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Direito Internacional

Professor: Elton DIEGO STOLF

Material N1 e N2 até unid. I até VI


N3 será unidade VII até X
1° Prova: 29/08/23 (Atividade N1 feita + outra atividade)
2° Prova: 20/10/23 (com consulta)
3° Prova: 01/12/23 (em dupla)
Último dia de Aula: 08/12/23
Encerramento do semestre 15/12/23
Com PAC – Terça e Quinta
Data: 01/08/23

Testamento – OBRIGAÇÃO outra a modifique ou revogue.


UNILATERAL (art. 9° da linbd). § 1º. A lei posterior revoga a anterior
quando expressamente o declare,
MINHAS ANOTAÇÕES: quando seja com ela incompatível ou
quando regule inteiramente a matéria
Se uma lei for republicada, os direito de que tratava a lei anterior.
adquiridos com a redação anterior são § 2º. A lei nova, que estabeleça
respeitados, produzindo a disposição disposições gerais ou especiais a par
corrigida os mesmos efeitos de uma lei das já existentes, não revoga nem
nova, levando-se em consideração a modifica a lei anterior.
boa-fé do agente (art. 1º, LINDB -
§ 3º. Salvo disposição em contrário, a
§3º: Se, antes de entrar a lei em vigor,
lei revogada não se restaura por ter a
ocorrer nova publicação de seu texto,
lei revogadora perdido a
destinada a correção, o prazo deste
vigência  (repristinação).
artigo e dos parágrafos anteriores
começará a correr da nova publicação.
A revogação pode ser:
§ 4º. As correções a texto de lei já em
vigor consideram-se lei nova).
- quanto à forma:
Em um ordenamento jurídico, as
a) Expressa: quando a nova norma
normas podem perder a sua vigência,
enuncia a revogação dos dispositivos
deixando de pertencer ao sistema, fato
anteriores.
que é denominado revogação.
b) Tácita: quando a nova norma
Dispõe o art. 2º, da LINDB:
disciplina a matéria de forma
diferenciada da regra original, tornando
Art. 2º. Não se destinando à vigência ilógica a sua manutenção.
temporária, a lei terá vigor até que
- quanto à abrangência: A norma deve ser aplicada dentro dos
limites territoriais do Estado que a
a) Total: ab-rogação; editou (Soberania) – Princípio da
territorialidade.
b) Parcial: derrogação.
No entanto, a extraterritorialidade é a
Regras reguladoras da revogação: admissão de aplicabilidade, no território
nacional, de leis de outro Estado,
1) Lex superior: a norma que dispõe segundo princípios e convenções
forma e materialmente, sobre a edição internacionais. Assim, a lei nacional
de outras normas prevalece sobre deve ser aplicada ordinariamente a
estas. todas as relações travadas em seu
âmbito espacial de incidência, embora,
no caso de interferirem estrangeiros
2) Lex posterior: se normas do mesmo
sobre relações jurídicas constituídas no
escalão estiverem em conflito, deve
território nacional ou de nacionais
prevalecer a mais recente.
terem bens ou negócios jurídicos em
território estrangeiro, possam surgir
3) Lex specialis: a norma especial exemplos de extraterritorialidade ou de
revoga a geral no que esta dispõe aplicação extraterritorial do Direito.
especificamente.
Conflito de normas no espaço
Conflito de normas no tempo (Direito
Intertemporal) a) Sobre o começo e fim da
personalidade, nome, capacidade e
Art. 6º, LINDB: A lei em vigor terá direito de família, aplica-se a lei do país
efeito imediato e geral, respeitados o de domicílio da pessoa (art. 7º).
ato jurídico perfeito, o direito adquirido
e a coisa julgada. b) Sobre a qualificação e regulação das
§ 1º. Reputa-se ato jurídico perfeito o relações concernentes a bens, deve
já consumado segundo a lei vigente ao ser aplica a lei do país onde estiverem
tempo em que se efetuou. situados (art. 8º).
§ 2º. Consideram-se adquiridos assim
os direitos que o seu titular, ou alguém c) Sobre obrigações, deve ser aplicada
por ele, possa exercer, como aqueles a lei do país onde foram constituídas,
cujo começo do exercício tenha termo reputando-se constituída no lugar em
prefixo, ou condição preestabelecida que residir o proponente (art. 9º, §2º).
inalterável, a arbítrio de outrem.
§ 3º. Chama-se coisa julgada ou caso d) Sobre sucessão por morte (real ou
julgado a decisão judicial de que já não presumida), deve ser aplicada a lei do
caiba recurso. país de domicílio do de cujus,
ressalvando-se que, quanto à
As leis civis não têm retroatividade, capacidade para suceder, aplica-se a
uma vez que esbarram no ato jurídico lei do domicílio do herdeiro ou
perfeito, no direito adquirido e na coisa legatário. Se a sucessão incidir sobre
julgada (art. 5º, XXXVI, CF). Nem bens do estrangeiro situados no Brasil,
mesmo o Estado pode retroagir os aplica-se a lei brasileira em favor do
efeitos de uma nova lei para atingir cônjuge brasileiro e dos filhos do casal,
situações definitivamente constituídas. sempre que não lhes for mais favorável
a lei do domicílio do falecido (art. 10
Aplicação espacial de normas §§1º e 2º).

e) Sobre empresas estrangeiras no


Brasil, devem elas obedecer à lei do
Estado em que se constituíram (art. 11, brasileira, observando, porém, a lei do
caput). país estrangeiro quanto ao objeto das
Para aplicação do Direito estrangeiro diligências.
no Brasil, deve o juiz exigir de quem o
invoca prova do seu texto e vigência, Na aplicação da lei estrangeira, deve o
no forma do art. 14, LINDB e art. 376, juiz se limitar ao seu conteúdo
CPC. isoladamente, não sendo possível
considerar qualquer remissão feita a
Art. 13, LINDB: A prova dos fatos outras leis (art. 16).
ocorridos em país estrangeiro rege-se
pela lei que nele vigorar quanto ao Ao casamento realizado no Brasil será
ônus e aos meios de produzir-se, não aplicada a lei brasileira quanto aos
admitindo os tribunais brasileiros impedimentos dirimentes e às
provas que a lei brasileira formalidades de celebração. Vale
desconheça. É competente a lembrar que o § 6º, do artigo 7º, foi
autoridade judiciária brasileira, quando modificado pela Lei 12.036/09, visando
for o réu domiciliado no Brasil ou aqui adequar a sua redação à Constituição
tiver de ser cumprida a obrigação, Federal, ficou assim redigido: “§ 6º  O
sendo que somente ela poderá divórcio realizado no estrangeiro, se
conhecer ações relativas a imóveis um ou ambos os cônjuges forem
situados no Brasil (art. 12, §1º = art. brasileiros, só será reconhecido no
8º). Brasil depois de 1 (um) ano da data da
sentença, salvo se houver sido
Compete ao Superior Tribunal de antecedida de separação judicial por
Justiça, não mais ao Supremo igual prazo, caso em que a
Tribunal Federal, a homologação das homologação produzirá efeito imediato,
sentenças estrangeiras e a concessão obedecidas as condições
do exequatur às cartas rogatórias (art. estabelecidas para a eficácia das
105, I, i, CF) – redação dada pela sentenças estrangeiras no país. O
emenda constitucional 45/2004. Superior Tribunal de Justiça, na forma
de seu regimento interno, poderá
Art. 15, LINDB: Será executada no reexaminar, a requerimento do
Brasil a sentença proferida no interessado, decisões já proferidas em
estrangeiro, que reúna os seguintes pedidos de homologação de sentenças
requisitos: estrangeiras de divórcio de brasileiros,
a) haver sido proferida por juiz a fim de que passem a produzir todos
competente; os efeitos legais.”
b) terem sido as partes citadas ou
haver-se legalmente verificado a Art. 18, LINDB: Tratando-se de
revelia; brasileiros, são competentes as
c) ter passado em julgado e estar autoridades consulares brasileiras para
revestida das formalidades necessárias lhes celebrar o casamento e os mais
para a execução no lugar em que foi atos de Registro Civil e de tabelionato,
proferida; inclusive o registro de nascimento e de
d) estar traduzida por intérprete óbito dos filhos de brasileiros ou
autorizado; brasileiras nascidos no país da sede do
e) ter sido homologada pelo Superior consulado.
Tribunal de Justiça (conforme emenda
constitucional 45/2004). A extraterritorialidade da lei pode ser
limitada, pois atos, sentenças e leis de
Sendo concedido o exequatur, a países estrangeiros não serão aceitos
autoridade brasileira as cumprirá no Brasil quando ofenderem a
segundo a forma estabelecida na lei
soberania nacional, a ordem pública e esgota o prazo prescrito para sua
os bons costumes (art. 17). duração (leis temporárias).

Eficácia: qualidade da norma que se


refere à possibilidade de produção
 Lei de Introdução às normas do Direito concreta de efeitos. A eficácia pode
Brasileiro não é parte integrante do ser:
Código Civil e consiste em um diploma
que a) Social: produção concreta de efeitos,
porque presentes as condições fáticas
disciplina a aplicação das leis em geral. exigíveis para seu cumprimento.
Sua função é reger as normas, b) Técnica: produção de efeitos, porque
indicando como interpretá-las ou presentes as condições técnico-
aplicá-las, determinando-lhe a vigência normativas exigíveis para sua
e a eficácia. É Estatuto de Direito aplicação.
Internacional Privado, é norma cogente
brasileira, por determinação legislativa
A eficácia, no sentido técnico, tem a ver
da soberania nacional, aplicáveis a
com a aplicabilidade das normas no
todas as leis.
sentido de uma aptidão mais ou menos
extensa para produzir efeitos. Para
O Direito Internacional Privado é o aferir o grau da eficácia, no sentido
conjunto de normas internas de um técnico, é preciso verificar quais as
país, instituídas especialmente para funções da eficácia no plano de
definir se a determinado caso se realização normativa (funções
aplicará a lei local ou a lei de um eficaciais):
Estado estrangeiro.
Eficácia: qualidade da norma que se
Vigência, Validade, Eficácia e Vigor
refere à possibilidade de produção
das Normas concreta de efeitos. A eficácia pode
ser:
- Validade da norma: significa sua
identificação como compatível ao a) Social: produção concreta de efeitos,
sistema jurídico que integra. O porque presentes as condições fáticas
descumprimento das regras de exigíveis para seu cumprimento.
validade importará ao reconhecimento
da inconstitucionalidade ou ilegalidade
b) Técnica: produção de efeitos, porque
da norma estabelecida, considerando-a
presentes as condições técnico-
não pertinente ao sistema. A validade
normativas exigíveis para sua
pode ser:
aplicação.
a) Formal: observância das normas
A eficácia, no sentido técnico, tem a ver
referentes a seu processo de criação.
com a aplicabilidade das normas no
sentido de uma aptidão mais ou menos
b) Material: se houve observância da extensa para produzir efeitos. Para
matéria passível de normatização por aferir o grau da eficácia, no sentido
parte das entidades federativas. técnico, é preciso verificar quais as
funções da eficácia no plano de
- Vigência: refere-se ao período de realização normativa (funções
validade da norma, ou seja, ao lapso eficácias):
temporal que vai do momento em que
ela passa a ter força vinculante até a Nem sempre é possível encontrar uma
data em que é revogada ou que se norma aplicável ao caso concreto,
devendo o juiz valer-se das fontes do da norma) e ab-rogante (reconhece
Direito para, nos casos de lacunas da que o preceito interpretado é
lei, realizar a integração normativa. inaplicável).

