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de Física 1
disciplina: MAF2201
ANO 2016
Caderno de Laboratório de Física 1
Elaborado pelos professores do Curso de Física da
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Goiânia – 2016
Sumário
Goiânia - 2016
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 1
Aula 1
Metodologia: Relatórios e Normas de Laboratório
1.1 Introdução
1.2 Cronograma
AULAS
01 Metodologia: Relatórios e Normas de Laboratório
02 Teoria de Erros I
03 Teoria de Erros II
04 Aplicação da Teoria de Erros
05 Instrumentos de Medidas I: Paquímetro
06 Instrumentos de Medidas II: Micrômetro
07 Construção de Gráficos I: Papel Milimetrado
08 Lei de Hooke
09 Construção de Gráficos II: Papel Logarítmico - Monolog
10 Construção de Gráficos III: Papel Logarítmico - Dilog
11 Corpos em Queda Livre
12 Lançamento Oblíquo de Projéteis
13 Leis de Newton: verificação experimental da 2ª lei
14 Equilíbrio I: Momento de uma Força
15 Equilíbrio II: Resultante de Forças Coplanares
16 Colisões Inelásticas: Pêndulo Balístico
1.3 Relatório
Uma etapa importante no trabalho científico é a divulgação dos resultados obtidos. O relatório
deve ser o mais objetivo possível e conter as informações essenciais sobre o que foi feito, como foi
feito e os resultados obtidos. São apresentados a seguir os itens essenciais de um relatório
correspondente a uma prática de laboratório.
f) RESULTADOS – A apresentação dos resultados obtidos deve ser feita de forma objetiva,
exata, clara e lógica. Podem ser incluídas tabelas, desenhos, gráficos, mapas,
esquemas, modelos, fotografias, etc. Se possível, faça uma comparação entre os
resultados experimentais e os resultados teóricos, e caso exista discrepância entre eles,
faça comentários.
Artigos:
Pires, M. G. S.; Rodrigues, P. H.; Sampaio, C. C. C.; Rodrigues, C. G. Measure of the
Sound Pressure Level in an Urban Center, Jornal Brasileiro de Fonoaudiologia, vol. 03,
pp. 263-266, 2002.
Livros:
Hallyday, D.; Resnick, R.; Walker, J. Fundamentos de Física, vol. 1, editora LTC, Rio de
Janeiro, 2003.
Sites: Coloque o nome do autor e o título do texto que foi retirado do site, o nome do site, e a
data em que o site foi acessado para a pesquisa.
experimento. No processo de avaliação será considerado para a nota, o número total de aulas
menos uma, ou seja, a nota mais baixa será desprezada. No entanto, não há abono de faltas.
Observação: antes de entregar as notas para o professor de teoria, o professor de laboratório
deverá apresentar e discutir essas notas com os alunos.
f) Nunca tocar com lápis ou caneta em escalas, instrumentos de medida, lentes etc.;
h) Procurar executar cada medição com a maior precisão possível, pois disso depende o
correto resultado do experimento;
i) Anotar todas as explicações dadas pelo professor, pois essas notas serão úteis na
resolução das questões;
j) Elaborar o relatório com clareza, e sempre que necessário, ilustrá-lo com gráficos e
esquemas;
m) No final de cada aula, antes da saída dos alunos, o professor verificará o funcionamento
dos equipamentos utilizados. Em caso de dano de algum material ou equipamento
decorrente de mau uso por parte do(s) aluno(s), o professor deverá comunicar ao
coordenador responsável pelo laboratório para que sejam tomadas as devidas
providências.
4 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
HELENE, O. O que é uma medida física? Revista Brasileira de Ensino de Física, vol. 13,
no. 12, Rio de Janeiro, 1991.
ALONSO, M. S.; FINN, E. S. Física, vol. 1, editora Edgard Blücher, São Paulo, 1998.
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de física básica, vol. 1, editora Edgard Blücher Ltda., São
Paulo, 1981.
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 5
Aula 2
TEORIA DE ERROS I
Algarismos Significativos, Arredondamentos e Incertezas
2.1 Objetivos
Familiarizar o aluno com os algarismos significativos, com as regras de arredondamento e as
incertezas inerentes às medidas.
mm
Figura 2.1 - Régua milimetrada usada para medir o comprimento de uma barra de madeira.
O resultado de uma medida deve conter somente o(s) algarismo(s) correto(s) e o primeiro
algarismo avaliado. Essa maneira de proceder é adotada convencionalmente por todas as pessoas
que realizam medidas (físicos, químicos, engenheiros etc.). Esses algarismos (os corretos mais o
primeiro avaliado) são denominados algarismos significativos.
Assim, quando uma pessoa informar que mediu a temperatura de um objeto e encontrou
27,840C, deve-se entender que a medida foi feita de tal modo que os algarismos 2, 7 e 8 são corretos
e o último algarismo, neste caso o 4, é duvidoso (ou avaliado).
6 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
e queremos apresentá-la somente com três algarismos significativos. Para os propósitos das práticas
de laboratório desenvolvidas neste curso, serão adotadas as seguintes regras:
A) ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
Para encontrar o resultado, efetue a soma sem abandonar nenhum algarismo e escreva o
resultado com um número de casas decimais igual ao da parcela que possui o menor número dessas
casas. Assim, para o exemplo acima, a soma resultaria em 403,8713. Reduzindo esse resultado ao
menor número de casas decimais das parcelas, o resultado final é
403,87
B) MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO
Considere a multiplicação dos números 3,67 por 2,3. Fazendo a multiplicação normalmente,
encontra-se:
3,672,3 = 8,441
Note que realizando o cálculo dessa forma aparecem no produto algarismos que são
incoerentes com a precisão das medidas. Para evitar isso, deve-se observar a seguinte regra:
“verifique qual fator possui o menor número de algarismos significativos e, no resultado da
multiplicação, mantenha apenas o número de algarismos igual ao deste fator”. Assim, como o fator
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 7
que possui o menor número de algarismos significativos é o 2,3, o resultado deve ser escrito da
seguinte maneira:
3,672,3 = 8,4
COMENTÁRIOS:
a) As regras discutidas acima para os algarismos significativos não devem ser consideradas
com extremo rigor, pois se destinam apenas a facilitar os cálculos e evitar o trabalho com
números sem qualquer significado para a medida. Na multiplicação anterior seria razoável,
sem extremo rigor, manter um algarismo a mais no resultado:
b) Ao se realizar uma mudança de unidades, deve-se tomar cuidado para não serem escritos
zeros que não sejam significativos. Suponha, por exemplo, que queiramos expressar, em
metros, uma medida de 8,4 km. Observe que esta medida possui dois algarismos
significativos, sendo duvidoso o algarismo 4. Escrevendo: 8,4 km = 8400 m, o número 4
estaria sendo considerado como um algarismo correto e o último zero acrescentado seria o
algarismo duvidoso, o que não estaria certo. Para não cometer esse engano de interpretação,
utiliza-se da notação de potência de 10 e escreve-se: 8,4103 metros. Assim, realizou-se a
mudança de unidades e o algarismo 4 continua sendo o algarismo duvidoso.
