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© 2007 Sérgio Lopes dos Santos

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(C,mara Brasileira do Livro, SP, Brasil).

Santos, Sérgio Lopes dos


Bombas & instalações hidráulicas / Sérgio Lopes
dos Santos. -- São Paulo: LCIE Editora, 2007.

Bibliografia
ISBN 978-85-98257-56-3

1. Bombas hidráulicas I. TÍtulo.

07-6175 CDD-621-252
Indices para catálogo sistemático:
1. Bombas e instalações hidráulicas 621.252

Créditos
Capa: Sérgio Lopes
Arte: Cleonice Molina (IRESI-FEJ)
Produção gráfica: Roberto Mel/o Junior

Reservados todos os direitos de publicação à LCTE Editora


(LCTE Editora é uma divisão da PAYM Gci.fica e Editora Ltda.)

LCTE Editora
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lcte@lcte.com.br
Apresentação

A necessidade de movimentação de líquidos, para diferentes finalidades, tem empenhado


a humanidade desde a antiguidade.
Mais recentemente, a intuição e a observação, utilizadas para as antigas aplicações, fo-
ram se transformando numa ciência que orienta a tecnologia atual.
A compreensão e a modelagem de qualquer fenômeno são fundamentais para dirigi-lo
rapidamente aos resultados esperados, quanto ao desempenho e quanto ao rendimento.
O transporte de líquidos, ou mais amplamente, o transporte de fluidos incompressíveis,
tem os seus fundamentos na Mecânica dos Fluidos e conta com inúmeras aplicações na prática
da engenharia.
Apesar da Mecânica dos Fluidos ser a base, a compreensão das aplicações torna-se mais
confortável quando as leis genéricas dessa disciplina forem interpretadas para casos particula-
res, como o deslocamento de fluidos incompressíveis, onde algumas simplificações das variá-
veis são possíveis. Além disso, não cabe à Mecânica dos Fluidos vasculhar e desvendar a exis-
tência dos elementos práticos para a execução de um projeto de engenharia. Esta tarefa é a
vocação de um conhecimento profissionalizante, como aquele abordado por este livro ou por
outros que tratam do mesmo assunto.
Por falar em livros, existem inúmeros sobre a matéria e alguém poderá perguntar, porque
mais um?
Acontece que o professor Sergio Lopes dos Santos, por muito tempo, foi professor de
Mecânica dos Fluidos e ao escrever este livro soube, como nenhum outro autor, fluir clara e su-
avemente dos conhecimentos fundamentais dessa disciplina para a sua utílização na prática da
engenharia. Este cuidado permite que haja uma compreensão profunda dos conceitos, o que
amplia de maneira infinita a possibilidade do uso dos conhecimentos introduzidos pelo livro na
solução de problemas. Quando isto não é feito, mudanças de situações podem exigir um gran-
de esforço do leitor ou até a aplicação errada nos diferentes casos práticos.
O livro trata quase que exclusivamente de bombas centrífugas e de sua seleção para al-
guma instalação que precise ser executada. Entretanto, dentro deste enfoque, aborda-se com
muita clareza tudo o que é necessário para essa tarefa.
A capacidade didática do autor e seu perfeccionismo marcam todos os capítulos, fazendo
com que a obra possa tornar mais fácil a solução dos problemas, tanto para os estudantes de
engenharia, como para engenheiros ou tecnólogos envolvidos em projetos de instalações.
Os exercícios propostos são muito ilustrativos e ajudam o leitor a verificar se realmente
entendeu a teoria. Além disso, no final de cada capítulo, como inovação, existem questões de
revisão que auxiliam o leitor a verificar se o estudo realizado foi bem sucedido ou se deverá ser
aprimorado com maior atenção em alguns itens.
As tabelas e gráficos do Apêndice, atém de serem necessários para a solução dos proble-
mas propostos, são de grande utilidade para as aplicações em projetos de engenharia.
Em resumo, pelas características didáticas é uma obra insuperável e para a utilização prá-
tica, certamente facilitará as tarefas do projetista.
Deixo aqui um incentivo para o autor, para que ele continue a ampliar esta obra, com a
mesma qualidade e a mesma clareza, completando os conhecimentos sobre os assuntos ineren-
tes a Sistemas Fluidomecânicos; os engenheirandos e os engenheiros do ramo certamente a-
gradecerão este esforço.

Prof. Franco Brunetti

5
Prefácio

Após quinze anos ministrando aulas de Máquinas Hidráulicas, juntei todo o material co-
letado e surgiu em 1995 a primeira edição da apostila de Bombas & Instalações Hidráulicas,
seguida, um ano depois (1996), da segunda edição, apenas com o acréscimo de exercícios pro-
postos. Dez anos depois (2006) volto a lançar nova edição desta apostila. A terceira edição,
completamente atualizada, foi utilizada e testada durante três semestres, servindo como uma
preparação para a edição deste livro.
Durante todo este tempo pude verificar a utilização e o aproveitamento da mesma du-
rante as aulas, concluindo que os objetivos foram alcançados. Diante de tantas obras de valor,
muitas citadas na bibliografia, a intenção nunca foi concorrer com as mesmas, mas sim auxiliar
didaticamente as nossas aulas. O sucesso foi alcançado pelo conteúdo assimilado pelos alunos,
verificado nas discussões técnicas mantidas com os mesmos nos finais de semestre, garantindo
que a partir da base deixada pelo curso poderão voar mais alto em busca de novos horizontes
e, acredito, preparados para isto.
Lembro da primeira edição que foi lançada com doze exercícios e um ano depois, aten-
dendo aos pedidos dos alunos, surgiu a segunda edição, aumentando apenas o número de e-
xercícios para vinte e cinco. Durante todo este tempo, uma das maiores cruzadas foi convencer
os alunos da importância do estudo da teoria antes da execução dos exercícios, mas os tempos
são outros e as opções aumentaram para os jovens, que buscam resultados rápidos, incentiva-
dos pela velocidade das comunicações e das informações.
A propósito, recordo de uma conversa mantida com o meu ilustre "Mestré', Professor
Franco Brunetti, hoje meu colega, me honrando com a apresentação deste livro, lembrando de
como, sentado na carteira como seu aluno, ficava extasiado diante da sua postura, da didática,
da seriedade e da competência nas aulas de Mecânica dos Fluidos e de Motores e Combustão
Interna, que ainda não consegui imitar, e especialmente dos conselhos e orientações sempre
bem-vindas e que contribuíram muito para minha formação.
Conversando sobre as aplicações da "Semelhança", cujas bases lançadas na "MecF/t.l'
são aproveitadas por esta disciplina, recordei das suas ótimas aulas, mas, para meu espanto,
escutei do meu "Mestre' que elas mudaram muito, e para melhor, pois ele aprendeu e assimi-
lou muito mais a respeito, transformando todo o curso, acrescentando que esse assunto de-
pende de maturação, de tempo, estudo e reflexão para a completa compreensão do mesmo.
Levando isto em conta, tento passar aos alunos a necessidade de estudo, diário e fre-
qüente, para que o tempo faça a sua parte. Para auxiliar, não aumentei muito o número de e-
xercícios propostos na última edição como apostila, mas no fim de cada capítulo foram coloca-
das questões teóricas, sempre no último item com o título "Revisão". Um Apêndice foi criado
com as soluções de todas as questões teóricas, mas deixo um alerta, devem ser exaustivamen-
te enfrentadas antes da simples verificação das respostas, o que exigirá a leitura e estudo dos
detalhes da matéria.
O trabalho foi grande, j untar a antiga edição com as lembranças das muitas estratégias
didáticas utilizadas nas aulas e que deveriam ser acrescentadas. Buscar novas informações e
atualizar os exemplos, transformar antigos desenhos feitos à mão-livre em arquivos eletrônicos,
mas desta vez tive a colaboração de muitas outras pessoas.
Agradeço especialmente à minha companheira Alice Corte, que além da compreensão
diante do tempo gasto na empreitada, trabalhou comigo ombro a ombro, exercendo a sua ati-
vidade de professora, fazendo a revisão ortográfica e também opinando, sugerindo e cuidando
dos detalhes. Agradeço ao pessoal de casa, Daniel Santos e Dênis Corte, e também ao meu a-
luno Douglas Romão, pelo talento, na ajuda da construção de muitas figuras utilizadas.
Agradeço ao Professor Franco Brunetti, que além de meu professor, de Mecânica dos
Fluidos e Motores, me deu a chance de entrar para a área de Máquinas Hidráulicas, me orien-
tando na montagem do curso. Agradeço ao Professor Gilberto Oswaldo lena, que foi meu pro-
7
fessor de Máquinas Hidráulicas, hoje também meu colega, e que sempre me incentivou muito
nesta área, além de me aconselhar muito, profissionalmente e pessoalmente. Agradeço ao meu
grande amigo Professor José Roberto Coquetto, meu "irmão" em "MecFlu", que sempre opinou
e me incentivou muito. Agradeço aos companheiros, Professores Maria Luz Teixeira e Carlos
Donizetti de Oliveira, que trabalharam comigo nas disciplinas, desde 1980, e que muito contri·
buíram para o bom andamento das mesmas. Agradeço à Professora Elaine Baltasar de Araújo
pelo apoio e revisão gramatical da primeira edição da apostila. Agradeço aos muitos alunos que
já passaram pelas nossas aulas, pelo olhar atento e sugestões que fui coletando. Enfim, agra-
deço especialmente pela boa vontade de todos.

Prof. Sérgio Lopes dos Santos


Agosto/2O0

-
Sumário

CAPÍTULO 1- INSTALAÇÕES E TUBULAÇÕES

1.1 - Considerações Iniciais sobre Projetos de Instalações........................................... 13


1.2 - Escolha do Material dos Tubos...................... .................................................... 14
1.3 - Diâmetro dos Tubos.......................................................................................... 14
1.4 - Normas Dimensionais........... ............................................................................ 17
1.5 - Junção dos Tubos............................................................................................. 19
1.5.1 - Rosca................................................................................................... 19
1.5.2 - Solda.................................................................................................... 19
1.5.3- Range............................................................... .................................... 19
1.6 - Válvulas............... ................................. ........................................................... 19
1.6.1 - Válvulas de Bloqueio.............................................................................. 20
1.6.2 - Válvulas de Controle de Fluxo................................................................. 20
1.6.3 - Válvulas de Controle Unidirecional........................................................... 20
1.6.4 - Válvulas Controladoras de Pressão.......................................................... 21
1.6.5 - Válvulas Solenóide e Termostática................................................. ......... 22
1. 7 - Considerações Finais..................................................................................... ... 22
1.8 - Revisão........... ........... ..................................................................................... 23

CAPÍTULO 2 - CLASSIFICAÇÃO DAS BOMBAS

2. 1 - Classificação das Máquinas Hidráulicas............................................................... 25


2.1.1 - Máquinas Motrizes....................... ........................................................ 25
2.1. 2 - Máquinas Mistas.............................................. .................................... 26
2.1.3 - Máquinas Geratrizes.............................................. .............................. 27
2.2 - Classificação das Bombas - Quanto ao Deslocamento ......................................... 28
2.2.1 - Bombas de Deslocamento Positivo ou Volumétricas................................ 28
2. 2.1.1 - Características das Bombas Rotativas.... .................................. 29
2.2.2 - Bombas de Deslocamento Não-Positivo ou Dinâmicas...................... ....... 33
2.2.2.1 - Associações, Fabricantes e Selo Procel.................................... 36
2.2.2.2 - Bomba Centrífuga Radial....................... ................................. 37
2.2.2.3 - Bomba Centrífuga Helicoidal................... ................................ 38
2.2.2.4 - Bomba Centrífuga Diagonal.................................................... 38
2.2.2.5 - Bomba Axial.......................................................................... 38
2.3 - Seleção de Bombas Dinâmicas............................................... ........................... 38
2.4 - Desmontagem de Bomba Centrífuga Radial........................................................ 40
2.4.1 - Início da Desmontagem....... ................................................................ 41
2.4.2 - Anel de Desgaste ou de Vedação....... .................................................. 42
2.4.3 - Furos no Rotor................................................................................... 42
2.4.4 - Tampa de Pressão e Luva Protetora de Eixo.......................................... 43
2.5 - Selagem de Bombas................................................. ........................................ 43
2.5.1 - Selagem por Gaxetas.......................................................................... 43
2.5.1.1 - Outras Informações sobre Gaxetas......................................... 45
2.5.2 - Selo Mecânico..................................................................................... 46
2.5.2.1 - Outros Tipos de Selos........................................................... 47
2.5.2.2 - Outras Informações sobre Selos Mecânicos............................. 48
2.6 - Revisão........................................................................................................... 49

9
CAPÍ TU LO 3 - CURVAS CARACTERÍSTICAS - INSTALAÇÕES E BOMBAS

3 .1 - Curva Característica de uma Instalação (CCI)... ... ........ ..... .. .. ... .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .... 51
3.2 - Curva Característica de uma Bomba (CCB).......................................................... 54
3.3 - Ponto de Funcionamento................................................................................... 55
3.4 - Exemplos de Curvas Características.................................................................... 56
3.4.1 -Tanques com Mesmo Nível....... ......................... .... ............................. 56
3.4.2 - Escoamento por Gravidade................................................................. 56
3.4.3 - Bomba Booster em By-Pas,................................................................. S7
3.4.4 - Circuito Fechado................................................................................. 58
3.5 - Cálculo das Perdas.................................... ....................................................... 58
3.5.1 - Obtenção do Comprimento Total.......................................................... 59
3.5.2 - Obtenção do Coeficiente da Perda de Carga Distribuída.......................... 61
3.5.2.1 - Vazão Necessária Conhecida................................................... 61
3.5.2.2 - Vazão Necessária Desconhecida.............................................. 62
3.6 - Modificações das Curvas Características das Instalações..................................... 63
3.6.1 - Alterações dos Níveis dos Tanques........................................................ 64
3.6.2 - Fechamento de Válvula........................................................................ 65
3.6.3 - Tempo de Serviço - Envelhecimento..................................................... 65
3.7 - Exemplo de Cálculo.......................................................................................... 66
3.8 - Revisão........................................................................................................... 71

CAPÍTULO 4 - SEMELHANÇA

4 .1 - Considerações Iniciais...................................................................................... 73
4.2 - Grandezas Beneficiadas no Funcionamento de uma Bomba................................. 73
4.2.1 - Variação da Carga Cinética................................................................. 73
4.2.2 - Variação da Carga Potencial................................................................ 74
4.2.3 - Variação da Carga de Pressão............................................................. 74
4.3 - Grandezas Envolvidas no Funcionamento de uma Bomba.................................... 75
4.4 - Relações Adimensionais........... .......................... ........................ ..................... .. 75
4.5 - Grandezas neutras ou Auxiliares....................................................................... 78
4.5.1 - Fluido Utilizado.................................................................................. 78
4.5.2 - Tamanho da Bomba........................................................................... 78
4.5.3 - Rotações Utilizadas............................................................................ 79
4.6 - Semelhança Completa...................................................................................... 80
4.6.1 - Exemplo de Utilização das Leis da Semelhança..................................... 82
4.6.2 - Exercício Proposto.............................................................................. 83
4.7 - Aplicações Práticas - Casos Particulares............................................................ 83
4.7.1 - Mudança de Fluido.............................................................................. 83
4.7.2 - Mudança de Rotação........................................................................... 84
4.7.2.1-Correção de Rotação na Curva Característica........................... 86
4.7.2.2 - Variadores de Velocidade....................................................... 86
4.7.3 - Mudança de Bomba - Referente ao Tamanho........................................ 87
4.8 - Alterações do Diâmetro do Rotor................... .................................................... 88
4.8.1 - Curvas Topográficas de Mesmo Rendimento.......................................... 90
4.8.2 - Sobre a Obtenção das Curvas para Diâmetros Diferentes........................ 92
4.8.3 - Método Prático de Obtenção das Curvas............................................... 92
4.8.4 - Método "Karassik" para Obtenção das Curvas........................................ 92
4.8.5 - Método "Stepanoff"............................................................................. 93
4.9 - Campo de Aplicação das Bombas - Diagrama de Tijolos...................................... 94
4.10- Sobre a Numeração das Bombas....................................................................... 95
4.11- Exercício Proposto de Comprovação Teórica...................................................... 98
4.12- Influência da Viscosidade................................................................................. 98
10
4.12.1 - Bomba para Água Conhecida.............................................................. 100
4.12.2 - Bomba para Água Desconhecida......................................................... 102
4.13- Revisão.......................................................................................................... 104

CAPÍTULO 5 - ROTAÇÃO ESPECÍFICA

5.1- Considerações Iniciais....................................................................................... 107


5.2 - Bomba Unidade................................................................................................ 107
5.3 - Rotação Específica - Definição........................................................................... 110
5.3.1 - Unidades de Rotação Específica............................................................ 111
5.3.2 - Rotação Específica Americana......... ...................................................... 111
5.3.3 - Rotação Específica com Potência Unitária.............................................. 112
5.4 - Classificação das Bombas - Segundo a Rotação Específica................................... 112
5.4.1 - Características dos Tipos das Bombas................................................... 114
5.5 - Variação do Rendimento em função da Rotação Específica.................................. 115
5.5.1 - Verificação do Rendimento de uma Bomba............................................ 115
5.5.2 - Aplicação no Projeto de Bomba............................................................. 118
5.6 - Escolha da Rotação através de Rotação Específica.............................................. 118
5.7 - Outras aplicações de Rotação Específica................................... ......................... 119
5.7.1 - Exercício de Aplicação Resolvido - Carga Significativa...... ...................... 119
5.7.2 - Exercício de Aplicação Proposto - Vazão Significativa............................. 129
5.7.2.1 - Considerações Teóricas......................................................... 129
5.8 - Revisão............................................................................ ............................... 132

CAPÍTULO 6 - ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS

6.1 - Considerações Iniciais.................. .................................................................... 135


6.2 - Bombas Associadas em Série............................................................................ 135
6.2.1 - Curva Característica da Bomba Associação - Série.................................. 136
6.2.1.1 - Bombas Iguais - Série............................................................ 136
6.2.1.2 - Bombas Diferentes - Série...................................................... 137
6.2.1.3 - Obtenção da CCI - Associação em Série................................. 138
6.3 - Bombas Associadas em Paralelo........................................................................ 139
6.3.1 - Curva Característica da Bomba Associação - Paralelo.............................. 141
6.3.1.1 - Bombas Iguais - Paralelo....................................................... 141
6.3.1.2 - Bombas Diferentes - Paralelo.................................................. 142
6.3.1.3 - Obtenção da CCI -Associação em Paralelo............................. 143
6.3.1.4 - Correção de Curvas - Associação em Paralelo......................... 145
6.4 - Revisão...................... ..................................................................................... 146

CAPÍTULO 7 - CAVITAÇÃO

7.1 - Apresentação do Fenômeno.............................................................................. 149


7.2 - Cavitação em Bombas....................... ................................................................ 150
7.2.1 - Pré-rotação na Entrada da Bomba......................................................... 152
7.2.2 - Conseqüências da Cavitação................................................................. 152
7.2.3 - Resistência dos Materiais Quanto à Cavitação........................................ 155
7.2.4 - Outros Aspectos da Cavitação............................................................... 156
7.3 - Verificação Quanto à Cavitação.......................................................................... 156
7.3.1 - Verificação pela Pressão de Entrada..................................................... 156
7.3.2 - Verificação pelo "NPSH"........................... ............................................ 156
7.4 - Estudo do NPSHd - Disponível para uma Instalação........................................... 157
7.5 - Verificação Quanto à Cavitação......................................................................... 160
11
7.6 - Projeto de uma Instalação - Roteiro.................................................................. 162
7.7 - Recursos para Elevar o NPSHd.......................................................................... 163
7.7.1 - Alterações das Pressões....................................................................... 163
7.7.2 - Alteração da Altura de Sucção.............................................................. 164
7.7.2.1 - Bomba Acima do Nível do Manancial....................................... 164
7.7.2.2 - Bomba Abaixo do Nível do Manancial - "Afogada"................... 165
7.7.3 - Alteração da Perda de Carga na Sucção................................................. 166
7.7.4-Alteração de Rotação.......................................................................... 167
7.8 - Alterações da Curvas Provocadas por Cavitação.................................................. 168
7. 9 - Ensaios de Cavitação.......................................... .... . ... ... .. .. . .. . . . .. . . ... .. . . . .. .. ... . .. .. . 168
7.9.1 - Ensaio com Bomba de Vácuo................................................................ 169
7.9.2 - Ensaio com Poço de Cavitação............................................................. 170
7.10 - Estudo do NPSHr - Requerido para uma Bomba............................................... 171
7.10.1 - Curvas de NPSHr para outros Tipos de Bombas.................................... 172
7.11 - Recursos para Diminuir o NPSHr..................................................................... 173
7.12 - Revisão... ...................................................................................................... 176

BIBLIOGRAFIA 179

APÊNDICE I - TABELAS E GRÁFICOS


TG-1 - Tabela de Velocidades Recomendadas para Fluidos......................................... 183
TG-2 - Dimensões Normalizadas - ANSI - Tubos de Aço............................................ 184
TG-3 - Comprimentos Equivalentes - Conexões - Fundição Tupy................................ 185
TG-4 - Comprimentos Equivalentes - Conexões/ Bocais - Fundição Tupy................... 186
TG-5 - Comprimentos Equivalentes - Válvulas - CSVI - ABIMAQ.... .... .. .. .. .. .. .. .... .... .. .. . 187
TG-6 - Comprimentos Equivalentes - Ábaco - Crane Co. .. .... .... .. .. ...... .. .............. ...... .. 188
TG-7 - Diagrama de Moody-Rouse............................................................................ 189
TG-8 - Variação da Viscosidade de Diversos Líquidos com a Temperatura.................... 190
TG-9 - Potências Comerciais para Motores Elétricos......... .......................................... 191
TG-10- Gráfico de Correção / Viscosidade - Hydraulic Institute - Grandes Vazões.. .... ... 192
TG-11- Gráfico de Correção / Viscosidade - Hydraulic Institute - Pequenas Vazões....... 193
TG-12- Gráficos: Água e Diversos Líquidos - Variação da Pressão de Vapor.................. 194

APÊNDICE II - EXERCÍCIOS
Exercícios propostos................................................................................................. 197

APÊNDICE III - RESPOSTAS


Revisões - Soluções
Capítulo 1................................................................................................................ 239
Capítulo 2.......................................................................................... ...................... 240
Capítulo 3................................................................................................................ 241
Capítulo 4................................................................................................................ 243
Capítulo 5................................................................................................................ 245
Capítulo 6........ ... .. .. . ... . . .. . .. .. .. .. . . ... . .. . .. ... .. .. ... .. ... .. ... ... .. ... .. .. . . .. . . .. . .. . . .. .. ... . .. . . . .... . .. .. .. 248
Capítulo 7............................................................... ................................................. 250
Exercícios Propostos - Respostas........................................................................ 252

12
CAPÍTULO 1 - INSTALAÇÕES E TUBULAÇÕES

1.1 - Considerações Iniciais sobre Projetos de Instalações

Normalmente, quando é feita a encomenda do projeto de uma instalação hidráulica in-


dustrial, são fornecidos, no mínimo, o local donde o fluido deve ser retirado, o local onde o flui-
do deve che ar e o consumo de fluido. Tomemos como exem lo a fi . 1.1 abaixo.

"tanque superior" +-,----1


f ig. 1.1

CONSU MO

" manancial"

O projetista deve verificar essas posições no local e, através de uma planta, estudar o
traçado da instalação, ou seja, por onde devem passar os tubos. Dessa forma, reservando um
espaço para o conjunto moto-bomba, temos de imediato um esboço da instalação que está re-
presentado na fi . 1.2.
Fig. 1.2 (2) .,.

r------------------------------
1

(1)

Podemos dividir a instalação em duas partes: sucção e recalque. Da seção (1) (nível do
manancial) até a seção (e) (entrada da bomba) temos a "tubulação de sucção", nome atribuído
às características de pressão da seção de entrada da bomba. Já que o fluido não pode ser "pu-
xado", a bomba tem que criar uma situação para que o mesmo seja empurrado, no caso, a
pressão atmosférica do local que age no nível do manancial. Da seção (s) (saída da bomba) até
a seção (2) (nível desejado para o tanque superior) temos a "tubulação de recalque", nome a-
tribuído pelo fato do fluido só poder ser empurrado, ou recalcado.
A partir disso o projetista deve selecionar componentes para a montagem da instalação,
tais como: tubos (materiais, diâmetros), meio de ligação dos tubos, válvulas,
conexões e outros, para depois iniciar o cálculo da instalação. Embora necessitemos de inúme-
ras informações sobre tubulações industriais, encontraremos a seguir somente o necessário pa-
ra a seqüência do assunto principal (estudo das bombas), pois muitos detalhes vão além dos
nossos limites. Numa instalação, o conjunto moto-bomba é um componente, mas vamos consi-
derá-lo como o principal deles.

13
Nota: Para maiores informações a respeito, recomendamos o livro "Tubulações Industriais'; do
Engº Pedro Carlos da Silva Telles, em dois volumes, vol. I: Materiais, Projeto e Montagem e
vol.lJ: Cálculo (Rei. Bibliográficas 14 e 15)

1.2 - Escolha do Material dos Tubos

Em primeiro lugar devemos escolher o material dos tubos. Para essa escolha devem ser
considerados: tipo de fluido, pressão, temperatura, agressividade, contaminação, custos etc.
Existem diversos materiais que podem ser utilizados, tais como: aço carbono, liga, inox,
ferro fundido, não ferrosos como o cobre, latão, alumínio, não-metálicos como plásticos, cimen-
to-amianto etc. O mais utilizado nas instalações hidráulicas industriais é o tubo de aco carbono.
pois é o que apresenta a menor relação custo/resistência mecânica. Por esse motivo, usá-lo-
emos como exemplo. Nos cálculos de diâmetros e procedimentos para normalização, utilizare-
mos o aço carbono como exemplo, mas deveremos agir de forma idêntica, qualquer que seja o
material selecionado.
Os tubos de aço podem ser encontrados com ou sem costura. Costura é o nome dado à
solda. Desse modo, na fabricação, os tubos com costura recebem solda, os sem costura, não,
que por sua vez são mais resistentes por não apresentarem o ponto fraco representado pela
solda. De acordo com a proteção que possuem, os tubos de aço são comercializados como tu-
bos pretos ou galvanizados. O tubo galvanizado não pode ser soldado, pois este processo quei-
ma a galvanização. É muito utilizado no transporte de água porque apresenta maior resistência
à corrosão, uma vez que é revestido de zinco depositado a quente. O tubo preto não tem pro-
teção.

1.3 - Diâmetro dos Tubos

Escolhido o material, precisamos determinar o diâmetro dos tubos. O cálculo do diâme-


tro das tubulações é um item muito importante no projeto de uma instalação.
Para explicarmos melhor, suponhamos que uma instalação necessite de uma vazão "Q".
Para essa vazão existe certamente um diâmetro que chamamos de "ótimo". Esse diâmetro deve
ser entendido como um diâmetro economicamente conveniente, ou seja, que o custo total da
instalação seja o menor possível. O custo total (CT) pode ser determinado por:

eq. 1.1
onde:

• Cu = custo do conjunto moto-bomba - incluindo: custo de aquisição, de instalação, de


operação e de manutenção.
• CL = custo da linha - incluindo: custo de aquisição dos tubos, das válvulas, das cone-
xões, da mão-de-obra de assentamento dos tubos etc.

Fig. 1.3
fl i r i
Q cte ⇒ D ➔ Hp ➔ Hs -> Ns ⇒
... u u u

Acima, na fig.1.3, temos uma relação de dependência entre as grandezas envolvidas,


onde Hp= perda de carga total da instalação; H 8 = carga manométrica da bomba e Na= potên-
cia da bomba.
Se aumentarmos muito o diâmetro da tubulação em relação ao D ótimo (desconhecido)
teremos uma diminuição das perdas, pois a vazão é constante e a velocidade diminui. Como as
perdas diminuem, o trabalho da bomba também diminui, gerando uma redução da carga ma-

14
nométrica e da potência da bomba. Dessa forma, o custo do conjunto moto-bomba é baixo, no
entanto, grandes diâmetros provocam um aumento significativo no custo da linha. Se diminu-
irmos muito o diâmetro da tubulação, teremos um aumento das perdas, provocando um au-
mento da carga manométrica, da potência exigida pela bomba e, por conseguinte, do custo da
bomba; em compensação, com pequenos diâmetros, o custo da linha é baixo.

:. PI Q ⇒ Dôtimo = ? ⇒ CTmínimo

Para determinarmos o diâmetro "ótimo", correspondente a um equilíbrio nos custos que


acabe gerando um custo total mínimo, definiremos algumas grandezas:

• Pl = custo médio por unidade de potência, para o conjunto elevatório (custo do


"CV" instalado).
• P2 = custo médio do assentamento dos tubos, por unidade de comprimento e por
unidade de diâmetro.

onde: Pl = ~ eq.1.2 e P2 eq. 1.3


Nr

Nr = potência absorvida da rede

Note o leitor que os valores de Pl e P2 são de obtenção complicada, pois dependem de


pesquisas junto a fabricantes de bombas, motores, válvulas, tubos etc.

se CT = CB1 + Cu , substituindo pelas equações 1.2 e 1.3, temos:

CT = Pl . Nr + P2 . L. D eq. 1.4

-~--t-=--~--t-(2)

Hest
(1) -· (PHR) __
Cj. Moto-Bomba ~

Fig.1.4 Fig. 1.5


Da fig. 1.4, temos que:
N
iis =- e llm =-Ns
Ns Nr

Para obtermos o rendimento global do conjunto moto-bomba, multiplicamos o rendi-


mento da bomba pelo rendimento do motor, assim:

então,

Nr = y QH 8 (emCV ) eq. 1.5


75 . 11 g

15
Na fig. 1.5, chamando "Hest" de altura estática de elevação. temos:

=> eq. 1.6

Utilizando o método do comprimento equivalente: LT= Lreal + 4qT e substituindo na


equação 1.6 a perda de carga total pela fórmula da perda de carga distribuída:

L v2
Hs = Hest + f__I__ eq. 1.7
D 2g
Q 4Q
sabendo que V=-=-- , substituindo na equação 1.7
A rrD2

eq. 1.8

Substituindo o Nr da equação 1.4, pela equação 1.5, e trocando a carga manométrica


Ha (presente na equação 1.5) pela equação 1.8 obtemos:

eq. 1.9

Para levantarmos graficamente a função CT= f(D), começamos pelas funções C8 =f(D)
e CL = f(D), observando o comportamento dos custos em relação à variação de diâmetro, veri·
ficada na fi . 1.3.
Na fig.1.6, observamos que
e Fig. 1.6
função Ce=f(D) é decrescente, e a
função CL=f(D), crescente. Para ob-
termos CT=f(D), basta somarmos as
duas (fig. 1.7).

Ca Dessa forma, o diâmetro eco-


nomicamente conveniente (Dôtimo) cor·
D responde ao mínimo custo (Cmin).

Ce
D

16
Para que o custo seja mínimo dC/dD= O, ou seja, no extremante da função (Cmín), a
derivada vale "zero". Portanto, derivando a equação 1.9 em relação ao diâmetro, temos:

ou ...

D= 6 ~· y.f · .jQ eq. 1.10


P2 llg,181,3

eq. 1.11

A equação 1. 11 é conhecida como fórmula de Bresse. Essa fórmula, aparentemente sim-


ples, traz na constante "K" uma incerteza muito grande, pois além de ser muito difícil conseguir
os valores de Pl e P2, sabemos que o "f" depende da vazão e do diâmetro, podendo variar de
0,02 a 0,04 aproximadamente, e o rendimento global depende da bomba, do motor e da po-
tência do mesmo. Segundo os defensores dessa fórmula no Brasil, a constante "K" varia de 0,8
a 1,2. No entanto, isso representa uma variação no diâmetro, que é tanto maior quanto maior
é a vazão. Assim, o uso dessa fórmula é discutível, podendo ser utilizada num cálculo rápido
para uma orientação sobre a ordem de grandeza do diâmetro.
Alguns autores preferem tabelar as velocidades de acordo com o tipo de serviço ou tipo
de fluido a ser utilizado, recomendando faixas de velocidades consagradas na prática, como ge-
radoras de diâmetros economicamente convenientes. No Apêndice I - Tabelas e Gráficos, o lei-
tor encontrará uma tabela de velocidades recomendadas (TG-1) retirada do livro "Tabelas e
Gráficos para Projetos de Tubulações" - de Silva Tetles e Darcy Barros (ref. bibliográfica n° 13).
Essa obra apresenta tabelas, gráficos e orientações necessárias no dia-a-dia do projetista de
instalações e representa uma ferramenta valiosa para quem for trabalhar nessa área.
Portanto, utilizando a tabela, podemos determinar o diâmetro da seguinte forma:

nD 2 D= ✓4.Q
Q = V.A = V · - - eq.1.12
4 n.V

Com a vazão necessária e a velocidade recomendada calculamos um diâmetro D'. Com


esse diâmetro, entramos numa tabela de diâmetros comerciais para normalizá-lo. Com o diâ-
metro normalizado D, recalculamos a velocidade, verificando se está dentro da faixa recomen-
dada.

1.4 - Normas Dime nsionais

De acordo com o material temos uma norma dimensional correspondente. Para alguns
casos temos várias normas dimensionais, no entanto, para o nosso curso vamos manter o "tu-
bo de aço" como exemplo e para outros materiais o procedimento será idêntico, ou seja, deve-
rá ser consultada a norma dimensional correspondente.
Antes da norma atual, os tubos de aço eram fabricados com três espessuras diferentes:

17
• Peso Normal - Standard - Std
• Extra-Pesado - Extra-Strong - XS
• Duplo Extra-Pesado - Double Extra-Strong - XXS

A norma atual ANSI B 36.10 adotou a série "Schedule NUMBEI?' para determinar a es-
pessura de parede. O tubo é apresentado com um diâmetro nominal ( <l>nom) comercial, expres·
so em polegadas, que não coincide com o diâmetro interno. Para cada <l> nom existe uma séne
de espessuras de parede. Como para cada <l>nom o diâmetro externo é fixo, quanto maior a es-
pessura de parede, menor o diâmetro interno (Vide tabela da fig.1.8). Portanto, para se conse-
guir o diâmetro interno de uma tubulação, é necessário que as normas dimensionais sejam
consultadas.
A espessura de parede é identificada por um número que acompanha a sigla "SCH'. Es-
se número, que varia de 10 a 160, é obtido pela equação 1.13, que não deve ser utilizada para
dimensionamento.

SCH = 1000 .p eq. 1.13


cr
onde: p = pressão interna de trabalho (psi)
cr = tensão admissível do material (psi)
As espessuras normalizadas podem ser identificadas pela série:

SCH: 10 - 20 - 30 - 40 - 60 - 80 - 100 - 120 - 140 - 160

Portanto, quanto maior o número, maior a espessura de parede. Nem todas as espessu-
ras normalizadas são comerciais. A mais utilizada é a representada pelo SCH 40, que corres·
ponde ao antigo "Std". O SCH 80 corresponde ao "XS", enquanto que o "XXS" não tem corres·
pondência, pois possui uma espessura de parede maior que a do SCH 160.
Tomando como exemplo um tubo de 1" de <l>nom• Seja qual for a espessura da parede, o
diâmetro externo será sempre o mesmo, de 1,315" ou 33 mm. Na tabela abaixo (Fig. 1.8) te-
mos os diâmetros internos (D1) de acordo com a numeração Schedule. Observe que quanto
maior o número Schedule, menor será o diâmetro interno, pois maior será a espessura da pa-
rede. {O XXS foi colocado apenas como comparação)

F1q. 18
1" <l>nom De= 1,315" = 33 mm
SCH40 SCH 80 SCH 160 xxs
Di (ool) 1,049 0,957 0,815 0,598
Di (mm) 26 6 24 3 20,7 15 2

A espessura de parede pode ser calculada pela equação 1.14, recomendada pela norma
ANSI.B.31:

t = M ·[ p.D
2 · (cr.E + p.y)
+ e) eq. 1.14 onde:

p = pressão interna de projeto; cr = tensão admissível do material na temperatura de


projeto; D = diâmetro externo; E = eficiência de solda para tubos com costura (para
tubos sem costura E=l); y = coeficiente, função do material e da temperatura; C = es-
pessura adicional para abertura de roscas e chanfros, corrosão, erosão; M = tolerância
de fabricação. Os valores de E, y, C e M são tabelados ou recomendados pela norma.
Para casos mais simples, podemos empregar as seguintes fórmulas:

18
eq. 1.15 (Barlow) para D/t > 6 (parede fina)

eq. 1.16 (Lamé) para D/t entre 4 e 6

Normalmente, a espessura do SCH 40 é suficiente para suportar as pressões utilizadas


na maior parte das instalações e as fórmulas para cálculo de espessura que foram apresentadas
não chegam a ser utilizadas.

No Apêndice I - Tabelas e Gráficos, o leitor encontrará a tabela TG-2, referente às nor-


mas ANSI B.36.10 e ANSI B.36.19 (parcialmente), adotadas pela P-PB-225 da ABNT, que forne-
cem as dimensões normalizadas para os diâmetros mais usuais dos tubos de aço carbono e a-
ços de baixa liga (B.36.10) e para tubos de aço-inox (B.36.19). Essa tabela resumida, também
foi retirada do livro "Tabelas e Gráficos para Projetos de Tubulações" - S.Telles e D. Barros. No-
te o leitor que esses autores não se preocuparam em transcrever a norma e sim mostrar ape-
nas os valores comerciais dentro da norma que são mais facilmente encontrados.

1.5 - Junção dos Tubos

Os tubos e componentes podem ser ligados através de três meios: rosca, solda e flange.

1 .5.1 - Rosca

As ligações rosqueadas são indicadas para os pequenos diâmetros. O diâmetro nominal


máximo recomendado pelas normas é de 2", no entanto encontramos aplicações de até 4". As
roscas devem ser cônicas para garantir a vedação. Apesar de facilitar a montagem, as roscas
enfraquecem as paredes dos tubos e representam pontos da instalação sujeitos a vazamentos.

1.5.2 - Solda

As ligações soldadas são muito utilizadas nas instalações industriais, pois apresentam
boa resistência mecânica, estanqueidade perfeita e não necessitam de manutenção. Entretanto,
dificultam a desmontagem e, para garantir as vantagens citadas, devem ser executadas por
mão-de-obra especializada.

1.5.3 - Flange

As ligações com flanges são indicadas para tubos com diâmetros nominais maiores ou
iguais a 2". Facilitam a desmontagem, contudo são caras, pesadas e volumosas, além de possi-
bilitar vazamentos. São mais utilizadas nos bocais de bombas e equipamentos e em determina-
dos pontos onde seja necessária a facilidade de desmontagem, como por exemplo, na instala-
ção de um medidor de vazão.

1.6 - Válvulas

Uma instalação não pode funcionar sem válvulas, entretanto, devemos escolhê-las com
critério, pois dependendo do tipo, podem provocar muita perda de carga. Uma instalação deve
funcionar com o mínimo número de válvulas que permita o seu bom funcionamento.

19
Existem muitos tipos e aplicações. Não pretendemos apresentar todas, apenas os prin·
cipais tipos. O leitor deverá consultar literatura especializada ou mesmo catálogos dos fabrican·
tes (Fontes das figuras utilizadas: MIPEL, BRASCOVAL, VARB e CSVI).

As válvulas podem ser classificadas como:

• Bloqueio;
• Controle de Fluxo;
• Controle Unidirecional;
• Controle de Pressão.

Nota: Segundo a CSVI - Câmara Setorial de Válvulas Industriais, da ABIMAQ, as válvulas são
classificadas como: de Bloqueio. de Controle, Auto-Operadas e Combinadas. Esta classificação
leva em conta uma utilização mais ampla das válvulas, não só para instalações hidráulicas, que
estamos discutindo, como também para circuitos hidráulicos que não serão abordados no nosso
curso.

1.6.1 - Válvulas de Bloqueio

Servem para interromper o fluxo quando é necessário bloquear determinado trecho de


uma instalação. Normalmente estão totalmente abertas e nesta situação não devem provocar
muita perda de carga. Exemplos: v. gaveta (fig. 1.9), v. esfera (fig. 1.10), v. macho e v. man·
gote (fig. 1.11)_. _ _

Fig. 1.9 Fig. 1.10

1.6.2 - Válvulas de Controle de Fluxo

Servem para controlar o fluxo ou regular a vazão, por isso podem trabalhar em qualq
posição quanto ao fechamento. Devem ser colocadas com critério, pois normalmente prov
muita perda de carga, mesmo que estejam totalmente abertas. Exemplos: agulha (fig. 1.12
borboleta (fig. 1.13), globo (fig.1.14) e diafragma (fig. 1.15). As válvulas borboleta e dia
ma, dependendo da construção, também podem operar como "bloqueio".

1.6.3 - Válvulas de Controle Unidirecional

Servem para permitir o fluxo em um único sentido. São utilizadas nas saídas das
bas, nas pontas de tubulações de sucção etc. Funcionam automaticamente, sem volante,
malmente com o auxílio da gravidade. Exemplos: retenção (fig.1.16 - para tubos horizontais
de levantamento e portinhola e fig. 1.17 para tubos verticais), pé com ralo (fig. 1.18).

20
Fig. 1.13
V. Mangote
An gular

ríg. 1.11

9 Reta

Fig. 1.14
Reta sem Guia Reta com Gu ia

Fig. 1.12

a) p/ Tubos Horizontais

Fig. 1 .15

Fig. 1.16

1.6.4 - Vá lvulas Controladoras de Pressão

Servem para controlar a pressão de montante, como as válvulas de segurança ou de alí-


vio (fig. 1.19) ou para controlar a pressão de jusante, como as válvulas redutoras ou regulado-
ras de pressão.
A válvula de alívio é uma espécie de válvula de retenção, no entanto possui uma mola
que pressiona o tampão e pode ser regulada. Ao atingir certo valor de pressão a mola é empur-
21
rada e o fluido é descarregado. A válvula redutora de pressão também pode ser automática,
dependendo de um piloto que é acionado pela pressão de montante e pode dar maior ou me-
nor passagem para o fluido em função da pressão desejada a jusante.

Fig. 1.18
Fig. 1.17

Fig. 1.20

Fig. 1.19 V. Solenóide V. Termostática

1.6.5 - Válvulas Solenóide e Termostática

Como exemplos de automatização de instalações, apresentamos a seguir as válvulas


com Solenóide e a válvulas Termostáticas (fig. 1.20).
A válvula com solenóide é uma combinação de duas unidades básicas funcionais: um so-
lenóide (eletromagnético) com seu núcleo e uma válvula contendo um orifício no qual um disco
de vedação é posicionado para permitir ou interromper a passagem do fluido. A válvula é aber·
ta ou fechada pelo movimento do núcleo magnético, que é atraído pelo solenóide quando a bo·
bina é energizada.
As válvulas termostáticas destinam-se a medir, comparar e controlar a temperatura de
processos nos valores pré-ajustados. São compostas de: um sensor primário de temperatura
conhecido por bulbo termostático, o atuador térmico e o elemento final de controle (válvula).

1.7 - Considerações Finais


Como vimos, após esboçarmos a instalação, temos que montar a linha selecionando e
escolhendo os componentes com critério para que a instalação esteja preparada para o equa·
cionamento. O objetivo principal do nosso curso é selecionar uma bomba geometricamente a·
dequada para as necessidades de uma instalação e, para tanto, precisamos estudar outros ca·
pítulos.
O leitor não deve ficar restrito aos itens resumidos nesse capítulo, já que a nossa pri·
meira intenção foi apenas organizar e estabelecer uma seqüência para o início do projeto de

22

....
uma instalação hidráulica. Deve ampliar seus conhecimentos consultando obras que tratem es-
pecificamente de "tubulações".

1.8 - Revisão

Após a leitura do capítulo, responda às perguntas abaixo, verificando se o assunto foi assimilado.
Se necessário volte e leia novamente. Respostas no final da apostlla.

- Por que a tubulação na entrada de uma bomba recebe o nome de tubulação de sucção?

2 O que deve ser considerado na escolha do material dos tubos?

3 Qual é a vantagem apresentada pelos tubos de aço-carbono?

4 O que é a galvanização e o que não pode acontecer com um tubo galvanizado?

5 o que acontece com os custos do conJunto motobomba (C8) e da linha (CL) à medida que vamos
aumentando o diâmetro, fixando a vazão?

6 - Como pode ser definido um Doomo em relação a uma vazão?

7 Qual a desvantagem do uso da fórmula de Bresse?

8 Qual a seqüência da determinação de um diâmetro comercial para uma Instalação, utilizando a


fórmula de vazão'

9 Quanto maior a numeração SCH, o que acontece com o diâmetro interno' Por quê?

10 As Junções por rosca são recomendadas para que faixa de diâmetros?

11 • Como são dassificadas as válvulas?

12 · Gaveta, esfera e macho são válvulas de que tipo?

13 Qual a função das válvulas de regulagem'

14 Borboleta e diafragma, dependendo da construção, são utilizadas como válvulas de que tipo?

15 - Qual a diferença entre a valvula globo reta sem guia e reta com guia?

16 - Qual a diferença entre uma válvula de retenção vertical de levantamento e uma válvula de pé
com ralo ( ou crivo)?

23
CAPÍTULO 2 · CLASSIFICAÇÃO DAS BOMBAS

2.1- Classificação das Máquinas Hidráulicas

Classificaremos primeiramente as máquinas hidráulicas para termos uma idéia do con-


junto dessas máquinas e posteriormente darmos ênfase às bombas.
As máquinas hidráulicas são máquinas transformadoras de energia e são classificadas
em três grupos:

• Máquinas Motrizes
• Máquinas Mistas
• Máquinas Geratrizes

2.1.1 - Máquinas Motrizes

São máquinas que transformam energia hidráulica em trabalho mecânico. Rodas d'água
e turbinas são exemplos desse tipo.
As rodas d'água são as máquinas motrizes mais antigas. Segundo registros históricos,
são utilizadas desde 100 a.e. e as turbinas hidráulicas desde 1827, ano em que Benoit
Fourneyron, engenheiro francês, projetou, construiu e instalou a primeira turbina de uso indus-
trial no mundo, com uma potência útil de 6 CV e um rendimento de 80%. No Brasil, a primeira
usina hidroelétrica foi a Usina de Marmelos em Juiz de Fora, montada por Bernardo Mascare-
nhas em 1889, no Rio Paraibuna, com duas unidades gerando 250 kW. Essa foi também a pri·
meira usina da América do Sul.
Aproveitando o desnível entre dois níveis de água, as turbinas transformam a energia
hidráulica em energia mecânica, que através do eixo do rotor da turbina aciona o rotor de um
gerador.

As principais turbinas são:

• Pelton: turbina de ação ou de jato (figura 2.1) - a usina brasileira mais importante que
opera com turbinas do tipo Pelton é o complexo H. Borden em Cubatão-SP, com duas
usinas, Externa e Subterrânea.
• Francis: turbina hélica-diagonal de reação (figura 2.2), utilizada na maioria das usinas
brasileiras, como por exemplo: Itaipu, Tucuruí, Ilha Solteira, Furnas, Estreito etc.
• Kaplan : turbina axial de reação (figura 2.3), turbina de hélice com a possibilidade de
movimentação das pás, utilizada nas usinas: Jupiá, Nova Avanhandava, Porto Colômbia
etc.

Figura 2.1 - Turbina Pelton

25
Figura 2.2 - Turbina Francis
1 "'T'ff""",..-c,.-m
J,I,
'

2.1.2 - Máquinas Mistas

São máquinas que transformam energia hidráulica em energia hidráulica, ou seja, fo


cem energia hidráulica ao serem acionadas pelo mesmo tipo de energia. Um exemplo de
quina deste tipo é o "carneiro hidráulico" ou "aríete hidráulico", que recebe este nome por o
rar com golpe de aríete (fig. 2.4). O carneiro hidráulico foi concebido em 1797 por Joseph
Montgolfier.
, - - - - -- - - - - -- - - - -- - - - - - - - -- .... - ....
- .,:;:::~---:_j
-~_IIS;_r:;_!C_,...-.::-.=-,.,
Qu=vozõo útil Qd=vo zõo desperdiçado
( a proveilo do) Ar com põnula

Ou

Fig 2 4
v.retençoo

26
Este equipamento não utiliza energia elétrica e é usado em sítios, fazendas, chácaras.
Para acioná-lo deve existir um desnível de água, represada de uma mina, por exemplo, ou
mesmo a correnteza de um no que forneça energia hidráulica. Normalmente a energia da en-
trada não é suficiente para empurrar a válvula de retenção que dá acesso à campânula e o flui-
do segue adiante, sendo descarregado por uma abertura localizada numa espécie de válvula
que serve para auxiliar no funcionamento do mesmo. Nessa válvula existe um pistão, em al-
guns casos ranhurado, ligado a uma haste e em cuja extremidade podem ser colocados pesos
que servem para equilibrar o sistema. À medida que o fluido vai saindo, o pistão vai subindo
por arrastamento até bloquear a passagem da água. Nesse instante a energia cinética é zerada
e convertida em energia de pressão. Como isso acontece bruscamente (golpe de aríete), provo-
ca uma sobrepressão, que somada à pressão do fluido é suficiente para empurrar a válvula de
retenção fazendo com que uma pequena quantidade de água penetre na campânula em dire-
ção à seção de saída. Isso acontece de maneira rápida e a válvula de retenção volta a fechar.
O pistão desce liberando a saída de água pela abertura e o ciclo volta a ser repetido sucessiva-
mente.

..
ºi .e

.e

Fig. 2.5

Na fig. 2.5 temos um esquema de instalação mostrando as cotas de entrada e de recal-


que (he e hr). O rendimento pode ser calculado pela seguinte expressão:

Qu • hr Qe . he
11 =- -- QU= - - - · 11 eq. 2.1
Qe. he hr

Para calcularmos a vazão útil, eq. 2.1, podemos utilizar como exemplo os rendimentos
fornecidos por Mueller Irmãos Ltda - Curitiba, fabricante dos carneiros hidráulicos "Marumby",
na tabela da fig. 2.6, que dependem da relação he/hr. Os carneiros fabricados recebem os nú-
meros: 2, 3, 4, 5 e 6; alguns dados sobre os mesmos podem ser verificados também na tabela
da fig. 2.6, que foi retirada do prospecto do mesmo fabricante.

2.1.3 - Máquinas Geratrizes

São máquinas que transformam energia mecânica em energia hidráulica. As bombas hi-
dráulicas realizam esse tipo de serviço acionadas por motores elétricos, estacionários etc. Clas-
sificaremos a seguir os tipos de bombas, já que é o nosso principal assunto.

27
earne1ro "MARUMBY" - Espec1·fi1cações
nº Qe ( L/min) De Ds Peso(kgf) he/hr 11(%}
2 7 a 11 3/4" 3/8" 15 1/2 80
3 7 a 15 1" 1/2" 20 1/3 75
4 11 a 26 1 1/4" 1/2" 30 1/4 70
5 22 a 45 2" 3/4" 45 1/5 65
6 70 a 120 3" 11/4" 75 1/6 60
1/7 55
Fig. 2.6 1/8 50

2.2 - Classificação das Bombas- Quanto ao Deslocamento

O objetivo desta classificação não é fazer um estudo completo sobre todos os tipos
bombas existentes. Pretendemos apenas dividi-las em dois grupos, estudando suas diferen
principais características.
Quanto ao deslocamento, as bombas podem ser de:

• Deslocamento positivo
• Deslocamento não-positivo

2.2.1 - Bombas de Deslocamento Positivo ou Volumétricas

São bombas normalr.iente utilizadas em circuitos hidráulicos que acionam atuadores li


res ou rotativos (cilindros ou motores hidráulicos) para movimentação de carga.
Nessas bombas existe uma vedação mecânica separando a entrada da saída e isso a
impedindo ou dificultando o "vazamento interno", que é a possibilidade de recirculação int
do fluido. Para explicarmos melhor tomemos o exemplo de uma bomba de êmbolo alterna·
(fig. 2.7), que apesar de muito simples, caracteriza bem o funcionamento de bombas desse
po.
Fig. 2.7

Quando o pistão sobe, uma quantidade de óleo é admi-


t
tida, pois a válvula de retenção da entrada abre e a da saí-
da fecha. Na descida do pistão a retenção da saída é aberta
e a da entrada é fechada. Desprezando o volume morto
dentro da bomba, a mesma quantidade de fluido que entrou ( e) .
acaba sendo expulsa.
Se há uma válvula colocada na saída da bomba e a
mesma está sendo fechada lentamente, não temos altera-
ção da vazão, pois o que regula a quantidade bombeada de fluido é o curso do pistão que
voca um aumento da pressão. Durante esse procedimento o fluido não consegue redr
dentro da bomba, assim, aguarda a oportunidade de sair quando a válvula abre. Essa recir
ção interna é denominada "vazamento interno". Fechando-se totalmente a válvula a pr
aumenta bastante até provocar o rompimento do ponto mais fraco da instalação. Por esse
tivo, tais bombas necessitam de válvulas de segurança ou alívio, colocadas normalmente na
ída das mesmas.
Esse é o objetivo principal dessas bombas, ou seja, provocar pressões elevadas dia
de vazões relativamente baixas. A pressão fornecida por bombas deste tipo varia de 6 kgf/
até 700 kgf/ cm2, uma pressão muito alta somente alcançada em alguns casos extremos.

28

-
Exemplificaremos com um cili d o
circuito simples representado na fig .
2.8. Para que a haste do pistão pos-
sa avançar, através da alavanca po-
sicionamos a válvula de controle di-
--
-
ovanço

recuo
recional de 2 posições e 4 vias (A, B,
P, T), fazendo com que a bomba
forneça fluido para a câmara do pis-
tão e libere o fluido da câmara da
haste para o tanque (posição da es-
querda).
Não há uma válvula sendo v.segu rcnça
fechada no recalque da bomba, co-
mo no exemplo citado acima, po-
rém, quando a haste encontra resis-
tência, ou chega ao fim do curso, a
pressão aumenta bastante. Para não i.........___J L!.J
danificar o equipamento existe a
válvula de segurança pilotada pela bombo rotativo
pressão de saída da bomba. Fig. 2.8

Podemos verificar a máxima força que deve ser aplicada pela haste, prendendo uma pe-
ça, por exemplo. Com essa força e a área do pistão calculamos a pressão, considerando-a co-
mo a máxima pressão de trabalho. Com o auxílio de um manômetro regulamos a válvula de se-
gurança para abrir na pressão calculada. Ligando novamente o sistema provocamos o avanço
do pistão e, quando a haste encontra resistência, a pressão aumenta até atingir a pressão limi-
te. Nesse instante temos a abertura da válvula de segurança, mantendo em toda a linha de re-
calque a pressão desejada e limitando o valor da força aplicada.
Portanto, a falta de vazamento interno e o aumento da pressão não são considerados
inconvenientes desse tipo de bomba e sim características importantes no funcionamento da
mesma, que atende às necessidades do tipo de instalação onde é utilizada.

As bombas de deslocamento positivo são divididas em dois tipos: alternativas e rotativas


e podem ser de deslocamento fixo (Q= cte) ou de deslocamento variável.

- ÊMBOLO (fig. 2.7)


bombas ALTERNATIVAS { - PISTÃO
- DIAFRAGMA (fig. 2.16) etc.

- ENGRENAGENS (figs. 2.9/10/11)


bombas ROTATIVAS

{ - PALHETAS (fig. 2.15)


- PISTÕES RADIAIS (fig. 2.13)
- PISTÕES AXIAIS (fig. 2.12)
- ROTORES LOBULARES (fig. 2. 14) etc.

2.2.1.1 - Características das Bombas Rotativas

Vejamos mais algumas características das bombas volumétricas, enfatizando as


bombas rotativas, já que são as mais utilizadas. Tomemos como exemplo uma bomba de en-
grenagens (fig. 2.9). Essa bomba de construção robusta é constituída de duas engrenagens de
mesmo módulo e mesmo número de dentes, uma motora e outra movida.

29
Fig. 2.9

Bomba de Engrenagens
p teórica
(bar)

Fig 2.10
Q (L/rnin)

Ao entrar, o fluido consegue alcançar a seção de saída da bomba e segue pelos •


entre os dentes das engrenagens. O engrenamento deveria impedir o retorno do fluido, no
tanto, devido à pressão e à pequena folga existente, há o retorno de uma quantidade mini
de fluido que recircula pela bomba. Esse "vazamento interno" acaba sendo benéfico, pois lu
fica o engrenamento, evitando o desgaste prematuro das peças. À medida que a pressão
aumentando, vai aumentando também a quantidade de fluido que recircula, diminuindo a
zão efetiva fornecida pela bomba.

Na fig. 2.10 temos uma curva característica de uma bomba de deslocamento pos' ·
rotativa, de engrenagens, por exemplo. A pressão é usada no lugar da carga manomét ·
(HB), uma vez que as variações de energia cinética e energia potencial entre a entrada e a
da da bomba são completamente desprezíveis diante da variação de pressão. Sem vazam
interno a pressão seria crescente, com uma vazão constante, porém, com a recirculação a
va cai um pouco para a esquerda, diminuindo a vazão efetiva. Tal fato pode ser observado
fig. 2.11, onde temos algumas características retiradas de um antigo catálogo (bomba fora
linha com alguns dados que estão sendo utilizados didaticamente).
30
Bomba de Engrenagem
TN 020 até 038
até 250 bar
até 37,6 cm3 /rot.
(EX8v1PLO)

nu.óo é-" ptMMO ót~ rri.r.erai 1-1. ccn.'orme rm,s1s:1,


HPl coo/om,e, O.N SI S'.!5
1Q '1 J..'() DVTl·/ S

Tt;:)O de OewlillT'enlO
Fa ,a on pce~ o~ re~1111e - 0 .lbar ô • 1 S bn, Fig. 211
ff'n:r,vt.,\

C:ip:icidade de Vaz5o e Potênc1:i


Vol. d• Desloca•
Tan,anho mMlo O.«n VaNO •letiv• a.r • Pol~~ M .)(lionamento neceswl• P•. com n • 175'0 rpm. v • l& mm'fs • 1 • SO"C
HomiNl V(cml/Rol) Pres»o bar 10 50 100 150 17~ 200 210 250

::o.o Oel (ll mn } 25 O ~ .s 2-4.• 3:J,8 33.6 33.3 32.9 32.8


?a ( kW J 1,52 4.35 7,fl'.! 11,43 13.3l 15_:4 18.00 lll,05
Oel ( l l m,n ) 4J,3 3J7 39.:? 311, l 38.7 38.5 38.◄ 38,1
?;, ( k\"I) 1,70 4.27 8.53 12.'30 14.112 17,0~ 17.02 21.33
OQf (11 mm ) 4-1 8 44.7 44 .~ 43, '1 43,7 43.4 43,3 43,1
:,J 1 k'N 1 l.~!I 4.72
~-"" 14.18 16.52 18,Sõ 10.S2 :?36-J

Observe o leitor que para a bomba de engrenagens de tamanho nominal "020" da


fig.2.11, à medida que pressão vai aumentando (10/50/100/150 bar... ) a vazão efetiva vai di-
minuindo (35,0/34,8/34,4/33,8 L/min ... ). Entretanto, note também que a variação de vazão é
irrisória quando comparada à variação de pressão. A bomba de engrenagens é de deslocamen-
to fixo, pois a vazão recalcada depende das dimensões das engrenagens e da rotação. A seguir,
nas figuras 2.12, 2.13 e 2.14, outros tipos de bombas de deslocamento positivo.

Fig. 2.12 - Pistões Axiais

Quando os fabricantes fornecem as curvas colocam a vazão no eixo das ordenadas e a


pressão no eixo das abcissas. A vazão é utilizada em "L/min" e a pressão em "bar" (decaN/cm2
= 2
kgf/cm ), fato que também pode ser observado na curva característica de uma outra bomba
de um catálogo antigo (bomba fora de linha com alguns dados que estão sendo utilizados dida-
ticamente), de uma bomba de palhetas compensada por pressão, destacando a curva caracte-
rística do tipo ClOO (fig. 2.15).

31
Fig. 2.13 - Pistões Radiais

Bomba de Lóbulos A bomba de palhetas normalmente é const ituída


de uma carcaça que define o estator e de um rotor ex-
cêntrico em relação à carcaça. No rotor existem ranhuras
onde se alojam as palhetas. Quando a bomba é acionada,
as palhetas são lançadas ao encontro do estator por ação
de pressão de fluido e por forças centrífugas formando
câmaras crescentes na sucção e decrescentes no recal-
que. Nesse tipo de bomba temos o aparecimento incon-
veniente de uma força radial denominada desbalanceado-
ra, pois do lado do recalque a pressão do sistema é alta e
na superfície oposta a pressão da sucção é baixa. Além
disto, o deslocamento é fixo e a vazão depende das di-
mensões, da excentricidade e da rotação.

Bomba de palhetas, diretamente operada com deslocamento volumétrico variável


- Temoos <1e reaulacâo e~treman'K'nte amos
- 83110 nível de ruido ooeracion31
- ótuno orau de reMlmento
- e!e:rnlJ vKla ut1I
- Pode si;r aplcada em combinações de bombas
Curva caracter.
/ com mola e 63

u 20 •a 60 1G tco Fig. 2 15
Press5o :se opera;ão pem bar
p ..._ Pressão -> s (s.iid:a)

S ... Sucção -> e (entr:ad:a)

32
Na fig. 2.15 üá citada) temos uma bomba de palhetas compensada por pressão com
deslocamento variável, pois o estator não é solidário à carcaça. A excentricidade em relação ao
rotor é devida à ação de uma mola que empurra o estator contra o rotor.

Para pressões baixas o funcionamento é idêntico ao da bomba simples citada anterior-


mente, entretanto, com o aumento da pressão a força exercida pela mola é equilibrada e ven-
cida, diminuindo a excentricidade e provocando uma redução no deslocamento, pois aumenta a
recirculação de fluido dentro da bomba. O deslocamento máximo é ajustado pelo parafuso di-
ametralmente oposto à mola que limita a excentricidade. Nas bombas de palhetas balanceadas
não existe a força desbalanceadora, pois o problema é resolvido com duas sucções e dois re-
calques.

Bomb~ An:luger
Vibratóri.1

Todas essas bombas, em geral, operam com óleo mineral, mas temos bombas deste ti-
po que não serão encontradas em circuitos hidráulicos convencionais, como o da fig. 2.8. As
Bombas Vibratórias (diafragma) da "Anauger" são bombas de deslocamento positivo, mas ope-
ram em instalações hidráulicas recalcando água. São normalmente utilizadas como bombas
"sapo" no esvaziamento de reservatórios ou mesmo para fornecimento de água (fig. 2.16).

Temos também as Bombas Injetoras,


que apesar de deslocamento positivo são uti-
lizadas exclusivamente nos motores do tipo
diesel para fornecimento do óleo que é inje-
tado na câmara de combustão (fig. 2.17). Por
este motivo, só serão estudadas na disciplina
Motores de Combustão Interna.

2.2.2 - Bombas de Deslocamento Não-Positivo ou Dinâmicas

São bombas normalmente utilizadas nas instalações hidráulicas para o transporte de


fluidos. Diante disso a importância da vazão aumenta e reduz a pressão em relação às bombas
de deslocamento positivo.
Deslocamento positivo= volumétricas: QU;Pfi

{ Deslocamento não-positivo=dinâmicas: Q fr ; Hs U

33
É bom lembrarmos que essas indicações de vazão, pressão ou carga servem apenas pa-
ra a classificação inicial das bombas. Ao longo do curso veremos muitas variações em relação a
elas. Teremos, por exemplo, casos de bombas de deslocamento não-positivo ou dinâmicas que
operam com altas pressões. Portanto, o leitor deve entender essas indicações como uma sim-
ples comparação entre os dois tipos.
Nessa bomba não existe vedação mecânica separando a entrada da saída, por isso ocor-
re vazamento interno. Esse tipo de recirculação é significativo se o compararmos ao que ocorre
na bomba estudada anteriormente.