A finalidade da interpretação normativa Nenhum desses métodos se impõe


é: necessariamente sobre o outro. Dispõe
o art. 5º, LINDB: Na aplicação da lei, o
a) revelar o sentido da norma; juiz atenderá aos fins sociais a que ela
se dirige e às exigências do bem
b) fixar o seu alcance. comum.

Formas de interpretação Quando inexiste lei a aplicar


diretamente ao caso, deve o juiz se
a) Literal (gramatical): exame de cada valer das outras fontes do Direito para
termo utilizado na norma, isolada ou encontrar a regar que efetivamente
sistematicamente, de acordo com as deve disciplinar a relação jurídica
regras do vernáculo. submetida à sua apreciação (Art. 4º,
LINDB: Quando a lei for omissa, o juiz
b) Lógico: utilização de raciocínios decidirá o caso de acordo com a
lógicos para a análise metódica da analogia, os costumes e os princípios
norma em toda a sua extensão, gerais de direito). A essas fontes
desvendando seu sentido e alcance. somam-se a doutrina, a jurisprudência
e a equidade.
c) Sistemático: análise da norma a
partir do ordenamento jurídico de que é Para que uma lei seja aplicada, em
parte, relacionando-se com todas as regra, é necessário que esteja vigente.
outras com o mesmo objeto, direta ou A publicação da lei no D. O. enseja a
indiretamente. presunção de que todos a conheçam
(Art. 3º, LINDB: Ninguém se escusa de
d) Histórico: análise da norma a cumprir a lei, alegando que não a
partindo da premissa dos seus conhece).
antecedentes históricos, verificando-se
as circunstâncias fáticas e jurídicas que Art. 1º, LINDB: Salvo disposição
lhe antecederam, bem como o próprio contrária, a lei começa a vigorar em
processo legislativo correspondente. todo o país quarenta e cinco dias
depois de oficialmente publicada. § 1º.
e) Finalístico (teleológico): análise da Nos Estados estrangeiros, a
norma tomando como parâmetro a sua obrigatoriedade da lei brasileira,
finalidade, adaptando-a às novas quando admitida, se inicia três meses
exigências sociais. depois de oficialmente publicada. Para
que a lei vigore de imediato é preciso
Outra forma de classificação de que conste expressamente em sua
interpretação: redação.

- quanto à origem: pode ser - A vacatio legis é o período em que a


doutrinária, jurisprudencial, autêntica lei, embora publicada, aguarda a data
(realizada pelo próprio legislador por de início de seu vigor, em função de
meio de lei interpretativa). três hipóteses:
I – ter sido fixada uma data posterior
- quanto aos resultados: declarativa para o momento de início de seus
(declara o alcance da norma); feitos;
extensiva (estende o alcance da II – deva entrar em vigor 45 dias após
norma); restritiva (restringe o alcance publicada, em face de omissão de
norma explícita; diferenciada da regra original, tornando
III – estar pendente de regulamento, ilógica a sua manutenção.
explícita ou implicitamente (normas de
eficácia limitada). - quanto à abrangência:

Se uma lei for republicada, os direito a) Total: ab-rogação;


adquiridos com a redação anterior são
respeitados, produzindo a disposição b) Parcial: derrogação.
corrigida os mesmos efeitos de uma lei
nova, levando-se em consideração a Regras reguladoras da revogação:
boa-fé do agente (art. 1º, LINDB -
§3º: Se, antes de entrar a lei em vigor, 1) Lex superior: a norma que dispõe
ocorrer nova publicação de seu texto, forma e materialmente, sobre a edição
destinada a correção, o prazo deste de outras normas prevalece sobre
artigo e dos parágrafos anteriores estas.
começará a correr da nova publicação.
§ 4º. As correções a texto de lei já em 2) Lex posterior: se normas do mesmo
vigor consideram-se lei nova). escalão estiverem em conflito, deve
prevalecer a mais recente.
Em um ordenamento jurídico, as
normas podem perder a sua vigência, 3) Lex specialis: a norma especial
deixando de pertencer ao sistema, fato revoga a geral no que esta dispõe
que é denominado revogação. especificamente.
Dispõe o art. 2º, da LINDB: Conflito de normas no tempo (Direito
Intertemporal)
Art. 2º. Não se destinando à vigência
temporária, a lei terá vigor até que Art. 6º, LINDB: A lei em vigor terá
outra a modifique ou revogue. efeito imediato e geral, respeitados o
§ 1º. A lei posterior revoga a anterior ato jurídico perfeito, o direito adquirido
quando expressamente o declare, e a coisa julgada.
quando seja com ela incompatível ou § 1º. Reputa-se ato jurídico perfeito o
quando regule inteiramente a matéria já consumado segundo a lei vigente ao
de que tratava a lei anterior. tempo em que se efetuou.
§ 2º. A lei nova, que estabeleça § 2º. Consideram-se adquiridos assim
disposições gerais ou especiais a par os direitos que o seu titular, ou alguém
das já existentes, não revoga nem por ele, possa exercer, como aqueles
modifica a lei anterior. cujo começo do exercício tenha termo
§ 3º. Salvo disposição em contrário, a prefixo, ou condição preestabelecida
lei revogada não se restaura por ter a inalterável, a arbítrio de outrem.
lei revogadora perdido a § 3º. Chama-se coisa julgada ou caso
vigência  (repristinação). julgado a decisão judicial de que já não
caiba recurso.
A revogação pode ser:
As leis civis não têm retroatividade,
- quanto à forma: uma vez que esbarram no ato jurídico
perfeito, no direito adquirido e na coisa
a) Expressa: quando a nova norma julgada (art. 5º, XXXVI, CF). Nem
enuncia a revogação dos dispositivos mesmo o Estado pode retroagir os
anteriores. efeitos de uma nova lei para atingir
situações definitivamente constituídas.
b) Tácita: quando a nova norma
disciplina a matéria de forma
Aplicação espacial de normas e) Sobre empresas estrangeiras no
Brasil, devem elas obedecer à lei do
A norma deve ser aplicada dentro dos Estado em que se constituíram (art. 11,
limites territoriais do Estado que a caput).
editou (Soberania) – Princípio da Para aplicação do Direito estrangeiro
territorialidade. no Brasil, deve o juiz exigir de quem o
invoca prova do seu texto e vigência,
No entanto, a extraterritorialidade é a no forma do art. 14, LINDB e art. 376,
admissão de aplicabilidade, no território CPC.
nacional, de leis de outro Estado,
segundo princípios e convenções Art. 13, LINDB: A prova dos fatos
internacionais. Assim, a lei nacional ocorridos em país estrangeiro rege-se
deve ser aplicada ordinariamente a pela lei que nele vigorar quanto ao
todas as relações travadas em seu ônus e aos meios de produzir-se, não
âmbito espacial de incidência, embora, admitindo os tribunais brasileiros
no caso de interferirem estrangeiros provas que a lei brasileira
sobre relações jurídicas constituídas no desconheça. É competente a
território nacional ou de nacionais autoridade judiciária brasileira, quando
terem bens ou negócios jurídicos em for o réu domiciliado no Brasil ou aqui
território estrangeiro, possam surgir tiver de ser cumprida a obrigação,
exemplos de extraterritorialidade ou de sendo que somente ela poderá
aplicação extraterritorial do Direito. conhecer ações relativas a imóveis
situados no Brasil (art. 12, §1º = art.
Conflito de normas no espaço 8º).

a) Sobre o começo e fim da Compete ao Superior Tribunal de


personalidade, nome, capacidade e Justiça, não mais ao Supremo
direito de família, aplica-se a lei do país Tribunal Federal, a homologação das
de domicílio da pessoa (art. 7º). sentenças estrangeiras e a concessão
do exequatur às cartas rogatórias (art.
b) Sobre a qualificação e regulação das 105, I, i, CF) – redação dada pela
relações concernentes a bens, deve emenda constitucional 45/2004.
ser aplica a lei do país onde estiverem
situados (art. 8º). Art. 15, LINDB: Será executada no
Brasil a sentença proferida no
c) Sobre obrigações, deve ser aplicada estrangeiro, que reúna os seguintes
a lei do país onde foram constituídas, requisitos:
reputando-se constituída no lugar em a) haver sido proferida por juiz
que residir o proponente (art. 9º, §2º). competente;
b) terem sido as partes citadas ou
d) Sobre sucessão por morte (real ou haver-se legalmente verificado a
presumida), deve ser aplicada a lei do revelia;
país de domicílio do de cujus, c) ter passado em julgado e estar
ressalvando-se que, quanto à revestida das formalidades necessárias
capacidade para suceder, aplica-se a para a execução no lugar em que foi
lei do domicílio do herdeiro ou proferida;
legatário. Se a sucessão incidir sobre d) estar traduzida por intérprete
bens do estrangeiro situados no Brasil,
autorizado;
aplica-se a lei brasileira em favor do
e) ter sido homologada pelo Superior
cônjuge brasileiro e dos filhos do casal,
Tribunal de Justiça (conforme emenda
sempre que não lhes for mais favorável
a lei do domicílio do falecido (art. 10 constitucional 45/2004).
§§1º e 2º).
Sendo concedido o exequatur, a países estrangeiros não serão aceitos
autoridade brasileira as cumprirá no Brasil quando ofenderem a
segundo a forma estabelecida na lei soberania nacional, a ordem pública e
brasileira, observando, porém, a lei do os bons costumes (art. 17).
país estrangeiro quanto ao objeto das
diligências.

Na aplicação da lei estrangeira, deve o Dica de Filmes: Ilha das Rosas


juiz se limitar ao seu conteúdo
isoladamente, não sendo possível Início do Material do Prof° Helton
considerar qualquer remissão feita a
outras leis (art. 16). Unidade I:
Teoria do Direito Internacional
Ao casamento realizado no Brasil será
aplicada a lei brasileira quanto aos Fundamento do Direito Internacional
impedimentos dirimentes e às Público
formalidades de celebração. Vale
lembrar que o § 6º, do artigo 7º, foi  Início dos Tempos – normas de
modificado pela Lei 12.036/09, visando conduta para reger a vida em
adequar a sua redação à Constituição grupo (cultura, crenças, línguas
Federal, ficou assim redigido: “§ 6º  O comuns...)
divórcio realizado no estrangeiro, se
um ou ambos os cônjuges forem Obs: em base do Direito de
brasileiros, só será reconhecido no Consuetudinário: Baseado nos
Brasil depois de 1 (um) ano da data da COSTUMES de Pai para Filho;
sentença, salvo se houver sido A religião também traz sua essência e
antecedida de separação judicial por suas normas de condutas;
igual prazo, caso em que a
homologação produzirá efeito imediato, Ex: Não era permitido comer a carne
obedecidas as condições de porco; (Adventistas e Judeus);
estabelecidas para a eficácia das
sentenças estrangeiras no país. O
Superior Tribunal de Justiça, na forma  Evolução do Direito como
de seu regimento interno, poderá ciência – não se contenta a
reexaminar, a requerimento do situações limitadas às fronteiras
interessado, decisões já proferidas em territoriais das unidades
pedidos de homologação de sentenças politicas (Ellade gregas –
estrangeiras de divórcio de brasileiros, confederações etruscas: regras
a fim de que passem a produzir todos comuns aplicadas entre cidades
os efeitos legais.” vizinhas), casos particulares,
pois na Antiguidade Clássica
Art. 18, LINDB: Tratando-se de não existe DIP.
brasileiros, são competentes as
autoridades consulares brasileiras para Obs: Ellade grega não temos Direitos
lhes celebrar o casamento e os mais Internacionais reconhecidos, naquela
atos de Registro Civil e de tabelionato, época, dentro dos seus aspectos,
inclusive o registro de nascimento e de porém os gregos criaram uma
óbito dos filhos de brasileiros ou confederação (Esparta, Athena), dentro
brasileiras nascidos no país da sede do da Ellade Grega, com seus
consulado. desenvolvimentos;

