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Nome: Vitória Firmino Silva

RA: 243671

HZ 160 A

Fichamento da aula 2

Texto lido: LÉVI-STRAUSS, Claude. “Raça e História” (itens 1-5, pp. 357-
374). In: Antropologia Estrutural Dois. São Paulo: Cosac Naify.

2013 [1973].

1ª parte: Raça e Cultura (§§1-4)

a) No início do texto, o autor demonstra que, em sua concepção, não há sentido


em tentar demonstrar a tese de que não existe superioridade racial, e esse não
constituirá o objetivo de seu texto. Ele expressa seu sentimento de que o
próprio entretenimento dessa hipótese vai contra a ciência, dada a sua
obviedade. Em seguida, Strauss afirma que a cultura de diferentes
continentes em nada se relaciona às raças que nele habitam. Assim, começa a
defender que:

A1) As culturas humanas não são unas, e sim diversas entre si

A2) Há mais culturas do que raças

A3) Duas culturas da mesma raça podem variar tanto ou mais do que duas
culturas de raças diferentes.

b) Por fim, o autor atenta que não é produtivo provar errados os preconceitos
racistas se eles apenas se transferirem para o campo da cultura.

2ª parte: Diversidade das culturas (§§5-8)

Nessa segunda etapa, Lévi-Strauss desenvolve sua ideia anterior. Afirma, dessa
forma, que toda cultura contemporânea é precedida por décadas de história, não
sendo possível acessá-las plenamente. Ele explicita as diversas formas das quais
culturas podem se diferenciar, e que essa diferença não é estática

3ª parte: O Etnocentrismo (§§9-18)

a) No início desse interessante segmento do texto, o autor discorre sobre como


a humanidade tende a repudiar a diversidade, tratando com animosidade
costumes diferentes daquele seu próprio. Afirma também que a simples
asserção de que “somos todos iguais” é incompleta, pois nega e suprime a
diversidade (previamente discutida na seção 2).
b) Após isso, Claude se dispõe a falar do falso evolucionismo, que nada mais é
que a divisão errônea das diversas culturas e sociedades humanas em etapas.
O autor afirma que não é correta essa divisão, pois não existe uma lógica
sequencial nas transformações de uma mesma cultura.

4ª parte: Culturas arcaicas e culturas primitivas (§§19-27)

Nessa quarta parte, Claude Lévi-Strauss apresenta a tentação de se corresponder


sociedades e culturas contemporâneas a períodos geológicos passados. O autor
comprova que tal correspondência não é adequada ao enunciar que só porque
duas coisas possuem semelhanças entre si, não significa que são iguais. Por
exemplo, apesar de dois objetos pertencentes a duas sociedades, uma
contemporânea e outra desaparecida, se assemelharem na aparência, isso pouco
diz a respeito de seu uso prático, de sua técnica de fabrico, de sua finalidade,
entre outros, que podem ser completamente diferentes.

5ª parte: A ideia de Progresso (§§28-33)

Para concluir essa secção textual inclusa nesta aula, o autor considera de
antemão óbvios os progressos realizados pela humanidade em seus primórdios,
mas que estes não podem ser enumerados como etapas de um sentido único.
Dessa mesma forma, Claude argumenta que a cultura não é cumulativa como
uma escada, mas sim um dado, que, cada vez que lançado, pode dar origem a
inúmeras combinações distintas.
Texto lido: MORGAN, Lewis Henri. “A sociedade antiga” (pp. 41-65). In:
CASTRO, Celso (org.) Evolucionismo Cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
2009[1877].

Prefácio (§§1-12)

a) Morgan inicia seu texto apresentando o avanço relacionado à descoberta das


origens humanas: já se sabe que a humanidade é consideravelmente antiga.
Dado isso, Morgan crê que a história da humanidade é única, ideia
duramente criticada por Strauss no texto previamente analisado. Dessa
maneira, ela pode ser dividida em três, nesta ordem: Selvageria – Barbárie –
Civilização, supostamente “progredindo”. Morgan defende ainda a lúdicra
teoria de que existiriam sociedades mais avançadas do que outras
(naturalmente, sendo a sociedade de Morgan a mais avançada de todas,
demonstrando claramente seu etnocentrismo).
b) O autor também apresenta a ideia de que culturas podem se perder, como
estariam, segundo ele, as culturas indígenas, estas se perdendo lentamente
pela influência da “civilização americana”. Tal fato urgiria uma ação rápida
dos antropólogos que gostariam de estudar tais sociedades, já que estas
estariam desaparecendo

