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ISSN: 2525-8761
RESUMO
Questões tão atuais como reposição salarial e defasagem de militares estaduais são preocupação
do Comando-Geral da PMPR. O estudo demonstra que é possível economizar e garantir um
ingresso de Militares Estaduais Temporários para a realização de serviços Administrativos. O
trabalho utilizou a metodologia hipotética dedutiva e, após observar dificuldades que permeiam
a Polícia Militar do Paraná, buscou suporte nas atualizações legais pátrias, demonstrando a
viabilidade à criação do Quadro Policial Militar Temporário no âmbito da PMPR, abrindo as
portas para uma significativa economia aos cofres públicos. Em curto prazo é possível realocar
Militares Estaduais de Carreira na atividade-fim, aumentando o Policiamento Ostensivo e
Preventivo no Paraná.
ABSTRACT
Current issues such as salary adjustment and the deficit of State Military Police Officers concern
the General Command of the Military Police of Paraná State (PMPR). This study shows that it is
possible to save funds and guarantee the admittance of Temporary State Military Officers to
perform administrative services. The study used the hypothetical deductive methodology and,
after observing the difficulties that permeate the Military Police of Paraná, it sought solutions in
updates on federal laws, demonstrating the feasibility of creating the structure of Temporary
Military Police Staff (Quadro Policial Militar Temporário) in the Military Police of Paraná,
enabling significant savings to the government treasury. In the short term, it is possible to
reallocate Operational Police Officers in the main activity, increasing the law enforcement and
emergency response roles in the State of Paraná.
1 INTRODUÇÃO
Atualmente a Polícia Militar do Paraná (PMPR) vive um momento muito complexo, pois
há uma defasagem muito grande do efetivo previsto, causando uma sobrecarga de trabalho no
dia-a-dia dos Militares Estaduais, somado à situação político-econômica nacional com a inflação
em ascensão e a queda no poder de compra, que foi maximizado pela situação pandêmica e agora
pelas tensões de natureza política mundial. Convergindo para a eclosão de problemas financeiros,
o Estado do Paraná, face à inércia governamental, deixou de cumprir a legislação de reposição
da data-base entre os anos de 2017 e 2021, acumulando um percentual estimado de mais de 30%
(trinta por cento)1.
Isto dificultou a gestão da PMPR, obrigando o Comando-Geral da PMPR a buscar
alternativas para minimizar a perda de poder aquisitivo do Militar Estadual e também aumentar
as quantidades de equipes que trabalham na proteção da sociedade paranaense. Como resultado
efetivo, o Comandante-Geral da PMPR criou a Diária Especial por Atividade Extrajornada
Voluntária (DAEV) (PMPR, 2021), que, ao mesmo tempo, aumenta a quantidade de Militares
Estaduais na atividade-fim, conforme a necessidade e também remunera o Voluntário,
adicionando, como valores de natureza indenizatória, a quantia de R$ 180,00 (cento e oitenta
reais) por 06 (seis) horas de trabalho voluntário no horário de folga. Também na seara
indenizatória, o Comando-Geral, logrou êxito no sancionamento da Lei nº 20937 - 17 de
Dezembro de 2021 (PARANÁ, 2021), que instituiu o auxílio-alimentação aos servidores ativos
no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) por mês.
Essas medidas são muito bem vindas a todo o efetivo, que assim como decisões
anteriormente tomadas, a exemplo do abono permanência em dobro (PARANÁ, 2017) para as
Praças (natureza indenizatória), acaba se tornando um grande incentivo para postergar ao
máximo a entrada no rol de Veteranos da PMPR. Todavia, essas ações de natureza indenizatória
não contemplam a todos, pois não atingem os Veteranos, que deixam de ser agraciados com essas
complementações financeiras, permanecendo com uma diferença salarial.
Ainda há mais pretensões para enaltecer o digno trabalho realizado diuturnamente pelos
Militares Estaduais, entre os quais, está em fase final o Processo de inclusão de 2400 (dois mil e
quatrocentos) (UFPR, 2020) novos policiais militares, mas que, possivelmente, só estarão
formados no ano de 2023, bem como a busca pela reposição salarial, que parece caminhar a
passos largos dentro da esfera política do Estado do Paraná.
1
Disponível em <https://sindsaudepr.org.br/justica-reconhece-que-a-suspensao-da-data-base-em-2016-e-
inconstitucional/>. Acesso em 10 de março de 2022.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA PMPR
Para que uma equipe de Militares Estaduais possa realizar um atendimento originado
através do telefone de emergência 190, há uma grande estrutura administrativa que possibilita
que isso aconteça.
