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Seja Bem Vindo!

Curso
Pintor
Parte 1
Carga horária: 30hs
Dicas importantes
• Nunca se esqueça de que o objetivo central é aprender o conteúdo,
e não apenas terminar o curso. Qualquer um termina, só os
determinados aprendem!

• Leia cada trecho do conteúdo com atenção redobrada, não se


deixando dominar pela pressa.

• Explore profundamente as ilustrações explicativas disponíveis,


pois saiba que elas têm uma função bem mais importante que
embelezar o texto, são fundamentais para exemplificar e melhorar o
entendimento sobre o conteúdo.

• Saiba que quanto mais aprofundaste seus conhecimentos mais


se diferenciará dos demais alunos dos cursos.

Todos têm acesso aos mesmos cursos, mas o aproveitamento


que cada aluno faz do seu momento de aprendizagem diferencia os
“alunos certificados” dos “alunos capacitados”.

• Busque complementar sua formação fora do ambiente virtual


onde faz o curso, buscando novas informações e leituras extras, e
quando necessário procurando executar atividades práticas que não
são possíveis de serem feitas durante o curso.

• Entenda que a aprendizagem não se faz apenas no momento em


que está realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-dia. Ficar
atento às coisas que estão à sua volta permite encontrar elementos
para reforçar aquilo que foi aprendido.

• Critique o que está aprendendo, verificando sempre a aplicação


do conteúdo no dia-a-dia. O aprendizado só tem sentido quando
pode efetivamente ser colocado em prática.
Conteúdo
Unidade 1
9
Histór ia da co nst r ução c ivil e da oc upaçã o de p intor de obra s

Unidade 2
25
c o nH e c i m e n t o s d a o c u p a ç ã o e m e u s c o nH e c i m e nt o s

Unidade 3
37
Fe rram e nta s e inst r um e nto s bá sic o s d e t r aba lHo

Unidade 4
57
como escolHer tintas e ver nizes

Unidade 5
69
como calc ular q ua ntidade s
u nidade 1
História da construção
civil e da ocupação de
pintor de obras

© Iara Morselli/Abrafati

Ao observarmos nossa cidade, podemos perceber uma infnidade


de construções feitas com os mais diversos materiais. Mas nem
sempre foi assim.
Os seres humanos sempre procuraram locais para se proteger
do frio, da chuva, do ataque de animais, do excesso de sol etc.
E essa procura, possivelmente, foi uma de suas primeiras moti-
vações para a construção de um lugar seguro para moradia.
Mas, de fato, entre buscar abrigo e começar a criar e construir
espaços para morar, muito tempo se passou. Pesquisas confrmam
que os primeiros seres humanos abrigavam-se em cavernas e
interferiam muito pouco para modifcar esses ambientes.

Pint or 1 9
O ato de construir – ou, mais propriamente, de criar espaços diferenciados, com
técnicas também distintas, novas – teve início no fm da Pré-história e começo da
Idade Antiga.

Para delimitar as várias etapas do desenvolvimento da humanidade e facilitar a compreensão dos acon -
tecimentos, os estudiosos dividiram a História em grandes períodos de tempo:
• Pré-história (ou sociedades sem estado) – da origem do homem, há cerca de 5 milhões de anos, até
aproximadamente 3500 a.C. (antes de Cristo), quando surgiu a escrita.
• Antiguidade (ou Idade Antiga) – do surgimento da escrita até a queda do Império Romano, no ano 476
d.C. (depois de Cristo).
• Idade Média – da queda do Império Romano até 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos
otomanos.
• Idade Moderna – da tomada de Constantinopla até 1789, data da Revolução Francesa.
• Idade Contemporânea – da Revolução Francesa até nossos dias.

É difícil afrmar que a ideia de construção já existisse naquela época, embora se


saiba que as pinturas decorativas faziam parte do dia a dia dos homens pré-históri-
cos. Aliás, a principal intervenção em moradias foi a pintura de paredes, nas quais
eram retratados aspectos da vida cotidiana.
Essas pinturas fcaram conhecidas como arte rupestre. A palavra “rupestre” refere--
-se à “rocha”, local onde essa forma de arte era expressa.
© José Fuste Raga/age-fotostock/Easypix

Pintura rupestre. Wadi Anshal nos montes Tadrart Acacus. Deserto de Acacus, Líbia.

10 Pintor 1
Desde as primeiras construções de que se tem notícia, como Stonehenge, na Ingla-
terra – obra construída (acredita-se) há, aproximadamente, 5 mil anos...

© Rainer Junker/123RF
PNT_C1_002
hiperlink stonohnge

Stonehenge, Inglaterra.

... até as ultramodernas edifcações dos séculos XX (20) e XXI (21), como o
prédio da Filarmônica de Berlim, na Alemanha, e o Museu Guggenheim
Bilbao, na Espanha, muito se evoluiu na arte e nas técnicas de construção.
Com a diversifcação dos materiais utilizados em construções (pedra, argamassa,
concreto, madeira, vidro, estrutura metálica, entre outros), houve também a evolução
de tintas, vernizes e materiais de revestimento.
© Adam Eastland/Easypix

Hans Scharoun. Sala de concertos da


Filarmônica de Berlim, 1960-1963. Berlim,
Alemanha.
© flaperval/123RF

Frank Gehry. Museu Guggenheim Bilbao, 1992-1997.


Bilbao, Espanha.

Pint or 1 11
Principalmente a partir do século XIX (19), com a Re-
volução Industrial e a consolidação do modo de produ-
ção capitalista na Europa, as mudanças passaram a ser
muito rápidas.
Vamos ver com um pouco mais de proximidade como
se deu a evolução das tintas e dos materiais de pintura?

Você sabia?
O período entre o fim do Pré-história e Antiguidade
século XVIII (18) e a primei-
ra metade do século XIX
(19, 1789-1848) é chamado
Nas chamadas sociedades sem estado, como já vimos,
por um importante histo- as pinturas decorativas constituíam-se de cenas repre-
riador, Eric Hobsbawm, de sentativas da vida diária – animais, imagens de caça etc.
“A Era das Revoluções”,
porque nele se concentra- – nos locais que serviam de moradia.
ram acontecimentos que
causaram mudanças pro- Essas pinturas eram feitas com tintas compostas de uma
fundas no modo de vida mistura de ossos queimados, cal, terra e minérios em pó,
europeu, com reflexos na
política, na cultura e nas acrescentando-se água ou gordura animal. Com elas, os
relações econômicas e de homens que viveram nessa época deixaram retratados,
trabalho.
gravados nas paredes, aspectos de sua história. E esses
Dois processos revolucio-
nários ocorreram parale- puderam ser conhecidos por nós.
lamente nesse período: a
Revolução Industrial e a Foram encontradas pinturas rupestres em vários países,
Revolução Francesa. como França, Espanha, África do Sul, Austrália e Brasil,
Conforme o historiador especifcamente no Parque Nacional Serra da Capivara,
Fabio Luis Barbosa dos
Santos: “Apesar de as no Piauí.
duas revoluções (a In-
© Palê Zuppani/Pulsar Imagens

dustrial e a Franc esa)


terem acontecido em lu-
gares distintos, a primei-
ra na Inglaterra e a se-
gunda na França, esses
processos apontam para
uma mesma direção: o
amadurecimento do ca-
pitalismo na Europa”.
Fonte: Educação de Jovens e
Adultos (EJA) – Mundo do
Trabalho: Caderno do Estudan-
te Geografia, História e Traba-
lho: 6º ano do Ensino Funda-
mental. São Paulo: Secretaria
de Desenvolvimento Econômi-
co, Ciência e Tecnologia
(SDECT), 2011. p. 122. Veado com filhote. Desenhos da Pré-história brasileira. Toca do Boqueirão da Pedra
Furada, Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí.

12 Pintor 1
Na Idade Antiga, por sua vez, a pintura começou a se diversifcar: ganhou novas
cores e passou a ser feita com tintas compostas de outros produtos.
A civilização egípcia – uma das culturas mais relevantes no mundo antigo em vir-
tude dos conhecimentos desenvolvidos nos campos da matemática, escrita, agricul-
tura, arquitetura e artes, entre outros – fabricava tinta com minérios e outros ma-
teriais extraídos da terra. Com isso, os egípcios obtinham uma gama bastante
variada de cores, que assumiam funções simbólicas nas pinturas.
O branco, por exemplo, obtido do calcário, estava associado à pureza, à verdade, à
alegria e ao triunfo. Os tons de pele resultavam de minérios de ferro, assim como o
vermelho, que representava o poder, a sensualidade e a energia. Azul e verde, extraí-
dos do cobre e da malaquita, eram utilizados para representar a vida e a água do
Rio Nilo. Com carvão, conseguia-se o preto, cor associada à morte, à noite, mas
também à fertilidade.
Veja, a seguir, um exemplo de pintura egípcia que retrata Nefertari, esposa do faraó
Ramsés II.

© Roge r Wood /Corbis/La tinstock

Detalhe do mural de Nefertari em seu túmulo no Vale das Rainhas, Egito.

No Império Romano (domínio que se estendeu da região onde hoje é a Itália até o
Oriente), como apontam os registros, as tintas eram empregadas na decoração e sua
fabricação teria sido aprendida com os egípcios.

Pint or 1 13
Ruínas de cidades e estradas construídas pelos romanos
– que datam do período de maior expansão desse impé-
rio – revelam a utilização de pinturas em cerâmica,
formando mosaicos sofsticados.

© José Elias/age-fotostock/Easypix
Você sabia?
Segundo os historiado-
res, Conímbriga (que fi-
cava no território que
hoje pertence a Portugal)
estava localizada em uma
via ocupada pelos roma-
nos no ano 139 a.C. (antes
de Cristo). No século I (1),
a cidade passou por um
processo de urbanização
no reinado de César Au-
gusto. Vestígios de obras
© Ashley Cooper/Corbis (DC)/Latinstock

dessa época continuam


bem conservados.

Mosaicos da Casa da Cruz Suástica, ruínas de Conímbriga, Portugal.

Ainda na Idade Antiga, algumas civilizações na Ásia


dominaram as técnicas de fabricação de vernizes naturais
a partir de resina de árvores e secreção de insetos, ante-
cessores dos revestimentos utilizados atualmente.

Você sabia? Na China, fabricava-se um tipo de verniz extraído da


Acredita-se que egípcios
resina de uma árvore, a Rhus vernicifera. De cor preta,
e chineses tenham sido esse verniz (ou laca) era utilizado na decoração de vasos
os primeiros povos a uti- e outros objetos.
lizar tintas para escrever.
Embora não se saiba exa- Na Índia, a secreção de insetos era utilizada na prepara-
tamente quando o nan-
quim foi inventado, há
ção do verniz usado tanto para ornamentar objetos como
manuscritos chineses de para revestir e proteger superfícies de madeira.
aproximadamente 2000
a.C. (antes de Cristo) es- Os primeiros usos de tintas na construção civil tinham
critos com nanquim.
objetivo decorativo. Aparentemente, elas resultavam da

14 Pintor 1
mistura de calcário e água, e eram utilizadas nas paredes das casas para protegê-las
da ação do tempo.

Atividade 1
U m po U co m ais so b re a i dad e a nti g a

As regiões que tinham maior destaque no mundo na Idade Antiga não são as mes-
mas de hoje. Egito (no norte da África), Mesopotâmia (atualmente, parte do Iraque,
no Oriente Médio, onde viveram os sumérios, acádios, babilônios, assírios, persas
etc.), China, Grécia e Roma constituíam alguns dos lugares de maior expressão
política, econômica e cultural daquela época.

1. Agora, organizem-se em cinco grupos. Cada grupo vai pesquisar uma dessas
civilizações e preparar uma apresentação para os colegas.
Grupo 1 - Egito
Grupo 2 - Mesopotâmia
Grupo 3 - China
Grupo 4 - Grécia
Grupo 5 - Roma
2. Cada pessoa da classe pode escolher em qual grupo prefere fcar, de acordo com
seu interesse, mas é importante que cada grupo tenha pelo menos três pessoas.
A classe deve combinar o dia das apresentações.
3. No laboratório de informática, a pesquisa pode ser feita na internet, com a
ajuda do monitor. É importante que cada grupo registre as características geo-
gráfcas dessas regiões e como era a organização social e política desses povos.
Indiquem em um mapa-múndi onde fcavam essas civilizações e a que países
correspondem atualmente.

Pint or 1 15
4. Para compartilhar com os colegas o que cada grupo
descobriu, planejem a divisão das tarefas entre os par-
ticipantes do grupo. Depois, façam um ou mais car-
tazes e preparem uma apresentação de aproximada-
mente 20 minutos, com cada integrante falando uma
parte. Vocês podem organizar algumas anotações para
não se perderem na hora da apresentação. Mãos à obra!
Por que dividir a apresentação de
modo que cada pessoa fale uma
parte? Não seria mais fácil um único
colega falar tudo? Idade Média e Idade Moderna
Sugerimos que todos falem porque
falar em voz alta e conseguir explicar
um assunto para um grupo de Nesses dois períodos, a utilização de tintas e vernizes nas
pessoas é um saber importante para
qualquer profissional. construções ganhou importância crescente. Igrejas, resi-
dências e prédios públicos passaram a ser decorados com
pinturas.
Para a pintura de quadros e afrescos, vários artistas e
artesãos fabricavam as próprias tintas, mantendo as “re-
ceitas” em segredo.

Afrescos são pinturas artísticas feitas sobre paredes de argamassa de gesso ou cal ainda molhadas/
frescas. Sua origem é remota, mas seu uso foi intenso entre os pintores italianos no fim da Idade
Média e início da Idade Moderna, entre os anos de 1300 e 1500. Esse período ficou conhecido como
Renascimento.
Mas atenção: além de se referir ao movimento artístico que aconteceu na Europa entre os séculos
XIV (14) e XVI (16), o termo “Renascimento” delimita um período de mudanças profundas na socieda -
de, na política, na religião, na economia e na cultura europeia.
© Album/Oronoz/Latinstock

Rafael Sanzio. A escola de


Atenas, 1509-1510. Afresco,
770 cm largura. Stanza della
Segnatura, Palácio Vaticano,
Roma, Itália.

16 Pintor 1
No começo da Idade Moderna - séculos XV (15) e XVI (16) -, a produção artísti-
ca relacionada à pintura estava bastante disseminada na Europa. Com a circulação
de artistas pelo continente europeu, as pinturas acabaram conquistando as igrejas
e os palácios, sempre retratando fguras religiosas, pessoas da nobreza, paisagens e
os próprios pintores. O pintor holandês Rembrandt Van Rijn (1606-1669), por
exemplo, produziu cerca de 90 autorretratos.
Vários movimentos artísticos sucederam-se a partir de então. Por exemplo, no sé-
culo XVII (17), na Europa, surgiu o movimento que fcou conhecido como Barro-
co, marcado por fortes contrastes entre luz e sombra/claro e escuro, uso de várias
cores, sensação de profundidade, fguração de diferentes camadas sociais, opção por
cenas realistas e intensas.
Veja, a seguir, um quadro do pintor italiano Michelangelo Merisi da Caravaggio
(1571-1610) e um quadro do pintor espanhol Diego Velázquez (1599-1660), dois
representantes desse movimento, em cujas obras se observam algumas das caracte-
rísticas já destacadas.
© Image Asset Managemen t/age -fo tostock/Easypix

© Album/akg-images/La tinsto ck
Michelangelo Merisi da Caravaggio. A ceia em Emaús , 1601. Óleo Diego Velázquez. As fiandeiras , c. 1657. Óleo sobre tela,
sobre tela, 141 cm x 196,2 cm. Galeria Nacional, Londres, Inglaterra. 220 cm x 289 cm. Museu do Prado, Madri, Espanha.

Com a expansão da pintura artística, ampliou-se também a pintura em paredes,


tanto para decoração como para revestimento.

Idade Contemporânea
Chegamos à Revolução Industrial. Defnitivamente, o trabalho assalariado e as
fábricas passaram a ocupar o lugar dos artesãos e da produção artesanal. O modo
de produção capitalista foi instalado.
Como outros tantos produtos, vernizes e tintas começaram a ser fabricados nas unidades
de produção recém-criadas, com mudanças tecnológicas no modo de produzi-las.

Pint or 1 17
Além das máquinas, os avanços relacionados aos conhe-
cimentos da Química impulsionaram a indústria de
materiais de revestimento.

Em 1867, os fabricantes introduziram as primei-


ras tintas preparadas no mercado. O desenvol-
vimento de novos equipamentos de moer e
Você sabia? misturar tintas no fim do século XIX (19) possi-
No Brasil, as primeiras bilitou a produção em larga escala.
indústrias de tinta foram
montadas, em 1886, na
cidade de Blumenau, no Fonte: Tintas & Vernizes: Ciência & Tecnologia. Volume 1.
Estado de Santa Catari- Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas
na, e em 1904, na cidade (Abrafati).
do Rio de Janeiro, então
capital da República.
Em ambos os casos, os É importante observar que o rebaixamento do valor de
fundadores eram imi-
grantes alemães, que vie- comercialização dos produtos ampliou o número de con-
ram para o Brasil no sé- sumidores desse tipo de material e permitiu que sua aplica-
culo XIX (19).
Fonte: Tintas no Brasil. Asso-
ção se tornasse cada vez mais constante na construção civil.
ciação Brasileira dos Fabrican-
tes de Tintas (Abrafati). Dispo- A evolução continuou no século XX (20), com o desen-
nível em: <http://www.abrafati.
com.br/bn_conteudo. volvimento das indústrias automobilística, química e, mais
asp?cod=94>. Acesso em:
30 maio 2012. tarde, petroquímica. Tintas e vernizes sintéticos, redução
do tempo de secagem, multiplicação das possibilidades de
cores, produtos específcos para cada tipo de material a ser
revestido são alguns resultados dessa evolução.

A ocupação de pintor de obras tem


uma história?
Vimos até aqui um pouco da evolução referente à fabri-
Você sabia? cação de tintas, vernizes e resinas, não é mesmo?
A pintura completa dos
primeiros automóveis fa- Mas como será que surgiu a ocupação de pintor de obras
bricados podia demorar no mundo do trabalho?
até um mês e meio em
função do tempo de se-
cagem das tintas a óleo, É difícil reconstituir toda a história dessa ocupação por-
que eram aplicadas em que sempre houve pintores que exerceram essa atividade
várias camadas. Com as
tintas de secagem rápida de diferentes maneiras, remunerados ou não: pintores de
e o uso de pistolas, no
início do século XX (20)
telas dos mais variados tipos, retratistas, pintores de afres-
o tempo de pintura pas- cos, aplicadores de revestimento em construções, pinto-
sou a ser de 15 horas.
res de madeira, entre outros.

18 Pintor 1
E há situações em que essas atividades se confundiam.
A última ceia, de Leonardo da Vinci (1452-1519), por exem-
plo, foi pintada para decorar a parede do refeitório de um
mosteiro de Milão.
E hoje é conhecida e admirada como uma das mais belas
pinturas da humanidade.

© Bridgeman Art Library/Keystone


Leonardo da Vinci. A última ceia, 1495-1497. Afresco, 460 cm x 880 cm. Monastério
Santa Maria della Grazie, Milão, Itália.

Mais importante do que determinar a origem da ocupa-


ção de pintor parece ser o reconhecimento de que, em
todas essas situações e realidades, a pintura sempre mis-
turou técnica e arte.
Esteve, também, constantemente associada à necessida-
de e ao desejo de retratar as formas de vida e os diferen-
Você sabia?
O Dia do Pintor é come-
tes modos de ver o mundo, de ajudar a proteger e a morado em 18 de outu-
conservar objetos e espaços de moradia, ou simplesmen- bro. Esse dia foi escolhi-
do em hom enagem a
te de encantar os demais, tornando o mundo mais colo- Lucas, o evangelista, de-
rido e bonito para todos. pois reconhecido como
santo pela Igreja Católica
(São Lucas). Ele pintou
Jesus e Maria.

Pint or 1 19
Atividade 2
Vo cê c o n h ec e o g r af it e ?

1. Leia, junto com a classe e orientado pelo monitor, o texto a seguir que trata da
história do grafte.

História do grafite

A palavra grafite é de origem italiana e significa “escritas feitas com carvão”.

Os antigos romanos tinham o costume de escrever manifestações de


protesto com carvão nas paredes de suas construções. Tratava-se de
palavras proféticas, ordens comuns e outras formas de divulgação de
leis e acontecimentos públicos. Alguns destes grafites ainda podem
ser vistos nas catacumbas de Roma e em outros sítios arqueológicos
espalhados pela Itália.

No século XX (20), mais precisamente no final da década de 60, jovens


do Bronx, bairro de Nova Iorque (EUA), restabeleceram esta forma de
arte usando tintas spray. Para muitos, o grafite surgiu de forma para-
lela ao hip-hop – cultura de periferia, originária dos guetos americanos,
que une o RAP (música muito mais falada do que cantada), o break
(dança robotizada) e o grafite (arte plástica do movimento cultural).
Nesse período, academias e escolas de arte começaram a entrar em
crise e jovens artistas passaram a se interessar por novas linguagens.
Com isso, teve início um movimento que dava crédito às manifestações
artísticas fora dos espaços fechados e acadêmicos. A rua passou a ser
o cenário perfeito para as pessoas manifestarem sua arte.

Os artistas do grafite, também chamados de writers (escritores), cos-


tumavam escrever seus próprios nomes em seus trabalhos ou chamar
a atenção para problemas do governo ou questões sociais.

20 Pintor 1
Na Europa, no início dos anos 80, jovens de Amsterdã, Berlim, Paris
e Londres passaram a criar seus próprios ateliês em edifícios e fábricas
abandonadas. O objetivo era conseguir um espaço para criarem livre-
mente. Nesses locais, surgiram novas bandas de música, grupos de
artistas plásticos, mímicos, atores, artesãos e grafiteiros.

Muitos grafiteiros europeus e norte-americanos que viveram e


trabalharam nesses espaços alternativos conseguiram mostrar
suas obras além das fronteiras de seus países. Alguns exemplos
desse movimento são: Jean-Michel Basquiat, Keith Haring e
Kenny Scharf.

Haring e Scharf expuseram seus trabalhos na XVII [17] Bienal Interna-


cional de São Paulo, em 1983, exercendo forte influência entre os
artistas do grafite no Brasil. A XVIII [18] Bienal, em 1985, lançou nomes
de grafiteiros brasileiros, tais como Alex Vallauri, Matuck e Zaidler.

Grafite como projeto social

Muitas pessoas viam os trabalhos dos grafiteiros apenas como um


amontoado de letras rabiscadas e sem nexo, ou como pura poluição
visual e ato de vandalismo contra o patrimônio público.

Grande parte das críticas feitas contra a atividade se deve às inúme-


ras fachadas, monumentos, igrejas e todo um conjunto de locais
pichados indiscriminadamente. Esse tipo de comportamento dos
pichadores tem diversas consequências negativas para as cidades.
Uma delas é a depredação de obras de arte e cenários históricos, o
que causa prejuízo imediato ao turismo. Além do fato de estarem
desrespeitando a privacidade das pessoas ao, por exemplo, fazerem
pinturas em muros sem a autorização do seu proprietário. E muitas
pichações estão relacionadas a conflitos entre grupos rivais.

