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ORIGENS DO
PORTUGUÊS
BRASILEIRO
Editor: Marcos Marcionilo
Capa e Projeto Gráfico: Andréia Custódio
Fotos dos Autores: Wanderley Ramos Libório
Foto da Capa: STOCKXPERT
Conselho Editorial: Ana Stahl Zilles [Unisinos]
Angela Dionisio [UFPE]
Carlos Alberto Faraco [UFPR]
Egon de Oliveira Rangel [PUC-SP]
Gilvan Müller de Oliveira [UFSC, Ipol]
Henrique Monteagudo [Universidade de Santiago de Compostela]
Kanavillil Rajagopalan [UNICAMP]
Marcos Bagno [UnB]
Maria Marta Pereira Scherre [UFES]
Rachel Gazolla de Andrade [PUC-SP]
Roberto Mulinacci [Universidade de Bolonha]
Roxane Helena Rodrigues Rojo [UNICAMP]
Salma Tannus Muchail [PUC-SP]
Sírio Possenti [UNICAMP]
Stella Maris Bortoni-Ricardo [UnB]
Direitos reservados à
Parábola Editorial
Rua Dr. Mário Vicente, 394 - Ipiranga
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home page: www.parabolaeditorial.com.br
e-mail: parabola@parabolaeditorial.com.br
ISBN: 978-85-88456-65-5
1a edição - 2a reimpressão, abril de 2014
© do texto: Naro & Scherre
© da edição: Parábola Editorial, São Paulo, fevereiro de 2007
Aos representantes anônimos da ampla comunidade
de fala de língua portuguesa, dos dois lados do
Atlântico, colaboradores essenciais na busca do
entendimento das origens do português brasileiro
jJ
A Joana Lopes Alves, uma investigadora portuguesa
com certeza, de espírito e ouvidos argutos,
que, livre de preconceitos e pré-conceitos,
conseguiu capturar fatos variáveis da fala cotidiana
portuguesa e se dispôs a deles nos falar com a
simplicidade dos cientistas natos
Agradecimentos................................................................................................... 9
r7r
r Origens do português brasileiro r
r8r
r Garimpo das raízes do português brasileiro r
Y
AGRADECIMENTOS
N
ossa pesquisa faz parte do Programa de Estudos sobre o
Uso da Língua (PEUL), sediado no Departamento de
Linguística e Filologia da Faculdade de Letras da Uni-
versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Aos nossos
companheiros do PEUL — Alzira Verthein Tavares de Macedo, Charlotte
Emmerich, Christina Abreu Gomes, Claudia Roncarati, Eduardo Cafezeiro,
Giselle Machline de Oliveira e Silva, Helena Gryner, Jürgen Heye, Leda Bisol,
Maria Cecília Magalhães Mollica, Maria da Conceição Auxiliadora de Paiva,
Maria Eugênia Lamoglia Duarte, Maria Luiza Braga, Nelize Pires de Omena,
Sebastião Josué Votre, Vera Lúcia Paredes Pereira da Silva —, cúmplices de
longas jornadas acadêmicas e de inúmeros momentos de amizade, em diferentes
pontos do espaço e do tempo, nosso sincero agradecimento.
r9r
r Origens do português brasileiro r
r 10 r
r Prefácio r
Y
PREFÁCIO
Ataliba T. de Castilho (USP, CNPq)
E
ste livro está nucleado à volta dos seguintes eixos, da maior
importância para o debate atual sobre o português brasileiro:
uma identificação rigorosa de fenômenos variáveis do portu-
guês brasileiro em dados do português europeu popular, uma
interpretação do português brasileiro mais conforme à sua sócio-história e
uma reflexão teórica inovadora sobre aquisição e mudança. No que se segue,
concentro-me nos três últimos aspectos.
Este livro é um cuidadoso apanhado dos trabalhos dos dois autores sobre
as origens e a natureza estrutural do português brasileiro gerados no interior
do grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, li-
derados por Anthony Naro, confrontados com os que os antecederam, num
balanço importante de mais de 50 anos de pesquisas continuadas sobre o
português brasileiro.
r 11 r
r Origens do português brasileiro r
tava lá as empregadas.
r 12 r
r Prefácio r
r 13 r
r Origens do português brasileiro r
r 14 r
r Prefácio r
seu lugar a hipótese da nativização, para explicar como uma comunidade adquire
uma nova língua. É esse o caso quando “uma língua vinda de fora se torna a língua
nativa da comunidade, que perde parcial ou totalmente a plena funcionalidade
de suas línguas maternas anteriores”. Mas não se trata, aqui, de uma simples
substituição de termos. Refletindo sobre a sócio-história do português brasileiro,
os autores mostram que esses contactos não promoveram nenhuma modificação
na tipologia estrutural da língua, tão somente aprofundaram tendências surgidas
já em Portugal, ali documentadas, e transplantadas para o Brasil.
r 15 r
@
TNTRODT.JÇAO
M,cnr,{ M,ARra Prnnrnq Sc-Hunnr,
,l,rr rt lt lt'r.tos lrrt.ttl) l){rl)lr( ir(los r'nr l('vi\tJ\ t livrrrs, \L.i}.u.r(l,rnr(.rttr. l"lt"stc
l:ltt l()í)7, lcvlrtrr,,t lr{}ssir\ lltirttcit'its lt llcx,r,':, l)irtir ,r I{t rrru,r,, Arrrr,rl ,l,r
livlo, l,s tcxtos sc iil)rcsL'lltallr iuntos, rcíjscritos cm tnaior oll pleÍi()r gral, c l.rrrgrristic Society of Anrerica, Sessãcl Socicty lor l)itlliir ,rrrrl ( r, r,l,
cxibcrr incliscr-rtivelrlente Lrma rclativa às vezes forte sohreposição, i.,rtrgtrages, realizada em Chicago. Nesse evcnto, riplcscrrtrrrrr)\ ()\ l)rnr(
fruto da continuridade ininterrupta da nossa - linha -
r
mestra de racigcínio ini- ,,,t rcsult;rdos do nosso garimpo, ao lado de análi..;cs cla var-i;rq.;r, tlir ,,,,,,,,,
ciada na primeira metade da década de 90 do século XX. rlrirrcia verbal para o português brasileiro e para o portrrgrrôs ult lrit r, I l,,rrv,'
o capítulo que abre este livro "sobre as origens do porttrguês popu- ,rli rrrna veemente intervenção do organizador do evcnt(), )olrrr Mt \)ílr,r t.r,
Iar do Brasil" -
f um3 versão ampliada e atr-ralizada do um texto que foi rrrrr crioulista de idéias bem fortes. Considerava Mc\Whortcr (lu(' ('sl,rv,un()..
-
escrito para homenagear nosso saudoso colega Fernando Târallo. publicacio ,lucrcndo negar nossas raízes africanas e desprezar a contribuição tlt'unr ( í,n
em 1993, na revista de Documentação de Estuáos un Lingiiística Teórica e Aplicada tingcnte enorme da população brasileira. Contrariamente, o (lr.r(' c()nr( (,,rv.r
(D.E.L.T.A.). Nele conjugam-se o rasrreamento de traços lingüísticos con- nr()s a discutir era o fato de a literatura pertinente atribuir à irrllrrirrt r,r ,1,
tidos nos livros de história das línguas românicas e resultac{os cle pesqr.risas lirrgrras africanas apenas traços lingüísticos de menor prcstígio, 1)l't'scrrlr'.. rr.
lingüísticas sobre a variação da concordância nominal de número, um dos portrrguês falado no Brasil. Na ocasião, Naro tan-lbém len-rbrotr as tlrrr,,'.,,,,,,
aspectos assumido como dos mais característicos da pressr-rposta crioulização r orrtirrentais do Brasil e o fato d.e existir uma relativa uniformidacl(: r)()s tr,r(.r,,,
cla língua portuguesa em terras brasileiras, nos termos das palavras de Adolfo ,litos popr-rlares, independentemente da origem étnica da popr-rla,,.ro rl, ,,r,l,r
Coelho, escritas na segunda metade do século xlx (1967: 43). N4as o cora- rt"l"giiio do país. Em 2000, saiu publicada uma versão ampliada cLr [r'rr,,,trr,
ção de nosso garimpo lusitano se apresenta nos capítr_rlos 2, 3 e 4, e sua história ,r;rrcscntamos no evento de 1997, sob organização do próprioJohn N4t.Wlr,,rt,,
assim se conta e alguns agradecimentos especiais assim se registram. l:,,sa publicação é a base do segundo capítu1o deste livro, "Concorclânci,r v,rrr,r
vt'l cm português: a situação r-ro Brasil e em Portugal". Ainda q111 l()i)'r', r,
o início de nosso garimpo em textos de pesquisas dialetológicas sobre
,lt"scnvoivirnento de nossas idéias foi também apresentado no C<iltitltrro lrrlcr
o português eLrropeu se deu r.ro Centro Linguístico da Universidade de Lis-
rr,rcional Substarrdard e Mudança no Português do Brasil, realizado rro lrrstrltr
boa, em 1995. L-á ficamos por I5 clias. Tivemos possibilidade de levantar
t,r lbcro-Americano de Berlim, Alemanha, sob organização dc Sybillc (,r,,ll,
material significativo para o início da pesquisa, graças aos nossos colegas e
amigos portugueses, a quem agradecemos pela amável acolhida dr-rrante nossa
, ls'lar.rs Zimmermann, e no XXVI New \Ways of Analyzing Variation (N\V V )
n.r Llrrirzersidade c1e Laval, em Québec, no Canadá. Durante o an() (l(' l()()r),
breve visita. Nossos agradecimentos primeiro a Maria Helena Mira Mateus,
lrvcnros ainda oportunidade de apresentar e novamelrte discr-rtir noss.rs irlrir,r.,
por toda a assistência, tanto pessoal quanto acadêmica, e a Joana Alves, pelo
tempo que nos dedicou no debate, na audição de fitas e na cessão generosa
,,,rn colegas da Universidade Estadual de Michlgan, nos Estacl«rs Unir[,s, ,,
de material inédito. os pesqr-risadores do Centro nos deram assistência es-
rn llrasil, com colegas da Universidade de Brasília (UnB), da LInivt'rsrrl,r.l.'
pecial e nos permitiram o Lrso do espaço físico e de outros recursos, sefir os l:,'t[:ral de Minas Cerais (UFMC) e da Llnir.ersidade Federal c{c Sarrta (.;rtrrrn,r
quais nossa pesquisa seria impossívei. Pela excepcional amabilidade e assis- rtlllSC). Nesta última universidade, participamos da mesa-rcdonrla 1',rorrr,,vr
tência acaclêmica, queremos também agradecer a Maria Fernanda Bacelar do ,lrr lrcia II Congresso internacional da Associação Brasileira clc l.irrgiiístrt,r
Nascimento, aJoão saramago e a Maria Luísa segura dacruz, bem como à tAlllLAl-lN), que contou com a presença de Cregory CLry,John llolrn t"l{r,s,r
secretaria do Centro, Adélia Torrado Silvares, e à bibliotecária, Têresa Cayolla, Vrlgínia c1c Mattos e Silva, que focalizam o papel do contato lingiiístir o rr,r
à época. voltando ao Brasil, fizemos um relatório detalhado de nossa via- ,lrrr rrssào das origens c{o português brasileiro.
gem para o CNPq e para a CAPES 'Buscando as origens,,_, q*ando a l:rrr nraio clc 2(XX), levamos para o público portrrguês, pcla prrrr. rr,r v,.',
-
idéia do garimpo se avoluntou e começou a tomar corpo.
