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Taís Delaneze
Universidade Federal de São Carlos
RESUMO
Este trabalho faz um estudo analítico e comparativo de duas reformas propostas ao ensino
escolar brasileiro e a conjuntura em que se inseriu a ação de cada um dos dois reformadores
e agentes históricos em questão: Benjamim Constant e Francisco Campos. A Reforma
Benjamim Constant (1891) e a Reforma Francisco Campos (1931) vieram no bojo de duas
transformações políticas: a Proclamação da República e a Revolução de 1930. O recorte
temporal está situado, portanto, no interregno de 1889 à 1931 – data do primeiro evento
político citado e da implantação de segunda reforma educacional mencionada. O elemento
norteador da pesquisa é a questão da descontinuidade e da ruptura: o que caracterizou
mudança e o que significou permanência do status quo. Isso que diz respeito tanto às
reformas, quanto ao panorama político no interior da qual elas forma germinadas. Os
materiais utilizados na pesquisa são fontes documentais, os decretos-lei que corporificaram
as reformas; e fontes bibliográficas, obras expressivas para o entendimento dos
acontecimentos políticos, econômicos e sociais da chamada República Velha e do início da
Segunda República e da história da educação brasileira do período. O tratamento teórico-
metodológico do objeto de investigação está pautado na idéia de historicidade e na íntima
relação de interdependência dos fenômenos sociais. Busca-se o significado de cada fato
histórico dentro do conjunto de situações que determinam o contexto. Trata-se do emprego
do princípio de totalidade, ou seja, reconhecer a existência de um processo contínuo de
interação das partes com o todo. No caso desta pesquisa, os procedimentos metodológicos
definidos implicam no estabelecimento de inter-relações entre a questão educacional e a
conjuntura da época. A Proclamação da República foi um movimento de cúpula, feito à
revelia do povo e que não marcou uma ruptura. O ideal republicano de democracia,
caracterizado aqui como a participação popular na eleição de seus governantes, não foi
consolidado até 1930. A participação popular nas decisões políticas era ínfima. Em 1889,
portanto, o Brasil tornou-se um país republicano e sem participação política, através do
voto, da grande maioria dos “cidadãos” brasileiros. Da mesma maneira, a Reforma
Benjamim Constant, resultado desse processo, não conseguiu superar os preceitos da velha
ordem. A reforma tinha como princípios a liberdade e a laicidade do ensino, bem como, a
gratuidade da escola primária. Tinha também o intuito de acabar com os preparatórios e os
exames parcelados, estabelecendo para o ensino médio, um currículo formativo e em regime
seriado. Tal como a República não consolidou a democracia, a reforma não consolidou o
currículo científico e formativo, rompendo com o academicismo e com os ditos
preparatórios. E muito menos, assegurou a educação popular. Éramos um país de
analfabetos e nada democrático, no que concerne às decisões e participações políticas.
Tínhamos uma sociedade excludente, portanto, uma educação também excludente. No caso
da Revolução de 1930, a mudança resumiu-se mais ao controle gerencial do aparelho do
Estado sem, contudo, alterar substancialmente a natureza sócio-econômica dos grupos
sociais que detinham o poder. Ironicamente, uma “revolução” cruenta e inconciliatória
conduziria o país ao exercício da cidadania: o voto secreto e a justiça eleitoral.
Paradoxalmente, não havia escola para todos ou o acesso não era permitido a todos. O
exercício da cidadania estava garantido, através do voto. Mas a educação não estava
garantida, através da escola. A Reforma Francisco Campos efetivou-se por uma série de
decretos. Deu uma estrutura orgânica ao sistema de ensino, impondo pela primeira vez uma
reforma a todo território nacional. No caso do ensino secundário, ele deveria extinguir os
exames parcelados e estabelecer definitivamente o currículo seriado e enciclopédico.