Para reverter esses problemas e aproveitar o aspecto positivo dessas


manifestações, atualmente os artistas do grafite são convidados a
participar de projetos que visam embelezar as cidades. Com isso,
espera-se que as pessoas interessadas nessa atividade possam conti-
nuar expressando sua arte, mas sem causar prejuízos ao planejamen-
to urbano.

Pint or 1 21
Para citar alguns exemplos, a Universidade de São Paulo (USP) co-
meçou a organizar a primeira cooperativa brasileira de grafiteiros,
muitos deles ex-pichadores. O objetivo é profissionalizar esses artistas.
Todos serão orientados por professores de artes plásticas e designers
para fazerem seus trabalhos em painéis e muros especialmente des-
tinados para exibição de seus trabalhos.

O Rio de Janeiro também investe em projetos como este. A prefeitu-


ra da cidade já formou uma turma de grafiteiros, com direito a certi-
ficado e tudo. Entre os diplomados, estão moradores de áreas caren-
tes como Manguinhos, Jacarezinho e Vigário Geral.

O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) lançou em Brasília


o Projeto Grafitran. O objetivo é incentivar grafiteiros de oito grandes
cidades brasileiras a divulgar mensagens favoráveis à humanização do
trânsito, através de painéis espalhados por locais públicos, próximos
às rodovias e ruas movimentadas.

O que é grafite? I B G E Te e n . Disponível em: <www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/


desenhista/grafite.html>. Acesso em: 14 maio 2012.

2. Veja agora o que diz um grafteiro - pessoa que faz graftes em muros e em outros
tantos espaços da cidade:
Grafite é liberdade, você se apropria da cidade. Ninguém te diz como
fazer e o que fazer, é livre. Você escolhe a superfície que vai pintar e
muitas vezes é obrigado a improvisar. Você investe seu dinheiro, colore
a cidade, mas muitas vezes é mal interpretado. A polícia pode te prender
por crime ambiental, mas você usou apenas tinta, não destruiu nada.

SUBTU (1987, São Paulo).


Foto: © Victor Venco Moriyama

22 Pintor 1
3. Refita sobre o que você leu a respeito de graftes e o trabalho dos grafteiros. Na
sua opinião, os graftes embelezam a cidade? Por quê?
4. Organizem, na classe, um debate sobre essa questão. De um lado estarão os
que gostam de graftes e os consideram uma manifestação artística. De outro,
os que são contra esse tipo de intervenção na cidade.
É importante que cada um dos dois grupos se reúna e converse antes do debate
para preparar seus argumentos. Eles podem ser escritos para que vocês se lembrem
de todos os aspectos que levantaram no momento do debate.

5. Terminado o debate, anote, com suas palavras, a conclusão a que chegaram.

Atividade 3
po r q U e se r p i nto r d e o b r a s

1. Pense a respeito do caminho que você pretende seguir. Escreva um texto sobre o
que signifca a pintura em sua vida e o que se faz nessa ocupação.

Pint or 1 23
2. Se quiser, leia seu texto para os colegas, ou apenas guarde-o com você.

Três famosos pintores brasileiros que vivenciaram as primeiras décadas no século XX (20) iniciaram-se
na arte da pintura a partir da ocupação de pintor de obras. São eles: Alfredo Volpi (1896-1988), Francisco
Rebolo (1902-1980) e Mário Zanini (1907-1971).
Outros artistas importantes dessa época também vieram de famílias pobres e tinham outras ocupações
(ferroviários, professores, mecânicos etc.), desenvolvendo sua arte principalmente nos fins de semana e
em horários livres. Eles acabaram se unindo para formar o Grupo Santa Helena, referência ao local onde
ficavam os ateliês desses artistas: um prédio situado na Praça da Sé, conhecido como Palacete Santa
Helena, demolido em 1971 para dar lugar ao metrô.
© Fábio Praça

Clóvis Graciano. Vaso de Flor, 1941. Monotipia, 44 cm x 32 cm, nº 059-0168. Acervo da família do artista.

24 Pintor 1
u nidade 2
Conhecimentos da
ocupação e meus
conhecimentos
Com tantas obras espalhadas pelas cidades e diversos muros e
paredes precisando de uma boa demão de tinta em nossa casa
ou na casa de parentes e amigos, é bem provável que você co-
nheça o ofício do pintor de obras.
Pode ser também que você já tenha pintado quadros ou feito
graftes em muros, telas ou cartazes, por gosto ou apenas para
se divertir.
Vamos iniciar esta Unidade pensando sobre sua experiência.

Atividade 1
re flita so b re sUa e xpe ri ê n cia

1. Pense em tudo o que você já fez e registre o que tiver relação


com a ocupação de pintor de obras. Não deixe nada de fora,
pois muitas vezes pequenas coisas que aprendemos, como
combinar cores de roupa, podem ser importantes no futuro.

Pint or 1 25
2. Entregue a lista que você fez ao colega que estiver ao
lado e receba a dele. Explique a ele por que, para você,
cada uma das experiências indicadas poderá ajudá-lo
a ser um bom pintor de obras. Depois, ouça os argu-
mentos dele em relação ao que ele escreveu. Esta ati-
vidade poderá auxiliá-los a descobrir qualidades e
conhecimentos importantes para vocês.

O pintor de obras e as leis


Você sabia? O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) produz
A descrição de cada um documento chamado Classifcação Brasileira de
ocupação da CBO é feita Ocupações (CBO), que descreve 2 422 ocupações e
pelos próprios trabalha-
dores. Dessa forma, te- informa o que é preciso para exercê-las: a escolaridade
mos a garantia de que as necessária, o que cada profssional deve fazer, onde
informações foram dadas
por pessoas que atuam pode atuar etc.
no ramo e, portanto, co-
nhecem bem a ocupação. A CBO organiza as ocupações em grupos. O grupo
Para consultar esse do- que nos interessa neste momento é o dos pintores de
cumento na íntegra, aces-
se o site da CBO (dispo- obras e revestidores de interior. É nele que vamos en-
nível em: <http://www. contrar a especifcação dos conhecimentos necessários
mtecbo.gov.br>, acesso
em: 14 maio 2012.) no la- para um trabalhador que pretende ser pintor de obras.
boratório de informática. A ocupação de revestidor de interior não será aborda-
da neste curso.
De forma resumida, a CBO indica o que faz o pintor de
obras.
• Elabora orçamento de pinturas.
• Organiza ferramentas, acessórios e equipamentos.
• Corrige e prepara as superfícies para aplicação das
tintas.
• Prepara materiais para fazer os acabamentos.
• Aplica tintas.
Vamos detalhar a seguir cada um desses itens.

26 Pintor 1
Atividade 2
o s co n h eci m e ntos pre Vistos na cbo
e se Us co n h eci m e ntos

O monitor ou um de vocês vai ler em voz alta os itens


seguintes e as atividades correspondentes. Acompanhe
atentamente a leitura, assinalando ao lado de cada uma
das atividades: Se você não entendeu alguma
palavra ou frase, peça que a leitura
seja interrompida.
• as que você sabe fazer; Mantenha um dicionário próximo e
consulte o significado das palavras
que você não conhece, para
• as que você conhece pouco e precisa aprimorar; compreender totalmente o texto.
O monitor também pode ajudá-lo
nesta etapa, explicando o
• as que não sabe fazer ou não tem ideia do que se trata. significado de termos e
esclarecendo algumas atividades.

Elaborar orçamento O que O que sei fazer O que não


de pinturas sei fazer mais ou menos sei fazer

Tirar medidas em uma obra

Calcular as áreas a serem


trabalhadas

Discriminar serviços

Definir material (qualidade e tipo)


a ser utilizado

Calcular a quantidade de
materiais a serem utilizados

Estimar custo de material e de


mão de obra

Definir cronograma de execução

Apresentar o orçamento

Pint or 1 27
Organizar ferramentas, O que sei O que sei fazer O que não
acessórios e equipamentos fazer mais ou menos sei fazer

Relacionar e providenciar
ferramentas, acessórios e
equipamentos de proteção
individual (EPI) conforme o
serviço discriminado

Verificar equipamentos de
segurança e EPI

Montar equipamentos
(andaimes, cavaletes,
escadas etc.)

Corrigir e preparar as
superfícies para o
O que O que sei fazer O que não
acabamento,
sei fazer mais ou menos sei fazer
especificamente no
que se refere à pintura

Verificar as condições
de superfícies a serem
trabalhadas

Corrigir superfícies
utilizando massa
de cimento

Aplicar selador para isolar a


superfície, de forma
que a porosidade não absorva
muita tinta e/ou massa e
que se crie um campo
melhor de adesão

Aplicar fundo preparador


para corrigir manchas,
depois de eliminar
o mofo

28 Pintor 1
Corrigir e preparar as
superfícies para o
O que O que sei fazer O que não
acabamento,
sei fazer mais ou menos sei fazer
especificamente no
que se refere à pintura

Aplicar massa corrida (PVA)


para corrigir imperfeições
de áreas internas, e massa
acrílica para corrigir
imperfeições de áreas
externas

Proteger superfícies
que não vão ser trabalhadas

Remover pinturas,
revestimentos antigos ou
danificados

Lixar tetos e paredes


com reboco e
massa (a mão)

Lixar pisos de madeira


(com máquina)

Limpar superfícies a serem


trabalhadas

Preparar o
material para
acabamento da O que sei
O que O que não
obra, fazer mais
sei fazer sei fazer
especificamente ou menos
no que se
refere à pintura

Misturar e diluir PVA: Acetato de polivinila,


as tintas usado na produção de mas-
sa corrida e tinta látex.

Pint or 1 29
O que O que sei fazer O que não
Aplicar tintas
sei fazer mais ou menos sei fazer

Aplicar esmalte à base de água


com rolo

Aplicar verniz à base de água em


parede, madeira ou concreto

Aplicar tintas

Produzir efeitos de decoração


em pinturas (texturização e
outros)

Se você não conhece a maior parte dessas atividades ou não sabe fazê-las correta-
mente, não se preocupe. Este curso de qualifcação, entre outros objetivos, pretende
desenvolver esses conhecimentos “técnicos”, diretamente relacionados à ocupação
de pintor de obras.

O que mais diz a CBO


São também contemplados na CBO conhecimentos relacionados:
• à escolarização formal e à formação profssional dos trabalhadores, por meio de
cursos e experiências de trabalho;
• às atitudes pessoais que interferem no desempenho profssional.
Vamos fazer, com relação a esses conhecimentos, o mesmo exercício que fzemos.

Saberes que
Escolarização e formação/ Saberes que Saberes que
preciso
experiência profissional tenho não tenho
aprimorar

Ensino Fundamental
completo

Curso de qualificação de nível


básico

Experiência de trabalho em
obras

30 Pintor 1
Aspectos relacionados às Saberes que
Saberes que Saberes que
atitudes no âmbito pessoal e preciso
tenho não tenho
no ambiente de trabalho aprimorar

Manter limpo o ambiente de


trabalho

Respeitar normas de segurança

Agir com ética profissional

Demonstrar criatividade e
iniciativa

Manter-se atualizado sobre


novos materiais e técnicas

Demonstrar habilidade para


trabalhar em grandes alturas

Zelar pelos equipamentos,


máquinas e acessórios

Planejar trabalhos

Demonstrar eficiência e
comprometimento com o trabalho

Antes de continuar, lembre-se: você deve ter construído uma parte desses aprendi-
zados em trabalhos que já realizou ou em vivências não diretamente ligadas à cons-
trução civil ou, mesmo, à pintura.
A fnal, existem conhecimentos...
... de tipos diferentes – relacionados à comunicação (fala e escrita), aos números, aos
esportes, às habilidades manuais etc.;
... que aprendemos em lugares diferentes – na escola, no trabalho, na vizinhança,
na reunião da associação de bairro etc.;
... que aprendemos de formas diferentes – olhando os outros fazerem (ou seja, pelo
exemplo), lendo, exercitando.
Por isso, relembre sua história de vida; analise seus conhecimentos, experiências e per-
cepções que podem ser úteis no dia a dia de um pintor de obras; e descreva no caderno
quais são eles.

Pint or 1 31
Atividade 3
e xpe ri ê n cia d e Vi da

1. Relembre por mais algum tempo sua experiência de vida e faça as anotações
no quadro a seguir. Procure se lembrar de tudo o que você já fez, no trabalho
e fora dele.

Tipos de saberes Exemplos Saberes que tenho

Saberes relacionados às Fui ajudante de


minhas experiências de balcão numa
trabalho padaria.

Gosto de ficar
sozinho, mas, se
Saberes relacionados a
estou com outras
meu jeito de ser e agir
pessoas, gosto de
conversar com elas.

Cuidar de crianças
Outras coisas e ajudar nos
que sei/aprendi trabalhos de escola.
Ajudar na cozinha.

32 Pintor 1
2. Depois de preencher esse quadro, releia o que você
escreveu, identifcando quais conhecimentos podem
ajudar em sua futura ocupação profssional.
3. Agora, volte ao quadro e faça as alterações que consi-
derar adequadas.

Outras formas de conhecer a ocupação Se você não tem certeza se


determinada experiência de vida pode
ser aproveitada, converse com o
Como já vimos, o que um pintor de obras precisa saber colega do lado.
Um ajudará o outro a reconhecr e a
está na CBO, mas os profssionais que trabalham nessa extrair, das respectivas vivências,
saberes que podem ser úteis para a
área podem dar dicas importantes para quem está come- ocupação que vocês estão buscando.
Aliás, saber ouvir e aprender com os
çando na ocupação. outros são práticas fundamentais para
qualquer ocupação.

Eles podem falar sobre aspectos – positivos e negativos – do


trabalho que, normalmente, não investigamos. Entre eles:
• o prazer de trabalhar com tintas e criar combinações
novas nas pinturas;
• a necessidade de trabalhar várias horas seguidas, para
não deixar a pintura de um cômodo pela metade, o que
pode gerar pequenas diferenças de tonalidade nas cores;
• a importância de conciliar a pressa dos clientes com o
trabalho meticuloso, bem-feito;
• a importância de conversar com lojistas e consultar sites
de empresas fabricantes de tintas, de modo a conhecer as
últimas tendências do mercado para apresentá-las aos
clientes;
• a difculdade de arrumar clientes em determinados
períodos.

Atividade 4
re f l e x ão so b r e o tr ab al h o

1. Pense sobre os aspectos listados e imagine como será


o seu dia a dia como pintor de obras: O que você
imagina que será prazeroso? Com quais difculdades
você imagina que terá de lidar?

Pint or 1 33
2. Com base na sua refexão, liste, a seguir, os pontos positivos e negativos da
ocupação de pintor de obras.

Pontos positivos Pontos negativos

34 Pintor 1
Atividade 5
e n tr e V is t a c o m p i nt o r e s d e o b r a s

1. Para ampliar informações e ter uma visão mais completa da ocupação de pintor
de obras, a classe vai entrevistar alguns profssionais da área. Cada grupo de
quatro colegas deve escolher um profssional para entrevistar.
Considerando o conhecimento e as facilidades de cada um, organizem-se de
modo que cada grupo entreviste pintores de obras que trabalhem em diversos
lugares e façam variados serviços nas obras. Por exemplo: o grupo 1 pode entre-
vistar alguém que trabalhe com textura e pintura de fachadas; o grupo 2 pode
conversar com um profssional especializado em pinturas decorativas; o grupo 3
pode escolher alguém que pinte paredes simples. E assim por diante.
O importante é tentar coletar diferentes olhares e experiências sobre a ocupação,
pois isso vai ajudá-lo a descobrir se esse é mesmo o caminho a ser seguido e de
que forma vai tentar trabalhar no futuro.
Indicamos a seguir um roteiro de entrevista, mas cada grupo pode acrescentar
outras perguntas consideradas importantes:

a) Quem é o entrevistado? Homem ou mulher? Quantos anos tem? Qual é a sua


escolaridade? Ainda estuda ou pretende voltar a estudar?
b) Onde trabalha? O que faz?
c) Como escolheu essa ocupação?
d) Como aprendeu a ocupação? Fez algum curso de capacitação antes ou depois de
começar a trabalhar na área para se especializar?
e) Quais são os pontos positivos e negativos nesse trabalho?

Pint or 1 35
f ) Quais são os conselhos do entrevistado para quem
está iniciando na carreira?
Acrescentem as perguntas que vocês gostariam de fa-
zer para esse profssional. Verifquem as oportunidades
de trabalho para quem exerce essa ocupação.

No dia da entrevista, levem as


perguntas escritas e anotem as
respostas.

2. Feita a entrevista, é hora de compartilhar o que vocês


aprenderam. Cada grupo deve organizar as principais
informações coletadas e apresentar os resultados da
entrevista aos demais colegas.
É importante planejar essa apresentação: um cartaz,
um relato etc. Lembre-se de que ela deve conter in-
formações sobre o entrevistado, os argumentos que
ele usou para relatar como é a ocupação profssional
e as conclusões do grupo a respeito da entrevista.
A essa altura, todos na classe já sabem um pouco mais
sobre o que é e como é ser um pintor de obras.
Portanto, está na hora de irmos adiante, começando pela
apresentação dos principais instrumentos com os quais
você vai lidar.

36 Pintor 1
u nidade 3
Ferramentas e
instrumentos básicos
de trabalho
As ferramentas e os materiais de trabalho do pintor de obras
não são muitos, mas a lista pode ser ampliada considerando que
a ocupação evolui constantemente. Por essa razão, ferramentas
e instrumentos de trabalho estão sempre sendo criados e, de
tempos em tempos, você precisará se atualizar.
Nesta Unidade, vamos ver as ferramentas e os materiais básicos
para o exercício da ocupação. Você vai conhecer outros tantos
quando estiver trabalhando, decorrentes do tipo de obra e do
local onde o serviço vai ser executado.

© Iara Morselli/Abrafati

Pint or 1 37
Pincéis
Montagem com fo tos © Editora Blucher/ Abra fati, © Nikolay Moroz/123RF e © CMC

Pincéis e rolos são as ferramentas de trabalho mais importantes para o pintor de


obras. Como há diferentes tipos, é fundamental escolher o mais adequado para a
execução do trabalho.
Os pincéis se diferenciam pelo material de que são feitos e pelo tamanho. A escolha
do tipo de pincel a ser usado depende, além dessas variáveis (material e tamanho),
do local onde serão utilizados e do tipo de produto de revestimento a ser aplicado.
Quanto ao material, os pincéis podem ser de pelos naturais de animais, tais como
porco, cavalo, camelo, e de cerdas sintéticas, geralmente feitas de náilon. Os pincéis
de pelos naturais são melhores, pois retêm mais tinta do que os sintéticos. Além
disso, sua durabilidade é maior.
Há também pincéis que contêm um pedaço de espuma de poliuretano no lugar das
cerdas. Os menores são bastante utilizados para pintar cantos, tanto externos como
internos.

38 Pintor 1
Para escolher que tipo de pincel usar, considere que há
pincéis específcos para diferentes tipos de produto:
• para tintas à base de óleo;
• para tintas à base de água; e
• para vernizes e stain.

A escolha do pincel também deve considerar as dimensões Stain: Produto para realçar
a tonalidade da madeira.
das superfícies onde serão feitas as pinturas. Sob esse
aspecto, os principais tipos de pincel se dividem em:
• De áreas extensas: espalham maior quantidade de tin-
ta e têm entre 7,5 cm e 10 cm de largura.
• De remate ou recorte: têm cerca de 5 cm de largura e
são ideais para pintar pequenas superfícies, como ao
redor de janelas, portas e cantos antes de pintar as
áreas mais extensas das paredes com um rolo.
1. Compre pincéis de boa qualidade.
• De trincha: inclinados na ponta das cerdas e menores 2. Para pintar, as mãos devem estar
confortáveis no pincel. O cabo não
(2,5 cm, 4 cm ou 5 cm de largura), facilitam o traba- deve machucar. Experimente o pincel
antes de comprá-lo.
lho em áreas pequenas, especialmente na hora de pin-
tar caixilhos de janelas.

Como saber se um pincel é bom?


1. Espalhe as cerdas sobre uma mesa. Quanto mais separadas as
pontas das cerdas, melhor a qualidade do pincel.
2. Puxe as cerdas como se estivesse limpando o pincel e observe se
há perda considerável de cerdas. A perda de algumas cerdas é normal,
mas a perda de muitas indica a baixa qualidade do produto.
3. Os pincéis de melhor qualidade possuem cerdas longas e estreitas.
É mais fácil pintar cantos e superfícies pequenas com cerdas longas.
O tamanho da cerda deve ser cerca de uma vez e meia maior do
que a largura do pincel (com exceção dos pincéis mais largos, cha-
mados de pincéis de parede), dizem especialistas do ramo. Um
pincel de 3,8 cm de largura, por exemplo, deve ter cerdas de
5,7 cm de comprimento.

Fonte: Ferramentas para pintar. Como tudo funciona.


Disponível em: <http://casa.hsw.uol.com.br/ferramen
tas-para-consertos-domesticos3.htm>. Acesso em:
14 maio 2012.

Pint or 1 39
Bandejas

© Mindy Fawver/Alamy/Other Images

Em geral feitas de plástico, as bandejas são usadas para transportar e acondicionar


as tintas, facilitanto o contato dos rolos ou pincéis com a tinta.
Elas podem ter 10 cm, 18 cm ou 23 cm e não possuem ganchos para pendurá-las
em escadas. As bandejas de 23 cm permitem o uso de rolos de tamanhos maiores.
São laváveis e duram bastante. Há pintores que preferem cobri-las com papel-alu-
mínio, para facilitar a limpeza. Também existem refs de plástico transparente para
bandeja de pintura.

Armações de rolo

De metal ou plástico, são utilizadas para a colocação de rolos removíveis.


As de metal são as mais usadas, por serem mais fáceis de limpar.
© CMC

40 Pintor 1
Rolos removíveis
Encaixados nas armações, os rolos são usa-

© Steve Hatha way/Ge tty Images


dos em pintura de superfícies grandes e
planas, possibilitando um acabamento mais
uniforme. Para pequenos espaços e cantos,
encontramos rolos menores, específcos para
cantos. (Pode-se também, nesses casos, fa-
zer uso de pincéis.)
Há rolos de diferentes larguras: 4 cm,
9 cm, 18 cm e 23 cm. O mais utilizado é o
de 23 cm, pois facilita a pintura de paredes
extensas.
Quanto ao material de que são feitos, exis-
tem, entre outros, rolos de lã natural ou
sintética, algodão sintético (antigota), ace-
tato ou espuma de poliuretano.
A escolha deve se dar de acordo com a tinta ou com o tipo de material a ser utili-
zado na pintura. Os de lã (natural ou sintética) são mais adequados para a aplicação
de tintas à base de água, acrílicas ou látex. Para a aplicação de esmaltes, tintas à base
de óleo e vernizes, os rolos de espuma são melhores.
Há também rolos mais ou menos adequados, a depender do tipo de superfície a ser
pintada. Para superfícies lisas, os rolos de pelos mais curtos são melhores. Para
pintar superfícies com relevo ou textura (não lisas), prefra os rolos com pelos mais
altos ou longos.

Rolos de remate
© CMC

Assim como os rolos removíveis, esses rolos têm como


função básica a aplicação de tintas em superfícies,
mas em superfícies menores. Seu tamanho varia entre
4 cm e 5 cm.

Pint or 1 41
Rolos de efeito
© CMC

Especialmente desenvolvidos para texturização de super-


fícies. Embora de uso mais específco do que os anterio-
res, ter esse material entre suas ferramentas sinaliza que
você conta com um diferencial: sabe fazer texturas, as-
sunto que será tratado na Unidade 7.

