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CEC1018
Fenômenos Físicos Aplicados à
Engenharia
Sumário
Aula 1
Metodologia: Relatórios e Normas de Laboratório
1.1 Introdução
1.2 Cronograma
AULAS
01 Metodologia: Relatórios e Normas de Laboratório
02 Teoria de Erros I
03 Teoria de Erros II
04 Aplicação da Teoria de Erros
05 Instrumentos de Medidas I: Paquímetro
06 Instrumentos de Medidas II: Micrômetro
07 Construção de Gráficos I: Papel Milimetrado
08 Lei de Hooke
09 Construção de Gráficos II: Papel Logarítmico - Monolog
10 Construção de Gráficos III: Papel Logarítmico - Dilog
11 Corpos em Queda Livre
12 Lançamento Oblíquo de Projéteis
13 Leis de Newton: verificação experimental da 2ª lei de Newton
14 Equilíbrio I: Momento de uma Força
15 Equilíbrio II: Resultante de Forças Coplanares
16 Colisão Inelástica: Pêndulo Balístico
17 Movimento Harmônico Simples
18 Pêndulo Físico
18 Lei de Resfriamento de Newton
20 Pêndulo Simples
1.3 Relatório
Uma etapa importante no trabalho científico é a divulgação dos resultados obtidos. O relatório
deve ser o mais objetivo possível e conter as informações essenciais sobre o que foi feito, como foi
feito e os resultados obtidos. São apresentados a seguir os itens essenciais de um relatório
correspondente a uma prática de laboratório.
2 Caderno de Laboratório – CEC1018
f) RESULTADOS – A apresentação dos resultados obtidos deve ser feita de forma objetiva,
exata, clara e lógica. Podem ser incluídas tabelas, desenhos, gráficos, mapas,
esquemas, modelos, fotografias, etc. Se possível, faça uma comparação entre os
resultados experimentais e os resultados teóricos, e caso exista discrepância entre eles,
faça comentários.
Artigos:
Pires, M. G. S.; Rodrigues, P. H.; Sampaio, C. C. C.; Rodrigues, C. G. Measure of the
Sound Pressure Level in an Urban Center, Jornal Brasileiro de Fonoaudiologia, vol. 03,
pp. 263-266, 2002.
Livros:
Hallyday, D.; Resnick, R.; Walker, J. Fundamentos de Física, vol. 1, editora LTC, Rio de
Janeiro, 2003.
Sites: Coloque o nome do autor e o título do texto que foi retirado do site, o nome do site, e a
data em que o site foi acessado para a pesquisa.
f) Nunca tocar com lápis ou caneta em escalas, instrumentos de medida, lentes etc.;
h) Procurar executar cada medição com a maior precisão possível, pois disso depende o
correto resultado do experimento;
i) Anotar todas as explicações dadas pelo professor, pois essas notas serão úteis na
resolução das questões;
j) Elaborar o relatório com clareza, e sempre que necessário, ilustrá-lo com gráficos e
esquemas;
m) No final de cada aula, antes da saída dos alunos, o professor verificará o funcionamento
dos equipamentos utilizados. Em caso de dano de algum material ou equipamento
decorrente de mau uso por parte do(s) aluno(s), o professor deverá comunicar ao
coordenador responsável pelo laboratório para que sejam tomadas as devidas
providências.
HELENE, O. O que é uma medida física? Revista Brasileira de Ensino de Física, vol. 13,
no. 12, Rio de Janeiro, 1991.
ALONSO, M. S.; FINN, E. S. Física, vol. 1, editora Edgard Blücher, São Paulo, 1998.
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de física básica, vol. 1, editora Edgard Blücher Ltda., São
Paulo, 1981.
Caderno de Laboratório – CEC1018 5
Experimento 2
TEORIA DE ERROS I
Algarismos Significativos, Arredondamentos e Incertezas
2.1 Objetivos
Familiarizar o aluno com os algarismos significativos, com as regras de arredondamento e as
incertezas inerentes às medidas.
mm
Figura 2.1 - Régua milimetrada usada para medir o comprimento de uma barra de madeira.
O resultado de uma medida deve conter somente o(s) algarismo(s) correto(s) e o primeiro
algarismo avaliado. Essa maneira de proceder é adotada convencionalmente por todas as pessoas
que realizam medidas (físicos, químicos, engenheiros etc.). Esses algarismos (os corretos mais o
primeiro avaliado) são denominados algarismos significativos.
Assim, quando uma pessoa informar que mediu a temperatura de um objeto e encontrou
27,840C, deve-se entender que a medida foi feita de tal modo que os algarismos 2, 7 e 8 são corretos
e o último algarismo, neste caso o 4, é duvidoso (ou avaliado).
6 Caderno de Laboratório – CEC1018
e queremos apresentá-la somente com três algarismos significativos. Para os propósitos das práticas
de laboratório desenvolvidas neste curso, serão adotadas as seguintes regras:
A) ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
Para encontrar o resultado, efetue a soma sem abandonar nenhum algarismo e escreva o
resultado com um número de casas decimais igual ao da parcela que possui o menor número dessas
casas. Assim, para o exemplo acima, a soma resultaria em 403,8713. Reduzindo esse resultado ao
menor número de casas decimais das parcelas, o resultado final é
403,87
B) MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO
Considere a multiplicação dos números 3,67 por 2,3. Fazendo a multiplicação normalmente,
encontra-se:
3,672,3 = 8,441
Note que realizando o cálculo dessa forma aparecem no produto algarismos que são
incoerentes com a precisão das medidas. Para evitar isso, deve-se observar a seguinte regra:
“verifique qual fator possui o menor número de algarismos significativos e, no resultado da
multiplicação, mantenha apenas o número de algarismos igual ao deste fator”. Assim, como o fator
Caderno de Laboratório – CEC1018 7
que possui o menor número de algarismos significativos é o 2,3, o resultado deve ser escrito da
seguinte maneira:
3,672,3 = 8,4
COMENTÁRIOS:
a) As regras discutidas acima para os algarismos significativos não devem ser consideradas
com extremo rigor, pois se destinam apenas a facilitar os cálculos e evitar o trabalho com
números sem qualquer significado para a medida. Na multiplicação anterior seria razoável,
sem extremo rigor, manter um algarismo a mais no resultado:
b) Ao se realizar uma mudança de unidades, deve-se tomar cuidado para não serem escritos
zeros que não sejam significativos. Suponha, por exemplo, que queiramos expressar, em
metros, uma medida de 8,4 km. Observe que esta medida possui dois algarismos
significativos, sendo duvidoso o algarismo 4. Escrevendo: 8,4 km = 8400 m, o número 4
estaria sendo considerado como um algarismo correto e o último zero acrescentado seria o
algarismo duvidoso, o que não estaria certo. Para não cometer esse engano de interpretação,
utiliza-se da notação de potência de 10 e escreve-se: 8,4103 metros. Assim, realizou-se a
mudança de unidades e o algarismo 4 continua sendo o algarismo duvidoso.
c) Para números encontrados em fórmulas e que não são resultados de medidas, não faz
sentido falar em número de algarismos significativos. Ou seja, na fórmula que fornece a área
A de um triângulo de base b e altura h: A = bxh/2. O número 2 não foi obtido através de
medida e, assim, não deverá ser levado em consideração para a contagem do número de
algarismos significativos do resultado.
d) Para alguns resultados deve ser utilizado a notação de potencia de 10. Veja o exemplo
abaixo:
54382,5 = 1,4104
2.6 Exercícios
30 40 50 60 70
mm
EXERCÍCIO 2 – Uma pessoa sabe que o resultado de uma medida deve ser expresso apenas com
algarismos significativos. Se esta pessoa lhe disser que a velocidade de um carro era de 153 km/h,
a) Quais são os algarismos que ela leu no velocímetro analógico
b) Qual foi o algarismo duvidoso avaliado pela pessoa
EXERCÍCIO 5 – Um estudante precisa realizar a seguinte soma, de tal forma que o resultado
contenha apenas algarismos significativos: 77,12 cm + 2,6 cm. Qual é o resultado da adição
Experimento 3
TEORIA DE ERROS II
Tratamento Estatístico de Medidas
3.1 Objetivos
Familiarizar o aluno com o tratamento estatístico de medidas e com a propagação de erros.
Os “erros estatísticos”, por sua vez, são aqueles causados por flutuações (variações) nas
medidas das grandezas.
1
Observação – Uma das principais tarefas do experimentador é identificar e eliminar o maior número possível de erros sistemáticos.
