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História Breve dos Pigmentos


1 - Da Arte do Homem Pré-histórico
JOÃO M. PEIXOTO CABRAL*

Há muitos milénios que os homens vestigação mineralógica. Outro ainda entre os seus grãos e, por outro, a sua
vêm usando colorantes para foi o rápido progresso realizado na in- aderência aos objectos. Note-se que há
decorar objectos e habitações. vestigação em química inorgânica, de- materiais colorantes que são produzi-
Começaram por recorrer a signadamente na química do crómio, dos fixando um dado corante num
produtos naturais mas, pouco a do cádmio, do cobalto, do zinco, do substrato inorgânico ine rt e, insolúvel,
pouco, passaram a servir-se cobre e do arsénio. Sobre esta maté- finamente dividido e semi-transparen-
também de materiais sintéticos ria, porém, praticamente nada tem te, como o óxido de alumínio e o sulfa-
que Iam descobrindo e sido considerado no ensino da Quími- to de cálcio. A tais materiais, que ape-
produzindo. Para isso ca em Portugal, seja para tornar este sar de deverem a sua cor ao corante
contribuíram na Antiguidade, ensino porventura mais atractivo, seja utilizado são aplicados da mesma ma-
técnicos diversos, alquimistas e para mostrar aos alunos que a Quími- neira que os pigmentos, dá-se ene lín-
médicos. Com o nascimento da ca também tem contribuído para o gua inglesa o nome de lake pigments do
química moderna, no séc. XVIII, progresso das Artes. qual a primeira palavra parece ter deri-
tal contributo passou a ser dado O presente trabalho tem por fim vado do termo italiano lacca.
por químicos, às vezes em chamar a atenção dos professores de Neste trabalho ocupar-me-ei
consequência de descobertas química do ensino secundário para a apenas dos pigmentos, com exclusão
importantes na sua própria existência da referida relação e, além destes últimos. Os corantes e os pig-
disciplina. Nesta série de artigos disso delinear uni esboço da história mentos produzidos mediante a fixa-
faz-se uma descrição dos referidos desses mate ri ais que lhes permita criar ção de um corante num substrato
produtos e materiais, em particular uma ideia satisfatória sobre a sua ori- inorgânico inerte, serão objecto de
dos pigmentos. gem, natureza e usos. Note-se que a um trabalho posterior.
O presente artigo diz respeito aos produção dos mais antigos materiais
pigmentos utilizados pelos artistas colorantes sintéticos tem as suas raízes
pré-históricos e, atendendo à firmadas nas tecnologias da Antiguida- 2. PIGMENTOS UTILIZADOS
grande importância que a arte de, na Alquimia e na Medicina. Assim, PELOS ARTISTAS
pré-histórica adquiriu em Portugal parece razoável que nesse esboço PRÉ-HISTÓRICOS
com a descoberta das gravuras sejam incluídos também os colorantes
rupestres de Foz Côa, inclui a mais antigos, i.e., todos os anteriores Desconhece-se quando terá co-
título excepcional um esboço ao nascimento da química moderna. meçado o homem a pintar. Sabe-se,
sobre as suas técnicas de pintura. Como o seu número é grande e o es- no entanto, que na Europa alguns
paço disponível reduzido, isso obrigará artistas da fase inicial do Paleolítico
a que o trabalho tenha de ser dividido Superior, designadamente da época
1. INTRODUÇÃO em vários artigos. Aurignacense (Fig. I), já faziam pin-
Importa recordar que é costume turas parietais de excelente qualida-
Poucas áreas haverá na Química classificar os materiais colorantes em
tão intimamente relacionadas com a dois grupos — corantes e pigmentos —
Iduee BP
Arte, em particular com a Pintura, consoante a sua natureza (orgânica ou 10 000
como a dos materiais colorantes. Por inorgânica) e o modo de aplicação. Os
12000
sua vez, nunca a relação desta área corantes são produtos orgânicos que se
com a Pintura terá sido tão estreita aplicam dissolvendo-os primeiro num 11.000

como no decurso das três primeiras meio adequado e, em seguida, imer- 16000

décadas do séc. XIX, durante as quais gindo nas soluções preparadas os ob- 18000
as paletas dos pintores foram sendo jectos a tingir (caso dos textéis), ou as-
20000 SOLUTRENS€
consideravelmente enriquecidas, em sentando as soluções na superfície dos
resultado da descoberta de novos pig- objectos que se pretende colorir (caso 22000

mentos por químicos, a um ritmo e da pintura). A sua fixação à superfície 21.000

com um impacto na técnica desses ar- destes é feita directamente, em resulta- 26000
tistas verdadeiramente excepcionais. do da ocorrência de uma interacção fí-
28000
Um dos principais factores que contri- sica ou química entre eles e os materi-
buíram para isso foi o aparecimento ais de que são feitos os objectos. Pelo 30000

em França, no último quartel do séc. contrário, no caso dos pigmentos (pro- 32000