Extensões de cabo/armações de rolo


© Iara Morselli/Abrafati

As extensões são utilizadas para ampliar o cabo das armações de rolo, podendo
alcançar de 3 m a 5 m, a depender do fabricante. Dessa forma, permitem movimen-
tação mais ampla e rápida dos rolos, no caso de paredes extensas e tetos.

42 Pintor 1
Espátulas e desempenadeiras
(lisas, dentadas)

Fotos: © Vichaya Kiatying-Angsulee/123RF


São utilizadas para aplicação de massa corrida (PVA),
massa acrílica, gesso e massa para textura, tendo em vis-
ta corrigir imperfeições das superfícies que serão pintadas,
e, no caso da desempenadeira de lã, para texturização.

Escadas
As escadas são necessárias para a pintura em paredes
altas e tetos.
Existem escadas de madeira, alumínio, aço, entre outros
materiais. Trabalhar em escadas requer
cuidados especiais. Além do uso de
equipamentos de segurança – como
Os tamanhos – número de degraus e metragem que al- os cinturões de proteção –, que serão
abordados mais adiante, a escada
cançam – também variam bastante e deverão ser esco- deve estar firme e a atenção deve ser
redobrada.
lhidos conforme a necessidade do trabalho.
© Bliss Playpictures/F1online/Getty Images

Pint or 1 43
Lonas
As lonas são importantes para cobrir mobiliário e prote-
ger janelas e portas no momento da pintura. Essa cober-
tura também pode ser feita com plástico preto ou trans-
parente, mas as lonas são mais duráveis, podem ser
reutilizadas e dão mais segurança ao pintor de obras.

© Patti McConville/Photographe r’s Choice/Getty Images

Além desses materiais básicos, outras ferramentas que


você deverá ter sempre à mão:
• Chave de fenda: para desparafusar e recolocar espelhos
e tomadas.
• Raspador de tinta: para retirar tintas de superfícies
planas, como paredes, madeiras, compensados etc. É
É muito importante você cuidar
de seu material de trabalho! importante que eles estejam bem afados.
Guarde pincéis, rolos, bandejas bem
lavados e secos, garantindo-lhes,
assim, maior durabilidade. • Mexedor de tinta: fabricado de madeira, é utilizado
para deixar as tintas uniformes, antes de retirá-las das
latas para uso.

44 Pintor 1
Atividade 1
co n h eç a a s f e rr am e nta s e os
i ns trU m e ntos d e tr ab al h o

1. Agora que você já viu no papel as ferramentas mais


comuns do pintor de obras, é hora de ir ao laboratório
da escola para conhecer cada uma delas “ao vivo”.
Leve este Caderno com você.
2. No laboratório, procure as ferramentas vistas até aqui
para se familiarizar ainda mais com elas. Manipule-as. Se tiver dúvida, peça ajuda aos
colegas e ao monitor.

3. Observe, em particular, os vários pincéis e rolos exis-


tentes, sem perder de vista para que serve cada um
deles. Reveja também como identifcar os pincéis de
boa qualidade e teste um ou dois deles no laboratório.

Materiais básicos do pintor de obras

As tintas
São os principais produtos utilizados pelos pintores nas
obras. Atualmente, há grande variedade de tipos de tin- As tintas à base de óleo estão em vias
de desaparecer. Por isso, habitue-se
ta no mercado. com o uso de tintas à base de água.

Além da infnidade de cores e tons existentes, as tintas


podem ser classifcadas: pela base de fabricação: água ou
óleo; pela gradação de brilho ou de opacidade: foscas,
acetinadas, semibrilho e brilhantes; pelo tipo: acrílica,
esmalte, látex, óleo ou epóxi.
A escolha da tinta a ser utilizada em cada situação vai
depender de vários fatores e será discutida na Unidade 4.
As tintas, de modo geral, têm quatro componentes: pig-
mentos, resinas, solventes e aditivos. Vamos ver o que é
e para que serve cada um deles.
Pigmentos
Os pigmentos são substâncias que dão cor às tintas e
determinam seu brilho ou opacidade e sua capacidade
de cobertura ou de resistência.

Pint or 1 45
Resinas
A resina é a parte da tinta responsável pela cor da cama-
da protetora nas paredes ou em outras superfícies depois
que a tinta é aplicada, o chamado flme. Ela também é
responsável por aglutinar os pigmentos, aditivos e sol-
ventes (a parte líquida). Caso contrário, a parte sólida se
decantaria.
Para tintas à base de óleo sintético usa-se uma resina
chamada de “resina alquímica”.
Uma boa resina é determinante para a qualidade das tin-
tas. No caso de tintas à base de água, quanto mais acrí-
lica for a resina, melhor. A tinta se torna mais resistente,
podendo até mesmo ganhar um aspecto emborrachado.
Você sabia?
Os estudiosos da Física e Solventes
da Química (na Idade Mé-
dia, chamados de alqui- O solvente é utilizado durante a fabricação das tintas,
mistas), ao observarem para dispersar seus pigmentos e diluí-las deixando-as
os materiais existentes,
perceberam que as ma- mais fáceis de serem aplicadas.
térias podem se apresen-
tar em três estados: Estamos falando, neste momento, de solventes que já
• sólido, como a terra, o estão misturados às tintas – processo que ocorre duran-
ferro, a madeira etc.;
te a sua fabricação. Mas também existem solventes que
• líquido, como o leite;
podem ser comprados separadamente. Falaremos desses
• gasoso, como o vapor de
água, quando ela é aque-
solventes adiante.
cida.
Aditivos
A água é uma m atéria
que pode se apresentar
em três estados: sólido
Os aditivos são substâncias acrescentadas às tintas para
(como gelo), líquido (co- lhes dar características especiais. Eles aumentam a qua-
mo água para beber) e lidade e durabilidade das tintas e facilitam o processo de
gasoso (como vapor de
água). aplicação.
Existem aditivos de vários tipos e com diferentes funções,
a depender da necessidade. Há, por exemplo, aditivos
que fazem a tinta adquirir a consistência ou espessura
adequada depois de aplicada e seca; outros impedem que
a tinta fque espessa/grossa demais, impossibilitando sua
aplicação; e há os que agem sobre as cores, garantindo a
manutenção da tonalidade antes e depois de aplicadas.

46 Pintor 1
Há também aditivos com a função de combater bactérias, inibir a ação de fungos
(aditivo presente principalmente em tintas utilizadas em ambientes úmidos ou em
paredes externas) e impedir a formação de bolhas após a aplicação de tintas com-
postas em agitadores ou aplicadas com rolos (os chamados antiespumantes).

Os vernizes
Por vezes confundidos com as tintas, os vernizes são, na realidade, um acabamento,
recomendado para aplicação sobre superfícies de madeira.
Diferentemente das tintas, os vernizes não criam um flme que cobre as superfícies
nas quais eles são aplicados. Eles não possuem cargas de tintas.
Existem três tipos principais de verniz:
• o verniz acrílico, à base de água, indicado para superfícies internas e externas;
• o verniz sintético alquídico (à base de óleo), indicado para aplicação sobre super-
fícies de madeira em interiores. Os que contêm fltro solar podem ser aplicados
em superfícies externas;
• o verniz poliuretânico ou marítimo, o mais adequado para superfícies em exte-
riores. Em relação ao verniz alquídico, possui maior resistência ao mau tempo. É
também adequado para pinturas marítimas, por ter elevada resistência à água.
Quanto ao acabamento, os vernizes podem ser foscos, acetinados ou brilhantes.
Existem vernizes transparentes e com cores de madeira como imbuia e ipê, entre
outros.

Outros materiais essenciais para uma obra


Além das tintas, é preciso ter sempre à mão alguns outros materiais, pois eles são
importantes para o trabalho cotidiano do pintor de obras. São os seguintes:
Lixas de diferentes graus de granulação
São essenciais, já que todas as superfícies, antes de receberem demãos de tinta,
precisam ser lixadas.
Independentemente de a parede já ter sido pintada várias vezes ou não, lixar garan-
te que a pintura fque melhor, pois os defeitos e as imperfeições desaparecem.
Mesmo que a superfície já tenha sido pintada antes e, aparentemente, esteja lisa,
lixar é importante, pois a tinta nova vai aderir melhor (com mais facilidade) se o

Pint or 1 47
excesso da tinta anterior, bem como as marcas de rolo que possam ter sido deixadas
na pintura, forem retirados.
As lixas são classifcadas de acordo com a granulação, que vai de 36 a 600. Quanto
mais baixo o número, mais grossa é a lixa; quanto mais alto, mais fna é a lixa.
A escolha da granulação vai depender de dois tipos de informação:
• Sobre qual material a tinta vai ser utilizada: madeira, alvenaria (tijolos, blocos de
concreto, pedras etc.) ou metais (esquadrias de janela de alumínio, geladeiras,
lustres de ferro etc.).
• Qual a natureza do trabalho: pintura nova, repintura, aplicação de verniz etc.
Informações precisas sobre as lixas ideais em cada caso podem ser obtidas com os
fabricantes ou com os lojistas, quando você for comprá-las.
A tabela a seguir pode ser útil em seus primeiros trabalhos. Você deve consultá-la
sempre, mas, com o tempo, saberá o que usar em cada caso.
Superfícies de alvenaria
Granulação
Superfície Situação Finalidade
da lixa

Remover impurezas (restos de


Reboco Pintura nova 80 a 150
areia, poeira, graxa, óleo etc.).

Massa corrida e Nivelar e uniformizar a superfície.


Pintura nova 180 a 220
massa acrílica Dar acabamento.

Gesso Pintura nova 150 a 220 Nivelar e uniformizar a superfície.

Pintura nova e
Látex (fosco) repintura (lixamento 150 a 220 Dar acabamento.
entre demãos)

Dar acabamento nos casos de


Pintura nova e pintura.
Tinta acrílica
repintura (lixamento 150 a 220 Deixar a superfície mais áspera
entre demãos) para melhorar a aderência da
tinta.

Dar acabamento nos casos de


Pintura nova e pintura.
Esmalte à base
repintura (lixamento 180 a 220 Deixar a superfície mais áspera
de água
entre demãos) para melhorar a aderência da
tinta nos casos de repintura.

48 Pintor 1
Superfícies de madeira

Granulação
Superfície Situação Finalidade
da lixa

Remover farpas
e substâncias
Madeira Pintura nova 120 a 220
como graxa, óleo
etc.

Nivelar e
Madeira Pintura nova 150 a 220 uniformizar a
superfície.

Pintura nova:
Esmalte
lixamento entre 150 a 220 Dar acabamento.
sintético
demãos

Esmalte à base Melhorar a


Repintura 100 a 180
de água ancoragem.

Remover farpas
Envernizamento e substâncias
Madeira 220 a 600
novo como graxa, Melhorar a ancoragem:
óleo, poeira etc. Criar uma superfície para
receber a nova camada de
tinta ou verniz com uma me-
Remover farpas. lhor adesão.
Dar acabamento.
Envernizamento
Verniz novo: lixamento 220 a 600 Remover poeira
entre demãos ou pequenas
bolhas entre uma
demão e outra.

Afinar o
Envernizamento acabamento.
e repintura: Remover poeira
Verniz 220 a 600
lixamento entre ou pequenas
demãos bolhas entre uma
demão e outra.

Pint or 1 49
Superfícies de metal

Granulação
Superfície Situação Finalidade
da lixa

Pintura nova, Remover ferrugem e


preparação de farpas de metal.
Metal: ferro,
metais ferrosos
alumínio, aço Deixar a superfície
antes de aplicar 150 a 220
galvanizado e mais áspera para
primer/pintura de
chapas zincadas melhorar a aderência
fundo à base de
água da tinta.

Pintura nova,
preparação de
Uniformizar
Primer/fundo superfícies pintadas 180 a 220
superfícies.
com primer/pintura
de fundo

Dar acabamento,
Pintura nova
Esmalte à base eliminando impurezas
(lixamento entre 180 a 220
de água como pó ou possíveis
demãos)
bolhas.

Deixar a superfície
mais áspera para
Esmalte à base Repintura (lixamento melhorar a aderência
120 a 180
de água entre demãos) da tinta.
Dar acabamento.

Fitas adesivas
As ftas adesivas são fundamentais no dia a dia do
pintor de obras. Elas são utilizadas nos cantos das
paredes e em pontos de encontro das paredes com piso/
chão, teto, armários, portas, janelas etc., contribuindo
para preservar a limpeza de seu trabalho e evitando
Primer (fala-se “práimer”): que as linhas que unem duas paredes fquem tortas.
Funciona como tinta de fundo
para a colagem das mantas.
A fta crepe não deve ser deixada por mais de 24 horas
no local onde foi colocada. Dessa forma, evita-se que
a cola da fta se fxe na superfície e que, ao removê-la,
o acabamento seja danifcado.

50 Pintor 1
Massa corrida (à base de acetato de polivinila ou PVA)
e massa plástica
São produtos indicados para uniformizar e corrigir im-
perfeições em paredes de áreas internas, deixando-as
lisas, sem defeitos que poderão fcar aparentes depois da
pintura.
Podem ser usados em superfícies de áreas externas, mas
seu uso é preferível em ambientes internos.
As principais diferenças entre os produtos são:
• em relação à resistência, à aderência e à água: a massa
acrílica é mais resistente;
• em relação à aplicação: a massa corrida é mais fácil de
ser aplicada.
São vendidas em latas de diversos tamanhos – 0,900 ℓ,
3,600 ℓ e 18 ℓ –, prontas para ser usadas.

Selador acrílico e à base de água


Produto utilizado antes de pintar uma parede pela pri-
meira vez ou, ainda, antes de aplicar massa PVA, acríli-
ca ou gesso.
O selador penetra e preenche os poros (pequenos bura-
quinhos) dessa superfície, melhorando, assim, o acaba-
mento e aumentando o rendimento da tinta.
É ideal para paredes com reboco, concreto, blocos de
cimento e fbrocimento.

Fundo preparador de paredes à base de água


Esse fundo tem função semelhante à do selador. Serve
para selar superfícies que têm acabamento de massas
(massa PVA, acrílica e gesso), antes de receberem a pin-
O fundo preparador não evita mofo.
tura. Assim, deve ser aplicado antes da utilização de O mofo é um problema que acontece
por razões diversas, como a umidade,
tintas. e atinge a película das tintas.

Pint or 1 51
Ele evita manchas e descascamento das tintas, aumen-
tando sua durabilidade. Não possui, entretanto, proprie-
dade impermeabilizante.
O fundo preparador de parede penetra na massa, au-
mentando seu isolamento; melhora-se, por consequên-
cia, o poder de adesão da tinta. Ele também evita que
a massa absorva muita tinta do rolo, diminuindo a pro-
babilidade de acontecerem manchas.
Ao comprar esse produto, verifque as instruções de uso
dadas pelo fabricante. Alguns fabricantes pedem que se
dilua o produto. Em outros casos, ele já vem pronto.
Solventes
Utilizados para fazer a limpeza das ferramentas e dos
instrumentos usados na pintura, os solventes também
são necessários para fazer a diluição das tintas e dos ver-
nizes, o que melhorará seu alastramento e nivelamento,
facilitando a aplicação.
Tíner deriva do inglês thinner, palavra
que significa “solvente” ou “diluente”
em geral (incluindo água). No Brasil, Os solventes mais comuns são a própria água, utilizada
entretanto, a palavra é comumente
usada para designar solventes para diluir produtos à base de água, e a aguarrás, indi-
químicos.
cada para diluir produtos como os esmaltes sintéticos e
auxiliar nos processos de secagem.
Panos para limpeza e papel-toalha
São utilizados o tempo todo durante o trabalho. Tenha--
-os sempre à mão.

Equipamentos de Proteção Individual:


tão essenciais quanto os demais
Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) não po-
dem ser esquecidos, pois eles são fundamentais para sua
segurança.
Muita gente acha que se preocupar com isso é desperdício
de tempo e dinheiro. Mas não é bem assim. Vários aciden-
tes podem acontecer nas obras quando menos esperamos.

52 Pintor 1
Mesmo que você entre em uma obra quase concluída, estará em contato com ma-
teriais e ferramentas cortantes ou que podem machucá-lo: pregos, farpas de madei-
ra, pedaços de ferro, blocos de concreto, tijolos, martelos, pás, enxadas. Sem contar
a possibilidade de sofrer quedas de pequenas ou grandes alturas.
Por isso, as normas do MTE defnem os EPI como indispensáveis em qualquer
canteiro de obras.

Atividade 2
eq U i p am e ntos d e p roteç ão i n d iVi d Ual esse n ci ais
p ar a p i n t o r es d e o b r a s

1. Em dupla, converse com o colega ao lado sobre os EPI que vocês consideram
essenciais e justifquem suas respostas.

Uso obrigatório: sim ou não?


Equipamentos de Proteção Individual
Justificativa: por que usá-los.
Luvas de borracha e/ou de raspa (mais
resistentes do que as de borracha)
© Norberto Lauria/123RF

Botas de segurança, de preferência com


biqueira de aço, para proteger os pés no caso
de queda de uma lata de tinta, por exemplo
© Paulo Savala

Capacete plástico
© Igor Pushkar/123RF

Pint or 1 53
Uso obrigatório: sim ou não?
Equipamentos de Proteção Individual
Justificativa: por que usá-los.
© Viachaslau Bondarau/123RF

Óculos

Respiradores
© Les Cunliffe/123RF

Cinturões de segurança para trabalho em altura


© Imagebro ker/Alamy/Other Images

Se vocês consideraram todos eles essenciais, estão certos. A depender do tama-


nho e do tipo de obra, nenhum desses equipamentos é dispensável, e o moni-
tor pode ajudá-lo a identificar por quê, caso a segunda coluna de sua tabela
esteja incompleta.
Além desses, há equipamentos de proteção mais específcos para quem trabalha em
obras, em condições especiais: sob grandes temperaturas ou manipulando produtos
químicos tóxicos, por exemplo. Há também equipamentos coletivos, que devem ser
providenciados pelos empregadores. É o caso de prendedores de cintos de seguran-
ça para grandes alturas, telas protetoras, andaimes seguros, roupas isolantes, capas
de chuva, entre outros.

54 Pintor 1
Conforme artigo de Renata Ávila na revista Equipe de obra:

EPI (Equipamento de Proteção Individual) é todo dispositivo de uso individual


que protege o trabalhador de riscos à sua segurança e à [sua] saúde no ambien-
te de trabalho. Alguns são usados por todos os funcionários na obra, como o
capacete e as botas. Outros são de uso mais específico. O uso de EPIs depen-
de do risco a que o trabalhador está exposto. O empregador deve adquirir os
EPIs, exigir o seu uso, orientar e treinar o funcionário, trocar os EPIs danifica-
dos e responsabilizar-se pela higienização e manutenção. Já o funcionário deve
utilizar o EPI corretamente, responsabilizar-se pela guarda e conservação e
falar para o empregador se o equipamento estiver sem condições de uso. [...]

ÁVILA, Renata. Equipamentos de Proteção Individual. Equipe de Obra. Disponível em:


<http://www.equipedeobra.com.br/construcao-reforma/3/artigo27429-1.asp>.
Acesso em: 14 maio 2012.

De acordo com a Norma Regulamentadora n o18 (NR-18) do Ministério do Trabalho e Emprego, os equi-
pamentos de proteção individual devem ser fornecidos gratuitamente aos empregados de qualquer
ocupação profissional. Essa norma somente é dispensada se houver medidas de proteção coletivas que
ofereçam completa segurança aos operários.
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 18. Disponível em: <http://
portal.mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-18-1.htm>. Acesso em: 17 maio 2012.
© Gil Tokio/Pingado

Capacete de segurança

Óculos de segurança
Abafador de ruído

Máscara filtradora

Cinto de segurança
Camisa ou camiseta

Luvas de raspa

Calça comprida

Calçado fechado
Obs.: Todos os equipamentos de
segurança devem possuir
certificado de autencidade.

Pint or 1 55
Atividade 3
aci d e nte d e tr ab al h o na
pi ntU r a d e o b r a s

Observe o quadro O pedreiro ferido, de Francisco de Goya (1746-1828).


© Album/akg-images/La tinsto ck

1. O que o pintor retrata nesse quadro?


O que você sente diante dessa pin-
tura? Que outro título poderia ser
dado a essa pintura?

2. Existem equipamentos de segurança


coletivos nessa obra? Os operários
estão fazendo uso de equipamentos
de proteção individual?

3. No laboratório de informática, pes-


quise na internet outras obras de
Francisco de Goya. O pedreiro ferido, 1786-1787. Óleo sobre tela, Francisco de Goya.
268 cm x 110 cm. Coleção particular.

56 Pintor 1
u nidade 4
Como escolher tintas
e vernizes
São cinco os tipos de tinta mais conhecidos e utilizados no
mercado, além dos vernizes. Vamos conhecer um pouco mais
cada um, antes de vermos como escolher a tinta adequada para
cada ocasião.
• Látex PVA ou vinílica: à base de água, trata-se de um tipo
de tinta fácil de aplicar e que seca rapidamente, possibili-
tando a aplicação de nova demão depois de 3 a 4 horas.
É resistente à ação do tempo (intempéries). A tinta látex
não é totalmente lavável. A superfície em que foi colocada
pode ser lavada, mas corre-se o risco de manchar a tinta.
Intempéries: Fenômenos É uma tinta grossa e seu acabamento é fosco. Como as
naturais, como chuva, tempes- demais tintas foscas, tem a vantagem de disfarçar imper-
tade, erosão, furacão etc.
feições das paredes e demais locais onde é aplicada.
• Tinta acrílica ou látex acrílico: como o látex, a tinta acrílica
também é à base de água e fácil de aplicar. Uma segunda
demão pode ser aplicada 4 horas após a primeira. É um pou-
co mais grossa do que a tinta látex PVA. Em relação ao látex
PVA, trata-se de um tipo de tinta mais resistente ao esfrega-
mento, devido à resina acrílica. Pode ser lavada e tem acaba-
mento fosco, semibrilho e brilhante.
• Tinta a óleo: à base de óleo, esse tipo de tinta é ideal para a
pintura de superfícies de metal e madeira. É um tipo de tinta
bastante resistente às intempéries. Mas, em relação aos demais
tipos, seu tempo de secagem é bem maior: deve-se esperar um
dia inteiro (24 horas) entre uma demão e outra. Outro aspec-
to negativo da tinta à óleo é que amarela com o tempo.
• Esmalte sintético: feito com uma resina em laboratório. Essa
resina, por sua vez, pode ser à base de um óleo sintético,
chamado resina alquídica, ou à base de água, chamada resina
acrílica.

