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CENTRO DE TREINAMENTO MINISTERIAL AGAPE

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justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei,
porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada."

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Gálatas 216

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AGÊNCIA
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ÁGAPE
Índice
ÍNDICE....................................................................................................................................................................... 2
APRESENTAÇÃO DA MATÉRIA.............................................................................................................................. 3
INSTRUÇÕES AO ALUNO........................................................................................................................................ 5
CRONOGRAMA DA MATÉRIA................................................................................................................................ 4
INTRODUÇÃO A MATÉRIA.................................................................................................................................... 6-7

AULA 01 - JUSTIFICAÇÃO
OBJETIVO................................................................................................................................................................. 8
INTRODUÇÃO À AULA............................................................................................................................................. 8
DEFINIÇÃO DE JUSTIFICAÇÃO.............................................................................................................................. 8
BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO........................................................................................................................... 9
O MÉTODO DA JUSTIFICAÇÃO............................................................................................................................. 10

AULA 02 - JUSTIFICAÇÃO MEDIANTE A FÉ


OBJETIVO................................................................................................................................................................. 14
INTRODUÇÃO À AULA............................................................................................................................................. 14
A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ..................................................................................................................................... 14
A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ NOS ENSINOS DE PAULO.............. ....................................................................... 16
CONDIÇÕES PARA SERMOS JUSTIFICADOS...................................................................................................... 23

AULA 03 - A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ X AS OBRAS


OBJETIVO................................................................................................................................................................. 25
INTRODUÇÃO À AULA............................................................................................................................................. 25
FÉ X OBRAS............................................................................................................................................................. 25
O PREÇO DO SANGUE........................................................................................................................................... 28

AULA 04 - A FÉ E A JUSTIFICAÇÃO
OBJETIVO............................................................................................................................................................... 31
INTRODUÇÃO À AULA........................................................................................................................................... 31
A IMPORTÂNCIA DA FÉ......................................................................................................................................... 31
ALGUNS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO PELOS QUAIS DEVEMOS EXERCER FÉ...................................... 34

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Apresentação da

Bem-vindos ao módulo de ensino sobre justificação.

Este estudo é fundamental para sua vida cristã. Uma visão correta da justificação é muito
importante para a fé cristã. Após Martinho Lutero ter descoberto a justificação pela fé em
Jesus Cristo, se tornou um cristão genuíno, sua vida cristã passou a ser alegre e
transbordante na presença de Deus. Uma visão correta da justificação pela fé é uma linha
divisória entre o evangelho bíblico verdadeiro e o falso evangelho, baseado nas boas obras.

O apóstolo Paulo quando escreve sobre a salvação em Jesus Cristo menciona sobre a
justificação:

“E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também
justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.” Rm 8.30

O entendimento de Paulo e também o nosso sobre justificação é que:

O homem é justificado por Deus mediante sua verdadeira declaração de fé em Jesus Cristo

“para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e
justificador daquele que tem fé em Jesus.” Rm 3.26

O homem é justificado e tem paz com Deus mediante a fé em Jesus Cristo e não segundo
sua obras

“Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo,
temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não
pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.” Gl
2.16

Gostaríamos de recordar alguns dos temas que estudamos para compreendermos melhor
suas aplicações em nossas vidas. Quando estudamos sobre Jesus Cristo, somos convidados
a aceitá-lo como único Deus e suficiente salvador. Quando estudamos sobre redenção,
vimos que o próprio Deus providenciou um meio pelo qual pudéssemos ser resgatados do
império das trevas. Agora, mediante o estudo da doutrina sobre justificação, veremos que
Deus, por meio de Jesus Cristo nos considera absolvidos e perdoados diante dEle.

Amados, desejamos que você tenha uma vida cristã transbordante e cheia de alegria por
saber que você é aceito diante de Deus mediante a fé e não por obras. Satanás sempre vai
querer colocar em dúvida esta verdade, mas desafio você a declarar

“eu sou o que sou mediante a graça de Deus, e a graça de Deus não se tornou vã em
minha vida...” I Co 15.10

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Instruções ao
Ao iniciar este estudo com respeito a justificação e seus benefícios, você será desafiado a
ter um relacionamento mais profundo com Jesus e Sua Palavra. Ao aceitar este desafio você
irá conhecer verdades absolutas deixadas por Ele em Sua Palavra - quem estuda a Palavra
de Deus, está crescendo em intimidade com o próprio Deus, pois Ele mesmo nos ensina:

“... O verbo se fez carne e habitou entre nós...” Jo 1.14

Nunca deixe para estudar o assunto somente em dia de prova. Todo o conteúdo deve ser
parte da sua intimidade com Deus e de sua meditação semanal.

Medite sempre em espírito de oração, sobre os assuntos tratados em sala de aula. Leia e
estude o conteúdo da aula seguinte, para que as ministrações em sala de aula possam ser
mais esclarecedoras e conseqüentemente mais profundas.

Tenha sempre à mão um bom dicionário de língua portuguesa, caso não compreenda
alguma palavra, consulte o seu significado. Tenha também em mãos um bom dicionário
bíblico, para que você possa se familiarizar com o vocabulário das Escrituras.

Nunca se esqueça, você está matriculado neste seminário para aprender, no caso de
dúvida, não fique envergonhado, procure esclarecer a dúvida com seu professor.

Com o conteúdo, segue um cronograma das aulas a serem ministradas, para que você
possa compreender a organização da matéria e também organizar melhor seu tempo e seu
estudo.

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Cronograma da

TEMAS A TAREFAS
SEREM ENSINADOS EXTRA-CLASSE
Data Aula
(anote o que for
pedido)
Definição de justificação e seus benefícios

Método da justificação

A justificação pela fé e sua base bíblica

Justificação nos ensinos de Paulo

Condições para sermos justificados

Fé x obras

O preço do sangue

A importância da Fé

Alguns benefícios da justificação pelos quais


devemos exercer fé

Prova.
Avaliar o aproveitamento e a assimilação de
cada aluno.

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Introdução à

Justificação é o ato de Deus declarar justo um pecador. Deus faz isso mediante a fé e
confiança em Jesus Cristo e não nas obras da pessoa, que então passa do estado de culpa
para o estado de justiça.

O conceito de justificação tem sua origem no velho testamento, o termo indica que a pessoa
foi declarada livre de culpa. A idéia tem conotação jurídica, que implica um processo de
julgamento:

“Quando houver contenda entre alguns, e vierem a juízo para que os juízes os julguem,
ao justo justificarão e ao injusto condenarão.” Dt 25.1

“Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o
ímpio, longe de ti seja. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” Gn 18.25

O novo testamento leva essa idéia mais longe, principalmente nos escritos de Paulo. Seu
conceito de justificação é o ponto de partida para desenvolver as implicações da verdade
central do evangelho, a saber, que Deus perdoa o pecador que crê em Jesus Cristo. A
explicação de Paulo para o sentido de salvação que há na vida , morte e ressurreição de
Jesus Cristo deriva da imputação da justificação Divina:

“sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo
Jesus.” Rm 3.24

“E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou; porque o juízo veio de uma
só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para
justificação.” Rm 5.16

Imputação é um ato de Deus pelo qual ele credita a justiça de Cristo a pecadores que crêem
e aceitam sua dádiva. Com isso eles são declarados justos diante de Deus.