XVIII, de uma nova química sistemá- dutos inorgânicos) tal interacção não 31.00 0
tica saída da revolução promovida por se verifica e, por isso, estes colorantes
Lavoisier. Outro foi o enorme desen- só podem aplicar-se misturando-os Fig. 1 - Crono-estratigrafia do Paleolítico Superior
volvimento que se verificou pouco previamente com uma substância francês. As idades estão expressas em anos BP".
tempo depois nos métodos de análise aglutinante, onde não sejam solúveis, Adaptado de M. Lorblanchet (27), 242.
química, muito estimulado pela in- que assegure, por um lado, a coesão

QUÍMICA • 62 • 19% 11
t i K o s

de. A demonstrá-lo estão as pinturas 2.1. Primeiros passos na


da recém-descoberta gruta de Chau- caracterização química
vet-Pont-d'Arc [ 11 (Figs. 2 e 3), algu- da matéria pictural
mas das quais foram datadas directa-
mente pelo 14 C dando resultados Os estudos de caracterização
. concordantes que colocam a sua rea- química da matéria pictural em pin-
OCEANO PERIGORD
ATLÁNTICO • lização à roda de 31 000 BP [2]. São, turas pré-históricas foram iniciados
• •.0 r Lascauv
._. . C houvet por ora, as datas mais antigas obtidas em 1902, pouco depois da descober-
^ DECHE AR
para pinturas. ta das grutas de Altamira (1878) e de
Alta •
Tal descoberta teve consequên- Font-de-Gaume (1901), com os tra-
^_ ••.^iau cias muito importantes, a principal bathos de Moissan [4, 5] prémio —

PlR/NÉDS

MAR
das quais foi talvez a alteração das Nobel da Química, 1906 — relativos a
MEDITERRÁNEO nossas concepções sobre o nascimen- esta última gruta e à gruta de La
to e evolução da arte. Na verdade, Mouthe. Moissan verificou que os
dessa época, a arte parietal que se pigmentos vermelho e negro, utiliza-
oo conhecia não tinha a mesma quali- dos na execução das pinturas destas
dade que a da gruta de Chauvet e, grutas (Fig. 4), eram constituidos por
por outro lado, havia testemunhos hematite (aFe 2 O 3 ) e óxido de man-
no Kin
nas célebres grutas de Altamira e ganês respectivamente, misturado
Lascaux, datados do Magdalenense com calcite e pequenos grãos de
médio (Fig. 1), de que a arte da pin- quartzo. Não encontrou, porém, ne-
tura tinha atingido nesse tempo e nhuns vestígios de materiais orgâni-
nesses lugares um grau elevado de cos que pudessem ter sido utilizados
Fig. 2 - Lugares arqueológicos, com pintura
excelência. Admitia-se, por isso, que como aglutinantes. A resultados aná-
paleolítica, mais importantes na Europa Ocidental.
a gestação da arte teria durado vários logos chegou igualmente Courty [6],
milénios. Assim, a descoberta da nesse mesmo ano, em análises que
gruta de Chauvet e das suas impres- efectuou de pigmentos vermelhos e
sionantes pinturas, aliada à constata- negros da gruta de Laugerie-Haute.
ção de que elas tinham sido feitas há Mais tarde, em 1908, Cartailhac
mais de 30 000 anos, veio mostrar e o abade Breuil [7] referiram por sua
que esta ideia estava errada e que, vez, embora sem apresentarem ne-
durante o Paleolítico Superior, teria nhuma prova concreta para a sua
havido com toda a probabilidade di-
versos florescimentos, apogeus e de-
clínios na arte da pintura, consoante
as épocas e os lugares.
Além disso, a circunstância de
actualmente não se conhecer ne-
nhuma forma de arte antes do início
do Paleolítico Superior e o facto de
se terem encontrado vestígios da
passagem do Homo Sapiens no Próxi-
mo Oriente, vestígios esses que, se-
gundo os resultados da termolumi-
nescência, têm uma idade superior a
90 000 anos [3], vieram levantar a
questão de saber se a arte já existiria
durante esse intervalo de tempo ou
se teria sido uma invenção tardia. O
que parece mais lógico na situação
presente, atendendo à descoberta
atrás referida, é admitir que sim e
também que possam existir formas
elaboradas de arte que ainda não
Fig. 3 - Cavalos e rinocerontes. Gruta de foram encontradas, ou que possam Fig. 4 - Bisontes policromados. Gruta de Altamira,
Chauvet-Pont-d'Arc. ter existido mas que não chegaram tecto.
até nós por não se terem conservado.

