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Felizmente, isso não impede sua instauração estética, e a curta vida do cinema
produzir suficientes obras-primas para que se possa afirmar que cinema é uma arte,
uma arte que conquistou seus meios de expressão específicos e libertou-se
plenamente da influência de outras artes (em particular o teatro) para fazer
desabrochar suas possibilidades próprias com toda a autonomia (MARTIN, 2013, p.
15).
Vamos conversar, a partir de agora, especificamente, sobre cada uma dessas
maravilhosas e transformadoras invenções do homem.
O CINEMA
A chegada das imagens em movimento e o seu processo de evolução até
outros formatos como a TV e o vídeo é repleta de invenções, curiosidades e desafios
que contaram com a contribuição de inúmeros técnicos, artistas e visionários. Assim,
não é possível começarmos essa viagem pela história do cinema sem começarmos
abordando o princípio do registro de imagens que ocorreu com a fotografia.
Figura – Primeira Fotografia Da História Intitulada “View From The Window At Le Gras”
Fonte: <Https://Glo.Bo/2rxrs7z>. Acesso Em: 15 Set. 2020.
Segundo registros de estudiosos e escritores, Niépce não gostou do registro
realizado, porque não refletia com exatidão a imagem de sua janela, pois havia luz em
ambos os lados da fotografia, o que não expressava a verdade pelo fato do sol
direcionar a sua luz em um sentido. Em busca de evoluir o processo de registros
fotográficos, foi criado na França o daguerreótipo por Lois-Jacques Mandé Daguerre,
tendo seu registro ocorrido em 1839. Mas, no Brasil, Hercules Florence já vinha
trabalhando no desenvolvimento de uma câmera rudimentar em estudos tipográficos
com diversas anotações e registros em diários desde 1833 – bem antes do feito de
Daguerre e apresentação ao mundo. Mas, quem ficou oficialmente conhecido como o
inventor da fotografia foi mesmo Daguerre.
Figura – Daguerreótipo
Fonte:<Https://Www.Ictp-Saifr.Org/Fisica-Em-Dialogo-Fotografia-Espacial/>. Acesso Em: 27
Set. 2020.
No entanto, temos que considerar que antes mesmo de qualquer invento ser
criado por cientistas a partir de investimento econômico e técnicas diversas para ser
colocado em uso na sociedade, alguém teve de ser o idealizador desse invento e
inúmeras tentativas até dar certo, como já comentamos. Com o cinema não foi
diferente e é importante essa reflexão.
Por algum tempo, o início do cinema seguiu dessa forma, com os registros da
realidade, de um cotidiano de hábitos culturas, registros de viagens ou com pequenas
histórias de ficção com a percepção da possibilidade de mudar o cinematógrafo de
posição no momento do registro conforme o cenário e a atuação dos atores e após,
unir essas imagens – o que foi inicialmente feito por Méliès. Dessa forma, as questões
que envolvem os elementos artísticos do início do cinema, estão amparados na forma
de fazer teatro, pois era o que os artistas da época conheciam e sabiam fazer.
Mas, o cinema foi ampliando seus horizontes e novos adeptos passaram a criar
e registrar suas histórias – fossem reais ou ficcionais. E isso acontecia nessa época
em outros países também, não só na Europa.
Vale destacar ainda, como curiosidade, que o filme de Griffith foi o primeiro a
ser exibido na Casa Branca em 1915, para o então presidente Woodrow Wilson.
Na época, o filme foi amado e odiado pelas mesmas razões, diante da temática
do enredo desenvolvido. Ele foi baseado na peça explicitamente racista de Thomas
Dixon, The Clansman: An Historical Romance of the Ku Klux Klan, mas, Griffith era
indiferente ao teor do tema racista da película.
Ao longo de uma história de mais de 125 anos, podemos afirmar que o cinema
se consolidou com seus movimentos e avanços tecnológicos com o advento do som,
das cores, dos efeitos especiais e toda tecnologia empregada para a produção e
filmes, além dos contextos socioculturais nessa trajetória. Aqui, não vamos esmiuçar
essas questões, nem nos debruçar sobre os elementos empregados para construção
dessa linguagem em narrativas cada vez mais criativas e complexas, mas adiante
discutiremos essas questões.