10 Caderno de Laboratório – CEC1018
N
1
x
N
x
i 1
i , (3.1)
A estatística indica que uma estimativa do desvio das medidas em relação ao valor médio é
dada pelo cálculo do desvio padrão (ou desvio padrão amostral) e , cuja expressão é a seguinte:
1 N
e ( xi x )2 .
N 1 i 1
(3.2)
É importante observar que uma grandeza medida é caracterizada pelo seu valor médio, e que
esse valor médio deve sempre ser escrito com o seu respectivo desvio padrão, que representa um
intervalo onde o valor verdadeiro pode se situar. Por exemplo, várias medidas da aceleração da
gravidade g resultarão em um valor médio g e seu respectivo desvio padrão . O verdadeiro valor
da aceleração da gravidade provavelmente estará contido no intervalo [ g , g ] ou,
resumidamente, g .
Note ainda que todo instrumento de medida possui uma incerteza, que chamaremos de m .
Por exemplo, numa régua milimetrada o menor valor de leitura é 1 milímetro (mm), e uma grandeza
cujo comprimento estiver compreendido entre uma e outra marca na escala dessa régua
necessariamente terá uma incerteza m associada a ela. Essa incerteza geralmente é tomada como
sendo a metade da menor escala do instrumento, ou seja, m 0,5 mm no exemplo da régua.
Assim, associada à média, há a incerteza inerente ao instrumento de medida ( m ) e a incerteza
estatística ( e ), dada pela Eq. (3.2). Em qualquer caso, a incerteza a considerar é sempre a maior
delas, ou seja:
a) Se o desvio padrão for maior que a incerteza instrumental, o valor x mais provável da medida
estará compreendido no intervalo x x e ;
b) Se o desvio padrão for menor que a incerteza instrumental, o valor x mais provável da
medida estará compreendido no intervalo x x m .
Exemplo
Num laboratório um estudante realiza quatro medidas do diâmetro de um furo circular obtendo os
seguintes resultados: x1 = 2,0 cm; x2 = 2,1 cm; x3 = 2,0 cm; x4 = 2,2 cm. a) Qual o valor médio do
diâmetro? b) Qual o desvio padrão das medidas? c) Qual o valor da medida com sua incerteza se a
incerteza do instrumento de medida é de 0,1 cm? d) Qual o valor da medida com sua incerteza se a
incerteza do instrumento de medida é de 0,05 cm?
Solução:
a) Como foram realizadas quatro medidas temos N = 4. Usando a Eq. (3.1)
Caderno de Laboratório – CEC1018 11
1 N 1 8,3
x
N i 1
xi [2, 0 2,1 2, 0 2, 2]
4 4
2, 075 cm
1 N 1
e
4 1 i 1
( xi x )2
3
[(2, 0 2, 075) 2 (2,1 2, 075) 2 (2, 0 2, 075) 2 (2, 2 2, 075)2 ]
1
e [(0, 075)2 (0, 025) 2 (0, 075) 2 (0,125) 2 ]
3
1 1
e [0, 005625 0, 000625 0, 005625 0, 015625] 0, 0275 ; 0, 009167 ; 0, 0957
3 3
e ; 0,0957 cm
Soma: a b (a a ) (b b ) (a b ) ( a b ) (3.3a)
Subtração: a b (a a ) (b b ) (a b ) ( a b ) (3.3b)
a a b b a
Divisão: a b (a a ) (b b ) (3.3c)
b b2
Multiplicação: a b (a a ) (b b ) a b (a b b a ) (3.3d)
12 Caderno de Laboratório – CEC1018
xx
E (%) .100
x
onde x é o valor medido e x é o valor de referência.
3.6 Exercícios
EXERCÍCIO 1 – A distância focal em centímetros de uma lente convergente foi determinada a partir
das posições de um objeto luminoso e da imagem correspondente formada pela lente. A medição é
repetida 12 vezes obtendo-se os seguintes valores:
Pede-se:
a) O valor médio;
b) O desvio padrão;
c) O valor da medida com sua incerteza.
a) x 10 e x 8
b) x 100 e x 20
c) x 120 e x 150
d) x 40 e x 80
Caderno de Laboratório – CEC1018 13
Experimento 4
Aplicações da Teoria de Erros
4.1 Objetivos
Realizar uma série de experimentos aplicando a teoria de medidas, de erros e de algarismos
significativos.
4.2 Introdução
A física está fundamentada em medidas. Dentre as várias grandezas físicas estão as
fundamentais: comprimento, tempo, massa e temperatura, as quais serão medidas e tratadas
estatisticamente nesta aula.
a) Com a balança que se encontra sobre a bancada, meça a massa de cada uma das quatro caixas
(incluindo o seu conteúdo) de gelatina. Anote os valores obtidos na linha “massa total” da Tabela 4.1;
b) Calcule o valor médio ( M ) e o desvio padrão ( ) e anote na Tabela 4.1;
c) Com quantos algarismos significativos podemos representar essa medida?
d) Qual o valor da “incerteza na medida” referente ao equipamento de medida utilizado?
e) Escreva o resultado final na forma M M , onde é o “desvio padrão” ou a “incerteza na
medida” (deve-se usar aquele que possuir o maior valor);
Tabela 4.1
Massa total (g) M1 = M2 = M3 = M4 =
Massa total média, M (g)
Desvio padrão, (g)
M M (g)
f) Repita o procedimento anterior “apenas” para o conteúdo da caixa de gelatina (anote as medidas
na linha “massa do conteúdo” da Tabela 4.2);
14 Caderno de Laboratório – CEC1018
g) Calcule a diferença percentual entre o valor médio do conteúdo e o valor escrito na embalagem do
produto. Os valores medidos estão de acordo com as especificações do fabricante?
Tabela 4.2
Massa do conteúdo (g) M1 = M2 = M3 = M4 =
Massa média do conteúdo, M (g)
Desvio padrão, (g)
M M
a) Com os instrumentos de medida que estão sobre a bancada, meça o comprimento do barbante
sobre a mesa. Anote os valores na Tabela 4.3;
b) Com quantos algarismos significativos podemos representar essa medida?
c) Calcule o valor médio L e o desvio padrão das medidas;
d) Qual o valor da “incerteza na medida” referente ao equipamento de medida utilizado?
e) Escreva o resultado final na forma L L , onde é o “desvio padrão” ou a “incerteza na
medida” (deve-se usar aquele que possuir o maior valor);
Tabela 4.3
Comprimento L (cm) Instrumento 1 Instrumento 2 Instrumento 3
L1 = L2 = L3 =
Valor médio, L (cm)
Desvio padrão, (cm)
L L (cm)
a) Com o cronômetro digital, faça dez medidas do período de oscilação do pêndulo (tempo
necessário para a massa ir e voltar ao mesmo ponto de saída). Anote as medidas na Tabela 4.4;
b) Com quantos algarismos significativos podemos representar essa medida?
c) Calcule o valor médio T e o desvio padrão e anote na Tabela 4.4;
d) Qual o valor da “incerteza na medida” referente ao equipamento de medida utilizado?
e) Escreva o resultado final na forma T T , onde é o “desvio padrão” ou a “incerteza na
medida” (deve-se usar aquele que possuir o maior valor).
Tabela 4.4
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10
Período (s)
Período médio, T (s)
Desvio padrão, (s)
T T (s)
Caderno de Laboratório – CEC1018 15
a) Com os termômetros, faça medidas de temperatura ambiente em três pontos diferentes da sala.
Anote os resultados na Tabela 4.5;
b) Com quantos algarismos significativos podemos representar essa medida?
c) Calcule o valor médio e o desvio padrão. Anote os valores na Tabela 4.5;
d) Qual o valor da “incerteza na medida” referente ao equipamento de medida utilizado?
e) Escreva o resultado final na forma , onde é o “desvio padrão” ou a “incerteza na
medida” (deve-se usar aquele que possuir o maior valor).
Tabela 4.5
Temperatura (ºC) 1 2 3
Temperatura média, (ºC)
Desvio padrão, (ºC)
(ºC)
16 Caderno de Laboratório – CEC1018
Caderno de Laboratório – CEC1018 17
Experimento 5
Instrumentos de Medidas I: Paquímetro
5.1 Objetivos
Realizar experimentos fazendo uso do paquímetro, aplicando os conhecimentos adquiridos no
estudo da teoria de erros e medidas.