12 QUÍMICA-62.1996
a r t i

verificou-se que os pigmentos ver-


melhos são constituídos por hemati-
te, os negros sobretudo por óxidos
de manganês e menos frequente-
mente por carvão vegetal, e os ama-
relos por goetite, encontrando-se
todos eles sistematicamente associa-
dos a certos minerais, em geral
quartzo mas também calcite e argila,
o que foi interpretado pelos investi-
gadores que realizaram as análises
como resultando de uma acção deli-
berada dos artistas.
Mais tarde Vandiver [12] anali-
sou outras amostras da gruta de Las-
caux, mas agora colhidas directa-
mente de pinturas, e comparou os
resultados que obteve para elas com
os obtidos quer na análise de materi-
ais achados junto das paredes onde
se encontravam as pinturas amostra-
das, quer na análise de algumas
amostras geológicas. Pôde deste
Fig. 5 - Pormenor do painel IV da Sala Negra. Gruta de Niaux. modo concluir que os artistas deveri-
am moer e misturar os minerais que
afirmação, que as pinturas da Sala tecto, verificando-se que eles são entravam na composição da matéria
Negra da gruta de Niaux (Fig. 5) teri- constituídos essencialmente pelas se- pictural com o fim de controlar a cor
am sido feitas com uma mistura de guintes substâncias: os pigmentos e a sua fluidez. Refira-se que Vandi-
carvão, óxido de manganês e gordu- vermelhos por hematite; os negros
ra. Outros pré-historiadores admiti- por carvão vegetal, carvão animal
ram ainda, com base em observações (pó de ossos, chifres ou dentes quei-
visuais efectuadas, que os pigmentos mados) ou óxidos de manganês; os
das pinturas de Altamira seriam de castanhos e amarelos igualmente por
natureza variada nomeadamente hematite mas agora acompanhada
ocres negros ou vermelhos, hematite, de goetite (aFeOOH) em proporção
carvão, óxidos de manganês, negros variável consoante a cor, aumentan-
ou violetas, e negro de fumo ou de do no sentido do amarelo; o branco
osso. por uma mistura de uma argila mi-
cácea com quartzo; os cinzentos por
2.2. Exames físico-químicos uma mistura semelhante à do bran-
da matéria pictural co mas em que a mica é uma ilite
com um grau de cristalinidade mais
Deve notar-se todavia que, no elevado. Verificou-se, além disso,
referente às pinturas de Altamira, foi que tanto os pigmentos vermelhos
só a partir de 1977 que se começa- como os negros se apresentam mis-
ram a fazer exames físico-químicos turados com quartzo e micas e, por
da matéria pictural com auxílio da vezes, com um mineral de origem
microscopia óptica, da difracção de orgânica — o âmbar — que talvez ti-
raios-X e da espectrografia de emis- vesse sido adicionado para exercer a
são [8, 9]. Esses exames permitiram função de aglutinante.
determinar a composição de várias Por outro lado, no que respeita
amostras de pigmentos, quer acha- às pinturas da gruta de Lascaux (Fig.
dos em escavações efectuadas em 6), os exames físico-químicos foram
1924-1925 na entrada da gruta — al- iniciados somente em 1979 [ 10, 11],
guns dos quais ainda dentro de con- fazendo uso de amostras de materi-
chas de lapas utilizadas pelos artistas ais recolhidos em escavações na Fig. 6 - Auroque. Gruta de Lascaux.
— quer colhidos directamente do gruta entre 1952 e 1963. Neste caso

