Você está na página 1de 42

O Plano de Parto e o Acompanhante na garantia dos direitos da parturiente.

Dafne Yulli Pereira Merlino & Daniele Thais Pereira Merlino

Introdução

A jornada da maternidade é marcada por profundas transformações e momentos


inesquecíveis para as mulheres. O processo do parto emerge como um marco
crucial que não apenas impacta a saúde da mãe, mas também o bem-estar do
recém-nascido. Nesse contexto, considerar as necessidades e preferências da
gestante na organização e condução do parto torna-se fundamental para a
humanização desse momento.

Recentemente, tem-se discutido amplamente sobre a importância da autonomia e


da participação ativa da mulher nas decisões relacionadas à sua saúde materna
(Silvani, 2010). Dentro desse movimento, o conceito de plano de parto ganhou
destaque, facilitando a comunicação aberta entre a gestante e a equipe médica. Isso
permite o entendimento dos desejos e necessidades específicas relacionadas ao
parto. O plano de parto, portanto, delineia as preferências e diretrizes da gestante
para o processo de trabalho de parto, parto e pós-parto, atuando como uma
ferramenta essencial de comunicação entre a mãe, sua equipe médica e a equipe de
apoio. Fornecendo um roteiro claro para o parto, contribui para uma experiência
mais humanizada, informativa e capacitadora para a mãe e o acompanhante, que
desempenha um papel crucial nesse processo (Marques et al., 2017).

A Lei Federal 11.108/2005 (BrasilL, 2005), conhecida como Lei do Parto


Humanizado ou Lei do Acompanhante, garante às parturientes o direito à presença
de acompanhante durante o trabalho de parto, o parto e o pós-parto imediato nos
serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), seja da rede própria ou
conveniada. Além disso, a Lei 5.534/2015 (Distrito Federal, 2015) institui o Estatuto
do Parto Humanizado no Distrito Federal, incentivando a mulher grávida a fazer o
plano de seu parto, comunicando-o à equipe de atendimento ao parto. Os hospitais
no Distrito Federal também são obrigados a afixar cartazes informativos sobre o
parto humanizado.

Apesar dessas medidas, muitas vezes ouvimos relatos de experiências negativas


durante o parto, onde a autonomia da mulher é silenciada e a violência obstétrica
ainda é uma realidade. É fundamental entender como o Plano de Parto e o papel do
acompanhante podem ser essenciais para empoderar e garantir os direitos da
gestante durante esse momento único.

Este estudo visa compreender as dificuldades enfrentadas na implementação do


Plano de Parto e como o acompanhante pode ser um aliado fundamental nesse
processo. Buscamos, por meio dessa investigação abrangente, contribuir para uma
compreensão mais profunda dos conhecimentos da gestante e do papel do
acompanhante na garantia do plano de parto, promovendo uma abordagem mais
colaborativa e empoderadora no contexto do nascimento. Nosso objetivo final é
criar estratégias que promovam uma educação perinatal mais eficaz.

Metodologia

Esta pesquisa adotará uma abordagem descritiva transversal quantitativa e


envolverá a coleta e análise de dados por meio de um questionário virtual
encaminhado para mulheres mães, gestantes e acompanhantes por diferentes redes
sociais, tais como whatsapp, facebook, instagram, e-mail, no período de 06 de
Novembro a 12 de Novembro de 2023.

No questionário aplicado foram coletados dados pertinentes a identificação, como


idade, localização, em qual momento do ciclo gravídico puerperal se enquadra ou se
é acompanhante, e etnia; dados pertinentes às vivências de parto; dados
relacionados a conhecimentos, experiências e expectativas acerca do plano de
parto, do acompanhante, relatos de violência obstétrica e o sobre o
acompanhamento da doula.

Para a análise dos dados obtidos no questionário online, foram utilizados os


gráficos fornecidos pelo programa Google Docs, que também foi utilizado para gerar
os formulários bem como os links para compartilhamento.

Resultados e Discussão

Foram registradas 86 respostas ao formulário:


1) Idade:

Sobre a idade, 50% das pessoas que responderam estão em idade reprodutiva, entre
24 - 35 anos.

2) Raça ou Cor:

Sobre a auto identificação de raça/cor, utilizamos a classificação do IBGE e 68,6% se


auto identificam como pessoas negras (pretas e pardas).

3) Localização

Foram registradas respostas de diferentes cidades e estados. Manualmente foi


realizada a classificação apenas por estados para facilitar a análise. Os resultados
foram:
Assim, apesar das respostas de diferentes estados, 72,3% das pessoas que
responderam encontram-se na região do Distrito Federal e Entorno, em Goiás.

4) Sobre quem são:

A maior parte das pessoas que responderam são mães de crianças maiores de 3
anos de idade, enquanto a segunda categoria com mais pessoas é a de puérperas,
ou seja, mães de crianças menores de 3 anos de idade
5) Quantos partos já acompanhou:

6) Sobre o Tipo de Parto:


7) Sobre a realização do pré-natal:

8) Sobre a realização do parto:


Humanização do Parto

9) Sobre conhecimento sobre Parto Humanizado:

Tendo em vista a existência de legislação própria sobre Parto Humanizado no


Distrito Federal e a realização do curso de doulas na região do Entorno, a análise dos
resultados desta seção foram manualmente isolados para essas regiões, por meio
das Planilhas do Google Drive.
Aqui, a porcentagem de pessoas que já ouviram falar ou sabem o que é Parto
Humanizado é consideravelmente maior para o Distrito Federal do que para os
dados gerais e para a região do Entorno (que se assemelha aos dados gerais).

A diferença dos dados no Distrito Federal pode ser reflexo das políticas públicas
como a Lei 5.534/2015 institui o Estatuto do Parto Humanizado no Distrito Federal.

10) Sobre conhecimento sobre Plano de Parto:


Sobre Plano de Parto não existe diferenças entre as regiões, apesar da Lei
5.534/2015 que institui o Estatuto do Parto Humanizado no Distrito Federal,
incentivando a mulher grávida a fazer o plano de seu parto, comunicando-o à equipe
de atendimento ao parto.

11) O que você entende por Plano de Parto

Esta não era uma pergunta de resposta obrigatória, assim obtivemos um total de 71
respostas, sendo elas:

O que você entende por Plano de Parto

A maneira que a gestante deseja que o parto seja conduzido.

A narrativa sobre como deseja que seja seu parto, respeitando e indicando as
exceções aceitáveis, nos casos de intercorrência necessária.

A perspectiva da mãe acerca do parto

Ainda não sei informar

Algo para um bom acompanhamento no parto

Da o direito a cada gestante de planejar a forma que os ocorrer o parto

Direitos e preferências da mulher gestante na hora do parto relatados pela mesma.