,rrrrostrirs tlas pt'<lras dcssc granclc Iilãr,, n() c()nÍ]rcsso .5OO arros rlt' 1.írr11rr,r
1u
()l l(|t t,,,l,r )t ]llr .|1 ,il\.il|t,r)
l t|', ,t ,l tr \, r
I),t ttt;'ittt'sit rr, lJlasil, r'càliza(l() cnr lrvrira. I)epois dcste congresso,
tivc.ros n()ssils itlriias, na Ll rrivcrsrclarlc clc Chicago, c()nl () llrrrl)()
a ,p.rtu.idacic dc aprcsentar novamente nossos resultados tlo t strrrlr,.,,, ,l,'
no Encontro cle
Estudos crioulos e correlatos, realizado na universidade t liorrlística Salikoko Mufwene, quando Naro íoi cor.rviclatlo u st'r Vrsrlur;i
de Brasíria, sob a 'linkcr l)rofessor no Departamento de Lingr-iística e no (-cntlo tlt'l:strrtl,,..
coordenação de nosso colega Hildo Honório do Couto, em
novembro desse
mesmo ano. A ele agradecemos o gentil convite. Foi a primeira Lltino-anrericanos daquela instituição; e na Alemanha, na Llrrivt'r'sirl,rtlt
vez que apre-
sentamos nossos resultados para um público específico tlt' (.olônia, no Instituto Brasilianista, em palestra de Schcrrc orgarri;,.;rtl,r
da área da crioulística
no Brasil. uma versão do texto que levamos pu.u Éro.u, um pouco pcla professora Konstanze JungblLrth, da Universidade de Ttibingcrr, ,r
modifica-
da, foi publicada pela revista papia.Este texto se transformou cpoca. No llrasil, ainda em 200 1, a equipe organizadora do II Encontlo tlt'
no terceiro capí-
tulo, com o título da palestra apresentada .- Éro.u, ,,carimpando l:studos [)iacrônicos do Português (ll EDiP), realizado na Universiclac]t' Irs
as origens
do português brasileiro : sobre três estruturas lingüísticas radicais,,. t.rrlLral Paulista (UNESP) de Araraquara, nos deu a oportunidade de íalar tlt
n()ssa pesquisa para um público de colegas brasileiros e portugueses. Agr',r
Por ocasião do congresso de Évora, voltamos ao centro
Linguístico da tltt:crnos às professoras Marymarcia Cuedes e Cladis ,\4assini-Cagliari pt l,,
universidade de Lisboa e contamos novamente com o apoio integral
de ,rrrrívcl convite recebido e, a todos e todas, pela calorosa recepção c'p,'l,r
Maria Helena Mira Mateus, Amália Andrade, Têresa cayolra, Adéria
Torra- prrlrlicação, em 2005, de r-rm texto, sob o título de "Passado e pres('nt('n,r
do, Leonor santos e José Manuel Feio. Sem o auxílio destes nossos
coregas, ,,,ncordância de número em português, evidências do português crrlo1,, rr.
indiscutivelmente, não teria sido possível obter o material
de que necessitá- ,rroc1erno", no Iivro Estudos de lingaística bistórica do português, organizaclo p,,r
vamos, em tão clrrto espaço de tempo: nada mais do que
três dias nessa N'lrssini-Cagliari, Murakawa, Berlinck e Cuedes. O quarto capítulo rctorrr,r
!i
segr'rnda vez, em 2000. um agradecimento especial
deve ser feito à colega cstc texto, amplia as evidências lingüísticas com base no trabalho de Vart'j1,,
Amália A.rdrade, qr-re, ainda antes da nossa viagem, após uma
série de conta- t.r0O6) e, cor-rseqr-ientemente, modifica um pouco sua redação, sem, c()ntu
tos pelo correio eletrônico, providenciou não apenas a seleção
de todo o ,1,,, altcrar sua espinha dorsal. Para estabelecer maior coesão entrc as partt's
material solicitado, mas também criou reais condições para que
levássemos t onslitr-rtivas de nosso livro, achamos por bem atribuir novo título a() tcxt()
nossa pesqLrisa a contento. se, involuntariamente, tivermos
nos esquecicÍo ,l,r capítulo 4, "Ampliando os horizontes do debate sobre as origcns rlir
de agracÍecer a alguém, pedimos crescurpas e prometemos oportunamente
, ,,nc:ordância variável no português brasileiro ".
fazer justiça. voltamos com cerca de 1.200 páginas impressas
de material
inédito, do acervo do centro, constituído por trabalhos, em Assim, os capítulos 2, 3 e 4lançam um olhar analítico especial para
sua maior par-
te, orientados pelo professor Lindrey cintra. Ainda em 2000, tl;rtlos preciosos, registrados com autenticidade pelos pesquisaclores da gr:t,
tivemos no-
vas oportunidades de apresentar e discutir nossas idéias lingüística européia, em trabalhos inéditos, repetimos, na sLla nurior-irr
no Brasil: nas Facul- 11r;rÍia
dades Planalro, em Brasília, na Universidade de São paulo (USp), .r it'ntados pelo professor Lindley Cintra. Nosso colega brasilciro l)arrtt'
e na
Espanha, na universidade Pompeu Fabra, em Barcerona, por Lrrtt'lrcsi já disse pr-rblicamente, mais de uma vez, que estamos oll-rarrcl«r par';r
ocasião da First
International Conference on Langr-rage variation in Europe (rcLavEr). ,lrtl,rs cxcêr-rtricos, diferentemente, dizemos e avaliamos qLlc cstarnos tlr'
Retornamos a Portugal em junho de 2001, para apresentar 1,,,tst'rlc registros ínrpares da fala real e usual do povo portugLrôs, (luc lcv("
nossas re-
l,rrrr í;rtos passados e trazem luzes a respeito de formas e estrLrtrrras rlrrc ct'rl,r
flexões na universidade de coimbra, durante o Encontro
da Associação
de crioulos de Base l-exical portugresa e Espanhola (ACBLPE), rrrcrrtc cxistianr há 50 anos em terras portuguesas e devem lá tcr cxistitlo lri
reflexões
estas que foram feitas a partir da base bibliográfica
')o( ) ,lr)(,s, alcanç.anclo terras brasileiras, com a chcgacla clc p«rrttrgtrcscs tl.'
ampliada em 2000.
Tanrbérn em 200r, tivemos outras.portunidades de clivLrlgar l,rl,rs rrs rtgir-ics rlt' l)ortugal c de classes sociais divcrsiíicadas, tttrritos tlclt s
e dcbatcr ',( rl n("nlrunlt t'stolalizaÇão íonnal.
2o
l ll I t,,t ) trt, Jl lt lll,
It,i,r,
SOBRE AS ORIGENS
Do PoRTI.rGuÊs
POPTJLAR DO BRASIL
ANruoNv Jr-rr-rus N.qno
Ma,nr,q M,qRTA Pnnltxr Sc-HEnns
1. TNTRODUçÃO
I I.,t, t.rlrittrlo rirrnlr vt.tsio atttllizirtla tlt: tttl ttxtri orrgrtitlnttntr'(s(r'rtr) I)iuil lt,,nt, tt,t;1,,tt
l, rrr,rrrrl,, l,rr,rll,, l,rrl,lr,,rrl,, trt i ) I:.1 I t\ , r,,,1 't, tr t sl,r'i t,tl, l()()1, pp I l7 l5'l
Ont<;|t ts rx) I( )R'n t(;Ltls tJt{ASu.tin{o -. ,r r t ltL.il ,)lt,t t,lit
tc diferente da de outras etnias2. Além de outras forças em interação com a Pouco se sabe de corno os portugueses que não sabiam o árabc ou outras
deriva secular trazida da Europa3, parece-nos oportuno lembrar também o línguas estrangeiras se comunicavam com os árabes ou com oLltros povos
papel dos índios, o das demais etnias presentes no Brasil e a contribuição
que não chegaram a dominar o português,durante todos esses sécr-rlos. Ilxis"
pidginizante dos primeiros colonos portugueses.
tem rgferências na literatura da época u{:1froue seria um sistema vcrl)nl
predominantemente de b.asç.,lg1lç-q.l _Iqgl,êll_ca, usê-dÂr)afa-ggpó,Xtqs-rlc
contator tanto no Oriéirte"lv1é.d"19 como no norte da Africa. Este sabir, natu-
2. ARGUMENTAÇÃO HISTÓRICA
ralmente, era um sistema exffe;;me;ite' flEru,éI,'podendo comportar itcns
Bem antes da chegada dos portugueses ao Brasil, a nação portuguesa já lexicais de diversas línguas românicas (ou até do árabe). Seus mecanismos
{ sintáticos eram igualmente vg1úL.eis de lugar para lugar e de momento para
J tinha uma longa história de contato com povos que não dominavam a sua
( Lngua. Em verdade, do século vlll até o século XI, uma parte do país era momento. Em linhas gerais, podemos distinguir o sabir ocidental, usado Íto
-ocupada por califados árabes e a presença dos árabes continuou durante Mediterrâneo ocidental e no norte da África, do sabir oriental, usado n(,
muito tempo depois da saída dos seus gor.rnffiÃlêm disso, durante Oriente Médio. Das fontes atualmente disponíveis (Naro, 1978: 338-.33í)),
toda a Idade Média, os portugueses participaram das chamadas cruzadas, o sabemos que as duas variantes já tinham, de forma variável, traços típicos tlc
que implicava'contato direto com diversos povos da Europa, dãT{r,rte da pidgin/crioulo, tais como verbos desprovidos de flexões e pronomes acen-
," Áf.i.u e do Oriente Méd,io. No século XV, chegaram a conquistar diversas tuados. Uma forma estereotipada seria mim saber em vez de eu sei. Parece tluc
.ããã, no N#ffirrica, onde estabeleceram verdadeiras colônias, es- na variante oriental se utilizavam em maior grau esses traços pidginizantes,
tendidas, mais tarde, à África Ocidental, abaixo do Saara.
