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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM

FACULDADE DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – FIC

PROF. Dra CAMILA LEITE DE ARAÚJO

ATIVIDADE

LEITURA E RESUMO CRÍTICO

Traslados e Exílio: notas sobre deslocamentos, imagens e memórias

1. IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO
Aluno: Vinicius Costa Souza E-mail: vinicius_cs@outlook.es

Matrícula: 22052309 Disciplina: Fundamentos da Fotografia


e Imagem

2. CREDENCIAIS DO AUTOR
Elane Abreu de Oliveira é professora efetiva na Universidade Federal do
Cariri (IISCA - UFCA) e doutora em Comunicação e Cultura pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (ECO - UFRJ). Atua no setor de estudos Imagem e
Comunicação Visual do curso de Jornalismo e participa de projetos culturais e
extensão. É líder do grupo de pesquisa Limbo - Laboratório de Imagem e Estéticas
Comunicacionais (CNPq – UFCA) e membro do GICEU – Grupo de Pesquisa de
Imagem, Consumo e Experiências Urbanas (CNPq – UFC). É autora do livro “A
fotografia como ruína” (EDUFPE, 2010). (Mais informações em:
http://lattes.cnpq.br/5611227122907290)

3. RESUMO DA OBRA
A professora Elane inicia trazendo dois trabalhos da artista plástica Paula
Trope: “Traslados” (1996/1998) e “Exílios” (2006/2007). O argumento usado para a
junção das obras é a capacidade da fotografia congelar momentos e histórias e
compartilhá-los com o “eu” inserido no outro, independente do espaço, tempo,
cultura, idade e personalidades.

“Traslados” é referência a troca de fotografias entre crianças brasileiras e


cubanas. Baixa nitidez e deformação, em relação ao olhar humano, são
características das câmeras “pinhole”. Trope leva fotografias de crianças brasileiras
às crianças de Cuba, e convenceu as cubanas as escolherem alguma fotografia.
Depois disso, foi a vez delas posarem para o registro que as brasileiras recebram.
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No fim, foi uma troca de memórias da infância que podem ser eternizadas, não
necesariamente pela fotografia impressa, mas pela experiência. O “eu” em outra
pessoa, e o contrário também é verdade.

Esse trabalho realizado pela artista Paula Trope é importante para a


conservação da infância e para haver possibilidade de uma visita, mesmo que
simbólica, dentro de si. O ser humano não cria sua personalidade sozinho, mas
sempre é influenciado pelo meio, por sua cultura, suas raízes. E a cultura brasileira é
diferente da cubana, em partes. Portanto, promover essa troca de realidades foi
interessante para um crescimento humanístico e afetivo das crianças; despertar a
curiosidade por novas experiências ou explicações, é a base do pensamento
científico. E nesse sentido, a fotografia se torna aliada. Afinal, Trope é uma viajante,
que tem seu caminho livre e pode compartilhar, seus saberes e experiências antes
de voltar para casa.

Segundo a professora Elane, Trope procura criar um laço com o fotografado,


antes e depois. Porém, a câmera usada foi a “pinhol”: artesanal e de fácil
construção, também não possui os mesmos recursos que as digitais, como foco,
obturador e diafragma. De qualquer forma, o processo criativo foi importante para a
visão artística e humanística de cada registro; registro sem pressa para ser
apagado. Também segundo a professora Elane, Trope refere-se a “precário” para o
aparato fotográfico muito limitado, a alusão para exclusão de Cuba e crianças sem
visibilidade discursiva. Ou seja, dá-se importância ao trabalho, pois Trope leva
oportunidade para as crianças cubanas conhecerem novos hábitos, incentivar
criatividade e arte, e trabalhar o desenvolvimento pessoal. Sobre esse último, cada
ser humano possui seu mundo, mesmo sofrendo influência do meio em que vive,
sem intenção, forma suas particularidades em gostos e caráter.