c) Para números encontrados em fórmulas e que não são resultados de medidas, não faz
sentido falar em número de algarismos significativos. Ou seja, na fórmula que fornece a área
A de um triângulo de base b e altura h: A = bxh/2. O número 2 não foi obtido através de
medida e, assim, não deverá ser levado em consideração para a contagem do número de
algarismos significativos do resultado.
d) Para alguns resultados deve ser utilizado a notação de potencia de 10. Veja o exemplo
abaixo:
54382,5 = 1,4104
2.6 Exercícios
30 40 50 60 70
mm
EXERCÍCIO 2 – Uma pessoa sabe que o resultado de uma medida deve ser expresso apenas com
algarismos significativos. Se esta pessoa lhe disser que a velocidade de um carro era de 153 km/h,
a) Quais são os algarismos que ela leu no velocímetro analógico
b) Qual foi o algarismo duvidoso avaliado pela pessoa
EXERCÍCIO 5 – Um estudante precisa realizar a seguinte soma, de tal forma que o resultado
contenha apenas algarismos significativos: 77,12 cm + 2,6 cm. Qual é o resultado da adição
Aula 3
TEORIA DE ERROS II
Tratamento Estatístico de Medidas
3.1 Objetivos
Familiarizar o aluno com o tratamento estatístico de medidas e com a propagação de erros.
Os “erros estatísticos”, por sua vez, são aqueles causados por flutuações (variações) nas
medidas das grandezas.
1
Observação – Uma das principais tarefas do experimentador é identificar e eliminar o maior número possível de erros sistemáticos.
10 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
N
1
x
N
x
i 1
i , (3.1)
A estatística indica que uma estimativa do desvio das medidas em relação ao valor médio é
dada pelo cálculo do desvio padrão (ou desvio padrão amostral) e , cuja expressão é a seguinte:
1 N
e ( xi x )2 .
N 1 i 1
(3.2)
É importante observar que uma grandeza medida é caracterizada pelo seu valor médio, e que
esse valor médio deve sempre ser escrito com o seu respectivo desvio padrão, que representa um
intervalo onde o valor verdadeiro pode se situar. Por exemplo, várias medidas da aceleração da
gravidade g resultarão em um valor médio g e seu respectivo desvio padrão . O verdadeiro valor
da aceleração da gravidade provavelmente estará contido no intervalo [ g , g ] ou,
resumidamente, g .
Note ainda que todo instrumento de medida possui uma incerteza, que chamaremos de m .
Por exemplo, numa régua milimetrada o menor valor de leitura é 1 milímetro (mm), e uma grandeza
cujo comprimento estiver compreendido entre uma e outra marca na escala dessa régua
necessariamente terá uma incerteza m associada a ela. Essa incerteza geralmente é tomada como
sendo a metade da menor escala do instrumento, ou seja, m 0,5 mm no exemplo da régua.
Assim, associada à média, há a incerteza inerente ao instrumento de medida ( m ) e a incerteza
estatística ( e ), dada pela Eq. (3.2). Em qualquer caso, a incerteza a considerar é sempre a maior
delas, ou seja:
a) Se o desvio padrão for maior que a incerteza instrumental, o valor x mais provável da medida
estará compreendido no intervalo x x e ;
b) Se o desvio padrão for menor que a incerteza instrumental, o valor x mais provável da
medida estará compreendido no intervalo x x m .
Exemplo
Num laboratório um estudante realiza quatro medidas do diâmetro de um furo circular obtendo os
seguintes resultados: x1 = 2,0 cm; x2 = 2,1 cm; x3 = 2,0 cm; x4 = 2,2 cm. a) Qual o valor médio do
diâmetro? b) Qual o desvio padrão das medidas? c) Qual o valor da medida com sua incerteza se a
incerteza do instrumento de medida é de 0,1 cm? d) Qual o valor da medida com sua incerteza se a
incerteza do instrumento de medida é de 0,05 cm?
Solução:
a) Como foram realizadas quatro medidas temos N = 4. Usando a Eq. (3.1)
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 11
N
1 1 8,3
x
N
x
i 1
i [2, 0 2,1 2, 0 2, 2]
4 4
2, 075 cm
1 N 1
e
4 1 i 1
( xi x ) 2
3
[(2, 0 2, 075) 2 (2,1 2, 075) 2 (2, 0 2, 075) 2 (2, 2 2, 075) 2 ]
1
e [(0, 075) 2 (0, 025) 2 (0, 075) 2 (0,125) 2 ]
3
1 1
e [0, 005625 0, 000625 0, 005625 0, 015625] 0, 0275 0, 009167 0, 0957
3 3
e 0, 0957 cm
Soma: a b (a a ) (b b ) (a b ) ( a b ) (3.3a)
Subtração: a b (a a ) (b b ) (a b ) ( a b ) (3.3b)
a a b b a
Divisão: a b (a a ) (b b ) (3.3c)
b b2
Multiplicação: a b (a a ) (b b ) a b (a b b a ) (3.3d)
12 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
xx
E (%) .100
x
onde x é o valor medido e x é o valor de referência.
3.6 Exercícios
EXERCÍCIO 1 – A distância focal em centímetros de uma lente convergente foi determinada a partir
das posições de um objeto luminoso e da imagem correspondente formada pela lente. A medição é
repetida 12 vezes obtendo-se os seguintes valores:
Pede-se:
a) O valor médio;
b) O desvio padrão;
c) O valor da medida com sua incerteza.
a) x 10 e x 8
b) x 100 e x 20
c) x 120 e x 150
d) x 40 e x 80
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 13
Aula 4
Aplicações da Teoria de Erros
4.1 Objetivos
Realizar uma série de experimentos aplicando a teoria de medidas, de erros e de algarismos
significativos.
4.2 Introdução
A física está fundamentada em medidas. Dentre as várias grandezas físicas estão as
fundamentais: comprimento, tempo, massa e temperatura, as quais serão medidas e tratadas
estatisticamente nesta aula.
a) Com a balança que se encontra sobre a bancada, meça a massa de cada uma das quatro caixas
(incluindo o seu conteúdo) de gelatina. Anote os valores obtidos na linha “massa total” da Tabela 4.1;
b) Calcule o valor médio ( M ) e o desvio padrão ( ) e anote na Tabela 4.1;
c) Com quantos algarismos significativos podemos representar essa medida?
d) Qual o valor da “incerteza na medida” referente ao equipamento de medida utilizado?
e) Escreva o resultado final na forma M M , onde é o “desvio padrão” ou a “incerteza na
medida” (deve-se usar aquele que possuir o maior valor);
Tabela 4.1
Massa total (g) M1 = M2 = M3 = M4 =
Massa total média, M (g)
Desvio padrão, (g)
M M (g)
f) Repita o procedimento anterior “apenas” para o conteúdo da caixa de gelatina (anote as medidas
na linha “massa do conteúdo” da Tabela 4.2);
14 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
g) Calcule a diferença percentual entre o valor médio do conteúdo e o valor escrito na embalagem do
produto. Os valores medidos estão de acordo com as especificações do fabricante?
