Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A categoria “gênero” nos últimos anos ganhou força nos debates das grandes
mídias, especialmente por contas de polêmicas levantadas no campo político sobre
o apelidado “kit gay” e a chamada “ideologia de gênero”. Associado a isso, também
aparece a discussão sobre a demanda pelo projeto “Escola sem Partido”. Todos
estes debates surgem não apenas no campo de campanhas eleitorais - muitas
delas com sucesso, tendo em vista a eleição do atual Presidente da República, Jair
Bolsonaro e outros eleitos -, mas também nas demandas de parte da sociedade que
se expressou através de manifestações pelo impeachment da então Presidente
Dilma Rousseff, pelo Escola sem Partido, contra a ideologia de gênero e outras
reivindicações.
1
CF/1988 Art. 143 § 1º e 2º; Lei nº 4. 375/ 1964 (Lei do Serviço Militar - LSM) ; Decreto nº 101
57.654/1966 (Regulamento da Lei do Serviço Militar - RLSM)
diversas outras. Muitas dessas leis buscavam amenizar a desigualdade presente no
Exército e aproximá-lo da classe média e alta do país, já que não era vantajoso para
instituição ter em seu contingente apenas a parcela mais marginalizada da
população.
“Até em 1916, o Exército vivenciava uma dualidade. Por um lado,
apresentava um recrutamento que marginalizava a si próprio, por
outro lado, impedia que o mesmo se modernizasse devido às más
condições em que se encontrava. Ainda assim, o sorteio universal
apresentava-se como sendo a grande saída para amenizar as
diferenças, e por isso torna-se presença notória na transição do
Brasil Império à República.” (BATISTA, 2005, p. 46)
2
Tradução livre: “Os Estados Unidos formam HOMENS”.
possível retificar apenas o nome dos documentos, seja por desejo da pessoa que
buscou o Estado para fazer essa mudança, ou pelo próprio Estado se recusar a
mudar o sexo nos documentos da pessoa. No entanto, é mais comum que se
busque alterar ambas as informações. Desta maneira, podemos partir de uma
reflexão sobre a mudança do nome oficialmente para pensar paralelamente a
mudança do sexo oficialmente.
A maneira que sociedades ocidentais de modo geral percebem a atribuição
de nomes próprios difere significativamente da forma como outras sociedades
percebem. O trabalho de Marcel Mauss (2003) traz alguns exemplos, como os
Pueblo, para quem a atribuição de um nome se dá a partir de nomes
pré-determinados para cada clã e o nome expressa, ainda, o papel exato a ser
desempenhado no clã pela pessoa que recebeu o nome. Para o autor, a noção de
pessoa se confunde com o seu clã, ao mesmo tempo em que define a pessoa
separadamente em seu papel, propriedade, posição e outros. Também é citado o
caso dos Kwakiutl, no qual os indivíduos recebem variados nomes ao longo de suas
vidas. Seus nomes são escolhidos a partir de duas séries de nomes, uma delas
secreta. Os indivíduos também recebem nomes diferentes ao mudar as estações do
ano do verão (profano) e inverno (sagrado). Ainda, no caso dos nobres, os nomes
mudam com a idade, ao passo que se cumprem as funções de cada idade. Existe,
portanto, uma ênfase nas mudanças de momentos da vida com a alteração de
nomes para cada fase. De forma oposta, as sociedades ocidentais enfatizariam o
nome enquanto um ponto fixo na identidade de uma pessoa.
Segundo Bourdieu (1998), para o mundo social a identidade é entendida
como a construção de um indivíduo constante, como uma história coesa. Assim,
haveria esforços das instituições para unificação da pessoa, e o nome próprio seria
um dos instrumentos utilizados para tal. O nome representa uma constância e
durabilidade, de modo que sua imutabilidade é pressuposta nas mais diversas
dimensões. Os contratos, as certidões os atestados, ou mesmo a condenação por
determinado crime partem do princípio de que o nome do indivíduo não mudará.