Deveria ser formativo e não preparatório para o ensino superior. Os idealistas da Revolução
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TRABALHO COMPLETO
1. Introdução
2. O Prelúdio republicano
moderador provinha do escritor francês Benjamim Constant1, cujos livros eram lidos por
Dom Pedro e por muitos políticos da época. Ele defendia a separação do Poder Executivo,
cujas atribuições caberiam aos ministros do rei e ao poder imperial. No Brasil, o poder não
ficou claramente separado do Executivo, resultando numa concentração de atribuições nas
mãos do Imperador.
O Ato Adicional à Constituição de 1824, a Lei de 12 de agosto de 1834, suspendeu o
poder moderador durante todo o período regencial. Mas a lei foi revogada no começo do II
Reinado, restituindo o poder centralizador para quem detinha as atribuições do poder
moderador.
Em fins de 1830, delinearam-se dois partidos, o Liberal e o Conservador, mas sem
grandes divergências ideológicas. No poder, ambos se comportavam da mesma maneira.
Tanto que ficou célebre uma frase atribuída ao político pernambucano Holanda Cavalcanti:
“Nada se assemelha mais a um ‘saquarema’ do que um ‘luzia’ no poder.” 2
Surgiram vários especialistas em burlar as eleições. Na definição de CARVALHO
(2002, pp.33-34), o “cabalista” era o responsável por incluir o maior número possível de
partidários de seu chefe na lista de votantes. Um ponto de inclusão ou exclusão era a renda.
Cabia ao “cabalista” fornecer a prova. No geral era o testemunho de alguém pago para jurar
que o votante tinha renda legal.
O “fósforo” comparecia às eleições para se passar pelo verdadeiro votante, inclusive
quando da morte deste.
O “capanga eleitoral” protegia os partidários e, sobretudo, ameaçava e amedrontava os
adversários, se possível impedindo que comparecessem à eleição.
No caso de não haver comparecimento de votantes, a eleição se fazia assim mesmo.
Eram as chamadas eleições feitas “a bico de pena”.
Em 1870, surge o Manifesto republicano. Ele se limitava a criticar os defeitos do
regime: o poder moderador; o sistema eleitoral; a centralização do poder, erguendo a
bandeira do federalismo como questão central e fundamental das aspirações republicanas. A
maior parte destas idéias pertencia ao Partido Liberal. A diferença estava em que os
republicanos afirmavam que só a república poderia colocá-las em execução.
De acordo com BASBAUM (1928, p.216), o Manifesto não convencia a ninguém. Os
que aderiram ou faziam por já serem republicanos ou por serem simplesmente contra a
Monarquia. De fato, o Partido Republicano Paulista, por exemplo, fundado em 1872,
transformou-se em asilo dos descontentes do regime.
Quando a Lei Áurea foi sancionada, houve até os chamados republicanos de “14 de
maio”, aqueles que integraram o partido por não receberem nenhuma indenização pela
libertação de seus escravos.
No último quartel do século XIX, o café já era o principal produto de exportação e o
poderio econômico passou dos senhores de engenho para os grandes barões do café. Em São
Paulo, os cafeicultores do Oeste paulista3 estavam politicamente organizados no Partido
Republicano Paulista.
O Partido Republicano era o reduto de diversas matizes ideológicas. Eram diferentes os
motivos que levavam seus integrantes a engrossarem as fileiras republicanas e diferentes as
formas que pensavam em conduzir o fim no regime e o estabelecimento da nova ordem
política.
Em 1887, os oficiais organizaram o clube Militar como associação permanente para
defender seus interesses, sendo Deodoro da Fonseca eleito presidente.
1
O Benjamim Constant citado não é o militar envolvido no movimento republicano brasileiro e que
constitui parte do objeto de estudo deste trabalho.
2
Saquarema foi o nome que se tornou comum para designar os conservadores. Luzia foi o nome que se
tornou comum para se referir aos liberais.
3
Neste período, a produção do Vale do Paraíba começou a declinar, seguindo direção inversa da
produção do Oeste paulista.
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Existia um Partido Republicano, mas não foi este que proclamou a república.
Quem o fez foi o Exército, num episódio que muitos chamaram de quartelada e que
ocorreu sob a mais absoluta indiferença popular.
O ano escolhido, coincidência ou não, foi o centenário da Revolução Francesa.