5.2 Introdução
O paquímetro é um instrumento usado para medir com precisão as dimensões de pequenos
objetos. Trata-se de uma régua graduada, com encosto fixo, sobre a qual desliza um cursor. O
paquímetro possui dois bicos de medição, sendo um ligado à escala e o outro ao cursor. Com um
paquímetro podemos medir diversos objetos, tais como: parafusos, porcas, tubos, entre outros. Para
realizar tal medição basta aproximar o objeto do bico superior e deslizar o cursor até que a peça
fique justa. O Paquímetro é usado principalmente para medir dimensões lineares internas, externas e
de profundidade de uma peça com precisão de décimos ou centésimos de milímetro, ou, ainda, em
frações de polegadas. A Figura 5.1 mostra as maneiras corretas e erradas de usar um paquímetro
para realizar medições.
É o paquímetro mais
utilizado. Serve para
realizar medições
Paquímetro universal
internas, externas, de
profundidade e de
ressaltos.
Possui um relógio
acoplado ao cursor que
Paquímetro universal com relógio
facilita a leitura,
agilizando a medição.
O paquímetro possui em seu corpo duas escalas principais fixas. Na parte superior apresenta
uma escala graduada em polegadas e na parte inferior uma escala graduada em milímetros.
Acoplado ao corpo do paquímetro tem-se o nônio ou vernier (esta nomenclatura é em homenagem
ao português Pedro Nunes e ao Francês Pierre Vernier, considerados seus inventores.). O nônio
possui uma divisão a mais que a unidade usada na escala fixa. No sistema métrico, existem
paquímetros em que o nônio possui dez divisões equivalentes a 9 mm. Há, portanto, uma diferença
de 0,1 mm entre o primeiro traço da escala fixa e o primeiro traço da escala móvel, que é a menor
divisão da escala. Essa diferença é de 0,2 mm entre o segundo traço de cada escala; de 0,3 mm
entre o terceiro e assim por diante. A seguir mostramos dois exemplos de medidas usando o
paquímetro.
a) Meça o diâmetro do fio em quatro pontos diferentes e anote os resultados na Tabela 5.2;
b) Calcule a área de seção reta do fio para cada diâmetro medido e anote na Tabela 5.2;
c) Calcule o diâmetro médio e a área de seção reta média do fio bem como o desvio padrão dessas
grandezas e anote na Tabela 5.2;
d) Escreva na tabela o valor do diâmetro e da área nas formas d d e A A . Caso o
desvio padrão calculado seja menor que a incerteza do aparelho de medida, dê a resposta usando a
incerteza do aparelho utilizado na medida.
Tabela 5.2
Diâmetro, d (mm) d1 d2 d3 d4
Área, A (mm2) A1 A2 A3 A4
Diâmetro, d d (mm)
Área, A A (mm2)
a) Meça o diâmetro interno do cano em quatro pontos diferentes e anote-os na Tabela 5.3;
b) Calcule o diâmetro médio e o desvio padrão e anote na Tabela 5.3.
Caderno de Laboratório – CEC1018 21
c) Escreva o valor do diâmetro na forma: d d . Caso o desvio padrão calculado seja menor do
que a incerteza do aparelho de medida, dê a resposta usando a incerteza do aparelho utilizado na
medida.
Tabela 5.3
Diâmetro, d (mm) d1 d2 d3 d4
Diâmetro, d d (mm)
Nos parafusos e porcas sobre a mesa, meça as dimensões indicadas nas figuras abaixo e
anote os valores medidos no espaço abaixo.
d b
a
e
c
a= b= c= d= e=
Experimento 6
Instrumentos de Medidas II: Micrômetro
6.1 Objetivos
Realizar medidas experimentais fazendo uso do micrômetro, aplicando os conhecimentos
adquiridos no estudo da teoria de erros e medidas.
6.2 Introdução
O micrômetro (Fig. 6.1) é um instrumento cuja precisão atinge a casa do milionésimo do metro,
vindo daí o nome micrômetro (micro, = 10-6) que corresponde a 10-6 metros ou 10-3 milímetros. Na
França, este instrumento recebe o nome de “Palmer”, em homenagem ao seu inventor Jean Louis
Palmer, que requereu sua patente em 1848. É utilizado, por exemplo, em medidas de espessura de
lâminas, diâmetros de fios, etc. O micrômetro é ainda mais delicado do que o paquímetro e deve ser
manuseado com muito cuidado (nunca force um micrômetro). A representação estrutural de um
micrômetro deve conter:
8
3 4
5 2
9
7 10
6
1
Figura 6.1 A estrutura do micrômetro.
que as faces encostem de leve no objeto. Para não danificar as faces com um aperto excessivo do
parafuso, deve-se apertá-lo, exclusivamente, por meio da catraca afixada no fim do tambor. A
catraca contém um dispositivo de segurança que não permite que se apliquem pressões excessivas
às esperas (batente e fuso). Cada volta completa do parafuso corresponde em geral a uma avanço
de 0,5 mm (“passo” do parafuso). No tambor há uma escala circular que geralmente tem 50 divisões.
Cada divisão corresponde então a um avanço de 0,5/50 = 0,01 mm (resolução), como mostra a
Figura 6.2.
Figura 6.2
Para se fazer uma leitura no micrômetro, observa-se primeiro a que valor da escala horizontal
corresponde a borda circular do tambor (leitura na escala fixa, ver exemplos a seguir). Essa borda é
o índice de leitura para a escala horizontal. Depois soma-se a este valor o valor lido na escala
circular (leitura na escala móvel), ou seja, o valor que coincide com a reta da escala horizontal. Veja
os exemplos a seguir.
As medidas podem ser feitas com micrômetros com resolução de 0,01mm ou com resolução
de 0,001mm:
a) 1º passo: leitura dos milímetros inteiros na escala de milímetros (também conhecida pelo nome de
bainha).
b) 2º passo: leitura dos meios milímetros (também na escala da bainha).
c) 3º passo: leitura dos centésimos de milímetro na escala do tambor.
d) 4º passo: a leitura final será a soma dessas três leituras parciais.
Exemplos:
a)
b)
Exemplos:
a)
b)
a) Meça a espessura da placa na parte em que não há tinta, LST , e na parte em que há tinta LCT .
Após realizar as medidas indicadas anote-as na Tabela 6.1;
c) Use a incerteza do micrômetro (metade da menor escala) para expressar o resultado final.
Anote o valor na Tabela 6.1.
Tabela 6.1
Tabela 6.2
Diâmetro do fio (mm) Diâmetro do Grafite (mm)
D d
a) Com o micrômetro meça o diâmetro D de uma esfera em quatro pontos diferentes. Anote os
valores na Tabela 6.3;
c) A partir do diâmetro médio, calcule a área média da superfície da esfera através da relação:
A D . Anote na Tabela 6.3 o valor encontrado;
2
3
d) A partir do diâmetro médio, calcule o volume médio da esfera pela relação: V D 6 . Anote
na Tabela 6.3 o valor encontrado.
Tabela 6.3
D1 (mm) D2 (mm) D3 (mm) D4 (mm) D (mm) A (mm2) V (mm3)
Caderno de Laboratório – CEC1018 27
a) Meça a espessura L de uma das folhas de um livro (pode ser sua própria apostila de laboratório).
Repita esse procedimento para outras quatro folhas do livro, escolhidas ao acaso e anote os valores
na Tabela 6.4;
c) Meça a espessura total G do livro, excluindo a capa. Anote o resultado na Tabela 6.4;
d) Estime a quantidade N e de folhas do livro dividindo a espessura G do livro pela espessura média
L de uma folha, ou seja Ne G L . Anote o resultado na Tabela 6.4;
e) Conte manualmente o número de folhas N que o livro possui. Anote o valor na Tabela 6.4;
N Ne
E (%) .100
N
Tabela 6.4
L1 L2 L3 L4 L5
L
G
Ne
N
E (%)
28 Caderno de Laboratório – CEC1018
Caderno de Laboratório – CEC1018 29
Experimento 7
Gráficos I: Papel Milimetrado
7.1 Objetivos
Construção de tabelas e gráficos, escalas especiais para construção de gráficos e ajuste de
curvas à dados experimentais.
d) Marque nos eixos as escalas, escolhendo divisões que resultem em fácil leitura de valores
intermediários; por exemplo, divida de 2 em 2 e não de 7,7 em 7,7. Se possível e
conveniente, cada um dos eixos deve começar em zero;
e) Colocar título e comentários. É conveniente que uma pessoa observando o gráfico, possa
entender do que se trata este gráfico, sem recorrer ao texto;
Para construir uma escala linear em um certo segmento de reta (chamado de eixo), deve-se
conhecer, inicialmente o tamanho deste segmento (L). Deve-se conhecer a diferença entre os
valores máximo e mínimo da grandeza medida. Essa diferença será representada por “ D”. Dividindo-
se “L” por “D”, obtém-se uma certa constante denominada de “módulo da escala” (Mod). Por
exemplo, considere a tabela a seguir para ser marcada em uma escala linear de 18 cm de
comprimento.
