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Ano XVII, n°ABERTA


24, Junho/2005 157

Motrivivência Ano XVII, Nº 24, P. 157-172 Jun./2005

MULHERES, CORPO E ESPORTES EM UMA


PERSPECTIVA FEMINISTA

Patrícia Lessa 1

Resumo Abstrat
As Teorias Feministas discutem a The feminist theories discuss the
desnaturalização dos corpos, a denaturalization of the bodies, the
performatividade dos gêneros, a performativity of the species, the
sexualização das identidades e a sexualization of the identities, and the
biologização do feminino, em diversas biologization of feminine characteristic,
áreas do conhecimento. A Educação in several areas of knowledge. Physical
Física vêm produzindo conhecimentos Education has been producing
sobre a participação feminina nos knowledge on both the female
esportes e a corporeidade feminina. Meu participation in sports and feminine
texto procura relacionar os estudos corporality. My text has the purpose of
sobre mulheres e esportes na produção relating the studies on women and
teórica da Educação Física ao atual sports in what concerns the Physical
debate feminista sobre corporeidade, Education theoretical production to the
sexualidade e identidade, buscando os current feminist debate on corporality,
pressupostos teóricos e conceituais que sexuality and identity, searching the
fundamentam este debate. Utilizo como theoretical and conceptual purposes

1
Professora do Departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Estadual de Maringá.
Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em História, na área de Estudos Feministas da
Universidade de Brasília, sob orientação da profª Drª Tânia Navarro-Swain.
158

fonte de análise textos publicados pela that give support to this debate. Texts
Revistas Brasileira de Ciências do Esporte published by the Revista Brasileira de
e Revista Motrivivência. Ambas foram Ciências e Esportes magazine and
escolhidas por sua abrangência e Motrivivência magazine are used as an
servirão como referencia para outras analysis source. These magazines were
publicações. chosen due to the fact of being
Palavras-chave: Corporeidade feminina, including, and they will be a reference
Esportes, Teorias Feministas. for other publications.
Keywords: Feminine corporality, Sports,
Feminist theories.

Introdução questões das mulheres ou mesmo


questões de gênero, no entanto, as
A produção teórica, concei- Teorias Feministas, nem sempre são
tual sobre a desnaturalização dos apontadas como o fundamento
corpos, sobre a performatividade dos epistemológico que ampara tais dis-
cussões.
gêneros, sobre a sexualização das
As discussões de gênero
identidades e, principalmente, sobre
foram incorporadas ao debate femi-
a biologização das mulheres foi e ain-
nista entre o final dos anos 60 e ini-
da é um debate feminista de cunho
cio dos anos 70. Para Nicholson
epistemológico, pois diz respeito ao
(2000) o conceito de gênero foi in-
aparato conceitual que aprisiona as
troduzido para suplementar o de
mulheres ao seu corpo biológico. sexo, pois ao fincar na biologia as
Essas discussões tornam-se bastante raízes das diferenças entre mulheres
expressivas em áreas do conhecimen- e homens, o conceito ‘sexo’ colabo-
to como a História, a Antropologia, rou com a idéia da imutabilidade
a Sociologia e outras. Na Biologia, na dessas diferenças e com a desespe-
Física e na Química muitas pesquisa- rança de certas tentativas de mudan-
doras empenham-se em discutir os ça. Já para Scott (1994) gênero apre-
valores e interesses generizados nas senta-se como uma categoria analí-
ciências, cito Hubbard, Haraway e tica, como organização social da di-
Harding como exemplos de teóricas ferença sexual. Não refletindo ou
feministas preocupadas com ques- implementando diferenças físicas e
tões epistemológicas. Na área da Edu- naturais entre homens e mulheres,
cação Física esse movimento come- mas um conhecimento que estabele-
ça a ganhar forma, e já é possível fa- ce significação para as diferenças
lar de uma produção teórica sobre as corpóreas. Também rejeita o caráter
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fixo e permanente da oposição bi- feminino e do masculino, esquece-