De maneira muito simplificada, a Estrutura da PMPR começa com o Comando-Geral,
que possui um Estado-Maior e as Diretorias, que são órgãos de direção e apoio, e, finalmente, os
órgãos de Execução, que são os Comandos Regionais.
Os Comandos Regionais, por sua vez, gerenciam Batalhões Policiais Militares e
Companhias Independentes de Polícia Militar, que realizam o policiamento ostensivo e
preventivo nos 399 (trezentos e noventa e nove) municípios paranaenses.
Mesmo esses órgãos de Execução possuem uma estrutura pesada, a qual demanda a
aplicação de diversos Recursos Humanos para que a atividade-fim possa ser realizada com
sucesso.
destaca-se que as principais funções administrativas estão, dentro do QO, direcionadas dentro
das atividades dos Pelotões de Comando e Serviço (PCS), e de Guarda ao Aquartelamento. Por
tanto, foram compilados os dados quantitativos relativos à função de Soldado existente nos PCS,
conforme tabela abaixo.
Sedes de CRPM 0
CCS/QCG 127
Corregedoria 3
1 CRPM 122
2 CRPM 87
3 CRPM 82
4 CRPM 53
5 CRPM 61
CPE 107
TOTAL 764
Fonte: Do Autor (condensado do QO, 2022)
Essa tabela apresenta as vagas previstas, mas não significa que há a efetividade desses
militares estaduais realizando os referidos serviços. Trata-se somente da previsão de Quadro
Organizacional. Todas essas funções são nas mais diversas áreas administrativas, mas, em
especial, a parte de secretariado, logística, telecomunicações, organização financeira e contábil,
serviços jurídicos, enfermagem, e atividades de ensino.
Destaca-se que, na prática, muitos Soldados executam atividades atinentes a outras
graduações. De maneira negativa, destaca-se a Diretoria de Desenvolvimento Tecnológico e
Qualidade (DDTQ) onde não há previsão em QO para Soldados, porém, seria muito interessante
a possibilidade de técnicos em desenvolvimento de sistemas e informática como temporários.
Expostos os números de vagas disponíveis em QO, e considerando que esse número é
muito inferior à quantidade de vagas em aberto para Soldado de Primeira Classe, sugere-se a
extinção de 700 (setecentas) vagas do QPMG1 e criação de 1000 (mil) vagas Soldado de 2 Classe
Art. 24-I. Lei específica do ente federativo pode estabelecer: (Incluído pela Lei nº
13.954, de 2019)
II - requisitos para o ingresso de militares temporários, mediante processo seletivo, cujo
prazo máximo de permanência no serviço ativo será de 8 (oito) anos, observado
percentual máximo de 50% (cinquenta por cento) do efetivo do respectivo posto ou
graduação. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
Art. 24-C. Incide contribuição sobre a totalidade da remuneração dos militares dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, ativos ou inativos, e de seus pensionistas,
com alíquota igual à aplicável às Forças Armadas, cuja receita é destinada ao custeio
das pensões militares e da inatividade dos militares. (Incluído pela Lei nº 13.954, de
2019) (Regulamento) (Vigência)
(...)
Art. 24-I. Lei específica do ente federativo pode estabelecer: (Incluído pela Lei nº
13.954, de 2019)
(...)
§ 1º O militar temporário de que trata o inciso II do caput deste artigo contribuirá de
acordo com o disposto no art. 24-C deste Decreto-Lei e fará jus aos benefícios de
inatividade por invalidez e pensão militar durante a permanência no serviço
ativo. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
§ 2º Cessada a vinculação do militar temporário à respectiva corporação, o tempo de
serviço militar será objeto de contagem recíproca para fins de aposentadoria no Regime
Geral de Previdência Social ou em regime próprio de previdência social, sendo devida
a compensação financeira entre os regimes. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
2.2.3 Subsídio
É necessário que a criação do Quadro Policial Militar Temporário (QPMT) seja
compensatória para o Estado, principalmente, em curto prazo, reduzindo custos de pessoal a
longo prazo e reduzindo o custo do sistema de proteção social do Militares Estaduais.