Isso não quer dizer que Deus olhe para o crente como se ele nunca tivesse cometido
pecado. Isso indicaria que o fiel é inocente. Justificação vai além desta idéia. Cristo pagou a
penalidade do pecado e a culpa e cumpriu a exigências justas da lei. Deus Pai aplicou a
obra perfeita de Cristo à vida do crente de tal maneira que este é restaurado a uma posição
de justiça em relação a Deus.

A base para a justificação do crente é morte de Jesus Cristo. Ninguém pode justificar a si
mesmo:

“Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo,
temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não
pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada” Gl 2.16

Jesus Cristo se fez pecado no lugar dos pecadores, morrendo como substituto deles:

“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos
justiça de Deus.” 2 Co 5.21

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Introdução à continuação...

A justiça de Deus se revelou quando Ele puniu o pecado pela morte de Jesus Cristo, na
morte de Jesus, Deus se justificou punindo o pecado e justificou o pecador que crê,
creditando a ele a justiça de Cristo. O meio de receber a justificação de Deus é mediante a
fé. Justificação é algo não merecido. Não é uma conquista e sim um presente gratuito de
Deus. Todo pecador pode ser perdoado, mas, nem todo pecador é justificado, somente
aquele que crê e aceita a Jesus Cristo como senhor e salvador.

Amado (a), nosso desejo é que você possa desfrutar desta justificação e mantenha um
relacionamento perfeito com Deus, que esta revelação mantenha satanás longe de sua vida,
pois você sabe que tua fé em Jesus Cristo vence o mundo:

“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o
mundo: a nossa fé” 1 Jo 5.4

Bom estudo, O colegiado

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Justificação

 OBJETIVO

Compreender a doutrina da justificação. Como Deus pode considerar um pecador justo


diante de si e absolvê-lo de sua pena.

 INTRODUÇÃO

A justificação pela fé é a verdade fundamental da provisão de Deus para a salvação dos


pecadores culpados e perdidos. Essa foi a grande verdade que a reforma restituiu à igreja
cristã. Compreender a justificação é compreender a profundidade da salvação com que a
humanidade pode ser salva.
A justificação e a regeneração estão intimamente relacionadas. A regeneração está ligada ao
que acontece ao coração do homem e a justificação refere-se a sua posição diante de
Deus. A regeneração é a resposta a respeito da morte espiritual do homem e a justificação é
a resposta a sua culpa.

DEFINIÇÃO DE JUSTIFICAÇÃO

A justificação é o ato de Deus declarar justo o pecador que crer em Jesus Cristo. Observe
que não é o pecador que se torna justo e sim Deus que o considera justo mediante o
sacrifício de Jesus Cristo.

“Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.”
Rm 4.3

A justificação é mais que perdão, a justificação é aplicação da justiça de Jesus aos crentes:

“Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e
justiça, e santificação, e redenção.” 1 Co 1.30

“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos
justiça de Deus.” 2 Co 5.21

A justificação inclui a libertação do crente em relação a ira Divina e também sua aceitação
diante dos olhos de Deus. Ao justificar o pecador, Deus o coloca na posição de um justo. “É
como se ele jamais tivesse pecado”

“Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as
minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos, acrescenta: E jamais
me lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades.” Hb 10.16,17

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BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO

Perdão dos pecados

Devemos entender que, com o perdão dos pecados há também a absolvição da pena ou
castigo que o pecador mereceria, esta é a herança que os crentes adquiriram diante de
Deus por meio do sacrifício de Jesus Cristo.

“Seja-vos, pois, notório, varões irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos
pecados. E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é
justificado todo aquele que crê” At 13.38-39

“Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as
riquezas da sua graça.” Ef 1.7

“E, quando vós estáveis mortos nos pecados e na incircuncisão da vossa carne, vos
vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas.” Cl 2.13

Restauração do favor de Deus

O pecador não incorreu simplesmente em uma penalidade, mas perdeu o favor de Deus,
estando assim sujeito a sua ira:

“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a
vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece” Jo 3.36

“Primeiramente, dou graças ao meu Deus por Jesus Cristo, acerca de vós todos, porque
em todo o mundo é anunciada a vossa fé” Rm 1.8

Através da justificação essa realidade mudou

“Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da
ira.” Rm 5.9

A justificação não apenas apaga nossos pecados mas também restaura nossa comunhão
com Deus. Um dos maiores problemas da sociedade é a reabilitação de alguém que
cometeu um delito, por mais que já tenha pago sua dívida perante a justiça, sempre ficará
marcado por sua dívida social. Graças a Deus, que por meio da justificação, podemos nos
apresentar diante dEle como se nunca tivéssemos cometido algum delito.

“Mas, quando apareceu a benignidade e caridade de Deus, nosso Salvador, para com os
homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua
misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo,
que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador, para
que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, segundo a esperança da
vida eterna.” Tt 3.4-7

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A imputação da justiça de Cristo

A imputação da justiça deve ser entendida da seguinte maneira: nossos pecados foram
atribuídos a Cristo, que em sí mesmo não tinha pecado e a justiça de Cristo foi atribuída ao
crente que não tinha em sí mesmo nenhuma justiça. A justiça é absolutamente necessária
para a comunhão com Deus, mas homem algum possui essa justiça. Portanto Deus imputa
ao crente a justiça de Jesus Cristo.

“Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que
toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. Por isso,
nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o
conhecimento do pecado. Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo
o testemunho da Lei e dos Profetas, isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo
para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença.” Rm 3.19-22

“Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos
justiça de Deus.” II Co 5.21

O MÉTODO DA JUSTIFICAÇÃO

A justificação não é mérito humano

É importante compreendermos o método pelo qual Deus justifica o pecador. A justificação é


base de nossa posição diante de Deus. A justificação é meio pelo qual Deus considera o
pecador absolvido. Deus não pode passar por cima do pecado simplesmente por seu amor
por nós. Ele precisa preservar sua santidade e justiça.
Os poderes humanos são investidos de autoridade para julgar segundo a lei. Quando
alguém comete algum delito é levado ao tribunal e não há outra alternativa senão condená-
lo. Segundo a lei, em nenhum caso pode justificar ou declarar o culpado, inocente. Deus
quando imputou a justificação aos pecadores, não anulou a lei do pecado, que condenava
os pecadores, mas justificou os pecadores, aceitando o sacrifício de Jesus Cristo como
suficiente para satisfazer as exigências da lei.

“para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e
justificador daquele que tem fé em Jesus.” Rm 3.26

As Escrituras nos afirmam que nenhum homem pode ser justificado diante de Deus
mediante sua própria obra:

“Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei
vem o conhecimento do pecado” Rm 3.20

Então continua a explicar :

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados


gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” Rm 3.23-24

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A graça de Deus significa seu favor não merecido. Somos completamente incapazes de
merecer o favor de Deus, a única maneira pela qual poderíamos ser declarados justos é se
Deus nos proporcionasse a salvação pela graça, totalmente à parte de nossas obras:

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie” Ef 2.8-9

Deus não tinha nenhuma obrigação de imputar nossos pecados a Jesus Cristo ou de imputar
a justiça de Cristo a nós, é unicamente por causa de sua graça que Ele faz isso por nós.