nária, enfatizando a importância de se facilmente o caráter hierárquico
uma desconstrução nos termos de da generização do humano”. En-
Derrida. Enfim, o termo surge com quanto, os Estudos de Gênero nive-
significados variados e é usado, ba- lam a construção dos corpos no so-
sicamente, de duas formas: como cial, os Estudos da Mulher foram
objeto de estudo ou como estrutu- amplamente criticados pela consti-
ra analítica. tuição de um sujeito universal, que
Seu surgimento no cenário em certa medida, camufla as diferen-
dos Estudos Feministas deve-se em ças de classe, raça, etnia e sexuali-
grande parte as críticas feitas aos dade entre as mulheres.
Estudos das Mulheres, por sua cons- “A Mulher”, no singular, é
tituição de um sujeito universal e uma ficção, um mito criado para
conseqüente caráter identitário: a melhor disciplinar, melhor domesti-
mulher, como essência. Porém, os car. Navarro-Swain (1999), ao discu-
Estudos de Gênero nunca poderão tir o pensamento de Beauvoir mos-
substituir ou mesmo pretender se tra o quanto àquelas idéias estão
sobrepor as Teorias Feministas por ancoradas nos quadros binários de
sua incapacidade em compreender divisão sexual hierarquizada. No
os sujeitos concretos e porque tiram capítulo referente ao lesbianismo,
o caráter hierárquico da construção Beauvoir confronta essa personagem
das subjetividades, como se todos social à verdadeira mulher. A verda-
fossem construídos de forma igual, deira mulher, diferente da lésbica e
estuda em termos relacionais, com da prostituta, possui os atributos,
a pretensão de trabalhar com sime- socialmente construídos, referentes
trias humanas, o que vem a desfocar ao modelo de feminino. Enquanto
a agenda feminista. Sua ampla acei- a lésbica é relegada à aberração a
tação nos termos do feminismo prostituta é mantida na ordem do
deve-se em grande parte ao pejora- discurso, suas existências, ainda as-
tivo e ao medo que a palavra femi- sim, são vinculadas ao masculino e
nismo desperta, como diz Navarro- a referencia é o homem, pois a pri-
Swain (2001, p.12): “decreta-se as- meira é representada como uma
sim, no senso comum e na análise imitação do homem e, a segunda,
teórica, o fim do feminismo: afinal, vive em função do mesmo, “traba-
os gêneros não são igualmente lha” para o prazer do mesmo.
construídos socialmente? Entretan- As negras, as latinas, as
to, colocando-se no mesmo assujei- lesbianas, as operárias são algumas
tamento ao social a constituição do das personagens do feminismo que
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materializam a impossibilidade de a feminilidade, e como conseqüên-


um sujeito universal. Butler (1990), cia, a mulher, de suas práticas, atra-
aponta a oposição das mulheres ao vés de sua decodificação usualmen-
feminismo como sugestão dos limi- te implícita da feminilidade como
tes da política de identidade, diz ela: desrazão associada ao corpo.
“se alguém é uma mulher, esse al-
guém não é só isso” (BUTLER, 1990, O local de fala de autoras
p.20). A política de identidade só como De Lauretis (1994) e Haraway
pode ser questionada tendo como (1994) lhes possibilita questionar os
fundamento uma teoria que comba- pressupostos das Teorias Feministas
te à divisão binária do social, bem para colocá-los em movimento, ela-
como a construção dos corpos borando novos conceitos, revisando
sexuados e a fixidez e permanência seus fundamentos e apontando para
dessas representações. Herdeiras do novas perspectivas políticas,
pensamento foucaultiano, muitas visibilizando a ação das feministas.
feministas irão mostrar que os cor- Os corpos marcados pelo sexo e pela
pos divididos em dois sexos opos- sexualidade mostram a historicidade
tos e hierarquicamente diferenciados incontornável do humano e o espor-
no social são parte de uma constru- te é um lugar privilegiado para o
ção histórica. estudo dessa construção e reprodu-
O binarismo indica que a ção de modelos hegemônicos. Teó-
identidade feminina depende sem- ricas como De Lauretis, Butler e
pre de seu oposto, criando uma re- Navarro-Swain questionam a divisão
presentação baseada na dependên- binária da sociedade. A importância
cia. Como diz Grosz (2000, p.49): dada ao sexo, ao aparelho genital,
na positividade e na divisão social é
o mais relevante aqui é a correla- uma criação histórica e social, que
ção e associação da oposição men- modela os corpos em dois gêneros
te/corpo com a oposição entre hierarquicamente distintos, o que
macho e fêmea, na qual homem e nos leva a interrogar: as mulheres
mente, mulher e corpo, alinham- sempre foram vistas como frágeis?
se nas representações. Tal correla- O feminismo surge justamente para
ção não é contingente ou aciden- sacudir as evidências dessas repre-
tal, é central ao modo pelo qual a sentações, questionar a divisão se-
filosofia se desenvolveu historica- xual da sociedade, opor-se à
mente e ao modo como ela se vê hierarquização dos gêneros, por
ainda hoje. (...) A filosofia, como isso, suas teorias não podem ser
disciplina, exclui subrepticialmente dissociadas de suas ação política,
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pois, ambas atravessam diferentes que muitas de suas marcas ainda


