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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ


SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA

Laboratório de Ensino de Física Experimental


Cursos de Licenciatura e Bacharelado em Física

Mecânica  Acústica  Termodinâmica

Física Básica Experimental II

Turma de Sexta-feira - manhã

CURITIBA

2º SEMESTRE/2022

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SUMÁRIO

Página

Introdução..............................................................................................................03

Estrutura e Funcionamento dos Laboratórios........................................03

Cronograma do Semestre..........................................................................04

Avaliação.....................................................................................................04

Medidas, Incertezas, Estatística e Propagação de erros ....................................06

Conservação do Momento Angular .....................................................................21

Dilatação dos Sólidos .............................................................................................24

Pêndulo Físico ........................................................................................................26

Calorimetria ...........................................................................................................29

Expansão de Gás ....................................................................................................32

Hidrostática ........................................................................................................... 36

Lei de Stokes – Viscosidade ..................................................................................40

Ondas Estacionárias em Cordas ..........................................................................42

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INTRODUÇÃO
A aprendizagem dos conceitos básicos da física é melhor desenvolvida quando se
utilizam metodologias em que os fenômenos sejam apresentados em experiências simples de
laboratório.

Porém, desenvolver os conceitos em laboratório não é tão simples. Necessita-se isolar


os fenômenos, para que fique explícito o conceito a desenvolver. Para isto foi preparado este
conjunto de experimentos com o objetivo de apresentar alguns dos conceitos básicos de
mecânica, fluidos, oscilações, ondulatória e termodinâmica.

São utilizados alguns equipamentos desenvolvidos mais recentemente e outros já


utilizados há mais de um século com o mesmo fim. O objetivo final é fazer com que sejam
entendidos alguns dos conceitos básicos do eletromagnetismo e da óptica.

Para que essa metodologia de curso, composto de 15 semanas com 4 horas de aula
semanais, tenha êxito é necessário como contrapartida dos alunos iniciativa, criatividade e
responsabilidade.

Os objetivos da disciplina são os seguintes:


 Desenvolver a capacidade de compreensão dos fenômenos físicos, a partir das
atividades experimentais.
 Disciplinar as anotações de um evento experimental de forma clara e objetiva.
 Analisar e discutir os experimentos realizados, bem como seus resultados.
 Ampliar a capacidade de apresentar um relatório de um evento experimental.
 Aprimorar a crítica com relação à comparação entre os resultados experimentais
obtidos e os modelos teóricos do fenômeno estudado.

1 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS LABORATÓRIOS:

As seguintes regras deverão ser observadas, com o objetivo de se obter a maior


eficiência do laboratório e, consequentemente, um melhor aproveitamento por parte dos alunos.

 Cada laboratório manterá 8 bancadas experimentais disponíveis.


 Em cada bancada, trabalhará um grupo.
 Os grupos serão identificados por G1, G2,..., G8 e a programação dos experimentos, por
semana, é feita no início do semestre. No cronograma semestral estão estabelecidos os
experimentos que serão feitos em cada semana.
 Nos roteiros de experiência, há um item denominado “Roteiro de estudo”. As questões
apresentadas deverão ser respondidas antes de cada aula, pois corresponde a uma
preparação para a realização do experimento.
 Cada grupo deve ter disponível, em cada aula, um disquete, para gravar resultados de
medidas e gráficos.

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2 CRONOGRAMA DO SEMESTRE

Nos quadros que se seguem estão descritas as atividades mínimas da disciplina Física
Básica Experimental II, no período de um semestre. Está prevista a realização de 2 blocos de
experimentos. Os blocos 1 e 2 contêm 4 experimentos diferentes, sendo que serão
disponibilizados 2 conjuntos iguais de cada experimento, perfazendo sempre a ocupação de 8
bancadas;
Antes de cada bloco será ministrada uma aula explicando o funcionamento e a teoria
relacionada a cada experimento. A presença nestas aulas é de extrema importância para a
compreensão dos experimentos as serem executados.

SEMANA
BLOCO 1 1a 2a 3a 4a
aula 2 aula 3 aula 4 aula 5
CALORIMETRIA G1 e G2 G3 e G4 G5 e G6 G7 e G8
CONSERVAÇÃO DO MOMENTO ANGULAR G3 e G4 G5 e G6 G7 e G8 G1 e G2
PÊNDULO FÌSICO G5 e G6 G7 e G8 G1 e G2 G3 e G4
DILATAÇÃO EM SÓLIDOS G7 e G8 G1 e G2 G3 e G4 G5 e G6

SEMANA
BLOCO 2 1a 2a 3a 4a
aula 7 aula 8 aula 9 aula 10
HIDROSTÁTICA G1 e G2 G3 e G4 G5 e G6 G7 e G8
LEI DE STOKES G3 e G4 G5 e G6 G7 e G8 G1 e G2
ONDAS ESTACIONÁRIAS EM CORDAS G5 e G6 G7 e G8 G1 e G2 G3 e G4
EXPANSÃO DE GÁS G7 e G8 G1 e G2 G3 e G4 G5 e G6

3 AVALIAÇÃO

 Provas:
A disciplina terá em seu processo de avaliação, 2 provas individuais que serão realizadas
na Plataforma UFPR Virtual.

 Trabalhos – Relatórios:
Serão solicitados dois relatórios em grupo conforme modelo a ser disponibilizado na
página da disciplina na UFPR Virtual.

 Questionários de análises
Serão solicitados, os questionários de análise dos experimentos na plataforma UFPR
Virtual.

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4 FREQUÊNCIA:

A disciplina Física Básica Experimental II tem a carga horária de 60 horas-aula. Para a


aprovação é necessário ter 75% de presença. Com presença inferior a 75%, o aluno estará
automaticamente reprovado.

O aluno poderá ter no máximo 16 faltas, ou seja, faltar em 04 experiências.

5 MÉDIA GERAL:

TERÃO DUAS NOTAS (1 E 2):

Nota 1 = 0,2*(Questionários 1-4) + 0,4* Prova 1+ 0,4*Relatório 1


Nota 2 = 0,2*(Questionários 5-8) + 0,4* Prova 2+ 0,4*Relatório 2

A média geral será formada com a seguinte

Média= (N1+N2)/2

Aqueles alunos que não alcançarem média para aprovação por média, e tiveram média
igual ou superior a 40 e inferior a 70, farão uma prova de Exame Final. Neste caso a média
final será a média aritmética entre a “média geral” e a nota do Exame Final.

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Medidas, Incertezas, Estatística e Propagação de Erros

1 CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS:


Os erros de medidas são geralmente classificados em: sistemáticos, acidentais e
grosseiros.

1.1 Erros sistemáticos:

São erros devido a fatores que atuam da mesma forma, contribuindo com o erro sempre
no mesmo sentido. São provenientes de hábitos do operador (erro de paralaxe), imperfeição de
instrumentos (o zero da escala não está calibrado corretamente), método empregado
equivocadamente, ação de um agente externo, simplificações no modelo físico do problema
estudado, entre outros.

Em princípio estes erros podem ser determinados e as medidas corrigidas, desde que se
conheçam suas contribuições durante o processo de medida.

1.2 Erros acidentais:


São erros devido a fatores casuais que se verificam ora num sentido ora em outro, quase
sempre não se repetindo entre duas medidas consecutivas. São erros atribuídos a fatores
imprevisíveis e na maioria das vezes desconhecidos quanto a ocorrência e intensidade com que
contribuem numa determinada medida. Em geral a origem do erro acidental não está numa
única causa, e sim, é resultante de pequenas contribuições que ora determinam um valor mais
alto, ora mais baixo, para a mesma medida. Estas causas podem ser conhecidas ou suspeitadas,
mas nunca complemente eliminadas ou individualmente avaliadas. Neste tipo de erro, devido a
ocorrência de modo aleatório, são usados métodos estatísticos para a análise das medidas.

1.3 Erros grosseiros:

São erros devido à técnica não adequada ou imperícia do experimentador. Por exemplo,
enganos de leituras, de digitação, de anotações e não organização do ambiente de trabalho, erros
em manipulações numéricas e erros de manuseio inadequado do equipamento. Estes erros
podem ser evitados repetindo-se as medidas.

Às vezes torna-se difícil separar o erro devido ao instrumento e devido ao observador,


pois ambos fazem parte de todo o processo de medida. Os fabricantes de instrumentos em geral
fornecem ou garantem que estes podem apresentar erros não superiores a um erro E, em
determinadas condições de operação (por este motivo sempre é aconselhável a consulta aos
manuais dos instrumentos). No caso do paquímetro com Vernier de 10 divisões, por exemplo,
é garantido pelo fabricante que o mesmo não deve apresentar um erro superior a 0,1 mm; isto
está explícito na própria escala. Quando não especificado pelo fabricante ou não claramente
determinado, pode-se adotar um critério prático para estimar o erro de leitura, toma-se a
metade da menor divisão da escala.

