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1.

Depois da partilha, Maria é notificada pela AT para pagar o IMI do prédio urbano sito em
Viseu. Uma vez que considera que o valor a pagar é muito elevado, pretende saber se é
possível reduzir esse valor, quais os fundamentos legais, que atos devem ser praticados para
esse efeito, onde e em que prazo.
Maria poderá utilizar como meio de minorar o VPT, a reclamação da matriz prevista no
Art.130º do CIMI. Uma vez que o valor patrimonial tributário resulta de avaliação direta nos
termos do CIMI e se já decorreram três anos sobre a data do encerramento da matriz em que
tenha sido inscrito o resultado daquela avaliação (nº 4 do Artº 130º do CIMI),e prevê a alínea
a) do nº 3 do Artº 130º que o sujeito passivo pode, a todo o tempo reclamar de qualquer
incorreção das inscrições matriciais, nomeadamente VPT considerado desatualizado.

2.Os autores entendem que o VPT do imóvel é francamente excessivo. Pretendem ficarem
esclarecidos quanto à possibilidade de requererem a avaliação fiscal do imóvel, prazos e os
termos legais.
Cf. n.º 5 do artigo 13.º do CIS, no decurso do prazo para a apresentação da
participação a que alude o artigo 26.º do CIS, podem os interessados (in casu – doadores e
donatário), requerer a avaliação do prédio urbano, objeto da doação nos termos e para os
efeitos contidos no artigo 30.º do CIMT (fundamento VPT considerado excessivo),
repercutindo o resultado dessa avaliação, efeitos em sede de IMI e de IS, nas esferas jurídicas
respetivas, isto é, sendo esta avaliação efetuada nos termos do CIMI, o seu VPT é levado à
matriz predial urbana para todos os efeitos legais, cf. artigo 30.º n.º 2 do CIMT.

2.1.Após a avaliação do imóvel, requerida tempestivamente, foi fixado o VPT de 275.000€.


Identifique as consequências fiscais dessa transmissão gratuita, tributos fiscais efetivamente
devidos, modos de liquidação e prazos de pagamento.
Incidência subjetiva - São sujeito passivos do imposto, as pessoas singulares para quem
se transmitam os bens, artigo 2.º, n.º 2 do CIS.
Cf. preceitua o n.º 1 do artigo 9.º do CIS “o valor tributável do imposto de selo é o que
resulta da tabela geral, sem prejuízo do disposto nos números e artigos seguintes.”

In caso, são devidas as verbas 1.1 e 1.2 da TGIS, incidindo as taxas (0.8% e 10%
respetivamente) de imposto Selo, sobre “o valor tributável”.
Tratando-se de uma doação de prédio urbano, o artigo 13.º do CIS n.º 1 e 4, estabelece
qual o valor tributável a considerar nesta transmissão gratuita (verba 1.2), sendo que referente
ao IS da verba 1.1 o n.º 4 do artigo 9.º do CIS - remete-nos para o IMT.
Com obediência ao n.º 1 do artigo 13.º do CIS, o valor dos imóveis é o valor
patrimonial tributário constante da matriz nos termos do CIMI à data da transmissão, sendo
que na determinação dos valores patrimoniais tributários de bens imóveis ou de figuras
parcelares do direito de propriedade, observam-se as regras previstas no CIMT para as
transmissões onerosas (cf. n.º 4 do artigo 13.º do CIS).
Cf. estatui o n.º 6 do artigo 13.º do CIS, quando “a propriedade for transmitida
separadamente do usufruto, o imposto devido pelo adquirente/donatário, em consequência
da consolidação da nua propriedade com o usufruto, incide sobre a diferença entre o valor
patrimonial do prédio constante na matriz e o valor da sua propriedade considerado na
respetiva liquidação”.
De conformidade com o que estatui a regra n.º 7 do n.º 4 do artigo 12.º do CIMT,
tendo a nua propriedade sido transmitida separadamente do usufruto, “o imposto do Selo é
calculado sobre o valor da nua propriedade, nos termos da alínea a) do artigo 13.º do CIMT, ou
sobre o valor constante do ato ou do contrato, se for superior”.
Assim, o valor da nua propriedade separada do usufruto (objeto de reserva) obtém-se
deduzindo ao valor da propriedade plena, a percentagem que consta da tabela da alínea a) do
artigo 13.º do CIMT, face à idade dos doadores/usufrutuários, Maria e Manuel ambos com 44
anos.
A habitação foi objeto de avaliação tendo originado o VPT € 275.000,00; da tabela cf.
artigo 13.º, al. a) CIMT, resulta a indexação à percentagem a aplicar de 55%. Valor da nua
propriedade: €123.750,00 = (propriedade plena (€ 275.000,00) – usufruto (€ 151.250,00); valor
atual do usufruto: € 151.250,00 - As taxas do imposto do selo são as plasmadas na tabela geral
(n.º 1 do artigo 22.º do CIS); referentes às verbas 1.1 e 1.2, cumulativamente, cf. preceitua o
n.º 4 do artigo 22.º do CIS.