Tabela 4.2
Massa do conteúdo (g) M1 = M2 = M3 = M4 =
Massa média do conteúdo, M (g)
Desvio padrão, (g)
M M
a) Com os instrumentos de medida que estão sobre a bancada, meça o comprimento do barbante
sobre a mesa. Anote os valores na Tabela 4.3;
b) Com quantos algarismos significativos podemos representar essa medida?
c) Calcule o valor médio L e o desvio padrão das medidas;
d) Qual o valor da “incerteza na medida” referente ao equipamento de medida utilizado?
e) Escreva o resultado final na forma L L , onde é o “desvio padrão” ou a “incerteza na
medida” (deve-se usar aquele que possuir o maior valor);
Tabela 4.3
Comprimento L (cm) Instrumento 1 Instrumento 2 Instrumento 3
L1 = L2 = L3 =
Valor médio, L (cm)
Desvio padrão, (cm)
L L (cm)
a) Com o cronômetro digital, faça dez medidas do período de oscilação do pêndulo (tempo
necessário para a massa ir e voltar ao mesmo ponto de saída). Anote as medidas na Tabela 4.4;
b) Com quantos algarismos significativos podemos representar essa medida?
c) Calcule o valor médio T e o desvio padrão e anote na Tabela 4.4;
d) Qual o valor da “incerteza na medida” referente ao equipamento de medida utilizado?
e) Escreva o resultado final na forma T T , onde é o “desvio padrão” ou a “incerteza na
medida” (deve-se usar aquele que possuir o maior valor).
Tabela 4.4
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10
Período (s)
Período médio, T (s)
Desvio padrão, (s)
T T (s)
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 15
a) Com os termômetros, faça medidas de temperatura ambiente em três pontos diferentes da sala.
Anote os resultados na Tabela 4.5;
b) Com quantos algarismos significativos podemos representar essa medida?
c) Calcule o valor médio e o desvio padrão. Anote os valores na Tabela 4.5;
d) Qual o valor da “incerteza na medida” referente ao equipamento de medida utilizado?
e) Escreva o resultado final na forma , onde é o “desvio padrão” ou a “incerteza na
medida” (deve-se usar aquele que possuir o maior valor).
Tabela 4.5
Temperatura (ºC) 1 2 3
Temperatura média, (ºC)
Desvio padrão, (ºC)
(ºC)
16 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 17
Aula 5
Instrumentos de Medidas I: Paquímetro
5.1 Objetivos
Realizar experimentos fazendo uso do paquímetro, aplicando os conhecimentos adquiridos no
estudo da teoria de erros e medidas.
5.2 Introdução
O paquímetro é um instrumento usado para medir com precisão as dimensões de pequenos
objetos. Trata-se de uma régua graduada, com encosto fixo, sobre a qual desliza um cursor. O
paquímetro possui dois bicos de medição, sendo um ligado à escala e o outro ao cursor. Com um
paquímetro podemos medir diversos objetos, tais como: parafusos, porcas, tubos, entre outros. Para
realizar tal medição basta aproximar o objeto do bico superior e deslizar o cursor até que a peça
fique justa. O Paquímetro é usado principalmente para medir dimensões lineares internas, externas e
de profundidade de uma peça com precisão de décimos ou centésimos de milímetro, ou, ainda, em
frações de polegadas. A Figura 5.1 mostra as maneiras corretas e erradas de usar um paquímetro
para realizar medições.
É o paquímetro mais
utilizado. Serve para
realizar medições
Paquímetro universal
internas, externas, de
profundidade e de
ressaltos.
Possui um relógio
acoplado ao cursor que
Paquímetro universal com relógio
facilita a leitura,
agilizando a medição.
O paquímetro possui em seu corpo duas escalas principais fixas. Na parte superior apresenta
uma escala graduada em polegadas e na parte inferior uma escala graduada em milímetros.
Acoplado ao corpo do paquímetro tem-se o nônio ou vernier (esta nomenclatura é em homenagem
ao português Pedro Nunes e ao Francês Pierre Vernier, considerados seus inventores.). O nônio
possui uma divisão a mais que a unidade usada na escala fixa. No sistema métrico, existem
paquímetros em que o nônio possui dez divisões equivalentes a 9 mm. Há, portanto, uma diferença
de 0,1 mm entre o primeiro traço da escala fixa e o primeiro traço da escala móvel, que é a menor
divisão da escala. Essa diferença é de 0,2 mm entre o segundo traço de cada escala; de 0,3 mm
entre o terceiro e assim por diante. A seguir mostramos dois exemplos de medidas usando o
paquímetro.
a) Meça o diâmetro do fio em quatro pontos diferentes e anote os resultados na Tabela 5.2;
b) Calcule a área de seção reta do fio para cada diâmetro medido anote na Tabela 5.2;
c) Calcule o diâmetro médio e a área de seção reta média do fio bem como o desvio padrão dessas
grandezas e anote na Tabela 5.2;
d) Escreva na tabela o valor do diâmetro e da área nas formas d d e A A . Caso o
desvio padrão calculado seja menor que a incerteza do aparelho de medida, dê a resposta usando a
incerteza do aparelho utilizado na medida.
Tabela 5.2
Diâmetro, d (mm) d1 d2 d3 d4
Área, A (mm2) A1 A2 A3 A4
Diâmetro, d d (mm)
Área, A A (mm2)
a) Meça o diâmetro interno do cano em quatro pontos diferentes e anote-os na Tabela 5.3;
b) Calcule o diâmetro médio e o desvio padrão e anote na Tabela 5.3.
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 21
c) Escreva o valor do diâmetro na forma: d d . Caso o desvio padrão calculado seja menor do
que a incerteza do aparelho de medida, dê a resposta usando a incerteza do aparelho utilizado na
medida.
Tabela 5.3
Diâmetro, d (mm) d1 d2 d3 d4
Diâmetro, d d (mm)
Nos parafusos e porcas sobre a mesa, meça as dimensões indicadas nas figuras abaixo e
anote os valores medidos no espaço abaixo.
d b
a
e
c
a= b= c= d= e=
Aula 6
Instrumentos de Medidas II: Micrômetro
6.1 Objetivos
Realizar medidas experimentais fazendo uso do micrômetro, aplicando os conhecimentos
adquiridos no estudo da teoria de erros e medidas.
6.2 Introdução
O micrômetro (Fig. 6.1) é um instrumento cuja precisão atinge a casa do milionésimo do metro,
vindo daí o nome micrômetro (micro, = 10-6) que corresponde a 10-6 metros ou 10-3 milímetros. Na
França, este instrumento recebe o nome de “Palmer”, em homenagem ao seu inventor Jean Louis
Palmer, que requereu sua patente em 1848. É utilizado, por exemplo, em medidas de espessura de
lâminas, diâmetros de fios, etc. O micrômetro é ainda mais delicado do que o paquímetro e deve ser
manuseado com muito cuidado (nunca force um micrômetro). A representação estrutural de um
micrômetro deve conter:
8
3 4
5 2
9
7 10
6
1
Figura 6.1 A estrutura do micrômetro.
que as faces encostem de leve no objeto. Para não danificar as faces com um aperto excessivo do
parafuso, deve-se apertá-lo, exclusivamente, por meio da catraca afixada no fim do tambor. A
catraca contém um dispositivo de segurança que não permite que se apliquem pressões excessivas
às esperas (batente e fuso). Cada volta completa do parafuso corresponde em geral a uma avanço
de 0,5 mm (“passo” do parafuso). No tambor há uma escala circular que geralmente tem 50 divisões.