São exemplos de bombas de deslocamento não-positivo:

• Centrífuga Radial
• Centrífuga Helicoidal
• Centrífuga Diagonal
• Axial

Para explicarmos o seu funcionamento e mostrarmos o vazamento interno, tomaremos a


bomba centrífuga radial representada na fig. 2.18, em corte, vista de frente.
O fluido que se aproxima pela tubulação de sucção passa pelo flange de entrada, cruza
o bocal de entrada e alcança o rotor. No rotor, o fluido é obrigado a passar por canais forma-
dos pelas pás; recebe a energia da bomba e é lançado na periferia, como pode ser visto na fig.
2.19. O caracol reúne o fluido que chega de todas as direções, conduzindo-o ao bocal por onde
alcança a saída da bomba.

s aída

...............
..................
......
.... . ..·•
. ... caracol,
\ .. : )/ voluta ou

:1 .
i. .1 -~~~----- caixa espiral

boca de
saíd 1··
t
ou
difusor
L. . .
..
\ ..
Fig 2 19
\'·
t\. .
Fig 2 18 Entretanto, no fim do caracol, o
fluido não tem como única opção o difu-
'\.
rotor ou sor. Há uma folga entre o rotor e a car-
impulsor caça, por onde o fluido pode recircular
(vazamento interno). É óbvio que o me-
lhor caminho é o bocal de saída, porém, se uma vál-
vula na tubulação de recalque vai sendo fechada len-
tamente, o fluido é obrigado a passar pela folga ..
(fig.2.20).
Retornando ao caracol pela folga, ocupa parte
do espaço do fluido que estava entrando. Obviamen- .. . ..
te, como o fluido (líquido) é praticamente incompres- ..
sível, temos uma quantidade menor entrando e, por V.lZ.lmento Interno
conseqüência, uma quantidade menor saindo da
bomba. Se a válvula está totalmente fechada, ele -~ ·-----:r---
tem que recircular e, se pára de sair, pára de entrar,
portanto a vazão será nula (Q = O). Fig 2 20

34
A " porta" de entrada está aberta, a bomba está funcionando, mas o fluido não entra,
pois não cabe e não existe fluxo.
Note o leitor que, graças ao vazamento interno, podemos regular a vazão que passa pe-
la bomba através de uma válvula, mesmo estando distante da mesma. A pressão interna au-
menta, mas não indefinidamente; quando atinge certo valor fica constante, não precisando de
válvula de alívio ou segurança.
A fig. 2.21 mostra uma curva característica de uma bomba desse tipo. Lembre o leitor
que no tipo de bomba estudado anteriormente, sem vazamento interno, temos uma reta verti-
cal paralela ao eixo da pressão com vazão constante, com um pequeno vazamento interno a
curva "cai" para a esquerda, diminuindo ligeiramente a vazão. No caso dessa bomba, com va-
zamento interno muito maior, a tendência é "cair" muito mais; a curva chega a encostar no ei-
xo da carga manométrica. Nesse ponto, de carga máxima e vazão nula, temos o ponto deno-
minado "shut-off" da bomba. A curva não encosta no eixo da vazão, pois não existe bomba
que forneça uma vazão tão grande a ponto de zerar a carga manométrica. Os próprios fabri-
cantes de bombas não representam a curva inteira e eliminam a parte das maiores vazões,
porque os rendimentos são muito baixos. Deixam a parte inicial justamente para verificar o va-
lor do "shut-off", que serve para ter uma noção do valor de fundo de escala de um manômetro
que eventualmente possa 100
1 1 1 '
n • 3500 rpm -
ser colocado na saída da
)a lft s, 1 1 1
bomba, mas não fornecem 1
se 61 6'
valores de rendimento pa-
1 1
1 -~ ....... 6? ~ - ~i-
ra vazões muito baixas. 'º r--,....._ ,.._
H
t 1
1
J \-=f'\. ' .....
~
\"""\ ....... - - -' '4
A curva caracterís- m ....
tica real (Bomba INI da 1 w-- ~
- ...... ...... '--
" " 61
, / ).. s.
'º ' 1
><
IMBIL) apresentada na fig.
2.21 mostra que a pressão l
'
i\ ~ ~!,..---'
1 - ~ .......... ..>< i'\.
I"'\.
o 209
~K ,,
> C1 ZOO
"p" é substituída pela car-
ga manométrica "H8 " (e- 40
1

53
"
I'.. V'
"
o 1 90

nergia por unidade de pe- _j


"' '
i'- '\ o ,as
so de fluido), expressa em o n s
"m", e como o objetivo é o 1
10
transporte de fluidos, a 0 16 0 m1/l1 64 fO
quantidade t ransportada . .
. rt t Fig. 2.21 - Curv:i C3r;1ctenst1ca de Bomb.l Centrifug.l R.1dl.ll
passa a ser 1mpo an e,
aumentando, portanto os valores de vazão que são expressos em " m3/h". É bom lembrar que
existem variações nas curvas características das bombas em função do tipo, mas que serão a-
bordadas nos próximos capítulos.

Quanto às tampas, dianteira e traseira, os rotores podem ser classificados como:

• Fechado
• Semi-Aberto
• Aberto

No rotor fechado as pás são protegidas, ou seja, existe uma tampa dianteira e uma
tampa traseira. O rotor fechado é normalmente usado para fluidos limpos, pois está sujeito a
entupimentos. Para fluidos sujos, ou com sólidos em suspensão, existem os rotores sellli-
abertos ou abertos. O semi-aberto só tem a tampa traseira, ao passo que o rotor aberto não
possui tampas e as pás originam-se no cubo. Em alguns casos, existe uma tampa parcial utili-
zada como reforço (tipo pé de pato).
O rotor fechado é o melhor, pois as tampas dificultam a recirculação, que indo do bordo
de saída das pás em direção à entrada do rotor, aumenta com o desgaste das peças e prejudi-
ca o rendimento volumétrico das bombas. Nos rotores semi-abertos e abertos, a recirculação é

35
livre, provocando uma diminuição do rendimento das bombas. Essa classificação determinada
pelo desenho mecânico das bombas é válida para todos os tipos de bombas centrífugas (fig.
2.22).
Fig 2 22 - Tipos de rotores

Fechado Semi-aberto Aberto

2.2.2.1 - Associações, Fabricantes e Selo Procel

Segundo o catálogo Bombas/Pumps (2004), editado pela CSBM - Câmara Setori-


al de Bombas e Motobombas, da ABIMAO - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e
Equipamentos (www.abimaq.org.br), que pode ser obtido através do site da entidade, temos os
seguintes fabricantes de bombas:
ABS - www.abspumps.com/absgroup JACUZZI - www.jacuzzi.com.br
ALFA-LAVAL - www.alfalaval.com.br KSB -www.ksb.com.br
ALSTOM - www.alston.com LEÃO - www.leao.com.br
ANAUGER -www.anauger.com.br MARK GRUNDFOS-www.markgrundfos.com
BOMAX - www.bomaxdobrasil.com.br MAUSA - www.mausa.com.br
CANBERRA - www.canberra com.br MB - www.bombasmb.com.br
CLARIDON - www.claridon.com.br METSO - www.metso.com
DANCOR - www.dancor.com.br NASH-ELMO - www.nash-elmo.com.br
DARKA-www.darka.com.br NETZSCH -www.netzsch.com.br
EBARA - www.ebara.com.br OMEL - www.omel.com.br
EQUIPE - www.equipe-bombas.com.br PAEM - www.paem.com.br
ESCO -www.bombas-esco.com PROMINAS-www.prominas.com.br
FLOWSERVE - www.flowserve.com SCHNEIDER - www.schneider.ind.br
FLYGT - www.flygt.com.br SPV - www.spvbomba.com.br
GLASS - www.glassbombas.com.br SULZER - www.sulzer.com
GLYNWED - www.glynwed.com.br THEBE - www.thebe.com.br
IMBIL - www.imbil.com.br WEATHERFORD - www.weatherford.com.br
INDSTEEL - www.indsteel.com.br WEIR - www.weirbrasil.com.br
Nota - foram inclufdos alguns fabricantes que não estão no catálogo.

A Câmara Setorial de Bombas e Motobombas participa do Programa Brasileiro de Etique-


tagem (PBE) com a inclusão da categoria bombas centrífugas. Além da Abimaq, a iniciativa con-
ta com o apoio do Instituto Nacional de Metrologia. Normalização e Qualidade Industrial (Inme-
tro) e da Secretaria Executiva do Procel. O PBE visa a conservação de energia elétrica em ele-
trodomésticos e equipamentos eletrônicos por meio de um sistema de Etiquetagem Informativa
sobre a eficiência energética dos aparelhos, o selo Procel, que significa "Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica". O objetivo é promover a racionalização da produção e do
consumo de energia elétrica, para que se eliminem os desperdícios e se reduzam os custos e os
investimentos setoriais.
A instalação do PBE tem o propósito de estabelecer metas de desempenho e conserva-
ção de energia em motobombas. É um fator que agrega valor ao produto, pois abre a perspec-
tiva de que a eficiência energética se torne um importante parâmetro para a exportação de e-
quipamentos, uma vez que diversos países estabelecem níveis mínimos de consumo para co-
mercialização (2002) (http://www.eletrobras.gov. br/proceljsite/home/index.asp).

36
Os testes realizados têm por objetivo:

• Obtenção das curvas características das bombas na rotação nominal;


• Verificar as condições reais de funcionamento dos conjuntos motobombas;
• Seguir a Norma Brasileira MB 1032 - Bombas Hidráulicas de Fluxo - Ensaios de De-
sempenho e Cavitação (ou ISO 2548).

2.2.2.2 - Bomba Cent rífuga Radial

É denominada também de "centrífuga pura". O fluido, nessa bomba, entra axi-


almente no rotor (fig. 2.23), passa pelos canais formados por pás de curvatura simples que não
provocam a rotação da partícula de fluido. O fluido é expulso do rotor na direção do raio, daí o
nome " radial". Em algumas bombas bem projetadas, a entrada (início) das pás pode ser de
curvatura dupla ou em dois planos, para que a transição da direção axial para a radial aconteça
com suavidade, ou seja, para que o fluido possa ser admitido dentro do canal entre as pás sem
muitos choques ou turbulências.
Toda a energia recebida pelo fluido é obtida através de forças centrífugas aplicadas no
líquido devido à rotação. Estas bombas são utilizadas quando se necessita de cargas manomé-
tricas mais significativas do que as vazões. Na fig. 2.23, além do rotor em corte já discutido,
KSB · Meganorm
U 11h,1: Me!J.l · Norm.i: ISO 2858 s

e n
9--
Bomba Centrifuga Normalizada para Uso Geral
uo
Fig. 2.23

' ~ ,1
.
- .--~---
r~~. \...-
. L111t11 t1e P&Ç1111

C>cnomn,:,ç.io

Cotpo o~pir;il 102


TillT1pa de pre,;~ 163
Ebro 210
Ao:or 230
Au14'1\0nl0 321
Suporto Ut rnanc;>t 330
l:lnlf)/1 de m:)neal 3EiO
Apor1., glllleta 452
An!ll ca<lelldO 4S8
G:i•el:i 461
Aflui d11 <Jes,ga$1C 502.1
Anel de des,gasto !>02 2
Luva p,oteiora do elXtl 524
••• u l>O HO Jnd,cador 111•,-el de Oleo 639

37
temos uma bomba centrífuga radial da KSB, tipo Meganorm, onde podemos observar as peças
internas.

2.2.2.3 - Bomba Centrífuga Helicoidal

Esse tipo de bomba também é denominado " Francis".


O fluido entra axialmente no rotor, cujas pás são de dupla curvatura
ou em dois planos, segue uma trajetória, que é uma curva reversa,
atinge o bordo de saída das pás, que pode ser paralelo ao eixo ou li-
geiramente inclinado, e é lançado no caracol na direção do raio, ou
numa direção ligeiramente inclinada (vide fig. 2.24).
Nessa bomba, parte da energia fornecida ao fluido é devida à
força centrífuga e parte devida à força de arrasto. A bomba centrífu-
ga helicoidal é utilizada para cargas manométricas e vazões com va-
lores médios.

2.2.2.4 - Bomba Centrífuga Diagonal Fig. 2 24

Recebe também o nome de " semi-axial". O fluido ent ra axial-


mente no rotor. Na passagem pelos canais formados pelas pás que pos-
suem dupla curvatura, esta é mais acentuada que a da pá do tipo ante-
rior, sendo a t rajetória uma hélice cônica. O bordo de saída das pás é
bem inclinado em relação ao eixo (fig. 2.25).
Nessa bomba, parte da energia fornecida ao fluido é devida à
força centrifuga (com menos intensidade em relação à bomba anterior)
e parte devida à força de arrasto (com mais intensidade em relação à
bomba anterior). A bomba centrífuga diagonal é utilizada para vazões
mais significativas quando comparadas com as cargas atendidas.

Fig 2 25
2.2.2.5 - Bomba Axial

Nesse tipo de bomba o fluido entra axialmente e, ao passar pelo rotor,


as trajetórias das partículas de fluido transformam-se em hélices cilíndricas. Na saída do rotor,
o escoamento é paralelo ao eixo (fig. 2.26).
Nessa bomba, a energia transmitida ao
fluido é devida puramente às forças de arrasto. s
Embora muitos utilizem o nome de centrífuga
axial, a força centrífuga decorrente da rotação
das pás não é responsável pelo aumento da
carga de pressão. As pás do rotor da bomba a-
xial são estudadas e projetadas segundo a teo-
ria da sustentação das asas e da propulsão das
hélices. Estas bombas são utilizadas quando o
interesse por vazão é muito mais significativo
do que em relação às cargas atendidas.

2.3 - Seleção de Bombas Dinâmicas Fig 2 26 e

Apesar de termos visto muitos tipos de bombas, é bom lembrarmos que para cada tipo
apresentado há uma aplicação específica. A análise sobre qual tipo de bomba é melhor para um
determinado serviço será feita posteriormente. A nossa preocupação foi apenas dar uma idéia
dos tipos, discutindo rapidamente o funcionamento dos mesmos. Entretanto, existem muitos
38
outros tipos que são encarados como variantes dos apresentados e serão estudados ao longo
do curso.
Quanto ao fluxo, podemos inclusive juntar os tipos centrais e formar um conjunto de
fluxo misto, hélico-diagonal, conforme pode ser visualizado nas figs. 2.27 e 2.28.

Fluxo
RADIAL MI STO AX IAL
{llêlic o-diago11.11J

-- ·-
Fig. 2.27

Radial Misto Axial Fig. 2.28

É importante lembrar que os tipos não são representados apenas pelos três formatos
apresentados acima, ou seja, temos vários formatos de cada um dos tipos, de acordo com as
necessidades de vazão (Q) e carga manométrica (H 8). Assim, se em todos os tipos a ent rada é
axial, note que a saída, que inicialmente acontece na direção do raio, vai descendo lentamente
até que fique completamente axial, como se fosse uma sucessão de mudanças geométricas,
como num filme, numa animação, onde iniciamos com as radiais e terminamos com as axiais.
A fig. 2.29 contém um resumo sobre recomendações de cargas e vazões. As indicações
de carga e vazão representam que, no sentido indicado pela seta, a importância da grandeza
em destaque aumenta em relação à outra. Assim, das axiais para as radiais, a importância da
39
carga em relação à vazão vai crescendo, enquanto que no sentido oposto, a importância dava-
zão vai aumentando em relação à carga manométrica.
Observe pelos "grifos" feitos no texto acima que existe sempre uma proporcionalidade
entre vazão e carga manométrica; não podemos, pois, cuidar apenas de uma grandeza sem re-
lacioná-la a outra. Além disto, fica difícil comparar a carga manométrica expressa em "m" com
a vazão que é expressa em "m3/h". Ao longo do curso será definido um modelo matemático
denominado "Rotação Específica" que verificará a proporção e importância de cada uma delas.
Note o leitor que existe lógica no exposto acima, pois, para uma vazão elevada é melhor
passar "reto" pelo rotor axial do que obrigar o fluido a percorrer uma curva fechada de 90°, re-
presentada pelo rotor radial, onde a perda de carga seria significativa.

◄ <1umento d.1 impo1tànci11 d<1 "H" em 1el.1ç5o à "O"

RJdíais Misto Axi.iis

aume nto cl.1 impo 1t.'i11cia d,1 "O" em telaçao à "H"

Fig 229

2.4 - Desmontagem de Bomba Centrífuga Radial

A bomba centrífuga radial é a mais empregada nas instalações hidráulicas industriais.


Esse nome é dado pelo princípio de funcionamento e nem sempre é utilizado para sua denomi-
nação. Na prática, recebe outros nomes diferentes, tais como: bomba horizontal: de mancai ou
monobloco, vertical, vertical "in-line' (como pode ser visto na fig. 2.30), auto-escorvante, quí-
m_i~a, bi-p~~ida, de f Centrífl.ça Radial Horizontal 1
vanos estágios etc., monoblooo
que são usados para
identificar os tipos de
serviços executados Vertical
ou os formatos das
mesmas, entretanto,
quanto ao princípio
de funcionamento são
consideradas bombas
centrífugas radiais.

Fig. 2.30
- -
Como é o tipo mais empregado, desmontaremos uma bomba, utilizando-a para apresen-
tar outros componentes internos que não foram citados até agora. O objetivo não é preparar
para serviços de reparos e manutenção de bombas e sim provocar a visualização dos compo-
nentes internos de uma bomba, identificando as peças, execução da carcaça, selagem, obser-
vando os caminhos internos do fluido desde o bocal de entrada até o bocal de saída.

40

..__

1
Utilizaremos como modelo uma bomba INI da IMBIL, já mostrada na fig. 2.30 (centrífu-
ga radial de mancai).
As bombas tipo INI da IMBIL são indicadas para bombeamento de líquidos em sanea-
mento, irrigação, indústrias químicas e petroquímicas, usinas de açúcar, destilarias, indústrias
de papel e celulose, esgotos brutos, caldo com bagacilho, circulação de óleo térmico, conden-
sados etc. As bombas da linha INI-BLOCK (monobloco) são indicadas no bombeamento de lí-
quidos limpos ou turvos e encontram aplicação em instalações prediais e de ar condicionado,
em serviços de resfriamento, na circulação de condensados, em irrigações, nas lavouras, nos
serviços públicos, em abastecimento de água nas indústrias etc.
São construídas dimensionalmente de acordo com as normas DIN 24 256/ISO 2858 e
mecanicamente de acordo com a norma ANSI B73.1. São bombas de eixo horizontal, mono-
estágio (um rotor), sucção horizontal e recalque vertical, de construção "BACK PULL-OUT",
permitindo a desmontagem para eventual manutenção pela parte traseira sem afetar o alinha-
mento e a fixação das tubulações. A carcaça é espiral, fundida em uma única peça, incorporan-
do os pés de fixação. Os bocais de sucção e de descarga são flangeados (ANSI B16.5 FF /
B16.5 RF), sendo que alguns modelos podem ser fornecidos com sucção e descarga rosquea-
das.
A vedação entre o rotor e a carcaça é feita por anel de desgaste substituível, facilitando
a manutenção da bomba. A vedação do eixo é assegurada por gaxeta na execução Standard ou
opcionalmente por selo mecânico (Tipo 21). O eixo é dotado de bucha protetora na região do
engaxetamento, sem contato com o líquido bombeado. O rotor é fechado, possui equilíbrio de
empuxo axial através de furos de alívio, exceto nos modelos 32-125 e 32-160. Dependendo da
temperatura do líquido bombeado as bombas podem ser fornecidas com câmara de refrigera-
ção.
O motor é fornecido com a bomba, padronizado com flange e ponta de eixo JM/JP de
acordo com a norma NEMA. Características: grau de proteção: IP 55, isolamento: B (130°() -
NBR 7094, fator de serviço: 1,15 (até 50 0/) e 1,0 (acima de 500/), rotação: 3500/1750 -
60Hz.

2.4.1 - Início da Desmontagem

Utilizaremos uma bomba INI-32-


125, que pode ser vista na fig. 2.31. Para ser
desmontada, quando instalada, devemos an-
tes retirar o acoplamento elástico que liga o
eixo da bomba com o eixo do motor elétrico
e em seguida retirar os parafusos de fixação
da base traseira da bomba.

Como a bomba foi construída no sistema back- pull-


out, ou seja, desmontagem pela parte traseira, devemos reti-
rar todos os parafusos que prendem a carcaça ao corpo da
bomba. Desta forma poderemos retirar todo o conjunto por
trás, deixando a carcaça (fig. 2.32) presa aos tubos de sucção
e recalque, facilitando, portanto, o serviço de manutenção. É
claro que este é o procedimento utilizado quando a bomba es-
Fig. 2.32 tá operando numa instalação.

41
2.4.2 - Anel de Desgaste ou de Vedação

Num rotor fechado, o fluido que entra na bomba passa pelos canais do rotor e é lançado
no caracol. No entanto, devido ao aumento da pressão na saída do rotor, o fluido buscará ou-
tras o ões de saída.
S9-~o do
co.ro.col Fig. 2.33 Aproveitando a folga existente entre o
(CAi'"C~C'O)
rotor e a carcaça, uma parte do fluido acaba
* passando por fora do rotor, ou seja, entre a
tampa dianteira do rotor e a carcaça e, se
não for impedido, acaba entrando novamen-
recirculação
te no rotor (fig. 2.33). Essa recirculação é
prejudicial, pois o rotor acaba fornecendo
energia para uma vazão um pouco maior do
que a vazão recalcada, prejudicando o ren-
dimento volumétrico da bomba. Na região
*"
localizada por " na fig. 2.33 e ampliada,
é colocado um anel de desgaste ou anel de
vedação que minimiza esta recirculação. Na
Q = vazão recalcada bomba em estudo esse anel é colocado sob
q = recirculação pressão na carcaça (interferência) e o rotor é
Qt = vazão dentro do rotor
encaixado no anel com ajuste incerto, onde é
'lv = Q / Qt permitida uma folga de 0,3 a 0,4 mm.
Rendimento Volumétrico
Observe também que o rotor da bom-
ba desmontada possui dois anéis de desgas-
te, um na parte dianteira e outro na parte
traseira, cujo ressalto
pode ser observado na Rebal>Co no rotor que
entra no anel com
tampa de pressão, a- ajuste Incerto
pós a retirada da porca
castelo e da chaveta
paralela que prendem
o rotor ao eixo (figura
2.34).
Os rotores se-
mi-abertos e abertos Fig. 2.34
não utilizam anéis de
Anel de desgaste dianteiro
desgaste, pois a recir-
culação é livre, no en- (colocado por interferência Ressalto p ara
na carcaça) anel traseiro
tanto o rendimento da
bomba diminui.

2.4.3 - Furos no Rotor

Alguns rotores fechados,


por estarem sujeitos a uma pres-
são negativa na entrada da bom-
Fig. 2.35 ara
ba e a uma pressão positiva na
o axial
traseira (do rotor), sofrem um
-··
. , 1 empuxo axial que tenta desmon-

f
.., tar o rotor do eixo e por este mo-
tivo teriam que utilizar rolamen-
tos mais caros que suportassem
esforços axiais. Isso acontece
devido à recirculação, já que o
fluido tenta escapar pelos dois lados do rotor.
42
Fazendo alguns furos (vide fig. 2.35) que permitem a comunicação da parte dianteira
com a parte traseira, estes reduzem drásticamente o empuxo axial e a bomba poderá utilizar
rolamentos de uma carreira de esferas, mais baratos. É claro que tal medida aumenta a recircu-
lação que acaba diminuindo o rendimento volumétrico, provocando a colocação, em muitos ca-
sos, de um outro anel de desgaste na tampa traseira (fig. 2.35).

2.4.4 - Tampa de Pressão e Luva Protetora de Eixo

Continuando a desmontagem, devemos puxar a tampa de pressão retirando-a do eixo,


trazendo junto a caixa de selagem da bomba e a luva protetora de eixo. Soltando as porcas
presas aos prisioneiros, podemos soltar o prensa gaxetas e observar os anéis de selagem (vide
fig. 2.36).
A luva protetora
'- ~===~~~~"!"'l":'rl.'
Caixa de,..~ · ~ ~
1

·
de eixo f
tem a .unçao- ~=--~"ri._.,.,,~ tampa
de
de proteger o e,xo do pressão
desgaste que represen- Prensa-
Gax etas
ta a selagem por gaxe-
tas, assim, depois de
certo tempo, troca-se a
luva e não o eixo. Para Luva
que a luva fique solidá- protetora
ria ao eixo ela é trava- de eixo
da numa extremidade
pela ponta da chaveta - ---"-=-------=- - -- Fig_. 2.36
-- _j
e para que não passe
fluido por dentro é feita a vedação através de um anel tipo "o-ring".

2.5 - Selagem da Bomba


fig . 2 37
Um componente importante para o bom funcionamento de
uma bomba é a selagem, que pode ser feita de várias formas.
O fluido que passa pela folga entre a carcaça e o rotor, mi-
grando para a parte traseira do rotor, tentará escapar aproveitando
a rotação do eixo que liga o rotor ao motor elétrico (vide fig. 2.37).
Para evitar a saída do fluido é feita a selagem da bomba. A selagem
pode ser feita tradicionalmente por gaxetas ou por selo mecânico.

2.5.1 - Selagem por Gaxetas

É o método mais antigo para controlar este tipo Fig. 2.38


de vazamento. Construída com fios trançados de fi-
bras, a gaxeta se caracteriza por ser um elemento ma-
cio, flexível e resiliente (elástico), com boa resistência
mecânica, tanto nas aplicações estáticas (hastes de
válvulas), como nas dinâmicas (bombas e eixos rotati-
vos) .
Na carcaça da bomba é feita uma caixa para o
alojamento das gaxetas (vide fig. 2.38). A gaxeta tem coixo cio.s
uma seção quadrada e é comercializada em rolos. De- g oxe to.s
ve-se procurar gaxetas nas medidas corretas em rela-
ção à folga entre o eixo e a caixa de engaxetamento. É conveniente que a gaxeta seja de me-
dida ligeiramente inferior à folga, pois ao apertar o prensa-gaxetas, ou preme-gaxetas, esta se
ajustará perfeitamente.
Caso a gaxeta escolhida esteja ligeiramente grossa e não entre na caixa de gaxetas, de-
ve ser colocada sobre uma superfície lisa para que um rolete seja passado sobre a mesma, até

43
ficar na medida desejada. Nunca deveremos utilizar um martelo ou similar para reduzir o diâ-
metro da gaxeta, pois esta prática destrói a estrutura da trança, inutilizando suas característi-
cas.
Os anéis de gaxetas devem ser cortados em forma o-
blíqua nas duas extremidades (fig. 2.39). Antes de colocar os
anéis devemos ter certeza de que a caixa de engaxetamento
esteja limpa e que os anéis de gaxetas anteriores, no caso de
uma manutenção, tenham sido totalmente removidos.
Os anéis devem ser colocados no eixo com as extremi-
dades tendo um ligeiro contato sendo que as juntas dos anéis
devem ser deslocadas em 90º vide fi . 2.40). Devem ser Fig. 2.39
empurrados com o prensa-gaxetas ou apertados
levemente, de forma que o eixo gire livremente
após a colocação dos anéis. O eixo por sua vez
deve estar perfeito, sem ranhuras ou outros tipos
de defeitos. Eixos defeituosos ou com vibração
destroem quaisquer tipos de gaxetas favorecendo
vazamentos.
Após a instalação da bomba, liga-se a
mesma regulando a vazão de trabalho e, conseqüentemente, o vazamento pela caixa de gaxe-
tas será significativo. Em seguida deve-se apertar o prensa-gaxetas lentamente, até que ocorra
um vazamento mínimo, necessário ao bom funcionamento, pois se não houver vazamento a
gaxeta queimará em função do atrito.

Geralmente, a câmara de engaxetamento é ligada à parte de pressão da bomba por


meio de uma furação, permitindo a passagem da água de vedação. Em caso de pequena altura
de recalque e grande altura de aspiração, a pressão do fluido de vedação sobre a gaxeta não é
suficiente para provocar o vazamento mínimo de dentro para fora e, ao invés dele, teremos a
entrada de ar, que não refrigerará o atrito do eixo com os anéis de axetas.

Neste caso, fluido externo de vedação deverá


ser conduzido ao anel cadeado ou anel lanterna com
uma pressão maior do que a pressão da caixa. Este a-
nel tem furações que distribuem o fluido para o lado do
rotor e para o lado do prensa-gaxetas. Na fig. 2.41 te-
mos a colocação de um anel cadeado entre anéis de
gaxetas. A seguir verifique as execuções de selagem
oferecidas pela IMBIL para a bomba INI (figuras 2.42 e
2.43). Fi . 2.41

~ncn10 dt ti..><io.
hmpo• O.lO a910Q..,OS. AI exeçvç64t• cócligot 2, J e• aomonte
1 Sllla;J~ r>\ por toni. 11\i.a.t poc:tetflo Mr ■pllcadas pa,e ~ l o s sem
T~ o1lur.a l!O 160 'C. clmare de refrtgeraçAo.

• Vaz.iodo trqutdo de ved~ ( llmin );

Salegetn • IP!~ • 1 llm.n


laY'91ffi 1 p r ~ t t do 3 • 5 ~mm
13orr.bOAflHN'IIO ~ f'lui(ll)S • Prtulo do liquido externo do veda~o {bar)·
tó~ ;ipreSSI\ OS e
1Mob6m p;,,.:, borobU 1 • Pr pa,a os ~ 32• I ~ e 32-160
2 sucoonando de um ~nque 2
aujC.:0 .1 \~UO. 1 , p._ p,era o r•WIIO doo modtlos
S4ilarm com hqu,do t,rr.po
por fonte cworn:,
Tempcro!ur3 ate 10S •e
Fig. 2.42

44

--
Observe que no desenho 1 da fig. 2.42,
recomendado para fluidos limpos e não agressi-
S.:.rt ~ .ln'ICI\I.) <IO lluldo~
c;,,-n I v1 cul,U s.e:.~ em vos, o furo na tampa de pressão faz a tomada
3 "'.!iPl10$.\? ,;, ou quanóo so de fluido com pressão dentro da bomba (fig.
e! ~e1.1 e,.,i.,, c ~ , . l o
p,,-'À f!?n!ci GY!Cffl.11 2.44), enquanto no desenho 2. recomendado
1,mi,,:•~,.,,1 ,,:~ 1c~·c para fluidos tóxicos e agressivos. o mesmo furo
foi plugado e a tomada é feita por fonte externa.
Fig. 2.43 •
~• 'PLUG..!!,
&~1!.,:nel\lo do ttu1do5
C(;ffl par1,c~ .ib,;i.v. ~ .
ft cm i.u,pcnsao ou com
4 tcnckric!.I II c1!!.Ul~lt1•~m
t A,:\,::~m com ljqu,Jo Empo
í po, tc-r to 1»-tema
Tempc,1\1.ira ;)•,e •OS'C
_...___

Já no desenho 3 da fig. 2.43, recomenda-


do para fluido sujo ou com partículas em suspen-
são, a entrada e a saída de fluido de lavagem é
feita por fonte externa e as tomadas podem ser
observadas plugadas na fig. 2.36 (na tampa de
pressão).

2.5.1.1 - Outras Informações sobre Gaxetas

As gaxetas podem trabalhar com todos os tipos de fluidos, tais como: água, va-
por, ácidos. cáusticos, óleos, solventes, gases, gasolina etc., em amplas faixas de pressões e
temperaturas.
As gaxetas utilizadas para vedações de eixos de bombas e hastes de válvulas são as~
xetas impregnadas e lubrificadas.
Os principais materiais utilizados são: fibras vegetais (juta, rami, algodão), amianto, a-
crílico, PTFE, aramida (Kevlar da DuPont), PTFE-grafite, sílica, fibras de carbono-grafite e grafi-
te flexível.
Os impregnantes e lubrificantes ajudam no bom desempenho. Além de lubrificar, preen-
chem os espaços entre os fios, ajudando na vedação. As gaxetas são impregnadas com: mine-
rais (derivados do petróleo), sintéticos e emulsões de PTFE. São lubrificadas com: silicones,
grafite e óleos minerais.
As gaxetas
CORTADOR OE OAXETAS são fabricadas de vá·
COM ANCULO OE 4$
rias formas: retorci-
das ( conjunto de fios
retorcidos), capa so-
bre alma (capa tran-
CORTADOR PORTATIL
çada sobre alma de
fios torcidos), capa
POSICI ONAOOR DE OAXETAS EXTRATOR OE CAXE'TAS

- sobre capa (várias


camadas de capas
trançadas), entrela-
cadas (fios trança-
Fig. 2.45
dos/trança fina e
trança grossa) e enroladas (tiras de vários materiais, enroladas ou dobradas).
A TEADIT, um grande fabricante deste setor, fornece equipamentos que facilitam a ma-
nutenção da selagem por gaxetas. como pode ser visto na fig. 2.45.

45
Além disto, este fabricante (TEADIT) oferece o produto JAMPAK, que é uma massa in-
jetável para bombas e equipamentos rotativos. Combina alta tecnologia química e de fibras pa-
ra produzir um material de engaxetamento com alta qualidade. Pode ser aplicada enquanto a
bomba está em operação, sem interromper a produção. Mais informações sobre esse produto
poderão ser obtidas no end~g: l}np__Jjwww.teadit.com.br/new/manutencao/jampak.php .
MASSA INJET AVEL ~ A massa injetável JAMPAK
PARA ENGAXETAMENTO (fig. 2.46) é fabricada a partir da
~ mistura de fibras sintéticas, graxas,
~~Ili!...~ ;/ óleos e outros produtos ligantes.
Ji •
~'!!
llliã
~
• ·-
a ~

-~
~

Fig
2 46
Essa combinação permite que as
bombas operem quase sem gote-
jamento, já que não é necessário o
gotejamento para a refrigeração. O
baixo coeficiente de atrito prolonga
r.:::::.'.h:aiiliiiiiT~iii~~rr.,~!lf.!l'ff::,:f::f:t~rr.,mm a vida dos equipamentos, reduzin-
do o desgaste dos eixos e de luvas
protetoras.
Atualmente são fabricadas
Bombas Bombas 80111!,.is
Equ1pamtntos Equipamentos Equip;imtnlos três tipos de massas: JAMPAK 26,
Rotativos Rotativos Ro1auvos 27 e 29. A massa ''26" é de fibra
CompacibUldode Plod. f-arnadult<OS Addos r«tts Acidos Fracos de PTFE atóxica, com lubrificantes,
Plod.Alímffllklos Ãlalis Fones Akalisíracos a massa ''27" é de fibra de PTFE
Sot.tnltS Produtos Gerais com grafite e lubrificantes e a mas-
Cor 8ranc• Preta sa ''29" é de fibra sintética com lu-
UMITtS OE SERVIÇO brificantes não contaminantes para
uso geral.
faixadtPH 0-14 2-12
A instalação da massa
Vtloc.Ptrrfé:ria(mhl 12 20 12 JAMPAK segue basicamente os se-
Temp./.lb.!I': 260 230 guintes passos:
1- Colocar anel de fundo de
Anti Antlutruslo
Indicado•_ _ __._2006 _ 1_2_060_ _ _._2_00_1G_1_20_10_ __._20
_I_9_
11_o« n gaxeta convencional ( antiextrusão);
_ 12_1__,
2- Completar a caixa de gaxetas
com massa, utilizando as mãos ou espátula apropriada; 3- Colocar anel de gaxeta convencional
(antiextrusão) ao lado da sobreposta. No final deve-se pressurizar a caixa, com pistola de inje-
ção que pode ser fornecida pelo fabricante, complementando a massa. (Nota: o fabricante re-
comenda que seja consultado, antes de qualquer aplicação, para evitar danos)

2.5.2 - Selo Mecâ nico

A selagem por gaxetas tem um custo de instalação relativamente baixo, no entanto ha-
verá um pequeno vazamento necessá-
rio que além de representar uma perda
e, conseqüentemente, um custo, pode
contaminar o ambiente em função do
fluido que está sendo recalcado. Além
disto, dependendo da agressividade do
fluido, o vazamento pode ser indesejá-
vel.
Para resolver este problema,
podemos utilizar a selagem por selo
mecânico. Este tipo é muito mais efici-
Fig. 2.47
ente que o anterior, no entanto é mui-
to mais caro.

'16
Para exemplificar podemos utilizar um selo simples, básico, utilizado em bombas tipo
monobloco, onde é colocado um flange especial no motor elétrico e a bomba é acoplada a este
flange diretamente.
Neste caso o aperto da
Vedação
intema
mola é feito pelo rotor da
bomba. O selo em questão é
indicado para fluidos não a-
gressivos quimicamente (água,
óleo lubrificante, soluções a-
quosas etc.), para pressões até
12 kgf/cm2 e temperaturas até
90°.

Fig. 2.48 O conjunto é formado


Vedação externa
por sede. anel primário e mola.
A "sede" é uma peça estacionária colocada no eixo com folga e alojada num rebaixo do flange,
pode ser feita em cerâmica, possui uma superfície bem polida e um anel externo de Buna-N faz
a vedação externa. O "anel primário" é uma peça que vai girar com
o eixo, construída normalmente em carvão, também com uma su-
perfície bem polida, sendo colocada num estojo metálico, onde in-
ternamente um outro anel fará a vedação no eixo. A mola é encai-
xada no estojo metálico e uma tampa sobre a mola proporciona a
superfície de aperto. (figuras 2.47 e 2.48).
Coloca-se no eixo a sede (presa na carcaça) e depois o esto-
jo com o anel primário (preso no eixo), permitindo que as duas su-
perfícies polidas estejam em contato: uma móvel (anel primário) a-
tritando-se com a outra fixa (sede). Desta forma é feita a selagem,
pois o fluido não conseguirá passar por entre estas duas superfícies.
A vedação interna do estojo não permite que o fluido passe pelo ei-
xo e a vedação externa da sede não permite que o fluido passe pela
2 49
carcaça. Além disso, para garantir maior vedação, uma mola pres- Fig. ·
sionará uma face contra a outra, sendo apertada pelo rotor que será colocado na ponta do eixo
(vide conjunto montado na fig. 2.49).

2.5.2.1 - Outros Tipos de Selos

Existem muitos tipos de selos mecânicos. As aplicações são inúmeras e muitos


fabricantes de se-
los desenvolvem GffUNDFOS ' ~
projetos especiais,
de acordo com a
solicitação de fa- Forma co11stn rtiv,1 :
H' Cal1ucho balanceado
bricantes de
bombas e outros. P,l1te I ot.1t. do selo:
U: Carbeto de Tungsténio
John Cra-
Q . carbeto de sllfcio
ne, Durametalic,
Burgmann, são P.11te estac. do selo:
U· Cart>eto de Tungstérno
alguns dos gran- Q: Carbelo de silício
des fabricantes de B: Grafde
selos mecânicos,
Pa rtes de hOII ,lcha:
entretanto, alguns E: EPDM
fabricantes de V:Yíton
bombas desen-
volvem seus pró-
prios selos.
47
A Grundfos (Mark-Grundfos - no Brasil) desenvolveu um selo de cartucho lacrado para
as suas bombas do tipo CR (vide figura 2.50). É um conjunto onde todos os componentes fo-
ram incorporados em uma unidade individual e pela compacticidade pode ser substituído em
minutos. Além disso, não há o risco de se montar os diversos componentes de modo errado du-
rante a substituição.

2.5.2.2 - Outras Informações sobre Selos Mecânicos

N ota: o texto a seguir foi retirado do trabalho apresentado pelos Engenheiros Miguel Vita (ex-
FEI) e Valter Schlaveth~ da JOHN CRANE✓ no 24º Congresso Anual de Celulose e Papel da
ABTCP, em São Paulo - Nov/91.
Com a freqüente necessidade de se
Fig. 2.51
roce vec.lo.nte conter fluidos nos sistemas mais diversos de
elisco prlnõ.rlo. bombeamento, compressão, agitação etc.,
foi desenvolvido um elemento que garante a
estanqueidade da vedação, designado como
r'IOIO.
selo mecânico. A primeira patente de um se-
lo mecânico surgiu em 1913. Após constan-
tes evoluções tecnológicas, chegou-se ao se-
lo mecânico da forma conhecida atualmente,
diversificado para aplicações distintas e ten-
do seu conceito constituído por: (vide figuras 2.50 e 2.51).

Vedação principal: formada pelo conjunto de "sede" (peça estacionária alojada na car-
caça do equipamento) e "anel primário" (peça rotativa fixa ao eixo), as quais em contato per-
manente evitam a migração do fluido para a atmosfera. A principal característica destas peças é
a de serem lapidadas e polidas para se obter perfeito contato entre as mesmas. Deve-se obser-
var que estas peças possuem movimento relativo, portanto teremos geração de atrito e calor,
os quais devem ser eliminados com a ação de um líquido lubrificante e refrigerante.

Vedação Secundária: responsável pela vedação do conjunto rotativo do selo com o eixo,
e da sede com a carcaça do equipamento. Esta vedação é de menor responsabilidade que a
principal, visto que é feita entre peças que não possuem movimento relativo entre si.

Sistema de Molas: responsável pelo contato permanente das faces selantes: sede x anel
primário. Devido a suas c.:1racterísticas, este sistema compensa qualquer desgaste entre as pe-
ças que compõem a vedação principal.

Vedação Principal
1 - Sede
2 - Anel Primário

Vedação Secundária
3 - Anel "O'Ring"
4- Cunha

Sistema de Molas
1 3 2 4 5
5- Molas

Os materiais de um selo mecânico podem ser resumidos em:

Sede (estacionária):
• N1-Resist - com resistência térmica, química e mecânica razQáveis;
• Cerâmica - elevada resistência química, resistência térmica e mecânica baixas;
• Carboneto de Tungstênio - elevada resistência térmica, química mecânica;
• Carboneto de Silício - características de resistência iguais ao anterior.

48

r
Anel Primário {parte rotativa): O material básico é a grafite (carvão). Em aplicações com
fluidos contendo abrasivos se utiliza carboneto de tungstênio e/ou de silício.

Partes Metálicas {cj. rotativo): As partes metálicas do selo mecânico compreendem esto-
jos (corpo que envolve o anel primário), molas, parafusos etc., e são normalmente de aço ino-
xidável. Em aplicações especiais, podem ser utilizadas outras ligas, tais como: hastelloy. monel,
titânio etc.

Vedações Secundárias: Os materiais básicos são: elastômero (Neoprene, Buna N, Viton,


Kalrez), plástico (Teflon) e grafite.

Lubrificação e Refrigeração: Assim como as gaxetas, o selo mecânico também necessita


de lubrificação e refrigeração nas faces selantes. Entre as faces deve existir uma película de lí-
quido limpo, por exemplo: água limpa, para evitar o desgaste prematuro entre as mesmas.

Recuperação de Selos Mecânicos: Considerando-se o desgaste normal de um selo me-


cânico nas faces selantes, este pode ser recuperado de modo que as peças sejam utilizadas no-
vamente, como se fosse um selo mecânico novo. A recuperação do mesmo abrange:
• lapidação e polimento das faces selantes (vedação principal);
• limpeza das partes metálicas;
• troca de peças que compõem a vedação secundária (anéis "O", cunha etc.).

Comparação entre Gaxeta (convencional) e Selo Mecânico:

• a gaxeta restringe o vazamento, enquanto que o selo elimina o vazamento;


3 3
• água de selagem (média) - gaxetas: 0,3 m /h, selos (vaporização): 0,03 m /h;
• potência parasítica (média) - gaxetas : 2,5 kW, selos : 0,5 kW;
• mão de obra especializada - gaxetas: não, selos: sim;
• trocas estimadas - gaxetas: 3 meses, selos: 12 meses;
• custo ir.icial - gaxetas: baixo, selo: alto;
• após seis meses de utilização (em média), o selo torna-se a opção economicamente
mais viável. O custo inicial do selo é mantido ao longo do tempo, enquanto para a gaxe-
ta, devido à substituição dos anéis e luva do eixo, o custo de manutenção aumenta sen-
sivelmente com o passar do tempo.

2.6 - Revisão

Após a leitura e estudo do capítulo, responda às perguntas abaixo, verificando se o as-


sunto foi assimilado. Se necessário, volte e leia novamente. Respostas no final da apostila.

17 • Basicamente, o que é feito pelas máquinas hidráulicas?

18 · Quais são as precursoras das máquinas motrizes e como é produzida a energia elétrica?

19 • Qual a base de funcionamento do carneiro hldráullco?

20 · O que acontece por causa da vedação mecânica existente nas bombas de deslocamento positivo?

21 • O que acontece à medida que uma válvula vai sendo fechada na saída de uma bomba de deslo-
camento positivo?

22 · O que faria as vezes de um "fechamento de válvula", parcial ou total, num circuito hidráulico real
( convencional)?

49
23 - o que caracteriza o aumento de pressão com vazão constante na curva teórica de uma bomba
rotativa de deslocamento positivo e porque não acontece na prática?

24 Na figura 2.11, baseado na bomba de tamanho nominal 023, compare o aumento percentual de
pressão realizado nos ensaios da mesma com a diminuição percentual de vazão provocada pelo
vazamento interno.

25 • Quais as unidades de vazão e carga manométrica ou pressão utilizadas nas curvas características
das bombas?

26 • O que é provocado com o aumento da excentricidade numa bomba de palhetas? Justifique.

27 • Esboçar um diagrama de velocidades na saída de uma pá voltada para trás (observe as figuras
2.28 e 2.19), mostrando qual será a velocidade absoluta (v) de saída do fluido.

28 • Por que não é necessária a colocação de válvulas de segurança ou alívio nas bombas de deslo-
camento não-positivo?
2
29 · Qual deverá ser o fundo de escala de um manômetro, graduado em kgf/cm , colocado na saída
da bomba cuja curva característica foi fornecida na figura 2.21?

30 - Na figura 2.21, baseado na curva correspondente ao rotor de projeto (209 mm) compare a dimi-
nuição percentual de vazão com o aumento percentual de carga manométrica. Utilize os pontos:
da vazão máxima até a vazão de 16 rn3/h. Compare depois com os valores obtidos na questão
"24".

31 Qual a vantagem do rotor fechado em relação aos outros?

32 - Em relação à curvatura das pás, quais as diferenças dos rotores radiais, helicoidais e diagonais?

33 • Qual a diferença entre a obtenção da energia recebida pelo fluido nos rotores radiais e os de flu-
xo misto?

34 - Por que não é conveniente o uso do termo "centrífuga axial''?

35 Qual o tipo de bomba que deve ser utilizado se a carga manométrlca e/ou a pressão necessária
for muito mais significativa em relação à vazão de água desejada?

36 - O que é permitido pela construção Back-Puli-Out?

37 Qual a vantagem da utilização do anel de desgaste?

38 • Todos os tipos de rotores podem utilizar anéis de desgaste?

39 - Qual a finalidade dos furos praticados nos rotores fechados das bombas?

40 • Qual a função da luva protetora de eixo?

41 Qual a função do anel cadeado?

42 Quais as diferenças entre impregnantes e lubrificantes, com exemplos, utilizados na fabricação de


gaxetas?

43 • Identifique os componentes de um selo mecânico (simples), indicando as partes fixas e as partes


móveis.

44 • Qual a diferença entre vedação primária e vedação secundária num selo mecânico?

50
CAPÍTULO 3 - CURVAS CARACTERÍSTICAS - INSTALAÇÕES E BOMBAS

3.1 - Curva Característica de uma Instalação

Começaremos estudando as necessidades das instalações, pois as bombas só existem


em função delas. Para tanto, modificaremos um pouco o conceito da carga manométrica "Hs"
que foi visto em Mecânica dos Fluidos.
Nos exemplos de MecFlu, normalmente temos instalações prontas, com bombas escolhi·
das e vazões conhecidas, onde geralmente são solicitadas as potências das bombas. Aplicamos
então a equação da energia para determinarmos a carga manométrlca e, com esta, a potência.
Não existe a preocupação de j ustificar como tudo isso foi conseguido, pois não faz parte dos
objetivos desta disciplina. Lembre o leitor que é uma matéria considerada do ciclo básico.
Como um dos objetivos do nosso curso é dar noções sobre o dimensionamento de insta-
lações hidráulicas, precisaremos dividir a carga manométrica " Hs" em dois tipos:

• H 8n = carga manométrica necessária para a instalação


• HBd = carga manométrica disponível de uma bomba

Nota: os índices "n" e "d" serão utilizados apenas no estudo inicial para facilitar a compreensão
do assunto, posteriormente ficarão subentendidos.

A primeira representa a necessidade de energia de uma instalação, pois se uma bomba


fornece energia, é sinal de que a instalação precisa dela; a segunda representa a disponibilida·
de de energia que pode ser oferecida por uma bomba. Essas duas grandezas podem ser estu-
dadas separadamente. Lembremos que:

Ha = carga = energia/ peso => [ H6 ] = F.L / F = L => "m" = N.m / N=J/ N

Portanto, a carga manornétrica disponível de urna bomba (HBcJ) representa a quantidade


de Joule (J => energia) que ela pode fornecer a cada Newton (N => peso) de fluido que pas-
sar por ela. Entretanto, qual será a quantidade de energia que o fluido de uma instalação ne·
cessitará para que um determinado serviço seja realizado? Por isso, precisamos verificar as ne-
cessidades da instalação e do serviço que se pretende atender, determinando a carga manomé-
trica necessária (Hsn) e depois procurar uma bomba que satisfaça a essas necessidades.

Para estabelecermos as necessidades de uma instalação não precisamos da presença da


bomba, basta reservarmos um espaço para a colocação da mesma. Tomemos como exemplo a
instalação "A", representada na figura 3.1. Utilizaremos uma instalação bem simples, que pode-
ria ser a deixada no capítulo 1, fig. 1.2, quando partimos para a montagem da instalação, esco-
lhendo materiais, determinando diâmetros, selecionando válvulas etc. Colocaremos o mínimo
número de válvulas que permita o bom funcionamento da instalação e, para simplificar, consi·
deraremos que o diâmetro dos tubos seja o mesmo em toda a instalação.
A curva característica da instalação "A" servirá para verificar como deverá variar a carga
manométrica necessária para a instalação em função da vazão que poderá ser recalcada e será
levantada a partir da função: Hen= f(Q).

Para obtermos a expressão necessária, aplicamos a equação da energia de (1) a (2):

eq. 3.1

Adotando: PHR => seção (1} e tanques de grandes dimensões:

51
v}' + Ai + -{ + Hs = v,% + P✓+ 22 + Hp1 2
/2g /y ri 12g 7;-•
O I

eq. 3.2

(2) 1------=~--
T
Inst "A" VGL

\ VRE e
(consumo)
(e) T (s)
Ãz

(1)
- · - P .H .R. - ·

VPR Dsuc = Drec Fig. 3.1

Para continuarmos, precisamos definir uma nova grandeza (Hest):

• Hest = carga ou altura estática de elevação ou a somatória das parcelas que


não dependem da vazão.

Para uma instalação qualquer: Hest = /J. z + 6 p


y
A carga de pressão corresponde a uma cota a ser vencida, como pode ser verificado na
fig. 3.2, onde supomos que o manancial, seção (1), esteja aberto à pressão atmosférica.

(2)
/
P2
.(-:,:-:-::::
.........:-
. . . .... .
........
p~r
. - -
~

_______ , Hest

ôz
~
'Y
ou ...
e>
Fig. 3.2

Como os reservatórios da instalação "A" estão abertos à pressão atmosférica:

Hest = ó.z substituindo na equação 3.2, temos:


Hs 0 = Hest + Hpl,2 eq. 3.3

52
Para encerrarmos, precisamos calcular as perdas. A fim de efetuarmos esse cálculo, se-
rão necessários gráficos, tabelas, além da discussão de vários detalhes. Para não perder a se-
qüência simplificaremos bastante, passando o cálculo das perdas para um novo item que será
apresentado posteriormente.
Utilizando o método do comprimento equivalente (lcq), podemos calcular as perdas com
a fórmula da perda de carga distribuída.
L v2
Hp1,2 = hr = f •- · - ⇒ f(v 2 )
D 2g
se v= f( Q) Hp1,2 = f (Q 2 )
ou Hp1, 2 = K .Q 2 , substituindo na eq. 3.3, temos:

2
Han = Hest + K.Q eq. 3.4

Temos acima a equação que rege a curva característica da instalação "A". Atribuindo
valores para a vazão, podemos calcular a carga manométrica que será necessária para cada
uma delas.

Q --- ► Q t
Hsn -----► Hs n t
Para a vazão nula (Q = O), temos a mínima carga necessária representada pela altura
estática de elevação (Hest)- À medida que a vazão aumenta, obviamente aumenta a necessida-
de de carga. Graficamente (fig. 3.3) podemos levantar a curva característica da instalação "A"
(CCI), que representa a necessidade de energia, ou seja, entrando no gráfico com uma deter-
minada vazão, subindo até a curva podemos determinar qual será a carga necessária para con-
segui-la.

Hsn CCI Para obtermos a equação 3.4, que


Inst. "A" possibilitou o levantamento da curva acima,
substituímos a perda de carga (HP1,2) da eq.
3.3 por K.Q2, porém, nem sempre essa par-
cela representa somente a perda de carga.
No caso da instalação "A", como a tubulação
interliga tanques de grandes dimensões, te-
2
H est mos K.Q = Hp 1,2. No entanto, se tivésse-
mos a saída de fluido como indicada na figura
~ - - - - - -- -- - - - - + Q 3.4, a equação ficaria:
Fig. 3.3

v2
Hs = Hest + _1_ + Hpl 2
n 2g ,
K.Q2

2
A parcela K.Q representaria não só a perda de carga, mas a somatória de todas as
parcelas que dependem da vazão.

53
Assim, para um caso genérico: (2)

lnst'.~C"
.6.p ó.V2
=/j.z + - + --+Hp12 eq. 3.5
y 2g ,
'-------v----' '---.---'
=Hcst =K.Q 2 llz

Fig. 3.4
Para levantarmos a CCI, não devemos buscar uma fórmula pronta onde podemos subs-
tituir as grandezas, pois cada caso é diferente. Para resolvermos qualquer caso. basta aplicar-
mos a equação da energia, respeitando as leis e regrãs da Mecânica dos Fluidos e a seqüência
estabelecida nesse item.

3.2 - Curva Característica de uma Bomba - CCB

No catálogo de um fabricante, para shut-off Fig. 3.5


cada bomba é fornecido um conjunto de
curvas características. Entretanto, a
característica principal é a variação da carga
em relação à vazão: H8 = f(Q) (fig. 3.5).
Nesta altura do curso, ainda não podemos
comprovar o tipo de curva representado na
figura ao lado, pois isso só será conseguido
1
1
®
com o auxílio da "Teoria das Bombas", mas
Hsm~ ________ J ____ _
utilizando a lógica podemos entender os
extremos da curva, pois uma bomba reage
diante da solicitação de uma instalação. o
Respeitando os limites da bomba, se Q=O On Omáx
o fluido encontra facilidade para passar por
uma instalação (o caminho está "livre''), passa "muito" (Q=>aumenta) e não é necessária mui-
ta "força de pressão" para empurrá-lo (Ha=> diminui).
No entanto, à medida que dificultamos o caminho do fluido, seja com o fechamento par-
cial de uma válvula, ou com uma tubulação muito longa, ou ainda com várias singularidades, a
quantidade de fluido que consegue passar pela instalação diminui (Q=> diminui), sendo neces-
sária uma maior "força de pressão" para empurrá-lo (Hs=> aumenta) a fim de vencer os obs-
táculos. Se dificultarmos ao máximo este caminho fechando totalmente uma válvula, por exem-
plo, a pressão vai aumentar, a bomba fará o máximo esforço para empurrar o fluido e não con-
seguirá, atingindo então o ponto de pressão máxima, ou a carga máxima, que é o ponto de
"shut-off" e o fluido ficará recirculando dentro da bomba graças ao vazamento interno.

A curva da bomba representa a disponibilidade de energia. Se uma instalação necessitar


de uma vazão Qn, a bomba poderá fornecer uma carga Had, se precisar de uma vazão maior, a
bomba só poderá fornecer uma carga menor.
Para cada bomba, podem ser levantadas várias curvas características:

( Hs ; lls ; Na ) = f ( Q )

onde : 11 8 = rendimento da bomba e Na = potência da bomba (no eixo)

54
Na fig. 3.6 temos um conjunto de curvas Hs
características de uma bomba centrífuga radial.
No catálogo do fabricante, a apresentação é um
pouco diferente, mas será discutida nos próximos
capítulos.

3.3 - Ponto de Funcionamento

Apresentadas a curva característica de


Ns
uma instalação (CCI) e a curva característica de
uma bomba (CCB), temos uma delas represen-
tando a necessidade de energia e a outra repre-
sentando a disponibilidade de energia. Juntando
a "necessidade" com a "disponibilidade" (fig. 3.7)
surge o ponto "C" de cruzamento das duas. Fig. 36 Q

O ponto (C) pode ser interpretado de duas formas diferentes: pela instalação e pela
bomba. Se na instalação "A" queremos recalcar uma vazão Qc, ela necessita de uma carga Hsc.
Se alguma instalação solicita da bomba "B" uma
vazão Qc, ela só poderá fornecer uma carga Hac. Ha p onto de fun cionamento
Esse ponto representa o "ponto de fun- CCI
cionamento" da bomba "B" operando na instala- Inst. "A"
ção "A". Tal ponto também pode receber diversos
nomes, tais como: ponto de trabalho, ponto de H11c
operação e outros, evitando por enquanto nomes
como ponto ótimo, ideal etc.
No projeto de uma instalação, com a va- H est CCB
homba B
zão necessária (Qn) podemos, aplicando a equa-
ção da energia, calcular a carga manométrica ne- L - - - - - - - - - ' - -- - - Q
cessária (H80). Com essas informações, partimos Qc
Fig. 3.7
para a escolha da bomba.

Ha
Hs
CCI

/
!\CCB
1
1
1
.___ _ _ __.______...___ __
1 Q
Fig_ 3.8
Selecionada a bomba, notamos que o pon-
to "Qn;Hsn" (fig. 3.8) nem sempre faz parte dessa
curva. Com o auxílio da curva da instalação po- Fig. 3.9 Q
demos então determinar qual será o ponto de ' - - - - -- - - - - -- - - - - - - '
funcionamento, analisando se ele é conveniente ou se devemos procurar uma outra bomba.
Esta prática é comum, já que devido aos erros que podem ser cometidos nos valores
que são coletados de tabelas, gráficos etc, costuma-se aumentar a vazão em 10 a 20% em fun-
ção da responsabilidade da linha, definindo então o ponto que será selecionado.

55
Com o ponto de funcionamento determinado, podemos verificar os valores das outras
grandezas (fig. 3.9).

3 .4 - Exemplos de Curvas Características

No item 3.1 apresentamos a curva característica de uma instalação genérica, procuran-


do utilizar uma instalação bem simples. No entanto, existem instalações onde o "Hest" (altura
estática de elevação) assume valores diferentes dos considerados até agora. Vejamos as dife-
renças, com alguns exemplos.

3.4.1 - Tanques com Mesmo Nível

Na fig. 3.10 temos uma


(1) (2) instalação onde os níveis dos tan-
1-------1 - - - - - - - -
~ ~ ques estão numa mesma cota.
Nesse caso a bomba é colocada
para promover o fluxo, não
havendo altura estática de
elevação a ser vencida, portanto
Hest = O (fig. 3.11).
Fig. 3.10

3.4 .2 - Escoamento por Gravidade Fig 3 11

A figura 3.12 mostra uma instalação sem


bomba que pode operar por gravidade. O "Hest"
visto até agora representa a mínima carga que
deve ser fornecida ao fluido pela bomba. No He
exemplo dado, o desnível entre os tanques
( t.z) representa o "Hest" que, no caso, deve
ser considerado uma "reserva de energia" da
instalação, que pode ocupá-la para provocar o
escoamento sem o auxílio de uma bomba. Esse HeSt 1--===---------1.- - - - -~
0
" Hest" é negativo (fig. 3.13) e a curva da insta-
lação deve ser levantada até alcançar o eixo da vazão, onde H80 = O, ou seja, toda a "energia
de reserva" foi utilizada para proporcionar a máxima vazão aduzida por gravidade (Qmáx),

(1)
~ a Fig 3.12

{ PHR => (2)

~z 1:-.z + Hs n == Hp1, 2

substituindo:
-~ (2)
{1:-.z = Hest e Hp1,2 = K. Q
2
~

-- ---
H8n = - Hest + K.Q 2 eq. 3.6

56
Atribuindo valores para a
vazão na equação 3.6, calculamos HB
os valores de Hsn até que seja ai·
cançado Hsn = O, levantando a
curva característica para determi·
1
nar Q màx• Todos os outros valores I
de Hsn até a vazão máxima serão I
/
negativos. Podemos concluir que, I
enquanto o Hsn ~ O , não haverá o /
Q
necessidade de bomba.

-Hest
Fig 3.13
3.4.3 - Bomba Booster
e m By-Pass

Na figura 3.14, temos uma


instalação que pode operar por
~
(1)
.~ Fig. 3.14

gravidade, mas que está contando


com o auxílio de uma bomba. Nu·
ma instalação desse tipo, a bomba
recebe o nome de "Boostel', pois
~z
amplifica a vazão por gravidade.
Este tipo de bomba trabalha " afo-
gada", ou seja, abaixo do nível do
manancial.
Na fig. 3.15 as curvas re·
presentadas mostram o aumento
! Ir
(2)
~

da vazão proporcionado pela bom-


ba "Boostel'. .(;®
(e)

Normalmente essas instalações trabalham com a bomba em "by-pass', ou seja, se ava·


zão por gravidade é suficiente, a bomba não chega a ser utilizada, mas, quando há necessidade
de uma vazão maior, ela entra em operação (Vide esquema na fig. 3.16).

HB
CCI
by-pass

o Q

Omãx
-Hest com bomha
Fig. 3.16
Fig 3.15

57
3.4.4 - Circuito Fechado

Na prática temos muitos


circuitos fechados, ou seja, a bomba
alimenta uma linha que acaba
terminando na própria entrada da
bomba. Na fig. 3.17 temos um circuito
fechado contendo um equipamento E
(E) com a presença de uma válvula
para controle da vazão. A bomba (s)
provoca o escoamento através do
equipamento, que poderia ser um
trocador de calor, por exemplo,
retornando para a seção de entrada
(e) Fig 3 17
da mesma. Como já foi exposto anteriormente, em caso de dúvida, para levantar a CCI basta
aplicar uma equação da energia.

Aplicando a equação da seção (e) até a seção (e), com o escoamento acontecendo por
todo o circuito, temos:

Fig. 3.18

2
Hsn = K.Q eq. 3.7
=> Hcst = O

Como pode ser comprovado pela e-


quação 3. 7 e verificado na fig. 3.18, a bom-
ba será utilizada apenas para vencer as per-
Hest- O Q
das do circuito.

