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RENATO GARCIA DE FREITAS

PROFESSOR DA ESCOLA NAVAL

CARLOS ALBERTO COELHO COSTA


PROFESSOR DO COLÉGIO NAVAL E DO COLÉGIO
ESTADUAL DO LICEU NILO PEÇANHA DE
NITERÓI

QUIMICA
GERAL E INORGANICA

AO LIVRO TÉCNICO LTDA.


RIO DE JANEIRO
1960
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Copyright by "AO LIVRO TÉCNICO"
Rio de Janeiro - Brasil

APRESENTAÇÃO

A1nima1dos -com a boa aceitação que tem tido em todo o Brasil


o livro PROBLEMAS E EXERC1CIO.S DE QU1MJCA, propuze­
mo-no� escrev,er o livro texto de Química, tendo em vista o mesmo
objetivo visado no livro dle problema:s, isto .é, um livro que tivesse uma
se,qiiência tâo ol,ara quanto possível e que pudesse acompanhar o es­
tudante desde .as primeiras noções de Química até os exames ves­
tibulares às ,escolas superiores.
A QUíll1ICA GERAL E INORGÂNICA que ora apresenta­
mos procura, a nosso v,er, atender não só -aos reclamrs· do cnrso
científico como às exig,ências dos ,e:names vestibula1res. Destina-se pois
IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRASIL
êsse livro aos alnnos da primeira s,érie do curso científico, .d,o Co­
légio Naval, ,d,as Escolas Preparatórias do Exércit,o e da Aeronâu­
tica e, sobr,etiuto aos vestibubrondos de Engenhari.a, Química, Me­
dicina, Odontologia, Farmácia, Agrono,mia e Veterin,ária.
Embora n,ão consfom do programa do curso ciemtífico, introdu­
zimos no capítulo 10, as noções de Qnimica Analítfo.a Quailitativa
a fim ,de ,atender aos programas dos exames vestibufores.
O planej.Wl'f!,ento élêsse livro foi estudad:o e·m conjunto .e em
comu,m ac.ôrd,o por ambos os .autores. O desenvolvimento minucioso
dos diversos c.apítulos foi no entanto dividido, ficando a cargo do
Prof. Carlos Alberto Coelho Costa os capítulos 8 e 9 ( Química Des­
critiv,a) .e, do Prof. Renato Garcia d,e Freitas os dem,ais.
Esperamos qne com a QU1JJIICA GERAL E INORGANICA
t.enhamos sido úteis aos ,est'U!dant-es ide nosso país.
Antecipadarnente ,agradecemos a todos que com suas sngestões
venham contribuir para o melhorwmento dêst,e livro.

Rio - Março de 1960.


COMPOSTO E IMPRESSO POR SEDEGRA SOCIEDADE EDITÔRA E GRÁFICA LTDA. RENATO GARCIA DE FREITAS
RUA MATIPÓ, 115. TEL. 49-7821. RIO DE JANEIRO
CARLOS ALBERTO COELHO COSTA
ÍNDICE DOS ASSUNTOS

CAPÍTULO 1

MATÉRIA - SUBSTANCIA - CORPO

I) INTRODUÇÃO
1. 1) Matéria - Substância - Corpo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1. 2) Estados de agregação da matéria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1. 3) Matéria e energia . .. .... .......... ....... .... .. 13
1. 4) Fenômenos físicos, químicos e físico-químicos 14

E DIVISÃO DA QUíMICA
5) Conceito 15
lo 6) Divisão: ramos da Química . .. .. .. .... ............ . 15
1. 7) Resumo histórico .. .... .. ......... ............ . 17
1. 8) Utilidade da Química . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

III) SUBSTANCIA PURA MISTURA


1. 9) Substância pura: elcmrnto, substância simples, substância
composta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . 19
1.10) Mistura: mistura homogênea e heterogênea .... , , . . . 20
1.11) Distinção entre mistura e combina<}ão , . . . . . . . . . . . . . . . 21

IV) SISTEMAS MATERIAIS


1.12) Sistema - Fase - Componente ..... , . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.13) Sistemas unifásicos e polifásicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.14) Soluções o dispersões 24

V) .ANALISE Il\IEDTATA
1.15) Análise imediata análise elementar ............. . 26
1.16) Processos mecânicos: separação de fases . . . . . . . . . . . , 27
7') Processos de fracionamento: separação de componentes 31
1J 8) Propriedades gerais, funcionais e específicas . . . . . . . . . . 41
l.19) Critérios de pureza .. , , .. , . , . , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
8 ÍNDICE ÍNDICE 9

CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 6

ELEMENTOS E COMPOSTOS REAÇÕES QUIMICAS

2. 1) Distinção entre elementos e compostos .............. 47 6. 1) Conceito .......................................... . 108


2. 2) Distinção entre elemento e substância simples ....... . 48 6. 2) Fatôres que influenciam a velocidade das reações .... . 108
2. 3) Classificação dos elementos em grupos ............. . 50 6. 3) Tipos de reações químicas .......................... . 111
2. 4) Distribuição dos elementos ........................ .
2. 5) Estado físico dos elementos ......................... .
51
52
"
1: 6. 4) Ajustamento de equações ........................... .
5. 5) Cálculo estequiométrico ............................. .
115
120
2. 6) Leis do estado gasoso .............................. . 52
2. 7) Leis das combinações químicas ..................... . 54 CAPÍTULO 7
),

CAPÍTULO 3 FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA


7. 1) Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
ÁTOMOS E MOLJ'lCULAS 7. 2) Resumo das funções ................................ . 124
7. 3) óXIDOS 126
3. 1) Teoria atômica de Dalton ........................... 66
3. 2) Princípio de Avogadro ............................. .
7. 4) ACIDOS . ......................................... . 137
67 7. 5) BASES 148
3. 3) Pêso atômico e pêso molecular . : ................... . 70
7. 6) SAIS ............................................. . 152
3. 4) Atomicidade ....................................... . 74
7. 7) COMPOSTOS NÃO-FUNCIONAIS .................. . 165
3. 5) Alotropia ......................................... . 74
3. 6) Notação e nomenclatura .....•....................... 75
3. 7) Fórmula empírica e fórmula molecular ............. .
CAPÍTULO 8
79
3. 8) Determinação da composição centesimal .............. . 84 ESTUDO DESCRITIVO DOS óXIDOS, ACIDOS E BASES
8. 1) Principais óXIDOS 171
CAPÍTULO 4 8. 2) Principais ACIDOS 198
8. 3) Principais BASES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211
VALnNCIA

4. 1) Primeira noção de valência ........................ . 85 CAPÍTULO 9


4. !) Classificação dos elementos quanto à valência ......... . 87
4. 3) Radicais .......................................... . ESTUDO DESCRITIVO DO HIDROGÊNIO E NÃO-METAIS
89
4. 4) Tipos de fórmulas ................................. . 91 9. 1) Hidrogênio ....................................... . 218
9. 2) Principais NÃO-METAIS .......................... . 221
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 10
ESTRUTURA ATóMICA MODERNA
ANÁLISE QUIMICA INORGANICA
5. 1) Átomo moderno .............................. . 93 10.1) Análise elementar qualitativa ....................... . 272
5. 2) Conceito eletrônico de valência ..................... . 96 10.2) Pesquisa de CATIONS ............................ . 273
5. 3) Número de oxidação ............................... . 100 10.3) Pesquisa de ANIONS ............................. . 293
5. 4) Noção da teoria iônica ............................ . 103 Tabelas .................................................. . 305
111!!!1"-~-----------------------------...------------------- -

CAPÍTULO 1

MATÉRIA - SUBSTÂNCIA - CORPO

I) INTR:onuçÃO

1.1-Matéria. Substância. Corpo

Através dos sentidos o Homem se certifica da existência do


mundo material, isto é, de tudo aquilo que constitui o, mundo ob-
jetivo. A percepção humana encontra-se, porém, entre limites mui-
to próximos, compreendidos entre 0,1 mm e 50 km, nada revelando
o que está situado aquém ou além daqueles extremos. Com o auxí-
lio de instrumentos especiais conseguimos, entretanto, ampliar de
tal modo a nossa pereepção que nos colocamos entre dois outros
extremos, penetrando assim nos segrêdos do mundo extremamente
pequeno (microcosmo) e do mundo extremamente grande (macrocos-
mo). Contudo, quer no mundo visível em que vivemos quer no mi-
crocosmo ou no macrocosmo, tudo é constituído de alguma coisa
que denominamos matéria.
:Matéria é, portanto, um têrmo ger,al, ,designando tudo ,aqui"lo
que existe no universo·. Em outras palavras, matéria é tudo que
tem massa.
Matéria é, pois, uma designação genérica. Toma o nome de subs-
tância quando encarada quanto à qualidade e de corpo quanto à
quantidade. Exemplos: hidrogênio, oxigênio, ouro, etc., são substân-
cias que diferem pela natureza da matéria de que são constituídas.
Já uma barra de ferro, um fio de cobre, um anel de ouro, são cor-
pos, porquanto s.ão porções limita,das de matéria, constituídos, no en-
tanto, de substâncias diferentes: substância ferro, substância co-
bre, substância ouro.
---------------------------------------~----------------------- - -i
1

12 MATÉRIA - SUBSTÂNCIA - CORPO CAP. 1 ART. 1.3 MATÉRIA E ENERGIA 13

É comum a confusão que se faz entre substância e corpo. Um LÍQUIDO - Volume determinado ~ob dadas condiçõ~ mas não tem
exemplo prático esclarecerá melhor. Seja um funil de vidro: o forma definida. Toma a forma do recipiente que o con-
funil é o corpo e o vidro de que é feito é a substância. tém. Pouco compressível e pequena expansibilidade.
GASOSO - Forma e volume do recipiente que o contém, muito
1.2 - Esftad9$de agregação da matéria
compressível e eminentemente expansível. Os gases pos-
A matéria existe em três estados de agregação, também cha- suem a particularidade de ocupar completam,ente qual-
mados estados físicos: sólido, líquixlJo ,e ga,soso. Podemos conceituá- quer espaço que se lhes ofereç.(JJ.
-los em função das fôrças intermoleculares. No estado sólido a fôrça
de coesão das moléculas é maior que a de repulsão, razão porque as A distância entre as moléculas é muito menor nos líquidos do
moléculas permanecem bem próximas. No estado líquido elas se que nos gases (Fig. 1.1), razão pela qual os líquidos são menos com-
contrabalançam enquanto que no estado gasoso a fôrça de repulsão pressíveis e mais viscosos. Um líquido pode ser considerado como
predomina, havendo conseqüentemente maior afastamento das mo- um sólido fundido ou como um gás liquefeito.
léculas. Uma substância pode então existir em mais de um estado de
No exemplo abaixo podemos visualizar os estados de agregação agregação, sem sofrer modificação na sua integridade. Para que
da matéria, representando a molécula por pequeno círculo: tal aconteça, basta variar alguns fatôres externos, tais como tem-
peratura, pressão, etc., fatôres êsses que provocando aumento ou di-
minuição na energia cinética das moléculas agem no sentido de au-
mentar ou diminuir as fôrças intermoleculares.
000000000000000
ººººººººººººººº Sob pressão constante, variando apenas a temperatura, a subs-
tância água pode existir nos três estados de agregação : gasoso ( va-
Sólido
por d'água), líquido (água comum) e sólido (gêlo).
Líquido
Por outro lado1 aumentando a pressão e diminuindo a tempe-
ratura, o gás carbônico C0 2 (g) passa para o estado líquido C02 (1)
ºººººººººº e, finalmente, para o estado sólido C02 (s). O dióxido de carbono
ºººººººººº sólido é o conhecido gêlo siêco que tem a particularidade de passar,
na pressão ambiente, diretamente do estado sólido para o estado
Gasoso gasoso. São bem conhecidas .as vantagens de aplicação do gêlo sêco
FIG. 1.1 sôbre o úmido ( atinge temperaturas mais baixas e não deixa resí-
duos).
Cumpre assinalar que, mesmo os corpos sólidos, os de aparên-
cia mais compacta, possuem poros em tôda a sua extensão, consti- 1.3- Matéria e energia
tuindo os espaços intermoleculares. Realmente, a matéria é extre-
mamente porosa, havendo mesmo mais espaços vazios do que ocu- Matéria e energia são as entidades fundamentais que com-
pados. põem o universo.
Os estados de agregação da matéria se caracterizam pelas se- Matéria é tudo que tem massa, extensão e inércia. A matéria
guintes propriedades fundamentais: é, assim, definida através de suas propriedades essenciais.
SóLrno Forma e volume determinados, elevada rigidez, resis- A extensão é a propriedade de um corpo ocupar um lugar
tência à deformação. O sólido é cristalino ou amorfo, no espaço, enquanto que a inércia é a propriedade que tem o
conforme tenha ou não forma geométrica definida. corpo de permanecer no seu estado de repouso ou de movimento.
14 MATÉRIA - SUBSTÂNCIA - CORPO CAP. 1 ART. 1.5 CONCEITO 15