A extraterritorialidade da lei pode ser Uma dentro da Ração e a outra dentro


limitada, pois atos, sentenças e leis de da Estrutura Bélica;
Não há um reconhecimento, por não ocultas (iniciando a sociedade
existir uma FIGURA DO ESTADO, não anônima, onde nasce também o socio
tendo uma soberania, impossibilitando intensivo - aquele que se ostenta) de
de obter o “reconhecimento”. mercadores, que irão financiar
investidas ultramarinas para busca de
especiarias. (temperos, chãs e etc), é a
 Idade Média – feudos, alianças partir daí que começa o
para proteção, casamentos desenvolvimento das pescas.
dinásticos – fase embrionária do
DIP. Ordem hierarquizada à
igreja católica – domínio Nações
espiritual do papa. Introdutórias

Obs: pelos anos 1100 à 1200 é o Nasce os Burgos (vassalos, Plebeu);


declínio, sendo o começo do fim do ano
feudal;

Dois fatores: Fundamentos do Direito


Internacional
1° Peste Negra (peste bubônica); que
vai dizimar 1/3 do povo europeu;  Guerra dos trintas Anos (1618-
1648) – Conflito religioso
2° Desenvolvimento Mercantilizo com envolvendo soberanos católicos
florescimento das Cidades; (Burgos). e protestantes;
Onde tinha o resultado do  Tratados da paz filmados em
desenvolvimento das cidades, tendo WestfáPPlia (Munster –
uma grande produção de grãos. assinados por Estados
Catolicos e Osnabrucl,
A igreja católica vetava a Prática da protestantes);
Usura (obtenção de lucro), não  Antes da Westfália não existia
permitindo que os mercadores direito.
pudessem ter esse feito em seus
comércios; Lutero passa a tolerar a prática da
usura, e paulatinamente, ou seja, aos
Filme: O Mercador de Veneza poucos aqueles que tinha seus
produtos e mercantis, os mercadores
O senhor Feudal, não ligava para a
passam a acreditar mais no Lutero do
obrigação/prática mercantil, onde a
que o próprio Papa, sendo assim os
igreja tinha todos os frutos e lucros.
mercadores passarão a financiar as
Os vassalos, que tinham que cuidar e obras luteranas (catedrais);
cultivar as terras, e as autoridades
O ódio entre católicos e protestantes,
eclesiásticas e Feudais que ficavam
se tornou tão em constantes, que a
com os lucros e riqueza.
Europa passa a sentir a diferença e
Começa a questão do desenvolvimento relutância de líderes religiosos e o
comercial FORA do castelo, onde Papa, e as pessoas (povos) que
cada produto era trocado pelos os seguem esses nobres.
vassalos, (alguns com o dom de
Quando ocorre a contra reforma na
produzir alimentos, vestes, espadas);
igreja, para recuperar os territórios, de
Com a união dos dois fatores, teremos evangelização luterana;
o desenvolvimento de empresas
A igreja católica não consegue impedir  Pequenos Reinos;
a tradução da bíblia e a mesma, sendo  Pequenas Repúblicas
levada a todas as pessoas;  Contados e etc...
A contra reforma teve seu sucesso,
em 1945 na cidade de Trento.
Todos esses agrupamentos humanos,
Em 1618, eclode um conflito Bélico estavam vinculados hierarquicamente à
entre soberanos católicos e soberanos Igreja Católica e, portanto, existiam
protestantes, cujo o objetivo de cada vínculos DIRETO à Sujeição ao Papa.
lado era AMPLINHAR o espaço
territorial para a EVANGELIZAÇÃO, Portanto, existia vínculo de PODER
conforme cada rito religioso. Temporal e PODER Espiritual, onde
ocorria antes de 1648.
Esse conflito leva 30 anos para
terminar e o seu final deu-se somente Antes de 1648, existia a figura de
1648. Principe Bispo (onde tinha a obrigação
de passar todas as noites de núpcias,
Esse ano de 1648 marca o fim da com pretendentes do reino);
guerra dos 30 anos, e o surgimento
FORMAL do DIREITO Onde ocorre um status Novo, ou
INTERNACIONAL, com a realização condição de sujeição, aquele que era
de dois tratados escritos que definem província/contado, acabam criando o
os limites TRANSFRONTERIÇOS e Princípio de Igualdade, (surgindo o
liberdade de sujeição dos soberanos à ESTADO Pluralistas e secular
uma ou outra confissão religiosa. (Dissociada do aspecto espiritual);

Antes dessa assinatura desses Em 1648, ocorre a separação TOTAL


tratados as relações entre a dissociação do Poder Espiritual e
soberanos eram basicamente de: Temporal, e passaram a serem
consideradas iguais,
1° Casamento Dinásticos; independentemente do tamanho
geográfico e poderio militar;
 Quando existia um casamento,
os pais das noivas ofereciam DUAS FRASES: Dois EVENTOS
DOTES para seus impactantes em 1648 é os
pretendentes. surgimentos dos Princípios de
Igualdes e Alianças Militares;
2° Alianças Militares;

 Eram acordos de famílias, ou


acordos subjetivos, onde não Os tratados eram feitos em duas
oferecia seguranças as pessoas Cidades Destintas (Munster –
(porque casamentos/acordos assinados por Estados Católicos e
podiam serem Osnabrucl, protestantes);
quebrados/desfeitos);
Para evitas conflitos o mesmo tratado é
Os tratados estabelecem o surgimento assinado pelos Westfália.
do Estado Moderno, por aplicação de
um Novo Princípio: A partir de 1989 é considerado Estado
Laico, onde ocorre a separação da
 Princípio de Igualdade Formal: Igreja Católica.
 Principados;
Ocorre 4 (quatro) consequências a
 Províncias
partir de 1648:
 Ducados;
1° Surgimento Formal do Direito ESTADO; desde que tenha
Internacional vontade; um exemplo é o Dresk
2° Estado Moderno A sociedade Internacional surge
3° Princípio de Igualdade justamente pela a interação
Jurídica entre ESTADOS.
4°A Criação da Sociedade
Internacional: O ESTADO é – Parte Fundante da
Sociedade Internacional, que só
existe porque existem os
Data: 08/08/23 estados;
A partir de 1648, a interação entre
A Criação da Sociedade Estados através de Tratados
Internacional: Internacionais, é que PRODUZ
direito INTERNACIONAL, ou seja, o
Direito Internacional é consequência
A partir de 1648 o Estado moderno do movimento do Estado na
que produzia o Direito Internacional, Sociedade Internacional.
e se manteve por muitos séculos; Para participar da sociedade
O Estado por suas características é Internacional, basta que seja
considerado clássicos, e soberano ESTADO (país), não há
do surgimento do Direito necessidade de manifesta vontade,
Internacional, onde só decorre ou seja, há uma
devido ao ESTADO. OBRIGATORIEDADE;

PERGUNTA DE PROVA: A sociedade Internacional é,


porque os ESTADOS são.
É possível que um ESTADO deixe
de participar de um Direito Filme: O Terminal
Internacional?
Anotações fora tema: Em 1989, foi
R: SIM!!! a partir do momento que a queda do Muro de Berlim, tendo
um conjunto de pessoas um período da guerra fria, onde caí
(sociedade), escolhe seu soberano o muro e o sistema socialista;
e seus elementos se comunicam
A Rússia tinha um astronauta Russo
com outros Estados, estamos
em orbita, mas, o sistema caiu e o
dentro de um conceito de DIREITO
astronauta ficou sem rumo (solo
INTERNACIONAL, onde não tem
soberano).
como não interagir, e se um Estado
domina o outro (gerencia), podemos Sendo assim o astronauta ficou
dizer que o Estado pode incorporar conhecido como o ÚLTIMO
um Estado dentro do outro, sendo Soviético; (volta para um país, sem
uma relação de DOMINIO, e não reconhecimento e sem suporte de
mais de interação (parceria); normas e leis);
OBS: um Estado só pode deixar de Para que existam ACORDOS
fazer parte da sociedade INTERNACIONAIS, precisamos
Internacional, caso deixe de ser um
necessariamente de VONTADE EM Em 1780 surge – jurista inglês
COMUM, dos ESTADOS Jeremias Behtham para diferenciar
participantes que desejam do direito que cuida das relações
interagirem entre si. entre Estados (internacional law) do
Direito nacional (nacional law) e o
A doutrina chama de conduta de
direito municipal (municipal law).
comunidade que pressupõe um
laço espontâneos, subjetivo de O Direito Internacional Privado: é
identidade entre os seus uma norma (normativas Internas
partícipes (familiares, social, LINBD);
cultura, religioso, etc..).
O Instrumento de aplicação do
Comunidades Internacionais: Direito Internacional Público é o
que rege o TRATADO
FMI, OEA, OTAN, OMS,
INTERNACIONAL;
MERCOSUL, TIGRES ASIÁTICOS,
BRINK´S, UNASUL; Já o Instrumento de aplicação do
Direito Internacional Privado é a
Comunidade: interesse entre Lei Interna dos ESTADOS.
ESTADOS;
Posteriormente adicionou-se o
Pergunta Impertinente! termo “público” à expressão para
A Rússia, faz parte da diferenciar do conflict of laws,
Organização Internacional da TPI normas estatais que resolvem
(Tribunal Penal Internacional)? conflitos de leis no espaço em
casos sub judice com conexões
R: Vamos responder no PAC internacionais: direito internacional
privado (LINBD).

