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D I S C I P L I N A Diversidade Química do Ambiente

Estudo dos ácidos e


das bases – Definições

Autores

Ótom Anselmo de Oliveira

Ademir Oliveira da Silva

aula

02
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Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”

Silva, Ademir Oliveira da.

   Diversidade química do ambiente / Ademir Oliveira da Silva, Otom Anselmo de Oliveira. – Natal, RN,  :
EDUFRN, 2006.

   292 p. : il

   1. Ácidos 2. Óxidos. 3. Sais. 4. Complexos. I. Oliveira, Otom Anselmo. II. Título.

ISBN 978-85-7273-333-5 CDU 54-31


RN/UF/BCZM 2006/85 CDD 661.2

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Apresentação

N
a aula anterior, analisamos alguns aspectos sobre os ácidos e as bases que são
produzidos por reações entre a água e os óxidos e, certamente, você já conhecia
muitos desses compostos, além de outros também classificados como ácidos ou
básicos. Mesmo assim, talvez você ainda não tenha percebido como é amplo o número de
substâncias, elementos ou íons que podem funcionar como ácidos ou bases.
Assim, nesta e em aulas subseqüentes, discutiremos vários aspectos relativos a esses
compostos, envolvendo suas definições, propriedades e princípios físico-químicos
determinantes dos seus comportamentos.
Inicialmente, apresentaremos as diversas formas de definição dessas espécies
químicas, quase sempre seguindo a cronologia das suas formulações. À medida que tais
definições forem sendo apresentadas, você perceberá que cada vez mais espécies químicas
podem ser classificadas como ácidas ou básicas, de modo que, ao final da aula, você
possa se perguntar: “Existirá alguma reação que não seja do tipo ácido-base?”. Estude
com atenção e poderá responder.

Objetivos
Ao terminar esta aula, você deverá ser capaz de: identificar espécies
químicas ácidas e básicas, de acordo com os critérios estabelecidos
para defini-las; classificá-las em função das suas ações ou das
suas características; e interpretar, fazer previsões e equacionar
reações características de cada tipo de ácido ou de base.

Aula 02 Diversidade Química do Ambiente 


Atividade 1
Como atividade inicial, faça uma relação de substâncias do seu cotidiano que
você classifica como sendo ácidas ou básicas. Se possível, relacione mais de
dez. Mas, não fique o dia todo escrevendo. Guarde tempo para as reflexões.

Generalidades

M
uitas espécies químicas classificadas como ácidas ou básicas estão presentes no
cotidiano, seja nos laboratórios, nas indústrias (como componentes dos processos
de fabricação ou integrando os produtos fabricados), na vida doméstica (em
produtos de limpeza, por exemplo), nos alimentos (especialmente nas frutas), no interior
das células (constituindo a base da vida) ou nos fluidos (suco gástrico, sangue, seiva, dentre
outros) dos organismos vivos.
Por essa presença tão marcante, há muito tempo se procura descrever os ácidos e as
bases e, desse esforço, surgiram vários conceitos ou definições para tais substâncias.
No caso dos ácidos, talvez a forma mais simples de defini-los seja dizer que ácidos
são substâncias de sabor azedo. Esse conceito vem da ação causada por tais substâncias
sobre um dos sentidos humanos, o paladar. É certo que essa forma não é suficiente para
descrevê-los, mas não deixa de ser usada sempre que alguma fruta cítrica é experimentada,
especialmente se não estiver bem amadurecida.
Já as bases, freqüentemente, são associadas à sensação saponácea que tais substâncias
provocam em outro dos sentidos humanos: o tato, o que, também, não é suficiente para
descrevê-las, embora possa funcionar como indicação preliminar.
Outra forma usada para classificar uma substância como ácida ou básica é verificar a
ação desta sobre os indicadores. Sabe-se, por exemplo, que o papel de tornassol é vermelho
na presença de um ácido e azul em contato com uma base. Esse método de classificação – que
depende de outro dos sentidos humanos, a visão – continua sendo útil, com resultados práticos
importantes em análises químicas. Porém, definir ácidos ou bases com uso de indicadores é
uma tarefa limitada, aplicando-se, somente, a um grupo de substâncias não muito numeroso.
No século XIX, alguns químicos observaram que, em determinadas substâncias, o aumento
do conteúdo de oxigênio fazia crescer a acidez dessas substâncias. Entre esses químicos, estava
Lavoisier, que chegou a propor uma primeira definição, com alguma base científica, para os
ácidos. Na época, os ácidos clorídrico, bromídrico e iodídrico já eram conhecidos, mas, não se