áreas do conhecimento. estão por aparecerem no social.
Os medos que o feminismo Muitos são os autores contemporâ-
desperta levam o senso comum a neos que o reconhecem como mar-
distorções de suas teorias, bem co histórico do século XX.
como, a crença em um objetivo úni- Hobsbawn, Guattari e Stuart Hall,
co: a destruição dos homens e a re- são alguns desses exemplos. Outra
presentação social da mulher que questão importante a ser lembrada
quer tomar o local dos mesmos. Po- é que o reconhecimento de algumas
demos constatar na nota explicativa das conquistas políticas do feminis-
que o autor utiliza para justificar que mo não representa o reconhecimen-
os “usos do corpo” não serão trata- to da amplitude desse movimento,
dos em igual medida para as mulhe- nem mesmo o reconhecimento das
res e os homens no texto, intitulado: teorias feministas.
“A construção cultural do corpo fe- As Teorias Feministas sur-
minino ou o risco de se transformar gem para questionar a evidencia da
meninas em ‘antas’”. Daolio (1995, naturalização das mulheres, que
p. 101), diz: atreladas ao biológico foram sendo
excluídas de atividades consideradas
Essa é justamente a crítica mais masculinas. A fragilidade, a doci-
contundente que o chamado ‘fe- lidade, a submissão, a vulnerabi-
minismo’ tem recebido. Ao se re- lidade são atributos nada próximos
belar contra o poder do daqueles exigidos no universo dos
‘machismo’, algumas militantes do esportes, que no entanto são pre-
‘feminismo’ passaram a reivindicar sentes nas práticas discursivas, que
os mesmos direitos para as mulhe- imprimem modelos a-históricos. Ou
res, acreditando na falsa premissa será que em todas as épocas e soci-
de que fazer as mesmas coisas é edades as mulheres foram conside-
condição para a igualdade entre radas frágeis? Sempre foram consti-
homens e mulheres. tuídas como frágeis quando atrela-
das ao seu sexo?
A primeira questão que Questões importantes
devemos lembrar é que não pode- quando pensamos como aparecem
mos falar no feminismo como um as mulheres atletas no cenário naci-
bloco homogêneo de idéias, teses e onal. No país do futebol quem são
reivindicações, pois sua história é as nossas craques? Porque não pos-
marcada pela pluralidade, diversida- suem a mesma visibilidade que os
de e, principalmente, novidade, já homens? Questões importantes na
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perspectiva epistemológica forne- textos representativos da produção


cida pelos feminismos. teórica da Educação Física sobre o
Com esse texto pretendo tema Mulheres, Corpo e Esportes,
problematizar as questões referen- sem a pretensão de construir uma
tes à produção teórica nacional da compilação de teses sobre o tema,
Educação Física sobre a participação pois já existem trabalhos reconhe-
das mulheres nos esportes, buscan- cidos com essa finalidade2 . Minha
do a proximidade desse debate com intenção não é de quantificar dados
as questões colocadas pelo feminis- sobre o tema, mas tão somente,
mo. Nessa breve introdução, apre- analisar a produção teórica atual em
sentei algumas discussões feminis- uma perspectiva feminista.
tas, para visualizarmos sua partici-
pação no debate contemporâneo A construção do corpo femi-
sobre corpo, sexualidade e identida-
de, diferenciando-as dos estudos de nino
gênero e dos estudos da mulher, por
serem categorias de análise criadas O medo que o feminismo
historicamente e contextualmente desperta é resquício da representa-
pelas Teorias Feministas. Passo en- ção social da mulher feia, mal ama-
tão à análise de textos divididos em: da, lésbica, que teve relações de frus-
as discussões sobre a historicidade tração com os homens e, por isso,
das mulheres nos esporte, os os combate. A construção da femi-
paradigmas reinantes e seus refle- nilidade esculpida na imagem da
xos na produção teórica da educa- mulher submissa, frágil, passiva, que
ção física e na legislação desportiva. se embeleza para atrair os homens,
Logo em seguida, discuto sobre as foi amplamente trabalhada pelo apa-
personagens sociais, alguns fatos, relho médico, jurídico e psiquiátri-
datas e nomes de mulheres que fi- co com o apoio do discurso científi-
zeram dos esportes sua própria vida, co. A Educação Física, por longo tem-
mesmo estando fora do modelo fe- po, buscou seus fundamentos nas
minino de sua época. A utilização teses da “naturalização” da fêmea
da Revista Brasileira de Ciências do como ser exclusivamente procriador
Esporte e da Revista Motrivivência para elaborar seus programas de trei-
deu-se como ponto de referência na namento e atividade física para mu-
busca de materiais significativos e lheres, utilizando-se da biologia e