2
Disponível em <https://reitoria.ifpr.edu.br/cursos-tecnicos-integrados/>. Acesso em 11 de março de 2022
3
Disponível em <https://reitoria.ifpr.edu.br/cursos-tecnicos-subsequentes/>. Acesso em 11 d emarço de 2022
Por sua vez, o SENAC oferece cursos técnicos4 com formação à distância em diversas
áreas, das quais cabe destacar: Técnico em Administração, Técnico em Contabilidade, Técnico
em Logística, Técnico em Recursos Humanos, Técnico em Secretariado, Técnico em
Desenvolvimento de Sistema, Técnico em Informática para Internet,
Esta lista é meramente informativa. Para quem não é familiarizado com a estrutura da
PMPR, a parte que cuida de Recursos Humanos é a P/1, Inteligência P/2, Planejamento e
Operações P/3, Logística P4, Comunicação Social P5 e Tesouraria P6. Dentro da P1 ainda há
uma Seção de Justiça e Disciplina e integrando à P4 há a Seção de Transportes. Com exceção da
P2, é possível aplicar Policiais Militares do Quadro Temporário para a realização de todas essas
atividades, consideradas atividade-meio, incluindo as funções de rancheiro, guarda ao quartel e
telefonista. Ainda podem ser consideradas as atividades da Banda de Música da PMPR, da
Diretoria de Desenvolvimento Tecnológico e Qualidade, as atividades relacionadas à área de
saúde do HPM e diversas unidades Básicas de Saúde distribuídas nos diversos Batalhões do
Estado.
Assim, parece que há demanda Institucional nas seguintes áreas de conhecimento:
Recursos Humanos, Serviços Jurídicos, Administração, Logística, Estatística, Comunicações,
Telecomunicações, Contabilidade, Cozinha, Secretariado, Técnico em Enfermagem, Técnico em
Desenvolvimento de Sistema ou informática, Técnico em Saúde Bucal, Técnico em Edificações,
etc. Desta forma, no Edital do processo seletivo, ficará a critério institucional a apresentação de
diploma do curso técnico dentro da área que a instituição julgar necessário.
Cabe destacar, que no projeto abaixo, sugere-se que a idade limite para ingresso como
integrante do QPMT seja de 24 (vinte e quatro) anos, por dois motivos: o primeiro é que não
exista um lapso muito grande entre a conclusão do Ensino Médio e também da conclusão do seu
curso Técnico, se mantendo sempre atualizado com o mercado de trabalho e com as inovações
técnicas que surgem diariamente; o segundo é que, se o Militar Estadual Temporário tiver
interesse em passar a ser Militar de Carreira, não terá problemas para evitar a extrapolação da
idade máxima exigida para ingresso como Militar Estadual de Carreira, que é de 30 anos.
4
Disponível em <https://www.ead.senac.br/cursos-tecnicos/>. Acesso em 11 d emarço de 2022
Seção I
Do Regime Jurídico
Art. 4 - O Militar Estadual Temporário será regido pelo regime jurídico aplicável aos
Militares Estaduais, no que couber.
§ 1º O Militar Estadual Temporário terá carga horária de trabalho de 40 (quarenta) horas
semanais.
Art. 5 - A remuneração dos Militares Estaduais Temporários dar-se-á por meio de
subsídio, conforme a Lei Estadual nº 17.169/2012, fixado em parcela única, vedado qualquer
acréscimo de gratificação, abono, prêmio, ou outra espécie remuneratória de carreira, equivalente
à remuneração do Soldado de 2 Classe, sobre a qual incidirá contribuição nos mesmos índices e
bases de cálculo aplicáveis aos Militares Estaduais de Carreira.
§ 1º - O Militar Estadual Temporário contribuirá de acordo com o Artigo 24 - C do
Decreto-Lei nº 667.
§ 2º - Não é passível ascensão na Carreira para integrantes do QPMT.
§ 3º O Militar Temporário que estiver enquadrado em uma das hipóteses previstas nos
incisos do § 1.º, mas não for considerado inválido por não estar impossibilitado total e
permanentemente para qualquer atividade laboral, pública ou privada, será desligado.
§ 4º Os casos de que tratam o "caput" e os incisos I e II do § 1.º serão provados por
atestado de origem ou inquérito sanitário de origem, sendo os termos do acidente, baixa ao
hospital, papeletas de tratamento nas enfermarias e hospitais, bem como os registros de baixa,
utilizados como meios subsidiários para esclarecer a situação.
§ 5º O Militar Estadual Temporário declarado definitivamente incapaz ou inválido será
submetido anualmente a uma inspeção de saúde pela Junta Superior de Saúde, cessando o
pagamento do benefício de invalidez se for julgado apto para o serviço.