No início do século XVI, época dos primeiros contatos de portugucscs
2. Seguindo o uso tradicional em estudos crioulos, usamos o termo "base lexical", ou simplesmente
.ornT'il;ffimffiiÍffiãm,ffio, em Portugal um tipo de-e-stratégia para a
"base", para designar a língua da qual provém a maior parte dos itens lexicais usados num pidgin ou num , ornunicação com estrangeiros f) sistema verbal resrtltantc, 111111.',1r1,, rlrr
crioulo. Assim, um pidgin ou crioulo de "base portuguesa" tem a maioria de seu vocabulário derivada do
r,rri<'ars prirlciras exp lorações navais nu Áfri., OcideLrtal, cl-it .. llu,r,r,l,,,1,
português. A estrutura gramatical pode ser independente do vocabulário. De fato, muitos estudiosos são
da opinião de que os crioulos de bases européias (o francês do Haiti, o português de Cabo Verde etc.) "língua'dé"fliêto", mas existem registros de seu uso até com espanhóisa. Rica-
@ " h.i.l.l.#
possuem uma gramática africana. Quando estamos dizendo que um certo pidgin ou crioulo é de "base
x", estamos falando apenas do léxico e não da gramática. Um pidgin ou crioulo de base portuguesa terá
,"ãããããã"ã.ntadô*"iíã literãtüií"ãã êiiôôà'itésdê"i'5i'6 (com data provávcl
necessariamente palavras portuguesas, mas suas estfllturas gramaticais poderão ser portuguesas, africa- rrriginal de 1455), esse sistema tinha um amplo leque de traços variantes
nas, ameríndias, ou de qualqtrer outra origem. Esse uso se deve ao fato de que é muito mais fácil
pidignizantêi,-ihcluindo uso variável de flexões verbais e nominais.
identificar as origens do vocabulário do que as fontes da gramática. Sobre as influências lexicais
africanas no poÍtuguês brasileiro, ver, poÍ exemplo, Castro (2001).
3. Assumimos neste livro a conhecida noção de deriva lingüística nos termos de Sapir (t9+O/ Para a hlstória da língua portuguesa no Brasil, existe uma documentaçã«l
1921,145-170). segundo este autor, "a língua se move ao longo do tempo num curso que lhe é razoavelmente rica e variada que vai desde relatos de viajantes, missionários
próprio. Têm uma deriva." (p. 150). À p. 1 15, ele argumenta que, embora não percebamos, "nossa
,r-- língua tem uma inclinação" [. . ], "as mudanças dos próximos séculos estão em certo sentido prefiguradas
.
e autoridades governamentais, a partir do século XVI, a representações de
em certas tendências não perceptíveis do presente" (p. 155). O texto completo no original diz, íala de alguns grupos populacionais em peças, jornais etc., a partir/ princi-
"Language moves down time in a current of its own making. It has a drift" (p. 150). "t...] As we look
about us and observe current usage, it is not hkely do occur to us that our language has a'slope'that l)almente, do século XIX. Opais completo levantamento desse material,ain-
the changes of the next few centuries are in a sense prefigured in certain obscure tendencies of the cla é o de Serafim d" S]ííNà" nOero;êffiÍfinomiaoãíÇííffirnguo
present and that these changes, when consummated, will be seen to be but continuations of changes *d"É-,*_**
\____d
that have been already effected. \Me feel rather that our language is practically a fixed system and that
\ -llhat slight changes are destined to take place in it are as likely to move in one direction as another. I ll.rr,rLI'r.lil.,lrll(r(,rri,rr,rtlln,tr.,rr,"lirr;1rr.tilti,r',,nlt,,ttttttt{o'lr,lt,l,l,,,l,tt,tt,,',,',!'l,nrl
The feelirrg is fallacious. Our very uncertainty as to the impending details of change makes the ,1, ,,,,,,,r,t, r,,r,rl,.rl ,,rttt,r,rlrJr'ltvotlctr'ltt,tt,rrrlll)t('(t\.1Í)r,l(lrr(,1,1(.,1otrr';',r1,\',r,lr,1,rr,,rrrr
cventual consistency of their direction all more impressive" (p.155). ',
,, íllil,l rlr lrrr to'
( )trt( .l l.l , | )( ) t,r )ti I I l( ,l ll ,, ljlr. \,,I I ili( )
',r rl: L ,,t , ,, , tLtt l,t,, ,1 |t \t, l,, rlit,r, l
lorluqttstr uo llrirstl , cLrja prinreira cdição data dc 1950 e de quren-r tomarlos l()\ llil() c()llscllttctll r'((orrlrt'tcl r;tralrlrrci traçri lirrgtiístito ir...,r,t t,rtl,, ,,r
cttlprcstadas qLlase todas as citações a seguir. Essas fontes revelam com muita t lrrsiv;urrt'rrtc à etnia aÍro-brasileira. Pode existir Lrnr "lJlacl< lrngÍislr,,rr,s l;l lA
segurança o predomínio quase total da "língua geral" um pidgin ou coiné (lr,i<'tlctrtltninado AAVE African American Vernacular IrnglisÍr); rr,, llr,r
- -
',i1, sc cxistin um "português negro", suas diferenças em rclaça, ,r()
simplificado de origem tupi, nos termos de Silva Neto até pelo menos o l)()rrrrr(.,,
-
início ou meados do século XVIII. Todos os grupos étnicos índios de diver- ii«'rl uranr tão sutis que fugiam aos ouvidos dos observaclrircs
sas tribos, europeus e africanos sabiam se comurnicar
-
usando
esse sistema I:. inrportante
- notar que'nào estamos querendo afinnar quc os í.rl:rrrtt's 1,rtr
tr-rpi, sem dúvida com conhecimentos mais ou menos profundos, segundo as
r',,s tlc líl'rguas africanas ou indígenas do Brasil tenham adqtriri<ft1 a língr1r
' circunstâncias individuais de cada um. A partir do século XVIll, entretanto, a lrrirrrr
lltr(sil colrl fluência nativa, nem que os falantes nativos de portuguôs nào [r.rrlr,rrrr
(. lfnguu portuguesa começa a se espalhar entre a popr-rlação brasileira até che-
rrrtrrrtlttziclo em sua fala traços africanos, indígenas, pidginizantcs «rtr prir,, rl,r.,
gar à situação atual de ser-r predomínio maciço mesmo entre populações com lrrrlirras gcrais e até mesmo da chamada "língua de preto", esta últilrra lyrst,yrlr.
pouca ou nenhuma ascendência lusa (cf., tan-rbérn, Rodrigues, 1983). Cumpre ,rrr,rigacla em Portugal, pelo menos desde o século XV, e r-rsada par-a (()s)..Í(,r
aqui acrescentar que, nos termos de Rodrigues (1996, l1), pode-se atestar no (..,r() (()Í1r africanos tanto na Áfaiau ao*o na Europa, como já obscrv;rnr,rs 1,,.1,,
Brasil documentação da existência de duas línguas gerais de base indígena, a r,rrlriilio, para o século XVII, temos o depoimento do pe. Antônjo Vit.ir,r, ,1,r,.
língr-ra geral paulista e a língua geral amazônica, que, em momentos distintos rr,,s tliz (JLle as várias nações da Ásia sabem falar a língua portrrgLrcsA, "rrr,rr,.r,l,r
e durante muito tempo, serviram de "veículo de contacto dos europeus e seus ,,.,r ilscumodo,comonoBrasil osdeAngolaedatera".Umséctrloarrlr..., 1,,,r,,
descendentes mestiços com outros povos indígenas" e que eram faladas conro ,l, liu'r.s dissera, "Podemos d.izer que as nações de África, Gr-rinó, Ási,r, 1i,,,,,,1
primeira língr-ra pelas mulheres indígenas e seus filhos e como segunda 1íngua l',rrl,,,izam quando querem imitar a nossa [língua]", onde por "barl,ri,r:rrr",l,
pelos pais eLrropeLls. Rodrigues (1996, 10) considera ainda que as línguas , rrr.rrtl('"r'rão podem formar a linguagem". E no século XVIII r_rm
viajarrtt. ,1r.. ,1,,,,
gerais em questão "se constituíram em condições de contacto'( .), mas "se rrr,lr,," caiapó que, embora soubessem falar o português, o faziarn c()p) "11r s,r,r
distinguem nitidan-rente daquelas em que se formaram os pidgins e as línguas rril( lir()írastidiosoeingratoquefaziafugir'.Masnemporissoosbrasilt:irrrsrr,r,,
crioulas", tendo em vista, entre outros aspectos sociolingüísticos, o fato de
'rrrlrllt'ttas deixavam de ser influenciados pelos idiomas da terra, o <1[rc puo r:tlt.
que "não houve, em nenhum momento, interrupção da transmissão destas lín- '.rrrpr.cnclcr dada a expansão da língrra geral no país.
grras, isto é, não ocorreu mudança de língua (language sbrlt) nos descendentes
( ) r;tradro lingüístico inicial que
mestiços dos er:ropeus e das índias tupis-guaranis". surge então é o de uma conrunitlirtk.t.rrr
(lrr( ,rs lírrgttas dos diversos grupos se influenciavam, principallrcrrtr';rtr,rvr.,,
Apesar da riqueza das fontes disponíveis a respeito da fala dos índios e ,1,, ,rPrtlrclizado de segundas línguas por falantes não-nativris arlrrlt<ls l)rít.
dos brancos, é escassa qLlalquer evidência documentária específica qlranto r(,l( r)r('ntc c'laanálise de Rodrigues (1996, inédito), registra-sc t.rn Srlv,r
ao portugr-rês oLr outras línguas faladas pelos africanos no Brasil, alem dc llr l. ( l()ll(rr; I1)86b) que o nlo lnlcl;iãàGilêmente pidsiniza rr re.