Mas segundo CARVALHO (1990, p.10), diferentemente do modelo europeu, as
ideologias republicanas, no Brasil, embora não negasse o envolvimento, permaneciam
enclausuradas no círculo fechado das elites educadas.
O Exército, em seu conjunto, não era republicano. De acordo com BASBAUM
(1986, p.13), quem assume a responsabilidade do golpe militar é um distinto oficial do
exército, o mais graduado, e que em toda sua vida fora monarquista e amigo do
Imperador.
Deodoro, chefe do governo provisório, venceu as eleições indiretas, em parte,
devido à ameaça armada. Durante seu governo constitucional, continuam os atritos;
contra o espírito caudilhesco e ditatorial do Marechal, houve um levante de navios na
Guanabara e ele renunciou para evitar uma guerra civil.
Não menos caudilhesco foi Floriano Peixoto, o vice-presidente que assumiu o
poder. Ele chegou a decretar estado de sítio, mas conseguiu governar até as primeiras
eleições diretas para presidente.
O governo Prudente de Morais marcou o fim da República da Espada (ou dos
Marechais) e a subida das oligarquias no poder. De Prudente a Washington, com
algumas exceções, as sucessões presidenciais foram um processo monótono em que os
dois maiores estados de representatividade econômica se revezavam no poder – São
Paulo e Minas Gerais – baseados no acordo firmado entre eles, denominada de política
“Café com Leite”.
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A Primeira República começou com um golpe militar e terminou com um golpe militar.
O centenário da Independência, 1922, marcou o início de agitação nos quartéis. O
movimento chamado “tenentismo” trazia reivindicações como o voto secreto e a moralização
das eleições.
A marcha dos 18 do Forte de Copacabana significou o sacrifício de um ideal que iria
continuar. CARONE (1989, p.35) afirma: “1922 termina com o triunfo aparente dos
revolucionários; mas sob a calma dos festejos do Centenário da Independência, continuavam a
fermentar os mesmos problemas”.
A revolta do Forte de Copacabana foi uma tentativa de impedir a posse de Artur
Bernardes.
Desde a posse de Artur Bernardes, em 15 de novembro de 1922, o país viveu sob o
estado de sítio.
Em 1924, foi a vez de São Paulo. O levante resultou na Coluna Paulista, sob comando
de Isidoro Dias Lopes e com apoio de Miguel Costa, chefe da polícia do estado, que iria unir-se
no sul com a Coluna Prestes – sob comando como o próprio nome diz de Luís Carlos Prestes.
Os remanescentes desse movimento irão integrar a Aliança Liberal e derrubar a Velha
República dos coronéis, exceto Prestes.
Acima de tudo, a década de 20 foi marcada economicamente pelo esgotamento do
modelo agro-exportador calcado quase que exclusivamente no café (PENNA 1999, p.151).
Altas e quedas do preço do café implicavam em empréstimos no exterior e liquidamento
das dívidas. Mas as crises sucessivas fazem ver a necessidade a necessidade de uma defesa
permanente. De acordo com BASBAUM (1986, p.88), a República até então não tinha feito
outra coisa senão cuidar do café e dos que dele enriqueciam: a isso se reduzia a política do
nosso país. Mas a crise internacional refletiu na política interna de defesa do café.
Para a eleição da sucessão presidencial de Washington Luís, o candidato natural, de
acordo com a política “café com leite”, seria o mineiro Antônio Carlos.
Washington Luís indicou Júlio Prestes, visando a continuidade administrativa,
financeira e a defesa do café.
Durante o período da República Velha, o Rio Grande do Sul era o único estado que
poderia fazer sombra à política do “café com leite”. Contudo, permanecia fechado a todo
problema sucessório para evitar da parte do governo federal qualquer tentativa de intervenção
nos decênios governamentais de Borges Medeiros, que sucede a si mesmo durante 25 anos.
Diferentemente, do que ocorreu na eleição presidencial de 1930.