Os erros devidos à vizinhança do sistema (meio ambiente) são os mais freqüentes; suas
origens são várias, e dependem do tipo de experimento. Apenas para chamar a atenção citamos:
variação da pressão atmosférica, temperatura, umidade do ar, aceleração da gravidade, etc.

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Quando identificadas suas contribuições, adota-se soluções para minimizá-las, isto é, procura-
se isolar o experimento e controlar a vizinhança.

2 COMO AVALIAR ERROS EM MEDIDAS ?

As medidas podem ser realizadas de forma direta ou indireta.

A medida direta é o resultado de uma comparação direta entre a grandeza a ser medida e
um padrão (ou instrumento calibrado). Exemplos: o comprimento de uma haste usando uma
régua e a resistência elétrica de um fio usando um multímetro

A medida indireta é aquela resultante da aplicação de fórmulas envolvendo uma ou mais


medidas diretas. Exemplos: a medida do volume do cilindro ( Vc = hD24 ) e da esfera (Ve =
D36), onde o diâmetro D e a altura h foram medidos diretamente.

Existem situações no laboratório em que uma grandeza é medida apenas uma única
vez de modo direto. Neste caso emprega-se como erro um erro estimado, considerando a
resolução do instrumento (que é o menor valor que pode ser medido diretamente de sua escala).
O erro estimado pode ser tomado como a metade da menor divisão da escala empregada.
Exemplo: numa escala milimétrica com resolução de 1 mm, o erro estimado na medida é de 0,5
mm. O erro estimado considerado desta forma pode ser em alguns casos super avaliado, contudo
é mais honesto do que uma sub avaliação. O resultado desta medida é expresso como:
X  x x

onde x é o valor direto da leitura de uma única medida, e x é o erro estimado.

Existem outras situações em que se deve realizar uma série de medidas em condições
idênticas, obtendo-se um conjunto de valores que se distribuem mais ou menos simetricamente
em torno de um valor médio. A largura desta distribuição é inversamente proporcional à
precisão da medida (medidas mais precisas implicam em largura menor). Neste caso obtém-se
o erro considerando uma distribuição Gaussiana e o resultado da medida é expresso por:

x  x x

onde x é o valor médio das medidas e  x é o desvio padrão da média.

3 ERROS ALEATÓRIOS (OU ACIDENTAIS):

É objetivo do experimentador apresentar sua medida com a melhor precisão possível,


portanto este deve minimizar as fontes de erros. Um primeiro passo seria tentar eliminar os
erros que têm o caráter sistemático durante o processo de medida. Existem erros que provêm
da superposição de flutuações aleatórias das condições do processo de medida, do ambiente ou
do instrumental. Estes erros aleatórios ou acidentais podem ser tratados por métodos estatísticos
aplicáveis a um conjunto de medidas.

Podem ocorrer duas situações em que métodos estatísticos são aplicáveis:

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a) quando a quantidade medida é muito estável e as flutuações detectáveis acontecem
tanto nos instrumentos como também em outros elementos no processo de obtenção
de medida;
b) quando os instrumentos e condições de medidas são estáveis e as flutuações advêm
da quantidade medida.

Em geral não é possível distinguir qual dos dois casos ocorre. Quase sempre se trata de
uma combinação destes dois tipos de situações. Esses erros variam de uma medida para outra.
Mesmo para medidas realizadas sob as mesmas condições, elas se distribuem ora para mais, ora
para menos em torno de um valor médio da grandeza. Esta distribuição em torno da média
segue, freqüentemente, uma lei bem definida chamada de distribuição Gaussiana, que será
descrita mais adiante.

Será apresentada aqui apenas uma descrição operacional do método de análise estatística
de dados, supondo que a distribuição de freqüência seja do tipo de Gauss (ou normal), ou seja,
a distribuição que mais ocorre durante as medidas. Há outros tipos de distribuições de
freqüências de medidas que não serão abordados aqui. Para uma descrição mais completa e
justificada deve-se consultar as referências bibliográficas sugeridas no final desta aula [1, 2 e
3].

Para uma melhor compreensão, seguir-se-á um exemplo em paralelo à apresentação dos


vários passos. Considere uma série de medidas realizadas para a determinação de uma grandeza
física, por exemplo, a determinação do intervalo de tempo para que uma esfera percorra uma
certa distância entre duas marcas sobre um plano inclinado. Os dados experimentais obtidos
são mostrados na Tabela 1.

Tabela 1: série de medidas para o exemplo.

Medida Intervalo de Freqüência


ni tempo (s) fi
1 10,2 2
2 10,3 4
3 10,4 8
4 10,5 16
5 10,6 34
6 10,7 24
7 10,8 13
8 10,9 8
9 11,0 6
10 11,1 3

Sejam ti os valores medidos do intervalo de tempo e N o número total de medidas feitas.


A partir destas medidas deseja-se obter o valor verdadeiro do tempo t de percurso da esfera.
Uma vez que isto não é possível, porque não há instrumentos de medida de tempo que forneçam
o valor verdadeiro (totalmente desconhecido), deseja-se determinar o valor mais próximo do
verdadeiro, o qual é representado por:

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t  t  t

onde t é o valor mais provável e  t é o desvio padrão da média. Como será enfatizado mais
adiante quanto menor  t , as medidas de t estarão mais próximas do valor verdadeiro. Para se
obter o valor de t e  t , precisa-se antes definir:

3.1 Valor médio:


É definido como a soma de todos os valores medidos, dividido pelo número N de
medidas efetuadas:
N

 ti
t i 1
N

Comporta-se com uma média aritmética quando não há medidas repetidas. Quando há valores
repetidos deve-se fazer uma média ponderada, levando em conta o número de vezes
(freqüência) que um dado valor de t ocorreu. No caso do exemplo que se está seguindo (dados
experimentais da Tabela 1):
n

 tifi 10, 2 x 210,3x 4 ...11,1x 3


t i 1   10,65 s
N 118

Sempre que se fizer a tomada de valores de uma série de medidas, a média destes
valores é a melhor avaliação do valor verdadeiro.

3.2 Desvio de uma medida (resíduo):


( t i )  t i  t

para o exemplo que se está seguindo seriam:

 (ti) = -0,45; -0,35; -0,25; -0,15; -0,05; 0,05; 0,15; 0,25; 0,35; 0,45.

3.3 Desvio médio absoluto:


Quando não existir valor repetido:
N N
1
( t )  N 
i 1
1
. ti  t  N  ( t ) ,
i 1
i

e, quando existir valores repetidos deve-se levar em conta a freqüência:


n
 (t )  N t
1 10,2 10,65 x 2 ... 11,110,65 x 3
i t fi  118  0, 144 s .
i 1
Esta é uma informação que pode ser útil e representa de modo grosseiro as flutuações em
torno do valor médio. Neste caso a medida de tempo será:

t = (10,65  0,14) s
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3.4 Desvio médio relativo:

( t ) 0,144s
( t )r   10,65s  0,013
t

3.5 Desvio médio porcentual:

( t )
( t ) p   100  0,144s
10,65s
 100  1,3%
t

3.6 Desvio padrão de uma medida (desvio padrão):

É definido por:

 ti t 
N N
( ti )2
2

i 1 i 1
t  N 1  N 1 . ,

se não existir valor repetido, e

  t i  t  fi
n n
 ( ti )2 fi
2

i 1 i 1 (10, 210, 65)2 x 2 ... (11,110, 65)2 x 3


t  N 1  N 1 . 1181  0,186s ,

quando existirem valores repetidos.

O valor 2 é definido como a variância da série de medidas. Para o exemplo este valor
é 2 = 0,035 s2.

O desvio padrão de uma curva de distribuição Gaussiana é uma medida da largura da


distribuição. É uma característica da dispersão das medidas em torno no valor médio.

No denominador da expressão acima aparece N-1 no lugar de N. A justificativa para


a definição acima é encontrada na Teoria da Amostragem. A diferença, obviamente é grande
para pequenos valores de N.

3.7 Desvio padrão da média:


t
t   0,186s
 0,017s
N 118

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Quando são realizadas N medidas, a flutuação associada à média será  t . Ela é menor do que
a flutuação associada a cada medida de  t . O erro adotado no processo de medida é dado por
 t . Logo, o valor explícito da medida tempo, no exemplo seguido, será:

t = (10,65  0,02) s

4 INTERPRETAÇÃO DE t  t :

Quando uma série de medidas independentes é efetuada, muitos fatores podem contribuir
com pequenas quantidades para o desvio das medidas. Logo, as medidas se distribuem em torno
do valor médio formando uma distribuição do tipo Gaussiana ou Normal. Representando-se
os pontos experimentais da Tabela 1 num gráfico da freqüência em função do tempo, observa-
se que os pontos se distribuem quase que simetricamente em torno do valor médio. A estes
pontos pode-se ajustar uma curva do tipo:


 t  t 
2
-
( t )  A exp
 t 2  2 t 2 
 
 

onde A, t e  t são constantes. Ela é conhecida como equação de Gauss .