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sabia quais as suas verdadeiras composições. Ao mesmo tempo, já se conhecia a composição
de alguns ácidos que contêm oxigênio (como HNO2, HNO3, H2SO3 e H2SO4, entre outros) e se
observava que a acidez crescia com o aumento do percentual de oxigênio nesses compostos.
Foi analisando esse fato que Lavoisier associou a acidez à presença do oxigênio nas
substâncias, considerando esse elemento como o gerador da acidez. Isso, porém, nem
sempre acontece, pois existem substâncias sem oxigênio – como o HCl – cuja acidez é
superior à de outras que contêm oxigênio – como o HClO e o HClO2.
Mesmo que essas idéias preliminares não sejam suficientes para descrever os ácidos
e as bases, não se pode desprezá-las. Elas carecem de uma base científica segura, podem
ser incompletas e, por vezes, equivocadas. Mas, se constituíram nos passos iniciais para
a consolidação dos conhecimentos sobre os ácidos e as bases. A partir daí, muitos outros
passos foram dados com o surgimento de várias definições que hoje enquadram quase
todas as substâncias como ácidas ou básicas.
Essas definições também mostram que uma mesma substância pode funcionar como
ácido, sob determinadas condições, ou como base, sob outras condições, conforme está
descrito adiante.

Definições dos ácidos e das bases

A
o longo do tempo, têm aparecido várias formas para a definição dos ácidos e das
bases. Todas essas formas – que muitos livros apresentam como teorias ou conceitos
– continuam sendo utilizadas, pois, podem ser aplicadas em sistemas apropriados com
bastante proveito, dependendo de cada situação particular. Além disso, as definições mais
restritas, mesmo aquelas emitidas preliminarmente, são compatíveis com as mais abrangentes.

Definição de Arrhenius (1884)


A primeira definição, com um caráter científico consistente, para ácidos e bases foi
proposta por Svante Arrhenius, em 1884, a partir de estudos feitos sobre reações em meio
aquoso. Como conclusão desses estudos, Arrhenius definiu que:

Ácidos são substâncias que possuem hidrogênio e reagem com água liberando íons hidrogênio
(H+) e bases são substâncias que reagem com água liberando íons hidroxila (OH-).

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Exemplos clássicos de substâncias que se enquadram nessas definições são o HCl e o
NaOH, cujas dissoluções em água podem ser expressas nas formas:

HCl(g) + água(l) → H +(aq) + Cl−(aq) e

N aOH(s) + água(l) → N a+(aq) + OH −(aq),

com os íons H+(aq) geralmente apresentados na forma de hidrônio (H3O+).


Vale ressaltar que a água é auto-ionizável, estabelecendo o equilíbrio:

2H2 O + água(l)  H3 O+(aq) + OH −(aq).

Nessa auto-ionização (ou nas soluções aquosas em geral), o produto das concentrações
dos íons hidrônio e hidroxila é igual a uma constante, denominada produto iônico da água
(Kw), a qual pode ser expressa pela equação:

Kw = [H 3O+][OH-].

O valor de Kw é sempre igual a 10-14, a 298 K. Porém, as concentrações dos íons H3O+
ou OH– variam de acordo com as características e com as concentrações das substâncias
que sejam adicionadas à água.
Com base nesse fato, a definição de Arrhenius pode ser ampliada, incluindo como
ácidas as substâncias que, ao serem adicionadas à água, fazem aumentar a concentração
de íons hidrônio (H3O+) nas soluções formadas.
Como ilustrações, podem ser citadas as reações:

HBr(g) + água(l) → H3 O+ (aq) + Br− (aq);

CH3 COOH(l) + água(l) → H3 O+ (aq) + CH3 COO− (aq);

F eCL3(s) + água(l) → H3 O+ (aq) + F e3+ (aq) + 3Cl− (aq) .

Da mesma forma, as bases podem ser definidas como substâncias que, adicionadas
à água, formam soluções, fazendo aumentar a concentração de íons hidroxila (OH-).
Nesse caso, podem ser citadas, como exemplos, as reações:

KOH(s) + água(l) → K + (aq) + OH- (aq) ;

N H3(g) + água(l) → N H4(aq)


+
+ OH- (aq) ;

N aCN(s) + água(l) → HCN(aq) + N a+ (aq) + OH- (aq) .

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Vejam que, no primeiro grupo de reações, o FeCl3, que é classificado como um sal, foi
incluído entre os ácidos, e, no segundo grupo, NaCN, que também é classificado como sal,
foi incluído entre as bases. Ao mesmo tempo, a água, que na reação com o FeCl3 funciona
como base, na reação com o NaCN funciona como ácido, o que já começa a demonstrar
como a classificação das substâncias pode variar de acordo com os componentes do meio
em que se encontrem.
É importante dizer que, algumas reações em solventes diferentes da água apresentam
comportamento análogo ao observado nas soluções aquosas. Isso acontece, por exemplo,
com amônia líquida, que se auto-ioniza estabelecendo o equilíbrio:

2N H3 + amônia(l)  N H4+ (am) + N H2− (am) .

amônia amideto

K(am) = [N H4+ ][N H2− ] = 10−33 (a -35o C) .