QUÍMICA . 62 . 1996 13
r t ig o s

ver não se limitou apenas ao estudo Para a caracterização da matéria


das pinturas da gruta de Lascaux. Ela pictural em pinturas pré-históricas
estudou também pinturas de outros contribuíram ainda, nos anos 80, vá-
sítios, designadamente da gruta de rios outros investigadores [15-23],
Renne, em Arcy-sur-Cure, e de di- podendo dizer-se dum modo geral
versas grutas no Ariège. que os pigmentos utilizados na exe-
É interessante notar que exames cução de tais pinturas — sobretudo
efectuados no microscópio óptico a pigmentos vermelhos e negros, mas
quatro amostras de pigmentos ne- também castanhos, amarelos e, nal-
gros colhidas em fissuras existentes guns casos, brancos — foram não só
nas paredes da Sala Negra da gruta os já referidos atrás como ainda os
de Niaux, com o objectivo de deter- ocres vermelhos e amarelos e, embo-
minar a sua natureza, revelaram que ra muito raramente, o guano de
esses pigmentos eram de carvão de morcego.
madeira de uma árvore resinosa. Alguns estudos de caracteriza- Fig. 8 - Gravura realçada com pintura negra,
Exames mais pormenorizados efec- ção visaram também a arte móvel, representando uma vaca e o seu vitelo.
tuados depois no microscópio elec- em particular a arte móvel gravada e Gruta de Mas d'Azil.
trónico de varrimento (SEM), embo- pintada achada na gruta de La Vache
ra não tivessem sido inteiramente (Ariège), cujo contexto, que se en-
conclusivos, indicaram que a madei- contra convenientemente datado, é to de investigação da pintura pré-
ra que produziu esse carvão seria do Magdalenense superior. Neste histórica achada nesse país envol-
provavelmente de zimbro [13]. Por caso, os objectos de arte foram exa- vendo, por um lado, pré-historiado-
outro lado, análises realizadas em minados no SEM e os resultados ob- res e, por outro, investigadores do
amostras de pigmentos negros da tidos mostraram, tal como havia sido Laboratoire de Recherche des Musées de
gruta de Quercy mostraram, umas verificado em estudos anteriores France. O trabalho experimental ba-
vezes, a presença de carvão de ma- sobre a arte parietal, que os pigmen- seou-se num conjunto bastante
deira, outras vezes, a presença de tos vermelhos e negros utilizados nas grande de amostras, colhidas sobre-
carvão de osso [14]. Como se verá pinturas deveriam ter sido mistura- tudo em pinturas da Sala Negra e
adiante, deve-se à presença de car- dos com certos minerais. Só que, doutras galerias da gruta de Niaux e
vão vegetal ou animal em certos pi- agora, tornava-se evidente que as Réseau Clastres (Fig. 7), e ainda das
gmentos a possibilidade de fazer a misturas teriam sido feitas de acordo grutas de Fontanet, Les Trois Frères
datação directa das pinturas. com uma receita previamente esta- e Le Portei, assim como numa série
belecida [24]. de amostras colhidas em pinturas
sobre objectos de arte móvel achados
2.3. Receitas de preparação nas grutas de La Vache, Enlène e
da matéria pictural Mas d'Azil (Fig. 8), amostras essas
que se limitaram apenas aos verme-
Mas será que os artistas pré-his- lhos e negros num total de cerca de
tóricos se teriam guiado geralmente uma centena. Todas elas foram de-
por fórmulas pré-estabelecidas para pois analisadas recorrendo ao SEM, à
prepararem a matéria pictural de espectrometria de raios-X, à difrac-
que se serviam nas suas pinturas? E, ção de raios-X e aos métodos
no caso afirmativo, teriam essas re- PIXE*** e PIGE**** de análise ele-
ceitas variado com o tempo? Para mentar [25, 26].
responder a estas perguntas e a ou- Tal como anteriormente, os re-
tras, como por exemplo a de saber se sultados obtidos mostraram que
todas as pinturas da vastíssima gruta tanto os pigmentos vermelhos (he-
de Niaux constituiriam um só con- matite) como os negros (carvão de
junto pictural — como pensavam madeira finamente moído ou óxido
Leroi-Gourhan e Vialou — ou se as de manganês) se encontram nas res-
pinturas das galerias, representando pectivas amostras associados a certos
signos e raros animais, corresponde- minerais de cor pálida e a um agluti-
riam a uma lógica diferente da subja- nante orgânico. Não foi possível,
cente às representações naturalistas porém, neste caso determinar a na-
da Sala Negra — como admitia Clottes tureza do aglutinante. Quanto aos
Fig. 7 - Cabrito - montês: pormenor do painel IV —, iniciou-se em França, na parte minerais verificou-se que havia três
da Sala Grande. Gruta de Niaux. final dos anos 80, um grande projec- variedades, uma das quais é da

14 QUÍMICA 62 996
artigos

mesma natureza daquela que já


havia sido identificada na matéria
pictural presente nas obras de arte
móvel da gruta de La Vache. São elas
as seguintes:
e
• receita F - feldspato potássico, em
grãos de forma ovóide por vezes com
• Aumente produtividade
fracturas angulosas; • Alargue o seu mercado
• receita B - feldspato potássico e bi-
otite em plaquetas de cerca de 10 (m • Reduza despesas
de comprimento;
(e use-a para fazer as compras de Natal!)
• receita T - talco.

Em cada uma verificou-se ainda


a presença sistemática de quartzo em
pequenos grãos, o qual poderia já
estar naturalmente associado aos mi-
nerais adicionados ou resultar da
R8[111®r0S
moagem desses minerais no caso de
esta ter sido efectuada com um ca- ,w^ ^
lhau de quartzo.
É importante notar que os mi-
nerais observados apresentam uma
^Q:t`acyte
granulometria compreendida entre http://www . Oatacyte.com
10 e 30 gm, com raros grãos de ta-
manho maior que chega a ultrapas-
sar 100 gm, e um grau de homoge-
neidade apreciável. Ora uma tal gra-
nulometria só muito excepcional- Dr. Patrick M. van der Valk, Director
mente se encontra em produtos na- Kua Joao Luis Kicardo oJ , 4b Parede
turais. Por outro lado, a associação
1 eI: (01) 456.42.98 Fax: (01) 458.07.91
desses minerais com óxidos de ferro
ou de manganês parece não ocorrer eiu tl consult( betacyte.pt ou valk(cdbetacyte.com
:

na natureza, nem a sua presença A p ri meira consulta é grá ti s!