3.5 - Cálculo das Perdas

Para obtermos a curva da instalação no item 3.1, substituímos a perda de carga da e-


2
quação 3.3 por um K.Q , obtendo a equação 3.4, empregada no levantamento da CCI . Preci-
samos agora discutir alguns detalhes que possibilitem o cálculo das perdas.
Sabemos que a perda de carga de uma instalação {Hp) pode ser calculada por:

Hp = r hf + í: hs
onde: hf = perda de carga distribuída (trechos retos)
hs = perda de carga singular {perturbações bruscas)

No item 3.1 citamos o método do comprimento equivalente {leq). Lembrando que tal
método pode ser utilizado para o cálculo da perda singular ou localizada, em vez da fórmula
específica que é dada por:
v2
eq. 3.8 hs = Ks onde Ks = coeficiente da perda de carga singular
2g
e v = velocidade média do fluido

58
O método do comprimento equivalente consiste em substituir determinada singularidade
por um comprimento fictício de tubo de mesmo diâmetro que provoque a mesma perda de car-
ga, só que do tipo distribuída. Assim:

Leq v 2
se hf=f•-· - eq. 3.9
D 2g

onde : f = coeficiente da perda de carga distribuída

Igualando as equações 3.8 e 3.9, temos:

f . L~q - ~ = Ks -~ :. Leq = Ks/ eq. 3.10

No entanto, não utilizaremos essa fórmula, pois os valores de leq serão retirados das
tabelas, sendo acrescentados ao comprimento real dos tubos ( Lr)-

eq. 3. 11

onde : LT = comprimento total


leqT = comprimento equivalente ao total das singularidades

Nota: Na equação 3.9, utilizamos "D" (diâmet ro geométrico) em vez de "DH" (diâmetro hidráu-
lico), no entanto, lembre o leitor que, se o tubo tem seção circular e é forçado, ou seja, total-
mente preenchido pelo fluido, o diâmetro hidráulico coincide com o diâmetro geométrico
(D=DH)- Como dificilmente trabalhamos com um tubo que não seja de seção circular, para sim-
plificarmos, utilizamos o diâmetro geométrico (interno) dos tubos.
LT v2
Então Hp = f - - ·- eq. 3.12
D 2g

Sabendo que V=-=--


Q 4.Q v2 = 16.Q 2
A rr.D2 rr2 .D4
Substituindo na eq. 3.12:

8 .f.LT.Q 2
Hp = eq. 3.13
7t
2 .D 5 .g

Como no Capítulo 1 já vimos como determinar diâmetros, para calcularmos a perda de


carga precisamos do comprimento total (LT) e do coeficiente da perda de carga distribuída (f).

Nota: Fica subentendido que se temos dois diâmetros envolvidos, como sucção e recalque, por
exemplo, que normalmente são diferentes (Dsuc>Drec)✓ devemos calcular as perdas separa-
damente.
eq. 3.14

3.5.1 - Obtenção do Comprimento Total

Como vimos na equação 3.11 (LT = Lr + leqT), para conseguirmos o valor do compri-
mento total, precisamos dos comprimentos equivalentes das singularidades envolvidas. Para
obtermos tais valores, devemos consultar tabelas ou gráficos. Existem muitas tabelas que po-

59
dem ser encontradas em livros, manuais, catálogos etc., entretanto, ao compararmos os valo-
res obtidos em várias dessas tabelas para uma determinada singularidade, encontramos dife-
renças que, dependendo do tipo de singularidade escolhida, podem ser grandes. E fica a per-
gunta: Qual dos valores está correto?
A resposta é muito simples: todos estão corretos (acreditando-se que todas as tabelas
sejam honestas). Se a singularidade escolhida é uma válvula globo, por exemplo, podemos en-
contrar valores diferentes, pois existem muitas geometrias internas diferentes para essa válvu-
la. É muito "simples" imaginar que todas as fontes das tabelas utilizaram a mesma válvula com
a mesma geometria.
Mas fica a pergunta: qual a tabela que devemos utilizar? É uma pergunta um pouco
mais difícil de responder. O ideal é utilizar a tabela do fabricante, do qual as válvulas e os de-
mais acessórios foram adquiridos. Contudo, poucos são os fabricantes que realizaram ensaios
publicando os valores. Dificuldades técnicas não representam desculpas, pois não é difícil reali-
zar esse tipo de ensaio. O grande problema é o custo, representado pelo local, equipamentos e
pessoal habilitado.
Um exemplo de como o custo pode ser reduzido, já que é a grande preocupação das
empresas, é encomendar o ensaio, como fez a FUNDIÇÃO TUPY (tradicional fabricante de co-
nexões), localizada em Joinville-SC. Essa firma encomendou o ensaio para o Departamento de
Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia de São Carlos e os resultados foram coloca-
dos no catálogo de produtos. As tabelas podem ser encontradas no Apêndice I - TG-3{fG-4.
Alguns fabricantes de válvulas também realizaram ensaios e muitos desses valores estão
tabelados no catálogo "Válvulas Industriais Brasileiras"- da CSVI- Câmara Setorial de Válvulas
Industriais - ABIMAO. colocados na tabela TG-5 do Apêndice I.

Há também uma outra fonte de informação t ipo Leq(m) OI" ou 0 11 0 111"


no Apêndice I, o ábaco TG-6, para determinação
de comprimentos equivalentes, levantado pela
CRANE, presente na maioria dos livros. O ábaco é
constituído de três colunas, como mostra a fig.
3.19.
Identificamos o tipo de singularidade na
primeira coluna e o diâmetro interno do tubo em
I '
polegadas na terceira coluna, entretanto o diâme- ' .....
' '
tro nominal pode ser utilizado, já que a diferença é '
irrisória. Unimos as duas informações através de
uma reta, retirando da segunda coluna o valor do
comprimento equivalente em metros, cortado pela
mesma.
Fig. 3.19- Utilizaçéo do Ábaco

Como tais informações de comprimentos equivalentes servirão de exemplo para o nosso


curso, em exercícios ou trabalhos, estabelecemos uma ordem de consulta:

• °-
1 TG-3 - (TUPY) - para conexões;
• 2° - TG-5 - (CSVI) - para válvulas;
• 3º - TG-6 - (CRANE) - para eventuais casos não encontrados nas anteriores.

Importante lembrar que os valores ret irados de todas as fontes, expostas nessa apostila
ou não, representam apenas uma orientação para os cálculos efetuados nos projetos de insta-
lações; os valores não devem ser considerados absolutos. A confiança em uma tabela seja qual
for só é alcançada quando utilizada pelo iniciante num caso real e os resultados comparados
com os valores esperados. Depois de alguns exercícios feitos, será verificado que alguns valores
não constam em nenhuma das tabelas e para consegui-los deverá ser procurada a singularida-

60

J
de que mais se aproxima do caso estudado, desde que seja uma singularidade simples e não
um equipamento qualquer que provoque muita perda de carga.

3.5.2 - Obtenção do Coeficiente da Perda de Carga Distribuída

Sabemos que o "f", coeficiente da perda de carga distribuída, pode ser obtido através
do diagrama de Moody-Rouse, encontrado no Apêndice I - TG-7. Para tanto, precisamos obter
os valores do número de Reynolds "Re" e da rugosidade relativa equivalente (D/K).

Re = v.D D
e ⇒ Moody - Rouse ⇒ f onde:
\) K

• v = velocidade média do fluido (m/s)


• u = viscosidade cinemática do fluido (m2/s)
• D = diâmetro interno (hidráulico) (m)
• K = rugosidade equivalente (tabela no Moody-Rouse) (m)

A viscosidade cinemática "u" pode ser encontrada na tabela TG-8 do Apêndice I, que
fornece a variação da viscosidade de diversos líquidos em função da temperatura (ou TG-12
=> p/ água).
Num projeto de instalação, sabendo a vazão, podemos calcular as perdas e chegar à
carga manométrica necessária, pois para uma vazão temos uma velocidade e conseqüentemen-
te um "f ". Se com os valores de vazão e de carga definimos a bomba que deve ser utilizada, o
problema está resolvido. Entretanto, se precisamos levantar a curva característica da instalação
para auxiliar na escolha da bomba, temos que deixar a vazão como incógnita, atribuindo valo-
res diferentes para a mesma. Porém, o "f " depende da vazão, então, devemos deixá-lo também
como incógnita, modificando a equação 3.4 para:
• 2
H 8 n = Hest + K .f .Q eq. 3.15

Para cada vazão atribuída calculamos: a velocidade, o Reynolds, obtendo o "f" no dia-
grama de Moody-Rouse; calculamos depois a perda de carga, que somada ao "Hest" fornece a
carga Hsn- Todavia, isso representa um trabalho muito grande, sem levar em conta que pode
ser duplicado no caso de dois diâmetros diferentes, sucção e recalque, o que normalmente a-
contece. Para reduzirmos então a carga de trabalho, podemos aplicar soluções alternativas que
serão discutidas a seguir.

3.5.2.1 - Vazão Necessária Conhecida

Com a vazão Qn (vazão necessá-


HB
ria) conhecida, obtemos o "f", conside- "2" CCI • correta
rando-o constante para outras vazões. \,:'
/
Ao levantarmos a CCI só temos dois CCI · f = cte
pontos corretos: o da vazão nula e o da
vazão Qn. Entretanto, se estamos pro- H
curando uma bomba para a instalação,
só decidimos pela escolha se a vazão
Bn
0
fornecida por uma determinada bomba
for Qn, ou pelo menos uma vazão um
pouco maior que a desejada. Assim, o I' ,-.
erro cometido por considerar o "f" cons- Fig. 3.20 Qn Q>On Q
tante não será significativo, pois se a '---- - - - - - - - - - - - - - - - ~
vazão não muda muito, o "f " é praticamente o mesmo.

61
Na fig. 3.20, temos a representação disso. A curva "1" é levantada com f= cte e a "2" é
a curva supostamente correta, onde cada vazão gerou um valor de "f".
3.5.2.2 - Vazão Ne ce ssária Desconhecida

Nesse caso existe uma bomba que se pretende utilizar numa instalação e preci-
samos determinar qual a vazão que será recalcada. Em tal situação, onde a vazão é desconhe-
cida, não podemos determinar um "f" de referência, como no caso anterior.
Para resolvermos o problema, podemos adotar um valor para o "f" considerando-o
constante para qualquer vazão. É óbvio que depois que levantamos a CCI, juntamente com o
ponto de funcionamento, chegaremos a uma vazão e deveremos efetuar uma verificação do "f"
adotado (semelhante ao método das tentativas, abordado em Mecânica dos Fluidos).

Qobuda => v => Re => Moody-Rouse => "f" => comparar com "f " adotado

Se o resultado da comparação é satisfatório o problema está resolvido, mas se a dife-


rença não é pequena, devemos adotar um outro valor de "f" levantando uma nova CCI, obter
uma nova vazão e conferir novamente. E assim sucessivamente, até que:

f verificado =f adotado

2 4

,08

.06

Fig. 3.21

Para que o número de tentativas seja o menor possível devemos utilizar as recomenda-
ções da Mecânica dos Fluidos, ou seja, adotar um " f " conveniente para que a igualdade aconte-
ça logo na primeira tentativa. Podemos empregar para isso o valor da rugosidade relativa equi-
valente (D/K) como orientação para a escolha do "f". A fig. 3.21 mostra um trecho do diagrama
de Moody-Rouse. Lembremos que a linha traço-ponto representada nesse trecho separa duas
regiões do diagrama, isto é, da linha para baixo, a região de transicão entre o escoamento liso
e o escoamento rugoso, da linha para cima, a região do escoamento rugoso, onde as curvas
"D/K" tornam-se retas paralelas ao eixo do Reynolds.
Isso significa que, dado um valor de D/K, a partir do cruzamento da curva D/K com a li-
nha traço-ponto, o " f " é constante, porque para altos valores do número de Reynolds, as forças
viscosas tornam-se desprezíveis e o "f", que normalmente depende de "Re" e "D/K", ou das

62
forças viscosas e forças rugosas (f = f (Re;D/K)), passa a depender apenas de D/K, ou das for-
ças rugosas (f = f (D/K)). Tal fato pode ajudar na escolha do "f".
Observemos na fig. 3.21, que para D/K= 20, no cruzamento com a linha divisória (tra-
4
ço-ponto), o Re= L5x10 = 15.000, e o "f"= 0,072. Notemos que o valor de Reynolds é
"baixo", fugindo do normal em relação ao que ocorre nas instalações, portanto, se o D/K de
uma instalação fosse igual a " 20" (embora também seja um valor muito baixo, dificilmente uti-
lizado na prática) e adotássemos f = 0,072, teríamos sucesso logo na primeira tentativa, pois
para Re ~ 15000 => f = 0,072(cte) e a probabilidade de ter um "Re" maior do que esse é
muito grande, ou seja, qualquer que fosse o valor de Reynolds na verificação, desde que maior
do que 15000, o "f" adotado (0,072) seria confirmado.
No entanto, geralmente os valores de D/K são maiores e à medida que o D/K aumenta o
patamar do hidraulicamente rugoso diminui, como pode ser observado no trecho de diagrama
apresentado.
Mesmo assim podemos usá-los como orientação. Tomemos como um segundo exemplo
0/K= 1000. Pelo gráfico (fig. 3.21), para Re= 1.5x10 6 = 1.500.000, um "Re" considerado
"alto", o valor de f = 0.0195 (cte), que representa o mínimo valor de "f ". Como a probabili-
dade de dar certo na primeira tentativa diminui bastante, podemos diminuir o ''Re" para um ou-
tro valor (apenas fazendo uma estimativa), verificando a alteração do coeficiente "f ". Utilizando
5
como "referência": Re= lx10 = 100.000, que já é um valor razoável (lembrando que na mai-
oria dos exercícios da Mecflu o Reynolds fica em torno de 80.000 a 120.000), o "f" aumenta
para 0,0215 (;:::: ). Notemos, portanto, que o "Re" diminui de 1.500.000 para 100.000 (93%)
e o "f" aumenta de 0,0195 para 0,0215 (10,3%). Utilizando o bom senso podemos adotar um
"f" nessa faixa, de preferência referente a um "Re" mais próximo de 100.000, partindo para o
levantamento da CCI e posterior verificação.
Apesar da preocupação demonstrada acima, o valor do coeficiente da perda de carga
distribuída retirado desse diagrama não deve ser considerado como valor absoluto e sim uma
referência que auxilia nos cálculos, estando su·eito a desvios.
Não há como evitar os
~---..__----------------~
mb ~
valores duvidosos e somos obri-
gados a trabalhar com: compri-
min - - - ~
mentos equivalentes, diâmetros Hestmáx

internos retirados das normas,


coeficientes da perda de carga t Hest min
distribuída, incerteza nas curvas = -' máK
t------=~
características das bombas ofe-
recidas pelos fabricantes etc. Pa- mín Fig 3.22
ra evitarmos inconvenientes, de- i ---- B
vemos adotar coeficientes de se-
gurança, que em geral são apli- HBr-----
cados na vazão, escolhendo uma
bomba que forneça um pouco
mais do que necessitamos, como
já foi citado anteriormente.

3.6 - Modificações das Cur-


vas Características de Insta-
lações
_L
São vários os fatores que
modificam as curvas característi- Hest min

cas das bombas e das instala- Qmin Qmáx


Q
ções. Como alguns deles necessi-

63
tam de mais informações teóricas para que sejam discutidos, deixaremos para o próximo capí-
tulo as alterações das curvas das bombas e discutiremos apenas as alterações das curvas das
instalações.

3.6. 1 - Alterações dos Níveis dos Ta nques

A fig. 3.22 traz uma instalação que pode utilizar níveis diferentes no manancial e no tan-
que superior. Dessa forma, temos uma altura estática de elevação máxima e uma mínima que
provoca uma faixa de vazões, tão maior quanto maior for a diferença de cota ôh representada
no gráfico na figura. Dependendo da instalação a faixa de vazões pode ser inconveniente, no
entanto, o problema pode ser resolvido com a alteração da rotação da bomba, que será estu-
dada no próximo capítulo.
Quando um poço alimenta uma instalação, tipo semi-artesiano, e temos dois níveis, um
estático e outro dinâmico, podemos ter apenas a variação do nível do manancial, que acontece
quando a bomba está funcionando. Na fig. 3.23 (do catálogo da SCHNEIDER-Bombas) temos
uma instalação deste tipo, onde aproveitamos para apresentar uma instalação de recalque típi-
ca com todos os componentes.

·-·-·------------.--~

V.CL0 80

vk.\'l;v,.
D! Rc-mc,Ço - .
Hest Máx

RC'OIJçiQ OCcôrrRICA

UN'Jb
/
Hest Mín

Nível
Dinâmico ..L,_~~

v.L'AJLA oc 1>t
CO\I CRIVO

fO~ITE; SCHNEIDER BOMBAS

Fiq. 3.23

64

1
3.6.2 - Fechamento de Válvula

O fechamento parcial de uma válvula pode alterar o ponto de funcionamento, provocan-


do a modificação da curva da instalação. A válvula pode estar localizada no recalque ou na suc-
ção, porém não é recomendável colocar válvulas de controle de fluxo (tipo globo) na sucção
para evitar problemas de "cavitação", um fenômeno que será estudado posteriormente.
Quando levantamos uma CCI, utilizamos valores de comprimentos equivalentes retirados
de tabelas. Nessas tabelas, para as válvulas com volante, os valores são fornecidos na condição
de "totalmente abertas", significando que os valores anotados são mínimos (leqmin). Assim,
quando levantamos a CCI, a vazão do ponto de funcionamento é máxima (Qmáx), À medida que
a válvula vai sendo fechada haverá um aumento da perturbação, elevando conseqüentemente
o comprimento equivalente da válvula. Lembrando as equações 3.11 e 3.13:
' H 8. f.LT.Q2
LT= Lr+LeqT e p =
n 2 .D 5 .g
HB
Se o comprimento
total (Lr) aumenta, au-
menta o valor do "K", fa-
zendo com que a curva
da instalação seja deslo-
cada para a esquerda. A
fig. 3.24 representa isso.
A válvula totalmente a-
válvula
totalmente berta proporciona
aberta "Qmáx", Alterando a va-
(leqmín)
zão para Q1 < Qmáx, a-
través do fechamento
parcial da válvula, tere-
mos o aumento do "K". A
Q2 Ql Qmáx curva "sobe" até que no
cruzamento da CCI com
~ ----------------1
fechamento de válvula
Fig . 3.24
a CCB aconteça a vazão
Q 1, o que solicita um
aumento da carga fornecida pela bomba. E assim acontece até que a válvula seja totalmente
fechada, quando a CCI, partindo do Hest, coincida com o eixo da carga. Lembre o leitor que no
Laboratório de Mecânica dos Fluidos o levantamento da curva da bomba foi feito utilizando este
procedimento.

3.6.3 -Tempo de Serviço - Envelhecimento

O envelhecimento da instalação
velha
hidráulica também provoca alterações das
nova
curvas da instalação e da bomba.
Na instalação, com o passar do
HBn°
., tempo, por ataque do fluido ocorrem in-
H~- -- - -- ------~~-
., crustações que modificam a curva carac-
terística. A tendência é que a curva suba
(fig. 3.25). Se para proporcionar uma va-
zão "Q" na instalação nova é necessária
uma carga " H 80", com o passar do tempo
será necessária uma carga maior
Q Q
Fig 3 25 (Han'>Hsn), já que o fluido vai encontrar
maior dificuldades para escoar.

65
Na bomba, o ataque do fluido e o desgaste das peças provocam a queda da curva ca-
racterística (vide fig. 3.26). Para recalcar uma vazão "Q", a bomba dispõe de uma carga "HBd ".
Com o tempo, para a mesma vazão, a carga que pode ser fornecida é menor ( HBd > H 8c!' ).

É importante lembrarmos que examinamos apenas a tendência das curvas diante do en-
velhecimento. Relações matemáticas não podem ser propostas, pois as alterações dependem
de muitos fatores, tais como: fluido utilizado, temperatura, agressividade, número de horas de
funcionamento por dia, manutenções periódicas rendimento da bomba etc.

Levando tudo isso em conta, não ---


devemos usar as curvas correspondentes
de uma bomba nova, fornecidas pelo fabri- ...
cante, para uma bomba que está sendo uti- HM ------------'-;-
' 1
lizada há muito tempo. Além do mais, a HM
0

- - - - - - - - - - - - - - - ~

diminuição da carga, acompanhada de uma


queda do rendimento, provoca um aumen-
to da potência solicitada.
1
1
velha
Q Q
3. 7 - Exemplo de Cálculo Fig. 3.26

Exemplificamos, escolhendo uma instalação simples (I nst. "E" - fig. 3.27):

Fig. 3.27 14 15 m - ---1(6)


--r-- (4)r-----~i - - - - - -
(5) VGL
lnst. "E"

12 m
P = 0,2 Y,. g,f/ cm 2

·: ..~ · : : . (1)

2r~ ~---- (e) tubos : 2 1/2" <P nom SCH 40


(2) 3 m ..... aço galvanizado
H20 1-◄----·1 ~=~
3 3
y = 10 kgf / m
T= 20° C

Na instalação "E" o tanque inferior está pressurizado. A bomba deve recalcar o fluido
descarregando-o no tanque superior, aberto à pressão atmosférica, pela seção (6). A válvula de
retenção (VRE) é do tipo "levantamento" e a válvula globo (VGL) é " reta sem guia". Sabendo
que a instalação deverá operar com a bomba "B" (3500 rpm, 180 mm de <!>rotor, bocas 6SXS0),
cujas características estão representadas na figura 3.28, determinar:

a) a vazão que será recalcada (L/s);

b) a potência nominal do motor elétrico que deverá acionar a bomba (CV);

66
c) a verificação de carga do motor selecionado (superdimensionamento);

d) o custo de operação da instalação {R$/mês), supondo que o rendimento do motor se-


ja 80%, que ela opere 8 horas por dia durante 30 dias no mês e considerando o preço do kWh
(caseiro) igual a 0,287 R$/kWh.

Nota: Impottante lembrar que antes de fazer os exercícios, convém estudar detalhadamente
os conceitos teóricos para o completo entendimento conceituai, permitindo que seja feito qual-
quer tipo de exercício.
Fig.3.28
Hs (m) CCB - Bomba "B"
Tis %
40 80
• '
35 --- ~/
- -
""-
70
~r-----
30

25
V
/
/
~
~
"'' \
60

50
/ "'- í\
20 I "\. \ 40
I '\ \
15 I \ \ 30
V \ \

10 I \ 20
I \
5
I \
10
,/
Q (m3/n)
o 10 20 30 40 50 60
Solução
a) Vazão:
Para determinarmos a vazão que deve ser recalcada, levantaremos a curva da instalação
no gráfico fornecido, verificando o ponto de funcionamento.
Aplicando a equação da energia de (1) a (6):

H1 + Hs = H5 + Hpl,6 { PHR ⇒ (1)


2
P1 v6
- + Hs = - + Z5 + Hp1 6
y 2g ,
2
P1 V6
Hs=Z5 - - + - + Hp16
y 2g '
-------v---' '-----v-----'
Hest K.Q2

Hest = 10 - 0,2x10 4 = 8m
10 3

se v =--
4.Q 2 16.Q 2 v2 8.Q2
⇒ V = 2 4 - =
rr.02 TC .Ü 2g 2 4
7t .D .g

67
Para determinarmos as três incógnitas, utilizaremos as tabelas e os gráficos, do Apêndi-
ce I, citados anteriormente:

Nota: Essas tabelas devem ser empregadas no projeto de uma instalação hidráulica, entretan-
to não serão utilizadas nos exercícios propostos do Apêndice II. Nesses exercícios os dados se-
rão fornecidos para agilizar a solução dos mesmos.

D=? =>tubo: 2 1/2" <l>nom - SCH 40 => da tabela TG-2 => Di = 62,7 mm

LT = ? => Sabendo que=> Lr = Lr + leqr => consultando as tabelas de compri-


mentos equivalentes TG-4; TG-5 e TG-6, temos:

nº Singularidade Leq (m) de tabela


<Pnom
(tioo) tubo 2 1/2"
1 comorimento real do tubo 2 112" 30,0 -
2 saída normal de tanaue p/tubo tanque p/ 2 1/2" 12 TG-6
3 saída da bomba(alaraamento) (*) 2" X 2 112" os TG-6
4 válv. de retenc;ão(levantamento) 2 1/2" 26,8 TG-5
5 cotovelo 90º 2 1/2" 2,4 TG-3
6 válvula alobo(reta sem quia) 2 112" 21.4 TG-5
comprimento total : LT = 82,3

Nota(*): a bomba empregada tem bocas 65X50 (DIN}, que equivalem aproximadamente a
2 1/2" x 2" (ANSI). Portanto, De=> 2 1/2" e Os=> 2'~ Como o tubo utilizado tem 2 1/2';
temos apenas um alargamento da salda da bomba para o tubo (2" para 2 1/2" ). No ábaco TG-
6, utilizamos "expansão rápida" d/D= 3/4 = 0,75, por estar mais próximo (52.5/62,7 =
0,837). Qualquer desvio é desprezlvel devido ao pequeno valor do comprimento equivalente.

f = ? = > Como a vazão não é conhecida, adotaremos o "f ", verificando-o posterior-
mente (conforme o procedimento indicado no item 3.5.2.2). Utilizando a rugosidade relativa
equivalente D/K, para estimarmos o valor do mesmo:

Do diagrama de Moody-Rouse:
o 62,7x10 - 3 =
=> Kfoc;o = 1,5 x 10-4 m - = -~-- 418
K 1,5 x10 - 4

Como não conhecemos a vazão, utilizaremos o valor do D/K para avaliar o coeficiente
da perda de carga distribuída que devemos adotar, determinando o mínimo valor de "Re" para
que aconteça o Regime Hidraulicamente Rugoso, que será retirado do cruzamento da curva D/K
= 418, com a linha traço-ponto citada na fig. 3.21:

Portanto=> ReMÍN = 5,6 x 105 = 560.000 => f = 0,0245 = f MíN

Como este valor de "Re" é alto em relação aos valores normalmente utilizados, utilizan-
do um valor considerado normal (entre 80.000 a 120.000) para fazer apenas uma estimativa,
podemos verificar qual será o aumento do coeficiente, assim:

:. p/ Re= lx105 = 100.000 => D/K=418 => f = 0,0255

68

1
Pelos valores encontrados, muito próximos, podemos utilizar um coeficiente entre os
mesmos. Adotando f = 0,025 e substituindo na equação:

8.Q 2 8.0,025 .82,3.Q 2


Hs = 8 + - - - - . . ; ; . . _ - - - + - -- - - - - -
2 .(0,0627 ) 5 .9,8
n2 .(0,0627 ) 4 .9,8 TC

Hs = 8 + 5352 .Q 2 + 175617 .Q 2

H8 = 8 + 180.969.Q 2 eq. da CCI onde Q ➔ m3 / s e H8 ➔m

Alterando para facilitar o levantamento da CO=> Q ➔ m 3 /h e H8 ➔ m

_ 8 + 180.969 · Q 2 -
Hs- - 8
+ 14
,X10 - .
2Q2
2
3600

Atribuindo valores para a vazão e calculando a carga, verificando os limites do


gráfico:.,___ __,---.---------,.--- - - - - . - - - - . . - - - - - . - ----.--------,
Q rn3 / h o.o 10 20 30 40 45
HB m 8.0 94 13 6 20 6 30 4 36 4

Levantando a curva característica da instala ão fi . 3.29 :


H B (m) CCB - Bomba "B"
115 %
40 ~
80
~ .______ - ---~-- ----+ 70
35 ~

r--__,/ 1 y
30
~----- ------ - ✓---- --~
V
/ ~----....____ 1
/' \_
60

/ ' \
25
I
/
)V
/ 1

'1
"' "'-. \
50

20

15
/
I
/
/
/
/
/ 1
'1
1
' '\
\
\

\
\
\
\
40

30
~
1
10 / 1 \ 20
-r 1
\
\
5
/ 1
1
10
,/ 1

o 10 20 30 ' 40 50 m3/h 60
Q

Do ponto de funcionamento, temos: Q= 37,5 m3/ h = 10,4 L/s, mas temos que verificar
o "f" que foi adotado.
Verificação do "f" (adotado=0,025): Re = v.D ? {v; u
u

69
v'= 10,4xlo - 3 =3,37m/s
7t.0,0627 2 / 4 .
u (viscosidade cinemática) => tabela TG-8

p/ 20ºC => uagua = 1,1 ctStoke (cSt) = 1,lxl0-2 Stoke (St) (cm 2 / s)

e Re' = 3,37. 62,7x10-3 = 192090 = 1 92x105


1,1x10- 6 '

p/ Re' = 1,92x10 5 e D/K = 418 ⇒ f ' = 0,025 OK

Confirmando: Q = 10,4 l/s

b) Potência Nominal do Motor:

Para calcularmos a potência nominal do motor, precisamos determinar a potência da


bomba que será solicitada ao mesmo:

3
Para Q= 37,5m /h => H8 = 28m; 110=72%

3 3
Ns = y.Q.Hs = 10 .10,4x10 - .28 =
5118
CV
{1cv = 75kgm/s
118 0,72.75

Deve existir uma diferença entre a potência solicitada " N8 " e a potência nominal do mo-
tor elétrico " Nnom", que varia de 10 a 20 %.

Normalmente: Nnom = ( 1,1 a 1,2) . Na

Conforme sugestão normalmente encontrada em catálogos de fabricantes de bombas:

- até 2 CV ......................... 20 %
- de 2 a 20 CV ............... 15 %
{ - acima de 20 CV .. . . .. .. .. . 10 %

Note o leitor de que e apenas uma sugestão e o bom senso deverá prevalecer.

:. Nnom' = 1,15 X 5,18 = 5,96 CV

Consultando a tabela TG-9 (retirada do catálogo da WEG-Motores Ltda.), no Apêndice I,


com as potências comerciais para motores elétricos, temos: ( ... 3 / 4 / 5 / 6 / 7,5 / .... )

Nnom =6 CV

c) Verificação da Carga:

N
8 - xlO0 =-'- xlO0 518
% carga = - - = 86,3%
Nnom 6

70

1
Concluímos que a potência que está sendo entregue para a bomba representa 86,3%
da potência nominal. Sabendo que um valor > 75% é o recomendado, podemos concluir que o
motor escolhido não está superdimensionado.

d) Custo de Operação:

Definindo Nr como a potência absorvida da rede, temos:


N N 5,18
TIM =- 8 ⇒ Nr = - 8 =- - = 6,47CV
Nr llM 0,8

Nr = 6,47CV = 485,6 kgf.m/s = 4759,1 N.m/s => J/s => W


:. Nr = 4,76 kW { C0 p = Custo de operação

h dia R$
C0 p = 4,76kW.8- .30-A .0,287 -- Cop = 327,86 R$/mês
dia mes kWh

---------------------------------------------------------------------------------------
3 .8 - Revisão

Após a leitura e estudo do capítulo, responda às perguntas abaixo, verificando se o as-


sunto foi assimilado. Se necessário, volte e leia novamente. Respostas no final da apostila.

4 3
45 - Uma bomba com De=Ds, 2e::;;z5 fornece 43.200 kJ a 720 kN de água (y::;;10 N/m ) durante 2 horas
de funcionamento. Determinar a vazão em volume (em L/s) e a variação de pressão (em kPa)
2
entre as seções de entrada e saída da mesma (g=lO m/s ).

46 - Se numa instalação de recalque o desnível entre dois tanques é fixo, o que pode provocar varia·
ção da altura estática de elevação da mesma?

47 • Dada a curva característica de uma instalação, para uma determinada vazão a distância (vertical)
do eixo da vazão até a curva (CCI) é sempre a perda de carga, desde que seja retirada a carga
estática de elevação. A afirmativa é falsa ou verdadeira? Justificar.

48 - Dada uma Instalação qualquer, podemos determinar a equação para levantamento da CCI utill·
zando duas seções intermediárias (x) e (y) (ou seja, não utilizando o início e o fim da mesma (1)
e (2))? Justifique.

49 - Qual o valor do comprimento equivalente de uma válvula que provocou o deslocamento da CCI
varrendo a curva da bomba e cruzou a mesma no ponto de shut-off?

50 • Se uma bomba fornece uma vazão 15% maior do que a necessária, o que pode ser feito para ob-
ter a vazão pretendida?

51 - Dada uma instalação de recalque com desnível positivo a ser vencido entre dois tanques de gran·
des dimensões pressurizados, podemos ter uma CCI que saia da origem do gráfico?

52 · Dada uma instalação de recalque de água (y::;;103 kgf/m 3 ) com PHR no piso da fábrica, se o nível
do tanque Inferior está com uma pressão de - 2 mca, numa cota de 3 m acima do piso, e o nível
do tanque superior, com 18 m acima do piso, está pressurizado com 0,5 kgf/cm , qual será a
carga estática de elevação?

71
53 · Uma instalação por gravidade, ligando dois reservatórios, pode operar com uma bomba tipo
"Boostel' em "by-pass'. Essa bomba é necessária, pois no ramal da mesma foi colocado um e-
quipamento que proporciona muita perda de carga. Quando a bomba está operando, é auxiliada
pela pressurização do manancial, de 0,8 kgf/cm2, para conseguir a mesma vazão de 15 L/s, que
acontece quando a instalação trabalha apenas por gravidade, sem o equipamento e com o ma-
nancial despressurizado. Nessa situação, com bomba, a perda de carga total da linha é de som.
Faça um esboço com todas as curvas envolvidas, mostrando todos os valores numéricos possí-
veis.

54 Os valores do coeficiente da perda de carga singular e do comprimento equivalente de uma vál-


vula ponta de agulha são constantes e servem para qualquer tamanho de válvula, desde que a
geometria seja mantida. A afirmativa é falsa ou verdadeira? Justificar.

55 · Compare os comprimentos equivalentes de cotovelo 90° de 2" e curva de 2", das tabelas TG-3 e
TGS, da Tupy e da CSVI respectivamente, calculando o aumento percentual do menor para o
maior valor encontrado para cada tipo de conexão.

56 • Compare os comprimentos equivalentes de v. globo - reta sem gula - de 2", v. gaveta de 2" e v.
retenção (portinhola) de 2", das tabelas TGS e TG6, da CSVI e da Crane, respectivamente, calcu-
lando o aumento percentual do menor para o maior valor encontrado para cada tipo.

57 · Uma tubulação de sucção de bomba é constituída por 5 m de tubo de 3" de tl>NoM -SCH40, 3 m na
vertical e 2 m na horizontal, unidos por um cotovelo de 900. O nível da água (y=l03 kgf/m3 ) atin-
ge a metade do trecho vertical e na ponta Inferior do tubo temos uma v. de pé com ralo. Como a
vazão necessária é de 10 L/s, a perda de carga é calculada com a finalidade de selecionar a
bomba. Utilizando as tabelas, na ordem de consulta indicada, determine o valor da perda de car-
ga e da pressão na entrada da bomba (em kgf/m2).

58 · ...continuando a questão anterior... Depois de selecionar a bomba, verifica-se que a mesma tem
um bocal de entrada de 4". Determinar o comprimento equivalente do alargamento que deverá
ser utJhzado, calculando qual será o aumento percentual da perda de carga na sucção, supondo
que a vazão seJa a mesma.

59 • Um proJeto de uma instalação está sendo feito para atender a certo consumo de água. Como de·
ve ser escolhido o coeficiente da perda de carga distribuída e como evitar erros?

60 · No proJeto de uma instalação que deverá aproveitar uma determinada bomba, o D/K = 2000.
Qual será o mínimo valor de "Re" para que o regime seja hidraulicamente rugoso, qual será o
mínimo valor de "f" para a instalação, para esta rugosidade relativa equivalente e qual o valor do
"f' que deverá ser adotado?

61 Uma bomba submersa vertical é colocada num poço. O nível de água estático do poço está a
uma profundidade de 8 m. O nível do reservatório alimentado por essa bomba está a 20 m de al-
tura em relação ao piso (boca de entrada do poço). A bomba é ligada e logo no Início a vazão re-
calcada é de 30 L/s, entretanto, depois de certo tempo o poço atinge seu nível dinâmico, que es-
tabiliza numa profundidade de 15 m. Nessa situação a vazão sofre uma alteração de 25% em re-
lação à vazão Inicial e a perda de carga total da linha é de 32 m. Faça um esboço com todas as
curvas envolvidas, mostrando todos os valores numéricos possíveis.

62 · Uma bomba deverá fornecer 19,5 CV para o fluido. Se a bomba tem um rendimento de 65%,
qual deverá ser a potência nominal do motor elétrico que será utilizado? Verifique também quan-
to ao superdimensionamento.

63 · Considerando que a bomba da questão anterior operará 16 horas por dia, durante 30 dias no
mês, adotando um rendimento de motor de 90% e o custo de 0,17 R$/kWh, qual será o custo de
operação desta instalação?

72

--
CAPÍ TULO 4 - SEMELHANÇA

4. 1 - Considerações I nicia is

No capítulo anterior estudamos alguns fatores que alteram as curvas características. A


ênfase maior foi dada para as modificações da curva da instalação (CCI).
Estudaremos agora as alterações que provocam mudanças na curva da bomba e que
acabam modificando o ponto de funcionamento.

4.2 - Grandezas Be neficiadas no Funcionamento de uma Bomba

Sabemos que uma bomba


é utilizada numa instalação para Q
fornecer energia. Na passagem
pela bomba a carga total ( energi-
a/peso) aumentará. Entretanto, se
é total, representa a soma das
cargas parciais e fica a pergunta:
Que tipo de energia será benefici- n
ado? Através da equação da ener-
gia, aplicada da entrada para a sa-
ída da bomba, discutiremos a e-
nergia que será cedida ao fluido.

He + H8 = Hs (e) Fig. 4.1


ROTOR=> D= ij1

Substituindo as cargas das seções (e) e (s) e isolando a carga manométrica, temos :
2 2
Ha = V s - Ve + Ps - Pe +
y
zs _ ze
29
ó.V2 6.p
ou HB = -- + - + 6. z cq. 4.1
2g y
Pela equação 4.1 podemos verificar como a bomba distribui a energia: parte vai para o
aumento da carga cinética, parte para a carga de pressão e o restante para a carga potencial.
Analisaremos individualmente cada parcela de variação de carga beneficiada pela bomba.

2
4.2.1 -Variação da Carga Cinética ( 6.v /29)

Essa parcela determina o aumento da carga cinética servindo-se das velocidades do flui-
do nas seções de entrada e de saída da bomba.
Sabemos que no funcionamento de uma bomba o rotor é acionado com alta rotação,
succiona o fluido pelo centro e atira na periferia, ou seja, é um equipamento que trabalha com
altas velocidades internas. Entretanto, nessa altura do curso estamos considerando a bomba
como uma "caixa preta" e no equacionamento só interessa o que acontece na entrada e na saí-
da da mesma.
Normalmente o diâmetro da boca de entrada é maior do que o da boca de saída, por-
tanto, se o diâmetro diminuí, a velocidade aumentará e a variação da carga cinética será positi-
va.
De > Os ⇒ V s > Ve ⇒

73
Entretanto, se os diâmetros fossem iguais não haveria variação de velocidade e essa
parcela seria nula.
De = Os ⇒ v5 =ve ⇒ 6 v 2 / 2g =O
Desta forma, não podemos afirmar que na passagem pela bomba a velocidade aumen-
tará, pois não é a bomba que decide se há ou não aumento de velocidade, já que a equação da
continuidade deve ser respeitada, então, se a vazão é a mesma para as duas seções, qualquer
alteração de velocidade ocorre apenas por uma simples variação de diâmetro.
Concluímos que a bomba não é utilizada para aumentar a velocidade, mas como vimos
acima, essa parcela normalmente é positiva, então estudaremos a ordem de grandeza da mes-
ma. Vimos no Capítulo 1 que existem limites para a velocidade do fluido que dependem do flui-
do utilizado. Exemplificando com água, consideraremos uma variação de 1 m/s para 4 m/s, uti-
lizando o mínimo para a sucção e o máximo para o recalque, de forma a aumentar bastante a
variação de carga cinética. Assim, temos:
2
6V V~ - V~
-- = = - - - - = 0,765m ~ 0,8m
2g 2g 2. 9,8
Supondo que a carga da bomba seja 30 m, uma carga relativamente pequena, a parcela
acima representaria apenas 2, 7% da carga total.

4 .2.2 -Variação da Ca rga Potencial {óz)

Essa parcela determina o aumento da


carga potencial utilizando as cotas da saída e
da entrada da bomba em relação a um PHR.
Geralmente o fluido entra pelo centro da bom- âz
ba e sai por cima (fig. 4.2). Nesse caso ôz re-
presenta o desnível entre as seções (e) e (s).
Existem situações em que os bocais estão ali-
nhados, como a bomba "in-line', exemplificada
na fig. 4.3, que facilita a instalação numa tubu-
lação horizontal. Com tal situação, a parcela óz
é nula (6z= O).

Observemos que também aqui a bomba


não decide internamente, ou seja, não determi-
na através do seu funcionamento se a carga po-
tencial deverá aumentar ou não; caso aumente,
é apenas por uma questão geométrica. Mesmo
quando 6z é maior do que zero, esse valor é
pequeno em relação aos outros.

4. 2.3 - Variação da Carga de Pres-


são (6p / y)

Portanto, embora a equação 4.1 tenha


estabelecido três parcelas para receber o acrés-
cimo da bomba, duas delas acontecem por cum-
Rg. 4 .3 primento de leis e apenas uma das parcelas é
beneficiada pelo projeto e funcionamento da

74
bomba, a carga de pressão, concluindo que uma bomba é "fisicamente" uma fornecedora de
pressão.

fisicamente

Uma bomba normalmente é utilizada para fornecer pressão ao fluido, pois somente com
pressão o fluido alcança grandes cotas, consegue vencer as perdas e chega ao seu destino com
alguma energia.
É importante lembrarmos que a bomba pode fornecer pressão, reagindo a uma solicita-
ção feita pela instalação, portanto, ela tem capacidade de fornecer pressão, é projetada para
que isso aconteça, mas precisa ser solicitada. Se o fluido não tiver dificuldade nenhuma para
passar por uma instalação, a vazão será alta e não será necessária muita força de pressão para
empurrá-lo. A pressão registrada na saída da bomba será muito baixa, mas se uma válvula for
sendo fechada no recalque, verificaremos um aumento de pressão na saída da bomba, mos-
trando a reação da mesma diante da solicitação da instalação.
Mesmo discutindo o funcionamento das bombas de deslocamento não-positivo, pode-
mos relembrar o funcionamento das bombas de deslocamento positivo, engrenagens, palhetas
etc. Suponhamos que uma bomba deste tipo está fornecendo óleo para um atuador linear,
promovendo o avanço da haste de um pistão (fig. 2.8): durante o deslocamento do pistão a
pressão fornecida pela bomba será baixa e só aumentará se for solicitada, ou seja, se a haste
encontrar uma resistência ou se chegar ao fim do curso do pistão.

Nota: Aproveitando que recordamos as bombas de deslocamento positivo, podemos explicar


melhor o porquê do uso da pressão "P" nestas bombas, em um dos eixos da curva característi-
ca, ao invés da carga manométrica "Hs'~ Se nas bombas centdfugas as parcelas da carga ciné-
tica e da carga potencial são pequenas em relação à carga de pressão, nas bombas volumétri-
cas as cotas serão menores ainda, pois as bombas não precisam ser muito grandes e a variação
de carga cinética será praticamente desprezlvel, Já que naquelas bombas a vazão é muito bai-
xa, provocando velocidades muito pequenas.

4 .3 - Grandezas Envolvidas no Funcionamento de uma Bomba

Já que a grandeza que representa o objetivo do funcionamento de uma bomba é a pres-


são, podemos verificar que a variação de pressão provocada na passagem por uma bomba será
influenciada por diversas variáveis. Dependerá da densidade e da viscosidade do fluido, do ta-
manho e da rotação do rotor, que é o componente portador da energia, da vazão que será re-
calcada e da potência que será fornecida para a execução do serviço. Assim:

l\ p = f(r; ~1 ; n; D; Q; N8 )

• p = massa específica do fluido


• µ = viscosidade dinâmica do fluido
• n = rotação
• D = diâmetro do rotor
• Q = vazão
• Ns = potência da bomba

4.4 - Relações Adimensionais das Bombas

Com a função representativa do fenômeno dada acima, utilizando o teorema dos núme-
ros adimensionais estudado em Mecânica dos Fluidos, podemos chegar a quatro relações adi-
mensionais. Utilizando a "base" p ; n; D , formada pelas três grandezas neutras, temos:

75
r.n.D 2
Re = ==> Número de Reynolds eq. 4.2
~L

g.H B
\jl = n 2 .D 2
==> Coeficiente Manométrico eq. 4.3

Q
<l> = ==> Coeficiente de Vazão eq. 4.4
n .D 3
Ns ==>
X. = P .n 3 .D s
Coeficiente de Potência eq. 4.5

Nota: O Coeficiente Manométrico "w'; é uma variante do Número de Euler (Eu=JJp/(p.rt.d),


onde o LJ.p foi substituído por "y.He" , Já que fisicamente HB=LJ.p/y.

Tais relações podem constituir uma outra função, rigorosamente equivalente à anterior,
que também pode representar esse fenômeno, reduzindo o número de variáveis do mesmo.

f (Re ; \li ; q> ; x, ) = O

Tomando dois desses adimensionais e analisando o seu produto, lembrando que


y = p.g , obtemos:

'I' e ⇒
\V .q> = g.H B . _g_ = y.Hs Q
n 2 .D 2 n.D 3 p.n 2 .D 2 · n.D 3

y.Q .Hs . y.Q .H s


\jl . q> = -'--- -=-- = x,. 11 8 ⇒ pois = ---
p .n3 .o s

11 B eq. 4.6

Então, o rendimento de uma bomba, que também é um adimensional, pode ser deter-
minado por uma relação envolvendo os outros adimensionais. Como o rendimento é importante
nas aplicações, devemos colocá-lo na função dos adimensionais envolvidos.

f (Re ; \li ; <j> ; X. ; 11 B ) =O


Sobre o número de Reynolds é preciso que discutamos a sua importância no fenômeno.
Sabemos que esse número é diretamente proporcional a uma relação de forças:
Fi
Re oc - onde F1 = forças de inércia e Fµ = forças viscosas

A força viscosa, como o próprio nome diz, está relacionada com a viscosidade, que é
uma propriedade dos fluidos. Num escoamento através de um conduto, se o efeito das forças
viscosas predomina sobre o efeito das forças de inércia, o escoamento é denominado "laminar"
e este fato é registrado pelo "Re" que diminui de valor. Se acontecer o contrário, ou sej a, o e-
feito das forças de inércia é maior do que o das forças viscosas, o escoamento é chamado " tur-
bulento", provocando o aumento numérico do "Re".
O número de Reynolds representa, portanto, um modelo matemático cuja ordem de
grandeza indica o que está acontecendo, informando numericamente sobre a importância das
forças viscosas diante de outras forças envolvidas, dessa forma:
76
se efeito F~1 >> efeito F1 ➔ escoamento laminar ⇒ Re ,l.
se efeito Fi >> efeito Fµ ➔ escoamento turbulento ⇒ Re t

Aumentando o efeito do denominador ( F11 ), o "Re" diminui e aumentando o efeito do


numerador ( F1 ), o "Re" aumenta. No entanto, pode acontecer que o efeito das forças de inér-
cia cresça muito em relação ao efeito das forças viscosas. Se isso acontecer, o efeito das forças
viscosas pode ser desprezado, ou seja, o efeito da viscosidade não está influindo mais no fe-
nômeno, fazendo com que o número de Reynolds também seja desprezado, já que é o repre-
sentante desse efeito.

se efeito Fi >>>>>>> efeito F~1 ⇒ ⇒ ~e


d~

Nota: Um exemplo de como o "Re" pode ser desprezado pode ser visto no Capltulo 31 na fig.
3.21 (trecho do Diagrama de Moody-Rouse). Sabemos que o f = f(Re / D/K}, portanto depende
das forças viscosas e das forças rugosas. Entretanto, no Regime Hidraulicamente Rugoso, que
acontece acima da linha traço-ponto mostrada na figura, temos as curvas de D/K paralelas ao
eixo do "Re'~ Assim, neste trecho, dado certo valor de D/!Ç qualquer que seja o valor de "Re';
o f será o mesmo, ou seja, neste regime as perdas dependem apenas das forças rugosas e o
efeito das forças viscosas já não é importante, desprezando, portanto o ''Re'; que por sua vez
não altera mais o fenômeno. No caso, como foi visto em Mecânica dos Fluidos, o escoamento
turbulento é o senhor da situação e a rugosidade não é mais protegida pela subcamada limite
laminar.

Para bombas que trabalham normalmente com altas rotações (1750 ou 3500 rpm), to-
mando como referência fluidos com viscosidade relativamente baixa (vide nota abaixo), o efeito
da viscosidade também se torna desprezível. Dessa forma, também podemos desprezar o nú-
mero de Reyn()lds desse fenômeno, ficando a função representativa:

Nota: A função acima, sem o número de Reynolds, é válida para a maioria dos casos, mas não
todos. Convém lembrar que este estudo inicial será válido desde que a viscosidade do fluido
não aumente muito. Se a viscosidade for maior, haverá prejulzo para o funcionamento da bom-
ba. Esse prejulzo será abordado no final deste cap/tulo. ,-----;_Fc...:i..L-
. _..,;.4;_.4;___ _ _ __ __,
'V . - - - - - - - - - - ~ ri
A partir desses adimensionais podemos levantar
um conjunto de curvas universais:
• \jl - f((j>)
• x=f((j>)
• 11B = f( <j>)
Como foi visto em Mecânica dos Fluidos, o no-
me "curva universal" é dado para curvas levantadas
com números adimensionais. O Diagrama de Moody-
Rouse, por exemplo, é um conjunto de curvas univer-
sais, pois utiliza vários adimensionais no seu levanta- I
mente. Além disso, por utilizar números adimensionais,
o conceito torna-se mais amplo e o conjunto de curvas
universais, levantado na fig. 4.4, servirá para uma "fa-
mília" de bombas.

77
Uma "família", no caso, é um
HB
'l o conjunto de bombas geometrica-
mente semelhantes, ou seja, bom-
bas pequenas, médias e grandes,
mas que sejam geometricamente
semelhantes, ou mantenham as
mesmas proporções geométricas.

cada bomba da "família" te-


NB rá um conjunto de curvas caracte-
rísticas (fig. 4.5), envolvendo as
grandezas fornecidas pelos números
adimensionais que representariam a
matriz de todas as bombas da famí-
lia. Assim, para cada bomba, defini-
do o tamanho (D), utilizando um
Q
fluido (p) e uma rotação (n), (gran-
dezas neutras), podemos levantar numa bancada um conjunto de curvas características: ( Ha ;
Na ; 11B ) = f ( Q ).

4 .5 - Grandezas Neutras ou Auxiliares

Observe o leitor que cada "grandeza principal" (Ha; Na; 11s; Q) tem o seu próprio núme-
ro adimensional. As grandezas principais definem os eixos para o levantamento das curvas em
bancadas de ensaios por parte dos fabricantes de bombas e que serão colocadas nos catálogos,
permitindo a seleção das mesmas para as instalações de recalque.
Entretanto, para determinar a variação de carga, potência e rendimento em função da
variação da vazão, o fabricante deverá utilizar um tamanho de bomba, uma rotação e um flui-
do, mantendo constantes estas grandezas denominadas " neutras ou auxiliares" e as curvas le-
vantadas representarão a resposta da bomba para este conjunto de grandezas.
Discutiremos a seguir a escolha e a utilização de cada uma dessas grandezas.

4.5.1 - Fluido Utilizado

O fluido utilizado para os ensaios é a água, por ser o mais simples, o mais barato e o
mais utilizado nas instalações hidráulicas industriais.
Normalmente utiliza-se água limpa, à temperatura ambiente, com peso específico relati-
vo YR=l, ou peso específico y=l000 kgf/m3, ou massa específica ou densidade p= 1 kg/dm 3 e
= =
com viscosidade cinemática UHio 1 cSt = 1 mm2/s ( temperatura ambiente). Estas são al-
gumas grandezas e unidades utilizadas nos catálogos pelos fabricantes de bombas.
Apesar de "barata", dependendo do volume utilizado, o custo não será tão pequeno e,
por este motivo, muitos fabricantes procuram reaproveitar a água utilizada.

4.5.2 - Tamanho de Bomba

O tamanho da bomba definirá o diâmetro do rotor "D", que é a grandeza geométrica


que representará todas as outras dimensões da bomba.
Normalmente o fabricante coloca nas curvas características o valor do diâmetro do rotor,
como já foi visto na fig. 2.21 do Capítulo 2. Além disso, para ampliar o atendimento, o fabrican-
te utiliza uma faixa de diâmetros que proporcionam várias curvas, indicando em cada uma o di-
âmetro que foi utilizado no ensaio. Este procedimento será discutido conceitualmente ainda
neste capítulo.

78
As bombas são construídas normalmente com diâmetros de rotores nominais: 120/125,
160, 200, 260, 300 ... , e os tamanhos diferentes servirão para atender as faixas de vazão e de
carga.
Sobre normas de construção, ensaios, requisições, garantias etc., existem muitas op-
ções. Citamos alguns exemplos de normas brasileiras e internacionais:

• NBR 6400 / MB 1032 = Bombas hidráulicas de fluxo (classe C) - Ensaios de desempenho e


de cavitação;
• NBR 11405 / PB 1512 = Bombas hidráulicas de fluxo radial, horizontais, de entrada axial,
pressão nominal 1,6 Mpa - Dimensões, características nominais e identificação;
• NBR 12433 / PB 835 = Bombas hidráulicas de fluxo - Folha de especificação para requisição
de bombas;
• NBR 7879 / CB 106 = Bombas hidráulicas de fluxo - Classes segundo os materiais empre-
gados;
• NBR 6397 / MB 778 = Bombas hidráulicas de fluxo - Ensaios;
• NBR 7878 / PB 856 = Bombas centrífugas horizontais de entrada axial, com pressão nomi-
nal 1 Mpa - Dimensões, características nominais e identificação;
• NBR 11392 / EB 2078 = Bombas hidráulicas de fluxo radial, horizontais, de entrada axial -
para serviços em processos químicos;
• NBR 10131 / TB 68 = Bombas hidráulicas de fluxo;
• NBR 10897 / NB 1135 / NFPA 20 = para bombas de combate a incêndio - chuveiro automá-
t ico;
• ISO 2548 = Garantia das características de funcionamento.
• DIN 24256/ISO 2858/ISO 5199 = para líquidos agressivos;
• ANSI / API 610 (9ªed) fig OH2/VDMA 24297 (nível A. serviços pesados) = para hidrocarbo-
netos;
• DIN EN 733 = para líquidos puros e agressivos que não tenham substâncias sólidas ou a-
brasivas;
• DIN EN 22858 / ISO 2858 / ISO 5199 = de acoplamento magnético para líquidos agressi-
vos, tóxicos, explosivos, de custo elevado, inflamáveis, que exalem odores ou perigosos.
• ASTM A 743 CF 8M = execuções com rotores em aço inox.

4.5 .3 - Rotações Utilizadas

Para fornecer energia hidráulica para um fluido, a bomba necessita de energia mecâni-
ca, ou seja, precisa que seu eixo seja acionado com uma rotação, exigindo certa potência para
realizar um serviço.
Desta forma, temos muitas opções para o acionamento de uma bomba:

• Motores elétricos;
• Motores estacionários;
• Turbinas hidráulicas;
• Turbinas a vapor;
• Energia eólica;
• Rodas d'agua;
• Acionamento manual etc.

Já que o maior mercado consumidor é o de instalações hidráulicas industriais, de todos


os tipos acima sobram os motores elétricos e estacionários. Como os estacionários são os mais
caros, a melhor opção de acionamento são os elétricos, ficando os motores estacionários (n=>
2300 a 2600 rpm) para bombas que atuam no campo ou bombas de combate a incêndio.
Diante disso, os fabricantes de bombas, que precisavam ensaiá-las e apresentar as cur-
vas características nos catálogos para venda de seus produtos, optaram por motores elétricos
de corrente alternada, assíncronos, de 2 e 4 pólos, mais baratos e de uso mais comum nas in-

79
dústrias. Assim, as rotações foram calculadas para estas duas opções, para que fossem indica-
das nas curvas características.
1201
Sabendo que n = - p - (rpm) onde: { f = freqüência (60 Hz ou cps => no Brasil)

p = n° de pólos

120 60
• Motor de 2 pólos=> n = · = 3600 rpm
2
• Motor d e 4 po·1os = > n = -
120.60
- - = 1800 rpm
4
Entretanto, durante o ensaio de uma bomba, a rotação não é constante devido ao es-
corregamento que acontece. À medida que a vazão vai aumentando a potência exigida do mo-
tor elétrico também aumenta (como pode ser observado na curva de potência da fig. 4.5, de
uma bomba centrífuga radial), pois o serviço fica mais difícil de ser efetuado e aumenta a "car-
ga" aplicada pela bomba no eixo, provocando uma diminuição de rotação. "Carga" é a tentativa
da bomba de parar o eixo do motor, devido às dificuldades representadas pelo serviço que ela
tem que executar. É claro que o motor deve possuir potência suficiente para vencer esta carga
e continuar girando, mas a rotação vai diminuir.
Levando isto em conta, os fabricantes, interessados em mostrar aos compradores o fun-
cionamento das bombas em regime, com a rotação (real) que acontecerá nas instalações, re-
solveram adotar duas rotações padronizadas, que levam em conta um escorregamento médio,
garantindo que todos os pontos apresentados nas curvas características funcionassem numa ro-
tação constante. Assim:

• Motor de 2 pólos => rotação síncrona: 3600 rpm > rotação padrão: 3500 rpm.
• Motor de 4 pólos => rotação síncrona: 1800 rpm > rotação padrão: 1750 rpm.

Por isso, ao entrar num catálogo de fabricante de bombas, encontraremos as curvas carac-
terísticas de bombas ensaiadas com 3500 rpm e bombas ensaiadas com 1750 rpm. Em alguns
catálogos, também podemos encontrar bombas ensaiadas com motores de 6 pólos, bem mais
caros que os citados, com 1200 / 1150 rpm.

4.6 - Semelhança Completa

Como vimos no item anterior, observando as curvas características de uma determinada


bomba no catálogo de um fabricante, o conjunto de curvas fornecido representará a resposta
que ela dará se operar com água, se for acionada por uma rotação de 1750 ou 3500 rpm e se
for montada com um rotor de diâmetro igual ao indicado no gráfico.
Entretanto, e se quisermos utilizar outro fluido? E se for necessário trabalhar com uma
rotação diferente? E se necessitarmos alterar o tamanho do rotor? Certamente, o conjunto de
curvas será alterado, mas como obter o novo conjunto para as novas grandezas?
Este problema pode ser resolvido através da semelhança mecânica, utilizando a teoria
de modelos e protótipos estudada em Mecânica dos Fluidos. Se conhecermos os resultados do
ensaio de um modelo, podemos utilizá-los para termos uma idéia do comportamento de um
protótipo, mesmo sem ter feito o ensaio do mesmo.
Entretanto, para que os resultados possam ser aproveitados, deve existir uma Seme-
lhança Completa entre o modelo e o protótipo, que só acontece quando existem três semelhan-
ças parciais:

• Semelhança geométrica => Dm/Dp = cte = escala geométrica


• Semelhança cinemática => Vm/Vp = cte = escala cinemática
• Semelhança dinâmica => Fm/Fp = cte = escala dinâmica

80
Lembre o leitor que a semelhança geométrica é fundamental, porém, não é suficiente
para garantir a semelhança completa. Nem tudo que é geometricamente semelhante chega a
ser completamente semelhante, ou seja, em muitos casos, apesar da semelhança geométrica
acontecer, não acontece a cinemática e/ou a dinâmica ao mesmo tempo, mas, se existe a se-
melhança completa, no mínimo, era geometricamente semelhante.
Entretanto, seria muito difícil verificar se existem os três tipos de semelhanças parciais
entre duas bombas, mesmo porque nos casos práticos não temos nenhuma das duas em nosso
poder, mas existe também uma outra condição, necessária e suficiente para garantir a seme-
lhança completa. Essa condição estabelece que os adimensionais do modelo sejam iguais aos
seus correspondentes do protótipo.
Sendo assim, dadas duas bombas B1 e B2, geometricamente semelhantes, o que satisfaz
a exigência fundamental, impondo a semelhança completa, podemos determinar o comporta-
mento de uma delas, baseados nas informações da outra, através da igualdade dos adimensio-
nais. Seguindo a seqüência apresentada abaixo, podemos resolver qualquer caso, alterando
uma, duas ou até as três grandezas neutras.

• B1= > modelo e B2=>protótipo


• B1 e B2 = > geometricamente semelhantes
• Impondo a Semelhança Completa
• n:1 = 1t2 => igualdade dos adimensionais
Onde "rr" representa um número adimensional qualquer

Sendo assim, temos:

11
81 = 11 8 2 (já definindo o que vai acontecer com o rendimento)

Isolando as novas grandezas, temos:

Hs2 ~Hs1 -( ~ J-(~:J2 ~ K1 .Ha1 ( cancelando "g")

eq(s) 4.7

Assim, se alterarmos as três grandezas, por exemplo, conhecidos os valores de: p, n e


D, da nova bomba (B2 -> protótipo) e também os valores da bomba antiga (B1 -> modelo), po-
demos determinar os valores de K1, K2 e K3 . Multiplicando pelas grandezas da bomba antiga,
Hs1, Q1 e NB1, respectivamente, obtemos as porcentagens de alterações das mesmas, podendo
81
levantar o conjunto de curvas características da nova bomba, sem ter realizado o ensaio da
mesma. Para maior clareza, exemplificaremos utilizando alguns valores numéricos.

4.6.1 - Exemplo de Ut ilização das Leis da Semelhança

Conhecemos uma bomba B1 e o seu conjunto de curvas características retirado do catá-


logo do fabricante (Ha1; N81 ; 17a1)=f(Q 1), além dos valores de p1, n1 e D1, utilizados no levan-
tamento das curvas. Supondo que queremos trabalhar com uma outra bomba, bomba B2, que
seja 10% maior do que a bomba conhecida (B 1), mas mantendo uma semelhança geométrica
com a mesma. Essa nova bomba será colocada numa instalação, que deverá recalcar um fluido
com uma densidade 8% maior do que a da água, mas que será acionada com uma rotação
20% menor do que a utilizada pela bomba conhecida.
Observe o leitor que as três grandezas foram alteradas, proporcionando as seguintes
escalas de semelhança:

El_
Pl
= 1 08
'
· ~-
, n1 -
O 80 · D2
, , D1
= 1 10
1

Como as bombas são geometricamente semelhantes, podemos impor a semelhança


completa e igualar os adimens,onais. Nas igualdades, isolando as grandezas da nova bomba,
podemos determinar a porcentagem de alteração de cada uma. Assim:
Í lj/1 = lj/2 ⇒ H6 2 = H81 .(0,80) 2 .(1,10) 2 = 0,774.H 61 ⇒ H62 -1- ⇒ 22,6%

<l>1 = <pi ⇒ Q2 = Q1 .(0,80).(1,10) 3 = 1,065.Qi ⇒ Q2 t ⇒ 6,5%

x1 = x2 ⇒ N62 = N61 .(1,08).(0,80) 3 .(1,10) 5 ⇒ N82 J, ⇒ 10,9%

l
= 0,891.N81

11 B l = 11 B2
Portanto, o conjunto de alterações provocará uma redução de 22,6% na carga, um au-
mento de 6,5% na vazão e uma diminuição de 10,9% na potência da bomba, mantendo os
mesmos valores de rendimento da bomba B .
Fig -4 6
B2

B1 X 1,065 X 0,774 X 0,891 = l'JB1

Q1 Hs1 Ns1 Q2 Hs2 Ns2 11B2


Levantamento
11B1
-·---·-·· das Curvas da
Bomba B2

~~ e)
-·---- -· Ha2 = f (Q2)

-·-----· Na2=f(Q2)
-------- 1ls2= f (Q2)

- -------·
-
Feitos os cálculos, precisamos levantar o novo conjunto de curvas características. Para
tanto, devemos construir uma tabela para a bomba B1, com os valores retirados do gráfico for-
necido pelo fabricante. Aplicando os valores calculados acima, podemos construir a tabela para
a bomba B2 e com ela levantarmos o conjunto de curvas características da nova bomba.

