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Jus1907 - Previa Do Livro
Jus1907 - Previa Do Livro
Manual de DIREITO
PROCESSUAL
do TRABALHO
CONFORME
• Lei14.112/2020 – Alteração da Lei de Falências
• Lei 14.020/2020 – Institui o Programa Emergencial de Manutenção do
Emprego e da Renda em razão da pandemia de covid-19
• Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal em matéria trabalhista
18ª
• Lei 14.195/2021 - Institui a citação por meio eletrônico e trouxe alte-
rações na prescrição intercorrente prevista no Código de Processo Civil
• Resolução354/ 2020 do CNJ – Audiências Telepresenciais
• Resolução 313/2021 do CSJT – Dispõe sobre o procedimento a ser edição
observado na gravação de audiências na Justiça do Trabalho
• ADI5766/STF – Gratuidade da Justiça revista, atualizada
e ampliada
• ADC 58/STF – Correção monetária de débitos trabalhistas
• DECRETO10.854/ 2021 – Institui o Programa Permanente de Conso-
lidação, Simplifi cação e Desburocratização de Normas Trabalhistas
Infralegais
2022
Capítulo XII
Da Audiência Trabalhista
1. CONCEITO
Ensinam Márcio Túlio Viana e Luiz Otávio Linhares Renault1:
Como nos traz Carlos Henrique da Silva Zangrando4, “no Brasil, o CPC de
1939 substituiu as antigas concepções, e organizou o Direito Processual brasileiro,
4. ZANGRANDO, Carlos Henrique da Silva. Processo do trabalho: processo de conhecimento. vol II. São Paulo:
LTr, 2009. p. 1057.
Cap. XII • DA AUDIÊNCIA TRABALHISTA 617
5. MARTINS, Sergio Pinto. Direito processual do trabalho. 26. ed. São Paulo: Atlas, 2006. p. 264.
6. MINHARRO, Erotilde Ribeiro S. In: CLT interpretada: artigo por artigo, parágrafo por parágrafo. Organizador:
Costa Machado. Coordenador: Domingos Sávio Zainaghi. São Paulo: Manole, 2007. p. 767.
618 MANUAL DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO • Mauro Schiavi
7. RODRIGUES PINTO, José Augusto. Processo trabalhista de conhecimento. 7. ed. São Paulo: LTr, 2005. p. 389.
8. JORGE NETO, Francisco Ferreira; CAVALCANTE, Jouberto de Quadros Pessoa. Direito processual do trabalho.
6. ed. São Paulo: Atlas, 2013. p. 605-606.
Cap. XII • DA AUDIÊNCIA TRABALHISTA 619
Nos termos do art. 847, parágrafo único, da CLT, com a redação dada pela
Lei n. 13.467/17: “A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo
judicial eletrônico até a audiência.” Diante da referida previsão legislativa, que está
em compasso com o art. 22 da Resolução n. 185/17 do CSJT a contestação pode
ser apresentada até o momento da audiência, inclusive após a primeira proposta
conciliatória, sendo uma regra processual protetiva em benefício do reclamado.
A tendência do procedimento trabalhista pós-pandemia será a apresentação
da defesa antes da audiência, sem prejuízo do comparecimento do reclamado em
Cap. XII • DA AUDIÊNCIA TRABALHISTA 621
2.3. Publicidade
O princípio da publicidade dos atos processuais e da audiência é um manda-
mento constitucional, conforme dispõe o art. 93, IX, da CF, in verbis:
9. DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. V. III. São Paulo: Malheiros, 2001. p. 633.
622 MANUAL DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO • Mauro Schiavi
Desse modo, qualquer pessoa pode ingressar nos recintos da audiência e assisti-la.
Pelo presente princípio, todos têm direito de assistir às audiências trabalhistas,
bem como consultar os autos do processo. As Varas que adotam o processo judicial
eletrônico devem propiciar amplo acesso ao processo pelos advogados durante a
audiência.