2
Ver: ROSEMBERG, F. A educação física, os esportes e as mulheres: balanço da bibliografia brasileira.
ROMERO, E. (Org.) Corpo, mulher e sociedade. São Paulo: Papirus, 1995.
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da medicina desportiva, que exigiam A matriz de sentido que


moderação. Por exemplo: “a educação define o tipo de atividade que as
física da mulher deve ser orientada em mulheres poderão realizar se dá em
função de sua natureza específica, e função de um conjunto articulado de
tendo, além disso, em consideração saberes biomédicos que criam o lo-
as circunstâncias de ordem moral que cal da maternidade como o objetivo
urge ter presente, a fim de que essa central na vida de qualquer mulher
Educação não se torne prejudicial ou e, além disso, cria o estigma da fra-
escandalosa e socialmente nociva” gilidade inata e da vulnerabilidade
(GOMES, 1958, p.94-95). anatômica decorrentes da sua capa-
Sob o pretexto de preservar cidade de procriar. Em 1882, Rui Bar-
a saúde das mulheres utiliza-se da bosa, em sua proposta educacional
instituição discursiva da “natureza faz a distinção do que deve ser se-
específica”, localizando no corpo as guido para mulheres e para homens,
causas de uma interdição. Assim, nas aulas de Educação Física: “Com
aprisionadas ao seu corpo as mulhe- distinção entre os exercícios para os
res fazem suas primeiras aparições alunos (ginástica sueca) e para as alu-
reconhecidas publicamente, como no nas (calistenia), de modo que a mu-
relatório circunstanciado, escrito em lher praticasse atividades compatí-
1954, por Inezil Penna Marinho, em veis com as características de seu
ocasião da apresentação de ginásti- sexo, a harmonia das formas feminis
ca feminina moderna da equipe aus- e as exigências da maternidade futu-
tríaca, no III Congresso Mundial de ra” (MARINHO, 1975, p.164).
Educação Física realizado em 2-9 de O mote do higienismo foi
agosto de 1954, na Turquia. Diz ele: à criação do povo forte, saudável,
apto a colaborar como fortalecimen-
Cumpre destacar, sobretudo a fe- to da nação, e foi sob esse pretexto
minilidade que se sente em cada que as duas primeiras publicações
movimento, evidenciando que, re- sobre educação física feminina no
almente, essa é a forma de ativida-
Brasil, analisadas por Goellner
de física que melhor interpreta a
(2001), reafirmam a obrigato -
natureza da mulher, traduzindo
riedade que as mulheres tinham em
nos gestos suaves, cheios de en-
canto, a sensibilidade, a elevação
colaborar com a nação, de acordo
de sentimentos, a doçura da expres- com a especificidade de sua nature-
são, a alegria de semblante que fa- za, ou seja, procriando. Sob a influ-
zem da companheira do homem o ência de ideais eugênicos a prescri-
verdadeiro motivo de sua existên- ção de atividades físicas deveria ser
cia (MARINHO, s/d, p. 102-103). voltada exclusivamente para o pre-
164