Direito Internacional Obs: Quando estamos em uma


Público relação internacional entre
sociedade e individuo;
Ex: quando o Gabriel sai do Brasil e
Direito Internacional Público é capaz
vai para o EUA, o direito Brasileiro
de reger as relações Interestatais e
(protege/acompanha), o Gabriel,
não Internacional;
dando suporte.
Sociedade Internacional, formou-
se em 1648 com Estados, mas,
hoje em dia temos que considerar
outros sujeitos de Direito
Internacionais.
Tais como Sujeitos Clássicos: Estado ou Sujeito de Direito x
Estado ou Sujeito de Direito:
Os Estados (Sujeito de Direito Direito Internacional Público; essa
Internacional), Organismos relação é a partir de 1648.
Internacionais e Blocos
Econômicos com Personalidade Estado x Individuo: Direito Privado
Jurídica Internacional; (regra de conflitos);
Individuo não é sujeito de Direito Esses autores tentaram entender
Internacional, é sujeito de Direito com a evolução de 1648, como que
Internacional de Normas e os nobres uma vez que estado se
Direitos Humanos. separam da igreja católica (sem a
mão de Deus, que atribuía o poder),
se transformam ou de onde vinham
O Primeiro Organismo Internacional, o poder e legitimidade desse nobre
ocorre entre estados transferisses, em se titular PRINCIPE, daquela
no Rio Danúbio, independentes dos gleba, ou Rei daquele reino ou
Estados. soberano (dentro das famílias
nobres)?
PERGUNTA DE PROVA:
Todos os Sujeitos tem Regra de
Conflitos? Esses desdobramentos desses
autores, vão criando linhas
R: Não, somente os Estados. doutrinarias, para compreender e
isso torna-se um problema naquela
Somente o estado tem a relação de
época.
regras de conflitos, já o indivíduo
não interage com o Direito
Internacional.
Anotações, Regra de Conflito: Teoria do Direito
Cada Estado (conjunto), no mundo Internacional
tem uma maneira de criar suas
regras dentro de suas formações
históricas (gerações); A) – Jusnaturalistas:
Estados indivíduo Europeus – (ius  Jus - (significa Direito);
sanguilis), sendo direito de filiação;  Naturalista – (significa
Naturalidade)
Indivíduos Nacionais – (ius Soles),  O direito Natural está
direito de nascimento no território. relacionado a
Racionalidade Humana;
 O pensamento humano é
Dentro do Contesto do Direito o Fator que consegue
Internacional Público, surgem vários identificar as RAZÕES
pensadores do Direito; HUMANAS, como
Ex: Tomás, de Aquino (1225-1274) fundamento do sistema
das relações
Thomas Hobbes (1588-1679) (“O internacionais,
homem é o lobo do próprio limitando o seu direito
homem”). de espaço e estados, na
ausência de uma
Samuel Pufendorf (1633-1694) etc...
entidade supranacional
(Papa);
 Necessidade de substituir
o sistema papal diante da
igualdade e pluralidade alianças militares
jurídica de Estados; aos como o exemplo, da
quais faltavam regras de decisão do Rei da
convivência. Inglaterra em relação
ao Rei Português
regada a vinho do
B) Doutrina Voluntaristas porto para atacar a
(positivistas, subjetivista); Espanha.
 A teoria chama
voluntarista contrapõe,
por que o estado Em contraposição aos
surgiu pelo fator da jusnaturalistas, a teoria
Razão Humana, mas, positivista nega a existência
somente pelo o fato de um direito natural fundado
dos líderes na razão humana e passa a
(desejarem), por afirmar que
vontade dos o ordenamento jurídico
soberanos (vontade do internacional existe apenas
indivíduo). enquanto expressão
 Ex: casamentos, da vontade dos Estados.
sendo uma teoria
subjetivista;
Ainda aqui nessa fase
imperem em um contexto C) Doutrina Não Voluntaristas
tácito (vontade do soberano), (objetivista);
e regimes militares, com
apenas concordância dos  Doutrina não
soberanos; voluntarista (objetiva)
 Para os teóricos
A teoria não voluntarista é um pouco
voluntaristas os
mais estável, pois a vontade dos
soberanos guiam ou
soberanos deveria necessariamente
conduzem os estados
ser expressa em tratado escrita;
conforme a sua
abandonando quaisquer tipos de
própria vontade e
consentimento tácito. Em outras
pode muda-la a
palavras a vontade deveria estar
qualquer tempo
escrita de modo objetivo para
estabelecendo
cumprimento mutuo por todos os
completa
Estados envolvidos.
instabilidade e
insegurança, nas Elaborada nos últimos anos
relações do século XIX a partir das
internacionais. dificuldades encontradas em
justificar a existência do DIP apenas
 A vontade expressa ou nos pressupostos
tácita poderia alterar da vontade e soberania do Estado;
da noite para o dia
A corrente objetivista tem por DENUNCIAR o Tratado, ou seja,
fundamento a obrigatoriedade do retiram-se formalmente através de
DIP a partir da existência instrumentos também ESCRITO,
de princípios e normas superiores manifestando interesse em de se
aos do Ordenamento jurídico desvincular das obrigações
Estatal, uma vez que a sociedade reciprocas do Tratado.
internacional depende de valores
superiores que devem ter Não há necessidade de justificar ou
prevalência aos interesses as razões de deixar de fazer parte
domésticos dos Estados. desse tratado.

Em 1789 Kelsen começa a A obrigatoriedade e


compreender que precisa das a legitimidade do DIP devem ser
Normas Hipotéticas (Princípios); buscadas fora da
simples manifestação da vontade
Essas normas superiores são os dos Estados, e sim, na realidade da
Princípios Reconhecidos por vida internacional e nas normas que
TODOS os Estado no MUNDO e disciplinam e regem as relações
podem ter origem nos Costumes internacionais, que devem ser
Internacional. autônomas e independentes de
qualquer decisão ou vontade
estatal.
Anotações Fora do Tema Obs: Uma obrigatoriedade Dentro
Costumes Internacional: Os da Vontade do Estado, onde o
tratados internacionais tem base Estado possui uma configuração de
nos costumes tendo dois elementos Estado para manter-se dentro da
o primeiro é Prática reiterada (onde legitimidade, ou seja, não se obriga
se repete, se repete), outro a fazer parte, nem nos dias de hoje.
elemento é "opinio juris" (É
necessário, para tanto, que a
prática seja determinada pela CRÍTICA: minimiza a vontade
"opinio juris",  vale dizer, pelo soberana dos Estados, que também
entendimento, pela convicção de tem o seu papel contributivo na
criação das regras de DIP.
que assim se procede por
necessário, correto, justo, e, pois,
D) Pacta Sunt Servanda (teoria
de bom direito.") sendo a validade
objetivista temperada);
daquele ato por sua validade, sendo
 Para os teóricos da
assim estamos diante dos Direito
Pacta Sunt Servanda
Internacional, como também
os tratados devem ser
levantar uma bandeira Branca, onde
escritos, formais e
considerava um (tratado de paz
representar as
simbolicamente);
vontade dos Estados
Da mesma forma que um Tratado que Devem Ser
pode ser ESCRITO e vincular MANTIDA, através do
OBJETIVAMENTE as partes tempo de aplicação do
envolvidas a QUALQUER tratado, ou seja, é a
MOMENTO as partes podem manifestação do
QUERER Duradouro Sobre a soberania: É o limite do
que vincula, a vontade reconhecimento mutuo dos Estados
mutua dos Estados. que estão jus apostos na Sociedade
Internacional, ou seja, estão na
Teoria objetivista iminência da guerra.
temperada: sem que se
deixe totalmente de lado a Fundamento do Direito
manifestação de vontade Internacional
dos Estados, o
fundamento mais correto FONTES:
de aceitação
No plano interno:
da obrigatoriedade e leg
itimidade do DIP se A). MATERIAIS (onde se cria) –
baseia em princípios determinam a elaboração de certa
jurídicos alçados a norma jurídica, do conteúdo (a
um patamar matéria) da norma jurídica, podendo
superior ao desta ter origem em necessidades sociais,
vontade.
econômicas, políticas, morais,
 Quando um Estado
religiosas, etc.
ratifica um Tratado
internacional pela sua B). FORMAIS – (onde se aplica)
própria vontade, deve meio pelo qual as normas jurídicas
cumprir e respeitar o se exteriorizam - são as leis
que foi acordado no devidamente elaboradas via
plano internacional em
processo legislativo: costume,
sinal de boa-fé, sem
se desviar desse analogia, equidade, princípios
propósito, ao menos gerais do direito, reiteradas
que o denuncie. decisões dos tribunais
(jurisprudência), etc. Primárias (CF)
 Pacta sunt servanda: e secundárias (Leis ordinárias).
impõe obrigatoriedade
No plano internacional – não
e respeito ao
pactuado. existe autoridade superior (ONU?).
Obs: A ONU, nada mais é que um
organismo internacional, como
 Princípio consagrado - qualquer outra, ela não tem
art. 26 da Conv. de totalidade dos Estados.
Viena sobre os
Tratados - 1969 A ONU, estabeleceu tratados de
Montevidéu, sendo somente uma
modalidade de união para com os
A partir de 1969, que se consagra a Estados;
convenção de Viena;
SÓ EXISTE uma sociedade no
mundo, que é todos os Organismos,
Blocos Econômicos, Estados, todos
Data: 15/08/23
que interagem dentro dos seus
limites e tenha amplitude na sua
atuação;
Quando a ONU produz uma minuta Obs: Direito Internacional Privado
de Tratado para todos, (alguns NÃO É RAMOS de Direito
Estados aderem e outros Estados Internacional Público;
não aderem), ela tem o direito de
criar as leis e normas, sendo um
sujeito internacional. Correção do Exercício do
Direito Internacional

CIJ – Corte Internacional de 1) Antes de se chamar “Direito


Justiça Internacional Público”, a
disciplina que estuda as
Corte de Haia / Tribunal relações entre os Estados e
Internacional de Justiça outros sujeitos com
Precede a Corte Permanente de personalidade jurídica
Justiça Internacional (1922) Internacional chamava-se
apenas: “Direito
Órgão judiciário da ONU – 15 juízes Internacional”. Porque o
adjetivo “Público” foi
Instituído pelo artigo 92 da Carta da
adicionado ao nome da
ONU, em 1945
disciplina Direito
Obs: Uma corte instituída em 1922 Internacional? (respostas
– é a sede de HAIA, os seus corretas em amarelo)
primórdios em 1922 eram
conhecidos por CORTE
PERMANENTE DE JUSTIÇA; a) Para uniformizar o seu nome
em relações às denominações
Posteriormente após a 1°guerra que
em outros idiomas;
termina com o tratado de Paris de
1929, a partir dai cria-se uma corte b) Para diferenciá-la da
internacional, para poder resolver os disciplina Direito Internacional
conflitos de guerra, (entendia-se Privado, que se tornou
que não teria mais guerras), os autônoma;
Estados vencedores dos conflitos
criaram um órgão com jurisdição c) Para enfatizar a sua natureza
ao redor do mundo sendo criando estatal, visto que regula as
antão, a corte de HAIA (para relações internacionais;
resolver os conflitos entre eles), d) Para destacar seu objeto, os
porém, não entraram em consenso, direitos dos povos na
por ter caído por terra com a 2° comunidade internacional.
guerra mundial 1939, resolve então
um órgão que substitui essa corte, 2) A propósito da
conhecida como ONU. personalidade jurídica do
Estado e das organizações
internacionais, na percepção
Data: 18/08/23 da doutrina, especialmente em
Francisco Rezek, podese
afirmar que:
a) a personalidade jurídica do ingovernabilidade sistêmica e de
Estado é originária e a legitimidade ameaçada pelo
personalidade jurídica das movimento de globalização; não
organizações internacionais é se lhes aplicam referenciais
derivada. convencionais, e
consequentemente não se
Obs: onde o Estado deriva
vislumbram personalidades
para ela, a personalidade
jurídicas distintas.
originária, sendo criada e
acaba atuando sozinha, tendo e) o direito das gentes não
o reconhecimento dos demais identifica a personalidade
Estados; jurídica das organizações
internacionais, dado que
b) porque o Estado tem
aplicado, especialmente, aos
precedência histórica, sua
Estados, que detém natureza
personalidade jurídica é
jurídica definida por elementos
derivada; e porque as
de Direito Público.
organizações resultam de uma
elaboração jurídica resultante da
vontade de alguns Estados, sua
3) Considerando que o texto a
personalidade jurídica é
seguir transcrito tem caráter
originária.
unicamente motivador, avalie
c) a personalidade jurídica do os seguintes itens e indique a
Estado fundamenta-se em opção correta. "(...) a grande
concepções clássicas de Direito nota característica do Direito
Público, formatando-se como Internacional Público, na
realidade jurídica e política; a atualidade, é sua enorme
personalidade jurídica das expansão, tanto no referente à
organizações internacionais extensão de assuntos sob seu
centra-se na atuação de império (a mencionada
indivíduos e de empresas, que globalização horizontal),
lhes conferem personalidade quanto a seu vigor em direção
normativa, assumindo feições a maior eficácia (uma das
públicas e privadas. consequências da citada
globalização vertical). Nesse
d) a personalidade jurídica do
particular, digno de nota, em
Estado é definida por seus
comparação com os séculos
elementos normativos internos,
anteriores, é a extraordinária
aceitos na ordem internacional
multiplicação de suas fontes:
por tratados constitutivos de
o DIREITO INTERNACIONAL
relações nas esferas públicas e
PROFº: ELTON DIEGO STOLF
privadas; a personalidade
DIREITO – 6ª FASE - matutino -
jurídica das organizações
15/08/2023 2 de 3 crescimento
internacionais decorre da
exponencial de tratados
fragmentação conceitual do
multilaterais, sobre os mais
Estado contemporâneo,
variados temas, a proliferação
decorrência direta de crises de
de organizações
intergovernamentais, com III. As organizações
seus poderes normativos internacionais exprimem vontade
próprios, e, no campo própria - distinta da de seus
doutrinário, a emergência de Estados membros - ao agir nos
obras coletivas, reunidas por domínios em que desenvolve
um editor de talento ou sob a sua ação. Tal se dá tanto nas
égide de organizações relações com seus membros,
científicas nacionais ou quanto no relacionamento com
internacionais, onde temas outros sujeitos do direito
tópicos são versados com a internacional; (Está correta)
mais alta competência e
IV. Pode-se mencionar como
especialidade. Para completar
exemplos de tribunais
o rol das fontes do Direito
internacionais: a Corte
Internacional Público, neste
Internacional de Justiça (sede na
início do século XXI, têm
Haia), a Corte Interamericana de
crescido em número e
Direitos Humanos (San José da
importância as decisões de
Costa Rica), o Tribunal
tribunais internacionais, fato
Internacional do Direito do Mar
que confere à jurisprudência
(Hamburgo), o Tribunal Penal
um papel da mais alta
Internacional (Haia) e a Corte
relevância, como forma de
Constitucional Italiana (Roma);
revelação das normas desse
(Está falsa)
Direito, sem ter a
possibilidade de descobrir V. A doutrina, meio auxiliar para
qualquer paralelismo, com tal a determinação das regras de
vigor, nos tempos passados Direito Internacional Público, tem
da história das relações como funções fornecer a prova
internacionais." (in SOARES, do conteúdo do direito e influir
Guido Fernando Silva.Curso no seu desenvolvimento. (Está
de Direito Internacional Correta)
Público.v. 1. São Paulo: Atlas,
2002, p. 34). a) Todos os itens estão corretos.