Não obstante, o princípio da publicidade não é absoluto, pois a própria Consti-
tuição Federal determina que em certas hipóteses ele pode deixar de ser observado,
para proteção da intimidade de uma das partes ou de ambas.
No mesmo sentido, é a redação do art. 189 do CPC:
10. JORGE NETO, Francisco Ferreira; CAVALCANTE, Jouberto de Quadros Pessoa. Direito processual do trabalho.
6. ed. São Paulo: Atlas, 2013. p. 598.
Cap. XII • DA AUDIÊNCIA TRABALHISTA 623
2.4. Oralidade
A audiência trabalhista é oral, em que a defesa é apresentada de forma oral,
são ouvidas as testemunhas e são apresentadas as razões finais orais.
Tanto o juiz como partes e advogados se utilizam das palavras para praticar
os atos processuais em audiência.
Deve o Juiz do Trabalho, de forma oral, sempre que possível, sanear o processo
na audiência, resolver eventuais incidentes e fixar os pontos controvertidos para a
produção da prova.
Além disso, no Processo do Trabalho, a defesa é oral (art. 847 da CLT), o juiz
inquire diretamente as testemunhas, bem como o advogado tem direito a repergun-
tas (art. 820 da CLT), assim, também as razões finais são orais (art. 850 da CLT).
Diante das singularidades do processo do trabalho e do próprio direito do
trabalho, onde as controvérsias giram em torno quase sempre da matéria fática, o
sucesso das partes no processo depende de uma boa atuação em audiência, prin-
cipalmente na boa compreensão da controvérisa e na produção da prova oral. Por
isso, a atuação do advogado em audiência pode definir os destinos do processo.
Nesse sentido nos adverte, com sabedoria, Francisco Antonio de Oliveira11:
11. OLIVEIRA, Francisco Antonio de. Manual de audiências trabalhistas. 6. ed. São Paulo: RT, 2008. p. 32.
624 MANUAL DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO • Mauro Schiavi
2.5. Imediação
Por este princípio, o Juiz do Trabalho aproxima-se mais das partes, tendo um
contato mais estreito com elas em audiência, principalmente quando estas postulam
sem advogado.
A Justiça do Trabalho, na expressão do cotidiano, é uma justiça popular, em
que o Juiz do Trabalho tem um contato maior com as partes, buscando o esclare-
cimento dos fatos da causa e também a conciliação.
2.7. Conciliação
Conforme já manifestado anteriormente, a conciliação é um mandamento central
de solução dos conflitos trabalhistas, tanto individuais como coletivos. Historicamente,
os primeiros órgãos de solução de conflitos trabalhistas foram, eminentemente, de
conciliação. Atualmente, os tribunais, diante do crescente número de processos, têm
estimulado ao máximo a solução consensual do conflito trabalhista, como medida
de solução pacífica e eficaz das demanas.
Mesmo a EC n. 45/04 tendo retirado do caput do art. 114 da Constituição a
expressão “conciliar e julgar”, a conciliação continua sendo um mandamento da
CLT, conforme se constata da redação do art. 764 consolidado:
12. Art. 765 da CLT: “Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão
pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento
delas.”
13. Art. 852-D da CLT: “O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas,
considerando o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas,
impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência comum
ou técnica.”
Capítulo XVIII
Recursos no Processo
do Trabalho
1. Art. 994 do CPC: “São cabíveis os seguintes recursos: I – apelação; II – agravo de instrumento; III – agravo
interno; IV – embargos de declaração; V – recurso ordinário; VI – recurso especial; VII – recurso extraordinário;
VIII – agravo em recurso especial ou extraordinário; IX – embargos de divergência.”
2. Art. 893 da CLT: “Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: I – embargos; II – recurso ordinário;
III – recurso de revista; IV – agravo.”
3. BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Comentários ao Código de Processo Civil. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2005. p. 233.