Cada divisão corresponde então a um avanço de 0,5/50 = 0,01 mm (resolução), como mostra a
Figura 6.2.
Figura 6.2
Para se fazer uma leitura no micrômetro, observa-se primeiro a que valor da escala horizontal
corresponde a borda circular do tambor (leitura na escala fixa, ver exemplos a seguir). Essa borda é
o índice de leitura para a escala horizontal. Depois soma-se a este valor o valor lido na escala
circular (leitura na escala móvel), ou seja, o valor que coincide com a reta da escala horizontal. Veja
os exemplos a seguir.
As medidas podem ser feitas com micrômetros com resolução de 0,01mm ou com resolução
de 0,001mm:
a) 1º passo: leitura dos milímetros inteiros na escala de milímetros (também conhecida pelo nome de
bainha).
b) 2º passo: leitura dos meios milímetros (também na escala da bainha).
c) 3º passo: leitura dos centésimos de milímetro na escala do tambor.
d) 4º passo: a leitura final será a soma dessas três leituras parciais.
Exemplos:
a)
b)
Exemplos:
a)
b)
a) Meça a espessura da placa na parte em que não há tinta LST e na parte em que há tinta LCT .
Após realizar as medidas indicadas anote-as na Tabela 6.1;
c) Use a incerteza do micrômetro (metade da menor escala) para expressar o resultado final.
Anote o valor na Tabela 6.1.
Tabela 6.1
Tabela 6.2
Diâmetro do fio (mm) Diâmetro do Grafite (mm)
D d
a) Com o micrômetro meça o diâmetro D de uma esfera em quatro pontos diferentes. Anote os
valores na Tabela 6.3;
c) A partir do diâmetro médio, calcule a área média da superfície da esfera através da relação:
A D . Anote na Tabela 6.3 o valor encontrado;
2
3
d) A partir do diâmetro médio, calcule o volume médio da esfera pela relação: V D 6 . Anote
na Tabela 6.3 o valor encontrado.
Tabela 6.3
D1 (mm) D2 (mm) D3 (mm) D4 (mm) D (mm) A (mm2) V (mm3)
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 27
a) Meça a espessura L de uma das páginas de um livro (pode ser sua própria apostila de
laboratório). Repita esse procedimento para outras quatro páginas do livro, escolhidas ao acaso e
anote os valores na Tabela 6.4;
c) Meça a espessura total G do livro, excetuando a capa. Anote o resultado na Tabela 6.4;
d) Estime a quantidade N e de folhas do livro dividindo a espessura G do livro pela espessura média
L de uma página, ou seja N e G L . Anote o resultado na Tabela 6.4;
e) Conte manualmente o número de páginas N que o livro possui. Anote o valor na Tabela 6.4;
N Ne
E (%) .100
N
Tabela 6.4
L1 L2 L3 L4 L5
L
G
Ne
N
E (%)
28 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 29
Aula 7
Gráficos I: Papel Milimetrado
7.1 Objetivos
Construção de tabelas e gráficos, escalas especiais para construção de gráficos e ajuste de
curvas à dados experimentais.
d) Marque nos eixos as escalas, escolhendo divisões que resultem em fácil leitura de valores
intermediários; por exemplo, divida de 2 em 2 e não de 7,7 em 7,7. Se possível, cada um dos
eixos deve começar em zero;
e) Colocar título e comentários. É conveniente que uma pessoa observando o gráfico, possa
entender do que se trata este gráfico, sem recorrer ao texto;
Para construir uma escala linear em um certo segmento de reta (chamado de eixo), deve-se
conhecer, inicialmente o tamanho deste segmento (L). Deve-se conhecer a diferença entre os
valores máximo e mínimo da grandeza medida. Essa diferença será representada por “D”. Dividindo-
se “L” por “D”, obtém-se uma certa constante denominada de “módulo da escala” (Mod). Por
exemplo, considere a tabela a seguir para ser marcada em uma escala linear de 18 cm de
comprimento.
Força (N) 4 9 20 26 32
Note que para obter o ponto correspondente à força, basta multiplicar o Mod pelo valor da
força. É tecnicamente errado, ao se montar o eixo da escala, representar nela as medidas da tabela.
O que se costuma fazer é representar no eixo da escala pontos igualmente espaçados, marcando e
destacando cada um deles. Indica-se, abaixo de cada ponto, o valor respectivo da grandeza, sem, no
entanto, sobrecarregar a escala com excesso de números. Em suma, deve-se sempre observar o
aspecto da escala, procurando construí-la de modo a se ter uma boa visualização de seus valores.
Em alguns casos a escolha de uma escala inadequada na construção de um gráfico, pode
indicar, visualmente, uma informação confusa sobre o experimento. Veja o exercício 1.
Consideremos duas grandezas que podem ser relacionadas, teoricamente, por uma função
do 1o grau, cuja representação gráfica é uma reta. Quando determinamos experimentalmente os
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 31
dados (os quais estão sujeitos a erros de medidas) e representamos as coordenadas cartesianas
(x,y) no gráfico, verificamos que geralmente, os pontos não estão perfeitamente alinhados, então, o
nosso problema passa a ser o de determinar a equação, isto é, os coeficientes angular e linear da
melhor reta que se ajusta ao conjunto de dados experimentais.
Uma das maneiras de encontrar esta reta pode ser “a olho”. Neste método o observador
deverá ajustar uma reta aos pontos a partir da observação visual destes pontos. Este procedimento
tem a desvantagem de observadores distintos obterem retas com coeficientes angulares e lineares
diferentes, já que a escolha é subjetiva devida a interpretação de cada um.
Para evitar o critério individual na determinação da reta, torna-se necessário encontrar
matematicamente a “melhor reta ajustada”. Isto pode ser feito com o “Método dos Mínimos
Quadrados”, no qual podemos encontrar os coeficientes a e b de uma reta (y = ax + b) que se ajusta
a N pontos experimentais. Os coeficientes desta reta são:
N xi yi xi yi
a (7.1)
N xi2 xi
2
b
y x x y x .
i
2
i i i i
(7.2)
N x x 2 2
i i
7.6 Aplicações
Exercício 1
Considere um carro inicialmente em repouso, partindo da posição inicial S0 = 500m, com uma
aceleração constante de 2 m/s2 (MRUV). Neste caso, sua equação horária será:
1
S S0 at 2 S 500 t 2
2
Com esta última equação obtêm-se o valor da posição S para cada valor do tempo t. A Tabela 7.2
indica estes valores variando o tempo t de um em um segundo.
