Você está na página 1de 4

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA


CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE SOLOS E ENGENHARIA RURAL

Disciplina: Irrigação e Drenagem


Prof. Dr. José Crispiniano Feitosa Filho

FASES DA IRRIGAÇÃO POR SUPERFÍCIE, MÉTODO POR SUPEFÍCIE E


SISTEMAS DE IRRIGAÇAÕ POR SUPERFÍCIE

I. Introdução

O Método de Irrigação por Superfície caracteriza-se por distribuir água no solo


aplicando-se a água em um ponto mais elevado do terreno e, daí sua distribuição na área
é feita aproveitando a diferença de nível dentro da área ou entre pontos mais altos e mais
baixos no início e final dos sulcos ou nas faixas.

1.1. Sistemas de Irrigação por Superfície

A irrigação por superfície pode ser feita de diferentes formas, tais como:

a) Irrigação por sulcos aberto no final;

b) Irrigação por sulcos fechados no final;

c) Irrigação por faixa;

d) Irrigação por Inundação, etc.

1.2. Vantagens da Irrigação por Superfície

 Baixo custo operacional;

 Interfere pouco na propagação de pragas e doenças;

 Não é influenciado pelo vento, pela temperatura e pela umidade do ar.

1.3. Desvantagens da Irrigação por Superfície em relação a outros métodos de


irrigação

 Requer alta quantidade de água e de energia para seu funcionamento;


2

 Requer mão de obra constante na área para fazer o manejo da irrigação;

 Pode favorecer a transferência de doenças, (principalmente às do solo) dentro da


área( pois à água percorre muitos pontos dentro da área.

Obs: Quanto mais arenoso for o solo, maiores serão as desvantagens da irrigação
por superfície em relação a outros métodos de irrigação.

II. CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE IRRIGAÇÃO


Um processo de irrigação por superfície pode ser caracterizado por quatro
fases: avanço, reposição, depleção e recessão.
2.1. Fase de Avanço: o início da fase de avanço coincide com o próprio início da
irrigação. Corresponde ao momento em que a água é desviada a parcela no início dos
sulcos até ela(água) chegar ao final dos sulcos. Quando a água alcança o final dos sulcos
inicia o deflúvio o que pode ou não ser caracterizado como perda de água.

2.2. Fase de Reposição: tempo após o deflúvio que a água deve se movimentar
nos sulcos até que a quantidade requerida pelas culturas seja aplicada e totalmente
infiltrada no solo.

2.3. Fase de Depleção: tempo gasto para que a lâmina d’água que estava no início
dos sulcos seja totalmente infiltrada.

2.4. Fase de Recessão: tempo gasto para que toda lâmina d’água seja infiltrada
desde o início até o final dos sulcos. O final deste tempo corresponde ao final do tempo
de recessão e do tempo de irrigação nas parcelas.

III. Planejamento de Sistemas de Irrigação por Superfície

O técnico e o produtor antes de decidir qual tipo de irrigação a ser utilizada em


determinada área devem considerar os seguintes aspectos:

Qual o tamanho e a forma da área a ser irrigada;

Qual o tipo de solo e a topografia do terreno;

 Qual a distância da fonte supridora de água ao início da área;

Que tipo de cultura a ser explorada e sua exigência por água;


3

Qual a disponibilidade de água na propriedade;

Qual a disponibilidade de mão-de-obra na região.

IV. Critérios para Melhorar a Eficiência nos Sistemas de Irrigação por Superfície

Somente após uma avaliação criteriosa é possível identificar as prováveis causas


responsáveis pelo desempenho insatisfatórios de um sistema de irrigação por superfície.
No caso da irrigação por superfície duas situações podem ser consideradas; problemas
de uniformidade e problemas de eficiência.

Os problemas de uniformidade de distribuição de água resultam de variação da


quantidade de água infiltrada na área irrigada. Inúmeras causas podem ser apontadas.

 Dimensionamento inadequado do sistema (comprimento excessivo dos sulcos,


vazão muito reduzida, tempo de aplicação muito reduzido, etc);

 Sistematização do terreno inadequada;

 Variabilidade do solo na parcela;

Ocorrência de erosão superficial.

Os problemas de eficiência de aplicação e de armazenamento de água podem ser


causados pelos seguintes fatores:

 Dimensionamento inadequado do sistema (comprimento excessivo dos sulcos,


vazão muito reduzida ou muito elevada, tempo de aplicação muito reduzido ou
muito elevado, etc);

 Variação das características de infiltração;

 Operacionalidade inadequada do sistema.

V. Práticas Recomendadas para se Melhorar o Manejo da Irrigação por Superfície


Para aumentar a uniformidade de distribuição d’água na parcela
 Aumentar a vazão;

 Aumentar o tempo de aplicação;

 Aumentar o comprimento das parcelas;


4

 Aumentar o gradiente de declive;

 Construir diques para contenção de água no final das parcelas;

 Adotar aplicação de água por fluxo pulsante (aplicação de água à parcela em


períodos curtos e alternados).
Para aumentar a eficiência e aplicação d’água na parcela
 Aumentar a vazão (aumento da razão de avanço);

 Reduzir o tempo de aplicação (reduzir o tempo de infiltração);

 Reduzir o comprimento das parcelas;

 Reduzir o perímetro molhado;

 Reduzir as perdas por deflúvio (reutilização de água ou redução de vazão);

 Adotar o Sistema de Run-Off.


Para aumentar a eficiência de armazenamento
 Reduzir a vazão (para reduzir a razão de avanço);

 Aumentar o tempo de aplicação (para aumentar o tempo de infiltração);

 Reduzir o gradiente de declive;

 Construir diques para contenção de água no final das parcelas.

************************************************

Areia, 15 de Agosto de 2023.

Prof. Dr. José Crispiniano Feitosa Filho

Você também pode gostar