pode ser devida a qualquer poluição
das paredes que servem de suporte
às pinturas, dado que os mesmos mi-
nerais se encontram também associ- 2.4. Cronologia das receitas datação relativa e, por isso, não é de
ados àqueles pigmentos em objectos estranhar que já tivesse conduzido a
de arte móvel. Note-se, além disso, Para saber se as receitas de pre- resultados contraditórios. No entan-
que análises efectuadas a um pedaço paração da matéria pictural teriam to, a sua combinação com o método
de matéria pictural achado em estra- variado com o tempo não basta de- do 14 C, aplicado a vestígios de ocu-
tigrafia em níveis d'habitat da gruta terminar a sua composição. É neces- pação humana que por vezes têm
de Enlène revelaram igualmente a sário ainda conhecer a altura em que sido achados próximo das pinturas,
associação de hematite com feldspa- foram feitas, ou seja, é preciso datar e, por outro lado, o facto de uma
tos potássicos. as pinturas correspondentes. parte dos objectos de arte móvel
Parece não haver dúvida, por- A datação de pinturas pré-histó- terem sido encontrados em estratos
tanto, de que os referidos minerais ricas era, até há pouco tempo, muito com artefactos que podem datar-se
devem ter sido intencionalmente difícil de efectuar com rigor aceitá- mais rigorosamente, veio permitir
adicionados aos diferentes pigmentos vel. O método que normalmente se realizar alguns progressos e aumen-
pelos artistas magdalenenses e cuida- empregava e ainda se utiliza, pro- tar a sua credibilidade. Apesar disso,
dosamente moidos e misturados até posto e desenvolvido por pré-histori- a imprecisão que afecta os seus re-
à obtenção de um bom grau de ho- adores, baseia-se em critérios de esti- sultados, embora menor do que an-
mogeneidade, talvez para facilitar a lo, i.e., no estabelecimento de uma teriormente, ainda se mantem gran-
sua adesão às paredes ou aos objec- sucessão cronológica de estilos. de, devido sobretudo à incerteza da
tos. Trata-se, porém, de um método de pressuposta correlação entre as pin-

QUÍMICA • 62 . 1996 15
t i g o s

Tabela 1 - Datas de 14 C de pigmentos de carvão vegetal ou animal,


colhidos em pinturas parietais
turas que se procura datar e os ves-
tígios achados na sua vizinhança. Na
Gruta, localização e identificação da pintura Data BP** verdade, a experiência tem mostra-
Altamira
do que os vestígios deixados pelos
Parte central do tecto pintado (zona Ill na fig.133 ou fig.670)*
habitantes ou visitantes de cada
Pequeno bisonte voltado para o lado esquerdo: carvão (GifA 91178) 13570 ±190 gruta se estendem em regra por vá-
Grande bisonte voltado para o lado esquerdo: carvão (GifA 91179) 13940 ±170 rios milénios [27].
Grande bisonte voltado para o lado direito: carvão (GifA 91181) 14 330 ± 190 Assim, e atendendo ao facto de
Signo da galeria terminal: carvão (GifA 91185) 15 440 ± 200 a nova técnica de datação pelo radi-
ocarbono — a técnica de AMS*****
El Castilho [28] — ter aberto a possibilidade de
Parede próxima da entrada (zona IV Nos 18 e 19 na fig.139)* fazer datações com quantidades de
Grande bisonte voltado para o lado direito: carvão (GifA 91004) 13060 ±200 carbono muito pequenas, da ordem
Grande bisonte voltado para o lado direito: carvão (GifA 91172) 12 910± 180 de grandeza de 0,1-1 mg, tem-se
procurado nestes últimos cinco anos
Niaux datar directamente a matéria pictu-
Sala Negra (painel) na fig.154)* ral. As primeiras datas obtidas deste
Grande bisonte voltado para o lado direito: carvão (GifA 91319) 12 890 ± 160 modo, determinadas a partir de
Traço a carvão (GifA 92499) 13 060 ± 200 amostras de pigmentos negros de
Pequeno bisonte (?) 13 850 ± 150 carvão vegetal colhidas em pinturas
das grutas de Altamira, El Castillo e
Le Portei Niaux foram publicadas em 1992
Cavalo do tipo de Niaux: carvão (AA 9465) 12 180 ± 125 [27]. Actualmente, já se conhecem
Grande cavalo precedendo o painel terminal: carvão (AA 9766) 11 600 ± 150
27 datas de pinturas parietais situa-
das em 9 grutas paleolíticas, obtidas
Covaciella
directamente por AMS, as quais se
Bisonte voltado para o lado direito (GifA 95281) 14 060 ± 140
apresentam na Tabela 1 [2, 29]. É
Bisonte voltado para o lado esquerdo (GifA 95364) 14 260 ± 130
interessante notar que, apesar de as
Cosquer
pinturas parietais da gruta de Las-
Mão negra: la metade da amostra (GifA 92409) 27110 ±390
caux serem umas das mais célebres
2a metade da amostra (GifA 92491) 27 110 ± 350 pinturas pré-históricas, não foi ainda
Felino a traço negro (GifA 92418) 19 200 ± 220 possível datá-las directamente em
Cavalo a traço negro: 1 4 metade da amostra (GifA 92416) 18 840 ± 240 vi rt ude de os artistas que as realiza-
2a metade da amostra (GifA 92417) 18 820 ± 310 ram terem feito aí muito pouco uso
Bisonte negro: 1' metade da amostra (GifA 92419) 18010 ±190 de carvão vegetal ou animal como
2" metade da amostra (GifA 92492) 18 530 ± 180 pigmento.
Note-se, além disso, que por
Cougnac enquanto não foram publicados
Painel VIII, pontuação digital negra (GifA 89250) 14 290 ± 180 mais resultados de datações directas
Painel IX, pontuação digital negra (GifA 92500) 13 810± 210 de pinturas parietais pré-históricas
Painel IV, Megaceros macho: bossa da cernelha (GifA 91183) 23610 ±350 localizadas em França e que, conse-
cernelha e dorso (GifA 92426) 22 750 ± 390 quentemente, as informações dispo-
Painel IV, Megaceros fêmea: dorso (GifA 91324) 19 500 ± 270 níveis sobre datas referentes às pin-
bossa da cernelha e peitoral (GifA 92425) 25 120 ± 390 turas das restantes galerias das gru-
tas de Niaux e Réseau Clastres, bem
Pech Merle como das grutas de Fontanet e Les
Cavalo voltado para a direita, painel dos cavalos picotados (GifA 95357) 24 640 ± 390 Trois Frères, que constituiram a ma-
téria de estudo do grande projecto
Chauvet - Pont - díArc de investigação atrás referido, se li-
Rinocerontes defrontados
mitam a resultados de datações de
rinoceronte voltado para o lado direito:
14C de vestígios de ocupação huma-
alíquota a (GifA 95132) 32 410 ± 720
na achados nas proximidades dessas
alíquota b (GifA 95133) 30 790 ± 600
pinturas. Por outro lado, as informa-
rinoceronte voltado para o lado esquerdo: (GifA 95126) 30940 ±610
Grande bisonte do fundo (GifA 95128) 30 340 ± 570
ções disponíveis sobre datas respei-
Resíduo de tocha, alfquota a (GifA 95129) 26 980 ± 410
tantes às pinturas das grutas de La
alíquota b (GifA 95130) 26 980 ± 420 Vache, Enlène e Mas d'Azil, que
Resíduo de tocha (GifA 95127) 26 120 ± 400 também fizeram parte desse estudo,