Documento que assegura todos os meus direitos e vontades no momento do parto


e pós parto imediato

Documento recomendado e reconhecido pelo Ministério da Saúde nele deve


constar as preferências da mulher os cuidados que ela deseja pra si e seu bebê
Durante todo o processo de trabalho de parto,parto e pós-parto imediato

É a forma de respeitar a vontade e corpo da mulher.

É a preparação e as escolhas que a gestante faz para si e para seu bebê, planejando
o nascimento de seu filho (a).

É um documento de caráter legal, onde a gestante e acompanhante podem listar,


indicar o que gostariam ou não no trabalho de parte, então seria uma forma não
verbal de assegurar direitos.
E um documento elaborado pela gestante /parceiro e obstetra.

É um documento elaborado pela gestante em conjunto com parceira(o) de parto


que servirá como guia para o trabalho de parto.

É um documento elaborado pela gestante que servirá como guia para o trabalho de
parto, contendo os desejos da gestante e quais situações e condutas devem
enviadas.

é um documento elaborado pela gestante, juntamente com seu parceiro ou parceira


e com o obstetra responsável pelo pré-natal.

É um documento onde a gestante expõe suas escolhas com relação ao trabalho de


parto, parto e pós parto imediato.

é um documento onde contem os desejos e necessidades da gestante ,tanto pra


ela quanto para o bebe .

É um documento que a gestante elabora quando está tranquila, sem dores, junto
com seu/sua companheiro/a, doula, parteira. É como um roteiro que diz o que ela
deseja que aconteça, a forma e o mais importante o que ela não permite.

No meu caso, eu lembro de não permitir inclusive o colirio no neném ao nascer.


Esqueci o nome, aquele que está no protocolo hospitalar mas foi desenvolvido
devido à incidência de doenças venéreas da época.

É um documento que contém os desejos da gestante durante o trabalho de parto,


parto e pós parto

É uma carta de intenções, na qual a gestante declara qual é o atendimento que


espera para si e para o seu bebê, durante o processo de nascimento. Ele fala quais
os procedimentos médicos e intervenções que aceita se submeter, quais são suas
expectativas, como quer ser tratada.

É uma pessoa capacitada pra acompanhar a gestante desde o início da gravidez


até após o parto, dando-lhe toda assistência profissional que a mãezinha precisa
pra um parto tranquilo e sem intercorrências.

É uma preparação, é onde você gestante coloca suas vontades, expressa todas as
suas decisões quanto ao parto e como pessoa.
Estar informada sobre como o parto será conduzido, podendo ter um
acompanhante que pode ser o companheiro, ter opções como parto hospitalar ou
domiciliar, e ainda ter recursos para alívio da dor e tranquilidade do bebê. Acesso a
uma bola para se movimentar e ajudar na posição, uma banheira ou chuveiro para
ajudar na dilatação.

Eu ainda não sei como funciona pq quando eu ganhei os meus filhos não tinha esse
plano de parto

Eu entendi que é um relato de como quer seu parto quais as coisas que vc quer ou
não quer naquele momento

Já saber tudo q tem q ser feito

Nada

Nada

Nada

Nada

Nada

Nada

Nada

Não conheço

Não em detalhes, tenho muitas dúvidas

Não entendo

Não sei

Não sei não entendo

Não sei quase nada

nenhuma
O documento que relata as preferências da gestante na hora do parto

O passo a passo do parto

O plano de parto é um documento produzido pela gestando e levado ao hospital


para garantir os direitos e vontades da mesma.

Oq eu quero que aconteça no meu parto

Organização de ideias e de possíveis procedimentos de como a gestante deseja


que conduzam o nascimento do bebê

Os desejos da gestante para o trabalho de parto

Planejamento de comi deseja que aconteça o parto desde o inicio ao fim.

Planejamento de um parto

Planejamento do gestar, parir e puerpério

Planejamento ideal sobre como eu quero que seja o meu parto

Planejar e organizar como a gestante idealiza seu parto

Programar o parto com descrição dos desejos e das expectativas da gestante .

Quais são as coisas que gostaria que aconteça na hora do parto.

Quando a gestante pode escolher como vai ser o parto ex:escolher


acompanhante,ter a presença de uma doula,aplicação do nitrato de prata no bebê.

Que é quando a gestante planeja a forma que quer parir , como por exemplo sua
posição , o ambiente e o parto em si .

Que é um plano onde a mãe mostra seu protagonismo e decide como quer que seu
parto aconteça independente de ser natural ou cesárea.

Que para o alto controle e para está preparada para qualquer complicação que
possa surgir para poder lidar com elas com mais leveza

São desejos da mulher sobre as condutas aceitáveis durante o processo


Se programar e preparar para o parto com informações que te fecham sentir mais
segura e amparada no momento de parir

Suas escolhas e negativas documentadas e autenticadas em cartório

Ter um parto seguro e tranquilo

Todos os direitos de uma gestante sendo respeitados.

Um documento onde você descreve como gostaria que fosse o seu parto.

um modo de documentar minha vontade de forma antecipada, já que no parto eu


posso não estar em condições para afirmar o que gostaria.

Um planejamento de como deve ser o parto, se preparando para possíveis


mudanças

Um planejamento para o dia do parto

Um plano pago , que terei que fazer, ter todos esses acompanhamentos.

Uma forma de planejar melhor a hora do parto.

Uma organização para menos ansiedade e mas empoderamento

Nas respostas sobre o que a pessoa entende por Plano de Parto conseguimos
identificar diversas ideias acerca do tema. Podemos ver que muitas pessoas não
entendem “nada” sobre o tema e muitas demonstram interesse em saber ao declarar
que “ainda” não sabe nada.

Entre as ideias sobre o Plano de Parto, muitas pessoas demonstram entender que
se trata de um documento onde a gestante relata quais procedimentos aceita e não
aceita no parto e pós parto, bem como quais procedimentos aceita ou não em
relação ao tratamento com o bebê, como evidenciado nas seguintes respostas:

“Documento recomendado e reconhecido pelo Ministério da Saúde


nele deve constar as preferências da mulher os cuidados que ela
deseja pra si e seu bebê Durante todo o processo de trabalho de
parto,parto e pós-parto imediato”

“É uma carta de intenções, na qual a gestante declara qual é o


atendimento que espera para si e para o seu bebê, durante o processo
de nascimento. Ele fala quais os procedimentos médicos e
intervenções que aceita se submeter, quais são suas expectativas,
como quer ser tratada.”

“Organização de ideias e de possíveis procedimentos de como a


gestante deseja que conduzam o nascimento do bebê.”

“Que é um plano onde a mãe mostra seu protagonismo e decide como


quer que seu parto aconteça independente de ser natural ou cesárea.”