Pint or 1 57
• O óleo sintético ou (esmalte sintético) e a resina acríli-
ca (ou esmalte acrílico) são tipos de tinta que resistem
bem às intempéries. O primeiro (óleo sintético) foi de-
senvolvido para ter o mesmo efeito da tinta a óleo; po-
rém sua secagem é mais rápida (4 horas). A resina acrí-
lica tem a vantagem de secar mais rapidamente: 2 horas
entre demãos e 4 horas no total. Ela apresenta ainda as
vantagens de ter menos cheiro e não amarelar com o
tempo. Entre esses dois tipos de tinta, o manuseio do
óleo sintético tende a ser um pouco mais difícil em
função de sua viscosidade. Além disso, e de sua secagem
ser relativamente mais lenta, conforme já apontado, é
preciso lembrar que cores claras, como o branco, ama-
relam com o tempo nas tintas à base de óleo sintético.
• Epóxi base sintética: é um tipo de tinta indicado para
aplicação em superfícies de alvenaria e concreto, em
lugares onde normalmente são utilizados revestimen-
tos frios, substituindo azulejos e laminados plásticos.
Resistência, facilidade de limpar, acabamento semibri-
Toda superfície nova,
independentemente de ser madeira, lhante e dureza o tornam um produto adequado para
ferro, gesso, alvenaria etc., sempre
levará uma demão de fundo para aplicação em cozinhas, banheiros e equipamentos de
selar e isolar a superfície e depois
mais duas demãos de tinta para total saúde (hospitais, postos de saúde etc.). Para usar esse
proteção e durabilidade. Para cada
superfície existe um fundo de adesão. produto é necessária a mistura de dois componentes:
base e agente de cura (secagem).
• Verniz: resistente à ação do tempo e transparente, o
verniz é bastante adequado para aplicação em madei-
ras que fcam em áreas externas e internas. Porém,
pode ser usado também em tijolos, blocos e concreto,
substituindo as resinas apropriadas para essas superfí-
cies. O tempo de secagem e a resistência dos vernizes
variam de acordo com o tipo de verniz: acrílico, sin-
tético alquídico ou poliuretânico. O verniz acrílico
permite nova demão entre 2 e 6 horas após a primeira
aplicação. Para os demais (alquídico ou poliuretânico)
o ideal é que se espere 10 horas entre uma demão e
outra.
Até experimentar diferentes tipos de tinta e se familiari-
zar com esse mundo tão diversifcado, é provável que

58 Pintor 1
você tenha dúvidas sobre o produto mais adequado a cada tipo de pintura. Em
geral, essa escolha tem relação direta com o material que vai ser trabalhado.
A tabela a seguir poderá auxiliá-lo na escolha, mas não hesite em consultar os fa-
bricantes e os lojistas, caso tenha dúvida sobre o melhor produto para cada ocasião
e tipo de pintura.

Superfície Número de Tempo de Outras


Tipo de tinta
onde aplicar demãos secagem características

Alvenaria
2 a 3 horas
Reboco entre demãos. À base
L átex PVA 2a3
Concreto Secagem total: de água.
8 horas.
Gesso

Alvenaria À base de água.


2 a 3 horas
Reboco entre demãos. Seus tipos de
Tinta acrílica 3 (1 demão de acabamento
(ou látex Tijolo/concreto fundo e 2 Secagem total: são: brilhante,
acrílica) de tinta) 8 horas. semibrilho,
Cimentados*
acetinado e
Piso cerâmico* fosco.

À base de óleo.
Ferro/aço** Adere bem a
diferentes
Tinta a óleo Madeira** 2a3 24 horas
superfícies.
Alvenaria Resistente a
intempéries.

* Nesses casos, a tinta acrílica deve ser específica, indicada para pisos.
** O fundo nesses casos deverá ser: a óleo para madeira e óxido de zinco ou zarcão para metais.

Pint or 1 59
Tipo de Superfície onde Número de Tempo de Outras
tinta aplicar demãos secagem características

À base de
água:
2 a 3 horas
Ferro/aço
entre demãos.
Alumínio*
Esmalte à Secagem total:
base de Fibra de vidro 6 horas. À base de água.
água e à 2a3
Alvenaria – somente
base de
esmalte à base de
óleo À base de óleo:
água
4 a 6 horas
Madeira**
entre demãos.
Secagem total:
12 horas.

24 horas entre
Base sintética
Alvenaria demãos.
Epóxi 2a3 Substitui azulejos e
Concreto Secagem final:
laminados plásticos.
24 horas.

Verniz acrílico
(à base de
água): 2 a 6
Madeira (piso) horas entre
demãos. Ideal para
Verniz Madeira (externa) 2a3
Verniz impermeabilização.
Tijolo/concreto poliuretano e
alquídico (à
base de óleo):
10 horas.

* Antes de pintar alumínio com tinta esmalte à base de água, aplique um fundo para metais galvanizados e alumínios à base de água.
** Antes de pintar madeira aplique um fundo à base de água para madeira.

Existe uma tinta específica antimofo. Se tiver que lidar com esse problema, procure indicações nos catá -
logos de fabricantes ou lojas especializadas de material de construção.

60 Pintor 1
Atividade 1
ti p os d e t i n t a e m d iV e r sa s sU p e rf í ci es

1. Vamos ao laboratório, onde estão disponíveis diferentes tipos de tinta e amostras


de diversos materiais e superfícies.
2. Em trio, separem amostras de vários materiais:
a) Três pedaços de madeira.
b) Três pedaços de material metálico: ferro, aço ou alumínio.
c) Três tijolos ou blocos de concreto.
d) Três azulejos.
3. Separem pincéis, tintas, solventes e bandejas.
4. Vocês vão pintar um pedaço de cada material com tintas de diferentes tipos.
Anotem ao lado do material pintado o tipo de tinta utilizado e a hora da pintu-
ra. Se necessário, façam a segunda demão com o mesmo tipo de tinta.
5. Depois de secos, comparem as pinturas feitas, discutam e respondam, em relação
a cada um dos materiais, às seguintes perguntas:
a) Qual foi a escolha mais adequada para a pintura de
(madeira, ferro, aço, alumínio, tijolo, concreto, azulejo, piso cerâmico)? Por quê?

b) Nos casos das escolhas consideradas menos adequadas para cada material:
Quais foram as difculdades percebidas na aplicação das tintas?

Quais foram os problemas observados nos resultados?

6. Depois de conversar com os colegas e responder às perguntas no próprio grupo,


discuta os resultados com toda a classe e com o monitor.

Pint or 1 61
Cores, combinações e efeitos
Além de informações mais técnicas que ajudam a defnir
e escolher as tintas mais adequadas para cada trabalho,
conhecer cores é básico para o pintor de obras.
Embora, de modo geral, os clientes tenham uma ideia
predeterminada das cores que vão utilizar, conhecer as
cores e suas características vai ajudá-lo no momento de
dialogar com clientes e construtores. Você pode opinar
sobre as cores escolhidas para cada situação ou local e
orientá-los caso tenham alguma dúvida sobre o que fcou
decidido.
Conhecer as cores é a primeira etapa. Mas você já pensou
de que maneira elas podem ser combinadas? Será que
uma cor que fca bem na parede da sala também fcará
bem no quarto, na cozinha ou na fachada da casa? Como
saber qual será o resultado da mistura de duas cores?
Todas essas perguntas podem ser respondidas se estu-
darmos alguns aspectos da “teoria das cores”.
Cromático: Do latim chro- Vamos começar pelo círculo cromático. Você já ouviu
maticus , relativo a cor.
falar dele?
Trata-se de um círculo com 12 cores colocadas de modo
que possamos perceber as relações entre elas.
© Jairo Souza Design Gráfico

1a
3a 3a
2a 2a

3a 3a 3a

1a 1a
3a 3a
a
2

62 Pintor 1
No círculo, as cores estão classifcadas da seguinte forma:
• Cores primárias (1a)
São chamadas de cores puras por não ser possível obtê-las a partir da mistura de
outras cores. Elas são a base para a criação de todas as demais cores. São elas: o
azul, o amarelo e o vermelho.

• Cores secundárias (2a)


São aquelas formadas por meio da mistura de duas cores primárias em partes
iguais. Por exemplo: o laranja é resultado da mistura do amarelo com o vermelho;
o verde, do azul com o amarelo. E o violeta? Quais são as cores que precisamos
misturar para obter essa cor?

© Hudson Calasans
• Cores terciárias (3a)
São aquelas formadas por meio da mistura de uma cor primária (azul, amarelo
ou vermelho) e uma ou mais cores secundárias. Exemplos: amarelo-alaranjado,
púrpura, azul-escuro.

E o preto e o branco? Por que não estão no círculo cromático?


Porque são chamadas cores neutras, assim como o cinza em todas as suas tonalidades.

Escala de valores ou escala de cinza

Pint or 1 63
Ao misturarmos uma única cor com o branco ou com o
preto, alteramos sua tonalidade, deixando-a mais suave/
clara ou mais forte/escura. Chamamos essa gradação de
escala monocromática.
Veja a seguir duas escalas monocromáticas: a primeira,
formada a partir da mistura de vermelho com branco;
Escala monocromática:
a segunda, a partir da mistura de azul com branco e
Escala de uma só cor (mono, com preto.
um; cromático, relativo a cor).

Atividade 2
cri e co res

1. Vamos ao laboratório novamente, desta vez para ob-


servar a reação das cores quando misturadas.
2. Separe as cores primárias e as secundárias e experi-
mente as combinações possíveis. Anote no caderno as
cores utilizadas e os resultados das misturas. Use lápis
de cor.
Por exemplo:

azul + verde =

3. Escolha agora uma cor para fazer uma escala mono-


cromática. Acrescente branco ou preto aos poucos,
para perceber as mudanças graduais da tonalidade da
cor escolhida.

64 Pintor 1
4. Compartilhe os resultados de seu trabalho com a classe. Você vai perceber que,
embora misturando as mesmas cores, nem sempre alcançamos resultados exata-
mente iguais.

Atualmente, a mistura de cores produzida pelos fabricantes é feita em máquinas,


respeitando proporções exatas, calculadas em computadores. Esse sistema de mis-
tura é chamado tintométrico nas casas que comercializam tintas. Com esse proce-
dimento, caso a tinta acabe na metade da pintura de uma parede, você não preci-
sará acertar a mistura “a olho”, com base na memória.
Além disso, as tonalidades possíveis são incontáveis. Veja, a seguir, um exemplo de
catálogo.

© Neven Milinkovi ć /123RF

Observe mais uma vez o círculo cromático. As cores que fcam em lados opostos no
círculo são chamadas complementares. Elas apresentam maior contraste entre si.

© Jairo Souza Design Gráfico


1a

2a 2a

1a 1a

2a

São cores complementares:


• o vermelho e o verde;
• o amarelo e o roxo;
• o azul e o laranja.
Elas devem ser utilizadas em paredes para reforçar contrastes.

Pint or 1 65
Já as cores vizinhas no círculo cromático são as que apresentam menos contraste
entre si. Elas são chamadas cores análogas e podem ser usadas para colorir um
ambiente sem chamar muita atenção para as diferenças entre as cores.
© Jairo Souza Design Gráfico

Por fm, outra divisão possível é entre as cores chamadas frias (ou com tonalidades
frias) e quentes (ou com tonalidades quentes).
Elas podem ser combinadas de diferentes maneiras em uma casa. Mas é importan-
te você saber que as cores quentes tornam os ambientes mais descontraídos, alegres,
com maior luminosidade. Por isso, em geral, fcam bem em salas de visita, salões
de festa, corredores e ambientes de uso coletivo.
Já as cores frias são adequadas para ambientes mais sóbrios, formais, nos quais
a concentração e a tranquilidade são indispensáveis. É o caso, por exemplo, dos
locais de estudo e de trabalho em uma casa. Também são cores mais recomen-
dadas para quartos, tendo em vista que são lugares onde as pessoas buscam
relaxar para dormir.
Veja as cores quentes e as cores frias no círculo cromático e nas faixas a seguir.
© Jairo Souza Design Gráfico

66 Pintor 1
Esse conhecimento básico sobre cores, como vimos, poderá ajudá-lo a dialogar com
os clientes e orientá-los no caso de dúvidas.
É aconselhável que você demonstre interesse e conhecimento relativos à sua área de
atuação profssional, mantendo o cuidado de não parecer aquele que “sabe tudo”.
Além de estudar e procurar aprimorar seu conhecimento sobre tintas e cores, é
importante que você sempre consulte sites e catálogos de fabricantes para ver o que
há de novo no mercado.

© Michael F reema n/Alamy/Othe r Ima ges

© Ivan Barta/Ala my/Other Images

Pint or 1 67
Consultar revistas de decoração, e até mesmo ter algumas
em mãos quando for visitar um novo cliente, também
pode ser útil para você saber e mostrar as últimas ten-
dências na área de pintura e o que está na moda.

© Ashley Morrison/Alamy/Othe r Imag es


Para alargar corredores: se a altura
(pé-direito) do corredor for superior a
3 m, para dar sensação de que são
mais largos, as extremidades dos
corredores e o teto devem ser
pintados com cor mais escura do que
as das paredes. Ao contrário, se o
teto for baixo, uma cor escura pode
dar a sensação de um espaço mais
apertado ou rebaixado.
Para encurtar paredes: aplique tom
mais escuro na parte de cima e pinte
a parte de baixo com tom mais claro.
Para alongar paredes: aplique tom
mais claro na parte de cima e pinte a
parte de baixo com tom mais escuro.
Para alongar ambientes quadrados:
pinte uma cor mais escura em duas
paredes, uma de frente para a outra.
Para rebaixar o teto: basta pintá-lo em Atividade 3
tom mais escuro do que o das paredes.
Para elevar o teto: aplique cor mais
clara do que a usada nas paredes.
tr a g a U m a n o V i d a d e p a r a a cl a s s e
Quando você estiver em ambiente
interno (dentro da loja) e for
escolher tintas para ambientes
externos, escolha sempre um tom 1. Em dupla, pesquisem na internet, no laboratório de
acima (mais fechado) daquele que
deseja. A luz do sol que incide sobre
superfícies externas é total e, por
informática, em revistas ou jornais uma reportagem
isso, abre as tonalidades.
Tintas com brilho destacam as
que fale sobre o que está sendo feito atualmente na
imperfeições das superfícies. Para área de pintura de paredes. Pode ser sobre ambientes
paredes com saliências e
rugosidades, é indicado o uso de internos de casas e escritórios, sobre fachadas etc. O
tintas foscas.
Espaço & cor. Faz Fácil. Disponível
em: <http://www.fazfacil.com.br/
importante é que o assunto seja pintura de paredes.
reforma_construcao/pintura_3.html>.
Acesso em: 14 maio 2012. 2. Façam um cartaz sobre a reportagem para apresentar
à classe. Não deixem de colocar:
• o resumo dos principais pontos da matéria;
• um desenho ou recorte que ilustre o assunto tratado;
• a fonte de onde vocês retiraram as informações e os au-
tores da reportagem original (se estiverem identifcados).

3. Defnam os dias em que todos possam apresentar os


resultados da pesquisa. Os cartazes devem ser afxados
em local adequado para consultas futuras.

68 Pintor 1
u nidade 5
Como calcular
quantidades
Para fazer o cálculo de quantas latas ou galões de tinta você vai
utilizar em determinado trabalho, o primeiro passo é calcular
quantos metros quadrados (m 2) tem o local que você vai pintar.
Os fabricantes, em geral, indicam nas embalagens quantos metros
quadrados de superfície uma lata pode cobrir por demão. Dessa
forma, chega-se facilmente à quantidade de latas necessária.
Você encontrará no mercado latas em três tamanhos, com vo-
lumes diferentes:
• ¼ – 0,900 ℓ de tinta
• GL (galão) – 3,600 ℓ de tinta
• LT (lata) – 18 ℓ de tinta
Sempre que for utilizar grandes quantidades de tinta, dê prefe-
rência às embalagens maiores, pois com elas você gastará pro-
porcionalmente menos.
Exemplo:
Se uma lata de ¼ cobre entre 8 m 2 e 12 m 2 por demão, seu ren-
dimento para aplicar duas demãos será a metade. Ou seja, uma
lata de ¼ cobrirá, em média, entre 4 m 2 e 6 m 2 para duas demãos.
Se a parede a ser pintada possui 18 m2, vamos precisar, para duas
demãos de tinta, de, no mínimo, três latas de ¼. Isso porque
18 m2 (medida da parede) 6 m 2 (rendimento máximo de
uma lata de ¼ para aplicar duas demãos) = três latas de ¼.
E se forem três demãos?
Nesse caso, para três demãos, uma lata de ¼ cobrirá entre 2,7 m 2
e 4 m 2. Se a parede a ser pintada possui 18 m 2, vamos precisar,
para três demãos de tinta, de, no mínimo, quatro latas de ¼.

Pint or 1 69
Isso porque 18 m2 (medida da parede) 4 m2 (rendi-
mento máximo de uma lata de ¼ para aplicar três de-
mãos) = 4,5 latas de ¼.
Se você considerar que quatro latas de ¼ são a medida
de um galão de 3,600 ℓ de tinta, é preferível comprar
um galão de tinta.
Você também pode fazer o cálculo da tinta necessária
para uma única demão. E depois multiplicar por dois
(duplicar) ou por três (triplicar) a quantidade calculada,
a depender de quantas demãos tiverem de ser feitas.
Também vale lembrar que paredes muito porosas con-
Quando você for comprar somem mais tinta. Para que isso não aconteça, você pode
determinada cor de tinta, faça a
compra de uma única vez. Procure aplicar uma demão de fundo preparador de paredes sobre
comprar um pouco mais do que o
calculado por você. Isso porque, a superfície que receberá a repintura ou sobre a massa
mesmo com toda a tecnologia hoje
empregada na fabricação de tintas PVA ou acrílica (se for uma pintura nova).
e com as proporções
computadorizadas, pode haver
uma sutil diferença de tom de uma A indicação nas embalagens do cálculo da quantidade
série para outra, o que prejudicará
seu trabalho. de tinta por metro quadrado a ser pintado não resolve
um problema anterior: Como calcular a metragem da
superfície que você vai pintar? Para isso, será necessário
recorrer a alguns recursos da Geometria.
Vamos ver algumas das principais fguras geométricas e
aprender a calcular as medidas de suas áreas.
• Retângulo: fgura geométrica que tem quatro lados,
sendo dois de um mesmo tamanho e dois de outro.
Geometria: Estudo das for- Sua área é calculada multiplicando-se a base pela al-
mas. As paredes de uma tura: lado menor X lado maior.
residência ou de outras obras
podem ter diferentes formas
geométricas. Para saber
quanto comprar de tinta, vo-
cê precisa calcular a área
dessas figuras.
• Quadrado: fgura com quatro lados iguais. Sua área é
calculada multiplicando-se dois lados.

70 Pintor 1
• Triângulo: fgura com três lados, que podem ser iguais ou diferentes. Existem
triângulos com os três lados iguais, com dois lados iguais e um diferente ou com
três lados diferentes. Qualquer que seja a forma do triângulo, sua área é calculada
multiplicando-se a medida da base pela da altura e dividindo-se o resultado por 2.

Para saber a altura de um triângulo, trace uma linha da base até o ângulo oposto, como nas figuras geo -
métricas seguintes.

Altura Altura Altura

Base Base Base

É pouco provável você encontrar um ambiente com paredes triangulares. Mas lembre -se de que você
pode ser chamado para pintar um painel ou partes de um ambiente. Nesses casos, qualquer formato
é possível.

Atividade 1
p esq U isan d o áre a s

1. Em trio, no laboratório de informática, pesquisem na internet como calcular


a área das seguintes fguras geométricas:
• círculo;
• pentágono (fgura com cinco lados);
• hexágono (fgura com seis lados).

Pint or 1 71
Desenhe as fguras e anote as fórmulas de cálculo das superfícies ao lado delas.

2. Agora, para exercitar o cálculo de áreas, imagine que você deverá pintar:
a) as quatro paredes de um quarto, que correspondem à fgura de um quadrado
com 3 m de lado e 3 m de pé-direito (altura);

b) as paredes e o teto de uma cozinha retangular. As paredes maiores medem 3,5 m


de lado por 2,8 m de altura; as menores, 2,6 m de lado por 2,8 m de altura;

c) um painel triangular na sala com base de 2 m e altura de 1,8 m.

72 Pintor 1
3. Confra os resultados com a classe e faça mais exercí-
cios em casa, para se familiarizar com as fórmulas.
A forma mais fácil de realizar esses cálculos é fazer pa-
rede por parede.
Não se esqueça de retirar do cálculo a área das portas,
das janelas e de outros vãos que não serão pintados.
As portas, em geral, medem
2,10 m x 0,80 m.
As portas de banheiros são um pouco
menores: 2,10 m x 0,70 m.
Parede 1 – Área: m2

Parede 2 – Área: m2

Parede 3 – Área: m2

Parede 4 – Área: m2

Área total com portas, janelas e vãos: m2

Área total sem portas, janelas e vãos: m2

Total de latas de tinta necessárias:

Lembre-se de que em todas as latas de tinta deve vir


escrito o rendimento, ou seja, quantos metros quadra-
dos de superfície é possível pintar com uma lata ou
galão de tinta.
Sempre que for usar quantidades
grandes de tinta, prefira comprar
(ou aconselhe os clientes a comprar)
Consumo consciente latas com maior quantidade, pois
são mais econômicas.
Entretanto, procure não comprar
muito além do que o necessário.
Você já ouviu falar de consumo consciente? Tintas em latas abertas têm prazo de
validade curto e você gastará à toa.

É quando compramos e consumimos o que realmente é


necessário.
Consumir o que não é necessário causa prejuízos ao meio
ambiente e a nós mesmos.

Pint or 1 73
Além dos recursos gastos para produzir, embalar, trans-
portar e vender cada produto (por vezes, retirados da
natureza), ainda há a poluição decorrente do modo de
produção. Já para as pessoas, o consumo excessivo acaba
por gerar constante insatisfação, pela impossibilidade de
se ter tudo o que se quer.

Para saber mais sobre consumo


consciente, no laboratório de
informática, veja na internet o
Orçamento
material de qualificação básica do
Programa Via Rápida Emprego,
disponível no site: <http://www. Espécie de lista na qual você inclui o custo de tudo o que
viarapida.sp.gov.br>, acesso em:
16 maio 2012 (Caderno do Trabalhador será utilizado no serviço de pintura que vai prestar, mais
6 – Conteúdos Gerais, texto de
Cidadania Ambiental), e consulte os o valor de seu trabalho.
sites que trabalham com esse tema,
como o da Secretaria do Meio
Ambiente do Estado de São Paulo. Calcular a quantidade de material que vai usar – ver-
Disponível em: <http: //www.ambiente.
sp.gov.br>. Acesso em: 16 maio 2012. nizes, solventes, fitas adesivas, lixas etc. – é a base
para que você possa apresentar seu orçamento ao
cliente. Comece montando o orçamento por esses
itens, mas lembre-se: se repassar ao cliente apenas o
custo dos materiais de que vai precisar, você traba-
lhará de graça!
Em geral, não são colocados nos orçamentos ferramentas
e utensílios mais duradouros usados para a pintura: ban-
dejas, extensores de rolo, escadas, lonas... Eles não são
incluídos porque você já deverá tê-los e, portanto, não
vai comprá-los a cada trabalho.
Mas você não deve esquecer que, conforme vão sendo
usados, alguns utensílios se desgastam e precisam ser
trocados, não é? Ou seja, com o tempo e com o uso
constante, os utensílios se danifcam: pincéis perdem
cerdas, bandejas racham etc.
Pensando nisso, quando fzer seu orçamento, você deve
incluir um valor, uma quantia pequena, que correspon-
da ao desgaste de suas ferramentas e utensílios, já que,
no futuro, você precisará fazer a reposição deles. Dessa
forma, depois de realizar alguns trabalhos, a soma desses
valores deverá ser sufciente para a aquisição de novas
ferramentas, quando necessário.