Nesse solvente, ao se adicionar o gás clorídrico, ocorre uma reação, com o aumento da
concentração do íon NH4+ (amônio):

HCl(g) + amômia(l) → N H4+ (am) + Cl(am)



.

Já a adição de hidróxido de sódio à amônia faz aumentar a concentração do íon


NH2– (amideto):

N aOH(s) + amômia(l) → N a+ −
(am) + N H2 (am) + H2 O
.

Com essas observações, poderia se extrapolar a definição de Arrhenius e dizer que, na


reação anterior, o HCl é um ácido por fazer elevar a concentração do íon amônio, e o NaOH é
uma base por fazer aumentar a concentração do íon amideto.
É de se convir, porém, que a definição dos ácidos e das bases em função da variação
nas concentrações de cada espécie de cátion ou de ânion formados na auto-ionização dos
solventes é pouco razoável. Isso exigiria um referencial iônico – ou uma definição de ácidos
e de bases – para cada solvente usado como meio de reação. Assim, tornou-se conveniente
a criação de uma forma mais racional para definir essas classes de substâncias, como a
que será apresentada a seguir.

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Definição fundamentada
no sistema solvente
Além da água e da amônia líquida, outros solventes se auto-ionizam formando cátions
e ânions, estabelecendo equilíbrios como os que são apresentados a seguir:

2H2 O  H3 O+ + OH − Kw = [H3 O+ ][OH − ];

2N H3  N H4+ + N H2− Kam = [N H4+ ][N H2− ];

2H2 SO4  H3 SO4+ + HSO4− Khsulf = [H3 SO4+ ][HSO4− ];

2C2 H5 OH  C2 H5 OH2+ + C2 H5 O− KEtOH = [C2 H5 OH2+ ][C2 H5 O− ];

2CH3 COOH  CH3 COOH2+ + CH3 COO− Khac = [CH3 COOH2+ ][CH3 COO− ].

Em equilíbrios desse tipo, podem ser definidos parâmetros, como os que estão
apresentados na Tabela 1, os quais correspondem ao produto iônico (Ksolv), à faixa de
concentração do cátion (pCátion, semelhante ao pH) ou do ânion (pÂnion, semelhante ao
pOH), e ao ponto neutro (pCátion/2 ou pÂnion/2) de cada solvente.

Tabela 1 – Parâmetros de auto-ionização de alguns solventes

Faixa de concentração dos íons Ponto neutro


Solvente Produto iônico (Ksolv)
(pCátion ou pÂnion) (pCátion ou pÂnion/2)

H2SO4 10-4 0–4 2,0

CH3CCOH 10 -13
0 – 13 6,5

H2O 10-14 0 – 14 7,0

C2H5OH 10-20 0 – 20 10,0

NH3 10-29 0 – 29 14,5

Como esse comportamento é semelhante ao da água, que é o solvente de referência


para as definições de Arrhenius, por analogia com estas, pode-se usar um procedimento
genérico, estabelecendo-se que em qualquer solvente auto-ionizável:

ácidos são substâncias que fazem aumentar a concentração do cátion resultante


da auto-ionização do solvente e bases são substâncias que fazem aumentar a
concentração do ânion resultante da auto-ionização do solvente.

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Assim, nas reações:

N H4 Cl + amômia(l) → NH+4(am) + Cl(am)



,

KN H2 + amômia(l) → K(am)
+
+ NH+2(am) ,

cloreto de amônio (NH4Cl) é um ácido, já que faz aumentar a concentração do cátion (NH4+)
formado pela auto-ionização do solvente (amônia), e o amideto de potássio (KNH2) é uma
base porque faz aumentar a concentração do ânion (NH2-) originado na auto-ionização do
mesmo solvente.
Analisando-se agora a reação do cloreto de amônio com o amideto de potássio:

N H4 Cl + KN H2 → KCl + 2N H3 ,
Ácido Base Sal Solvente

pode-se dizer que esta é uma típica reação ácido-base, uma vez que o ácido (cloreto de
amônio) neutraliza a base (amideto de potássio), formando um sal (KCl) e regenerando o
solvente (amônia).

Atividade 2

As substâncias que você relacionou na atividade 1 são ácidas ou básicas,


1 segundo as definições de Arrhenius? E de acordo com as definições
referenciadas no sistema solvente?Justifique suas respostas.