82
Levantando a curva característica da instalação deste novo conjunto (vide fig. 4.6), po-
demos determinar o ponto de funcionamento, resolvendo o problema. É importante observar
que apesar de conservar os mesmos valores de rendimento, a curva de rendimento será altera-
da, pois os valores de vazão foram alterados.

4.6.2 - Exercício Proposto

Utilizando as curvas da bomba "B" fornecidas no Capítulo 3, na fig. 3.28, no exercício


resolvido que foi feito como exemplo, denominando-a "Bi", aplique apenas as alterações de
tamanho e rotação do exemplo do item anterior (supondo o mesmo fluido: água), levantando
as novas curvas: (Ha2; 11a2)=f(Q2), sobre o gráfico da fig.3 .28 (sem a curva de potência).

Depois, levante a CO, cuja equação (abaixo) foi obtida naquele exercício e determine a
vazão e a potência que esta nova bomba solicitará ao motor elétrico.
2 2
CCI => H 8 = 8 + 1,4xlo- .Q ⇒ Q( m 3 / h); H 8 (m) (Respostas: 34nf/h; 4,2C~

4.7 - Aplicações Práticas - Casos Particulares

As curvas características de uma bomba são modificadas diante das alterações das
"grandezas neutras ou auxiliares". Essas alterações não precisam acontecer individualmente, ou
seja, só fluido, só rotação, ou ainda só tamanho, podendo acontecer de forma combinada. Po-
demos ter alteração de duas grandezas ou até alterações das t rês, como vimos no estudo do
item anterior. No entanto, para simplificarmos, estudaremos apenas a alteração de cada uma
delas individualmente, aproveitando e discutindo alguns casos particulares. O procedimento uti-
lizado será o mesmo visto na seqüência apresentada no item 4.6 (equações 4.7) e discutido
com mais detalhes no item 4.6.1.

4.7.1 - Mudança de Fluido

Nessa alteração devemos considerar duas bombas iguais, B1 e 82, de mesma rotação,
operando com fluidos diferentes (n= cte; D= cte).
Imaginemos que uma delas seja a bomba que pretendemos utilizar, B1, cujo conjunto
de curvas características é conhecido através do catálogo. Para o levantamento dessas curvas o
fabricante utilizou água e o fluido que pretendemos recalcar é diferente. Sendo assim, chaman-
do a mesma bomba diante da nova situação de B2, quais são as alterações do conjunto de cur-
vas características?
Como as bombas são geometricamente semelhantes (bombas iguais => escala geomé-
trica: 1/1), satisfazendo à exigência fundamental, impomos a semelhança completa, igualando
os adimensionais e, a partir dessas igualdades, isolamos as grandezas referentes à nova situa-
ção, determinando para a mesma, a carga, a vazão, a potência e o rendimento.

'!'1 = '!'2 ⇒ ~,
Hs1
=~, .· =
Hs2
Hs, Hs,

eq(s) 4.8 <!> - <I> ⇒ Q1 - Q2 . Q1 =Q2


1- 2 ~~-~~
Ns1 Ns2
X1 = X2 ⇒

l '1B, = '1B1
P1~5=p~3~

Cancelando a rotação e o diâmetro do rotor, verificamos que não há mudança da carga


e nem da vazão, mantendo inalterada a característica principal H8 = f(Q). Entretanto, a potência
83
será alterada. Observemos a lógica: se utilizamos um fluido mais denso que a água (r2 > p1 ),
a relação p 2 / p 1 é > 1, provocando um aumento da potência solicitada, ou seja, para recalcar
um fluido mais denso, a bomba tem mais trabalho e solicita uma potência maior. O rendimento,
entretanto, será o mesmo. Notemos que:

N y.Q.Hs
11B =- = {se y = p.g ⇒ -P2 =Y2
-
Ns Ns Pl Yl

Ao se alterar o fluido, o "y" muda e altera o numerador, porém, a potência "N8 " do de-
nominador é alterada na mesma proporção, como vimos nos resultados deste caso, mantendo
constante o valor do rendimento. Assim, podemos utilizar a curva do rendimento do catálogo,
mas não a curva da potência fornecida pelo fabricante, pois foi levantada para outro tipo de
fluido (água).

Nesse item estudamos a alteração de fluido, contudo não nos preocupamos com possí-
veis influências da variação de viscosidade. Quando a viscosidade é alterada, dependendo da
variação, pode ocorrer um erro provocado por "efeito de escala", estudado pela Mecânica dos
Fluidos. Este efeito acontece sempre que uma determinada grandeza varia muito em relação às
outras grandezas envolvidas, comprometendo os resultados e as conclusões citadas acima, ou
seja, diante do efeito de escala não há mais solução analítica e não podemos utilizar as leis da
semelhança. No último item deste capítulo explicaremos melhor essa nova situação. Por en-
quanto, deixemos a solução encontrada acima como a correta para uma boa parte dos casos,
ou seja, aqueles onde a variação de viscosidade não seja significativa, supondo uma viscosida-
de máxima admitida em torno de 6 cSt (u = viscosidade cinemática).

4.7.2- Mudança de Rotação

Para essa situação imaginemos duas bombas iguais, B1 e B2 , de mesmo tamanho, que
recalcam o mesmo tipo de fluido, operando com rotações diferentes ( p = cte; Dr= cte).

Da mesma forma que no caso anterior, 8 1 poderia ser a bomba de um catálogo, com
características conhecidas e rotação definida pelo fabricante (1750 ou 3500 rpm). Imaginemos
que pretendamos adquirir esta bomba, mas utilizando uma outra rotação, determinada por um
motor elétrico ou um motor estacionário, denominando a bomba nessa nova situação de 8 2 .
Como obviamente existe semelhança geométrica, já que as bombas são iguais, devemos
impor a semelhança completa, igualar os adimensionais, cancelar as grandezas mantidas cons-
tantes e determinar as características da nova bomba. Portanto:

Observe o leitor que a mudança de rotação altera mais a carga manométrica do que a
vazão.
Com as equações acima podemos levantar a nova característica a fim de obtermos o
novo ponto de funcionamento. Para tanto, imaginemos que, no exemplo da fig. 4.7, a nova ro-
tação seja menor do que a antiga => n2 < n 1 . Tomando alguns pontos H8 e Q da bomba 8 1
como referência, utilizamos cada par Q1 ; H81 nas fórmulas obtidas acima e, como as rotações
são conhecidas, determinamos o par Q2 ; H82 completamente semelhante ao par Q 1 ; H81 utili-
zado.
84
Fazendo o mesmo com todos os pontos escolhidos de 8 1, conseguimos vários pontos da
bomba 82, levantando a curva característica da mesma (procedimento que já foi discutido no
item 4.6.1, utilizando as equações 4.7). Na fig. 4.7, os pontos C1 e C2 são completamente se-
melhantes, pois o ponto C1 foi a origem do ponto C2 , conseguido pelas equações que foram
determinadas pela igualdade dos adimensionais.

HB Digamos que a CCI levanta-


Fig. 4.7
da nesta figura tenha determinado
que C1 fosse o ponto de funciona-
mento da bomba 8 1 operando na
instalação. Entretanto, se "retira-
mos" a bomba 81 e "colocamos" a
bomba 8 2 nessa instalação o ponto
de funcionamento não será o ponto
completamente semelhante C2, pois
,.. a CCI não tem o compromisso de
,.. .,, cortar apenas os pontos completa-
mente semelhantes das curvas das
bombas. Desse modo, não pode-
mos usar as equações da seme-
lhança para determinarmos o novo
.___ __ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ __ _ ____,Q ponto de funcionamento, uma vez
que as mesmas servem apenas para o levantamento das novas curvas da bomba.
Para determinar a potência da bomba 82 da fig. 4.7, precisaremos do rendimento, mas
como vimos acima, não podemos utilizar o rendimento do ponto de funcionamento anterior (da
bomba 81). Para determiná-lo podemos usar a equação da vazão, pois vimos que Q2 = K.Q 1 (no
caso K= n2/n 1 ), então, se Q1= Q2/ K, utilizando a vazão do ponto de funcionamento da 82, po-
demos determinar a vazão da bomba 8 1, do ponto completamente semelhante e neste ponto
determinar o rendimento que poderá ser utilizado no cálculo da potência da 8 2 quando operar
na instalação dada.

Note que uma CCI (qualquer), diferente da que foi utilizada na figura, até poderá cortar
dois pontos completamente semelhantes das curvas das bombas, entretanto, se isto acontecer,
será por pura coincidência.

O "efeito de escala" citado no item anterior também pode acontecer quando a variação
de rotação é significativa. Nesse caso, o valor do rendimento é prejudicado, afetando também o
valor da potência e as leis da semelhança não poderão ser utilizadas. Para uma variação muito
grande(~ 50 %) podemos utilizar as equações empíricas 4.10 e 4.11 (4.11 - recomendada por
R. Comolet para água quente) dadas a seguir, para estimarmos o novo rendimento.

eq. 4.10

eq. 4.11

Apesar das fórmulas, recomendamos que no caso de uma variação significativa de rota-
ção seja feito o levantamento das curvas características em bancada, para garantirmos infor-
mações seguras.

85
4.7.2.1 - Correção de Rotação na Curva Característica

Como já foi visto no item 4.5.3, os fabricantes resolveram adotar duas rotações
padronizadas, 1750 e 3500 rpm, garantindo que todos os pontos apresentados nas curvas ca-
racterísticas operassem numa só rotação.

Entretanto, sabemos que existe um escorregamento e durante o ensaio de uma bomba,


com o objetivo de levantar as suas características, temos que trabalhar com várias vazões alte-
rando a carga aplicada no eixo da bomba.
Se a vazão é alta, é mais difícil para a bomba ( centrífuga radial) recalcar o fluido e con-
seqüentemente ela exigirá maior potência do motor, aumentando a carga sobre o eixo do mes-
mo e provocando uma diminuição da rotação. Se a vazão é baixa, fica mais fácil recalcar o flui-
do, a bomba (centrífuga radial) exigirá uma potência menor do motor, diminuindo a carga so-
bre o eixo e provocando um aumento da rotação.
A alteração da rotação que acontece da vazão máxima até a vazão nula não é muito
grande, mas acontece, e fica a pergunta: como o fabricante faz para apresentar no catálogo o
conj unto de curvas para uma única rotação?
Quando o levantamento é feito, é utilizado também um tacômetro para medir a rotação
em cada ensaio realizado. Os cálculos de carga, vazão, potência e rendimento são feitos, mas
são válidos para as rotações dos ensaios. Através das leis da semelhança os fabricantes corri-
gem todos os valores calculados para as rotações padronizadas, 1750 ou 3500 rpm, utilizando
as equações 4.9.
Assim, utilizando o índice "n" para as grandezas corrigidas e não utilizando índice para
as grandezas obtidas nos ensaios, temos:

= Q-~
n

4.7.2.2 - Variadores de Velocidade

Sabemos que só existe um ponto de máximo rendimento numa bomba. Este


ponto está localizado aproximadamente no centro da curva característica. É óbvio que quando
selecionamos uma bomba pa-
ra uma instalação desejamos
que o ponto necessário (Hs e
Q) seja o de máximo rendi- HBG
menta ou esteja muito próxi-
mo dele.
Entretanto, e se preci-
sarmos atender uma faixa de
vazões? Como atender bem a
todos os pontos da faixa? I m- HBF
possível, já que só existe um
ponto de rendimento máximo.
Se privilegiarmos a vazão má-
xima com bons rendimentos,
as menores vazões terão ren-
dimentos muito baixos e vice- FIQ.4•8 Qmín Qmâx
versa.

Utilizando o bom senso podemos verificar, estatisticamente, qual o trecho da faixa que
será mais utilizado, privilegiando o mesmo com bons rendimentos, por exemplo. E como pode-
mos alterar as vazões, da máxima para a mínima? A primeira idéia é fecharmos uma válvula,

86
fazendo com que a CCI vá subindo e alcançando vazões menores, até que chegue à vazão mí-
nima que deverá ser utilizada, como pode ser visto na fig. 4.8, no ponto "G".
Uma outra opção é utilizar um variador de velocidade ou variador / conversor de fre-
qüência. Este equipamento é colocado entre a rede e o motor elétrico, e através de um poten-
ciômetro podemos alterar a freqüência do motor elétrico, utilizando valores s 60 Hz, reduzindo
a rotação do mesmo.
Com a diminuição da freqüência a rotação é reduzida, provocando a queda da curva ca-
racterística da bomba sem mexer nas válvulas do sistema, até que a CCB cruze a curva da ins-
talação na vazão mínima desejada, como pode ser visto na fig. 4.8, no ponto "F".

230 VCA I mfãslco I Tamanho OS Mas, qual a vantagem do uso do


0,37 ... 0,75 kW / 0,5 ... 1,0 HP variador / conversor de freqüência, em
MO\IITR/.~ 0l relação ao uso de uma válvula, já que o
custo do mesmo é bem maior?
y.Qmín.Hs
NB = 11B

A vantagem estará no custo de


operação da linha. Se calcularmos as
potências dos pontos "G" e "F" (fig.
4.8) verificaremos que o peso específico
será o mesmo, a vazão será a mesma
(Qmín), mas a carga manométrica do
ponto "F" será bem menor do que a
carga do ponto "G", sem contar com o
possível aumento do rendimento do
ponto "F" em relação ao rendimento do
ponto "G".

Fig. 4.9 Conversores de r1 e◄1ué11cia MOVIDRIVE'él


Portanto, a potência utilizada
será bem menor, compensando o uso do mesmo. Na fig. 4.9, duas linhas de conversores de
freqüência fabricados pela SEW-Eurodrive, Movitrac e Movidrive.

4.7.3 - Mudança de Bomba - Referente ao Tamanho

Imaginemos duas bombas, B1 e B2, de tamanhos diferentes. Conhecemos tudo a respei-


to da bomba B através das informações do catálogo do fabricante e a partir dela queremos de-
terminar as características da bomba B2 ( p = cte; n= cte).
Nesse caso, não temos a semelhança geométrica explícita como nos casos anteriores,
po,s as bombas não são iguais. Para aproveitarmos os dados da bomba 8 1 temos que verificar
primeiro se há semelhança geométrica entre elas. Satisfeita a exigência fundamental, podemos
então impor a semelhança completa, igualando os adimensionais, cancelando as constantes e
obtendo as seguintes expressões:

O leitor deve observar que a mudança do tamanho altera mais a vazão do que a carga.
Através da curva característica de uma bomba também podemos levantar as características da
outra, como foi exemplificado no caso anterior. Esse tipo de alteração é o menos utilizado em
comparação aos anteriores, porque dificilmente teremos duas bombas de tamanhos diferentes

87
e geometricamente semelhantes. Tal aplicação é mais utilizada pelos fabricantes do que pelos
usuários de bombas.

4 .8 - Alterações do Diâmetro do Rotor

Uma bomba pode fornecer vários pares Q;HB, no entanto há somente um par onde te-
mos o máximo rendimento (fig. 4.10). Este ponto é conhecido também por "BEP' ("Best Effici-
ency Point'). No projeto de uma bomba, o caminho interno percorrido pelo fluido é preparado
para uma única vazão (Qn =
vazão normal =
QaEP), para que a perda de carga interna seja a
mínima possível. Se a vazão aumenta ou diminui em relação à normal, o caminho torna-se des-
favorável, aumentando os choques e as turbulências, provocando um débito maior de energia
e, conseqüentemente, a diminuição do rendimento.

HB
·q mãx Apesar de que a curva da bomba ofe-
rece vários pares Q; H8 , nem todos são co-
merciais. A região mais comercial está locali-
zada em torno do ponto de máximo rendi-
HBn mento. Recomenda-se que se trabalhe numa
faixa 20% abaixo da vazão do ponto de má-
ximo rendimento, até 10% acima desta vazão
(0,8.Qn => 1,1.Qn ou 80%QaEP =>
1100/oQaEP), Entretanto, esta faixa pode ser
um pouco ampliada, de 0.75.On até 1,15.On.
desde que se opere nos limites das velocida-
Fig. 4.10 Qn Q des recomendadas para as tubulações.
- -- -- - -- - -- -- -- ---'
Em relação aos limites de vazão, o próprio fabricante encarrega-se de retirar o trecho fi-
nal da curva característica levantada no catálogo. Desta forma, o fabricante fica com um pe-
queno trecho de curva característica, limitado por cima pela curva, e com uma pequena faixa
de atendimento debaixo dela, que pode ser oferecida aos compradores (vide área hachurada
na fig. 4.11).

HB 0,75 .Qn 1,15.Qn


~
·17 f.
max

Cargas 1
/'
1
1
___ ____ __ J __ __ __ _
1

fíg. 4.1 1 Q
Vazões

Operar com um ponto muito distante do ponto de máximo rendimento pode provocar
alguns problemas, tais como:

88
• Diminuição do rendimento (obviamente);
• Aumento da força radial, que é máxima no ponto de "shut-otf'; aplicada no rotor pela
distribuição desigual das pressões que atuam no caracol;
• Conseqüente redução na vida dos mancais e dos selos mecânicos;
• Fluxo em sentido inverso na sucção, que provoca vibrações e ruídos (vide fig. 4.12),
ruídos estes que podem ser confundidos com cavitação;
• Aquecimento da bomba com aumento da temperatura do fluido, pois a vazão pode
não ser suficiente para refrigerar as partes internas da bomba.

Como essa faixa é pequena, os


Fig. 4.13
fabricantes adotam uma prática que con-
siste em alterar o diâmetro do rotor,
mantendo a mesma carcaça. Partindo do
rotor de projeto, o fabricante diminui o
rotor e levanta as curvas características,
que, em função disso, deslocam-se para D1
=>máx
baixo, distanciando-se da curva original.
Tal prática pode ser verificada na fig.
Di
4.13, que mostra a variação de D1 (diâ-
metro de projeto) até o diâmetro de ro- D4
Ds=>mín Q
tor Ds. L - - - - - - - - - - - - - -......
Entretanto, esse procedimento provoca prejuízos no rendimento da bomba, pois além
de aumentar a recirculação, altera o ângulo de saída das pás. Isso só costuma ser feito nas
bombas centrífugas radiais, já que nos outros tipos o corte do rotor modifica de forma significa-
tiva as características de projeto das bombas e prejudica muito seu funcionamento.

Não há um limite percentual para a diminuição do rotor, pois depende muito das carac-
terísticas da bomba. Podemos observar variações de 15, 20, e de até 30% do diâmetro em re-
lação ao diâmetro original do rotor. Apesar de tudo, essa prática é vantajosa, comercialmente
falando, porque com uma carcaça e um jogo de rotores o fabricante amplia a faixa de atendi-
mento de cada bomba (fig. 4.14) e pode atender uma faixa maior de Q;H8, com um número
menor de bombas.

Diminuindo o número de bombas fabricadas o fabricante reduz o investimento em fer-


ramental. Além disso, funde apenas o rotor de projeto, conseguindo os outros diâmetros, usi-
nando os rotores apenas quando solicitados pelos clientes. Assim, o comprador pode solicitar

89
qualquer diâmetro desde que esteja dentro da faixa de rotores, que vai do "Dmáx" até o
. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - . "Dmín" e as curvas intermediá-
HB
1 máx .. 70% Fig. 4 •14
1a rias servem para facilitar a sele-
ção.

4 .8.1 - Curvas Topo-


gráficas de Mesmo
Rendimento

Na fig. 4.10 foi apresen-


íalxa
de
tada uma curva de rendimento:
atendimento 11B = f( Q ) . Diante do procedi-
Q mento estudado no item anterior,
temos que levantar também vá-
rias curvas deste tipo, já que tal prática prejudica o rendimento das bombas. Entretanto, para
não "poluir visualmente" o conjunto de curvas características, dando ênfase maior à caracterís-
tica principal: H 8 = f ( Q) , os fabricantes resolveram levantar curvas topográficas de mesmo
rendimento.
Na figura 4.15 ilustramos com um exemplo como pode ser feito o levantamento das cur-
vas topográficas. A bomba "B" pode trabalhar com dois diâmetros, cj>1 e <!>2, quaisquer, conside-
rando <!>1 ><!>2.

Fig. 4.15

90
Cada curva característica tem uma curva de rendimento correspondente. Os valores,
que devem ser escolhidos convenientemente nas curvas de cima, são projetados nas curvas
H8 = f (Q). Unindo os pontos de mesmo rendimento, temos as curvas topográficas.

Os rendimentos normalmente são escolhidos conforme o tipo de curva, pois ao passar


pelo seu ponto máximo (extremante da função), a curvatura pode ser bem suave ou não, ou
seja, a curva pode ser muito achatada ou íngreme. A escolha deve ser feita de tal forma que a
interpolação do valor do rendimento não seja prejudicada.

A fig. 4.16 mostra um conjunto de curvas do tipo oferecido pelos fabricantes, ainda in-
completa por faltar a curva de NPSH, grandeza que só será estudada no Capítulo 7.

r:.p\:
l3 tl T
~:: =~~~~~
KSB MEGANORM
~~:woo .__4_0-_2_0_0....,I
I F'
rg. ·
4 16
KSB
GJ
b..
::T=IPO==d=c=B=o=-nb=n=====KSB===ME=G=A=C=H=..
Ofo,la r"
PrOJCCI . No
-1-I O'T\-r'-.--------~1
E...:.
M...:.V_ __, T:i.maf'o

_1,_crn_-N_o_._ __ _ _ _ _
.
Velocidade No-nirnl
Norn notntíw Spcod j 3500 rpm I
.___ ___________,
Olona • r•· ros • .-~ Vctocidad Nomnnl

KSB Meganorm Altura 111.ano<nétrlca - l lead


90 'li! 5 J
,ltlq.)
' 8 60.56365,5

\ .tti s1º,:'o
80
1 .... \ '"- -....,ss,:,
-
70
\ \ ~ ' - 63
i'"\~ .,.. l'.§0,5
i",. .....
r-- V /
"58 5,5%
-
H 60 ~ 1/'
'
1 / .,,.;
\ "'~
m
50
n-,. .... ....... /' 20!

..........
KSB Mcgabloc
40
">o;
x;; -> .. , 1?2 '
30
53 % '\.
'
" .17 ~ i$4

20
o 10 20 40
O m'lh
60 70 80 90 100

KSB Megachem Po«êncla Necessána - Shall Power


-
... -
·-·

25
V
.... -.... !..,'
IIQQ

V .J
.,,
., L/..,, ,__. ,_,
20 '- 1'32
L ...... <I
p .,, _.....
llp
_, . .,, jJ

~
-
.,,,jJ
L/ ~ i - --175
KSB Megachem V 15
l/..,
....
V V
... - .--
...,;; ~

-1
~ "
~
1-' - ,...

- 10
11111"'

o 10 20 ~ 40 60 70 80 90 100
O m'lh

l Dadosvolldôs paia densidade de 1kq/dm1 e Viscosidade clnem:atlca até 20 rrm'/!:.


Garantia dascnracIe1l$tícas de h.nciorwnentoconlom,e ISO 9906 anexo O.

91
É uma bomba 40-200 da KSB, 3500 rpm, centrífuga radial e horizontal. Esta cobertura
hidráulica serve para quatro tipos, KSB MEGANORM, KSB MEGABLOC, KSB MEGACHEM e KSB
MEGACHEM V, que podem ser observadas na mesma figura. Note o leitor que tal bomba pode
trabalhar com rotores de 209 mm (máximo) até 175 mm (mínimo), ou seja, uma redução de
16,3% em relação ao diâmetro de projeto (máximo). Observemos também, que o máximo ren-
dimento é 67% para o rotor de projeto, enquanto que para o rotor de 175 mm o rendimento
máximo cai para 59%(::::; ).

4 .8.2 - Sobre a Obtenção das Curvas para Diâmetros Diferentes

Imaginemos que a curva correspondente a D1 = 209 mm da fig. 4.16 fosse dada e que
conhecendo o valor de D2 = 192 mm, quiséssemos levantar a nova curva característica, consi-
derando uma alteração de "tamanho". No item 4.7.3 {Alteração de bomba referente ao tama-
nho) determinamos fórmulas para isso (equações 4.12), utilizando não só as leis da semelhan-
ça, que determinam a carga e a vazão da nova situação (protótipo), mas também os diâmetros
dos rotores, além da vazão e carga da bomba que serviu de referência (modelo).
No entanto, essas fórmulas não devem ser usadas, pois para isso precisaríamos ter se-
melhança completa ou, no mínimo, semelhança geométrica. A partir do momento em que alte-
ramos apenas uma medida da bomba (Drotor), mantendo as outras constantes, ferimos a seme-
lhança geométrica e assim não conseguiremos a semelhança completa. Desta forma, sem as
leis da semelhança, a única solução seria a experimental.

4 .8 .3 - Método Prático de Obtenção das Curvas

Como vimos no item anterior, a alteração apenas do diâmetro do rotor, sem alterar ne-
nhuma outra medida da bomba, impede a utilização das leis da semelhança.
Observemos que nas curvas da fig. 4.16 são utilizados os rotores de: 209, 199, 192, 184
e 175 mm, entretanto o fabricante não utiliza as leis da semelhança, não comete erros, mesmo
que pequenos, pois tem um compromisso com a verdade. Ele realiza vários ensaios, um para
cada diâmetro de rotor e mostra inclusive o prejuízo que isto representa, deixando clara a di-
minuição gradual do rendimento das bombas.
Entretanto, se isto pode ser feito com relativa facilidade pelo fabricante de bombas, exi-
giria um custo extra para o projetista de uma instalação que está selecionando uma determina-
da bomba.
Para resolver o problema, podemos considerar que, se a alteração do rotor é pequena, é
óbvio que o erro cometido em utilizar as equações citadas também é pequeno. Pode ser verifi-
cado que até 10% (::::;) de alteração do diâmetro do rotor podemos utilizar as leis da semelhan-
ça (equações 4.12) para levantarmos as novas características, pois o erro cometido não será
significativo.
Isto poderá simplificar bastante os cálculos feitos pelos projetistas que, através de um
cálculo rápido, podem verificar com poucos erros as alterações das curvas diante de alterações
dos diâmetros dos rotores, evitando os procedimentos experimentais. No curso, utilizaremos
este procedimento nos exercícios sempre que alterarmos apenas o diâmetro do rotor.
Sendo assim, desprezando o erro cometido, as bombas serão consideradas geometrica-
mente semelhantes e impondo a semelhança completa os rendimentos das bombas serão i-
guais. No entanto, sabemos que há prejuízo, e uma alternativa é estimar os rendimentos pelas
curvas topográficas, desde que a única alteração seja a do diâmetro do rotor.

4.8.4 - Método " Ka rassik" para Obtenção das Curvas

Uma outra opção para resolver este problema é utilizar algumas fórmulas práticas reco-
mendadas por alguns autores, como Igor Karassik da Worthington (atual FlowServe):

92
02 Q2 02
= Q1 · -

r
Q2 ⇒ =

r
01 Q1 01

equações 4.13 Hs2 =Ha1 ·(D2 Ha, =(D2

r

r
01 Hs1 01

Na2 =Na1 -(D2 ⇒ Na, =( D2


01 Ns1 01

Resumindo a relação geométrica:

Como podemos notar, existem diferenças na obtenção da vazão e da potência das e-


quações 4.13 (Karassik) em relação às equações 4.12 da semelhança, entretanto, o cálculo da
carga manométrica é idêntico. É claro que este método também está sujeito a erros e, quanto
maior a diferença entre os diâmetros, maior será o erro cometido.

4 .8.5 - Mé todo "Stepa noff"

Segundo A. J. Stepanoff, da Ingersoll-Rand, as fórmulas propostas por Karassik são vá-


lidas, mas imprecisas. Para determinar o valor de um diâmetro de rotor e compensar a impre-
cisão, sugere um método combinado, ou seja, utilizar as fórmulas propostas por Karassik e cor-
rigir através da tabela apresentada na seqüência. Convém esclarecer que este método não foi
desenvolvido para levantar a curva da nova bomba quando o diâmetro de rotor é modificado,
como nos métodos anteriores, e sim determinar qual deverá ser o novo diâmetro de rotor, para
fornecer um par Q; Ho , que não é fornecido pela curva original.
Para il•Jstrarmos melhor, utilizaremos a curva característica de uma bomba B1 que pos-
sui um diâmetro de rotor D1 (fig. 4.17) e a tabela sugerida por Stepanoff (fig. 4.18).

HB F1q. 4 18 - T a bea
I d e Correçao
Fig. 4 .17 D 2' (calculado) D 2 (corrigido)
D 2'/ D1 D2/ D1
H~!------=---..::---,<
HB11--------.....::::,'--. 0,65 0,71
O 70 O 73
O 75 O 78
O 80 O 83
0,85 0,87
O 90 O 9 15
O 95 O 955

Vamos supor que precisamos atender uma instalação com uma vazão Q2 e uma altura
manométrica H02. Para tanto, pretendemos utilizar a bomba B1, conhecida. Entretanto, entran-
do na curva da bomba B1, verificamos que o ponto Q2;H 82 está um pouco abaixo da curva. Este
método resolve o problema, determinando qual a alteração que deve ser feita no diâmetro do
rotor (diminuição), de D1 para D2 , para que o ponto seja atendido pela bomba.

93
Para resolver, escolheremos primeiro uma vazão ~ maior do que a vazão necessária
Q2 e que resulte posteriormente num ponto (A) um pouco acima da curva da bomba B1 (::::).
Utilizando as fórmulas propostas por Karassik, determinaremos qual deverá ser a carga corres-
pondente à vazão OA, para depois determinarmos o ponto (A) no gráfico.

Aplicando as equações entre os pontos (2) e (A) (futuro), temos:

Se => Hs
A
= Hs
2
·(QA
Q
)2
2

Com a vazão OA adotada e a carga HBA calculada, localizamos o ponto "A" no gráfico.
Unindo os dois pontos, (A) e (2), determinamos o ponto "1" na curva original, que servirá de
referência (Q 1;H 81 ). Através das equações 4.13 (Karassik) determinamos então o diâmetro D2':

Corrigindo o diâmetro através da tabela proposta por Stepanoff, temos:


Se D2'/D 1= 0,80 (por exemplo)=> da tabela=> Di/D 1= 0,83, interpolando, se neces-
sário. Assim:
===>

Então teremos o novo diâmetro que o rotor da bomba deverá possuir para fornecer o
par Q2; Hs2 pretendido. Para obtermos o novo rendimento, já que o mesmo é prejudicado, po-
demos utilizar a fórmula prática (eqs. 4.13) da potência:

Desta forma, este método não levanta a nova curva característica quando é feita a alte-
ração do diâmetro do rotor, mas determina o diâmetro de um ponto necessário, próximo de
uma curva de bomba conhecida, permitindo inclusive a determinação da alteração do rendi-
mento. Da mesma forma, como nos casos anteriores, quanto mais distante estiver o ponto (2)
da curva original, maior será o erro cometido.

4.9 - Campo de Aplicação das Bombas - Diagrama de Tijolos

Vimos que, com a alteração do diâmetro do rotor, a faixa de atendimento de cada bom-
ba é ampliada, provocando um menor número de bombas para atender faixas maiores de car-
gas e vazões utilizadas pelos usuários. Os fabricantes costumam reunir essas faixas em diagra-
mas que recebem nomes bem variados, tais como: diagrama de tijolos, diagrama de pré-
seleção, campo de aplicação, campo de atendimento, cobertura hidráulica etc.

94
Ao entrar num catálogo de bombas, este diagrama, que será encontrado logo nas pri-
meiras páginas, deverá ser consultado. Com o par necessário Q;H 8, localizamos a bomba indi-
cada pelo fabricante e consultamos o conjunto de curvas características desta bomba, para
continuar a seleção da mesma. A seguir (figuras 4.20 e 4.21), alguns exemplos retirados de ca-
tálogos que normalmente separam as bombas de acordo com a rotação (1750 e 3500 rpm).

4.10 - Sobre a Numeração das Bombas

Até este ponto já utilizamos algumas bombas reais com as denominações utilizadas pe-
los fabricantes e na seqüência do curso isso ocorrerá até com maior freqüência. Para explicar
tal numeração, tomemos como exemplo a bomba "KSB - MEGANORM - 50-125", cujas curvas
características estão representadas na fig. 4.19.

KSB: Fábrica. Como já vimos em capítulos anteriores, são diversos os fabricantes de bombas.
Alguns também fabricam bombas, entre outros produtos, mas certos fabricantes são especiali-
zados na fabricação de bombas.
MEGANORM: letra, sigla, ou nome utilizado pelo fabricante para classificar a bomba (classifi-
cação interna). As bombas podem ser classificadas segundo o tipo, aplicação, materiais utiliza-
dos etc.;
50: diâmetro nominal do bocal de saída da bomba. Em geral, as bombas possuem bocais flan-
geados e, através desse número, o fabricante determina o diâmetro nominal da conexão de sa-
ída. Nesse caso, a bomba tem <l>NoM 50 mm, norma DIN. Nas bombas, um dos flanges é fundi-
do com a carcaça e o outro, contra-flange, é ligado por parafusos. Os fabricantes oferecem a
opção de escolha do contra-flange, na norma DIN em mm, ou na norma ANSI em polegadas
(50 mm=> DIN, equivale a 2" => ANSI);
125: determina o diâmetro nominal do rotor. As bombas são construídas com diâmetros de ro-
tores nominais de: 120/125, 160, 200, 260, 300 e outros. Para cada diâmetro nominal são utili-
zadas faixas (aproximadas), assim, na bomba de rotor "120/125", os fabricantes utilizam a fai-
xa de 100 a 140 mm, para o rotor " 160", de 140 a 180 mm etc. Observe na fig. 4.19 que a
bomba é oferecida com rotores de 114 mm (mín) a 142 mm (máx). Entretanto, o diâmetro real
não deve ser utilizado na especificação da bomba, assim, como exemplo: Bomba 50-125 com
136 de <!>rotor•

60'Tllla T,oo

Vci:>cid.:ido No <r~r.at
KSB MEGANORM

13500 rpm 1
Ta'l'lnnho
Slro
la'!'lafio 1
50-125 1
KSB
-b,.]
1 1
Bomba centrífuga com corpo espiral dividido radialmente. 1
Altura MaílOínêtr ica
1lt!.id
◄ -- •O 5
EO .....
I I T" .... ~ 72,5 1 1
35
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I 75 715
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KSB Meganorm 30
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Fig. 4.19
ºo 1) 2.0 30 '40 ·o 60 1t> 90 IÓO li() IC 1 O l•:0 1:0
Qm'lh

95
~IMBIL
-
CARTA DE APLICAÇAO 3500 rpm

100

H
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50
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1

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1: l I, r'h. '..r--LI ' vs,s 100, ieo1sa µ:)16( l
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1750 rpm
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'
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1
' ~ ~

3 1 \
20 30 50 IOO 200 300 500 OCX)

Fig, 4.20

96
Kseb.. Campo de Aplicação - 60 Hz KSB Meganorm
' 1
1-~ -.J-+-+---lf---'--+--+--+-+--l--+---+-+-t.--+--+--+--+-+--+--+-+--+--+--.~+--t---tt=ir1g. 4 .21 -
1
200 -r1 , - 1 1 1
1

1
t

1
,oe -· 32-250 1

44

1-1-t--t-+-+-+-t--

30 t - t - t - - 1 - - -

- ·- 1- - 1--- • -

10

100
'°º
..
"'

5t

40

ll 251,1

20

1t

n= 1.750 rpm
J .__.__ _ _,._...........................- - --
2 l 10 10 100 200 :JOO ,oo
500
-
- - - . . , _ - - - - - - - - -......----------------.__-..__..._..._........................._

97
4.11 - Exercício Proposto de Comprovação Teórica

Vimos que quando alteramos apenas o diâmetro do rotor, não podemos utilizar as leis
da semelhança, por falta de semelhança geométrica. Vimos também que se a alteração for pe-
quena,"' 10%, até podemos utilizar as leis da semelhança (equações 4.12), pois o erro cometi-
do não será significativo, além de outros métodos apresentados para resolver este tipo de pro-
blema.
Entretanto, não sabemos exatamente o "tamanho" do erro cometido e o que será consi-
derado "significativo" ou não. Para verificarmos, podemos aproveitar as curvas da fig. 4.19, que
foram obtidas sem erro, através de levantamentos feitos em bancada de ensaios.
Utihzaremos a curva do diâmetro máximo, de projeto, de 142 mm, como referência
(modelo), que podemos chamar de B1, alterando para os diâmetros de 130(82) e 114(83) (pro-
tótipos). Observe que a alteração de 142 para 130 será d e ~ e a alteração de 142 para 114
será de 19.7%, ou seja, uma dentro da faixa dos 10% e outra bem acima. Construir uma tabe-
la (para referência) colocando os valores de Ha 1 e Q1, da bomba 8 1, de 142 mm, retirados do
gráfico e utilize uma folha de papel milimetrado ou quadriculado para o levantamento das cur-
vas. Pede-se:
a ) Alterando o diâmetro de rotor, de 142 mm para 130 mm e de 142 mm para 114 mm,
levantar as novas características, utilizando as leis da semelhança (equações 4.12);
b) Repetir o que foi proposto no item anterior, utilizando as eq(s) 4.13, sugeridas por
Karassik;
e) Levante no mesmo gráfico as duas curvas fornecidas pelo fabricante, 130 e 114, veri-
ficando os erros cometidos nos itens anteriores.

4.1 2 - Influência da Viscosidade

No item 4. 7.1 estudamos as alterações das curvas características quando trocamos o


fluido, porém, não foi levada em consideração a possibilidade de ocorrer "efeito de escala", pois
não consideramos que a alteração de viscosidade fosse significativa.
O "efeito de escala" pode acontecer no estudo feito entre modelos e protótipos sempre
que a variação de uma grandeza, do modelo para o protótipo, for bem maior do que a variação
que ocorre nas outras grandezas envolvidas. Assim, se quisermos utilizar uma bomba de um
fabricante, de mesmo tamanho, com a mesma rotação, com densidade não muito diferente da
densidade da água, mas com uma viscosidade alta (> > 6 cSt), podemos notar que este "dese-
quilíbrio" provocará o "efeito de escala", já que a maior parte das grandezas não sofreu altera-
ção, ou teve uma alteração relativamente pequena, enquanto que a viscosidade variou bastan-
te, condenando o uso das leis da semelhança.
Quando desprezamos o efeito das forças viscosas, desprezamos também o número de
Reynolds. No entanto, se a alteração de viscosidade é significativa, não podemos desprezá-la,
reintegrando o número de Reynolds na função dos adimensionais envolvidos. Entretanto, diante
do "efeito de escala", mesmo voltando a utilizar o número de Reynolds, não há mais solução
analítica para o caso. Desse modo, só conseguiremos resolvê-lo através de levantamento de
curvas em bancada, ou seja, experimentalmente. Verifica-se experimentalmente que a influên-
cia da viscosidade provocará uma queda de vazão, de carga e de rendimento (Q, He e r,).

O valor de 6 cSt (::::) para a viscosidade cinemática foi deixado como limite para que não
existisse influência da viscosidade, mas fica a pergunta: De onde vem este valor?
Já constatamos em catálogos das bombas Worthington (americana - atual FlowServe)
que as curvas de bombas centrífugas levantadas são garantidas até uma viscosidade cinemática
2 6
de 6 cSt (6 ctStoke = 6 mm /s = 6x10" m2/s ~ 45 SSU), entretanto, nas curvas (atuais) das
bombas da KSB (de origem alemã com fábrica no Brasil em Várzea Paulista/SP) encontramos
que o limite de viscosidade é 20 mm2/s = 20 cSt.
O valor de 6 cSt tem garantia experimental de testes realizados pelo Hydraulic Institute
(Instituto de Hidráulica Americano), que mostram que a partir de 6,25 cSt ocorre o início do

98
prejuízo por influência de viscosidade. É claro que acima e próximo desta viscosidade mínima,
dependendo dos valores de vazão e de carga para água, as alterações provocadas pela influên-
cia da viscosidade são pequenas e quanto maior for o valor da viscosidade, em relação a este
limite, maior será o prejuízo.
Portanto, com o compromisso de comprovarmos os valores abaixo na seqüência do as-
sunto, estabeleceremos que:

• até 6 cSt = não há influência da viscosidade;


• de 6 a 10 cSt = pequeno prejuízo (rendimento: mais prejudicado);
• > 10 cSt = haverá influência da viscosidade, que deve ser verificada.

Ou seja, com a viscosidade em torno de 10 cSt, a influência pode ser pequena, mas o
bom senso recomenda que seja pelo menos verificada, já que haverá a influência dos valores
de carga e vazão.
E como resolver o problema? Só experimentalmente? Para ajudar na solução de pro-
blemas deste tipo o Hydraulic Institute (Instituto de Hidráulica Americano) apresenta no "Stan-
dards for Centnfugal Pumps' gráficos de correção conseguidos experimentalmente e reconheci-
dos internacionalmente.
Essas experiências foram feitas com bombas de boa qualidade, cujos conjuntos de cur-
vas características obtidos com água eram conhecidos. Foram ensaiadas com fluidos de diferen-
tes viscosidades e os resultados foram comparados com os da água. A partir da comparação fo-
ram determinados coeficientes de correção adimensionais: CH, CQ e C11 , que são utilizados para
fazer as correções da carga, da vazão e do rendimento. Assim, para determinar qualquer um
dos coeficientes podemos utilizar a relação (considerando X = > Q, Hs ou 1)):

Xv
Cx = - <1 ⇒ V= do fluido viscoso; a= da água
Xa

Os gráficos de correção do HI - Hydraulic Institute podem ser utilizados para bombas


centrífugas, mas não devem ser utilizados para fluidos não-newtonianos, ou seja, fluidos que
não obedecem à "Lei de Newton da Viscosidade", tais como: esgotos, pastas de papel, leite etc.

Os gráficos poderão ser encontrados no Apêndice I: TG10 : para bombas de grandes


vazões; TG11 : para bombas de pequenas vazões. Observe o leitor no gráfico TG-10 do Apên-
dice I as curvas dos coeficientes: CH, ~ e C11 , que iniciam com o valor 1.0 (que significa: sem
alteração da grandeza), começam a cair (valores < 1.0) em pontos diferentes, ou seja, a pri-
meira a começar a cair é a do coeficiente do rendimento (C,1), depois a curva do coeficiente da
carga {C11) e bem depois a curva do coeficiente de correção da vazão(~) (não utilize o esboço
do gráfico fornecido na sequência para esta verificação - Fig. 4.22 - motivo: sem escala).
Concluímos, portanto, que as alterações de carga, vazão e rendimento não ocorrem com
a mesma intensidade. Percentualmente, o prejuízo do rendimento é maior do que o prejuízo da
carga, que por sua vez é maior do que o prejuízo da vazão, justificando as faixas adotadas e
recomendadas anteriormente.

Na fig. 4.22 temos um exemplo de utilização de um dos gráficos (fora de escala). Com a
vazão e a carga, localizamos o ponto {A). Traçando uma horizontal a partir do ponto (A), de-
terminamos o ponto (B) utilizando o valor da viscosidade. Do ponto (B) com uma vertical, de-
terminamos os valores dos coeficientes, efetuando as correções.

Assim:

e '1 = llBv eq. 4 . 14 CH


= Hsv eq. 4.16
1
7Ba Hsa

99
Grandezas envolvidas:
• Água => Qa, Hsa, Tlsa, Nsa
• Fluido Viscoso => Qv, Hsv, T]sv, Nsv

CQ, CYJ

~6~.2~5_ _ _ _ _ _ _--.-_ _ _____;:__ _ _ ___~ ,,

cSt

HB

Q
Fig. 4.22

Para explicarmos melhor o procedimento de correção das grandezas, dividiremos em


dois casos:

°
1 Caso: Determinação das alterações para um fluido viscoso, se as características com
água são conhecidas (bomba => água => conhecida).
2° Caso: Seleção de uma bomba ensaiada com água, para atender determinado par
Qv;Hsv, de um fluido viscoso (bomba=> água=> desconhecida).

4.12.1 - Bomba para Água Conhecida

Suponhamos que estamos fazendo o projeto de uma instalação que vai operar com um
fluido viscoso (>>6cSt). Conhecemos a vazão necessária e através dos cálculos determinamos
a carga manométrica necessária (Qv;H 8v). Entretanto, queremos aproveitar uma bomba, possu-
indo todas as informações a respeito da mesma.
100
Conhecendo as curvas da bomba citada, ensaiada com água (CCBa=> Ba), pretende-
mos determinar o conjunto de curvas características quando a mesma recalcar o fluido viscoso
(CCBv=> Bv) e verificar qual a vazão de fluido viscoso que será recalcada (Qv) quando operar
na instalação.
Para resolver, tomemos o conjunto de curvas da bomba conhecida (Ba), ensaiada com
água (CCBa) e exemplificado na fig. 4.24, determinando a vazão normal (Qn) correspondente
ao rendimento máximo, que é denominada "Qa3 ". Assim as demais grandezas referentes a essa
vazão também utilizam o índice "3" (carga, rendimento e potência)

BOMBA "B'' - ensaiada com água


HB
CCiv
1

HBaJ

118 _ !l_rritx.='!.]B_aJ_ ___ : ____ -:- _ -:1...=-.----


1

NB

... r"
Nsa3 - - - - - - - - - - _1 _ ,
-,-
<.-:::. -•-
1
- -

Qv
0,6Q
Fig. 4.24 Q
Qa1

101
No gráfico de correção TG-10 (Apêndice I ) temos quatro curvas para o coeficiente "C1-t :
~ !LlLQ, LQ,Q e U,Q. Essas vazões correspondem à vazão "Q0 ", do máximo rendimento
da bomba operando com água. Assim: 1,0.Q= 1,0.Qn= 1,0.Qa3• Para simplificarmos, vamos a-
tribuir nomes diferentes para cada uma das vazões:

.'. 0,6.Q= Qa1 ; 0,8.Q= Qa2 ; 1,0.Q= Qa3 e 1,2.Q= Qa4

Dessa forma, utilizando os valores das vazões acima determinados, podemos localizar os
quatro pontos da curva característica para água (Ba) da fig. 4.24 ((1), (2), (3), (4)), que serão
corrigidos e posteriormente utilizados, para esboçarem as novas características. Através destes
pontos, podemos determinar também as outras grandezas: carga e rendimento, que receberão
os mesmos índices dos pontos.
Com o par Qa3;HBa3, do ponto de rendimento máximo da bomba para água (Ba) (fig.
4.24), entramos no gráfico de correção (TG-10), localizando o ponto (A) da fig. 4.22. Utilizando
a viscosidade do novo fluido, determinamos o ponto (B) (fig. 4.22) e, através de uma vertical,
conseguimos os valores de Co, C,1 e os quatro valores de CH correspondentes às quatro vazões
diferentes (CHt, CH2, CH3, CH-i). A seguir, efetuamos as correções, lembrando que teremos um
coeficiente para as quatro vazões e um coeficiente para os quatro rendimentos, enquanto que
para as cargas, temos quatro coeficientes, respeitando os índices para a correção das mesmas.

obtendo: Qv, Hav e í)v

T abea:
I Resumo F1g. 4 23
Agua Coeficientes Fluido Viscoso
ponto Qa HBa 11 Ba de Correção Qv HBv 11v NBv
1 Qa1 Hsa1 11Ba1 ~ CH1 Cn Qv1 Hav1 11Bvl Nsv1
li li
2 Qa2 Hsa2 11Ba2 CH2 Qv2 Hav2 11Bv2 Nav2
li li
3 Qa3 Hoa3 l1Ba3 CH3 Qv3 Hsv3 11Bv3 Nav3
li li
4 Qa4 Hea4 11Aa4 CH4 Qv4 Hsv4 11Bv4 Nsv4

Feitas as correções, agrupadas numa tabela e apresentadas na fig. 4.23, calculamos as


potências para o fluido viscoso com os valores corrigidos e com o peso específico do fluido vis-
coso. Utilizando os valores conseguidos podemos esboçar cada uma das três curvas corrigidas
da bomba viscosa Bv: carga, potência e rendimento em função da vazão, q ue podem ser vistas
na fig. 4.23 (curvas tracejadas). A seguir, levantamos a curva característica da instalação que
opera com fluido viscoso {CCiv) e no cruzamento com a curva corrigida determinamos o ponto
de funcionamento "V", obtendo a partir dele: H8v, Qv, 17v e Nav (figura 4.23).

4.12.2 - Bomba para Água Desconhecida

Este é o mais comum dos dois casos, pois quando estamos fazendo o projeto de uma
instalação não temos a bomba, que obviamente precisará ser selecionada. Suponhamos então
que num projeto de instalação com fluido viscoso (>>6 cSt) precisamos atender uma vazão Qv,
aplicamos então a equação da energia e encontramos a carga necessária H8v.
Com os dados do proJeto (Hsv ; Qv), precisamos selecionar a bomba num catálogo, mas
só existem catálogos de bombas ensaiadas com água. Sabemos que a influência da viscosidade
diminui os valores da carga e da vazão em relação ao funcionamento com água, assim, para a
seleção da bomba, precisaremos dos valores para água (Hsa ; Qa) maiores do que os encontra-
dos para o fluido viscoso, mas não os temos.

102
Podemos tentar resolver o problema entrando no gráfico do HI com os valores viscosos
(Hsv ; Qv), para, através dos coeficientes, conseguir chegar nos valores para água selecionando
a bomba num catálogo, entretanto estaríamos cometendo um erro, pois para entrar neste grá-
fico necessitamos dos valores para água (Haa ; Qa)-
Concluímos então que não existe uma outra forma de resolver que não seja experimen-
tal, portanto, só nos resta seguir este caminho (através do gráfico do HI), mesmo sabendo que
um erro será cometido. Entretanto, precisamos ficar atentos após cometermos o erro, pois du-
rante os cálculos, quando acontecer uma oportunidade de corrigi-lo, devemos aproveitá-la.
Desta forma utilizamos a vazão Qv e a carga Hsv para entrarmos no gráfico de correção,
determinando o ponto de intersecção (ponto (A) - fig. 4.22). Ligamos esse ponto ao ponto cor-
respondente à viscosidade do fluido ( uv ), através de uma horizontal. Desse ponto, com uma
linha vertical, determinamos os coeficientes CQ, C,1 e CH (p/ 1,0.Q), do mesmo modo indicado
na fig. 4.22. Com tais valores, determinamos os valores para água:

Qv
se Cq = -
Qa

Com os valores de Qa e Hsa, procuramos no diagrama de tijolos de um catálogo a bom-


ba indicada por um fabricante. Na curva característica da bomba, determinamos o ponto de
funcionamento e dele retiramos o rendimento 17Ba, fazendo a correção:

11Bv = llBa · (11

Com os valores encontrados, podemos determinar a potência:

Yv ·Qv.Hsv
NBv = - - - -
11Bv

O caso estaria concluído, entretanto, lembremos que um erro foi cometido e o funcio-
namento, após o início do uso da bomba, pode não ocorrer exatamente da forma como foi cal-
culado. Então, para minimizar o erro, podemos resolver o caso acima da mesma forma até o
ponto onde a bomba para água foi selecionada. Deste ponto em diante poderíamos alterar os
cálculos, ou seJa, utilizar esta bomba para água que foi selecionada como "conhecida", recome-
çando os cálculos, como foram feitos no primeiro caso (item 4.12.1).

Convém ressaltar que esse método está baseado em valores experimentais, mas que
podem provocar erros. Sendo assim, devemos nos precaver com uma segurança maior do que
a indicada quando selecionamos uma bomba para água.
Um outro detalhe que poderia ser levantado é sobre o limite de uso do gráfico (HI), ou
seja, até que valor de viscosidade deve ser utilizado? É claro que se a viscosidade for muito
grande, o prejuízo será muito grande também, e temos bombas mais adequadas para o recal-
que de fluidos viscosos. Desta forma, um método prático para saber se o tipo de bomba deve
ser alterado, é observar o valor do C,r Se o coeficiente de correção do rendimento for muito
baixo, < 0,5 => 50%, indicará que o prejuízo é muito grande e, talvez, a troca do tipo de bom-
ba poderá provocar um melhor desempenho com um custo mais razoável. No caso, uma bomba
de engrenagens que se adapta melhor a fluidos viscosos poderia ser empregada.

Entretanto, se a viscosidade aumentar mais, até o uso de uma bomba de engrenagens


não deve ser feito. Existem bombas especiais para o recalque de fluidos excessivamente visco-

103
sos, massas, pastosos e até com muitos sólidos em suspensão, como as bombas de fusos heli-
coidais com cavidades progressivas, Nemo, fabricadas pelas NffiSCH (fig. 4.25).

Fi . 4.25

SÉRIE BY

MONOBLOCO
BOMBA NEM<f MONOBLOCO HIGIÊNICA - BH
Para Indústrias Alimentícias, do Bebidas, Farmacêuticas, Cosmóllcos o oulros.

Higiênica - BH

NETZSCH
~
Bombas

4. 13 - Revisão

Após a leitura e estudo do capítulo, responda às perguntas abaixo, verificando se o as-


sunto foi assimilado. Se necessário, volte e leia novamente. Respostas no final da apostila.

64 Uma bomba centrífuga radia honzontal tem uma diferença de cota entre as seções de entrada e
saída de 20 cm; recalca 6 L/s de água (y=lO00 kgf/m 3), tem bocas com diâmetros internos de en-
trada de 50 mm (e) e 42 mm (s). Manômetros indicam: pe= - 2 mca e ps= 1,8 kgf/cm 2• Determi-
nar a carga manométrica e quanto é forneodo para cada tipo de carga, percentualmente.

65 Qual a vantagem da bomba "m-line'?

66 E possível ter uma bomba operando numa Instalação com uma pressão na saída quase nula (=
zero)?

67 - Por que as bombas de deslocamento positivo não trabalham com carga manométrica nas suas
curvas características?

68 - Por que o n° de Reynolds, determinado com as variáveis do funcionamento de uma bomba, não
aparece com a sua fórmula tradicional, apresentada em MecFlu?

104
69 • Se um rotor de bomba tem 200 mm de diâmetro e gira com 3500 rpm, determinar a velocidade
periférica ou tangencial do mesmo, em km/h.

70 • Em que situação o n° de Reynolds deveria fazer parte dos adimensionals das bombas e não pode-
ria ser desprezado?

71 Como pode ser levantada uma curva universal "'=f(~)?

72 • Por que as grandezas neutras ou auxiliares recebem estes nomes?

73 Calcule percentualmente o escorregamento considerado padrão pelos fabricantes de bombas, pa-


ra os motores de 2, 4 e 6 pólos.

74 - À medida que a vazão de uma bomba centrífuga radial diminui, o que acontece com a carga apli-
cada e com a rotação da mesma? Justifique.

75 - Se duas bombas podem operar numa mesma instalação, uma por vez, podemos concluir que, se
as bombas são geometricamente semelhantes, apresentarão o mesmo rendimento? Justificar.

76 · Por que duas bombas completamente semelhantes, com rotações diferentes, podem ter o mesmo
rendimento, já que a diferença de rotação gera cargas diferentes? Justifique e demonstre mate-
maticamente.

77 - Se a densidade relativa de um fluido é < 1, o que acontecerá com a curva de potência de uma
bomba quando esta recalcar esse fluido, em relação à curva fornecida pelo fabricante?

78 O efeito de escala pode ocorrer com todas as grandezas neutras? Justifique.

79 Se a viscosidade de um fluido for 6, 1 cSt, haverá influência de viscosidade?

80 Duas curvas de bombas são levantadas num gráfico. As duas bombas são geometricamente se-
melhantes e operam com rotações diferentes, tal que n2fn1 =0,85. Uma CCI ('v'), levantada no
gráfico, corta a bomba B1 numa vazão de 20 l/s e a bomba B2 numa vazão de 15 L/s. Verifique
se os pontos são completamente semelhantes.

81 Uma bomba que opera com 3500 rpm tem um rendimento máximo de 70%. Se somente a rota-
ção dessa bomba for alterada para 1200 rpm, qual deverá ser o seu rendimento máximo?

82 Por que os fabricantes utilizam apenas as rotações de 1750 e 3500 rpm nos catálogos?

83 Não seria melhor trabalhar com a rotação síncrona dos motores, sendo fiel à rotação máxima que
eles podem fornecer?

84 - Em relação à fig. 4.8, que mostra o uso do variador de freqüência, se a vazão diminui da máxima
até a mínima, através do fechamento de válvula (ponto G), o que acontece com a potência da
bomba. E do mesmo ponto (Qmáx) até o ponto F?

85 • Duas bombas de tamanhos diferentes, fabricadas por uma mesma indústria e de uma mesma 11·
nha de fabricação, serão, obviamente, geometricamente semelhantes. A afirmativa é falsa ou
verdadeira? Justificar.

86 · Ao selecionar uma bomba um projetista escolhe um dos últimos diâmetros de rotor, próximo do
mínimo. Entretanto, se o preço da bomba não varia com a mudança do rotor, por que ele não
adquire o rotor máximo, já que o mesmo proporcionará maior vazão?

87 - o que pode provocar fluxo inverso na sucção de uma bomba e quais os outros problemas decor-
rentes desta mesma causa?

88 • Por que as curvas topográficas não indicam os rendimentos em toda a curva da bomba?

105
89 Se a bomba KSB - MEGACHEM - 40-200 (vide curvas na fig. 4.16) for vendida com motor, com o
diâmetro de rotor de projeto (máx), que potência nominal (em CV) deveria ser utilizada?

90 · Uma instalação deverá operar com um fluido viscoso (>>6 cSt). Pretendemos utilizar uma bomba
cuja curva foi fornecida pelo fabricante com DRoToR de projeto. O que podemos obter, se levan-
tarmos a CCiv conhecida no gráfico do fabricante, cortando as CCBs?

91 Uma instalação deverá recal-


car óleo mineral aditivado,
!I ! 11
2
3
com y = 880 kgf/m eu = 50
mm /s = 50 cSt. Para tanto to 1
l~IMBIL 1
N 1 65- 200
3500 rpm

pretende utilizar a bomba 1 1. . 1


IMBIL - INI 65-200 de 3500
1
"I 66 ....71 H l u j -
rpm, com 204 mm de DRoTOR 'º I J ,.._ 71
~ \li,
(CCB dada). Levantar as cur- H I
vas corrigidas dessa bomba m I
1 ........
,-
1
\ ' ' ' ,._,o
I 1,

" ' " 71" 11


1
para o fluido viscoso: º 1 I/ I I 1,
,-.._ I
Hnv=f(Qv) e riav=f(Qv) I
j

'
(* Não levantar topográficas.

...... I'-.
~
"r-.. / \!
1),, 76

1 • 20,
Utilize o eixo da direita colo- r-,,._

"
"-
cando uma escala de rendi- ........ ,,,,

."'
c, 1 tS

mentos para levantar a curva so r-,.. '-.


~
ascendente/descendente). Se
" o 1no
a CCiv obedece à equação:
40 1
Hnv=50+21.421.Q/ (onde 40 a m'lh 120 160
3
Qv=>m /s, Hnv=>m), deter-
minar a vazão que será recalcada e a potência que será solicitada ao motor elétrico.

92 · Utilize a CCB da bomba KSB - MEGANORM - 50-125, abaixo, com o objetivo de comprovar o mé-
todo de determinação de Drotor, sugerido por Stepanoff (item 4.8.5). Suponhamos que conhece-
mos apenas a curva com D=142 mm (máximo - de projeto). Pretendemos utilizar esta bomba pa-
ra recalcar uma vazão de 90
3
KSB MEGAHORM ..---. 1 m /h, com uma carga de 25 m.
AJtu,a 1,'.1110tné~ la
11,.ád 13500 rpm 1 1 50-125 1 Kseb.J
Entretanto, esse ponto está
4_ localizado abaixo da curva da
:o 1e ' o Is bomba conhecida (D=142).
30
I 1 r I"'-~ _n ,s 7 ~ ,5
1 1 ~
"
T",- ...
80 º/, (*Note que, propositalmente,
30
~-. J T"~ ....
r,, r,,. escolhemos um ponto abaixo
I ,...."" i--...
H
2~
.... ~
~

... ,... 't- " i-,.


77,!I
l) N_1
sobre
é
a curva de D=130 mm, e
justamente este valor que
m ""'~ ... i--.i,.,,
' .... .... r,,. ~/" r-,,, 1/ 142 queremos verificar através do
-1"'- .... i,... --i--.~ -< 136 método).
20
~

-~ ~ ... ~ ,..,L? ..... 3


.,.._ ..... i...-~ ..... 1 ~ Denominaremos este ponto
,- 2f•' o li◄ ,2
como (2) e adotaremos a
vazão do ponto (A) QA= 110
10 m3/ h (vide gráfico da fig.
1) 20 ;'l() 40 ~ 110 70 90 ,oo 110 10 1 O 1•0 1 O 4.17). Utilize o método de
Om'l11
Stepanoff e determine qual
deverá ser o "novo" diâmetro de rotor para obter a vazão e a carga pretendidas?

106
CAPÍTULO 5 - ROTAÇÃO ESPECÍFICA

5.1 - Considerações Inicia is

"Rotação Específica" é uma grandeza que poderia ser incluída no capítulo anterior, en-
tretanto, como é uma ferramenta extremamente valiosa das Máquinas Hidráulicas, foi aberto
um capítulo exclusivo para a mesma. É muito difícil explicar os benefícios que ela pode propor-
cionar sem ter uma idéia do futuro deste estudo, pois à medida que este capítulo for desenvol-
vido é que entenderemos melhor, complementando a compreensão nos próximos assuntos que
forem estudados. Escolheremos estrategicamente uma das aplicações para construção da base
do assunto.
Vamos supor que um serviço precise ser realizado, ou seja, uma instalação que está
sendo dimensionada necessita de certa vazão Q, e para consegui-la precisa de uma carga Hs.
Para atender este serviço, representado pelo atendimento do par Q;Hs, precisamos de uma
bomba. Obviamente procuraremos uma bomba num catálogo. Mas, de que tipo? Que catálogo
consultar? Como vimos, existem bombas de diversos tipos e de diferentes geometrias. Qual se-
ria a geometria conveniente ao serviço que se pretende realizar?
Mas, o tipo de bomba é importante? Devemos nos preocupar com a geometria da bom-
ba escolhida? Sem dúvida, pois é aí que estará a diferença. Se a geometria for conveniente-
mente adequada ao par citado, além de fornecer o que a instalação está precisando, a bomba
responderá com o melhor rendimento possível.
Portanto, chegamos ao problema central, ou seja, como relacionar geometria adequada
de bomba com o par Q;H8 que se pretende atender? Observe o leitor que será difícil até com-
parar "Q" com "H 8", já que uma é expressa em "m3/h" ou "L/s" e a outra em "m'?
Veremos que a proporção entre a carga e a vazão será importante para definir a geome-
tria adequada, entretanto, para determinar esta proporção, não poderemos apenas comparar
os valores das mesmas, como foi exposto acima, precisaremos de um "modelo matemático"
que transforme esta proporção em um único número, e poderemos utilizar este número para,
geometricamente, classificar as bombas.
Este "modelo matemático" será a "Rotação Específica", que permitirá a escolha da bom-
ba adequada para uma instalação, uma vez definido o par: Q e H8 . Ela vai "pesar" a importân-
cia destas duas grandezas, uma em relação a outra, definindo numericamente a proporção que
existe entre elas.