Desta maneira, o nome apresenta uma identidade social constante e una através do
tempo, que é reconhecida por qualquer pessoa ou instituição. No entanto, apesar de
o nome ser um elemento tão significativo para a identidade de um indivíduo, este
não é escolhido por ele na maioria das vezes e não basta a simples vontade do
indivíduo para realizar a sua alteração.
O Estado, de acordo com Bourdieu (1989) é detentor do monopólio de
diversos poderes simbólicos, e em consonância com isso, também detém o
exercício privilegiado da nomeação. O que um juiz decide e proclama é reconhecido
universalmente por qualquer instituição ou indivíduo, portanto tem uma eficácia
simbólica. Os documentos produzidos por mandatários do Estado são, nas palavras
de Bourdieu, mágicos, não podem ser recusados ou ignorados. Então, o nome
próprio que tenha sido reconhecido pelo Estado é de fato o nome que será
reconhecido nas mais diversas instituições. Neste contexto, então, a carteira de
identificação civil na qual consta o nome de uma pessoa, ou a Carteira de Trabalho
e Previdência Social que indica o nome e sexo de uma pessoa, têm eficácia em
qualquer espaço onde os documentos precisem ser apresentados. Assim, se este
nome, que como já apontado anteriormente é parte fundamental da identidade de
uma pessoa, não for um nome com o qual a pessoa se reconheça ou que lhe cause
qualquer constrangimento, é preciso que se busque a aceitação do Estado para sua
alteração, bem como para o caso da alteração do sexo nos documentos.
No Brasil a regulamentação com relação à nomeação era feita pela Lei
6015/73 no artigo 55 e seguintes. O parágrafo único do artigo 56 declara que nomes
que possam expor ao ridículo não serão registrados e como coloca o artigo 57,
estão passíveis de mudança futuramente se assim desejar a pessoa. Apesar disso,
também é determinado que o nome é imutável no artigo 59. Ao fazer o pedido de
retificação do primeiro nome, usavam-se como argumentos os artigos que permitem
a mudança, mas havia resistência de alguns juízes por conta da prevista
imutabilidade do nome. Até 2018 não existia uma regulamentação específica para a
retificação do nome de pessoas trans, o que significava na maior parte dos casos a
exigência de uma série de documentos e procedimentos que comprovassem a
identidade de gênero da pessoa que fazia o pedido. Dentre os documentos exigidos
estavam o laudo psiquiátrico que afirmasse que esta pessoa sofria com algum dos
distúrbios psicológicos associados à transgenereidade de acordo com o CID3.
3
Cadastro Internacional de Doenças
“O ‘transexualismo’, por exemplo, é definido como ‘transtornos da
identidade sexual (F64.0) ’. Além do ‘transexualismo’, há o
‘travestismo bivalente (F64.1), o transtorno de identidade sexual na
infância (F64.2),outros transtornos da identidade sexual (F64.8), o
transtorno não especificado da identidade sexual (F64.9)’”. (BENTO,
B. e PELÚCIO, L.,2012, p. 527)
4
Disponível em: <https://bit.ly/2F7yOeb>. Acesso em: 06/03/2019.
5
Guia de Orientação Sobre Alistamento Militar de pessoas travestis, mulheres transexuais e homens
trans cujo nome e sexo foram retificados. Organizado pela ABGLT. Dispolível em:
<https://bit.ly/2ILbrrU>. Acesso em: 06/03/2019.
4 - Notícias e relatos
6
Inquérito Civil n.º 1.30.001.000522/2014-11. NOTIFICAÇÃO/RECOMENDAÇÃO PRDC/RJ/Nº
04/2017. Disponível em:
<http://www.mpf.mp.br/rj/sala-de-imprensa/docs/pr-rj/recomendacao-transexuais-forcas-armadas>.
Acesso em: 10/05/2019.