2 Explique por que o suco de limão é uma solução ácida de Arrhenius.

3 E o sabão pode ser considerado uma base de Arrhenius? Justifique.

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Definição de Bronsted e Lowry (1923)
A partir de observações feitas sobre reações realizadas em diferentes meios, Thomas
Lowry, na Inglaterra, e Johannes Bronsted, na Dinamarca, trabalhando simultaneamente,
porém, de forma independente, chegaram à conclusão de que uma forma mais conveniente
para se classificar os ácidos e as bases seria em função da transferência de prótons entre as
espécies reagentes, independendo do meio em que essas transferências aconteçam.
Com esse entendimento, em 1923, Bronsted e Lowry publicaram suas conclusões, definindo

ácidos como substâncias doadoras de prótons e


bases como substâncias receptoras de prótons.

Como exemplos, podem ser citadas as reações:

HBr(g) + água(l) → H3 O(aq)


+ −
+ Br(aq)
Ácido Base Ácido Base
N H3(g) + água(l) → N H4+(aq) + OH(aq)

Base Ácido Ácido Base


HBr(g) + N H3(g) → N H4 Br(s)
Ácido Base Sal
A transferência de prótons entre um ácido e uma base é sempre um processo rápido,
podendo acontecer nas duas direções. Assim, quando um ácido (como o HF) ou uma base
(como NH3) são adicionados à água, logo se estabelecem equilíbrios dinâmicos, que podem
ser expressos pelas equações seguintes:

HF(g) + água(l)  H3 O+(aq) + F −(aq)


Ácido Base Ácido Base

N H3(g) + água(l) → N H4+(aq) + OH(aq)


Base Ácido Ácido Base


Tais equilíbrios podem ser descritos de forma generalizada, usando-se a equação:
Ácido
HF(g) + Base
+ 1 água(l) 2  Ácido
H3 O2++(aq)
Base
+1. F −(aq)
Nessa equação, a espécie Base1 é denominada base conjugada do Ácido1. Da mesma
forma, o Ácido2 é o ácido conjugado da Base2. Cada ácido com a respectiva base conjugada
constituem os pares conjugados das reações ácido-base.

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A base conjugada de um ácido é a espécie gerada quando este perde um próton e o
ácido conjugado de uma base é a espécie gerada quando esta recebe um próton. No primeiro
equilíbrio anterior, pode-se dizer que:

n   o fluoreto (F–) é a base conjugada do ácido fluorídrico (HF);

n   o hidrônio (H3O)+ é o ácido conjugado da base água (H2O).

Já no segundo equilíbrio, diz-se que:

n   a hidroxila (OH–) é a base conjugada do ácido água (H2O);

n   o íon amônio (NH4+) é o ácido conjugado da base amônia (NH3).

Esses exemplos mostram que as espécies constituintes de um par conjugado (ácido-base)


diferem entre si apenas em um próton.
Outra observação importante é que os ácidos e as bases fortes, ao reagirem, produzem,
respectivamente, bases e ácidos conjugados fracos. De forma recíproca, os ácidos e bases
fracas, ao reagirem, produzem bases e ácidos conjugadas fortes. O ácido nítrico (HNO3), por
exemplo, que é um ácido forte, ao ser adicionado à água, uma base fraca, gera uma base
fraca e um ácido forte, como está ilustrado na equação seguinte:

HN O3(g) + água(l) → H3 O (aq)


+
+ N O3−(aq)
Ácido forte Base fraca Ácido forte Base fraca

Já a amônia, uma base fraca, ao ser adicionada à água, reage com esta, que agora
funciona como um ácido fraco, formando um ácido forte (NH4+) e uma base forte (OH-),
conforme é indicado na equação química:

N H3(g) + água(l) → N H4+(aq) + OH(aq)


Base fraca Ácido fraco “Ácido forte” Base forte

É interessante notar que na primeira dessas reações, a água funciona como base e na
segunda funciona como ácido, sendo, por essa razão, classificada como uma substância
anfótera ou anfiprótica.
Mesmo que as definições de Bronsted-Lowry se refiram a reações com transferência
de prótons em qualquer situação, é conveniente fazer algumas considerações sobre o
comportamento dos ácidos e das bases em meio aquoso, em virtude do grande número de
reações que se processam nesse meio.

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Assim, pode-se dizer que, nas soluções aquosas:

n um ácido forte está completamente desprotonado;

n um ácido fraco está incompletamente desprotonado;

n   uma base forte está completamente protonada;

n uma base fraca está incompletamente protonada.

A desprotonação corresponde à perda de um próton e a protonação corresponde


ao recebimento de um próton. Nesses processos, a medida da intensidade com que um
ácido se desprotona ou com que uma base se protona num dado solvente permitem que se
determine a força desse ácido ou dessa base, o que é expresso através das suas constantes
de ionização ou de outras grandezas que serão apresentadas mais adiante.