5. 2 - Bomba Unidade

Tomemos como exemplo uma bomba real 118" que opere com uma rotação "n" e tenha
um diâmetro de rotor "D". Colocando essa bomba numa bancada de testes e levantando suas
características, temos:
Q 3
Ha
l 8 83

Com esses valores calculamos os coeficientes manométricos e os de vazões.

ljl= g.HB = K1.Hs e <1>=_g__=K2.Q


n2 ,02 n.03

Portanto, cada par Q;H 8 vai gerar um par de adimensionais <j>;\j/ e, construindo também
uma tabela para estes valores, levantamos as curvas universais: \j/=f(<j>) e 11s= f(q>) (fig. 5.1).

Observemos na fig. 5.1 que o rendimento máximo obtido foi 70% (por exemplo). Como
essas curvas pertencem a uma família de bombas geometricamente semelhantes à bomba "B"
107
ensaiada, todas as bombas desta família têm um rendimento máximo de 70%. Ou seja, a famí-
lia da bomba "B" é composta por várias bombas; pequenas, médias e grandes; com cargas e
vazões diferentes, entretanto, todas respondem com um rendimento de 70%. Observe o leitor
que o valor de cada uma não é importante, a proporção entre elas é o que interessa e, no ca-
so, apesar das bombas da família apresentarem vazões e cargas diferentes, certamente a pro-
porção entre estas duas grandezas, para todas as bombas da família, será a mesma.

Do mesmo modo que foi fei-


to com a bomba "B", poderíamos
\/1 700/o (ex)

ensaiar duas outras bombas per-


tencentes a outras famílias. Levan-
tando as curvas universais para ca-
da uma delas, os rendimentos má-
ximos encontrados poderiam ser
50% e 85% (por exemplo), então,
todas as bombas geometricamente
semelhantes a essas outras, teriam
os mesmos rendimentos máximos,
isto é, 50% ou 85%.
A essa altura o leitor pode
estar perguntando: Por que algu-
mas famílias têm rendimento tão fi19. s.1 ,1,.
'I'
baixo e outras, rendimento tão ai- L-.----------------------.J
to?
É bom lembrarmos que as bombas são fabricadas para atender a determinadas faixas
de vazão e de carga. Dentro de uma bomba temos, basicamente, sempre os mesmos compo-
nentes: rotor, caracol, bocal de saída etc. Como vimos no capítulo 2, as principais diferenças
estão: no formato do rotor, número e formato das pás e nos tamanhos dos componentes para
adequar a geometria à necessidade. Entretanto, algumas das faixas de vazão e de carga são
mais facilmente atendidas do que outras. Dependendo do par Q;H6 necessário, podemos en-
contrar uma boa resposta, ou não muito boa, provocada pela dificuldade em se fornecer o par
pretendido.
Para entender melhor a maior ou menor dificuldade para fornecer um determinado par,
imaginemos uma bomba que precise fornecer uma vazão muito pequena e uma carga elevada.
Como deveria ser a geometria da mesma?
Para que a vazão seJa pequena, o rotor tem que ser estreito, restringindo a passagem
do fluido, permitindo apenas o fluxo de uma pequena quantidade e, para conseguir uma carga
maior, o diâmetro não poderá ser pequeno, acontecendo uma desproporção entre a largura e o
diâmetro do mesmo, que ainda terá que girar com uma alta rotação para beneficiar a carga.
Pela dificuldade provocada na passagem pelo rotor, por ter um diâmetro desproporcional em
relação à largura e rotação elevada, provocando altas velocidades na periferia do rotor, a perda
de carga será significativa e o prejuízo será grande, fazendo com que este tipo de bomba tenha
um baixo rendimento.
Portanto, dependendo do caso, se uma bomba responde com um rendimento máximo
aparentemente baixo, não significa que é de baixa qualidade, pode estar apenas cumprindo o
serviço solicitado que exigirá um "esforço" maior do que em outros casos.
Concluímos, portanto, que o rendimento é afetado pela geometria, que por sua vez de-
ve ser executada para atender às solicitações dos usuários, solicitações estas que não se preo-
cupam com a proporção do par que deverá ser atendido. Escolhendo corretamente, temos co-
mo resposta o melhor rendimento possível, mesmo que esse rendimento não seja muito alto,
pois isso dependerá do tipo de serviço (Q;H6).

Em relação às solicitações dos usuários, podem ser quaisquer, ou seja, qualquer vazão,
combinada com qualquer carga, assim, os fabricantes devem oferecer geometrias que atendam

108
a essas solicitações da melhor maneira possível. Para tanto, existem muitas geometrias diferen-
tes para atender proporções onde a carga é bem mais significativa do que a vazão, onde a va-
zão é mais representativa do que a carga, onde as duas grandezas são significativas etc.

Voltando à curva universal levantada na fig. 5.1, tomemos duas bombas pertencentes à
família, uma considerada modelo e outra, protótipo (Bm; Bp). Como existe semelhança geomé-
trica, podemos impor a semelhança completa e igualar os adimensionais. Assim:
2 2
Hsm
Hsp == (~J
np . ( Dm
Dp J eq. 5.1

3
-Qp ílm
Qm
np (ºm
_ -· -
-- Dp J eq. 5.2

Elevando a equação 5.1 ao cubo e a equação 5.2 ao quadrado:


3 6 6

(Hsm
Hsp J = (nm
np
J . (ºm
Dp J

(t r =(~:r-(~:r
Dividindo membro a membro:

((~:6::r
J2
= ( ílm

np
4
J eq. 5.3

Observemos que a equação 5.3 utiliza a vazão, a carga e a rotação de duas bombas
pertencentes a uma mesma família, na condição especial de semelhança completa (mesmos a-
dimensionais), uma considerada modelo e a outra o protótipo.

Qualquer bomba da família pode servir de bomba modelo, não precisa ter uma condição
especial, basta apenas que todos os seus dados sejam conhecidos. Contudo, trabalhando com
bombas reais, não podemos generalizar, pois é uma condição particular de cada fábrica, ou se-
ja, o modelo escolhido serve apenas para aquela família, possuindo "marca", "rótulo".
Resolveu-se generalizar, definindo uma bomba especial que pudesse ser considerada
como modelo para qualquer família. Essa bomba "genérica" recebeu o nome de "Bomba Unida-
de", com as seguintes características:

- é uma bomba padrão;


- serve de modelo para qualquer família;
- bomba fictícia;
- Hs= 1 m;
3
- Q= 1 m /s;
- é definida para o ponto de máximo rendimento de uma família {V}.

Para servir de modelo para qualquer família, só pode ser uma bomba fictícia, já que o
que determina a diferença entre as famílias é a geometria e ela pode assumir geometrias dife-
3
rentes. Recebe o nome de bomba "Unidade", porque "trabalha" com H8 = lm e Q= 1m /s, ou
seja, um valor de carga e um valor de vazão apenas, sendo assim, essa bomba não possui uma
curva característica como qualquer outra bomba, apenas um "ponto característico".

109
Com apenas uma carga e uma vazão, dentro de uma família qualquer, só pode gerar
um par de adimensionais, pois: \j/= K1.He e <!>= K2.Q. Por causa disso foi definida para o par
\j/;q> correspondente ao rendimento máximo da família, qualquer que seja ela (vide ponto "X"
da fig. 5.1).
O ponto de máximo rendimento de uma bomba representa o ponto da "identidade ge-
ométrica" da mesma, já que, supostamente, foi o ponto de projeto. Os outros pontos, com va-
zões maiores e menores, mas com rendimentos sempre menores, são fornecidos e podem ser
utilizados, já que uma bomba não pode, comercialmente falando, servir apenas para um ponto.
Então, como a intenção é criar um modelo matemático que defina a melhor geometria, deve-
mos utilizar como referência apenas os pontos de máximos rendimentos das bombas.

5.3 - Rotação Específica - Definição

Na equação 5.3 do item anterior, envolvemos cargas, vazões e rotações de duas bom-
bas de uma mesma família na situação especial de semelhança completa. Utilizemos então a
bomba "Unidade" como modelo e uma bomba real qualquer como protótipo para determinar-
mos a rotação dessa bomba especial que será denominada "nq", através desta equação.

He = 1 m
Modelo => Bunid ⇒ Q = 1 m3/s
[ n = nq

Protótipo => Breai (V ) H~B } => retirados do ponto de llBmáx


[

Substituindo na equação 5.3, temos:


1

H~J -(nnqr eq. 5.4

Q2
Observemos que, com os valores de H8, Q e n de uma bomba real, retirados do ponto
de rendimento máximo, podemos obter a rotação da bomba fictícia chamada bomba "Unidade".
Sendo assim, a rotação desta bomba "nq" representa a rotação que a bomba "Unidade" deverá
ter para fazer parte da família da bomba real qualquer. Ela terá a mesma geometria das bom-
3
bas da família, entrará na família com os seus dados particulares, Ho= 1 m e Q= 1 m /s, e terá
o máximo rendimento da família (por definição).

Entretanto, a importância desta equação (5.4) é mais ampla, pois vimos que as famílias
de bombas possuem geometrias diferentes em função da variação da proporção entre carga e
vazão. Então, se na comparação do par Q;H8 a vazão "pesasse" mais, ou a carga "pesasse"
mais, o valor da rotação da bomba "Unidade" (nq) registraria este fato aumentando ou diminu-
indo de valor, respectivamente, já que na equação a vazão está no numerador e a carga no
denominador.
Como os pares Q;H8 das bombas reais variam bastante, conforme o tipo e a geometria
das mesmas, se a vazão é mais representativa do que a carga o valor de "nq" aumenta e se a
carga é mais significativa do que a vazão o valor de "nq" diminui. Dessa forma, estamos defi-
nindo geometrias diferentes através desse número, que é o "modelo matemático" citado no
começo do capítulo e que receberá o nome de "Rotação Específica".

110
Além de "Rotação Específica", que é o nome mais utilizado, pode também receber os
nomes de "Velocidade Específica" ou "Número de Brauer". Apesar de pertencer a uma bomba
fictícia, será considerada uma espécie de "propriedade" das bombas reais, já que para determi-
ná-la utilizamos apenas os dados de uma bomba real qualquer, retirados obrigatoriamente do
ponto de máximo rendimento.
A primeira definição de "nq", que a justifica como simples rotação de uma bomba fictícia
é a "oficial" e foi baseada na demonstração feita; porém, a segunda definição é que será utilí-
zada. A "Rotacão Específica" será empregada como modelo matemático para verificar a impor-
tância de cada grandeza envolvida. Por esse motivo serviu para classificar as bombas segundo
a variação destes valores. Foram criadas faixas com valores numéricos de rotação especifica de
acordo com o tipo de bomba: centrífuga radial, helicoidal, diagonal etc., que discutiremos pos-
teriormente.

Podemos agora concluir o caso (exemplo) que foi aberto no item inicial, onde citamos
um serviço representado pelo par Q;H8 e o problema que teríamos para escolher o tipo de
bomba. Já que pretendemos que o par seja fornecido por uma bomba, de preferência localiza-
do no máximo rendimento, podemos associar ao par uma rotação e calcular o valor da Rotação
Específica (nq). Com este valor entramos nas faixas citadas e determinamos o tipo conveniente
ou a geometria adequada ao nosso serviço, garantindo com isso o melhor rendimento possível.

5 .3 .1- Unidades de Rotação Específica

Para calcular o valor da rotação específica devemos lembrar que, quando substituímos
na equação 5.3, utilizamos para a bomba Unidade 1 m 3Is para a vazão e 1 m para a carga. Pa-
ra a bomba real qualquer as grandezas foram substituídas apenas por "Q" e "Ha". Então, para
manter as relações adimensionais, quando utilizarmos a equação da rotação específica deve-
3
mos, obrigatoriamente, substituir a vazão "Q" em "m /s" e o "H 8 " em "m". Portanto, podemos
escrever a fórmula do seguinte modo:

m 3 /s
Q ➔,____

nq = n • _✓
Q_Q-,----
'--u __J Ha¾
'---v----'
,-----A-----,., H8 ➔ m
mesma adimensional
unidade

Entrando com a vazão em "m3/s" e a carga em "m", cancelamos as unidades das gran-
dezas da bomba unidade que não aparecem na equação, tornando parte da fórmula adimensi-
onal. Dessa forma, a unidade utilizada é a mesma tanto para "n" quanto para "nq" e poderá ser
qualquer: rpm, rps, rph etc., mas usualmente baseados em gráficos, tabelas etc. que serão
consultados, utilizamos "rpm". Assim:
{ H 8 ➔ m ; Q ➔ m 3 / s ; n ➔ rpm ; nq ➔ rpm

5.3.2 - Rotação Específica Americana

Em algumas tabelas ou gráficos, encontramos a rotação específica americana "nquSA",


correspondente à bomba unidade americana. A única diferença está nas unidades, pois essa
outra bomba unidade é definida para:

H8 = 1 pé ; Q= 1 gpm (galão por minuto) ⇒ nqusA


../o.
n.
=-¾
Hs 4

111
Na fórmula, a bomba real deve fornecer a vazão em "gpm" e a carga em "pé". A unida-
de do "nqusA" é a mesma do "n" utilizado (rpm => usualmente). Só que, numericamente, ova-
lor dessa rotação específica é diferente da nossa, que corresponde ao "nq métrico".

nqusA = 52 . nq eq. 5.5

5.3.3 - Rotação Específica com Potência Unitária

Uma outra forma de definir as grandezas da bomba Unidade é utilizar a potência como
unitária ao invés da vazão, que é como se define a rotação da "Turbina Unidade", no estudo
das turbinas hidráulicas, mas que pode ser utilizada também para bombas. Assim:

Hs = 1 m
Nu = 1 CV = > " n5 " = rotação específica
{
(Nu = y .Q.Hs)

se Nu = 1 CV Q= ~ = 1 x3 75 = 75xl0-3 m3 / s = 75 L/s (para água)


y.Hs 10 x 1

.·. A vazão não será unitária.

Na rotação específica anterior para vazão unitária, a potência não era unitária:
10 3 xlx l
Nu = y.Q.Hs = - - - =13,3 CV (para água)
75
Calculando" n5 " , temos:

.Jo,075 m 3 / s

Jq
=3 65-n---
' Hs¾4

n 5 = 3,65 . nq eq. 5.6

5 .4 - Classificação das Bombas segundo a Rotação Específica

Como vimos, as bombas, ou as diferentes geometrias das bombas, foram classificadas


por esse modelo matemático denominado rotação específica.
Foram determinadas faixas de "nq" relativas a cada geometria ou a cada tipo de bomba.
Dessa forma, podemos resolver o problema da escolha do tipo conveniente de bomba de acor-
do com o tipo de serviço (Q;H8 ). No projeto de uma instalação, basta tomarmos os valores de
Q e H8 necessários, associando-os a uma rotação (das usuais), calcularmos o "nq" e compará-lo
com as faixas estabelecidas concluindo sobre o tipo de bomba geometricamente conveniente a
ser utilizado.

Para obtenção das faixas resolveu-se juntar informações de bombas de vários tipos,
bombas de boa qualidade, de fabricantes de respeito. Separando por tipo, centrífugas radiais,
por exemplo, foram consultadas as curvas características das bombas. De cada curva caracte-

112
rist1ca foram retirados, do ponto de máximo rendimento, os valores de: Hsn; Qn, n e T]Bmáx (fig.
5.2) e, com estes dados, o valor da Rotação Específica era calculado e reservado.

Depois de determinar os valores de "nq" para várias bombas centrífugas radiais, foi ob-
servado que o menor valor foi "10 rpm" e o maior valor "40 rpm". Desta forma, ficou estabele-
cido, através das indicações de bombas centrífugas radiais de boa qualidade e sempre dos pon-
tos de rendimentos máximos, que a faixa para este tipo de bomba seria: de 10 a 40 rpm.

Da mesma forma foi feito para todos


os tipos de bombas, determinando cada
HBr---+- uma das faixas da tabela abaixo (fig. 5.3).
Convém ressaltar que, como vimos
anteriormente, existem vários tipos de rota-
ções específicas ou velocidades específicas.
Da mesma forma, existem vários estudos e
levantamentos feitos por institutos, centros
de pesquisas e fabricantes, de forma que os
(n ; Dr) valores colocados nesta tabela não devem
ser entendidos como valores absolutos. O
leitor perceberá, ao consultar obras mais
completas a respeito do assunto, que exis-
Q tem variações nas indicações destas faixas.
fig 5.2

e assificacao das Bombas=> Rotacao Esoec1fica Fio. 5.3


nq (rpm) Tipo de Bomba
< 10 Deslocamento Positivo - engrenagens, palhetas, pistões etc.
10 a 40 Centrífuga Radial
35 a 85 Centrífuga Helicoidal
80 a 150 Centrífuga Diagonal
125 a 500 Axial

Notemos que há uma intersecção HB


entre as faixas, assim, na faixa de 35 a 40
rpm, encontramos uma resposta favorável
com dois tipos, radiais e helicoidais, resol-
vendo sobre a bomba que deverá ser uti-
lizada através do custo. Nesse caso o me-
nor custo é das radiais, pois são bombas
mais simples e o número de fabricantes
NB
que oferecem este tipo de bomba é bem
maior.
A preocupação neste item foi ape-
nas classificar e mostrar como foram le-
vantados os valores da tabela (fig. 5.3). A
seguir discutiremos alguns detalhes para
Q
que a compreensão sobre os tipos, geo- Fig. 5.4 - Radiais - Helicoidais
metrias etc. seja completamente assimila-
da.

113
5.4.1- Características dos Tipos de Bombas

Levando em conta o tipo de bomba e a geometria, temos alterações no conjunto de cur-


vas características. Nos capítulos anteriores demos mais ênfase nas centrífugas radias (fig. 5.4)
por serem as mais utilizadas nas instalações hidráulicas industriais, mas discutiremos agora as
modificações que ocorrem para os o,_ut-'--r..;..0-'--s_r_,_1_o..;..s_.- - - - - - - - - - - - - - - - ---.
HB
Convém ressaltar, aprovei-
tando a tabela vista no item ante-
r ior, que cada valor de Rotação
Específica define uma geometria,
já que bombas geometricamente
semelhantes têm o mesmo valor
de "nq".
Sendo assim, na faixa de
1O a 40 rpm, não temos apenas NB
uma bomba centrífuga radial, te-
mos muitas geometrias diferentes
de centrífugas radiais para os di-
ferentes pares de Q; Hs determi-
nados pelas proporções entre e-
les. Observe também o leitor que
a transformação de centrífuga ra- .. . . . Q
. 1 t 'f h . •d
d Ia para cen n uga e 1IcoI aI o-
Fig. 5.5 - Hehco-D1agona1s - Ruxo Misto
corre gradualmente, já que temos uma faixa comum entre as duas e da mesma forma ocorre
HB nas outras divisas entre os tipos.
1\ o
À medida que a importân-
cia da vazão, em relação à carga,
vai aumentando, o valor da Rota-
ção Específica vai aumentando
também, mas no sentido oposto
ocorre o contrário, ou seja, à me-
dida que a importância da carga
em relação à vazão vai aumen-
tando, vai diminuindo o valor da
NB rotação específica, chegando num
caso extremo onde temos as
bombas de deslocamento positi-
vo.
Assim sendo, uma bomba
centrífuga helicoidal pode ter uma
vazão maior do que uma bomba
centrífuga diagonal, pois não im-
portam os valores de Q; H8 e sim
Q
as proporções entre eles.
Fig. 5.6 - Axiais
Dividindo as bombas em
três grupos: radias e helicoidais, helicoidais e diagonais - fluxo misto e axiais, temos uma trans-
formação gradual de geometria, citada acima, e de curvas características também. Nas figuras
5.4, 5.5 e 5.6 podemos observar a variação das curvas características de um tipo para outro.
Obviamente, somente com o estudo teórico sobre as bombas poderemos comprovar o compor-
tamento dessas características.
Observemos o comportamento das curvas de potência. Enquanto na fig. 5.4 a potência
cresce com a vazão, referente às bombas radiais e helicoidais, nas outras, helicoidais e diago-
114
nais com fluxo misto e axiais, figuras 5.5 e 5.6 respectivamente, a potência diminui com o au-
mento da vazão. Assim, devemos tomar cuidado com tais tipos na hora de dar partida nas
bombas. Dar a partida no ponto de "shut-off' significará exigir a máxima potência.

5.5 - Variação do Rendimento em função da Rotação Específica

No item 5.4 vimos que, na coleta de informações de bombas reais de vários tipos, os
rendimentos máximos dos pontos que serviram para os cálculos de " nq" foram retirados das
curvas, mas não foram utilizados. Estes valores foram aproveitados para o levantamento de
gráficos onde o rendimento pudesse ser estimado a partir da rotação específica, do tipo =>
1 s= f n ·
Fig, S.7

- --- -~1Btr-;-~
- Q (L/min)
90
_;::.-
---
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50
º/
4o 40
soo 2000 4000 6000 8000
10000
15000

RPM:~PM - nqUSA (rpm)

Velocidade Específica

Ctnlrlfugu
g~
~o~6litt Rotação

Na fig. 5.7 temos um gráfico publicado por Wislicenus. Já a fig. 5.8 mostra um gráfico
mais atual, publicado por Jekat, e que cobre a faixa de rotações específicas menores do que
500 (nquSA), não incluídas no gráfico anterior.
As aplicações desses gráficos vão desde uma verificação do rendimento de uma bomba
prometido por um fabricante, até o projeto de uma bomba em que precisamos estimar o valor
do rendimento logo no início do projeto.
Lembre o leitor que esses valores foram retirados de curvas de bombas reais, de boa
qualidade e sempre dos pontos de máximo rendimento destas bombas.

5.5.1 - Verificação do Rendimento de uma Bomba

Nesse caso, imaginemos a curva de uma bomba oferecida por um fabricante. Do ponto
de máximo rendimento dessa bomba prometido pelo fabricante, calculamos sua rotação especí-
fica e estimamos seu rendimento pelos gráficos, comparando-o posteriormente ao rendimento
declarado no catálogo.
Se os gráficos foram levantados com informações de bombas reais, o rendimento que
determinamos para essa bomba que está sendo verificada, também uma bomba real, pode ser
um pouco menor, ou até um pouco maior. Se for muito maior, é bom lembrar que existe um
115
"limite geométrico" representado pela dificuldade do serviço que uma determinada bomba tem
que executar, estando o rendimento prometido para a bomba fora da realidade. Se for muito
menor, a qualidade de fabricacão oode estar comorometida.

Utilizemos uma bomba da MARK-GRUNDFOS para exemplificar. Na figura 5.9 temos as


curvas da bomba DN 50-16, ensaiada com 3500 rpm.
Determinaremos primeiro a Rotação Específica da bomba DN 50-16, entretanto, uma
dúvida poderá ocorrer: De qual delas? Na figura citada, o fabricante levanta cinco curvas para
os diâmetros de rotores: 175, 165, 155, 145 e 135 mm.
Como vimos no capítulo anterior, estas bombas, apesar de possuírem a mesma carcaça,
trabalham com rotores de diâmetros diferentes e, por causa disso, não são geometricamente
semelhantes. Desta forma, cada uma teria um valor de rotação específica, determinado através
do ponto de máximo rendimento.
Ocorre que pretendemos utilizar a tabela e os gráficos apresentados anteriormente, que
foram obtidos através de informações de bombas de boa qualidade, então, não devemos utili-
zar informações dos rotores, que surgiram apenas para ampliar a faixa de atendimento das
bombas e, por causa disso, tiveram o rendimento prejudicado. O rotor que representa essa
bomba, geometricamente falando, é o rotor de projeto, aquele que possui o máximo dos má-
ximos rendimentos, ou o ponto citado como de "identidade geométrica" da bomba.

Assim, do ponto de máximo rendimento da bomba, para o rotor de 175mm, temos:

'ls máx = 75% = > Hs= 54m; 3


Q= 80m /h ; n= 3500 rpm

3500· ✓ BO
Calculando a rotação específica: n
q
= ¾3600 =26 2 rpm
4
1
54
:. uma bomba centrífuga radial, conforme faixa nq => 10 a 40rpm.

116
1 ·~--l\-L_AR_I"-_--G-·R_lT_ND_F_o_s_· L---IID.-\.
~ Bomba Centrifuga Normalizada
f
MODELO
---. Sucção Recalque Váfido para água limpa DN 50-16
IIIIIMW.all
- 80 lllll\ 50 mm a 20 e. 3.500 RPM
.
~---- .
I _,___.,

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017S
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h-.- 1--1
"-
'-'-
f--1-
,_.,_.
1-➔ • ,-... -- +
o 40 60 80 100 120
20
VA2.ÀO EM METROS CÚBICOS POR HORA
____________
Fig. 5.9 _.,

Alterando para as unidades utilizadas no gráfico da fig. 5.8 => : nqusA e Q (gpm)

nqusA = 52 . 26,2 = 1362rpm 352 gpm


{ Q(gpm)= 4,4 . 80 = 352gpm
0,11 _._ - - - - -

Consultando o gráfico da fig. 5.8, te-


mos: llB = 77% l

1362 rpm
Fig. 5.10

O rendimento encontrado é 77%, enquanto que o prometido pelo fabricante 75%, ou


seja, apenas 2,6% abaixo do limite geométrico definido pelo gráfico. Portanto, como pudemos
verificar, as informações do gráfico (da fig. 5.8) são confiáveis.
Como exercício, sugerimos ao leitor que faça a mesma coisa com as curvas das bombas
que já foram utilizadas até este ponto, como as das figuras: 2.21, 4.16, 4.19 e das perguntas
91 e 92 do questionário do capítulo 4.

117
5.5.2 - Aplicação No Proj eto de Bomba

Uma outra aplicação para o uso dos gráficos é o projeto de uma bomba. Os dados for-
necidos são: Q, H8 e n. Uma bomba só pode ser dimensionada para um único ponto, obvia-
mente o ponto de máximo rendimento. O caminho interno de passagem do fluido só pode ser
preparado para um único fluxo e alterando a vazão o caminho não será mais conveniente, tan-
to que, aumentando ou diminuindo a vazão em relação ao ponto de projeto, o rendimento di-
minui.
Com esses dados é calculada a rotação específica da bomba que será dimensionada. A
seguir, dando início ao projeto, é necessário calcular o diâmetro mínimo da ponta de eixo onde
é colocado o rotor, que será a primeira grandeza geométrica calculada. Esse diâmetro depende
de crm = tensão admissível (solicitação tripla), que por sua vez, depende do material, da ten-
são de ruptura e do momento torçor "Mt", que para ser calculado depende da potência solicita-
da e da rotação.
Ns Ns = y.Q.Hs
Mt = K · - e
n 11B

Para o cálculo do "N8 ", o rendimento não é conhecido. Lembremos que o projeto está
apenas no começo e não se tem condições de determinar tal valor.
A única solução é adotar o valor do rendimento. Utilizando os gráficos fornecidos, pode
o projetista, a partir de informações reais, estimar o rendimento e dar continuidade ao projeto
utilizando um valor confiável.

5.6 - Escolha de Rotação através de Rotação Específica

Sabemos que as rotações usuais são 1750 e 3500 rpm. No projeto de uma instalação,
quando chegarmos ao ponto de selecionar a bomba, saberemos apenas a vazão pretendida e a
carga necessária para recalcá-la. Mas, qual das duas rotações deve ser utilizada?
Podemos, utilizando a fórmula da rotação específica, calcular esse valor para as duas ro-
tações usuais, verificando os valores encontrados e selecionar a geometria conveniente através
da tabela da figura 5.3.
Ocorre que, em função dos valores encontrados, algumas decisões devem ser tomadas.
Suponhamos que o objetivo seja utilizar uma bomba centrífuga radial, a de menor custo, então,
aquela que fornecer um valor na faixa de 10 a 40 rpm deve ser escolhida.
Nesse cálculo, como 3500 é o dobro de 1750, teremos a rotação específica calculada pa-
ra 3500, duas vezes maior do que a calculada para 1750 rpm. Assim, uma poderá cair fora da
faixa e a outra dentro, escolheremos então a indicada para as centrífugas radiais. Podemos en-
contrar, por exemplo:

nq => 7 (1750) e 14 (3500) rpm => escolhendo 3500 rpm.


{ nq => 30 (1750) e 60 (3500) rpm => escolhendo 1750 rpm.

Entretanto, as duas poderão cair dentro da faixa, como 16 (1750) e 32 (3500), por e-
xemplo. Nesse caso, que rotação deverá ser escolhida? Podemos decidir em função do custo,
mas qual será o conjunto moto-bomba de menor custo? O de 1750 rpm ou o de 3500 rpm?
Em relação ao motor elétrico, o de menor custo é o de menor número de pólos, repre-
sentado pelo motor de 2 pólos, com 3500 rpm. Em relação à bomba, podemos utilizar a fig.
4.20, do capítulo 4, que mostra a Carta de Aplicação das Bombas INI da IMBIL, para exemplifi-
car. Nesse gráfico, entrando com os mesmos valores de vazão e de carga, dados abaixo como
exemplo, podemos determinar quais as bombas indicadas pelo fabricante. Assim:
3
Para: { Q= 60m /h => { 1750rpm => INI-50-315

Hs= 40m 3500rpm => INl-40-160

118
Como podemos observar pela numeração das bombas, a bomba de 1750 rpm (315 mm
de diâmetro médio de rotor) tem o dobro do tamanho da bomba de 3500 rpm (160 mm de di-
âmetro médio de rotor) e a menor consegue proporcionar o mesmo ponto, pois tem o dobro da
rotação.
Concluímos, portanto, que o menor custo para o conjunto moto-bomba está represen-
tado pela maior rotação, 3500 rpm. Entretanto, esse custo é de aquisição e não leva em conta
o custo de manutenção, que certamente será maior no conjunto de 3500 rpm. A decisão deve-
rá ser tomada em função do tipo de instalação e da responsabilidade da mesma.

5.7 - Outras Aplicações de Rotação Específica

Nesse item, constituído de exercícios, além de mostrarmos outras aplicações de Rotação


Específica, pretendemos abordar detalhes que não foram vistos nos itens anteriores e que dida-
ticamente serão melhor compreendidos dentro de aplicações numéricas. Serão abordados dois
casos: um com carga significativa em relação à vazão e outro com vazão significativa em rela-
ção à carga. Aproveitaremos o item também para mostrarmos alguns tipos de bombas.

5 .7.1 - Exercício de Aplicação Resolvido - Carga Significativa

Uma instalação necessita de 3,5 L/s de água com uma carga manométrica de 190 m.
Escolher a rotação e o tipo de bomba geometricamente adequados, levando em consideração
que o objetivo é o menor custo possível.

Solução:

A primeira observação que podemos fazer diante de tais informações é que o valor da
carga parece meio "exagerado" para uma vazão de apenas 3,5 L/s. No entanto, prosseguire-
mos verificando os acontecimentos. No final do exercício exemplificaremos com uma instalação
real onde esses dados poderiam acontecer.
Como o objetivo é o menor custo possível, devemos selecionar a bomba centrífuga radi-
al, com nq = 10 a 40 rpm e se for possível, optar por uma rotação de 3500 rpm. Entretanto,
seguindo a orientação do item anterior, calcularemos os valores da Rotação Específica para as
duas rotações.

calculando os valores de nq:

1750 . .J3,Sx10- 3
nq17so = ¾ :2 rpm (!?)
190 4
nq3500 = 2 X nq17so = 4 rpm ( !? )

Os valores encontrados confirmaram que a carga é realmente muito grande em relação


à vazão pretendida. Seguindo então pelos valores encontrados de nq e consultando a tabela da
fig. 5.3, devemos utilizar uma bomba de deslocamento positivo (nq< 10 rpm), já que para con-
seguirmos alcançar nq ~ 10 rpm e aplicar bombas centrífugas radiais teríamos que utilizar uma
rotação mínima de 8650 rpm, o que não é recomendável.

Já que a geometria indicada para a necessidade da instalação é a de uma bomba de


deslocamento positivo, podemos usar uma bomba de engrenagens, entretanto, as faixas de ro-
tações específicas não podem resolver tudo, pois não visualizam todo o problema. O uso de
uma bomba desse tipo é totalmente incompatível com o fluido que deve ser recalcado (água).
Observemos na fig. 2.11 do Capítulo 2 onde temos uma bomba de engrenagens e al-
guns dados da mesma fornecidos pelo fabricante. Notemos que a faixa de viscosidade reco-
2
mendada é de 10 a 300 mm /s (= cSt). Na tabela em que a pressão e a vazão efetiva são for-
119
necidas, o fabricante declara que os ensaios foram feitos com u= 36 cSt; T= 50ºC. Só para
compararmos, a água na temperatura ambiente tem uma viscosidade igual a 1 cSt.
Devido à baixa viscosidade, a água, além de não lubrificar, não garante a estanqueidade
necessária ao bom funcionamento dessas bombas para minimizar o vazamento interno. Dessa
forma, não devemos utilizar a indicação da rotação específica e voltamos à estaca zero.

Uma outra solução seria utilizar uma bomba vibratória de deslocamento positivo, do tipo
que é fabricada pela ANAUGER, fig. 2.16, e que serve para recalcar água. Consultando o catá-
logo deste fabricante verificamos que, da linha de produtos, a bomba que mais se aproxima da
necessidade da instalação é a ANAUGER 900, que para a maior Elevação em mca (carga) de
65 m, proporciona uma Vazão de 750 L/h, que pode ser observado na fig. 5.11, onde temos a
linha deste fabricante e a tabela da bomba selecionada. Entretanto, precisamos de 190 m para
12.600 L/h (3,5 L/s) e não poderemos resolver o problema com essa bomba.
Fi . 5.11

( '

·r:rl
1anauger

_ _e
_ie
_ v ação (moa)
Características Técnicas
O 10 20 30 «I 50 60 65
tensh cone nlll! freqilêncl.a potênoi.1
modelo Vazão (litros/hora)
M (A) (Hz) (w,tts)
110 16 60
126 14
1anauger 900
220 7 ,6
250 6,6 60 460 2300 1800 1480 1200 1000 850 780 750

Tentando todas as diferentes possibilidades não conseguimos resolver o problema e te-


remos que voltar para as bombas centrífugas radiais, que seriam as mais indicadas para esse
caso, mas como resolver o problema dos baixos valores de rotação específica?
A única saída, já que o problema é o alto valor de carga, é dividir essa carga total por
várias bombas centrífugas radiais associadas em série (fig. 5.12)

Q= 3,5 L/s
(Z= n° de bombas)
Fig. 5.12

Como cada bomba associada terá uma carga menor, mantendo a vazão, teremos uma
diminuição do valor da rotação específica. Entretanto fica a pergunta: quantas bombas?

Para determinarmos o número de bombas podemos utilizar a própria fórmula da rotação


específica, adotando valores de " n" e " nq" para determinar o mínimo número de bombas que
devemos associar em série. Assim:

nq = eq. 5.7

Adotando: nq= 10 rpm e n= 3500 rpm, para determinar o mínimo valor de "Z", temos:

120
Z
, nq HB 4 ½ [
( n · .jQ¾J
= ___:____;::_ = - - -10 · 190 ¾
--====
4
]½ = 3,34
3500 . ✓3,5x10 - 3

z' = 3,34 ⇒ ZMÍN =4 Bombas

Desta forma, para atender a instalação precisaremos de no mínimo 4 bombas associa-


das em série, onde cada bomba deverá possuir os seguintes dados:

Q = 3,5 L/s
Hs = 190 / 4= 47,5 m
n = 3500 rpm
----
3500 ..J3,5x10-3
nq = __. . .;_____ = 11,4rpm
47 5¾
'
O problema pode ter sido resolvido, mas não deverá representar a solução final. Esse
número de bombas, além de ocupar muito espaço, provocará uma tubulação de interligação
das mesmas que talvez não tenha sido prevista no projeto, exigirá a instalação de uma quinta
bomba (reserva), que deverá substituir qualquer uma das quatro, obrigando a criação de "by-
pass' para cada bomba, fora o aumento do custo provocado por tudo isto.
Além do que foi citado, faltou um motivo que impedirá a solução através da associação,
pois com quatro bombas associadas em série, a pressão vai aumentando muito e certamente o
bocal de saída da última bomba não suportará. Para a associação de bombas isoladas podemos
ter no máximo duas bombas, passando disto a pressão aumenta muito e as bombas não são
construídas para suportarem tanta pressão assim nos bocais de saída.

Como solução final podemos utilizar então uma bomba de "4 estágios", que corresponde
a quatro rotores no mesmo eixo, dentro de uma carcaça, associados em série e acionados por
um único motor elétrico (vide fig. 5.13).

1
__ 47,5 m _ _ 47,5 m _ _ 47,5 m,
~ /, 1 ~/r, :/r
• 1
(s)

(e) 1 1 1 1 '
1 ,
I
Q= 3,5 L/ s j 1 1 1 I
----►---,; ---- - ~ - - ,,&. - - _,_ - e.. - - _..... _

Fig. 5.13

Essas bombas, denominadas de "multiestágios", são caras, mas o custo é bem menor
do que na outra situação. São bombas mais perigosas que as convencionais (monoestágio),
devido ao alto valor de pressão que ocorre no bocal de saída das mesmas. São aplicadas sem-
pre que se desejam grandes cargas com pequenas vazões, desproporcionais aos valores das
cargas. São empregadas para instalações de alimentação de caldeiras, por exemplo, que exi-
gem baixas vazões de líquido saturado e altas pressões, pois as bombas neste caso alimentam
o tubulão superior onde é produzido o vapor.

121
Além disso, os fabricantes também recomendam esse tipo de bomba para instalações de
irrigação, estações de abastecimento de água, bombeamento de condensado, circulação de á-
gua fria ou quente e combate a incêndio.

Na fig. 5.14 podemos observar o interior dessas bombas, com vários rotores associados
em série e mudanças nas posições dos bocais de entrada e saída. O fluido passa pelo rotor e ao
ser expulso do mesmo encontra um conjunto de pás diretrizes que o conduz até a sucção do
próximo rotor, e assim sucessivamente. Normalmente se trabalha com rotores iguais de mesmo
diâmetro, mas verifica-se que em alguns casos os fabricantes reduzem alguns rotores do con-
junto.

Fig. 5.14

122
Na fig. 5.15 temos um diagrama da KSB, que fornece o campo de aplicação das
bombas WKL, bombas centrífugas de alta pressão, correspondente a uma das bombas da linha
multiestágio da KSB. Se entrarmos com os valores do exercício: H0=190 me Q= 3,5 L/s= 12,6
m3/h, a bomba indicada será: KSB - WKL 40/5, ou seja, com 5 rotores associados em série. É
bom lembrar que ao determinarmos o número de bombas associadas, nos preocupamos ape-
nas em determinar o mínimo (4). Assim:

Pela bomba indicada, cada rotor da bomba WKL teria os seguintes dados:

Q= 3,5l/s; H6 = 190 / 5= 38m; n= 3500rpm


3500 ..J3,5x10- 3
{ e nq = =13,5 rpm
38¾
O fabricante não é obrigado a trabalhar com o número mínimo de rotores. No caso, o
valor do "nq" é mantido bem próximo do limite inferior da faixa, o que é perfeitamente razoá-
vel.

Campo de Aplicação
300
3500 rpm KSB WKL
?-k-
--
~
Fig . 5 .15

-7'~
-1.J_ r--...__
- /4

-
200
~
~ r=:::::::
r-:..:-
t-- IS R r--
r--
r--
-
H
m
r-- t--
r-!.!. !"- r--- /4 r--.. (3
/2
r-- r-!..:_ !"- r-- .... t--

-- '-- ~

100 .......... ~
/4 -.......... /3
r---- r--- r-- '-
~
/2
r--.-.. ~

50
1--
-r----
/3

.........
12
- r--..
i--

r--- i-..._

40 '2
r---... 80 / 1
~ -
30
r--. .......____ 65/ 1

~
40 /1 -
20
32 / 1
~

Q m'/h
10
O 5 10 20 30 <&O 50 100 200 300

Feita a pré-seleção da bomba no diagrama, devemos consultar as curvas características


da bomba indicada (fig. 5.16). Nesse conjunto de curvas temos os valores para cada rotor e
podemos associá-los de 2 a 7 estágios, como é indicado no campo de aplicação, terminando a
seleção da bomba. Talvez nesse caso, em função da localização do ponto nas curvas, fosse me-
lhor trabalhar com 6 rotores e utilizar o rotor rebaixado. Dessa forma teríamos uma vazão um
pouco maior, obtida com a CCI, como segurança em função dos erros já discutidos em capítulo
anterior. Fica a sugestão que poderia ser feita durante o estudo como um exercício.

Note o leitor que o fabricante oferece dois rotores, um com diâmetro de 150 mm, tama-
nho normal de projeto, e o outro rebaixado para 140 mm, entretanto, o corte é feito somente
nas pás, conservando as tampas com o mesmo diâmetro em função do funcionamento dessa
123
bomba. O conjunto de pás diretrizes, que leva o fluido da saída de um rotor até a entrada do
próximo, ficaria distante caso a tampa e as pás fossem cortadas, provocando recirculação. Esse
procedimento acontece sempre que se trabalha com bombas de vários estágios, diferentemen-
te das bombas monoestágio.

[loT.c:i Tioo KSB WKL fa'IU!lro 1

.______J____
3500 !__ __.
~otoc1d3do 1,i<YTlll'l.lJ rpm ~~n'TI:111o
Si_w_ _ _ 4_o_~ ~
. ~ ------~
Allura lv\,ir10mt'lrica - l lead = > por tsta.910
H SO

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C'tl :J 2
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E 1 1 1 1 1 1
o
co Pctência N~cessária - Shalt P~r ==> por Estágio
P 10

-- u --
1
hp
,_ . - 1 -11.1
-H- 1
1
1
1
3150 _
1 11
KSB WKL s
- ---- -_,_
---
--- 1
- 1
--- --,-,-
----- 1
1
1
~ 1501 MO

1
Fig. 5. 16 o
o 5 10 15 20 25 30 35 40
Q m'fh

Na seqüência temos a fig. 5.17, que mostra a bomba CS da MARK-GRUNDFOS, uma


bomba que atende a cargas máximas C'shut-off') de: 90, 120, 130, 180 e 230 m, com vazões
3
de no máximo 3 a 3,5 m /h (0,83 a 0,97 L/s). Essa bomba é construída em aço inox, tem vá-
rios rotores de aço inox estampados e associados em série.
124
Aplicações Bomba

, ..
• • Sistemas de. abastecimento de água:
• Extração de água subterr ãnca:
• Fornecimento de água em resídencías e/ou pequen as indústrias:
• Aplicações em tanques e cisternas;
• Irrigação d1. hortas e pequenas plantações.
Submersa
cs

Ê a solução mais econõmica em bombas submersas, corn


baixo consumo de energia;
Motor Inteiramente produzido em aço inoxidável:
Facil instalação.confiabilidade e baixa manutenção.

AMT
CS2
ffl(~.,
n o_ __

100

80

60

40

20

o 1 2 3 3.S
Vatlo(n1'1hl

AMT
CS3
[mu.J
24 0 -

200

160

120 .

80

Fig. 5.17 40

o i 2 3 4
Vu~o lm'/ hl

Como podemos observar, a bomba CS não serviria para a instalação do exercício, mas a
própria MARK-GRUNDFOS produz bombas de construção mais robusta que poderiam ser utili-
zadas (bombas XHU).
As bombas que poderiam ser aplicadas na instalação do exercício exemplo, substituindo
as "WKL" e até mesmo as bombas " XHU", similares, que são bombas de vários estágios de
construção convencional, são as bombas CR da MARK-GRUNDFOS. Essas bombas são centrífu-
gas verticais, de vários estágios, e "in-line'. São montadas com rotores menores, mas de aço
inox, estampados, completamente diferentes dos rotores fundidos das bombas citadas (vide fig.
5.18).

125
Bombas Centrífugas Verticais - CR
Multiestág io

CR(E) 1s, 1, 3, 5, 10, 15 e 20

1
Cabeçote r~rro fundido
da Bomba EN-GJL-200

3 Erxo da bomba Açoínox

4 Rotor Aço inox


5 Ornara Aço,nox
6 Camisa externa Aço r n ~
Anel de vedação
7 pa ra camisa externa EPOM ou FKM
Ferro fundido
8 Base EN-GJL-200
9 Anel PTFE
10 Selo mec.':1n,co
Peças de borracha [PDM ou FKM

Desenho en1 corte _, ·- ~-J


_____ ___ .

~
•• ~ -t••.•_r,-,
1 - -~ ~ ~{-~✓-
·--
3- - - ~
. ~t,:~ - 10
p.:4'Y:::?.•---
>~
6
. 7
s

i
8 -

Fig . 5.18 ..
-...--,.. 1 " •

126
Fig. 5.19 Faixa de desempenho - CR CRI, CRN GRUNDFOS"~

H-.-- - ------- ------....:..,_--------------..----.


[m]
1

100

300

:>oo

100
80

60
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Cl h ...
e, '

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Ct 1'l
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40 ---- CI. <H UI~ UN nu ~l(,.I


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.
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Üh l u,, , t t>I 1,
30

:>O -+----.-- ' - - - . . - - - ' - r- -,----,--'-,,----,.-./--- ---L- ~-'----.---1.--.----1...-..-..1-,--r1---'---1


O8 l 1. 3 ,1 S ó li 10 20 30 o10 so óo so 100 Q [01 3t h)
EtJ
[%]~- - - - - - - - - - - -- - -- - - -- - - - - - - ---,
1 80
h0

•10

20

J -+----.- - - - . . - - - - - . -- -.----.--,..----.--- -- - -~ - - - - - . - - . . - . . ----,-...----'----1


OS l 2 3 J 5 6 8 10 30 40 50 e.o so 100 Q [ml/h]

A série é formada pelas bombas CR, CRI e CRN, com motores convencionais de 2 pólos,
fornecidas em vários tamanhos e número de estágios. São indicadas para uma variedade de a-
plicações, desde o bombeamento de água potável, até o bombeamento de produtos químicos,
com bom desempenho. São de construção moderna e todas são equipadas com selos mecâni-
cos tipo cartucho, desenvolvido pela GRUNDFOS (Dinamarca), cuja manutenção (troca) é ex-
tremamente simples.
Completando a série, temos as bombas CRE, CRIE e CRNE que são montadas nas bases
das anteriores. São bombas eletrônicas, ou seja, trabalham com motores-E, com variadores de
freqüência incorporados, que permitem total controle das operações no que diz respeito à flu-
tuação de consumo, mantendo a pressão constante e poupando energia.
Na fig. 5.19 temos o campo de aplicação das CR(s) mostrando a faixa de desempenho
das mesmas. Se entrarmos nesse gráfico com os valores do exercício, podemos determinar o
3
tipo indicado. Utilizando o par: 12,6 m /h ou 3,5 L/s e 190m , o gráfico indica a bomba CR 10,
que tem a mesma curva característica que a CRE 10 (eletrônica).
Consultando o conjunto de curvas características da CR, CRE 10 (fig. 5.20), podemos
determinar o ponto de funcionamento escolhendo a quantidade de rotores que devemos asso-
ciar em série para obter o ponto desejado, que está bem perto de "17 rotores", indicando tam-
bém que o rendimento será dos melhores.
Como exercício, o leitor poderá concluir e comparar a seleção das bombas que encerram
o exercício.

127
H
(m] cnu-..oa.-os•'-'<
1
280
- i- --.. CR, CRE 10
• 11° estáQIO'>
:!õ()
17 1 60 Hz
ISO 9906 Annex A
.'40 -16

no
·14
200

180 -1~([ }

160
-10
1.10 ·9 (E)

·8
1 L0 ----- -
.7
100 -
6 (()

50 -5 (E)

.4
uO
·J (E)
.io
-210
.'O -1 (E)

o
o 2 4 6 7 8 9 10 11 12 l3 14 15 16 Q [ m l /h]

00 05 1o 15 ,!.O 25 3.0 3.5 40 4.5 Q [1/sj


P2
[kWJ Polênci;, por estágio
Eta
08
[%) 80
Eti>
60
P2
40

20
O.O - t - - , ---,--.,...-r----,,......,--.-~ ---...-""T"--.-,-- . . - - -.---,---,-~--,---...-""T"---.---r--r--+- o
o 2 4 s 6 7 s 9 10 11 12 13 14 15 16 Q [m 3th)
H-r-- - ------------~---------,---- - - ----
[m]
NPSH
rp_m_ _ _ __ ___ _ _--jr----~--
lb __ 3500__._ s
[m]
12 (,

8 4
__
NPSl_
l _ • ___::::__...:,__ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
2
Ag. 5.20
O -t----.----r--.--.--- r ----.---.- -,---,--.---.----r--r----.,---.--,-~-,--,----r--+- 0
o 4 7 8 9 10 11 12 ll 14 15 16 0 m l /hl_

128
5.7.2 - Exercício de Aplicação Proposto -Vazão Significativa

Exercício: Supondo que seja necessária uma bomba para uma instalação, que recalque
1200 m3/h de água e forneça uma carga de 40 m, escolha uma rotação para que uma bomba
centrífuga radial seja utilizada e estude todas as opções possíveis, nos moldes do que foi feito
no item anterior. Além dos cálculos, verifique todas as possibilidades que as figuras fornecidas
no item seguinte permitem.

5.7.2.1 - Considerações Teóricas

Antes de iniciar a solução do exercício acima, será interessante que este item se-
ja lido para dar suporte às tomadas de decisões.

Verificamos agora que ao invés de uma vazão muito baixa e uma carga muito alta temos
o oposto, ou seja, uma vazão bem mais significativa em relação à carga, a rotação específica,
com certeza, ultrapassará o limite superior da faixa das radiais. As soluções possíveis seriam:

• Utilizarmos uma bomba centrífuga helicoidal, diagonal;


• Diminuirmos a rotação para 1150 rpm, utilizando um motor de 6 pólos;
• Utilizarmos uma associação de bombas centrífugas radiais, em paralelo.

As bombas helicoidais, diagonais, são mais caras que as radiais, além do número de fa-
bricantes que oferecem esses tipos de bombas ser bem menor. O motor de 6 pólos é bem mais
caro do que os usuais, mas é uma das soluções e que não deve ser descartada, pois utilizará as
bombas centrífugas radiais.
Na associação de bombas em paralelo não temos os problemas que acontecem nas asso-
ciações em série, correspondentes ao aumento de pressão. Dessa forma, é viável a aplicação
de bombas centrífugas radiais em paralelo, inclusive como uma forma de trabalhar com neces-
sidades de faixas de vazões. Assim, podemos atender as necessidades da linha com o uso de
várias bombas em paralelo. Inclusive, quando a faixa de vazões atendidas por uma instalação
for muito grande, ao invés de se utilizar um variador de freqüência, podemos utilizar várias
bombas em paralelo, acionadas à medida que a demanda de vazão vai crescendo.

Nesse caso, para determinar o número de bombas que devem ser associadas, também
podemos utilizar a fórmula da Rotação Específica.

eq. 5.8

Onde Z= número de bombas em


paralelo

Da mesma forma que no ca-


so anterior, podemos reduzir o nú-
mero de bombas utilizando uma
"Bomba Bipartida Horizontal com
Rotor de Dupla Sucção", que corres-
ponde a uma associação em paralelo
dentro de uma carcaça (fig. 5.21) Fig. 5.21

129
Essa bomba trabalha com dois rotores, gêmeos, fundidos um de costas para o outro,
succionando pelos dois lados e recalcando para um canal de saída. Corresponde a duas bombas
associadas em paralelo.
Na fig. 5.22, a bomba "ROL" da KSB é um exemplo de bipartida horizontal, pois, retira-
dos os parafusos, a tampa superior é levantada para permitir o acesso ao rotor, sendo a carca-
a artida horizontalmente.

~ I KSB o

Fig. 5.22

Na fig. 5.23, a linha de bombas "AE" da MARK-GRUNDFOS. Na seqüência, um exemplo


do Campo de Aplicação dessas bombas para motores de 4 pólos (fig. 5.24) e uma curva carac-
terística levantada para um dos tipos "10AE14" (fig. 5.25).

Bombas Centrífugas
Horizonta is
Bipartidas - AE

Fig. 5 .23

130
Cobe rtura Hidráu lica 1750r pm
t60

uo

,20
,.
ie ·oo
....
'5
...E 80

..e
o
e:
00
C!
.3
< -4()

20

-::::t:r 1
o
•oo 300 !,00 100 900 1 tOO ,xo ·soo H OO \ 900

Fig. 5.24

10AE14 1770 rpm 2624-A


1
120 - VEDAÇÃO: e.nu apdorul: Selo mednlto \!l dt Sôlldol 1d mlulwl1 • 23,11 mm -
80CAIS110•,c u• Result1dos obtido• com
igui , ~ 12S"C

1 80
0356
euo

~
60
0 :J.05
\!)2
o 40 0 254

1
:i
20

o
§

o 200 400 600 1000 1200 1400 1 600 1800


Fig. 5.25 VAZNJ EM METROS CÚBICOS POR HORA

Essas bombas são aplicadas em saneamento básico, nas indústrias: químicas, petroquí-
micas, de papel e celulose, de siderurgia, de mineração, de açúcar e álcool, servindo para abas-
tecimento e captação de água, irrigação, drenagem, torres de resfriamento, destacando o seu
uso para instalações de combate a incêndio.

131
5.8 - Revisão

Após a leitura e estudo do capítulo, responda às perguntas abaixo, verificando se o as-


sunto foi assimilado. Se necessário, volte e leia novamente. Respostas no final da apostila.

93 Por que a escolha de uma geometria convenientemente adequada ao serviço: Q;H 8 é impor-
tante na seleção de bombas?

94 Através do que e de que forma é feito o relacionamento entre uma geometria qualquer e o
serviço representado pelo par: Q;Ha?

95 O que seria um serviço fácil de ser realizado por uma bomba? Explique e justifique com um
exemplo.

96 Utilizando as equações 5.1 e 5.2, demonstre uma fórmula substituindo a equação 5.3, onde
o diâmetro pudesse ser determinado. Substitua pelos dados da bomba Unidade e de uma
bomba real qualquer, conseguindo uma expressão que permita determinar o diâmetro de ro-
tor da bomba Unidade, sem depender da rotação.

97 Se numa curva de bomba a vazão vai diminuindo e a carga aumentando, a rotação específi-
ca vai diminuindo e será mínima no ponto de "shut-off'. A afirmativa é falsa ou verdadeira?
Justifique.

98 Ao dar a partida em uma bomba podemos fazê-lo mesmo que estejamos no ponto de "shut-
off da mesma, pois a potência será mínima e não causará nenhum problema para o conjun-
to. A afirmativa é falsa ou verdadeira? Justifique.

99 Como poderia ser justificada a queda de potência numa bomba axial com o aumento da va-
zão?

100 No exemplo do Item 5.5.1, de verificação do rendimento de uma bomba através dos gráficos
com o auxílio de nq, calcule a rotação específica para os rotores: 165 / 155 / 145 e 135,
lembrando que não devem ser utilizados para isso, e mostre, através dos resultados, que as
bombas (rotores) não são geometricamente semelhantes.

101 Aproveitando o valor calculado para a Rotação Específica do rotor de 135 mm da bomba
MARK-GRUNDFOS - DN 50-16 na pergunta anterior, faça a comparação do rendimento má-
ximo obtido pelo fabricante para esse rotor com o rendimento do gráfico da fig. 5.8, conclu-
indo a respeito.

102 Uma instalação necessita de um par Q;Ha. Associando a uma rotação calculamos o valor da
rotação específica para determinar o tipo de bomba que deverá ser utilizado. Quando con-
sultamos o catálogo de bombas do tipo escolhido, verificamos que o ponto necessário não
está localizado na situação de máximo rendimento da bomba. Se a rotação específica é váli-
da somente para o ponto de rendimento máximo, não haverá algum erro nessa seleção?

Informações válidas para as questões: 103, 104 e 105 => Uma instalação necessita de 18
3
m /h de água e 160 m de carga manométrica.

103 Consultando a carta de Aplicação das bombas INI da IMBIL, fig. 4.20, capítulo 4, selecione
bombas para as duas rotações, concluindo sobre as mesmas.

L32
104 Verifique qual é a rotação usual adequada para o serviço, determinando o número de bom-
bas que deve ser associado em série para resolver o problema. Selecione uma bomba da
KSB (Campo de Aplicação - fig. 5.15), determinando o número de rotores Indicado pelo fa-
bricante. Selecione o diâmetro de rotor que deverá ser utilizado, determine qual será o ren-
dímento da bomba, a potência que será solicitada ao motor elétrico e a potência nominal do
mesmo.

105 Selecione uma bomba da MARK-GRUNDFOS tipo CR (fig. 5.19) para a instalação.

* - Informações válidas para as questões: 106, 107 e 108 => Uma instalação necessita de
3
1500m /h de água e 24m de carga manométrica.

106 Determine a rotação (das usuais) e o tipo de bomba adequado a esse serviço.

107 Determine o mínimo número de bombas centrífugas radiais e o mínimo número de centrífu-
gas helicoidais que podem ser utilizados.

108 - Selecione uma bomba da MARK-GRUNDFOS tipo AE, através do gráfico da fig. 5.24, e de-
termine o diâmetro do rotor dessa bomba, a rotação, o rendimento e a potência da mesma.

109 - Tomando como exemplo a CCB da bomba KSB-MEGANORM 50-125 (fig. 4.19 - Cap.4), de-
termine o diâmetro do rotor da bomba Unidade, que é geometricamente semelhante às
bombas dessa família. Faça um comentário sobre o tipo de bomba.

133

---

·
1 1
1
1

CAPÍTULO 6 - ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS

6.1- Considerações Iniciais

Nos exemplos numéricos dos últimos itens do capítulo anterior, tivemos uma introdução
desse assunto, inclusive com alguns exemplos de aplicações práticas, tais como: as bombas de
vários estágios, que correspondem a associações de rotores em série dentro de uma carcaça e
as bombas bipartidas, que trabalham com rotores duplos, correspondendo a associações em
paralelo. Sabemos, portanto, que as bombas podem ser associadas em "série" ou em "parale-
lo".
Sabemos também que podemos trabalhar com bombas isoladas, ou seja, até duas em
série e várias em paralelo. Dessa forma, para facilitar a determinação de pontos de funciona-
mento quando trabalhamos com associações de bombas, estudaremos como conseguir as cur-
vas de disponibilidade de energia que podem ser fornecidas pelas associações, seja em série ou
em paralelo.

6.2 - Bombas Associadas em Série

A associação de bombas em série é utilizada quando desejamos uma carga manométri-


ca elevada e desproporcional em relação à vazão. Devemos, nesse caso, verificar se a carcaça
da última bomba é suficientemente resistente para suportar a pressão desenvolvida pela asso-
ciação. Como já foi discutido, a bomba de vários estágios pode resolver o problema, por ser
dimensionada para suportar pressões elevadas.

Entretanto, anali-
saremos a possibilidade
de trabalhar apenas com
duas bombas isoladas.
Tomemos como exemplo
a instalação da figura 6.1,
onde temos duas bombas, N82

~~
(e2)
81 e 82, associadas em
série.
Q2
Pela bomba 81
passa uma vazão Q1, que
recebe uma carga H01 e a -lJ,
bomba consome uma po-

0
HeA
tência Ns1. A bomba B2
fornece uma carga Hs2 a
'/ Bomba
Associação
(el) (s2)
uma vazão Q2, consumin- ---1-1---.. BA 1 - - .~ ,- - -

do uma potência N82. Po-


demos modificar essa si- NBA/ ----+-
Fig. 6.1
tuação, para efeito de cál-
culo, substituindo as
bombas B1 e 8 2 por uma bomba equivalente à associação das mesmas, que é denominada
"bomba associação" (BA), Essa bomba fornece uma carga "HBA" a uma vazão "QA" e solicita
uma potência "NBA"· Tais grandezas podem ser obtidas da seguinte forma:




HsA =Hs1 + Ha2
QA = Q1 = Q2
NBA =Ns1 + Ns2
} equações 6.1

135
Essas equações servem apenas para levantar a curva da disponibilidade de energia da
bomba associação e não devem ser utilizadas para determinação analítica de ponto de funcio-
namento. Note o leitor que ainda nem citamos alguma instalação que receberá a associação
das bombas.
Com estas equações podemos determinar o rendimento da "bomba associação". Substi-
tuindo na equação da potência, temos:

eq. 6.2

No caso de bombas iguais não necessitamos desta equação, pois além das vazões, as
cargas e os rendimentos são iguais, portanto, o rendimento da associação é o mesmo que os
rendimentos das bombas:

6.2.1- Curva Característica da Bomba Associação - Série

A bomba associação BA, apesar de fictícia, pode ter a sua curva levantada "CCBA" para
que possamos levantar a "CCI" e determinar o ponto de funcionamento.

6.2.1.1 - Bombas Iguais - Série

Dada a cur-
He
va característica de uma Rg .6.2
bomba "B" (fig. 6.2), po-
demos obter a curva da
bomba associação aplican-
do as equações 6.1. Para @(-©-©-)
uma vazão Qx, a bomba HBX
"B" fornece uma carga HBx,
portanto, duas bombas
desse tipo fornecem o do-
bro (2.Hsx= HBAX). Utiliza-
mos outras vazões, repeti-
mos o que foi feito com a
vazão anterior, e obtemos
vários pontos. Com esses
pontos, podemos esboçar a Q:x Q
curva característica da
bomba associação.

Levantando a curva de uma instalação qualquer (CCI) determinamos o ponto de funcio-


namento OA;HBA (fig. 6.3). Para determinarmos o rendimento da associação, consultamos o
ponto da bomba "B" (QA;HBA12) que originou o ponto funcionamento (QA;HBA), O rendimento
desse ponto é o rendimento da associação, já que sendo as bombas iguais não precisamos da
fórmula deduzida na equação 6.2 e tendo as bombas o mesmo rendimento, obviamente a as-
sociação terá rendimento idêntico.
Observe o leitor que o cruzamento da CCI com a curva de uma bomba do tipo "B" não
significa mais nada, já que não temos uma bomba operando sozinha. Na fig. 6.3 foram coloca-
dos os dois pontos de funcionamento que interessam, da bomba associação e de cada bomba
dentro da associação.
136
ponto de funcionamento da
bomba associação
\ CCI(.Y) Fig. 6.3

--...\ 11A ,.,,


H~l-----------..:::..L·.-

ponto de func:íonamento de
cada bomba associada

QA
Q

6.2.1.2 - Bombas Diferentes - Série

Dadas as curvas ca- HB


racterísticas de duas bombas, B1 e Fig. 6.4
B2 (fig. 6.4), podemos também le-
vantar a curva da bomba associa-
ção utilizando as equações 6.1. Pa- HsAx.1 - - - - - - - ra":\(t:Techo}
ra uma vazão Qx, a bomba B1 for- ~ utll
nece Hsx1 e a bomba B2 HsX2• So- H
mamos HBx1 com HBx2, obtemos
HsAX e determinamos um ponto da
bomba assoc1açao. Fazendo o
mesmo com outras vazões, pode-
+
mos obter outros pontos e levan- Hsx1
tamos o trecho útil da curva da
bomba associação até a vazão Qy.
A partir dessa vazão, se a bomba
B1 chegou ao seu limite, não com-
Qy Q
pensa mais associar, pois haverá
uma descontinuidade da curva. A
partir de Qv, a curva da bomba associação BA coincide com a curva da bomba B2, apenas teori-
camente, pois na prática verifica-se que a B2 é prejudicada pela presença da bomba B1, que já
atingiu o seu limite (fig. 6.4).
Levantando apenas o trecho útil da curva da bomba associação (BA) e também a curva
característica de uma instalação qualquer (fig. 6.5) podemos obter o ponto de funcionamento.
Para obtermos o rendimento da bomba associação, devemos verificar a situação de cada bom-
ba, dentro da associação, utilizando a equação 6.2 para o cálculo.