Energia é comumente definida como a capacidade que tem a e de pressão, são exemplos de fenômenos físicos (fusão, solidificação,
matéria de produzir trabalho. liquefação, vaporização, sublimação, etc.).
A energia pode ser potencial e cinética dependendo do estado Fenômeno .químico é aquêle que s,e processa alterando a na-
em que se encontra o corpo material. tur,eza da substância.
A energia potencial caracteriza o corpo em estado de repouso O fenômeno químico caracteriza-se pela descontinuvdade e mui-
enquanto que a energia cinética é a energia do corpo em seu esta- tas vêzes pela irreversibilid:ade. Em presença da luz, 2 g de hidro-
do de movimento. Por conseguinte, as matérias e.xplosivas, como gênio só se combinam com 71 g de gás cloro (descontinuidade) re-
a pólvora, a nitroglicerina, o trotil, são sistemas materiais dotadas sultando desta combinação o gás clorídrico. Todavia, voltando à
de grande quantidade de energia potencial que se converte em obscuridade, o gás clorídrico não se decompõe em seus elementos
energia atual ou cinética no momento da explosão. A matéria é, (irreversibilidade). No entanto, certos fenômenos químicos são re-
pois, um manancial de ,energia. versíveis (ver r.eações reversíveis).
A energia pode ainda se apresentar em diferentes formas: ener- Também o hidrogênio se combina com o oxigênio (na propor-
gia mecânica, térmica, elétrica, luminosa, química, etc. A energia ção de 2 para 16 g) para formar a água, sob ação de uma cente-
radiante é aquela que se propaga no espaço sob forma de ondas e lha elétrica (no eudiômetro). A água não apresenta contudo ne-
radiações de natureza eletromagnética. nhuma das propriedades do hidrogênio ou do oxigênio como, por
exemplo, combustível o primeiro e comburente o segundo.
"A energia não pode ser criacla nem destruída, apenas se
transforma de uma forma em outra" (Pri1icípio da conservação da Nos fenômenos quimicos, observ,ro-se, portanto, o desaparecimen-
energia). to de substâncias e o aparecimento de outras, wm proprie.dad.es
inteiramente difer,ent,es, e,nquanto que nos fenômenos físicos, as subs-
"A matéria não pode ser criada nem destruída, apenas se tâncias não perdem a sua integridade.
transforma" (Princípio da conserv,ação da matéria) (Ver 2.7).
Os fenômenos físico-químicos não têm características particula-
res. De um modo geral são aquêles em que há ocorrência simultânea
1.4 - Fenômenos físicos, químicos e físico-químicos
de fenômenos físicos e químicos.
Vulgarmente designa-se fenômeno um :fato qualquer, pouco co-
mum, raro. Em linguagem científica fenômeno é tôda modifica- II) CONCEITO E DIVISÃO DA QUÍMICA
ção que se realiza nos corpos, alterando ou não a sua substância.
1.5 - Conceito
Fenômeno físico é a.quêle que se processa s,em alterar a na-
tureza da substância. Química é (JJ ciência que estuda as :substâncias, sua natureza,
suas propriedades e suas transformações.
O fenômeno físico caracteriza-se pela continuidade e reversibili-
dade. Uma barra metálica quando aquecida se dilata, sendo o com- A Química não tem por objetivo o ,estudo do corpo, mas sim,
primento da barra uma função contínua da temperatura ( dentro da natureza da matéria de que êle é constituído. isto é. de sua
de certos limites). Assim, o comprimento da barra será l na tem- substância. Por êsse motivo não se deve dizer que o hidrogênio é
peratura t; aquecida até a temperatura t' o comprimento será Z'. um corpo simples ou a água é um corpo composto e, sim, substân-
Resfriada, o comprimento será novamente l quando a tempera- cia simples ou substância composta. Reserva-se o têrmo corpo para
tura fôr t. O fenômeno é, portanto, reversível e, também, contínuo, uma porção limitada de substância. O seu estudo é objeto da Fí-
desde que tôda a barra sofreu a dilatação. sica.
A dissolução de um sal na água, as mudanças de estado que 1.6 - Divisão: ramos da Química
os corpos sofrem quando submetidos a variações de temperatura A Química pode ser dividida, para efeitos diaaticos, em:
lG l\!ATÉRIA - SUBS'l'.4..NCIA - CORPO CAP. 1 ART. 1.7 RESUMO HISTÓRICO 17

Geral ções emanadas pelos elementos radioativos, naturais e artificiais de


( Inorgânica ou Mineral grande aplicação na medicina, agricultura e indústria.
r
Pura <
1
Descritiva
l Orgânica
l.7 -Resumo histórico
1 ( Qualitativa A Química é a mais nova das ciências. Começou a ser estu-
Química l Analítica
l Quantitativa
dada, como ciência, no século XVII em Oxford que foi a primeira
Universidade a nomear um professor de Química. É uma ciência
( Química Industrial e Engenharia Química experimental e, no entanto, somente no século XIX foi instalado

l
Agrícola o primeiro laboratório de Química.
Aplicada Bromatológica e Toxicológica
Radioquímica Até então, a Química cingida num empirismo acanhado era
mais uma arte que uma ciência.
O estudo da Química como ciência sem descer a conclusões de A origem da Química remonta aos primórdios da civilização.
ordem prática para a vida, chama-se Química Pura. A aplicação Antes da era cristã, já os chineses fabricavam o papel, a cerâmica,
dêstes conhecimentos às ciências e às artes constitui a Química Apli- tintas (tinta nanquim), sabiam trabalhar com os metais e conhe-
cada. ciam a pólvora negra.
A Química Geral estuda os fenômenos químicos relacionados a x·..f :;,,.,_ Os egípcios sabiam purificar um certo número de metais, como,
tôdas substâncias bem como as leis que os regem. A parte da Quí- .t o ouro e a pràta; utilizavam os seus conhecimentos de Química no
mica Geral que estuda as relações entre os fenômenos físicos e quía: " _· j; , ~/ embalsamamento de cadáveres (múmias), isto há mais de 3 000 anos
micos constitui a F'ísico-Quimica, hoje estudada como disciplina J.
~-,... A.O.
a.- e....
parte, dado o seu desenvolvimento. A Química e descreve a _- -""" A,4:)' · Os gregos e os romanos exploravam as minas de ouro, cobre,
tâ c· reino mineral é conhecida por uímica M' u /~ \ fabricavam os sabões1 vidros, cerâmica e, 300 anos antes de Cristo,
gânica e as do reino animal e vegetal or Química Or ânica. O os filósofos gregos Leucipo e Demócrito anunciavam a.o mundo de
l c'õiícefto moderno de Química Orgânica será dado . no volume de então, a concepção filosófica da teoria atômica.
~Química Orgânica. No caso de organismos vivos tem o nome par-
Do século III da nossa era até o século XVI, abrangendo tôda
titular de Química Biológica.
a Idade Média, dominou o período da alqiâmia estribada na dou-
A Química Analítica será Qualitativa quando determina trina dos quatro elementos, segundo a qual tôda a matéria, todo
a qualidade dos elementos constituintes da amostra a analisar. o universo visível era formado de quatro elementos: ar, água, terra
Quando além da qualidade determina também a quantidade, cons- e fogo.
titui a Química Analítica Quantitativa. Tanto a Química Analítica Os alquimistas não tinham em mente o esclarecimento dos fe-
Qualitativa como a Quantitativa podem ser Inorgânica e Orgânica. nômenos químicos ou a descoberta de leis; apenas, dedicavam-se à
A Química Aplicada recebe diferentes denominações conforme procura da "pedra filosofal", cuja finalidade era transmutar os
o ramo a que se destina: Química Industrial e Engenharia Química: metais ordinários em ouro e de um remédio universal ou "pana-
fabrica,ção de produtos químicos em alta escala, como por exem- céia" que curasse tôdas as doenças e1 assim, sonhavam com o "Eli-
plo os ácidos, álcalis, corantes, papel, plásticos, tintas, óleos, medica- xir da longa vida".
mentos, explosivos, etc.; Química Agrícola: constituição dos solos, Muitas descobertas devem-se, entr<ftanto, aos alquimistas, como
fertilizantes, inseticidas, etc.; Química Bromatológica e Toxicológica, por exemplo, os árabes que nos legaram o alambique, a obtenção
relativas aos alimentos e substâncias tóxicas, respectivamente; Ra- do nitrogênio ( azôto), a preparação da água régia (por AI Yaber
dioquímica, novo ramo da Química, dedicado ao estudo das radia.- Geber), do ácido sulfúrico, do álcool etílico ( espírito de vinho),
18 MATÉRIA - SUBSTÂNCIA - CORPO CAP. 1 ART. 1.9 SUBSTÂNCIA PURA 19

do álcool metílico ( espírito de madeira), do ácido clorídrico ( espí- III) SUBSTÂNCIA PURA E MISTURA
rito de sal) .
Desvanecidas as esperanças dos alquimistas a Química entrou 1,9 - Substância pura: elemento, substância simples,
em uma nova fase, a J.atroquímica, passando ao serviço exclusivo da subst$.ncia com.posta
medicina (século XVI-XVII). "O fim próprio da Química não é Em qualquer dos estados de agTegação da matéria, as substân-
fazer ouro, é preparar remédios", dizia Paracelso. cias se encontram distribuídas no universo na forma de silbstância
No final do século XVIII, inaugura-se o período moderno e pura ou de mistura.
rigorosamente científico da Química, com Lavoisier, Scheele, Pries- f, Elemento - substância simples
tley, Dumas, Guyton de Morveau, Bertholet, Proust, Dalton, Gay- Substância pum
f I Substância composta.
Lussac, Richter e outros.
A Química entrou então em seu verdadeiro caminho de ciên- Substância i í Homogênea
cia experimental que a eleva atualmente à altura de uma das mais
l Mistura
úteis e gloriosas conquistas do espírito humano. l Heterogênea.

1.8 - Utilidade da Química A substância pura apresenta composição constante, definida, in-
variável. Daí ser também conhecida por "espécie química d;efinida".
De tôdas as ciênciatS é talvez a Química a mais importante pe· Exemplos: hidrogênio, cloro, cobre, cloreto de sódio, nitrato de pra-
las suas aplicações mn tôdas ,as necessidades da vi.d.a. ta, etc. , A •

Os diferentes ramos da Química aplicada nos dão a idéia da Elemento é a parte material comum as substancias puras.
importante contribuição desta ciência para o bem estar da huma- Quando constituídas de um ou mais elementos, as substâncias p~ras
nidade, proporcionando maior possibilidade de cura de inúmeras recebem O nome de substâncias simples ou compostas, respectiva-
enfermidades com o advento dos quimioterápicos e antibióticos, au- mente. No capítulo 2 trataremos da distinção entre elemento e
mentando a produção de nossos campos com a adubação racional substância simples.
e o combate sistemático aos insetos daninhos com os inseticidas mo- As substâncias compostas são também conhecidas por combi-
dernos; maior confôrto e bem estar com os produtos sintéticos, como na<;Ões.
por exemplo, sêda artificial, corantes, rayon, nylon, borracha e plás- ~ Combinação é a reunião de duas ou mais substâncias pur.as
ticos em geral. e,m proporções definidas, resultando novas substâncias com proprie-
dades inteiramente diferentes.
Não é sem razão que eerto pensador disse o seguinte aforismo :
A combinação é também uma substância pura e, portanto, tem
".o progresso material de wm país estâ em função do dese111Volvi-
cow' ~::eia de composição, possuindo por conseguinte, propriedades
mento de sua indústria ,químic.a".
fJ'd ilcas também constantes.
Se das ciências é a Química, incontestàvelmente, a impulsiona- A combinação é homogênea e, somente por processos quí_m~cos
dora do progresso humano, cooperando com seus múltiplos aspec- seus componentes podem ser separ.ados. E' um f enomen~ q~nm.co ,
A

tos na construção do mundo, não é menos verdade, também, que con- realizando-se com desprendimento ou absorção de energia term1ca
corre para a sua destruição, pois o homem, com as suas ambições in- e em certos casos, também energia luminosa.
contidas de conquistas ou como meio de defesa de sua soberania, ' Mistura é a reunião de duas ou mais substâncias puras e1m
a utiliza para fins de destruição, empregando os explosivos mo- quaisquer proporçõ.es, conservando cada substância a sua individua-
dernos de alta potência, bombas incendiárias, gases tóxicos, lança- lidade.
-chamas e as moderníssimas bomba atômica e bomba de hidrogênio, A mistura é um fenômeno físico e, de uma maneira geral, rea-
conquistas da química ,e da física.
liza-se sem desprendimento ou absorção de calor (fazem exceção as
20 MATÉRIA - SUBSTÂNCIA - CORPO CAP. 1 ART. !.11 DISTINÇÃO ENTRE MISTURA E COMBINAÇÃO 21

misturas refrigerantes, como por exemplo, gêlo moído e sal, mari- nominação genérica de ganga. Assim, o calcário é u~n 1~inério
nho, nitrato de amónio e água) . onstituído de carbonato de cálcio mais ganga; a dolom1ta e cons-
c , . h
Os componentes de uma mistura podem ser separados por pro- tituída de carbonato de cálcio, carbonato de magnes10 acompan ~-
cessos físicos ou mecânicos. ., dos da ganga. A_ galena e a magnetita são também exemplos d~ ~m-
.1;1·
As propriedades das misturas (\dependem das proporções dos nérios. O primeiro possui o sulfêto de chumbo e o segundo o oxido
seus componentes. Seja o exemplo clássico: misturando-se limalhas salino de ferro, ambos acompanhados de ganga.
de ferro com enxôfre em pó, em quaisquer proporções, forma-se Como exemplos de misturas homogêneas citaremos os exemplos
uma mistura, não perdendo, contudo, o ferro nem o enxôfre a clássicos: ar atmosférico, águas naturais, água do mar (livre de im-
sua individualidade. pureza), soluções em geral, etc.
Por outro lado, se aquecermos o ferro em pó com o enxôfre Cumpre destacar, entretanto, que a homogeneidade de uma
em proporções d'efinidas (por ex€mplo 56 g de ferro 32 g de en- mistura é por vêzes relativa, dependendo dos meios de observação
xôfre ou 7 g de ferro e 4 g de enxôfre e, assim por diante) temos utilizados. É o caso do sangue, do leite, das dispersões em geral,
uma combinação química, conhecida por sulfêto ferroso. que embora parecendo misturas homogêneas, à vis~a desarmada,
quando vistas ao microscópio apresentam-se como misturas hetero·
No caso de mistura, para separar o ferro do enxôfre, podemos
empregar o ímã que atrai o ferro ou, ainda, por meio de um dis- gêneas. Observado ao microscópio o sangue se nos apresenta como
líquido incolor - o plasma - possuindo corpúsculos vermelhos
solvente adequado, tal como o sulfêto de carbono, que dissolvendo
o enxôfre separa-o do ferro. em suspensão. No microscópio metalográfico as ligas n_ietálicas co~-
portam-se como misturas heterogêneas. Enfim, submetidas aos ra10s
Em se tratando de combinação, a separação dos constituintes X as misturas são em geral heterogêneas.
torna-se mais difícil, exigindo para isso, o concurso de reagentes
' Examinando a estrutura do globo terrestre nota-se que a at-
químicos. Assim1 o ácido clorídrico atacando o sulfêto ferroso con-
mosfera é constituída de mistura homogênea (ar atmosférico); a
segue separar o ferro do enxôfre, não se encontrando todavia, o
hidrosf-era é, também, de um modo geral, mi.stu~a homogênea,. en·
ferro e o enxôfre no estado livre, mas sim, na forma de dois ou-
quanto que na litosfera ou crosta t,errestre distribuem-se as imstu-
tros compostos, o cloreto ferroso e o gás sulfídrico.
ras heterogêneas ( as terras e os minérios são misturas complexas) .
l.10 - Mistura: mistura homogênea e heterogênea E as substâncias puras? Onde se encontram1 Pràticamente.' as
A mistura pode ser homogênea ou heterogênea, conj orme a sua substâncias puras não se acham isoladas na natureza. Reumdas
composição seja a mesma ou não em todos os pontos de sua massa. porém, a outras substâncias puras formam as . mist~ras de onde
são retiradas atra.vés da análise imediata. Assim, liquefazendo-se
As misturas homogêneas são também conhecidas por soluções.
O ar atmosférico e, submetendo-o a uma destilação fracionada, con-
Nas misturas heterogêneas consegue-se distinguir à vista de-
segue-se retirar o oxigênio do ar. # ••