paro físico e moral de um corpo belo deveriam ser tomados com as sol-
e saudável sem pretensões compe- teiras, pois sua ameaça à “represen-
titivas. Os livros “Educação Physica tação dominante de feminilidade”,
Feminina”, de Orlando Rangel So- é também, de ordem social já que
brinho de 1930 e “Cultura Physica concorre com os homens no merca-
Feminina”, da professora Lotte do de trabalho. Para a autora essa
Kretzchmar de 1932, ambos publi- ameaça é combatida com represen-
cados no Rio de Janeiro são analisa- tações de estereótipos da lésbica, da
dos por Goellner como parte da mulher feia e da feminista histérica.
construção de uma imagem de fe- Seu texto faz referencia ao
minilidade, que segundo a autora feminismo lembrando que ele foi
fazem parte da vigilância sobre o responsável, em parte, por atitudes
corpo e o comportamento das mu- que podem desestabilizar a ordem
lheres. Diz a autora: culturalmente construída, como a
reivindicação pelo voto feminino, a
No contexto da valorização da fa-
inserção no mercado de trabalho e
mília, da higienização dos corpos outras das conquistas, parcialmen-
e do fortalecimento da raça, ser te, reconhecidas no social.
feminina é ser, também, saudável e A autora mostra que os ar-
bela para cumprir os desígnios de gumentos científicos advindos da
seu sexo: casamento e procriação. biologia, servem para orientar os
Razão pela qual a mulher solteira, comportamentos femininos em prol
ainda que não considerada tão de uma imagem de feminilidade. É
anormal quanto a histérica e a pros- interessante notar a preocupação
tituta, por exemplo, merece aten- com a moderação, cita o exemplo da
ção e cuidado visto que, ao não dança, de caráter construído como
cumprir sua função social, pode feminino, ela é indicada com ressal-
também, vivenciar de forma equi- vas porque apesar de proporcionar
vocada a sua sexualidade, porque graça e leveza de movimentos,
celibatária ou excessiva pode, por outro lado, despertar pai-
(GOELLNER, 2001, p.45). xões secretas, despertar a lascívia
(GOELLNER, 2001). Diz Goellner
No jogo dos opostos a (2001, p.49): “nem viragos, nem lin-
imagem da mulher maternal é das flores débeis diz a educação fí-
referencia na construção da imagem sica. Nem excesso de competição
da mulher doentia, nessa imagem nem inatividade física, mas beleza,
estão representadas as histéricas, as saúde, graça, harmonia de movi-
masoquistas, as prostitutas, as frí- mentos, leveza, vigor físico, energia
gidas, as lésbicas. Muitos cuidados e delicadeza”.
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Mas por que tanta falta de onato sul-americano realizado na


investimentos nas práticas despor- Argentina, em 1979. Ao retornar ao
tivas femininas? Podemos dizer que Brasil foi convocado pela CND para
isso faz parte de uma tradição de dar explicações e compareceu com
controle sobre o corpo e o compor- as 4 meninas de medalhas no peito,
tamento das mulheres, de um ima- através de muita polêmica o CND fi-
ginário coletivo no qual a passivi- nalmente aprovou a participação das
dade, o sacrifício, a submissão e a mulheres no Judô. Em 1980 o judô
maternidade seriam dons privilegi- feminino foi oficializado para com-
ados das mulheres, dons esses que petição (SILVA, 1994).
nada combinam com os atributos
exigidos para prática de esportes. Driblando o mundo
Ignorância à parte, as mulheres re-
sistiram, mas veio a legislação: em A participação feminina
1941, 10 anos após o lançamento nos esportes é cheia de proibições e
dos dois livros citados, o Conselho empecilhos, mas também, de resis-
Nacional de Desportos (CND) criou tências e lutas ao longo da História.
o Decreto Lei nº 3.199, que no arti- Em diferentes épocas e culturas en-
go nº 54 dizia que, as mulheres não contramos indícios de práticas
poderiam praticar esportes “incom- desportivas e de treinamento de lu-
patíveis com sua natureza”. Em tas armadas realizadas por mulhe-
1965 com a deliberação nº 7 defini- res, como por exemplo, na Antigui-
ram-se regras para a participação das dade, em Esparta essas práticas
mulheres nos esportes, não sendo eram constantes, porém não pode-
permitida às mulheres a prática do mos dizer o mesmo de Atenas onde
futebol, do futsal, do futebol de os esportes eram práticas masculi-
praia, do pólo, do halterofilismo, do nas. Paul Foucart, cita os jogos de
baseball e das lutas de qualquer HALOÁ, uma espécie de Olimpíadas
natureza. E somente em 1979, com onde somente as mulheres partici-
a deliberação nº 10, a anterior é pavam (NAVARRO-SWAIN, 2000). Até
revogada devido ao feito bastante mesmo algumas das primeiras Es-
conhecido no Judô. Joaquim Mamed, colas de Educação Física excluíam a
diretor da Confederação Brasileira de participação das mulheres com o
Judô (CBJ) daquele período, mudou argumento da fragilidade e
os nomes de 4 meninas para nomes vulnerabilidade bio-fisiológica.
masculinos garantindo assim passa- A primeira Escola de Edu-
gens para que a Delegação Brasilei- cação Física era um espaço exclusi-
ra pudesse participar de um campe- vamente masculino aqui no Brasil.
166