Parte I – Desenvolvimento da inteligência através das invenções e descobertas


(§§13-53)

a) Primeiramente, nessa secção, Morgan apresenta ideias que ele crê que
consigam esquematizar o desenvolvimento humano. São elas: invenções e
descobertas, subsistência, governo, linguagem, família, religião, vida
doméstica e arquitetura, e propriedade.
b) Após isso, o autor divide os estágios Selvageria e Barbárie em três períodos:
inicial, intermediário e superior; e propõe quesitos completamente arbitrários
de onde terminaria um e começaria o próximo, sendo até difícil de
compreender o motivo desses critérios, visto que o autor não apresenta
justificativas para acreditar que tal divisão proposta por ele é a correta.

Recapitulação (§§54-69)
Nesse segmento, o autor reúne em um gráfico as normas inventadas por ele para
a divisão entre períodos iniciais, intermediários e finais de cada era. Não
satisfeito, Morgan termina sua grosseira simplificação das sociedades humanas
diversas dando exemplos de sociedades que ele acredita estarem na selvageria e
na barbárie, diferentemente da sociedade “tão avançada e superior” dele.

Conclusões

Morgan faz questão de olhar para as outras culturas de maneira simplista, tendo
sempre a nação ariana como base (Eu) e analisando qualquer outra sociedade
(Outro) somente a partir de si, destacando seu etnocentrismo e, em outro plano,
egocentrismo.

Texto lido: ROUANET, Sergio Paulo. “O mito do bom selvagem” (pp 414-438).
In: NOVAES, Adauto (org.), A outra margem do ocidente. São Paulo:
Companhia das Letras, 1999.

Parte I – A escusa, a superioridade e o Etnocentrismo

Rouanet traz, neste texto, o mito do bom selvagem; que consiste na crença de
que pessoas indígenas são selvagens, sim, mas possuem caráter e morais
invejáveis ao homem europeu; e como ele apareceu ao longo dos séculos.
Inicialmente ele destaca o seu papel no começo da colonização. Dotados de
inocência, gentileza e coragem, os indígenas, de acordo com o mito, são
romantizados e vistos como exóticos. Para essa romantização, é empregado todo
tipo de artifício, desde a escusa à antropofagia, até a tolerância ao paganismo e à
sexualidade exacerbada. Para além da desculpa, os homens citados também
colocam como superior a cultura nativa, o que inspira poetas da época a
comporem odes homenageando essa caricatura do indígena manso. Assim,
Sergio Paulo nos mostra então que todas essas visões não constituem uma
análise genuína do Outro, mas sim uma negação do Eu.

Parte II – O bom selvagem: O Retorno

Nessa secção, o autor nos apresenta à volta do mito do bom selvagem no século
XVIII, depois de seu sucesso no século XVI, dessa vez, ao invés de uma
admiração retrospectiva, o mito seria mais um modelo para o futuro. Rouanet
nos atenta que o selvagem nada tem de indígena, mas tudo tem de europeu,
reforçando a tese de negação do Eu.

Parte III – Encerramento

Encaminhando-se para o final do texto, Sergio nos conta do avanço do mito no


século XIX. Após isso, o autor retoma suas ideias anteriormente tratadas nas
partes I e II e conclui dizendo que o mito bom selvagem deve ser exterminado.

Fichamento da aula 3

Texto lido: BOAS, Franz. “Raça e progresso” (pp. 67-86). In: CASTRO, Celso
(org.), Franz Boas – Antropologia Cultural. RJ: Jorge Zahar Ed., 2004.

Parte I – Refutação do mito da degeneração provinda da miscigenação

Na primeira parte de seu texto, Boas empreende a contestar a ideia de que a


descendência da mistura de raças constituiria um problema. O autor cita vários
exemplos de momentos em que a sociedade estudada prosperou enquanto nela
existia a mescla racial, como o exemplo espanhol durante a época de imigração,
e afirma que esse fenômeno era comum na Europa. Assim, Franz Boas define
que o que estava acontecendo naquele momento na América do Norte era o que
ocorreu na Europa em menor escala. Comenta, ainda, que não existem provas
que apoiem essa teoria de degenerescência do interacasalamento entre raças, mas
sim o contrário: regiões endógamas tendem a possuir o que Franz chama de
“degeneração biológica”.