}
B1 ⇒ QA; Hs1 ⇒ 111
eq. 6.2 ⇒ 11A
B2 ⇒ QA ; Hs2 ⇒ 112

137
Observe mais uma vez o leitor que o cruzamento da CCI com as curvas de B1 ou B2 não
tem significado algum. Os pontos que interessam são os pontos que estão na mesma vazão
(C2A), ou seja, o ponto de funcionamento da bomba associação (BA => C2A;HBA) e os pontos de
funcionamento de cada bomba associada (B1 => C2A;H81 e B2 => QA;Hs2), de onde devem
ser tirados os rend;.:..
im:..:..e::.:n..:.::tc.::::o.=:.:s.'--- - -- -- -- -- - -- ------,
Ha
Fig. 6.5

Podemos associar bombas diferentes em ,.-.....,,,, trecho


série, no entanto, sempre que possível, é melhor , útil Fig. 6.6
...
associarmos bombas iguais. Caso haja uma HB
bomba reserva, se estamos trabalhando com
bombas iguais, a mesma pode substituir qual-
quer uma, além do que as peças utilizadas na
época da manutenção podem servir a qualquer
bomba da instalação. E mais, caso as curvas se-
jam bem diferentes há prejuízo na associação,
pois o trecho útil é muito pequeno. Observe na
figura 6.6 o resultado da associação de duas
bombas bem diferentes. Q

6.2.1.3 - Obtenção da CCI - Associação em Série

Fig. 6.7

1----+--....:.P..:..:Hc:..:.R-==--(O)
-

138
Para o levantamento da CCI de uma instalação que opere com duas bombas associadas
em série, tomemos como exemplo a instalação parcialmente representada na fig. 6.7. Operan-
do somente com a bomba B1, (Válvulas: " I" = aberta; "II" e "III" fechadas) a CO é levantada
da mesma forma que nos casos já estudados.
:. Hs1 = Hest + K1 .Q2 ➔ só c/ B1

Obteremos, portanto, o ponto "X" de funcionamento da bomba B1 (fig. 6.8).

Fechando a válvula "I" e a-


brindo as válvulas "II" e "III", temos Ha
a associação em série das bombas.
Aplicando a equação da energia:
HBA - -
2
/o+Hs1 +Hs2 = Hest +K2,QA

Fig. 6 .8 Q

Como o percurso do fluido mudou, a parcela K.Q2, que representa as perdas, é alterada.
Na instalação da fig. 6.7, o novo caminho representa apenas um pouco mais de dificuldade pa-
ra o fluido e a "CCI" subirá levemente em relação à anterior, determinando o ponto "C" de fun-
cionamento da bomba associação.
Vimos que o objetivo de uma associação em série é fornecer mais carga em função de
um desequilíbrio entre carga e vazão, vimos também que para conseguir a CCB da bomba as-
sociação precisamos, para cada vazão, somar as cargas (equações 6.1). Entretanto, se uma
bomba está operando sozinha (B 1 => instalação da fig. 6.7) temos uma vazão e uma carga
(Qx;Hsx), mas quando associamos em série (B1 com B2 => inst. da fig. 6. 7) a vazão será maior
(QA) do que a vazão conseguida com apenas uma bomba, ou seja, o ponto "X" não tem nada a
ver com a associação de bombas e não podemos confundir, supondo que quando associarmos
a vazão será constante (Qx), como pode ser notado claramente na fig. 6.8.
Observe mais uma vez o leitor, e agora com comprovação, que as equações 6.1 servem
apenas para levantar a curva da bomba associação e não determinam pontos de funcionamen-
to.

6.3 - Bombas Associadas em Paralelo

A associação de bombas em paralelo é empregada quando a vazão desejada é muito


grande e desproporcional em relação à carga, ou, em alguns casos, onde a vazão necessária
para a instalação varia muito.
No caso de vazão elevada, a utilização de bombas em paralelo dá segurança ao sistema,
pois mesmo que surja um problema com uma das bombas, a instalação pode operar com as
outras e não há o corte do fornecimento. No caso da instalação operar com várias vazões, a
simples retirada de uma ou mais bombas do sistema dá flexibilidade ao mesmo, garantindo
uma boa performance das bombas utilizadas. Se tivermos somente uma bomba operando numa
instalação, a vazão também pode ser alterada, contudo, há prejuízo no rendimento, pois ela
não consegue trabalhar numa faixa muito ampla de vazões e manter bons rendimentos.

139
Tomemos como exemplo a instalação da fig. 6.9, onde temos duas bombas, 8 1 e 82,
que podem funcionar associadas em paralelo. Pela bomba 8 1 passa uma vazão Q 1, que recebe
uma carga Hs1, consumindo uma potência Ns 1. A bomba 82 fornece Hs2 a uma vazão Q2, con-
sumindo uma potência Ns2.

l
X

l
,U,
"Bomba Associação•

l Fig. 6 .9

Novamente podemos modificar a situação, para efeito de cálculo, substituindo as bom-


bas 81 e 82 por uma bomba equivalente à associação das mesmas, denominada "bomba asso-
ciação" (8A), Essa bomba fornece uma carga "HBA" a uma vazão "~" e consome uma potência
"NBA"·

Entretanto, observemos o ponto "X" da fig. 6.9, ponto de encontro do fluido que chega
das bombas, permitindo a passagem para o trecho comum. Se a pressão fornecida pela bomba
82 é muito superior à fornecida pela bomba 8 1, não há associação, pois a válvula de retenção
colocada na saída da bomba 8 1 não consegue abrir.
Essa válvula, inclusive, protege a bomba 8 1 do fluxo no sentido oposto que nesse caso
até pode ocorrer. Para que haja a associação, as bombas devem buscar o ponto de equilíbrio a
fim de que as válvulas sejam abertas. Dessa forma, havendo pontos de equilíbrio, as grandezas
da bomba associação podem ser obtidas da seguinte forma:

• ~ = Q1 + Q2
• HBA = Hs1 = Hs2
• NBA = Ns1 + Ns2 } equações 6.3

140
Podemos determinar o rendimento da "bomba associação" substituindo na equação da
potência:

J:9A)j4 -:){Q1 -~,ef + i('.Q 2% 11A = eq. 6.4


11A 111 112 Q1 + Q2
111 112

No caso de bombas iguais não necessitamos desta equação, pois além das cargas, as
vazões e os rendimentos são iguais, portanto, o rendimento da associação é o mesmo que os
rendimentos das bombas:

llA = 111 = 112


6.3.1 - Curva Característica da Bomba Associação - Paralelo

A bomba associação BA, apesar de fictícia, pode ter a sua curva levantada "CCBA", para
que possamos levantar a "CCI" e determinar o ponto de funcionamento.

6.3. 1. 1 - Bombas Iguais- Paralelo

He
Fig. 6.10

_____ ___ .....


Qx

H ex r

Qx QAx Q

HB Fig. 6.11

11A ::11

QA

141
Dada a curva característica de uma bomba "B" (fig. 6.10), podemos obter a curva da
bomba associação utilizando as equações 6.3. Para uma carga Hax, a bomba "B" fornece uma
vazão Qx, portanto, duas bombas do tipo "B" fornecem o dobro (2.Qx= Qp.x). Tomamos outras
cargas e repetimos o que foi feito com a carga anterior obtendo vários pontos. Com esses pon-
tos esboçamos a curva característica da bomba associação. Levantando a curva característica
de uma instalação qualquer (CCI) determinamos o ponto de funcionamento ~;HBA (fig. 6.11).
Para determinarmos o rendimento consultamos o ponto da bomba "B" que originou o
ponto de funcionamento (Qv2;HBA)- O rendimento desse ponto é o rendimento da associação.
Observemos, mais uma vez, que o cruzamento da "CCI" com a curva de uma bomba do
tipo "B" não é utilizado, pois nessa situação não tem significado algum.
6.3.1.2 - Bombas Diferentes - Paralelo

Hs Fig. 6. 12
D

Dadas as curvas características de duas bombas, B1 e B2 (fig. 6.12), para uma carga
Hsx1, a bomba B1 recalca Qx1 e a bomba B2, Qx2. Somando Qx 1 com Qx2, obtemos QA, determi-
nando um ponto da bomba associação. Fazendo o mesmo com outras cargas, levantamos o
trecho útil da curva da bomba associação (utilizando as equações 6.3).
Nesse caso, notemos que para as cargas compreendidas entre os pontos de "shut-ofr
das bombas {C e D) não há possibilidade de associação, uma vez que a bomba B1 não tem car-
ga suficiente para permitir que isso aconteça. Essa situação configura o que foi explicado no i-
tem 6.3, onde a válvula de retenção permanece fechada. Portanto, só há associação a partir do
momento em que a bomba B1 tem condições de participar e a válvula de retenção tem condi-
ções de abrir. Dessa forma, o início do trecho útil está representado pelo ponto "E" na fig. 6.12,
que possui a mesma carga do ponto de "shut-off' da bomba B1 .

Ha
Fig. 6. 13

142
Para obtermos o ponto de funcionamento, basta levantarmos a curva da instalação (fig.
6.13), determinando Q4 e HBA,
Para conseguirmos o rendimento, devemos verificar a situação de cada bomba, dentro
da associação, utilizando posteriormente a equação 6.4.

} eq. 6.4 ⇒ 11A

Fig. 6.14 No caso anterior recomendamos bombas i-


guais, sempre que possível, mostrando que o trecho
útil da associação em série seria prejudicado. Nesse
caso, se as curvas são bem diferentes, como as da
fig. 6.14, não há associação em paralelo, pois a car-
- ga máxima da bomba B1 é inferior à carga mínima
da bomba B2, não havendo ponto de equilíbrio, o
que provoca o fechamento incondicional da válvula
de retenção da bomba B1 .
Q

6.3.1.3 - Obtenção da CCI - Associação em Paralelo

Essa situação é mais complicada que a anterior. Para simplificarmos, utilizemos a


instalação representada na fig. 6.15, simétrica, operando com bombas iguais. Imaginemos que
o fluido seja recalcado para dentro de um tanque aberto à pressão atmosférica (nível "E").

i (E)
Fig. 6 .15
I Il

( D)

(e2)

(A) PHR (C)

Fechando a válvula "II", levantemos primeiro a "CCI", operando somente com a bomba
B1, aplicando a equação da energia de "A" até "E".

,!;✓+ Hs1 = HE + HpA,E =>

ou Hs1 = Hest + K1.Q2 + K2 .Q2 + K3 .Q2 eq. 6.5

143
2
Hs1 = Hest + K4 .Q onde K4 :;;;; (K 1 + K2 + K3 ) eq. 6.6

Levantando a CCI, obtemos o ponto de func:ionamento "F" da bomba B1 (fig. 6.16).

Hs

HBA - - - - - -
HBF

Fig. 6.16 Q

Abrindo as duas válvulas f'I" e "II"), associamos as bombas em paralelo. Nessa situação
temos um caso de duas entradas e uma saída. Lembrando da Mecânica dos Fluidos, utilizamos
a equação de potências. Assim:

:E yQH + N
..,.. = :E yQH + Natrito
e yQHa s ~
:E yQHp
Aplicando => (A) e (C) até (E):

=O =O
~+~ + yQ1Hs1 + yQ2Hs2 = yQÂ HI: + ...
... + yQ1HpA,e1 + rQ2Hpc,e2 + yQ1Hps1,D + rQ2Hps2,D + yQAHpD,E

Cancelando as duas primeiras parcelas, já que: HA = HC = O e cancelando os


pesos específicos (y) de todas as parcelas, temos:

Como as bombas são iguais e estão associadas em paralelo:

Hs1 = Hs2 = HBA e ~= Q1 + Q2 e Q1=Q2 (substituindo Q2 por Q1):

Como a instalação é simétrica e utiliza os mesmos diâmetros, válvulas e conexões, te-


mos, para uma mesma vazão:
144
e

Então, juntando as parcela indicadas:

Cancelando 2Q 1=QA de todas as parcelas, temos:

Substituindo as parcelas das perdas:


2 eq. 6.7
HsA =Hest +K1,Q/ +K2 ,Q/ +K3.QA

É interessante observar que, se não fosse pela utilização de vazões diferentes, a equa-
ção 6.7 seria igual à equação 6.5 (B 1 operando sozinha).
Substituindo a vazão Q1 por = > Q1 = QA / 2

eq. 6.8

Então, a parcela "Ks", da equação 6.8 é menor que a parcela "K4" da equação 6.6, o
que provoca uma queda da curva da instalação em relação à CCI levantada para a bomba B1
operando sozinha. Levantando a nova CCI, obtemos o ponto "G" de funcionamento da bomba
associação (fig. 6.16).

6.3.1.4 - Correção de Curvas - Associação em Paralelo

X D

p / "E"

(e2) e(3)
A

Fig. 6.17

145
Vimos no item anterior uma instalação simétrica com bombas iguais, mas e se isso não
acontecer?
Tomemos como exemplo a instalação da fig. 6.17, onde temos uma instalação assimé-
trica e com três bombas que podem ser iguais ou diferentes, que alimentam um tanque aberto
à pressão atmosférica (seção "E"), com ó.z = HEsr,

Nesse caso, antes de assoei- HB


Fig. 6.18
ar, devemos corrigir as curvas das
bombas, ou seja, temos que descon-
tar das curvas de cada bomba as
perdas dos trechos exclusivos das
mesmas. Somente com o saldo de
carga útil, que será fornecido, de
cada um dos trechos iniciais é que
associaremos em paralelo.
Para tanto, levantamos num
gráfico a curva da bomba B1 e a h
curva da perda de carga que acon-
tece entre as seções (A) e (X), já o
2
que HpAX= K1.Q . Utilizando vazões diferentes, verificamos o valor da perda de carga para cada
uma destas vazões e subtraímos a perda da curva da bomba, como podemos verificar na fig.
6.18, onde a cota "h" foi utilizada para o desconto numa determinada vazão, obtendo a curva
da B1 corrigida.
Procedendo da mesma forma, corrigimos a curva da B2 subtraindo os valores das perdas
2
entre as seções (A) e (Y) (HPAv= K2.Q ) e concluindo, corrigimos a curva da B31 subtraindo os
valores das perdas entre as seções (A) e (Z) (HpAZ= K3.Q2). Com as três curvas corrigidas le-
vantamos a curva da bomba associação (BA)-
Para determinar o ponto de funcionamento da bomba associação (BA) levantamos a CCI,
utilizando o Hest integral (ó.z) e a perda de carga do trecho comum, da seção "D" até a seção
"E", incluindo no cálculo dessa perda o comprimento total (Lrea1 + leqr) do trecho "X" a "D", que
não foi considerado anteriormente, para minimizar o erro. Assim:

Com o ponto de funcionamento da bomba associação (BA), podemos determinar a cola-


boração de cada bomba, da mesma forma que fizemos nos casos anteriores.

6.4 - Revisão

Após a leitura e estudo do capítulo, responda às perguntas abaixo, verificando se o as-


sunto foi assimilado. Se necessário, volte e leia novamente. Respostas no final da apostila.

110 •
Uma instalação pode operar com a bomba 8 1, ou com duas bombas associadas em série (81
e 82 => iguais). Operando com 81 a vazão recalcada é 10 L/s e a carga fornecida é 30 m.
Podemos concluir que se a associação fosse ativada, a vazão seria 10 L/s e a carga 60 m. A
afirmativa é falsa ou verdadeira? Justifique.

111 • Se a potência calculada para uma bomba associação (paralelo) foi 17,8 CV, podemos conclu-
ir que a potência nominal do motor elétrico deverá ser de 20 CV. A afirmativa é falsa ou ver-
dadeira? Justifique.

146
112 • Duas bombas geometricamente semelhantes, B1 e B2, de mesma rotação e de tamanhos dl·
ferentes, associadas em série numa mesma instalação, podem operar com pontos comple·
tamente semelhantes?

113 · Se na associação em paralelo de bombas iguais, para cada carga, dobramos a vazão, pode-
mos concluir que numa instalação qualquer, a vazão fornecida por cada bomba será a meta-
de da vazão da bomba associação BA, A afirmativa é falsa ou verdadeira? Justifique.

114 - ... continuando o raciocínio da questão anterior... Então, podemos concluir que se a instala·
ção operasse apenas com uma bomba, a vazão desta bomba será a mesma vazão obtida
por cada bomba dentro da associação, ou seja, metade da vazão total?

115 · Dada a curva característica de uma bomba associação (de duas bombas em série), podemos
determinar sua rotação específica através do ponto de máximo rendimento?

116 · Tomando como base as curvas da fig. 6.12, supondo que as válvulas estejam totalmente
abertas e a vazão proporcionada pela associação é QA, se formos fechando uma válvula na
saída das bombas, o que acontecerá quando o ponto "E" for ultrapassado pela CO?

117 • Em relação a uma CCI obtida para uma bomba operando sozinha, o que acontece com a CCI
da instalação, se associarmos duas bombas em série ou duas em paralelo?

118 · Levantamos num gráfico a CCI de uma bomba (B) operando sozinha. Associando duas bom-
bas do tipo (B) em paralelo consideramos por simplificação que a CCI seja a mesma, já que
a variação da CCI é pequena. Nessa situação, a vazão da associação (QA) será o dobro da
vazão da bomba (B) operando sozinha?

119 • Dada a instalação configurada abaixo, com cinco bombas iguais associadas, faça um esboço
num gráfico das CCBs de todas as associações, chegando na associação final. Levante uma
CCIA qualquer, indicando no gráfico as vazões das seções: W, X, Y e Z e indicando também
a carga da associação e a vazão mínima que a bomba associação poderá ter. Mostre tam-
bém as relações possíveis entre as vazões das seções.
w
X

120 • Suponha que temos uma instalação semelhante à instalação da fig. 6.17, entretanto, essa
nova instalação não tem caminhos distintos, ou seja, os caminhos da seção (A) até a seção
(D) de união dos três ramais, passando pelas três bombas, são idênticos e operam com
bombas iguais: Bl=B2=B3=B. É uma Instalação parecida com a da fig. 6.15, só que trabalha
com 3 bombas. Mostrar, através de equacionamento, como será a equação que levantará a
CCI, comentando sobre a mesma e discutindo também sobre a vazão que será obtida em re-
lação às vazões conseguidas na instalação da fig. 6.15 com uma e com duas bombas respec-
tivamente.

121 • Com relação ao item 6.3.1.4, da correção das curvas, qual foi o erro cometido e declarado
no item, minimizado pela inclusão do comprimento de um trecho?

147
CAPÍTULO 7 - CAVITAÇÃO

7.1-Apresentação do Fenômeno

Esse fenômeno, que também pode ocorrer em bombas, representa um grande problema
nas instalações hidráulicas. No projeto de uma instalação, após a seleção da bomba, devemos
verificar sempre se existe a possibilidade de cavitação da bomba e, para tanto, existem recur-
sos que apresentaremos ao longo deste capítulo.

Para apresentá-lo, tomemos a instalação parci-


almente representada na fig. 7.1, em que temos a tubu-
lação de sucção, que é o local onde pode acontecer a (s)
cavitação. Aplicando a equação da energia, do nível do
manancial até a entrada da bomba, temos:

~Ó= He + Hpsuc
=O / (O)
PHR
2
O = - + -Pe
Ve
+ Z e + HPsuc y
2g y
Fig. 7.1
Como podemos notar na equação acima, existe uma parcela negativa. Sabemos que pa-
ra conseguir que o fluido suba, a bomba vai succionar, diminuindo a pressão na seção de en-
trada e provocando na mesma uma pressão efetiva negativa, ou seja, menor do que a pressão
atmosférica local aplicada no nível do manancial, que por sua vez se encarregará de empurrar o
fluido até a bomba. Assim:
v2
P e = - Y .( ~ + Z e + H Psuc ) eq. 7 .1
2g

Quanto mais aumentamos a velocidade do fluido, a distância entre a bomba e o manan-


cial e a perda de carga na sucção, mais negativa será a pressão. É claro que existe um limite
para essa diminuição de pressão. Conforme aprendemos em Mecânica dos Fluidos, se num local
a pressão atmosférica é igual a 10.000 kgf/m2 = 98 kPa, a menor pressão efetiva possível será
2
-10.000 kgf/m ou -10 mca, correspondendo ao vácuo absoluto. Entretanto, existe um outro
limite representado por "pv".

✓ Pv = pressão de vapor do fluido na temperatura do escoamento.


À medida que a pressão vai diminuindo será alcançada a pressão de vapor, acontecendo
o início da vaporização do fluido. Essa pressão depende do tipo de fluido e da temperatura do
mesmo. Exemplificando com água, temos (fig. 7.2):

Fig. 7.2

p- (T:, ~,r f-.-_--_- ---►----------+---2-0--l


Pressoes
efetivas
negativas

Nota: Para verificar quanto à cav1tação1 necessitaremos do valor da pressão de vapor. Para
água não haverá problema pois, consultando Manuais de Termodinâmica, teremos tabelas e
gráficos que fornecerão os valores, mas para outros fluidos não será tão fácil encontrar esses
149
valores. No gráfico localizado no Apêndice I - TG-12 serão encontradas informações para água
e para outros líquidos.
Observemos a tabela da fig. 7.2, se a água está submetida a uma pressão de 1,033
2
kgf/cm (abs), que é a pressão atmosférica ao nível do mar, vaporiza quando atinge 100°C (Tv =
temperatura de vaporização). Se do nível do mar subimos para São Bernardo/SP, por exemplo,
a pressão atmosférica diminuirá e água não precisará atingir l0OºC para vaporizar, a tempera-
tura será um pouco menor, portanto quando diminuímos a pressão, diminuímos também a tem-
peratura de vaporização.
Assim, se a água está com 20ºC de temperatura, vaporiza quando a pressão cai até um
2
valor "p". Supondo que estamos ao nível do mar, qualquer valor abaixo de 1,033 kgf/cm (abs),
corresponde a uma pressão efetiva negativa, já que nessa escala, efetiva ou relativa, a pressão
atmosférica vale "zero". Isso significa que a água na temperatura ambiente pode vaporizar des-
de que esteja submetida a uma pressão efetiva negativa.
Ora, vimos que na entrada da bomba (fig. 7.1) a pressão é efetiva negativa e o fluido,
que pode ser água, poderá estar na temperatura ambiente, assim, pode ocorrer sua vaporiza-
ção. Se aquecermos água sujeita à pressão atmosférica, quando for atingida a temperatura de
vaporização a água "ferve", mas, se a temperatura for mantida constante e diminuirmos o valor
da pressão, o fluido "cavita". Então, podemos dizer que a bomba está "cavitando", ou seja, o
fluido está vaporizando na sua entrada.
:. se Pe ~ Pv ⇒ Vaporização do fluido na entrada da bomba = > cavitação

✓ Cavitacão: é a vaporização do fluido que acontece quando a pressão de um escoamento


diminui, por qualquer motivo, e alcança a pressão de vapor, correspondente a sua tem-
peratura.
Tal fenômeno não é exclusivo das bombas, pode acontecer em diversas situações, tais co-
mo: na passagem do fluido por placas de orifício ou venturis, em outros medidores de vazão
que oferecem restrições, em válvulas, em hélices de barcos, na saída das pás das turbinas de
reação, em dinamômetros hidráulicos etc.
7 .2 - Cavitação em Bombas

Identifiquemos, primeiramente, as seções na fig. 7.3:

Tub. de Sucção Domínios da Bomba Fig. 7.3


.. ►

n
fluido

vapor (e)
Pe < Pv D1 = diâmetro de
entrada das pás

150
• ( e) = seção de entrada da bomba, no bocal de entrada da mesma;
• (x) = seção de entrada do rotor (um pouco antes das pás);
• (1) = seção de entrada das pás (início do canal formado pelas pás do rotor);
• (2) = seção de saída das pás (fim do canal => saída do rotor);
• (s) = seção de saída da bomba, no bocal de saída da mesma.

Estudaremos quais os problemas que acontecem quando a cavitação ocorre na entrada


de uma bomba. Para tanto, utilizaremos o caminho percorrido pelo fluido, representado na fig.
7.3, da entrada da bomba (e) até a seção de saída (s). O fluido que se aproxima pela tubulação
de sucção passa pela seção (e) invadindo os domínios da bomba. Isso significa que a equação
da energia só alcança a seção (e), não conseguindo determinar o que ocorre a partir da mes-
ma.

Suponha que na entrada dessa bomba a pressão seja um pouco menor do que a pres-
são de vapor do fluido na temperatura do escoamento. Teremos então a formação de bolhas
de vapor. Acompanharemos a seguir o que acontece com essas bolhas a partir da seção de en-
trada da bomba (e) (fig. 7.3).

Nota: Observe o leitor que a pressão de entrada foi colocada como sendo um pouco menor do
que a pressão de vapor para Justificar a presença de bolhas, entretanto, se a pressão de entra-
da fosse muito menor do que PVt o escoamento nem ocorreria, pois teríamos o rompimento da
coluna de 1/quido, Já que a pressão de vapor aconteceria bem antes da entrada e não teria co-
mo recalcar: 1/quido + vapor + 1/quido e o líquido de baixo voltaria para o tanque. Podemos
concluir então que se a intensidade de cavitação for muito alta, a bomba nem funcionará.

Entrando na bomba o fluido alcança a seção (x) na entrada do rotor (fig. 7.3). Dessa
seção, o fluido segue para a seção (1) de entrada dos canais formados pelas pás do rotor, loca-
lizada na região denominada "olho" do rotor. Notemos que até a seção ( 1) o fluido não recebe
energia; só a partir dessa seção é que o aumento da pressão acontece.

Se na entrada a pressão já era menor que a pressão de vapor, quando o fluido chegar
ao "olho" do rotor a pressão diminuirá mais, aumentando a quantidade de vapor, pelos seguin-
tes motivos:

• Se V 1 > V e =VX ⇒ P ij.


• Hpe,1 ⇒ perda de carga ⇒ p U.
• Pré-rotação na entrada da bomba ⇒ pU

Normalmente o bocal de entrada de uma bomba é paralelo, ou seja, de diâmetro cons-


tante, fazendo com que a velocidade da seção (x) (vx) seja igual à velocidade de entrada (ve),
Entretanto, o fluido que entra no rotor (Q) é acompanhado pela recirculação interna (q), fazen-
do com que a vazão que entra no rotor (seção (1)) e passa pelos canais formados pelas pás
(Qt) seja um pouco maior do que a vazão recalcada (como foi visto no capítulo 2), aumentando
um pouco o valor da velocidade do mesmo (v 1>vx). Esse aumento de velocidade gera uma
queda de pressão.

Um outro motivo para que a pressão diminua é a perda de carga que acontece entre as
seções (e) e (1) . Entretanto, somando os dois primeiros motivos citados acima, temos uma va-
riação muito pequena de pressão, já que o trecho (e => 1) é curto, provocando pouca perda
de carga e as variações de velocidade não são altas. Como o terceiro e último motivo citado é o
mais significativo, será estudado com mais detalhes.
151
7. 2.1 - Pré-Rotação na Ent rada da Bomba

Diante da alta rotação que ocorre (1750 e/ou 3500 rprn), o fluido, ao se aproximar da
entrada da bomba, se prepara para entrar no rotor. À medida que o fluido vai se aproximando
do rotor, começa a girar e, quanto mais próximo da entrada do rotor, maior é a intensidade
dessa rotação. Se por um lado isso é muito bom, pois não há muita perturbação no encontro
do fluido com o rotor, por outro essa pré-rotação aumenta a velocidade média do escoamento
e faz com que a pressão diminua.
Bocal de Entrada
Esse é o pior motivo e provoca
queda de pressão na entrada da bomba
antes de passar pelo rotor. Se, corno foi
visto na fig. 7.3, já ternos bolhas de va-
por acontecendo na entrada, a situação
só vai "piorar", ou seja, a intensidade da
cruzeta
cavitação aumentará. Flan ge " .. __ - - Fig. 7.4

Fig. 7 .5
No entanto, seria
muito fácil acabarmos
com essa pré-rotação:
bastaria colocarmos um
conjunto de lâminas ra-
diais (cruzeta) no bocal
de entrada para corrigir
o escoamento (fig. 7.4).
Entretanto, se ajuda de
um lado, prejudica de
outro, porque a ausên-
cia da pré-rotação pro-
vocará urna perturbação
muito grande quando o
fluido encontrar com o
rotor.
Para resolver
parcialmente o proble-
ma, alguns fabricantes
colocam uma ou duas
placas para diminuir um
pouco o efeito da pré-
rotação (vide fig. 7.5). É
bom lembrarmos que a
determinação das di-
mensões dessas placas é experimental. O fabricante deve verificar qual é o limite máximo de
benefício que não acarrete um prejuízo significativo do outro lado e isso só pode ser obtido ex-
perimentalmente.

7.2. 2 - Conseqüências da Cavitação

Da seção (1) o fluido passa pelos canais do rotor até chegar à seção (2) (fig. 7.3), é lan-
çado ao caracol e conduzido ao bocal de saída até ser expulso da bomba pela seção (s). Entre-
tanto, de (1) a (2) a pressão aumenta, pois o rotor fornece energia ao fluido. Se p2 >>> P1,
normalmente, não haverá um bom motivo para que as bolhas de vapor continuem existindo.

152
Temos então a condensação das bolhas de vapor, provocando os problemas maiores da cavita-
1ção. _ __ _ _ _
Fig. 7.6

erosão

(a) (b) (e) (d)

Com a formação de vapor e posteriormente com a conseqüente condensação devida ao


aumento da pressão, teremos a seguinte seqüência desse fenômeno denominado cavitação:
formação, crescimento e colapso das microbolhas que acompanham o escoamento do líquido.
Observemos na fig. 7.6 como ocorre o problema, verificando a seqüência de (a) a (d):
(a) - imaginemos que uma determinada bolha tenha atingido o local onde condensará;
(b) - em função do aumento repentino da pressão, que está aumentando também para
o líquido, a bolha deformará e sofrerá uma depressão no lado oposto à superfície metá-
lica (pá) (vide no detalhe da fig. 7.6 a foto ampliada que mostra a depressão em uma
microbolha, abrindo caminho para o líquido);
(e) - o líquido entra por essa depressão;
(d) - no colapso (ou implosão) da bolha (condensação), um jato de líquido (microjato)
atinge a superfície metálica; a velocidade de condensação é muito grande, provocando
uma liberação tão alta de energia que o líquido chega a arrancar pedaços do metal, es-
buracando as pás e as tampas do rotor.

Nota: Pesquisas realizadas verificaram que a pressão transmitida à superfície metálica no cen-
tro do colapso é maior do que 1000 atm.

Essa é a pior conseqüência da cavitação, ou seja, a erosão da superfície metálica do ro-


tor. Essa erosão é um fenômeno físico e não deve ser confundida com corrosão, que é um fe-
nômeno químico.

Nota: É óbvio que imaginando apenas uma bolha de vapor não teríamos conseqüências tão
graves como a citada. Entretanto, são muitas bolhas (microbolhas) condensando num mesmo
ponto ou numa mesma região, mwtas vezes por segundo, com a velocidade de condensação
excessivamente alta.

As principais conseqüências da cavitação são:

• Erosão do rotor (arrancamento de material - " pitting ")


• Diminuição drástica do rendimento
• Vibrações
• Ruídos

O ruído característico da cavitação acontece devido às vibrações que são provocadas pe-
las forças aplicadas e também pelo material que está sendo arrancado das peças internas. O
barulho é semelhante à crepitação da lenha bem seca quando está queimando. Pode ser com-
parado também ao barulho provocado por betoneiras metálicas pequenas que misturam areia,

153

'1~~·~~~ j
1
cimento e pedra. O nível do ruído, obviamente, depende da intensidade da cavitação ou das
suas conseqüências.

Nas figuras 7.7, 7.8 e 7.9 temos exemplos de rotores e carcaças "cavitados", completa-
mente "esburacados", apresentando superfícies semelhantes a uma "esponja", característica
das superfícies que sofrem as conseqüências da cavitação.

Na fig. 7.10, um outro exemplo onde pode ocorrer cavitação: na saída dos rotores de
turbinas de reação, como a turbina Francis, do tipo hélico-diagonal, que é a mais utilizada em
nossas usinas. Os rotores são muito grandes e quando o fluido sai dos canais formados pelas
pás, desce pelo centro do rotor. Entretanto, como não consegue fazer uma curva de 90º, forma
um vórtice na descida que aumenta muito a velocidade e diminui a pressão, provocando a cavi-
tação. Na saída das pás ocorre a condensação das bolhas de vapor.

154
a) Saída do r o tor de uma turbina
Francis- Usina Nova Ponte-MG

b) Detalhe da saída de pá de uma


turbina Francis - Us ina de Estreito-SP

e) Close de er osão da pá, já esmeri-


lhada - Us ina de Estreito (Fr ancis)

7 .2.3 - Resistência dos Materiais Quanto à Cavitação

É claro que a quantidade de material arrancado depende das características do material


e da intensidade da cavitação. Verificamos que alguns materiais são menos resistentes do que
outros.
Experiências realizadas com "venturis" sujeitos à cavitação mostram a perda de massa
em função do número de horas de funcionamento. O venturi é preparado, colocado em uma
balança para que seja verificada a massa inicial e é montado posteriormente na bancada; de-
pois de duas horas de ensaio sujeito a uma certa intensidade de cavitação é retirado e a nova
massa é verificada (vide alguns resultados na tabela da fig. 7.11).

FiQ. 7.11
Material Bronze Aço Inox Aco Carb. Aco Carb. Latão Fº Fº
Quantidade 26-Cr; 13-Ni (chapa) (fundído)
perdida
em mq
5,8 8,0 98,0 105,0 156,0 224,0

O tamanho do grão do metal influi na quantidade de material arrancado. O grão do


0
F°F , por exemplo, é grande, dando a sensação de uma superfície porosa que facilita a entrada
do líquido. No caso do bronze, o grão sendo pequeno faz com que a superfície seja bem lisa e
uniforme, dificultando a entrada. Rotores de bronze são feitos com uma liga especial chamada
"bronze naval", que também é utilizada para hélices de barcos.
Rotores revestidos com elastômeros: neoprene, poliuretano e outros, apresentam gran-
de resistência à cavitação.

155
7 .2.4 - Outros Aspectos da Cavitação

Estudos mais recentes a respeito da cavitação revelam que o início da cavitação não é
medido pela pressão de vapor e sim pela resistência à tensão, relacionada à tensão superficial
do líquido na temperatura de operação. Analisando mais profundamente a questão, Knaap e
Pearsall verificaram que líquidos puros e homogêneos podem resistir a valores significativos de
pressões negativas ou tensões, sem cavitarem. Entretanto, na prática isso não acontece, pois
os fluidos geralmente são contaminados, apresentando impurezas (núcleos) responsáveis pela
diminuição da resistência à tensão e propiciando o início da cavitação. Quando a pressão atinge
um valor crítico.. em torno da pressão de vapor. propicia o crescimento das bolhas de vapor que
já existiam microscopicamente, até o colapso ou implosão das mesmas.

7 .3 - Verificação Quanto à Cavitação

Diante dos fatos, no projeto de uma instalação, depois que a bomba for selecionada,
deve-se, obrigatoriamente, verificar se a mesma corre o risco de cavitar ou não. Se a verifica-
ção mostrar que haverá cavitação, devemos alterar alguns valores que foram adotados, até que
se tenha certeza da não ocorrência de cavitação.
Podemos verificar de duas formas diferentes, pela simples comparação entre a pressão
de entrada e a pressão de vapor, ou pelo cálculo de uma grandeza denominada NPSH.

7.3.1- Verificação pela Pressão de Entrada

Podemos calcular a pressão de entrada da bomba utilizando a equação 7.1, por exem-
plo, obtida através da equação da energia. Comparamos essa pressão com a pressão de vapor
do fluido na temperatura do escoamento, concluindo se a bomba cavitará ou não.
Se a pressão de entrada for maior (Pe > Pv), não haverá cavitação; se a pressão de en-
trada for menor ou igual (Pe ~ Pv), haverá cavitação. Entretanto, esse procedimento é total-
mente inseguro, pois mesmo que Pe > Pv, não temos condições de afirmar que não ocorrerá
cavitação devido aos inúmeros problemas que acontecem no bocal de entrada da bomba, como
foi visto nos itens anteriores.
Observe o leitor que a equação da energia aplicada até a seção (e) de entrada da bom-
ba não ultrapassa esta seção, não conseguindo penetrar nos domínios da bomba e também
não leva em conta a pré-rotação que já começou a acontecer desde um pouco antes desta se-
ção.
Podemos aceitar esse método apenas quando a pressão de entrada é bem superior à
pressão de vapor do fluido (Pe >>> Pv), entretanto, sempre restará uma dúvida.

7.3.2 - Verificação pelo "NPSH"

Existe um outro método mais seguro para verificarmos se uma bomba cavitará ou não.
Tal método conta com a colaboração do fabricante, que, através do ensaio da bomba, determi-
na o que acontece entre as seções (e) e (1), indicando quanta energia o fluido deve ter na en-
trada da bomba para enfrentar todos os problemas já citados e chegar ao rotor sem ter cavita-
do no caminho. Para tanto, utiliza uma grandeza denominada " NPSH".

✓ NPSH ="Net Positive Suction Head' = Valor positivo da carga de sucção.


O método determina essa grandeza para a seção de entrada dos domínios da bomba,
ou seja, do ponto de vista do projetista da instalação é a seção final da tubulação de sucção e
do ponto de vi~ta do fabricante é a seção inicial da bomba fabricada. Assim, temos dois valores
para tal grandeza:

• NPSHr = > requerido pela bomba e fornecido pelo fabricante


• NPSHd => disponível da instalação e calculado pelo projetista

156
:. Teoricamente, se NPSHd ~ NPSHr, não haverá cavitação.

Nota: Apesar de que a igualdade entre os doi~ definida teoricamente, não é considerada como
cavitação, na prática, para evitar erros, recomenda-se que exista uma diferença de pelo menos
0.5 m. Assim, se NPSHd ~ NPSHr + 0,5 m, a não cavitação é mais garantida.

Se o NPSH é uma "carga" (H= energia/peso), será expresso em metros (m), se é a "car-
ga da sucção" da bomba, será He, e se necessariamente "positiva", deverá ser calculada com a
escala absoluta das pressões, que não admite pressões negativas, então, lembrando que o limi-
te mínimo é a pressão de vapor, podemos também definir o NPSH como:

✓ NPSH = A carga positiva, retirada a condição limite (pv/y) que o fluido tem na seção
de entrada de uma bomba, para enfrentar todas as dificuldades no caminho entre o
flange da bomba e a entrada das pás, atingindo este local sem ter cavitado.

Portanto, a diferença entre o valor do "He" de uma instalação e a condição limite "pv/y"
representará a "carga líquida" ,denominada "NPSHd", que o fluido utilizará para enfrentar e
"pagar" os problemas do bocal de entrada. Se haverá cavitação ou não dependerá da exigência
da bomba, pois o "NPSHr" representa a "mínima" carga positiva necessária, retirando o mesmo
limite (p/y), ou o "tamanho" do prejuízo (em "m'') que acontece no bocal. Assim, se o valor do
"saldo" é maior do que o do "débito", o fluido passa com folga, mas caso não seja maior, cavi-
tará no meio do caminho, entre as seções (e) e (1).

Sendo assim, pela definição do NPSH, podemos montar a equação que o determina:

P v(abs)
NPSH = H e(abs) -
y
eq. 7.2

7.4 - Estudo do NPSHd - Disponível para uma Instalação

Para o projetista, o cálculo do NPSHd é o mais importante, já que o NPSHr é fornecido


pelo fabricante. Porém, esbarraremos no seguinte problema: o cálculo do NPSHd depende tam-
bém da carga de entrada da bomba, que por sua vez será determinada através de uma equa-
ção da energia, então, como preparar uma equação que pode variar muito em função do tipo
de instalação que será utilizada?

Cada caso é um caso diferente e deve receber tratamento especial, no entanto, para
simplificarmos, utilizaremos o caso mais comum, exemplificando o procedimento que deverá
ser empregado em qualquer situação com o auxílio da equação da energia.

Tomemos, por exemplo, uma instalação onde a bomba seja alimentada por um tanque
aberto à pressão atmosférica, cujo nível do fluido esteja acima ou abaixo da bomba (fig. 7.12).

Utilizando a equação da definição de NPSH (eq. 7.2), temos:

NPSH = He(abs) - P v(abs) = NPSHd


y
O peso específico (y) e a pressão de vapor (Pv) dependem do fluido e podem ser obti-
dos pelo Manual de Termo ou através dos gráficos no Apêndice I - TG-12, mas e a carga na
entrada da bomba?
_:-----1 (O)
t - - - ---=

(+) (hsuc)

~ (e)
PHR
ou
- --- · -- ·-
(obrigatório)
( -) (hsuc) ~

(O}

hsuc = altura de sucção


Fig. 7.12

He(abs) =? => só por equação da energia

Aplicando a equação da energia de (O) a (e):

Ho = He ➔ HPsuc => He(abs) = Ho(abs) - HPsuc

Substituindo a carga da seção (O): (seção onde tudo é conhecido)

Po(abs)
He(abs) = --'------'- + Zo - HPsuc eq. 7.3
y

Na fig. 7. 12, observamos que a pressão do nível (O) é a pressão atmosférica, mas man-
teremos "po" na equação acima, pois assim a equação resultante poderá ser empregada se o
reservatório estiver pressurizado ou não.
A cota "Zo" dependerá da posição do tanque e do PHR. Observe o leitor que estamos
calculando uma grandeza para comparar com outra que será fornecida diretamente pelo fabri-
cante. Dessa forma, as duas grandezas deverão ser medidas em relação a um mesmo referen-
cial (PHR). Por causa disso, a norma determinou que o PHR fosse obrigatoriamente colocado na
seção de entrada da bomba. Como este PHR é respeitado pelo fabricante, deveremos utilizá-lo
para o cálculo do NPSHd. Portanto, substituiremos a cota "Zo" da eq. 7.3, por "± hsuc", já que
estamos preparando a equação para duas situações, ou seja, nível do tanque acima da bomba
ou abaixo da mesma.

Substituindo as grandezas citadas na eq. 7.3 e utilizando a mesma para substituir na eq.
7.2 (da definição), temos:

NPSHd = PO(abs ) ± hsuc -


H
Psuc -
P v(abs)
y
'ou
y

Po (abs) - Pv(abs)
NPSHd = - - - - ' - - - ' - -- -' - ----=- ± hsuc - H Psuc eq. 7.4
y

158
Importante observar e lembrar que essa fórmula não pode ser aplicada para todos os
casos. Pode ser usada quando o fluido vier de um tanque, pressurizado ou não, abaixo ou aci-
ma do nível da bomba. Se essas condições não forem respeitadas, deveremos deduzir uma ou-
tra expressão, utilizando o mesmo procedimento empregado para obtenção da equação acima.
Note o leitor que, para permitir o cálculo da carga na entrada da bomba através da aplicação
da equação da energia, deveremos ter pelo menos uma seção de referência antes da bomba,
onde a pressão seja conhecida.

Como a parcela das perdas pode ser substituída por "K.Q2 ", podemos levantar a função
NPSHd= f(Q) (fig. 7.13). Se o NPSHd representa a carga positiva que sobra para o fluido quan-
do chega à entrada da bomba (e), é lógico que, ao aumentar a vazão, chegue cada vez menos.
Apesar de não termos estudado ainda o NPSHr, utilizando as informações dos itens an-
teriores e a lógica, concluímos que, quanto maior for a vazão, maior será o NPSHr, pois todos
os problemas que acontecem entre as seções (e) e (1) serão agravados pelo aumento de va-
zão. Assim, podemos levantar no mesmo gráfico a curva NPSHr= f(Q), observando a vazão mí-
nima onde, a partir dela, ocorrerá cavitação.

NPSH Fig. 7.13

NPSHr = > Bomba

NPSHd => Instalação


' - - - - - - - - - - - - - - ----.Q
◄--­
Não Cavita
• Cavita
o ►

Nos próximos itens, estudaremos em detalhes como essa curva é obtida pelo fabricante
após os ensaios realizados.

A curva NPSHr= f(Q) é fornecida junto com as curvas características da bomba. Na fig.
7.14 temos as curvas da bomba INI 100-200 de 1750 rpm, da IMBIL, onde o fabricante fornece
rotores de: 219 (máx), 206, 196, 190 e 179 (mín), entretanto, apresenta as curvas de NPSH
apenas para o primeiro e para o último. Se necessitarmos de um valor intermediário, devere-
mos interpolar para conseguir o NPSHr.

No entanto, verificamos que o corte do rotor não influi de forma significativa no fenô-
meno da cavitação. Normalmente, os fabricantes verificam o "Drmáx" e o "Drmín", levantando
as duas curvas de NPSHr. Se há alguma diferença, registram o fato através do fornecimento
das duas curvas, como foi feito no gráfico apresentado acima, mas se a diferença for muito pe-
quena entre essas curvas, será colocada no gráfico apenas a do "Drmáx", que servirá para to-
dos os diâmetros oferecidos.

Observe o leitor o conjunto de curvas da bomba DN 100-20, de 1750 rpm, da MARK·


GRUNDFOS (fig. 7 .15) estudado no próximo item. Essa bomba é concorrente da bomba da
IMBIL, ambas normalizadas, e só é fornecida uma curva de NPSHr para o maior diâmetro de
rotor.
159
INI 100-2001
25
j~IMBIL 1

1750 q~m 1

1 1 I_
1,r. ' c;L 159 l~t. Fig. 7.14 _

20
I ,
1

1
1
I
I
-r--
69
I
-
72

r--...
L.14
......... 19
~ 79,5
~9ó

H
m
-- r--- .....
\ ~ i'o,..

\ --. ... '


.... 79
i'o... 74
r- ...... :,,. 1/ r--.... 12
r-,. -
\~ ._ \
\
'
15
--
\
\

- ~
...
.........
....... V .......
./ J
69

"" h
........
..... !'o..
64
... ~

'< .-
-' ....
...
- ... ,
.........
/

'-

~
........

196
07
...
Ql 206

10

" "' " 0179


....... QI 190

5
o 50 O rn1/h 150 200 250

1 ■11·1
10

1NP;H 1
6

:: 11 111111111
Nota: Essa comparação entre curvas de NPSHr oferecidas não significa que a IMBIL fornece
sempre as duas curvas e a MARK-GRUNDFOS apenas uma. Se entrarmos nos catálogos dos
dois fabricantes encontraremos curvas com uma informação de NPSHr e curvas com duas in-
formações para o NPSHr, tanto num fabricante como no outro, pois isso depende da geometria
interna das bombas.

7 .5 - Verificação quanto à Cavitação

Um projeto normalmente é feito para uma vazão solicitada: Qnec (vazão necessária).
Depois que dimensionamos toda a instalação, através de uma equação da energia podemos de-
terminar a carga manométrica necessária: Hsnec• Com estes dois dados, determinamos uma ro-
tação geometricamente conveniente com o auxílio da Rotação Específica, escolhendo também o
tipo da bomba. Entrando num catálogo podemos fazer uma pré-seleção no diagrama de tijolos
e depois consultar a curva característica da bomba indicada (CCB).
Localizamos então o ponto calculado na CCB da bomba (Qncc ; Hanec), que nem sempre
estará localizado em cima de uma das curvas fornecidas. Nessa situação interpolamos para de-
terminar um diâmetro de rotor intermediário ou levantamos a CCI para determinar o rotor mais
próximo.
Para decidir, convém lembrar de todos os erros que podem ser cometidos durante o
projeto e já foram discutidos nos capítulos anteriores. Dessa forma, é recomendável escolher
uma vazão um pouco maior do que a necessária, aplicando um coeficiente de segurança que
varia normalmente de 10 a 20%. O valor é escolhido em função da responsabilidade da instala-
ção. Sendo assim, não existe fórmula para determiná-lo e sim informações sobre a importância
da instalação projetada que podem contribuir para a decisão.

QproJ= (1,1 a 1,2). Qnec


160
Tomemos como exemplo a bomba DN 100-20 da MARK-GRUNDFOS, de 1750 rpm, da
fig. 7.15, que será utilizada numa instalação.

l\L-\RI( GRlTNDFOS L TI>.-\..


GllUNDFOS MODELO
B omba Centrifuga Normalizad a
Válido pa,a a~ua hrnpa
DN 100-20
a 20C
1750 RPM

20

Qproj
1

o 20 40 60 80 1 00 120 1 40 1 69 180 2 00
Fig. 7.15
VAZ.AO EM METROS CUBICOS POR HORA:
8

6
6
e
i
:e
IC
z 2
4
·r-· ---r
o 1
3
Com os dados Qncc= 140 m /h e Hsncc= 15 m, localizamos no conjunto de curvas o pon-
to "N". Observemos que o ponto caiu em cima do rotor 190 mm. Para escolher um rotor que dê
uma vazão um pouco maior, levantamos a curva característica da instalação (CCI).

Verificamos que a curva corta os dois rotores maiores do que 190 mm. O rotor de 200
3
mm fornece uma vazão de 150 m /h, que representa um acréscimo de 7,1%, enquanto que o
rotor de 210 mm fornece 162 m 3/h, aumentando a vazão em 15,7%.
Levando em conta o que já foi exposto no item, vamos supor que a segurança de
15,7% é satisfatória em relação à responsabilidade da linha, definindo, portanto, o rotor esco-
3
lhido (210 mm) e a vazão de projeto QproJ= 162 m /h, através do ponto "P".

161
Com essa vazão (Qproi) podemos dar seqüência ao projeto, selecionando o motor elétri-
co e verificando quanto à cavitação. Dessa forma, através da vazão citada, determinamos um
NPSHr= 4m, ou seja, para que o fluido ultrapasse o bocal de entrada (e=> 1) sem cavitar, de-
verá possuir na seção de entrada da bomba, no mínimo, uma carga de 4 m acima da condição
limite (Pv/y), para pagar o "prejuízo" já discutido.

É claro que não podemos perder de vista que a vazão necessária é 140 m3/h e estamos
continuando os cálculos com uma vazão maior, por questões de segurança, e se der tudo certo
e realmente conseguirmos após a montagem uma vazão de 162 m3/h, deveremos diminuir a
vazão através de uma das válvulas, ajustando para o valor desejado. Entretanto, já que pode
3
acontecer uma vazão de 162 m /h, devemos ter um motor suficiente para atendê-la e estar li-
vre da ocorrência de cavitação na mesma.

Calculamos o NPSHd através da equação 7.4 ou por uma equação conveniente ao tipo
de instalação dimensionada, deduzida a partir da equação 7.2, comparando-o com o NPSHr.
Lembrando da recomendação prática sobre os valores:

Se NPSHd ~ NPSHr + 0,5 m = 4,5 m => não haverá cavitação.

7 .6 - Proj eto de uma Instalação - Roteiro

Após o item anterior o leitor já est.á em condições de fazer um projeto completo de uma
instalação hidráulica industrial. Mas ficam as perguntas: Como começar? Qual o caminho que
devemos seguir?
Ao longo dos capítulos anteriores, vimos como iniciar e dar andamento ao projeto de
uma instalação. Observe o leitor que não foi estabelecida uma seqüência única, mas de certa
forma, colhendo informações desde o primeiro capítulo, poderemos juntá-las e estabelecer um
roteiro para os cálculos. Como auxílio nesta tarefa, podemos resumir cada passo que deverá
ser tomado para a conclusão do dimensionamento de uma instalação hidráulica industrial. Fica
claro que os detalhes sobre as decisões dependerão da leitura dos capítulos anteriores. Assim:

o Proposta: dimensionamento de uma linha para atendimento de um consumo (C);


o Características do Fluido: densidade, temperatura, viscosidade, agressividade etc.;
o Responsabilidade da Linha: análise da importância da instalação em relação à produção;
o Vazão Necessária (Onec): estabelecida pelo consumo (C) e pelo tempo de operação (t);
o Traçado da Linha: função da necessidade da instalação e da planta da fábrica, com es-
boço de croqui ou fluxograma da linha;
o Escolha dos Materiais dos Tubos: função do fluido utilizado e de suas características;
o Diâmetros: função da vazão necessária e de velocidades recomendadas em função do
tipo de serviço - consulta a normas dimensionais para normalização dos mesmos;
o Meio de Ligação dos Tubos: seleção do tipo de ligação conveniente: rosca, solda ou
flange;
o Válvulas e Conexões: seleção das válvulas e conexões em função da necessidade da ins-
talação;
o Perdas: determinação da perda de carga total do sistema (HPT) em função da vazão ne-
cessária (Qnec);
o Carga Necessária (Hª~: determinação da carga manométrica necessária através da a-
plicação da equação da energia;
o Tipo de Bomba / Rotação: determinação do tipo de bomba geometricamente adequado
à necessidade da instalação (Q;H8) e cálculo da rotação conveniente (usual) através da
rotação específica (nq);
o Pré-Seleção da Bomba: no catálogo de um fabricante consultar o diagrama de tijolos ou
campo de aplicação das bombas;

162
o CCB da Bomba: consulta ao conjunto de curvas características da bomba indicada pelo
fabricante (CCB), determinando a localização do ponto necessário (Qnec;H8nec);
o Escolha do Diâmetro do Rotor: levantamento da curva característica da instalação (CCI)
para a escolha do diâmetro de rotor conveniente que permita uma vazão um pouco mai-
or (Qproi);
o Verificação quanto à Cavitação: com a vazão de projeto (Qproi) e através do NPSHr, veri-
ficar quanto à cavitação calculando o NPSHd;
o Seleção do Motor Elétrico: com a vazão de projeto (Qpro1), calcular a potência necessária
e determinar a potência nominal do motor elétrico, verificando a carga (%) do mesmo;
o Custo de Operação : utilizando o número de horas de funcionamento (por dia, mês ou
ano) e o custo do kWh, determinar o custo de operação do sistema;
o Especificação de Componentes / Custo de Aquisição: especificar e listar todos os com-
ponentes da instalação: tubos, válvulas, conexões, moto-bomba etc., com as informa-
ções necessárias para aquisição dos mesmos. Levantamento do custo total de aquisição.
o Desenhos - Planta e Perspectiva Isométrica: planta: para arquivamento, servindo como
documento da linha; perspectiva isométrica: desenho da instalação, sem escala, cotado,
para a montagem da mesma. (Simbologia dos componentes: Silva Telles)

7.7 - Recursos para Eleva r o NPSHd

Quando o NPSHd é maior que o NPSHr, a situação está resolvida. Entretanto, se o


NPSHd é menor que o NPSHr, é preciso tomar providências para resolvermos o problema du-
rante o projeto e a solução será aumentar o NPSHd. Recordando a equação 7.4:

NPSHd - p O(abs) - p v(abs) + hsuc - H


- y
- Psuc

Sabemos que essa equação não é única, ou seja, não serve para todos os casos, mas
para exemplificar, vamos utilizá-la. Então, se conseguimos alterar uma ou mais parcelas dessa
equação, teremos um aumento do NPSHd. Analisemos, portanto, as alternativas possíveis.

~ t + out
NPSHd
D )'.
P O( abs ) - P v ( abs )
± hsuc - HPsuc
ou+ +

7.7.1 -Alterações das Pressões

Com relação à primeira parcela "ó.p/y" não há muito que fazer. A parcela "Po" é a pres-
são do nível do manancial. Se o reservatório é pressurizado, esse valor aumenta, aumentando
o NPSH, entretanto, se está aberto à pressão atmosférica, para pressurizá-lo teremos um au-
mento no custo da Instalação, o que não compensa, sem contar que, dependendo do valor da
pressão, não é qualquer reservatório que pode ser pressurizado.

Com relação à pressão de vapor "pv'', sabemos que ela depende do fluido e da tempera-
tura do mesmo. Se o fluido está com a temperatura elevada, a pressão de vapor é alta e para
diminuí-la devemos resfriar o fluido, mas, além de aumentar o custo, nem sempre é convenien-
te, pois muitas vezes precisamos do fluido quente. Se a temperatura é ambiente, o valor de
"pv'' está definido e não devemos alterá-lo.
Quanto ao peso específico nada poderá ser feito. Dessa forma podemos concluir que,
normalmente, essa primeira parcela não pode ajudar no aumento do NPSHd.
-
7.7.2 - Alteração da Altura de Sucção

Essa é uma grandeza cuja alteração é compensadora, pois cada "metro" que é ganho
através da mudança do valor do "hsuc" representa um "metro" a mais de NPSHd, portanto o
lucro é 1: 1. Entretanto, a bomba poderá estar abaixo ou acima do nível do tanque. Analisemos,
então, as possibilidades de cada caso.

7.7.2.1 - Bomba Acima do Nível do Manancial

Esse é o caso mais crítico (fig. 7.16), por-


que quanto mais distante está a bomba do nível do ma-
nancial, menor será a pressão na entrada da mesma.
Como essa altura de sucção entra na fórmula com sinal - hsuc
negativo (- hsuc), devido ao local "obrigatório" para o
PHR, para provocarmos um aumento do NPSHd deve-
, .
- . - .------
mos aproximar a bomba do nível do manancial. Essa (e)
deverá ser a primeira providência, pelo " lucro" que re-
presenta, desde que sej a possível alterar essa cota. (O)

: Aproveitando a discussão sobre a diferença de


1
cota entre a bomba e o nível do manancial, já que é a ríg. 7.16
situação mais comum, é importante lembrar que não
podemos utilizar qualquer cota. Existe um valor limite para o "hsuc", que depende da pressão
li
1
atmosférica do local. Tomemos como exemplo a pressão de S.Bernardo/SP (patm 695 mmHg).=
:. p= YHg . h = 13.600 . 0,695 =9540 kgf/m2•
11

Desta forma, a menor pressão efetiva possível será: Per = - 9540kgf/m2

e h =-_E_= -9540(kgf /m2) = - 9 5 mca


YH2o l000(kgf / m3 ) '

Portanto, em São Bernardo, o limite máximo "teórico" do hsuc para a água é 9,5 m, ou
seja, se uma bomba estivesse 9,5 m acima do nível do manancial, teríamos vácuo absoluto na
sua entrada. Isso, sem contar com as outras parcelas presentes na equação 7 .1, que diminuem
a pressão (carga cinética e perdas), como inclusive já foi discutido no primeiro item deste capí-
tulo.
Por conta disso, o limite prático nesse mesmo local diminui para 6 ou 7 metros (=), sem
considerar que antes de chegar ao vácuo absoluto, passa pela pressão de vapor, provocando
cavitação e, se a intensidade da mesma aumenta muito, temos uma interrupção do escoamen-
to. Mas, o que fazer se tivermos um poço profundo ou que tenha mais profundidade que o limi-
te discutido acima?

Existem diversas soluções. Podemos utilizar, por exemplo, as bombas submersas verti-
cais de vários estágios para poços profundos (água), tais como: bombas CS (da figura 5.17 -
capítulo 5) e bombas SP da MARK-GRUNDFOS, bombas 4BPS e BHS da EBARA, bombas 1B, 4S
e S da LEÃO, bombas B -Tipo Turbina, 51008, HYDROBLOC S da KSB.
1 Navegando pelos sites dos fabricantes de bombas, indicados no item 2.2.2.1 do capítulo
2, o leitor poderá encontrar diversas bombas desse tipo e de outros.

Existe também uma solução mais econômica. São as bombas injetoras, como passaram
a ser chamadas ou bombas com ejetores para poços profundos.

164

'

1
,--
Bomba ln1etora
. - - - -- - --,
Fig. 7.17 São bombas simples, centrífugas radiais,
horizontais, trabalham do lado de fora do poço e
saída 1 f possuem uma entrada e duas saídas. Uma das
p/ recalque
saídas é a do recalque normal, enquanto que a
saída 2 segunda saída desce até o fundo do poço e é
p/ injetor conectada ao injetor, junto à tubulação de en-
trada.
-~
.! ~trada O injetor é uma "mistura" de válvula de
pé com tubo de venturi. O fluido, por estar numa
profundidade maior do que o limite estudado an-
teriormente, não consegue ser empurrado atra-
vés da tubulação de sucção, admitido pela válvu-

1
la de pé incorporada ao injetor, entretanto o flui-
do que desce pela segunda saída é injetado num
bocal convergente com alta velocidade, no senti-
do que leva à bomba. Com o aumento da veloci-
dade a pressão diminui e o fluido consegue ser
empurrado para cima pela diferença de pressão
provocada, sendo auxiliado pela sucção da bom-
ba.

Injetor 0000 Na fig. 7.17 uma das bombas desse tipo


fabricada pela SCHNEIDER, com um injetor "IO",
um dos modelos oferecidos por essa indústria e
na fig. 7.18 (na próxima página) um exemplo de
instalação de bombas injetoras (ou com ejeta-
res).

7.7.2.2 - Bomba Abaixo do Nível do Manancial - " Afogada"

Uma bomba é considerada "a-


fogada" quando opera abaixo do nível do ma-
nancial. Observemos na figura 7.19 dois casos (+) hsuc + a)

onde isso acontece. Na fig. 7.19-a, uma bom-


ba succionando de um tanque, colocada na
J_ PHR

base do mesmo, enquanto que na fig. 7.19-b,


temos uma bomba vertical colocada dentro do
tanque.
As bombas colocadas dentro dos tan-
ques podem ser submersas verticais para po-
b)
..
ços profundos, como as citadas no item ante-
rior, bombas submersas onde o corpo da
bomba fica dentro do fluido e o motor funcio- ( +) hsuc
na fora do poço (fig. 7.19-b) ou bombas sub-
mersas que funcionam no fundo de reservató- Fig. 7.19
rios, para recalque de água, efluentes, esgoto
etc., fabricadas pela FLYGT, IMBIL, KSB e outros.

165
Fig. 7.18
Bomba
1.1011~:;'r<"()~~!I~- _ _ _ Injetor a
( 1'""'-"
~IJ>.;.~
,._,u;u. Dl
CVf li ll(J.)

pocrJl,t>,.cc
ICI'-!. DO 1':ÇO
NMl
CIMIIICO

P\'lO-'üi,.:,CA:>r
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St;~k:.LO\CJ.
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( · ) COf\O 'ÇO[S D[ INS,AIAÇÃO DOS ~Je:-ORES SCI IN[IO=-R


-
TIPO ~ rAo 1»-011:w:r ~UUIJLli:;L ~IAS ( m ) O.MIETRO EXTERNO
WAX OE lfl.STALAÇÂO (·11)
tNJf J:)íl DOS INJCTOqCS(Ml'TI)
:li'- !ll W, 00 POÇO ~ ltlJ:..rcq DEAI 1./NIM

10 20 10 2 71
II J4 10 1 7 92
11 "-5 10 1 2 102

Como essa altura de sucção entra na fórmula do NPSHd com sinal positivo, esse fato co-
labora para aumentá-la. Se isso não é suficiente, devemos verificar se existe a possibilidade de
rebaixar um pouco mais a colocação da bomba ou elevar um pouco mais o nível do tanque.
Em geral, quando as bombas submersas no fluido são utilizadas, muitos profissionais
descartam a possibilidade de cavitação, entretanto os fabricantes dessas bombas sempre aler-
tam para o fato de que devemos tomar cuidado, pois da seção de captação até o "olho" do ro-
tor, na seção de entrada das pás, ocorre uma queda de pressão provocada especialmente pela
pré-rotação, já estudada, que pode até provocar a cavitação, mesmo estando a bomba "afoga-
da".

7.7.3 - Alteração da Pe rda de Carga na Sucção

Por fim temos a parcela das perdas que, pelo sinal utilizado (negativo), deverá diminuir,
para aumentar o NPSHd. Analisando essa parcela com mais detalhes, temos:
2 n
Hp = 8.f/T~Q = K.Q2 ⇒ LT ; Ô
7! .D .g u
Então, o que podemos fazer é diminuir o comprimento total e aumentar o diâmetro da
tubulação de sucção.

