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Universidade Estadual de Feira de Santana

Departamento de Ciências Humanas e Filosofia


Licenciatura em Geografia
Ciência Política
Prof. Fábio Reis

Beatriz Moura, Larissa Alecrim, Lillian Mariane e Natália Santos

Análise de política pública:


Programa Minha Casa Minha Vida

Junho, 2023
Feira de Santana-BA
Beatriz Moura, Larissa Alecrim, Lillian Mariane e Natália Santos

“Esta análise de política


pública foi produzida para
obtenção de nota parcial da
disciplina de Ciência Política,
do 4° semestre do curso de
licenciatura em Geografia, da
Universidade Estadual de Feira
de Santana (UEFS), sob a
supervisão do prof. Fábio
Reis”.

Junho, 2023
Feira de Santana - BA
As políticas públicas são um conjunto de processos, sendo estes, ações, programas,
medidas e iniciativas, criadas pelos governos, sejam eles, nacionais, estaduais e municipais.
Tem por finalidade trazer benefícios para diversos grupos, com incentivo da participação de
entes privados e públicos, para assegurar os direitos da população, aqueles previstos na
Constituição Federal de 1888, como exemplo a saúde, educação, lazer, moradia, trabalho,
segurança, entre outros.

Cabe ressaltar que as lideranças políticas devem promover a criação e o desenvolvimento


de políticas públicas, a fim de que todos os direitos da população sejam assegurados e
garantidos como previsto nas leis e que atendam os interesses de toda a sociedade ou de
grupos específicos.

Antes de tudo, é de suma importância diferenciar as políticas públicas de Estado e de


governo, respectivamente, está relacionado às políticas independente do governante, devendo
ser mantidas e aprimoradas. Logo, a segunda pode manter uma relação de dependência com o
líder que está no poder e pode mudar ou sofrer alterações caso outro governante esteja
ocupando o cargo executivo no momento.

Entende-se que as políticas públicas são de extrema importância na busca de soluções


coletivas para os problemas enfrentados pela população, principalmente, as de cunho sócio
histórico, onde os mais afetados são a população mais pobre e carente de nossa sociedade. Os
problemas sociais são inúmeros e é preciso que se tenha governantes e líderes com
sensibilidade perante a necessidade do outro.

É neste sentido, que procuramos através deste, fazer a análise do Programa “Minha Casa
Minha Vida", um projeto que nasceu no governo de Lula em 2009, considerado o maior
programa habitacional do país e buscar compreender através de levantamento bibliográfico,
todo o processo de criação e instalação no Brasil, além disso, com o intuito de discutir os
problemas encontrados, a fim de torná-la mais efetiva.

Podemos destacar os tipos de políticas públicas, que são elas, as distributivas destinadas
a apenas uma parte da população, redistributivas que tem por finalidade redividir os recursos
para uma parte da população, a partir da retirada do recurso do financiamento de todos, as
regulatórias que devem regular o funcionamento do Estado e as constitutivas que servem para
regular as próprias políticas. Logo, o programa Minha Casa Minha Vida é uma política
pública que se adequa nas distributivas.
O Programa Minha Casa Minha Vida foi criado em 2009, pelo então presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, e é vista como a maior política habitacional brasileira. Durante seus 11
anos de execução, o programa passou por quatro mandatos presidenciais, dando início com
Lula (2003-2010), em seguida, Dilma Rousseff (2010-2016), Michel Temer (2016-2018) e
Jair Bolsonaro (2018-2022), teve a sua execução organizada em fases, modalidades e faixas
de renda.

As mudanças nas conjunturas política e econômica do país, implicaram no


enfraquecimento gradual do programa, e em 2021 seu orçamento foi vetado. É neste sentido,
que procuramos investigar o processo de desenvolvimento do Programa Minha Casa, Minha
Vida, em suas diferentes etapas: criação, consolidação e extinção.

Além disso, buscamos enfatizar a importância do programa na vida das pessoas e


como através dessas pessoas tiveram possibilidades de melhoria no bem-estar e qualidade de
vida e sobretudo, buscar formas de melhorias nesse programa para que alcance um número
máximo de pessoas contempladas. Os ciclos da pesquisa se dão, necessariamente, da seguinte
forma: formação de agenda, formulação da política, implementação, avaliação e extinção.