I. No momento atual, o Direito b) Apenas os itens I, II e III estão


Internacional Público ainda não corretos.
dispõe de meios efetivos de c) Apenas os itens II, III e V
sanção; (É Falsa) estão corretos.
II. A ausência de um Poder d) Apenas o item IV está
Legislativo universal, bem assim incorreto.
de um Judiciário internacional
com jurisdição compulsória, são e) Apenas os itens I e III estão
alguns dos argumentos incorretos.
utilizados pelos negadores do Obs: A questão (pergunta
direito internacional para falar da formulada), está INCORRETA
ausência de caráter jurídico do (tendo que analisar em que
direito das gentes; (Está correta) meios foram aplicados e
sanções com impedimentos, 5) No âmbito de direito
caso o Estado esteja dentro internacional, a soberania,
desse tratado internacional. importante característica do
Portanto, efetivamente podemos palco internacional, significa a
ter sanções dentro dos tratados? possibilidade de:
R: Sim!!!! Temos meios a) igualdade entre os países,
EFETIVOS, por base dos independentemente de sua
tratados dos Estados dimensão ou importância
participantes; econômica internacional;
4) A Corte Internacional de b) Um Estado impor-se sobre
Justiça é o órgão judiciário outro;
das Nações Unidas que tem
c) a Organização das Nações
por objetivo resolver
Unidas dominar a legislação dos
judicialmente as querelas
Estados participantes;
levadas à sua jurisdição pelos
países membros do seu d) Celebração de tratados sobre
tratado instituidor. Qual das direitos humanos com o
alternativas listadas abaixo consentimento do Tribunal Penal
não apresenta características Permanente.
da Corte:
6) Assinale a opção correta
a) É o braço judiciário da ONU acerca das organizações
atualmente; internacionais. Duas questões
corretas;
b) A sede da Corte fica em Nova
York, nos EUA; a) Podem ser membros dessas
organizações apenas Estados.
c) Julga litígios entre Estados
(competência contenciosa) e b) Suas imunidades de jurisdição
responde a consultas que lhe e execução têm base no direito
são formuladas (competência costumeiro.
consultiva);
c) Sua capacidade para celebrar
d) Quando integrava a estrutura tratados é inerente a sua
da liga das nações, chamava-se personalidade no direito
“Corte Permanente de DIREITO internacional.
INTERNACIONAL PROFº:
ELTON DIEGO STOLF DIREITO d) Não podem ser
– 6ª FASE - matutino - responsabilizadas diretamente
15/08/2023 3 de 3 Justiça por seus atos.
Internacional” e) Estados que não sejam
e) Alguns dos temas mais membros de determinada
frequentes são as questões organização internacional podem
territoriais e conflitos de opor-se à personalidade
fronteiras. internacional dessa organização.
2ª parte – questões subjetivas
1) Discorra a respeito da Comunidade Internacional:
importância e as São Blocos Econômicos com
consequências da realização interesse entre os ESTADOS;
dos Tratados estabelecidos
em Westfália em 1648 para a
configuração do Direito 3) Explique cada uma das
internacional público atual. teorias que tentam explicar a
legitimidade e obrigatoriedade
R:1648 é o ano crucial, onde
dos soberanos em relação ao
tem a formação do ano moderno
Estado moderno após a
e Sociedade Internacional, onde
Guerra dos 30 anos e qual
ocorre o Princípio da Igualdade e
teoria se aplica até os dias de
a Criação do Direito Público.
hoje.
Antes de 1648 tínhamos a Igreja
R: Pacta sum servanda (dos
Católica (período espiritual)
dias de hoje) boa-fé (vontade
como ponte de Direito
coletiva, em comum acordo), de
Internacional, onde o PAPA, era
manter as relações entre os
a figura de leis, e após 1648, já
Estados perpetuando esses
NÃO temos mais a influência
acordos, para se manterem
dominadora da Igreja, passando
vinculados, para o equilíbrio da
ser mais administrado pelo os
convivência da Sociedade
governantes (Período Temporal
Internacional;
= Administração de Governo);
tornando completamente 1° Teoria Jusnaturalista: que
independentes entre si, explica tudo pela a ração, pela a
independente do seu tamanho sequência lógica pela a natureza
geográfico e seu poderio militar; humana;
Ocorrendo 4 Consequências: 2° Teoria voluntarista: tudo sobre
a vontade do soberano;
1°Surgimento Formal do Direito
Internacional, 3° Teoria NÃO voluntarista; tendo
os tratados expresso e escritos; a
2° Estado Moderno;
vontade deveria estar escrita de
3° Princípio da Igualdade; modo objetivo para cumprimento
mutuo por todos os Estados
4° Criação da Sociedade
envolvidos.
Internacional
4° Teoria Objetivistas Temperada:
Pacta Sunt Servanda (teoria
2) Qual a diferença entre objetivista temperada);
sociedade internacional e
 Para os teóricos da
comunidade internacional? Dê
Pacta Sunt Servanda
exemplos.
os tratados devem ser
R: Sociedade Internacional: escritos, formais e
São todos os Estados (conjunto representar as
único); vontade dos Estados
que Devem Ser Fundamento do Direito
MANTIDA, através do Internacional
tempo de aplicação do
tratado, ou seja, é a
manifestação do FONTES:
QUERER Duradouro
que vincula, a vontade No plano internacional: art. 38 do
mutua dos Estados. Estatuto da Corte Internacional de
Justiça é universalmente aceito
Teoria objetivista como sendo a enumeração mais
temperada: sem que se autorizada das fontes do DIP:
deixe totalmente de lado a
manifestação de vontade Obs: este estatuto faz a regência
dos Estados, o da Corte ao Redor do Mundo;
fundamento mais correto
O art. 38 É UM MODELO da Corte
de aceitação
Internacional de Justiça e é
da obrigatoriedade e leg
itimidade do DIP se importante porque serve de
baseia em princípios PARÂMETRO, para que TODOS
jurídicos alçados a OS ESTADOS DO MUNDO,
um patamar possam identificar as FONTES do
superior ao desta DIP (Direito Internacional Público);
vontade. Porque não existe uma autoridade
 Quando um Estado superior que dite as regras ou
ratifica um Tratado fontes do Direito Internacional
internacional pela sua Público;
própria vontade, deve
cumprir e respeitar o Atenção: Esse art. é utilizado
que foi acordado no somente para (GUIAR e resolver)
plano internacional em casos submetidos aos
sinal de boa-fé, sem problemas/conflitos internos, sendo
se desviar desse elas 4 questões de A à D, NÃO
propósito, ao menos TENDO NENHUMA HIERARQUIA
que o denuncie. ENTRES AS 4 OPÇÕES;
 Pacta sunt servanda: Ex: aplicação do Art. 38: Existe
impõe obrigatoriedade um tratado INTERNACIONAL entre
e respeito ao dois países A e B;
pactuado.
Conceitos de Costumes
Internacional: É a pratica de um
ATO com AMPLITUDE
INTERNACIONAL, de modo
reiterado e mutuamente conhecido.
Possui dois ELEMENTOS:
Data: 22/08/23
1° Repetição no tempo;
2° Opinio Iuris – ou seja,
reconhecimento mutuo de validade
Obs: Aqui há uma diferença no texto
jurídica do ATO como DIREITO;
(que é considerado errado), pelo o
As fontes identificadas no Art. 38, do fato de Nação não ser considerado
ECIJ (Estatuto da Corte elemento de formação de ESTADO
Internacional de Justiça), não são mas, somente (POVO).
hierarquizadas, ou seja, NÃO
DEVEM ser aplicadas uma em
detrimento da outra.