Força (N) 4 9 20 26 32
Note que para obter o ponto correspondente à força, basta multiplicar o Mod pelo valor da
força. É tecnicamente errado, ao se montar o eixo da escala, representar nela as medidas da tabela.
O que se costuma fazer é representar no eixo da escala pontos igualmente espaçados, marcando e
destacando cada um deles. Indica-se, abaixo de cada ponto, o valor respectivo da grandeza, sem, no
entanto, sobrecarregar a escala com excesso de números. Em suma, deve-se sempre observar o
aspecto da escala, procurando construí-la de modo a se ter uma boa visualização de seus valores.
Em alguns casos a escolha de uma escala inadequada na construção de um gráfico, pode
indicar, visualmente, uma informação confusa sobre o experimento. Veja o exercício 1.
Consideremos duas grandezas que podem ser relacionadas, teoricamente, por uma função
do 1o grau, cuja representação gráfica é uma reta. Quando determinamos experimentalmente os
Caderno de Laboratório – CEC1018 31
dados (os quais estão sujeitos a erros de medidas) e representamos as coordenadas cartesianas
(x,y) no gráfico, verificamos que geralmente, os pontos não estão perfeitamente alinhados, então, o
nosso problema passa a ser o de determinar a equação, isto é, os coeficientes angular e linear da
melhor reta que se ajusta ao conjunto de dados experimentais.
Uma das maneiras de encontrar esta reta pode ser “a olho”. Neste método o observador
deverá ajustar uma reta aos pontos a partir da observação visual destes pontos. Este procedimento
tem a desvantagem de observadores distintos obterem retas com coeficientes angulares e lineares
diferentes, já que a escolha é subjetiva devida a interpretação de cada um.
Para evitar o critério individual na determinação da reta, torna-se necessário encontrar
matematicamente a “melhor reta ajustada”. Isto pode ser feito com o “Método dos Mínimos
Quadrados”, no qual podemos encontrar os coeficientes a e b de uma reta (y = ax + b) que se ajusta
a N pontos experimentais. Os coeficientes desta reta são:
N xi yi xi yi
a (7.1)
N xi2 xi
2
b
y x x y x .
i
2
i i i i
(7.2)
N x x 2 2
i i
7.6 Aplicações
Exercício 1
Considere um carro inicialmente em repouso, partindo da posição inicial S0 = 500 m, com uma
aceleração constante de 2 m/s2 (MRUV). Neste caso, sua equação horária será:
1
S S0 at 2 S 500 t 2
2
Com esta última equação obtêm-se o valor da posição S para cada valor do tempo t. A Tabela 7.2
indica estes valores variando o tempo t de um em um segundo.
Tabela 7.2
tempo t (s) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
posição S (cm) 500 501 504 509 516 525 536 549 564 581 600
Com os dados da Tabela 7.2 foi construído o gráfico Sxt, em duas escalas diferentes, como
mostra a Figura 7.1.
32 Caderno de Laboratório – CEC1018
(a) (b)
S(m) S(m)
1000 600
800 580
560
600
540
400
520
200
500
0
0 2 4 6 8 10 t(s) 0 2 4 6 8 10 t(s)
Em qual dos dois gráficos (os dois estão corretos) se observa melhor o resultado esperado?
Justifique sua resposta.
Exercício 2
Considere que a população de uma região varie linearmente conforme a função P(t ) 200t , onde t é
dado em anos. Construa, num mesmo papel milimetrado, dois gráficos P t em escalas diferentes,
de maneira que em um deles a população aparentemente aumente rapidamente e no outro ela
aumente lentamente.
Tabela 7.3
tempo t (ano) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
população P
Exercício 3
a) Represente no gráfico YxX os pontos da Tabela 7.4.
Tabela 7.4
X (m) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Y (m) 10 14 17 18 19 20 25 26 27 31
b) Ajuste uma reta “a olho” aos pontos do gráfico e determine os coeficientes a e b desta. Compare
com os valores encontrados com os de outros alunos.
c) Aplicando o método dos mínimos quadrados (veja as equações (7.1) e (7.2)), determine a equação
da reta (y = ax + b) que melhor se ajusta aos pontos do gráfico. Represente esta reta no gráfico e
compare com a reta ajustada “a olho”.
Caderno de Laboratório – CEC1018 33
34 Caderno de Laboratório – CEC1018
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36 Caderno de Laboratório – CEC1018
Caderno de Laboratório – CEC1018 37
Experimento 8
Lei de Hooke
8.1 Objetivos
Obter o valor da constante elástica de mola fazendo uso do método gráfico em papel
milimetrado e comparar esse valor com o obtido pelo método estático.
Se uma mola de comprimento L0 for distendida de L , veja Figura 8.1, a mola exercerá
sobre o agente que a deforma uma força cujo valor, em boa aproximação, será
F k L (8.1)
sendo k uma constante denominada “constante elástica da mola” (a unidade no SI é o N/m). A Eq.
(8.1) é a lei da força para molas, também conhecida por “lei de Hooke” [Robert Hooke (1635 –
1703)]. O sentido dessa força é sempre oposto ao deslocamento da extremidade, a partir da origem.
Quando a mola é distendida, L 0 e F é negativa; quando a mola é comprimida, L 0 e F é
positiva. Note que a força exercida pela mola está sempre orientada para a origem, sendo por isso
uma força restauradora. As molas reais obedecerão à equação acima se não forem distendidas além
do limite elástico (a lei de Hooke é válida até o limite elástico para a maioria dos materiais comuns).
Além do limite elástico, a força não pode ser especificada por uma função energia potencial, pois a
força depende então de muitos fatores, inclusive da rapidez da deformação e da história prévia do
material (se já havia ou não deformação no material, ou seja, “efeitos de memória”). Um instrumento
que utiliza a lei de Hooke para medir forças é o dinamômetro (veja Fig.8.1).
Dinamômetro Dinamômetro
sem Massas com Massas
Aferidas Aferidas
Lo
Lo+Δ
ΔL Massas Aferidas
b) Adotar a base do suporte para massas como referencial para as medidas de deformações;
c) Escolher 10 (dez) massas diferentes (com valores gradativamente maiores). Anote os valores na
Tabela 8.1.
e) Calcule a força exercida pela mola em cada massa. Na posição de equilíbrio o módulo da força F
exercida pela mola é igual ao peso do corpo ( F mg ). Anote os valores na Tabela 8.1;
f) Utilizando a Equação (8.1) calcule as constantes elásticas para cada massa. Anote os valores na
Tabela 8.1;
Tabela 8.1
Massa (kg): m Deformação (m): L Força (N): F mg Constante elástica (N/m): k
k
k k
Caderno de Laboratório – CEC1018 39
b) Provavelmente os pontos não estão alinhados, então, ajuste uma reta a estes pontos usando o
método dos mínimos quadrados;
d) Encontre a diferença percentual entre o resultado do item c) com a constante elástica média k ,
obtida na Tabela 8.1, através da expressão:
k k
E (%) 100
k
b) Utilize o dinamômetro para determinar o módulo da força F exercida pela gravidade sobre cada
uma das massas. Anote os valores obtidos na Tabela 8.2;
c) Para cada massa calcule a aceleração da gravidade. Use que F mg . Anote os valores na
Tabela 8.2.
Tabela 8.2
Massa (kg) Força (N) Aceleração da gravidade (m/s2)
g
g g
40 Caderno de Laboratório – CEC1018
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42 Caderno de Laboratório – CEC1018
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Experimento 9
Gráficos II: Papel Monolog
9.1 Objetivos
Linearizar funções usando o gráfico no papel monolog.
9.2 Introdução
Nos gráficos cartesianos, a linha que une os diferentes pontos assinalados é uma curva que
pode, em alguns casos, ser representada por uma função conhecida. Logicamente, o gráfico mais
fácil de ser traçado e analisado (interpretado) é uma reta, portanto, é comum efetuar o processo de
transformações de variáveis, de modo a se obter uma reta.
Dessa forma, transformamos uma função do tipo exponencial em uma reta do tipo:
Y A Bx , (9.3)
sendo Y log( y) , A log( y0 ) e B k log(e) . Note que y0 e k são, agora, facilmente obtidos
fazendo uso do gráfico dessa reta, onde B é a inclinação da reta. Comparando as equações (9.2) e
(9.3) temos:
B
k . (9.4)
log(e)
O coeficiente angular da reta da equação (9.3) é B que será determinado pela expressão:
Y Y2 Y1 log( y2 ) log( y1 )
B . (9.5)
x x2 x1 x2 x1
9.5 Exercício
Tabela 9.1
t (s) 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
V (V)
c) Construa o gráfico V t num papel mono-log (com V na escala logarítmica e t na escala linear) e
determine o coeficiente angular desta reta para obter o valor de . Compare o valor de obtido no
gráfico com o valor dado 47 s.