4. NERY JUNIOR, Nelson. Teoria geral dos recursos. 6. ed. São Paulo: RT, 2004. p. 212.
966 MANUAL DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO • Mauro Schiavi
5. BEZERRA LEITE, Carlos Henrique. Curso de direito processual do trabalho. 5. ed. São Paulo: LTr, 2007. p. 628.
6. TEIXEIRA FILHO, Manoel Antonio. Sistema dos recursos trabalhistas. 10. ed. São Paulo: LTr, 2003. p. 84-85.
7. GIGLIO, Wagner D. Direito processual do trabalho. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 435.
Cap. XVIII • RECURSOS NO PROCESSO DO TRABALHO 967
A doutrina também sustenta que a existência dos recursos propicia maior equi-
líbrio e justiça do processo, oferecendo às partes maiores oportunidades, buscando
uma decisão com a menor incidência de falhas possíveis.
Não obstante todas as vicissitudes que enfrenta o sistema recursal brasileiro,
inclusive tem sido apontado pelos estudiosos como um dos vilões que emperram
a máquina judiciária, pensamos que os recursos são necessários e constituem um
instrumento democrático do Estado de Direito e uma forma democrática de se
propiciar o acesso real do cidadão à Justiça.
8. TEIXEIRA FILHO, Manoel Antonio. Sistema de recursos trabalhistas. 10. ed. São Paulo: LTr, 2003. p. 82.
968 MANUAL DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO • Mauro Schiavi
11. Curso sistematizado de direito processual civil. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 38.
12. GIGLIO, Wagner D. Direito processual do trabalho. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 438.
13. NERY JUNIOR, Nelson. Teoria geral dos recursos. 6. ed. São Paulo: RT, 2004. p. 37.
970 MANUAL DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO • Mauro Schiavi
Como nos relata Júlio César Bebber14, “foi a Revolução Francesa que imorta-
lizou o princípio do duplo grau de jurisdição, com ele pretendendo possibilitar a
reforma de sentença de juízes corruptos, que eram a maioria. Este tempo passou
e o fundamento perdeu validade. A conduta criminosa pode ser praticada tanto
pelos juízes de primeiro quanto de segundo grau. Além disso, a prevaricação e a
corrupção em segundo grau são mais eficazes, uma vez que a decisão deste juízo
substitui a do primeiro grau”.
O princípio do duplo grau de jurisdição assenta-se na possibilidade de con-
trole dos atos jurisdicionais dos órgãos inferiores pelos órgãos judiciais superiores e
também na possibilidade de o cidadão recorrer contra um provimento jurisdicional
que lhe foi desfavorável, aperfeiçoando, com isso, as decisões do Poder Judiciário.
A doutrina ainda aponta o duplo grau de jurisdição com um requisito neces-
sário para a justiça das decisões.
Em sentido contrário, argumenta-se que o duplo grau de jurisdição provoca
uma demora desnecessária na tramitação do processo, propiciando, principalmente
ao devedor inadimplente, uma desculpa para não cumprir sua obrigação.
Como destacam Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart15:
“Nas hipóteses de ‘causas de maior simplicidade’ não há razão para se insistir
em duplo juízo sobre o mérito. Se o duplo grau dilata o prazo para a prestação
da tutela jurisdicional, não há dúvida que a falta de racionalidade no uso do
duplo grau – ou sua sacralização – retira do Poder Judiciário a oportunidade
de responder mais pronta e efetivamente aos reclamos do cidadão. Além disto,
em sistema que a sentença apenas excepcionalmente pode ser executada na
pendência do recurso interposto para o segundo grau em que todas as causas
devem ser submetidas à revisão, a figura do juiz de primeiro grau perde muito
em importância. Isso porque se retira da decisão do juiz a qualidade que é
inerente à verdadeira e própria decisão, que é aquela de modificar a vida das
pessoas, conferindo tutela concreta ao direito do autor. O duplo grau tem nítida
relação com a ideia de que o juiz de primeiro grau não merece confiança e,
assim, não deve ter poder para decidir sozinho as demandas.”