ATENÇÃO: A letra D do art. 38


NÃO É FONTE DO DIREITO
“1. A Corte, cuja função é decidir de INTERNACIONAL, tem partes da
acordo com o Direito Internacional doutrina que vai chamar a letra (D)
as controvérsias que lhe forem como fonte segundaria ou sub
submetidas, aplicará: judiciárias, sendo elas somente
a) as convenções internacionais, MEIO AUXILIAR, para identificar as
(Acordos internacionais entre os fontes.
sujeitos), quer gerais, quer
especiais, que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos FONTES:
Estados litigantes;
A letra “d)” trata dos meios
b) o  costume internacional, como auxiliares para determinar
prova de uma prática geral aceita (interpretar) regras de DIP:
como sendo o direito; “decisões judiciárias e a doutrina
dos publicistas:
c) os princípios gerais de direito
reconhecidos pelas nações
civilizadas;
6 teriorias:
d) sob ressalva da disposição ao
Letra D Meios auxiliares: onde tem
art. 59, as decisões judiciárias e a
Decisões Judiciários; onde pode ter
doutrina dos publicistas mais
decisão que gera efeitos as partes
qualificados das diferentes nações,
ou a terceiro;
como meio auxiliar para a
determinação das regras de direito”. 1. Decisões internacionais
(não Jurisprudência
internacional)
Atenção sobre essa questão da
proferidas pelos tribunais
LETRA (D) - d) sob ressalva da
internacionais → não são fonte
disposição ao art. 59, as decisões
primária, mas favorecem o costume e a
judiciárias e a doutrina dos
criação de regras por via de tratados
publicistas mais qualificados das
diferentes nações, como meio → são decisões
auxiliar para a determinação das
1. da própria corte internacional de
regras de direito”.
justiça e
2. Dos demais tribunais internacionais → podem ser auxiliares nas fontes

→ os países aceitam a jurisdição da → são alguns exemplos?


corte. Os estados devem se conformar
a) Resoluções da Assembleia da ONU
com essa decisão,
b) Decisões do FMI
→ as decisões são obrigatórias apenas
para os litigantes. c) diretrizes da UE

d) normativas do Mercosul.
2. Doutrina dos publicistas
a) os trabalhos intelectuais dos 5. Analogia e equidade
autores mais qualificados de direito
internacional e → A analogia pode ser usada com meio
auxiliar para as fontes do DIP

→ a analogia é a aplicação de uma


b) b) o CDI (comissão de direito norma jurídica que foi feita para ser
internacional) criada pela ONU. c) aplicada em um caso semelhante
institutos especializados em
pesquisa de direito internacional d) → a equidade é quando a norma
trabalhos preparatórios e relatórios jurídica não existe, ou quando existe
explicativos a convenções mas não é capaz de solucionar o caso
internacionais. concreto

6. Soft-law e obrigações erga


omnes
3. Atos unilaterais dos
→ norma branda, leve
Estados
→ são manifestações que não possuem →declarações universais
vínculo com um tratado ou com o → normas não imperativas
costume
→ não tem obrigatoriedade de
→ silêncio, reconhecimento, protesto, aplicação interna
renúncia
→ se trata de um compromisso
→ o art. 38 não menciona, mas não internacional sem qualquer obrigação
pode se negar que produzem jurídica
consequências jurídicas, pois criam
obrigações internacionais para os 6.1. Obrigações erga omnes
estados que os proclamam ex; França → todas as regras do DI de conteúdo
fazendo testes nucleares perto da costumeiro, integram as obrigações
austrália. Atos unilaterais sobre erga omnes.
situações jurídicas de fato são capazes
de criar obrigações legais, cumprindo-a Personalidade jurídica → a
de boa-fé; personalidade jurídica do estado é
originária
4. Decisões das Organizações
Internacionais → já a personalidade jurídica das
organizações internacionais é derivada
→ também tem decisões
→ As organizações internacionais usar a expressão
exprimem vontade distinta da de seus jurisprudência, pelo o fato de
membros ser muito difícil as duas
partem terem as mesmas
decisões;
7. FONTES:
12. 2) Também se aceita que a
8. - Decisões judiciais: são as expressão abrange as
reiteradas e constantes decisões de outros Tribunais
interpretações uniformes internacionais, como o
da regra jurídica Tribunal regional de direitos
internacional pelo Poder humanos, Corte de direito
Judiciário sobre um penal.
determinado assunto, dando
a casos idênticos futuros
sempre a mesma solução. FONTES:
Não é fonte, mas favorece o
costume e a criação de - Doutrina dos publicistas:
futuras regras por via de Não se refere apenas aos autores
tratados. “mais qualificados” de “Direito
9. 1) Entende-se pela internacional público”, mas também
expressão “decisões a outras entidades, tais como :
judiciárias” as decisões da - CDI – Comissão de Direito
própria Corte Internacional de internacional criada pela ONU;
Justiça (https://legal.un.org/ilc/) (verificando
10. Art. 94, p. 1 – Carta da ONU nomundo interiro as normas
– segundo o qual cada jurisdicas, sendo usados no mundo
membro “se compromete a inteiro),
conformar-se com a decisão Ex: Brasil e Venezuela, desejam
da Corte internacional de criar um tratado internacional, para
Justiça em qualquer caso em criar uma área de exploração de
que for parte” (Tendo em “pré-sal”, exploração dos direitos do
meios auxiliares), onde os petróleo,
estados devem se
conformar-se conforme o Onde criam-se um grupo de
artigo aceitando assim, a estudiosos (comissão), que possam
decisão da corte). verificar sobre as normas, costumes
e regras, para depois poder propor
11. Art. 59 do Estatuto da Corte esses artigo, em cada congresso de
– segundo o qual as decisões seus países (entre os dois Estados,
do tribunal só serão tendo a nota final bilingue), para
obrigatórias “para as partes analisar esses impactos, para
litigantes e a respeito do caso verificar se vai ser colocado em
em questão”. (esses itens pratica essas normas e costumes
vincula os dois lados entre o pacto do Tratado;
litigantes, onde não podemos
(https://nacoesunidas.org/acao/
direito-internacional/)
FONTES:
- Institutos especializados em
- Decisões das Organizações
pesquisa de Direito internacional;
Internacionais
(https://www.ili.org/)
Também não constam no artigo 38
- Trabalhos preparatórios ou
do ECIJ, que começou a ser
relatórios explicativos a convenções
redigido na década de 1920.
internacionais. (sendo meios
auxiliares); Colocação das OI’s em paridade
com os Estados, clássicos sujeitos
no plano internacional:
Fundamento do Direito
- Resoluções da Assembleia-
Internacional
Geral da ONU;
- Decisões do FMI;
FONTES:
- Diretrizes da UE;
- Atos unilaterais dos
- Normativas do Mercosul.
Estados
Obs: As organizações internacionais
São manifestações que não
também tem processos decisórios
possuem vínculo com um tratado ou
internamente;
com o costume: silêncio,
notificação, reconhecimento, Esses processos podem serem
protesto, renúncia. utilizados como meios auxiliares,
para as FONTES;
O art. 38 do ECIJ não faz menção,
mas não se pode negar que A doutrina também traz diretrizes
produzem consequências jurídicas para esses organismos
pois criam obrigações internacionais internacionais;
para os Estados que os proclamam.
A (ATA) da reunião são chamadas
Ex.: sentença da CIJ de 20/12/1974 de PROTOCOLOS, onde geram
sobre “Nuclear Tests Case” entre efeitos para todos os membros do
Austrália e França – atos unilaterais bloco;
sobre situações jurídicas de fato são
capazes de criar obrigações legais, - EX: Resoluções da
cumprindo-o de boa-fé (pacta sunt Assembleia-Geral da ONU;
servanda). - Decisões do FMI;
https://scholar.smu.edu/cgi/ - Diretrizes da UE;
viewcontent.cgi?
article=4088&context=til - Normativas do Mercosul.

https://www.icj-cij.org/en/case/59 OBS: DIRETRIZES SENDO


MEIOS AUXILIARES;
possui sanção imediata,
surge no âmbito do direito
FONTES:
internacional do meio
- Analogia e equidade ambiente, com a “Agenda
21”, que prevê programa de
Não há menção no art. 38. ação para os Estados a
A analogia: consiste na “convencer” tais Estados a
aplicação a determinada tomarem certas
situação de fato de uma medidas/condutas para
norma jurídica feita para ser melhoria do DIP. Ex.
aplicada a um caso parecido Declarações, acordos não
ou semelhante. vinculantes, atas de reuniões
internacionais, etc.
Pode ser utilizada como meio
auxiliar; Soft-law: (conceito brando /
leve), esta norma também
Pode ser utilizada para pode ser utilizada de maneira
encontrar soluções eficientes auxiliar;
ao problema da falta de
norma jurídica Onde não tem
regulamentadora a OBRIGATORIEDADE de
determinado caso em aplicação de normas
específico internas, sem obrigação
jurídica entre os ESTADOS;
Analogia quando tem
normas; https://cetesb.sp.gov.br/
proclima/wp-content/
A equidade: ocorre nos uploads/sites/36/2013/12/
casos em que a norma declaracao_rio_ma.pdf
jurídica não existe ou nos
casos em que ela existe, mas Obrigações erga omnes –
não é capaz para solucionar (para todos) todas as regras
o caso concreto sub judice e do direito internacional geral,
visa suprir a inutilidade da de conteúdo costumeiro,
norma existente. (aplicação integram o núcleo das
de princípios). obrigações erga omnes.
(levantar a bandeira branca,
Os estado podem utilizar a significa paz);
equidade quando não tem
normas; São deveres impostos a
todos e que visam assegurar
os valores fundamentais da
FONTES: sociedade internacional.

- Soft-law e obrigações erga Ex. 1) Direito de passagem


omnes inocente de navios
mercantes.
Soft-law – (direito plástico,
flexível, maleável) – São
normas não-imperativas, não
2) Respeitar o direito à derivadas, é
autodeterminação dos povos COMPLETAMENTE
(artigo 1.2 da Carta da ONU). DISTINTA das dos seus
membros;
3) caso Barcelona Traction
(CIJ, 1972) – todos os
Estados podem ser
considerados como tendo um
interesse jurídico em que UNIDADE I - TEORIA DO DIREITO
esses direitos sejam INTERNACIONAL
protegidos.
Sujeitos do Direito
Internacional x Atores
UNIDADE I - TEORIA DO DIREITO internacionais
INTERNACIONAL
Sujeitos do Direito
Personalidade jurídica Internacional (formais)
internacional
 Personalidade jurídica
É uma qualidade atribuída pela internacional

norma jurídica internacional aos
sujeitos de Direito Internacional  Sujeito clássico: o
público, que confere aos Estados e Estado / Organizações
Organizações internacionais / Blocos
internacionais intergovernamentais  econômicos regionais 

o poder de celebrar tratados –
formação e institucionalização do  Cidade do
Direito Internacional público (direitos Vaticano/Santa Sé
e deveres). Pode ser: (dependendo da doutrina)
– monarquia absoluta - Pio
XI/Mussolini 0,44km2
Originária: Estados

Derivada: Organizações
Atores do Direito
internacionais (personalidade
Internacional (não formais):
distinta da dos seus membros)
Empresas transnacionais
Obs: A personalidade jurídica dos ONGs
Estados, temos originariamente a Cruz Vermelha
personalidade, para cravar e a Pessoas naturais
capacidade de produz o direito Mídia Global
internacional, e estabelecer
relações entre os sujeitos;
UNIDADE I - TEORIA DO DIREITO
INTERNACIONAL
ATENÇÃO: A personalidade Sujeitos do Direito
jurídica internacional e dos Internacional x Atores
blocos econômicos em vias internacionais
e possuem atividades com alcance
OBS: Os autores não possuem internacional. Ex.: Greenpeace.
personalidade jurídica internacional;
Cruz Vermelha – é um tipo de ONG
Sujeitos: São aqueles aos quais as criada com base no ordenamento
normas de direito internacional se interno da Suíça (Henri Dunant,
destinam, seus tutelados, 1863), com função de assistência
detentores de Personalidade médica transfronteiriço aos feridos
jurídica internacional de
guerra. http://www.cruzvermelha.org
Por excelência é o Estado, .br/ 
destinatário principal, mas,
atualmente, não o único. Basta OBS: A Cruz Vermelha é de
ser detentor de direitos e obrigações natureza jurídica hibrida. (porque
para ser considerado sujeito no ela surge através de uma
plano internacional:  declaração de um ESTADO, sendo
a Suíça;
Outros:  Os demais estados reconhecem a
Blocos regionais (UE, Mercosul),  existência da cruz vermelha, sendo
Organizações criado uma associação dentro e por
internacionais (OMC, FMI, OCDE, base do direito civil do seu estado
Otan); tornando-se pública e privada ao
mesmo tempo;
Pessoas naturais? (CIDH -
Comissão Interamericana de Pessoas naturais – (sujeito ou
Direitos Humanos e TPI). ator?) para muitos autores a pessoa
Brics? humana, o indivíduo, também é
considerado sujeito de direito
Santa Sé – Criada em 1929 internacional, em dois aspectos
pelo tratado de Latrão entre o rei da principais:
Itália e o Vaticano, que reconheceu
a personalidade jurídica
internacional da Santa Sé e - Imputabilidade ao indivíduo de
jurisdição soberana na cidade do fatos ou atos ilícitos internacionais.
Vaticano. Ex. holocausto