“É um documento de caráter legal, onde a gestante e acompanhante


podem listar, indicar o que gostariam ou não no trabalho de parte,
então seria uma forma não verbal de assegurar direitos.”

“São desejos da mulher sobre as condutas aceitáveis durante o


processo”

“um modo de documentar minha vontade de forma antecipada, já que


no parto eu posso não estar em condições para afirmar o que
gostaria.”

“Um planejamento de como deve ser o parto, se preparando para


possíveis mudanças”

Essas são algumas declarações que demonstram o entendimento dessas pessoas


sobre o Plano de Parto não ser um documento rígido que limita o parto a ser da
forma documentada, mas sim um plano flexível que compreende que intercorrências
podem acontecer e que, nessa situação, a parturiente deve ser informada.
Entretanto, algumas declarações mostram uma compreensão mais rígida sobre o
PP, o que pode contribuir para a criação de expectativas que podem ser quebradas
durante o trabalho de parto:

“Da o direito a cada gestante de planejar a forma que os ocorrer o


parto”

“O passo a passo do parto”

“Planejamento de como deseja que aconteça o parto desde o início ao


fim.”

É interessante observar que algumas declarações trazem também a participação de


outras pessoas na elaboração do Plano de Parto, como o acompanhante e ou
médico obstetra:

“É um documento que a gestante elabora quando está tranquila, sem


dores, junto com seu/sua companheiro/a, doula, parteira. É como um
roteiro que diz o que ela deseja que aconteça, a forma e o mais
importante o que ela não permite.

No meu caso, eu lembro de não permitir inclusive o colirio no neném


ao nascer. Esqueci o nome, aquele que está no protocolo hospitalar
mas foi desenvolvido devido à incidência de doenças venéreas da
época.”

“É um documento elaborado pela gestante em conjunto com


parceira(o) de parto que servirá como guia para o trabalho de parto.”

“É um documento elaborado pela gestante /parceiro e obstetra.”

Outras declarações demonstram um pouco de desentendimento sobre o tema,


indicando que o Plano de Parto é uma pessoa, mostrando uma confusão talvez com
o termo “Doula”, ou então o Plano de Parto ser um processo informativo ao invés de
um documento. Também aparecem declarações com necessidades que não são
reais sobre o Plano de Parto, como a necessidade de ser autenticado em cartório ou
ser pago, por exemplo:

“É uma pessoa capacitada pra acompanhar a gestante desde o início


da gravidez até após o parto, dando-lhe toda assistência profissional que a
mãezinha precisa pra um parto tranquilo e sem intercorrências.”

“Estar informada sobre como o parto será conduzido, podendo ter um


acompanhante que pode ser o companheiro, ter opções como parto
hospitalar ou domiciliar, e ainda ter recursos para alívio da dor e
tranquilidade do bebê. Acesso a uma bola para se movimentar e ajudar na
posição, uma banheira ou chuveiro para ajudar na dilatação.”

“Planejamento do gestar, parir e puerpério”

“Quando a gestante pode escolher como vai ser o parto ex:escolher


acompanhante,ter a presença de uma doula,aplicação do nitrato de prata no
bebê.”

“Suas escolhas e negativas documentadas e autenticadas em


cartório”

“Um plano pago , que terei que fazer, ter todos esses
acompanhamentos.”

Algumas declarações, enfim, trazem a importância do Plano de Parto para a


parturiente:

“É a forma de respeitar a vontade e corpo da mulher.”

“Se programar e preparar para o parto com informações que te


fecham sentir mais segura e amparada no momento de parir”

Essas respostas são ferramentas importantes para a elaboração de uma educação


perinatal eficiente e necessária.

12) Sobre material de divulgação sobre Parto Humanizado

Os dados referentes ao Distrito Federal são ligeiramente maiores em relação aos


dados gerais e significativamente maior em relação a região do entorno, por
exemplo. Esses dados podem estar relacionados à Lei 5.534/2015, que institui o
Estatuto do Parto Humanizado no Distrito Federal, que obriga os hospitais no
Distrito Federal a afixar cartazes informativos sobre o parto humanizado.
13) Plano de Parto durante o Pré-Natal

Entretanto, quando nos referimos ao incentivo a realização do Plano de Parto pelo


médico e ou enfermeira durante o pré-natal, os dados referentes ao Distrito Federal
são menores em relação aos dados gerais, porém ainda maiores em relação a
região do entorno.
14) Sobre já ter feito Plano de Parto:

A mesma tendência que se observa em toda essa seção também é observada aqui.
A região do entorno apresenta menor porcentagem sobre a realização do Plano de
Parto em relação ao Distrito Federal e aos dados gerais.
Acompanhante

15) Sobre Conhecimento ao Direito ao Acompanhante durante o trabalho de parto,


parto e pós parto imediato:

16) Sobre a presença do acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós


parto imediato:

Nesta questão foi deixada uma opção “outros”, o que resultou em algumas outras
respostas aos dados. Mesmo assim, com esses outros elementos, a maioria das
respostas indicam a presença do acompanhante no trabalho de parto, parto e
pós-parto imediato. As outras respostas foram as seguintes:

do primeiro filho não , do segundo sim

No 1⁰ por ser menor de idade sim. Já no 2⁰ esse direito já me foi negado


do primeiro filho não , do segundo sim

Apenas no pós parto.

Apenas no trabalho de parto.

Na primeira gestacao sim, ja na segunda tive acompanhante somente no parto,


trabalho de parto e pos parto passei sozinha

17) Sobre dificuldades em garantir o acesso do acompanhante:

Nesta questão também foi aberto um campo “outros” nas respostas, o que permitiu
outras respostas aos dados. Foram estas:

Falta de roupa cirurgica para o pai entrar na sala de cirurgia. Ele teve que usar
prope na cabeça e o medico pegou uma roupa de equipe medica pro meu esposo
usar

Na primeira gestacao nao, na segunda sim

18) Dificuldades encontradas na garantia do acesso do acompanhante:

Esta pergunta não tinha resposta obrigatória, assim obtivemos 25 relatos:

Se sim, qual

A maternidade ofereceu resistência à entrada da minha acompanhante, criando


diversas burocracias na época.

Acompanhante masculino não pode ficar no centro obstétrico segundo o hospital

Apenas o pai poderia entrar

Em 1 dos meus partos não deixaram minha acompanhante ficar ...

Estou estava com a parteira, com a doula e meu marido. A maternidade disse que
eu poderia escolher um. Naquele momento eu não ia excluir nenhum dos três. Foi
até engraçado, eu disse, vamos embora, nasce no carro. A parteira olhou com uma
cara pra mim... O porteiro da maternidade teve certeza que era louca. Só sei que a
Odete, a parteira foi conversar lá dentro e entramos todos. Tive um parto natural de
cocoras após 3 cesareas prévias. Por isso a parteira não permitiu nascer no carro,
poderia precisar de cesarea.

