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O presente texto intitulado ações afirmativas na UESC no seu capitulo II visa

debater e problematizar as Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-


raciais e para o Ensino da História e Cultura Africana e Afro-brasileira junto a
professoras e professores das escolas de educação Básica. Tem como objetivo
“apresentar, em linhas gerais, a experiência de formação de professores em questões
étnico-raciais vivida durante a realização do Fórum Pró-Lei 10.639/03 em dez
municípios do entorno da Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus-BA, durante o
ano de 2007”. (DUARTE, 2008, p.31)

“A lei veio fazer face as discriminações e exclusões contra a população negra desde o
tráfico de africanos escravizados até os dias de hoje, pensando sobre o desenvolvimento
de uma educação antirracista pautada em princípios e valores que contemplem a
diversidade étnico-racial do povo brasileiro” (GOMES, 2006).

Um conjunto leis e ações afirmativas, foram desencadeadas pelo Governo e movimentos


negros, por forma a resgatar a identidade da população negra e estabelecer igualdade
partindo da ideia de raça e construir uma sociedade livre de preconceitos e
discriminação racial.

1. Apesar das ações visíveis e legítimas dos movimentos sociais no concernente a


questão do racismo há uma forte tendência de fazer prevalecer a inferioridade da
população negra no tratamento, inserção social e na oferta das oportunidades de
emprego, pois os negros são vistos como marginais e por conta disso não merecem uma
posição privilegiada. Diante desta embaraçosa situação, que ações interventivas são
desencadeadas pelo governo, universidades e escolas na qualidade de elementos
fundamentais para a formação e construção dos valores humanos?

Parece óbvio que a Lei e as Diretrizes em si não resolverão o problema racial


brasileiro, mas à medida que se possibilita aos sujeitos a apropriação de conhecimentos
a respeito de seu patrimônio histórico e cultural, garantindo cotidianamente reflexões e
vivências sobre eles, constrói-se um currículo escolar de valorização das culturas e dos
povos que foram marginalizados socialmente e pela própria escola (DUARTE, 2008,
p.36).

É preciso, em primeiro lugar, dar continuidade ao trabalho de formação iniciado


nos municípios em que o Fórum foi instalado, sendo necessário a envolvimento dos
setores da Universidade que convergem para a discussão dessas questões, abrangendo,
inclusive, outros departamentos a participação efetiva das Secretarias da Educação,
desde o planejamento até a execução do trabalho dessa forma, torna-se imprescindível
oferecer formação especifica e continuada às educadoras e aos educadores de todos os
níveis de ensino, articulando esses momentos com as ações afirmativas de abrangência
nacional – como é o caso da distribuição de livros de literatura voltados para o
pertencimento étnico-racial de crianças e jovens do Ensino Fundamental. (DUARTE,
2008, p.39-40).

2. Não são as leis introduzidas pelo governo e a abordagem de temáticas nas escolas e
universidades contra o racismo que irão tirar a população negra da situação deplorável,
mas sim a mudança de mentalidade pois o racismo está tatuado nas nossas mentes fator
que impossibilita a implementação integral das ações antirracistas.

a) Face a esta constatação, que ações singulares são levadas a cabo porque tanto se fala
do racismo, mas o seu impacto nas escolas e na sociedade ainda deixa muito a desejar?

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