Figura 1 - Gráfico da freqüência em função do tempo para os dados da Tabela 1. A curva contínua
corresponde a um ajuste de uma curva aos pontos experimentais, com centro em 10,63s.

Quando se ajusta uma curva gaussiana, substituem-se os valores obtidos anteriormente


para as constantes t e  t na equação de Gauss, como mostra a Fig. 2. O parâmetro A pode se

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ajustado de tal maneira que a curva gaussiana da Fig. 2 tenha a mesma altura daquela da Fig.
1.

Figura 2 - Gráfico da função  (t), com os valores  t = 0,186s e t = 10,63s, obtidos


anteriormente.

Figura 3 - Superposição de uma curva gaussiana aos pontos experimentais.

O valor de P(t), que é a integral da função gaussiana (t), fornece a probabilidade de uma
medida estar contida no intervalo entre t e t + dt. Se expressa P(t1 , t2) como a probabilidade
de encontrar a medida entre os valores t1 = t e t2 = t + dt. A função P(t) não é integrável através
de métodos analíticos, mas é tabelada em vários livros que tratam de problemas estatísticos.

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t2 
t t 2
2 t
P(t1 , t2 )   A e dt
t1  t 2

Calculando-se a integral P(t) para t1 = - e t2 = +, tem-se a certeza absoluta que todos
os valores estarão contidos neste intervalo, isto é, 100% dos dados experimentais seriam
considerados.

Integrando-se para o intervalo t1  t   t e t 2  t   t , o que corresponde a t =


2 t , obtém-se para este intervalo o valor da probabilidade P(t1,t2)  68,3%. Isto significa que
68,3% dos dados experimentais estão contidos no intervalo entre t1 e t2, veja Fig. 4.

Figura 4 - A área hachureada mostra a probabilidade das medidas estarem contidas


no intervalo t = 2 t. Ela representa 68,3% da área total.

Para o intervalo t1  t  2 t e t 2  t  2 t , ou t = 4t, obtém-se P(t1,t2) 


94,5%, Significando que 94,5% dos dados experimentais estão contidos neste intervalo, como
mostra a figura 5.

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Figura 5-A área hachureada mostra a probabilidade das medidas contidas num intervalo de t = 4 t.

Portanto, para t = 6 t quase a totalidade das medidas estarão contidas nesse intervalo
( P(t1,t2)  99,7%).

A distribuição das medidas segundo uma curva gaussiana apresenta algumas


propriedades:

a) a média da distribuição é aproximadamente igual a t .


b) a distribuição é simétrica em relação a t .
c) o desvio padrão da distribuição é dado por t, o qual é aproximadamente igual a
metade da LMA (linha de meia altura). Apenas para uma comparação visual, veja
Fig. 1.
d) a curva da distribuição apresenta pontos de inflexão nos pontos t1  t   t e
t 2  t   t , veja Figura 3.

5 REJEIÇÃO DA MEDIDA:
Como mostrado acima, no caso em que a incerteza na média das medidas for t
= 0,186s, isto significa que 68,3% das medidas efetuadas estão contidas no intervalo t
=2t = 0,37 s. Então, o valor verdadeiro do tempo deve estar contido neste intervalo, ou seja,
t = (10,65  0,19) s, ou seja t = (10,7  0,2) s

Se t = 4t , então aproximadamente 95,4% da medidas efetuadas estão contidas


neste intervalo, e o valor explícito do tempo é:

t = (10,65  0,37) s, ou seja t = (10,7  0,2) s .

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Para t = 6t aproximadamente 99,7% das medidas estão contidas neste intervalo, e
o valor explícito do tempo é:

t = (10,65  0,55) s, ou seja t = (10,70,6) s

Ao se definir como um desvio aceitável para qualquer medida o valor t= 3t , as
leituras de uma dada medida devem estar entre

( t  15
,  t )  t i  ( t  15
, t ) ou  t  15
, t

Qualquer medida que tenha um desvio maior se deve provavelmente a um erro


grosseiro na leitura e, portanto, essa medida deve ser abandonada.
A decisão de rejeitar os dados que se encontram fora de um intervalo determinado é do
experimentador

6 PROPAGAÇÃO DE ERROS:
Nos itens anteriores estudou-se como fazer o tratamento de uma série de medidas
diretas, calculando-se o valor médio e o correspondente desvio (erro). Agora será estudado
como esses erros influenciam ou se propagam nas medidas indiretas, isto é, aquelas que são
obtidas através de outras medidas diretas, através do método do cálculo diferencial. Isto pode
ser feito utilizando-se a teoria do desvio máximo e da teoria do desvio padrão. Em ambos os
casos será estudado como uma função se modifica devido aos desvios em suas variáveis.

6.1 Teoria do desvio máximo: método do cálculo diferencial:


Pode-se generalizar a teoria de propagação de erros para uma dada função, utilizando-
se o cálculo diferencial. Suponha uma função F de uma única variável dada da seguinte forma:
F  f ( x)

A dificuldade que se apresenta para N leituras independentes da variável x, é como se


deve expressar F. Pode-se levantar esta dificuldade através de dois caminhos:

O primeiro consiste em determinar Fi para cada x i  x  x i e calcular o valor


médio de F, assim como o seu desvio, conforme definições vistas anteriormente.

O segundo caminho (embora não seja conceitualmente idêntico, para os casos de


interesse pode ser considerado equivalente) consiste em determinar o valor médio( e o desvio)
das medidas de x e expressar F por:
F  f ( x  x ) .

Expandindo a função F em uma série de Taylor, tem-se:

df ( x ) d 2f ( x )
f ( x  x )  f ( x )   (x )  1  (x )2 ...
dx x x 2 dx2 x x

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Considerando F  f ( x ) e desprezando os termos a partir da segunda ordem por terem
uma contribuição muito pequena, pode-se definir o desvio da função através de:

 F  df
dx
x,

onde fica subentendido que a derivada é calculada para x  x e deve ser tomada em módulo
para que se possa escrever F através de um intervalo de confiança dado por:

F  F  F

Generalizando para uma função de várias variáveis na forma da função:

F  f ( x, y,..., t ) ,

a diferencial de F, será:

dF   xf dx   yf  dy   


...  f dt
t

onde, dF é a modificação infinitesimal da função F devido às modificações infinitesimais em


x, y,.., t, ou seja, dx, dy, ... , dt. A expressão do tipo f x é a derivada parcial de F em relação
a x, com as demais variáveis permanecendo constantes.

Admitindo-se que x, y, ... ,t são medidas, pode-se substituir as diferenças infinitesimais


pelos respectivos desvios x, y,..., t . O máximo desvio ocorre quando todas as
contribuições parciais (devido  x,  y,...,  t ) ocorrem no mesmo sentido de crescimento.
Para garantir isso, devemos tomar as derivadas parciais em módulo, como:

F  f x  f y... f t
x y t

onde cada parcela é a contribuição de uma variável para o desvio de F. Na verdade esta
expressão é aproximada, já que foram desprezados os termos superiores à primeira ordem na
expansão de Taylor. Neste caso, a função deve ser dada por:

F  F  F onde F  f ( x, y,..., t )

Exemplo:

Para F  xy , tem-se:  
 xy
 1 e
 xy  
  x2 ,
x y y y

supondo x e y positivos, pode-se escrever:

y
 F  1y  x  yx2  y ou  F  xy xx  y  
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Obviamente, essa é a mesma expressão para o desvio obtido anteriormente, com
x  a, x  a e y  b, y  b . Logo,
x  x  x x   y
y y y x y  
6.2 Teoria do desvio padrão: método do cálculo diferencial:

A teoria de propagação de erros estudada anteriormente partiu da hipótese de que para


se obter o máximo desvio deve-se tomar as derivadas parciais em módulo (desvio máximo
absoluto). Uma outra maneira é a do desvio quadrático (desvio padrão). Neste caso uma dada
função:
F  f ( x, y,..., t )

onde cada variável contribui com a seguinte parcela para o desvio padrão de F:

 Fx  f   x
x

Aqui  x é o desvio padrão do valor médio da variável genérica x. Considerando a


contribuição de todas as variáveis, o desvio quadrático da função é:

   
2
2   2
F  f   f   y ... f
2 2 2 2
x x
 y  t t

logo,

   
2
f
2
  2
F   x 2   f   y 2 ... f 2
x  y  t t

Esta é a expressão para o cálculo do desvio padrão do valor médio da função F. O


raciocínio empregado aqui foi bastante simplificado e pressupõe que as variáveis independentes
da função sejam independentes entre si (caso contrário se deveria computar também termos
relativos às covariâncias das variáveis não independentes entre si). Para funções de uma única
variável, a última expressão se reduz a:

 F  f   x  F
x

e no caso de uma única medida de x, pode-se dizer grosseiramente que  x  x A (desvio


avaliado de x).

