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RESUMO
Nos fins de agosto, Amaro Vieira chega em Leiria, sendo recebido pelo
Conego Dias, outrora mestre de Amaro, que se encarregou da recepção do jovem,
que seria alocado na casa S. Joaneira, com quem Dias mantinha uma relação
próxima. No dia seguinte a chegada de Amaro em Leiria, as beatas da cidade foram
na casa de S. Joaneira, curiosas quanto ao novo pároco. Enquanto isso, o padre
encontrava-se com o governante local para apresentar a recomendação do Conde
Ribamar, casado com a filha da Marquesa de Alegro. Os dois passearam pela região
e a noite retornaram à casa da S. Joaneira para jantar.
Contudo, João Eduardo era um empecilho para Amaro. Isso porque, o senhor
pretendia se casar com Amélia e, além disso, escreveu uma carta que denunciava a
“quebra de valores” de padres e bispos, dentre eles, Amaro, que era ameaçado de ser
entregue às autoridades.
Num bilhete, Amaro contou sua ideia a Amélia, que concordou. Os encontros
aconteciam até duas vezes por semana: Amélia ensinava algumas lições a Totó e
depois subia para planar sobre os prazeres cárneos com o Padre. Os movimentos dos
dois eram notados pela paralítica, que, com ciúmes, passou a se tornar arisca com a
professora.
Fora da casa, Amélia, que escondia seu desejo por Amaro, visitou a igreja
temente pelos seus pecados e motivações. No entanto, Amaro compartilhava das
mesmas intenções. Em um dado momento, ambos se beijam, mas Amélia o
interrompe.
Com a morte de Totó, por recomendações de Cônego, Amaro não foi visitar
Amélia nas primeiras semanas para evitar suspeitas. Enquanto isso, Amélia passava
por uma má experiência na Ricoça. Os sons e barulhos da madrugada chegavam a
deixa-la paranoica. Esse constante desconforto continuou até contar para Abade.
Apesar de descrente das razões e do medo de Amélia, o abade a conforta, alegava
ele que esses fatos se tratavam apenas dos castigos da própria consciência. Esse
consolo que a tempos não sentia, cativou Amélia que o visitara na manhã seguinte.
João Eduardo voltou ao Brasil e vivia na mesma região que Amélia estava
hospedada. Padre Amaro se dirigiu à Ricoça para ordenar a moça que não tivesse
relações com o jovem. D. Josefa não gostava da companhia do abade e se sentia
punida por viver com uma alma impura. Amélia lutava para se livrar de seus pecados.
Com o parto de Amélia, Amaro precisava decidir o que ia ser feito da criança.
Dionísia deu duas possibilidades, amar e cuidar do bebê, ou uma "tecedeira de anjos".
Sentimental com o final de sua gravidez, Amélia já decidira o nome do filho, que seria
Carlos, e desejava poder visitá-lo constantemente. Durante as manhãs recebia o
padre Amaro, de quem exigia cuidados e carinho. À tarde o abade Ferrão surgia e a
garota o indagava sobre João Eduardo, dizendo que se adotasse a criança, casaria
com ele.
Chegou o dia do nascimento. Padre Amaro tomou sua decisão final, contratou
a "tecedeira de anjos" para fazer seu trabalho, com receio que a sobrevivência da
criança pudesse o incriminar. Na hora marcada Amaro esteve em frente à fazenda e
recebeu seu filho nos braços. Num instante o pároco se arrependeu do destino que
daria a criança e entregou a "tecedeira" com ordem de mantê-lo vivo.
Amélia pede pelo seu bebê, entra em pânico, convulsiona. Após horas de
sofrimento, a jovem mãe recebe a extrema unção do abade, falecendo logo em
seguida. No dia seguinte, após uma cerimônia de batismo, Amaro recebeu a notícia
da morte de Amélia. Desolado, o padre decide recuperar seu filho e criá-lo em um
lugar distante. Ao encontrar a tecedeira, descobre que a criança morreu
"naturalmente". Abalado com tantas perdas, padre Amaro resolve viver isolado em
alguma paróquia distante, deixando uma carta ao cônego Dias em que compartilha
seus planos. Ele diz ir a Lisboa visitar sua irmã que estaria doente.
Eça de Queiroz criou uma narrativa que problematizava a mera oposição entre
“liberais/progressistas” X “conservadores/reacionários”. Como o conflito entre João
Eduardo e o Padre Amaro: O rapaz percebeu que o interesse de sua noiva pelo jovem
padre ultrapassava a questão religiosa e resolveu realizar um ataque ao padre Amaro
e os demais; por meio do jornal da cidade, enviou uma carta em que se dizia liberal,
criticava os padres, em especial o Amaro e, além disso, desmascara a Igreja Católica.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 10. ed. São Paulo: Cultrix,
2005.