O que é o programa e como funciona

O programa Minha Casa, Minha Vida, foi criado no intuito de solucionar o problema
do déficit habitacional no Brasil, um levantamento de pesquisa realizado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística em 2008 indica que havia um déficit de 7,9 milhões de
moradias, cerca de 21% da população brasileira naquele ano. O déficit habitacional consiste
em um estimado número de famílias sem moradias ou que vivem em condições insalubres em
determinado lugar, dessa maneira, “É somente a partir dos anos 2000, sob o governo do
Partido dos Trabalhadores, que o Estado retoma a estratégia de investimento direto no setor
via políticas públicas, sendo o PMCMV o principal exemplo nesse sentido” (Lago, 2012;
Cardoso, 2013).

O programa criado pelo governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT) fundou-se em
Março de 2009 com o objetivo de ajudar as pessoas a financiarem o seu próprio imóvel tanto
em áreas urbanas quanto em áreas rurais, oferecendo subsídio e taxas de juros abaixo das
propostas pelo mercado, de modo que facilitasse a compra do mesmo.
Para que a implementação do programa ocorra, conta com o apoio dos Ministérios das
Cidades, também o Ministério da Fazenda, Ministério do planejamento orçamento e gestão,
os Distritos federais, municipais e estaduais e as empresas de construções civis, são todos
entidades que vão garantir o pleno funcionamento, gestão e diretrizes do programa.

Nesse sentido, o programa inicia-se no governo Lula e consolida-se no mandato de


Dilma Rousseff, dessa forma foi organizado em três fases, sendo elas a primeira entre os anos
de 2009-2011, com o objetivo de construir cerca de 1 milhão de habitações, a segunda fase
iniciado e finalizado entre 2011-2014 com o total de 2 milhões de habitações, e a terceira
iniciada e ainda não concretizada em 2016, tendo em vista a construção de mais 2 milhões de
moradias.

O programa Minha Casa, Minha vida, visa atender o público de baixa renda
financeira, obtendo no máximo a faixa de renda mensal de R$ 8 mil reais, ressaltando que
este valor não inclui benefícios temporais, assistenciais ou previdenciários. Desse modo, as
famílias devem se inscrever no programa de acordo com sua renda, onde vai adquirir o
subsídio cujo o objetivo seria auxiliar nas parcelas de financiamento do ímovel, diminuindo o
valor através de descontos nas parcelas e possibilitando a compra, será dividido em
exatamente três faixas urbana e rural de acordo com a renda mensal da família. As urbanas e
rurais se diferenciam no processo, sendo a primeira urbana a faixa 1 que consiste em auxiliar
as famílias cuja renda mensal até R$ 2.640, a faixa 2 renda bruta mensal de R$ 2.640 a R$
4.400, e a faixa 3 renda bruta mensal de R$ 4.400 até R$ 8.000. E para as famílias residentes
nas zonas rurais, faixa 1 tendo a renda bruta anual de até R$ 31.680, faixa 2 de R$ 31.680 até
R$ 52.800, e faixa 3 renda bruta anual de R$ 52.800 até 96.000.

Segundo o Blog Politize, “ o imóvel a ser financiado deve respeitar um teto máximo
de valor, que varia de acordo com cada cidade. No Distrito Federal, em São Paulo e no Rio de
Janeiro, por exemplo, o imóvel deve ser avaliado em no máximo R$ 240 mil. Já nas capitais
do Norte e do Nordeste o teto limite é de R$ 180 mil", sendo assim o programa trata-se de
uma política que prioriza atender a todos os brasileiros que não tenham condições estáveis,
oferecendo oportunidades para que os mesmos tenham direitos a condições dignas de
moradia como visa a constituição federal “Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o
trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.” Dessa maneira, o programa
conta com o auxílio financeiro de entidades das instituições municipais, estaduais, federais e
empresas, além de contribuir com o ramo da engenharia civil é um programa influente na
economia brasileira.

Principais Mudanças

Com as mudanças de governo ao longo desses 14 anos desde a criação do programa, o


mesmo sofreu algumas alterações. Durante o governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(2003-2010) do Partido dos Trabalhadores (PT), no qual o programa Minha casa minha vida
foi criado e implementado, não houveram alterações. Já no mandato conseguinte da então
Presidente Dilma Rousseff (2011-2016), do Partido dos Trabalhadores (PT) houveram
algumas mudanças, tais como: a diminuição do valor da prestação que antes era de 10% da
renda familiar para no máximo 5% e a diminuição do desconto que antes era de R$50,00 e
passou para R$25,00 em dez anos.