Minas Gerais, Rio Grande do Sul e a Paraíba formam a Aliança Liberal. Embora
Getúlio Vargas tivesse constituído uma carreira política com a simpatia de Washington e tinha
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lhe prometido apoio, ele aceitou ser o candidato à presidência pela Aliança Liberal, tendo João
Pessoa como vice. De acordo com PENNA (1999, p.165), mais do que um partido de ocasião,
essa frente política com base nesses estados conseguiu alcançar dimensão política nacional. Ela
surgiu por convicções políticas mais densas do que o Partido Democrático4, mas essa maior
densidade não se traduziu em termos de oposição radical.
Houve uma intensa campanha pelo território nacional com comícios apoteóticos.
Parecia que a vitória estava nas mãos dos candidatos da Aliança Liberal, mas a máquina
eleitoral funcionou mais uma vez a favor do candidato do governo5.
João Pessoa, o candidato à vice-presidência pela Aliança, foi assassinado na Paraíba por
motivos da política local.
Houve um período de agitação política no país, a fraude eleitoral não era mais aceita
cordialmente. Remanescentes dos episódios de 1922, 1924 e da Coluna Prestes estacam juntos a
declarar que não era mais possível silenciar, diante da escancarada corrupção eleitoral. Parecia
que uma revolução social estava em marcha. Daí a célebre frase do governador mineiro Antônio
Carlos.
Góis Monteiro foi o chefe militar da “revolução” que estourou no dia 3 de outubro em
Porto Alegre, que em breve se estendeu a Minas Gerais e à Paraíba. Antecipando-se aos
acontecimentos, a Junta Militar governativa derruba Washington Luís com a intermediação da
Igreja Católica no dia 24.
A prisão e o exílio de Washington Luís configuravam situação análoga à que ocorrera
quando da queda da Monarquia. Até o ritual do término de uma época voltara a se repetir.
Tenentistas e oligarquias vitoriosas (R.S, S.P e M.G) já começavam a se digladiar pela
conquista de postos-chave, num prenúncio de cruenta guerra futura (CARONE, 1978, p. 18).
Getúlio Vargas foi empossado como chefe do governo provisório, permanecendo na
presidência, sem eleições diretas, até 1945. Os tenentes apossaram-se dos governos estaduais,
tornando-se interventores.
Francisco Luís da silva Campos (1891 – 1968) foi professor de Filosofia do Direito
(1917); deputado à Assembléia Legislativa de Minas Gerais (1919-1921); deputado federal por
Minas Gerais (1922-1926) e secretário do Interior de Antônio Carlos (1926-1930). Esta foi a
trajetória de Francisco Campos até se tornar ministro da Educação e da Saúde Pública do
governo provisório da “Revolução de 3 de outubro”, onde permaneceu no cargo até 1932.
Quando foi secretário do Interior do governo de Antônio Carlos, promoveu uma
reforma no ensino primário e normal em Minas Gerais. Ele também foi um dos articuladores da
“revolução” no estado.
No governo de Vargas, Campos não só reformou o sistema nacional de ensino, como
também as instituições jurídicas e políticas. Ele foi o responsável, por exemplo, da elaboração
da Constituição de 1937.
Em uma análise do pensamento político de Campos, MEDEIROS (1978, p.12) afirma
que ele objetivava a montagem de um Estado nacional, antiliberal, autoritário e moderno. Ele
pretendia substituir e reconstruir, do alto, as instituições políticas e burocráticas, modernizando-
as.
A modernização institucional implicava na diminuição da autonomia dos estados e
municípios e no fortalecimento do poder central. Para ele, o Estado liberal era sinônimo de
4
O Partido Democrático, fundado em 1926, nascera basicamente de um desgaste do Partido Republicano
Paulista, de uma disputa em torno de postos no Instituto do Café. O conselheiro Antônio Prado tinha
interesses na área do café, mas se opunha à política de valorização do governo. (PENNA, 1999, p.165)
5
No Rio Grande do Sul, Getúlio obteve 699.627 votos contra 982 votos atribuídos a Júlio Prestes. São
Paulo não fez por menos, o que mudou foi apenas o resultado, com a inversão dessa proporção a favor do
paulista. (PENNA, 1999, p.168)
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Estado “dividido” e “desarticulado”, enquanto que o Estado nacional a que aspirava significava
Estado hegemônico, integrado e monolítico. Tornava-se evidente que o liberalismo era o
responsável último por nosso “atraso”. Para Campos, o futuro da democracia dependia do futuro
da autoridade. Portanto, de acordo com suas convicções políticas, a revolução só se operou,
efetivamente, em 10 de novembro de 1937.