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46 Caderno de Laboratório – CEC1018
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48 Caderno de Laboratório – CEC1018
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Experimento 10
Gráficos III: Papel Dilog
10.1 Objetivos
Linearizar funções do tipo exponencial usando escalas logarítmicas através do papel dilog.
10.2 Introdução
Nos gráficos cartesianos, a linha que une os diferentes pontos assinalados é uma curva que
pode, em alguns casos, ser representada por uma função conhecida. Logicamente, o gráfico mais
fácil de ser traçado e analisado (interpretado) é uma reta, portanto, é comum executar uma
transformação de variáveis, de modo a se obter uma reta.
origem, a constante seria determinada através do coeficiente angular desta reta. No entanto, isto
não é possível, pois, não conhecendo o valor de k , não se pode obter os valores de x k . Para
resolver esse problema, aplica-se o operador logaritmo em ambos os lados da equação (10.1):
log( y) log( xk ) log( y) log( ) log( xk )
resultando em:
log( y) log( ) k log( x) . (10.2)
Observamos que a expressão resultante é uma reta do tipo:
Y A kX , (10.3)
sendo Y log( y) , A log( ) e X log( x) . Note que A e k são, agora, facilmente obtidos
fazendo uso do gráfico dessa reta. A constante k é a inclinação da reta, sendo dada por:
Y Y Y log( y2 ) log( y1 )
k 2 1 . (10.4)
X X 2 X 1 log( x2 ) log( x1 )
O valor de A é obtido por extrapolação da reta tomando X 0 (observe que isto implica em
tomar x 1 na equação (10.1)).
Observamos que no papel log-log o coeficiente angular da reta pode ser encontrado
diretamente do gráfico, medindo Y e X com uma régua e dividindo Y por X .
10.5 Exercícios
Tabela 10.1
t (s) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
h (m)
b) Linearize a equação h 5t 2 ;
c) Construa o gráfico hxt num papel log-log e determine o coeficiente angular desta reta. Verifique se
o valor encontrado é aproximadamente igual a 2, que é justamente o expoente da variável t da
equação (10.5).
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54 Caderno de Laboratório – CEC1018
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Experimento 11
Queda Livre
11.1 Objetivos
Determinar a aceleração da gravidade local e deduzir a lei de queda livre fazendo uso do
papel log-log na construção de gráficos.
11.2 Introdução
O exemplo mais comum de movimento com aceleração (aproximadamente) constante é o de
um corpo caindo na superfície terrestre. Desprezando a resistência do ar, verifica-se que todos os
corpos caem com a mesma aceleração, em um mesmo ponto da superfície terrestre, não importando
seu tamanho, seu peso ou sua constituição; se a altura de queda não for muito grande, a aceleração
permanecerá constante durante todo o movimento. Este movimento ideal, no qual são desprezadas a
r
resistência do ar e algumas pequenas variações da aceleração com a altitude (o valor de g depende
da latitude e da altitude terrestre) é chamado de queda livre. A aceleração de um corpo em queda
livre é chamada aceleração da gravidade e é representada pelo símbolo g (a seta indica a natureza
vetorial da grandeza). Próximo à superfície da Terra, seu valor é de aproximadamente 9,8 m/s 2, sua
direção é normal à superfície terrestre e seu sentido é dirigido para o centro da terra.
Escolhendo um referencial rigidamente ligado à Terra (veja a Fig. 11.1), a direção do eixo Oy
r
será vertical e seu sentido positivo para cima. Então a aceleração da gravidade, g será um vetor
apontando verticalmente para baixo (para o centro da Terra), no sentido negativo de Oy (essa
escolha é arbitrária: em outros problemas poderá ser mais conveniente escolher o sentido para baixo
como positivo). A equação horária de um objeto em queda livre é a mesma de um corpo em
movimento uniformemente acelerado, ou seja:
ay
y y0 v0 y t t2 , (11.1)
2
em que y0 é a posição inicial, v 0 y é a
y
velocidade inicial na direção y, e
t0 0, v0 y 0, y0 h, ay g
a y g é a aceleração da gravidade,
dirigida para baixo em relação ao eixo
vertical orientado para cima como
mostrado na Fig. 11.1. h
t tq , y 0 m
0
x
a) Mostre, a partir da Eq. (11.2), que a aceleração da gravidade local pode ser determinada pela
2h
relação g :
tq 2
b) Fixe a altura em aproximadamente 1,80 metros e, com o cronômetro digital, meça o tempo (em
segundos) de queda. Repita esse procedimento 10 vezes, anotando os resultados na Tabela 11.1;
Tabela 11.1
t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8 t9 t10
t
g
a) Com a altura fixa em 1,80 metros, use desta vez o sensor eletrônico de tempo para medir o tempo
de queda. Repita esse procedimento 10 vezes e anote os valores do tempo de queda (em segundos)
na Tabela 11.2:
c) Calcule g usando g 2h ( tq )2 . Anote o valor encontrado na Tabela 11.2. Ele difere do valor
obtido anteriormente? Por quê?
Tabela 11.2
t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8 t9 t10
t
g
Caderno de Laboratório – CEC1018 57
a) Com a trena, meça a altura h a partir da qual a esfera é solta. Observe o tempo de queda
decorrido. Repita o procedimento para cinco alturas diferentes e anote os resultados na Tabela 11.3.
Tabela 11.3
h (m) Tempo de queda (s)
2,0
1,8
1,6
1,4
1,2
1,0
k
c) Suponha que a lei da queda livre é do tipo h t k , em que e k são constantes. Linearize a
equação.
Gráfico Log-Log de h t
1,8
1,6
h (m)
1,4
1,2
1
0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
tq (s)
Caderno de Laboratório – CEC1018 59
Experimento 12
Lançamento Oblíquo de um Projétil
12.1 Objetivos
Estudar o movimento de um projétil em duas dimensões para medir sua velocidade inicial e
relacionar o ângulo de inclinação com o alcance atingido.
12.2 Introdução
Um exemplo de movimento curvilíneo com aceleração é o movimento de um projétil, isto é, o
movimento bidimensional de uma partícula lançada obliquamente no ar (Figura 12.1). O movimento
ideal (desprezando a resistência do ar) de uma bola de futebol ou de uma bola de golfe são
exemplos de movimentos de projéteis. Esse tipo de movimento se realiza com aceleração constante
g , dirigida para baixo, isto é, a componente horizontal da aceleração é nula. Caso seja escolhido um
sistema de coordenadas Oy dirigido para cima, Figura 12.1, pode-se escrever ax 0 e a y g , e o
movimento será descrito pelas equações:
x x0 v0xt (12.1a)
1
y y0 v0 y t a y t 2 (12.1b)
2
em que x0 e y0 são as coordenadas da posição inicial do projétil, v 0 x e v 0 y são as componentes da
velocidade inicial do projétil, e a y g , sendo g o módulo da aceleração da gravidade.
V0 x
t tq , y 0
x 0
Figura 12.1: Representação esquemática do movimento de um corpo lançado horizontalmente a partir de uma
altura h. D é o alcance máximo do projétil, t q é o tempo de queda, t0 0, v0 y 0, x0 0, y0 h, v0 x 0 .
60 Caderno de Laboratório – CEC1018
c) Coloque um papel carbono em cima de um papel branco (uma folha A4) para marcar o ponto onde
a bola atinge o plano da mesa. Faça um teste antes lançando o projétil para saber a posição correta
em que se deve colocar o papel. Para que o papel não se desloque ao ser atingido pelo projétil, fixe
o papel com fita crepe;
d) Dispare o lançador e meça com uma trena ou régua o alcance D . Repita o procedimento para dez
disparos e anote o resultado na Tabela 12.1;
f) Calcule o valor médio e o desvio padrão do alcance D para cada um dos três ângulos;
h) Verifique, observando o desvio padrão, que os alcances para os ângulos de 30º e 60º são iguais
(duas médias são iguais se estiverem dentro do intervalo do desvio padrão) e que o maior alcance é
para o ângulo de 45º.