74 Pintor 1
Também pode acontecer de um trabalho exigir um utensílio especial, diferente
daqueles que você tem. Nesse caso, você poderá conversar com seu cliente e incluir
no orçamento uma parte do custo desse instrumento, ou solicitar que o cliente o
adquira e desconte seu valor do serviço, de acordo com o que vocês combinarem.
Além dos materiais e das ferramentas, um orçamento deve conter os chamados
custos indiretos de seu trabalho: gastos que você terá com transporte para o local
da obra, alimentação nos dias de trabalho, ajudantes, se forem necessários. Sem
esses itens, você gastará para trabalhar, ou seja, terá prejuízo.
Finalmente, não se esqueça de incluir nesse orçamento o custo de seu trabalho, que
tem relação com o tempo que levará para executar o serviço. Uma parte do valor
de seu dia de trabalho será seu lucro.

Apresentação do orçamento
Quando for apresentar um orçamento ao cliente, lembre-se de que o ideal é que os
itens que você incluiu estejam discriminados um a um. Assim, o cliente terá uma
ideia clara do que está contratando.
Há também clientes que preferem adquirir alguns produtos, pois podem verifcar
o tipo e a qualidade dos materiais antes de comprá-los. Se em seu orçamento esses
itens estiverem indicados separadamente, será mais fácil retirá-los.
Além disso, um orçamento bem-feito (se possível, apresentado em planilha elabo-
rada em computador, com programa específco) demonstra organização e seriedade
e gera confança em seu trabalho.
Veja a seguir um exemplo de planilha:

Item Custo unitário Custo total

X latas de esmalte sintético à base de água branco

X latas de esmalte sintético à base de água azul-claro

X latas de massa corrida

X latas de selador

X rolos de fita adesiva

Pint or 1 75
Item Custo unitário Custo total

X rolos de lã alta

X rolos de lã baixa

X pincéis de trincha e remate

X rolos de espuma

X panos para limpeza

Transporte para o local da obra

Alimentação nos dias de trabalho

Custo do dia de trabalho/mão de obra

To t a l

Depois de aprovar o orçamento com o cliente, combine


com ele a forma de pagamento. É interessante que você
receba um “sinal” – parte do valor estimado para a rea-
lização do trabalho – antes de iniciá-lo, pois, assim, você
pode garantir as primeiras despesas com material e trans-
porte. O restante do pagamento pode ser combinado em
uma ou duas parcelas.
Há itens do orçamento que não
precisam aparecer para o cliente,
como as diárias que você pagará a um Em geral, quando o serviço é grande, o pagamento é
ajudante, caso necessite de auxílio no
trabalho que vai fazer. Mas esse valor feito em três parcelas: um sinal, uma parcela intermediá-
deve estar embutido no custo do seu
dia de trabalho. Caso você não o ria e outra na conclusão do trabalho.
considere, terá prejuízo.

Elaborada a proposta, peça ao cliente que aprove o valor


e a forma de pagamento do serviço a ser executado. Isso
pode ser feito com a assinatura das duas partes em uma
cópia da planilha eletrônica. Assim, vocês estabelecem
legalmente uma relação de trabalho, que envolve a exe-
cução adequada do que foi contratado pelo cliente e sua
respectiva remuneração.

76 Pintor 1
Atividade 2
a prese ntaç ão d o o r ç am e nto ao cli e nte

1. Imagine que você tenha de apresentar um orçamento referente à pintura de uma


casa. O solicitante pretende que você execute os seguintes serviços:
a) Reparação, com argamassa, de algumas imperfeições nas paredes da casa.
b) Pintura de três quartos e uma sala, com aproximadamente 20 m 2cada ambien-
te, sem contar a metragem dos tetos, que também devem ser pintados.
c) Pintura do teto dos banheiros e da cozinha, com cerca de 1 m 2.
2. Calcule as áreas a serem pintadas e a quantidade de tinta necessária para a
pintura.
3. Monte uma lista com todo o material que você vai usar. Lembre-se de incluir o
custo dos materiais que você terá de adquirir – rolos, por exemplo. Ao fnal, você
poderá também incluir uma pequena porcentagem para compensar o desgaste
das ferramentas que vai utilizar.

4. No laboratório de informática, pesquise na internet os preços dos materiais e


anote-os ao lado de cada item.
5. Verifque e inclua na planilha os custos indiretos do trabalho.
6. Insira, no fnal, o preço de seu serviço: pode ser por tarefa ou pelos dias de tra-
balho que vai gastar. Para isso, imagine como será o trabalho e faça uma lista
com as etapas e o tempo que deverá usar.

Pint or 1 77
7. Some tudo ao fnal.
8. No laboratório de informática, digite a lista que você
fez em uma planilha eletrônica. Aproveite para con-
ferir a soma dos valores, caso você não tenha usado
calculadora.
9. Com a planilha pronta, vamos discuti-la na classe.
Se precisar, peça ajuda ao monitor Metade da classe apresentará os resultados do levan-
para fazer a planilha.
tamento, metade fará o papel de cliente, como se
fosse um teatro.
A ideia é perceber se há diferenças entre os orçamen-
tos e as percepções dos clientes. Caberá a esses clien-
tes verifcar e argumentar com os que apresentaram
a planilha se os preços dos serviços estão adequados
ou muito caros. E aos trabalhadores explicar por que
estão propondo aqueles valores e defender o valor de
seu trabalho.
10. Registre, a seguir, o que você aprendeu com essa
discussão.

78 Pintor 1
Pint or 1
79
© Di Lewis/Arcaid/Corbis/Latinstock
Seja Bem Vindo!

Curso
Pintor
Parte 2
Carga horária: 30hs
Dicas importantes
• Nunca se esqueça de que o objetivo central é aprender o conteúdo, e
não apenas terminar o curso. Qualquer um termina, só os determinados
aprendem!

• Leia cada trecho do conteúdo com atenção redobrada, não se deixando


dominar pela pressa.

• Explore profundamente as ilustrações explicativas disponíveis, pois


saiba que elas têm uma função bem mais importante que embelezar o texto,
são fundamentais para exemplificar e melhorar o entendimento sobre o
conteúdo.

• Saiba que quanto mais aprofundaste seus conhecimentos mais se


diferenciará dos demais alunos dos cursos.

Todos têm acesso aos mesmos cursos, mas o aproveitamento que


cada aluno faz do seu momento de aprendizagem diferencia os “alunos
certificados” dos “alunos capacitados”.

• Busque complementar sua formação fora do ambiente virtual onde


faz o curso, buscando novas informações e leituras extras, e quando
necessário procurando executar atividades práticas que não são possíveis
de serem feitas durante o curso.

• Entenda que a aprendizagem não se faz apenas no momento em que


está realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-dia. Ficar atento às
coisas que estão à sua volta permite encontrar elementos para reforçar
aquilo que foi aprendido.

• Critique o que está aprendendo, verificando sempre a aplicação do


conteúdo no dia-a-dia. O aprendizado só tem sentido quando pode
efetivamente ser colocado em prática.
.
Conteúdo
Unidade 6
9
P reP are o local e mãos à obra

Unidade 7
27
o t rabalho c om t ext uras

Unidade 8
37
P int ura d e j ane las , P orta s, arm ários

Unidade 9
49
atitudes e relações nos locais de trabalho

Unidade 10
53
Possibilidade s de traba lho e ví nc ulo s

Unidade 11
61
seus novo s conhecim entos e seu c urrículo
u nidade 6
Prepare o local e mãos
à obra
A primeira etapa do trabalho de um pintor de obras é detectar
possíveis problemas na superfície, como calcinação, empola-
mento ou bolhas, umidade, mofo, descascamento, trincas, en-
tre outros. Havendo problemas, o profissional deverá decidir
como eles serão resolvidos. Depois disso se inicia o preparo do
cômodo para a pintura.
Dividimos essa etapa em quatro grandes blocos de atividade.

1. Corrigir imperfeições e lixar as superfícies


que serão pintadas
O primeiro passo antes de lixar uma parede ou outra superfície
de alvenaria é verificar se ela já foi pintada.

Primeira pintura
Se o local acabou de ser construído e o pedreiro já aplicou o
chapisco e a argamassa de revestimento (reboco), é preciso
esperar cerca de 30 dias, tempo de secagem completa do re-
boco, antes de iniciar qualquer trabalho de pintura.
Começar a pintura antes da secagem do reboco poderá
causar descascamento da tinta.
Depois disso, seu trabalho será simples: verificar se há
alguma imperfeição e corrigi-la com um tipo de lixa
recomendado para paredes que vão receber a primeira
Você sabia? pintura. A superfície deverá ser lixada com uma lixa
Calcinação se caracteri-
adequada para alvenaria – número 80 ou 100 – de modo
za pela formação de pó que sejam retiradas as partículas soltas de areia e ci-
na superfície já pintada.
Ela é resultado da ação
mento e eventuais marcas de desempenadeiras.
do tempo.

Pint or 2 9
Feito isso, a parede deverá receber uma limpeza. A su-
perfície pode ser lavada apenas com água e, após duas
horas, estará seca e pronta para a aplicação do selador
acrílico para alvenaria à base de água e das tintas.
Proceda da seguinte forma:

1. Aplique uma demão de selador acrílico.


2. Depois da secagem, aplique massa PVA (se a área for
interna) ou acrílica (para áreas externas). Se preferir,
aplique tinta látex ou acrílica e considere o reboco
como um acabamento texturizado.

Pintura sobre pintura


Seu primeiro passo será procurar por imperfeições: pin-
turas descascadas, lascas em cantos, partes que precisam
ser alisadas, bolhas, umidade, mofo e bolor, trincas etc.
Se não for possível remover os
móveis, arrume-os no centro do
ambiente e cubra-os com lona ou Em ambientes internos (salas ou quartos, por exemplo),
plásticos específicos para esse fim.
Isto os protegerá de poeira e o ideal é que todos os móveis, assim como lustres, espe-
manchas de tinta, que podem
danificá-los. lhos de interruptores, trilhos de cortina etc., sejam reti-
rados do local. Dessa forma, você terá uma visão geral
do ambiente, conseguindo observar melhor quaisquer
imperfeições.
O tipo de serviço a fazer, nesse caso, depende do estado
das paredes e dos tipos de imperfeição encontrados. Las-
cas nos cantos ou pedaços de parede com furos ou que-
brados, por exemplo, devem ser consertados com a apli-
cação de massa corrida, em áreas internas, ou de massa
acrílica, em áreas externas. Para isso, você deverá usar
uma espátula e uma desempenadeira lisa.
Veja a seguir o passo a passo do procedimento.
1. Coloque uma pequena quantidade de massa corrida
na espátula e aplique-a no local que precisa ser corri-
gido, até cobrir o defeito.

10 Pintor 2
2. Com a desempenadeira fazendo um ângulo de 45°
com a superfície, procure espalhar bem a massa como
se estivesse passando margarina no pão.

Entendendo o que é ângulo


Ângulo é a figura formada pelo encontro de duas retas (ou segmen-
tos/pedaços de reta). Os ângulos são medidos em graus (X°).
Por exemplo: um ângulo de 45° (graus) entre duas retas significa
que elas se encontram da seguinte forma:

45°

Em uma construção, as paredes e o piso têm de se encontrar em


ângulo exato de 90° (graus), também chamado ângulo reto.

90°

Para medir ângulos em desenhos, utiliza-se um instrumento chama-


do transferidor. Nas construções, para conferir se os ângulos são de
90° (graus), são usados esquadros.

3. Repasse a desempenadeira sobre a massa aplicada,


sempre procurando manter a desempenadeira em um
ângulo de 45° com a superfície. Retire o excesso de
massa e, ao mesmo tempo, a estique/espalhe, de modo
a ampliar a área em que a massa é aplicada.
4. Repita esse processo até que toda a superfície esteja
coberta.
Procure não trabalhar com excesso
de massa na superfície, pois isso vai
5. Espere o tempo de secagem da massa corrida – cerca dificultar o lixamento mais tarde.
O acabamento deve ficar o mais
de 1 a 2 horas entre cada demão. nivelado e uniforme possível.

Não tente apressar o trabalho nessa hora. Esse é o


tempo médio que uma massa de qualidade demora a
secar entre cada demão.

Pint or 2 11
6. Passe lixa (número 180 a 220) sobre a massa aplicada,
de forma que a superfície retocada se iguale com as
demais partes.
7. Retire a poeira deixada pela lixa com uma escova ou
um pano úmido, aplicado levemente.
Se as imperfeições forem grandes e houver áreas em que
a pintura esteja descascada ou rachada – o que é mais
comum em casas e pinturas mais antigas –, pode ser
Se a superfície tiver algum necessário raspar a superfície antes de lixá-la. Para isso,
acabamento brilhante, dificilmente
aceitará outra tinta. Nesse caso, lixe-a use a espátula e, em seguida, lixe o local para igualar a
integralmente e/ou use produtos
específicos para retirar o brilho antes parede.
de iniciar a pintura.

Pequenas fissuras na parede também podem ser conser-


tadas raspando com espátula e aplicando massa corrida
(em áreas internas) ou massa acrílica (em áreas externas).
É importante observar toda a superfície e fazer uso de
uma lixa fina para evitar defeitos depois de iniciada a
pintura.
Vamos ver a seguir alguns problemas comumente encon-
trados e como solucioná-los.

Problema Reparo

Eliminação da umidade.
Manchas de umidade, Lavagem com solução de
mofo e bolor hipoclorito/água sanitária.
Reparo do revestimento.

Qualquer que seja a situação, as


superfícies, depois de lixadas, devem
ser limpas de forma que não reste Raspagem da superfície.
nenhuma impureza. A superfície a ser
pintada deve estar seca, sem poeira, Renovação do reboco.
gorduras, graxas, sabão, mofo etc. Empolamento da pintura
Essa limpeza pode ser feita com uma Eliminação da infiltração se a
escova limpa. Mas se houver excesso causa do empolamento estiver
de poeira, o ideal é utilizar uma
esponja umedecida com água, se relacionada a esse problema.
possível quente, e sabão. Use um
balde com água para lavar a esponja e
passá-la novamente na parede até a
limpeza completa. Tenha cuidado
para não deixar resíduos de sabão.
Raspagem da superfície.
Para retirar manchas de gordura,
utilize água morna e detergente. Já
Fissuras Renovação do reboco.
manchas de mofo podem ser
retiradas com uma solução de água e Renovação da pintura.
água sanitária.

12 Pintor 2
Atividade 1
ExE rcitE a apli c aç ão d E m a ssa co r ri da

Aplicar massa corrida parece uma atividade simples. De


fato, ela não é complexa, mas finalizar sua aplicação de
modo que a superfície fique totalmente lisa pode reque-
rer algum tempo e treino.
No laboratório, você encontrará as ferramentas, os ma-
teriais e as condições necessárias para exercitar esse co-
nhecimento e ganhar familiaridade e confiança para
fazer o trabalho na casa de um cliente.
Faça o mesmo trabalho algumas vezes, orientado pelo
monitor e trocando dicas com os colegas.
O uso de massa de melhor qualidade
possibilita um melhor trabalho de
Perceba as principais dificuldades e cuidados e registre-- preenchimento e correção de
imperfeições. As massas de
-os no caderno para poder aproveitar essa informação no qualidade inferior costumam ser
muito aguadas, dificultando o
futuro. trabalho, além de desperdiçar
material.

Quando considerar seu trabalho adequado, mostre-o


para os colegas e converse com eles sobre como foi esse
aprendizado.

2. Aplicar selador ou fundo preparador


A aplicação de selador ou fundo preparador precede a pin-
tura em situações específicas. Ambos os produtos têm a
função de tornar as superfícies mais adequadas à pintura.
O fundo preparador deve ser utilizado quando se faz
uma repintura sobre paredes com cal e para selar reboco
antigo, fraco e pulverulento. Sua função é selar a poro-
sidade de massas como PVA, massa acrílica e gesso. Por
esse motivo, tem uma consistência aguada.
O selador acrílico, quando aplicado sobre o reboco, sela
a acidez do cimento, evitando sua calcinação e tornando
a superfície menos absorvente. Ele também pode ser uti-
lizado em outras superfícies de cimento, como cimento
amianto, concreto e aparente. Sua consistência parece

Pint or 2 13
com a de uma tinta. A cor branca tende a cobrir a cor cinza do cimento, facilitando,
assim, a cobertura posterior com a tinta escolhida.
Em ambos os casos, quando as superfícies são excessivamente porosas, o fechamen-
to desses poros com selador ou fundo preparador vai diminuir o consumo de tinta.
Sua aplicação é efetuada com rolo, em movimentos verticais, até a cobertura com-
pleta das superfícies: paredes e teto. No caso de superfícies com massa e repintura,
deve ser utilizado um rolo de lã baixa. Para superfícies com reboco ou outras super-
fícies porosas, deve-se utilizar rolos de lã alta.

3. Proteger móveis, janelas e portas


Outro momento importante no preparo dos cômodos para a pintura é a proteção
de móveis, objetos, portas, janelas e piso. Mesmo os pintores mais experientes difi-
cilmente conseguem evitar respingos de tinta durante a pintura.
Com relação ao mobiliário e a outros objetos (incluindo tomadas e interruptores),
o ideal, como já foi dito, é retirá-los do local que será pintado, deslocando-os para
outros lugares da casa. Mas nem sempre é possível. Além disso, sempre haverá o
piso, as portas, as janelas, os lustres... enfim, várias coisas a proteger.
O primeiro passo é forrar o piso. O ideal é usar um pedaço de lona, que é mais
resistente e você pode reaproveitar. Mas pedaços de plástico e papelão também
podem ser utilizados. Nesse caso, use fita adesiva para fixá-los, assim, você não
correrá o risco de que saiam do lugar, deixando áreas desprotegidas.
Depois do piso, forre as portas de armários e de entrada, as janelas e tudo que
ainda estiver no cômodo. Em relação aos lustres, solte-os do teto com cuidado ou
cubra-os inteiramente com plástico.

4. Uso das fitas adesivas


Finalmente, faz ainda parte dessa etapa de preparo a colocação de fitas adesivas
em todos os locais onde houver um encontro/junção da superfície a ser pintada
com outra que não receberá pintura. Isso inclui, por exemplo, as junções das
paredes com o piso ou rodapé, ou das paredes com portas de armários e esquadrias
de janelas.

14 Pintor 2
No encontro entre duas paredes ou das paredes com o
teto, esse procedimento também é importante, sobretu-
do quando for utilizar cores diferentes.

© Robert Nystrom/123RF
Independentemente de você usar rolo ou pincel, não é
simples manter uma linha reta em cantos e não esbarrar
nas paredes vizinhas. Por isso, não deixe de fazer uso das
fitas adesivas.
Para aplicar, coloque uma das pontas da fita adesiva em
uma das extremidades do local desejado e desenrole-a
aos poucos, mantendo-a em linha reta com a ajuda de
um esquadro ou régua de alumínio. Antes de colocá-la,
certifique-se de que a superfície não esteja com poeira,
para que a fita tenha boa adesão.
Pintores mais experientes podem
Existem no mercado fitas adesivas especiais para o uso usar régua em vez de fita adesiva
para evitar que a pintura ultrapasse os
em pintura (fitas para mascaramento). Sua espessura cantos. Depois de um tempo de
prática, você poderá ver se esse
varia de 18 mm a 50 mm, dimensões suficientes para as procedimento o deixa mais
confortável, sem que seu trabalho
necessidades de um pintor de obras. perca qualidade.

Pint or 2 15
Use o mesmo sistema de colocação de fitas adesivas para fazer acabamentos com efeitos decorativos;
por exemplo: paredes listradas ou com desenhos com linhas retas, como os mostrados a seguir.

© G. Jackson /Arcaid/Corbis/ Latinstock

© Mediacolor’s/Alamy/Other Images
© Look Pho tog raphy/Bea te wo rks/Corbis/La tinstock

As fitas comuns (de cor amarelada) devem ser retiradas no período máximo de
24 horas, para que a cola não tenha adesão à superfície e danifique a pintura no mo-
mento de sua retirada. As fitas azuis – especiais – podem permanecer no local por até
sete dias, sem o risco de deixar resíduos.
Uma vez preparado o local, chegou a hora de começar a pintura.
Vamos iniciar essa aprendizagem mostrando, primeiro, como fazer uso de rolos e
pincéis.
Os pincéis – como já vimos anteriormente – são peças obrigatórias no trabalho do
pintor de obras. Em geral, é com eles que se pintam os cantos, os encontros entre
teto e paredes e as pequenas superfícies, além de serem necessários para dar acaba-
mento à pintura.

16 Pintor 2
Os rolos, por sua vez, são sempre usados para fazer a
pintura de grandes extensões.
Em geral, o pintor inicia o trabalho com a pintura dos
cantos e dos encontros entre paredes e teto/piso, que é
feita com trinchas de 3 ou 4 polegadas. Feita essa par-
te, utilize rolos para as superfícies mais amplas. Depois,
volte aos pincéis, se necessário, para dar acabamento ao
trabalho.

Como usar rolos


Sua utilização tende a ser mais simples e mais fácil do que
a dos pincéis, garantindo uma pintura mais rápida e pou-
co sujeita a imperfeições. Por isso, as maiores superfícies
são sempre preenchidas com rolos.
Veja o passo a passo de como usá-los.

1. Coloque a tinta a ser usada na bandeja.


2. De posse de um rolo grande, mergulhe-o na parte
mais funda da bandeja, movimentando-o para frente
e para trás até que fique com bastante tinta.
3. Defina uma área a ser pintada, com dimensões não
muito extensas.
4. Quando o rolo estiver encharcado, posicione-o no
local que será pintado e faça-o deslizar sem colocar
pressão. Se a pressão ou a quantidade de tinta forem
excessivas, a tinta escorrerá pela parede. Se estiver com
tinta suficiente, o rolo vai deslizar com facilidade,
alastrando e nivelando a tinta sem que haja necessi-
dade de esforço.
5. Passe o rolo fazendo movimentos para cima e para Se o lugar for apertado, passe o rolo
apenas no sentido horizontal, sem
baixo, como se estivesse desenhando uma grande letra fazer o movimento das letras “M” ou
“W”. Nesse caso, use um rolo
“M” ou “W”, sem retirar o rolo do espaço que estiver pequeno (de 10 cm) ou um pincel (do
qual falaremos mais adiante). O rolo
pintando. grande pode dificultar o trabalho.

Pint or 2 17
6. Em seguida, preencha os espaços que ficaram sem
tinta, passando o rolo no mesmo sentido – vertical-
mente. Passar o rolo em sentidos diferentes (ora ver-
tical, ora horizontalmente) pode provocar manchas.
Procure fazer tudo isso ainda sem retirar o rolo.
7. Ao final, retire o rolo devagar e por inteiro, evitando
deixar respingos no local.
8. Para dar continuidade à pintura, passe o rolo nova-
Na pintura, tanto de paredes como de mente na bandeja, retirando o excesso de tinta, e
tetos, pinte-os por inteiro e de uma
única vez. Caso sobre algum espaço inicie os mesmos movimentos em outra área, próxima
não pintado, faça o retoque
imediatamente. Interromper a pintura à primeira. Escolha a área de modo que as pinturas se
para intervalos, ainda que não muito
longos, pode provocar defeitos na tangenciem, ou seja, sem que fiquem espaços vazios
aplicação, principalmente se estiver
usando tintas de secagem rápida. entre elas.
Fotos: © Iara Morselli/Abra fati

Por qual lado iniciar a pin-


tura depende apenas de
você. É indiferente começar
a pintura pelo lado esquerdo
ou direito.
Porém, sempre inicie pela
parte inferior da superfície
que será pintada, levando o
Além de ajudar na pintura de áreas rolo de baixo para cima.
altas, o cabo extensor de rolos é
muito útil para a pintura de tetos. Assim, caso a tinta do rolo
Você também pode usar uma escada,
mas o cabo extensor evita o sobe e se alastre e espalhe, ela não
desce para mudar a escada de lugar e
pintar outras partes do teto. cairá no chão.