14. Recursos no Processo do Trabalho. 3. ed. São Paulo: LTr, 2011. p. 235.
15. Processo de conhecimento. 6. ed. São Paulo: RT, 2007. p. 491.
Capítulo XX
Da Execução na
Justiça do Trabalho
1. TEIXEIRA FILHO, Manoel Antonio. Execução no processo do trabalho. 9. ed. São Paulo: LTr, 2005. p. 52.
2. ASSIS, Araken de. Manual do processo de execução. 7. ed. São Paulo: LTr, 2001. p. 363.
3. O art. 591 citado pelo autor é do CPC/73, atualmente o CPC, no art. 789, tem idêntica redação.
1214 MANUAL DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO • Mauro Schiavi
4. Acesso à Justiça: condicionantes legítimas e ilegítimas. São Paulo: RT, 2011. p. 111.
Cap. XX • DA EXECUÇÃO NA JUSTIÇA DO TRABALHO 1215
Como bem adverte Enrico Tullio Liebman8, “a execução é feita para atuação
de uma sanção justificada pelos fatos ocorridos entre as partes, isto é, para satis-
fazer direito efetivamente existente. Por isso, não pode proceder-se à execução
senão depois de verificada legalmente a existência dos fatos que a justificam e
que constituem a sua causa em sentido jurídico. Não se pode, pois, começar pela
execução: ad executione no est encoandum. Ao contrário, deve, em regra, preceder
o conhecimento e julgamento da lide. Mas isso também não quer dizer que a todo
processo de cognição se segue necessariamente o processo de execução, pois em
muitos casos, com a prolação da sentença, o assunto termina definitivamente e não
há lugar para a execução.”
A Consolidação das Leis do Trabalho disciplina a execução no Capítulo V,
arts. 876 a 892.
No nosso sentir, a execução trabalhista consiste num conjunto de atos praticados
pela Justiça do Trabalho destinados à satisfação de uma obrigação consagrada num
título executivo judicial ou extrajudicial, da competência da Justiça do Trabalho, não
voluntariamente satisfeita pelo devedor, contra a vontade deste último.
8. LIEBMAN, Enrico Tullio. Processo de execução. São Paulo: Bestbook, 2001. p. 17.
Cap. XX • DA EXECUÇÃO NA JUSTIÇA DO TRABALHO 1217
9. Art. 620 do CPC/73: “Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se
faça pelo modo menos gravoso para o devedor.”
1218 MANUAL DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO • Mauro Schiavi
3.3. Princípio do título
Segundo Carnelutti, enquanto o processo de conhecimento se contenta com
uma pretensão, entendida como vontade de submeter o interesse alheio ao próprio,
bem mais exigente é o processo executivo que reclama, para sua instauração, uma
pretensão conforme o direito. Em outras palavras: o juiz, no processo de execução,
Cap. XX • DA EXECUÇÃO NA JUSTIÇA DO TRABALHO 1219
Os títulos trabalhistas que têm força executiva estão previstos no art. 876 da CLT.
Outrossim, o título a embasar a execução deve ser líquido, certo e exigível.
O requisito da certeza está no fato de o título não estar sujeito à alteração
por recurso (judicial); ou que a lei confere tal qualidade, por revestir o título das
formalidades previstas em lei (extrajudicial).
Exigível é o título que não está sujeito à condição ou termo, ou seja, a obri-
gação consignada no título não está sujeita a evento futuro ou incerto (condição)
ou a um evento futuro e certo (termo).
Líquido é o título que individualiza o objeto da execução (obrigação de entre-
gar), ou da obrigação (fazer ou não fazer), bem como delimita o valor (obrigação
de pagar).
3.4. Redução do contraditório
O contraditório na execução é limitado (mitigado), pois a obrigação já está
constituída no título e deve ser cumprida: ou de forma espontânea pelo devedor,
ou mediante a atuação coativa do Estado, que se materializa no processo.