Limitaram o tempo da minha mãe ficar comigo no hospital.

Na época não podia acompanhante,.então foi barrado a entrada do pai no hospital


que estava internada.

Na troca para assistir o parto

Nao

Não deixaram ele entrar

não deixaram entrar até completar 6 cm de dilatação , mesmo com a bolsa rompida

Não me foi permitido ter acompanhante

Não permitiram a entrada por "falta de estrutura"

Não podia entrar ninguém quando fui ter meus filhos.

Não ter leito e eu ter que ficar na emergência

Não tinha o conhecimento na época do parto do meu filho, porém tem hospitais até
hj que não liberam acompanhantes durante o trabalho de parto.

No momento da entrada no hospital, só podia subir para a avaliação (que era no 2°


piso) sozinha. Sentindo contrações, peguei o elevador e fui sozinha até a ala de
espera para avaliação. Em outro parto, meu acompanhante precisou preencher o
cadastro lá embaixo e eu subi com a enfermeira. No fim, meu esposo não chegou a
tempo de ver o bebê nascer porque ficou preenchendo com os dados, na entrada.

O hospital não permitiu. Segundo eles, para evitar que o acompanhante passasse
mal e atrapalhasse a equipe médica.

O pessoal do hospital que escolheu quem seria meu acompanhante e não eu, eles
disse que na hora que eu estivesse dando a luz que chamaria ao pai, o quão rápido
foi o passeio que não deu para o pai presenciar o nascimento do próprio. Pelo
menos minha mãe e minha vó estava comigo.

Pelo Sus não queriam deixar minha cunhada entrar.

Por ter sido em época de pandemia o hospital não liberou, mesmo sendo cesariana

Pq falaram que o meu esposo não poderia ficar com comigo por causa das outras
mãezinha que tinha lá no quarto comigo e único acompanhante que poderia ficar
comigo tinha que ser mulher.

Que não era permitido acompanhantes, apenas menor de idade teria direito a
acompanhante, e o acompanhante só podia do ser do sexo feminino devido ter
outras mulheres na mesma enfermaria sendo desconfortável para elas a presença
de um homem que não seria seu esposo

Sempre dizem que não podiam poiso alojamento só tinha mulheres

Tive meu filho em 2006. Então ainda não podia, acompanhante.

Sobre as dificuldades em relação ao acesso do acompanhante, encontramos muitos


relatos sobre as dificuldades burocráticas realizadas pelos hospitais para a garantia
do acompanhante:

“A maternidade ofereceu resistência à entrada da minha


acompanhante, criando diversas burocracias na época.”

“No momento da entrada no hospital, só podia subir para a avaliação


(que era no 2° piso) sozinha. Sentindo contrações, peguei o elevador e
fui sozinha até a ala de espera para avaliação. Em outro parto, meu
acompanhante precisou preencher o cadastro lá embaixo e eu subi
com a enfermeira. No fim, meu esposo não chegou a tempo de ver o
bebê nascer porque ficou preenchendo com os dados, na entrada.”
Também são muitos os relatos sobre a não permissão de acompanhantes
masculinos:

“Acompanhante masculino não pode ficar no centro obstétrico


segundo o hospital”

“Pq falaram que o meu esposo não poderia ficar com comigo por
causa das outras mãezinha que tinha lá no quarto comigo e único
acompanhante que poderia ficar comigo tinha que ser mulher.”

“Que não era permitido acompanhantes, apenas menor de idade teria


direito a acompanhante, e o acompanhante só podia do ser do sexo
feminino devido ter outras mulheres na mesma enfermaria sendo
desconfortável para elas a presença de um homem que não seria seu
esposo.”

“Sempre dizem que não podiam pois o alojamento só tinha mulheres.”

Em contraponto,, há relatos onde somente o pai poderia estar presente:

“Apenas o pai poderia entrar.”

“O pessoal do hospital que escolheu quem seria meu acompanhante e


não eu, eles disse que na hora que eu estivesse dando a luz que
chamaria ao pai, o quão rápido foi o passeio que não deu para o pai
presenciar o nascimento do próprio. Pelo menos minha mãe e minha
vó estava comigo.”

Ainda, a estrutura do hospital muitas vezes é apontada como justificativa para a não
permissão, como nos relatos:

“Não permitiram a entrada por "falta de estrutura"”

“Não ter leito e eu ter que ficar na emergência”

“Falta de roupa cirurgica para o pai entrar na sala de cirurgia. Ele teve
que usar prope na cabeça e o medico pegou uma roupa de equipe
medica pro meu esposo usar”

“O hospital não permitiu. Segundo eles, para evitar que o


acompanhante passasse mal e atrapalhasse a equipe médica.”

Em contraponto a não permissão do acompanhante, existem relatos sobre a


presença de mais de um acompanhante:

“Estou estava com a parteira, com a doula e meu marido. A


maternidade disse que eu poderia escolher um. Naquele momento eu
não ia excluir nenhum dos três. Foi até engraçado, eu disse, vamos
embora, nasce no carro. A parteira olhou com uma cara pra mim... O
porteiro da maternidade teve certeza que era louca. Só sei que a
Odete, a parteira foi conversar lá dentro e entramos todos. Tive um
parto natural de cocoras após 3 cesareas prévias. Por isso a parteira
não permitiu nascer no carro, poderia precisar de cesarea.”

A não permissão da presença do acompanhante, ou a limitação da autonomia de


escolha da parturiente sobre esse acopanhante, é uma violação da Lei nº 11.108, de
7 de abril de 2005, que garante às parturientes o direito à presença de
acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do
Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada.

TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS PARTO IMEDIATO

Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da


rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença,
junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período
de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.

§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado


pela parturiente.

19) Acompanhante ciente do Plano de Parto

20) Dificuldades, Comentários e Dúvidas sobre Plano de Parto:

Tem/teve dificuldades, comentários, dúvidas sobre Plano de Parto? Quais?

apenas ouvi que nao adiantaria ter um plano de parto.


Diria que, o Plano de Parto é muito importante p/ o sucesso do parto. Pois, as
enfermeiras e o médico já nos recebe diferente, vendo que temos conhecimento
sobre o assunto e que estamos preparadas para tudo.

Eu gostaria de saber como que funciona esse plano de parto

Falta de informação

Faz muito tempo...não lembro.

Gostaria de saber o que é plano de parto?

Já comecei acima

Na época, 2003 e 2005, não se falava em plano de parto e nunca fui instruída sobre
o assunto.