Art. 9 - A pensão por morte devida aos dependentes do Militar Estadual Temporário será
aos moldes da legislação específica.
Seção II
Da Admissão
Art. 10 - A admissão do Militar Estadual Temporário dar-se-á mediante aprovação em
processo seletivo simplificado e em curso específico, conforme previsto em edital.
Art. 11 - A admissão como Militar Estadual Temporário exige o cumprimento dos
seguintes requisitos:
I - ser brasileiro;
II - estar quite com as obrigações eleitorais;
III - estar quite com as obrigações relativas ao serviço militar;
IV - se concludente do serviço militar obrigatório das Forças Armadas até 5 (cinco) anos
antes da data de abertura das inscrições ao processo seletivo, tendo deste sido licenciado, no
mínimo, no comportamento "Bom", e, ainda, não ter sido punido pela prática de falta grave, na
forma do regulamento disciplinar da Força a que servia, comprovado mediante certidão;
V - não se encontrar na inatividade das Instituições Militares, na condição de reserva
remunerada ou reformado;
VI - comprovar a conclusão do ensino médio, através de diploma de conclusão,
devidamente registrado, certificado de conclusão do Ensino Médio ou documento equivalente,
em escola pública ou particular, reconhecida pelos órgãos oficiais de ensino;
VII - ter no máximo 24 (vinte e quatro) anos de idade na data do início do Curso de
Formação;
VIII - ter aptidão física e mental para o exercício das atribuições do cargo;
Seção III
Das Vedações
Art. 12 - Fica vedado ao Militar Estadual Temporário, além das proibições aplicáveis ao
Militar Estadual de Carreira:
I - a transferência voluntária de unidade de trabalho;
II - o acúmulo de férias;
III - a instalação, o trânsito e as licenças de capacitação profissional, para tratar de
assuntos particulares e para acompanhar cônjuge; e
IV - o uso de uniforme quando em folga ou trânsito, sendo permitido, exclusivamente,
em serviço.
Art. 13 - É vedado ao Militar Estadual Temporário fazer parte ativa de firma comercial,
de empresa industrial de qualquer natureza, ou nelas exercer função ou emprego remunerado.
Seção IV
Do Desligamento
Art. 14 - O desligamento do Militar Estadual Temporário será regulado por norma
interna, ocorrerá por ato do Comandante-Geral da PMPR, nas seguintes hipóteses:
I - a qualquer tempo:
a) em atendimento aos interesses da Administração Pública;
b) mediante requerimento do Militar Estadual Temporário, observado o prazo mínimo de
30 (trinta) e máximo de 60 (sessenta) dias para o efetivo desligamento, a contar da data do
respectivo protocolo;
c) por incapacidade para o desempenho das funções, conforme regulamentação; e
Seção V
Disposições Finais
Art. 14 - Não se aplica ao Militar Estadual Temporário a legislação castrense para a
aquisição, a posse e o porte de arma particular.
§ 1º - A posse e o porte de armamento estatal são autorizados somente durante a execução
do serviço.
Art. 15 - O Militar Estadual Temporário possui poder de polícia restrito ao exercício das
funções que lhe são atribuídas, sendo-lhe vedado exercer policiamento ostensivo.
Art. 16 - O contrato entre a Administração Pública e o Militar Estadual Temporário não
gera vínculo empregatício nem obrigação de natureza trabalhista, não implicando em estabilidade
no cargo ou aquisição de estabilidade.
Art. 17 - O Comandante-Geral da PMPR poderá baixar instruções complementares
necessárias à aplicação do disposto nesta Lei.
Art. 18 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
7 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a hipotética-dedutiva, localizando defasagem de Recursos
Humanos, além da demora para a formação do Militar Estadual de Carreira Combatente. Foi
proposta a hipótese para minimizar esse problema, através da criação de um Quadro Policial
Militar Temporário para atender as demandas administrativas das Organizações Policiais
Militares, desde o Alto Escalão até as Sedes de Batalhões e Companhias Independentes,
utilizando voluntários que possuam o Ensino Médio e também tenham cursos Técnicos, e
remanejando os Militares Estaduais de Carreira, que atuam nessas áreas, para a atividade-fim,
através do aumento do Policiamento Ostensivo e Preventivo nas cidades do Paraná. A fim de
agilizar esse remanejamento, foi sugerido uma grade curricular que, para a formação em um
tempo muito reduzido, de 300 (trezentas) horas/aula, levaria, aproximadamente, sete semanas e
meia. Também foi apresentada a motivação econômica para efetivar a criação do QPMT.