Durante o governo de Michel Temer (2016-2018) filiado ao Movimento Democrático


Brasileiro (MDB), houve uma mudança em relação a contratação para construção de
moradias para famílias de baixa renda, que nos governos anteriores (Lula e Dilma) atendiam
majoritariamente à famílias na faixa de renda um de até R$1.800,00 e passou a partir dessa
contratação a atender majoritariamente à famílias na faixa de renda dois e três com renda
familiar a partir de R$2.351,00 e R$6.500,00.

No governo de Jair Messias Bolsonaro (2018-2022) do Partido Social Liberal (PSL),


durante a Pandemia da Covid-19 no ano de 2021 diminuíram drástica e gradativamente os
recursos destinados ao programa, paralisando as obras até que por fim os investimentos foram
cortados acabando com o programa. Em 2018 antes do governo de Bolsonaro, o investimento
anual para o programa era de em média R$11,3 milhões, já no seu primeiro ano de governo o
então presidente aprovou um corte de orçamento que resultou num investimento anual de em
média R$2,71 milhões. Para substituir o programa Minha Casa Minha Vida, o governo
Bolsonaro criou o Programa Casa Verde e Amarela que financia reformas residenciais para
famílias com renda mensal de até R$7.000,00.

No atual governo Lula (2023) há uma retomada do programa Minha Casa Minha
Vida, começando pela retomada das obras que estavam paradas desde o governo anterior, que
são aproximadamente 186,7 mil obras em todo o Brasil. A principal mudança nessa retomada
do programa é o retorno da Faixa 1, que agora é voltada para famílias com renda bruta de até
R $2.640. Anteriormente, a renda exigida era de R $1.800,00.

Aspectos positivos do PMCMV

Fazendo um estudo sobre o PMCMV (Programa Minha Casa Minha Vida),


verificou-se que, pela primeira vez na história, a classe menos favorecida foi contemplada
com uma política pública de maneira mais eficaz. De acordo com isso, Ramos e Noia (2016),
nos remete que o PMCMV se diferenciou das propostas anteriores, pois historicamente as
políticas habitacionais não atingiram de forma eficaz a classe menos favorecida, mas com o
PMCMV, essa realidade começou a ser transformada.

Cunha (2012), também nos adverte que entre os pontos de superação em relação às
políticas anteriores, está a atenção dada às famílias inseridas na faixa de renda entre 0 e 3
salários mínimos. Isso significa um avanço muito grande diante da sociedade extremamente
desigual e em que, imposto pelo "status quo" da sociedade os menos favorecidos não são
contemplados como deveriam com os direitos sociais "saúde, alimentação, trabalho e moradia
(...) E o Estado que deveria zelar por esses direitos é um dos agentes responsáveis pela
perpetuação desse tipo de descaso para com a população menos favorecida, pois se os fluxos
da globalização reduzem ou impedem também a ação efetiva das políticas públicas, diante da
capacidade estatal de intervir e acaba sendo conivente, é porque seus agentes compactuam
com os objetivos das empresas e outros órgãos privados que aparecem como agentes
expressivos na construção da ordenação e da centralidade.”

Um dos principais méritos do Programa Minha Casa Minha Vida é oferecer à


população mais pobre a possibilidade de conseguir a moradia própria. A faixa 1 por exemplo
de financiamento que atende os mais pobres dá a possibilidade de participação de famílias
com renda mensal bruta de até R $1.800,00. Desse modo, até 90% do valor do imóvel pode
ser subsidiado pelo governo. Além das prestações serem de um valor acessível para a
população, podendo ser pago em até 120 prestações mensais de no máximo 270,00 sem a
cobrança de juros.

Este projeto também teve impactos positivos na economia do Brasil na época de sua
construção. Ela foi fundamental no enfrentamento da crise mundial de 2008 e passou a ter um
papel importante para atenuar os efeitos da crise registrada desde 2004 no Brasil, isso devido
a sua capacidade de gerar renda, emprego e arrecadação para o governo.
Somado a isto, as obras geraram 3,5 milhões de empregos por ano, em média,
segundo dados da CBIC (Câmara Brasileira da indústria da construção). Desse modo, foram
gerados R$105,6 bilhões em tributos indiretos, somando R$163,4 bilhões de maio de 2009 a
junho de 2018, segundo relatório da FGV para a Abrainc. A arrecadação proporcionada pelo
Minha Casa Minha Vida ao longo de 9 anos superou a soma dos subsídios dados no período.
O programa também tem peso importante no mercado imobiliário. Em 2018 representou 75%
das unidades habitacionais lançadas e 78% das unidades vendidas, segundo informações da
Abrainc (Associação Brasileira de incorporadoras imobiliárias).