Atividade 3
O comportamento ácido-base dos ácidos fórmico, acético ou qualquer outro
ácido orgânico é semelhante ao de qualquer ácido inorgânico. Usando as
definições já estudadas, mostre que essa afirmação é verdadeira.

Definição de Lux (1939) e Flood (1947)


Diferentemente da definição de Bronsted, que utiliza o próton como a espécie de
referência nas reações ácido-base, a definição proposta por Lux (1939) e ampliada por
Flood (1947) descreve o comportamento dos ácidos e das bases tendo como referência a
transferência do íon óxido (O2-) entre as espécies.
Assim, a reação do óxido de cálcio (que é um anidrido básico) com o dióxido de carbono (que
é um anidrido ácido), realizada em meio aquoso, pode ser descrita pelas seguintes equações:

CaO(s) + H2 O(l) → Ca(OH)2


+
CO2(g) + H2 O(l) → H2 CO3 } CaCO3(s) + 2H2 O

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Nessas reações, os produtos das hidratações são uma base e um ácido de Bronsted.
Estes, por sua vez, reagem entre si formando um sal (o carbonato de cálcio) e regenerando
a água. Conseqüentemente, pode-se dizer que a formação do CaCO3(s) ocorre por típicas
reações ácido-base.
Porém, a reação direta entre os dois óxidos, sem produção de compostos intermediários,
também forma o carbonato de cálcio.

CaO(s) + CO2(g) → CaCO3(s)


ou
Ca2+ + O2− + CO2 → Ca2+ + CO32−

Conseqüentemente, é natural se encarar essa reação como, também, sendo uma


reação ácido-base. A diferença, nesse caso, é que ocorre transferência do íon óxido e não
do íon hidrogênio.
Vale ressaltar que esse não é um fato isolado, pois, várias reações ocorrem com
transferência de íons óxidos, conforme é visto nos processos:
CaO(s) + SiO2(s) → CaSiO3(s)

3N a2 O(s) + P2 O5(s) → 2N a3 P O4(s)

Assim, observando que se tratava de um comportamento comum a várias espécies


químicas, Lux e Flood enquadraram tais espécies no grupo dos ácidos e das bases, definindo

ácidos como sendo espécies químicas receptoras de íons óxido e bases como
sendo espécies químicas doadoras de íons óxido.

Essa definição é bastante útil quando se estudam algumas reações que acontecem
(não exclusivamente, mas) principalmente em altas temperaturas, o que é encontrado, por
exemplo, em processos cerâmicos e em metalurgia.
Um fato importante é que tais definições não contrastam com as demais. Apenas usam
um referencial diferente, e as espécies classificadas como ácidos ou como bases, segundo
Lux-Flood, são, também, ácidos ou bases segundo as outras definições.
Outra observação a destacar é que, nessas reações, normalmente as espécies que
contêm elementos metálicos funcionam como doadores do íon óxido (são básicas) e as
espécies que contêm elementos não metálicos funcionam como receptores do íon óxido
(são ácidas), como pode ser visto na reação seguinte:

M gO + H2 O → M g 2+ + 2OH − ou (M g(OH)2 , ou

(M g 2+ + O2− ) + H2 O → M g(OH)2
Base Ácido

Aula 02 Diversidade Química do Ambiente 11


De fato, nessa reação, o óxido de magnésio funciona como base e a água como ácido,
segundo qualquer uma das definições já estudadas.
Um fato que chama atenção é que todas as definições já estudadas usam algum tipo de
íon (H+, OH-, O2- ou outros cátions ou ânions) como referência. Isso fez com que, em 1954,
Lindqvist e Gutmann tentassem resumir essas definições numa só, criando a definição
ionotrópica, estabelecendo que ácidos são espécies químicas doadoras de cátions e bases
são espécies químicas doadoras de ânions.
Tal definição, porém, não alcançou maior repercussão, razão pela qual nos limitamos a
registrá-la nesta aula.

Atividade 4
Mostre que pelas quatro definições de ácidos e bases já apresentadas:

a) na reação do CaO com a água, o CaO sempre funciona como base e a água
sempre funciona como ácido;

b) na reação do SO3 com a água, o SO3 sempre funciona como ácido e a água
sempre funciona como base.

Definição de Lewis (1923)


No mesmo ano em que Bronsted e Lowry lançaram a sua definição para ácidos e
bases (1923), Gilbert N. Lewis lançou outra definição para tais espécies, que é muito mais
abrangente, mas só veio a alcançar repercussão cerca de dez anos depois. Em lugar de usar
algum tipo de cátion ou de ânion como referência para suas definições, Lewis escolheu os
elétrons, que são partículas presentes em todas as espécies químicas. Como se entendia que
nas ligações entre os átomos sempre havia pares de elétrons, foi esse conjunto que Lewis
escolheu como referência, e estabeleceu que

ácidos são espécies químicas receptoras de pares de elétrons e bases são


espécies químicas doadoras de pares de elétrons.