sarmada ou, em certos casos, com auxílio de microscópios, as par-


A água do mar, o ar atmosférico, o petróle~, ~ carv~o .e os mme·
tículas das substâncias que a constituem. Nas misturas homogêneas rios constituem as fontes de extração das substancias qmm1cas.
isto não acontece. Assim por exemplo, observam-se à vista desarma-
da: a poeira no ar (fresta num cômodo escuro), o enxôfre e o 1.11-Distinção entre mistura e combinação
ferro quando misturados, a água e o óleo1 os componentes do gra-
nito ( quartzo, feldspato e mica). A pólvora negra, mistura de car- Sob O ponto de vista doutrinário ou do comportamento expe-
vão, ·enxôfre e salitre é outro exemplo clássico de mistura hetero- rimental, podemos estabelecer entre mistura e combinação, as se-
gênea. Os minérios são também, exemplos de misturas heterogêneas, guintes distinções:
visto que na sua constituição entram um ou mais compostos quími- a) Nas misturas, os componentes se e~contr~~ em propor·
cos definidos, misturados com as i1f purezas, recebendo estas a de- ções quaisquer; nas combinações, em proporçoes defm1das.
22 MATÉRIA - SUBSTiNCIA - CORPO CAP. 1 ART. 1.13 SISTEMAS UNIFÁSICOS E POLIF.faICOS 23

b) Nas misturas1 os componentes não perdem a sua individua- só fase líquida; um sistema de líquidos não miscíveis possui tantas
lidade; nas combinações, os componentes desaparecem dando lu- fases quantos forem os líquidos; finalmente, um sistema de vários
gar a outros completamente diferentes. . sólidos apresenta também várias fases, formando cada sólido, de
e) As misturas podem ser homogêneas ou heterogêneas· as per si1 uma fase.
combinações somente podem ser homogêneas. '
d) As mi~turas em geral não vêm acompanhadas de energia 1.13 - Sistemas unifásicos e polifásicos
térmica ou lummosa; as combinações vêm. Conforme o número de fases o sistema pode ser unif ásico ou
e) As misturas são exemplos de fenômenos físicos; as com- polifásico.
binações, de fenômenos químicos. As rmisturas hornogêne,as são sisbenias unifásicos. Exemplos clás·
f) Nas misturas os componentes podem ser separados por sicos: o ar atmosférico é um sistema unifásico com vários compo·
processos físicos ou mecânicos; nas combinações não podem. Em nentes ( oxigênio, nitrogênio, gases ra.ros, vapor d'água). Uma so-
outras palavras, as ·misturas não resistem rws processos de fracio· lução aquosa de cloreto de sódio é um sistema unifásico com doi.s
namento; as combinações, resistem. ( diferença experimental). componentes: água e cloreto de sódio. A água do mar, é um siste-
ma unifásico com vários componentes ( cloreto de sódio, cloreto de
magnésio, cloreto de potássio, sulfato de magnésio, sulfato de cál-
IV) SISTEMAS MATERIAIS
cio, brometo de potássio, etc.). O latão é um sistema unifásico com
dois componentes ( cobre e zinco). A água e o álcool constituem um
l.12 - Sistema. Fase. Componente
sistema unifásico com dois componentes. Uma particularidade in-
, Sisten~a mater~al é tôda parte do mundo objetivo sujeito teressante nota-se na dissolução do álcool na água: produz-se uma
a ~bs:rvaçao material. Os sistemas materiais podem ser físicos ou contração de volume. De fato 1 o volume da solução resultante não
quimicos, conforme sejam sede de um ou de outro fenômeno. é a soma dos volumes dos componentes mas sim, menor. Conclusão:
Os sistemas físicos e químicos pod:em ser homogêneos ou het,e- os volumes não são aditivos.
rogêneos. O sistema é homogêneo quando apresenta a mesma com· As misturas heterogêneas são sistemas polif ásicos. Exemplos
posição e:11 tôdas as suas partes; caso contrário, será heterogêneo. clássicos: o sistema constituído de água + óleo é um sistema di-
Os ~rntemas homogêneos são constituídos pelas substâncias pu- fásico com dois componentes. O sistema água + óleo + mercúrio
ras e rmsturas homogêneas e o sistemas heterogêneos pelas mistu- é um sistema trifásico com três componentes. O sistema CaCOs :µ:
ras heterogêneas. Os sistemas químicos são de um modo geral he- ~ Ca.O + 00 2 é trifásico com três componentes. O granito constitui
terogêneos. um sistema trifásico com três componentes ( quartzo, feldspato e
Os sistemas materiais classificam-se ainda quanto ao número mica). A pólvora, constitui um sistema trifásico com três compo·
de componentes e de fases. nentes ( carvão vegetal1 enxôfre e salitre). Sistema constituído de
Componentes de um sistema são a.s difer,entes substâncias puras água e sal em dissolução: unifásico (fase dissolução com dois com·
que entr(J)m, na sua forrnação. · ponentes); se houver sal em excesso, depositando-se no fundo o
Fase, segundo Willard Gibbs, é todo sistema fisicamente ho- sistema é difásico ( fase líquida ou de dissolução e fase sólida) com
mog~ne.o. Por conseguinte, fases de um sistema heterogêneo são dois componentes; se houver vapor da solução, teremos mais uma
;
as diferentes partes homogêneas que o constituem mecânicamente • fase. Na crosta terrestre predominam as misturas heterogêneas .
.
separa, veis. '
As substâncias puras são sistemas unifásicos ou polifásicos.
Com o conceito de fase conclui-se que num sistema gasoso só Exemplos clássicos: A água destilada constitui um sistema unifá-
há uma fase gasosa, porque os gases formam sempre misturas ho- sico com um só componente. Uma barra de ferro é um sistema uni·
mogê~eas, por serem miscíveis entre si ( ver difus,ão elos, gases); fásico com um só componente. O sistema gêlo + água + vapor
um sistema de líquidos miscíveis entre si, apresenta também uma d'água é um sistema trifásico com um só componente. O sistema
l

24 MATÉRIA - SUBSTÂNCIA - CORPO CAP. 1 ART. 1.14 SOLUÇÕES E DISPOSIÇÕES 25


gêlo sêco C02 (sólido) ~ C02 (líquido) ~ C0 2 (gasoso) é um.
As dissoluções podem ser físicas ou químicas.
sistema trifásico com. um só componente. O fósforo apresenta-se
sob duas fases: fósforo branco (cristalizado) e fósforo vermelho Nas dissoluções físicas as substâncias não perdem a sua in-
(amorfo). O enxôfre pode se apresentar sob as fases gasosa, lí- tegridade, não se verificando nenhuma transformação. O soluto
quida e sólida ( octaédrica, prismática e amorfa). pode ser fàcilmente recuperado pela evaporação do solvente. Seja,
por exemplo, uma solução aquosa de cloreto de sódio ou de sulfato
Conclusão: Nem. o conceito de fase, nem o de homogeneidade
de cobre. Basta realizarmos uma evaporação da água para recupe·
distinguem as misturas das substâncias puras. Somente a constân-
rarmos as substâncias acima referidas. Também na dissolução de
cia da composição é capaz de diferençá-las. Pràticamente, faz-se a
um gás na água, uma ebulição prolongada expulsará totalmente
distinção empregando-se os processos de fracionamento: as mistu-
o gás. São exemplos de sistemas físicos.
ras não resistem enquanto que as substâncias puras resistem ( den-
tro de certos limites). Nas dissoluções, impropriamente denominadas químicas, veri-
fica-se sempre uma reação química, com o desaparecimento de cer·
l.14 - Soluções e dispersões tas substâncias e o aparecimento de outras, havendo quase sempre
mais de uma fase, recebendo impropriamente o nome de soluções.
Se colocarmos cristais de açúcar ou de sal de cozinha em água,
São exemplos de sistemas químicos. É o caso da dissolução dos me-
êles desaparecerão no seio do líquido. Diz-se que os cristais se dis·
tais ou dos calcários nos ácidos. Assim, por exemplo, o zinco quan-
solveram. Não é necessário agitar, porquanto a dissolução efetua-
do atacado pelo ácido clorídrico se dissolve, formando uma solu-
·se pouco a pouco por difusão, sem nenhuma intervenção e:xterna,
constituindo, assim uma solução. ção de cloreto de zinco e desprendendo gás hidrogênio. Já o car-
bonato de cálcio atacado pelo ácido sulfúrico também se dissolve,
Soluções são misturas homogêneas, unifásicas, constituídas de surgindo no sistema o sulfato de cálcio, água e gás carbônico.
dois ou mais componentes.
As soluções podem ser diluídas ou concentradas. As soluções
Prepara-se uma solução dissolvendo uma substância em outra: que apresentam a uma dada .temperatura, grande quantidade de
a substância que é capaz de dissolver outra chama-se dissolvente ou soluto em relação a determinada quantidade de solvente chamam-
simplesmente, solvente; a que é dissolvida chama-se dissolvido ou' -se concentradas; caso contrário, recebem o nome de diluídas. A tem-
soluto. Assim, dissolvendo nitrato de prata em água forma-se uma
peratura foi especificada porque como veremos no 29 volume as
solução, sendo o nitrato de prata o soluto e a água o solvente. Re·
sumindo, temos : substâncias em geral são mais solúveis a quente que a frio. Exem-
plo: Dissolvendo 300 g de nitrato de sódio em 1 litro de água a
Solução = solvente + soluto temperatura de 20ºC temos uma solução concentrada; se dissol-
vermos apenas 30 g em 1 litro d'água obtemos uma solução diluída,
Dissolução é o ato de formar uma solução. que será, portanto, dez vêzes menos concentrada que a primeira.
Solubilidade é a propriedade que apresentam certas substân· A solução de concentração máxima a uma dada temperatura,
cias de se dissolverem em outra, formando um todo homogêneo. denomina-se solução saturada.
De acôrdo com a solubilidade as substâncias se dividem em Como vimos, diz-se que uma substância se dissolveu quando
solúveis, pouco solúveis e insolúvei,s.
desaparece totalmente no seio de outra, formando uma mistura
·O dissolvente por exceZência é a água - conhecido como dis· homogênea, isto é, uma solução verdadeira. Há casos, porém, em
solvente universal - constituindo dêste modo as soluções aquosas. que não há o desaparecimento total da substância, podendo a mes·
Existem, porém, outros dissolventes, largamente usados em labora-
ma ficar no seio do líquido ou então em suspensão, originando sis·
tório, tais como o álcool etílico, éter comum, acetona, benzina,
temas heterogêneos, polifásicos, conhecidos por dispersões, entre as
clorofórmio, tetraçloreto de carbono, sulfêto de carbono, etc.
quais se encontram as suspensões, emulsões e colóides.
26 MATÉRIA - SUBSTÂNCIA - CORPO CAP. 1 ART. 1.16 PROCESSOS MECÂNICOS 27

As dispersões são também conhecidas por falsas ou pseudo-so- Os processos empregados na análise imediata1 têm como ob-
luções e, por analogia com as soluções, são formadas pelo dispergen- jetivo separar as substâncias puras das misturas, enquadrando-se
te e disperso ou, mais corretamente, fase dispergente e fase dis- em dois tipos, conforme a mistura seja heterogênea ou homogênea.
persa, tendo em vista que as dispersões constituem sistemas hete- Nas misturas heterogêneas empregam-se os "processos mecâni-
rogêneos.
cos" de separação que têm por finalidade separar as diferentes fa.
R.esumindo: As soluções são exemplos de misturas homogê- ses, obtendo-se dêste modo misturas homogêneas, ou então, subs-
neas e as dispersões de misturas heterogêneas. Ambas são sistemas tâncias puras.
físico-químicos. Para as misturas homogêneas recorrem-se a processos mais enér-
gicos, empregando-se para êsse fim os processos físicos, também
denominados "processos de fracionamento", visto que a mistura ho-
V) ANÁLISE IMEDIATA
mogênea fraciona-se em duas ou mais substâncias puras, isto é,
em seus componentes.
l.15 -Análise imediata e análise elementar
Os principais processos utilizados na análise imediata, são os
A análise e a síntese constituem os meios de investigação seguintes:
da química. Análise é a separação de um composto em seus compo-
f Decantação
nentes; ao contrário, a síntese é a formação de um composto a partir
àe seus componentes.
Desde tempos imemoriais o Homem retira da natureza os com-
postos químicos de que nec,essita, tais como, remédios, perfumes,
corantes e mesmo certos alimentos. Nos dias de hoje os compostos
Mistura,s heterogêneas - Processos