18 Pintor 2
Atividade 2
Usan d o d i f E r E n t Es ti p o s d E r o l o

Vamos, mais uma vez, ao laboratório da escola. Agora, para experimentar o uso dos
diferentes tamanhos de rolo, com ou sem extensores.

1. Escolha os materiais que vai usar e, com indicação do monitor, uma área apro-
priada para poder exercitar o que aprendeu.
2. Inicie pela aplicação do solvente apropriado no rolo. Depois, mergulhe-o na
tinta e vá em frente. Faça isso mais de uma vez e, se possível, pratique também
em casa.
3. Troque informações e dicas com os colegas. Aproveite para aprender com eles e
procure também mostrar-lhes algo que aprendeu e que possa ajudá-los.
4. Por fim, registre o que considerar útil para seu trabalho futuro. Leia para os
colegas e ouça também o que escreveram. Se for o caso, complete suas anotações.

Como usar pincéis


Se pintar com rolos é algo que se consegue aprender de forma relativamente rápida,
o uso de pincéis costuma exigir um pouco mais de experiência e prática, de modo
que as pinceladas não fiquem marcadas e que o trabalho fique bem-feito. No início,
deixe para utilizá-los em situações mais específicas, que exijam cuidados especiais,
ou quando o uso dos rolos não for indicado: cantos, batentes de porta, rodapés etc.
Um dos primeiros aprendizados para fazer bom uso dos pincéis é saber escolher a
trincha certa para cada tipo de tinta e saber como segurá-los. Conforme o jeito de
pegá-los, você conseguirá maior firmeza e controle sobre eles, o que facilitará a
aplicação. Esse jeito, entretanto, depende do tipo de pincel.

Pint or 2 19
Os pincéis com cabos mais finos (usados principal-
mente para acabamentos) podem ser segurados com
a ponta dos dedos, como se você estivesse pegando
um lápis ou uma caneta para desenhar/escrever. A
grande diferença a ser observada é que, no uso de
lápis ou caneta, a ponta fica virada para baixo. Já no
caso do pincel, as cerdas devem ser posicionadas de
frente para a superfície que será pintada.

© Igor Stevanovic/123RF
© Virgo Productions/Corbis/Latinstock

Quando você for utilizar um pincel de cabo mais grosso,


o ideal é segurá-lo com a mão inteira, “abraçando-o”,
como se faz ao segurar uma vassoura ou um martelo.
Dessa forma, sua mão ficará firme.
© Virgo Productions/Corbis/Latinstock
© Andrzej Tokarski/123RF

Talvez você demore um pouco para


acertar a quantidade ideal de tinta no
pincel – um volume que seja suficiente
para cobrir a superfície desejada, mas
não excessiva a ponto de escorrer e
sujar o ambiente. Mas não se
preocupe com isso de imediato. Com
o tempo e a experiência, essa
atividade se tornará automática.

Agora que você já sabe como segurá-lo, vamos ao passo


a passo do uso dos pincéis.

1. Mergulhe o pincel diretamente na lata de tinta – não


há necessidade de utilizar bandeja. Você deve cobrir
com tinta até cerca de ⅓ das cerdas e movimentar o
pincel na lata para que a tinta penetre nas cerdas.

20 Pintor 2
2. Para que a tinta não escorra no piso ou na parede,
deixe o pincel pendurado sobre a lata por alguns se-
gundos. Se o pincel permanecer com muita tinta,
passe-o levemente na lateral interna da lata.
Os pincéis, como já foi dito, são usados principalmente
para pintar o encontro entre paredes ou destas com o teto
ou rodapé e também para fazer retoques/acabamentos.
Quando for pintar paredes próximas
com cores diferentes, não coloque
Para pintar cantos, use o chamado pincel de remate que, muita tinta no pincel. É melhor fazer
o trabalho de forma mais lenta do
conforme indicamos na Unidade 3, é um pincel peque- que ter de refazê-lo. Não se esqueça,
além disso, de fazer uso de fita
no. Você também usará esse tipo de pincel para pintar adesiva para proteger superfícies que
se tangenciem.
batentes de janelas e portas e rodapés.
Para esses tipos de pintura, siga as seguintes etapas.
1. Aplique tinta no pincel da forma vista anteriormente.
2. Passe o pincel fazendo pequenas faixas horizontais – de
cerca de 10 cm – na superfície a ser pintada, sempre
no mesmo sentido: do canto para o centro. Dê de três
a cinco pinceladas por vez.
3. Em seguida, sem deixar que a tinta seque, passe o
pincel verticalmente sobre as faixas horizontais. Esse
procedimento vai deixar as pinceladas menos marcadas.
Para ter um melhor entendimento de como fazer, obser-
ve as figuras a seguir:
Fotos: © Iara Morselli/Abra fati

PNT_C2_012

PNT_C2_013

Pint or 2 21
4. Se a pintura for feita em rodapés, use a mesma técni-
ca. Porém, inverta o sentido das pinceladas. Escolha
uma pequena área e passe o pincel em sentido vertical,
de baixo para cima. Em seguida, dê uma pincelada
maior em sentido horizontal. Se ficar uma parte sem
pintar entre o rodapé e a parede, complete a pintura
usando o pincel em sentido horizontal.
Sempre que estiver pintando e
ocorrerem pequenos “acidentes de Caso a pintura das superfícies (paredes, tetos, rodapés,
percurso” – respingos em paredes,
pequenas manchas, pingos de tinta batentes) seja feita com cores diferentes, essa forma de
no piso etc. –, limpe-os na mesma
hora. Depois que a tinta seca, é pintar – e o uso de fitas adesivas – tenderá a deixar o
sempre mais difícil removê-la.
trabalho mais limpo e evitará que ocorram manchas
entre as áreas que ficam lado a lado.
Mesmo que for utilizar as mesmas tintas e cores em
todas as áreas de um cômodo, siga esse procedimento
para deixar seu trabalho mais caprichado e bonito.

Atividade 3
tr abalhan d o co m pi n cé is

Você já fez alguns testes com rolos. Agora, fará uso de


diferentes tipos de pincel para aprender, na prática, a
segurá-los, a embebê-los com a quantidade adequada de
tinta e a aplicá-los em cantos.

1. Separe três tipos de pincel e tinta e escolha um


local apropriado para seu trabalho. Caso a superfí-
cie definida já esteja pintada, inicie a atividade pelo
uso de uma lixa que a deixe pronta para a nova
pintura.
2. Agora, é colocar tinta nos pincéis e mãos à obra!
3. Mais uma vez, observe o modo de agir dos colegas e
troquem ideias sobre como fazer o trabalho.

22 Pintor 2
4. Registre o que aprendeu de mais importante.

5. Leia suas anotações e escute as dos demais alunos.


Pode ser que algo importante tenha passado desper-
cebido. Não deixe de aproveitar essa oportunidade
para aprender mais.

Pintura de pisos
A pintura de pisos não difere da que se faz em outras su-
perfícies. O que dará a especificidade, nesse caso, é o tipo
de piso a ser pintado e o tipo de tinta a ser aplicada. É
importante saber que nem toda tinta pode ser usada em
pisos. Látex e esmalte, por exemplo, não são indicados para
pisos. Existem, para esse fim, tinta acrílica, para piso tipo
cimento, e tinta epóxi à base de água ou solvente.
Como no caso das paredes, a etapa inicial será preparar
o piso para receber a tinta. Isso significa deixá-lo total-
mente limpo: sem restos de poeira e outros materiais de
obra, sem terra, verniz ou cera, se já tiver recebido aca-
bamento anterior.
Lembre-se: no caso específico do verniz, sua remoção
deve ser feita com lixas apropriadas. Use, primeiramen-
te, uma lixa grossa, de granulação 80 ou 100. Em segui-
da, utilize uma mais fina (200 a 600) para a remoção de
marcas da madeira.
Feito isso, o passo seguinte é fazer a escolha correta do
material a ser empregado.
Veja a seguir algumas possibilidades de uso de materiais.
Outras opções podem ser dadas pelos fabricantes. Este-
ja sempre disposto a pesquisar e perguntar.

Pint or 2 23
Tipo de piso Pintura

Áreas externas, exceto as Esmalte à base de óleo +


revestidas com madeira poliuretano (para proteção)

Áreas externas com


necessidade de Tintas epóxi
proteger da umidade
Para áreas externas revestidas com
madeira, deve ser aplicado, Tintas para piso com
primeiramente, o stain. Depois do Alvenaria
stain, deve-se aplicar verniz para resina acrílica
madeira, à base de água.

Exceto se houver alguma restrição específica do fabri-


cante para a tinta escolhida, o uso de rolos tende a ser
mais adequado para esse tipo de pintura, por se tratar de
uma grande superfície.

Atividade 4
rE f li t a s o b r E s E U s ap r E n d i z a d o s
até ago r a

Vimos na Unidade 2 que há diferentes formas de apren-


der: compreendendo, memorizando, ref letindo, exerci-
tando, vivenciando situações novas etc.
Em dupla, pensem em alguns dos conhecimentos que
foram comentados até este momento do curso e indiquem
as formas de aprendizagem envolvidas.

Conhecimento Como aprendemos

Escolher pincéis

Definir que tipo de tinta


utilizar em cada situação

Orientar o cliente sobre cores

Calcular áreas de superfícies

24 Pintor 2
Conhecimento Como aprendemos
Carlos Drummond de An-
drade nasceu em Itabira
Elaborar um orçamento (MG) em 31 de outubro de
1902, e morreu no Rio de
Janeiro (RJ), em 17 de agosto
Lixar paredes de 1987. Começou sua car-
reira de escritor no jornal
Diário de Minas, em Belo
Aplicar massa corrida Horizonte. Mais tarde – já no
Rio de Janeiro, onde fixou
residência –, escreveu crôni-
Usar rolos e pincéis cas para jornal e publicou
várias obras: Alguma poesia
(1930), Brejo das almas
Pintar cantos (1934), Sentimento do mun-
do (1940), José (1942) e A
rosa do povo (1945).
Fazer pintura de pisos
Para conhecer alguns de seus
poemas, você pode consultar
o site Releituras. Disponível
Ao preencher o quadro, você deve ter percebido que al- em: <http://www.releituras.
guns dos principais conhecimentos envolvidos na ocu- com/drummond_bio.asp>.
Acesso em: 14 maio 2012.
pação de pintor de obras dependem da experiência e do
exercício frequente de certa atividade.

Carlos Dru mmond de Andrade © Graña Dru mmond. www.ca rlosdru mmond .co m.b r
Assim, por exemplo, será preciso usar o rolo muitas vezes,
em várias situações, até você ter certeza da quantidade
de tinta que deverá colocar e de como manuseá-lo com
segurança.
Não desanime caso demore um pouco até você adquirir
essa segurança.
O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade (19 0 2 -
-1987) dizia que “amar se aprende amando”. Podemos Carlos Drummond de Andrade.
Autorretrato em caricatura.
falar algo parecido em relação à pintura de paredes, pois
você só aprenderá a pintar pintando.

É hora de limpar a casa!


Mesmo que você tenha todo o cuidado do mundo, é
normal, conforme comentamos anteriormente, haver
respingos, gotas e manchas de tinta enquanto se faz a
pintura. O melhor é fazer as pequenas limpezas du-
rante o próprio trabalho, sem deixar tudo para o final.

Pint or 2 25
As tintas são sempre mais fáceis de limpar enquanto es-
tão molhadas. Fazer esse tipo de limpeza não toma um
grande tempo e auxilia muito no resultado.
Vamos ver agora como fazê-la.
• Tintas látex – passe um pano umedecido com água
morna e detergente sobre o local onde há respingos de
Seus materiais – pincéis, rolos, tinta. Essa medida deverá ser suficiente para a limpeza.
bandeja, panos etc. – também devem
ser limpos com rapidez. É muito mais
fácil limpá-los enquanto as tintas • Tintas à base de solventes:
estão frescas. Para retirar tinta látex
de pincéis e rolos, enxágue-os em
água morna e lave com detergente. tinta fresca – passe um pedaço de pano umedecido
Você também poderá usar uma
escova para retirar os resíduos de com solvente;
tinta das cerdas.
Para tintas à base de solventes, você
deverá utilizar solventes de limpeza tinta seca – passe um pedaço de pano umedecido com
(tíner).
Além da lavagem com água ou um solvente para limpeza (tíner). Em seguida, passe
solvente, você deve secar o material
antes de guardá-lo, para sua melhor água com detergente.
conservação. Para tirar o excesso de
água de pincéis e rolos, esprema-os
suavemente. Depois, retire o restante • Tinta esmalte – passe um pedaço de pano umedecido
da umidade com papel-toalha.
com solvente.
• Tinta acrílica – passe um pano umedecido com água
morna.
• Respingos de tinta em vidros – passe um pedaço de
pano umedecido com um solvente para limpeza (tíner).
Em seguida, limpe com um pedaço de lã de aço nú-
mero 0 (zero).
• Respingos de tinta em madeira ou cerâmica – raspe os
respingos de forma bem suave com a ponta de um
estilete. Faça isso com muito cuidado para não riscar
a madeira ou a cerâmica. Em seguida, passe água e
sabão. Nunca use solvente sobre esses materiais, para
não manchá-los.

26 Pintor 2
u nidade 7
O trabalho com
texturas
De um tempo para cá – sobretudo a partir dos anos 1990 –,
começamos a ver cada vez mais, em residências, as chamadas
pinturas texturizadas.
Enquanto a pintura comum deixa as superfícies lisas, sem sa-
liências, com aparência uniforme, a texturização as deixa áspe-
ras, com rugosidades, bem diferentes do que se observa com a
aplicação de argamassa.
Assim, uma parede texturizada ganha o aspecto de outros ma-
teriais utilizados em construções, podendo parecer mais ou
menos rústica, ter desenhos mais ou menos uniformes ou simu-
lar/aparentar revestimentos de mármore, madeira, metal ou
jeans, entre outras texturas.
Quando se trata da pintura de áreas inter-
© Yodrapee Toyord/123RF

nas da casa ou do escritório, a texturização


pode ser aplicada em uma única parede
ou em cômodos inteiros. Porém, é preciso
ter cuidado com a harmonia das cores e
texturas. Exageros na texturização e/ou
pinturas decorativas, no geral, podem dei-
xar o ambiente muito carregado.
© Olexandr Moroz/123RF

Pint or 2 27
A opção por texturas mais ou menos rústicas envolve o
gosto individual. Mas sempre é bom tomar cuidado para
que a superfície texturizada não destoe muito das demais.
Ou seja, é preciso considerar o estilo dos outros ambientes,
do mobiliário e dos moradores da casa.
Já quando a texturização envolve áreas externas – como
muros ou fachadas –, a escolha pode recair em texturas
mais rústicas e com granulação maior. Como se trata de
ambientes abertos, o risco de a fachada ficar carregada
ou pesada demais é menor.
© Patricia Hofmeeste r/123RF

Você sabia?
A palavra portfólio, adap-
tada do inglês, é bastante
usada por diferentes em-
presas e profissionais.
Seu significado varia con-
forme o contexto em que
é em pregada. Mas, na
área que nos interessa,
portfólio é uma espécie
de livro ou pasta em que
os profissionais armaze-
nam fotos, recortes e ou-
tros tipos de registro de
seus trabalhos para po-
derem mostrar aos clien-
tes o que são capazes de
fazer. Essa forma de
apresentação é utilizada
por arquitetos, designers
(desenhistas profissio-
nais que criam projetos
de móveis, objetos, deco-
ração de interiores etc.), De qualquer forma, esteja preparado para orientar seus
modelos, entre outros. clientes, caso eles tenham dúvidas sobre quando optar
Então, por que não ser
usado também pelos pin-
por esse recurso e em quais locais aplicá-lo. Para isso,
tores de obras? nada melhor do que saber as novidades do mercado e ter
um portfólio para apresentar a eles.
Comece a montar esse portfólio reunindo uma amostra
com trabalhos interessantes, feitos por outros pintores de
obras – podem ser recortes de revistas ou fotos de obras que
você viu e gostou. Mas não deixe de considerar também
uma amostra dos serviços já realizados por você.

28 Pintor 2
Procure sempre registrar seus trabalhos. Uma câmera fotográfica simples – de ce-
lular – é suficiente para isso. Aos poucos, conforme você for acumulando mais
trabalhos para mostrar, substitua as fotos e recortes de revistas por registros seus.

Atividade 1
co m Ec E já s E U p o r tf ó li o

1. Em casa, providencie uma pasta que sirva de base para você iniciar o portfólio.
Se você tiver recortes ou fotos demonstrativas de trabalhos que considera inte-
ressantes, já os coloque nessa pasta.
2. No laboratório, veja se há algum ensaio de pintura que você ou seus colegas te-
nham feito e gostado, e fotografe-o. Vocês podem fazer juntos essa seleção e tirar
uma única foto; depois, é só imprimir cópias para todos os que quiserem guardá--
-la. Esses serão seus registros iniciais.
3. Guarde a pasta com você e continue essa atividade ao longo de sua carreira. Não
deixe de levá-la sempre que for encontrar um novo cliente.

Para fazer texturas: ferramentas e materiais


Entendido o que são texturas, vamos aos procedimentos básicos para fazê-las.
As ferramentas necessárias não diferem daquelas que já vimos: rolos, espátulas,
pincéis, desempenadeiras... Mas a escolha do que utilizar dependerá do tipo de
textura que vai fazer e do efeito que você quer dar à superfície tratada.
Já em relação aos materiais, há produtos específicos disponíveis no mercado, de
diversos fabricantes. São genericamente conhecidos como “texturas acrílicas” e sua
consistência é espessa/grossa, de massa.
A diferenciação entre os produtos disponíveis no mercado pode se dar, entre outras
razões, pela composição do material (alguns são arenosos, outros não), pelo efeito
que se quer dar (deixar a aparência mais ou menos rústica) etc. A melhor forma de
conhecer os produtos e ter uma ideia mais clara sobre suas peculiaridades é por meio
de catálogos de materiais ou diretamente, visitando e pesquisando em estabeleci-
mentos que comercializam materiais para construção.
Basicamente, os produtos são compostos de uma massa acrílica acrescida, entre
outros materiais, de grãos de quartzo (mais ou menos finos) e resinas ou polímeros
acrílicos e hidrorrepelentes.

Pint or 2 29
Passo a passo da texturização
Uma das primeiras coisas a saber é que a parede que vai
receber a textura deve ser a última a ser trabalhada. Ou
seja, pinte todas as paredes, o teto, os batentes, as portas...
Só depois de tudo pronto, pense na textura.
A superfície que será texturizada deve receber, além dis-
so, o mesmo tratamento que foi dado às demais. Assim
como acontece com a pintura comum, comece com um
bom “olhar” para a superfície que será texturizada. Pin-
turas rachadas ou com bolhas; paredes mofadas, sujas
ou engorduradas; tintas brilhantes: todos esses detalhes
devem ser observados e corrigidos.
Vamos retomar o que fazer em cada caso?
• Paredes com mofo – limpe com água sanitária diluída
em água.
• Paredes engorduradas – limpe com água e detergente
e enxágue bem para não sobrarem restos de detergente.
• Paredes com tintas brilhantes – lixe e limpe em segui-
da, para retirar o pó deixado pela ação das lixas.
• Paredes com pinturas que precisam ser retocadas
(rachadas, com bolhas etc.) – lixe e limpe como se
Fundo preparador: Produ-
to que se aplica nas paredes fossem receber tintas comuns. Se você tem dúvidas,
antes das tintas e que as pro- retorne ao início da Unidade 6, onde esse assunto
tege contra o aparecimento
de manchas de mofo, des- foi tratado.
cascamento das tintas etc.
Feito isso, aplique um fundo preparador, do qual tam-
bém já falamos antes (na p. 13), lembra-se?
Depois de preparada a superfície, coloque as fitas adesi-
vas nos cantos.
Está na hora de partir para a aplicação da textura.
Quaisquer que sejam as características da textura a ser
feita, a forma de aplicação praticamente não difere.
A essa altura, o tipo de textura deve
estar definido. E, portanto, as
ferramentas que você vai utilizar • Delimite uma área de cerca de 1 m 2 para começar o
para texturizar também já têm de
estar preparadas. trabalho.

30 Pintor 2
• Aplique uma fina camada de textura acrílica. O ideal
é que essa camada tenha por volta de 3 mm.

© Jairo Souza Design Gráfico


0 1 2

Se a granulação da textura for grossa, use uma desem-


penadeira para fazer essa aplicação, como se estivesse
colocando argamassa na parede. Caso a textura tenha
grãos finos ou não seja granulada, a aplicação também
deve ser feita com desempenadeiras ou espátulas. A téc-
nica ou efeito são dados depois, com o uso de pincéis ou
rolos especiais.
Na aplicação de textura acrílica, é necessária uma única
A secagem da superfície texturizada é
demão. Em seguida, comece o trabalho com a ferramenta relativamente rápida e pode variar de
2 a 6 horas, dependendo do tipo de
escolhida. produto e da textura.

Vamos ver, a seguir, algumas das ferramentas mais apro-


priadas para cada tipo de textura.
As espátulas, por exemplo, permitem fazer desenhos
mais uniformes.
Se você passar a espátula de forma reta, poderá fazer
riscos paralelos, com maior ou menor uniformidade,
alternando os lados. Você também pode usar a espátula
para fazer movimentos circulares, conseguindo um efei-
to diferente. Veja os exemplos.
© Valery Kraynov/123RF

© Thorsten Schmitt/123 RF

Pint or 2 31
As desempenadeiras (lisas, dentadas, com forro de lã) permitem várias texturizações,
a depender do tipo escolhido e do movimento que você faça com as mãos.
Se usar uma desempenadeira dentada, o efeito será um; se apenas pressionar a
ferramenta lisa contra a parede, será outro. Há ainda a possibilidade de fazer
desenhos (texturas) mais ou menos uniformes. E se a desempenadeira possuir
revestimento de lã? Veja o efeito na imagem a seguir.
Fotos: © Iara Morselli/Abra fati

Texturas bastante diferenciadas e criativas também podem ser obtidas com os


chamados rolos de efeito.
Na aparência, são rolos de pintura como quaisquer outros. Mas suas superfícies não
são necessariamente de lã ou espuma. Esse tipo de rolo pode ser de diversos materiais
e comporta diferentes desenhos.

32 Pintor 2
Além de desenhos, também é com esse tipo de rolo que você poderá conseguir
certos efeitos na pintura – uma parede com aparência de jeans ou de mármore, por
exemplo.

Fotos: © CMC

A forma de usar esse tipo de rolo é diferente do procedimento indicado para a


aplicação de tintas com os rolos comuns, como visto na Unidade 6. Nesse caso,
passe-o na parede com movimentos contínuos, de baixo para cima, sem deixar es-
paços. O rolo deve estar um pouco úmido e você não deve apertá-lo com força
sobre a superfície. Fazer pressão não torna o trabalho melhor. O resultado desse tipo
de trabalho é uma parede com acabamento rústico, com pontas que podem machu-
car a pele das pessoas quando em contato. Alerte o seu cliente quanto a esse proble-
ma e se certifique da escolha desse tipo de textura.
Você poderá observar seu trabalho, à medida que for passando o rolo, e fazer acer-
tos, deixando-o como planejou/desejou.