Na rede pública não temos muita voz, e feito oq da pra fazer do jeito que eles
querem

Na verdade eu soube através de um encarte dado durante o pré natal, mas uma
conversa a respeito não teve. Por sorte ou plano superior meu filho nasceu em
casa, comigo e meu marido fazendo tudo até a chegada da ambulância. Mas ele
saiu da barriga estando nós três

Na verdade, em hospital público não temos muitas opções, só temos que aceitar o
que eles decidem fazer conosco e pronto. Algumas mães sofrem muito.

Nao

Não

Não

Não

Não

Não

Não
Não

Não .

Não conheço a fundo esse trabalho, porém acho muito importante pra assistência
de uma gestante, são tantos tabus que ficamos o seguras mesmo sendo dois ou
mais filhos.

Não sabia .

não tive

Não tive pois tinha a doula me explicando e auxiliando, além de ter feito também o
curso de Doula no IFB com Matriusca quando estava gestante.

Não tive, porque nem sabia da existência

Não, pois minha doula me orientou

Os planos de parto não são bem vistos pelo SUS

Quando eu fiz, não tinha o conhecimento de muitas coisas, nada se foi falado sobre
o plano de parto e também não foi respeitado os meus desejos

Sim várias

Soube após a gestação por una youtube

Tive acompanhamento de uma doula e ajuda na construção do trabalho de parto o


que tornou tudo mais simples, por ter entendimento dos meus direitos e daquilo
que estava descrito no plano de parto.

Todas as dificuldade tenho para realizar o plano de parto

Todos

Novamente, há muitos relatos de desconhecimento e falta de informação sobre o


Plano de Parto, indicando a falta de popularidade sobre o tema, apesar de ser
incentivado em Lei, pelo menos do Distrito Federal.
Entretanto, entre as pessoas que conhecem e sabe o que é, existe o indicativo de
que o Plano de Parto não é eficiente e que pode ser até um problema para a
parturiente, como nos seguintes relatos:
“Apenas ouvi que não adiantaria ter um plano de parto.”

“Na rede pública não temos muita voz, e feito oq da pra fazer do jeito
que eles querem”

“Na verdade, em hospital público não temos muitas opções, só temos


que aceitar o que eles decidem fazer conosco e pronto. Algumas
mães sofrem muito.”

‘Os planos de parto não são bem vistos pelo SUS”

Em outro relato, foi trago a percepção sobre a importância do Plano de Parto:

“Diria que, o Plano de Parto é muito importante p/ o sucesso do parto.


Pois, as enfermeiras e o médico já nos recebe diferente, vendo que
temos conhecimento sobre o assunto e que estamos preparadas para
tudo.”

Há também um relato sobre a importância de uma Doula e do curso para que não
existam dúvidas sobre o Plano de Parto:

“Não tive pois tinha a doula me explicando e auxiliando, além de ter


feito também o curso de Doula no IFB com Matriusca quando estava
gestante.”

“Tive acompanhamento de uma doula e ajuda na construção do


trabalho de parto o que tornou tudo mais simples, por ter
entendimento dos meus direitos e daquilo que estava descrito no
plano de parto.”
VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA

21) Sobre violência obstétrica:


22) Sobre ter sofrido violência obstétrica:

Foram muitos relatos de violências obstétricas. Chama atenção os dados sobre


episiotomia e constrangimento. Apesar da maior porcentagem ser de “não sofri
violência obstétrica” (36%), 64% das pessoas que responderam relataram terem
sofrido violência obstétrica. Esses dados podem ser ainda maiores, uma vez que
muitas vezes a vítima não reconhece a violência como violência.

Nessa pergunta também foi aberta um item para “outros”, o que gerou as demais
respostas:

Não fui escutada ao pedir auxilio quanto ao leite materno.

Não tive filho ainda

Nulipara

Sofri por parte de uma camareira, ela estava me transportando, foi aí que ela
perguntou se eu tinha feito o parto cesária o normal, quando falei que foi normal
ela falou para eu decer e ir andando porque eu dava conta de ir devido o parto ter
sido normal

23) Relatos de violências obstétricas:


Sinto muito por essas experiências! Se se sentir confortável, pode compartilhar
aqui um pouco mais sobre as violências obstétricas que você vivenciou.

A anestesia demorou muito para passar e não me explicavam o motivo, a


enfermeira ao me dar injeções para dor, enfiava a agulha em mim com força na
perna (acredito que ela achou que eu mentia sobre a anestesia não passar).

A mais traumática foi quando sofri um aborto ,ninguém da equipe foi pegar meu
feto que estava no chão do banheiro. Eu mesmo parida ,fiz esse procedimento de
pegar e colocar no saco estéril

A pouco tempo acompanhei um parto na qual a gestante queria parto cesária mas
os médicos insistiram para que o parto fosse normal e a neném morreu por demora

A respeito da Episiotomia o dr pediu autorização para realizar o procedimento, se


fosse preciso. Eu não tinha conhecimento, achei que seria algo dentro do. Normal.
Depois que soube que não precisaria.

Após o parto normal na minha primeira gestação, senti a pressão do bebê saindo e
passei a mão na barriga para confirmar o nascimento e a obstetra grosseiramente
me deu uma bronca dizendo poeu estava passando a mão na barriga r que depois
eu iria passar a mão nela. Fiquei muito constrangida e não tinha razão pra passar a
mão nela e se fosse o caso, acho que um médico não pode ter nojo de gente!
cheguei ao hospital para parir meu primeiro filho, era por volta de 02:15 da manhã e
a bolsa estava rompida , fui internada e levada para o co com 2 cm de dilatação.
não deixaram meu acompanhante entrar fiquei sozinha ,assustada, com medo .
minha acompanhante só pode entrar as 16:00 horas quando cheguei a 6 cm de
dilatação . neste espaço de tempo só veio duas enfermeiras , não deixaram eu
comer nem beber agua , não deixaram eu ir ao banheiro , só pude ir ao banheiro
depois que minha acompanhante chegou. a enfermeira chegou e falou "vou aplicar
um sorinho aqui pra vc idratar " mas era a ocitocina ela ,não pediu permissão e nem
explicou o que era e pra que era .comecei a sentir muitas dores quando estava na
fase de transição fui tomar um banho pois a enfermeira disse que iria alivia a
dor,porem estava ha 13 horas sem me alimentar e beber agua fiquei muito fraca e
com o banho aumentou as contrações , cai sentada no chão do banheiro , veio uma
enfermeira gritando e xingando ajudar minha iacompanhante a me levar para a
cama . quando veio a fase expulsiva tive um desmaio e apos o desmaio fiquei aerea
, com o corpo mole e visão turva , mas mesmo assim tive de fazer força para
empurar o bebe pra fora , durante toda a fase expulsiva a medica mandava eu por
força e usava palavras como " nao adianta chamar a mae ela nao tava lá quando vc
fez", "se vc não por força ele vai ficar sem oxigenio" seu filho tem que nascer agora
porque ele esta em sofrimento " e a pior de todas "se voce não fizer força seu filho
vai morrer e culpa vai ser sua ". Quando ele nasceu a enfermeira saiu correndo com
ele por muito pouco nao tinha arrancado o cordão umbilical pois ainda nao tinha
cortado o cordão. Não pude ver meu filho , eu só chorava , a medica puxou a
placenta e foi fazer a sutura pois rasgou , ela aplicou a anestesia local mais nao
pegou eu sentir mais dor , depois ela saiu e lá eu fiquei sozinha de novo . fragilizada
, com dor e com a imagen do meu filho morto na cabeça , me culpando . meu filho
teve que ser reanimado e oxigenado . só pude ver meu filho depois de 10 horas
depois do parto , fui sozinha sem acompanhamento medico ou de enfermeira , e
nao pude ficar com minha acompanhante pois mandaram ela sair asim que meu
parto acabou. meu filho ficou 7 dias internado na uti neo natal. eu fiquei 4 dias
internada sem acompanhante pois nao deixaram entrar .recebi alta e tive que ir e vir
do hospital todos os dias até meu filho receber alta.