Enquanto isso, as escolas alemãs de gando discriminação sexual (SILVA,


Educação Física para Mulheres, em 1994). A resistência é a marca mai-
1930, tinham o seguinte lema: “uma or das atletas, como é o caso do fu-
garota para cada esporte e um es- tebol no Brasil.
porte para cada garota”, elas já bri- Apesar do fanatismo naci-
gavam com as americanas que pre- onal pelo futebol perguntamos:
gavam o jogo pelo jogo (PFISTER, quando podemos ter o privilegio de
1997). Do outro lado do mundo, no ver uma partida feminina? Somente
Japão, em 1926 já se realizava a pri- nos Jogos Olímpicos? O futebol é um
meira Conferência da Kodokan (pri- ótimo exemplo para empreendermos
meiro dojô, ginásio para prática de uma discussão sobre as mulheres nos
judô inaugurado em 1882) de Judô esportes. Em 1996 o Brasil fez sua
Feminino. E muito antes disso, as estréia Olímpica no Futebol Femini-
mulheres das famílias de samurais no, o que repercutiu um jogo de
estudavam o Nagitana (luta com es- marketing nada coerente com os atri-
pada) e o Kyudo (arco e flecha), bem butos exigidos pelo esporte. Alguns
como mulheres que se desenvolve- clubes “famosos” como Fluminense,
ram na tradição do Jujitsu (no po- Grêmio e Corinthians seguiram as re-
pular Jiu Jitsu). Podemos ainda, to- comendações do projeto de
mar como exemplo, Rusty Kanokogi, Marketing do Saad (clube de futebol
pioneira no judô feminino, cujo es- feminino de São Paulo), que dizia que,
forço se deve o primeiro campeona- além de competência técnica é neces-
to Mundial de Judô para mulheres sário ter beleza para entrar em cam-
em Nova York, em 1980. Sua historia po (SILVA; COSTA; SALLES, 1997).
marca as dificuldades pelas quais Como o conceito de beleza é padro-
muitas mulheres atletas tiveram que nizado, podemos imaginar qual foi
superar. Em 1955, a muito custo, ela o destino das nossas craques negras
conseguiu entrar no dojô local e e todas aquelas que fogem ao padrão
teve que treinar com 40 homens, estabelecido. Em 2004 o Futebol Fe-
muitos dos quais caíram no tatame minino comoveu o Brasil ao conquis-
ao enfrenta-la. Ela entrou para a his- tar arduamente uma medalha de pra-
tória do judô, dentre os muitos fei- ta nas Olimpíadas de Atenas. Sem um
tos, por participar de campeonatos salário digno, sem patrocínio e sem
contra homens e sair vitoriosa. In- campeonatos nacionais as atletas
cansável, Kanokogi processou o Co- entraram para a História do Futebol.
mitê Olímpico do EUA e o USJudô Uma história que os feminismos nos
Inc., por excluir as mulheres do Na- tem ensinado a ler nas entrelinhas
cional Sports Festival em 1981, ale- ou nos silêncios (NAVARRO-SWAIN,
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2000). Como é o exemplo da pesqui- pensar em uma perspectiva históri-