Vejamos alguns casos freqüentemente utilizados:

6.2.1 Soma e Subtração:

No caso da soma de duas medidas: F(x,y) = x + y ,

17
 F 1 e
x
 F 1
y
e portanto, F  2x  2y
6.2.2 Produto
No caso do produto de duas medidas: F(x,y) = x . y,

 F  x e  F  y, logo,  F  y2 x 2 x2 y2 ,


x y

ou, colocando x2 y2 em evidência, tem-se:


 2  y  2
 F  x. y  xx    y  .
 

6.2.3 Divisão:
Na divisão de duas medidas: F(x,y) = x/y, o procedimento é o mesmo,

 x  2  y  2
F  y  x    y 
x
 

6.2.4 Potência:
Se a medida é elevada a uma potência y: F(x,y) = x y

 F  y2 . x 2( y 1) .  x  (ln x)2 . x 2 y .  y


2

7 BIBLIOGRAFIA:

1 “Como Fazer Experimentos”, Benício de B. Neto, Ieda S. Scarminio, Roy E. Bruns,


Cap. 2, Editora da UNICAMP (2003).
2 “Física Geral e Experimental”, José Goldenberg, Vol. 1, Pág. 19, USP(1968).
3 “Física - Sistemas de Unidades e Teoria dos Erros”, Nelson F. Furtado, Apêndice - Física
- Sears; Pág. 61, LTC(1959).
4 Laboratory Physics”,H. F. Meiners, W. Eppenstein e K. H. Moore, Pág. 1-50, John
Wiley & Sons (1969).
5 “Tratamento Estatístico de Dados em Física Experimental”, Otaviano A. M. Helene,
Victor R. Vanin; Ed. Edgar Blücher (1981).
6 “Tratamento de Dados Experimentais”, W. P. da Silva, C. M. P. S. e Silva e M. S.
Nascimento, Editora Universitária UFPB.
7 “Experimentation - An Introduction to Measurement Theory and Experiment Design”,
D. C. Baird; Prentice Hall (1968).
8 “The Analysis of Physical Measurements”, E. M. Pugh e G. H. Winslow; Addison-
Wesley (1969).

18
LISTA DE EXERCÍCIOS

1. Na determinação da aceleração da gravidade em um dado local, deixa-se cair um corpo de


uma altura de (100,0  0,5) cm, o que leva (0,452  0,002) segundos. Determine:
1.1 Determine a aceleração local na forma explícita, utilizando o método da propagação
de erros.
1.2 Determine o valor de g pelo método diferencial.
1.3 Existem incertezas nas medidas diretas de tempo e altura. Qual delas deve ser medida
com mais precisão para que g (método diferencial) seja menor?
1.4 Qual é o erro percentual?

2. As medidas de um paralelepípedo foram obtidas através de um paquímetro de precisão 0,05


mm, resultando nos seguintes valores: l = (99,40  0,03) mm , e = (93,75  0,03) mm e h
= (31,60  0,03) mm. A massa do paralelepípedo é m = (208,82  0,01) g.
2.1 Qual é a expressão para calcular a massa específica  do paralelepípedo em função das
grandezas medidas?
2.2 Qual é a expressão para  através do método diferencial?
2.3 Qual é o valor numérico de ?
2.4 Qual é o erro percentual que esta sujeito o valor de ?

3. Quando se quer conhecer o valor da aceleração da gravidade local, uma das maneiras
mais práticas é determinar o período de um pêndulo simples. Para tanto, mediu-se o
tempo de 10 oscilações, obtendo-se (20,259  0,002) segundos. O comprimento do
pêndulo foi (100,0  0,3)cm.
3.1 Qual é a expressão do período para um pêndulo simples?
3.2 Qual é o valor de g local médio?
3.3 Qual é o valor de g na forma explícita?
3.4 Qual das medidas diretas mais contribui com o aumento da incerteza?

4. Em uma experiência sobre ondas estacionárias em cordas verificou-se o estabelecimento


do 2 harmônico em um fio de comprimento L (1,90  0,01) m a uma freqüência  = (31,1 
o

0,1) Hz devido a um oscilador mecânico. O fio é tracionado por uma massa suspensa de m =
(100  1) g presa em uma das suas extremidades.
Sabendo-se que para o 2o harmônico o comprimento da onda é  = L, determine:
4.1 A densidade linear da corda   F 2 onde F = mg é a tensão na corda e v =  é a velocidade
v
de propagação da onda.
4.2 A expressão para  em função das grandezas obtidas experimentalmente.
4.3 O valor .
4.4 O erro percentual deste experimento.

5. Numa determinada experiência, pretende-se comprovar a validade da equação teórica que


a descreve. A equação é: F = me-2t. O valor obtido da variável m foi (121,2  0,3)g e do tempo
t de (0,321  0,002)ms.

19
5.1 Qual é a expressão para F?
5.2 Qual das medidas direta mais contribui para o valor de F?
5.3 Qual é o erro percentual deste experimento.
6. Num dado experimento, mediu-se muitas vezes o tempo que um móvel levara para
percorrer a distância d= (85,4  0,1) cm. O objetivo era se obter o valor do tempo (t)
mais próximo possível do verdadeiro. Assim sendo, os resultados são mostrados na
tabela a seguir:

4.1 Qual é o número de medidas feitas?


4.2 Faça um gráfico da Freqüência em função do Tempo.
Nº Frequência Tempo 4.3 Qual é o valor médio?
(s)
01 4 13,2 4.4 Qual é o desvio padrão?
02 7 13,3 4.5 Qual é o desvio padrão da média?
03 10 13,4 4.6 Qual é a porcentagem de valores de t contidos no intervalo
04 15 13,5 _  _ _  _

t1  t  t
e t2  t
t
?
2 2
05 23 13,6 4.7 Qual é o número de valores contidos entre
_ _
t1  t   _ e t 2  t   _ ?
t t
06 16 13,7
07 11 13,8 4.8 Qual é o número de valores contidos entre
08 6 13,9 _ 3 _ 3
t1  t   _ e t 2  t   _ ?
2 t 2 t
09 5 14,0
10 3 14,1 4.9 Qual valor explícito para o tempo que você utilizaria?

20
Conservação do Momento Angular

1 OBJETIVO: Verificar experimentalmente a lei de conservação do momento angular.

2 MATERIAL: Conjunto e acessórios de dinâmica rotacional, compressor.

3 BIBLIOGRAFIA:
 “Fundamentos de Física”, D. Halliday e R. Resnick, Vol. 1, (1994), Cap.
 “Física”, P. Tipler, Vol. 1, 3a edição (1995), Cap. 8.
 “Física - Fundamentos e Aplicações”, R. M. Eisberg e L.S. Lerner, Vol.1,(1983), Cap.9.
 “Física”, F. Sears, M. W. Zemansky e H. D. Young, Vol. 1, (1983), Cap. 9.

4 QUESTIONÁRIO PARA ESTUDO:


1) Qual é a expressão do momento angular para um corpo rígido girando em torno de um
eixo fixo?
2) Qual é o momento angular de um sistema de dois corpos que giram em torno de um
mesmo eixo fixo ?
3) Enuncie o princípio da conservação do momento angular.
4) Considere dois discos com momentos de inércia I1 e I2 , que giram inicialmente com
velocidades angulares 1 e 2 em torno do mesmo eixo. Em determinado instante os
discos são acoplados e passam a girar com velocidade angular , sem sofrer ação de
torque externo. Determine a velocidade final .
5) Um patinador, para rodopiar mais rapidamente, fecha seus braços junto ao corpo, por
quê?
6) Sobre um disco de massa M1 = 200g, inicialmente em repouso, soltamos um outro
disco de massa M2 = 400 g girando sobre o mesmo eixo com freqüência angular
20 rev/s. Ambos os discos têm raio R = 20 cm. Calcule os momentos angulares dos
discos inferior e superior antes do acoplamento e do conjunto após o acoplamento.

5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:
 Monte o equipamento conforme a figura 1. Utilize inicialmente apenas os discos de aço.

Figura 1 – Vista em perfil do conjunto e detalhes da montagem experimental.

 Verifique o nível da base do aparelho de dinâmica rotacional. Se não estiver nivelado


faça a regulagem da altura dos pés para nivelá-lo.
 Ajuste a pressão do compressor de ar para aproximadamente 9 psi.

21
OBSERVAÇÃO: NUNCA GIRE OS DISCOS COM O COMPRESSOR DESLIGADO POIS AS SUPERFÍCIES
DOS DISCOS PODERÃO FICAR SERIAMENTE DANIFICADAS.