Deixaram minha bebê 20 minutos longe de mim sendo que ela nasceu perfeita; fui
obrigada a manter as pernas nas perneiras e isso me deu câimbra
Durante o parto, a médica não permitiu que eu me inclinasse para a frente na hora
da saída da minha filha. Tive que ficar semideitada, o que foi desconfortável. Depois
que minha filha nasceu, a médica dissr que a placenta estava demorando a sair
(fazia apenas 5 minutos que minha filha tinha saído!). Eu pedi a ela que me desse
minha filha no colo para amamentar, assim, a liberação de ocitocina ajudaria na
liberação. Ela negou e acionou auxiliares para a retirada. Foi nessa hora que um
enfermeiro pressionou a parte superior do meu útero (manobra de kristeller) e outro
médico enfiou a ponta de 4 dedos na minha vagina para saída da placenta. Foi
extremamente doloroso! Eu ainda estava bem zonza. Me sentaram em uma cadeira
e um enfermeira super grosseira me disse "fecha as pernas que aqui tá cheio de
homem".

Depois de todo esse constrangimento, fiz um b.o. e tentei mobilizar uma ação
contra o hospital, mas na época não deu muito resultado. Isso foi meados de 2015.

Era nova então não tinha muita noção do que estava acontecendo, depois que tive
alta que obtive informações sobre a violência que havia sofrido e o risco que eu e
meu filho corremos.

Estávamos a tempos em trabalho de parto e tive que passar pela episiotrmia, foi
horrível senti dor pós parto por mais de 40 dias

Graças a Deus que não sofri nenhum tipo de violência no parto não

História longa para escrever. Se quiser, podemos marcar um momento para contar.

Não foi algo ruim, mas vi o bebê por alguns segundos logo q nasceu, depois ele foi
levado para tomar banho de luz, de acordo com o pediatra para evitar q ele tivesse
ectericia, embora nada indicasse esse diagnóstico. O bebê fico lá por volta de uma
hora,depois levaram ele para o quarto junto comigo

no meu primeiro parto, o médico insinuou que se o meu plano de parto chegasse
nas mãos deles algo aconteceria comigo "ela ia ver só se eu tivesse visto", ele não
viu pq apesar de estar no hospital meu parto foi desassistido, pois ao entregar o
plano de parto na recepção e para a equipe de enfermagem me deixaram a Deus
dará, só chegaram quando minha filha estava com a cabeça para fora...
No meu segundo parto as enfermeiras riam dizendo que a dor só ia piorar, diziam
que eu soube fazer e tenho que saber parir, além de quando me queimei do tempo
em que já estava com dor a enfermeira disse que não era trabalho de parto, fora o
médico que disse que a minha dor era cólica e que se não estava satisfeita com o
atendimento era para procurar outro hospital. Na primeira gestação a médica
afirmou que eu não estava em trabalho de parto pq a minhas contrações estavam
sem ritmo, neste mesmo dia fui internada pq a bolsa rompeu e minha filha já estava
em sofrimento, fui submetida a uma cirurgia de emergência.

No parto do meu Segundo filho , além de fuçar sozinha, me cortaram subiram em


cima da minha barriga que fiquei 3 meses com dor, foi muito violento, meu filho
nasceu com 4,280 k em u. Parto normal

O médico disse sorrindo até o ano que vem ,eu ainda estava sentindo dores.

O médico quis fazer a episiotomia sem me consultar, fui obrigada a ficar deitada no
momento do espolcivo, o médico me mandou ganhar meu bebê na ambulância pq
eu não queria ficar deitada, e me insultou de várias formas, a enfermeira quiser dar
uma ajudinha com a manobra de kristeller, tudo isso que eu cheguei ganhando, meu
2 filho, no hospital. No meu primeiro parto sofro episiotomia, litotomia, inúmeros
insultous por parte da equipe e do médico.

Piadas por parte da enfermagem

Quando estava com 3 meses de gravidez tive um descolamento de placenta e


resolvi procurar um médico particular, onde o mesmo me tratou com muita
ignorância, me colou inúmeros traumas e medos, me obrigou a tirar a roupa (sorte a
minha que eu estava com meu marido) logo após isso continuei o pré natal no sus

Com 40 semanas a bebê ainda não tinha nascido e eu estava muito inchada, a
enfermeira da ubs01 na época falou que podia conseguir uma cesárea com todas
as comodidades e horário marcado se eu comprasse açaí para o chefe do hospital
regional um açaí de quase 80$ e falasse que foi ela que comprou, era só chegar no
hospital com o açaí que ele já iria estar me esperando. Caso precise eu posso citar
nomes.

Sofri diversas violência uma que não sair d aninha cabeça e a que a doutora grita
comigo na hora da espucao falando que eu tava fazendo tudo errado que não era
assim tá errado tudo que vc tá fazendo e outra foi a dela fala que não era pra
chamar ela em nem um momento só quando a cabeça da minha filha estivesse pra
fora essas foram umas das violências
Sofri muito com o corte do períneo, não fui orientada sobre que medicação usar, a
princípio a médica falou que somente lavar com água e sabão era suficiente. Sofri 3
meses com a região inflamada, usando somente medicação caseira, com medo de
tomar algum remédio e secar o leite. Por fim decidi tomar antiinflamatório por conta
própria porque não estava aguentando mais.