Tabela 12.1
Alcance (cm) – 30º Alcance (cm) – 45º Alcance (cm) – 60º
b) Meça a altura h do lançador de projétil ( h é a altura da boca do canhão até o plano da mesa);
c) Coloque um papel carbono em cima de um papel branco (uma folha A4) para marcar o ponto onde
a bola atinge o plano da mesa. Faça um teste antes, lançando o projétil para saber a posição correta
em que se deve colocar o papel. Para que o papel não se desloque ao ser atingido pelo projétil fixe o
papel com um fita crepe;
d) Obtenha, a partir da equação (12.1a) e (12.1b) a seguinte relação para a velocidade inicial v 0 x de
lançamento do projétil:
g
v0 x D , (12.2)
2h
sendo g o módulo da aceleração da gravidade local;
e) Com a trena, meça o alcance D do projétil para 10 lançamentos. Anote os resultados na Tabela
12.2;
f) Para cada valor de D calcule a velocidade horizontal v 0 x do projétil usando Eq. (12.2). Anote os
valores na Tabela 12.2;
Tabela 12.2
Alcance (m) Velocidade (m/s)
v0 x
v0 x v0 x
62 Caderno de Laboratório – CEC1018
Caderno de Laboratório – CEC1018 63
Experimento 13
Verificação Experimental da 2ª Lei de Newton
13.1 Objetivos
Verificar experimentalmente a segunda Lei de Newton no plano horizontal e no plano
inclinado.
13.2 Introdução
Durante séculos, o problema do movimento e de suas causas foi um tema central da
“Filosofia Natural”, como era chamada a Física. No entanto, foi somente na época de Galileu Galilei e
Isaac Newton (século XVII d.C) que se realizou um progresso extraordinário no conhecimento do
assunto. Newton desenvolveu plenamente as idéias de Galileu e de outros cientistas, e formulou em
1866 as três leis do movimento em sua obra Principia Mathematica Philosophia Naturalis,
usualmente chamada de Principia. Estas leis se resumem em:
A primeira Lei de Newton é uma afirmação sobre referenciais, pois em geral a aceleração de
um corpo dependerá do sistema de referência pelo qual ela é medida. A Lei nos diz que se não
houver objetos próximos é possível encontrar uma família de referenciais em que a partícula não
possui aceleração (por exemplo, as estrelas distantes). O fato de os corpos permanecerem em
repouso ou em movimento retilíneo uniforme, em relação a um dado referencial, na ausência de
forças aplicadas, é frequentemente descrito atribuindo à matéria uma propriedade chamada “inércia”.
A primeira Lei de Newton é frequentemente chamada Lei de Inércia e os referenciais aos quais ela
se aplica, são, por isso, chamados referenciais inerciais. Tais referenciais ou são fixos em relação às
estrelas distantes, ou se movem com velocidade constante em relação a elas. Nota-se que, na
primeira Lei, não existe diferença entre um corpo em repouso e outro que se move com velocidade
constante em relação a outro: ambas as situações são “naturais” na ausência de forças. A segunda
lei de Newton pode ser escrita de forma matemática da seguinte forma:
dp d dv dm
(mv ) m v ,
dt dt dt dt
e se não haver variação de massa ( dm dt 0 ) teremos:
dp dv
m ma
dt dt
ou seja:
64 Caderno de Laboratório – CEC1018
F ma , (13.1)
que é a equação fundamental da mecânica clássica. Nessa equação, F é a soma vetorial de todas
as forças que atuam sobre o corpo, m é a massa do corpo e a é a aceleração resultante. A
equação 13.1 é a segunda Lei de Newton para uma partícula formulada em linguagem matemática
(válida somente quando há variações da massa m ).
A terceira Lei de Newton afirma que as forças que atuam em um corpo originam-se em outros
corpos que constituem sua vizinhança. Uma força é, apenas, um aspecto de uma interação mútua
entre dois corpos. Em outras palavras, verifica-se experimentalmente que se um corpo A exerce uma
força sobre o corpo B, este exercerá sobre A uma força de mesma intensidade, mas de sentido
oposto; a ação e a reação têm a direção da reta que passa pelos dois corpos. Nota-se que as forças
de ação e de reação, que sempre ocorrem em pares, atuam sobre corpos diferentes. Se agissem no
mesmo corpo, nunca se teria movimento acelerado, pois a força resultante sobre qualquer corpo
seria sempre nula.
y
m1
m2
y y0
d) Obtenha, a partir da segunda Lei de Newton, a expressão para a aceleração teórica aT da massa
m1 e m2 na forma:
m2 m1 (sen)
aT g (13.2)
m1 m2
e) Calcule a aceleração teórica usando a equação (13.2). Anote o resultado na Tabela 13.1;
Tabela 13.1
massa do carrinho (kg) massa 2 (kg) aceleração teórica (m/s2)
m1 m2 aT
f) Solte o carrinho de uma posição fixa sobre o trilho e meça a distância percorrida y e o intervalo
de tempo t gasto pelo carrinho para percorrer essa distância. Calcule a aceleração, chamada de
aceleração experimental aexp , usando a equação do movimento uniformemente acelerado:
2y
aexp . (13.3)
t 2
g) Repita esse procedimento dez vezes. Anote os resultados na Tabela 13.2;
h) Calcule o valor da aceleração experimental média: aexp . Anote o resultado na Tabela 13.2.
i) Determine a diferença percentual E (%) entre a aceleração teórica aT obtida na Tabela 13.1 com a
| aT aexp |
aceleração experimental média aexp . Use que: E (%) 100 .
aT
Tabela 13.2
aexp
E (%)
66 Caderno de Laboratório – CEC1018
c) Meça a massa m1 e a massa m2 . A massa m2 deve ser ajustada para que o carrinho deslize
vagarozamente. Anote os valores das massas na Tabela 13.3;
d) Faça 0 na equação (13.2) e obtenha que a expressão para a aceleração teórica aT da massa
m1 e m2 assume a forma:
m2
aT g (13.4)
m1 m2
e) Calcule a aceleração teórica aT usando a equação (13.4). Anote o resultado na Tabela 13.3;
Tabela 13.3
massa do carrinho (kg) massa 2 (kg) aceleração teórica (m/s2)
m1 m2 aT
f) Solte o carrinho de uma posição fixa sobre o trilho e meça a distância percorrida y e o intervalo
de tempo t gasto pelo carrinho para percorrer essa distância. Calcule a aceleração, chamada de
aceleração experimental aexp , usando a equação (13.3).
h) Calcule o valor da aceleração experimental média: aexp . Anote o resultado na Tabela 13.4.
i) Determine a diferença percentual E (%) entre a aceleração teórica aT obtida na Tabela 13.3 com a
| aT aexp |
aceleração experimental média aexp . Use que: E (%) 100 .
aT
Tabela 13.4
aexp
E (%)
Caderno de Laboratório – CEC1018 67
Experimento 14
Equilíbrio I: Momento de um Força
14.1 Objetivos
Verificar as condições de equilíbrio de um corpo sobre o qual atuam diversas forças.
14.2 Introdução
A análise do equilíbrio estático é muito importante na prática de engenharia. O engenheiro, ao
projetar qualquer estrutura, deve isolar e identificar todas as forças e torques externos que podem
atuar sobre ela e, por meio de um bom projeto e de uma escolha inteligente de materiais, garantir
que a estrutura permanecerá estável sob a ação dessas forças e torques. Tal análise é necessária
para garantir, por exemplo, que pontes não entrem em colapso sob suas cargas de tráfego e de
vento, ou, para citar outro exemplo, que o trem de aterrissagem de aeronaves resistam ao choque de
aterrissagens bruscas.
Os movimentos de translação e rotação de um corpo são governados pela segunda lei de
Newton, expressa em termos do momento linear P e do momento angular L :
N N
Fres Fi
dP
e res i dL , (14.1)
i 1 dt i 1 dt
em que Fres é a força resultante e res é o torque resultante. Se o corpo estiver em equilíbrio de
rotação ( L for constante) e translação ( P for constante), podemos enunciar duas exigências para o
equilíbrio:
Equilíbrio de Translação: A soma vetorial de todas as forças externas que agem sobre o
corpo deve ser nula:
N
Fres Fi 0
i 1
Equilíbrio de Rotação: A soma vetorial de todos os torques externos que agem sobre o
corpo, medidos em relação a qualquer ponto possível, deve ser nula
N N
res i ri Fi 0
i 1 i 1
14.4.1 Equilíbrio
b) Com o travessão colocado no suporte (preso pelo orifício central), coloque duas massas iguais em
cada extremidade do travessão e observe o equilíbrio;
c) Altere a posição e o valor das massas, procurando novas posições de equilíbrio em que a barra
fique na horizontal. Repita o procedimento 5 (cinco) vezes e anote os resultados na Tabela 14.1;
Tabela 14.1
Tabela 14.2
c) Utilize a balança para medir a massa do objeto desconhecido e calcule a diferença percentual
entre o valor apresentado na balança mbalança e o valor obtido para mdesc na Tabela 14.2. Use a
expressão:
mbalança mdesc
E (%) 100 .
mdesc
70 Caderno de Laboratório – CEC1018
Caderno de Laboratório – CEC1018 71
Experimento 15
Equilíbrio II: Forças Coplanares
15.1 Objetivos
Verificar experimentalmente o equilíbrio de forças usando um dispositivo conhecido como
mesa de forças.