Atores: São aqueles que participam - Direito ao acesso a contenciosos


das relações jurídicas e políticas internacionais na hipótese de
internacionais. Possuem certos violação a direitos fundamentais.
poderes para atos específicos Declaração Universal dos direitos
do homem.
Empresas transnacionais –
Empresas multinacionais que
exercem poder econômico em A relação entre Direito interno e
nível internacional, firmam contratos Direito Internacional
e impõem medidas comerciais.
Preliminarmente: a relação entre o
ONG’s – criadas por pessoas Direito Interno e o Direito
físicas ou jurídicas com base no Internacional. Conflito.
direito interno dos Estados
Coexistem duas ordens jurídicas MIRANDA, Jorge. Curso de
distintas: a interna e a internacional, direito internacional
ambas ordens: válidas, eficazes e público: uma visão
exigíveis. sistemática do direito
internacional dos nossos
Pergunta: O que fazer em caso de dias. 4. ed. Rio de Janeiro:
que uma situação demande duas
Forense, 2009
condutas conflitantes?
NASCIMENTO E SILVA,
Hierarquia das normas determina Geraldo Eulálio do; ACCIOLY,
a regra a ser aplicável. Hildebrando,; CASELLA,
Paulo Borba. Manual de
Compatibilidade das normas é
direito internacional
imprescindível, mas a doutrina
público. 15. ed., rev. e atual.
publicista se dividiu entre
os monistas e dualistas. São Paulo: Livraria Saraiva,
2002.

CODIFICAÇÃO DO DIP REZEK, Francisco. Direito


Internacional Público. São
1. Propósito da codificação Paulo: Saraiva, 2002.
2. A regra da Carta da ONU
3. Tentativas de codificação do Perguntas sem nota:
DIP
4. Estado atual da codificação 1). Explique a diferença entre
sujeitos e atores internacionais;
Convenção de Viena de 1969 Dê exemplos:
– Tratado sobre Tratados –
Lei 9.030/2009 R: Em Direito Internacional Público,
sujeitos internacionais são
http://www.planalto.gov.br/
aqueles que possuem
ccivil_03/_ato2007- personalidade jurídica internacional
2010/2009/decreto/ e, portanto, são capazes de adquirir
d7030.htm direitos e obrigações no plano
Bibliografia do material: internacional. Os Estados são o
principal exemplo de sujeitos
FERRAJOLI, Luigi. A internacionais, tendo em vista que
Soberania no Mundo possuem soberania e
Moderno. São Paulo: Martins independência política. As
Fontes, 2002. organizações internacionais
também são sujeitos internacionais,
MAZZUOLI, Valerio de mas sua personalidade jurídica é
Oliveira. Curso de direito derivada dos Estados que as
internacional público. 5. ed. compõem.
rev., atual. e ampl. São
Paulo: Revista dos Tribunais, Por outro lado, os atores
2011. internacionais são pessoas ou
entidades que participam das
relações internacionais, mas não
possuem personalidade jurídica Corte deve aplicar para decidir as
internacional. Alguns exemplos de controvérsias submetidas a ela .
atores internacionais incluem
empresas multinacionais, grupos de De acordo com o artigo, as fontes
pressão, organizações não do DIP são:
governamentais (ONGs), indivíduos
e até mesmo grupos terroristas. as convenções internacionais, os
costumes internacionais e os
princípios gerais do direito
reconhecidos pelas nações
2). Explique porque a CIJ (corte civilizadas. A doutrina e a
Internacional de Justiça), jurisprudência são meios auxiliares,
considera não existir hierarquia não constituindo fontes em sentido
entre as fontes do DIP (direito técnico .
Inter) indicadas no art. 38 do seu
estatuto; O artigo 38 é um rol exemplificativo,
ou seja, não é uma lista fechada ou
R: A Corte Internacional de Justiça taxativa. Há outras fontes do DIP
(CIJ) considera que não existe além das mencionadas no artigo .
hierarquia entre as fontes do Direito Além disso, não há hierarquia entre
Internacional Privado (DIP) as fontes, ou seja, o artigo 38 não
indicadas no artigo 38 do seu estabelece uma ordem sucessória
estatuto. O artigo 38 do estatuto da ou hierárquica entre elas.
CIJ estabelece que as fontes do DIP
são as convenções internacionais,
os costumes internacionais e os
princípios gerais do direito. A
doutrina e a jurisprudência são Daqui para baixa é material da
meios auxiliares, não constituindo próxima aula:
fontes em sentido técnico. O artigo
38 não traz uma ordem sucessória Data: 25/08/23
ou hierárquica. Dessa forma, um
costume internacional pode
derrogar tratado, bem como tratado Noções introdutórias
podem derrogar costume.

1) Explique detalhadamente a
3). Porque o art. 38 é tido como formação histórica do Estado
Parâmetro de identificação das Moderno e as consequências da
fontes do Direito internacional Paz de Vestfália ao Direito
Público (DIP)? Internacional.

R: O artigo 38 do Estatuto da Corte R: A formação histórica do Estado


Internacional de Justiça (CIJ) é Moderno é um tema complexo e
considerado um parâmetro de extenso, que envolve diversos
identificação das fontes do fatores políticos, sociais e
Direito Internacional Público (DIP) econômicos. Em linhas gerais, o
porque estabelece as fontes que a Estado Moderno surgiu na Europa
Ocidental no final da Idade Média e
início da Idade Moderna, como uma R: A legitimidade e a
resposta à crise do sistema feudal e obrigatoriedade dos soberanos dos
à centralização do poder nas mãos Estados plurais e laicos são temas
dos monarcas. complexos e polêmicos que têm
sido objeto de estudo em diversas
A Paz de Vestfália, assinada em áreas do conhecimento, como em
1648, foi um marco importante na Teoria Geral do Direito, em Ciência
história das Relações Política, em Sociologia Jurídica e
Internacionais. Ela pôs fim à Guerra em Filosofia do Direito. Diversos
dos Trinta Anos, que devastou a estudiosos têm abordado o assunto
Europa no século XVII, e sob diferentes enfoques, como Max
estabeleceu as bases para o Weber, Hans Kelsen e Jürgen
sistema internacional de Estados Habermas .
soberanos que conhecemos hoje. A
Paz de Vestfália reconheceu a De acordo com Weber, a
independência e a soberania dos legitimidade do poder é baseada na
Estados, estabelecendo o princípio crença dos governados na
do uti possidetis juris (ou seja, o legalidade das normas e na
direito de cada Estado de manter o competência dos governantes .
território que controlava), e instituiu Kelsen, por sua vez, defende que a
a diplomacia moderna como forma legitimidade do poder é baseada na
de solução pacífica de conflitos validade da Constituição e das leis .
entre Estados. Já Habermas argumenta que a
legitimidade do poder é baseada no
As consequências da Paz de diálogo entre os cidadãos e os
Vestfália para o Direito Internacional governantes.
foram profundas. Ela inaugurou uma
nova era nas relações entre os No contexto de Estados plurais e
Estados, baseada no respeito à laicos, a legitimidade e a
soberania e à independência de obrigatoriedade dos soberanos são
cada um. Além disso, ela justificadas pela necessidade de
estabeleceu as bases para o garantir a convivência pacífica entre
desenvolvimento do Direito diferentes grupos sociais e
Internacional moderno, que se religiosos . A obrigatoriedade dos
baseia em tratados e acordos soberanos em um Estado laico se
internacionais entre os Estados. A justifica pela necessidade de
Paz de Vestfália também contribuiu garantir a igualdade de tratamento
para o surgimento do conceito de entre os diferentes grupos religiosos
Estado-nação, que se tornou a e pela necessidade de proteger os
forma dominante de organização direitos fundamentais dos cidadãos .
política no mundo moderno.

3) Qual a diferença entre


2) Explique as teorias que sociedade e comunidade
justificam ou tentam justificar a internacional? Explique e dê
legitimidade e a obrigatoriedade exemplos.
aos soberanos dos Estados
plurais e laicos. R: A sociedade internacional é um
termo usado para descrever a
interação entre estados soberanos e R: A sociedade internacional possui
outras entidades internacionais. Ela diversas fontes para a elaboração
é caracterizada pela existência de de normas internacionais. De
normas, regras e instituições que acordo com o Direito Internacional
regem as relações entre essas Público, as fontes formais do direito
entidades . Por exemplo, a internacional público são: tratados
Organização das Nações Unidas internacionais, costume
(ONU) é uma instituição que faz internacional, princípios gerais
parte da sociedade internacional. do direito, jurisprudência e
doutrina .
Por outro lado, uma comunidade
internacional é um termo mais Os tratados internacionais são
amplo que se refere a um grupo de acordos formais entre dois ou mais
pessoas ou entidades que países que estabelecem obrigações
compartilham interesses comuns legais mútuas. O costume
em nível internacional. Isso pode internacional é uma prática
incluir estados, organizações geralmente aceita como sendo o
internacionais, empresas direito. Os princípios gerais do
multinacionais e indivíduos . Por direito são princípios jurídicos que
exemplo, a comunidade são comuns a muitos sistemas
internacional pode se unir para jurídicos nacionais. A jurisprudência
combater a mudança climática ou é a interpretação da lei por tribunais
promover os direitos humanos. internacionais e nacionais. A
doutrina é a opinião de especialistas
A principal diferença entre em direito internacional público .
sociedade e comunidade
internacional é que a primeira se Essas fontes podem ser usadas
concentra nas relações entre para criar normas internacionais que
estados soberanos e outras regem questões como comércio,
entidades internacionais, enquanto direitos humanos, meio ambiente e
a segunda se concentra em conflitos armados.
interesses comuns compartilhados
por pessoas e entidades em nível
internacional.
2) Explique com base na doutrina
a diferença entre sujeitos
internacionais e atores
internacionais, atribuindo
exemplos.
Direito Internacional:
R: A doutrina do Direito
Internacional Público (DIP) define
sujeitos internacionais como
entidades que possuem capacidade
de exercer direitos e obrigações no
1) A sociedade internacional âmbito internacional. Os sujeitos
possui quais fontes para a internacionais são os Estados, as
elaboração de normas organizações internacionais e, em
internacionais? Explique! alguns casos, os indivíduos .
Por outro lado, atores A nacionalidade, por outro lado, é a
internacionais são entidades que condição de pertencer a uma nação
exercem influência no cenário ou grupo étnico. Embora esses
internacional, mas não termos sejam frequentemente
necessariamente possuem usados de forma intercambiável,
capacidade de exercer direitos e eles têm significados distintos. Uma
obrigações no âmbito internacional. pessoa pode ter várias
Os atores internacionais incluem nacionalidades, mas só pode ser
empresas multinacionais, cidadã de um Estado .
organizações não governamentais,
grupos terroristas, entre outros .