(Separação de fases)
mecânicos i Filtração
Compressão
Tamisação
Levigação
Magnetismo
naturais não são os únicos, existindo também os compostos sinté- Destilação fracionada
ticos, obtidos artificialmente em laboratórios científicos ou indus- Misturas homogêneas - Processos de Cristalização "
triais, graças ao imenso cabedal de conhecimentos que a química
atualmente nos oferece, proporcionando possibilidade de se fabri-
fracionamento
(Fracionamento de fases) { Fusão
Liquefação
Congelação
"
"
"
car produtos semelhantes aos naturais e, mesmo, de superar a pró-
pria natureza, pois, conhece-se um grande número de compostos Substâncias puras - Resistem aos processos de fracionamento
inexistentes "in natura". ( dentro de certos limites1 denominados "limi-
A análise que constitui o escopo da química analítica, inves- tes de pureza".)
tiga os compostos naturais e sintéticos, esclarecendo a sua compo- O emprêgo de cada um dêsses processos depende do estado
sição, identificando os seus componentes. A análise pode ser ime- de agregação das misturas.
diata ou elementar.
l.16-Processos mecânicos; separação de fases
Análise imedia.ta é o conjiinto ile operações que permite se-
parar as subS'tâncias puras das misturas. DECANTAÇÃO é o processo que consiste em separar dois líquidos
não miscíveis de densidades diferentes ou, então, em um sólido de um
Anális,e elementar é o conjunto de opera1ções que permite se-
líquido.
par,ar um composto em seus elementos.
Existem diferentes modos de se decantar uma mistura hetero-
Conforme a natureza do composto a análise elementar pode gênea: a) tmnsvasia,mento do líquido; b) pipeta; c) sifão; d) funil
ser orgânica ou inorgânica. Separando os elementos em qualidade de separação ou cilindro de separação.
ou quantidade, constitui a química analítica qualitativa ou quanti- O emprêgo de cada um depende do estado de agregação das
tativa, respectivamente.
fases que constituem a mistura heterogênea.
28 MATÉRIA - SUBSTÂNCIA - CORPO CAP. 1 ART. 1.16 PROCESSOS MECÂNICOS 29
O transvasamento do líquido é a maneira mais simples de se
um instante, com a bôca, produzindo-se, assim, o vácuo que faz o
decantar. Consiste em inclinar o recipiente e entornar o líquido
líquido do recipiente encher o sifão, estabelecendo-se, dêste modo,
que sobrenada, tendo-se o cuidado de não remover o depósito ou se-
um escoamento contínuo. Uma vez alimentado o sifão, continua o lí-
dimento sólido que se encontra no fundo do vaso. Em análise quí-
quido correndo do ramo menor para o maior até que se processe
mica, empregando-se reagentes adequados, é comum a formação de
a separação completa dos dois líquidos ou de um lí-
um precipitado, que é tôda substância sólida, insolúvel, que se for-
quido com um sólido.
ma na reação. O precipitado pela ação da gravidade sedimenta-se
no fundo do recipiente. Entretanto, esta sedimentação1 torna-se às O funil de decantação ou cilindro de decantação
vêzes lenta. Necessitando de uma decantação mais rápida, costu- (Fig. l.4) munido de torneira é o meio mais cômodo
de se separar dois líquidos imiscíveis de densidades
ma-se submeter a mistura heterogênea a uma centrifugação, em apa-
relhos denominados centrifugadores (Fig. 1.2) que têm por fim diferentes. Colocando no cilindro a mistura a decan-
tar, abre-se a torneira e o líquido mais denso desce;
acelerar a decantação, pois, devido ao movimento de rotação, a fôr-
ça centrífuga age no sentido de apressar a sedimentação do pre- fechando-se a torneira no momento exato em que o se-
gundo líquido começa a descer, consegue-se uma sepa-
cipitado. Uma vez retirado do centrifugador ( cêrca de um minuto
ração completa dos diferentes líquidos.
é suficiente) basta entornar o líquido que sobrenada, separando-se, FIG. 1.4 -
assim, do sólido que fica retido no fundo do recipiente. FILTRAÇÃO é o processo que consiste em separar de Cilindro de
decantação.
um líquido ou de um gás um sólido em suspensão.
1

Executa-se a filtração fazendo passar a mistura heterogênea


através de uma substância porosa que retém o sólido que se acha-
va em suspensão. É óbvio que a especificação da matéria porosa
(filtro) depende do diâmetro das partículas sólidas a separar.
No caso da purificação da água potável1 usam-se os filtros
de porcelana porosa, cujos poros apresentam diâmetro menor que
o das bactérias, possibilitando dêste modo uma separação eficaz dos
germes patogênicos que poluem a água. Por êsse motivo, êsses fil.
tros são conhecidos por filtros bacterianos, sendo os mais comuns
o de Pasteur e o de Chamberland. Quando utilizada para êsse fim
FIG. 1.2 - Centrifugador
a filtração constitui uma forma de esterilização.
FIG. 1.3 - Sifão
Nos laboratórios, conforme o fim que se
A pipeta é usada quando se faz a decantação sem provocar deseja, empregam-se dois tipos de filtração:
agitação no líquido ou quando se deseja retirar quantidade deter· Ordinária - funil comum com
minada de líquido, usando-se para isso pipetas graduadas ( de 10, FILTRAÇÃO { papel de filtro.
20, 25, 50, 100 cm3 ). Sob pressão reduzida (vácuo)-
O sifão emprega-se quando o recipiente que contém a mistura a l funil Büchner e KitB,zato.
decantar é fixo. A decantação por meio do sifão tem o nome de Nas filtrações ordinárias (Fig. 1.5) o
sifonag.em. material que funciona como filtro é um pa-
O sifão consiste num tubo de vidro recurvado tendo dois ra- pel de celulose pura, sem cola, bastante poro-
mos desiguais (Fig. 1.3). O ramo menor mergulha no líquido que FIG. 1.5 - Filtra· so, conhecido por papel de filtro. Existem
ção comum vários tipos de papel de filtro, com poros
se deve decantar. Pela extremidade do ramo maior, aspira-se, por
maiores ou menores, cujo emprêgo depende do estado de divisão
30 MATÉRIA - SUBS'l.'ÂNCIA - CORPO CAP. 1 PROCESSOS DE FRACIONAMENTO
ART. 1.17 31
das partículas sólidas a separar. O papel de filtro, dobrado con- densos que se depositam no fundo do recipiente. Ê assim que se
venientemente, é adaptado no interior do funil. separa o ouro das areias auríferas.
Na separação de um precipitado utiliza-se freqüentemente a MAGNETISMO - Numa mistura de sólidos onde um dos com-
filtração.
ponentes é o ferro, lança-se mão da atração magnética que separa
No caso de filtrações de subs- o ferro dos demais sólidos.
táncias corrosivas, que atacam o Resumindo: Misturas heterogêneas constituída por várias fa-
papel de filtro, (como ácido sulfú- ses sólidas: tamisação, levigação e magnetismo.
rico, soda cáustica) usa-se algo-
Misturas heterogêneas constituídas por fases sólidas e líquidas :
dão de vidro finamente dividido.
filtração, decantação e compressão.
Quando se deseja uma filtração
mais rápida emprega-se1 então, a Misturas heterogêneas constituídas por fases líquidas de den-
filtração sob pressão reduzida sidades diferentes: decantação.
(vácuo), utilizando-se para isso o Misturas heterogêneas constituídas por fases gasosas e sólidas:
funil de Büchner ( de porcelana) filtração e na indústria empregam-se as câmaras de poeir.a1, que são
adaptado a um frasco de vidro de- compartimentos onde a mistura percorre caminhos sinuosos, por
nominado Kitazato que tem uma um tempo suficiente para que as poeiras se depositem. Também em
FIG. 1.6 - Trompa d'água (baseia-
-se na passagem de um jato d'água tubuladura lateral onde se liga certas indústrias emprega-se o processo da precipitação ,eletrostática
de um tubo estreito para outro mais por meio de um tubo de borracha
largo, arrastando consigo o ar, pro- para separar as poeiras de misturas gasosas pela passagem destas
duzindo-se, assim, a rarefa.<;ão no a uma trompa d'água (Fig. 1.6), através de campos eletrostáticos.
Kitazato.). ou mesmo, a uma bomba de vácuo.
COMPRESSÃO é o processo que permite separar um líqui- l.17 - Processos de fracionamento; separação de com-
do que se acha impregnado num sólido. A compressão é feita por ponentes
meio da pre1nsa, manual ou hidráulica, conforme a produção. Na Na análise imediata das misturas homogêneas empregam-se os
extração do óleo das sementes oleaginosas emprega-se a compres- chamados "processos de fracionamento". Baseiam-se no fato de que
são. Assim se extrai o óleo de linhaça ( do linho), óleo de algodão a uma d,ad,a pressão, a •1nu,danç,a ,de ,estado físico de uma substância
( do algodão), óleo de rícino ( da mamona), óleo de babaçu ( do pur,a, f aiz-se sob temper.atura constante.
babaçu), etc.
Se durante a passagem de um estado físico a outro a tempe-
TAMISAÇÃO E LEVIGAÇÃO - A tamisação consiste na separa- ratura variar indica que se trata de uma mistura e não de uma
ção das partículas sólidas pela ordem de seus tamanhos mediante substância pura.
tamises.
A constância da temperatura na mudança de estado físico
Os tamises podem ser de metal ou madeira. Apresentam a não é todavia uma característica exclusiva das substâncias puras,
forma de tambor1 sendo o fundo formado por uma rêde de crina, isto porque dois tipos de misturas também apresentam esta parti·
sêda ou tela metálica e classificam-se segundo o número de malhas cularidade, constituindo, pois, exceções. São as conhecidas rniistu-
contidas por centímetro quadrado. Para os pós finíssimos empre- ras .azeotrópic,as e eutéticas. O vocábulo "azeotropia" significa fer-
gam-se tamises contendo 1 600 malhas por centímetro quadrado. ver sem alteração. As misturas azeotrópicas, são portanto, as mis·
turas que destilam, sob pressão constante, sem alterar a tempera-
A Levigação consiste na ação de uma corrente d'água sôbre tura. Assim o álcool que contém 4,43% de água forma azeótropo
uma mistura de sólidos, arrastando os mais leves, deixando os mais que na pressão normal destila em temperatura constante, pouco
32 MATÉRIA - SUBSTÂNCIA _ CORPO
CAP. 1 1.17 PROCESSOS DE FRACIONAMENTO
ART, 33
inferior a 78137º0 que é o ponto de ebuli"ça-o
puro. do álcool etílico ou as bombas d,e v.ácuo. Com a primeira atinge-se uma pressão de
As mistu_ras eutéticas são aquelas que I0-30 mm Hg e com as últimas chega-se a alcançar um vácuo de
- possuem o mais baixo
pont o d e f usao· Exemplo: ligas eutéticas. 0,01 - 0,001 mm Hg de pressão ( alto vácuo).
Por outro lado, uma solução aquosa de cloreto d , d. Pelo exemplo dado da água, vê-se que na destilação sob pres·
tendo 23% dêste sal solid'f' , e so rn, con- são reduzida1 a substância entra em ebulição em temperatura mais
- 213º0 con n . d b'i ica-se a . temperatura constante de
' . s i _um o tam em uma mistura eutética. No baixa que seu ponto de ebulição normal. Por êsse motivo, empre-
a referida soluçao se fraciona por destilação. entanto, ga-se êsse tipo de destilação, para as substâncias que se decom·
DESTILAÇÃO é a ope - põem quando destiladas sob pressão nonnal. Ex.: trifenil metano
lido ou lí 'd raçao que permite transformar um só-
q~i º- em vapores e condensá-los pelo resfriamento. e outras substâncias orgânicas.
- n: f:::ld::br~l~a-se à :usta d~ vaporização de um líquido Ainda para essas substâncias, enquadra-se a destilação com
ma d d - uliçao - e hquefaçao de seus vapores - na for arrastamento de vapor d'água. Aplica-se êsse processo para as subs-
e con ensaçao. - tâncias que apresentam a propriedade de se deixarem arrastar por
A destilação recebe diversos nomes conforme se veA uma corrente de vapor d'água. Ex.: iôdo, ácido bórico, anilina, ni-
dro abaixo: no qua-
trobenzeno, etc.
Destila,çã,o simples : É um processo usado para se-
Simples
parar um líquido que tenha um sólido, líquido ou gás em disso·

l
{
( Sob pressão normal Fracionada
Com arrastamento de lução.
Comum vapor d'água Apresenta duas finalidades: separar uma substância da outra e
Destilação { _ purificar uma determinada substância. Por exemplo, submetendo
Sob pressao reduzida (a vácuo) um sistema constituído de água e açúcar a uma destilação simples,
Sêca consegue-se fàcilmente separar os seus componentes. Por outro lado,
se desejarmos purificar um líquido qualquer, particularmente a
Na destilação comum a mistura água, basta submetê-lo a uma destilação simples por meio da qual
e na destilação sêca na fase sólida. se apresenta na fase líquida eliminamos as impurezas. Assim se obtém a água destilada de gran-
Havendo separação de um só l' ·a ,. , de emprêgo em Jaboratórios de análises e laboratórios farmacêu·
uma mistura a destilação d . iqm .º ou de vanos hquidos de ticos. Por êsse processo eliminam-se também os germes patogênicos
enomma-se simples ou fracionada
que poluem a água e, a purificação constitui, portanto, um meio
Cada substância tem seu ponto de ebul. - , ..
uma dada pr - O . - içao caracteristico, sob de esterilização. Utiliza-se também a destilação para determinar
essao. orno a vanaçao da t t d .
de um líquido , d· t . empera ura e ebulição o grau alcoólico de uma bebida fer-
. e ire amente proporcrnnal à pressão há mentada.
s1d,ade de se especificar a pressão indicada pelo barôm~tro ;e:es-
a agua pura ferve a !00º0 quando a pressão , 1 . ssim, Os aparelhos de laboratório empre-
são 1 , e norma. (A pres gados na deliltilação simples são o ba-
norma e representada em diferentes unidades pelo . -
tes valores: 760 mm Hg ou 76 cm H 1 ' s segum- lão com refrigerante e à retorta, hoje
. g ou atm) Se por' d FIG. 1.7 - Retorta
z1rmos a pressão para 4 6 mm H , . ' em, re U· em desuso (Fig. 1.7), sendo que a
A , g a agua ferve a OºO.
jndústria, operando em grande escala, usa o alambique.
Deste modo temos a destilação sob pressão normal (é .
;;orrente) ou sob - d . a mais A destilação simples, comumente usada faz-se com um apa-
, ' i pressao re uzida1 impropriamente de . d
a vacuo Para a prod - d , nomma a relho constituído de um balão de vidro ligad.o a um refrigerante
. uçao o vacuo empregam-se a trompa d'água
(Fig. 1.8).
34 MATÉRIA - SUBSTÂNCIA - CORPO
CAP, 1 ART. 1.17 PROcESSOS DE FRACIONAMENTO 35
No balão coloca-se o líquido que vai sofrer a destilacão. Por
lição, as substâncias se separam umas das outras, de. modo que no
meio de rôlhas de borracha perfuradas, adapta-se ao balão O re-
final da operação, podemos separá-las, ou como se diz comumentc,
frigerante que, também é conhecido por condensador. :1!1ste, consta
fracioná-Ias, sendo que cada substância constitui uma fração. Caso
de um tubo de vidro reto interior que se acha ligado ao balão tubo
A ' haja estreita proximidade de pontos de ebulição, várias. substân-
esse que se encontra envolvido por outro tubo de vidro de maior
cias constituem uma fração. É o caso dos produtos destilados do
diâmetro. Ao funcionar o aparelho o refrigerante deve estar in-
petróleo.
A destilação fracionada em laboratório, realiza-se em balões
munidos de tubulad11ra lateral para a saída dos vapores onde se
adapta um refrigerante. Fecha-se o balão com ~ma r~l~a ~erfu-
rada onde se introduz um termômetro cuja finalidade e rndicar a
BALÃO COM O LÍOUIDO
temperatura dos pontos de ebulição das diferentes substâncias
A DESTILAR
(Fig. 1.9).