* Todos os números das figuras citadas se referem a mapas, desenhos e fotografias pertencentes ú obra
de A. Leroi-Gourhan, Préhistoire de I'Art Occidental, Mazenod, Paris, 197...
artigos

provêm não só de datações de 14 C de prima), seja de natureza técnica manganês e os minerais adicionados
vestígios de ocupação humana acha- (melhoria do produto), seja de na- — muito mais duros e de granulome-
dos na vizinhança de pinturas parie- tureza económica (maior facilid ade
t tria muito menor — e que, por isso,
tais mas também de datações de ob- de elaboração da pintura). Situaçõ- não devam fazer parte da matéria
jectos de arte móvel decorados, es semelhantes vieram a verificar- pictural.
achados em estratos com carvões ou se também em diferentes épocas Assim, a presença dos fragmen-
utensílios e armas de datas conveni- históricas, como por exemplo no tos de carvão de madeira detectados
entemente estabelecidas e, portanto, séc.XV com o pigmento "amarelo nestas amostras só pode ter uma in-
de maior confiança. de chumbo e de estanho", que até terpretação — a de que eles perten-
Na Tabela 2 [26] mostram-se os 1440 era fabricado na variedade II cem a um desenho subjacente às
resultados obtidos nos ensaios de (apresentando uma composição he- pinturas amostradas, o qual teria
identificação dos minerais associados terogénea na qual se encontrava si- sido traçado com um pedaço de ma-
aos pigmentos vermelhos e negros lício), provavelmente por mestres deira queimada. Aliás esta interpre-
das pinturas das grutas estudadas, vidreiros, e que a partir daí passou tação pôde depois ser confirmada
juntamente com a indicação da a ser produzido sem perda de quali- examinando directamente essas pin-
época em que tais pinturas teriam dade na variedade I (de composição turas à lupa binocular, e o mesmo
sido realizadas. homogénea e sem silício), por um veio a demonstrar-se em relação a
Os resultados apresentados na processo mais simples e menos caro todas as pinturas negras da Sala
parte inferior da Tabela 2, relativos [30, 31]. Negra que se encontravam acessíveis
às pinturas sobre objectos de arte a este tipo de exame, com excepção
móvel achados em níveis arqueológi- 2.5. Desenho subjacente das do grande cervo e da cabeça de
cos bem datados, mostram que as re- cavalo na sua vizinhança, bem como
ceitas de minerais adicionados à ma- Outro resultado muito interes- das de dois pequenos cavalos sobre-
téria pictural parecem ter efectiva- sante obtido no mesmo projecto de postos na abóboda.
mente variado com o tempo e possu- investigação foi a descoberta, nalgu- Parece, pois, que os artistas
ir, portanto, um certo valor cronoló- mas amostras de pigmentos negros Magdalenenses já usavam técnicas
gico. Na verdade, verifica-se que a colhidas em pinturas da Sala Negra de pintura para realizar as suas obras
receita F corresponde às pinturas do da gruta de Niaux, de fragmentos de que, na sua essência, não diferiam
Magdalenense médio e a receita B às carvão de madeira com o tamanho grandemente das que mais tarde vie-
do Magdalenense superior. de cerca de 100 pm subjacentes à ram a ser adoptadas pelos pintores
Os apresentados na parte de matéria pictural, que neste caso é dos tempos históricos. Com efeito,
cima da mesma tabela, referentes às constituida por óxido de manganês antes de aplicarem as camadas de
pinturas parietais, embora não sejam misturado com uma das três qualida- cor, começavam por fazer um dese-
tão sugestivos a esse respeito como des de minerais atrás referidas. Repa- nho preparatório. Além disso, mistu-
os anteriores, estão em grande parte re-se que o facto de tais fragmentos ravam os pigmentos com outros pro-
de acordo com eles, levando a crer terem aquela dimensão e serem de dutos para melhorar as propriedades
que na gruta de Niaux haja pinturas um material pouco duro leva a crer da matéria pictural. Estes factos re-
quer do Magdalenense médio quer que o carvão de madeira presente velam bem o carácter deliberado e
do Magdalenense superior. Estes re- nessas amostras não tenha sido reflectido das obras de tais artistas.
sultados, embora de certo modo pre- moido juntamente com o óxido de
liminares, permitiram a Clottes et alui.
[26] chegar a conclusões muitíssimo Tabela 2 - Minerais associados aos pigmentos vermelhos e negros de pinturas parietais
interessantes que vieram pôr em das sete grutas por enquanto estudadas
causa as teorias clássicas sobre a cria-