Sofri muito no último parto, tive uma queda no penúltimo mês e usei medicação,
minha placenta colou e o bebê não saia, a médica muito grosseira queria tirar a
força, e eu pedi para mudar a posição, ela me deixou sozinha e disse que não iria
me ajudar, graças a Deus tinha uma infermeira que me ajudou, sofri demais, meu
bebê passou da hora de nascer, e a médica só voltou quando tinha terminado o
parto.

Tive meu filho no HRC do DF, foi horrível, fui muito maltratada pela a equipe e passei
por muitos constrangimentos.

Vivenciei de minha filha quando ela foi ganhar o bebê dela, eles fizeram episiotomia
, não sei como procedeu o parto dela, ela ficou num estado, que quase um mês não
conseguia sentar, acho que nem a cesária não tinha deixado ela no estado que
ficou, ela precisou ir numa ginecologista obstetrícia, só aí que ela se recuperou, faz
13 anos do ocorrido e até hoje ela tem trauma nunca mais quis saber de ter outro
filho.

A violência obstétrica começa já no tratamento, na forma de falar com a parturiente


que muitas das vezes denotam falta de empatia, grosseria, ridicularização entre
outras. Nos relatos das pessoas que responderam, essa violência no trato através
da fala se fez muito presente, alguns exemplos foram:

“Bronca da médica ao passar a mão na barriga após sentir o bebê


nascer num parto normal”

"Fecha as pernas que aqui tá cheio de homem".

“As enfermeiras riam dizendo que a dor só ia piorar, diziam que eu


soube fazer e tenho que saber parir”

“O médico disse sorrindo até o ano que vem”

“Piadas por parte da enfermagem”

A maior taxa de violência obstétrica sofrida pelas pessoas que responderam foi a
episiotomia. É comprovado que a episiotomia é um procedimento inadequado
devido às inúmeras consequências para a parturiente, sendo melhor que ocorra a
laceração natural. As pessoas que responderam sobre a episiotomia relatam dores e
consequências por muito tempo:

“Estávamos a tempos em trabalho de parto e tive que passar pela


episiotomia, foi horrível senti dor pós parto por mais de 40 dias”

“Sofri muito com o corte do períneo, não fui orientada sobre que
medicação usar, a princípio a médica falou que somente lavar com
água e sabão era suficiente. Sofri 3 meses com a região inflamada,
usando somente medicação caseira, com medo de tomar algum
remédio e secar o leite. Por fim decidi tomar antiinflamatório por
conta própria porque não estava aguentando mais.”

“Vivenciei de minha filha quando ela foi ganhar o bebê dela, eles
fizeram episiotomia , não sei como procedeu o parto dela, ela ficou
num estado, que quase um mês não conseguia sentar, acho que nem
a cesária não tinha deixado ela no estado que ficou, ela precisou ir
numa ginecologista obstetrícia, só aí que ela se recuperou, faz 13
anos do ocorrido e até hoje ela tem trauma nunca mais quis saber de
ter outro filho.”

Além disso, muitas vezes a parturiente é repreendida e proibida de escolher a


posição que quer parir, violência obstétrica que recebe o nome de litotomia:

“fui obrigada a ficar deitada no momento do expulsivo, o médico me


mandou ganhar meu bebê na ambulância pq eu não queria ficar
deitada.”

“Durante o parto, a médica não permitiu que eu me inclinasse para a


frente na hora da saída da minha filha. Tive que ficar semideitada, o
que foi desconfortável. Depois que minha filha nasceu, a médica disse
que a placenta estava demorando a sair (fazia apenas 5 minutos que
minha filha tinha saído!). Eu pedi a ela que me desse minha filha no
colo para amamentar, assim, a liberação de ocitocina ajudaria na
liberação. Ela negou e acionou auxiliares para a retirada. Foi nessa
hora que um enfermeiro pressionou a parte superior do meu útero
(manobra de kristeller) e outro médico enfiou a ponta de 4 dedos na
minha vagina para saída da placenta. Foi extremamente doloroso! Eu
ainda estava bem zonza. Me sentaram em uma cadeira e uma
enfermeira super grosseira me disse "fecha as pernas que aqui tá
cheio de homem".

Neste último relato ainda observamos outras violências obstétricas e, de uma forma
geral, as parturientes são submetidas a mais de uma violência obstétrica, no que
parece ser um esforço de tornar o “nascer” uma experiência traumática, como nesse
relato onde há além do abandono, a negação do acompanhante, insultos, proibição
da alimentação, hidratação e até de usar o banheiro, negação a golden hour,
diferentes formas de violentar física e emocionalmente essa mulher.

“Cheguei ao hospital para parir meu primeiro filho, era por volta
de 02:15 da manhã e a bolsa estava rompida , fui internada e levada
para o co com 2 cm de dilatação. não deixaram meu acompanhante
entrar fiquei sozinha ,assustada, com medo . minha acompanhante só
pode entrar as 16:00 (14 horas depois) horas quando cheguei a 6 cm
de dilatação . neste espaço de tempo só veio duas enfermeiras, não
deixaram eu comer nem beber água , não deixaram eu ir ao banheiro,
só pude ir ao banheiro depois que minha acompanhante chegou. a
enfermeira chegou e falou "vou aplicar um sorinho aqui pra vc hidratar
", mas era a ocitocina mas ela não pediu permissão e nem explicou o
que era e para o que era. Comecei a sentir muitas dores e quando
estava na fase de transição fui tomar um banho pois a enfermeira
disse que iria aliviar a dor, porém estava há 13 horas sem me
alimentar e beber água, fiquei muito fraca e com o banho aumentou
as contrações, cai sentada no chão do banheiro, veio uma enfermeira
gritando e xingando ajudar minha acompanhante a me levar para a
cama. Quando veio a fase expulsiva tive um desmaio e após o
desmaio fiquei aérea , com o corpo mole e visão turva, mas mesmo
assim tive de fazer força para empurrar o bebê pra fora , durante toda
a fase expulsiva a medica mandava eu por força e usava palavras
como "não adianta chamar a mãe ela não tava lá quando vc fez", "se vc
não por força ele vai ficar sem oxigênio", “seu filho tem que nascer
agora porque ele está em sofrimento" e a pior de todas "se você não
fizer força seu filho vai morrer e culpa vai ser sua". Quando ele nasceu
a enfermeira saiu correndo com ele por muito pouco não tinha
arrancado o cordão umbilical pois ainda não tinha cortado o cordão.
Não pude ver meu filho, eu só chorava, a médica puxou a placenta e
foi fazer a sutura pois rasgou, ela aplicou a anestesia local mas não
pegou eu senti mais dor, depois ela saiu e lá eu fiquei sozinha de
novo. Fragilizada, com dor e com a imagem do meu filho morto na
cabeça, me culpando. Meu filho teve que ser reanimado e oxigenado.
Só pude ver meu filho depois de 10 horas depois do parto, fui sozinha
sem acompanhamento médico ou de enfermeira, e não pude ficar
com minha acompanhante pois mandaram ela sair assim que meu
parto acabou. Meu filho ficou 7 dias internado na uti neo natal. eu
fiquei 4 dias internada sem acompanhante pois não deixaram entrar.
Recebi alta e tive que ir e vir do hospital todos os dias até meu filho
receber alta.”
Entre as respostas, chama a atenção esse relato sobre Plano de Parto,
anteriormente tivemos um relato sobre a importância de chegar com o Plano de
Parto no hospital pois já mostra que a parturiente tem conhecimento e então o
tratamento é mais cuidadoso. Entretanto, também existem relatos de injustiça
epistêmica, que é definido por Fricker (Gabriel e Santos, 2019) como “uma injustiça
epistêmica é uma exclusão danosa da participação de uma pessoa, ou de um grupo
de pessoas, na produção, disseminação e manutenção de conhecimento. Exclusões
desse tipo são casos de injustiça, segundo ela, quando elas se originam em uma
falha em atribuir autoridade epistêmica a uma pessoa por conta de um preconceito
de identidade, que faz com que esta pessoa seja vista como menos capaz de
contribuir para uma troca epistêmica.”, onde o médico assume que a parturiente tem
menor capacidade de contribuir para a construção do processo do seu próprio parto,
tornando inclusive essa “tentativa” de contribuir justificativa para a violência
obstétrica.