Por se tratar de um trabalho cujo foco é a Gestão de Pessoas, durante o procedimento
metodológico, foi realizada pesquisa de campo por meio de questionário que foi enviado por e-
mail para a Primeira Seção do Estado Maior, a fim de coletar dados sobre o quantitativo Previsto
e Existente de Militares Estaduais na PMPR, bem como solicitado o QO de todas as Organizações
Policiais Militares, para verificar a quantidade de vagas administrativas previstas. Foi solicitada,
ainda, a tabela atual de subsídio para fins de cálculos financeiros da criação do QPMT. Por fim,
foi realizada pesquisa de legislação a fim de entender como funcionam os procedimentos dos
Militares Estaduais Temporários nos Estados do Pará e Rio Grande do Sul.
8 RESULTADOS
Evidenciado pelos dados constantes do capítulo 2.2., que, de maneira bem simples, é
possível, em curto prazo, uma grande economia para o erário público, bem como um aumento
significativo de1000 (mil) militares estaduais temporários, que, proporcionalmente ao efetivo de
março de 2022, corresponde a 5,76% (cinco, setenta e seis por cento).
Os dados apresentados pela Comissão de Promoção de Praças (AINDA NÃO
RECEBIDOS) demonstram o tempo médio da Praça em cada Graduação, desde o seu ingresso
até a sua reserva remunerada. Pelos dados enviados pela Diretoria de Pessoal, foi calculado o
percentual de graduações na Reserva Remunerada, Reforma e Pensão.
Destaca-se que, uma boa medida compensatória, seria utilizar o subsídio do Soldado 2ª
Classe (seja sempre o da base, nunca incidindo qualquer acréscimo de gratificação, abono,
prêmio, ou outra espécie remuneratória de carreira), que fornece ao Estado, uma Economia de
54,65% (cinquenta e quatro, sessenta e cinco por cento) por cada homem. Isto, pois, o valor base
do Subsídio do Soldado 1ª Classe é de R$ 4.391,58 (quatro mil, trezentos e noventa e um reais e
cinquenta e oito centavos), enquanto que, o Subsídio do Soldado de 2ª Classe é de R$ 1.991,64
(um mil, novecentos e noventa e um reais e sessenta e quatro centavos) (PARANÁ, 2022). E
mesmo aumentando em 300 (trezentas) vagas no QPMT, que se refere a 42% (quarenta e dois
por cento) a mais que as vagas a serem extintas, a economia para o estado, a curto prazo, seria
de 35% (trinta e cinco por cento), equivalente a R$ 1.082.466,00 mensais de economia aos cofres
públicos.
Analisando os dados constantes no Almanaque da Comissão de Promoção de Praças,
referentes à Promoção (somente de Policiais Militares, excluídos os Bombeiros Militares)
ocorrida em 19 de dezembro de 2021, da graduação de Soldado 1ª Classe à Graduação de Cabo5,
percebe-se que a média de tempo para ser promovido é de 13 (treze) anos, sendo que o promovido
com maior tempo de serviço havia ingressado em 1996 e o mais moderno, em 2012. Para a
Promoção à graduação de 3° Sargento6, o Cabo tem permanecido, em média, 10 (dez) anos, sendo
que os mais antigos ingressaram na PMPR em 1993 e os mais modernos em 2001, numa média
5
Disponível em: <http://10.47.0.26/CPP/Almanaques/20220314_CABO_QPMG1-0.html>. Acesso em 14 de março
de 2022.
6
Disponível em: <http://10.47.0.26/CPP/Almanaques/20220314_3SGT_QPMG1-0.html>. Acesso em 14 de março
de 2022.
de 24 (vinte e quatro) anos de serviço. Somente para fins de cálculos, vamos considerar que o
graduado não tenha interesse em realizar Curso de Sargento Policial e permaneça como 3°
Sargento em serviço ativo até os 32 (trinta e dois) anos. Será considerado 32 (trinta e dois) anos,
pois é múltiplo de 8 (oito), assim, o tempo de serviço de quatro (quatro) Militares Estaduais
Temporários se equivale ao tempo de serviço do Militar Estadual de Carreira.