Aspectos que precisam ser melhorados no PMCMV

Um dos fatores negativos da Minha Casa, Minha Vida é a localização das construções
que têm os seus locais escolhidos pelas construtoras que decidem a localização do
empreendimento, orientadas pela lógica financeira, elas constroem em terras baratas situadas
em locais periféricos e até em antigas áreas rurais, acessíveis por vias únicas, o que acaba
dificultando o acesso ao trabalho, a educação, saúde e transporte.

Além de apresentar habitações precárias com poucos cômodos onde precisam abrigar
famílias com um grande número de pessoas. Esse fator acaba prejudicando a qualidade de
vida e a possibilidade de bem estar dos residentes. Nesse sentido, Balbim e Lima Neto
(2013), revelaram que o PMCMV vai formando/configurando seu espaço, não se
contrapondo a geografia que explica o processo de urbanização brasileiro, de assentamento
dos mais pobres em periferias distantes, com o ônus individual de conseguir os demais meios
de reprodução da vida.

A falta de construções, de postos de saúde, pronto atendimento, creches e escolas nas


proximidades do empreendimento revela o descaso dos governos locais e estaduais na
instalação de serviços próximos a essas áreas. O que faz com que essas pessoas tenham que
se deslocar até localidades próximas onde ofereça esses tipos de atendimentos, aumentando o
grande fluxo de pessoas nos principais locais da cidade. Além de terem a ausência de áreas de
lazer para as famílias residentes naquele local, aliado à falta de segurança, o que revela o
reflexo da segregação e desigualdade socioespacial.

Apesar dessa política pública ter sido implementada, ainda temos um contingente
grande de déficit habitacional no Brasil. Muitas famílias ainda vivem em condições precárias,
tendo que pagar aluguel para possuírem moradias.
Avaliação

A avaliação de uma política pública pode ocorrer durante a análise de um problema


público, parte de um processo sistemático nas soluções que são traçadas para tal e no decorrer
da operação do programa, medindo os seus benefícios e efeitos, a um conjunto de parâmetros
explícitos e implícitos, os critérios escolhidos para a análise dessa política pública é
eficiência, eficácia e efetividade, com o objetivo de entender as inúmeras perspectivas e
problemas de dada política pública.

Do ponto de vista socioeconômico, a partir de estudos acerca, observou que o


programa possibilitou o aumento da renda e gerou empregabilidade. Sobretudo, no que diz
respeito às políticas de territórios, a construção de grandes conjuntos habitacionais sem o
devido planejamento público gerou o aumento de gastos com transporte dos beneficiários, a
falta de acesso ao emprego, a equipamentos de serviços básicos de saúde e educação e outros
serviços públicos, ademais, um dos fatores mais evidentes é a segregação socioespacial.

É notório que os conjuntos habitacionais são construídos em zonas mais afastadas


dos centros urbanos e do comércio, os colocando em uma situação desfavorável enfrentando
agora problemas de planejamento urbano, e portanto, prejuízo ao direito à cidade. Não o
bastante, as famílias ainda enfrentam uma outra situação que deve ser retomada sempre que
possível e necessário e se trata de uma questão urgente, no que diz respeito às condições da
estrutura física que é irregular para estrutura familiar, isto é, para o número de pessoas que
residem em uma casa.

Portanto, entende-se que o PMCMV é reconhecido por trazer inovação social nas
políticas habitacionais, e mantém uma lógica durante todos esses anos de sua existência,
podemos citar: a financeirização da moradia com predominância dos interesses do mercado; a
massificação dos projetos, que desconsidera os diferentes arranjos familiares; a fragilidade
dos instrumentos de indução federal, tornando a implementação do Programa muito
dependente das capacidades dos atores locais; a desconsideração de outras estratégias de
combate ao déficit habitacional, como a regulação do aluguel; além da construção de
habitações em desconexão com políticas reguladoras do uso do solo, como Planos Diretores
(Moreira, 2016).
Extinção: o fim da maior política pública habitacional brasileira

O processo de extinção de uma política pública é um tipo particular de uma política


institucional, que tem por finalidade diminuir os gastos do poder público, a extinção se dá de
modo gradual, em uma sucessão de tomadas de decisões, ao longo dos anos vai diminuindo
os recursos e chega um momento em que não tem mais como gerir, por falta de investimento,
deixando a população a mercê dos representantes políticos que estão no poder. Esta foi a
política de desmonte do governo Bolsonaro no ano de 2021, esvaziou os recursos financeiros
e a maior política pública habitacional, ficou estagnada por um tempo. Todavia, há ainda a
possibilidade de a extensão ocorrer de forma completa, quando a decisão autoritária de um
representante, acaba de forma inesperada com a política pública. Mas, o que podemos
observar é a retomada dessa política pública, com a volta de Lula à presidência da República.