Marinha, que foi afastada de suas funções após vinte e um anos de carreira. Ela
conseguiu impedir o processo de reforma com uma liminar da justiça em 2017,
continuando então tecnicamente na ativa, porém sem poder de fato trabalhar. Em
2018, obteve decisão favorável da Justiça para que seja reintegrada a Marinha,
dessa forma Bruna Benevides é considerada a primeira militar trans na ativa das
Forças Armadas brasileiras7.
No entanto, entre os homens trans que nos responderam, o que se
apresentou foi na verdade uma certa tranquilidade nos processos de alistamento. A
maioria dos rapazes que se alistaram falaram que a experiência foi ‘normal’,
‘tranquila’, a maior reclamação é sobre burocracia. Alguns poucos reclamam do
desconhecimento sobre os processos de retificação de pessoas trans e um deles
afirmou ter sido tratado mal, porém, sem afirmar que esse tratamento tinha relação
com o fato de ele ser trans: “Horrível. Tudo o que podiam fazer pra dificultar,
fizeram. Sem contar que todo mundo me tratou muito mal, mandaram eu voltar
quinhentas vezes e demorou mais de 6 meses pra sair minha licença”. Mas um
deles fez um elogio na direção oposta, afirmou que estavam capacitados para
atender a população e que a experiência foi muito boa. Essa foi a primeira dimensão
abordada na pesquisa. O objetivo era ter uma ideia geral de como os homens trans
e pessoas transmasculinas percebiam como os militares os atendiam. De maneira
geral, a experiência pareceu positiva. Mas acreditamos ser importante notar que em
muitos dos casos, não era um militar que atendia os rapazes na Junta. Alguns deles
se alistaram em cidades pequenas onde não havia militares, sendo eles atendidos
por civis e automaticamente dispensados.
Outros dois pontos que buscamos explorar foram os receios e os desejos dos
interlocutores relacionados ao alistamento e ao serviço militar obrigatório. Alguns
deles falam sobre o medo de ter que servir, ou mesmo o medo de chegar a ter que
fazer o exame médico. Esses medos se davam pelo receio de sofrer
constrangimento pelos seus corpos trans. A maioria deles dizia não querer contar
sobre ser trans para não sofrer discriminação, então a possibilidade de serem
7
Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/sociedade/justica-determina-que-militar-trans-seja-reincorporada-marinha-
23233060>. Acesso em: 10/05/2019.
chamados para realizar o exame médico, especialmente entre os mais novos era
real. No entanto, dentre os 56 que responderam nosso questionário, apenas 3 se
alistaram com 18 anos, os outros se alistaram depois dessa idade, ou ainda iriam se
alistar. Aqueles que falavam sentir medo de serem chamados a servir se alistaram
com 18 anos. Ao mesmo tempo, o medo de passar pelo exame médico e do serviço
militar apareceu associado a uma certeza de que se falassem que eram trans e que
não desejavam passar por esse processo, então não precisariam fazê-lo. De todo
modo, nenhum dos rapazes afirma ter sofrido qualquer tipo de discriminação. Como
um deles explicou: “Antes de ir eu tava muito ansioso achando que ia ser ruim já
que histórico de militar com minorias é uma merda, mas pra minha sorte foi tudo
bem” .
Porém, não havia apenas meninos que tinham receio com o alistamento,
alguns deles desejavam servir. Os meninos que falam sobre servir diziam ser um
sonho de criança, acharem bonito, gostarem “das coisas militares” e até pela
estabilidade financeira. Um dos meninos que se alistou ao completar 18 anos e
desejava servir menciona ter conseguido fazer os exames médicos e afirma que
quase conseguiu passar, mas foi dispensado sob a justificativa de fazer faculdade e
tal situação era incompatível. Ele conta que os militares informaram a ele que ser
trans não seria um impeditivo para o serviço: “O tenente disse a seguinte coisa
quando disse que era trans: ‘pra mim você não tem nada de errado, pra mim você é
homem e pronto’. Depois disse que faria meu exame separado para mim não ficar
constrangido por não ter feito as cirurgias ainda” . Outro afirmou que os militares
falaram que ainda havia chance de ele servir e ainda estava aguardando a
finalização do processo. Até o momento, nenhum deles conseguiu servir.