TERMÔMETRO
FIG. 1.8 - Balão comum; destilação simples

clinado. No espaço existente entre os dois tubos, faz-se circular D'ÁGUA


uma corrente ascendente de água fria, provocando o resfriamento
do vapor que sai d.o balão e, a conseqüente condensação, sendo o BALÃO COM LiQUI· i--,,.-=:-:==J
líquido, assim obtido, recolhido num recipiente qualquer que se DO A DESTILAR
coloca abaixo da extremidade inferior do tubo interno do refrige-
rante (Fig. 1.8).
Quando se destilam substâncias de natureza corrosiva ou, quan- .
1
1

r:-J
,
LIQUIDO
do a operação atinge temperaturas elevadas não se utilizam rôlhas ~ DESTILADO
de borracha nas junções das partes do aparelho, empregando-se
para êste fim, um aparelho de vidro que é a retorta já conhecida FIG. 1.9 - Destilação fracionada
desde a época dos alquimistas.
Entrando a substância em ebulição, os seus vapores são con- o termômetro deve ficar, pois, com a cuba de mercúrio um
densados no colo da retorta, devido ao resfriamento ocasionado pelo pouco abaixo da tubuladura lateral, a, fim de que a temperatura
próprio ar atmosférico ou, então, pela água fria em forma de chu- dos vapores seja rigorosamente medida.
veiro. Colocando num balão de destilação fracionada (Fig. 1.9) uma
Na preparação do ácido nítrico a partir do ácido sulfúrico e ni- mistura de vários líquidos, como por exemplo, água, éter e aceton~,
trato de sódio (salitre do Chile) usa-se a retorta (Fig. 1'.7). podemos separá-los baseados nos seus diferentes po~tos de ebuh-
ção. Assim, aquecendo-se o balão a temperatura vai aumentando
Destilaçéio fracionada : - Consiste na separação de vá-
pouco a pouco. Quando o termômetro marcar 34,5~C, a tempe~atu-
rios líquidos de uma mistura. Baseia-se no fato de que, aque-
ra permanece constante, destilando a fração constitmda pelo ~ter;
cendo-se uma mistura contendo substâncias de diferentes pontos na temperatura de 56ºC o termômetro para novamente, destilan-
de ebulição, destila primeiro a de ponto de ebulição mais baixo, se- do a fração constituída pela acetona. Finalmente, na temperatu-
parando-se assim das demais. Continuando o aquecimento, a tem- ra de lOOºC observa-se nova parada do termômetro, destilando a
peratura aumenta, e na ordem crescente de seus pontos de ebu-
fração constituída pela água.
36 MATÉRIA - SUBSTÂNCIA - CORPO
CAP. 1 ART. 1.17 PROCESSOS DE FRACIONAMENTO 37

Na indústria, emprega-se com freqüência a destilação fracio- t ladoI a madeira submetida à destilação sêca forne-
Por ouro
nada. Assim, pela destilação fracionada do petróleo separam-se os ce ácido acético, álcool metílico e acetona, que se encontram mis-
seus diferentes produtos, como por exemplo, os gases (metano, eta- turados no chamado ácido pirolenhoso.
no, propano, butano), a gasolina, o querozene, o óleo Diesel, óleos A destilação sêca em geral se realiza em retortas d~ ferro, ver-
lubrificantes, deixando um resíduo ( asfalto ou parafina). Pela des- ti.cais
· ou horizontais, com o formato inteiramente diferente das
tilação fracionada do alcatrão da hulha separam-se o benzeno, to- retortas comuns de laboratório.
lueno, xileno, fenol 1 cresol, naftaleno, antraceno, etc.
Cristalização _ Consiste na separação dos componentes
TUBO DE SEGURANÇA de uma mistura sob a forma de cristais.
A cristalização pode ser obtida de vários modos:

Evaporação
BAI.ÃO GE.
RADOR DE
VAPOR Cristalização
fl Por via úmida {
Resfriamento
D'ÁGUA Fusão

,,••
Por via sêca
{
Sublimação

~ LÍQUIDO Em laboratório, o processo mais usado é o da cristalização por
t:c) DESTILADO
via úmida.
LÍQUIDO A SER ARRASTADO
A cristalização dos componentes de uma solução . d~epende ~a
FIG. 1.10 - Destilação com anastamento de vapor d'água concentração da mesma. Assim, só se observa a deposiçao ~e c:is-
tais quando a solução apresenta o máximo de concentraçao, isto
Na destilação com arrastamento de vapor d'água emprega-se o é quando ela é saturada. A

aparelho que se vê na Fig. 1.10.


' A evaporação é uma forma de vaporizaç~o lenta e e~ponta-
Destilação Siêoa: - Consiste na separação de substân- nea empregada, com freqüência, na concentraçao das soluç°:s qu~
cias que se encontram em certas misturas sólidas que submetid,as se desejam cristalizar. De fato, observa-se que, pela evaporaç~o, vai
ao aquecimento desprendem produtos voláteis, sendo êstes conden- O solvente desaparecendo pouco a pouco, ac ar retando com ISto, a
sados em refrigeradores especiais. Ê também conhecida por piró- saturacão da solução.
lise.
N~s laboratórios fary, "º ª cri.stali_zação
Na destilação sêca os produtos destilados podem ser sólidos, par via , 'd a. " ,;1Iízando-se os cristaliza.do-
. umi
líquidos ou gasosos, exigindo, às vêzes, uma posterior destilação res, (F JD' í •11) recipientes de vidro de for-
.
fracionada. ~da cilíndrica, largos e de pouca altura.
FIG. 1.11 - Cris-
Assim, a destilação sêca da hulha fornece uma fase gasosa, Dissolvendo enxôfre no sulfêto de carbo- talizador
constituída pelo gás de iluminação (mistura de hidrogênio, meta. no e colocando a mistura num cristalizador,
no, etano, dióxido de carbono, monóxido de carbono, etc.); fase lí- observa-se que O sulfêto de carbono sendo volátil evapora-se, pouco
quida - o alcatrão da hulha e fase sólida, o coque· O alcatrão a pouco, deixando os cristais octaédricos de enxôfre.
da hulha assim obtido sofre uma posterior destilação fracionada Do mesmo modo, em uma solução saturada de cloreto de sódio em
fornecendo a série de compostos que vimos acima. água (salmoura) colocada num cristalizador, verifica-se com o de-
38 MATÉRIA - SUBSTÂNCIA - CORPO CAP. 1 ART. 1.17 PROCESSOS DE FRACIONAMENTO 39

correr do tempo, o depósito de cristais de cloreto de sódio devido Para as substâncias fàcilmente sublimáveis1 como por exemplo,
a evaporação do solvente, que se processa lentamente. iôdo, ácido benzóico, cânfora, etc. a cristalização se obtém por subli-
A velocidade de evaporação de um líquido está em funcão da mação. O processo consiste no aquecimento da mistura a fracio-
superfície do líquido, da temperatura, do vento, da secura do ar nar sendo que as substâncias voláteis, sublimando, formam vapores
e da natureza do líquido. ' que se condensam formando cristais nas paredes frias do aparelho.
, Para a obtenção industrial do cloreto de sódio pela evaporação É o que sucede, por exemplo, quando se aquece o benjoim (subs-
da agua do mar, faz-se o acondicionamento desta em reservatórios tância que encerra ácido benzóico1 resinas, essências) numa cápsula
~e grande .sup:rfície, porém rasos, denominados salinas que subs- tampada com um cone de papelão; um dos seus constituintes -
tituem o cristalizador de labora.tório. o ácido benzóico - sublima-se formando cristais pelo resfriamento
1:. cristalização por resfriamento baseia-se nas diferenças de dos vapores em contato com as paredes frias do cone de papelão,
cristais êsses, em forma de agulha, sedosos ao tato.
solubilidade das substâncias componentes de uma mistura.
Sabemos que os sais em geral são mais solúveis a, quente do Qualquer um dos processos acima descritos quando têm por
que a frio ( exceção do cloreto de sódio e sulfato de sódio). Por finalidade separar as substâncias componentes de uma mistura
co~seg?inte, desejando fracionar uma mistura., é só preparar num constituem a cristalização f mcionroda.
cristalizador a solução saturada a. quente. Pelo resfriamento cris- Fus,ão - É do conhecimento vulgar que aquecendo-se uma
t~lizam-se .primeiramente as substâncias de menor solubilidade que substância sólida ela transforma-se em líquida. Diz-se que a subs-
sao recolhidas separadamente, para cada porção empregada do sol- tância fundiu.
vente, ou em várias colheitas quando se prepara uma única 30_ Cada substância pura possui, sob dada pressão, uma tempera-
lução.
tura de fusão fixa denominada ponto de fusão.
Assim, por exemplo, desejando-se cristalizar o sulfato de cobre A fusão fracionada ocorre quando aquecemos em recipientes
obtido na reação que se passa entre o ácido sulfúrico e o cobre
de fundo perfurado uma mistura sólida constituída de substâncias
metálico, basta dissolver o sulfato de cobre em certa. quantidade de
com diferentes pontos de fusão; a temperatura aumentando, as subs-
água, a quente até completa saturação da solução. Pelo resfriamen-
tâncias vão se fundindo e separando uma das outras.
to, diminuindo a solubilidade do sal, a solução torna-se, então, su-
Assim, por exemplo, colocando num recipiente de fundo per-
persaturada, depositando-se o excesso de sulfato de cobre sob a for-
furado o sulfêto de antimônio impuro, verifica-se pelo aquecimen-
ma de cristais azuis, que serão tanto maiores e mais perfeitos quan-
to que o referido composto fundido atravessa o recipiente, sepa-
to mai~ l~nto fôr o resfriamento e maior o repouso do líquido.
rando-se, dêste modo, das impurezas que o acompanhavam, pois es-
Como o dis:sol".<ànt~ empregado foi a água (mais comum) o sulfato
de cobre se cristalizou, <>onstituindo O CuS0 4 • 5H 2 0, que se lê sul- tas sendo menos fusíveis, ficam retidas no recipiente.
fato de cobre cristalizado com 5 1110%,:,1,lu.« d'água (Formou-se um Por êsse processo também se separam os metais constituintes
hidrato). de uma liga.
Entretanto, assim como as substâncias podem se cri1,;1,0,1.·•z.<>.-., com Liquefação - Consiste na passagem do estado gasoso ao
moléculas de água, também o fazem com moléculas de álcool, éter, estado líquido. Em geral, a liquefação se realiza à custa do resfria-
benzeno, clorofórmio, acetona, quando estas forem as substâncias mento da mistura gasosa ou do abaixamento da pressão ou, ainda,
dissolventes. Isto acontece na cristalização de substâncias orgâni- da ação concomitante dos dois.
cas. A liquefação tem o nome particular de condensação quando
Na cristalização por fusão submete-se a mistura a fracionar à se refere à transforma.ção de vapor em líquido.
fusão seguida de um resfriamento lento. Por êsse processo se obtêm A liquefação ou a condensação fracionadas consistem na sepa-
os cristais de enxôfre, fósforo, etc. ração dos componentes de uma mistura gasosa.
--------------~-. -,

40 MATÉRIA - SUBSTÂNCIA - CORPO


CAP. 1 .ART, 1.18 PROPRIEDADES 41
Pelo abaixamento de temperatura, o vapor d'água contido no
Mistura homogênea de sólido e líquido : emprega-se a crista-
ar atmosférico se condensa formando o orvalho; em temperaturas
lização fracionada.
mais baixas, isto é, nos invernos mais rigorosos, a água assim con-
densada se congela formando a geada ou a neve. I.18 - Propriedades gerais, funcionais e específicas
Em condições experimentais adequadas, como abaixamento de
As propriedades das substâncias puras são : propriedades ge-
temperatura e aumento simultâneo de pressão, consegue-se liquefa-
rais, funcionais e específica8.
zer os demais componentes do ar atmosférico obtendo-se o "ar lí-
quido". O oxigênio e o nitrogênio, componentes do ar líquido, são
separados submetendo-o a uma destilação fracionada: a - 182,5º0
o oxigênio líquido destila separando-se assim do nitrogênio líquido íI Gerais
Impenetrabilidade
rCompressibilidade
{ Elasticidade
que entra em ebulição na temperatura de - 195º0.
Hoje em dia, a destilação fracionada do ar líquido, constitui o l Descontinuidade
Divisibilidade, etc.
principal processo de obtenção do oxigênio, substância de largo 1
emprêgo na qufrnica. ( Óxidos
· · !Ácidos
F unc10na1s B
Congel.ação - Quando um corpo passa do estado líqui- ases
do ao estado sólido1 diz-se que êle solidificou. Sais
Propriedades das
A solidificação tem o nome particular de congelação quando substâncias puras Côr
se produz a baixa temperatura. f Sabor
Organoléticas Odor
Cada substância pura1 possui, sob dada pressão, uma tempe- Dureza
ratura de congelação fixa, denominada ponto de congeJ<i.ção.
A congelação fracionada se verifica quando resfriamos uma
l
Brilho
Estado de agregação
mistura contendo vários Hquidos de pontos de congelação diferen-
tes. Ponto de fusão
Específicas f Ponto de ebulição
Pelo resfriamento da água do mar formam-se grandes blocos Físicas Densidade
de gêlo denominados "icebergs", constituídos de água pura1 não
salgada, ocasionando, portanto, uma maior concentração de sais
lCalor específico
Coeficiente de solubilidade
na água do mar. O degêlo dos icebergs dá origem a água, isenta de l Químicas
sais, diferente pois da água do mar. O fenômeno da congelação é
suficiente para mostrar que a água do mar é uma Inistura e não
substância pura. Propriedades gerais : são as propriedades co~~? a tôdas ~
substâncias, tais como impenetrabilidade, compress1b1hdade, elasti-
Resumindo : Mistura homogênea de líquidos: emprega-se a des-
cidade, descontinuidade, divisibilidade, etc·
tilação fracionada ou a congelação fracionada.
Mistura homogênea de sólidos: para os sólidos de alto ponto Propriedades funcionais: são as propriedades comuns a gru-
de fusão, difíceis de destilar ( destilação sêca) emprega-se a fusão pos de substâncias puras, constituindo as funções químicas.
fracionada. Denomina-se função química. ao grupo de substâncias dotadas
de propriedades comuns. As principais funções da Química Inor-
Mistura homogêna de gases: emprega-se a condensação fra-
cionada ou também a liquefação fracionada. gânica são : óxidos, ácidos, bases e sais, que serão estudadas no
capítulo 7.
MATÉRIA - SUBSTÂNCIA - CORPO CAP. 1 ART. 1.18 PROPRIEDADES 43
Propriedades específicas : são as propriedades próprias de As propriedades físicas podem ser :
cada substância pura. Podem ser ,org,ano"léticas, quando estudam as
Ponto de fusão - É a temperatura em que uma substância
propriedades que impressionam os sentidos humanos; físicas, quan-
passa do estado sólido para o líquido1 a uma dada pressão.
do estudam as propriedades físicas das substâncias; químicas, quando
estudam as transformações químicas pelas quais passa a substância. Cada substância pura tem uma temperatura fixa e bem de-
terminada para fundir, logo, o ponto de fusão é uma consta,nte fí-
As proprie,dades i0rganoléticas podem s·er: sica da substância .
C.ôr - As substâncias podem se apresentar: coloridas, como .Exemplos de alguns pontos de fusão:
o bromo (vermelho escuro), enxôfre (amarelo), permanganato de
potássio (violáceo) etc., e incolores, como o oxigênio, nitrogênio, Mercúrio -39ºC Ferro 1505ºC
água, etc.
Gêlo OºC Platina 1775ºC
Sabor - As substâncias podem ser sápidas, como a glicerina
(dôce), sulfato de magnésio (amargo), cloreto de sódio (salgado), Ponto de ebulição - É a temperatura em que uma substân-
ácido acético (azêdo), etc. e insípidas, como a água, oxigênio, ni- cia entra em ebulição (passagem tumultuosa, do estado líquido para
trogênio, etc. o estado gasoso) a uma dada pressão. Cada substância pura tem
Odor - As substâncias podem ser .odoríferas como o amonía- uma temperatura fixa e bem determinada para entrar em ebuli-
co ( cheiro irritante), gás sulfídrico ( cheiro de ôvo pôdre) 1 bromo ção, logo, o ponto de ebulição é uma constante física da substância.
( odor desagradável), etc. e inodoras como a água, oxigênio, nitro- Exemplos de alguns pontos de ebulição:
gênio, etc.
Água IOOºC Clorofórmio 61°C
Dureza - É a propriedade que possui uma substância de po-
der riscar outra. A dureza das substâncias é dada pela escala de Álcool 78,37ºC Mercúrio 357ºC
Mohs ( 1820) .
Densidade - Densidade absoluta é a relação entre a massa e
1- talco 6 - feldspato o volume de uma substância; é chamada também por massa espe-
cífica.
2 - gipsita 7 - quartzo
Cada substância pura tem uma densidade absoluta, a uma da-
3 - calcita 8 - topázio da temperatura, logo, a densidade é uma constante física da subs-
4 - fluorita 9 - córindon tância.
5 - apatita 10 - diamante. Exemplos de algumas densidades:

Nesta escala verifica-se que, por exemplo, o quartzo de du- Substância Densidade em g/cm 8
reza 7, pode riscar os que estão abaixo dêle na escala. Água 1 a 4ºC
Brilho - As substâncias podem ser brilhantes como os me- Éter 0,736 a 15ºC
tais (brilho metálico) diamante (brilho adamantino), amianto (bri- Álcool 0,791 a 15ºC
lho sedoso) , etc. e opacas como a argila.
Benzeno 0,899 a 15ºC
Esta.do de agregação - As substâncias podem se apresentar nos
três estados de agregação: sólido, como o ferro, madeira, mármore, Glicerina 1,260 a 15ºC
etc.; líquido, como a água, álcoo1, mercúrio, etc.; e gasoso, como o Caior espedfico - É a quantidade de calor necessário para
oxigênio, nitrogênio, metano, etc. elevar de l~Q. um grama de substância.
44 MATÉRIA - SUBSTÂNCIA - CORPO CAP. 1 .ART, 1.19 CRITÉRIOS DE PUREZA 45
Cada substância pura tem um calor específico, logo, o calor
ve a lOOºC; densidade igual a 1 a 4°C; índice de refração 1133.
específico é uma constante física da substância.
Já O cloreto de sódio funde a 780°C, entrando em ebulição a 792°0;
Exemplos de alguns calores específicos. densidade 2,17; índice de refração 1,54; coeficiente de solubilidade
Sitbstância Calor específico a 20°0 35,8.
cal/g a 15ºC Vimos que as misturas se caracterizam por não resistirem aos
Ferro processos de fracionamento, separando-se em duas ou mais subs-
0,113
tâncias puras. É o que sucede, por exemplo, com a água do mar
Gêlo 0,55 que, submetida à destilação ou à congelação, ou ainda, à cristali-
Prata 0,056 zação, se fraciona.
Cálcio 0,15 Basta, porém, o fracionamento num só critério de pureza para
que a substância s·e}a considerad,a mistura.
Coeficiente de solubilvdade - É a quantidade de substância
Se a substância resistir a todos os processos de fracionamento
que se encontra dissolvida numa solução saturada, a uma dada tem-
peratura. diz-se que é substância pura.
Assim, por exemplo, as substâncias oxigênio, iôdo, água, soda
Cada substância pura tem um coeficiente de solubilidade, logo,
cáustica, cloreto de potássio, os metais em geral, etc. são identifi-
o coeficiente de solubilidade é uma constante física da substância.
cados como substâncias puras, porque não se decompõem quando
Exemplos de coeficientes de solubilidades:
submetidas aos processos de fracionamento.
Substância Solubilidade
em g/100 g de água
Clorato de potássio 7,4 a 20ºC
Nitrato de sódio 87,5 a 20ºC
Cloreto de sódio 35,8 a 20ºC
Nitrato de prata 222 a 20ºC
Propriedades ,químicas - Serão estudadas no decorrer do cur-
so, quando aparecerem as reações químicas.

l.19 - Critérios de pureza

Os critérios de pureza habitualmente empregados em laborató-


rio, tais como a destilação, cristalização, fusão, liquefação e congela-
ção fracionadas, têm por finalidade identificar uma substância pura.
Cada substância pura apresenta um certo número de proprie-
dades físicas, sempre constantes, como pontos de ebulição, fusão,
congelação, densidade, coeficiente de solubilidade, índice de refra-
ção, etc., denominadas "constantes físicas".
A água, por exemplo, é substância pura apresentand"' as se-
guintes constantes físicas: sob pressã.o normal congela "" OºC e fer-
ART, 2.1 DISTINÇÃO ENTRE ELEMENTOS E COMPOSTOS 47

2.1 -Distinção entre elementos e compostos


Feita a distinção entre substância pura e mistura procura-se,
logo em seguida, investigar se a substância pura é um elemento ou
um oomposto.
Quando a substância pura submetida a tratamentos físicos e
químicos se decompõe em outros mais simples é um composto. Se
CAPÍTULO 2
por meios químicos, mesmo os mais enérgicos, a substância pura
não sofre decomposição, é então classificada como elemento. Por·
tanto enquanto que o -composto se decompõe o elemento não mo-
ELEMENTOS E COMPOSTOS ' A
difica a sua individualidade, sendo mesmo impossível se decompor,

Quando uma substância é objeto de estudo, a primeira preocu-


pação que se tem em vista é esclarecer se a mesma é uma subs-
tância pura ou uma mistura. .
O comportamento diferente que as substâncias apresentam
diante dos processos adotados de análise imediata é, em geral, su-
ficiente para distinguir, sob o ponto de vista experimental, as
substâncias puras das misturas.
Se uma substância é submetida aos processos de fracionamen·
to comumentei empregados nos laboratórios, mantendo o mesmo com-
portamento, resistindo obrigatoriamente a todos êles ( dentro de
certos limites ou não), possuindo critérios de pureza constantes
.
d 1z-se, '
então, que ela é substância pura ou espécie química defi·
nida. Basta não resistir a um dêsses processos para que seja con- FIG. 2.1
siderada uma mistura.
por meios químicos, em outras substâncias mais simples. Todavia
Cumpre destacar que muitas substâncias puras só resistem . o elemento pode combinar quimicamente com outros elementos para
aos processos de fracionamento, dentro de certos limites, visto que formar compostos.
podem sofrer modificações, sob a in:rluência de fatôres externos, Colocando num tubo de ensaio cêrca de 1 g de óxido de mer-
como temperatura e pressão, fatôres êsses que respondem pelas cúrio, substância pura de côr vermelha, e aquecendo cuidadosa-
"condições de estabilidade", próprias de cada substância pura. Uma mente o tubo, observa-se que o óxido de mercúrio vai escurecen-
vez ultrapassado êsses limites a substância pura se fraciona. Assim, do para em seguida se decompôr produzindo vapores de mercúrio
por exemplo, o clorato de potássio, sob pressão normal é estável até que se condensam nas paredes frias do tubo e desprendendo oxigê-
a temperatura de 250°C. Acima desta temperatura começa a se nio que se reconhece por suas propriedades comburentes, bastando
decompôr em cloreto de potássio e oxigênio. A água embora pos- para isso aproximar da bôca do tubo um palito de fósforo apenas
sua grande estabilidade não suporta, no entanto, aquecimento sob semi-apagado que êle arde com chama brilhante. Querendo conhe-
pressão superior a 1 200°0- Acima desta temperatura a água se cer o volume de oxigênio desprendido basta adaptar ao tubo de en-
decompõe em substâncias mais simples, hidrogênio e oxigênio. No saio um tubo de desprendimento ligado a uma proveta invertida, ini-
entanto, estas substâncias resistem ao fracionamento dentro de ciahnente cheia de água e colocada numa cuba com água (Fig.
quaisquer limites.
2.1). À medida que o oxigênio se vai desprendendo provoca a des-
48
ELEMENTOS E COMPOSTOS
CAP. 2 ART, 2.2 ELEMENTO E SUBSTÂNCIA SIMPLES 49
cida da água na proveta. O número de cmª de
,.orovet a corresponde ao volume de . A . . água baixados n•... Écomum a confusão que se faz entre elemento e substância
ções de temperatura e press- d ox1~:_m~ libertado nas condi- simples devido a possuírem, freqüentemente, o mesmo nome. Não obs-
, . ao a experiencia.
O oxido de mercúrio uma vez deco tante há diferença entre os conceitos visto que .tôda substância sim·
obter mercúrio e oxigênio É t mposto nos permite então ples é formada do. mesmo elemento e, no entanto, o mesmo elemen-
se tentarmos decompôr o m. ~~r anto um composto. No entanto to é capaz de formar mais de uma substância simples. É o caso,
ercur10 ou o oxigên. -
mos. Logo mercúrio e oxigeA . - 1 io nao conseguire- por exemplo, do elemento oxigênio, que pode formar a substância
mo sao e ementos (cu 1 simples oxigênio como também a substância simples ozônio. A cau-
que estamos nos referindo aos métod d d 1:1~re esc arecer
química, excluindo, pois, os métodos ~s e ecom~~s1çao comuns da sa reside na alotropia ( ver 3.5).
veremos no 29 volume). e decompos1çao nuclear, como As substâncias simples formadas do mesmo elemento consti-
tuem, pois, as suas variedades alotrópicas. Assim, o oxigênio e o
2 •2 -· o·is t·inçao
-
entre elemento e sub t" . . l J
s anc1a s1mp es ozônio são variedades alotrópicas do elemento oxigênio. O diaman-
O
s elementos químicos são te e a grafita são variedades alotrópicas do elemento carbono.
tôdas as substâncias na form d ~ ~om?onentes materiais de
A bt A • a e su stancia pura ou de mistura Também numericamente há diferença entre elemento e substân-
su s ancUJJ pura reoebe d A • cia simples porquanto se conhecemos hoje 102 elementos químicos,
se acha formada de , lo nome. e substancia simples quamdo
um so e ew,,ento e de subst A • . entre os naturais e §trtificiais, o número de substâncias simples che-
simplesmente composto q ~ f, ada . ancia composta, ou ga a cêrca de 150 (Já o número de compostos é da ordem de 1
Exemplos : ' orm de dois ou mais elementos.
milhão).
Substância simples Elemento Resumindo:
Hidrogênio
· · · · · ··· · · · Hidrogênio
Cloro ................ 1) Elemento é a substância comwm às suas variedades alotró-
~:r;:ni~ ............. .
............. Oxigênio
Cloro
Prata picas e a todos os seus compostos.
Assim: o elemento oxigênio é a parte material, isto é, a subs-
Ozônio
Fósforo · b;~~~~ · · ·· ·· ·· Oxigênio
Fósforo
tância comum a tôdas as substâncias puras oxigenadas, como sejam,
Fósforo vermelh; · · · · · · as substâncias simples oxigênio e ozônio e os compostos, água, óxi-
Diamante · · · · · Fósforo do de mercúrio, ácido sulfúrico, á:lcool, éter, acetona, etc.
· · · · · · · · · · · · Carbono
Grafita ..............
Carbono 2) O elemento não pode ser decomposto. No entanto pode
Compostos combinar com êle mesmo ou com outros elementos para formar
Elementos
Água ....... .. . substâncias simples ou compostas.
óxido de cálcio · · · · · · · H_id~ogênio e oxigênio
Cloreto de sódio · · · · · · · Calc10 e oxigênio 3) Substância composta ou, simplesmente, composto é tôda
Acetona ······ Cloro e sódio substância pura formada de dois ou mais elementos enquanto que
Anilina · · · · · · · · · · · · · Carbono, hidrogênio e oxigênio a substância simples é constituída de um mesmo elemento (distin-
Uréia ................
·············· Carbono, hidrogênio e nitrogênio ção doutrinária).
CAar_bono, hidrogênio, oxigênio e nitro-
gemo. 4) Substância composta é tôda substância pura que só resis-
Vê-se, pois, que a água óxido d 'l . te aos processos de fracionamento dentro de certos limites, isto é,
compostos binários visto ser~m f ~ ca c10 e _cloreto de sódio são enquanto atendem às suas condições de estabilidade, ao passo que, a
já a acetona e a an'l' - orma os de dms elementos apenas· substância simples é tôda substância pura que resiste a todos pro-
1 ma sao compost t , · '
uréia vem a ser um compo t ~s. ernar10s enquanto que a cessos de fracionamento, em quaisquer condições, seja por via fí-
s o quaternar10.
sica, seja por via química (,distinção experimmital).
50 ELEMENTOS E COMPOSTOS CAP. 2 ART. 2.4 DISTRIBUIÇÃO DOS ELEMENTOS 51