Tabela 7.2
tempo t (s) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
posição S (cm) 500 501 504 509 516 525 536 549 564 581 600
Com os dados da Tabela 7.2 foi construído o gráfico Sxt, em duas escalas diferentes, como
mostra a Figura 7.1.
32 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
(a) (b)
S(m) S(m)
1000 600
800 580
560
600
540
400
520
200
500
0
0 2 4 6 8 10 t(s) 0 2 4 6 8 10 t(s)
Em qual dos dois gráficos (os dois estão corretos) se observa melhor o resultado esperado?
Justifique sua resposta.
Exercício 2
Considere que a população de uma região varie linearmente conforme a função P (t ) 200t , onde t é
dado em anos. Construa, num mesmo papel milimetrado, dois gráficos P t em escalas diferentes,
de maneira que em um deles a população aparentemente aumente rapidamente e no outro ela
aumente lentamente.
Tabela 7.3
tempo t (ano) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
população P
Exercício 3
a) Represente no gráfico YxX os pontos da Tabela 7.4.
Tabela 7.4
X (m) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Y (m) 10 14 17 18 19 20 25 26 27 31
b) Ajuste uma reta “a olho” aos pontos do gráfico e determine os coeficientes a e b desta. Compare
com os valores encontrados com os de outros alunos.
c) Aplicando o método dos mínimos quadrados (veja as equações (7.1) e (7.2)), determine a equação
da reta (y = ax + b) que melhor se ajusta aos pontos do gráfico. Represente esta reta no gráfico e
compare com a reta ajustada “a olho”.
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 33
34 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 35
36 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 37
Aula 8
Lei de Hooke
8.1 Objetivos
Obter o valor da constante elástica de mola fazendo uso do método gráfico em papel
milimetrado e comparar esse valor com o obtido pelo método estático.
Se uma mola de comprimento L0 for distendida de L , veja Figura 8.1, a mola exercerá
sobre o agente que a deforma uma força cujo valor, em boa aproximação, será
F k L (8.1)
sendo k uma constante denominada “constante elástica da mola” (a unidade no SI é o N/m). A Eq.
(8.1) é a lei da força para molas, também conhecida por “lei de Hooke” [Robert Hooke (1635 –
1703)]. O sentido dessa força é sempre oposto ao deslocamento da extremidade, a partir da origem.
Quando a mola é distendida, L 0 e F é negativa; quando a mola é comprimida, L 0 e F é
positiva. Note que a força exercida pela mola está sempre orientada para a origem, sendo por isso
uma força restauradora. As molas reais obedecerão à equação acima se não forem distendidas além
do limite elástico (a lei de Hooke é válida até o limite elástico para a maioria dos materiais comuns).
Além do limite elástico, a força não pode ser especificada por uma função energia potencial, pois a
força depende então de muitos fatores, inclusive da rapidez da deformação e da história prévia do
material (se já havia ou não deformação no material, ou seja, “efeitos de memória”). Um instrumento
que utiliza a lei de Hooke para medir forças é o dinamômetro (veja Fig.8.1).
Dinamômetro Dinamômetro
sem Massas com Massas
Aferidas Aferidas
Massas Aferidas
b) Adotar a base do suporte para massas como referencial para as medidas de deformações;
c) Escolher 10 (dez) massas diferentes (com valores gradativamente maiores). Anote os valores na
Tabela 8.1.
e) Calcule a força exercida pela mola em cada massa. Na posição de equilíbrio o módulo da força
F exercida pela mola é igual ao peso do corpo ( F mg ). Anote os valores na Tabela 8.1;
f) Utilizando a Equação (8.1) calcule as constantes elásticas para cada massa. Anote os valores na
Tabela 8.1;
Tabela 8.1
Massa (kg): m Deformação (m): L Força (N): F mg Constante elástica (N/m): k
k
k k
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 39
b) Provavelmente os pontos não estão alinhados, então, ajuste uma reta a estes pontos usando o
método dos mínimos quadrados;
d) Encontre a diferença percentual entre o resultado do item c) com a constante elástica média k ,
obtida na Tabela 8.1, através da expressão:
k k
E (%) 100
k
b) Utilize o dinamômetro para determinar a força F exercida pela gravidade sobre cada uma das
massas. Anote os valores obtidos na Tabela 8.2;
c) Para cada massa calcule a aceleração da gravidade. Use que F mg . Anote os valores na
Tabela 8.2.
Tabela 8.2
Massa (kg) Força (N) Aceleração da gravidade (m/s2)
g
g g
40 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 41
42 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 43
Aula 9
Gráficos II: Papel Monolog
9.1 Objetivos
Linearizar funções usando o gráfico no papel monolog.
9.2 Introdução
Nos gráficos cartesianos, a linha que une os diferentes pontos assinalados é uma curva que
pode, em alguns casos, ser representada por uma função conhecida. Logicamente, o gráfico mais
fácil de ser traçado e analisado (interpretado) é uma reta, portanto, é comum efetuar o processo de
transformações de variáveis, de modo a se obter uma reta.
Dessa forma, transformamos uma função do tipo exponencial em uma reta do tipo:
Y A Bx , (9.3)
sendo Y log( y ) , A log( y0 ) e B k log(e) . Note que y0 e k são, agora, facilmente obtidos
fazendo uso do gráfico dessa reta, onde B é a inclinação da reta. Comparando as equações (9.2) e
(9.3) temos:
B
k . (9.4)
log(e)
O coeficiente angular da reta da equação (9.3) é B que será determinado pela expressão:
Y Y2 Y1 log( y2 ) log( y1 )
B . (9.5)
x x2 x1 x2 x1
9.5 Exercício
Tabela 9.1
t (s) 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
V (V)
c) Construa o gráfico V t num papel mono-log (com V na escala logarítmica e t na escala linear) e
determine o coeficiente angular desta reta para obter o valor de . Compare o valor de obtido no
gráfico com o valor dado 47 s.
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 45
46 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 47
48 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 49
Aula 10
Gráficos III: Papel Dilog
10.1 Objetivos
Linearizar funções do tipo exponencial usando escalas logarítmicas através do papel dilog.
10.2 Introdução
Nos gráficos cartesianos, a linha que une os diferentes pontos assinalados é uma curva que
pode, em alguns casos, ser representada por uma função conhecida. Logicamente, o gráfico mais
fácil de ser traçado e analisado (interpretado) é uma reta, portanto, é comum executar uma
transformação de variáveis, de modo a se obter uma reta.
origem, a constante seria determinada através do coeficiente angular desta reta. No entanto, isto
não é possível, pois, não conhecendo o valor de k , não se pode obter os valores de x k . Para
resolver esse problema, aplica-se o operador logaritmo em ambos os lados da equação (10.1):
Y Y Y log( y2 ) log( y1 )
k 2 1 . (10.4)
X X 2 X 1 log( x2 ) log( x1 )
O valor de A é obtido por extrapolação da reta tomando X 0 (observe que isto implica em
tomar x 1 na equação (10.1)).
Observamos que no papel log-log o coeficiente angular da reta pode ser encontrado
diretamente do gráfico, medindo Y e X com uma régua e dividindo Y por X .