O Ministério da Defesa ao ser questionado pela ABGLT8, afirmou que os
homens trans poderiam ser recrutados ou convocados em casos de guerra, porém
não se tem notícia de que isso tenha acontecido ainda. As respostas dadas pelos
militares aos rapazes trans que desejavam servir também está de acordo com o
colocado pelo Ministério da Defesa. Pode ser que seja algo novo para as
8
Guia de Orientação Sobre Alistamento Militar de pessoas travestis, mulheres transexuais e homens
trans cujo nome e sexo foram retificados. Organizado pela ABGLT. Dispolível em:
<https://bit.ly/2ILbrrU>. Acesso em: 06/03/2019.
instituições o alistamento dos homens trans, ou uma série de outros fatores. Porém,
considerando os casos colocados na mídia sobre a relação das instituições militares
com pessoas trans que desejam atuar nos seus quadros, é plausível considerar que
existe alguma relação com questões de gênero homens trans ainda não terem sido
recrutados, mesmo que desejassem. De acordo com Batista (2005), existia um
silenciamento com relação à sexualidade como um dos critérios na seleção de
recrutas para o Tiro de Guerra do Exército.
Sobre o caso de pessoas trans, mais recentemente, sabemos do que foi dito
nas entrevistas realizadas por Fernanda Baldioti e que MPF se manifestou com
relação a casos como os das pessoas entrevistadas, conforme citado anteriormente.
Na notificação, o MPF recomenda que a transexualidade não seja entendida como
uma incapacidade para o exercício da atividade militar, que aqueles que foram
reformados fossem reabilitados e que fossem implementados programas de
combate à discriminação. Desta forma, é possível que as recomendações do MPF,
feitas em 2017 tenham surtido algum efeito nos discursos das Forças Armadas
frente aos questionamentos das pessoas trans e das organizações LGBTI. Ou
ainda, que efeitos práticos tenham acontecido, como no exemplo da
Segundo-Sargento Bruna Benevides citado acima, que conseguiu garantir seu
direito de permanecer na ativa, apesar de ainda buscar na Justiça o direito de
trabalhar efetivamente, dado que ainda é impedida de exercer suas funções9.
Assim, pensamos que para determinar os motivos para homens trans não
conseguirem servir, bem como se existe uma resistência das Forças Armadas para
9
Disponível em:
<https://www.huffpostbrasil.com/2018/06/07/bruna-benevides-a-resistencia-da-primeira-mulher-trans-
na-ativa-da-marinha-brasileira_a_23453761/>. Acesso em: 10/05/2019.
recrutá-los exigiria uma pesquisa mais aprofundada e não poderíamos dar uma
afirmação precisa para este artigo. No entanto, para os interlocutores que desejam
servir fica evidente uma esperança de que isso possa acontecer. Enquanto para
aqueles que têm receio de serem recrutados, a transgenereidade - também motivo
de seus medos de sofrer discriminação - aparece como um último argumento
possível que garantiria que não seriam obrigados ao serviço militar. Um dos
meninos ao ser perguntado se falaria sobre ser trans ao se alistar, por exemplo,
respondeu: “Sim, pois reconheço a transfobia que existe no militarismo e não
gostaria de ser aceito por isto”.
Outro ponto que achamos importante abordar logo no primeiro momento da
pesquisa diz respeito à transição médica e como os meninos perceberiam certas
etapas esperadas dela em relação ao alistamento militar. Dentre os rapazes que se
alistaram 4 não haviam usado testosterona ainda, 19 já usavam testosterona ,
dentre estes, 13 usavam há pelo menos 1 ano. Assim, a maioria usava testosterona
há um tempo relativamente considerável, após o qual se espera que mudanças
como tom de voz, formato de rosto, pelos corporais, entre outros, já tenham
ocorrido. Dentre os que ainda não haviam se alistado, a maioria pretendia se alistar
apenas quando estivesse tomando testosterona e metade disse que se alistaria
apenas após fazer a cirurgia de mamoplastia. A partir disso, é possível inferir que
existe uma importância dada ao uso da testosterona previamente ao alistamento.