Existem muitas religiões que ensinam que o homem não é justificado somente pela graça.
Essas religiões ensinam que o homem tem que fazer sua parte em relacão a sua salvação.
Cremos que o homem tem sua responsabilidade diante de Deus, mas no que diz respeito a
nossa salvação não temos nada a fazer a não ser de darmos crédito ao sacrifício de Jesus
Cristo na cruz, que morreu como nosso substituto, sendo aceito seu sacrifício por Deus, que
por meio deste, nos considera justos.

Como estudamos, o homem não pode ser justificado por suas próprias obras, mas
estabeleceu um meio pelo qual o homem pode ser justificado. O que veremos a seguir são
alguns princípios que fundamentam essa doutrina.

A justificação é independente das obras

Se há uma verdade que o Novo Testamento deixa clara é que homem algum é justificado
com base em sua própria retidão – suas boas obras.

“Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de
Deus. Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como
justiça. Ora, àquele que faz qualquer obra, não lhe é imputado o galardão segundo a
graça, mas segundo a dívida. Mas, àquele que não pratica, porém crê naquele que
justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça” Rm 4.2-5

“Assim, pois, também agora neste tempo ficou um resto, segundo a eleição da graça.
Mas, se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça”
Rm 11.5-6

A justificação é independente do cumprimento da lei

“Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que
toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. Por isso,
nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o
conhecimento do pecado” Rm 3.19-20

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” Rm 3.23

“Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo,
temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não
pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada”
Gl 2.16

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Em teoria seria possível o homem ser salvo mediante o cumprimento da lei, isso se alguém
pudesse observá-la completamente, mas todos quebramos a lei de Deus no passado e
somos incapazes de cumprí-la perfeitamente no futuro. Paulo torna claro que não temos
esperança nesse sentido:

“Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito
está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no
livro da lei, para fazê-las” Gl 3.10

Quando falamos que o homem não pode cumprir a lei de Deus, não quer dizer que exista
algo de errado com a lei e sim com aqueles que não conseguem cumprí-la - os homens:

“Assim, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom” Rm 7.12

A lei revela o caráter de Deus e mostra aos homens que são pecadores:

“Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei
vem o conhecimento do pecado” Rm 3.20

Pela graça de Deus

A justificação não pode ser obtida por mérito ou esforço próprio. Ela só pode ser recebida
através da graça de Deus. Graça é o favor de Deus aos homens, favor esse, que o homens
não tem nenhum mérito. Graça é a revelação do caráter amoroso de Deus.

“sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”
Rm 3.24

“para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, segundo a
esperança da vida eterna” Tt 3.7

Pelo sacrifício de Jesus Cristo

Deus não pode perdoar nossos pecados apenas por ser Ele um Deus gracioso. Ele é justiça,
não pode simplesmente ignorar nosso pecado. Seu perdão baseia-se nos termos da justiça.
A pena pelos nossos pecados foi paga – paga pelo sangue de Jesus. Os pecados do crente
são imputados a Cristo:

“aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos
justiça de Deus” II Co5.21

“levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos
para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados”
I Pe 2.24

Deus pode perdoar pecados porque a lei foi preservada e o castigo pela sua transgressão,
pago.

As definições que estudamos são as seguintes:

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Deus é o nosso juiz

Jesus, se fez justiça por nós

Somos resgatados, a dívida foi paga, somos absolvidos da condenação, somos


verdadeiramente livres

Somos justificados pela fé

Alcançamos a paz com Deus

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Justificação
mediante a

 OBJETIVO

Compreender que mediante a fé e não por mérito, o homem é justificado diante de Deus.

 INTRODUÇÃO

O homem pecou diante de Deus e conseqüentemente adquiriu uma dívida, dívida esta que
jamais poderia ser paga mediante seus méritos. Deus sabendo disso e sendo misericordioso,
planejou um meio pelo qual o homem tivesse a absolvição de seus pecados. O meio que
Deus estabeleceu para justificar o homem foi o sacrifício de Jesus, essa é a base de nossa
justificação. Mediante esse sacrifício o homem, pela fé pode ser livre da condenação e
justificado diante de Deus.

A fé não é algo que oferecemos a Deus meritoriamente, ela é apenas um meio pelo qual
recebemos a provisão de Deus para nossa justificação. Não poderíamos, por nós mesmos,
ou pela lei, tornarmo-nos justos, mas pela fé podemos.

A primeira vez que vimos a justiça de Deus se manifestar a favor dos homens foi no livro de
Gênesis, à Abraão:

“E creu ele no SENHOR, e foi-lhe imputado isto por justiça” Gn 15.6

“Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça”
Rm 4.3

“Pela fé, ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado, sim, aquele que recebera as
promessas ofereceu o seu unigênito” Hb 11.17

Entendemos que a justificação está intimamente ligada à fé

“É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça” Gl 3.6

“De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé,
fôssemos justificados” Gl 3.24

A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ

A fé em Jesus Cristo é o meio pelo qual a justiça é recebida e a justificação é proporcionada.


Os pecadores são justificados por ou mediante a fé. A fé não é a base da justificação e sim
o meio pelo qual recebemos a justificação. A base de nossa justificação é o sacrifício

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substitutivo de Jesus Cristo, que se ofereceu por nós.

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Base bíblica para a justificação pela fé

“Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo
viverá da fé” Rm 1.17

“como está escrito: Não há um justo, nem um sequer” Rm 3.10

“Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei
vem o conhecimento do pecado” Rm 3.20

“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei”
Rm 3.28

“sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus,
ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua
justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para
demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador
daquele que tem fé em Jesus” Rm 3.24-26

“Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de
Deus” Rm 4.2

“Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo”
Rm 5.1

“Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a
salvação” Rm 10.10

“Mas, se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça”
Rm 11.6

“Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo,
temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não
pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada”
Gl 2.16

“Aquele, pois, que vos dá o Espírito e que opera maravilhas entre vós o faz pelas obras
da lei ou pela pregação da fé?” Gl 3.5

“Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito
está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no
livro da lei, para fazê-las. E é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de
Deus, porque o justo viverá da fé” Gl 3.10,11

“Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua, criados em
Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”
Ef 2:9-10

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“que nos salvou e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas
segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos
tempos dos séculos” II Tm 1.9

“não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos
salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo” Tt 3.5

“Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele”
Hb 10.38

A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ NOS ENSINOS DE PAULO

Dentre as 39 ocorrências do verbo justificar, no Novo Testamento, 29 aparecem nos


escritos de Paulo. Isto reflete o fato de Paulo fazer do conceito da justificação o elemento
básico da doutrina da soteriologia (doutrina da salvação).

Para Paulo, a justificação significa o ato de Deus que redime os pecados de homens
culpados e que os reputa retos gratuitamente, por sua graça, mediante a fé em Jesus
Cristo. A base para a justificação não são suas próprias obras, mas do representante
obediente à lei, que derramou seu sangue a favor dos homens, o Senhor Jesus Cristo.