#Ér--.-+: :-
algumas menções breves de africanos que não dorninavam o português, mas I ),
' l)(,1 trrgrrôs rlcssc pcríodo temos apenas um texto publicadíem 1620,
apenas a língLra geral tupi ou língr-ras africanas. A documentação rrão transmi.-'l 'rrr,rr(l(,,r p,Prrlaçã. clc,rigenr africana n. IJrasil cra ccrca tlr. l_o,,{, (Nlrrss,r
te ncm a mais lcve sr-rsÊcita de que a língua portuguesa falada pelos brasilei--, l')r)l Ítrl), <'rlt (ltlc ttttt nrissittnário imita a Í'ala dos íntlios lrsst'";.,,)lt1lt1(.,.
ros desccndentes dos prinrciros cativos africanos fosse diferente da fala de 'l' rrrtltr," tl, llr';rsil ti, crrtrctant«r, rlrritri scrnclhantc, st'nlo itli'rrtir o, ,1, "1r,rr
brasileiros dc otrtras origcr.rs étnicas (mantidas, naturalmente, as semelhan- - Ltr;:rrr tlr' Ptt lo" tllr l:trtolta a' a{o Álriaa, rrrostrarrrlo
" Ir'aqos r ()nr() ,rl)lr(,r(.,r(,
ças socioccolrônricas rclcvantcs) Nesse aspecto, a situação de então parcce '" ' tr ' l tlt' t ,ltt oltl,lttt i;t ttorrtitr;rl t' vt'r'bitl, l)r()n()nr('\ yrlt'n,rrrt lrlr. ,r( (.lrllr,l
tspt'llr,tr a c{c hojc, rros clois cas()s, os obscrvaclorcs rrativos orr cstrangr:i .Í,,'. r rrrrrr". "1,o.:,,"),,rt.rr:srrrrro rlt.v()ll,ils Írrr,ris, rt.rlrrr,.,r() (l(.
l),rl,rl,ur, \{}rtolil,,.l
I )|, I I ( ) t,r ,l j|r .|t . til'\' l| t tr r ',, .|r,t l ,l,t l, ] il, lt. ,,t,t li r l,, ,lit itt
yod, troca entre l, r, á etc. Uma influência direta dos africanos sobre os índios sllo prccisamente da época da maior influência africana no Brasil, quarrcl«r a
teria sido impossível no início do século XVII, devido ao predomínio da lín- irrigração européia em ampla escala estava apenas começanclo. Emhora a
gua geral e ao menor número de africanos nessa época. Parece bem mais pro- t:ornurridade seja separada fisicamente da população da redondeza, as pessoas
vável que esse texto seja reflexo direto de uma transferência do pidgin da tl«r Çafu.n"dó participam da economia local de várias formas e mantêm contatos
Europa para a América, operada pelos próprios portugueses. Completa-se as- sociais com pessoas de várias raças, cores e status sociais. SHa língua nativa é q.
sim o ouadl3_ stico dos primeiros séculos do Brasil pre dornínio do P«rrtuglrês denomina5lg ?g1ra, indistinguível do de seus vizinhos, ,0r; .1.,,
]11sur
tupi, nos.*Grmos de Silva Neto (t 986), or,-r da litsv? geral paulista, flos termos to,ii6alrr iut;-ffi1?ngua denominada africana, que é usada entre eles mesnrrs
/ de Rodrigues (1996), ir-rfluência mútua das diversas línguas no contexto cie c(rno Lrm código secreto. segundo Vogt a Fry (ooa, n6-134), esta,,língua
aprenclizaclo do pc'irtuguês, da iíngua geral e de outras línguas conto segundas irÍrir:ana" pode ser considerada como sendo formada de estruturas do porttr-
línguas; e de elementos pidginizantes vindos da Europa. gttôs, com quase todos os verbos e nomes substituídos por formas de base
lrlnto. Em contraste com os pidgins/crioulos mais bem conhecidos, caracterl-
A esse quadro se juntou, em números selnpre tnaiores, a população de
árrl«rs como gramática "africana" com léxico português, o sistema do ClaÍirrrrlú
origem africana. À írnica informação segura que temos a respeito da situação é t: x a ta me n te o co ntrári o' qlT
lingüística dos prin]eiros africanos chegados ao Brasil é a de que falavam {§3_ p.:*11grs1 :ga krsg._t_p rová ve r
rtirnologia quimbundo, J;"rlgu'-daJaü+ítia*bm{ Ã órig.rn derra situaçã«r sri
1ínguas africanas e, em alguns casos e em diversos graus, adqr-iiriram conhe-
r/rrrrris paitóeiiã-üi' i àrri. anizaçáo superficiar do português popular do ljrasil
cimentos da língua geral ou do portuggês. Falta qgalquer informação sobre o krcal, do período, através da relexificação para os propósitos de comunicação
tipo pidiginizario ou não glssc4s 1ínguas. Entretanto, daclo o fato de
- - Itrtt'agrupal, a partir da língua de cóntato banto acima referida.
que as populações africanas eram muito concentradas geograficamente, com
falantes de línglras banto para o su1 e os da região do ioruba mais para o Í'r«rjetando para o passado o que ocoÍre com o cafundó, é fácil enten,
norte, parece inevitável a existência, entre os africanos no Brasil, de pelo rlt'r' por que a literatura não contém alusão a um pidgin ou crioulo de base
Írenos duas línguas gerais de base africana, de forma semelhar.rte aos sistemas lr(,rtugrresa provavelmente não havia. Parece mais verossímil que os br+
-
de base tr-rpi atestados. lle fato, essa é a hipótese clássica na lingüística bra- rileir«ls de origem africana falassem variantes locais do português popular dã
sileira, sugerida tão cedo quanto o início do século XX passado. Nina li.itsil, da época, ou um pidgin de base africana que, com o correr do tempo,
Rodrigues (193212A04: 145-181), ern As aJricanos no llrasil, aventa a hipótese ritirr cm desuso, exceto para os casos de comunicação secreta. Essa aborda-
de dois sistemas de base africana resultantes do contato de várias 1ínguas grnr tem a vantagem de explicar a pesada influência lexical das línguas afri.
africanas entre si e dessas com o português: um pidgin de hase ioruba mais ( nnüs l1o português popular do Brasil.
ao norte (de uma língua sudanesa) e outro de base quimbunclo mais ao sui i l)arece-qntão improvável qrre tenha existido nO_BrastL_U!0L
(de uma 1íngua banto) (cf., tarnbém, Rodrigues, 1983, 32). lfuglll!-Ldgn
,,1' c1,,,,,1? d. brS. l p*oç:udq enre com a
Com a descoberta, em 1978, da comunidade do Cafuncló '- um bairro eúrla aÍro-.-b{asileila.ou ameríndia. Tàl língua .r, Jiipenrár.r .*ittêir.
rural na área do denominado dialeto caipira clo Estado de São Pauio e os r la cle outras "línguas gerais", de bases não-européias/ que já preenchiam as
- idéias
estudos de Vogt t Fry 1996), agora temos evidências
( em favor das
de Nina Rodrigues. Esta pequena comunidade, consistente de cerca de 80 I '.i ,,r,,llrrr,r l,,r ,Í,.,r,,,ulr,trlo Por.( otrto ( lí)í)() g5 l.lír) rlr.rrrrlirrr,,rr/,,, ,,rr rr.1,r .,r.1,rrrrrÍ,,, l,
pessoas, tem suas origens diretas na doação de um pedaço de terra a dois ex- ,r ,,,,1, i,(,í)(),,tr)",Í, "rrrrr,trl.r.Prrrncrlrst1r.1rr1,,.,,,.,rlr.,rr,,rrl,,,r,,rrr,,,r,1,.Irrrrrr \,l,rrrr,
l' rrr ( r)rr, unl,l ltttpltt,r rrrr.,t,t, rlrtr.] ,,rtrsl.t rl, ,rilr 1,..,r, () (.ilrr)l)r.rl ,. ,1,. ,rr,,,r
),r,lrr,rlr,.r
escravos, ancestrais da população atr-ral, pelos seus ex-proprietários, utn pou I I j I l'rt., rtttt ,1,',, tl\',,1\,,rrrr',lto rl, l,rllr.rrlo rl,, r orr, r'rlo rlr ,rrrlrr rrorrlo r, nr(.1( rr(,,, r, lr
rt,,r ,r,,
co antcs da Aholição, em 1888, Então, as origcr.rs cla con.rLtrticladc clo (lalLrltdri 1 ,1,,,'ilI,)1)||) lJ)1 1)
( )1r1r ,1 1..1', i )( ) l,( )li I I Ir ,l il ,, lill \l,Il I lll( )
rr,rltlt , r,t I ,, l,,t l/r ll ,l'r)llll \l l,,,llf i f
llcccssiclaclcs c()nrLrnicativas da popr-rlação. Mas não podemos deixar de sus- qLlc, em etapas anteriores do desenvolvimento da concordância verbal variávcl,
peitar a pidginizaçào em si, quase endêmica no Brasil desde o início da
qr-re o tipo comem/come, em que atua a regra fonológica da desnasalização, liderava
Colônia (e antes, tanto no caso da "língua de preto" da Europa e, provavel- rnaciçamente a redução da concordância (Naro, 1981a: 93). Daí conclui-se que
mente, das 1ínguas gerais tupi e africanas), tenha exercido inflr-rência no a redução morfológica da concordância é um desenvolvimento mais tardio,
desenvolvin-rento do português brasileiro criado a partir da ampliação da redução fonológica. De fato, essa primeira etapa
a desnasalizaçáo sxisfç na fala popular de Portugal, principalmente na
- - (tStlil
rcgião de Entre-Douro-e-N4inho, onde, segundo Leite de Vasconcellos
3. MOTIVAÇÔES HISTORICAS EUROPÉIAS l9O1: 87), a regra atua tanto em nomes (oirgun como birge) como em verbo§
(pcrtem como bírte). Temos aí uma origem européia da redução da concordância
Um dos fenômenos mais freqüentemente citados como sendo de ori- Miry"ã'Fiõü; "oü-ffi;;í"m, ffi
vcrbal, sem qualquer t
gem crioula no português do Brasil é a variabilidade dos sistemas de concor- rcgra é, aliás, bem antiga: a omissão da nasal final é freqüente nos textos medle'
dância r-rominal (Coelho, 1967) e verbal (Guy, 1989) vais portugueses e até em latim clássico a nasal final era fraca (Crandgent, l9íl2r
típicas, bem como certas línguas da África ocidental, costumam apresentar lÍ)3). Omitia-se a nasal tanto em inscrições pré-clássicas como em inscrlçt1eri
uma única forma lexical que não admite qualquer modificação para indica- lrlebéias tardias (Sturlevant, 1940, 151), tendo sido restaurada apenas durante .r
ção de noções subsidiárias do tipo pessoa, gênero, número, tempo, aspecto íasc da língua clássica escrita. *a
etc. Segundo esse ponto de vista, a perda rparcial ou total) dos mecanismos
(.omo vimos, ha1&Áé".^ydrc que o fenômeng úJlesnasalização-não
de concordância no Brasil, em especial a nominal, segundo Coelho (1967)
é cspecífico do pq[tffireÊ6 Brasil. Admitindo gue a mudança lingüÍstica
e Cuy (1989), seria o resr-rltado da "africanização" do português, em outras
rprc envolve a concordância'qgrbolíujeito t.l.hkgç_rnjsiado".n_a-Í.onoloeia,
palavras, de reestruturação gramatical do português, de acordo com algum
prciÇisamente.atlayÉs"-da-desiiásalização, conclHr[]g]*gg-e_ §u.+-s,"gÍrgç"ns re-
modelo africano, em terras brasileiras.