Pint or 2 33
Alguns exemplos de trabalhos desse tipo podem ser observados a seguir.
Fotos: © Iara Morselli/Abra fati

Existe ainda a possibilidade de texturizar paredes utilizando pincéis comuns ou de


espuma. No primeiro caso, a textura é obtida pelas próprias pinceladas, que criam
pequenas saliências na superfície, como se fosse a pintura de um quadro. Esse tipo
de textura exige um pouco mais de técnica do que os demais. Caso contrário, po-
derá parecer uma pintura malfeita.
© Fotosearch RM/Easypix
© Francis G. Mayer/Co rbis/Latinstock

Vincent van Gogh. Quarto de Van Gogh, 1888. Óleo sobre tela, 72 cm
x 90 cm. Museu Van Gogh, Amsterdã, Holanda.

34 Pintor 2
Se optar pelo uso dos pincéis de espuma, proceda da seguinte maneira: efetuada a
pintura comum e antes que ela comece a secar, bata o pincel seguidamente e de
forma leve sobre a superfície. O resultado, nesse caso, será uma textura mais tênue/
sutil, que não chama muito a atenção, mas dá certo destaque às superfícies.
É importante frisar que o uso do pincel de espuma para textura só se aplica para
pequenas áreas. Como o pincel é pequeno, o trabalho com ele leva muito tempo.
Para superfícies extensas, o mesmo tipo de efeito pode ser obtido com rolos.

© Paulo Savala
Mas e a coloração? Vem antes ou depois da aplicação da textura?
Depende do produto e do tipo de textura que vai fazer.
No caso das texturas acrílicas aplicadas com desempenadeira e com granulação
maior, você pode colorir após a aplicação, com um rolo de lã e com a técnica já
indicada na Unidade 6. No caso das texturas com rolos e pincéis, a coloração e a
texturização podem ocorrer de forma simultânea.
Para concluir, tenha em mente que aplicar texturas requer mais técnica, trabalho e
tempo do que aplicar tintas, além de materiais e instrumentos diferenciados.
Não deixe de considerar esses aspectos quando for fazer o orçamento de um traba-
lho que envolva texturização.
Quando se sentir confiante para isso, não se esqueça também de informar seus
clientes de que você sabe fazer determinados tipos de textura, e indique quais.
Lembre-se de que é esse saber que pode diferenciar seu trabalho no mercado.

Pint or 2 35
Atividade 2
tE x t U r iz E a s p ar E d Es d o l ab o r a t ó ri o

Provavelmente não precisamos falar mais que o melhor jeito de aprender a pintar é
pintando. Por que texturizar uma parede seria diferente? Então, vamos lá?

1. Escolha diferentes materiais e ferramentas. Peça também indicação para o mo-


nitor sobre onde você poderá trabalhar.
2. Veja o que é preciso para começar e mãos à obra!
3. Faça e refaça seu trabalho quantas vezes achar necessário. Converse com os co-
legas, peça dicas ao monitor.
4. Quando se sentir mais à vontade com o material, registre seus aprendizados.
Assim, você poderá consultá-los mais adiante, quando for fazer seus primeiros
trabalhos de texturização na casa dos clientes.

36 Pintor 2
u nidade 8

Pintura de janelas,
portas, armários
Embora as técnicas possam ser parecidas, há trabalhos de pin-
tura que merecem um olhar mais cuidadoso: seja pelo formato,
pelo tipo de material de que são feitos, pelo destaque que acabam
tendo nos cômodos de uma casa.
Por essa razão, nesta Unidade vamos tratar da pintura de
rodapés, portas, janelas e armários.
© LOOK Pho tog raphy/Ea sypix

© Arthur S. Aubry/Getty Images


© Alan Shortall/Getty Images

Pint or 2 37
Já abordamos rapidamente a pintura de rodapés e frisos que ficam rentes ao chão
na Unidade 6, mas vale a pena retomar alguns aspectos.
Há, em particular, duas dificuldades específicas que você precisará enfrentar nesse
trabalho. A primeira é o formato não uniforme das superfícies, com partes arredon-
dadas e que podem conter detalhes que dificultam a pintura. A segunda é a proxi-
midade com o chão, o que implica você ficar em posições desconfortáveis e risco
de respingos de tinta atingirem regiões que não serão pintadas e cujo material pode
ser complicado de limpar, como madeira, carpete etc.
Antes de começar a pintar, é necessário, como no caso de outras superfícies, prepa-
rar o rodapé para a pintura.
Em primeiro lugar, verifique se o rodapé precisa ser reparado. Se for o caso, uti-
lize massa específica para madeira. O rodapé deve ser lixado para criar uma
melhor aderência e, em seguida, limpo.
Lembre-se de que é importante remover toda a sujeira das superfícies (poeira,
gordura e outros resíduos) antes de proceder a pintura.
Após a limpeza, comece a proteger a área de trabalho. Além de lona ou plástico,
que evita respingos indesejáveis, coloque fita adesiva na parede e nas superfícies mais
próximas do rodapé.
Em seguida, escolha um pincel pequeno ou rolo de remate adequado para o uso em
áreas pequenas, pois ele lhe dará maior controle sobre a superfície que vai pintar.
Por fim, aplique a tinta escolhida. Como a área é linear, a tinta pode ser aplicada
sempre no sentido horizontal, tanto a primeira como a segunda demão. Isso dará
um bom nivelamento à pintura.
Divida a área do rodapé e faça o trabalho por pequenas partes, sem pressa. Dessa
forma, você garantirá uma pintura com acabamento melhor.
Se acontecer de respingar ou se a tinta ficar grossa demais em algum ponto, procu-
re corrigir na hora, antes que a tinta seque.
Depois da primeira demão, espere a tinta secar completamente e observe os even-
tuais defeitos para aplicar a segunda demão.

38 Pintor 2
Cuidado com a postura
A postura do pintor de obras no momento do trabalho
merece uma consideração especial, principalmente para
fazer a pintura de rodapés, que é bastante desconfortável.
O fato de você ter de permanecer agachado pode ser
particularmente prejudicial para suas costas, sobretudo
na região lombar.
Vale lembrar, porém, que todo o seu trabalho requer
cuidados especiais com a postura, pois você ficará de pé Você sabia?
ou em posição incômoda várias horas no dia. Entre as principais situa-
ções que podem afetar a
Para prevenir dores e inf lamações musculares relaciona- saúde do trabalhador es-
das à postura inadequada e a grandes esforços, que so- tão os riscos ergonômi-
cos, fatores que causam
brecarregam uma ou outra região do corpo, tome os desconforto e acabam
seguintes cuidados: por provocar doenças,
com o inflamações nos
tendões, nas juntas dos
a) antes de iniciar o trabalho, procure fazer alguns exer- ossos (ou articulações) e
nos músculos. Trabalhar
cícios de alongamento, principalmente envolvendo com posturas inadequa-
braços, mãos, pernas e músculos das costas. Você não das e fazer esforços físi-
cos intensos e repetitivos
gastará mais de dez minutos com isso, e os benefícios podem causar esses tipos
para seu corpo serão enormes. de doença.

Veja a seguir alguns exemplos:


© Hudson Calasans

Pint or 2 39
b) preste atenção à postura durante o trabalho. De tempos em tempos, procure
perceber se está em posição correta e, se não estiver, corrija-se;
c) para cada duas horas de trabalho, faça pausas de pelo menos dez minutos. Essas
pausas estão previstas na legislação trabalhista e são um direito seu. Você não
estará agindo de forma incorreta, nem “matando trabalho” ao fazer isso.

Atividade 1
g i ná sti c a l ab o r al : ap rE n da E pr ati q U E

Hoje em dia há empresas que incorporaram a prática de reservar um tempo para a


chamada “ginástica laboral”, ou seja, exercícios realizados no ambiente de trabalho.

1. Orientados pelo monitor, vocês vão aprender a fazer alguns desses exercícios e
praticá-los durante uma parte dessa aula. Será dada ênfase aos exercícios que têm
relação direta com a posição de trabalho dos pintores que atuam em obras da
construção civil.
2. Em grupo, façam uma pesquisa, procurando identificar, entre as empresas que
contratam pintores – construtoras/empresas da área da construção civil, escritó-
rios de arquitetura e decoração etc. –, aquelas que já incorporaram essa prática,
tendo em vista a melhoria da qualidade de vida de seus trabalhadores.
© Delfim Martins/Pulsar Ima gens

40 Pintor 2
3. Depois que cada grupo apresentar os resultados de suas pesquisas, discutam em
classe:
a) A maioria das empresas pesquisadas adota essa prática?
b) Quais as características das empresas onde os trabalhadores fazem ginástica laboral?
c) Por que há empresas preocupadas com essa prática e outras não?
d) O que se pode fazer para que essa prática seja adotada por mais empresas ou por
todas elas?

Pintar portas
A pintura de portas, como nos demais casos, deve ser iniciada com a preparação de
sua superfície.

1. Verifique se há imperfeições na madeira e corrija-as com massa específica para


madeiras.
2. Lixe a porta e/ou utilize removedor para retirar camadas de tintas anteriores, no
caso de repintura. Lembre-se: ao manusear removedor extraforte, não deixe de
utilizar os EPI necessários, como luvas, óculos e máscaras.
3. Remova a sujeira da superfície.
Considere, ainda, que, além da massa para madeira, existem produtos especialmen-
te desenvolvidos para trabalho em madeira:
• seladoras e fundo preparador à base de água para madeira;
• stain à base de água;
• vernizes à base de água;
• tinta esmalte para madeira.
Independentemente do tipo de porta – seja ela simples ou com detalhes/decora-
ções especiais –, uma vez preparada a superfície, continue o trabalho da seguin-
te forma:
1. escolha o material que vai usar, que poderá ser rolo ou pincel;
2. forre o chão e coloque fita adesiva nos encontros dos batentes com as paredes;
3. retire as fechaduras e espelhos dos trincos;

Pint or 2 41
4. inicie sempre a pintura pela parte superior da porta,
fazendo um movimento vertical de ida e volta com
pincel ou rolo. Faça esse movimento sempre na mesma
direção.
Se houver manchas na madeira, aplique, antes da pin-
tura, um fundo preparador à base de água.
A pintura de uma porta, quaisquer que sejam suas carac-
terísticas e detalhes, deve sempre ser feita de uma única
vez, para não haver o risco de ficarem marcas.
Quando as portas tiverem detalhes, inicie a pintura por
eles. Pinte primeiro a parte interna – os painéis centrais (1).
Depois pinte os contornos dos detalhes, chamados de
umbrais (2). Somente então faça a pintura da parte ex-
terna – as vergas (3).
A última etapa será a pintura das bordas e dos batentes
(4 e 5).
4. Bordas
© Hudson Calasans

5. Batentes

Não faça uma camada grossa de tinta


nas bordas, pois poderá dificultar a
abertura e o fechamento da porta. 3. Vergas
2. Umbrais
Caso a pintura fique grossa depois de
seca, retire o excesso com uma lixa
fina e retoque com pincel.
1. Painéis centrais

Esses procedimentos valem tanto


para a aplicação de tintas como de
vernizes. Os vernizes são aplicados Feito isso, repita todos os passos do outro lado da porta.
quando se pretende um acabamento
transparente, ou seja, em que Somente depois da secagem, aplique a segunda demão.
aparecem os veios da madeira. Já os
acabamentos com tinta criam uma Espere secar novamente e recoloque as fechaduras e os
camada que cobre os veios da
madeira. espelhos dos trincos.

42 Pintor 2
Pintar janelas
A pintura das janelas tende a ser um pouco mais traba-
lhosa do que a das portas, quando feita com a obra ter-
minada. Isso acontece em função dos caixilhos.
Para tornar o trabalho mais fácil, utilize uma trincha
com cerca de 5 cm.
Faça a preparação da superfície antes de iniciar o traba-
lho de pintura ou envernizamento. Ou seja, verifique se
Existem trinchas fabricadas fora do
há imperfeições na madeira e as corrija com massa espe- Brasil que possuem cerdas cortadas
em diagonal. Esse tipo de corte torna
cífica para madeira. Em seguida, lixe toda a superfície mais simples o alcance de cantos e
espaços apertados. Se você for
da janela. trabalhar para uma construtora, em
obras de grande porte, poderá ter
contato com esse tipo de trincha.
Depois de lixar e cobrir os cantos com fita adesiva, você
pode começar a pintura ou o envernizamento.
Vamos, em primeiro lugar, conhecer cada uma das par-
tes de uma janela:

© Hudson Calasans

Venezianas: partes
móveis de madeira,
que abrem e fecham

Ombreiras: locais/canaletas
por onde os caixilhos correm,
possibilitando a abertura ou
o fechamento dos vidros

Peitoril: local onde a


Caixilhos: partes móveis da janela é encaixada
janela (que sobem e (moldura)
descem), compostas de
vidros e madeiras que
lhes dão sustentação

Pint or 2 43
Você poderá começar a pintura pelas venezianas, abrindo--
-as totalmente, para ter mais espaço e f lexibilidade.
Em seguida, você pintará os caixilhos. Para isso, desça
um pouco o caixilho superior e suba o inferior. Você
poderá pintar um deles integralmente e o outro pela
metade. Quando a tinta secar, inverta as posições e com-
plete a pintura.
Assim como no caso de portas e
rodapés, os mesmos procedimentos
citados para a aplicação de tintas é
válido para a aplicação de vernizes.

© Hudson Calasans

Terminada a pintura dos caixilhos, você poderá pintar


o peitoril.
© Hudson Calasans

44 Pintor 2
Encerre o trabalho com a pintura das ombreiras. Mas, para fazer isso, espere até que
os caixilhos estejam bem secos. Pinte em primeiro lugar a parte superior das ombreiras,
descendo totalmente os caixilhos. Depois, faça o mesmo com a parte inferior, colocan-
do os caixilhos para cima.

© Hudson Calasans

© Hudson Calasans
Pintar armários
O último item de que trataremos nesta Unidade é a pintura de armários.
Primeiro, escolha o tipo de tinta adequado ao material do armário. Para armários
de madeira, utilize tinta esmalte à base de água.
Antes de iniciar, vale lembrar, mais uma vez, que os procedimentos apresentados a
seguir são os mesmos para aplicação de tintas e de vernizes.
Para começar a pintura, tenha em mente que, como nos demais casos que já vimos
(portas, rodapés e janelas), a maior dificuldade é lidar com os detalhes que nor-
malmente fazem parte desse tipo de mobiliário e com os espaços nem sempre fáceis
de alcançar.
Por isso, sua primeira etapa deve ser “desmontar o armário”, desmembrando tudo
o que for possível, a começar pela retirada de gavetas e prateleiras. Se for viável,
remova também as portas. Junto com elas, retire, se houver, fechaduras, puxadores,
dobradiças e o que mais tiver.
Feito isso, separe um pincel pequeno o suficiente, que caiba com a sua mão dentro
do armário, e comece a pintura pela base, que nesse momento deverá estar comple-
tamente vazia.

Pint or 2 45
Faça em primeiro lugar a pintura do local mais difícil, a parte interna: fundo, pa-
redes laterais, piso e teto.
Depois, pinte o exterior, com pinceladas firmes e constantes. Faça a pintura toda
de uma única vez.
Se você não retirou as portas do armário, pinte-as também nesse momento. Abra-as
bem para facilitar a pintura da parte interna e, em seguida, feche-as um pouco para
pintar a parte de fora.
Por último, pinte as partes das gavetas e prateleiras que ficarão aparentes enquanto
elas ainda estiverem fora do armário. Laterais e fundos não precisam ser pintados,
desde que não apareçam. Coloque essas partes de volta apenas quando estiverem
bem secas.

Atividade 2
a prE n da , mais U ma vEz , f a zE n d o

1. Reúnam-se em grupo de oito pessoas. Escolham um pedaço de rodapé, uma


porta, uma janela e uma parte de um armário de madeira. Agora o grupo
vai se dividir em duplas e cada uma ficará encarregada de trabalhar em um
desses materiais.
2. O monitor dará um tempo para os grupos trabalharem nas pinturas.
3. Converse com a pessoa que faz dupla com você, lembrando os aprendizados das
aulas. Aprimorem seus conhecimentos, mostrando uns para os outros o que sabem
fazer melhor.
4. Terminada a atividade, mostrem o trabalho aos colegas. Troquem mais informa-
ções e dicas. O trabalho compartilhado e solidário só faz o resultado melhorar.
5. Registre, no seu caderno, o que aprendeu para usar em sua futura ocupação.

46 Pintor 2
Pintura sobre superfícies metálicas
Tratamos, até aqui, da pintura de portas, janelas e armá-
rios fabricados em madeira. Mas não podemos esquecer
que eles podem ser metálicos.
Da mesma forma, é possível que você seja chamado para
pintar esquadrias de metal, portões, grades, entre outras
superfícies metálicas. Existe no mercado um produto
específico para impedir o
aparecimento de ferrugem.
As superfícies metálicas, como as demais, também pre- É conhecido como “neutralizador de
ferrugem”, e pode ser aplicado antes
cisam ser preparadas antes de receber a pintura. do fundo apropriado com
pigmentos anticorrosivos.

Esteja atento, em particular, para a presença de ferrugem.


Para removê-la, use uma lixa de granulação apropriada
ou uma escova de aço.
Também podem ser utilizados produtos específicos para
a remoção de ferrugem em ferros corroídos e usar massa
plástica para corrigir eventuais imperfeições.
Uma vez preparada a superfície – ou seja, quando ela
estiver sem ferrugem e sem carepas de laminação –,
aplique um fundo com pigmentos anticorrosivos (primer).
O tempo entre a preparação da superfície e a aplicação
do primer deve ser o menor possível.
Em seguida, proceda a limpeza e aplique a tinta.
A escolha da tinta, para pintura sobre superfícies metáli- Carepa: Aspereza; produto
oriundo da oxidação da su-
cas, deve considerar o grau de agressividade do meio em perfície do aço quando sub-
que se encontra. metido ao gradiente térmico.
Fonte: Associação Brasileira
Em ambientes mais agressivos, como locais com muita de Metalurgia e Mineração.
Disponível em: <http://www.
umidade, beira-mar, ambientes marítimos etc., a corrosão abmbrasil.com.br/portal-tec
é maior. Nesse caso, prefira a tinta esmalte sintético bri- nologico/portal/revista_tec
nologia/resumo.asp?cd=180>.
lhante. Já em lugares com menor grau de agressividade, Acesso em: 29 maio 2012.
você poderá usar esmalte sintético fosco, acetinado ou
brilhante, ou, ainda, tinta a óleo.
O tempo entre a aplicação do fundo e a pintura também
deve ser o menor possível. Serão necessárias pelo menos
duas demãos de tinta, sendo recomendável lixar leve-
mente a superfície entre as demãos.

Pint or 2 47
48 Pintor 2
u nidade 9
Atitudes e relações nos
locais de trabalho
Além dos conhecimentos técnicos – mais específicos da ocupa-
ção –, tratados na Unidade 2, você verá que há um conjunto de
conhecimentos listados como necessários na Classificação Bra-
sileira de Ocupações (CBO), que dizem respeito ao modo de
ser e de agir das pessoas em seus locais de trabalho.
Nossa proposta é analisar, neste momento, essas atitudes e esses
conhecimentos.
Algumas atitudes já foram comentadas ao longo do texto:
• a importância de manter o ambiente de trabalho limpo e de
zelar por suas ferramentas, seus equipamentos e seus acessórios;
• a necessidade de seguir normas de segurança – que você po-
derá consultar, sempre que necessário, no site do Ministério
do Trabalho e Emprego, em Normas Regulamentadoras.
Dos demais aspectos, vamos falar agora.
Saber planejar bem um trabalho é condição essencial no coti-
diano de qualquer trabalhador. Isso significa que, além de fazer
um orçamento bem elaborado, do qual falamos na Unidade 5,
você deve se programar para cumprir os prazos combinados,
seja com empregadores, seja com clientes, no caso de trabalhar
como autônomo.
Ninguém gosta de saber que um trabalho vai atrasar, ainda mais
quando envolve o local de moradia.
Contratempos são normais: a dificuldade de achar um pro-
duto no mercado; uma semana de muita umidade que impe-
de a secagem da parede, impossibilitando a aplicação da se-
gunda demão em determinado dia; ou mesmo alguém na
família que precisa de sua ajuda e faz você se ausentar por
algum tempo...

Pint or 2 49
Mas é importante que você procure comunicar a pos-
sibilidade de atraso com antecedência. E que explique
os motivos pelos quais você poderá atrasar a entrega
prevista.
Essa explicação não resolverá o problema, mas, certa-
mente, mostrará sua disposição de resolvê-lo da melhor
forma possível e seu profissionalismo e comprometimen-
to com o trabalho.
Ser um trabalhador com esse perfil gera confiança, tan-
to nos empregadores como nos clientes, de que podem
contar com você. E esse é um caminho que pode abrir-lhe
muitas portas no mundo do trabalho.
Outras atitudes que geram confiança estão relacionadas
à postura ética no trabalho e à busca de aprimoramento
e eficiência.
Procure dar esse tipo de informação Com relação à segunda atitude, há várias possibilidades
(sobre atrasos e faltas) sempre
pessoalmente, pois esse contato gera de intervenção: desde a procura por novos cursos e a
maior credibilidade. Pode haver
ocasiões em que será necessário dar leitura de revistas especializadas, até a simples observação
esses avisos por telefone ou bilhete,
mas deixe para fazer isso apenas se de um colega que tenha mais experiência que você.
for inevitável.

Tudo isso o ajudará a conhecer mais sobre o trabalho e


a manter-se atualizado sobre novas técnicas e materiais,
o que demonstrará sua iniciativa e vontade de saber mais.
Mas e com relação a ter uma postura ética? O que é,
afinal, ser ético?

Atividade 1
rE flita so b rE éti c a n o tr ab al h o

1. Olhando o quadro a seguir, marque sim para as ati-


tudes que você considera éticas e não para as que não
considera.

50 Pintor 2
Atitude Sim ou não

Fazer um orçamento mais alto do que o normal porque naquele mês você teve
despesas extras para cobrir.

Ajudar um companheiro de trabalho que está atrasado com o serviço, mas isso
não faz parte do que o seu empregador espera que você faça.

Levar para a sua casa sobras de tinta e verniz.

Comentar com o empregador ou com os encarregados de uma


obra que um colega de trabalho faz o serviço muito devagar.

Organizar um grupo de colegas para reivindicar


melhores condições de trabalho.

Procurar o sindicato caso se sinta prejudicado no ambiente de


trabalho, independentemente das relações pessoais.

2. Discutam as respostas em classe e tentem chegar a um consenso sobre as atitudes


que todos devem ter no cotidiano (não apenas no ambiente de trabalho).
Nessa conversa, vocês devem ter percebido como a cooperação é fundamental,
principalmente em uma obra de porte médio ou grande, na qual várias pessoas
trabalham juntas e, em geral, a tarefa de um colega depende e interfere no tra-
balho do outro.
Referir-se a colegas, clientes e empregadores de forma respeitosa ajuda a preservar
o clima de cooperação, além de tornar o ambiente de trabalho mais prazeroso para
todos.
Quantas vezes você já ouviu falar de pessoas grosseiras, que se sentem superiores às
demais ou teve de conviver com elas? É horrível, não é mesmo?
Pois é. Assim como não é agradável conviver com alguém que não nos reconhece e
respeita, também não é agradável agir desse modo com os demais.
Todos somos diferentes de um modo ou de outro: são diferenças físicas, no modo
de pensar, no modo de agir, de idade, de orientação sexual, entre tantas outras.
Além de as pequenas regras de civilidade ajudarem a manter o ambiente de traba-
lho equilibrado, respeitar as diferenças e reconhecer todos como iguais é uma
questão de cidadania.