A doutrina de Paulo sobre a justificação é sua maneira característica de formular a verdade


central do evangelho – Deus perdoa os pecadores crentes em Jesus Cristo.

Na epístola aos Romanos Paulo introduz o evangelho como a boa mensagem que revela a
justiça de Deus

“Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo
viverá da fé” Rm 1.17

No desenrolar desta doutrina, principalmente no livro de Romanos, Paulo deixa claro que a
justiça de Deus é um conceito forense, denotando a graciosa obra de Deus que proporciona
a pecadores culpados uma justificação completa, absolvendo-os no tribunal do céu sem
prejuízo para sua própria justiça como juiz.

Paulo escreve que a convicção de sua salvação e de seu chamado missionário estão
relacionadas na doutrina da justificação:

“Nós somos judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios. Sabendo que o
homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também
crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei,
porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. Pois, se nós, que
procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é,
porventura, Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma. Porque, se torno a
edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor. Porque eu, pela
lei, estou morto para a lei, para viver para Deus. Já estou crucificado com Cristo; e
vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé
do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim. Não aniquilo a

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graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde”
Gl 2.15-21

“Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na
carne, ainda mais eu: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de
Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu, segundo o zelo, perseguidor
da igreja; segundo a justiça que há na lei, irrepreensível. Mas o que para mim era
ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as
coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a
perda de todas estas coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo
e seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em
Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus, pela fé; para conhecê-lo, e a virtude da sua
ressurreição, e a comunicação de suas aflições, sendo feito conforme a sua morte; para
ver se, de alguma maneira, eu possa chegar à ressurreição dos mortos” Fl 3.4-11

Para Paulo a justificação é a benção fundamental de Deus, pois essa benção tanto salva do
passado como assegura o futuro. Por um lado, significa perdão, e o fim das hostilidades
entre Deus e os homens:

“E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado
todo aquele que crê” At 13.39

“Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da
ira” Rm 5.9

Por outro lado, significa aceitação a todas as bênçãos prometidas aos justos:

“Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;
pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos
gloriamos na esperança da glória de Deus” Rm 5.1-2

“mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido
sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de
filhos” Gl 4.4-5

A doutrina sobre salvação, para Paulo, tem na justificação seu ponto de referência básico.
Sua fé sobre a justificação é a fonte pela qual flui sua visão do cristianismo, onde pela graça
judeus e gentios aparecem em igual privilégio diante de Deus

“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para


salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. Porque nele se
descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé”
Rm 1.16-17

“É, porventura, Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos
gentios, certamente. Se Deus é um só, que justifica, pela fé, a circuncisão e, por meio
da fé, a incircuncisão, anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes,
estabelecemos a lei” Rm 3.29-31

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“Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios,
anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti.
De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão. Todos aqueles, pois,
que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo
aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para
fazê-las. E é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o
justo viverá da fé. Ora, a lei não é da fé, mas o homem que fizer estas coisas por elas
viverá. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está
escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; para que a bênção de
Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo e para que, pela fé, nós recebamos a
promessa do Espírito” Gl 3.8-14

São nos fundamentos e nos termos da justificação que o apóstolo Paulo explica os
fundamentos da sua fé, e de sua revelação de Deus:

A justificação e a graça

“sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”
Rm 3.24

“E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou; porque o juízo veio de uma
só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para
justificação” Rm 5.16

A justificação e o amor de Deus

“Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque
apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.
Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós
ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos
por ele salvos da ira” Rm 5.6-9

A justificação e a redenção

“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está
escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” Gl 3.13

“Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as
riquezas da sua graça” Ef 1.7

A justificação e a reconciliação

“E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos
deu o ministério da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o
mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação”
2 Co 5.18-19

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A justificação e a fé

“Ora, não só por causa dele está escrito que lhe fosse tomado em conta, mas também
por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dos mortos
ressuscitou a Jesus, nosso Senhor, o qual por nossos pecados foi entregue e ressuscitou
para nossa justificação” Rm 4.23-25

“Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra
da fé, que pregamos, a saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em
teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Visto que com o
coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a
Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido” Rm 10.8-11

A justificação e a união com Cristo

“Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não
andam segundo a carne, mas segundo o espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em
Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto, o que era impossível à
lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da
carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne, para que a justiça da lei se
cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”
Rm 8.1-4

A justificação e a segurança cristã

“Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;
pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos
gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos
gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência,
a experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão,
porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos
foi dado. Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse
morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo
nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue,
seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com
Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela
sua vida. E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor
Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação” Rm 5.1-11

A justificação e a história bíblica relatada por Paulo

A justificação é a chave da filosofia da história de Paulo. Ele sustenta que o propósito central
e dominante de Deus ao ordenar a história do mundo, desde a queda em diante tem sido
levar os pecadores à fé que os justifica.

Deus trata com a humanidade por intermédio de dois homens representativos – o primeiro
homem Adão, que por meio de seu pecado trouxe condenação e morte e o segundo homem
Jesus Cristo, que por de sua obediência tornou-se o autor da justificação e da vida.

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“Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o
último Adão, em espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, senão o animal;
depois, o espiritual. O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o
Senhor, é do céu. Qual o terreno, tais são também os terrenos; e, qual o celestial, tais
também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos
também a imagem do celestial” I Co 15.45-49

“Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte,
assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram. Porque
até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei. No
entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à
semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir. Mas
não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um, morreram
muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus
Cristo, abundou sobre muitos. E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que
pecou; porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom
gratuito veio de muitas ofensas para justificação. Porque, se, pela ofensa de um só, a
morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da
justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa
veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de
justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como, pela
desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência
de um, muitos serão feitos justos. Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas,
onde o pecado abundou, superabundou a graça; para que, assim como o pecado reinou
na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo,
nosso Senhor” Rm 5.12-21

Desde do tempo de Adão a morte tem reinado universalmente, apesar de que o pecado
ainda não era claramente conhecido:

“Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte,
assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram. Porque
até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei”
Rm 5.12-13

Mas Deus entrou em aliança com Abraão, justificando-o por meio da fé e prometendo que
através de sua semente seriam abençoadas (ou justificadas) todas as famílias da terra:

“É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Sabei,
pois, que os que são da fé são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que
Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão,
dizendo: Todas as nações serão benditas em ti. De sorte que os que são da fé são
benditos com o crente Abraão. Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão
debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em
todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las. E é evidente que, pela lei,
ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé. Ora, a lei não é da
fé, mas o homem que fizer estas coisas por elas viverá. Cristo nos resgatou da maldição
da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for
pendurado no madeiro; para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus
Cristo e para que, pela fé, nós recebamos a promessa do Espírito. Irmãos, como homem
falo. Se o testamento de um homem for confirmado, ninguém o anula nem lhe

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acrescenta alguma coisa. Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua posteridade.
Não diz: E às posteridades, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua
posteridade, que é Cristo” Gl 3.6-16