10.5 Exercícios
Tabela 10.1
t (s) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
h (m)
b) Linearize a equação h 5t 2 ;
c) Construa o gráfico hxt num papel log-log e determine o coeficiente angular desta reta. Verifique se
o valor encontrado é aproximadamente igual a 2, que é justamente o expoente da variável t da
equação (10.5).
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 51
52 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 53
54 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 55
Aula 11
Queda Livre
11.1 Objetivos
Determinar a aceleração da gravidade local e deduzir a lei de queda livre fazendo uso do
papel log-log na construção de gráficos.
11.2 Introdução
O exemplo mais comum de movimento com aceleração (aproximadamente) constante é o de
um corpo caindo na superfície terrestre. Desprezando a resistência do ar, verifica-se que todos os
corpos caem com a mesma aceleração, em um mesmo ponto da superfície terrestre, não importando
seu tamanho, seu peso ou sua constituição; se a altura de queda não for muito grande, a aceleração
permanecerá constante durante todo o movimento. Este movimento ideal, no qual são desprezadas a
resistência do ar e algumas pequenas variações da aceleração com a altitude (o valor de g depende
da latitude e da altitude terrestre) é chamado de queda livre. A aceleração de um corpo em queda
livre é chamada aceleração da gravidade e é representada pelo símbolo g (a seta indica a natureza
vetorial da grandeza). Próximo à superfície da Terra, seu valor é de aproximadamente 9,8 m/s2, sua
direção é normal à superfície terrestre e seu sentido é dirigido para o centro da terra.
Escolhendo um referencial rigidamente ligado à Terra (veja a Fig. 11.1), a direção do eixo Oy
será vertical e seu sentido positivo para cima. Então a aceleração da gravidade, g será um vetor
apontando verticalmente para baixo (para o centro da Terra), no sentido negativo de Oy (essa
escolha é arbitrária: em outros problemas poderá ser mais conveniente escolher o sentido para baixo
como positivo). A equação horária de um objeto em queda livre é a mesma de um corpo em
movimento uniformemente acelerado, ou seja:
ay
y y0 v0 y t t2 , (11.1)
2
em que y0 é a posição inicial, v 0 y é a
y
velocidade inicial na direção y, e
t0 0, v 0 y 0, y0 h, a y g
a y g é a aceleração da gravidade,
dirigida para baixo em relação ao eixo
vertical orientado para cima como
mostrado na Fig. 11.1. h
t tq , y 0 m
0
x
a) Mostre, a partir da Eq. (11.2), que a aceleração da gravidade local pode ser determinada pela
2h
relação g :
t2
b) Fixe a altura em aproximadamente 1,80 metros e, com o cronômetro digital, meça o tempo (em
segundos) de queda. Repita esse procedimento 10 vezes, anotando os resultados na Tabela 11.1;
Tabela 11.1
t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8 t9 t10
t
g
a) Com a altura fixa em 1,80 metros, use desta vez o sensor eletrônico de tempo para medir o tempo
de queda. Repita esse procedimento 10 vezes e anote os valores do tempo de queda (em segundos)
na Tabela 11.2:
c) Calcule g usando g 2h ( tq ) 2 . Anote o valor encontrado na Tabela 11.2. Ele difere do valor
obtido anteriormente? Por quê?
Tabela 11.2
t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8 t9 t10
t
g
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 57
a) Com a trena, meça a altura h a partir da qual a esfera de aço é solta. Observe o tempo de queda
decorrido. Repita o procedimento para cinco alturas diferentes e anote os resultados na Tabela 11.3.
Tabela 11.3
h (m) Tempo de queda (s)
2,0
1,8
1,6
1,4
1,2
1,0
k
c) Suponha que a lei da queda livre é do tipo h t k , em que e k são constantes. Linearize a
equação.
Gráfico Log-Log de h t
1,8
1,6
h (m)
1,4
1,2
1
0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
tq (s)
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 59
Aula 12
Lançamento Oblíquo de um Projétil
12.1 Objetivos
Estudar o movimento de um projétil em duas dimensões para medir sua velocidade inicial e
relacionar o ângulo de inclinação com o alcance atingido.
12.2 Introdução
Um exemplo de movimento curvilíneo com aceleração é o movimento de um projétil, isto é, o
movimento bidimensional de uma partícula lançada obliquamente no ar (Figura 12.1). O movimento
ideal (desprezando a resistência do ar) de uma bola de futebol ou de uma bola de golfe são
exemplos de movimentos de projéteis. A componente horizontal da aceleração é nula, esse tipo de
movimento se realiza com aceleração constante g , dirigida para baixo. Caso seja escolhido um
sistema de coordenadas Oy dirigido para cima, pode-se escrever ax 0 e a y g , e o movimento
será descrito pelas equações:
x x0 v0 x t (12.1a)
1
y y0 v 0 y t a y t 2 (12.1b)
2
em que x0 e y0 são as coordenadas da posição inicial, v 0 x e v 0 y são as componentes da velocidade
inicial, e a y g é a aceleração da gravidade, dirigida para baixo em relação ao eixo vertical
orientado para cima como na Figura 12.1.
V0 x
t tq , y 0
x 0
Figura 12.1: Representação esquemática do movimento de um corpo lançado horizontalmente a partir de uma
altura h. D é o alcance máximo do projétil, tq é o tempo de queda, t0 0, v 0 y 0, x0 0, y0 h, v 0 x 0 .
60 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
c) Coloque um papel carbono em cima de um papel branco (uma folha A4) para marcar o ponto onde
a bola atinge o plano da mesa. Faça um teste antes lançando o projétil para saber a posição correta
em que se deve colocar o papel. Para que o papel não se desloque ao ser atingido pelo projétil, fixe
o papel com um fita crepe;
d) Dispare o lançador e meça com uma trena ou régua o alcance D . Repita o procedimento para dez
disparos e anote o resultado na Tabela 12.1;
f) Calcule o valor médio e o desvio padrão do alcance D para cada um dos três ângulos;
h) Verifique, observando o desvio padrão, que os alcances para os ângulos de 30º e 60º são iguais
(duas médias são iguais se estiverem dentro do intervalo do desvio padrão) e que o maior alcance é
para o ângulo de 45º.
Tabela 12.1
Alcance (cm) – 30º Alcance (cm) – 45º Alcance (cm) – 60º
b) Meça a altura h do lançador de projétil ( h é a altura da boca do canhão até o plano da mesa);
c) Coloque um papel carbono em cima de um papel branco (uma folha A4) para marcar o ponto onde
a bola atinge o plano da mesa. Faça um teste antes, lançando o projétil para saber a posição correta
em que se deve colocar o papel. Para que o papel não se desloque ao ser atingido pelo projétil fixe o
papel com um fita crepe;
d) Obtenha, a partir da equação (12.1a) e (12.1b) a seguinte relação para a velocidade inicial v 0 x de
lançamento do projétil:
g
v0 x D , (12.2)
2h
sendo g o módulo da aceleração da gravidade local;
e) Com a trena, meça o alcance D do projétil para 10 lançamentos. Anote os resultados na Tabela
12.2;
f) Para cada valor de D calcule a velocidade horizontal v 0 x do projétil (use a eq. (12.2)). Anote os
valores na Tabela 12.2;
Tabela 12.2
Alcance (m) Velocidade (m/s)
v0 x
v0 x v0 x
62 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 63
Aula 13
Verificação Experimental da 2ª Lei de Newton
13.1 Objetivos
Verificar experimentalmente a segunda Lei de Newton no plano horizontal e no plano
inclinado.