 Insira um pino na válvula do disco inferior e o outro pino no furo central do disco
superior. Gire manualmente os discos. Eles devem girar suavemente e de forma
independente.
 Selecione a chave do display para a posição “upper”, para monitorar a velocidade do
disco superior.
 Mantenha o disco inferior em repouso e gire o disco superior até o display marcar entre
700 e 800 barras/s. Espere alguns segundos, então anote a leitura do display no campo
Nsup (no de barras/s superior) da tabela 1. Imediatamente após a leitura, retire o pino do
furo central do disco superior para que este caia sobre o disco inferior. Espere alguns
segundos até estabilizar a leitura e, então, anote o valor do display no campo Nfin (no
de barras/s final) da tabela 1. Faça alguns testes iniciais para ajustar a pressão do ar
comprimido de forma que tenha certeza sobre o acoplamento entre os discos.
Repita esta operação mais duas vezes para se familiarizar com o equipamento.
 Recoloque o pino no furo central do disco superior. Gire os discos inferior e superior no
mesmo sentido, mas com velocidades diferentes; anote a leitura do display no campo
Nsup. Passe a chave do display para a posição “lower” e faça a leitura de Ninf (no de
barras/s inferior). Retire o pino do furo central, espere alguns segundos e faça a leitura
Nfin, anotando na tabela 1.
 Refaça o item anterior girando os discos inicialmente em sentido contrário. ( NOTA:
Utilize uma convenção para diferenciar os sentidos de rotação. Por exemplo:
velocidade angular positiva para sentido anti-horário, e negativa para horário ).
 Refaça as medidas anteriores trocando o disco superior de aço pelo disco de alumínio,
fazendo uma medida para cada situação.

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS:


Os valores do momento de inércia, fornecidos pelo fabricante, para os discos de aço e de
alumínio são:

Disco de aço: I = 2,715 × 10-3 kg m2


Disco de alumínio: I = 9,487 × 10-4 kg m2

Os itens assinalados com (*) devem ser respondidos na própria Tabela 1.

*1) Calcule a velocidade angular inicial sup e inf de cada disco a partir de Nsup e Ninf , e a
velocidade angular final fin a partir de Nfin .
*2) Determine o momento angular inicial Lsup e Linf de cada disco e do conjunto Lini.
*3) Determine o momento angular final Lfin para cada conjunto de discos.
*4) Determine a diferença porcentual entre Lini e Lfin (em relação a Lini).
5) Dentro dos erros experimentais, houve conservação do momento angular no seu
experimento? Discuta as discrepâncias.
6) Para cada situação, calcule a energia cinética de rotação de cada disco e do conjunto,
antes e depois do acoplamento. Disponha seus dados numa tabela. Com base nestes
resultados, há conservação de energia no sistema? Discuta os efeitos do atrito na
experiência. Explique.

Tabela 1: Valores medidos e resultados calculados.

22
Nsup Ninf Nfin sup inf fin Lsup Linf Lini Lfin L/L
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) (%)

Config.
1

23
2

6
Dilatação dos Sólidos

1 OBJETIVO: Estudar a dilatação linear de um sólido na forma de tubo.

2 MATERIAL: Tubos de alumínio, cobre e latão de comprimento  70cm, resistência elétrica no


interior de um tubo de vidro, isolante térmico, fonte de corrente e tensão
ajustáveis, relógio comparador e termômetro digital com sensor de
termopar.

3 BIBLIOGRAFIA:
 “Fundamentos da Física”, D. Halliday, R. Resnick, 4a edição, (1995), Vol. 2, Cap. 19.
 “Física”, P. Tipler, Vol.2, (1995), Cap. 15.
 “Física“, F. Sears, M. W. Zemansky, H. D. Young, Vol. 2, (1983), Cap. 14 e 15.

4 QUESTIONÁRIO PARA ESTUDO:


1) A dilatação térmica tem sempre aspectos positivos e negativos! Cite situações em que ela
produz resultados úteis e outras com conseqüências negativas.
2) Qual a expressão para o coeficiente de dilatação linear  ?
3) Qual a unidade de  ?
4) Determine a expressão para a incerteza  no cálculo de , em função das demais
grandezas medidas e de suas incertezas, de tal forma que seja possível expressar o
resultado na forma explícita   .
5) Se L = 500mm, L = 1mm e T = 500C, com precisão (L) = 0,02mm, L=1mm e
(T)=0,20C, determine o valor de  .
6) Qual o erro relativo (porcentual) que você cometeria para o caso da questão anterior?
7) Qual a relação entre os coeficientes de dilatação linear , superficial  e volumétrico  ?
8) Dê um exemplo de coeficiente de dilatação negativo!
9) Considerando dois átomos próximos, observe atentamente a curva de energia potencial
em função da distância r entre os átomos. A partir desta curva explique a dilatação dos
corpos devido a variação da temperatura.

5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:

 Coloque o tubo de vidro com a resistência elétrica dentro do tubo no qual vai se medir a
dilatação.
 Prenda com o parafuso, usando uma chave Allen, uma das extremidades do tubo. Na outra
extremidade do tubo prenda uma braçadeira que irá deslocar o cursor do relógio
comparador. Cuide para que este cursor fique na posição intermediária.
 Gire a escala do relógio comparador até que ele indique “zero”.
 Introduza o termopar cerca de 5 cm na região entre os tubos de vidro e de metal.
 Anote o comprimento L0, a temperatura T0, quando o relógio comparador está indicando
zero; neste caso L = 0.
 Coloque o isolante térmico em torno do tubo metálico, para evitar perda de calor para o
meio exterior.
 Ligue as extremidades da resistência à fonte. Coloque a tensão em 20V e a corrente no
máximo. Observe o que acontece com L.

24
 Converse com o professor sobre a temperatura máxima a ser atingida e sobre o
número de pontos a serem medidos. Isto dará uma noção do intervalo de temperatura a
ser utilizado na próxima etapa.
 A seguir serão feitas medidas da temperatura e da variação de comprimento. No momento
de efetuar estas duas medidas, é necessário que o sistema esteja em equilíbrio térmico, ou
seja, todos os pontos da resistência, do tubo de vidro e do tubo metálico devem estar à
mesma temperatura. Uma sugestão para se conseguir isto é ligar o circuito por determinado
tempo, observando-se o aumento da temperatura ou do comprimento; para um certo valor
destas grandezas desliga-se a fonte e aguarda-se que o sistema atinja o equilíbrio térmico;
isto pode ser observado quando o comprimento ou a temperatura cessam de aumentar. Após
as medidas serem feitas, liga-se novamente a fonte para provocar o aquecimento e, numa
nova temperatura, registrar mais um conjunto de dados.
 Repita o procedimento para os demais materiais fornecidos. Para retirar um tubo aquecido
e substituí-lo por outro, UTILIZE AS LUVAS COM ISOLANTE TÉRMICO.

Tabela 1: Medidas de temperatura (T) e da variação do comprimento (L).

Material Medidas 1 2 3 4 5

Lo= T( )

L ( )

Lo= T( )

L ( )

Lo= T( )

L ( )

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS:

1) Com os dados para cada um dos tubos, desenhe um gráfico de L em função de T. Qual
o tipo de função que descreve o gráfico obtido. Obtenha o coeficiente  a partir deste
gráfico.
2) Aplicação do cálculo de propagação de erros em funções, conforme estudado na primeira
aula desta disciplina. Assuma o valor de tendência de  obtido no item anterior, e
determine a incerteza do coeficiente de dilatação linear em função das incertezas (L),
L e (T). Faça este cálculo para cada material estudado na experiência.
3) Descreva uma maneira de se medir o coeficiente de dilatação de líquidos.

25
Pêndulo Físico

1 OBJETIVOS: Verificar as leis do pêndulo físico. Determinar a aceleração da gravidade


local. Verificar a validade do teorema dos eixos paralelos.

2 MATERIAL: Haste cilíndrica metálica, suporte para oscilação da peça, trena e cronômetro.

3 BIBLIOGRAFIA:
 “Fundamentos da Física”, D. Halliday, R. Resnick, 4a edição, (1995), Vol. 2.
 “Física“, F. Sears, M. W. Zemansky, H. D. Young, Vol. 2, (1983), Cap. 11.
 “Física”, P. Tipler, 3ª edição,Vol. 2, (1995), Cap. 12.

4 QUESTIONÁRIO PARA ESTUDO:


1) Defina um pêndulo simples.
2) Defina um pêndulo físico.
3) Para uma peça de formato qualquer, qual é a expressão do teorema dos eixos paralelos
para o momento de inércia?
4) Qual o significado físico do raio de giração* k?
5) Qual é a expressão do momento de inércia, em relação a um eixo que passa pelo centro
de massa, em função do raio de giração*?
6) Mostre, passo a passo, como se obtém a expressão,

Id
T = 2
Mgd

para o período de um pêndulo físico, onde d é a distância do ponto de apoio ao centro de


massa, M é a massa do corpo e Id é o momento de inércia do corpo em relação a um eixo
que passa pelo ponto de apoio.
I CM  Md 2
7) Mostre, utilizando o teorema dos eixos paralelos, que: T = 2 ,
Mgd
onde ICM é o momento de inércia do corpo em relação a um eixo que passa pelo centro de
massa.