Deus por intermédio de Moisés revelou Sua lei à família de Abraão. Essa lei tinha o propósito
não de dar a salvação, mas sim, o conhecimento do pecado. Ao descobrir e provocar as
transgressões, essa lei haveria de ensinar aos israelitas que necessitavam de justificação; e
asssim a lei serviu como aio para os conduzir a Cristo:

“Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a
posteridade a quem a promessa tinha sido feita, e foi posta pelos anjos na mão de um
medianeiro. Ora, o medianeiro não o é de um só, mas Deus é um. Logo, a lei é contra
as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se dada fosse uma lei que pudesse
vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei. Mas a Escritura encerrou tudo
debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes.
Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei e encerrados para aquela
fé que se havia de manifestar. De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir
a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados. Mas, depois que a fé veio, já não
estamos debaixo de aio” Gl 3.19-25

O efeito da obra de Cristo foi abolir a barreira de exclusivismo que a posse da lei e das
promessas, por parte de Israel, havia erigido entre judeus e gentios:

“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de
separação que estava no meio, na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos
mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo
homem, fazendo a paz, e, pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo,
matando com ela as inimizades” Ef 2.14-16

Por meio de Cristo, a justificação mediante a fé podia agora ser pregada a judeus e a
gentios sem distinção, pois, em Jesus Cristo, todos os crentes se tornam semente de
Abraão, são feitos filhos de Deus e herdeiros da mesma aliança:

“Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes
batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há
servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.
E, se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a
promessa” Gl 3.26-29

Paulo declara sua doutrina do dia do julgamento na epístola aos romanos:

“Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da
ira e da manifestação do juízo de Deus, o qual recompensará cada um segundo as suas
obras, a saber: a vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória,
e honra, e incorrupção; mas indignação e ira aos que são contenciosos e desobedientes
à verdade e obedientes à iniqüidade; tribulação e angústia sobre toda alma do homem
que faz o mal, primeiramente do judeu e também do grego; glória, porém, e honra e paz
a qualquer que faz o bem, primeiramente ao judeu e também ao grego; porque, para
com Deus, não há acepção de pessoas. Porque todos os que sem lei pecaram sem lei
também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados. Porque os
que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser

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justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas
que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei, os quais mostram a obra da lei
escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos,
quer acusando-os, quer defendendo-os, no dia em que Deus há de julgar os segredos
dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho” Rm 2.5-16

Paulo declara nestes textos que o julgamento será segundo o procedimento de cada um. O
padrão para o julgamento será a lei de Deus, e não a lei mosaica a lei da consciência.
Somente os observadores da lei poderão esperar serem justificados. No entanto, não
existem homens capazes de guardar a lei, pois ninguém é reto todos pecaram, desta
maneira, o resultado seria a condenação universal:

“Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei
vem o conhecimento do pecado” Rm 3.20

Paulo ensina que a fé em Jesus Cristo é meio pelo qual o homem é justificado diante de
Deus. Seu ensino declara que a fé não é a base da justificação e sim o meio pelo qual o
homem a recebe. Paulo cita o caso de Abraão que creu em Deus e isso foi imputado como
justiça, a fim de provar que o homem é justificado mediante a fé independente das obras:

“Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne? Porque, se
Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus. Pois,
que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Ora,
àquele que faz qualquer obra, não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas
segundo a dívida” Rm 4.1-4

Paulo completa que a justificação vem depois da nossa fé e como resposta a ela. Ele diz
que Deus é “o justificador daquele que tem fé em Jesus:”

“para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e
justificador daquele que tem fé em Jesus” Rm 3.26

e “que o homem é justificado pela fé”, independente das obras da lei.

Justificação é o resgate da nossa verdadeira relação com Deus. Nossa comunhão com Ele
havia se comprometido com o pecado, resultando em condenação e separação. Em um só
ato de justiça, a graça chegou a todos os homens.

“Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para
condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens
para a justificação que dá vida” Rm 5.18

Na morte vicária, nossa condenação foi removida pelo perdão, nossa culpa pela justiça e a
separação pelo amor. O perdão é um ato de misericórdia divina, e a justificação é muito
mais do que o perdão. Ela é completa, abrange o passado, o presente e o futuro de nossas
vidas.

“justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem;
porque não há distinção.a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação,
mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado

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impunes os pecados anteriormente cometidos; Concluímos, pois, que o homem é
justificado pela fé, independentemente das obras da lei” Rm 3. 22,25,28

“Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos
feitos justiça de Deus” II Co 5.21

“e, por meio dele, todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais vós não
pudestes ser justificados pela lei de Moisés” At 13.39

A obra redentora de Jesus é a nossa justificação. Ela não depende de homens e não é fruto
de nossas obras. O homem sempre procurou estabelecer sua própria justiça, mas o
resultado tem sido negativo, por toda a história, pois sua incapacidade é manifesta tanto
para apagar o passado, quanto para garantir o futuro.

Portanto justificação é exatamente um ato instantâneo e legal da parte de Deus,pelo qual,


Ele considera os nossos pecados perdoados e, a justiça de Cristo como pertencente a nós,
declarando-nos justos à vista Dele:

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não
de obras, para que ninguém se glorie” Ef 2.8,9

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus
Cristo” Rm 5.1

“Que diremos, pois? Que os gentios, que não buscavam a justificação, vieram a alcançá-
la, todavia, a que decorre da fé” Rm 9.30

“Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é
atribuída como justiça” Rm 4.5

“De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que
fôssemos justificados por fé” Gl 3.24

CONDIÇÕES PARA SERMOS JUSTIFICADOS

Através do sofrimento vicário ou expiação de Cristo recebemos perdão e somos


aceitos novamente diante de Deus:

“Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos
pecados, segundo as Escrituras” I Co 15.3

“Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem
derramamento de sangue, não há remissão” Hb 9.22

Através do arrependimento, sem arrependimento não há como receber perdão e


justificação:

“Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” Mt 3.8

“Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício. Porque eu
não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento” Mt 9.13
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“e, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as


nações, começando por Jerusalém” Lc 24.47

“Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos” At 20.26

Através da fé em Cristo, sem fé é impossível justificar-se e agradar a Deus:

“Por isso, eu vos disse que morrereis nos vossos pecados; porque, se não crerdes que EU
SOU, morrereis nos vossos pecados” Jo 8.24

Através da santificação, sem santificação ninguém verá a Deus:

“E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das
mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é,
o diabo” Hb 2.14

“mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa
maneira de viver” I Pe 1.15

“aparte-se do mal e faça o bem; busque a paz e siga -a. Porque os olhos do Senhor
estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é
contra os que fazem males. E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do
bem?” I Pe 3.11-13

“Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” Rm 8.1

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A justificação pela fé
x As obras
 OBJETIVO

Compreender que Paulo e Tiago não se opõe um ao outro, mas pelo contrário, eles se
completam em suas doutrinas.

 INTRODUÇÃO

Alguns deliberadamente tem dito que Tiago contradiz o que Paulo proclama com respeito a
doutrina da justificação. De antemão queremos dizer que eles não se contradizem e sim se
completam.