A definição de Lewis não se contrapõe às outras definições apresentadas. Porém, usa,


como referencial, a capacidade de recepção ou de doação de pares de elétrons pelas espécies
químicas. Dessa forma, pode-se dizer que, na reação com a água, para formar o hidrônio

12 Aula 02 Diversidade Química do Ambiente


(H3O+), ou com a amônia, para formar o íon amônio (NH4+), o próton (H+) funciona como
ácido, uma vez que recebe um par de elétrons da água ou da amônia. Simultaneamente, a
água e a amônia funcionam como bases, pois doam um par de elétrons para o próton, como
se pode observar nas reações:

H + + : OH2 → [H : OH2 ]+
Ácido Base
H+ + : N H3 → [H : N H3 ]+
Ácido Base Íon
Da mesma maneira, pode ser dito que na reação da amônia com BF3, este recebe um
par de elétrons do NH3 e, portanto, funciona como um ácido, enquanto a amônia, doadora
do par de elétrons, funciona como uma base.

H3 N : + BF3 → H3 N : BF3
Base Ácido Aduto

Isso ocorre porque o BF3 é uma espécie deficiente de elétrons, tendo somente seis elétrons
no seu nível de valência. Assim, na presença de um doador de pares de elétrons como o NH3, o BH3
pode completar o seu octeto ligando-se a esse doador e dele recebendo um par de elétrons.
Utilizando-se essa definição, muitas espécies químicas passaram a integrar o conjunto de
substâncias classificadas como ácidas ou básicas, conforme apresentamos nos itens seguintes.

a) Cátions metálicos

Estas espécies químicas podem receber pares de elétrons em típicas reações ácido-
base de Lewis, formando os chamados compostos de coordenação, que serão estudados a
partir da aula 7 (História e nomenclatura dos compostos de coordenação). Como exemplos,
podem ser citadas a hidratação e a aminação dos íons cobalto(III) e platina (II).
Co3+ + 6H2 O → [Co(H2 O)6 ]3+

Co3+ + 6N H3 → [Co(N H3 )6 ]3+


P t2+ + 4H2 O → [P t(H2 O)4 ]2+
P t2+ + 4N H3 → [P t(N H3 )4 ]2+

b) Espécies com falta de elétrons

Espécies deficientes de elétrons no nível de valência podem funcionar como ácidos de


Lewis, recebendo pares de elétrons que completam os respectivos octetos. Como exemplos,
podem ser citados o B(CH3)3 e o AlCl3, em reações do tipo:

H3 N : + B(CH3 )3 → H3 N : B(CH3 )3
AlCl3 + Cl− → [AlCl4 ]−

Aula 02 Diversidade Química do Ambiente 13


c) Moléculas ou íons com o octeto completo

Mesmo espécies com octetos completos podem rearranjar seus orbitais de valência e
receber pelo menos um par de elétrons a mais, como ocorre nos casos:

CO2 + OH − → HCO3 −
SO3 + H2 O → H2 SO4

d) Espécies com átomos centrais volumosos

Espécies químicas com átomos ou íons centrais volumosos podem receber pares de
elétrons, assumindo configuração superior à de octetos:

SiF4 + 2F − → [SiF6 ]2−


P F5 + F − → [P F6 ]−
AsCl3 + 3Cl− → [AsCl6 ]3−

e) Metais em estados de oxidação não usuais

Alguns elementos metálicos em estados de oxidação baixo, zero ou até negativos


também podem receber pares de elétrons em seu nível de valência, se comportando como
ácidos de Lewis, como ocorre nas reações:

M n+ + 6CO → [M n(CO)6 ]+
N i + 4CO → N i(CO)4
F e + 5CO → F e(CO)5
V − + 6CO → [V (CO)6 ]−

f) Moléculas com ligações pi (π)

Moléculas com ligações pi (π) podem usar seus orbitais antiligantes para acomodar
pares de elétrons. Um exemplo desse comportamento é a habilidade das moléculas de
tetracianoetileno (TCNE) em aceitar pares de elétrons nos seus orbitais π* (pi antiligante) e
assim agir como um ácido.

Orbitais π∗

CN CN
C C
CN CN

14 Aula 02 Diversidade Química do Ambiente


Os exemplos apresentados são suficientes para mostrar como a definição de Lewis
ampliou a quantidade de substâncias classificadas como ácidos ou bases, e para fixar bem
as idéias contidas nessa definição, realize a atividade 5 antes de estudar a última definição
que será apresentada.