“No meu primeiro parto, o médico insinuou que se o meu plano


de parto chegasse nas mãos deles algo aconteceria comigo "ela ia ver
só se eu tivesse visto", ele não viu pq apesar de estar no hospital meu
parto foi desassistido, pois ao entregar o plano de parto na recepção
e para a equipe de enfermagem me deixaram a Deus dará, só
chegaram quando minha filha estava com a cabeça para fora…”

Sendo o Brasil o segundo país com maior taxa de cesáreas no mundo, não
surpreende os absurdos que encontramos, como um caso de “comprar” uma cesária
com um Açaí:

“Com 40 semanas a bebê ainda não tinha nascido e eu estava muito


inchada, a enfermeira da ubs01 na época falou que podia conseguir
uma cesárea com todas as comodidades e horário marcado se eu
comprasse açaí para o chefe do hospital regional um açaí de quase
80$ e falasse que foi ela que comprou, era só chegar no hospital com
o açaí que ele já iria estar me esperando.”

Entretanto, muitas pessoas não sabem o que são as violências obstétricas, e como
observado nas respostas sobre dúvidas sobre Plano de Parto, muitas aceitam com
conformismo que as coisas são assim mesmo, especialmente no SUS. Isso leva a
uma dificuldade de rastrear as violências obstétricas, o que evidencia a importância
da informação sobre o tema, como traz esse relato:

“Era nova então não tinha muita noção do que estava acontecendo,
depois que tive alta que obtive informações sobre a violência que havia
sofrido e o risco que eu e meu filho corremos.”
24) A importância do preparo do acompanhante:

25) Espaço para compartilhar:

Há algo mais que você gostaria de compartilhar?

A medida estorou a minha bolsa

Acredito que o acompanhamento da doula e a participação do acompanhante


durante a educação perinatal são fundamentais para que o parto seja humanizado

Acredito que seja elementar um trabalho integral desde antes de engravidar, tanto
com os genitores como como os acompanhantes

depois de duas experiencias de parto totalmente direfentes (uma cheia de


violencias e a outra um parto humanizado ) decidir fazer o curso de doulas pra
ajudar outras mulheres a viverem um parto saudavel.

Eu tive doula, na época. Mas além de doula, ela era funcionária do hospital. Na
época, percebi que esse vínculo empregatício dela a deixou negligente diante das
violências que eu passei.

Nao

Não
Não

Não

Não

Não tive doula porque contratei uma enfermeira obstetra (para ficar em casa até o
expulsivo com mais segurança)

Não.

Não.

Não...Tive um parto tranquilo pelo sus e todo acompanhamento

Nesse momento não

No momento não

O acompanhante é um como um porto seguro para a mãe que está em trabalho de


parto, até para evitar certas ações da equipe médica ( em alguns casos)para
prejudicar de alguma forma a mãe, e evitar que ela tenha alguma sequela.

O acompanhante faz toda diferença.

O meu pré natal foi particular e pelo SUS

Que no meu último tive a presença de um acompanhante e pode contar com as


doulas.

Tive direito a dois acompanhantes

26) Sobre o acompanhamento de uma doula:


Conclusão

Apesar das políticas públicas e esforços na popularização da humanização do parto,


o Plano de Parto ainda é um tema muito desconhecido e de muito pouca adesão. A
ideia de que a parturiente deve aceitar o que acontece na sala de parto, como dito
em alguns relatos, é reflexo da deseducação sobre os direitos da parturiente e
concentração da credibilidade nas mãos da equipe médica, que, como muitas vezes
relatado aqui, se mostram despreparadas para uma atenção e cuidado respeitoso,
num esforço, intencional ou não, de tornar o nascimento um processo traumático.

Mesmo quando existe o Plano de Parto, existe muito despreparo para a execução
deste pelos profissionais de saúde, como encontramos em outros relatos. Dessa
forma, fica nítido que a saúde e autonomia da parturiente não é prioridade em
relação a manutenção do “monopólio” da credibilidade da equipe, como
encontramos nesse relato:

“Eu tive doula, na época. Mas além de doula, ela era funcionária do
hospital. Na época, percebi que esse vínculo empregatício dela a deixou
negligente diante das violências que eu passei.”

Assim, é essencial que gestante e acompanhante estejam plenamente conscientes


de seus direitos e dos procedimentos aos quais a parturiente e o recém nascido
podem ser submetidos, uma vez que estes são os verdadeiros interessados na
saúde e bem estar dos mesmos.

O Plano de Parto se constitui como uma ferramenta poderosa para o


empoderamento e mudança concreta na experiência do nascer no Brasil.
Referências Bibliográficas:
GABRIEL e SANTOS. Injustiça Epistêmica na Violência Obstétrica. 2019

BRASIL. Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005.

DISTRITO FEDERAL, Lei nº 5.534 de 2015.

SILVANI, Cristiana Maria Baldo. Autonomia feminina no processo de parto e


nascimento: revisão integrativa da literatura. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto
Alegre, v. 38, n. 1, p. 1-10, 2017

MARQUES, Ana Paula de Oliveira et al. Autonomía femenina en el proceso de parto y


nacimiento: revisión integradora de la literatura. Revista Brasileira de Enfermagem,
Brasília, v. 70, n. 4, p. 852-861, ago. 2017.

Você também pode gostar