Completados os 32 anos (trinta e dois) um bom percentual solicita a Reserva
Remunerada. Assim, de maneira muito matemática, sem considerar valores indenizatórios
(DAEV, terço de férias, abono permanência e auxílio alimentação), a tabela abaixo apresenta o
custo de um militar estadual de carreira que permanece 32 (trinta e dois) anos na corporação:
Somados os valores, desde o início de sua carreira até encerrar a pensão, estimados 62
(sessenta e dois) anos recebendo pelo Estado, terá um custo de R$ 5.069.864,05 (cinco milhões,
sessenta e nove mil, oitocentos e sessenta e quatro reais e cinco centavos).
Nas tabelas acima, para os se chegar aos valores das colunas, “Nível da Progressão” foram
utilizados os valores atuais dos subsídios (PARANÁ, 2022) e realizado através da multiplicação
de 13 (treze) salários anuais (incluindo o 13º salário), pela quantidade de anos no posto. O valor
do subsídio se diferencia conforme o tempo de serviço, ou seja, a cada 5 (cinco) anos, até os 25
(vinte e cinco) anos de serviço, se ganha uma progressão. Após os 25 (vinte e cinco) cada
progressão ocorre a cada 2 (dois) anos. Ao iniciar na Corporação, está na progressão 1, ao
completar 31 anos de serviço, passa para a progressão 9.
Partindo do subsídio do Soldado 2ª Classe, durante 8 (oito) anos, incluindo o 13º salário,
custaria aos cofres públicos R$ 207.130,56 (duzentos e sete mil, cento e trinta reais e cinquenta
e seis centavos). Se multiplicarmos por quatro, para chegarmos aos 32 (trinta e dois) anos,
teremos R$ 828.522,24 (oitocentos e vinte e oito mil, quinhentos e vinte e dois reais e vinte e
quatro centavos).
Esse valor equivale a aproximadamente 37% (trinta e sete por cento) do valor de um
Militar de Carreira, ou seja, uma economia de 63% (sessenta e três por cento) para os cofres
públicos, somente considerando o período de ativa.
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Findo esse Artigo, fica evidente que a extinção de 700 (setecentas) vagas do QPMG e a
consequente criação do QPMT com a ativação de 1000 (mil) vagas é muito vantajoso, tanto
financeiramente, quanto temporalmente, para disponibilizar uma grande quantidade de Militares
Estaduais de Carreira para atuar diretamente na atividade-fim da PMPR.
O custo efetivo do profissional combatente e do Militar Estadual Temporário é muito
diferente, pois se utilizou como subsídio a base de Soldado de 2 Classe, que se refere 45,35%
(quarenta e cinco, trinta e cinco por cento). Do ponto de vista Temporal, entre a abertura do Edital
para o processo classificatório e a formatura do Curso de Formação do profissional combatente,
leva-se em média, 2 (dois) anos, enquanto que, entre a abertura do Processo Seletivo e a
conclusão do Curso de Formação do Militar Estadual Temporário, é possível a realização em
menos de 4 meses.
A longo prazo, os benefícios são muito maiores, pois haverá uma parcela de 700
(setecentos) Praças da PMPR que deixarão de seguir carreira, gerando uma economia razoável
por cada militar estadual.
REFERÊNCIAS
DP. Diretoria de Pessoal. Fw: Re: Re: Fw: Informações para subsidiar Estudo. [Mensagem
pessoal]. Mensagem recebida por <lafjunior@pm.pr.gov.br> em 11 de março de 2022.
PARANÁ. Lei nº 19.130, de 25 de setembro de 2017. Institui a Diária Especial por Atividade
Extrajornada Voluntária, a Gratificação Intra Muros, e adota outras providências.
Curitiba, PR, 2017. Disponível em <https://www.legislacao.pr.gov.br/ legislacao/exibirAto.do?
action=iniciarProcesso&codAto=182244&codItemAto=1133498>. Acesso em: 10 de março de
2022.
EM-PM/1. 1ª Seção do Estado Maior. Re: Fw: Informações para subsidiar Estudo.
[Mensagem pessoal]. Mensagem recebida por <lafjunior@pm.pr.gov.br> em: 10 de março de
2022.
VIERO, Rômulo Rosado e TEZA, Marlon Jorge. O emprego de efetivo temporário nas
instituições militares estaduais: uma análise do serviço militar temporário estadual no âmbito
da Polícia Militar de Santa Catarina. Brasília, DF, 2022. Disponível em
<https://www.feneme.org.br/o-emprego-de-efetivo-temporario-nas-instituicoes-militares-
estaduais/>. Acesso em: 10 de março de 2022.