Atividade 5
Equacione quatro reações do tipo ácido-base de Lewis, diferentes das apresentadas
nesta aula. Após cada uma delas, mostre que os seus exemplos estão corretos.

Definição de Usanovich
Em 1939, M. Usanovich propôs uma definição que elimina a restrição contida no
referencial usado por Lewis (pares de elétrons), tornando ainda maior o universo de espécies
químicas que podem ser classificadas como ácidos ou bases.
Em sua proposta, Usanovich define

ácidos são espécies químicas que reagem com bases, fornecendo cátions ou
aceitando ânions ou elétrons e as bases são espécies químicas que reagem
com ácidos, fornecendo ânions ou elétrons ou se combinando com cátions.

Essa definição, além de incluir todas as espécies químicas classificadas como ácidos
ou como bases pelas demais definições, inclui, ainda, as reações de oxi-redução, nas quais
números ímpares de elétrons podem ser transferidos.
Como exemplos de reações ácido-base de Usanovich, podem ser citadas:

HCl(aq) + N H3(aq) → N H4 Cl

F3 B + : N H3 → H3 N : BF3
F e(CO)5 + 2N O → F e(CO)2 (N O)2 + 3CO

W Cl6 + W Cl2 → 2W Cl4


N a(s) + CH3 OH → N aCH3 O + 1/2H2(g)

Aula 02 Diversidade Química do Ambiente 15


A primeira dessas equações corresponde a uma reação ácido-base de acordo com
quase todas as definições, exceto a de Lux e Flood. A segunda é uma reação ácido-base de
Lewis e de Usanovich. Na terceira, o grupo CO funciona como base de Lewis e o NO, como
base de Usanovich. As duas últimas são reações de oxi-redução, podendo ser classificadas
como reações ácido-base, apenas, através da definição de Usanovich.
A definição de Usanovich também contempla a quebra de insaturações que podem
ocorrer em algumas reações ácido-base, como ocorre com o dióxido de carbono reagindo
com a hidroxila:

O-
HO- + O C O HO C
O

As definições de ácidos e bases de Usanovich raramente são apresentadas nos livros


de Química ou utilizadas por pesquisadores. No início, isso se devia ao fato da bibliografia
em que foram apresentadas ser pouco acessível aos químicos das várias partes do mundo.
Hoje, porém, esse já não é um fato relevante.
Muitos criticam as definições de Usanovich por incluir praticamente todas as reações
químicas. Para esses críticos, pela definição de Usanovich, a sentença reação ácido-base é
redundante com reação química, então, não precisaria ser usada.
Essa resistência ao uso de novas proposições acontece com freqüência. A definição
baseada no sistema solvente também sofreu restrições. Os críticos da mesma consideravam
que bastava identificar os novos ácidos e bases, definidos em função do sistema solvente, como
sendo ácidos análogos ou bases análogas (tendo a definição de Arrhenius como referência).
A controvérsia que se estabelece sobre as definições de Usanovich é semelhante. Talvez
isso aconteça em função das amplas aplicações e popularidade que a definição de Lewis
alcançou, somado ao fato de Usanovich incluir reações de oxi-redução, já muito estudadas
fora do contexto ácido-base.
Existem exemplos, porém, que mostram que a transferência de pares (Lewis) ou de
outras quantidades de elétrons (Usanovich), inclusive em reações de oxi-redução, são fatos
que caminham numa mesma direção, seguindo os mesmos princípios, o que pode ser visto
na formação da piridina N-óxido (C5H5NO).

C5 H5 N : + O → C5 H5 N : O

Nessa reação, o nitrogênio doa um par de elétrons para o oxigênio, o que a caracteriza como
uma reação ácido-base de Lewis. Ao mesmo tempo, essa é uma típica reação de oxi-redução,
com o oxigênio (oxidante) recebendo elétrons do nitrogênio (oxidante). Já as equações:

16 Aula 02 Diversidade Química do Ambiente


K + Cl → KCl
N a + N H3 → N aN H2 + 1 /2 H 2

não podem ser classificadas como sendo ácido-base de Lewis, pois, nelas, apenas um elétron
é doado de um átomo para outro. Mas, o princípio reacional é o mesmo: transferência de
elétrons. Então, por que não classificá-las como sendo do tipo ácido-base com transferência
de um elétron (Usanovich)?

Definição ou conceito generalizado dos ácidos e das bases

Analisando o conjunto de definições de ácidos e bases apresentados, pode-se verificar


que, em todas, os ácidos sempre aparecem como doadores de cátions ou recebedores
de ânions ou elétrons. Igualmente verifica-se que as bases sempre se comportam como
doadoras de ânions ou de elétrons ou receptoras de cátions. Assim, pode-se generalizar o
comportamento de tais espécies conceituando-se:

ácidos como espécies químicas doadoras de cargas positivas ou receptoras


de cargas negativas e bases como espécies químicas doadoras de cargas
negativas ou receptoras de cargas positivas.