Quando Tiago relata em sua epístola que o homem não é justificado apenas por sua fé e é
necessário que este também demonstre suas obras diante dos homens, ele não está
contradizendo o apóstolo Paulo, ele está dizendo que a verdadeira fé que justifica o homem
não pode ser apenas uma fé contemplativa ou mesmo passiva e portanto diz; a fé que pode
justificar o homem diante de Deus tem que ser revelada por atitudes diante de Deus e
diante dos homens.

FÉ X OBRAS

“Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras?
Porventura, a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de
mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos;
e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim
também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a
fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha
fé pelas minhas obras. Tu crês que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o
crêem e estremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?
Porventura Abraão, o nosso pai, não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o
altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras e que, pelas
obras, a fé foi aperfeiçoada, e cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus,
e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. Vedes, então, que
o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé. E de igual modo Raabe, a
meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários e os
despediu por outro caminho? Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto,
assim também a fé sem obras é morta” Tg 2.14-26

Este parágrafo é o ponto crucial dos ensinos de Tiago, ele tem sido motivo de infindáveis
debates na história da igreja. Foi este parágrafo que levou Martinho Lutéro à sua famosa
crítica, quando chamou esta carta de “espístola de palha.”

Muitos tem o entendimento errado, achando que Tiago e Paulo se contradizem. Tiago está
argumentando uma doutrina razoável, ele procura mostrar a diferença de uma fé viva e
ativa, de uma fé nominal.
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Não há antagonismo no ensino de Paulo e de Tiago. Paulo ensina que o homem não é
justificado diante de Deus por mérito. O apóstolo vê a necessidade ao procurar orientar que
homem algum será justificado por guardar a lei, ao mesmo tempo ele dá todo seu apoio a
alegação de Tiago que diz; a fé que não se exterioriza em uma vida prática e na conduta
não passa de uma consumada zombaria. Ninguém será justificado diante de Deus que ao
mesmo tempo não seja justificado diante dos homens.

A fé que é a raiz, deve naturalmente dar origem as obras, que são os frutos da verdadeira
fé. Tiago precisa dar ênfase a este lado da questão por enfrentar uma situação
completamente diferente da que Paulo estava enfrentando quando escreve a epístola aos
romanos.

Tiago se fundamenta na ilustração do cristão que tem uma fé nominal, vendo seu amado
irmão passar alguma necessidade o despede sem nenhuma provisão:

“Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras?
Porventura, a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de
mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos;
e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim
também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” Tg 2.14-17

Tiago presidia a igreja em Jerusalém que sofrera e que provavelmente estava sofrendo,
como fora predito pelo profeta Ágabo:

“E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que haveria
uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César. E os
discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos
que habitavam na Judéia. O que eles com efeito fizeram, enviando -o aos anciãos por
mão de Barnabé e de Saulo” At 11.28-30

Podia então por experiência própria exortar os cristão a terem uma fé viva e ativa e não
uma fé nominal, dizia com autoridade que meras palavras desacompanhadas da prática da
misericórdia não podiam realizar nada e muito menos honrar a Deus.

A fé por mais religiosa que seja se não for acompanhada por obras é morta e
definitivamente sem poder.

Tiago enfrenta agora uma possível objeção. Supõe o caso de alguém a arguir:

“Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas
obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras” Tg 2.18

Então declara, de modo prático, que a pretensão de ter fé, independentemente de obras de
amor e misericórdia é inteiramente vã; porque visto como a fé não pode ser discernida se
não por seus efeitos, entende-se que a pessoa que não produz boas obras por meio de sua
fé, literalmente não tem fé.

Diariamente, pela manhã e à tarde, os judeus recitam o Shema (credo dos judeus), mas
apenas confessar seu credo sem obras, esta fé não os diferenciava dos demônios, os quais
também crêem e estremecem diante de Deus, mas nunca mudam de atitudes. Sempre

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continuam em sua rebeldia. Tiago adverte que este tipo de fé não tem valor algum,
declarando que homens com este tipo de fé são homens de cabeça oca, vazios ou mesmo
insensatos:

“Tu crês que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o crêem e estremecem.
Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?” Tg 2.19-20

Tiago prossegue sua proclamação dando dois exemplos de justificação tirados do Velho
Testamento.

No primeiro exemplo ele chama a atenção para o pai Abraão que foi justificado diante de
Deus não apenas por uma fé nominal e sim por uma fé viva e ativa:

“Porventura Abraão, o nosso pai, não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre
o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras e que, pelas
obras, a fé foi aperfeiçoada, e cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus,
e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus” Tg 2.21-23

Tiago afirma que Abraão foi justificado por uma obediência incondicional quando obedeceu
a Deus sem ao menos questioná-lo, ao oferecer seu filho Isaque como sacrifício. Neste
momento podemos ver com clareza a concordância de Tiago e Paulo sobre a justificação
pela fé, isto é, foi justificado pela fé perante Deus. Porém, quando pela fé ofereceu Isaque
no altar, foi justificado pelas obras diante dos homens, visto como demostrou com isso a
realidade de sua confiança em Deus.

Deste dia em diante ficou proclamado que Abraão era amigo de Deus, que o chamou para
sua intimidade, nada lhe ocultando e derramando sobre Abraão as suas mais ricas bênçãos.
Abraão alcançou esta posição mediante uma fé viva e ativa diferente de uma fé nominal. A
fé de Abraão não estava fundamentada em uma crença apenas na existência de Deus. Sua
fé o levou a confiar nas promessas de divina, a agir pela vontade de Deus, a amar e
obedecer essa vontade. Suas obras justificaram sua fé, e isso foi honrado por Deus.

No segundo exemplo ele chama a atenção sobre a pessoa de Raabe:

“E enviou Josué, filho de Num, dois homens desde Sitim a espiar secretamente, dizendo:
Andai e observai a terra e a Jericó. Foram, pois, e entraram na casa de uma mulher
prostituta, cujo nome era Raabe, e dormiram ali. Então, deu-se notícia ao rei de Jericó,
dizendo: Eis que esta noite vieram aqui uns homens dos filhos de Israel para espiar a
terra. Pelo que enviou o rei de Jericó a Raabe, dizendo: Tira fora os homens que vieram
a ti e entraram na tua casa, porque vieram espiar toda a terra. Porém aquela mulher
tomou a ambos aqueles homens, e os escondeu, e disse: É verdade que vieram homens a
mim, porém eu não sabia de onde eram. E aconteceu que, havendo-se de fechar a porta,
sendo já escuro, aqueles homens saíram; não sei para onde aqueles homens se foram;
ide após eles depressa, porque vós os alcançareis. Porém ela os tinha feito subir ao
telhado e os tinha escondido entre as canas do linho, que pusera em ordem sobre o
telhado. E foram-se aqueles homens após os espias, pelo caminho do Jordão, até aos
vaus; e fechou-se a porta, havendo saído os que iam após eles. E, antes que eles
dormissem, ela subiu a eles sobre o telhado e disse aos homens: Bem sei que o
SENHOR vos deu esta terra, e que o pavor de vós caiu sobre nós, e que todos os