2.3 Classificação dos elementos em grupos nio, Xenônio, Gripf.ônio e Radônio. O argônio é o mais abundante
Os elementos químicos podem ser classificados em quatro gru-· e o mais usado dos gases nobres, principalmente no enchimento de
pos: lâmpadas elétricas e letreiros luminosos.
19 grupo: METAIS - Os elementos se classificam entre os Os não-metais são os seguintes: flúor, cloro, bro~no, iôdo,
metais quanto satisfazem aos seguintes atributos físicos: oxig,ênio, enxôfre, selênio, telúrio, boro, nitrog,ênio, fósforo, ars-ênic.o,
São em geral sólidos, bons condutores do calor e da eletrici- antvmônio, carbono e silício.
dade, possuindo brilho particular denominado brilho metálico. São Os metais são então os demais elementos. Cêrca de 30 dêles
maleáveis e ducteis. Conforme a densidade os metais podem ser leves são considerados metais comuns1 do conhecimento de todos.
(como o sódio, potássio, magnésio, alumínio, etc.) e pesados (como Os elementos que possuem propriedades químicas semelhantes
o ferro, prata, ouro, chumbo, urânio, etc.). Conforme a dureza os são classificados em grupos ou famílias. Entre os não-metais desta-
metais podem ser moles (sódio, potássio, cálcio, chumbo) e duros ca-se a família dos halog,ênios: flúor, cloro, bromo e iôdo; o grupo
( ferro, cromo, níquel, tungstênio, vanádio, etc.). do fósforo: fósforo, arsênico, antimônio, etc. Entre os metais tem-se:
São denominados m.etais nobres quando não são oxidados dire- a família dos m-etais alc.alinos : lítio, sódio, potássio, rubídio e césio;
tamente pelo oxigênio do ar, como por exemplo ouro prata pla- família dos metais alcalino-terrosos: cálcio, estrôncio, bário e rádio;
tina. ' ' ' grupo do ferro: ferro, níquel, cobalto, etc
29 grupo: NÃO-METAIS - São maus condutores do calor e Além dêsses elementos conhecem-se hoje mais 10 elementos ar-
da eletricidade. Não possuem brilho metálico, exceção .do iôdo. São, .. tificiais, sintetizados nos laboratórios de pesquisas nucleares, perfa-
em geral, elementos leves. Conhecidos também por metalóides. zendo assim um total de to2 elementos. São os seguintes, na ordem
~ clas.si:i~ação em metais e não-metais é adotada, sob O ponto de descoberta: Netúnio (Np); Plutônio (Pu); Amerício (Am);
de vista d1datico, como a mais conveniente. Contudo não há ver- Gúrio (Cm); Berkélio (Bk); G.alifórnio (Cf); Ei,nst-einio (Es);
dadeiramente uma linha de demarcação rígida entre êsses grupos, Férmio (Fm); Mend.elévio (Mv) e Nobélio (No).
pôsto que não-metais, como o arsênico, antimônio, telúrio, etc. pos- 2.4 Distribuição dos elementos
suem certas propriedades comuns aos metais. Alguns autores deno-
Relativamente poucos são os elementos que existem em grande
minam êsses elementos de semi-metais.
quantidade na crosta terrestre, sendo oxigênio e silício os mais abun-
39 grupo: HIDROGÊNIO - Devido às suas propriedades pecu-
dantes, como se vê no quadro abaixo:
liares o hidrogênio deve ser colocado num grupo à parte visto não
se enquadrar rigorosamente entre os metais nem entre os não-me- ELEMENTOS PERCENTAGEM EM P~SO
tais. É, pois, um elemento "sui-gêneris".
49 grupo: GASES NOBRES - São os elementos que possuem
Oxigênio 49,5
a particularidade de não se combinarem com outros elementos. São· Silício 25,8
quase todos encontrados no ar atmosférico, embora em pequenas. Alumínio 7,5
quantidades. Ferro 4,7
Os elementos existentes na natureza estão assim distribuídos: Cálcio 3,4
Sódio 2,6
Metais .................................. . 70 Potássio 2,4
Não-metais .............................. . Magnésio 1,9
15
Cloro 1,8
Gases nobres ............................. 6 Hidrogênio 0,9
Hidrogênio ..............................
1 Titãnio 0,6
Os gases nobres dada a sua dificuldade de obtenção são
tambêm conhecidos por gases raros. São: Hélio, Neônio, Argô- Os demais elementos existem somente em pequenas quantidades.
-- --~----- - -------,

52 ELEMEN'.l'OS E COMPOS'.l'OS
CAP. 2 LEIS ESTADO GASOSO
ART. 2.6 DO 53
2.5 - Estado físico dos elementos
Dos elementos conhecidos1 apenas 2 são líquidos nas condições E- tamb'em conhecida por Lei de Charles-Gay-Lussac. _
ambientes de temperatura e pressão; 11 são gasosos e os demais só- LEI DE GAY-LUSSAC: Sob volurne constante, a pressao ele ele-
lidos. . .:, massa gasosa varia eliretamente co,m a teniperatura a,b-
terminawa
Entre os metais, todos são sólidos, exceção do mercúrio (líquido) . soluta.

{f, {f,:
Dos não-metais, o bromo é líquido ( de côr vermelha e muito tó-
xico); flúor, cloro, oxigênio e nitrogênio são gasosos; os demais
sólidos. 1 2 evolução faomfüica. Logo: ;, ~ i,, ·
Hidrogênio, ox1gemo, nitrogênio, flúor, cloro e os gases no-
EQUACÃO DOS GASES PERFEITOS: Associando as leis. de Boyle-
bres, são portanto os elementos encontrados no estado gasoso.
2.6 - Leis do estado gasoso
Mariotte ; Gay-Lussac tem-se a equação dos gases perfeitos ond~ °'
1 do gás varia simultâneamente com a temperatura e pressao.
São as leis que relacionam o volume de uma determinada massa vo ume 1 d , real
A partir desta equação, pode-se calcular o vo um.e e um _gas .
gasosa com os fatôres temperatura e pressão. São estudadas com por- r em quaisquer condições de temperatura e pressao ( den-
menores na Física, no capítulo de gases. Aqui daremos apenas um re- ou vapo b , · tos
tro de certos limites). Pode ser escrita so var10s aspec :
sumo.
São leis experimentais que tratam da variação de volume que PV -
T _ T' ou PV = P'V' (1
P'V' + at) onde PV
T (estado inicial) e
uma dada massa gasosa sofre quando são modificadas as condições
de temperatura e pressão. Não se aplicam a quaisquer condições P'V' (estado final).
de temperatura e pressão. São, pois, leis limites. T'
Seja o estado inicial ( estado 1) aquêle onde a massa do gás É costume1 nos cálculos químicos, considerar com_o _um dos es-
ocupa o volume V na temperatura absoluta T e pressão P. Modi- ta<ios que passa a massa gasosa aquêle º.n~e as con~1çoes de tem-
ficando as condições de temperatura e pressão a dada massa ga- peratura e pressão são as chamadas cond1çoes normais. _
sosa evolui para o estado final ( estado 2) onde o volume será V' Denominam-se condições normais de temperatura e pressM
a temperatura absoluta T' e a pressão P'. A massa do gás porém (C.N.T.P.) a temperatura de OºC (escala Celsius) ou 273ºK. ~:-
permanece constante.
cala absoluta) e a pressão de 760 mmHg ou _76 cmHg ou," am ,,
LEI DE BOYLE-MARIOTTE: Sob temperatura constante, o volume 1 atm. Nos cálculos químicos é, pois, convemente o. emprego da
de deterrninada massa gasos,a é ~nversam.ente proporcional à pres- equação dos gases perfeitos, sob um dos aspectos segumtes:
s,ão que suporta.

1 { f f; 2 { ~
evolução isotéunioa. Logo PV P' V'~ ou então
p0 - pressão normal
Vo - volume normal da massa gasosa
To _ temperatura absoluta normal
V P' ou To = 273 + 0° = 273º K
V'= p. p _ pressão da experiência
LEI DE CHARLES: Sob pressão constante, o volume de determi- V - volume da experiência
nada mas.s,a g(JJSosa varia diretamente com a temperat-ura absoluta. PV = P 0 V0 (1 + at) T - temperatura absoluta da experiência

1 { f f; 2 { evolução isobáúoa. Logo ;, ~ {;, ou ainda:


a
-
T = (273 + t) ºK
temperatura em ºC
coeficiente de dilatação dos gases:
V 1 +at
V' 1 + at'. a
1
= - - = 0,00366 ...
273 ·
54 ELEMENTOS E COMPOSTOS CAP. 2 ART, 2.7 LEIS DAS COMBINAÇÕES ,QUÍMICAS 55

(Ver exerc1c10s de aplicação no livro Problemas e Exercícios de Na natnreza, nada se perde, nada se cria, tu,do se trG!nsforma
Química, capítulo 2, Garcia de Freitas.) (filosófico) ·
LEI DE DALTON DAS PRESSÕES PARCIAIS: A pressão total de uma Comprovação da iei de Lavoisier:
mistura ,de gases é igual à soma das pressões parciais dos compo- Consiste em provar que num sis-
nentes: tema químico isolado, embora tenha
se processado transformações} a mas-
p = p' + p" + p"'.
sa do sistema permanece constante.
A pressão parcial é a pressão que cada componente exerceria se Procede-se do seguinte modo: num
ocupasse sozinho todo o volume que ocupa a mistura. tubo bifurcado (Fig. 2.2) coloca-se
num dos ramos solução de cloreto de
2.7 - Leis das combinações químicas bário e no outro solução de sulfato
A química até meados do século XVIII era apenas uma arte, de sódio. Pesa-se o conjunto numa
mas com a introdução da balança nos laboratórios por Lavoisier1 balança de precisão. Em seguida,
passou ràpidamente do empirismo para o rigor dos métodos cientí- misturam-se as duas soluções. Há rea-
ficos. Daí por diante foi relativamente fácil estabelecer as leis que cão surgindo novas combinações quí- Fw. 2.2
regem as combinações químicas. ~i;as O sulfato de bário (na forma
de ppt' branco) e o cloreto de so'd"10 que per manece em solução:
Estas leis consideradas como leis fundamentais da Química,
sendo resultado imediato da experiência, interpretadas mais tarde, BaCb + Na 2S0 4 - BaS04 + 2NaCl.
abriram caminho para elaboração da teoria atômica.
Depois de algum tempo pesa-se novamente o conjunto e veri-
As leis das combinações químicas podem se referir a pêsos e fica-se que a massa do sistema permanece constante. .
volumes. Daí a divisão em ponderais e volumétricas.
Ver1"f"1caçao
- da Lei· de Lavoisier.· Podo-se verificar a Lei dde
Lei de Lavoisier ou da conservação Lavoisier, encarando O aspecto matemático. Seja o exemplo da o:
da massa (1774)
BaCl 2 + Na 2S0 4 - BaS04 + 2NaCl.
Leis das com- Lei de Proust ou das proporções defi-
binações quí- Ponderais nidas (1797) As duas primeiras substâncias são os reagentes e as duas últi-
micas Lei de Dalton ou das proporções múl- mas os produtos da reação ou resultantes.
tiplas (1807)
Recorrendo à tabela de pesos atômicos1 tem-se:
Lei de Richter ou das proporções recí-
procas (1796) Ba-137; Cl-35,5; Na-23; S-32; 0-16.
Volumétricas - Leis de Gay-Lussac (1805). BaCI 2 = 137 + 71 = 208
{ Na2S0 4 = 46 + 32 + 64 = 142
LEI DE LAVOISIER - Pode ser enunciada sob três aspectos di- Portanto BaS04 = 137 + 32 + 64 = 233
ferentes:
2NaCl = 2 (23 + 35,5) = 117.
Num sistemct químico isolado, a ma1ss,a permanece constante,
quaisquer que sejam as reações químicas que nête se processam Massa dos reagentes: 208 + 142 = 350.
(químico). Massa dos resultantes: 233 + U7 = 350.
A massa de ·um ,co1mposto é igual à soma das massas dos seus Dêste modo: BaCh + Na2SÜ4 - BaS04 + 2NaCl
componentes (matemático). 350 350
56 ELEMENTOS E COMPOSTOS CAP, 2 ART, 2.7 LEIS DAS COMBINAÇÕES QUÍMICAS 57
Logo, está verificada a lei de Lavoisier.
hidrogênio. Empregando-se proporções diferentes sobra, então, o
Então: "Numa reação química a soma das massas dos reagen- elemento que se tenha colocado em excesso. Assim1 com 10 g de oxi-
tes é igual à soma das massas dos produtos resultantes" (aspecto gênio, ao invés de 8, o excesso (2 g) não entra em combinação.
matemático).
O mesmo se passa com todos outros compostos. No óxido de cál-
LEI DA CONSERVAÇÃO DOS ELEMENTOS : Como conseqüência da lei cio, composto binário de oxigênio e cálcio, a proporção em pêso é de
de Lavoisier chega-se à lei da conservação dos elementos: Num sis- 2 :5, ao passo que no ácido sulfúrico, composto ternário de hidrogê-
tema químico isolado, a massa de cada elemento permanece constan- nio, enxôfre e oxigênio, a proporção em pêso é respectivamente,
te, quaisquer que sejam as reações químicas que nêle se proc,essam. 1:16 :32.
Da validade da lei de Lavoisier: A transformação da maté- A Lei de Proust é por isso chamada lei das proporções defi-
ria em energia, prevista inicialmente por Einstein, e hoje experi- nidas ou lei da composição constante. Esta lei provocou acirrada
mentalmente comprovada, veio pôr em discussão a famosa lei de controvérsia naquela época, entre Proust e Berthollet. Enquanto
Lavoisier. Proust sustentava que a composição constante era regra invariável,
As modernas investigações demonstram realmente que a maté- Berthollet dizia que a composição constante era exceção; a compo-
ria se transforma em energia podendo a variação de massa ser cal- sição variável era a regra.
culada de acôrdo com a e,quação de Einstein: Da lei de Proust depreendem-se os esguintes fatos:
1) Tôda substância pura contém sempre os mesmos elemen·
ll.m - variação de massa
tos e na mesma proporção em pêso ( distinção das misturas) .
ll.m =~
D.e onde { D.e - variação de energia
2) Admite a descontinuidade da matéria já que é impossível
c e - velocidade da luz no vácuo, igual a
obter uma substância pura pela variação contínua da proporção
3 X 1010 cm/s.
de seus componentes.
Sendo o denominador da ordem de 1020 conclui-se que, nas rea- 3) Facilita a determinação das fórmulas químicas.
ções químicas comuns, embora seja grande a energia desprendida
4) Permite calcular a composição de uma quantidade qual-
a quantidade de massa que se converte em energia é desprezível,
quer de uma substância, e, em particular, a composição centesimal,
sendo mesmo tão pequena que escapa a quaisquer instrumentos de
medida. desde que seja fixada em 100 partes a quantidade da substância.
(Ver exercícios de aplicação no Livro de Problemas e Exercícios de
Dada a impossibilidade de se medir experimentalmente a va- Química, capítulo 2, de Garcia de Freitas).
riação de massa, continua portanto válida no campo prático a Lei
de Lavoisier. Assim, por exemplo, se, em 9 g de H20 existem 8 g de Oxigênio
e 1 g de hidrogênio, para 100 g de água teremos a seguinte compo-
O fato da matéria se transformar em energia e vice-versa, aba- sição centesimal:
lou de tal modo a distinção que se fazia entre matéria e energia
que foi possível unificar o princípio da conservação da matéria 9-8 100 X 8
com o princípio da conservação da energia. A matéria é então con- 100--x x = 9 = 88,88% em pêso de oxigênio.
siderada como modalidade de energia.
LEI DE PROUST: Para formar 'Um determinado composto os com- 9-1
ponentes se combinam em proporções fixas e definidas.
100-y y = 100 X· 1 = 11,11 01
10 em peso
A d e h'd
1 rogemo.
A •