nlontam pelo menos até os tempos pré-clássicos. Resta saber se podemos
É perfeitamente possível, entretanto, que a língua portuguesa já possuísse o opli*, ã i"ãiÜãããTAma;-tôriõíâ..ããôffiffiãl. Embora sejam raras as
embrião do novo sistema mais analítico, antes mesmo de sair da Europa. Tâl tttcnções à ausência do -s final no português europeu, temos evidências
' estado de coisas se torna bastar-rte plar-rsível dada a deriva secular das línguas lristftiàas do comportamento variável do -s, desde o latin[e*g:.tgg
românicas, e indo-européias de maneira geral, em direção à urriformização lj'lqg-q'{g"T3li-._*:-.e.sidsntais-es;f
1gas.
morfológica, com a sobrevivência apenas das formas 'irregulares' mais salientes.
I)ara o português eurepeu, vamos encontrar, nas palavras de Leite de
A variação na concordância verbal tem um componente que parece pura- Vasconcellos (tgazlrco1, 97-98), evidências de enfraquecimento do -s de
mente fonológico, quando o plural conrenr ['komi] se reduz à forma singular conre Ionna geral e queda do -s final em circunstâncias especiais. Segundo este
['komi], a única diferença existente pode ser a perda da nasalização da vogal não .rutor, pronuncia-se é7r gfflCye-glO-diantrde-eonlqrnte surda e no final
acenülada final. Tàl regra existe atualmente no português do Brasil e opera varia- s" L o b e r;ã-Tãínl5éilG n a
velmente também sobre formas não-verbais do tipo gdragem, homem, oirgem etc.,
tI e_ p g I-a vr a s
19 _Sjgrbiin.a"-t ü. l._Pry
lirtrcnradüia, ocorre freqüenteme-nte a substituição do -s por -r em sÍlaba
s
em que se observa a possibilidade das formas gdrdge , home, uirge. Por outro lado, átotta diante de uma consoante sonora (or áedos por os áedos, mermo por mr;sffio),
quando a forma [ko'merêvú - ko'merú -ko'meru] é substituída por comeu
comerdm Aílrma, além disso, que na pronúncia corrente + (-z) se perde diante de -r
[ko'mew], a diferença consiste na sr-rbstitr,rição de uma desinência eram por oLttra (*rr) (o'rcís por os rús;e d{ reis por dezreis) e se assimila completamente diante
rtr c o fcnômeno não é n.rais fonológico. Existe evidência empírica a sLrgcrir tle íricativas palatais (o'jarros por os jdrros e a'xaoes por as cbaues).
I)tr I t,,,ti,t l|i|t .rI lt ,) ',,,t't,, t,l,, I lr I t,,,t,lt l t,,,llt,, t
N,r lristori;t tlas lírrgtr.ts t'onrittic.as enr gcral, tcnros riruitas cvirli'rrr r.rs tlr.
llunlas Iínguas africanas c 11o I)ortugr-rôs popular do Brasil. Ttrdavia, corrsidcra
cltrccla ()tr cllíraquccinrento do -s final. Já nos dialetos itálicos pr-c-r.trrrrapi elc r;trc o fenômeno,egrirancês é diferente, tendo em vista qr-rc, rrcstc cas{t,
cos, encontramos freqr-icnte omissão do + final e, nas inscrições latinas primiti l nrarca de plural sobrevive p{ry1pgb}ç1rtilry*gflgB Então, segr-rnd«r Ouy,
L vas, encontra-se o -s omitido livremente. Na época clássica, porénr, e corl-
tinr-rando até o século II, o -s reaparece, para então desaparecer"dc novo
(t()s9); a ütstinçao"tG;IfiGffiãço d. ,,,*áIiâsse particular, arrigos, c
trilo c{c uma posição sintática particular, a primeira posição do sintagrna.
(Crandgent, 1962: 190). Mesmo no Iatim clássico o -s era apagado sob
certas circunstâncias, embora Cícero tachasse essa pronúncia de "subr.uisticum"
,\ posição de Cr-ry (1989) não corresponde à rcalidaclc rl., lr,rrrtt,," I l,rl,,
(Sturtevant, 194o, 16 1). Desses fatos conclui-se que o -s final dificilmente ,tr( ( nr llancôs a estrutLlra nominal com um sr-tbstantivo ()r.r r.u)l lrrl;t lrr,,r n,r l)l
era pronunciado rra língua poptrlar de qualquer fase da história do latim.
,r, r,r l)()sição exibe uma distribuição limitada ao nível cla clátrsrrl,r, nr,r\,r llrrrí r
r.r lri,^.r(,ir() pode ser ocupada, minimamente/ com distrihtriçao t l,rrrr,rl ,rrrrl,l,r
Crandgent (1962,91), entretanto, é de opinião de qr-re o -s deve ter sido
reforçado na Gália, Espanha e outras regiÕes devido a "primitivos l-rábitos )
I l)or um artigo: leliorella livrê] 'o livro' llesliorct llc livrol',s lr,,r,,
lingüísticos dos indígenas" e assirn se salvou em certas regiões. Como quer )) l)()rLrmpossessivo: monliore [mõlivrg] 'meulivro'1,,,r, 1,,,,,' lrrr, lrrr,tl
que seja, mesmo r-ra Ron'rânia Ocidental, constataram-se, desde o início, os- 'rtteus livro', mon ami [mõnami] 'meu amigo' / urts ,nut, lrrr,.';,,,r',,1 ,r, ,,.
cilações na realização de -s, que cai sob determinadas circunstâncias em ;unigo';
sardo e sobrctudo em francês, onde se criou toda uma nova sistemática de )
i l)()r um demonstrativot [se livre] 'este livro' / ,r, 1,,,,,., ] ,,, L, r, r
ce lil)re I
marcação dc plurais na língua falada. 'cstes livro', cet ami ls9tami]'este amigo' / ces amis l cczurrrr'1'5( r'.,,rr r r;,, r r
Segr-rndo Blanchc-Benvcniste (lg9g: 20-21), "o -s do plural nominal en-r | ) l)()r um numeral, troisliores [trwa livra] 'três livro', lroís ,tturs lt,u,.r. ,,,,,,
'três amigo'.
francês se pronunciava até o sécr-rlo XV", mas, no francês atual, "a regra geral
é que, na língua falada, a diferença entre si,gular e plural se percebe apenas Vcrilica-se, assim, que o francês indica a oposição sirrgrrl;rr'/plrrrrl , rrr
nos determinantes nominais e nos casos dc ligação". Nos casos scguidos de ,;,r.rl,1rrcr- cleterminante nominal na primeira posição, seja cstc rlt'tt lrrrrr,rrrt,'
consoante, em qlre não ocorre o fenômeno da ligação, a diferença entre
,
rrrrr ,rligo, um possessivo, um demonstrativo (por mcio tlc irlt.',n,rn( r,r
singular e plural se faz apenas por alternância vocálica: uma vogal média , ',,,,rlrril, sc o segmento seguinte for uma consoantei e pcla prcs('lr(,ir rlr | 'l
central [e] para o singular; e uma vogal rnédia anterior para o plural [e]. ,,,nr(, ('lcr'lrcnto de ligação, se o segmento segLrinte for unra vog,rl) r' ,rl,'
Assim, ainda segundo Blanche-Benveniste (1999, 20;22), em francês, le rurr ,,r(',rr() unr numeral. Portanto, o padrão de indicação de plr-rralirlatlc cl,, lr,rrr
blanc'o muro branco'se pronuncia [le rnyr blãl e lcs nutrs bloncs'os,rlrros ,,'. n,r() l'sobrevive primariamente no artigo", não "é um traç() dc'rurrr ,1,r,,.,,'
brancos' se pronuncia [e myr bla]. Da mesffra fornia, lc n\me ftctit liure ocrt le l,,rrtrr rrl;rr (artigos)", como afirma Cuy (1989, 2-32), ntas tcnrlc, sinr, ,r .,, r
passionnait'o mesmo livrinho verde o apaixonava' se ouve conro Ile nrtino ,rr,r ( ulctcrística de "uma posição sintática particular", a prirrrt'irrl l){)\r{..,ro
poti livro ver lo pasjcne] c le-nknespelrt5liore5oert, le passionnareri 'os mesmos
Iivrinhos verdes o. apaixonavam' se ouve como Ile memo poti livra ve r la Iim verdade, embora com restrições distribucionais bem severas, é pos
ívcl cncontrar em francês sintagmas nominais sem determinantes na pri
-- em termos cle não-concordâr-rcia . a 'os
pasjcnel, ou seja, o equivalente
rresmo pequeno livro vercle o apaixonou'.