Um exemplo de sujeito internacional 4)  Existe Estado sem nação? E


é o Brasil, que é um Estado nação sem Estado? Dê exemplos.
soberano e membro da
Organização das Nações Unidas R: Sim, existem Estados sem nação
(ONU). Já um exemplo de ator e nações sem Estado.
internacional é a organização não
governamental Médicos Sem Nações são grupos de pessoas que
Fronteiras, que presta assistência compartilham uma identidade
médica em áreas de conflito armado cultural, enquanto Estados são
e desastres naturais em todo o entidades políticas que possuem
mundo . soberania sobre um território
delimitado.

Alguns exemplos de nações sem


3) Qual a diferença entre Estado e Estado incluem os curdos,
Nação; cidadania e palestinos, tibetanos, bascos e
nacionalidade? chechenos . Esses povos
reivindicam a criação de um Estado
R: A nação é um grupo de pessoas próprio, mas vivem em áreas onde o
que compartilham uma identidade poder é exercido por outros grupos.
cultural, histórica e/ou linguística
comum. O Estado é uma entidade Por outro lado, exemplos de
política soberana que governa um Estados sem nação incluem o Reino
território e sua população. Unido, que é composto por quatro
países (Inglaterra, Escócia, País de
Embora os dois termos estejam Gales e Irlanda do Norte) . Cada um
relacionados, eles não são desses países tem sua própria
sinônimos. Um Estado pode ser identidade cultural e história, mas
composto por várias nações, juntos formam um único Estado.
enquanto uma nação pode se
estender por vários Estados .

A cidadania é a condição legal de 5) Colocar juntamente com estas


pertencer a um Estado e gozar dos respostas a Doutrina solicitada
direitos e privilégios que ele na aula anterior.
concede aos seus cidadãos. R: !!!!!!!! (ainda não tivemos a
aula)
situado em determinado território”.
p.14.

NACIONALIDADE
“nação politicamente organizada; é
o relacionamento político e jurídico
Estado e Nação
das Nações, ou melhor, dos
O cidadão e o nacional indivíduos nacionais com o território
do
Estado”. p.16.
Conceitos: Estado e Nação
Nação: Fatores de composição de
uma Nação: natureza objetiva e concepção territorialista:
subjetiva → Ordem jurídica soberana que tem por
“povo que pertence a um Estado, fim o bem comum de um povo situado
mesmo que não partilhe a mesma num território

língua e mesmo que partilhe o → Nação politicamente organizada.


mesmo território, compartilhando as Concepção antropomórfica

→ Com a soberania o estado passa a ter


mesmas Leis e costumes,
direitos Concepção puramente jurídica:
considerando-se uma totalidade de
homens → regras do ordenamento jurídico interno
que vão disciplinar as relações do indivíduo
pertencentes ao mesmo grupo”.
com o poder interno do Estado
p.11.
→ estado não é so sociedade politicamente
organizada, mas sim uma instituição
“quando a nação começou a ser dotada de poder capaz de aplicar coerção
vinculada e identificada com o através do direito, que serve para atender
Estado direitos do cidadão ps: Para que se possa
falar de nacionalidade é essencial ter um
político, acabou por ser confundida estado
com a existência de um território no
qual o Estado que era considerado
a expressão política da nação”. Visão antropomórfica: com a
p.12. soberania o Estado passa a ter
direitos.

suprema potetas superiorem non


Estado: concepção recognoscens,
“territorialista”
(poder soberano não reconhece
outro acima de si)
“ordem jurídica soberana que tem
por fim o bem comum de um povo
Estado: concepção “puramente 2. Governo soberano: é o
jurídica” elemento objetivo político.
Estrutura política estável.
3. Povo: é o elemento pessoal,
“regras do ordenamento jurídico humano
interno é que vão se disciplinar as
relações Povo: população permanente
- pessoas que vivem no Estado de
dos indivíduos deste Estado com o forma permanente. Vínculo pela
seu poder interno”. p.16. nacionalidade.
Nação: laços históricos e
Estado atual é mais do que uma culturais, identidade, idioma, etc.
simples sociedade “politicamente” População: conceito
organizada, e sim uma instituição demográfico. Pessoas que residem,
dotada de poder capaz de aplicar de sem distinção de nacionalidade.

forma coercitiva através do Direito,


que é o seu ordenamento jurídico 4. Elemento subjetivo:
interno voltado a atender os seus reconhecimento da existência
cidadãos”. p.16. do Estado no plano
internacional (capacidade de
estabelecer relações com
Para que se possa falar de outros Estados).
nacionalidade, é essencial a
presença de um Estado.
- Para que se possa falar de
Estado e Nação nacionalidade é essencial a
presença de um Estado.

Estado: Elementos mínimos


fundamentais para constituição Convenção de Montevidéu sobre
do Estado os direitos dos Estados é um
(Convenção de Montevidéu – tratado assinado aos 26 de
1933 - DECRETO Nº 1.570, DE 13 dezembro de 1933 na VII
DE ABRIL DE 1937) Conferência internacinal dos
Estados Americanos

Três elementos objetivos e um


subjetivo Outras anotações feitas pela a Shay
(eu faltei nesse dia, Heitor com
febre);
1. Território: é o elemento Anotações da Shay:
objetivo espacial, físico. Base
territorial de exercício da
soberania.
ESTADO X NAÇÃO dito isso, Povo são as pessoas que
compõem os estado.

Estado:
→ O que identifica as pessoas
concepção territorialista:
participantes do povo é o vinculo
→ Ordem jurídica soberana que tem chamado: nacionalidade.
por fim o bem comum de um povo
→ Pra configurar ou constituir uma
situado num território
nação podemos utilizar elementos
→ Nação politicamente organizada. invisíveis que identificam o
Concepção antropomórfica pertencimento dos indivíduos a um
determinado grupo de pessoas.
→ Com a soberania o estado passa
a ter direitos Concepção puramente
jurídica:
Exemplos de nação:
→ regras do ordenamento jurídico
interno que vão disciplinar as
relações do indivíduo com o poder → Pessoas estrangeiras no território
interno do Estado brasileiro sem cidadania ou
nacionalidade brasileira é
→ estado não é so sociedade
considerada nação. Pois a pessoa
politicamente organizada, mas sim
estrangeira que vive e utiliza da
uma instituição dotada de poder
cultura brasileira faz parte da nação.
capaz de aplicar coerção através do
direito, que serve para atender → Ciganos podem ter
direitos do cidadão nacionalidade brasileira, pois a
nação extrapola os limites
ps: Para que se possa falar de
territoriais, basta eles se
nacionalidade é essencial ter um
identificarem como brasileiros.
estado Nação
→ Nação é um conceito da
sociologia e não pertence ao direito - ESTADO é a força coercitiva do
direito para garantir sua existência
→ trata-se de pessoas que se
de estado.
identificam entre si, como
pertencentes ao mesmo grupo
étnico linguístico, mesmo território e
→ Estado é constituído por três
costumes.
elementos objetivos e um subjetivo.
A cidadania é efeito da
nacionalidade. 1. Território:

Povo: → engloba o território terrestre,


marítimo (200 milhas náuticas),
→ Povo é um elemento constituidor aéreo e jurídico/aplicação da
do estado. Trata-se da vinculação soberania. Por assim dizer, o
do conceito de nação com o estado, território são os lugares nos quais
se aplica a soberania.
→ elemento objetivo espacial → Relação de governo e indivíduo
é uma dimensão vertical, pois o
estado reconhece como povo.
2. Governo soberano:
→ Relação de nação é uma
→ Estrutura política estável. dimensão horizontal, onde o estado
Independente do tipo/estrutura de estabelece os próprios critérios
governo, o que importa é a política para reconhecer como povo.
estável daquele estado.
ps: Texto 4 é obrigatório para a
→ elemento objetivo político prova!!

3. Povo: → É a qualidade que caracteríza o


liame jurídico que conecta uma
→ também pode ser chamado de pessoa ao estado
população permanente.
→ Quem faz parte do povo, são as
pessoas que possuem a → capacita os indivíduos a exigir
nacionalidade. proteção do Estado

→ é o elemento objetivo pessoal,


humano
→ é o vínculo jurídico-política de
→ Nação são as pessoas que se direito público interno que faz da
identificam com alguma cultura. pessoa um dos elementos
componentes da dimensão pessoal
→ População é o numero de Nacional/Nacionalidade:
habitantes, trata-se de conceito
demográfico. → a atribuição da nacionalidade
por um estado soberano pode ser
de duas formas: Forma originária e
4. Elemento subjetivo derivada

→ trata-se da personalidade → O brasil tem dois modos de


jurídica do estado. atribuição de nacionalidade, é um
criterio discricionário de acordo
com a vontade do estado:
NACIONALIDADE

Originaria/automática ou primaria:
→ para ter nacionalidade é → o indivíduo "sem querer" ele é
essencial a presença de estado brasileiro. Basta que ele siga o
→ definida como vínculo jurídico- critério de: ius solis (quando a
político que liga ao indivíduo ao pessoa nasce no territorio) ius
estado. É o elo entre a pessoa sanguinis (direito de filiação).
física e um estado Nacionalidade
dispõe de duas dimensões: vertical
e horizontal. misto → é atribuição ao indivíduo
no momento do nascimento
→ deriva de um fato natural → Mas existem nacionais sem ser
cidadão.
→Na Itália as pessoas reconhecem
a nacionalidade por direito de → Etapas da cidadania: direitos
filiação (ius sanguinis). civis, direitos políticos e direitos
sociais.
O indivíduo é reconhecido pelo
estado como pertencente daquele → Direito ao voto não é
estado. Derivada ou secundária: determinante para reconhecer um
indivíduo cidadão. A nacionalidade
→ aquela que se adquire em
é determinante para reconhecer o
momento posterior
individuo como cidadão.
→ depende do elemento da
Decreto n. 58 A DE 1889
vontade ex; naturalização e
casamento → naturalizou todos os brasileiros
ps: Ius solis é quando nasce no
território.
ps: casamento com brasileiro não
determina atribuição de Ius domittilia é quando passa a
nacionalidade brasileira em via residir no território por um
derivada determinado período de tempo
→ estrangeiro pode se transformar → Cidadania é consequência. É
em nacional brasileiro. efeito. É o que decorre. Existe
cidadão sem ser nacional?
→ Critério volitivo, depende da
vontade do indivíduo por meio de A distinção entre cidadão e
naturalização. nacional surge na medida em que
se admite a participação do
→ Ius domicilii (estrangeiro mora
indivíduo no governo do Estado
no território brasileiro),
que o reconhece como nacional,
→ ius laboris (direito mediante o que não foi a berta a todos mas
trabalho) somente a uma parcela dos
nacionais
→ Casamento com brasileiro não
atribui nacionalidade em via → três etapas de evolução
derivada para estrangeiro.
CIDADANIA
→ direitos civis, direitos políticos e
→ Cidadania é consequência; é
direitos sociais
efeito; é o que decorre da
nacionalidade. → Cidadania tem início com a
maioridade civil do indivíduo
É uma construção de direitos e
deveres que ocorreu ao longo do → será mesmo?
tempo a partir da formação do
estado moderno.
→ Não existe cidadão sem ser
nacional.
→ Direito ao voto não é
determinante para reconhecer o
indivíduo cidadão.
→ O que é determinante pra
reconhecer o individuo cidadão é a
Nacionalidade. Direitos políticos:
→ comumente definidos como
direitos que dão ao seu possuidor
um poder de influência na formação
da vontade do estado.

Slide ( slide n°10 da 4° aula Estado


x Nacionalidade).

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