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1. DOS FATOS
Começam a valer a partir desta segunda-feira (06/07) as novas regras estabelecidas pela
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para estimular o parto normal e reduzir
as cesarianas desnecessárias. Com a entrada em vigor da Resolução Normativa nº 368,
as operadoras de planos de saúde, sempre que solicitadas, deverão divulgar os
percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais por estabelecimento de saúde e
por médico. Também serão obrigadas a fornecer o Cartão da Gestante e a Carta de
Informação à Gestante, no qual deverá constar o registro de todo o pré-natal, e exigir que
os obstetras utilizem o Partograma, documento gráfico onde é registrado tudo o que
acontece durante o trabalho de parto.
Acesse aqui a RN 368.
“O parto é um dos momentos mais importantes na vida de uma mulher e de sua família e
nós acreditamos que, ao fornecer informações qualificadas à mulher, ao informá-la sobre
os riscos que podem ser gerados em decorrência de um procedimento cirúrgico
desnecessário, ela estará mais segura na decisão em relação ao seu parto, escolhendo o
melhor para sua saúde e a de seu bebê”, afirma o diretor-presidente da ANS, José
Carlos de Souza Abrahão. “Essa medida é parte de uma estratégia maior da ANS, que
busca incentivar o setor – beneficiárias de planos de saúde, operadoras, hospitais e
médicos - a mudar o modelo de assistência ao parto e nascimento, promovendo uma
crescente melhoria nos cuidados à gestante e à criança”, completa.
O Partograma passa a ser considerado parte integrante do processo para pagamento do
procedimento. Nos casos em que houver justificativa clínica para a não utilização do
documento, deverá ser apresentado um relatório médico detalhado. Se a cirurgia for
eletiva, o relatório médico deverá vir acompanhado do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido assinado pela beneficiária, que substituirá o Partograma no processo de
pagamento do procedimento.
Com o Cartão da Gestante, qualquer profissional de saúde terá conhecimento de como
se deu a gestação, facilitando um melhor atendimento à mulher quando ela entrar em
trabalho de parto. A Carta de Informação à Gestante contém orientações e informações
para ela tenha subsídios para tomar decisões e vivenciar com tranquilidade o parto. E o
Partograma é importante para casos em que, por exemplo, haja troca de médicos
durante o trabalho de parto. Nele devem constar informações como se a mulher é
diabética, tem hipertensão, que remédios está tomando, como estão as contrações, se
há sofrimento fetal, se o parto não progride, entre outras.
As informações sobre as taxas de partos devem estar disponíveis no prazo máximo de
15 dias, contados a partir da data de solicitação. As operadoras que deixarem de prestar
as informações solicitadas em cumprimento à Resolução Normativa pagarão multa de R$
25 mil.
“Para ter acesso aos números de partos normais e de cesáreas, a beneficiária deverá
solicitar à operadora, através dos canais de comunicação disponibilizados - telefone, e-
mail, correspondência ou presencialmente. Os dados devem ser fornecidos por escrito e
em linguagem clara”, explica Raquel Lisbôa, gerente-geral de Regulação Assistencial da
ANS.
Campanha Parto é Normal – Para oferecer às beneficiárias de planos de saúde um
conjunto completo de informações sobre as novas regras e envolver todosetor nas ações
de incentivo ao parto normal, a ANS também está lançando a campanha “Parto é
Mobilização
Através de seus canais de comunicação (site e redes sociais), a Agência irá reforçar a
disseminação de informações sobre a importância do nascimento no tempo certo. As
mensagens vão evidenciar os benefícios do parto normal e os riscos da cesárea,
procurando incentivar que a tomada de decisão sobre esse momento tão especial seja
feita em função da saúde da mãe e do bebê, e não por conveniência.
“A proposta da campanha é sensibilizar mães e profissionais de saúde que o bebê tem
seu tempo e que as fases da gestação devem ser respeitadas. A escolha pelo tipo de
parto deve sempre levar em consideração a saúde, já que os riscos associados à
cesariana existem e podem resultar em problemas graves para mães e bebês, como
complicações respiratórias, dificuldades para amamentar e infecções puerperais”, explica
o diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, Rodrigo Aguiar. “É importante que a
gestante se informe, busque apoio de especialistas para entender as opções e faça sua
escolha de forma consciente. Cesáreas são importantes, mas quando há indicações
clínicas”, completa o diretor.
Confira abaixo os principais benefícios do parto normal e os riscos das cesáreas para
mães e bebês.
Benefícios do parto normal
Para os bebês
Para as mamães
Favorece o aleitamento
Prematuridade
Embolia pulmonar
Trombose
Hemorragia
Para as mamães
Infecções puerperais
Endometriose
Resultados
As ações implementadas nos hospitais que integram o projeto evitaram a realização de
cesáreas desnecessárias e promoveram a melhoria em indicadores de saúde de
gestantes e recém-nascidos. Segundo dados preliminares da Fase 2, compilados entre
2017 e 2019 (até maio), o percentual de partos normais nos hospitais participantes
passou de 32,68% para 36,70% no período. Houve uma redução de 17,29% nas
internações em UTI neonatal entre 2017 e 2019: o número caiu de 39,74 por 1000
nascidos vivos em 2017 para 32,87 por 1000 nascidos vivos em 2019. A estimativa é que
o Projeto Parto Adequado tenha contribuído até o momento para evitar mais de 20 mil
cesarianas desnecessárias.
* Segundo[1] Estimativa 2014 (Betrán et al., 2016) The Increasing Trend in Caesarean
Section Rates: Global, Regional and National Estimates: 1990-2014
https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0148343
** [1] Brasil setor Suplementar 2014 (ANS, 2015). Taxas de partos cesáreos por
operadora de plano de saúde.
http://www.ans.gov.br/planos-de-saude-e-operadoras/informacoes-e-avaliacoes-de-
operadoras/taxas-de-partos-cesareos-por-operadora-de-plano-de-saude
[1] Brasil setor Suplementar 2018 (ANS, 2019). Taxas de partos cesáreos por operadora
de plano de saúde.
http://www.ans.gov.br/planos-de-saude-e-operadoras/informacoes-e-avaliacoes-de-
operadoras/taxas-de-partos-cesareos-por-operadora-de-plano-de-saude
Apesar de todo esse incentivo, a requerida não tem
profissionais disponíveis para realização do parto normal.
2. DO DIREITO
RN 259/2011
Subseção I
Da Indisponibilidade de Prestador Integrante da Rede
Assistencial no Município
Subseção II
Do Reembolso
4. DANO MORAL
Art. 927, CC: Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e
187), causa dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
E adiciona:
1.0000.18.1000498-7/001
5184182-68.2016.8.13.0024 (1)
Relator(a): Des.(a) Cláudia Maia
Data de Julgamento: 24/01/0019
Data da publicação da súmula: 25/01/2019
Ementa:
EMENTA: APELAÇÃO. AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO. PLANO DE SAÚDE.
PROCEDIMENTO DE PARTO. NEGATIVA DE
COBERTURA COMPROVADA. DANOS MORAIS
CONFIGURADOS. 1- A parte autora se desincumbiu
do ônus de provar o fato constitutivo de seu direito,
no caso, a negativa de cobertura de procedimento,
cumprindo o determinado pelo art. 373, inciso I, do
CPC. 2- A recusa indevida à cobertura é causa
suficiente de danos morais, superando o plano dos
meros aborrecimentos e dissabores.
3. DO PEDIDO AUTORAL
Requer outrossim:
Nesses termos.
Pede deferimento.
Uberlândia, 04 de maio de 2022.
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OAB/ nº