3.Maria entende que o VPT do prédio urbano é muito elevado, pede-lhe que, na qualidade
de solicitador, a esclareça no sentido de saber se é possível reduzir esse valor. Qual o
fundamento legal, forma e prazo em que deve ser praticado o ato para o efeito pretendido.
Maria poderá utilizar como meio de minorar o VPT, a reclamação da matriz prevista no
Art.130º, nº 3, a), do CIMI. – 1 valor A reclamação deve ser apresentada por escrito – art. 132º,
nº 1, a contrario e n. os 2 e 3 do CIMI – 1 valor O sujeito passivo pode, a todo o tempo
reclamar de qualquer incorreção das inscrições matriciais, nomeadamente VPT considerado
desatualizado.

4.Por considerar como excessivo o VPT de um outro prédio que pretende adquirir, Mónica
contacta-o na qualidade de solicitador para que a auxilie na sua pretensão ainda antes dessa
aquisição. Referia se tal é possível e como deve proceder.
Mónica pode requerer, ao abrigo do art. 130 º do CIMI, ex vi art. Art. 30º, nº 1 do
CIMT, uma avaliação do imóvel por entender que o VPT do prédio é excessivo, levando a uma
eventual reforma da liquidação logo que a avaliação se torne definitiva e o valor apurado seja
diferente do VPT existente.

5. Após a formalização da partilha, Felício entende que o VPT do prédio urbano é muito
elevado, pede-lhe que o esclareça no sentido de saber se é possível reduzir esse valor. Qual o
fundamento legal, forma e prazo em que deve ser praticado o ato para o efeito pretendido.
Felício poderá utilizar como meio de minorar o VPT, a reclamação da matriz prevista
no Art.130º, nº 3, a), do Código Municipal sobre Imóveis (CIMI).
A reclamação deve ser apresentada por escrito – art. 132º, nº 1, a contrario e nº 2 do
CIMI.
O sujeito passivo pode, a todo o tempo reclamar de qualquer incorreção das inscrições
matriciais, nomeadamente VPT considerado desatualizado, com as limitações impostas pelos
nºs 4 e 9 do art. 130º do CIMI.
6.Quem é o responsável pelo pagamento do IMI referente ao ano de 2020, pronunciando-se
sobre a liquidação e qual o valor (sem consideração de agravamentos ou reduções) e prazo
para pagamento, tendo em consideração que no município da situação do prédio foi
decidido fixar a taxa máxima permitida por lei.
Conforme decorre do art. 8º, nº 1 do CIMI, conjugado com o nº 2 do mesmo artigo o
imposto é devido pelo usufrutuário em 31 de dezembro do ano a que o mesmo respeitar, ou
seja, Delfim.
A liquidação ocorre nos meses de fevereiro a abril do ano de 2021.
A taxa a aplicar é de 0,45% por ser o valor máximo que o município pode fixar –
art.112º, nº 1, c) e art.112º, nº 5.
Observamos um valor de IMI a pagar de 405€ (90.000€*0.45%).
Quanto ao prazo de pagamento e observando o art. 120, nº 1, b) do CIMI, o imposto
deve ser pago em duas prestações nos meses de maio e novembro.

7.Imagine agora que, por considerarem como excessivo, o VPT do prédio urbano doado,
Carlos e Daniela, o(a) contactam, na qualidade de solicitador(a) para que os auxilie na sua
pretensão de modo a que, se procedente, tenha efeitos sobre a respetiva liquidação de
Imposto do Selo.
Refira se tal é possível, como deve proceder e em que prazo.
Carlos e Daniela podem requerer, ao abrigo do art. 13º, nº 5 do CIS,no prazo previsto no
art. 26º do mesmo diploma, ou seja até final de agosto, a avaliação do imóvel nos termos e
para os efeitos do art. 30º, nº 1 do CIMT uma avaliação do imóvel nos termos do art. 130º do
CIMI.
Por entender que o VPT do prédio é excessivo, levando a uma eventual reforma da
liquidação logo que a avaliação se torne definitiva e o valor apurado seja diferente do VPT
existente.

8. Refira quem será o responsável pelo pagamento de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI)
referente ao ano de 2020, pronunciando-se sobre a liquidação e qual o valor (sem
consideração de agravamentos ou reduções) e prazo para pagamento, tendo em
consideração que no município da situação do prédio foi decidido fixar a taxa máxima
permitida por Lei.
Conforme decorre do art. 8º, nº 1 do CIMI, conjugado com o nº 2 do mesmo artigo o
imposto é devido pelo usufrutuário em 31 de dezembro do ano a que o mesmo respeitar, ou
seja, Delfim.
A liquidação ocorre nos meses de fevereiro a abril do ano de 2021.
A taxa a aplicar é de 0,45% por ser o valor máximo que o município pode fixar –
art.112º, nº 1, c) e art.112º, nº 5.
Observamos um valor de IMI a pagar de 405€ (90.000€*0.45%).
Quanto ao prazo de pagamento e observando o art. 120, nº 1, b) do CIMI, o imposto
deve ser pago em duas prestações nos meses de maio e novembro.

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