8) Mostre, utilizando o teorema dos eixos paralelos e o conceito de raio de giração*, que:
k2  d2
T = 2 .
gd

5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:
 Determine a massa da haste.
 Tome como referência o centro de massa da peça. A partir desta referência, marque 10
posições em direção a uma das extremidades e 10 posições em direção da outra
extremidade. A peça será suspensa em cada uma destas posições e colocada para oscilar.
 Suspenda a peça numa destas posições marcadas, conforme ilustra a figura 1.
 Afaste a haste de aproximadamente 10° da sua posição de equilíbrio, permitindo que a
mesma oscile.

26
Figura 1 - Duas vistas da montagem experimental.

 Meça o tempo de 5 oscilações com o cronômetro, anotando os dados experimentais na


Tabela 1.
 Proceda da mesma forma para as demais posições. Obtenha dados para 10 posições
diferentes de cada lado em relação ao centro de massa, preenchendo e completando a tabela
1.

Tabela 1 - Tabela de dados experimentais e resultados calculados.

d Tempo Período Id
Ponto
( ) ( ) ( ) ( )
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11CM
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21

27
 Nos próximos passos iremos estudar como a amplitude (ângulo de oscilação) faz variar o
período das oscilações.
o Fixe o ponto de suspensão a aproximadamente 35 cm de uma das extremidades.
o Para amplitudes (ângulos iniciais de oscilação θ0) de 10°, 20°, ... , 70°, meça o tempo
para o pêndulo executar 5 oscilações. Preencha a tabela 2.

Tabela 2 - Dados experimentais e resultados calculados.

θ0 (°) Tempo (s) Período T(s)


10
20
30
40
50
60
70

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS:


 Após ter obtido os dados experimentais do tempo para 5 oscilações nas diversas posições,
calcule o período de cada oscilação e o momento de inércia da haste em relação ao ponto
de suspensão, completando a Tabela 1.
 Faça um gráfico T em função de d (gráfico 1). Observe que a distância d deve ser medida
simetricamente em relação ao centro de massa.
 O gráfico 1 mostra uma linha de simetria. Identifique-a.
 Qual o período correspondente à distância d=0?
 Para que distância o período é mínimo?
 Faça um gráfico do módulo de T2.d em função de d2 (gráfico 2).
 Qual o motivo para que se sugerisse a confecção do gráfico 2? Por que as mudanças de
variáveis propostas foram necessárias?
 A partir do gráfico 2 determine a aceleração da gravidade e o raio de giração k.
 Faça um gráfico do momento de inércia da haste em função da distância d2 (gráfico 3).
 Determine o momento de inércia, para um eixo de rotação passando pelo centro de massa
da peça, a partir de sua definição (dimensões e massa) e compare com o momento de inércia
obtido pelo gráfico do item anterior.
 A partir do valor de ICM obtido do item acima e os valores de Id da Tabela 1 mostre a validade
do Teorema dos Eixos Paralelos.
 Faça um gráfico do período T em função de θ0.
 Compare este gráfico com a curva teórica. Discuta o que é observado.

28
Calorimetria

1 OBJETIVO: Determinar a capacidade térmica de um calorímetro e o calor específico de


materiais.

2 MATERIAL: Calorímetro (garrafa térmica de ~1/4 litro), resistência elétrica, cronômetro,


balança, termômetro, fonte de alimentação, bloco de metal.

3 BIBLIOGRAFIA:
 “Fundamentos de Física”, D. Halliday e R. Resnick, Vol. 2, (1994), Cap. 20.
 “Física”, P. Tipler, Vol. 2, 3a edição (1995), Cap. 15 e 16.
 “Física”, F. Sears, M. W. Zemansky e H. D. Young, Vol. 2, (1983), Cap. 15.

4 QUESTIONÁRIO PARA ESTUDO:


1) O que é calor?
2) Qual é a convenção utilizada para a troca de calor, ou seja, quando o calor trocado é
considerado como positivo e quando como negativo?
3) Qual é a unidade de calor nos principais sistemas de medida e suas correlações?
4) O que você entende por sistema e vizinhança?
5) Qual a definição de calor específico, sua expressão matemática e sua unidade?
6) O que é capacidade térmica de um sistema? Dê sua expressão matemática e unidade?
7) Considere uma massa ma de água, à temperatura Ta , dentro de um calorímetro de
capacidade térmica C à mesma temperatura Ta. Uma massa mq de água à temperatura
Tq é adicionada ao calorímetro. Sendo Tf a temperatura de equilíbrio do sistema e ca o
calor específico da água, obtenha a seguinte expressão para a capacidade térmica do
calorímetro:
 m (T  Tq ) 
C  ca m f 1  q f
 m f (T f Ta )  (2)

onde Ta é a temperatura da água fria, Tf é a temperatura final ou de equilíbrio térmico e


Tq é a temperatura da água quente.

8) Usando o princípio de conservação de energia:

Qfornecido pelo corpo + Qrecebido pela água + Qrecebido pelo calorímetro = 0 (3)
escreva a expressão matemática para o calor específico do corpo aquecido colocado
no interior do calorímetro.

29
5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:

1 Determinação da capacidade térmica do calorímetro:


 Regule a tensão na fonte de alimentação elétrica para o máximo de tensão e corrente
possíveis, cerca de 25 V e 1,8 A.
 Coloque no calorímetro uma massa, medida previamente, de cerca de 60g de água
(ma), à temperatura ambiente Ta. Meça a temperatura da água dentro do calorímetro
após a estabilização.
 Coloque o resistor dentro do calorímetro e ligue a fonte. Ao mesmo tempo dispare
o cronômetro para marcar o tempo que a fonte fica ligada. Anote os valores da tensão
e da corrente.
 A cada 2 minutos desligue a fonte, pare o cronômetro, agite o sistema durante cerca
de 40 segundos ou até a temperatura interna estabilizar, e meça o seu valor. Em
seguida ligue novamente a fonte e o cronômetro.
 Repita a etapa anterior até que a temperatura interna seja de aproximadamente 70°C.
 Repita os itens anteriores mais 4 vezes, aumentando de 20 g a massa de água a cada
vez. A cada mudança de massa jogue fora a água quente e recomece com água à
temperatura ambiente, não esquecendo de esfriar o calorímetro também. Para
massas acima de 90 g aumente o tempo de aquecimento para dois minutos e meio.
 Calcule a capacidade térmica do calorímetro conforme as indicações abaixo e mostre
o resultado ao professor antes de passar para a fase seguinte.

m (g) a( ) b( ) Cs ( )

Tabela 2: Dados obtidos

2 Determinação do calor específico de um material:

30
 Coloque o cilindro metálico dentro de um Becker com água e meça a temperatura
do sistema após entrar em equilíbrio térmico e anote este valor
 Coloque cerca de 70 g de água no calorímetro, ligue a fonte e espere até que a
temperatura atinja um valor de 60 °C.
 Desligue a fonte e de modo rápido e sem retirar totalmente a resistência de dentro
do calorímetro coloque o cilindro de metal dentro do calorímetro e feche a tampa
rapidamente.
 Aguarde o equilíbrio entre o cilindro e a água do calorímetro e anote a temperatura
final.
 Repita este processo mais duas vezes.
 Anote os valores na Tabela 3

massaágua massacilindro Tinicial cilindro Tinicial calorímetro Tfinal calorímetro


( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Tabela 3

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS:


1) Para cada massa de água colocada no calorímetro:
a) Faça um gráfico da temperatura da água em função do tempo.
b) que tipo de curva descreve bem os pontos? Faça um ajuste e determine os parâmetros
da função.

2) Qual a interpretação física dos parâmetros fornecidos pelo ajuste do gráfico anterior? Note
que a energia dissipada pelo resistor sob a forma de calor é dada por Uit, onde U é a tensão, i
é a corrente e t é o intervalo de tempo que a fonte ficou ligada.
3) Calcule a capacidade térmica do conjunto (água + calorímetro) com base nos resultados
medidos para cada massa de água. Faça um gráfico da capacidade térmica do conjunto
em função da massa de água. Que tipo de curva descreve bem os pontos? Qual a
interpretação física de seus parâmetros?

4) Ajuste a função do gráfico acima e determine a capacidade térmica do calorímetro.

5) Usando o resultado da questão 8 do Questionário Para Estudo e os dados da Tabela 3, calcule


o calor específico do cilindro metálico. Compare com o valor tabelado.

6) Existe alguma vantagem ou desvantagem em usar um outro líquido no lugar da água,


seja para a medida da capacidade térmica do calorímetro ou do calor específico?

7) Sugira um método alternativo a este para a determinação do calor específico de sólidos.


Comente suas vantagens ou desvantagens em relação ao procedimento que você seguiu.

31
Expansão de Gás

1 OBJETIVOS: Estudar a relação entre a pressão e a temperatura de um gás mantido a


volume constante. Verificar o comportamento de um termômetro a gás e
fazer sua calibração.

2 MATERIAL: Manômetro (tubo em forma de U), reservatório de gás (balão), aquecedor,


reservatório de água para banho-maria, gelo, termômetro.

3 BIBLIOGRAFIA:
 “Fundamentos da Física”, D. Halliday, R. Resnick, 4a edição, (1995), Vol. 2.
 “Física“, F. Sears, M. W. Zemansky, H. D. Young, Vol. 2, (1983), Cap. 9.
 “Física”, P. Tipler, Vol. 2.