,, \;'r,rrl,,(nr()\rIla(lrtÍl)cttorri,(.orttciçiiol)lrivar'fosant N1,,rcu,rrlr'()ln,r'rr,rlr,,r rrrl,,rrrr,r
segr"rndo cuy (1989: 232-234) por suit vez, essas mesmas característi- r!)l),)rl,l,rl('\,r rcsDcitri tlo corrport;tnrt'nt() (l():,N, lrais ptoPlrlrlcrrlc rl,r;1rrrD,, rr,,rrrrr,rl ,,,,
cas de Iocalização da marca formal do plr-rral no início do sintagma nominal I',, rrtrr.ris crlrrivoros tlt rnLtrllrct,rqio s,ro tlt r()\s,l ( x(lrrtiv,r r,.porr.,rl,rlrrl,r,l,'
\' ;11,,',,rr rtn Iotlrr;irris rorlsllonrlltn.ros tlcurtntos rnorl,rl,i;1rr,,r Ír,rrr,,.,r'., rr,rÍr ,r,{,,, rrr
(sN) tambénr se encontl'am em diversos pic{gins/crioulos, bem como em al- ,,, 1,1,.r,,r,, rr prr rcrrt,rtl,r crrtrr' I
( )t.ttr .t t..t,, | )( ) I'r )lt I I J( ,l ll ,, ilr.\,,tI ll,(
J I 'r(rt I \ ,,t, ,, t,) | t( ll I',)t,L; i1,;,,,111,,,1
nrcira Posição nos segLrintes CâSOS: erD títr-rlos e anúlrcios, conro enl (s), em 5 dcstc capítr-rlo) aprcscntanr r.ura c'()n( lrrslr,, rrrrrí,,r
.r1,t,',, tttlttlos It<t itctt't
coorclenação totalizante, como em (6); depois da preposição de, como em nr' ,r l)rtrrrcira posição do sN favorece variavelnrcntc a l)l'cs(n(-il rllr rrr,rr,,r
(7), bem como em outros contextos específicos, , .plrr il,r tlc pltrral e as demais desfavorecem-na, tarnbénr variavt'lrrrcn(r', r.rrrrr
, , ,l ,l ,1, t.Ll u,r, ., r,) ), ,rrt | ,,r,,,. (1, ,,., ,,l,rr r ,rr ,r,,
A posição linear que o elemento ocupa no sN foi considerada a variável
lingüística mais importante nos primeiros trabalhos variacionistas que anali- ', lr( rr( i l')lili)'' ('nr su,r tt'st' rlt' rlorrtoritrlr), r'('t()nril lr lrrlilisc tl,r ,,,r,,,r
saram a concordância nominal de número no português falado no Brasil ,r,. r r r,,rltn,ll , tlt ttt,)nslr,r (lu( ttrrr,t lttt,ilist tllr ,,,rtrortl,irrt r,r rr,rrilrr,rl ,lrr,'
(l3raga & Scherre, 1976, Braga, 1g77iScherre, 1978; Por-rte, 197c), Nina,
l9tl0, Ctry, 198 l). Todos cstes trabalhos (algrrns clctalhcs rlas;rrrr,rstr,rs s;ro
( )t.,t( .t l..l I )r ) J,( I l( ,t il ,,
)t.t I ljl \,,il I ilt( ) ',,,t , I, ' I , l t, 'Lrl ll \l r,r,ll1 I
lcvc c'ttt c()lltil al)cttits a variávcl posiçiio lintar cncobre rcgr-rlaririaclcs Íipgriísti  '",,rrr,ivr'l posir,-uo/cllrst,/r,llrçlt,r, l)of sr.l;r vt'2, litott tottt st tt t,tlr'1'1,,,,'',,
cas irnportantcs c propÕe uma análise alternativa que considera.ma,ova , ', rrrlrlrítt ltrlas alraixo,
variável, advinda do cruzamento cntrc as variáveis
I) < Iassc rlão-nuclear anteposta na primeira posição (t.ottstitttitlrt ;" 1""
(1) posição linear, atljr:trvos, possessivos, quantificadores, artigos, tlt'rttotts(r,rlrv.',,
(2) classe nuclear e não-r-ruclear e iilcrrtiíicadores e indefinidos que ocorrem rra prinrcitt p,si(,uo <1, ',t'.r )
(3) relação entre classe nuclear e não-nuclear. novas escolas/suas tias/fodos eles
Aqui neste capítulo, assunrimos a análise proposta por Scherre (19gg), as boas açóesl aquela.ç cruzinha toda
acrescida de testes estatísticos cornplementares, utilizanclo a versão dos pro_ de te rm in adas pessoas/alguns meses.
gramas VARBRUL de 1988 (ptntzuk, 1988).
.l ) (-lasse não-nuclear anteposta na segunda posição (crlrrstilrrtl,r 1,, 1,,'.
Nesta análise alrernativa, cujo objetivo central é verificar até que ponto aclletivos, possessivos, quantificadores, artigos, clctttorrs( r,rl rt'."
a posição linear é a principal restrição no processo de concordância entrc iclcntificadores e inclefinidos antepostos na segunda 1tosir,.,t,, r l, r I I
r-rs elementos do sN, são levadas em conta duas variáveis concorrentes, todos os anos/todos esses homens
os próprios vagabundos/tantas outras famílias
(t) posição linear e
(r) posiçãol classelrelaçã0.
os meus ainda mais velhos amigos/as áoas ações.
3 ) Demars posiçôes, 5) Classe nuclear nas demais posições (substantivos, pronomes pessoais
umas casinha bonitinha/toáos os anos/as boas açõeslaquelas cruzinha e outras classes gramaticais no lugar do núcleo que ocorrem na tef'
toda/uns colega meu/três risco verde/as conta quase toda/ os meus ceira, quarta, quinta e sexta posições do stt),
quatro filhos/as três coisa mais importante as boas açõeslos meus quatro lÊt'Iáos
as mulheres ainda muito mais antiga os meus ainda mais velhos amigos
os melhores possíveis.
de Esttrclos clo Uso da l-.íngua (PEUL), programa de pesrluisa desenvolvido
erltripe de pcsquisadores da UFRJ, UFRR.I/CNPq e UFF, através do Departamento
descle l9tj2 por uma (r) Classe não-nuclear posposta na segunda posição (constituída pel«ts
de [-ingtiística e
Filologia da Faculdadc de Letras da UFRJ. ad.letivos, possessivos, quantificadores, identificadores e indefirricltls
9' A variável f osição liwar é comumente subdividicla em quatro categorias. Nestc caso,
por trôs porque os dadtts da qr:arta, cluinta e sextâ posiçõcs são poncos
optamos que ocorrem antepostos na segunda posiÇão do sN)'
c licarianr muito íragnreptados
qttattclo do cruzamcllto entre posiÇão, classe e relação. Alónr
disso, essas posiçrlcs tô1r r6;11r.rta eles todoleles mesmo
lrrento lrastarrtc scntelhantc.
coisas lindas/colegas minha.
( );'1, 1 t )1 r t,i ,t'| 11 lj| \. 1| it.r
1r ,1 ) ',,,1r' , ,,1 rll,lll lr,'l tl'l,,,lit t t
Portanto, não é apenas a posição linear do elemento do sN qr-re determi- rrr,rr., Íor-tc do qr-re a variável posição linear isolada. Em anális('s \('l),u,r,1,r.,, ,,
na a quantidade de marcas formais de plural. Os condicionamentos são bem , .,rr,rvt'l posrçãolclasselrelação é selecionada em primeiro Iugar, clcn(rt' unr ( r,l
mais complexos do que se pensava anteriormente, conforme nos eviden- tlt nove variáveis, enquanto a variável posição linear o é cnr rrorr,,
l,rrrl,r
ciam os resultados da variável posiçãolclasselrelação apresentados na tabela 2.
I rrrlrrrra tenhamos descartado a influência da posição lincat crrrrt,, r.rnrir rr
llrr, rrt i,r r-rniforme, ela ainda se verifica, especialmente nos núclcos tlrr 1,rr
,rr r,r l)()sição. Tôdavia esta influência deve ser interpretada corn«r trul ( \
r(.,,,r() tla influência dos elementos não-nucleares antepostos 11a prirrt rr,r
l)í)"r(.,r() (-<lrno a primeira posição é predominantemente ocr-rpacllt por r l,rs
,, , r,r(, rrtrclcares antepostas e cotrlo essas classes sãcl muito nralcatl,rs (,1rr, r
1,,,, lst,roscnrloanalisaclcls.Nessecaso,otesteconreçaconrasvari;ivcisisollrtllrsr',,rtr,nr',,rlr
,1rrr
,!rt',.r(.()( \ strrcssivas, vai ldicionando à analisc cada trnta clas vlriávr:is tr/i,r,rr,r,/,r., l,.u.rrrl.,lu,rrr
1,, ,r.r,, rrr,rrr r(stirr(Ír variávcis significativas, na partc dcnonrinarla sltlt,lou.tr () l)r()l,r,rÍr,r Í,r. r r,rt,r
,,, fir , ír\'( r\(): I)rrlc Llo conjtlÍrt() total das variívcis, vcriÍicandO r;Lrt vrrlivr'Í lorrr,r,r ,rrr,rlr,,r /,r,,r
t1'111 | rrr r,,rl,r,[,r
Tôtal 7 978/1 I .OB3 =720/o ',,,,,.rrrrl,r t.rrrlrrlnr tlt'íorrr,r l)rí)gr(\\rvJ tf,rs vf,rr.rvrrs (c1. Sank,rll, Í()llll ')()1
1,, r,lr'. ,,r,r rornlrvariivcl lrrriiqao/ilrrirr/rrlrrião,orat:onrrvariávcl ltotiç,rt, ltrt,tr,,rr,lrr,r.,r',,,r,,r,,.