Pint or 2 51
Um último aspecto que vale a pena ressaltar diz respeito à necessidade de um pintor
– sobretudo se trabalhar em edifícios e em algumas obras de infraestrutura (como
viadutos, pontes, metrôs, usinas etc.) – sentir-se confortável de estar em grandes alturas.
Há pessoas que não conseguem permanecer em locais muito altos, mesmo usando
equipamentos de proteção adequados.
Quando um pintor vai trabalhar em obras de grande porte, e fazer pinturas que
exijam ficar sobre edifícios ou viadutos, as empresas contratadas para o trabalho
oferecem um curso sobre normas de segurança.
Participando desses cursos, os profissionais ficam cientes da importância da segu -
rança e do uso de equipamentos de proteção individuais e coletivos para prevenir
acidentes. Se ainda assim você não conseguir exercer trabalhos em grandes alturas,
não se sinta envergonhado. Ref lita sobre suas características e procure locais para
trabalhar que não exijam isso de você. Você pode, por exemplo, trabalhar somente
na pintura de residências e, dessa forma, não conviver com esse problema.

52 Pintor 2
u n i d a d e 10
Possibilidades de
trabalho e vínculos
Saber como exercer uma ocupação nem sempre é suficiente para
ter sucesso na vida profissional.
Estudar, ampliar nossos saberes é, sem dúvida, o primeiro pas-
so para começarmos nossa carreira. Mas, mesmo adotando
essas atitudes, às vezes esbarramos em problemas que não conse-
guimos contornar e, com isso, não seguimos adiante na ocupação
que escolhemos.
Você já deve ter ouvido falar de alguém que montou um negó-
cio próprio, por exemplo, mas esse empreendimento não foi
para frente; ou de uma pessoa que sabia fazer muito bem algu-
ma coisa, mas não conseguia um emprego naquela área.
Isso pode acontecer por várias razões: uma crise econô-
mica nacional ou mundial, uma mudança no processo de
produção na área em que estamos procurando trabalho e
que ainda não conhecemos, uma alteração na forma de
organizar um serviço etc.
Conhecer o mercado de trabalho pode ser um caminho
para evitar que você seja pego de surpresa na hora de pro-
curar um local para trabalhar, ajudando-o a saber quais são
Como já dissemos, o mercado de as oportunidades que seus novos saberes podem trazer.
trabalho é dinâmico, ou seja, muda
conforme a economia, a localidade, a
ocupação. Portanto, você tem de se É por isso que nesta Unidade falaremos sobre o mercado de
atualizar sempre. E isso vale para
tudo o que fazemos. trabalho que está aberto para pintores de obras de nível básico.

Um mercado em expansão
Atualmente, a construção civil é um mercado em expansão no
Brasil. A economia do País está crescendo e, com isso, pessoas
estão conseguindo comprar moradias, construtoras estão fazen-
do mais prédios e os governos estão investindo mais em obras
para a melhoria das cidades.

Pint or 2 53
Isso quer dizer que está mais fácil conseguir trabalhos nessa área como pedreiro,
pintor, azulejista, entre outros.
Mas não podemos nos esquecer de que também há pessoas de outros setores bus-
cando empregos na construção civil. Incluindo mulheres que, até poucos anos atrás,
estavam totalmente ausentes das obras e desse tipo de trabalho.
Se você é mulher, certamente seu desafio para entrar nessa área é maior. Mas as
mulheres já enfrentaram tantas vezes a dificuldade de serem aceitas em uma nova
ocupação que não será agora que vão desistir, não é mesmo?

Atividade 1
s i n d i c a t o d o s tr ab al h a d o rE s d a árE a d E p i ntU r a

Embora a ocupação de pintor seja bastante antiga e o mercado de trabalho dessa


área esteja em expansão, os pintores de obras não contam com um sindicato espe-
cífico que defenda os direitos desses trabalhadores.

Ref lita sobre o papel dos sindicatos e responda:


1. Por que você acha que os pintores não têm um sindicato que os represente?

2. Por que ter um sindicato representativo da categoria é importante?

3. Compartilhe suas conclusões com a classe.

54 Pintor 2
Onde trabalhar como pintor de obras
Nessa ocupação, você tem as seguintes opções:
• trabalhar como empregado assalariado para construtoras particulares (empresas
privadas), que constroem prédios ou grandes obras públicas;
• trabalhar como empregado assalariado para pequenas construtoras e/ou escritórios
de engenharia ou arquitetura;
• trabalhar por conta própria – de forma autônoma –, fazendo pinturas em residên-
cias, comércios etc. e atuando sozinho ou em parceria com algum amigo ou colega.
Lembre-se de que, nesse último caso, o início da ocupação pode ser mais difícil,
pois você precisará arrumar clientes, comprar todo o material necessário para co-
meçar e contribuir – como autônomo – para o Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS), para garantir a aposentadoria no futuro.

Empregado assalariado
O empregado assalariado é aquele que atua em construtoras ou escritórios, contra-
tado por outra pessoa.
Em geral, quando pensamos em trabalho assalariado, o que nos vem à mente é a
carteira de trabalho registrada, além de direitos garantidos e benefícios, como vale--
-transporte e vale-refeição.
Você possivelmente já passou por uma experiência de trabalho assalariado. Por isso,
já pode ter uma opinião em relação às vantagens e, também, a algumas dificuldades
que temos de enfrentar quando trabalhamos para os outros.
As principais vantagens desse tipo de trabalho (independentemente do lugar) são o
salário garantido e o vínculo empregatício assegurado pelo Estado. Se o profissional
tiver registro em sua Carteira de Trabalho, ele goza de direitos sociais como férias,
13o salário, descanso semanal remunerado e licença-maternidade ou paternidade,
entre outros benefícios garantidos pela Constituição Federal e pela Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT).
O empregador e o empregado, nesse caso, devem recolher a contribuição previden-
ciária – que é destinada ao INSS. Ela garante ao empregado o direito a receber um
auxílio em caso de doença ou de acidente de trabalho – entre outros problemas –,
além de lhe assegurar a aposentadoria, que é de fato a “devolução” do imposto re-
colhido durante o tempo trabalhado.

Pint or 2 55
Em geral, a pessoa tem um salário fixo que consta da Carteira de Trabalho.
Outro aspecto positivo do trabalho assalariado em construtoras e escritórios é poder
atuar com outros profissionais de sua área. E essa convivência possibilita uma troca
de experiências muito rica para todos. Ou seja, novas possibilidades de qualificação
são abertas.
Os profissionais que atuam no mesmo local podem e devem se ajudar. A solida-
riedade e o esforço em equipe tornam o trabalho mais prazeroso e os resultados
melhores.

Atividade 2
pE n s an d o s o b rE o tr ab al h o a s s al ari ad o

1. Com base no que você viu até agora, ref lita alguns minutos sobre as caracte-
rísticas do trabalho assalariado e como é ter um emprego em uma grande e
em uma pequena construtora. Veja o que lhe parece mais interessante e ano-
te suas ref lexões.

2. Troque impressões com os colegas, de modo que percebam outros aspectos de


trabalhar nesses lugares que ainda não lhes havia ocorrido.
Antes de seguir adiante, lembre-se: a forma ideal de trabalho é sempre aquela que
garante os direitos do profissional. Entretanto, essa possibilidade não está sempre
disponível para todos.

56 Pintor 2
Por outro lado, há pessoas que preferem trabalhar sozinhas, de forma mais autônoma e
com maior liberdade para organizar a vida pessoal. Pense no que será melhor no seu caso.

Trabalho por conta própria ou autônomo


Se você considerar que tem mais vontade de trabalhar por conta própria, fazendo
pinturas em residências, do que como empregado assalariado, lembre-se: esse cami-
nho exige maior organização e planejamento.
Para isso, você precisa planejar como começar, ou seja, identificar como e onde
obter financiamento para comprar seus materiais de pintor e como divulgar seu
trabalho e conquistar os primeiros clientes.
Lembre-se também de ref letir sobre suas características pessoais e tentar responder
à seguinte pergunta: eu tenho disposição para comprar materiais, planejar meu
trabalho, controlar meus ganhos e minhas despesas? Essas são questões fundamen-
tais para você decidir trabalhar como autônomo.

Atividade 3
o tr abalh o aUtô n o m o

1. Imagine-se trabalhando como autônomo e complete o quadro.

Pode ajudar Pode atrapalhar


Exemplo: Sou muito organizado e cumpro os Exemplo: Não sei como cobrar adequadamente
prazos com que me comprometo. pelo meu trabalho.

2. Apresente suas ref lexões para a turma.

Como fazer uma planilha de custos


Saber se você tem ou não o perfil para trabalhar como autônomo provavelmente
não basta para decidir o que fará adiante.
Fazer uma planilha de custos servirá para você prever tudo o que vai gastar para se
iniciar na ocupação e ver se isso é possível nesse momento de sua vida.

Pint or 2 57
No laboratório de informática, faça uma planilha para calcular esses gastos. Se você
não tiver muita familiaridade com o computador, forme dupla com alguém um
pouco mais experiente. O monitor também poderá ajudá-lo.

Nessa planilha, você vai anotar todos os materiais listados que precisará comprar e
que estão indicados na Unidade 3.
A seguir, escreva ao lado de cada item quanto vai gastar para comprá-lo pela pri-
meira vez.
Você usará a planilha para saber se precisa ou não pedir financiamento para abrir
seu negócio.
Além do material que você já tem descrito, é importante incluir nessa planilha os
custos de se tornar um Microempreendedor Individual (MEI), que é uma forma
de você garantir alguns direitos, como o de aposentadoria, mesmo sem ser empregado.
Finalmente, inclua também na planilha os custos que você terá para divulgar seu
trabalho e os custos de transporte para locomover-se até os locais das obras que vai
levar adiante.

58 Pintor 2
Microempreendedor Individual (MEI)
Atualmente existe uma legislação que facilita a abertura de empresas para quem tem pequenos negócios,
cujo faturamento seja menor do que 60 mil reais por ano.
Ser um Microempreendedor Individual pode ajudá-lo na hora de conseguir acesso a um empréstimo
bancário. Você também ficará habilitado a se inscrever no INSS como contribuinte individual. Isso ga-
rantirá não só a possibilidade de você obter futuramente sua aposentadoria, como lhe dará direito a
outros benefícios, como o auxílio-doença.
Para se tornar um Microempreendedor Individual, é preciso ir a uma junta comercial e abrir uma empre-
sa. Não é nada complicado.
Você pode ter mais informações no Portal do Empreendedor. Disponível em: < http://www.portaldoem
preendedor.gov.br/modulos/inicio/index.htm>. Acesso em: 14 maio 2012.
Dicas:
1. Existe um órgão do governo do Estado de São Paulo que concede financiamento a juros baixos para
pessoas que estejam se iniciando em uma ocupação. Trata-se do Banco do Povo Paulista (<http://www.
bancodopovo.sp.gov.br>. Acesso em: 14 maio 2012) da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho.
Consulte o site para saber as condições de financiamento e os documentos necessários para obter o
empréstimo.
2. Seus amigos, vizinhos ou parentes também podem ajudá-lo a divulgar seu trabalho. Veja se vale a
pena pedir auxílio da associação de seu bairro ou colocar um anúncio num site.

Pint or 2 59
60 Pintor 2
u n i d a d e 11
Seus novos
conhecimentos
e seu currículo
Com esta Unidade, chegamos ao fim deste curso.
É importante, neste momento, que você esteja bem certo do
que aprendeu e de quais são seus saberes agora.
Você também tem de se preparar para se colocar no mercado
de trabalho: seja como empregado assalariado ou profissional
autônomo.
Vamos começar retomando seus conhecimentos.

Atividade 1
o lh E d E n ov o o q U E d i z a cbo

1. Nossa primeira atividade será retomar os quadros que você


preparou na Unidade 2, onde estão os conhecimentos neces-
sários para ser um pintor de obras, de acordo com a CBO.
Você vai preencher os quadros novamente, compará-los depois
com aqueles que você preencheu no início do curso e ver se
alguma coisa mudou.

Pint or 2 61
Elaborar orçamento O que O que sei fazer O que não sei
de pinturas sei fazer mais ou menos fazer
Tirar medidas
em uma obra

Calcular as áreas a serem


trabalhadas

Discriminar serviços

Definir material (qualidade e


tipo) a ser utilizado

Calcular a quantidade de
materiais a serem utilizados

Estimar custos de material e


de mão de obra

Definir cronograma de
execução

Apresentar o orçamento

Organizar ferramentas,
O que O que sei fazer O que não sei
acessórios e
sei fazer mais ou menos fazer
equipamentos
Relacionar e providenciar
ferramentas, acessórios e
equipamentos de proteção
individual (EPI) conforme o
serviço discriminado

Verificar equipamentos de
segurança e EPI

Montar equipamentos
(andaimes, cavaletes,
escadas etc.)

o
Antes de montar esses equipamentos consulte a Norma Regulamentadora n 18 (NR 18) do Ministério
do Trabalho. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-18-1.htm>.
Acesso em: 17 maio 2012.

62 Pintor 2
Corrigir e preparar
superfícies para o
O que O que sei fazer O que não sei
acabamento,
sei fazer mais ou menos fazer
especificamente no que
se refere à pintura
Verificar as condições de
superfícies a serem
trabalhadas

Corrigir superfícies
utilizando massa de
cimento

Aplicar selador para isolar a


superfície, de forma que a
porosidade não absorva
muita tinta e/ou massa e
que se crie um campo
melhor de adesão

Aplicar fundo preparador


para corrigir manchas,
depois de eliminar o mofo

Aplicar massa corrida (PVA)


para corrigir imperfeições
de áreas internas, e massa
acrílica para corrigir
imperfeições de áreas
externas

Proteger superfícies que


não vão ser trabalhadas

Remover pinturas ou
revestimentos antigos
ou danificados

Lixar tetos e paredes com


reboco e massa (à mão)

Lixar pisos de madeira


(com máquina)

Limpar superfícies a serem


trabalhadas

Pint or 2 63
Preparar o material para
acabamento da obra, O que O que sei fazer O que não sei
especificamente no que sei fazer mais ou menos fazer
se refere à pintura
Misturar e diluir as tintas

O que O que sei fazer O que não sei


Aplicar tintas
sei fazer mais ou menos fazer
Aplicar esmalte à base de
água com rolo

Aplicar verniz à base de água


em parede, madeira ou
concreto

Aplicar tintas

Produzir efeitos de
decoração em pinturas
(texturização e outros)

Aspectos relacionados às
O que O que sei fazer O que não sei
atitudes no âmbito pessoal
sei fazer mais ou menos fazer
e no ambiente de trabalho
Manter limpo o ambiente de
trabalho

Respeitar normas de
segurança

Agir com ética profissional

Demonstrar criatividade e
iniciativa

Manter-se atualizado sobre


novos materiais e técnicas

Demonstrar habilidade para


trabalhar em grandes alturas

Zelar pelos equipamentos,


máquinas e acessórios

Planejar trabalhos

Demonstrar eficiência e
comprometimento com o
trabalho

64 Pintor 2
2. Comparando os quadros, a que conclusão você chega?
Você está mais preparado para ser um pintor de obras?

Você sabia?
Cada ano a mais de estudo
formal e cada etapa concluí-
O importante é não ficar parado da (ensinos Fundamental,
Médio e Superior) aumen-
tam de forma significativa
Analisando esses quadros, é possível que você note a a chance de um trabalhador
necessidade de adquirir certos conhecimentos ou apri- ingressar e permanecer em
morar suas práticas. um emprego ou posto de
trabalho.
Isso é normal e não deve desanimá-lo. Uma parte dos Há várias pesquisas e
estudos sobre isso reali-
conhecimentos sobre a ocupação você aprenderá na prá- zados tanto pela Funda-
tica, com a experiência. Outra parte você vai adquirir ção Seade, do governo
do Estado de São Paulo
informando-se das mais diversas formas. (disponível em: <http://
www.seade.sp.gov.br>,
Para isso, sugerimos que você siga dois caminhos. acesso em: 7 jun. 2012)
como pelo Instituto Bra-
Caminho 1 – Amplie seus conhecimentos sileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), do go-
verno federal (disponível
Esse caminho tem como ponto de partida aquilo que em: <http://www.ibge.
você relacionou nas colunas “o que sei fazer mais ou gov.br>, acesso em: 14
maio 2012).
menos” e “o que não sei fazer”.
Se você estiver motivado
Olhando esses dados, planeje o que fará para dar sequên- a voltar a estudar, procu-
re, na prefeitura de sua
cia a seu aprendizado ou para ampliar seus conhecimen- cidade, informações so-
tos como pintor de obras: bre cursos de Educação
de Jovens e Adultos (EJA).

Pint or 2 65
• voltando a estudar;
• procurando um novo curso nessa área;
• lendo revistas ou livros especializados;
• procurando informações sobre diferentes técnicas na internet.
Só você poderá escolher o que fazer. Não há uma regra do que é certo ou errado
nessa hora. O importante é não deixar o tempo passar para não perder o ânimo, e
se programar para realizar as atividades escolhidas de forma organizada.
O planejamento é um instrumento que deve ser revisto de tempos em tempos para
não caducar, ou seja, tornar-se ultrapassado. Ações e prazos podem, e devem, ser
sempre atualizados.
Não adianta prever muitas ações difíceis de executar. A chance de você desanimar
nesse caso é muito grande.

Atividade 2
pl a n Ej E s E U s p róxi m os p a ss os

Para fazer seu planejamento, utilize o quadro abaixo.

O que fazer? Por quê? Como? Quando?

66 Pintor 2
Caminho 2 – Prepare-se para o mercado
de trabalho
Se você escolheu trabalhar por conta própria, comece se
organizando para comprar suas ferramentas de pintor e
divulgar o que conhece, de modo que conquiste seus
primeiros clientes.
Se você vai procurar trabalho, é importante deixar seus
documentos organizados e elaborar seu currículo.
A primeira coisa a fazer é organizar seus conhecimentos
e práticas, comprovando tudo o que você já fez.
Esses documentos devem ser colocados, de forma orga-
nizada, em uma pasta. Ela servirá para sua apresentação
nos locais onde vai procurar emprego. Tenha também
com você cópias de seus documentos pessoais.
Assim, essa pasta (ou portfólio) deve conter:
• comprovação de sua escolaridade formal – diplomas;
• certificados de cursos que você fez – incluindo este;
• comprovação de suas experiências de trabalho, que podem
incluir registros informais, declarações, fotos etc.;
• cartas de recomendação. Você sabia?
A palavra “currículo” vem
Além dessa pasta – que mantém organizados os docu- do latim, língua que deu
origem ao português e a
mentos pessoais e aqueles que têm relação com a ocupa- outros idiomas, como o
ção que pretende –, é preciso fazer um currículo. Nele espanhol, o francês e o
italiano. A expressão cur-
você vai elaborar um resumo de tudo o que já fez e tudo riculum vitae vem do la-
o que sabe e o que pretende fazer. tim e quer dizer “carreira
de vida”. Em português,
Antigamente, os currículos eram compridos e todas as o certo é usar o termo
“currículo”, em vez d e
informações que constavam nele eram muito detalhadas. curriculum ou curriculum
Algumas pessoas até inventavam dados para tornar seus vitae.
currículos mais interessantes. No tema “Como se pre-
parar para o mercado de
Atualmente, os currículos são curtos e objetivos. Vão trabalho”, do Caderno do
Trabalhador 1 - Conteú-
direto ao assunto e, de preferência, ressaltam os conhe- dos Gerais –, esse assun-
cimentos e práticas relacionados à ocupação ou ao cargo to está abordado de for-
ma bem extensa.
que a pessoa pretende.

Pint or 2 67
Os dados que sempre devem constar de um currículo para tornar sua apresentação
mais adequada são:

a) nome;
b) dados pessoais – inclua apenas seu endereço completo. Não precisa colocar data
de nascimento, idade, nem estado civil. Essas informações só devem aparecer se
forem importantes para o cargo ou função que você pretende ocupar;
c) objetivo, ou seja, a vaga que você pretende ocupar;
d) seus saberes e práticas mais adequados ao trabalho pretendido;
e) histórico profissional, isto é, os trabalhos que já teve. Se você nunca teve um
emprego formal, escreva: “Principais experiências”. Siga a ordem cronológica
inversa: comece pelo mais atual e siga em ordem até o mais antigo;
f ) escolaridade e cursos, lembrando que, neste item, vale qualquer curso que você
tenha frequentado – de idiomas, computação, oficinas de qualificação profissio-
nal relacionadas às suas áreas de interesse etc.;
g) trabalhos voluntários, passatempos e áreas de interesse;
h) data (o dia da elaboração do currículo) e assinatura.

Atividade 3
co m o f a zE r U m cU rrícU l o

1. Com base nas informações acima, elabore uma primeira versão de seu currículo,
escrevendo a seguir as informações principais.

68 Pintor 2
2. Troque ideias com os colegas e com o monitor do
curso, verificando se há alguma mudança a fazer.
3. Agora, no laboratório de informática, digite e formate
seu currículo no computador, deixando-o bem apresen-
tável para que seja enviado para possíveis empregadores.

Última etapa
A última etapa a enfrentar é a entrevista ou seleção para o
emprego que você pretende.
Se você procurar uma construtora ou escritório de arqui-
tetura ou engenharia, é provável que tenha de passar por
uma entrevista, na qual deverá relatar sua vida e experiên-
cia profissionais.
Lembre-se de algumas regras que poderão ajudá-lo:
• informe-se antes sobre a empresa: onde é, como se
organiza, quantas pessoas trabalham no local etc.;
• chegue sempre um pouco antes da hora marcada –
cerca de 15 minutos;
• leve seu portfólio e seu currículo;
Há ocasiões em que as coisas não
dão certo de primeira. Nesse caso,
• desligue o celular e jogue fora balas ou gomas de mascar; não desanime. Mantenha a confiança
e procure outras oportunidades.

• mantenha-se calmo;
• exponha com clareza seus conhecimentos e práticas,
tanto os relativos à experiência como pintor de obras
como os pertinentes a sua atitude e jeito de ser;
• mostre-se confiante com relação ao que sabe, mas não
queira parecer mais do que é. Seja honesto em dizer
que não sabe a respeito de algo que lhe seja perguntado;
• seja simpático, mas não fale mais do que o necessário;
• evite intimidades. Cumprimente o entrevistador com
um aperto de mão somente.
Boa sorte!

Pint or 2 69
Referências bibliográficas

Livros
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São Paulo: Edgard Blücher, 2006.
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Paulo: Hemus, 1976.
BORGES, Alberto de Campos. Prática das pequenas construções. São Paulo: Edgard
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MILITO, José Antonio. Técnicas de construção civil e construção de edifícios. Cons-
trução passo-a-passo. São Paulo: Pini, 2009.
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Sites
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70 Pintor 2
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Pint or 2 71

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