4 DISCUSSÃO TEÓRICA:

Certa quantidade de gás contida em um frasco é aquecida em banho-maria desde a temperatura


próxima de 0C . Através de um conduto, o gás se comunica com uma coluna do manômetro
em forma de U. Aquecendo a água, e consequentemente o gás, registra-se a temperatura e a
pressão. O gás utilizado será o ar e a montagem está mostrada na Figura 1.

Figura 1: esquema da montagem.

Quando um sólido ou líquido é submetido a um aumento de temperatura, observa-se uma


conseqüente expansão em seu volume. Esta propriedade física é descrita por um coeficiente de
expansão volumétrica , que mede a fração do volume expandido em função da variação da
temperatura, expresso pela equação:

V  V0 1
 .
V0 T
No caso de gás, a descrição desta expansão torna-se mais complexa, porque se
tem presente uma outra variável que é a pressão do gás. Neste caso definem-se dois coeficientes
de expansão: um deles considera o volume constante e o outro a pressão constante. Pode-se
escrever, portanto:

32
V  Vo 1
 ( pressão const. )
Vo T
e
P  Po 1
   volume const. .
Po T

onde V e P (Vo e Po) são os volumes e pressão final (e inicial),  é o coeficiente de expansão
a pressão constante e  é o coeficiente de expansão a volume constante.

No estudo dos gases foram descobertas algumas leis, enunciadas por Charles,
Gay-Lussac e outros cientistas, que são válidas dentro de certas aproximações e simplificam a
aparente complexidade.

Uma destas leis afirma que "dentro de uma larga faixa de temperatura o
coeficiente de expansão a volume constante é o mesmo para todos os gases". E como
conseqüência foi definida uma escala de temperatura chamada de "escala absoluta", tal que no
zero desta escala a pressão exercida pelas moléculas nas paredes do reservatório que as contém
é reduzida a zero. Isto é, todas as moléculas do gás cessam seus movimentos.

A lei de Charles pode ser escrita como:

V1 T1
 ( pressao const.)
V2 T2
ou
P1 T1
 ( volume const.) .
P2 T2

Nas equações acima a temperatura T é a temperatura absoluta, que é expressa em Kelvin.

5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:

 O arranjo experimental sugerido é aquele indicado na figura 1.


 Faça a leitura da pressão atmosférica no local do Laboratório, no início e final desta
experiência.
 Verifique se a válvula na tubulação está aberta de modo que a pressão inicial do gás seja a
própria pressão atmosférica.
 Coloque gelo e água no recipiente de modo a abaixar a temperatura do conjunto. Aguarde
alguns instantes até atingir o equilíbrio térmico entre água e gás.
 Não deve haver desnível entre as colunas de mercúrio no manômetro. Se isto ocorrer,
verifique se a válvula está aberta corretamente, para igualar as pressões.
 Feche a válvula, de modo que a ligação com o ar atmosférico seja interrompida. Assim, a
pressão do gás no interior do frasco será comunicada à coluna do manômetro.
 Ligue o aquecedor para elevar a temperatura da água e, conseqüentemente, do gás. Após
alguns instantes observe a coluna de mercúrio.

33
 Aqueça todo o conjunto em intervalos de tempo de modo a obter variações na temperatura
em aproximadamente 10C. A temperatura final deve estar próxima de 90C. Desligue o
aquecedor por instantes para que o gás e a água entrem em equilíbrio térmico. Para que esta
situação seja alcançada mais rapidamente, agite a água no recipiente. A condição de
equilíbrio térmico pode ser observada, por exemplo, através do deslocamento da coluna de
mercúrio; quando este deslocamento cessar, significa que a pressão do gás está praticamente
constante, o que significa que a temperatura é praticamente constante.
 Meça o desnível entre as colunas de mercúrio do manômetro.
 OBS.: Quando fizer a leitura da temperatura com o termômetro, evite segurá-lo perto do
bulbo de mercúrio, bem como retirar este bulbo do banho-maria.
 Organize os dados em forma de tabela.

Tabela 1: Medidas da temperatura (T) e da variação da coluna de mercúrio (h )

ni h ( ) T( ) P( )

1
2
3
4
5
6
7
8
9

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS:


1) Construa um gráfico da pressão (em unidades de mmHg) em função da temperatura
em C. Marque os pontos experimentais com as respectivas barras de erro, associadas à
incerteza de cada medida. Esta é uma oportunidade para representar num gráfico as
medidas na forma explícita, ou seja, com o valor principal e a incerteza.
2) Ajuste uma reta a estes pontos experimentais, obtendo sua equação. Qual é o significado
dos coeficientes angular e linear?
3) Extrapole a reta obtida para atingir a pressão nula. Experimentalmente, em qual
temperatura ocorre esta condição? Compare a temperatura obtida com o valor padrão do
zero absoluto. Qual o desvio relativo?
4) Com os dados obtidos, pode-se dizer que você tem um termômetro a gás? Como você
determinaria uma temperatura qualquer com este termômetro?
5) Poderia ser usado um outro gás ?
6) Pode-se dizer que neste experimento o volume é rigorosamente mantido constante?
Qual é a conseqüência desta aproximação no resultado de  .?
7) A presença de vapor de água no interior do balão junto com o gás tende a tornar o valor de
 maior ou menor? Explique.

34
8) Foi possível comprovar que a pressão do gás é diretamente proporcional à temperatura
medida na escala Kelvin?
9) O resultado desta experiência confirma alguma das leis que rege o comportamento dos gases?
Enuncie esta lei.

35
Hidrostática

1 OBJETIVO: Determinar experimentalmente a massa específica de líquidos e sólidos.

2 MATERIAL: Cilindros de latão, proveta graduada, paquímetro, becker, água, álcool,


pedra, suporte de balança de Jolly, mola, densímetro e balança.

3 BIBLIOGRAFIA:
 “Fundamentos da Física”, D. Halliday, R. Resnick, 4a edição, (1995), Vol. 2, Cap. 16.
 “Curso de Física Básica”, H. M. Nussenzveig, 2ª ed, (1981), vol.2, cap. 1.
 “Física“, F. Sears, M. W. Zemansky, H. D. Young, Vol. 2, (1983), Cap. 12.

4 QUESTIONÁRIO PARA ESTUDO:


1) O que é um fluído?
2) O que é densidade absoluta (massa específica) de um corpo?
3) O que é densidade relativa de um corpo?
4) Qual é o valor da densidade absoluta do álcool e da água no SI? E no CGS?
5) O que é empuxo?
6) Enuncie o Princípio de Arquimedes.
7) O que é um densímetro? Qual é o seu princípio de funcionamento?
8) Considere uma pedra presa por meio de um fio em um dinamômetro. Faça o diagrama
das forças que atuam sobre a pedra.
10) Considere a situação na qual uma pedra é pendurada na extremidade de uma mola (com
comprimento inicial xo), deformando-a até o comprimento x1 (ver fig. 2). Em seguida,
a pedra presa à mola é totalmente submersa em um líquido de densidade ℓ. A
deformação na mola agora é x2 (ver fig. 3).
Nesta situação, mostre que a densidade relativa da pedra R pode ser expressa por :
P x  xo
R   1 (1)
 x1  x2

Figuras 1 a 3: Esquema das três etapas realizadas para determinar a densidade relativa de um material.

36
5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:

A parte experimental desta aula será composta de quatro aitividades.

1) Determinação da massa específica (densidade absoluta) de cilindros de latão.


 Meça as dimensões dos cinco cilindros e calcule o seu volume.
 Determine as massas dos cilindros.

Tabela 1: dados dos cilindros de latão.


Cilindro nº h ( ) D ( ) m( ) V( ) ( )

2) Determinação da massa específica (densidade absoluta) de um líquido.


 Determine a massa da proveta vazia.
 Coloque uma certa quantidade de água na proveta e meça o seu volume.
 Meça a massa do conjunto (proveta +água). A partir disto é possível calcular a massa
do líquido.
 Repita este procedimento para mais quatro quantidades diferentes de água.

Tabela 2: dados obtidos para a água.


m( ) V( )

3) Determinação da densidade relativa de uma pedra de forma irregular.


 Coloque uma quantidade de água na proveta e, mergulhando o densímetro no
líquido, meça a sua densidade.
 Usando a balança de Jolly, determine inicialmente a posição xo da mola
sem deformação (Fig.1).
 Amarre a pedra com um fio e prenda-a na extremidade da mola, como ilustra a
Fig. 2. Determine a nova posição x1 desta.
 Aproxime lentamente um becker com água, de modo a mergulhar a pedra dentro
do líquido, cuidando para que a mesma não toque as bordas e o fundo do becker.
Faça a nova leitura x2 (Fig.3).
 Usando a mesma pedra, repita este procedimento até completar a tabela 3. As
medidas são repetidas diversas vezes para, com um número maior de dados, serem
obtidos resultados mais confiáveis. Por exemplo, cada membro da equipe pode
fazer um conjunto de medidas.