Parte II – Fatores externos

Nesse momento textual, Boas cita outros fatores que contribuem para a mudança
de características de uma população, como clima e condições de vida. Também
nessa secção, ataca a ideia também de guerra como um “selecionador natural”
que seria necessário para o vigor da humanidade, pois esta, além de matar os
fortes, intensifica outras calamidades humanas. Franz também nos diz que é
mais simples apontar diferenças fenotípicas do que fisiológicas e psíquicas entre
indivíduos de raças diferentes, e que essas funções corporais biológicas se
devem em grande parte à influência do ambiente.

Parte III –Finalização

Na parte final de seu texto, Franz contesta a validade de testes de inteligência


que supostamente provariam a superioridade racial ariana, dizendo que estes
testes só punham à prova o conhecimento de situações mais ou menos
familiares, e que existia uma grande influência do meio no resultado destes.
Boas ainda reafirma sua tese de que a indivíduos de raças diferentes não
possuem diferenças biológicas significativas e versa sobre o antagonismo entre
raças, afirmando que este é construído socialmente, e não inato.

Texto lido: GOULD, Stephen J. “A poligenia americana e a craniometria antes


de Darwin” (pp. 15-62). In: A Falsa medida do Homem. São Paulo: Martins
Fontes, 1999.

O interessantíssimo texto de Gould combate o racismo científico à medida que


contesta a ideia de ciência como objetiva, e sim com fins políticos evidentes. O
escritor põe à prova a visão de ciência como pura, objetiva e não-política; ao
mesmo tempo que discorda da visão de reificação da inteligência, e, portanto, da
capacidade de quantificá-la, argumentando contra testes como o de QI. Nessa
introdução de seu livro, o autor também discorre sobre o monogenismo e o
poligenismo, focando mais na poligenia. Stephen, assim, analisa alguns
desenhos de formatos de crânios e sua suposta diferença entre raças distintas e
finaliza analisando vários dados que provariam a superioridade da raça branca e
os contradizendo.

Fichamento da aula 5

Texto lido: SAHLINS, Marshall O "pessimismo sentimental" e a experiência


etnográfica: por que a cultura não é um "objeto" em via de extinção (parte I).
Mana, Rio de Janeiro, v. 3, n. 1, p. 41-73, 1997.

Nesse texto, Sahlins critica a visão reificada de cultura como objeto, capaz de
desaparecer. Para isso, define cultura e afirma que deixar de estudar a cultura
devido ao passado desse estudo seria o que ele chama de “suicídio
epistemológico”. O autor desenvolve a ideia de que existiriam dois tipos de
críticas à cultura: a primeira delas envolve o pecado original antropológico
(colonialista), a segunda se dá pela noção de cultura reificada que se esvai
(pessimismo sentimental). Citando o povo Mendi, ele afirma que a sociedade
capitalista pode influenciar outras culturas, sem extingui-las. Ele desenvolve o
raciocínio de que a cultura é viva e passa por transformações, não sendo, assim,
possível dizer que ela irá desaparecer ou está desaparecendo.

Texto lido: GEERTZ, Clifford. 2001. “Os usos da diversidade” (pp. 68-85). In:
Nova luz sobre a antropologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed..

Em um ousado movimento acentuadamente político, Geertz combate a noção de


que a variedade cultural estaria se reduzindo. Geertz e Sahlins escrevem ambos
em um contexto de intensificação da globalização, e as questões postas por esta
se tornam bem claras ao longo do texto, como o aumento em larga escala das
relações inter-humanas pelos meios de transporte que cada vez se tornavam mais
rápidos, e os de comunicação, que, por sua vez, cada vez se tornavam mais
efetivos. Por meio da refutação de certos autores, propõe o ensimesmamento de
achar que se deve preservar a diversidade “para o bem das próprias culturas”, e
que, ao invés disso, deve-se construir uma capacidade de imaginação e aceitação
maior de culturas alheias à nossa.

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