Partindo para “Exílios”, obra mais recente (2006/2007), trabalha as memórias


físicas ou mentais do poloneses, que se exilaram no Rio de Janeiro, no contexto das
grandes guerras, do século XX. Sejam registros de quando criança, jovem ou adulto.
Novamente a artista Paula Trope utiliza uma câmera sem foco e nitidez, mas dessa
vez não somente para fotografar, para filmar também.
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Os exilados chegam a ter fotografias de sua terra natal, mas os registros de


Trope são apenas para criar uma ideia da sensação do momento. Os sentimentos
são saudades, tristeza, medo, desespero para manter-se vivo, e ter abrigo em outro
país não, necessariamente, facilita a adaptação, segundo a professa Elene; o Brasil
não substitui a Polônia, e o contrário também é verdade. Quando as entrevistas
iniciam, as memórias adormecidas fluem naturalmente, entre elas, a violência brutal
do nazismo. E pode-se concluir que nem todas as lembranças são desejáveis. A
professora Elene descreve relato de Aleksander Lakz, que chegou a matar por
asfixia, sem intenção, uma criança que chorava constantemente ao seu lado, e que
atrairia os guardas.

Os diálogos feitos têm uma capacidade de recolher lembranças em


fragmentos ou completas, e a fotografia e o vídeo são recursos para imortalizar os
dados, congelar o tempo. Porém, o trabalho de escavar a memória não termina
agora. Se didaticamente os testemunhos, em fotografias e vídeos, forem usados
corretamente, as lembranças continuam fluindo e enriquecendo o acervo. Esse
exercício é consolador para a saudade da terra natal. Além disso, Paula não apenas
ajudou os entrevistados, mas trocou experiências e conhecimentos, por fim, com sua
câmera pôde registrar “fotografias de fotografias”. Em outras palavras, registros “pré-
exílio” e “pós-exílio”.

Com esses dois exemplos, a artista Paula Trope demonstra que a fotografia
pode falar português, cubano e polonês; seu poder de imortalizar o momento e as
personalidades; e que tem característica subjetiva, do “eu” no outro, e do outro no
“eu”. Sempre com trocas de experiências e conhecimentos, construção de laços e
ressurgir de memórias adormecidas pelo tempo-espaço. O humano está inserido em
uma paisagem que muda constantemente, dependendo do contexto espaço-tempo.

4. OBJETIVO PRINCIPAL DO TEXTO


Provar que a fotografia é um recurso capaz de conservar memórias,
personalidades e conhecimentos, independente do seu espaço-tempo.
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5. CONSIDERAÇÕES
É notório o interesse da artista Paula Trope em trazer a importância da
fotografia em auxiliar na conservação de memórias, cultura e para dar voz a quem
não tem, e não somente para registrar após o clique. No caso de “Traslados”, o
objetivo pode ser interpretada da seguinte forma: universalizar a fotografia com o
“eu” inserido no outro, e o outro inserido no “eu”, proporcionando trocas de
conhecimentos e trabalho em equipe, independentemente da qualidade da câmera.
Em “Exílios”, o sentido não difere muito, pois a fotografia continua sendo um recurso
para auxiliar na memorização e escavar memórias quase esquecidas; além disso, é
possível realizar “fotografias de fotografias”, compartilhando fielmente o que se
deseja e promovendo novos conhecimentos.

6. CRÍTICAS
A professora Elane Abreu traz um conteúdo rico, mas repetitivo dentro do seu
próprio espaço. Em muitos momentos, passou a ideia de plágio em sua própria obra.
Vale ressaltar que o registro foi feito embasado em duas obras da artista Paula
Trope, então somente por essa leitura não é possível criticar a autora do artigo, ou a
autora das obras citadas; de qualquer forma, o conteúdo é muito interessante.

7. PRINCIPAIS DÚVIDAS
As dúvidas mais importantes são: o conteúdo do artigo da professora Elane
Abreu detalha bem os trabalhos da artista Paula Trope? Se sim, então pode-se
afirmar com clareza que o conteúdo de Trope é rico em conteúdo, mas muito
repetivivo? Se não, então pode-se afirmar com clareza que o artigo da professora
Elane é rico em conteúdo, mas muito repetivivo?

Declaro que o conteúdo acima apresentado não é PLÁGIO.

Assinatura: Vinicius Costa Souza


Aluno (a)
Cidade/UF: Manaus-AM Data: 12 de abril de 2021.

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