Tàbela 2Efeito da variável relaçãorposição/classe na presença de plural em clerrenros do sx no português
brasileiro, dados '.,,,rr{[1r',.,ir()s(ltrtonltrlits,tr;ttatrrtlatlar0rtavari;ívcl /,otiç,70/rlrstr/rr/,r(r/()(\ltl)(rrrrr rlIl,orrt,,
de 48 falantes adultos do Rio c1e Ianciro lparte do Corpas Cerso da de.rcla de Br do [,1,,granrr .1.
Ertu.lo, sobre o Uso cla I r.r ,,,t,rlr\lr () o rontliirro i rltrt scrir ilttsPtrarlo
Língua (PELIL)li'
I I \ ,,,,rn.r rl,rs tl,rl,rs rl,rs r lrsscs narri ntrrlt,rrts tl,r plinrt ir,r c rl,r s, lqrrrrrl,r posrr,,r. rr,r,, 1,, rl.r
rr,,t,rl,rl rlu(.r s()nr.r rlosrl,rtlosrl,tstI,tssttnrrtltlrrls,l:rp,trt,,t.r,sr'1lrrrril.r,il,',,,,,,,l)(),r(r',.
10. Na parte denominada skp ilp, o proÉirama trabalha de forma progressiva buscando as
variá- | '| , ,' rt!r. (,,ttllttttt rl,trlo,l, tt,,.,.,,t ,ttt,tltr, 1,,,t tt,t,, r, t ll, rt,,tt,tr,, I \,, tt.t l)rrrlr',r,r 1,,,',r,,r,, ,1,,
vcis lltais ilrportantcs clo ponto cle vista estatístico, ou seja, as que ÍItais dão conta da variaçã9
rlps 1,, I r,'r, lurtr 1,u,, t, I '-, lr, lr'. lt)lil'i ) j())
( )l'l(.l l" |)( ) |I )l'lIlr.lll , llll,\,ll I ll,l( ) ',,,lil i ,,1, 1,, , |,.Iil I'r)l,l \l lri,llt i I
na prilncira (lLlcr lra scgr.ln(la p()siÇão), ó licito Icvarrtar a hipritcsc clc rlltc t;t't-t 1rré-rrominais seguidos de vogal, laz dutre linrez ancien; lcZ aulrcZ ancicnz mtil h'?.
peso, na prinreira posição, scja transferido para qr-ralquer classe cltre a ocltpar. ilulrúdwizanglai.Todavia, nos nomes, o + final ortográfico não é pronurrcriackr,
Incl-rsive, há dialetos do português (interior cle Minas Cerais) qlre apresen' nlcsnlo, repetimos, se a eles se seguir um verbo com vogal inicial.
tam estruturas do tipo Ques menino leoado, em que se verifica a flexão do ele
lrAl.AN'lTrS . Falantcs clc I;allrrtr:s tlr'
nrento Que, náo flexionável no português padrão. ,."".,,5,'lr tJ anos «{<: l)rllartorrlt'
r^t()l{[s ...:.:, :::.", rt.,,.lt
,tololari zação r:sr:olari zirçirr r
Se o efeito da posição linear fosse mais forte que o da posição relativa t.l.i2ul1.8r,9 97'l" LTiJrr/t 82-t "x ',, r )s I r ' ',';
I l, lt, rrto Frcq. r
presença de marcas de plLrral explícitas (peso relativo de 0,21 para este fator). Â r,s(ILIERDA Peso o,84 o,8 5 {},,){)
1,, rrrr, lco na relativo
A influência da posição linear não c o que vemos é a permanência da
se dá,
).,t(.,1í) 2
I 'r
inflr-rência da anteposição em relação ao núcleo, relativamente alta e com I Ír'rrrltttrr 39156=71)'Y,'
peso senrelhantc (0,86) ao efeito do fator da primeira posição (0,87) rr. ,,,,r,rrtlll
r\ l)ll{l:lTA do o,3 3
ir I lÍ (, l)i1
Além disso, análiscs da classe gramatical para o espanhol permitem vis- ,, , ,t,, ,t, I 2
lumbrar a similaridade dos resultados para ambas as línguas com respeito à I l, rrrr nto Frer1. 170/479=3501, 30/1 5lJ- 1 9%, 601178-34t'l' l.tí),/tILí,",
posição relativa, Cedergren (.1973) e Poplack (1980) afirmam que determi- ,,,rrrrtt.tl
r\ I rll{lllTA do Peso O,l5o/o o,t4 o,t8 o, I.I
nantes favorecem variante explícita de plural e substantivos e adletivos fa- ru, lr'() lta\ relativo
vorecem variante zero. Poplack (tggO,65) chega a afirmar que os nomes , l, rr,rrs lrosições
pessoal, en.r outubro de 1998), nas frases les autres liores anciens'os oulros livros relativo
antigos'; les autres ar,rciens amis 'os outros antigos amigos'; les autres amis anqlais 'os
'
I irtar cle d;ái$i {§§,& 2 826/3,43t),',82.At
I r lrcla 3. Marcas explícitas de plural nos elementos do SN em função da variável posição eu relação ao úiclco do sN t l,osi\'ão lhrilt
outros amigos ingleses', tem-se a produção do -s fir"ral em todos os elementos t ltlir rla cs4uerda Dados de 64 falantes do Rio de Janeiro, amostra PEUL da década de 19 B 0.
-
12. Os dados analisados na tabela 2 foranr extraídos de amostras de fala de pessoas de l 5 a mais
Concluindo esta seção, pudemos verificar que o efeito da posição linear
de 50 anos, conr I a 1 1 anos de escolarização. Fizcmos tambénr outras etapãs de análise incluindo nrais is«rlada não tem a força que se supunha ter. O que existe é um jogo comple-
l6falantesdcTal4anos,tanrbémsubdivididosporan()scleescolarização,de1a4;dc5aB,ecle!)
xo de influências cruzadas de posição, classe nuclear/não'nuclear e relação
a 1 l, ctrjos resultartrs, cxtrcmanrcnte sinrilares em tenros dc tendências, podcnr serencontrados cnr
Srlr,'rr, r, Nalí) (l(),)7, I05) c Sr:hcrrt'(200.5, 52) c scrão aprcscntados na tabela 3 dcstc capítrrlo. cntre classe nuclear/não-nuclear, que se pode ver nos resultados da tabela .3,
( )t tr ,t t.t,, | )( ) i,r )tr I I l(.l ll,, lli,\,,íl I ll{( ) ()(rl
l'l \ lt,trI t,1 r/ I |ltrtlt,,t,()t,|l \t,t,,,lit i.I
c()rr) l)irsc Íl()s claclos dos ó'tr falantes <)a Anroslra (-enso,
sr-rbdiviciidos por anos (lclm relação aos estudos realizados sob a perspectiva da teoria
cia varia-
dc cstr'rd,s, crx que se evidencia, pera orclenação das percentagers
e dos çrlo lir-rgiiística, temos as seguintes pesquisas:
pcsos relativos por coluna, a absoluta regulariclade
de comportamento da
variávcl sob foco, nos termos 1á descritos nas páginas anteriores
deste capí-
l) sobre o português falado na cidade do Rio de Janeiro, rcgiã«r suclcs-
tulo. Portanto, é temerário rrtilizar o argLrmento da posição, nos te, por pessoas de procedência geográfica diversa, de classc rrrécrin,
termos de
cLry (1989), como um traÇo de crioulização advindo de infrr_rência alta e baixa (Braga & Scherre, 1976: 646-472)i
da estru-
tura de Iínguas africanas, e que, caso não se aceite a hipótese
da crioulização 2) sobre o português do tiângulo Mineiro, Minas Gerais, rcgiã«r srr-
para o portugr-rês popular brasileiro, sua situação,,teria deste, falado por pessoas de classe média e baixa (Braga, rg77,2g)t
de ser vista como
única e arbitrária", sem nenhuma motivação naturar (cuy, rggg,232)1i. 3) sobre o português da cidade do Rio de Janeiro, região sudcstc, í'ala.
do por pessoas escolarizadas (com 2o grau e universitários) c st.nri
escolarizadas (em fase de alfabetização) (scherre, 19zt):53"s7)7 sri
5. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA por pessoas semi-escolarizadas (cuy, 1gB l, 12-23)i c p«rr íallrrter
Um conjunto expressivo de estudos dialetológicos realizados até de 1 a 1 1 anos de escolarização (Scherre, 19Bg: 21-27)l
1950
e um conjunto igualmente expressivo de estudos sob a perspectiva 4) sobre o português de Porto Alegre, Rio Grande do sul, rcgillo srrl,
cla teoria
da variação lingr-iística realizados nas décadas d,e 1970, 19g0 falado por pessoas consideradas alfabetizadas ou com curso prinriir.lo
e 1990 indi-
cam que a variação na concordância nominal em portrrguês incompleto (Ponte, 1979,.60-69)i
é um fenômeno
geral, independente de localização geográfica. 5) sobre o português da micro-região Bragantina, Pará, regiã«r Nrlrtc,
falado por pessoas analfabetas (Nina, 1gg}, 49-57)t
Com relação aos dialetólogos que abordam esses fenômenos, (,)
temos os sobre o português da cidade de sobradinho e da comunidade rural tlt:
seguintes trabalhos,
Boa vista, Distrito Federal, região centro-oeste, falado por pessclas clc
l) sobre o dialeto caipira (Amaral, 1g2O)t 1 a B anos de escolarização (Dias, 1gg3:32-36; Malvar, 1gg2t 11-18)t
2) sobre o portr-rguês popular clo Nordeste (Monteiro
, lg33iMarro- 7) sobre o português da área urbana do Estado de santa catarina (Floria-
quin-r, 19,15), nópolis e chapecó), do Rio Grande do sul (panambi) e do para.á (lrati)
3) sobre o linguajar carioca (Nascentes, 1953) e região Sul falado por pessoas de etnia açoriana, italiana, alemã
4) sobre o porruguês de forma geral (Melo, 1946).