ção do santuário de Niaux. Note-se Gruta Receita Contexto

que no que se refere às pinturas de F B T Magdalenense
Le Portei, os resultados ainda não
foram publicados, mas já se deu a Niaux ✓ ✓ ✓ médio ou superior
conhecer que eles parecem revelar o Les Trois Frères médio
uso de outras receitas corresponden- Fontanet médio ou superior
do a estilos considerados mais anti- Le Portei outra superior
gos.
É possível que a mudança de La Vache superior
uma receita para outra, em certas Enlène médio
alturas, tenha sido feita por moti- Mas d'Azil - Péquart ✓ médio
vos seja de natureza prática (esgo- Mas d'Azil - Piette ✓ médio ou superior
tamento de fontes de matéria

QUÍMICA • 62 • 1996 17
artigos

,4.44-(IRAAT

2.6. Considerações finais * Instituto Tecnológico e Nuclear, Química, Estrada 12. P. Vandiver, Paleolithic pigments and processing,
Nacional N' 10, 2686 Sacavém Codex Master Science Thesis, Department of Material Science
Terminarei por fazer notar ** Para exprimir as datas de 14 C convencionou-se and Engineering, M.I.T., 1983.

que, apesar das enormes dificulda- que se deveria fixar para o início da escala do tempo
des do ponto de vista analítico em a ano de 1950 d.C. ( aquele em que Libby et allü. 13. I. Brunet, B. Callede, G. Orial, Studies in Conserva-

publicaram as primeiras datas de amostras com tion 27 (1982) 173.


detectar na matéria pictural as
idades até entdo desconhecidas -, ao qual se deu o
substâncias aglutinantes que por-
nome de "Presente "e se represe nt ou por P. As datas 14. M. Lorblanchet, M. Labeau, L. Vernet, Préhistoire
ventura se teriam usado na sua de 14 C passaram, por isso, a ser expressas na forma quercinoise 3 (1988) 79.
preparação, uma das quais seria Before Present ou, simplesmente, BP. Note-se que,
provavelmente a água, já foi possí- em virtude de um ano da escala de radiocarbono 15. C. Couraud, Bull. de la Soc. Préhistorique Française
vel em certos casos obter algumas não corresponder exactamente a uni ano de 80 (1983) 104.
informações sobre a sua natureza. calendário, não é correcto converter as datas de 14 C,
Foi, por exemplo, o caso de pintu- expressas em anos BP, em datas expressas em anos 16. C. Couraud, Bull. des Antiquités Nationales 16-17

ras em obras de arte móvel achadas a.C./d.C. subtraindo-lhes 1950. Para fazer a (1984-19851 79.

na gruta de Enlène e de alguns mo- conversão é necessário recorrer a uma curva de


calibração apropriada. Contudo, nenhuma curva de 17. C. Couraucl, L'Anthropologie 82 (1988) 17.
tivos de pintura parietal da gruta de
calibração estendida para além de cerca de 20 000
Les Trois Frères, onde se detectou a
BP foi por enquanto obtida. 18. M. Dauvois, em Congrès Préhistorique de France,
presença de gorduras vegetais com *** Iniciais de Particle Induced X-ray Emission XXI e session, vol. 2, Montauban-Cahors, 1979, 97.
auxílio da cromatografia gasosa e **** Iniciais de Particle Induced
da espectometria de massa. Foi Garanta-rav Emission 19. G. Onoratini, Bull. Mus. Nat. Marseille 45 (1985)
também o caso de uma pintura pa- ***** Iniciais de Accelerator Mass Spectronzetry 114.
rietal da gruta de Fontanet, na qual
se verificou a presença de gordura 20. C. Perinet, G. Onoratini, Rev. d'Archéométrie 11

animal recorrendo aos mesmos mé- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (1987) 49.

todos instrumentais de análise [32].


