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Recensão crítica: O Crime do Padre Amarro

Discente:

O crime do padre amaro é um romance com um carácter naturalista, foi publicada em 1875,
ilustra um comportamento anticlerical dos clérigos da Igreja Católica. Esta obra foi escrita
por Eça de Queiros, escritor português e um dos maiores prosadores da literatura em língua
portuguesa, confirma -se que este tenha nascido por volta de 1845 em Coimbra e fez direito
na universidade de Coimbra. Queiros dividiu essa obra em XXIV capítulos, dentre os quais
busca narrar factos amoras, tendo em conta a época e o contexto social em que se encontrava.

É uma obra que gira em torno de duas personagens, Amaro e Amelia, onde o meio social que
lhes cerca é diferente, pois Amaro era um Padre e este estava impedido de casar ou mesmo de
envolver -se com mulheres e de praticar acções amorais, enquanto por outro lado, a Amélia
era apenas uma moça dos seus vinte dois anos que morria de paixões pelo Padre, mas esse
amor embora fosse platônico, ambos mostram -se interessados em ficar um com outro. Desta
feita, isto fez com o padre tivesse um comportamento anticlerical, ou seja, destruiu todos
princípios exigidos para ser um pároco, pois colocou os seus desejos carnais em primeiro.

Esta obra desencadeia as suas a história a partir da morte do José Migueis, que fora um dos
párocos da Leiria que morreu e fora vítima de apoplexia, são vários personagens que morrem
desta mesma doença na história, como o caso do Chantre que era esposo da D. joaneira, mãe
da Amélia.

A história, mostra que existe um conflito entre os clérigos e os liberais, não só por parte dos
liberais, mais existe um conflito entre o João Eduardo o escrevente e o Amaro, pois ambos
morriam de amor pela mesma mulher. O que fez com Amaro e outros párocos fossem vitimas
de um comunicado que fora redigido pelo escrevente João Eduardo e entre a um personagem
de nome agostinho que trabalhava no jornal intitulado a voz do distrito, João Eduardo usa a
sua escrita para se rebelar com os párocos e principalmente do padre Amaro, pois este não
gostava de vê-lo com a Amélia, por outro lado, amaro tambem não gostava de ver o
escrevente junto com a Amélia, razão esta que quando ouve que a Amélia se ia casar com
Joao Eduardo lhe vem a noticia de quem redigira o comunicado para sujar a imagem dos
párocos. Este comunicado é vem favorecer Amaro para que impedisse o casamento da
Amelia com o João.

Nesta obra pode se notar também um comportamento incorrecto por parte dos párocos, pois
estes fingiam por detrás dos seus cargos, alegando que são conhecedores da doutrina
religiosa, mas em contrapartida mostrava o contrário, isto é notório na medida em que o
cônego Dias envolve -se com a D. Joaneira, o pároco Amaro envolve -se com a Amelia e usa
tudo ao seu favor para lhe conquistar.

Para além disso, na mesma obra, é possível notar a partir do capitulo XIX, o egoísmo, e o
orgulho por parte do Padre Amaro. Pois este quando engravida a Amélia, não se importa com
a condição e a forma como a ela pensa, o que o padre procura, são apenas formas que lhe
possam ajudar a salvar e preservar a sua imagem, causado isto, o autor vai pedindo conselho
ao Conego Dias, é recomendando para casar a Amélia com o João já que se sabia que morria
de amor por ela.

Para além disto, há que notar a influência que os clérigos tinham, pois contavam com a ajuda
de diversos senhores da sua localidade, como o caso do ministro da justiça, que era o marido
da tia Luísa, que era filha da dona marquesa, contava com a ajuda do seu amigo coadjutor
que fora quem lhe mandara carta quando vinha à Leiria, contava com Niditário que era um
dos seus colegas, contava com o seu padre-mestre o cônego dias e tambem com o Gustavo, o
moco que lhe manda a procura do João Eduardo quando este engravida a Amélia. Portanto a
esta convivência em grupo mostra o quão todos párocos viviam entre si.

Razão esta que quando a Amelia fica gravida, opta o padre em entrega -lha nas mãos do outro
homem que só assim podia se livra do fardo, pois este pároco não lhe resta muitas
alternativas senão matar a moça, senão fazer o abordo e senão optar tambem optar em fugir e
abandonar a criança.

O autor, mostra tambem o comportamento enganador por parte da personagem Amelia


quando esta mente a ao João Eduardo que não morria de amores pelo padre e que apenas era
um pároco que vivia junto na mesma casa, mas também o pároco tem um lado enganador,
pois engravida a Amélia não dispõe -se a mostrar ou a confessar a todos sobre o seu pecado,
mas agi com agressividade, e até procura agredir a moça com palavras para que ele não diga
ninguém e não deixe que ninguém saiba da sua barriga para além do cônego Dias.
Assim sendo o pároco rete a informação ate que a moça morre e perde tambem a sua criança
e amaro sai ileso da história e sem deixar que ninguém saiba do que fizera com a jovem
Amélia.

Este romance é importante, pois mostra o quão Eça fez o uso da linguagem satírica com o
objectivo de criticar o comportamento dos clérigos e as acções das igrejas católicas na sua
época, para além disso, o autor com esta obra mostra o quão os clérigos são pessoas com um
comportamento enganador, conforme agiu amaro, mostra -se que também o quão o homem
não se importa de satisfazer os seus desejos e sem se importar com as consequências nos seus
actos. Amaro está na situação de qualquer homem, tanto como padre assim como qualquer
ser humano, o ter amado a Amélia não foi mal, mas o espírito defensivo de si e sem se
importar com o que pode causar aos outros, isto sim é de se criticar.

Eça nesta obra para além do comportamento anticlerical dos párocos, mostra o quão as
pessoas agem de forma irracional quando estão domados de desejos, e acabando tomando
decisões precipitadas e sem terem nação dos ricos que mesmo podem passar. Isto é notável
por parte da D. joaneira e a própria Amélia, ela já sabia que o amor que sentia pelo padre era
platônico e lhe traria problemas a nível social, pois nenhum padre deve desenvolver uma
relação amorosa, mas a moça deixou -se levar e isso levou até a morte.

Portanto, esta obra é extremamente importante, pois para além de nos dá aperceber o quão as
pessoas enganam as pessoas, a mesma ensina -nós o quão não nos devemos deixar levar pelos
sentimentos e até ao ponto de ariscar até a nossa própria vida, pois é hipocrisia confiar no
homem.
Referência bibliográfica:

Eça de Queirós. J-M. (1875); O crime do padre Amaro. (4550 edª). Francisco Lyon de Carso.
publicação Europa-America. Lda. portugal

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