13.2 Introdução
Durante séculos, o problema do movimento e de suas causas foi um tema central da
“Filosofia Natural”, como era chamada a Física. No entanto, foi somente na época de Galileu Galilei e
Isaac Newton (século XVII d.C) que se realizou um progresso extraordinário no conhecimento do
assunto. Newton desenvolveu plenamente as idéias de Galileu e de outros cientistas, e formulou em
1866 as três leis do movimento em sua obra Principia Mathematica Philosophia Naturalis,
usualmente chamada de Principia. Estas leis se resumem em:
A primeira Lei de Newton é uma afirmação sobre referenciais, pois em geral a aceleração de
um corpo dependerá do sistema de referência pelo qual ela é medida. A Lei nos diz que se não
houver objetos próximos é possível encontrar uma família de referenciais em que a partícula não
possui aceleração (por exemplo, as estrelas distantes). O fato de os corpos permanecerem em
repouso ou em movimento retilíneo uniforme, em relação a um dado referencial, na ausência de
forças aplicadas, é frequentemente descrito atribuindo à matéria uma propriedade chamada “inércia”.
A primeira Lei de Newton é frequentemente chamada Lei de Inércia e os referenciais aos quais ela
se aplica, são, por isso, chamados referenciais inerciais. Tais referenciais ou são fixos em relação às
estrelas distantes, ou se movem com velocidade constante em relação a elas. Nota-se que, na
primeira Lei, não existe diferença entre um corpo em repouso e outro que se move com velocidade
constante em relação a outro: ambas as situações são “naturais” na ausência de forças. A segunda
lei de Newton pode ser escrita de forma matemática da seguinte forma:
dp d dv dm
(mv ) m v ,
dt dt dt dt
e se não haver variação de massa ( dm dt 0 ) teremos:
dp dv
m ma
dt dt
ou seja:
64 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
F ma , (13.1)
que é a equação fundamental da mecânica clássica. Nessa equação, F é a soma vetorial de todas
as forças que atuam sobre o corpo, m é a massa do corpo e a é a aceleração resultante. A
equação 13.1 é a segunda Lei de Newton (para quando não houver variações da massa m )
formulada em linguagem matemática.
A terceira Lei de Newton afirma que as forças que atuam em um corpo originam-se em outros
corpos que constituem sua vizinhança. Uma força é, apenas, um aspecto de uma interação mútua
entre dois corpos. Em outras palavras, verifica-se experimentalmente que se um corpo A exerce uma
força sobre o corpo B, este exercerá sobre A uma força igual, mas de sentido oposto; a ação e a
reação têm a direção da reta que passa pelos dois corpos. Nota-se que as forças de ação e de
reação, que sempre ocorrem em pares, atuam sobre corpos diferentes. Se agissem no mesmo
corpo, nunca se teria movimento acelerado, pois a força resultante sobre qualquer corpo seria
sempre nula.
y
m1
m2
y y0
d) Obtenha, a partir da segunda Lei de Newton, a expressão para a aceleração teórica aT da massa
m1 e m2 na forma:
m2 m1 (sen)
aT g (13.2)
m1 m2
e) Calcule a aceleração teórica usando a equação (13.2). Anote o resultado na Tabela 13.1;
Tabela 13.1
massa do carrinho (kg) massa 2 (kg) aceleração teórica (m/s2)
m1 m2 aT
f) Solte o carrinho de uma posição fixa sobre o trilho e meça a distância percorrida y e o intervalo
de tempo t gasto pelo carrinho para percorrer essa distância. Calcule a aceleração, chamada de
aceleração experimental aexp , usando a equação do movimento uniformemente acelerado:
2y
aexp . (13.3)
t 2
g) Repita esse procedimento dez vezes. Anote os resultados na Tabela 13.2;
h) Calcule o valor da aceleração experimental média: aexp . Anote o resultado na Tabela 13.2.
i) Determine a diferença percentual E (%) entre a aceleração teórica aT obtida na Tabela 13.1 com a
| aT aexp |
aceleração experimental média aexp . Use que: E (%) 100 .
aT
Tabela 13.2
aexp
E (%)
66 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
c) Meça a massa m1 e a massa m2 . A massa m2 deve ser ajustada para que o carrinho deslize
vagarozamente. Anote os valores das massas na Tabela 13.3;
d) Faça 0 na equação (13.2) e obtenha que a expressão para a aceleração teórica aT da massa
m1 e m2 assume a forma:
m2
aT g (13.4)
m1 m2
e) Calcule a aceleração teórica aT usando a equação (13.4). Anote o resultado na Tabela 13.3;
Tabela 13.3
massa do carrinho (kg) massa 2 (kg) aceleração teórica (m/s2)
m1 m2 aT
f) Solte o carrinho de uma posição fixa sobre o trilho e meça a distância percorrida y e o intervalo
de tempo t gasto pelo carrinho para percorrer essa distância. Calcule a aceleração, chamada de
aceleração experimental aexp , usando a equação (13.3).
h) Calcule o valor da aceleração experimental média: aexp . Anote o resultado na Tabela 13.4.
i) Determine a diferença percentual E (%) entre a aceleração teórica aT obtida na Tabela 13.3 com a
| aT aexp |
aceleração experimental média aexp . Use que: E (%) 100 .
aT
Tabela 13.4
aexp
E (%)
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 67
Aula 14
Equilíbrio I: Momento de um Força
14.1 Objetivos
Verificar as condições de equilíbrio de um corpo sobre o qual atuam diversas forças.
14.2 Introdução
A análise do equilíbrio estático é muito importante na prática de engenharia. O engenheiro, ao
projetar qualquer estrutura, deve isolar e identificar todas as forças e torques externos que podem
atuar sobre ela e, por meio de um bom projeto e de uma escolha inteligente de materiais, garantir
que a estrutura permanecerá estável sob a ação dessas forças e torques. Tal análise é necessária
para garantir, por exemplo, que pontes não entrarão em colapso sob suas cargas de tráfego e de
vento, ou, para citar um outro exemplo, que o trem de aterrissagem de aeronaves resistirão ao
choque de aterrissagens bruscas.