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moradores da terra estão desmaiados diante de vós. Porque temos ouvido que o
SENHOR secou as águas do mar Vermelho diante de vós, quando saíeis do Egito, e o
que fizestes aos dois reis dos amorreus, a Seom e a Ogue, que estavam dalém do Jordão,
os quais destruístes. Ouvindo isso, desmaiou o nosso coração, e em ninguém mais há
ânimo algum, por causa da vossa presença; porque o SENHOR, vosso Deus, é Deus em
cima nos céus e embaixo na terra. Agora, pois, jurai-me, vos peço, pelo SENHOR, pois
que vos fiz beneficência, que vós também fareis beneficência à casa de meu pai, e dai-me
um sinal certo, de que dareis a vida a meu pai e a minha mãe, como também a meus
irmãos e a minhas irmãs, com tudo o que têm, e de que livrareis as nossas vidas da
morte. Então, aqueles homens responderam-lhe: A nossa vida responderá pela vossa
até ao ponto de morrer, se não denunciardes este nosso negócio; e será, pois, que, dando-
nos o SENHOR esta terra, usaremos contigo de beneficência e de fidelidade. Ela, então,
os fez descer por uma corda pela janela, porquanto a sua casa estava sobre o muro da
cidade, e ela morava sobre o muro. E disse-lhes: Ide-vos ao monte, para que,
porventura, vos não encontrem os perseguidores; e escondei-vos lá três dias, até que
voltem os perseguidores, e, depois, ide pelo vosso caminho. E disseram-lhe aqueles
homens: Desobrigados seremos deste teu juramento que nos fizeste jurar, se, vindo nós
à terra, não atares este cordão de fio de escarlata à janela por onde nos fizeste descer; e
se não recolheres em casa contigo a teu pai, e a tua mãe, e a teus irmãos, e a toda a
família de teu pai. Será, pois, que qualquer que sair fora da porta da tua casa, o seu
sangue será sobre a sua cabeça, e nós seremos sem culpa; mas qualquer que estiver
contigo em casa, o seu sangue seja sobre a nossa cabeça, se nele se puser mão.
Também, se tu denunciares esse nosso negócio, seremos desobrigados do teu juramento,
que nos fizeste jurar. E ela disse: Conforme as vossas palavras, assim seja. Então, os
despediu; e eles se foram; e ela atou o cordão de escarlata à janela” Js 2.1-21

“Pela fé, Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias”
Hb 11.31

“E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando
recolheu os emissários e os despediu por outro caminho?” Tg 2.25

A fé que ela tinha no Deus de Israel era de tal qualidade que se expressou em fazer o que
pôde para livrar e proteger os servos do Senhor.

Tiago conclui sua proclamação sobre a justificação em Jesus Cristo dizendo:


A morte se consuma com a ausência do espírito e a fé sem obras é morta. Fé genuína
resulta em boas obras. As obras não nos dão maior segurança na nossa posição diante de
Deus, mas são as evidências de nossa verdadeira fé em Deus, pela qual alcançamos nossa
justificação.

“Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é
morta” Tg 2.26

A FÉ SEM OBRAS É MORTA E AS OBRAS SEM FÉ DESPREZAM O SANGUE DE JESUS


CRISTO DERRAMADO NA CRUZ CALVÁRIO A DEUS, COMO PREÇO DE RESGATE A
FAVOR DOS HOMENS

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O PREÇO DO SANGUE

Todos nós estávamos escravizados pelo pecado. Quando Jesus derramou o Seu sangue na
Cruz do Calvário, Ele pagou o preço da nossa liberdade:

“no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza
da sua graça” Ef 1.7

“Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo”
I Co 6.20

“Por preço fostes comprados; não vos torneis escravos de homens” I Co 7.23

“Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu
bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio
sangue” At 20.28

O preço foi muito alto. A dívida que o homem contraiu com Deus no Éden, só seria paga
com derramamento de sangue. Deus quis que fosse assim. Quando o homem caiu e se
separou de Deus, Ele imediatamente providenciou a remissão do pecado, cobrindo de peles
de animais, a sua vergonha. Houve derramamento de sangue:

“Fez o SENHOR Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu” Gn 2.21

E assim por toda a história do povo de Deus, os pecados eram apenas cobertos pelo sangue
de animais. Eles eram imolados e recebiam simbolicamente o castigo que os homens teriam
de receber pelos pecados cometidos, e estes sacrifícios eram repetidos continuamente.
Porém, o sangue destes animais não aplacava a ira de Deus:

“Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre


os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, muito mais o sangue de
Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a
nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!” Hb 9.13,14

O sangue de Cristo foi derramado deliberadamente. Ele tomou a decisão de morrer em


nosso lugar:

“tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua
vida em resgate por muitos” Mt 20.28

Pela sua morte, nós que estávamos mortos em nossos pecados, ganhamos nova vida em
Deus:

“Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em
Cristo Jesus” Rm 6.11

Fomos libertos da escravidão do pecado e de satanás, e pelo poder do sangue fomos


redimidos:

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“Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou
crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse
viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si
mesmo se entregou por mim” Gl 2.19,20

“Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da
ira” Rm 5.9

A antiga aliança foi apenas uma sombra, a nova aliança é a realidade:

“Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas,
nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano
após ano, perpetuamente, eles oferecem” Hb 10.1

“Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus
Cristo, uma vez por todas” Hb 10.10

A justiça de Deus exigia este preço, preço de sangue; o amor se ofereceu para o
sacrifício.

Através do sangue fomos reconciliados e unidos por adoção ao povo de Deus. A parede de
separação foi derrubada, hoje judeus e gentios foram feitos uma única família.

“naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às


alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. Mas, agora, em
Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo, e
reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por
ela a inimizade. Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos
santos, e sois da família de Deus” Ef 2.12-14,16,19

“e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo
mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus” Cl 1.20

A nossa dívida já foi paga.

“tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o
qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz” Cl 2.14

Com o Seu próprio sangue, Jesus comprou de todos os povos, línguas, tribos e nações,
homens que reinarão com Ele para todo o sempre.

“Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu
bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio
sangue” At 20.28

“e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos,


porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda
tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e
reinarão sobre a terra” Ap 5.9,10

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A Fé e a
Justificaçã
o
 OBJETIVO

Compreender a importância de exercer fé nos direitos adquiridos por Jesus Cristo na Cruz do
Calvário.

 INTRODUÇÃO A AULA

Até o prezado momento temos estudado sobre a justificação em Jesus Cristo, o que iremos
estudar agora é o assunto: fé. Sabemos que Jesus pagou o preço por nós e nos resgatou
das trevas e por seu sacrifício somos aceitos diante de Deus e podemos ser justificados.
Entretanto, se nós não aprendermos a exercer fé nestes direitos, de nada adiantarão tais
conquistas.