Essa generalização incorpora o conteúdo informativo de todas as definições e pode ser


ilustrada por um organograma como o apresentado na Figura 1.

Bronsted e Lowry
Arrhenius Solvente
Lewis

Lux
Flood

Usanovich

Generalização

Figura 1 – Síntese das definições dos ácidos e das bases, mostrando as correlações existentes entre elas

Aula 02 Diversidade Química do Ambiente 17


Partindo-se dessas generalizações, é possível estabelecer princípios que correlacionam
a força dos ácidos e das bases à densidade eletrônica e à estrutura molecular das espécies. Com
isso, pode-se ter mais elementos para análise dos mecanismos das reações, possibilitando
melhores interpretações ou previsões sobre o comportamento das espécies químicas umas
sobre as outras.

Atividade 6
A Figura 1 tem sido utilizada (pelo prof. Ótom) como síntese das relações

Veen
1 entre as definições dos ácidos e das bases. A Figura 2, a seguir, é um
diagrama de Veen também usado para sintetizar essas definições. Analise
Jensen, W. B.; The Lewis as duas figuras e veja se existe algum aspecto conceitual diferente entre
Acid-base Concepts; John elas. Caso exista, descreva-o.
Wiley & Sons; New York,
1980.

Faria, E.; Dicionário Você deve ter observado que o termo espécie química foi muito
Escolar Latino-português
(6a ed.); FAE-MEC; Rio de
2 usado nesta aula. Que razão pode justificar tal fato? Não seria
mais simples ou mais conveniente o uso dos termos substância,
Janeiro, 1994.
elementos ou compostos?

Usanovich
Eletrônica
Ionotrópica

Protônica Sistemas
Arrhenius solventes

Lux

Figura 2 – Diagrama de Veen mostrando as relações conceituais entre as teorias consideradas

18 Aula 02 Diversidade Química do Ambiente


Resumo
Nesta aula, foram apresentados aspectos preliminares sobre os ácidos e as
bases, mostrando-se a importância dessas espécies químicas, muitas das
quais presentes no nosso dia-a-dia de forma bastante explícita. Em seguida,
foi feita uma apresentação das diversas formas utilizadas para definir essas
substâncias, na medida do possível, situando histórica e contextualmente o
surgimento de tais definições. Acreditamos que essa forma de abordagem, além
das informações apresentadas, abre possibilidades para uma ampla reflexão
sobre a construção do conhecimento sobre um tema (no caso, os ácidos e as
bases) ou sobre uma área do saber.

Auto-avaliação
Faça um resumo sobre o comportamento dos óxidos sob o ponto de vista da acidez
1 ou basicidade de Arrhenius.

Usando as definições que você conhece, identifique as espécies ácidas e básicas


2 nas reações seguintes e justifique suas respostas.

a)  HI(g) + água → H3 O+(aq) + I −(aq)

b)  HCl(aq) + N H3(aq) → N H4 Cl(aq)

c)  HCl(g) + N H(g) → N H4 Cl(s)

d)  BF3(g) + N H3(g) → F3 BN H3(s)

e)  K(s) + CH3 CH2 OH(l) → KCH3 CH2 O(EtOH) + 1/2H2(g)

f)  KCH3 CH2 O(EtOH) + H2 O(l) → CH3 CH2 OH(aq) + KOH(aq)

Qual a diferença entre um ácido e a sua base conjugada ou entre uma base e o seu
3 ácido conjugado? Apresente dois exemplos para ilustrar sua resposta.

Aula 02 Diversidade Química do Ambiente 19


Para quais tipos de reações as definições de Lux-Flood são bastante úteis?
4 Equacione e descreva um processo em que essa utilidade seja demonstrada.

5 Descreva três reações ácido-base de Lewis.

Referências
COTTON, F. A.; WILKINSON, G. Química inorgânica. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
científicos, 1978.

GREENWOOD, N. N.; EARNSHAW, A. Chemistry of the elements. Oxford: Butterworth-


Heineman, 1995.

HESLOP, R. B.; JONES, K. Química inorgânica. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulvernkian, 1976.

HUHEEY, J. E.; KEITER, E. A.; KEITER, R. L. Inorganic chemistry: principles of structure and
reativity. New York: Harper Collins College Publishers, 1993.

OLIVEIRA, O. A. Revista Brasileira do Ensino de Química, v. 1, n. 1, p. 33-59, 2006.

SHRIVER, O. F.; ATKINS, P. W. Química inorgânica. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2003.

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