166
Se o comprimento total é: LT = Lr + leqT, devemos diminuir o comprimento real do t u-
bo, aproximando a bomba do manancial e usar o mínimo número de válvulas e conexões que
permitam o bom funcionamento da instalação, sem provocar um aumento significativo das per-
das. Em geral essa providência já é tomada pelo projetista como precaução e não terá um " lu-
cro" significativo de diminuição das perdas.
Quanto ao diâmetro, lembre o leitor que o t ubo de sucção já tem maior diâmetro do que
o tubo de recalque. Além disso, verificamos nos capítulos anteriores que as bombas possuem a
boca de entrada maior do que a boca de saída como prevenção contra cavitação.
Entretanto, se a bomba cavita, podemos fazer alguma alteração no diâmetro que ajude
a aumentar o NPSHd. A alteração dependerá da velocidade, pois se a velocidade passa um pou-
co do limite superior recomendado, ou está próxima dele, o aumento do diâmetro traz benefí-
cios e a perda de carga diminui de forma significativa. Entretanto, se a velocidade é baixa e es-
tá próxima do limite inferior da faixa recomendada, a alteração do diâmetro não traz benefício
algum, sendo o "lucro" irrisório.

7 . 7 .4 - Alteração da Rotação

Apesar da rotação (n) não fazer parte da equação que está sendo estudada, a al-
teração da mesma pode trazer benefícios em relação à cavitação, entretanto não poderá ser
empregada em qualquer caso.
Lembremo- nos do Capítulo 5, quando estudamos as possíveis variações de rotação es-
pecifica para um determinado serviço, na escolha da rotação conveniente de uma bomba cen-
trífuga radial. Chegamos até a verificar através do diagrama de tijolos que para um determina-
do par Q;H8 foram oferecidas duas bombas, uma de 1750 e outra de 3500 rpm.
Supondo que a
bomba de 3500 rpm fos- \
se a escolhida e depois L.,_r~_º_ª_e3cm
__
i~;.;: ~:::::~
:u....;~..::ss:::....::.
:S::..:e::C=c:!8'..::EM ___J~J li
::::....:..
v_
~ II 3 500 li
rpm KSB
r-ll
D.J
na verificação quanto à .
cavitação indicasse que o o
NPSHr era maior do que 'º ;>() 30 40 0 rrf/h 6J 70 80 90
'ºº
o NPSHd. Se as altera- • 17•
6,+-+-+-+-+-+-+-4-4-4--4--4--1;~~1--1-, ~' ~ -+--+--+-~
ções já estudadas não
lograrem êxito na tenta-
. ~..,
NPSH 4 , 5 +-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+ + -11--
__ ... /~q...+ +-+--+-+-I
tiva de aumentar o valor
do NPSHd, poderíamos
tentar trocar de bomba,
alterando para a de me-
m

---
2,5 +-+-+-+-+-+-+-+--b..-"'F-+-+--+--+--+--+--+--+--+--1

0,5~.l.-.1.--L--L-..1.-..1.-...L-...L-...L-...L..-L......L....L...L.-1.......L..-L.......L....L....J

nor rotação, ou seja 1750


rpm. ---~-~_:;_:>;__~
_ T:>u"c!!vn:u KS8 Nf(lACHENV
..,:_· l111so
-~~.:...:E'sc.....c..;r...:~::.;.;.M..c,__ _JI 1 50-315 11
_
r pm ,1 KSB
.
~_
D.J 1
Observe o leitor
que um dos motivos que
diminuem a pressão no 3,.
6 o1 20 X) 4()1 Om'lh f!l 101 IO 90 100
1 1 1

'
.. .
1 1 1

bocal de entrada é a pré- . ~ ,

rotação, que por sua vez NPSII 2 ,5


. . . . . . - . . . - .' .,... /
/

é mais acentuada se a
rotação do rotor é maior.
Dessa forma, poderemos
resolver o problema. Fig.
m

7.20
1,5

0,5
- 1--"'

Na fig. 7.20 temos as curvas de NPSHr=f(Q) de duas bombas da KSB, 50-315 de 1750
rpm e 40-160 de 3500 rpm. Essas duas bombas foram selecionadas através do Campo de Apli-
cação fornecido pela fábrica para esses modelos, para a mesma carga manométrica e para a
mesma vazão: Q= 60 m3/h e H8 = 40 m.

167
Para a mesma vazão, a bomba de 3500 rpm exige um NPSHr= 3.6 m enquanto a bom-
ba de 1750 estabelece o mínimo NPSHr= 2.8 m. portanto, 0,8 m menor do que o indicado pela
anterior, o que mostra uma redução percentual de 22.2%.

7 .8 - Alterações das Curvas Provocadas por Cavitação

A fig. 7.21 mostra a curva característica de uma bomba, obtida sem cavitação. Colocan-
do a bomba numa instalação qualquer, acionamos a mesma, partindo com uma válvula parci-
almente fechada. Abrindo a válvula progressivamente, fazendo com que a vazão aumente len-
tamente, vamos supor que ao atin 'a bomba comece a cavitar.
A partir deste ponto a
curva original (sem cavitação) Fig. 1.21
não continuará a ser seguida,
pois abrindo um pouco mais a abertura da
válvula, a intensidade de cavita- válvula
ção aumentará significativamen-
te, a vazão aumentará ligeira-
mente para "Q" e haverá uma (Ei\
queda abrupta de carga mano- \:V
métrica. Mesmo que a válvula
continue sendo aberta, a vazão
não aumentará mais.

Lembre o leitor que o


"Ha" representa a carga líquida
fornecida ao fluido após o des-
conto das perdas internas da Q
bomba. Então. quando a bomba
cavita, os gastos internos au- Q' Q
mentam, pois o fluido gasta multa energia para tentar destruir o próprio rotor, justificando a
queda abrupta.

O rendimento, que no início incipiente da cavitação aumenta ligeiramente (::: 5%) devi-
do ao aparecimento das primeiras bolhas que diminuem a densidade do fluido recalcado, cai
também abruptamente quando a intensidade começa a aumentar.
7.9 - Ensaios de Cavitação

O objetivo do en-
saio é provocar cavitação
1 IÍ!J. 7.22
em uma bomba, para al- placa de
gumas vazões, a fim de orifício
obter dados que permitam
o levantamento da curva
NPSHr= f(Q). Esse ensaio
(O) -=
é normalizado pelas nor-
y
mas NBR 6400 / MB 1032
- Ensaios de Desempenho
e de Cavitação.

A intensidade da T = etc
cavítação no ensaio, se-
BOMBA
gundo a norma, deve ser ENSAIADA
incipiente, ou seja, o fabri- '---- - -- - - - -- - - - -- - - - - ---------'
cante deve provocar um início de cavitação para cada vazão, mas que ainda não seja prejudici-
al à bomba. calculando o NPSHr correspondente nessa situação. Isso explica por que a situação
168
NPSHd = NPSHr não é uma situação segura, pois a bomba já começou a cavitar, justificando a
diferença de 0,5 m recomendada pela prática.

Temos dois tipos de ensaios que podem ser realizados:

• Com bomba de vácuo;


• Com poço de cavitação.

7 .9.1-Ensaio com Bomba de Vácuo

Esse é o ensaio oficial recomendado pela norma. Observemos a instalação representada


na fig. 7.22.
A bomba ensaiada retira o fluido (y) de um tanque com temperatura constante. Após
passar por um medidor de vazão, que pode ser uma placa de orifício, o fluido é descarregado
no mesmo tanque. A pressão que atua no nível (O) do tanque pode ser alterada (diminuída) a-
través de uma bomba de vácuo, provocando a queda da pressão na entrada da bomba ensaia-
da, até que ela comece a cavitar.

Imaginemos que a bomba "B" Fig. 7.23


(fig. 7.23) seja ensaiada. Como essa He2
bomba fornece vazões de "O a 10" L/s, Ha. - - - -L - - -
1 1
o fabricante escolhe as vazões: 2, 4, 6, H0t; _ __ J ____ _.1_ _ _ _

8 e 10 para realizar os ensaios.


Começando com "2" L/s, que HBs - - - ,- - - -
1
+ - - - +- - -
corresponde a uma carga "Hs2", o fa- 1 1 1 1
bricante "zera" a pressão do tanque He,_ 0 - - - J_
1
- - - ..J_
1
- - - J_ -
1
- - J_ -
1
- - -

(Patm), aciona a bomba e, pela válvula, 1 1

regula para a vazão escolhida (no caso:


"2" L/s). Como a bomba está "afogada"
e o trecho de tubo do tanque até a Q
bomba é relativamente pequeno, a
2 4 6 8
bomba obviamente não cavita. Diminu- 10
indo um pouco a pressão através da bomba de vácuo, o ensaio é repetido. Se a pressão "po"
diminui, temos uma diminuição da pressão de entrada da bomba e o fabricante verifica se foi o
suficiente para cavitar. Em caso negativo, a pressão "p0 " é diminuída mais um pouco, e assim
sucessivamente, até que a bomba comece a cavitar na intensidade proposta pela norma, man-
tendo sempre a vazão constante.
Nessa situação são coletadas algumas grandezas que permitem o cálculo do NPSHr. O
fabricante altera então a vazão para "4" L/s, "zera" novamente a pressão do tanque, reinician-
do os ensaios, e da mesma forma para as outras vazões escolhidas.

Um problema nesse ensaio é determinar o início "incipiente" de cavitação recomendado.


Lembremos então o item 7.7, onde foi discutida a alteração da curva característica quando a
carga diminui diante da ocorrência de cavitação.
Diante disso, foi determinado pela norma que a intensidade "não prejudicial" deve cor-
responder a uma queda de 3% da carga manométrica. Então, o fabricante realiza vários ensai-
os para cada vazão, utilizando uma faixa de valores para a pressão "p0 '' e levanta grandezas
que permitam calcular a carga manométrica para cada ensaio, verificando posteriormente
quando ocorre a queda de 3%, já que durante um ensaio não dá para saber se a mesma ini-
ciou na intensidade prevista ou não.

Utilizando a bomba da fig. 7.23 como exemplo, temos para uma determinada vazão:

Para Q= 2 L/s (por exemplo) => carga: H82 = > : . início de cavitação => Hs= 0,97.Hs2

169
Mantendo essa vazão constante, o fabricante realiza vários ensaios com pressões "po"
diferentes. Para cada ensaio são anotados os valores das pressões de entrada e saída da bom-
ba. Posteriormente os valores são reunidos numa tabela (fig. 7.24) onde são calculados os va-
lores de carga. Verificada a carga que sofreu uma redução de 3% (H8= 0,97.H82) em relação à
carga original sem cavitação (H 82), é anotada a pressão de entrada da bomba, que recebe o
nome de "Pe lim", correspondente a essa vazão (2 L/s). Os valores da vazão utilizada e da pres-
são de entrada são então transferidos para uma tabela resumo (fig. 7.25) que será utilizada pa-
ra o levantamento da curva NPSHr= f(Q). E assim é feito para todas as outras vazões.

p/ Q= 2 L/S
p/ tabela
ensaio Q (L/s) P e limite
ensaio Ps Pe Hs
resumo 1 2 Pe hm'
a Ps~ Pea Hsa
T 2 4 Pe lim''
b P~b Peb HBb Pelim' 3 5 Pe lirn'' '
e Psc
-
(Pe0 ~B~ - 4
,....
Fig. 7.25
--
Tabela Resumo
d Psd Ped Hed 0,97.Ha2
~ Observemos a fig. 7.26, onde temos a
e Fig. 7.24
função H8= f(NPSH) levantada para uma vazão
constante. Vamos supor, por exemplo, que a vazão seja a mesma do exemplo utilizado, "2" l/s,
da bomba "B".
• HB fig. 7.26
Quando o ensaio de cavi-
tação nessa vazão foi iniciado, a p/Q=cte
HB2
pressão do tanque "p0 " foi zerada
( = Patm), Em tal situação a bomba 0,97 x H B2
não cavitou e se calculássemos o
valor do NPSH para a instalação,
'
-/
esse seria NPSH' e a carga ma-
nométrica igual à carga da bomba
sem cavitação "Hs2", determinan-
do um ponto no gráfico da fig. :
7.26.
NPSH " NPSH'
- -
Como a pressão "po" foi NPSHr
diminuindo, tomando como exemplo um outro valor que não provoque o início da cavitação,
podemos determinar um outro ponto do gráfico: NPSH"; Hs2, onde NPSH" < NPSH'.
Assim, continuando a determinar os pares NPSH ; Hs, chegaremos à situação de cavita-
ção quando a carga começa a cair. No ponto onde a carga for igual a "Hs= 0,97.H82 " temos um
valor de NPSH que é considerado o limite, ou seja o NPSHr para essa vazão.

7.9.2- Ensaio com Poço de Cavitação

Esse ensaio, apesar de simples, não é reconhecido pela norma. Suponhamos que uma
bomba (fig. 7.27) trabalhe com três níveis ou três alturas diferentes de sucção. Admitamos que
nas três situações ocorra cavitação. Podemos concluir que as vazões de início de cavitação se-
rão diferentes, pois quanto mais distante estiver o nível do manancial da entrada da bomba,
menor será a pressão na entrada da mesma, diminuindo o valor da vazão onde ocorrerá a cavi-
tação. Assim:

{l) => Ql; (2) => Q2; (3) => Q3 ... => Ql>Q2>Q3
170
Ora, se alterando a altura de sucção podemos provocar cavitação com vazões diferen-
tes, então podemos realizar o ensaio de cavitação rebaixando o nível do manancial.
Na figura 7.28 temos um "poço de cavitação". A bomba deve recalcar para um outro
tanque e desse tanque o fluido retorna ao poço por uma tubulação auxiliar.

He
PHR

• hsucl

(1)

• hsuc2
,...__ _ _ _ _ _ _.,.__ _ _ _ _ (2)
=

• hsuc3
Q3 Q __.________ ----+------- ())
t
(3)
Fig. 7.27

~M,M
Cs)
(O)
-
=-

...,.

-
- Fig. 7.28

O nível é rebaixado lentamente, com vazão constante, até que a cavitação aconteça.
Nas maiores vazões, a tubulação auxiliar de retorno é utilizada para que o nível não caia rapi-
damente.

7.10 - Estudo do NPSHr- Requerido para uma Bomba

Já discutimos essa grandeza, já vimos as curvas fornecidas pelos fabricantes e, no item


anterior, vimos como os fabricantes realizam os ensaios que propiciam o levantamento da cur-
va NPSHr= f(Q).

171
Para o cálculo do NPSHr também utilizamos a equação 7 .2 da definição. No entanto, a
carga positiva da entrada (He) que será utilizada deverá representar o mínimo valor que pode
acontecer nessa seção.
P v(abs)
NPSHr = He abs (mínima ) - -~~
y
eq. 7.5

:. { Heabs(Min) = V~ +Pelim + ~
2g Y /e
lembrando que o PHR => (e) :. Ze = O

Substituindo na equação 7.6 :

NPSHr = Pelim( abs) - Pv(abs) + V~ eq. 7.6


y 2g

Com os dados da tabela resumo (fig. 7.25) "Q e Pe um" calculamos o valor do NPSHr pa·
2
ra cada vazão. Substituindo a parcela da carga cinética por "K.Q " podemos levantar a curva
NPSHr= f (Q) (fig. 7.29), Já discutida anteriormente.

NPSHr

~------Q
Fig. 7.29

7.10.1 - Curvas de NPSHr para outros Tipos de Bombas

Nos estudo feitos, a ênfase maior foi para as bombas centrífugas radiais que são as
mais utilizadas nas instalações hidráulicas industriais.

Observe o leitor na fig. 7.30 (ref. bibliográfica n° 2) duas curvas características, uma de
fluxo misto com 1450 rpm e rotação específica=> nq= 80 rpm e outra axial com 980 rpm, com
rotação específica => nq= 200 rpm, fornecidas pelas KSB, onde além das alterações das curvas
de carga e potência já estudadas, mostram também alterações nas curvas de NPSHr.

172
24
22
20
m
tt:t.:1t.=:+
~
18
J:
'O
Ili
o
J:

Fig. 7.30

7.11- Recursos para Diminuir o NPSHr

Vimos, nos itens anteriores, indicações do que pode ser feito para aumentar o "disponí-
vel". Entretanto, se todas as oportunidades foram aproveitadas e mesmo assim a bomba cavita,
existe também a possibilidade de diminuir o NPSHr.

No item 7.2.1 vimos que alguns fabricantes colocam pequenas placas no bocal de en-
trada para diminuir um pouco o efeito da pré-rotação que traz benefícios para o NPSHr, diminu-
indo-o.

Uma outra solução é apresentada pela WORTHINGTON (atual FlowServe) que oferece
um componente "opcional" para diminuir o valor do NPSHr. Esse componente é chamado de
"Indutor". O indutor nada mais é do que um rotor auxiliar, tipo axial ou semi-axial, colocado na
frente do rotor principal. Retira-se a porca de fixação do rotor no eixo e coloca-se o indutor.

Observemos na fig. 7.31 o indutor oferecido pelo fabricante citado e as curvas NPSHr=
f(Q), com indutor e sem indutor. Nessa situação, no local onde o fluido normalmente perde
pressão, é colocado esse rotor auxiliar para dar um incremento de energia, provocando uma
redução do NPSHr. A função do indutor não é se opor à pré-rotação e sim "ajudá-la". Observe
o leitor que a curva do NPSHr desce em relação à anterior, sem indutor.

173
Fig. 7.31

Indutor
Worthlngton
(atual FlowServe)

' - - ,. . ':: 1:·.;,I NPSHa


1 - ~
•, "" I:~. w
..
■ Sem Indutor -
l!D
r- ..... Com lntlulor • • •
{ ;.ai ~
......
.......
1-

~ lj!'
~ ~~~
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' .. _1:_.
-
~ ;.~ I' '.
,- .- ~

' ' ''.


Capacidade
Curva típica de performance => Efeito do INDUTOR

Há também um outro tipo de bomba que por suas características necessita do indutor; é
a bomba SUNDYNE - LMV-311, da "SUNDSTRAND FLUID HANDLING", indicada para refinarias,
petroquímicas, alimentação de caldeira etc. No prospecto da propaganda dessa bomba o fabri-
cante chama a atenção sobre o fato de que ela apresenta performance de vários estágios. num
174
projeto de simples estágio (um rotor). Notemos o campo de aplicação na figura 7.32 que decla-
ra que a bomba fornece até 1800 m de carga. Essa carga elevada é conseguida graças a uma
rotação de 24700 rpm fornecida por um multiplicador com engrenagens. Notemos também no
detalhe da fig. 7.3 que o rotor, devido ao valor da rotação, tem pás retas e é acompanhado de
um indutor.

Sundstrand ~
_Fluid HandlingU

LMV • 311

Performance
ltOO

~ U!Oô

~ 1400
ct
~OO~":"¾:~~~;;.s._fu;:~-1---f--t--t--f
lOOO

80017::,,::-.rf~le-:-il:~~~:=::;-~:+-~k::--t--f
(,(l()J-:-::.:t-=it-::-~~t-,-;:::+-~:=-=~~l--:-~-1
•ool,.:,;~~~~~~;.:=.~+~~~
700 1---+--+-..;..+-..;._+-~~l-'--+-~l----<,:+.,t-t

3
VAZ.ÃO IM /Hl
____UOMBA
,.__ _ SUNDYNE - C/INDUTOR- "SUNDSTRAND"

175
7 .12 - Revisão

Após a leitura e estudo do capítulo, responda às perguntas abaixo, verificando se o as-


sunto foi assimilado. Se necessário, volte e leia novamente. Respostas no final da apostila.

122 • Uma instalação que recalca água (y=lO00 kgf/m3) localizada em São Paulo (leitura baromé-
trica= 705 mmHg) (y,19=13600 kgf/m 3) tem na entrada da bomba uma carga cinética de
1 m, uma carga potencial de 5 m e 6 m de perda de carga na sucção. Determine a pressão
na entrada da mesma.

123 · Numa Instalação, o tubo de sucção está pouco mergulhado no tanque, de forma que acon-
tece captação de água e de ar em função do poder de sucção da bomba. Podemos afirmar
que, por causa da presença de bolhas de ar no escoamento, a bomba está cavitando?

124 • Uma Instalação recalca água à temperatura ambiente. Não há o risco de cavitação em
função da pressão atmosférica na entrada da bomba. Entretanto, a bomba está operando
num ponto muito distante do BEP. Será que essa bomba pode cavitar em função do aqueci-
mento provocado por este motivo?

125 Por que a equação da energia não pode levar em conta a pré-rotação na entrada da bom-
ba?

126 • Por que a bomba deixa de funcionar se a intensidade de cavitação é muito alta? (Bomba
acima do nível do manancial)

127 • A recirculação prejudica o rendimento volumétrico de uma bomba pois a vazão que passa
por dentro do rotor é um pouco maior do que a vazão recalcada, mas o fluido que segue pa-
ra a parte traseira do rotor (fig. 7.3) não acaba saindo da bomba e compensando tudo isso,
fazendo com que a vazão que passe pelo rotor seja igual à recalcada?

128 · Suponha que você seja o estagiário de uma fábrica de bombas. Seu gerente solicita que se-
jam determinados a altura e o comprimento de uma placa que se pretende colocar no bocal
de entrada de uma bomba para minimizar o efeito da pré-rotação. Como você faria isso?

129 • Uma bomba que recalcava um ácido foi desmontada, verificando-se que o rotor da mesma
estava todo corroído e "esburacado", provocando a conclusão do pessoal de manutenção de
que a bomba sofreu muita intensidade de cavitação. O que você, chamado a opinar, diria
para o grupo?

130 - Por que uma bomba de vários estágios é mais barulhenta quando está cavitando?

131 · Um fluido passa por um tratamento químico, por filtros e desmineralizadores, sendo posteri-
ormente descarregado num reservatório aberto à pressão atmosférica de onde é bombeado
para abastecer certa linha de produção. Um técnico do Setor Químico, pelos motivos expos-
tos, diz que a sucção deste fluido estaria isenta da possibilidade de cavitação. O que você
pode concluir a respeito?

132 • Calculando a pressão na entrada de uma bomba que recalca água, verifica-se que ela é
2
2000 kgf/m maior do que a pressão de vapor. Podemos garantir que a bomba não cavitará?

176
133 Deduzir uma fórmula, a partir da definição, que determine o NPSHd para a bomba da figura
(Ps => conhecida)

h2

E
(s)

hl

(e) (plano vertical)

134 Na sucção de água feita por uma bomba, sabe-se que para uma determinada vazão o "pre-
juízo" que acontece por causa dos problemas do bocal de entrada é 3,5 m. Se a carga de
pressão de vapor (absoluta) é 0,3 m, qual será a carga absoluta que essa bomba deverá ter
na seção de entrada para não correr o risco de cavitar e qual foi o NPSHr exigido pelo fabri-
cante da mesma?

135 Se o fabricante de uma bomba informa que para uma determinada vazão o NPSHr= 5 me
calculando a disponibilidade para a instalação também temos NPSHd= 5 m , podemos con-
cluir que não haverá cavitação?

136 Utilizando a fig. 7.14 com as curvas da bomba INI 100-200 da IMBIL, determinar o NPSHr
para uma vazão de 200 m3/h, sabendo que o rotor utilizado na bomba tem 201 mm de
diâmetro.

137 Utilizando a fig. 7.15 com as curvas da bomba DN 100-20 da MARK-GRUNDFOS, determinar
o NPSHr para uma vazão de 130m3/h, sabendo que o rotor utilizado na bomba tem 195mm
de diâmetro.

138 No projeto de uma instalação, antes de escolher as válvulas e conexões, quais são as três
providências anteriores e os dois cálculos posteriores?
3
139 Supondo que na escolha da bomba para um projeto, onde a vazão necessária é 145 m /h e
a carga 19 m, o fabricante recomenda a bomba DN 100-20 (MARK·GRUNDFOS) (fig. 7.15).
Verificando a CCB desta bomba, o projetista determina o ponto "N" correspondente à neces·
sidade da linha. Qual o rendimento do ponto e qual o diâmetro do rotor que deve ser esco-
lhido, sabendo que a Instalação é de muita responsabilidade?

140 Baseado na fig. 7.18, quais serão as profundidades mínima e máxima para o nível dinâmico
do poço atendido por uma bomba injetora, conforme orientação do fabricante (SCHNEI-
DER)?

141 As bombas submersas que são normalmente utilizadas no fundo de poços ou reservatórios
não correm o risco de cavitar, pois não possuem tubulação de sucção, ou seja, o fluido entra
diretamente pelo corpo da bomba e além disso a pressão do fundo é maior do que a pres·
são atmosférica. A afirmativa é falsa ou verdadeira? Justificar.

142 - Levante um gráfico (esboço) ris= f(NPSH), nos mesmos moldes do gráfico levantado na fig.
7.26, ou seja, diminuindo gradativamente a pressão na entrada de uma bomba que está
sendo ensaiada quanto à cavitação, mostrar o que acontece com o rendimento da bomba.

177
143 • Supondo que seja feita a verificação quanto à cavitação de uma linha e se constate que o
NPSHd<NPSHr. Diante da impossibilidade de alterar: p0, Pv, y, hsuc, Lrcal sue e leqT sue,
analise a possibilidade de alterar a perda de carga para duas situações distintas:
a) a velocidade do fluido na sucção é 1 m/s;
b) a velocidade do fluido na sucção é 2,7 m/s.

144 Por que a situação NPSHd=NPSHr não é uma situação considerada segura na verificação
quanto à cavitação?

178
Bibliografia

1. BRUNETTI, Franco. Mecânica dos Fluidos. 1.ed. São Paulo: Pearson · Prentice Hall, 2005.
410p.

2 • HOLZENBERGER, Kurt et ai. KSB's Centrifugai Pump Lexicon . 3.ed. Frankenthal: KSB
Aktiengesellschaft, 1990. 403p.

3 - KARASSIK, Igor; CARTER, Roy. Bombas Centrífugas - Seleccion, Operacion y Mante-


nimiento. 1.ed. México: Compaíiia Editorial Continental S/A, 1966. 560p.

4 - MACINTYRE, Archibald Joseph. Bombas e Instalações de Bombeamento. 2.ed. revista.


Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1997. 782p.

s - MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações Hidráulicas Prediais e Industriais. 3.ed.


Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1996. 739p.

6 • MATAIX, Cláudio. Mecanica de Fluidos Y Maquinas Hidráulicas. 2.ed. México: Harper


& Row Publishers Inc., 1972. 582p.

7 - MATTOS, Edson Ezequiel de; FALCO, Reinaldo de. Bombas Industriais. 1.ed. Rio de Ja-
neiro: Editora Técnica Ltda, 1989. 474p.

B • NEKRASOV, Boris et ai. Problemas de Hidráulica. l.ed. Moscou: Editorial Mir, 1972.
200p.

9 - NEKRASOV, Boris. Hidráulica. l.ed. Moscou: Editorial Paz, 1970. 279p.

10- PFLEIDERER, Carl; PETERMANN, Hartwig. Máquinas de Fluxo. 4.ed. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos Editora S.A., 1979. 454p.

11- SILVA, Jairo Torres da. et ai. Bombas Centrífugas - Passo a Passo. 1.ed. Bahia: Turbo-
tech Engenharia Ltda., 1999. 360p.

12- STEPANOFF, Alexey J. Centrifugai and Axial Flow Pumps. 2.ed. USA: John Wiley &
Sons, lnc., 1957. 462p.

13· TELLES, Pedro C. Silva; BARROS, Darcy G. Paula. Tabelas e Gráficos para Projetos de
Tubulações. 2.ed. Rio de Janeiro: Editora Interciência Ltda., 1978. 170p.

14- TELLES, Pedro Carlos da Silva. Tubulações I ndustriais - Cálculo. 8.ed. Rio de Janeiro:
Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1987. lS0p.

15· TELLES, Pedro Carlos da Silva. Tubulações Industriais - Materiais, Projeto e Monta-
gem. 8.ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. 1993, 252p.

16· ZUBICARAY, Manuel Viejo. Bombas - Teoría, Diseno y Aplicaciones. 2.ed. México: Edi·
torial Limusa, 1979. 290p.

179
WfjJ
(Q)
uD={]

181
TG-1 I
Velocidades Recomendadas para Tubulacões
Fluido Velocidade (m/s)
Agua redes em cidades la3
redes em instalações industriais 2a4
alimentacão de caldeiras 4a8
sucção de bombas la2
Aqua Salqada (1 m/s=>mínimo) 1,5 a 2,5
Ar Comprimido 15 a 20
Vapor até 2 kqf/cm 2 (saturado) 20 a 40
2 a 10 kqf/cm 2 40 a 80
> 10 kqf/cml 80 a 200
Hidrocarbonetos linhas de sucção la2
Líquidos.Inst.Ind(s) linhas de recalque 1,5 a 2,5
Hidrocarbonetos Gasosos em Instalacões Industriais 25 a 30
Acetileno 20 a 25
Amônia líquido 2
qás 25 a 35
Hidroqênio 20 a 25
Cloro líquido 1,5 a 2
qás 15 a 30
Soda Cáustica O a 30% 2
30 a 50% 1,5
50 a 75% 1,2
Cloreto de Sódio 1,5 a 2
Cloreto de Cálcio 1,5
Tetra-cloreto de Carbono 2
Acido Sulfúrico 1 a 1,2
Fonte: referência bibliográfica n° 13

Especificações de Cores -Tubos e Reservatórios Industriais - NBR-54


Vermelho Materiais destinados a combate à Incêndio
Verde Aqua
Azul Ar Comprimido
Amarelo Gases não-liquefeitos
Laranja Acidos
Lilás Alcalis
Preto Inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade (óleos: combustível lubrificante etc.)
Alumínio Gases liquefeitos, inflamáveis e combustíveis de baixa viscosidade (diesel, gasolina,
solventes etc.)
Cinza-claro Vácuo
Cinza-escuro Eletrodutos
Branco Vapor
Marrom Cor vaga, podendo ser adotada para identificar qualquer fluido não identificável pelas
demais cores.
- A canalização de água potável deverá ser diferenciada de forma inconfundível das demais.
- Os depósitos ou tanques fixos que armazenam fluidos, deverão ser identificados pelo mesmo sistema
de cores que as canalizações por eles abastecidas.
- O sentido do escoamento do fluido deve ser indicado por seta.
Fonte: referência bibliográfica n° 5

183
TG-2 1
TUBOS DE AÇO - DIMENSOES NORMALIZADAS
Normas dimens ionais => ANSI B 36.10= Tubos de Aco • ANSI B 36.19= Aco Inox
Dnom Dext Designação da e Dí Dnom Dext Designação da e Di
nol. mm Es1>essura mm mm ool. mm Es;>essura mm mm
10S 1,65 10,4 XX 22,2 174,6
1/4 13,7
8 219,0 s
Sld 40 40S 2 23 9,2 160 23 O 173 1
xs 80 80S 3 02 7.7 5S 3 40 266,2
10S 1 65 13.8 10S 4 19 264 7
3/8 17,1 Sld 40 40S 2 31 12.5 Std 40 40S 9.27 254 5
xs 80 80S 3 20 10,7 10 273,0 xs 60 80S 12 70 247 6
Sld 40 40S 2 77 15,8 80 15.10 242 9
1/2 21,0
xs 80 80S 3 73 13,8 120 2140 230,2
160 4 75 11.8 160 2860 215 9
xxs 7,47 6,4 5S 4 19 315,5
Std 40 405 2 87 20,9 10S 4.57 314 7
3/4 27,0
xs 80 80S 3 91 18,8 20 6,35 311,1
>-
....!§Q_ 5 54 15,6 Std 40S ~ ~
xxs 7 82 11.0 12 324,0 40 10 30 303 2
Std 40 40S 2 87 26.6 xs 80S 12.70 298 4
1 33,0
xs 80 80S 4 55 24,3 60 14 30 295 3
160 6 35 20,7 80 17 40 288,9
xxs 9 09 15.2 120 25 40 273 O
Std 40 40S 3 56 35.0 10 - 6 35 342 9
11/4 42,0
xs 80 80S 4 85 32,5 Std 30 - ~ ~
160 6 35 29,4 40 - 11 10 333 4
xxs 9 70 22.7 14 356,0 xs - 12 70 330 2
Std 40 405 3 68 40.8 60 - 15 10 ~
11/2 48,0
xs 80 805 5 08 38,1 80 - 19 00 317 5
160 7 14 33,9 100 - 23 80 308 O
xxs 10 16 27.9 10 - 6 35 393 7
Std 40 405 3 91 52,5 5td 30 - 9 52 387 3
2 60,0
XS 80 805 5 54 49.2
16 406,0
xs 40 - 12 70 3810
160 8 71 42.9 60 - 16,60 373, 1
xxs 11 07 38.2 80 - 21.40 3 63 6
Std 40 40S 5 16 62.7 100 - 26 20 354 O
2 1/2 73,0
xs 80 80S 7 01 59,0 10 - 6 35 444 5
160 9 52 54,0 Std - 9.52 438, 1
xxs 14 O 44.9 xs - 12.70 431,8
10S 3 05 82.8 18 457,0 40 - 14 30 428 6
Sld 40 40S 5 48 77.9 60 - 19 00 419 1
3 89,0 xs 80 80S 7 62 73.6 80 - 23 80 409 6
160 1110 66,7 100 - 29 40 398,5
xxs 15 20 58,4 10 - 6,35 495 3
10S 3 os 108.2 Std 20 - 9 52 488,9
Std 40 40S 6 02 102,3 xs 30 - 12.70 482 6
4 114,0 xs 80 80S 8 56 97, 2 20 508,0 40 - 15.10 477,9
160 13.50 87 3 60 - 20 60 466,7
xxs 17 10 80,1 80 - 26 20 455 6
10S 3 40 161.4 100 - 32 50 442 9
Std 40 40S 7 11 154,0 10 - 6.35 596 9
6 168,0
xs 80 80S 10 97 146 3 Std 20 - 9 52 590 5
120 14,30 139,7 xs - 12 70 584 2
160 18 20 1318 24 610,0 40 - 17,40 574,7
XXS 21 90 124.4 60 - 24 60 560 4
10S 3 76 211,5 80 - 30 90 547 7
Std 40 40S 8,18 202,7 100 - 38 90 5318
8 219,0 60 10 30 198,4 10 - 7.92 7461
xs 80 80S 12 70 193,7 30 762,0 20 - 12 70 736 6
120 18 20 182,6 30 - 15 90 730 2
-
Nesta tabela estao omitidos alguns diâmetros e espessuras não usuais na prática - Fonte: reí. bibliográfica n° 13

184
TG-3 I

~ Equivalênàa da Perda de Carga das Conexões TUPY BSP


. J •
• 1r.a.·, em metros de tl.Oos de aço galvanJZado
uiametto
Hornlnlll 1/4 3/8 1/2 WJ -1 'Tl/4 1 1/2 2 2 1/2 3 4 s 6

Ql 0.23 0.35 0.J7 0,70 0.94 1.17 1.41 1.M 2.35 2.6:? 3.76 4,70 f .64

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Fonte: Tupy Utility 0904

185
TG-4 J

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V a ores detem11r.aéos o1ra...és de ensaios eferuados pelo Oepanamento de h1dráu ico e


Saneamer.lo d.:i Escola de EnoerJitma de São Cartos estado de São Pa1.to. em maio de 1976.
COMPRIMENTOS EQUIVALENTES EM METROS PARA BOCAIS E VALVULAS
Rtg!IU0 R•puo VG''IUIJ dt \'.l"'u~J cJ@ rt~eneio
s,111• <1a En11a~. Enlra<Udt ~IIUO
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Fonte: Tupy Utility 0904

186
TG-5 !
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Câmara Setorial de Válvulas Industriais

Válvulas Totalmente Abertas


Os valores indicados nesta t abela não devem ser entendidos como números absolutos, pois as
geometrias , dimensões das válvulas e conexões por onde passa o fluxo do fluido, como também
as diversas versões para cada tipo, podem variar de fabricante para fabricante, porém permitem
mesmo com estas considerações, em uma boa orientação para os projetistas, nos cálculos de
dimensionamento de redes de condução de fluidos e evidenciando-se desta maneira, que o uso da
tabela não deve se constituir em uma recomendação generalizada.
Diãmetro 0N 10 0N 15 DN 21) O~J 25 ON ~ DN ◄O DN 50 DN 65 DN 80 DN 100 ON 125 ON 150 DN 200
3.18" 112" 314" 1• 1 1/4" 1.112" 2" 2.112" 3• 4" s- s· e·
V 9Tobo Reta com gwa 5.,8 7,62 9,7512,19 15,85 19,2 25 28,95 36,6 45,7 519 70 91,5
Rei~ sem guia 4,27 5,1 7,31 6,54 11,8813.72 17,68 21 ,38 25,9 36,58 42,67 51,82 67
Angular com gula 2,44 3,05 4,3 5,18 7 7,92 10,36 12,1915,25 21,3 25 30 39,8
Ang~ar sem gula 1,11 2,22 2,74 ~6 4,88 5.79 1,26 W4 11,3 1~93 1a,3 22 21,4
Oblíqua 1,77 2,22 2,74 3,66 4,88 5,79 7~26 8,84 11,3 14,93 18,3 22 2],4
V. gaveta 0 116 0,21 0 128 o,33 o,46 o,55 0,7 o,85 1,03 1,3 1,1 2 2,75
V . esfeni Passagem plena 0,16 0,2 0,27 0,33 0,46 0,55 0.7 0,85 1,03 1,3 1,7 2 2,75
Passagem redUZ!98 0,1s o,2J 1,18 oj~3 1,83...!.i.,41 4,s2 3,s2 3,09 a~ 12,70 13 20,18
V macho o.~ 0,7 o,91 1,16 1,ss 1,83 2,13 2,75 3,5 4,5 s,5 1 V5
V retenção Portinhola normal 0,61 0,78 1,03 1,28 1.77 2,04 2,68 ~1 3,95 ~18 6,4 _7.~ 10
Portinhola oblíqua 1,68 2,13 2,59 3,35 4,57 5,49 7 8,3 10,05 13,4 16,75 20,5 26,8
Horizontal 5,8 7.ffl 9,7512119 15,85 19,2 25 20_.95 36,6 45,I 57,s 10 s1,s
Vertical 4,57 6,75 8,7310,97 14,6317,0719,81 26,8 32 42,65 54,8 64 85,3
Fundo de POÇO 4,57 6,75 8,7310,97 14,6317,07 19,81 26,8 32 42,65 54,8 64 85,3
Cotovelõ 90,. 0,36 0,45 0,6 0,76 1 1,2 1,55 1,92 2,35 3 4 4,9 6,1
45° 0,1s 0,24 o,3 o,4 o,s o,s 0,0 1 1,2 1,6 2 2,4 3,2
Curva 90º 0,2 0,3 0,4 0,5 0,65 0,8 1 1,25 1,5 2 2,6 3 4,1
180° 0,52 0J5 0,95 ~ 1,6 2 2,55 3 115 3,8 5,Q? 6,35 7Ê. 10,15
Tê Passagem direta 0,2 0,3 0,4 0,5 0,7 0,9 1,1 1,3 1,6 2,1 2.7 3,4 4,3
Saída lateral e bl-laterel 0,8 1 1,4 1.7 2,3 2,8 3,5 4,3 5,2 6,7 8,4 10 13
13/8" 1/2" 3/4" 1" 11/ 4 "11/ 2" 2" 2 112·! 3'' 4• 5" 6" 8"
Servi os
Acion. ~?e~ao Bloqueio Contr pe Fluídos Operações Passagem Prevenção Prev sobre Regu
rápido diferencial pressao densos frequentes bvre de re11uxo pressão lagem

angote
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edutora de pressão
eg_urança ejou ~lívio
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187

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TG-6 I
Ábaco - Crane Co. - Comprimentos Equiva lentes (m)

v •1w11 de Oawt.
13/4 ftcttede)
(112ftctieda)
(1 /4 ftc:hedl)
(Aberta)

1.500.00
V61wle Globo _ _ _ _ _ _ _ _,_.
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d/0•3/4 0.26
0,20
0,1&
0 , 10

O.O&

0.03 0,5

• Os valores dos comprimentos equivalentes para as válvulas são médios. O valor verdadeiro poderá variar bastan-
te dependendo do fabric.ante e do modelo da válvula. Fonte: vane Co. (ref. bibliográfic.a n° 13)

188
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Vidro, Latão, Cobre, Chumbo, PVC... Liso

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V = Viscosidade Cinemática ( cst - centiStokes)
Líquidos
5-Água
1- Mercúrio 10 - Óleo Diesel
2 - Gasolina ( Yr =0,68) 11 - Petróleo ( 'Yr =0,85)
3 - Gasolina ( 'Yr =O, 72) 12- Petróleo ( 'Yr=0,92) {
4 - Gasolina ( 'Yr =O, 75) 13 - Gasóleo t
1 6 - Salmoura (20% NaCI) 14 - Óleo Combustível ( Yr = 0,94) :;;
:;;
7 - Álcool Etílico 15 - Óleo Combustível ( 'Yr = 0,96)
8 - Querozene 16 - Asfalto Diluído .
L. 9 - Dowthenn A 17 - Cimento - Asfalto 1

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1 MotOJ' tl'ifási:o
Potência

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2 Pólos - 6 0 Hz
0,16 0 ,12 63
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Carcaça RPM
ALTO~
RENDI ENTO

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Rendimento

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47,0
75

55,0
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100 50 75

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Fator de

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Peso
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0.25 o.ia 63 3380 55.0 61,0 65.0 0.!>S 0.65 0,73 1,15 6.4
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0.75 0.55 7t 3400 65.0 71.0 74.0 0.112 0.75 0.83 1,15 9,0
1,0 075 71 3-440 75,0 79.S 8 1.2 0.65 0.76 o.a:, 1.15 11.0
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15.3
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s.o 3.7 IOOt. 3,500 M ,O M.0 87./S 0.73 0.83 01!,1 1,1S :U.4
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75 s.s 22$ShA 3565 9 1.5 93.,0 93.a o:r9 o.as 0.119 1,15 3el.,6
100 7S 250SttA 3MS 92,8 93.8 94.3 0.82 o.e.a 0 ,9 1 1,1S •54.0
12$ 90 280$,IA 3570 91,6 03.1 9<1.S O,a3 0/J.7 0.89 1,15 700,2
ISO 110 2o,r.:,.,;1 M70 9 1.8 93,S 94..5 0,80 0.llõ O.a& 1,15 705.11
175 1J.2 JISS.tA 3570 92.S o.t.o 94.7 0,64 0,88 0,8$ 1,15 797,7
200 150 31.SS.'IA 3570 Ç.28 9-4 4 950 011."< 0.87 oas 1.15 8M8
... + 250 / 300~50
4 Pól os • 60 Hz
0 ,16 0 ,12 G3 1720 00,0 57.0 61,0 0,41 0 ,51 0 ,00 1,15 8.B
0 ,25 0 ,18 63 1710 53,0 84,0 68, 5 0 ,47 0 ,ST 0.63 1,15 7 /4
0.33 0 .25 83 1710 so.o 59.0 88.S 0.45 0 .55 0.65 1.15 7S
0,50 0. 37 71 1720 &4,0 70.0 72.0 0.44 0.57 0.65 1.15 10.◄
0.7!$ o.ss 71 1705 70.0 7'4,0 75.0 0.4!$ o.se 0.63 1. 15 11,4
1.0 0.7S eo 1730 77.5 60.0 82.0 0.00 o.n 0.00 1, 15 1S .5
1, 5 1.1 eo 1700 77,0 79,0 a 1, 5 0,82 0 ,74 0,82 1,15 15.5
2.0 1.5 ros 1755 79.5 82.8 8◄ 2 0 .55 0 ,67 O.?a 1, 15 20,4
3,0 2.2 OOl. 17l5 84.0 85.0 85,1 0.62 0 ,75 0 ,82 1,15 23.6
4.0 J ,O 1001.. 1720 84.0 86.0 88.5 0 .63 0 ,75 0,82 , . 1$ 31.8
5.0 J.7 1001.. 1720 85.0 87,5 88.0 0.63 0 , 75 o.ao , . 15 34.4
e.o -4.S 1121.1 1735 ar.o 88.0 89.0 0.03 0 ,74 0,81 1,15 "'5.2
7,5 5.5 1121.l 1740 118,0 89.0 90.0 o.o, 0.7.3 o.ao , . 15 <15.-2
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100 TS ~1.1 1780 93.0 9◄.2 9-4.S 0 ,09 o.ao o.as 1.15 485.S
125 90 28051'1,t 1780 93.-5 9-4,5 95,0 0.7l 0,81 o.as 1,15 8S7.3
150 110 280Stf.l 1785 93,0 9-4,5 9.S,0 0. 75 0 ,83 0 ,08 , . 15 730,3
175 132 3ISSIIA 1780 113,11 9<1,8 95.0 0.79 0 ,84 0,87 1, 15 82◄,7
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TG-10 1

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Fonte: ref. bibliográfica n° 4

192
TG-11 I

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DESCARGA EM g pm
( poro o mÓlt 1mo r endi men t o)

Fonte: ref. bibliográfica n° 4

193
TG-12 I
Fonte: ref. biblio rálica n°s 2 e 4
Pv ( kgf/cm2 (abs)) ÁGUA V e St
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1,00
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- T(ºC)
1 0,2
o 10 20 30 40 !50 60 70 80 90 lOOºC
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Fonte: ref. biblio ráfica n° 11


Pv (bar)
25

10 0
5,0

L. -
-- --- T (ºC) -

-50 o 200 250


1-Acetona 8- Eti leno 15- Dowterm-A 22- Naft ali na
2- Etll álcool 9- Etileno Glicol 16-Ácldo Acético 23- Propano
3- Ácido Fórmico 10- Gasolina 17- Glicerina 24- Proplleno
4-Amônia 11- Benzeno 18- lsobutano 25- Tolueno
5- Anilina 12- Clorobenzeno 19- Hexano 26-Água
6- Etano 13- Dietl l-Éter 20- Querosene
7- Cloreto de Etlla 14- Difenll 21- Metll-Álcool

194
195
Uma instalação recalca água de um tanque para o coletor de entrada de uma máquina.
Sabe-se que um manômetro, colocado nessa seção, acusa uma pressão PmJ• A instalação opera
com a bomba 81 de curvas características conhecidas. Dados: H 2O=> y= 1000 kgf/m3;
Pm3 = 1,2 kgf/cm2 ; Dsuc= Drec = 63 mm; f = 0,035; bocas da bomba:65x65; Leqv.PÉ= 35 m;
Leqv.GAv= 1 m; LeqcoTOv= 3 m; Leqv,RET= 5 m; Leqv.GL0001 = 15m; Leqv.GL0002= 30 m. Pede-se:
a) a vazão que será recalcada por 8 1;
b) a máxima potência que será exigida do motor elétrico;
e) diminuindo 35% a vazão da instalação através da válvula globo tipo 2 (VGL-2), determinar
quantas voltas essa válvula deverá ser fechada, conhecendo a curva: Ks= f(nº voltas).

3m 20m

VGL 1 VGA
KsôOO
VGL 2
500
400
E 300
n
200
VGL 2 100
o +-,---,.-..--,-...,....,.--,.-,-,.-.....-,:=i
o 2 3 4 5 6
n° voltas
Totalmente aberta
J
E
01

- - - - - - ( 0 ) · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · (3) p3
-
E

MÁQU INA

45 ,,----- 80
40 _/ ~ l 1º/01 75
35 --- r---._ 1/ '\
70
30 ~r--- \ 65
E 25 I ~ \ 60
/ \
co 20 "'- 55
J:
15 / ~ I\B1 50
10
/ ~ 45
5 I \ "- 40
o I
/ \. "-,; 35
o 5 10 15 20 25
Q(m3.-h )

197
.____ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _~ M@EJ
A instalação da figura pode operar por gravidade, fechando as válvulas que dão acesso
à bomba ou com a bomba colocada em by-pass, fechando-se a válvula que permite o escoa-
mento apenas por gravidade. Pede-se:

a) a vazão sem bomba, graficamente; (Dado p/ item ã. f = 0,0225)


b) a máxima vazão q ue será fornecida pela bomba B, com bocas 65x65, q uando operar
na instalação dada; ( Dado p/ item ú. f = 0,02)
e) a potência nominal do motor elétrico;
d) o custo de operação anual, sabendo q ue a bomba trabalha 5 horas por dia e 25 dias
no mês;
e ) o comprimento equivalente da válvula globo quando a vazão for reduzida 40% em
relação à vazão máxima com bomba (na situação com bomba).

Dados Gerais. tubos=> aço - 2 1/2" <l>nom, SCH 40 - Di=62,7mm; H2O=> y= 1000 kgf/m 3;
CustokWh = 0,2 R$/kWh; llMotor= 86%; LeqSAÍDA DO TANQUE= 1,2m; Leqv,GAv= 0,85m; LeqcoTov=
2,35m; LectrrE-DIREÇÃoooRAMAL= 0,41m; LeqTEE · RAMAL PARADERIV= 3,43m; Leqv.GLooo= 21,38m.

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3/h)

198
"Desenho Sem escola''

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o

199
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A instalação abaixo descarrega água (Ytt2o= 1000 kgf/m 3) no tanque superior. Dadas as
curvas características da bomba 8, com bocas 80x50.

Tubulação=> sucção=> 3" <l>NoM - SCH 40; recalque=> 2" <l>NoM - SCH 40.

Dados - Tubo 3" => 3" - Di= 77,9mm; fruoo-3= 0,024 (cte); Leq(2)= 1,Sm; Leqv RET-3= 3,95m;
LeqvGtoeo3= 25,9m; LeqALARGAMENTO 2X3-3= 0,6m; LeqREOUÇÃO-Jx2-3= 1,4m.
Dados - Tubo 2" => 2" - Di= 52,5mm; fruso-2= 0,027 (cte); Leqv,Rer-2= 2,68m; Leqv,GLOB0-2=
17,68m; Leqcorov-2= 1,88m.

Pede-se:
a) a vazão que será recalcada pela bomba quando operar na instalação;
b) a potência transferida ao fluido;
e) supondo que a instalação necessite de uma vazão 20% maior do que a determinada,
além de retirar a v. globo (VGL-2), quantos metros de tubulação de recalque, a partir da
bomba, devem ser alterados para 3"?
d) a potência nominal do motor elétrico, que deverá dar conta das alterações.

10m
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(3)
VGL-2
(4)
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"Desenho Sem escola"
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p=0,5kgf/cm

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50
Q(m 3 /h)

201
A instalação da figura, cuja curva característica (CCI) está levantada no gráfico, opera
com a bomba 8 1, de curvas características fornecidas (CCB) ( os valores do eixo da vazão não
estão representados no gráfico). Sabendo que o comprimento total da instalação, real mais e-
quivalente, é 119 me que o motor elétrico entrega 4,8 CV para a bomba, determinar:
a) a pressão do tanque superior (2) (em kgf/cm2);
b) a vazão recalcada pela bomba;
e) a potência nominal do motor elétrico e a verificação da carga, discutindo a mesma;
d) a perda de carga total;
e) o coeficiente da perda de carga distribuída;
f) a rugosidade equivalente do conduto (nesse item utilizar o diagrama de Moody-Rouse) .
.. ...... . .. .. .. .. ... ....
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(2)

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4 m
Dsuc = Drec = 78 mm

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y= 1000 kgf/m3 • u = 10 -r. m2/s

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15 45
10 40
5 35
30
o

202
L !?111
Uma indústria constrói uma instalação para o levantamento da queda de pressão que
ocorre na passagem por um filtro especial (F). Para tanto, utiliza a bomba CAM-W19 da
DANCOR, de características conhecidas (curva 2), com bocas 2 ½"x 2". Pede-se:
a) a máxima potência fornecida pela bomba, sem o filtro, substituindo o mesmo por um trecho
de tubo;
b) o rendimento da bomba;
e) colocando o filtro na instalação a vazão diminui 25% em relação à vazão máxima (sem fil-
tro), calcular o comprimento equivalente do filtro "F";
d ) a queda de pressão provocada pelo filtro (em kPa).
Dados: Tubos: 1 1/2" <l> nom - SCH 40 - Di= 41 mm ; f = 0,02 (cte); y = 1000 kgf/m3;
LeqGLOeo= 12m; LeqGAv= lm; Leqcor= 2m; LeqP.ORJF= 4m; LeqALARGAMCNTo= lm (1 1/2"x 2 1/ 2" );
LeqESTREITAMENTo= O, 7 m (2"x 1 1/2").
4m

placa de VGL
orificio

E
N
2m

(s)
FILTRO
(é) VGA
MODELO
PoL
MOUO /TRIF ll!ffl
CV
Sucç~ Elevação
110/220 • 220/380
CA\1-WlP 30 25
T
C~.~'lt:1.t ~()
BSP
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CAM-'/C1 :?O SS?
CAl\,\.'N21
FtA"IGEAOA
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10

203

- - - -- - - - - - - - -- -- - - -
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A instalação da figura opera por gravidade (válvula C aberta e válvula D fechada) quan-
do o tanque superior está pressurizado, ou com o auxílio de uma bomba (válvula C fechada e
válvula D aberta) quando o tanque superior estiver sujeito à pressão atmosférica. Sabendo que
o diâmetro da tubulação de recalque da bomba é de 2" e que o restante dos tubos é de 3"(cl>NoM
- SCH 40). Dados: y= 1000 kgf/m 3 ; f= 0,022 (cte) (atenção: gráfico com vazão em L/s). Pede-
se:
a) a máxima vazão que será aduzida por gravidade (graficamente);
b) a máxima vazão que será conseguida com a bomba B (bocas: 80x50);
e) a potência no eixo da bomba;
d) pretende-se colocar um equipamento (E), de comprimento real 2 m, no recalque da
bomba. Qual poderá ser o máximo valor do comprimento equivalente desse equipamen-
to para que a vazão não diminua em relação à máxima conseguida por gravidade?

Leq (m)
♦ O! COT (s) (e) V&.. VG.. RET TEE TEE
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204
VGA
E
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sem escala

205

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=1ffJilJ
A bomba 81 (AZ-40-160 da SULZER) é ensaiada com água, com uma rotação de 3500
rpm, <I> rotor= 150 mm, apresentando as seguintes características: (CC8s levantadas com os da-
dos da tabela abaixo no gráfico dado). Pede-se:

(Notã. 150mm não é o maior rotor desta bomba)

HBl m 41.0 40.5 40.0 38.0 35.0 28.5 26.0 22.0


01 m3/h 12.0 18.0 22.0 29.0 38.3 48.5 51.5 55.0
T] 81 % 40 50 55 60 63 60 55 50

a) se uma instalação obedece à equação (fluido=> água): H8 = 8 + 398.000.Q2 , onde


3
Q=> m /s e H8 => m, determinar a potência da bomba 8 1 quando colocada na instala-
ção dada;
b) diminuindo apenas 10% o diâmetro do rotor da bomba 8 1, levantar a nova caracte-
rística (B2);
e) determinar a potência da bomba B2 quando operar na instalação dada;
d) levantar as curvas universais de todas as bombas geometricamente semelhantes à
bomba B1;
e ) determinar o diâmetro de rotor de uma bomba semelhante à 8 1, que forneça Q3= 65
3
m /h e Ha3= 80 m, operando na mesma rotação da bomba ensaiada (3500 rpm);
f) determinar a potência da bomba do item anterior (83 ) .

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Uma instalação que obedece à equação H8 = 16 + 86367.Q2, Q=>m3/s, H8 =>m, deverá
operar com a bomba BC-22 R/F da SCHNEIDER. Sabendo que o fluido utilizado será óleo de
baixa viscosidade (y0 = 900 kgf/m 3), que a rotação será 3520 rpm e que o diâmetro do rotor se-
rá alterado para 180 mm, pede-se:

a) levantar as novas curvas de carga e potência em função da vazão (H8 ; N8 = f(Q)), levando
em conta todas as alterações;
b) determinar a máxima vazão que será recalcada pela bomba, quando operar na instalação
dada;
e) determinar a potência nominal do motor elétrico;
d) verificar o percentual de carga do motor;
e) determinar o custo de operação trimestral, sabendo que a bomba vai trabalhar 8 horas por
dia e 25 dias no mês (considerar 0,18 R$/kWh e 11M= 80%).

Bombas Centrífugas [ SCHNEIDER ]


Sêrie BC-22 R MOTOBOMBAS

. BC-22 R/F -2.1/2 x 2


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Va:!àO (m3/h)
3450 rpm - 60 Hz

208
e
Dadas a instalação da figura e a curva característica da bomba B1 (bocas: S0xS0), de-
terminar:
a) a potência da bomba 8 1 quando operar na instalação dada;
b) diminuindo 8% o diâmetro de rotor e diminuindo 15% a rotação da bomba B1, levan-
tar as novas características: He2= f(Q2) e rie2= f(Q2) = > B2,
e) determinar a potência nominal do motor elétrico que deverá acionar a bomba B2.
Dados: Dsuc= Drec= 52,5 mm (2"<1> nom SCH 40); f= 0,03 (cte); Leq(2l= 2 m; Leqv.gav= 1 m;
3
Leqv,ret= 3 m; Leqv,globo= 16 m; Leqcotov= 2 m; Leq(3)= 3 m; fluido: água=> y= 1000 kgf/m •

20m

p= 0,6 kgf/cm 2
- (3)

2m

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sem escala
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O ( L/s)

209
L
A bomba da instalação da figura deverá recalcar água para o tanque superior. A bomba
MEGA8LOC 32-200 da KS8 de 1750 rpm (bocas: 50x32), será utilizada na instalação. As curvas
características fornecidas pelo fabricante indicam os rotores: 209/202/192/186/178, que serão
considerados nesse exercício como: 8 1, 8 2, 8 3 , 84 e 8 5 , respectivamente.
Dados: Tubos=> 2 1/ 2" cl>nom - Di= 62,7 mm; f = 0,035 (cte); y= 1000 kgf/m 3; Leq(2)= 3 m;
Leq<Jl= 0,5m; Leq,41= lm; Leq,51= 5 m; Leqc6>= 25 m; Leq,7)= 4 m; Leqcsi= 3 m.
Pede-se:
a} determinar a vazão que será recalcada pela bomba 8 1 (cj, = 209 mm) quando operar na ins-
talação dada;
b} determinar a potência nominal do motor elétrico que deverá acionar 8 1;
e} diminuindo o rotor de 8 1 (209) para 202 mm e aumentando 20% a rotação, levantar a nova
característica (H86= f(Q6) => 86), determinando a potência dessa bomba quando operar na ins-
talação dada;
d} diminuindo o rotor de 8 1 (209) para 169 mm, levantar a nova característica (Ho, = f(Q,) =>
8 7), determinando a vazão que será recalcada por 8 7 quando operar na instalação;
e) substituindo o fluido da instalação por óleo de média viscosidade, com y = 800 kgf/m3 , le-
vantar a nova característica da bomba 83 (192) que será utilizada na instalação, já que a curva
dada foi obtida pelo fabricante com água.

50 m
2m - --- --- ----~
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KSB IEGABLOC

H m
1 1750 rpm 1 1 32-200 1 KSBb.
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210
Dadas a instalação da figura e a curva característica da bomba B1 (n1 =3500 rpm) com
bocas S0xS0, determinar:
a) a potência da bomba B1 quando operar na instalação dada;
b) diminuindo X% a rotação da bomba B1, teremos uma nova característica: Ha2= f(Q2). Colo-
cando essa nova bomba na instalação, a vazão recalcada será 10 m3/ h. Determinar a rotação
da bomba B2;
e) aumentando 30% a rotação da bomba B1 e diminuindo 5% o diâmetro do rotor, levantar a
nova característica (H 63= f(Q 3) => 83), determinando a potência de 8 3 quando operar na insta-
lação dada.
2
Dados: Fluido: água= >y= 1000 kgf/m3 ; Dsuc= Drec= 52,S mm; p 1 = 1 kgf/cm ; f =0,02
(cte); Leqv.pé= 35 m; Leqcotov= 3 m; Leqv,ret= 5 m; Leqv,globo= 15 m; Leqv,gaveta= lm. Pede-se:

3m 100m

VGL VGA

VGL

.. ... . (1) p1

MÁQUINA

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211

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...___ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ [UfIJ
A figura mostra uma instalação industrial utilizada para o recalque de água (y= 1000
3
kgf/m Os tubos são todos de 3" <l>nom - SCH 40, Di= 77,9 mm e o coeficiente da perda de car-
).

ga distribuída é 0,035 (cte). O reservatório superior está pressurizado com 1,5 kgf/cm 2 • De-
mais dados: Leqv.pé= 32 m; Leqcotov= 3 m; Leqv.ret= 4 m; Leqv,globo= 26 m. Pede-se:
a ) sabendo que a bombas B2 e 8 1 são iguais e operam com rotações diferentes (n 2 < n 1), de-
terminar a rotação da bomba Bi;
b) determinar a potência nominal do motor elétrico que deverá acionar a bomba B2 quando es-
ta operar na instalação dada;
e) aumentando 3% o diâmetro do rotor e aumentando 5% a rotação da bomba B1, levantar a
nova característica (HB3 = f(Q3) => B3), determinando a potência no eixo desta bomba quando
operar na instalação dada.

4m 25m

v globo

8 m

v retenção

21m
~tm---+---~--
zs V pé
(1)

BOMBA B1 - n1 =3500 rpm - bocas 80x80 (DIN )


8)
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Q (m3/h )
'

o 20 40 60 80 100

212
A instalação abaixo é utilizada para o recalque de água (y= 1000 kgf/m 3). Os tubos são
todos de 3" <I> nom - SCH 40 - Di = 77, 9 mm. Por necessidade do processo industrial, o reservató-
rio superior possui uma pressão p= - 0,6 kgf/cm2 • A bomba B1, com CCB fornecida pelo fabri-
cante (3500 rpm), opera com um variador de freqüência. Demais dados: f= 0,03 (cte); Leqv,pé=
32 m; Leqcotov= 3 m; Leqv,ret= 8 m; Leqv,globo= 21 m; Leq,7)= lm. Pede-se:
a) a potência nominal do motor elétrico que deverá ser utilizado para que a bomba B1 opere
na instalação, sem o uso do variador de freqüência;
b} sabendo que através do variador a freqüência foi alterada para S0Hz, determinar a vazão
que será recalcada pela bomba;
e) determinar a potência da bomba quando operar com rotação reduzida e compará-la com a
potência que a bomba B1 exigiria se a mesma vazão fosse obtida (por B1) através do fechamen-
to parcial da válvula globo, determinando o percentual de energia economizada.

25m p
1- .. 1

. ...
(8) f
4m 2m

(7)

B m

(3)

BOMBA 81 - n1 =3500 r m - bocas 80x80 DIN


8)
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10
Q (ni3/h)
o
o 20 40 60 80 100

213
]llJJ
A instalação abaixo deverá transportar óleo (y0 = 822 kgf/m 3) de um reservatório pressu-
rizado para um outro reservatório aberto à pressão atmosférica. A vazão necessária será 6 L/s.
Consultando o gráfico de correção do HI - Hydraulic Institute, são determinados: CH= 0,9, Cq=
0,85 e C17= 0,76. Dados: Tubos: 2"<j>nom - SCH 40 - Di= 52,5 mm; f = 0,04 (cte);
Leq,,.ret= 3 m; Leqv.giooo= 17 m; desprezar as perdas na entrada e saída dos tanques. Pede-se:
a) verificar qual das bombas com curvas fornecidas (81, 8 2, 8 3), levantadas com água,
pode ser utilizada para a instalação;
b ) determinar a potência que será exigida do motor elétrico.