15.2 Introdução
As grandezas físicas são divididas em escalares e vetoriais. As grandezas que ficam bem
caracterizadas apenas por um número e uma unidade, tendo consequentemente apenas um valor
numérico, são denominadas escalares. Massa, tempo, energia e temperatura são exemplos de
grandezas escalares. Já as grandezas vetoriais, como força, velocidade e aceleração, para serem
completamente caracterizadas, exigem a especificação de um módulo, uma direção e um sentido
que se combinam segundo certas regras de adição, subtração e multiplicação vetorial.
Sejam dois vetores F1 e F2 de comprimentos F1 e F2 fazedo entre si um ângulo .
Calculando as componentes dos vetores em relação a dois eixos perpendiculares é possível mostrar
que o comprimento da soma dos dois vetores Fres é dado por:
a) Mesa de força;
b) Três polias;
c) Três suportes para massas ligados por fios em um anel de plástico;
d) Conjunto de massas.
b) Coloque a polia 1 na posição angular de 0º (zero grau) e a polia 2 na posição angular de 30º. A
polia três será utilizada como polia móvel e será a polia da força de equilíbrio;
c) Escolha duas massas fixas: de 50 g para a polia um e de 100 g para a polia dois;
d) Procure a posição angular de equilíbrio da polia 3: posição em que o anel não toca a coluna
central;
e) Coloque massas na polia 3 até que o anel fique bem centralizado. Anote o valor da massa
suspensa na polia 3: m3 ;
f) Varie a posição angular da polia 2 em intervalos de 15º até 165º repetindo o procedimento dos
itens d) e e) para cada variação. Anote os resultados na Tabela 15.1.
Tabela 15.1
posição angular da polia 1 posição angular da polia 2 posição angular da polia 3 m3 (kg)
0º 30º
0º 45º
0º 60º
0º 75º
0º 90º
0º 105º
0º 120º
0º 135º
0º 150º
0º 165º
Caderno de Laboratório – CEC1018 73
a) Calcule o módulo da força de equilíbrio F3 para cada valor de massa da Tabela 15.1 utilizando a
relação F3 P3 m3 g (use g 9,78 m/s2). Anote os resultados na Tabela 15.2;
b) Calcule o módulo da força de equilíbrio Fres utilizando a lei dos cossenos (equação 15.1) para
cada posição angular da Tabela 15.1. Note que: F1 P1 m1 g e F2 P2 m2 g . Anote os resultados
na Tabela 15.2;
c) Calcule a diferença percentual entre F3 e Fres para cada um dos pares da Tabela 15.2 usando a
relação:
Fres F3
E (%) 100
Fres
d) Os valores de F3 e Fres deveriam ser iguais. Explique os motivos da discordância (caso exista)
entre esses dois valores.
Tabela 15.2
30º 45º 60º 75º 90º 105º 120º 135º 150º 165º
F3 (N)
Fres (N)
E(%)
74 Caderno de Laboratório – CEC1018
Experimento 16
Colisão Inelástica: Pêndulo Balístico
16.1 Objetivos
Verificar a conservação do momento linear em uma colisão inelástica. Determinar a
velocidade de um projétil.
L cos L
hmax
Tabela 16.1
𝐿= m M
h) Calcule o valor médio e o seu desvio padrão 𝜎. Anote o resultado na Tabela 16.2. Um pequeno
erro na medição do ângulo implica em um grande erro no cálculo de hmax , por isto a utilização do
valor médio de e a determinação do seu desvio padrão são necessários.
Tabela 16.2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
𝜎= v0
Caderno de Laboratório – CEC1018 77
Experimento 17
Movimento Harmônico Simples
17.1 Objetivos
Analisar o movimento oscilatório em sistema do tipo massa-mola, medir o período de
oscilação de um objeto em movimento harmônico simples (MHS) e comparar a medida experimental
com o valor teórico.
k m
x=0
Amplitude
-x
Figura 17.1
d 2x d 2x k
m 2
kx 2
x (17.2)
dt dt m
A equação (17.2) é uma equação diferencial, cuja solução, pode ser escrita como:
x(t ) x0 cos(t ) , (17.3)
Das equações (17.6) e (17.7) concluímos que o período e a frequência num movimento
harmônico simples não dependem da amplitude. Podemos, então, tomar a Eq. (17.1) como uma
definição alternativa do movimento harmônico simples. Ela afirma o seguinte: “quando a força que
atua em um objeto é proporcional ao seu deslocamento e tem sentido oposto ao mesmo, o objeto se
moverá como um movimento harmônico simples”. Vamos considerar um objeto preso a duas molas
oscilando num piso horizontal sem atrito, como representado pela Figura 17.2.
k1 m k2
Figura 17.2
c) Repita o procedimento anterior, item b), mais 4 vezes e anote os resultados na Tabela 17.1. Para
cada medida determinar o período T. Lembre que o período é dado por T t N , onde N é o
número de oscilações para o respectivo intervalo de tempo t . Em seguida calcular o período médio
T e o desvio padrão para o período. Toma-se o valor médio porque ocorre uma pequena variação
no tempo de cada medida devido ao erro experimental.
NOTA: o valor médio e o desvio padrão podem ser calculados pelas relações:
1 N 1 N
T Ti
N i 1
e (Ti T )2 ,
N 1 i 1
Tabela 17.1
t para 4 oscilações (s) T t N (s)
t1 T1 =
t2 T2 =
t3 T3 =
t4 T4 =
t5 T5 =
T =
d) Coloque um bloco sobre o carrinho para aumentar a massa oscilante e repita os procedimentos (b)
e (c). Anote os resultados na Tabela 17.2.
Tabela 17.2
t para 4 oscilações (s) T t N (s)
t1 T1 =
t2 T2 =
t3 T3 =
t4 T4 =
t5 T5 =
T =
80 Caderno de Laboratório – CEC1018
e) Determine a constante elástica de cada mola: pendure um corpo de massa M igual a 100 g na
extremidade da mola e meça o deslocamento (x) sofrido por ela. A constante elástica da mola será
determinada por:
Mg
k .
x
Uma maneira alternativa para medir a constante elástica da mola é usando um dinamômetro. Deixe a
mola em repouso sobre a régua existente no trilho, coloque o dinamômetro em uma das
extremidades da mola e em seguida puxe a mola até uma certa distância d. Verifique então o valor
da força F marcada pelo dinamômetro. A constante da mola será dada por: k F d .
Tabela 17.3
Massa do carro (kg)
Massa (carro + bloco) (kg)
Constante da mola, k1 (N/m)
Constante da mola, k2 (N/m)
Período médio (carro) (s)
Período médio (carro + bloco) (s)
g) Calcule o período teórico usando a Eq. (17.8) para o carro e para o carro com a massa extra.
Anote os resultados na Tabela 17.4. Usando os valores teóricos e experimentais ( T das Tabelas
17.1 e 17.2), determine o erro percentual entre os valores teóricos e experimentais. Use que
| Texp Tteor |
E (%) 100
Texp
Tabela 17.4
Período Teórico (s) Período Experimental (s) E (%)
Carro
Carro + bloco
Experimento 18
Pêndulo Físico
18.1 Objetivos
18.2 Introdução
Qualquer corpo rígido suspenso de forma que possa oscilar em um plano vertical em torno de
um eixo que passe pelo corpo é denominado “pêndulo físico” ou “pêndulo composto”. Trata-se de
uma generalização do pêndulo simples, em que um fio de massa desprezível suporta uma partícula.
Realmente todos os pêndulos reais são pêndulos físicos. Por conveniência escolhemos um pêndulo
em forma laminar como, por exemplo, uma peça cortada de uma folha de metal fina, e o eixo de
oscilação em ângulo reto com o plano do corpo. Com essa restrição nada de essencial é perdido na
discussão do problema. Na Fig. 18.1 representa-se um corpo de forma retangular que pode girar em
torno de um eixo horizontal sem atrito que passa pelo ponto de sustentação P. O corpo é deslocado
de um ângulo em relação à posição de equilíbrio, que corresponde à posição em que o centro de
massa do corpo está verticalmente abaixo de P. Sendo d a distância do eixo de rotação ao centro de
massa, I a inércia rotacional (momento de inércia) do corpo em relação ao eixo e M a massa do
corpo. O torque restaurador, para um deslocamento angular será gd sen , que é devido
à componente tangencial da força da gravidade. Como o torque é proporcional a sen e não a ,
não é válida aqui, em geral, a condição de movimento harmônico simples angular. Se os
deslocamentos angulares forem pequenos pode-se usar sen , e assim, para pequenas
oscilações, tem-se:
dMg , (18.1)
que pode ser escrito como
k ,
sendo a constante k dMg .