Campos se dizia integrado na “formidável obra de defesa e da preservação moral e
política do país” (MEDEIROS, 1978, P.10). Procurava, então, a recuperação dos valores
perdidos, os quais ele identificava com a religião, a família e a pátria. Ele assinala que só
educação poderia incumbir-se dessa tarefa.
Francisco Campos assumiu o recém - criado Ministério dos Negócios da Educação e da
Saúde pública (MESP) em 1930. No interregno de 1930 a 1932, período em que ocupou a pasta
promoveu uma reforma no ensino em âmbito nacional. De acordo com ROMANELLI (2000,
p.131), era o início de uma ação mais objetiva do Estado com relação à educação. Foi a primeira
que deveria se estender a todo território nacional. O pensamento político de Campos refletiu no
em seu pensamento pedagógico: para um Estado homogêneo e centralizado, havia a necessidade
de uma política educacional de caráter nacional.
O pensamento educacional dos anos 20 é marcado pelo confronto de duas correntes
opostas: a dos reformadores e dos católicos. Essa polarização estava no ápice, no período da
gestão de Francisco Campos mo ministério.
Segundo ROMANELLI (2000, P.130), os reformadores defendiam os princípios de
gratuidade, obrigatoriedade e laicidade do ensino, a co-educação e o Plano Nacional de
Educação; e o grupo chefiado pelos católicos via na interferência do Estado um perigo de
monopólio e na laicidade e co-educação uma afronta aos princípios da educação católica. De um
lado, estava um grupo que desaprovava alterações qualitativas modernizantes nas escolas e a
democratização das oportunidades educacionais a toda a população. De outro lado, estava um
grupo que desejava mudanças qualitativas e quantitativas na rede de ensino público.
As vanguardas dos educadores brasileiros vinham se reunindo desde o final dos anos
20, em Conferências Nacionais. O ano de 1931 foi o cenário da IV Conferência Nacional de
Educação. Vargas esteve presente no evento, confessou aos educadores que o “governo
revolucionário” não tinha uma proposta educacional e que esperava dos intelectuais ali
presentes a elaboração do “sentido pedagógico da revolução”.
Francisco Campos não esperou a contribuição dos intelectuais para os projetos
pedagógicos da revolução. Tão logo foi empossado no MESP, tratou de promover uma reforma
do ensino e acabou colocando em execução uma política educacional própria, mas também
distante de princípios efetivamente democráticos.
A Reforma Francisco Campos efetivou-se por uma série de decretos. Criou o Conselho
Nacional de Educação e dispôs sobre o ensino secundário, comercial e superior e sobre a
instrução religiosa nos cursos primário, secundário e normal.
A República originada da “revolução” também vetou o direito do exercício político ao
analfabeto e não se preocupou em expandir a educação elementar. A Reforma Francisco
Campos mencionou a educação primária quando tratou da questão da instrução religiosa.
Tratava-se de um dos valores relegados ao descaso pelo antigo regime:
6
Educação e Cultura. Liv. Olympio Editora, 1940, p.150.
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4. Considerações Finais
7
Pela Civilização Mineira. Belo Horizonte: 1930, p.72.
5425
5. Bibliografia
PRADO JR. Caio. A revolução brasileira. 7ª edição. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.
PRATTA, Marco Antônio. Mestres Santos e Pecadores. Educação Religião e ideologia na
construção de um projeto nacional durante a Primeira República brasileira (1889-1930). São
Carlos: UFSCar, 1998. (Dissertação de mestrado)
ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da educação no Brasil. 24ª edição. Petrópolis:
Editora Vozes, 2000.