Os movimentos de translação e rotação de um corpo são governados pela segunda lei de
Newton, expressa em termos do momento linear P e do momento angular L :
N N
Fres Fi
dP
e res i
dL
, (14.1)
i 1 dt i 1 dt
em que Fres é a força resultante e res é o torque resultante. Se o corpo estiver em equilíbrio de
rotação ( L for constante) e translação ( P for constante), podemos enunciar duas exigências para o
equilíbrio:
Equilíbrio de Translação: A soma vetorial de todas as forças externas que agem sobre o
corpo deve ser nula:
N
Fres Fi 0
i 1
Equilíbrio de Rotação: A soma vetorial de todos os torques externos que agem sobre o
corpo, medidos em relação a qualquer ponto possível, deve ser nula
res i ri Fi 0
N N
i 1 i 1
14.4.1 Equilíbrio
b) Com o travessão colocado no suporte (preso pelo orifício central), coloque duas massas iguais em
cada extremidade do travessão e observe o equilíbrio;
c) Altere a posição e o valor das massas, procurando novas posições de equilíbrio em que a barra
fique na horizontal. Repita o procedimento 5 (cinco) vezes e anote os resultados na Tabela 14.1;
Tabela 14.1
Tabela 14.2
c) Utilize a balança para medir a massa do objeto desconhecido e calcule a diferença percentual
entre o valor apresentado na balança mbalança e o valor obtido para mdesc na Tabela 14.2. Use a
expressão:
mbalança mdesc
E (%) 100 .
mdesc
70 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 71
Aula 15
Equilíbrio II: Forças Coplanares
15.1 Objetivos
Verificar experimentalmente o equilíbrio de forças usando um dispositivo conhecido como
mesa de forças.
15.2 Introdução
As grandezas físicas são divididas em escalares e vetoriais. As grandezas que ficam bem
caracterizadas apenas por um número e uma unidade, tendo consequentemente apenas um valor
numérico, são denominadas escalares. Massa, tempo, energia e temperatura são exemplos de
grandezas escalares. Já as grandezas vetoriais, como força, velocidade e aceleração, para serem
completamente caracterizadas, exigem a especificação de um módulo, uma direção e um sentido
que se combinam segundo certas regras de adição, subtração e multiplicação vetorial.
Sejam dois vetores F1 e F2 de comprimentos F1 e F2 fazedo entre si um ângulo .
Calculando as componentes dos vetores em relação a dois eixos perpendiculares é possível mostrar
que o comprimento da soma dos dois vetores Fres é dado por:
a) Mesa de força;
b) Três polias;
c) Três suportes para massas ligados por fios em um anel de plástico;
d) Conjunto de massas.
b) Coloque a polia 1 na posição angular de 0º (zero grau) e a polia 2 na posição angular de 30º. A
polia três será utilizada como polia móvel e será a polia da força de equilíbrio;
c) Escolha duas massas fixas: de 50 g para a polia um e de 100 g para a polia dois;
d) Procure a posição angular de equilíbrio da polia 3: posição em que o anel não toca a coluna
central;
e) Coloque massas na polia 3 até que o anel fique bem centralizado. Anote o valor da massa
suspensa na polia 3: m3 ;
f) Varie a posição angular da polia 2 em intervalos de 15º até 165º repetindo o procedimento dos
itens d) e e) para cada variação. Anote os resultados na Tabela 15.1.
Tabela 15.1
posição angular da polia 1 posição angular da polia 2 posição angular da polia 3 m3 (kg)
0º 30º
0º 45º
0º 60º
0º 75º
0º 90º
0º 105º
0º 120º
0º 135º
0º 150º
0º 165º
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 73
a) Calcule o módulo da força de equilíbrio F3 para cada valor de massa da Tabela 15.1 utilizando a
relação F3 P3 m3 g (use g 9, 78 m/s2). Anote os resultados na Tabela 15.2;
b) Calcule o módulo da força de equilíbrio Fres utilizando a lei dos cossenos (equação 15.1) para
cada posição angular da Tabela 15.1. Note que: F1 P1 m1 g e F2 P2 m2 g . Anote os resultados
na Tabela 15.2;
c) Calcule a diferença percentual entre F3 e Fres para cada um dos pares da Tabela 15.2 usando a
relação:
Fres F3
E (%) 100
Fres
d) Os valores de F3 e Fres deveriam ser iguais. Explique os motivos da discordância (caso exista)
entre esses dois valores.
Tabela 15.2
30º 45º 60º 75º 90º 105º 120º 135º 150º 165º
F3 (N)
Fres (N)
E(%)
74 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016 75
Aula 16
Colisão Inelástica: Pêndulo Balístico
16.1 Objetivos
Verificar a conservação do momento linear em uma colisão inelástica.
16.2 Introdução
As colisões costumam ser classificadas conforme a conservação, ou não, da energia cinética
na colisão. Se a energia cinética é conservada, dizemos que a “colisão é elástica”; caso contrário,
dizemos que a “colisão é inelástica”. Um equipamento utilizado para estudar as colisões inelásticas é
chamado de pêndulo balístico. Esse equipamento consiste de um lançador de projétil, uma haste
metálica com suporte e um transferidor para medida do deslocamento angular do pêndulo, como está
representado na Fig. 16.1.
mv 0
mv0 (m M )v1 v1 , (16.1)
(m M )
onde v 0 é a velocidade da esfera imediatamente antes da colisão e v1 é a velocidade do conjunto
imediatamente após a colisão.
Para determinarmos a velocidade v 0 procedemos como feito na Aula 12 (Lançamento de um
Projétil). Lançamos horizontalmente a esfera, medimos o alcance D e encontramos v 0 utilizando a
Equação (12.2):
g
v0 D
, (16.2)
2H
sendo g a aceleração da gravidade ( 9,8 m/s2) e H é a altura do lançamento (altura da boca do
disparador até o plano da mesa).
Após a colisão, o pêndulo sobe até uma altura hmax (veja Figura 16.2). Desprezando a
resistência do ar, a energia mecânica do sistema se conserva, ou seja, a energia cinética do sistema
se transforma em energia potencial gravitacional:
1 v2
(m M )v12 (m M ) ghmax hmax 1 . (16.3)
2 2g
A altura hmax pode ser expressa em função do comprimento L do pêndulo e do deslocamento
angular :
L cos L
hmax
b) Meça a altura H do orifício do lançador até o plano da mesa. Anote o valor na Tabela 16.1;
c) Faça um teste de alcance (travando o lançador na segunda posição) para saber a posição em que
o projétil irá atingir o plano da mesa. Coloque um papel carbono sobre uma folha em branco, presos
por uma fita crepe à mesa, à frente do lançador.
d) Use o bastão do lançador para armar a mola do lançador no nível 2 e, em seguida, coloque o
projétil no lançador.
e) Dispare o projétil e meça o alcance D (em metros) do projétil com uma régua ou trena. Anote os
valores na Tabela 16.1;
Tabela 16.1
H=
D1 = D2 = D3 = D4 = D5 = D6 = D7 = D8 = D9 = D10 =
D=
v0 =
c) Utilizando a equação (16.3), determine o valor (em metros) de hmax . Anote o resultado na Tabela
16.2.
Tabela 16.2
m M
v1
hmax
78 Caderno de Laboratório de Física 1 – ANO 2016
|
| hmax hmax
E (%) 100
hmax
é o valor obtido na Tabela 16.2. Anote o valor de
onde hmax é o valor obtido na Tabela 16.3 e hmax
E (%) na Tabela 16.3;
Tabela 16.3
L
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
hmax E (%)