Comparando o movimento de rotação com o de translação (como visto, por exemplo, no
MHS), podemos afirmar que no movimento de rotação, um corpo sob a ação de um torque
restaurador k , executa um movimento harmônico simples angular de período
I
T 2
k
Então, para pequenas amplitudes o pêndulo físico da Figura 18.1 executa um movimento
harmônico simples angular com período dado por:
I
T 2 . (18.2)
dMg
82 Caderno de Laboratório – CEC1018
Portanto, o período do pêndulo simples físico fica determinado em termos das constantes
dMg e I. O momento de inércia I do pêndulo representado na Figura 18.1 em relação ao ponto de
sustentação pode ser calculado utilizando o teorema dos eixos paralelos (também conhecido como
teorema de Huygens-Steiner), resultando em
1
I ICM Md 2 I M (a 2 b 2 ) Md 2 , (18.3)
12
4 2 I
g . (18.4)
M T 2d
a) Barra metálica;
b) Cronômetro digital;
c) Trena ou régua;
d) Suporte.
PONTO DE
SUSTENTAÇÃO
CENTRO DE MASSA
b
Figura 18.1
Caderno de Laboratório – CEC1018 83
c) Suspenda o pêndulo pelo primeiro orifício. Em seguida meça a distância d entre o orifício e o
centro de massa da barra;
e) Com amplitudes máximas de aproximadamente 5 cm, meça o tempo necessário para dez
oscilações completas. Repita o procedimento mais quatro vezes, anotando os valores na
Tabela 18.1. Para cada valor do tempo determine o período de oscilação T;
f) Repita os procedimentos dos itens (c), (d) e (e) para o segundo, terceiro e quarto orifícios.
Tabela 18.1
a (m) = b (m) = M (kg) =
PRIMEIRO ORIFÍCIO SEGUNDO ORIFÍCIO TERCEIRO ORIFÍCIO QUARTO ORIFÍCIO
g) Calcule o período de oscilação médio, T , para cada um dos orifícios. Use a equação:
N
1
T
N
T
i 1
i
h) Para cada posição, usando o período médio, calcule o valor de g e anote o resultado na
Tabela 18.1.
i) Use as equações abaixo para determinar o valor médio da gravidade g e o desvio padrão
para a aceleração da gravidade local, e escreva o valor de g na forma: g g :
1 N 1 N
g gi
N i 1
e
N 1 i 1
( gi g ) 2
84 Caderno de Laboratório – CEC1018
Caderno de Laboratório – CEC1018 85
Experimento 19
Lei de Resfriamento de Newton
19.1 Objetivos
19.2 Introdução
Superfície exposta: pode-se verificar que quanto maior for a superfície de contato entre o
corpo e o meio externo (ambiente) maior será a rapidez de resfriamento/aquecimento.
Calor específico do corpo: sabe-se que quanto maior o valor do calor específico de um corpo
uma maior quantidade de energia será necessária para variar a sua temperatura de um
determinado valor. Logo, para dois corpos que recebem a mesma quantidade de energia num
mesmo intervalo de tempo, aquele com maior calor específico apresentará menor rapidez de
resfriamento/aquecimento.
86 Caderno de Laboratório – CEC1018
A equação (19.1) pode ser resolvida usando-se técnicas de cálculo diferencial e integral da
seguinte forma:
T t
dT dT
k (T Ta ) dT k (T Ta )dt k dt ln(T Ta ) T kt
T
dt T0
(T Ta ) 0
0
T Ta T Ta
ln(T Ta ) ln(T0 Ta ) kt ln kt ekt T Ta (T0 Ta )ekt
T0 Ta T0 Ta
b) Termômetro digital;
c) Cronômetro digital;
b) Aqueça água e quando esta estiver a uma temperatura de aproximadamente 80°C despeje até a
metade do béquer. É importante que esta temperatura não esteja muito acima de 80°C para que
não seja necessário um tempo grande para a análise gráfica do resfriamento da água. Coloque o
sensor de temperatura do termômetro dentro do béquer e meça a temperatura inicial T0. Registre
Caderno de Laboratório – CEC1018 87
este valor na Tabela 19.1. Faça a medida da temperatura a cada 1 minuto durante um intervalo
de tempo de 35 minutos e anote os valores na Tabela 19.1.
c) Com os dados da Tabela 19.1 construa um gráfico Temperatura T versus tempo t (min) em papel
milimetrado. O seu gráfico deverá demonstrar um comportamento exponencial.
90
80
70
Temperatura ( C)
0
60
50
40
30
0 5 10 15 20 25 30 35
tempo (min)
88 Caderno de Laboratório – CEC1018
T0 Ta
T (t ) T Ta . (19.3)
e
Substitua os valores de T0 e Ta da Tabela 19.1 na equação (19.3), adote e; 2,72 , e encontre a
temperatura T . A partir do valor encontrado para T no gráfico, estime o valor para o
correspondente tempo t . Assim a constante k é dada por k 1 t . Anote os resultados na Tabela
19.2.
Tabela 19.2
T (ºC) t (min) k (min-1)
Vamos admitir que a temperatura de um corpo (cadáver) seja 30ºC no instante em que ele foi
encontrado e 23ºC duas horas depois. A temperatura ambiente é de 20ºC. Admita que no instante da
morte tm a temperatura do corpo fosse 37ºC, que é a temperatura média do corpo humano. Estime o
tempo decorrido (em minutos) desde o instante do óbito.
Caderno de Laboratório – CEC1018 89
Experimento 20
Pêndulo Simples
20.1 Objetivos
Verificar que para pequenas amplitudes de oscilações o período de um pêndulo simples
independe do valor da massa suspensa e varia de acordo com o comprimento do fio.
20.2 Introdução
O Pêndulo Simples consiste de uma massa m puntiforme suspensa por um fio inextensível e
de massa desprezível. Quando afastado da posição de equilíbrio e abandonado, o pêndulo oscilará
em um plano vertical, sob a ação da gravidade. O movimento é oscilatório e periódico. Desejamos
medir o período de oscilação T, definido como o tempo que a partícula gasta para realizar uma
oscilação completa, ou seja, sair de um ponto e a ele retornar.
Na Figura 20.1(a) é mostrado um
pêndulo de comprimento L e massa m. O fio
forma com a vertical um ângulo θ . As forças
que atuam em m são o peso mg e a tração do
fio . Escolhemos um sistema de referência
em que um dos eixos seja tangente à trajetória
circular percorrida pela massa m e o outro
tenha a direção do fio, isto é, do raio do círculo
(veja Figura 20.1(b)). Decompondo o peso mg
segundo esses eixos, o módulo da
componente radial será mg cosθ e o da Figura 20.1- Representação de um pêndulo simples.
tangencial será mg senθ (veja Figura 20.1(b)).
A resultante das forças radiais origina a força centrípeta necessária para manter a massa m na
trajetória circular. A componente tangencial de mg constitui a força restauradora que atua em m e
que faz o corpo tender a voltar à posição de equilíbrio. A força restauradora será, portanto.
F mg senθ (20.1)
mg
F s
L
que é uma equação do tipo
F kx
Figura 20.2
90 Caderno de Laboratório – CEC1018
com
mg
k
L
Um corpo sob ação de uma força do tipo F kx , executa um movimento harmônico simples
com período
m
T 2 ,
k
como foi visto no experimento do Movimento Harmônico Simples (MHS). Então, um pêndulo simples
executa um movimento harmônico simples com período dado por
m m L
T 2 2 T 2 . (20.2)
k mg g
L
Analisando a equação (20.2), notamos que o período do pêndulo independe da massa
suspensa. Consequentemente a frequência do pêndulo simples também será independente da
massa m suspensa.
a) Massas aferidas;
b) Fio inextensível;
c) Suporte metálico, tripé, barras metálicas e ganchos;
d) Cronômetro digital;
e) Trena.
Figura 20.4
Caderno de Laboratório – CEC1018 91
T
f) Determine o valor médio para o período e o respectivo desvio padrão usando as equações
abaixo ou utilizando diretamente as funções da calculadora.
1 N 1 N
Ti Ti T
2
T e
N i 1 N 1 i 1