sa em andamento sobre a memória ca, pois podemos questionar: em
urbana da cidade de Pelotas-RS, atra- outros tempos e culturas as mulhe-
vés da análise do periódico des- res eram também vinculadas a fragi-
portivo: “Revista dos Esportes” de lidade física? Existiram sociedades
1948-1958, os autores dizem haver nas quais os esportes eram funda-
“sinais de um certo vanguardismo, mentais na cultura feminina? O im-
como é o caso do futebol feminino”. portante é que as mulheres resisti-
Segundo os autores: ram, tiveram seus nomes marcados
por momentos de grande alegria
Um registro que faz alusão ao fute- para quem gosta de esportes. Afinal,
bol feminino na cidade encontra-se quem não lembra do quarteto que
na Revista dos Esportes (1950, n. arrebentou corações: Marta, Paula,
10, p. 12). Essa matéria traz uma Janete e Hortência, que até recebeu
fotografia que mostra um grupo de o título de rainha do basquete? Em
jogadoras do Vila Hilda recebendo
1994, no Mundial de Basquete da
uma flâmula das mãos do jornalista
Austrália, nos proporcionaram a ale-
Osmar Flores, presidente da Asso-
ciação de Cronistas Esportivos de
gria de vê-las desfilar em nossas ci-
Pelotas. O episódio deu-se por oca- dades brasileiras carregando no pei-
sião da partida disputada no dia 8 to suas medalhas de ouro. Hortência,
de julho de 1950, no estádio do G. que com muita garra, disciplina e trei-
E. Brasil, envolvendo Vila Hilda e o namento pesado, permaneceu imu-
Corintians (dois times femininos da ne aos jogos da Instituição Des-
cidade). (PARDO; RIGO, 2004, p. 34). portiva, de domínio, ainda, quase
exclusivo masculino, recebendo o tí-
A questão é que os argu- tulo de rainha do basquete, com re-
mentos sexistas sempre foram con- conhecimento mundial e com carac-
traditórios, tentaram excluir as mu- terísticas atléticas únicas 3 .
lheres em função de uma suposta fra- A fragilidade física caiu por
gilidade física, intolerância à dor e terra quando a explosão das acade-
pelo dom da procriação, sem pensar mias e dos exercícios resistidos
que o próprio ato de parir envolve (musculação) entrou na ordem do
força, coragem e muita dor e sem dia. São muitos os exemplos de ar-

3
Diz Simões (2003, p. 27): “os estudos de Matsudo definem o sentido dado às chances de se
encontrar outras mulheres com o potencial atlético e a capacidade de explosão da jogadora de
basquetebol Hortência: que é de ‘0,00000001%’ – o mesmo ocorrendo com suas características
biofísicas entre a população brasileira ‘0,0000000000072%’ (Veja, p. 52)”.
168

tistas, cantoras e atrizes famosas que tas, que foi escrita às custas de mui-
recorrem ao trabalho com pesos para ta resistência e luta, encontramos
manter um corpo delineado, com for- um número cada vez maior de mu-
ça muscular e definição das formas. lheres que buscam uma modalida-
Mesmo ao longo da História encon- de desportiva, sejam lutas marciais,
tramos ilustres exemplos de mulhe- boxe, musculação ou mesmo jogos
res que praticavam exercícios de for- de quadra, como investimento pro-
ça para exibição publica, como é o fissional, para suprir seus desejos de
caso de Minerva, uma americana que beleza, como momento de lazer ou
entrou para o Guinness Book, em 1895, mesmo por prescrições médicas ou
ao levantar do solo uma plataforma fisioterápicas.
de madeira onde estavam 23 homens Em um artigo sobre a
pesando o total de 1.650 quilos. E o corporalidade feminina, Aldeman
exemplo de Sandwina, que recebeu (1999), aborda a discussão das mu-
o título de Iron Queen (rainha do peso) lheres nos esportes, mais especifi-
pelo jornal alemão Woven Man camente, no vôlei e no hipismo, uti-
Spricht. Ela nasceu em Viena, em lizando Bordo e Butler como refe-
1884, adquiriu popularidade nos pri- rência nas discussões de gênero e
meiros anos do século XX, quando corpo. O texto é fruto de um traba-
em um pequeno clube em Nova lho de pesquisa, cuja hipótese diz
Iorque venceu Eugene Sandow, em que a participação das mulheres nos
um desafio de levantamento de peso, esportes pode apresentar-se como
no qual ela ergueu 300 libras acima resistência ao modelo de feminilida-
da cabeça, superando seu adversário, de, que “pode ser entendida como
que com o mesmo peso chegou so- uma ‘estética da limitação’”
mente a altura do peito, seu nome (ALDEMAN, 1999, p. 5). Assim como
artístico foi dado em função desse pode ser resistência, a pesquisa de-
feito, pois, Sandow já era popular na monstra que algumas atletas repro-
Europa e nos Estados Unidos duzem o discurso do estereótipo
(GOELLNER, 2004). feminino, como nas seguintes falas
Durante alguns anos os das jogadoras de vôlei,
esportes de força foram condenados
para as mulheres que eram vistas Várias das quais se empenharam em
como frágeis e vulneráveis em fun- defender a ‘feminilidade’ da sua
ção de sua capacidade reprodutora. atividade esportiva, comparando-
Hoje com os avanços da ciência, das a com outros esportes praticados
ciências do esporte e, principalmen- em equipe, como o basquete, o
te, pela história das mulheres atle- handebol e o futebol: ‘Nunca gostei
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de Basquete. Para a mulher, acho que mulheres nos esportes é bastante