A fé é o ponto central de toda a experiência cristã

“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima
de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam” Hb 11.6

A fé, no Novo Testamento, sempre tem como seu antecedente a pessoa e a obra de Jesus
Cristo. Ele é o objeto de nossa fé, dependência ou confiança. Todo aquele que crê nEle não
perecerá, mas terá a vida eterna.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que
todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” Jo 3.16

Em si mesma a fé não tem significado. Existe sempre um objeto para qual se dirige e sobre
o qual descansa. Se o objeto de nossa fé é indigno de confiança, somos vítimas de
superstição, não importa quão intensa ou sinceramente creiamos. A fé é o instrumento que
nos liga a Cristo. O Novo Testamento enfatiza que somos salvos pela fé e não pelas obras:

“Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo,
temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não
pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada”
Gl 2.16

A IMPORTÂNCIA DA FÉ

A fé deve ser enfatizada na vida cristã, ela é o único caminho de acesso a Deus.

“ ...porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é
galardoador dos que o buscam” Hb 11.6

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Sem fé é impossível agradar a Deus

“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe...” Hb 11.6

Tudo que o cristão recebe de Deus é por meio da fé:

Salvação

“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me
enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a
vida” Jo 5.24

“Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” Mc 16.16

“E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” At 16.31

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus”
Ef 2.8

A plenitude do Espírito Santo

“E isso disse ele do Espírito, que haviam de receber os que nele cressem; porque o
Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado” Jo 7.39

“para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo e para que, pela fé,
nós recebamos a promessa do Espírito” Gl 3.14

A santificação

“e não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando o seu coração pela fé” At 15.9

“para lhes abrires os olhos e das trevas os converteres à luz e do poder de Satanás a
Deus, a fim de que recebam a remissão dos pecados e sorte entre os santificados pela fé
em mim” At 26.18

Segurança

“Está bem! Pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé; então, não
te ensoberbeças, mas teme” Rm 11.20

“não que tenhamos domínio sobre a vossa fé, mas porque somos cooperadores de vosso
gozo; porque pela fé estais em pé” II Co 1.24

“que, mediante a fé, estais guardados na virtude de Deus, para a salvação já prestes para
se revelar no último tempo” I Pe 1.5

Paz

“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.”
Is 26.3

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“Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como disse: Assim, jurei na
minha ira que não entrarão no meu repouso; embora as suas obras estivessem acabadas
desde a fundação do mundo” Hb 4.3

Cura

“Este ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que tinha fé para ser
curado” At 14.9

“e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido


pecados, ser-lhe-ão perdoados” Tg 5.15

Vitória sobre os inimigos

“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o
mundo: a nossa fé” I Jo 5.4

“Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em
Cristo Jesus, nosso Senhor” Rm 6.11

“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas
ciladas do diabo” Ef 6.11

“tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos
inflamados do maligno” Ef 6.16

“Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar
como trigo. Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te
converteres, confirma teus irmãos” Lc 22.31-32

A vida cristã é vivida através da fé

“Eis que a sua alma se incha, não é reta nele; mas o justo, pela sua fé, viverá” Hb 2.4

“Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo
viverá da fé” Rm 1.17

“E é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo
viverá da fé” Gl 3.11

“Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele” Hb 10.38

O SIGNIFICADO DA FÉ

Fé é o firme fundamento onde a vida cristã é construída. Fé é a certeza onde o cristão


deposita sua esperança:

“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se
não vêem” Hb 11.1

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Fé, em outras palavras é uma ação em obediência a palavra de Deus.

Ter fé não significa andar às escuras, mas convicção firme, nascida de um amor e de uma
relação comprovada, de que a Palavra de Deus é verdadeira. A fé é mais que uma simples
esperança; ela é fundamento, termo que no terreno legal era traduzido como direito de
posse.

A fé é a convicção quando se aplica ao que é impossível. As realidades do reino de Deus são


por natureza realidades invisíveis, isto é, não são visíveis aos olhos naturais.

A fé capacita o cristão a ver o invisível como se fosse visível. Ela é a evidência real das
coisas, o cristão que possui fé não precisa de nenhuma evidência externa para andar dentro
da vontade de Deus. A fé é o fundamento e a prova final de todas as coisas.

A fonte da fé

A fé se baseia no que Deus é, fez e prometeu, e não em nada que pertença ao homem. A
fé é simplesmente crer na palavra de Deus. Ela se baseia inteiramente na obra consumada
de Jesus Cristo na Cruz do Calvário. Em suma, a fé está firmada na Palavra de Deus.

Nada produzirá mais fé do que ler e meditar na Palavra de Deus. Quando estudamos a
Palavra encontramos novas verdades que nos dão direitos de viver uma vida plena em todos
os sentidos:

“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” Rm 10:17

É certo que o evangelho da Graça de Deus ao homem pecador parece bom demais para ser
verdadeiro, o homem traz sobre si uma condenação terrível, achando que jamais será
merecedor de uma graça tão poderosa como a palavra de Deus nos outorga. Na realidade é
verdade, o homem não merece nada mesmo, entretanto Deus amou o mundo de tal
maneira que deu Seu único filho, sendo isto, suficiente para que o homem creia que Deus o
ama e quer o melhor para sua vida. O que simplesmente devo fazer é crer e exercer fé nos
direitos que foram delegados a nós por Deus.

ALGUNS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO PELOS QUAIS DEVEMOS


EXERCER FÉ

O maior benefício no processo da justificação é sabermos que DEUS RESPONDE À NOSSA


FÉ E FAZ O QUE PROMETEU. Ele realmente declara que nossos pecados foram perdoados e

que estamos justificados e temos o direito a todas as bênçãos. Esta é uma declaração legal,
fundamentada nas leis de Deus.

Uma visão correta da justificação é absolutamente crucial para a fé cristã, como um todo.
Atualmente, uma verdadeira visão sobre justificação é a linha divisória entre o evangelho
bíblico da salvação pela fé e o alto preço do sangue derramado, de todos os falsos
evangelhos embasados nas boas obras.

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O preço do sangue, pago por Jesus Cristo, nos garantiu:

Sermos parte da Sua igreja

“Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu
bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio
sangue” At 20.28

A purificação dos pecados

“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” I Jo 1.7

Sermos feitos justiça de Deus

“Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos
feitos justiça de Deus.” 2 Co 5.21

Sermos justificados e salvos da ira

“Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da
ira” Rm 5.9

Alcançarmos a paz e a reconciliação com Deus

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus
Cristo” Rm 5.1

Resgatarmos nossa comunhão com Jesus

“Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso
Senhor” I Co 1.9

”Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo
sangue de Cristo” Ef 2.13

A Adoção e a Herança

“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.5 Porque não
recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes
o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica
com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também

herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também
com ele seremos glorificados” Rm 8.14-17

A santificação no Espírito
“Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor,
porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do
Espírito e fé na verdade.” 2 Tss 2.13

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Poder para viver a vida cristã e desempenhar o ministério

“mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” At 1.8

Libertação do cativeiro

“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu
amor” Cl 1.13

Com a nossa justificação, podemos declarar que:

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade
exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas
para a sua maravilhosa luz.” I Pd 2.9

BIBLIOGRAFIA:

 Fundamentos da Teologia Pentecostal

 Manual Bíblico - Vida Nova

 Novo Dicionário da Bíblia - J D Douglas

 Teologia Sistemática - W. Gruden

 Saiba o que você crê - Paul . Little

 Teologia Sistemática - Charles Finney

 O Sangue - Benny Hinn

 Bíblias e comentários diversos

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