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O TTRRÍÍPPLLIICCEE EE FFRRAATTEERRNNAALL AABBRRAAÇÇOO

Observação, pesquisas e um pouco de tempo livre. Só para descaracterizar a tríade e evitar


interpretações maçônicas onde elas não existem, vou incluir outra componente: A inspiração. Isto é tudo
que precisamos para escolher um tema e desenvolvê-lo na forma de uma Peça de Arquitetura. Os
feriados ajudaram no tempo livre e a inspiração para as pesquisas decorreu de pura observação.

Tais quais tantas outras interpretações de símbolos, alegorias e seus significados as origens do Tríplice
Abraço Fraternal se perdem nas brumas da antiguidade. Os que me conhecem sabem que prefiro me
posicionar desta forma ao invés de partir para o campo das invencionices. Só assim me permito praticar a
“busca incessante pela verdade” tão mencionada no Rito Moderno.

Nos sistemas maçônicos que utilizam1 o Tríplice e Fraternal Abraço existe uma corrente que defende sua
origem a partir da cerimônia de Exaltação ao Grau de Mestre. Apesar de ter encontrado algumas
referências neste sentido junto a autores do Rito Escocês Antigo e Aceito, não foi possível estabelecer
esta relação no Rito Moderno.

Segundo estes autores, houve um tempo em que esse cumprimento era dado somente entre Mestres,
mas esta prática caiu em desuso por não proceder como um segredo privativo do Terceiro Grau, mas sim,
de domínio dos três Graus simbólicos. Ora, não fosse assim perderia o sentido haja vista que as pancadas
no dorso estão em sintonia com a bateria de Aprendiz, não importando o Grau da Sessão onde o Tríplice
Abraço Fraternal é executado.

A cada abraço na forma de costume os protagonistas dão três pancadas, independentemente do grau
simbólico. Isso significa que três abraços perfazem nove pancadas de cada um, e é só. É mera invenção
se apregoar que as pancadas devem corresponder às baterias do Grau conforme a situação. Nunca é
demais lembrar que conforme o Rito praticado o compasso das baterias do Grau pode se diferenciar.
Agora, imagine a confusão que seria transferi-las ao dorso do protagonista. Felizmente, esta confusão
não se propagou em nosso Rito, mas há quem defenda esta prática absurda em outros Ritos Maçônicos,
talvez pela imperfeição e, por vezes, falta de cuidado com que os Rituais são editados.

Portanto, para os três Graus simbólicos o Tríplice Abraço é um só, sendo igualmente seguido por três
pancadas a cada abraço em qualquer Grau. O que existe conforme expressam alguns rituais é a
orientação de se bater com as duas mãos ao mesmo tempo, ou só com a mão direita, ou só com a
esquerda.

O Ritual de Aprendiz Maçom do Rito Moderno editado em 1999, sob o qual fui iniciado, não fazia qualquer
menção quanto a forma de execução do Tríplice e Fraternal Abraço.

1
No Rito de Emulação, por exemplo, o TFA não é praticado.
1
Felizmente, a edição de 2009 do Ritual de Aprendiz Maçom do Rito Moderno preencheu esta lacuna:

“A bateria a ser dada, nas costas, por ocasião do abraço fraternal, é sempre feita com a mão
direita (a mão esquerda ficará sobre as costas, sem participar da realização da bateria),
devendo ser executada, primeiro, com o braço direito sobrepondo-se ao ombro esquerdo”.

No entanto, ao observar a prática do abraço fraternal podemos notar que muitos Irmãos executam as
pancadas com ambas as mãos, em desacordo portanto, com a orientação do Ritual. Talvez alguns Irmãos
interpretem tal sugestão como um excesso de preciosismo, uma vez que o mais importante no gesto é o
propósito e não a forma de execução. De qualquer forma, fica a sugestão aos interessados em refinar a
prática da ritualística, que é parte importante do ofício.

É oportuno salientar que o uso do Tríplice e Fraternal Abraço não deve assumir as raias do exagero e,
sobretudo por ser parte integrante da ritualística, não deve ser executado no mundo profano. O gesto
deve ser guardado para ocasiões que realmente mereçam a sua prática, pois trata-se da representação
máxima do elo fraternal que nos une como Irmãos.

Bibliografia e referências:

1. Ritual 1º Grau – Aprendiz Maçom – Rito Moderno – 1999


2. Ritual 1º Grau – Aprendiz Maçom – Rito Moderno – 2009
3. Artigo do IrmPedro Juk publicado no Informativo JB News Nº1540 - Or de Florianópolis.

Rogério Alegrucci - MM CIMP 247.473


rogerio.alegrucci@gmail.com
https://arlsmto.wixsite.com/arlsmto

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