(2) 1 - - - - - - - r -- - - - l

p= 1,2kgf/cm 2

( 1)
E
l-----'--..:.....:...,_~~---1 co

1. 50m

Bomba · B -bocos=50x50( DIN )


(81,B2,83 ·- mesmo carcaça e diâmetros de rotores diferentes)
45
40
35
~0% 150% 60%
30 '

Ê 25
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..........
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15
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5
-K- /
1/B2
B.3
o o 2 .3 4 5 6 7 8 9 1O 11 12
Q(L/s)

214
Na instalação dada, a bomba ON 80-16 da MARK-GRUNDFOS, ensaiada com água, de-
verá recalcar óleo (y= 850 kgf/m 3; v= 114 cSt) . Dados: p0 = - 0,1 kgf/cm 2 ; p3 = 2,0 kgf/cm2; tu-
bos: 4" - Oi = 102,3 mm; f = 0,03 (cte); Leqc1i= 1,5 m; Leq.l''xs·= 1 m; Leq3-x4•= 1 m; LeqRET=
8 m; Leqct0eo= 30 m; Leq{2)= 2,5 m. Pede-se:
a) levantar as curvas características da bomba na nova situação (H8 ; 11 ; Na)= f(Q), utilizando
o gráfico de correção do HI - Hydraulic Institute (TG- 10);
b) a máxima potência que a bomba exigirá do motor elétrico quando operar na instalação da-
da.
po P3
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Bomba Centrifuga Normalizada
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Roeattuó V61dopor& l,gudrnpi, DN 80-16
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215

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Uma instalação necessita 60 L/s de água ( y = 1000 kgf/m 3) com 15 m de altura mano-
métrica. Pede-se:
a) uma bomba centrífuga radial é geometricamente conveniente para a instalação? Jus-
tificar;
b) citar três soluções possíveis para a situação;
e) resolvendo a situação através de uma associação conveniente, determine o mínimo
número de bombas que pode atender as necessidades da instalação (adotar o que jul-
gar necessário);
d) determinar a máxima potência que deverá ser solicitada por cada bomba ao motor
elétrico.

Trecho da Fig. 5.8

216
L - - -_ _ _ _ __ _ _ _ _ ______,_,_JJ_~

Sabendo que a instalação da figura opera com as bombas B1 e B2 , associadas em série,


determinar:
a) a rotação específica da bomba B1;
b) qual o tipo da bomba B1;
e) o diâmetro do rotor da bomba unidade, que é geometricamente semelhante à bomba
81 dada;
d) a potência nominal do motor elétrico que deverá acionar a bomba B1 quando esta
operar na instalação dada (em série com B2 ) .
2
Dados: Pi= - 0,2 kgf/cm ; P2= 1,2 kgf/cm 2 ; y = 1000 kgf/m3 ; 8 1 => n1 = 3500 rpm e
D1= 160 mm; CCI (Associação) => HBA = K1 + K2.Q/ => onde K2 = 950.000 s2/m 5 •

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217
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Dadas a instalação da figura, que re-
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calca água, e as curvas características da
bomba INI 32-200 da IMBIL. Pede-se:
a) a rotação da bomba unidade, que é com-
pletamente semelhante à bomba dada;
b) comparar o rendimento da bomba dada
com o rendimento obtido através do gráfico B m P1= 0,2 kg f/cm 2
11= f (nq; Q) (fig. 5.8);
e) a potência no eixo, quando a bomba 83 (c/ (1) 1---.;..._-l
q> ,1 .,= 190 mm), operar sozinha na instala- 2 m
ção dada, sabendo que nessa situação p2=
5
pressão atmosférica e K2= 350.000 s2/m ;
d ) pressurizando o reservatório superior com
1,2 kgf/cm 2, haverá necessidade de associar duas bombas, uma do tipo 81 (4>,otor = 209 mm) e
outra do t,po s◄ (9,oto, = 185 mm). Nessa situação o K2 é alterado para 460.000 s' /m 5• Determi-
nar o rendimento da associação e a potência nominal dos motores elétricos.

INI 32-200
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218
L
Uma instalação opera com um conjunto
de bombas iguais, associadas conforme a figu- . r-Q-Q-i rü--Q7_
ra.
O conjunto é formado por 2 grupos de 6 bom-
bas cada. Dadas a CCI da instalação e a curva
de uma bomba (B), determinar:
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a) a carga, vazão e o rendimento de cada G
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bomba; b) a potência de cada grupo; e) a potência do conjunto.
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219
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A instalação abaixo pode trabalhar com uma ou duas bombas associadas em paralelo.
As bombas são iguais (B 1= B2 = B) e a curva característica de uma delas está levantada no grá-
fico. Supondo que a CCI, cuja equação foi parcialmente fornecida abaixo, seja a mesma para os
dois casos, determinar:
a) a vazão recalcada por uma bomba (B 1 ou B2) quando operar na instalação dada;
b) a potência da associação das duas bombas em paralelo na instalação dada;
e) a potência nominal do motor elétrico que deverá acionar cada bomba dentro da as-
sociação.
Dados: p, = 0,8 kgf/cm 2; y= 1000 kgf/m 3; H8 = K1 + 60.000.Q2 (Q=>m3/s; H8 =>m).

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220
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A bomba MEGANORM 65-200 da KSB, cl>~or= 204 mm,
4m
n = 3500 rpm e bocas: 100x65 foi selecionada para a insta-
lação parcialmente representada na figura. O ponto de proje-
to será: Q= 160 m3/h e H8 = 65 m. Verificar se existe a pos-
sibilidade de ocorrer cavitação nas condições abaixo, pro- 2 m
pondo alterações, se necessárias, mas sem apresentar os (O)
cálculos. a) pela pressão de entrada. Comparada com pv; 3 m
b) através do NPSH. Dados : sucção: 6"4>nom SCH40 -
Di= 154 mm; f = 0,03 (cte); Leitura Barométrica= 700 m-
3
mHg; fluido: H2O=> 'YH2o= 1000 kgf/m , T= 20ºC => PV1120=
0,023 kgf/cm2(abs); Leqv pé= 64,0 m; Leq,otov= 5,6 m; LeqREOUÇÃo 6x4= 2,8 m.

Bornoa Tipo KSB MEGANORM fa_'THIJ'r,o


KSB MEGASLOC
Pt...'T,P Typc S1z.c 65-200 1
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KSB
KSB
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221
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A instalação "A", configurada abaixo, com curva característica (CCI) levantada no gráfi-
co, opera com a bomba B1 de curvas características conhecidas (H8 , ri, NPSH) = f(Q). Pede-se:
Dados: y = 1000 kgf/m 3; B1=> n1= 1750 rpm.
a} a pressão do tanque superior (em kgf/cm 2);
b} a perda de carga total;
e) a potência nominal do motor elétrico que deverá ser acoplado na bomba B1 ;
d} você concorda que a rotação específica da bomba B1 vale 8,6 rpm?
e} sabendo que o NPSH calculado para a instalação dada é 4 m, verifique a possibilidade de
cavitação;
f) qual a vazão conseguida por duas bombas do tipo B1, associadas em paralelo na instalação
"A" (supondo a mesma CCI fornecida);
g) qual a potência da associação do item anterior;
h) opine sobre a possibilidade de cavitação na associação das bombas.
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222
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Uma instalação de curva característica dada opera com três bombas do tipo "B" associa-
das em série, com a CCB da bomba "B" fornecida pelo fabricante (vide gráfico). Todas as bom-
bas estão colocadas numa cota de lm acima do nível do manancial que está aberto à pressão
atmosférica (leitura ba rométrica= 710 mmHg). O comprimento total de tubulação até a primei-
ra bomba é de 45 m, da primeira até a segunda é de 20m e da segunda até a terceira é 22m,
incluídos os comprimentos equivalentes das singularidades. Dados: Ymo= 1000 kgf/m 3 ,
2
Pv= 0,04 kgf/cm (abs) , f = 0,03 , Dtubos= 78 mm. Pede-se:
a) você faria alguma restrição a essa aplicação? Em caso positivo, qual?
b) a rotação (usual) da bomba "B", sabendo que é do tipo centrífuga radial;
e) a potência da bomba associação;
d) a potência nominal do motor elétrico que deverá ser acoplado em cada bomba;
e) verificar quanto à cavitação, sugerindo alterações se necessárias (sem efetuá-
las).

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Q (L/s)

223
Um determinado equipamento é colocado numa instalação que pode operar com duas
bombas do tipo Bx (bocas: 50x50) (Bx=B1 =82 ) . O equipamento foi fornecido com bocais flange-
ados de 2". Segundo o fabricante, quando ensaiado com água, y= 1000 kgf/m 3, com uma va-
zão de 10 L/s, a queda de pressão provocada pelo mesmo foi de 5,0 kgf/cm 2• Dados: Leitura
Barométrica = 695 mmHg ; Tubos: 2" cf>nom - Di= 52,5 mm; f = 0,035 (cte) ; Leqcotov= 2,5 m ;
Leqv.91000= 25 m ; Leqv gaveta= 1,5 m ; Leqtee= 2,5 m ( qualquer tipo) ; água:
2
Pv= 0,028 kgf/cm (abs) ; Ls, 1 :::: O. Pede-se:
a) o coeficiente da perda singular do equipamento;
b) o comprimento equivalente do equipamento em metros, de tubo de 2";
e) a vazão que será conseguida na instalação utilizando as duas bombas;
d) a máxima potência que será exigida por cada bomba;
e) verificar quanto à cavitação na situação das bombas associadas, sabendo que a pressão pre-
vista para o manômetro colocado na seção (1) será pm 1 = 0,3 kgf/cm 2 •

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224
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Dado o trecho de instalação, determinar a máxima vazão permitida, teórica e prática,
para que não ocorra cavitação na bomba 8 1, cuja curva NPSH= f(Q) foi fornecida.

Dados: Tubos: 2"<1> nom - Di= 53 mm ; Leqcotov= 2 m ; f = 0,03 (cte) ; P atm = 9200 kgf/ m2(abs) ;
3
água: y= 1000 kgf/ m ; py= 350 kgf/m 2 (abs); bomba=> bocas: 50x50.

4m

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225
A figura mostra duas instalações independentes. Uma opera com bomba e outra sem
bomba. Após passar por um equipamento, o fluido (água: y= 1000kgf/m3, py= 0,03
kgf/cm 2(abs)) é recalcado para um tanque superior de onde é distribuído para vários locais. A
CCB dada pertence a uma bomba ensaiada com 1750 rpm (bocas: 50x50). Dados: (1) a (2)=>
tubos: 2"- Di= 52,5 mm; (2) a (3)=> tubos: 2 1/2"- Di= 62,7 mm; desprezar as perdas nas
entradas e saídas dos tanques; f = 0,03 (cte); p 1= 1,7 kgf/cm 2; Leitura Barométrica= 690 m-
mHg. Pede-se:
a) considerando que a bomba vai operar com uma rotação 30% menor do que a rota-
ção nominal (1750), estimar o custo semestral de operação, admitindo que a bomba,
nessa condição, opera 8 horas por dia, 30 dias por mês, a um custo de R$ 0,26/kWh
(llM= 65%);
b) sabendo que a bomba foi adquirida com um motor de 6 OI, verificar se o mesmo
pode ou não ser considerado superdimensionado quando opera com a rotação normal
(1750) e com a rotação reduzida;
e) determinar a perda de carga total ((1) a (2)) se a v. globo for fechada até uma vazão
de 4 L/s (Bomba=> 1750);
d) determinar a máxima vazão da instalação por gravidade;
e) qual será a máxima pressão efetiva (em kgf/cm 2) da seção (1) que pode provocar
cavitação na bomba (1750 - com válvula aberta), concluindo se cavitará ou não.

LeQ (m) V. Globo V. Ret. Cotovelo


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2 'h' 30 4 3

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226
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(3)

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Quando a instalação dada opera somente com a bomba B1, a CCI é dada por H6 = K1 +
2 3
600.000.Q , onde Q => m /s e H6 => m, e a pressão no tanque superior é atmosférica. Pres-
surizando o tanque com 3,6 kgf/cm 2 , haverá necessidade de associar B1 e B2 • Dados: B1= B2=
Bx (CCB de Bx fornecida- bocas:50x50) ; Diubos= 53 mm ; Leitura Barométrica= 690 mmHg ;
3
f = 0,03 (cte); água: y= 1000 kgf/m ; Pv= 0,0236 kgf/cm 2(abs); LeqRE'T = 3 m; Leqm = 1 m
(passagem reta) ; Leqrcc= 2 m (ramal p/ derivação) ; LeqcoTov = 2 m; LeqG/lvcrn = 1 m;
Leq,, Pr= 18 m. Pede-se:
a) a potência da bomba B1 quando operar sozinha na instalação;
b) verificar quanto à cavitação na situação do item anterior;
e) a vazão que será recalcada quando o reservatório superior for pressurizado;
d) a potência da associação;
e) verificar quanto à cavitação na situação do item (c).

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Uma instalação interliga dois tanques de grandes dimensões. O tanque inferior está a-
berto à pressão atmosférica e o tanque superior está pressurizado com 0,5 kgf/cm 2. A leitura
barométrica local é 695 mmHg. Na instalação opera a bomba B1 de curvas características co-
nhecidas. O fluido recalcado é água, com y= 1000 kgf/m3 e Pv= 0,028 kgf/cm2 (abs). A altura
estática de elevação é 10 m. A perda de carga na sucção pode ser determinada por 40.000.Q2,
enquanto a perda de carga do recalque será calculada por 160.000.Q2 (Q=> m3/s e Hp=> m). A
bomba foi colocada na base inferior do manancial (tanque inferior), 2 m abaixo do nível do
mesmo, após um filtro parcial, necessário ao bom funcionamento da instalação. Pede-se:
a) a diferença de cota entre os dois tanques;
b) a potência exigida por B1 quando operar na instalação;
e) diminuindo 10% a rotação de B1 e diminuindo 5% o diâmetro do rotor, levantar a
nova característica (H01 = f(Q 2) => 8 2), determinando o rendimento de B2 quando ope-
rar na instalação dada;
Aumentando a pressão de pressurização do tanque superior para 4,5 kgf/cm 2 foi neces-
sário associar a bomba 8 1 em série com a bomba B3 (de curva característica não conhecida),
colocada depois da bomba 8 1 • Sabe-se que a vazão recalcada foi 8,0 L/s e a perda de carga do
recalque, devido aos acréscimos, aumentou para 175.000.Q2 (Q=> m 3/s e Hp=> m).
d) a carga manométrica fornecida por 83;
e) se 8 3, nessa situação, tem um rendimento de 78%, determinar o rendimento da
bomba associação;
f) verificar quanto à cavitação, sugerindo alterações se necessárias, sem efetuá-las;
g) determinar a potência nominal dos motores elétricos que deverão ser utilizados nas
três bombas.

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229
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A instalação simétrica configurada abaixo pode operar com uma bomba (81 ou 82) ou
com as duas bombas associadas.

Dados. Tubos: Aço=> sucção: 4"<pnom - SCH 40 - Di= 102,3mm, recalque: 2 1/2"'Pnom - SCH40
- Di = 62,7mm; 8 1 = B2 = Bx (CCB de Bx fornecida - bocas: 100x65); f = 0,025 (cte); água:
3 3 2
y= 10 kgf/m , Pv= 0,035 kgf/cm (abs); Leitura Barométrica= 705 mmHg.

Tubo de 2 ½º => Leqv.RETENÇÃO= 26,8m; Leqcornv= 2,35m; Leqv.GAVETA= 0,85m; LeqTEE=


3,43m; Leqv,Gtoao= 21,38m; LeqENTR.TANQuE= 0,9m.

Tubo de 4 '' = > Leqv.PÉ= 42,65m; Leqcornv= 3, 76m.

Pede-se:

a) fechando a válvula VGA-2, determinar a potência que será solicitada pela bomba B1
ao motor elétrico;
b) verificar quanto à cavitação na situação do item anterior;
e) a vazão que será recalcada pelas duas bombas associadas;
d) a potência solicitada por cada bomba associada;
e) a potência nominal dos motores elétricos que devem ser utilizados e a verificação
quanto ao superdimensionamento;
f) verificar quanto à cavitação na situação do item (c).

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230
3m

2m

sem escala

231
Na instalação dada serão colocadas duas bombas SL com 204mm de diâmetro de rotor.
Sabe-se que a CCI da instalação operando com duas bombas é dada por: HBA= Kl +
2
53316.QA => onde Q => m3/ s e HB => m. Dados: Sucção: 4" - SCH 40 - Di=102,3mm ;
Leqv,pé = 40m ; Leqcotovelo = 4 m ; f = 0,02 ; g = 9,8 m/s2 ; feitura barométrica = 710mmHg ;
H20 => y = 1000 kgf/m 3, pv= 0,03 kgf/cm 2(abs) . Pede-se:

a) A rotação específica da bomba;


b) Determinar a potência da bomba associação (em CV);
c) Determinar a potência nominal dos motores elétricos que deverão ser utilizados nas
bombas;
d) Verificar quanto à cavitação, propondo alterações se necessárias, sem executá-las;
e) Pretende-se substituir as bombas da instalação por duas com diâmetro alterado para
168mm. Nestas condições, qual será a queda percentual de vazão, em relação à va-
zão conseguida no item b), e a potência da nova bomba associação quando operar
na instalação dada?

9m

4 rn

2m

sem escala
VPE

232
Bomh.1 SL - 3500 1p m - boc,1s: 100x100
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1
1

233
L
Numa instalação, o fluido (água) que vem de uma linha de máquinas, após passar pela
2
seção (1) com pressão Pl= 1,2 kfg/cm , deve passar por um equipamento que tem um com-
primento equivalente de 120m, sendo recalcado posteriormente para um tanque pressurizado,
com uma pressão de 0,8 kfg/cm 2, que atende duas linhas, Cx e Cy, mas é mantido com nível
constante. Nesta condição a instalação deverá operar apenas com a bomba 81, de CCB forneci-
da no gráfico, e nesta situação a equação da CCI é dada por: HB = Kl + K2.Q2 , onde K2 =
2 5
600.000 s /m . As bombas 81 e 82 são iguais com bocas 65x65 e toda a instalação tem tubos
de diâmetro nominal 2 ½", SCH 40, com Oi= 63mm. Demais dados: Leitura barométrica:
3 2
690 mmHg ; f = 0,032; água: y = 1000 kgf/m , com pv = 350 kgf/m (abs) ; Leqcor = 2m
2
; LeqTEe= 1,Sm ; LeqvGAv= lm; g = 9,8 m/s . Pede-se:
a) A potência exigida pela bomba 81 quando operar sozinha na instalação dada (em CV)
b) Qual o valor da perda de carga na situação do item (a).
c) Alterando a pressão da pressurização do tanque superior para 4,7 kgf/cm 2, as bombas 81 e
82 serão associadas. Nesta situação determine a potência da bomba associação (supondo o
mesmo K2).
d) Como a instalação deverá operar com a bomba B1 ou com as duas bombas associadas, veri-
fique qual deverá ser a potência nominal dos motores elétricos das bombas.
e) Em relação à cavitação, identifique qual a situação onde ela poderá ocorrer e somente faça a
verificação na situação identificada, propondo alterações se necessárias.

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234
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(2)

EQUIPAMENTO ~~~l 5m
2m
Cx Cy

(3)

(e) sem escala

3m

4m

235
Uma instalação operará com uma bomba CR da MARK-GRUNDFOS (3500 rpm), "in-line'
2
com 6 estágios. A curva característica da linha é dada por HB= 10 + 6.901.775.Q , com Q=>
3
m /s e Ho= > m. O bocal de entrada da bomba está 1 m acima do nível do manancial que está
sujeito a uma pressão negativa p0 = - 0,2 kgf/cm2 • A perda na sucção pode ser calculada por
3
Hp= 80.000.Q2 com Q=> m3/s e Hp=> m. O fluido recalcado será água: y= 1000 kgf/m ;
Pv= 0,04 kgf/cm 2 (abs) e a leitura barométrica local 715 mmHg. Pede-se:
a) a rotação específica dos rotores utilizados pelo fabricante para esta bomba;
b) a vazão que será recalcada pela bomba;
e) o rendimento da bomba;
d) a potência nominal do motor elétrico que deverá ser utilizado;
e) verificar quanto à cavitação.

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237
BOMBAS & INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
Soluções das Revisões e Respostas dos Exercícios Propostos

Revisões

Capítulo 1 - Instalações e Tubulações


1 • Pelas características de pressão da entrada da bomba. Como o fluído não pode ser "puxado"
a bomba tem que criar uma pressão menor do que a aplicada sobre o nível do manancial,
que é normalmente a pressão atmosférica local, fazendo com que na maioria dos casos acon-
teça uma pressão negativa, depressão, ou menor do que a atmosférica na entrada da bomba.

2 · Para a escolha do material dos tubos devem ser considerados: tipo de fluido, pressão, tempe-
ratura, agressividade, contaminação, custos etc.

3 · É o mais utilizado nas instalações hidráulicas industriais e o que apresenta a menor relação
custo/resistência mecânica.

4 • O tubo galvanizado recebe uma camada de zinco, depositada a quente, para proteger contra
corrosão. Estes tubos não podem ser soldados, pois esse processo queima a galvanização.

s · O custo do conjunto motobomba vai diminuindo, já que, com o aumento do diâmetro a velo·
cidade diminui e as perdas diminuem, diminuindo a carga exigida da bomba. Já o custo da li·
nha aumenta, pois o aumento do diâmetro gera tubos, conexões e válvulas maiores e mais
caras.

6 · O diâmetro ótimo em relação a uma vazão é definido como o diâmetro equivalente ao menor
custo total, representado pela soma dos custos parciais da bomba e da linha.

7 • A fórmula de Bresse é uma fórmula bem simples, entretanto traz na constante K (constante
de Bresse) uma incerteza muito grande. Além da dificuldade de obtenção, é calculada com
grandezas que dependem do próprio diâmetro.

8 • Utilizando valores de velocidades recomendadas de acordo com o tipo de serviço, determina-


se um diâmetro Interno D', isolando-se o diâmetro da fórmula da vazão: Q = v. A. Com este
diâmetro deve-se entrar nas normas dimensionais de acordo com o tipo de material utilizado
e selecionar um diâmetro nominal, comercial, que tenha um valor de diâmetro interno maior
ou menor do que o determinado. Com este novo diâmetro Interno, recalcula-se a velocidade,
verificando se está dentro da faixa recomendada.

9 • Dado um diâmetro nominal, quanto maior a numeração SCH, menor será o diâmetro interno
dos tubos, já que com o aumento da numeração SCH, aumenta a espessura da parede e to·
dos têm o mesmo diâmetro externo.

10 • As junções por rosca são recomendadas até um diâmetro nominal de 2", entretanto podemos
encontrar, na prática, aplicações até 4".

11 · As válvulas são classificadas como: de bloqueio, de regulagem, de controle unidirecional e de


controle de pressão.

12 · São exemplos de válvulas de bloqueio.

13 • As válvulas de regulagem servem para controle de fluxo ou de vazão.

14 · Borboleta e diafragma, dependendo da construção, podem ser utilizadas como válvulas de


regulagem ou de bloqueio.

15 • As duas são retas, pois o fluido escoa numa única direção, horizontal ou vertical. A reta sem
guia tem um elemento que assenta numa sede controlando a passagem do fluido, já a válvu-
la com guia tem uma espécie de tripé que penetra no orifício e controla a vazão, provocando
obviamente mais perda de carga, mas melhorando a qualidade da regulagem da vazão.

239
16 - Quase nenhuma diferença. O funcionamento das duas é idêntico, entretanto a de retenção é
colocada ao longo da instalação e a válvula de pé é colocada na ponta da tubulação de suc-
ção, por isso tem uma espécie de ralo por onde o fluido é admitido.

Capítulo 2 - Classificação das Bombas


17 - Todas as máquinas hidráulicas são transformadoras de energia.

18 - São as rodas d'água que foram substituídas pelas turbinas. Elas aproveitam o desnível entre
dois reservatórios, transformam energia hidráulica em energia mecânica e aaonam geradores
que vão produzir energia elétrica .

19 - Ele funciona à base de golpes de aríete, aproveitando a sobrepressão provocada por estes
golpes para produzir energia hidráulica.

20 - A vedação impede ou dificulta o vazamento interno, evitando a recirculação do fluido da saída


para a entrada da bomba.

21 - A vazão continua a mesma por causa da impossibilidade do vazamento interno e a pressão na


saída da bomba aumenta.

22 - O encontro de uma resistência no avanço da haste ou o fim de curso do pistão.

23 - A ausência de vazamento interno ou recirculação dentro da bomba, que acaba acontecendo


em pequena escala e modifica a curva, diminuindo um pouco a vazão à medida que a pres-
são vai aumentando.

24 - A pressão aumenta 2.400%, enquanto que a vazão diminui 5,46%.

25 - Bomba de Deslocamento Positivo: Q => L/min e P => bar; Bomba de Deslocamento Não-
Posittvo: Q => m3/h e H11 => m.

26 - Um aumento de vazão já que a recirculação Interna será diminuída

27

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28 -
culando dentro da bomba.
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Por causa do vazamento interno que é facilitado e se a saída for fechada o fluido ficará recir-

29 - 10 kgf/cm 2•

30 • A carga aumenta 60% enquanto a vazão diminui 78.9%.

31 - O rotor fechado é o melhor em relação à recirculação interna que pode acontecer da saída do
rotor em direção à entrada, diminuindo o rendimento volumétrico das bombas.

32 - Na radial a pá é de simples curvatura, na helicoidal é de dupla curvatura (torcida) e na dia-


gonal também existe a dupla curvatura, só que mais acentuada (mais torcida).

33 - Nas radiais é obtida através de forças centrífugas aplicadas no fluido devido à rotação. Já nas
de fluxo misto é obtida em parte através de forças centrífugas e em parte devido às forças de
arrasto.

240
34 - Porque nestas bombas a energia transmitida ao fluido é provocada por forças de arrasto e
não por forças centrífugas.

35 - Para água: uma bomba de deslocamento positivo vibratória ou uma bomba centrífuga radial.

36 - A desmontagem da bomba pela parte traseira, sem a necessidade da retirada das tubulações
de sucção e recalque, facilitando a manutenção.

37 - Minimizar a quantidade de fluido que recircula dentro da bomba, não prejudicando o rendi-
mento volumétrico da mesma.

38 - Não, apenas os fechados. Nos rotores abertos e semi-abertos não há espaço para estes anéis
e a recirculação é livre, prejudicando o rendimento volumétrico das bombas.

39 - Equilibrar as pressões das partes dianteira e traseira, diminuindo o empuxo axial e evitando a
utilização de rolamentos que suportem esforços axiais.

40 - Preservar o eixo do desgaste provocado pela selagem por gaxetas, já que é mais econômico
substituir a luva do que o eixo inteiro.

41 - É um anel colocado entre os anéis de gaxetas que recebe fluido com pressão vindo da própria
bomba, para refrigerar e lavar as gaxetas, do anel para fora e do anel para dentro da bomba.

42 - Os dois ajudam os anéis de gaxetas a ter um bom desempenho. Os impregnantes ( derivados


do petróleo, sintéticos e emulsões de PTFE) preenchem os espaços entre os fios trançados
ajudando na vedação e os lubrificantes (sllicone, grafite e óleos mineirais) permitem a lubrifi-
cação diminuindo o atrito.

43 Sede, anel primário e mola. A sede é onde está o anel secundário e forma o conjunto esta-
cionário que é preso na carcaça da bomba, enquanto o anel primário e a mola formam o con-
junto móvel que gira com o eixo.

44 - A vedação pnmária é a que acontece entre o anel secundário da sede e o anel primário, cujo
atrito entre os dois impede a saída do fluido. A vedação secundária impede a saída do fluido
por fora da sede e por dentro do eixo através de vedações, que são consideradas de menor
importância por serem feitas com componentes que não possuem movimento relativo entre
si.

Capítulo 3 - Curvas Características - Instalações e Bombas


45 - Q = 10 L/s e .6p= 600 kPa.

46 - A variação de pressão nos níveis dos tanques.


2
47 - Falsa, pois além da perda de carga, pode representar a variação da carga cinética ti.v /2g,
desde que exista a parcela da velocidade em um dos termos da equação.

48 - Sim, desde que sejam conhecidas as pressões destas duas seções, pois elas representarão os
trechos (1) a (X) e (Y) a (2).

49 · Q=0, portanto: Leqv = f.J (-> oo)

50 - Neste caso o ponto pretendido na CCI está um pouco abaixo do ponto de funcionamento e
basta fechar um pouco uma válvula para levantar a CCI e cruzar a CCB no ponto correspon-
dente à vazão necessária.

51 - Sim, desde que o Hest (=/\z + t,.p/y) seja Igual a "zero" e para Isto acontecer basta que a
parcela da carga de pressão seja negativa.

241
52 - Hest= 22 m.

53

HB
(m)

som

15 L/s

8m

54 - Falsa, pois o Ks (coeficiente da perda singular) pode ser o mesmo, já que é um número adi-
mensional, mas o Leq (comprimento equivalente) tem unidade (m) e vai ser alterado de a-
cordo com o diâmetro da mesma, ou seja, se o diâmetro aumentar, aumenta o comprimento
equivalente.

55 - Cotovelo 2" => Leq => 1,55 m (CSVI) --21,3%--> 1,88 m (TUPY)
Curva 2" => Leq => 1,00 m (CSVI) --35,0%--> 1,35 m {TUPY)

56 - V. Globo 2" => Leq => 17,68 m (CSVI) --18,8%-> 21,0 m (CRANE)
V. Gaveta 2" => Leq => 0,41 m (CRANE) --70,7%-> 0,70 m (CSVI)
V. Retenção 2" => Leq => 2,68 m (CSVI) --82,8%--> 4,9 m (CRANE)

57 - Hp= 3,45 me pe= - 5175 kgf/m 2•

58 - Leq{alargamento)= 0,6 m e Hp(novo)= 3,5 m :. aumento%= 1,4% (desprezível).

59 O coeficiente "f" deve ser determinado com a vazão de projeto e utlllzado como se fosse
constante mesmo que se levante a CCI, pois a bomba escolhida deverá atender a instalação
com uma vazão muito próxima e um pouco superior à necessária, o que vai provocar um erro
desprezível em relação ao coeficiente "f" que foi empregado.
6
60 - ReMfN = 3,2x10 = 3.200.000 => para o Regime HR (muito alto) / f MfN = 0,0168. Utilizando
como referência => Re= lx105 => f = 0,0205. Adotar=> f = 0,019 a 0,020
61
1-B (m)

67

32
35
7
28

22,5 30
Q (L/s)

62 - Nnom = 40 CV e 75% de carga, portanto no limite (> 75%).

63 - CoP =2.000,00 R$/mês

242
Capítulo 4 - Semelhança
64 - HB=20,68 m; Carga Cinética=>2,3%; Carga Potencial=>l,0% e Carga de Pressão=>96,7%.

65 - Faolita a Instalação numa tubulação horizontal.

66 - Sim, desde que seja uma Instalação que facilite bastante o escoamento e a perda de carga do
recalque seja bem pequena.

67 - Porque, se nas bombas de deslocamento não-positivo a carga de pressão recebida, normal-


mente, é bem mais significativa do que as outras cargas, cinética e potencial, nas bombas de
deslocamento positivo que operam com vazões muito baixas e são pequenas, as outras car-
gas são completamente desprezíveis.

68 - Porque no fenômeno não entra a grandeza velocidade (v).

69 - v= 132 km/h.

70 - Se o fluido utilizado tiver alta viscosidade, entretanto, mesmo que o "Re" entre na função,
não vai ajudar em nada.

71 - Ensaiando uma bomba de diâmetro de rotor "D", que gira com uma rotação "n", podemos
obter uma tabela com vários pares Q; HB. Cada um destes pares vai gerar um par de adimen-
sionais, 'V;<!i, pois 1j1=Kl.H8 e cp=K2.Q.

72 - Porque no levantamento das características verificaremos as variações de vazão, carga, po-


tência e rendimento, mantendo as grandezas neutras: p, n e D, constantes. (obs. A rotação
pode até variar, mas será corrigida posteriormente para um valor padrão no levantamento
das curvas)

73 - 2,78%, 2,78% e 4,17%.

74 - A carga diminui, pois a potência requerida vai diminuindo e a bomba exigirá menos do motor
elétrico. A rotação aumenta, pois a carga sobre o eixo está sendo aliviada.

75 - Não, pois para apresentarem o mesmo rendimento deverão ser completamente semelhantes
e não só geometricamente semelhantes. (Apesar de que até pode acontecer, mas por coinci-
dência)

76 - Não importa que geram cargas diferentes, pois existirão outras diferenças que compensam,
já que tudo será proporcional e, além disto, o rendimento é adimensional. Convém lembrar
que a semelhança completa garante a igualdade dos adimensionais.
11 = y.Q.Hs/ Ns se 111 = 112 ⇒ y,Q1.Hs¼a1 = y.Q2.Hs1/Ns2 ⇒

77 - A curva fornecida é levantada para água (81). Como o fluido tem densidade menor do que a
água, a curva cairá (82), pois a nova potência será calculada por NB1•PVP1 e p2/r1<l.

78 - Sim, pois para ocorrer efeito de escala basta que a variação de uma determinada grandeza
do fenômeno, do modelo para o protótipo, seja muito grande em relação à variação das ou-
tras grandezas envolvidas e isto pode ocorrer com qualquer uma: p, n ou D.

79 - Não, pois o 6 cSt, indicado pela teoria não é uma fronteira fixa, representando "' 6 cSt. Além
disto, a variação é multo pequena em relação ao valor Indicado.

80 - *
Se Q2 =Q 1.0,85, então Q1=Q2/0,85=15/0,85=17,6 L/s 20 l/s => Portanto, não são comple-
tamente semelhantes, pois o ponto da B1 completamente semelhante terá um outro valor de
vazão.
243
81 - 3500=> 1200 rpm: diminuição de 65,7% na rotação! A redução foi muito grande e haverá e-
feito de escala, impedindo a semelhança completa. Desta forma, utilizando a fórmula empíri-
ca recomendada pela teoria na equação 4.10, teremos uma queda no rendimento, o novo se-
rá 66,6%, aproximadamente.

82 - Porque são as opções mais econômicas e mais utilizadas pelos compradores.

83 - Não, pois seria melhor apresentar uma curva aos compradores, com as rotações bem próxi-
mas daquelas que eles utilizarão realmente (:::e 1750 e"' 3500 rpm).

84 - A potência diminui com o fechamento da válvula até o ponto G, pois a vazão diminuí e dimi-
nui mais ainda no ponto F, já que a carga deste é bem menor do que a carga do ponto G.

85 Podem até ser, mas não necessariamente, pois o fabricante não monta uma linha de bombas
mantendo a geometria constante, pois tem que atender a uma faixa de pares Q; HB muito
grande (vide diagrama de tijolos) e para isto vai modificando também a geometria .

86 - Realmente a vazão será maior, mas a potência exigida também será maior e ele terá que se-
lecionar um motor de maior potência nominal. Entretanto, como ele não precisa de tanta va-
zão, terá que diminuí-la bastante, através de uma válvula, por exemplo, reduzindo a potência
fornecida pelo motor e trabalhando com o mesmo bem abaixo da sua potência nominal, o
que não é conveniente.

87 - Operar com ponto muito distante do ponto de máximo rendimento, correspondente à vazão
de projeto da bomba. Teremos também: queda de rendimento, aumento da força radial, vi-
brações, ruído e aumento da temperatura do fluido.

88 - Porque os trechos referentes às pontas das curvas não devem ser utílizados e não são co-
merciais, ou seja, ninguém vai adquirir bombas operando nestas regiões.
3
89 • Rotor 209 mm => lJMAx=67% -> 52,S m /h => supondo que esta bomba seja utilizada até
58%, à direita do ponto de máximo rendimento, onde Q=71 m3/h -> Nu=28,SHP = 28,9CV
=> NNoM=30CV.

90 - Nada, pois não tem sentido levantar a curva da necessidade do escoamento do fluido viscoso
sobre a curva da bomba ensaiada com água. O cruzamento das curvas não vai representar
absolutamente nada.

91 • localizando na curva da bomba a vazão do ponto de rendimento máximo=> Q83 =135 m3/h,
multiplicamos pelos valores: 0,6; 0,8 e 1,2; determinando as vazões dos quatro pontos. loca-
lizamos os pontos na curva da bomba para água e a partir deles determinamos os valores de
carga e rendimento para os mesmos. Com o ponto de máximo rendimento: Qa3 = 135 m 3/h e
HBa3= 72,5 m e a viscosidade do fluido viscoso = 50 cSt entramos no gráfico de correção do
HI, determinando os coeficientes de correção.

"Neste
. exercício podemos
,
comprovar
,
o que foi colocado na teoria, pois a vazão não sofrerá
preJUIZO a carqa sofrera um oreiu1zo )equeno, mas o rendimento será bem oreiudicado.
Agua Coeficientes Fluido Viscoso
ponto Qa Hea nea Co CH Cn Qv Hev Tlv
1 81 O 81 5 71 O 1O O 98 O 825 81,0 79 9 58 6
2 108,0 78 O 770 1O O 97 O 825 108 O 75 7 63 5
3 135 O 72 5 80 O 1O O 96 O 825 135 O 69 6 66 O
4 162 O 64 O 76 5 1O O 94 O 825 162 O 60 2 63 1

Com os dados da água e os coeficientes podemos determinar os valores corrigidos para o


fluido viscoso e levantar as novas curvas. Utilizando a equação dada, levantamos a CCiv e no
cruzamento desta com a curva corrigida Bv, determinamos uma vazão Qv= 118 m3/h. Calcu-
lando a potência da bomba viscosa:
880.11_¾ .13
600
Nsv = ---'----"--~- = 43,5CV
0,645.75

244
r
3
92 - Conhecendo: Q 2=90 m3/h; H02=25m e D1= 142 mm. Adotando QA=110m /h, temos:

HBA = HB2( ~; = 25{1;i t = 37,3m; com a carga do ponto (A) localizamos o ponto no

gráfico e unimos este ponto ao ponto (2), determinando o ponto (1) sobre a curva conhecida
3
(D 1 =142mm), determinando: H01 =31,5m e Q1=100m /h.

Corrigindo o valor do diâmetro encontrado através da tabela :

D2
. 127,8 Dz
- = - - = 0,9 ⇒ tabela ⇒ - = 0,915
D1 142 D1
:. D 2 = 0,915.01 = 0,915. 142 = 130mm

Confirmando o diâmetro da curva onde está localizado o ponto (2) => 130 mm (OK)

Capítulo 5 - Rotação Específica


93 - Porque, escolhendo bem, além de funcionar, ou seja, fornecer a vazão e a carga necessárias,
ainda responderá com o melhor rendimento possível.

94 - Através do modelo matemático denominado Rotação Específica que "pesa" a importância de


uma grandeza (Q ou Ho) em relação à outra {Ho ou Q), t ransformando a proporção em um
número.

95 - Um serviço fácil é aquele onde, para recalcar uma vazão e fornecer uma carga, a tarefa da
bomba fosse facilitada e ela pudesse responder com ótimo rendimento. No caso, as bombas
axiais, adequadas a grandes vazões e pequenas cargas (proporcionalmente), podem exempli-
ficar este fato, pois os rotores são amplos, o fluido passa em linha reta e não é necessária
muita força de pressão para empurrá-lo.
96
e 'Vm = 'l'p ⇒

Elevando a primeira equação(~) ao quadrado e dividindo m.a.m.:

3
Modelo=> Bunid => Ho = 1 m; Q = 1 m /s; n = nq
Protótipo = > B1u:AL(V) => HB ; Q ; n = > retirados do ponto de 11omáx
Substituindo na equação acima, temos:
1

;2 =(~qr =>
D - D.(Hs)l/4
q - ✓Q

Hs

245
97 • Falsa, a Rotação Específica só é válida para ponto de rendimento máximo.

98 • Falsa, pois se a bomba é radial pode acontecer, mas nas helico/diagonais e nas axiais, a po-
tência é máxima para a vazão mínima, podendo causar algum problema.

99 • O problema não é o aumento de vazão e sim a diminuição da carga. Nas bombas radiais, que
estão no outro extremo, à medida que a vazão aumenta, a carga cai, mas a queda é peque-
na, não influenciando muito, já que a potência aumenta. Pouco, mas aumenta. Já nas axiais,
há um aumento da vazão, mas a diminuição de carga é significativa, influenciando de tal for-
ma que a potência acaba diminuindo.

100 ·
80
Para o rotor de 175 mm (de projeto)=> nq =
3500-J

54
¾ 4
600 = 26,2 rpm (do exercício)

3500 · ✓3600
76
3500-J
3600
69
165mm·. nq = ¾ =27 5 rpm
1
155 mm·. n q -- ¾4 -- 28 4 rpm
1

49 4 44

3500-J
6215
3600 3500 ·J¾
58
5oo = 36,0 rpm
145 mm·. n q = ¾4 = 31 1 4 rpm 135 mm: nq =
36 28,5 4

O rotor "175" proporcionou nq= 26,2 rpm e todos os outros forneceram valores diferentes,
mostrando que não existe semelhança geométrica entre todos, já que, se ocorresse, o valor
da Rotação Específica deveria ser o mesmo.

lOl • 135 mm =>Ponto de llMÃX: 58m3/h; 28,5 me 3500 rpm => nq= 36 rpm => llMÃX= 63,5%
nqUSA = 36 x 52 = 1872 rpm; QGPM= 4,4 x 58 = 255 rpm => do gráfico=> 11= 77%
("1' %)= ((77-63,5)/77] x 100= 17,5% => ou seja, uma bomba que tivesse estes dados, no
ponto de máximo rendimento do rotor de projeto, deveria responder com 77%, entretanto,
como a bomba utilizada não foi a de projeto, tendo apenas o seu rotor diminuído, a queda foi
de 17,5% em relação ao rendimento do gráfico, mostrando o prejuízo que tal prática repre-
senta.

102 · Não, pois quando Iniciamos os cálculos a proposta é sempre obter o melhor rendimento pos-
sível, mas Isto não significa que exista uma bomba com os valores que necessitamos, exata-
mente na situação de máximo rendimento, entretanto, mantendo esse objetivo estaremos
sempre próximos desta situação.

103 - Consultando o diagrama de tijolos da IMBIL, verificamos que: para 3500 rpm: bomba INI-40-
315 e para 1750 rpm não existe bomba que atenda esse ponto. Apesar de ter encontrado in-
dicação para este ponto numa bomba monoestáglo, verificamos que a localização deste ponto
está muito à esquerda da faixa atendida, o que vai representar péssimo rendimento. Consul-
tando a curva da INI-40-315 deste fabricante, podemos observar este fato.

2SO
1
..,
1 1 1
1
1 1 1
40
.,.._
IL<
1
/ 1 ~,v
200 1
I
1

,___
-I
I
.....J
/_
/ ....,_ 51 ~%
'li,..
,__ , -
, 50
H ~
1 1 ......... ~
m 1 ,-.__ 1,
' 1
' 1'.
.......__
V
' 41

-- "
·160 ··1<.1 .J / '\
150
1
?- ""--t-\ ♦ / li 3ll
l '<:s
'
k,'
1 1 r-,...,
1
1 i
1 "- ' ........... '\.
o 320

1 1 1 1 4S '- ~
."
.. )0$
100 ' 1
1~
1 1 e ?92
1 o 211 1

20 O m'lh eo
246
104 - 18
1750-~
3600
nq1750 = ¾ = 2,75 rpm e nq3500 = 2x2,75 = 5,5rpm
160 4

calculando o mínimo n° de bombas para assocíar em séríe:

Z• = [
3 4
10· 160 / ]½ = 2,22 => ZMíN= 3 bombas em série
350o.J5x10-3

Consultando a fig. 5.15 => KSB WKL 40/5 => com 5 rotores associados em série
=> 32 m cada

Entrando na CCB desta bomba determinamos:


DRoToR= 140 mm (rebaixado), 11= 60%, NoPORESTÁGlo=3,5 HP => 5x3,5= 17,5HP= 17,7CV

Portanto: NNoM= 20CV.

105 - Pela fig. 5.19 => Bomba MARK-GRUNDFOS CR-15.

106 -
1750.p500
3600
nq1750 = ¾ = 104 rpm e nq3500 = 2xl04 = 208rpm
24 4
Portanto a geometria Indicada é a de uma centrífuga diagonal - de fluxo misto.

107 -

2 2

2, = ( n.~ ] = [17so)1S0~600 ] = 115


nq.Hs¾ 85.24¾
7 bombas centrifugas radiais associadas em paralelo, ou 2 helicoidais em paralelo. Portanto,
sem dúvida o melhor seria entrar na faixa das helicoidais.

108 - Pela fig. 5.24 => Bomba MARK-GRUNDFOS 10AE14 - 1750 rpm. Consultando a CCB desta
3
bomba, determinamos: DRmoR= 330 mm, 1770 rpm, 11= 80%, para o ponto: 1500 m /h e 24
m::::> Ne= 166,7CV.
109 3
- Para o ponto de 11MÁX:::: 80%=>H0 :::: 32,5 m;Q= 98m /h e n:: 3500 rpm => DRornR= 142 mm.

Calculando a Rotação Específica => nQ= 42,4 rpm (!)

Se QuNID = _g_ ⇒ Dq = 142. 3500 1


· = 2055mm = 2,055m
nq.Dq3 n.D3 42,4. 9%600

Ou, através da equação desenvolvida na resposta da pergunta 96:

247
142 3215
Dq = D,Hs¼ = · ¼ = 2055mm = 2,055m
./Q ✓9½600
O que é razoável, pois para proporcíonar 1 m de carga e ter uma vazão de 1000 L/s, com
uma rotação apenas de 42,4 rpm, somente tendo um diâmetro bem grande (lembrando que
é uma bomba fictícia).
Nota-se que esta bomba não é exatamente centrífuga radial e já saiu na direção das helicoi-
dais, pois tem Rotação Específica maior do que 40 rpm.
------·---·--------------------·-------------·--------------------------------
Nota teória Num catálogo de bombas centrífugas radiais, além da maioria das bombas estar na faixa
de 10 a 40 rpm, encontraremos algumas com valores menores do que 10 (próximos) e maiores do que
40 (também próximos), com a finalidade de ampliar a faixa de atendimento.

Capítulo 6 - Associação de Bombas


110 - Falsa, pois a conclusão utilizou as fórmulas que devem ser empregadas apenas para obter a
CCB da bomba associação e não podem determinar o ponto de funcionamento, que depende-
rá do cruzamento da CCI com a CCBA,

111 • Falsa, pois a bomba associação é fictícia e não operará com um motor elétrico, portanto não
tem sentido determinar a potência nominal.

112 • Para Semelhança Completa=> <!>1= 4>2 =>então: Qi/Q 1= Di/D1 .,. 1, já que os diâmetros são di-
ferentes. Para associação em série=> Q2 =Q1 =QA, portanto Qi/Q 1=1, e como vimos acima
não pode ser igual a 1, portanto, não podem operar com pontos completamente semelhan-
tes.

113 · Sim, se a associação em paralelo acontecer em função da existência de pontos de equilíbrio


das curvas, a vazão de cada uma (Q 1 e/ou Q2 ) será a metade da vazão total {OA).

114 - Não, o funcionamento de uma bomba apenas não tem nada a ver com o funcionamento da
associação. Certamente a vazão conseguida por uma bomba isolada será menor do que a va-
zão conseguida por duas bombas associadas em paralelo, mas diferentes das vazões indivi-
duais das bombas quando associadas.

115 · Não, a rotação específica serve apenas para bombas isoladas e a bomba associação é uma
bomba fictícia, não servindo para o cálculo do nq,

116 · Só a bomba B2 funcionará, pois a válvula de retenção na saída da B1 fechará, por causa da
diferença de pressões, até que se alcance o ponto "D" correspondente à válvula totalmente
fechada.

117 • Em relação à CCI de uma bomba operando sozinha, como vimos na teoría, a CCI da associa-
ção em série sobe um pouco e a CCI da associação em paralelo desce.
118 - Não, pois mesmo considerando a mesma CCI, o ponto de funcionamento da associação esta-
rá localizado numa carga maior, resultando numa vazão por bomba, diferente da vazão ante-
rior.

Ql = Qx+Qv= QA e Qx= 2.Qw. A vazão mínima da associação será correspondente ao ponto


de shut-off da bomba que opera sozinha na condição final da associação.
119 -
Conforme CCBs levantadas no gráfico:

248
119 -
1113

e y
z

Qy Qw Q11m1n Qx Qz
120 - Como as 3 bombas são iguais e os caminhos idênticos, as cargas serão iguais e as vazões
também. Aplicando a equação de potências para várias entradas e várias saídas, cancelando
pesos específicos e agrupando as parcelas, da maneira que foi feita no desenvolvimento teó-
rico, chegamos numa outra bem parecida com a equação 6.5 e também com a equação 6.6,
que identificaremos como equação 6.7.

HaA = HE + HPA,c1 + HPs1 ,D 1- HPo,E => eq. 6.7


2 2 2
HaA = Hest+K1,Q1 + K2,Q1 + K3.QA

substituindo pelas vazões correspondentes, lembrando que no caso: Q1 = Qr/3

HaA = Hest + K1, (3QA )2+K2 .(3QA )2 + K3.QA 2


2
HsA = Hest + K5.QA

K5 => eq. 6.6 e K4 => eq. 6.5

Portanto, a curva desceria um pouco mais que nos casos anteriores, alcançando uma va-
zão bem maior, já que agora são três bombas associadas em paralelo.

121 -
- --- E

X D
y z

O erro foi que, ao determinar a perda de "D" até "E" não será computado o trecho de "X"
a "D", incluindo dois têes onde escoam os três valores de vazão. Para simplificar os cálculos,
a teoria pede para que o comprimento do trecho em questão seja incluído no cálculo das per-
das de "D" até "E", que terá a soma das t rês vazões. Sendo assim, além de minimizar o erro,
aumentaremos um pouco as perdas e trabalharemos a favor da segurança. Isto sem contar
que a perda no trecho é pequena e não resultaria em alterações significativas, mesmo que
não fosse levada em consideração.

249
Capítulo 7 - Cavitação
2 3
122 • Patm= 0,705.13600= 9588 kgf/m => p(?= -10 .(1+5+6)= - 12000 kgf/m 2 . Impossível!!! Nes-
te local a menor pressão efetiva deveria ser - 9588 kgf/m 2 e a pressão -12000 kgf/m 2 não e-
xiste!

123 - Não, cavitação é a formação de bolhas de vapor que acontecem devido ao rebaixamento da
pressão sobre o fluido, com temperatura constante.

124 - Não, pois o fluido pode até ser aquecido pela bomba, mas não o fluido que está entrando e sim o
fluido que está saindo e como houve um aumento de pressão não rorre o risco de cavitar.

125 - Primeiro porque a equação só pode ir até o flange de entrada e segundo porque a pré-
rotação é um fenômeno que só pode ter a conseqüência diagnosticada através de ensaios.

126 - Se a intensidade de cavitação é muito alta a pressão de vapor, que indica o início da trans-
formação de líquido em vapor, pode estar ocorrendo bem antes da seção de entrada, no tre-
cho vertical, e teríamos uma quantidade de vapor muito grande separando o líquido localiza-
do antes da ocorrência (do início da formação de vapor), do líquido depois da mesma, acon-
tecendo o rompimento da coluna.

127 - Não, muito pelo contrário, pois o fluido que segue para a parte traseira (na fig. 7.3) passa
por um outro anel de desgaste e os furos que existem no rotor para equilíbrio do empuxo a-
xial permitem que este fluido também recircule. Além disso, existe uma saída de fluido pela
caixa de gaxetas, mas esta vazão é irrisória.

128 - Não dá para calcular! A determinação da altura, comprimento e espessura da placa devem
ser feitas experimentalmente, avaliando o benefício e o prejuízo que a presença de diversas
placas ensaiadas podem provocar.

129 - Que eles estão enganados, pois cavitação não é um fenômeno químico (corrosão), e sim um
fenômeno físico (erosão).

130 - Pois o material arrancado do primeiro rotor, que é o rotor que sofre a cavitação, percorre to-
dos os outros rotores antes de sair da bomba.

131 - Como a pureza e a homogeneidade do fluido aumentaram, segundo Knaap e Pearsall, podem
resistir mais à cavitação, entretanto o fluido é descarregado num tanque aberto à pressão
atmosférica e isto não garante total pureza nem total descontaminação, o que não dá garan-
tias extras sobre o fenômeno da cavitação.

2
132 - Não. Pois, 2000 kgf/m é uma baixa pressão, representando apenas 2 mca e não dá para sa-
ber qual o prejuízo que acontecerá no bocal de entrada e nem se este saldo de pressão é ca-
paz de pagá-lo ou não.

133 - Utilizando a seção de saída como referência, já que a pressão é conhecida, temos:

Heabs = Hsabs - Hps, e


2
Psabs
NPSHd __ -
Psabs - PVabs h
~ - - - + 1 +v/- - Hpse
Vs
He b = - + - - + h1 - Hps e
a s 2.g y , '( 2.g ,

(=> hsuc= +h1)

134 - Se o prejuízo é igual a 3,5 m, portanto: NPSHr= 3,5 m

He
a
bs = NPSHr + Pvabs
'f
=3,5 + 0,3 = 3,8m

250
Entretanto, tudo foi determinado dentro dos limites mínimos, então para maior garantia, a-
crescentamos uma folga de 0,5m, assim:

Heabs =3,8 + 0,5m =4,3m


Então: NPSHd= 4,3 - 0,3 = 4,0 e NPSHd = NPSHr + 0,5 = 3,5 + 0,5 = 4,0 m , portanto
não cavita 1

135 - Teoricamente, não. Mas, lembrando que para obter o valor do NPSHr o fabricante fez o en-
saio com esta vazão, provocando um Início incipiente de cavitação, portanto ela já começou e
qualquer erro pode permitir a ocorrência de cavitação prejudicial. Desta forma é melhor ter
uma diferença entre os dois de no mínimo 0,5 m, a favor do NPSHd.

136 - Interpolando => NPSHr:::: 5, 1 m.


137 NPSHr= 3 m.

138 • Antes de escolher as válvulas e conexões devemos escolher o material dos tubos, determinar
os diâmetros normalizados e escolher o meio de ligação dos tubos. Depois, com a instalação
pronta (no papel) temos que calcular as perdas e determinar a carga manométrica necessá-
ria.

139 - Ponto "N" => CCB=> coincide com o ponto de máximo rendimento= 80% => para Drotor=
210 mm. Entretanto, como a instalação é de muita responsabilidade, devemos acrescentar ::::
20% na vazão, assim: Qp=l,2.145= 174 m3/h, mas o ponto "N" está no limite da bomba e
não atenderá a este acréscimo, portanto, devemos voltar ao diagrama de tijolos do fabricante
e selecionar uma bomba acima desta, ou mudar de fabricante.

140 - Definindo:

• Srmín e Srmáx = Submergência do Injetor, mínima e máxima;


• P1 = Profundidade até o Injetor;
• PNo = Profundidade referente ao Nível Dinâmico.
Como podemos observar na figura: P, = Puo + s,
Utílizando os inJetores do fabricante, temos: Pimãx= 20 a 45 m (recomendado)
Então PNomâx= P1máx - Srmin = 45 - 2 = 43m e PNomin= Prmáx - S1máx =20 - 10 = 10m

Portanto: de 10 a 43 m.

141 - Falsa, pois apesar de ter a pressão no fundo maior do que a atmosférica, a pré-rotação na
entrada da bomba pode provocar cavitação e a verificação pelo NPSH deve ser efetuada.
142 -

Q •cte

NPSHr NPSH" NPSH NPSI-I


143 - Praticamente sobrou apenas a variação de diâmetro. Na primeira situação (a) a velocidade do
fluido é baixa e mesmo que seja aumentado o diâmetro, não vai trazer diminuição significati-
va das perdas e o projetista deverá buscar outras soluções. Na segunda situação (b) a veloci-
dade do fluido é alta (acima de 2 m/s), desta forma o aumento do diâmetro será compensa-
dor e vai diminuir bastante a perda de carga.

251
144 - Porque para conseguir o NPSHr, o fabricante deve fazer o ensaio e, conforme a norma de-
termina, deve provocar um Início incipiente de cavitação, permitindo uma queda de 3% da
carga, portanto qualquer desvio do projeto pode levar a uma cavitação indesejável e sabe-
mos que isto pode acontecer.

Exercícios Propostos

Nota: Todos os exerdcios foram feitos com g= 9,8 m/s2. Os resultados também dependem da qualidade
das cuNas levantadas e da precisão dos valores obtidos através dos gráficos. Os capftulos citados são os
que fornecem subsidias para a execução dos exerdcios. Importante lembrar que o insucesso na compa-
ração com as respostas pode ser resolvtdo com o estudo dos capftulos envolvidos.

Ex pág. capítulos Respostas


3
a) 17,5 m / h; b) 1,92 CV; e) deve ser fechada 3 voltas completas, mais
1 197 3 ¾ de volta.
,-

2 198 3 a) 16,2 m3/ h; b) 38 m3/h; e) 12,5 CV; d) 2.535,75 R$/ano; e) 440,8 m.

a ) 31,8 m3/h; b) 8,1 CV; e) 7,3 m, alterando as duas válvulas para 3" e
3 200 3 Incluindo um alargamento 2"x 3" e uma redução 3"x 2"; d) 20 CV.

2
a) 0,3 kgf/cm ; b) 10,7 L/s; e) 6CV => 80% (>75%=>OK); d) 9 m;
4 202 3 e) 0,023; f) 1,1x10·~ m.

5 203 3 a) 2,1 CV; b) 72,7%; e) 37,3 m; d) 107 kPa.

6 204 3 a) 12 L/s; b) 16,8 L/s; e) 15,8 CV; d) LeqMAA= 66,1 m.

7 206 a) 7,2 CV; e) 4,5 CV; e) D3= 212,3 mm; f) 34,4 CV.
3/4

b) 72,S m3/h; e) NNoM= 25 CV; d) % carga=78,4% (>75%=> OK);


8 208 3/4 d) C0 p= 1.944,00 R$/trlmestre.

9 209 a) 5,9 CV; e) 3 CV.


3/4
3
a) 19.8 m / h; b) 3 CV; e) 3,8 CV; d) 11,8 m3/h; e) não é possível fazer
10 210 3/4 este item pois não foi dado o valor da viscosidade. Se for < 6ctS, a curva
será a mesma, mas se for maior sofrerá correção.

11 211 3/4
a) 2 CV; b) 2670 rpm; e) 3,3 CV.

12 212 a) 2475 rpm; b) 5 CV; e) 19,4 CV.


3/4
3
13 213 3/4 a) 25 CV; b) 61,2 m /h; e) 11,16 CV e 15,62 CV => %EEcoN= 28,5%

14 214 3/4 a ) 82 (ou 8 1 para ter folga em relação à vazão necessária); b) 1,92 CV.

a ) "prejuízos": 2% para a vazão; 24% para o rendimento e 2, 4, 5 e 8%


15 215 3/4 para a carga, em relação aos 4 pontos da curva para água; b) 41,3 CV.

a) Não, pois com a menor rotação (1750) a rotação específica é 56,2 rpm,
bem maior do que 40 rpm, limite das radiais; b) (1) utilizar uma bomba
16 216 5 centrífuga helicoidal, (2) reduzir a rotação, utilizando um motor de 6 pólos,
(3) associar bombas centrífugas radiais em paralelo; e) 2 bombas centrí-
fugas radiais em paralelo; d) 7,6 CV.

252
17 217 3/5/6 a) 18,3 rpm; b) radial => nq=> 10 a 40 rpm; e) 4,61 m; d) 7,5 CV

a) 12,9 rpm; b) Gráfico=> 56% e Bomba=> 55%; e) 1,76 CV;


18 218 3/5/6 d) 11A= 51,3%, Nnom1= 3 CV, Nnom4= 2 CV.

- 19 219 3/6
a) 9,1 m, 10,3 L/s e 49%; b) 15,3 cv; e) 30,6 cv.

20 220
a) 9,7 l/s; b) 7,52 CV; e) 5 CV.
3/6

a) Pc= 1284 kgf/m2(abs) > Pv => não cavita;


21 221 3/7 b) NPSHd= 2,68 m < NPSHr= 7 m => cavita.
2
a) 1,8 kgf/cm ; b) 10 m; e) 10 CV; d) Não, a rotação específica é 6,6
rpm, inclusive muito abaixo do limite de 10 rpm e isso provoca prejuízo no
rendimento=> muito baixo; e) NPSHr= 5 m > NPSHd= 4 m => cavita!; f)
22 222 3/5/6/7 7,1 L/s; g) 11,1 CV; h) Provavelmente não! O requerido será menor e o
disponível será maior, já que a vazão diminui de 5 para 3,55 L/s diminuin-
do portanto a perda de carga na sucção.

a) Sim. Com 3 bombas em série, o bocal de saída da última bomba talvez


23 223 não suporte o aumento de pressão; b) 3500 rpm; e) 28,8 CV;
3/5/ 6/7
d) 12,5 CV; e) NPSHd= 3,83m > NPSHr= 3 m => não cavita!

a) 46,8; b) 70,2 m; e) 7,8 L/s; d) 5,2 CV;


24 224 3/6/7 e) NPSHd= 6,2 m > NPSHr= 2,5 m => não cavita!

3 3
QMÁX-Tcónca= 39 m /h; QMÁX·Prátlca= 38 m /h => que permite uma dífe-
25 225 3 /7 rença de 0,5 m entre o disponível e o requerido.

a) 855,13 R$/semestre; b) Bomba de 1750=> %carga > 75%, não está


superdamensionado, bomba com rotação reduzida=> %carga << 75%,
26 226 3/4/7 está superdimensíonado; e) 56,7 m; d) 7,29 L/s;
2
e) P1 MÂX= - 0,66 kgf/cm , como p 1 é bem maior=> não cavita!

a) 6 CV (6,01); b) NPSHd= 3,52 m > NPSHr= 3 m => não cavita!;


27 228 3/6/7
e) 5,4 L/s; d) 11,4 CV; e) Não cavita, pois a vazão diminuiu em relação à
anterior (NPSHd= 3,95 m > NPSHr= 2,8 m).

a) S m; b) 3,6 CV; e) 58%; d) 45,8 m; e) 66,3%;


28 f) NPSHd= 8,6 m > NPSHr= 5,5 m => não cavita!;
229 3/4/ 6/7
g) NNOM 1 = 5 CV, NNOM2= 3 CV, NNOM 3= 7,5 CV.

a) 9,64 CV; b) NPSHd= 5,34 m > NPSHr= 5 m, não cavita, mas convém
alterar o hsuc de 3 m para 2,85 m, permitindo uma diferença de 0,5 m;
29 230 3/6/7 e) 54 m3/h; d) 7,67 CV; e) 10 CV - %carga= 76,7% (>75%) não está
superdimensionado; f) Não cavita! NPSHd= 5,69 m > NPSHr= 3,5 m.

a) 20,9 rpm; b) 40,6 CV; e) 25 CV; d) NPSHd= 3,4 m > NPSHr= 2,4 m
30 232 3/4/5/6/7 => não cavita!; e) 47,4% e 10,8 CV.

a) 4,8 CV; b) 30,3 m; e) 8,5 CV; d) B1 => 6 CV e 82=> 5 CV;


31 234 3/6/7 e) NPSHd= 9,3 m > NPSHr= 4 m => não cavita!.

a) 33 rpm; b) 11 m3/h; e) 68% ; d) 5 CV;


32 236 3, 5, 6 e 7 e) NPSHd= 5,57 m > NPSHr= 2,8 m => não cavita!
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