Conclusão

Entende-se que, a partir do exposto e do que podemos observar ao longo desse


trabalho de análise do Programa Minha Casa Minha Vida, foi possível entender que a sua
criação impactou positivamente na vida das pessoas beneficiadas, estas que em sua maioria,
moravam de aluguel ou em submoradias. Foi possível compreender a sua especificidade,
evolução contingente e contexto, sobretudo político. Apesar das disputas e restrições
políticas, o programa precisa necessariamente dar um salto qualitativo e quantitativo, pois as
regras do jogo político e a conjuntura de anos de retrocesso durante o governo de Bolsonaro,
implicou na consolidação de políticas públicas já existentes e na modificação ou estagnação
de outras.

Em 2020, sob a gestão de Jair Bolsonaro o PMCMV, foi substituído pelo Casa Verde e
Amarelo, que alterou alguns pontos do programa original, mas mantinha o mesmo objetivo
de facilitar o acesso de moradias para famílias de baixa renda, importante ressaltar que em
2020 o investimento foi o menor da história, o que tinha a vista era justamente acabar com o
maior programa habitacional do país, é necessário pautar que ainda estávamos passando por
uma crise econômica e sanitária devido a pandemia do covid-19, que vitimou mais de meio
milhão de pessoas e deixou outras em condições socioeconômicas desfavoráveis, fomentando
o cenário de disputas entre atores, interesses e ideias.

Em fevereiro de 2023, Lula assinou uma medida provisória para retomar o Minha
Casa, Minha Vida. Embora o programa não tenha gerado um impacto significativo no déficit
habitacional, esse seria ainda maior se não fosse por essa política, além disso, é de suma
importância que as famílias de baixa renda acessem o direito à moradia, previsto na
constituição.

Ao analisar o programa, pode-se compreender que a criação ou extinção das políticas


públicas são produtos de processos políticos contextuais, incrementais, abertos ou subjetivos.
Embora, os fenômenos sociais estejam ocorrendo independente do governo ou do
representante político partidário que está no poder. Sob essas circunstâncias, pode-se observar
que a criação do PMCMV, é institucional complexo criado em 2009 sob o governo do Partido
dos Trabalhadores (PT), no segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Visto que, o PT
abarca as pautas relacionadas às minorias, ao menos favorecidos, grupos marginalizados e
aqueles que estão em condições de vulnerabilidade social. O PMCMV, possibilitou o acesso à
moradia própria para milhões de brasileiros de baixa renda, que por muito tempo ficaram
desconsiderados pelas políticas de planejamento urbano e intervenções estatais.

Referências Bibliográficas

SOUZA, Isabela. Entenda o Programa Minha Casa, Minha Vida. Disponível em:
https://www.politize.com.br/minha-casa-minha-vida-entenda/.Acesso em: 01 jun. 2023.

Amore, C. (2015) “Minha Casa Minha Vida” para iniciantes. In: C. Amore, L. Shimbo & B.
Rufino (orgs) Minha casa... e a cidade? Avaliação do programa Minha Casa, Minha Vida
em seis estados brasileiros. Rio de Janeiro: Letra Capital, pp. 11-27.

Governo Federal. Lula retoma Minha Casa, Minha Vida e avisa: “A roda gigante desse
país começa a girar a partir de hoje”. Disponível em:
https://www.gov.br/pt-br/noticias/assistencia-social/2023/02/lula-retoma-minha-casa-minha-v
ida-e-avisa-201ca-roda-gigante-desse-pais-comeca-a-girar-a-partir-de-hoje201d. Acesso em:
30 maio. 2023.

EUCLYDES, Fillipe Maciel, et.al. O processo de política pública do “Minha Casa, Minha
Vida’’: criação, desenvolvimento e extinção. Rev. Sociol. Polit. 2022.

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