Porém, os motivos dessa importância e se o fato de os rapazes com quem tivemos
contato que se alistaram terem feito uso de testosterona têm alguma influência nos
processos de alistamento e que tipo de influência, são questões que precisarão ser
respondidas após uma pesquisa mais avançada.
A percepção deles sobre a obrigatoriedade do processo, sobre a demarcação
de gênero nessa obrigatoriedade e o local deles enquanto homens trans nessa
obrigatoriedade também foram temas abordados com eles. A maioria era contra a
obrigatoriedade do alistamento militar, ao perguntarmos suas opiniões sobre o tema,
afirmando ser ‘desnecessário’, ‘antidemocrático’, ‘errado’ e ‘ultrapassado’. Dois
deles, no entanto, disseram ser a favor e necessário em caso de uma possível
guerra. Quando perguntamos sobre o caso específico de homens trans quanto à
obrigatoriedade de alistamento, alguns reafirmaram a discordância pelos mesmos
motivos citados anteriormente. Alguns afirmaram que era o justo, dado que se é
obrigatório para os homens cis, também deveria ser obrigatório para homens trans.
Alguns deles demonstraram seus medos, um dos mais recorrentes era o de estupro.
Um dos rapazes afirmou ser um risco aos homens trans por estar vulnerável à
transfobia e a situações de estupro corretivo. No mesmo sentido, outro deles diz:
“ainda fico extremamente intimidado perto de homens cis e héteros, principalmente
os extremamente masculinos, e acredito que não sou o único homem trans que
sente isso [...]; o medo de estupro, mesmo depois da transição hormonal, ainda é
presente, e um ambiente como esse é obviamente intimidador”. Esses receios para
um deles aparece inclusive como um dos motivo para ele não retificar o sexo nos
seus documentos.
Conclusões
Nosso trabalho ofereceu uma breve análise teórica e alguns dados empíricos
que pensamos ser o primeiro passo para uma análise futura mais aprofundada
sobre a relação que homens trans e pessoas transmasculinas têm com os
processos de alisamento obrigatório e com as instituições militares de modo geral.
Apresentamos neste artigo uma síntese do contexto histórico da
implementação do serviço militar obrigatório; um debate dentro do campo de
estudos sobre masculinidades, associando esse debate à questão do militarismo;
uma reflexão sobre a hipótese do alistamento militar enquanto um rito de passagem
e rito masculino; uma explicação dos processos de retificação de nome e sexo nos
documentos e a maneira como o Estado se impõe nestes processos; e alguns casos
de pessoas trans nas Forças Armadas, por meio de notícias, associados com os
relatos dos homens trans e pessoas transmasculinas com quem conversamos.
O que sobressaiu no nosso trabalho e sua construção foram a discordância
da maior parte deles com relação a obrigatoriedade do serviço militar de maneira
geral entre todos os homens, e o medo de muitos dos rapazes do processo
associado à falta de informações sobre. Como falado no início do artigo, muitos
meninos vieram nos perguntar como funcionava o alistamento, se precisavam
realmente se alistar, se precisavam servir, fazer os exames médicos, etc. Até
mesmo mulheres trans que souberam que estávamos fazendo essa pesquisa
vieram nos perguntar o que elas precisavam fazer com relação ao alistamento. As
pessoas viram em nós, enquanto pesquisadores que estavam começando a estudar
o tema, uma fonte de informações que elas não encontravam em outro local. Essa
inquietude, os receios e a falta de informação ficou expressa nos relatos dos
rapazes, mesmo que muitos tenham tido experiências tranquilas de alistamento.
Referências Bibliográficas