A questão, no entanto, não é pacífica. Autores há que sustentam a versão de
que o contraditório permanece forte também na fase executiva, principalmente em
se tratando de título executivo extrajudicial, devendo sempre o juiz dialogar com as
partes, e estas terem sempre a oportunidade de participar, ativamente, do procedi-
mento. De outro lado, ao devedor deve sempre ser oportunizado manejar os meios
legais para resistir às medidas executivas. O novel Código de Processo Civil, nos
arts. 9º, 10, 133 a 137, indiscutivelmente, robustece o contraditório na fase executiva.
10. ASSIS, Araken de. Manual da execução. 11. ed. São Paulo: RT, 2007. p. 143-144.
11. Ibidem, p. 99.
Capítulo XXII
Ações Civis Admissíveis no
Processo do Trabalho
1. BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Tutela cautelar e tutela antecipada: tutelas sumárias e de urgência. 3.
ed. São Paulo: Malheiros, 2003. p. 158.
1574 MANUAL DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO • Mauro Schiavi
“Competem privativamente aos Presidentes das Juntas, além das que lhes
forem conferidas neste Título e das decorrentes de seu cargo, as seguintes
atribuições:
IX – conceder medida liminar, até decisão final do processo em reclama-
ções trabalhistas que visem a tornar sem efeito transferência disciplinada
pelos parágrafos do art. 469 desta Consolidação. (Acrescentado pela Lei n.
6.203/75 – DOU 18.4.75)
X – conceder medida liminar até decisão final do processo, em reclamações
trabalhistas que visem reintegrar no emprego dirigente sindical afastado,
suspenso ou dispensado pelo empregador.” (Acrescentado pelo Decreto n.
9.270/96 – DOU 18.4.96)
da própria tutela de mérito, antes da sentença. Em razão disso, tal liminar tem
contornos de tutela antecipada.
Nesse sentido, destacamos a seguinte ementa:
2. In: CARRION, Valentin. Comentários à CLT. 30. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 674.
3. Vocabulário jurídico. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1996. v. II, p. 336.
4. DINAMARCO, Cândido Rangel. A reforma da reforma. São Paulo: Malheiros, 2002. p. 91.
1576 MANUAL DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO • Mauro Schiavi
“O novo texto não deve ser lido somente como portador da autorização
a conceder uma medida cautelar quando pedida a antecipação de tutela.
Também o contrário está autorizado, isto é: também quando feito um pedido
a título de medida cautelar, o juiz estará autorizado a conceder a medida a
título de antecipação de tutela, se esse for seu entendimento e os pressupostos
estiverem satisfeitos. Não há fungibilidade em uma só mão de direção. Em
direito, se os bens são fungíveis isso significa que tanto se pode substituir
um por outro, como outro por um.”
5. Art. 303 do CPC:” Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial
pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição
da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. § 1º
Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: I – o autor deverá aditar a petição inicial,
com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de
tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; II – o réu será citado e intimado para
a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334; III – não havendo autocomposição, o prazo
para contestação será contado na forma do art. 335. § 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso
I do § 1º deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. § 3º O aditamento a que se refere o
inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. § 4º Na
petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em
consideração o pedido de tutela final. § 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do
benefício previsto no caput deste artigo. § 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela
antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de
ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.”
6. Op. cit., p. 92.
Cap. XXII • AÇÕES CIVIS ADMISSÍVEIS NO PROCESSO DO TRABALHO 1577
7. Para Chiovenda, só haverá jurisdição onde houver coisa julgada. A tutela antecipada rompe com o mito da
coisa julgada material. As novas exigências do mundo contemporâneo não mais podem esperar a coisa julga-
da material. A cognição sumária também pode dar guarida à pretensão, dentro da moderna teoria geral do
processo que prima pelo resultado útil do processo e sua efetividade.
8. Código de Processo Civil comentado. 10. ed. São Paulo: RT, 2007. p. 523.
9. MARINONI, Luiz Guilherme. Antecipação da tutela. 9. ed. São Paulo: RT, 2006. p. 50.