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Agradeço efusivamente a meu amigo David Faroult, em primeiro lugar, por ter
recuperado este texto, publicado no fim de 1968 na revista belga Textures e do qual eu
tinha apenas uma lembrança muito vaga, e, em segundo lugar, por ter querido que eu
o publicasse aqui, embora eu tenha lhe cedido o uso exclusivo para uma futura
publicação em revista. Relendo esse texto escrito realmente “no calor da ação”, pouco
depois daquilo que as guardas vermelhas chinesas chamaram de “tempestade
revolucionária” de Maio de 1968, três coisas me impressionam. Em primeiro lugar, a
análise, que, apesar de ser feita em categorias um tanto antiquadas (recortes de classe
bastante convencionais, um sentido um tanto flutuante da palavra “ideologia”, uma
evocação datada da “ciência” marxista-leninista...), nem por isso é menos inteligível e
eficaz. Ela mostra tanto a consistência do movimento quanto as formas de seu impasse,
as razões capitais para estar do seu lado e aquelas, já preparando o futuro, que explicam
suas fraquezas consideráveis. Em segundo lugar, o que é absolutamente notável é a
extensão da regressão subjetiva que foi organizada entre o fim do episódio que inicia
Maio de 1968 (meados dos anos 1970) e os dias atuais.