torna muito masculina. Se você com- vasta, muitas de suas constatações
parar as jogadoras de Basquete com as estão presentes nas discussões femi-
de Vôlei, você vê a diferença no físico. nistas empreendidas por teóricas
Elas são mais troncudas; tem um jeito como, por exemplo, Butler, Lauretis,
diferente – eu não gosto!’. ‘o Basquete Navarro-Swain, porém, as Teorias
é uma coisa muito masculina. Jogam Feministas pouco aparecem nos ci-
com aquela bermudona e o corpo de- tados textos. Em muitos textos sua
las é mais quadradão... O vôlei já é
presença serve para reafirmar o dis-
uma coisa mais feminina. Tem mais
curso de um movimento já supera-
atrativos do que o Basquete. E isso
do. Encontramos em Pfister (1997),
muita gente fala: a gente vai lá, jogar
com aquela sunguinha bonitinha,
teórica alemã, a perspectiva feminis-
shortinho colado, chama a atenção!’. ta apontada como teoria útil para
(ALDEMAN, 1999, p.5) análise da participação feminina nos
esportes. Participação que requer um
Essa pesquisa é muito in- tratamento diferenciado da participa-
teressante, em sua conclusão mos- ção masculina, pois os investimen-
tra a diferença entre as mulheres tos são diferentes, as histórias não
praticantes dos dois esportes anali- são iguais e sua visibilidade e “acei-
sados, algumas diferenças aponta- tação” é muito recente, como cons-
das são relacionadas à questão de tatamos através das interdições bio-
classe, pois as amazonas geralmen- médicas e jurídicas apontadas nos
te possuem condições econômicas textos.
privilegiadas, seu esporte é pratica- Por isso, algumas teóricas
do junto com os homens e não pos- do feminismo privilegiam as discus-
sui a mesma atenção da mídia que sões do corpo, da sexualidade e da
o vôlei. O hipismo, por ser um es- identidade. Feminismos com fron-
porte de alto risco, desafia a “noção teiras móveis, sem papéis fixos, mas
de fragilidade ou inferioridade femi- posições móveis e seu potencial de
ninas” (ALDEMAN, 1999, p. 10). mudança em constante movimento.
Os textos de Aldeman e O Eccentric subject de Lauretis; a
Goellner procuram demonstrar as Mimesis de Irigaray, os corpos cyborgs
práticas discursivas regulatórias que de Haraway, o Nomadismo iden-
encerram as mulheres atletas em uma titário de Braidotti não pensam na
imagem de feminilidade nem sem- perspectiva de um sujeito puro, mas
pre coerente com as exigências da sim que consegue criticar, questionar
performance desportiva. A produção o aparato do conhecimento. Conheci-
teórica da Educação Física sobre as mento não um fim em si mesmo mas,
170

abrir ao novo para que as identidades DAOLIO, Jocimar. A construção cultural


não se fixem como nos comentários do corpo feminino ou o risco de
das jogadoras de vôlei citadas por transformar meninas em ‘antas’.
Aldeman. Afinal o corpo, o sujeito não ROMERO, Elaine (org.). Corpo,
é sempre o mesmo o tempo todo, o mulher e sociedade. Campinas: São
aparato que constrói o corpo não con- Paulo: Papirus, 1995.
segue fixa-lo, ora ele é assujeitado, ora De L AURETIS, Terese De. A
consegue fugir. E são nestas linhas de tecnologia do gênero. In:
fuga que novas figurações humanas HOLLANDA, Heloisa Buarque de
mostram um social com mais cores, (org.). Tendências e impasses: o
sons, luzes, e ao sabor da irreverência feminismo como crítica da
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Recebido em: set/2004


Aprovado em: dez/2004

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