37
Tabela 3: dados dos deslocamentos da pedra em água.
xo ( ) x1 ( ) x2 ( ) x1 - xo ( ) x1 - x2 ( ) R ( )

4) Determinação da densidade do álcool.


 Jogue fora a água do Becker, tendo o cuidado de deixar o mínimo possível de gotas,
e coloque a mesma quantidade de álcool.
 Faça a medida da densidade do álcool com o densímetro.
 Usando o mesmo procedimento da etapa anterior e o mesmo sólido (pedra), colete
os dados referentes às medidas de xo , x1 e x2., completando a tabela 4.

Tabela 4: dados dos deslocamentos da pedra em álcool.


xo ( ) x1 ( ) x2 ( ) x1 - xo ( ) x1 - x2 ( ) R ( )

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS:

1) Determinação da massa específica (densidade absoluta) de cilindros de latão.


1) Usando os dados medidos, determine a densidade do latão, completando a tabela 1.
Qual o erro propagado no cálculo da densidade?
2) Compare este valor com o tabelado.
3) Quais os elementos que compõe a liga de latão?
4) Qual a sua sugestão para determinar a proporção dos constituintes da liga de latão?
5) Calcule a proporção de cada metal que compõe os cilindros de latão utilizados nesta
experiência.

2) Determinação da massa específica (densidade absoluta) de um líquido.


1) Faça o gráfico de V em função de m e obtenha o valor da densidade a partir do
gráfico.
2) Compare este valor com o valor medido com o densímetro.
3) Compare os valores determinados experimentalmente acima com o valor tabelado.
Faça uma avaliação do erro porcentual.

3) Determinação da densidade relativa de uma pedra de forma irregular.


1) Através da Equação (1), determine a densidade relativa da pedra. Anote estes
valores na tabela 3. Qual o erro propagado no cálculo da densidade relativa?
2) Qual é a fórmula da força peso que atua sobre a pedra ?
3) Qual é a fórmula do empuxo que atua sobre a pedra ?

38
4) Determinação da densidade absoluta do álcool
1) Determine a densidade do álcool usando o valor da densidade da pedra que você
calculou no item anterior. Complete a tabela 4.
2) Compare este resultado com o valor medido com o densímetro.
3) Compare os valores determinados experimentalmente acima com o valor tabelado.

Obs: Uma maneira alternativa para se determinar a densidade da pedra seria a partir de sua
massa e seu empuxo.

Procedimento: Pendura-se a pedra, com o auxílio de um suporte, deixando-a submersa na água


contida em um becker, que está sobre uma balança. Mede-se a massa do conjunto (mconj).
Retira-se a pedra, mede-se a massa do becker com água (mb+a) Subtrai-se este valor do
anteriormente medido (massa do conjunto), isto é, obtém-se assim, a massa do volume de
água deslocado (ml). Portanto o Empuxo é determinado.

mP
E  m .g   .g.V R 
m

39
Lei de Stokes - Viscosidade

1 OBJETIVO: Estudar o movimento de uma esfera no interior de um fluido viscoso.


Verificação da Lei de Stokes.

2 MATERIAL: Proveta ou tubo transparente com líquido (glicerina), cronômetro, régua,


paquímetro, balança, conjunto de esferas, ímã e papel toalha.

3 BIBLIOGRAFIA:
 “Física”, F. Sears, M. W. Zemansky e H. D. Young; Vol. 2, Cap. 13.
 “Fundamentos de Física”, D. Halliday and R. Resnick, Vol. 1 (1994).
 “Física”, P. Tipler, Vol. 1.

4 QUESTIONÁRIO PARA ESTUDO:


1) Enuncie o Princípio de Arquimedes.
2) Considere uma esfera de raio r e massa específica e totalmente imersa em um fluido de
massa específica ℓ. Qual o seu peso aparente (princípio de Arquimedes)?
3) Imagine que uma esfera seja solta próxima à superfície de um fluido viscoso. Quais são
as forças que atuam sobre esta esfera nas seguintes situações:
a. antes dela entrar em contacto com o fluido.
b. logo após estar totalmente submersa no fluido.
c. após ter atingido velocidade constante (velocidade terminal).
Para cada situação faça um diagrama de forças.

4) Sabe-se que a força de atrito viscosa que se opõe ao movimento da esfera (considerando
o regime lamelar ou laminar) é dada por:

F  6rv
onde  é o coeficiente de viscosidade do fluido, r é o raio da esfera e v a sua velocidade
(constante em relação ao fluido). Mostre que para uma esfera caindo através de um fluido
viscoso, a velocidade terminal é dada por:

2 g(  e   l ) 2
v r
9

5) Qual é a unidade do coeficiente de viscosidade?


6) O que é um densímetro?

5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:
 Determine o valor da temperatura ambiente.
 Determine a massa específica das esferas utilizadas .
 Determine a massa específica do fluído usando um densímetro.
 Solte a esfera sempre de uma mesma altura em relação à superfície do líquido, de
modo que sua velocidade ao entrar no fluido seja aproximadamente igual nos diversos
lançamentos.
 Faça duas marcas a alturas diferentes para a determinação do tempo de percurso. A
velocidade deve ser constante entre as marcas.
 Solte as esferas com diferentes diâmetros.

40
 Repita o item anterior pelo menos cinco vezes para ter uma boa amostragem.
 Organize os dados em forma de tabela.

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS:


1) Faça um gráfico da velocidade v em função de r2.
2) Determine o valor da viscosidade  a partir do gráfico.
3) Compare o valor da viscosidade que você determinou na questão anterior com o encontrado
em livros ou manuais*. Faça os devidos comentários.
4) Você esperaria resultados diferentes se os diâmetros das esferas fossem próximos do
tubo?

41
Ondas Estacionárias em Cordas

1 OBJETIVO: Observar e analisar o fenômeno de ondas estacionárias numa corda.


Verificar as relações entre freqüência e comprimento de onda, e entre freqüência
e tensão na corda.

2 MATERIAL: Gerador de áudio freqüências, alto-falante com suporte, barbantes, massas


de 10 a 100g, suporte de massas, roldana, osciloscópio e trena.

3 BIBLIOGRAFIA:
 “Fundamentos da Física”, D. Halliday, R. Resnick, 4a edição, (1995), Vol. 2, cap. 17.
 “Física”, P. Tipler, Vol. 2, 3a edição, (1995),Cap. 13.
 “Física “, F. Sears, M. W. Zemansky, H. D. Young, Vol. 2; Cap. 21 e 22.

4 QUESTIONÁRIO PARA ESTUDO:


1) O que é uma onda mecânica?
2) Qual a característica fundamental de uma onda longitudinal e de uma onda transversal?
3) Escreva a equação do deslocamento y(x,t) de um ponto de uma onda. Identifique as
grandezas envolvidas.
4) Defina o que é comprimento de onda, número de onda, freqüência e período.
5) Qual a relação entre o comprimento de onda, freqüência e velocidade de propagação da
onda?
6) O que são ondas estacionárias?
7) Faça um esboço de ondas estacionárias numa corda correspondentes ao 1º , 2º e 3º
harmônicos. Identifique os nós e ventres.
8) Como se pode determinar a densidade linear de massa  para uma corda?
9) Qual a relação matemática entre a velocidade de propagação de uma onda numa corda de
densidade linear  e a tensão F aplicada na corda?
10) Obtenha a relação:
f 1 F
 .
5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:
Nesta experiência uma corda tem uma das extremidades ligadas a um vibrador e a outra ligada
a uma massa suspensa, conforme a figura 1.

A oscilação é produzida por um gerador de áudio freqüências ligado ao vibrador (oscilador) A


leitura da freqüência de vibração deve ser feita no osciloscópio, para uma maior precisão da
medida.

 Use uma massa de 40g para tensionar o fio (incluindo a massa do suporte).
 Aumente gradativamente a freqüência do gerador de áudio, procurando ajustá-la de
modo suave, medindo as freqüências do 1º ao 5º harmônico.
 Repita os procedimentos anteriores para massas de 60g, 70g, 80g e 100 g. Organize os
dados em uma tabela.

42
Figura 1 - Esquema da montagem para produzir ondas estacionárias em uma corda, onde está
representado o terceiro harmônico.

m(g)
n /f(Hz)  (m) 1/ (m-1)
1
2
3
4
5
6

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS:


1) Faça os gráficos da freqüência f em função do inverso do comprimento de onda (1/)
para cada tensão. Para cada conjunto de pontos, se for possível, ajuste uma reta. Qual a
interpretação dos coeficientes angulares?
2) Determine a velocidade de propagação da onda na corda, para cada tensão.
3) Faça o gráfico da velocidade da onda em função da tensão e determine a densidade linear
de massa da corda.
4) Compare o valor da densidade linear obtida no item anterior com o valor obtido por um
outro método.
5) Discuta as discrepâncias.

43

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