21. C. San-Juan, em L'Art des Objets au Paléolithique,
Parece, pois, que na época Magda- 1. I. M. Chauvet, E. Brunel-Deschamps, C. Hillaire, La
Découverte de la Grotte Chauvet à Vallon-Pont-d'Arc Artes des colloques de la Direction du Patrimoine, 8,
lenense alguns artistas já praticari-
(Ardéche), Le Seuil, Paris, 1995. 1990, 223.
am a pintura a óleo.
É interessante notar, além 22. C. San-Juan, Paléo 2 (1990) 229.
2. I. Clottes, I. M. Chauvet, E. Brunel-Deschamps, C.
disso, que nas obras de arte do Pa- Hillaire, I. P. Daugas, M. Arnold, H. Cachier, I. Evin, P.
leolítico europeu não se encontra- Fortin, C Oberlin, N. Tisnerat, H. Valladas, C.R. Acad. 23. E. Anati, Boll. del Centro Camuno di Studi Preistori-
ram por enquanto azuis nem ver- Sci. Paris 320, série Ila (1995) 1133. ci 6 (1971) 83.

des e que esta mesma característica


se terá mantido durante vários mi- 3. H. Valladas, I. L. Reyss, G. Valladas, O. Bar Yoseff, 24. D. Buisson, M. Menu, G. Pinçon, Ph. Walter, Bull.
de la Soc. Préhistorique Française 86 (1989) 183.
lénios. Qual teria sido o motivo da B. Vandcrmeersch, Nature 331 11988) 614.
sua exclusão? Incapacidade do
4. H. Moissan, C.R. Acad. Sci. Paris 134 (1902) 1536. 25. I. Clottes, M. Menu, Ph. Waller, Rock Art Research
homem pré-histórico de distinguir 7 (1990( 21 .
certas cores? Interdições de índole
5. H. Moissan, C.R. Acad. Sci. Paris 136 (1903) 144.
religiosa e cultural? Ou, simples- 26. J. Clottes, M. Menu, Ph. Walter, Bull. de la Soc. Pré-
mente, uma diminuta disponibili- 6. G. Courty, Bull. et Mem. Soc. d'Anthropologie de historique Française 87 (1990) 170.
dade de pigmentos dessas duas Paris (1902) 481.
cores? O que parece mais razoável, 27. H. Valladas, H. Cachier, P. Maurice, F. Bernaldo de
pelo menos no que se refere aos 7. E. Cartailhac, H. Breuil, L'Anthropologie 19 (1908) Quiros, I. Clottes, V.Cabrera Valdés, P. Uzquiano, M.

pigmentos azuis, é que tivesse sido 14. Arnold, Nature 357 (1992) 68.

a sua fraca disponibilidade, já que


28. J. M. P. Cabral, Colóquio/Ciências, N" 7 (1991) 58.
a escassez de minerais de cor azul, 8. I. Marti, Informe sobre tos estudios realizados en las
Cuevas de Altamira, C.S.I.C., 1977.
utilizáveis como pigmentos, sem- 29. M. Lorblanchet, Les Grottes Ornées de la Préhistoi-
pre se revelou uma característica re, Editions Errance, Paris, 1995.
9. I. M. Cabrera-Garrido, em Actes de la 5e reúnion tri-
constante ao longo do tempo até
ennale de I'ICOM, Zagreb, 1978, 1.
meados do século XIX. 30. E. Martin, A. R. Duval, Studies in Conservation 35
(1990) 117.
10. C. Couraud, A. Laming - Emperaire, em A. Leroi-
AGRADECIMENTOS Gourhan e I. Allain (Editores), Lascaux inconnu, XIIe
supplément à Gallia Préhistoire, C.N.R.S., 1979, 153. 31. I. M. P. Cabral, Colóquio/Ciências, N" 16 (1995) 60.
Agradece-se reconhecidamente
32. C. Pepe et allii., citado por M. Lorblanchet em Les
ao Doutor João Zilhão, Eng. Monge 11. O. Ballet, A. Bocquet, R. Bouchez, I. M. D. Coey,
Grottes Ornées de la Préhistoire, Editions Errance, Paris,
Soares e Enga. Isabel Ribeiro a amável A. Cornu, em A. Leroi-Gourhan e I. Allain (Editores),
1995, 156
Lascaux inconnu, Xlle supplément à Gallia Préhistoire,
cedência de informações bibliográficas.
C.N.R.S.,1979, 171.

18 QUÍMICA 62.1996

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