-cslava, -, e
com 1 a 11 anos de escolarização (Fernandes, 1996:15-lg)/
ti ) sobre o português da cidade de João Pessoa, região Nordeste, falad'
13. capellari s Zilles (2002, 21.1), em trabarho intiturado "A
nrarcação de prural na linguagem
por pessoas analfabetas e de 1 a l5 anos de escolarização (Carvalho,
infantil:estudoJor.rgitudir.ral",sobreconcordâncianominal,publicadonaRroistalaABRÁI/N,vol.
1, considerarn que a análisc de Scherre (teo6) para as variáveis
1,n. 1997a: 40-43i 1997b)t
( ") um tanto qlranto genérica, pois caractcrizar a apricação
posição linear c classe gramatical ,,é
du..g.u prru o que está antcs ou depois
tl) s.bre o português da área rural do Estado do Rio de Ja,eiro, regiã«r
do núclco parece mais csconder de quc revelar". Não concordamor.on,
diz respeito à generalização dc Scherre para a concordância de
u nfi.,.rruçan do, alrtoras no glre Sudeste, falado por homens analfabetos e com 1 a 4 anos dc
número. Tiata-se de uma variável que
captltra comportamento semclhante para adjetivos, possessivos
e qtrantificadores à esquerda e à direita cscolarização (Brandão, 1994, Almeida, 1997: 50-52)/
do substantivo, do pronome ou de categoria substantivacla.
rrais à esquerda lavoreccnr mais rnarcas explícitas de plural
Captura tambér.n o fato de quc,húcleos,, l0) sobre o português da área urbana da região de cidade de Salvad,r,
do que núcleos mais à direita (vcr rcsultaclos
lla tabcla 3, Ileste rnesnto capítulo). Conviclanros tanrbénr o lcitor rcgião Nordeste), falado por pessoas de 1 a l5 anos de estudos (Lopes,
intcress.rclo a aconrpar6ar.s tlt.tallrcs
da arrálist dc Sclrcrrc cnr Sclrcrrc (l9g8i 1996i l9!)ga;2001) c Íazcr seLr lrrrilrrio jrrlg,rrrr,,rrr,, 200 1: 1 13-l l7).
( )|tr ,t t.t,, I )( ) t,ol.t I I l( ,t il,, lil.t,\,,1t I lll( ) ',i,lilj L,ll,,,,,1 lLill.li,llll\lll,,,ll .ll
I)a Icittrra clos clive rsos trabalhcls relaciorados acirna, pode-se irrÍcrir (, (.( )N(-t-usÀ()
qLre as variáveis sociars mais importantcs para
o entendimento das dife-
(.«rncluímos, sugerindo uma descrição geral de nosso modelo dc c{cst'rr
renÇas do comportamento da concordância nominal são o grau de
escolarização e/otr o contraste rural-urbano, e nào a prc-rcedência geo- volvirrrc:nto do português popular do Brasil.
gráfica por cidade, estado ou regiãor'1. Se a origem do português do lr A língua portuguesa falada em Portr-rgal antes da colorti;:;rt,-,ro rl,, lir,r
Brasil se devesse à existência cÍe um pidgi n ou de um crioulo de base ,,il jiiçrossLría uma deriva secular que a impulsiottava ao Iorr;1,, .1, ,,,t,
lexical portuguesa e granrática africana, scria de sc esperar que as áreas vt Ior cle desenvolvimento.
gcográficas qLre apresentavam maior concentração cle cscravos em nlea- I ) No l3rasil, este vetor se encontrou com outras f<trças,;,', rcl,,rr,r,',rrrr
cios do século XIX evidcnciassem difererça de con.rportamento no que , cxlrandiam a direção original.
toca à concordância nominal e verbal, fato nã«r constatado pelos diver- I I No início, uma dessas forças era a pidginizaq;ão, (ltr( ( '\( r( r,r rr. r
sos traba]hr-rs existentes. rrrlltrôncia sobre o português através da língua gct';tl trr;,, , ,l,r 'lrr;',r.r
tlt preto" eLtropéia, revivificada no Brasil originalrrrt rrlr'p,tt,t u",,,,,r,,
A hipótese do papel central da crior-rlização africana sob foc. é ainda
,,s anreríndios.
faciln'rente refutada pelo próprio trabalho de Jeroslow (1974i 1975),
l) Ao lorrgcr de toda a história do Brasil, o pÍocess() tlt ,t1,t,,,,lr ,,,1,,,1,,
qr-re cleu in-rpr-rlso à discussão quanto às origens crior-rlas do português
lrortttgnês como segLlÍtda língr-ra teve seus efeitos (lot ttrttctrl,t,l,,'. 1,,11
popular do Brasil. F,m 1974, Jeroslow fez um estudo sobre o português t rirlrrrcnte.
cearense rural e em 1975 escreveu un-r artigo sob o título de "Creole , ) St' «'xistiu uma verdadeira 1íngr.ra crioula, caractcrizlrtlrr (.nrr, ,, rr,l,,
Characteristics in Rural Brazilian Portugu.."". É, todavia, fato conheci- tlt'"1óxico português e gramática africana", ela cctl«r \( ( v,rl)()r{)u ',,.r
do na história do Brasil q,e não houve concentração de escravos de tlcixar rastros na documentação. Sua possível irríltr['rrt r,r tt,, tl,',, rt
origem africana no Ceará. Em verdade, o Ceará praticamente não teve volvrrrrcnto do português clo Brasil seria inclistinguívcl tlir rlr',,rrlr,,'.
população ncgra na época relevante para srrstentar a hipótese da .vcntrrais pidgins ou crioulos tle base não-er-rropéia.
africar.rização do português, scja dirctarr-rente das línguas afncanas ou,
lrara completar esse quadro, temos que levar em conta a dimensão tcm-
indiretan.rente, através dc um pidgin/crioulo formado pclos escravos afri-
canos. () rastrearr-rento das comr-rnidades remanescentes de quilornbos lru, ilo longo da qual chegaram ao Brasil ondas de populações de diversas
oligerrs étnicas. Esses movimentos demográficos tiveram o efeito de refor-
no Brasil feito por Anlos (1999, 92) indica quc o Ceará é o segundo
qdr' (:crtas forças arroladas acima e de inibir outras. Naturalmente o efeito
Estado da região Nordeste com merlor número de comr-rnidades
rt,1o íoi uniforme nas diversas comunidades lingüísticas e nem mesmo nos
quilombolas (co* 10), atrás apenas der Piar-rí (conr 7). os Estaclos qtrc
Irrrllvíduos, mas em termos gerais costuma-se distinguir três fases de prcdo-
apresentam maior número de comr-rnidades remanescentes de quilombos
nlínio étnico-demográfico: a fase inicial de predomínio ameríndio, a fase de
são Bahia (com 244) e Maranhão (tAZ1.
1rt'erlorrrínio africano e por ú1timo uma fase importante de reforço europeu e
(írnlcço da imigração asiática. Entretanto, a última fase não chegou a esma-
l'1. Vcaclo (1982) dcsenvolve unra pesquisa corn dados da fala rural mineira, sem quantificaçã9
clos dados, e observa rllte a concorrlância nominal tcncle a ocorrer nos clernentos à escluercla do Hdr il íasc anterior africana com a mesma força que esta teve sobre a fasc
núcleo, inc]uindo possessivo na segttnda posição, oi rne.tscrso (dado 222, p. 68), os nrrs rrlo (daclo dnlcr'Índia. As primeiras duas fases eram pidginizantes e caracterizadas pelo
223, p. {;B). Vcado alirt.na que o nome nunca traz a marca dc número, mas nos excmplos Jror cta
aprcscrttados há pclo nrcrros du.rs es(rrrtrrras conr a nrarca dt plrrral no noÍre substantivo, elrrcrrtlizado do português como segunda língua; a última é mais padronizan-
l)dtt ttt\tt lo\
iütitlo\,Jt)\ tolr4,r(tlarlo2Í7,p.6ii) r',rsirlrrl!,rs (hlo)lrrltr:lrt (tlarlo2,lll,P 7l) tr., errrhora taml:ém marcada pelo aprendizado do português como ÍicgLrnda
()l'i. l,(,li,l'll,.lll tl'\' ll lr,
lírrgrra 1>or popr-rlaçõcs ctrropóias c asiáticas, ()riLrndas de tcrras ondc () l)()r' CAI'íTU LO 2
tLrguês era clesconhecido.
. r. INTRODUÇÃO',
( ).(.r{ 1r()\ (.xl)r( ssl; rrossa graticlào a n()ss()s attxiliart's rlr' 1tts,1tttt,t, lir, ,rrrl,, 1,,',, l, I ttt,.,
r rr, ( .rrr,.rr.,ro Anlrrnt.s c lllanr.llarrcto dos Slntris, s(rr) clrl() Ltrtlritllt,, rr,l(, l( rr,r "r,1,, 1,,,', r'" 1
0,30 -0,30
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Este livro, fruto da parceria acadêmica entre
Naro e Scherre, outras vezes, Scherre e Naro,
que tem se provado fecunda e relevante,
segue uma linha mestra muito clara:
apresentar evidências de que características
morfossintáticas e fonológicas do português
brasileiro, atualmente envoltas em estigma
e preconceito social, são heranças românicas
e portuguesas arcaicas e clássicas, e não
modificações mais recentes advindas das
línguas africanas, ou das línguas dos
povos ameríndios.
Longe de negar a importância da influência
africana e indígena para nossa cultura,
Naro e Scherre apresentam suas ideias
e os fatos do português europeu garimpados
das obras da dialetologia portuguesa
em sete capítulos. Eles identificam as raízes
linguísticas românicas e lusitanas que
insistem em permanecer em nossa fala
e que, com mais intensidade, se revelam
nas bocas dos brasileiros que tiveram
pouco acesso aos bancos escolares ou que
habitam as áreas rurais e as periferias das
grandes cidades.
Até que novos fatos possam surgir, Naro e
Scherre localizam em terras lusitanas a
origem de estruturas linguísticas portuguesas
não padrão que, em função de uma
confluência de motivações, se ampliaram
e se tornaram visíveis em terras hoje brasileiras.
Prefácio
Ataliba T. de Castilho
9 788588 456655