. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p.31 .
Perceba que o enredo dessa curta narrativa foi construído a partir da articulação das orações adverbiais. As
relações de sentido expressas por essas orações adverbiais (tempo, finalidade e consequência, nessa
ordem) são responsáveis pela progressão narrativa, ou seja, pela sequência dos fatos narrados.
As orações adverbiais, por meio das relações lógico-semânticas que as conjunções subordinativas adverbiais
que as iniciam expressam, também são essenciais na estruturação dos textos argumentativos.
Observe:
Quando uma atividade humana provoca discussões a respeito de ser moralmente boa ou ruim, está se
falando da ética daquela ação. De modo geral, não se costuma avaliar cada atividade desse ponto de vista,
porque a sociedade já estabeleceu os parâmetros do bem e do mal para a maioria de suas esferas. Por
exemplo, roubar é considerado um mal, ainda que frequentemente praticado, enquanto ações beneficentes
são um bem, mesmo que raras.
DIMENSTEIN, Gilberto. Aprendiz do futuro. São Paulo: Ática, 1998. p. 44.
• Perceba que o emprego de orações adverbiais com suas relações semânticas de tempo, causa, concessão,
tempo (novamente) e concessão (novamente), nessa ordem, é fundamental para construir a rede de
relações lógicas através das quais o autor expressa seu posicionamento a respeito do tema que ele aborda.