9
Seja o exemplo clássico: para formar água a proporção em
5) Com a descoberta dos isótopos a lei de Proust perdeu a
pêso entre as quantidades de hidrogênio e oxigênio é sempre de
exatidão, mas se considerarmos o pêso atômico médio dos elementos,
1 :8, isto é, a quantidade de oxigênio é 8 vêzes maior do que a de
ela continua válida no terreno prático.
58 ELEMENTOS E COMPOSTOS CAP, 2 2.7
ART. LEIS DAS COMBINAÇÕES QUÍMICAS 59
Verificação da Lei de Proust: LEI DE DALTON: Qiwndo dois .elem,entos se combinam para f ar-
1) Quando 5,6 g de CaO se combinam com 5,4 g de COa mar vários compostos, mantendo-se oonst.ant,e o pêso d:e um dêles os
qual a massa formada de CaC03 e qual a quantidade da pesos ,do outro variam segundo núm.eros inteiros e pequenos.
substância que está em excesso1 Dados: Os pêsos atômicos dos ele- Seja o exemplo clássico: o nitrogênio se combina com o oxigê-
mentos são: C - 12; O - 16; Ca - 40. nio formando diferentes óxidos:
Oxig~io
CaO + C02 ---+ CaC03 Óxido Nitrog~nio
56 44 100 N20 28 16 = 16 X 1
Pela lei de Proust, tem-se: N202 28 32 = 16 X 2
56-44 N20a 28 48 = 16 X 3
5,6 - - x . · . x = 4,4 g de C02. Portanto 5 6 g de CaO se N204 28 64=16X4
combinam apenas com 4,4 g de C02. Logo a dife:en~a 5,4 - 4,4 = N20 5 28 80 = 16 X 5.
= 1,0 g é a quantidade de C02 que ficou em excesso. (Verificada
a lei de Proust). Vê-se, pois, que permanecendo constante o pêso de nitrogênio,
A massa de CaCOa pode ser calculada a partir de 5,6 g de . os pesos de oxigênio estão entre si numa relação simples de números
CaO ou de 4,4 g de C02 que são as quantidades que reagiram exa- inteiros: 1:2:3:4:5.
tamente. Assim: Do mesmo modo o cloro ao se combinar com o oxigênio forma
diferentes óxidos:
CaO CaC0 3
56 100 Óxido Cloro Oxig~nio
5,6 y y = 10 g de CaC0 3 ChO 71 16 = 16 X 1
ou então Cl20 3 71 48 = 16 X 3
C02 CaC0 3 Ch04 71 80=16X5
44 100 Cl206 71 112 = 16 X 7.
4,4 - - z z = 10 g de CaC03•
Como no caso anterior os pesos de oxigênio estão entre si numa
2) Quando 112 kg de ferro se combinam com 80 kg de enxô- relação simples de números inteiros pequenos: 1 :3 :5 :7.
fre, qual dos elementos está em excesso e em que quantidade? Dados: Verifica-se, pois, que a série dos números pode ser tal que os
os pesos atômicos dos elementos são: S - 32; Fe - 56. maiores são múltiplos inteiros do menor.
Fe
-56
+ -S ---+FeS. A proporção com que dois elementos se combinam para formar
32 diferentes compostos, ·é variável, não de modo contínuo, mas sim atra-
vés de números inteiros e pequenos múltiplos do menor. Portanto, a
Pela Lei de Proust, tem-se: lei de Dalton é uma lei de descontinuidade.
56-32 Dêste modo conclui-se que nas misturas a proporção dos com-
ponentes pode variar de modo contínuo e tão pouco como se queira,
112-- x x = 64 kg de enxôfre. Logo o enxôfre está já nas substâncias puras a proporção pode variar, não tão pouco
em excesso e a quarrtidade de enxôfre que sobrou é de:
como se queira, mas sim obedecendo à lei de Dalton, isto é, de forma
80 - 64 = 16 kg de enxôfre ( verificada a lei de Proust). descontínua.
----- ,---~--~-

60 ELEMENTOS E COMPOSTOS CAP. 2 ART. 2.7 LEIS DAS COMBINAÇÕES QUÍMICAS

Verificação da lei de Dalton postos, se êsses elenientos se oombinar,em eintre si, combinar-se-ão
segundo ,êsses mesmos pesos, múltiplos ou sub~últiplos dêles.
1) O carbono forma com o oxigênio dois óxidos, CO e C0 2
com as seguintes composições centesimais: Assim 16 partes de oxigênio podem se combinar com 71 de
cloro, 40 de cálcio e 2 de hidrogênio formando diferentes compostos:
C-42,85% C--27,27%
co { C02 {
0-57,15% 16 de O+ 71 de Cl --+ Cl20
0-72,73%.
16 de O + 40 de Ca - Caü
Verificar a lei de Dalton.
Mantendo constante o pêso do carbono, tem-se: 16 de O + 2 de H --+ H20.

42,85 57,15 Se o cloro, cálcio e hidrogênio se combinarem entre si, combi-


42,85
= 1 e 42,85 = 1•33 nar-se-ão segundo êsses mesmos pesos ou com múltiplos e submúl-
tiplos dêles. Assim:
27,27 = 1 e 72,73
27,27 27,27 = 2166 · Cloro combinando com cálcio:

Ora 1,33 :2,66: :1 :2 Logo,· está verificada a lei de Dalton. 71 de Cl + 40 de Ca ~ CaCh.

2) Um elemento X forma com o oxigênio um óxido que con- Cloro combinando com hidrogênio:
tém 28,57% de oxigênio. Poderá existir outro óxido do mesmo ele-
mento contendo 44,42% de oxigênio? 35,5 de Cl + 1 de H --+ HCL
Sendo os óxidos compostos binários do oxigênio, calcula-se a
percentagem do elemento X por diferença: Cálcio combinando com hidrogênio:

100 - 28,57 = 71,43% de X e 100 - 44,42 = 55,58% de X. 40 de Ca + 2 de H - CaH2.


Então:
EQUIVALENTE
X-71,43% X-55,58%
{ { Conclui-se da lei de Richter que se pode atribuir a cada um
0-28,57% 0-44,42%. dos elementos que se combinam um pêso equivalente também cha-
Mantendo constante, por eN:emplo, o pêso do elemento X, tem-se: mado pêso de combinação, isto porque, quando dois elementos se com-
binam, o fazem na relação dos pêsos equivalentes ou em múltiplos
71,43 28,57 simples dêles.
71,43
= 1 e = 0,399
71,43 A lei de Richter das proporções rec_íprocas é por isso também
55,58 conhecida por lei dos equivalentes, podendo ser simplesmente enun-
44,42
= 1 e = 0,798. ciada: as substâncias se substituem nas combinações ,qnímicas, s,e-
55,58 55,58
gundo seus equivalentes.
Como 0,399 :0,798: :1 :2 o óxido pode existir porque obedece à Os equivalentes dos elementos químicos podem se referir a di-
lei de Dalton. versos padrões, sendo atualmente adotado o oxigênio igual a 8. Anti-
LEI DE RICHTER: Quamdo o pêso fixo de um elemento se cormbina gamente os equivalentes eram determinados em relação ao hidrogê-
com pesos variáveis de mttros elementos para formar diferentes com- nio igual a 1.
62 ELK.IIENTOS E COMPOSTOS CAP, 2 ART, 2.7 LEIS DAS COMBINAÇÕES QUÍMICAS 63

Nos exemplos citados vê-se que o equivalente do hidrogênio é 1, Exemplos:


do cloro é 3515 e do cálcio é 20.
Daí a seguinte definição: Equivalente do HCl = 3~, 5 = 36,5;
Equivalente quimico ou pêso de combinação ou pêso e.quiv.alente equivalente-grama = 36,5 g.
o·u simiplesmente, equivalente ,de itm demento é a parte do elemento
que combina, substitui ou desloca 8 partes de oxigênio·. 98
Equivalente-gra1na de um elemento é o equivalente expresso em
Equivalente do H2SÜ4 = 2 = 49;
gramas. equivalente-grama = 49 g.
O equivalente-grama do cálcio é igual a 20 g porque essa é a O equivalente de uma bas,e se obtém dividindo o seu pêso mo-
massa de cálcio que se combina com 8 g de oxigênio.
Observa-se que o equivailente do cálcio vem a ser também o re- leciüar pelo número de ions oxidrila.s: Eq = Pm
nº. OH-
sultado da fração 4J
2
= 20 onde 40 é o seu pêso ~tôrnico e 2 o Exemplos:
seu número de valência. Daí a instituição da seguinte regra:
40
O equivalente de eleme,nto se obtém dividindo o pêso atômi-
1wi Equivalente de NaOH = T = 40;
_ Pa
co d o elem.ento pela valência: Eq - V . equivalente-grama = 40 g.

Exemplos: 74
Equivalente de Ca(OH)2 = 2 = 37;

Equivalente do sódio: Eq = 213 = 23; equivalente-grama = 37 g.

equivalente-grama = 23 g. O e.q·uivalente de um sal se obtém dividindo o seu pêso mo-


lecular pela valência do cation ou do .amion, multiplicado pela ato-
Equivalente do zinco: Eq = 65 = 32 5· micicla,de, isto é, pela vaWncia total do cation ou do anion:
2 ' '
equivalente-grama = 32,5 g. Pm
Eq = V do cation ou anion
Equivalente do alumínio: Eq 27 =
=3 9;
Exemplos:
equivalente-grama = 9 g.

Um elemento, caso seja de valência variável, pode ter vários


e 58,5
Equivalente do Na 1 = - 1- = 58,5 i
pêsos equivalentes. equivalente-grama = 58,5 g.
Por outro lado, os ácidos, bases e sais têm seus equivalentes de-
terminados através das seguintes regras: Equivalente do Ah (SÜ4)a = 3: 2 = 57;
O equivalente de um ácido se obtém ,dividindo o seu p,êso mo-
equivalente-grama = 57 g.
lecuiar pelo número de átomos de hidrogênio iônioos ou substituí-
. E q= -
veis: Pm- LEIS VOLUMÉTRICAS DE GAY-LussAc: São as leis que regem as
n.0H+· combinações dos volumes gasosos e, portanto, aplicáveis quando os
64 ELEMENTOS E COMPOSTOS CAP. 2 ART, 2.7 LEIS DAS COMBINAÇÕES QUÍMICAS 65

reagentes e os produtos da reação são gases ou vapores, tomados sem- Das leis de Gay-Lussac depreendem-se os seguintes fatos:
pre nas mesmas condições de temperatura e pressão, porque como já Quando os gases que se combinam em volumes iguais, são
vimos (2.6) êsses fatôres influem nos volumes dos gases. substâncias simples, o volume do gás resultante é igual à soma dos
Quando ,dois gases se combinam há uma relação simpies entre volumes dos reagentes.
seus volum,es e também entre o volume do gás resultante ,e o de Quando os gases que se combinam em volumes iguais, são subs-
cada reagente, nas mesmas condiçõ,es de temperatura e pressão. tâncias compostas, ou pelo menos uma delas o é, o volume resul-
Exemplos: tomando a molécula--grama por unidade de volwme, tante é menor do que a soma dos volumes dos reagentes. Portanto,
tem-se:
H2 + 012
--- 2HC1
há contração de volume.
Quando os gases se combinam em volumes desiguais, há sem-

---
1 vol 1 vol 2 vol pre contração de volume.
As leis de Gay-Lussac não se verificam rigorosamente para
N2 + 02 2NO
quaisquer condições. São, portanto, leis limites.
1 vol 1 vol 2 vol.
Quando os volumes dos gases svmples que se combinam são
iguais, o volume do gás resultante é a soma dos volumes dos gases
reagentes. Quando são desiguais dá-se i1,ma contração de volwme.
A contração de volume é dada pela diferença entre a soma
dos volumes dos gases reagentes e o volume do gás resultante:
o= s-v.
A contração relativa é a fração do volume inicial que dimi-
nuiu, sendo representada pela seguinte fórmula:
S-V
C= S - soma dos volumes dos gases que se combinam
s
V - volume do gás resultante.
Exemplos:
2H2 +
3- 2 1
2 vol 1 vol 2 vol; C=--=-
3 3

N2
1 vol
+ 3 H2
3 vol
-- 2NH 3
2 vol;
4- 2
C=--=-
4
1
2

2
2 vol
02
1 vol
--
Tratando-se de volumes de gases compostos, tem-se:
co + 2 002
3- 2
C = - 3- = 3
2 vol;
1

HCl(g) + NHg(g) - - NH 4Cl(v)


2- 1 1
1 vol 1 vol 1 vol; C = - 2- = 2 .
ART. 3.2 PRINCÍPIO DE AVOGADRO 67

4 - Qurondo dois elementos se combinam, o número de áto-


•mos de cada um dêles é wnstante e sempre um número inteiro e
pequeno.
5 - Átomos de ·mesmos elementos podem combinar em mais
de uma proporção para formar vários compostos.
A teoria atômica de Dalton deu uma interpretação racional às
CAPÍTULO 3
leis ponderais das combinações químicas bem como pôde explicar
muitos fenômenos físicos e químicos até então conhecidos. Dalton
também introduziu a noção de pêso atômico relativo, constante de
ÁTOMOS E MOLÉCULAS fundamental importância para a química, tendo ainda organizado
a primeira tabela de pesos atômicos
As hipóteses elaboradas sôbre a constituição da matéria são Pêso atômico relativo de um elemento é a relação entre o pêso
conhecidas desde os mais remotos tempos. Atribui-se aos filósofos do átomo do elemento e o pêso do átomo de hidrogênio, tomado
gregos Leucipo e Demócrito 300 anos A. C. a concepção de que a como unidade.
matéria ·é de natureza descontínua, constituída de partículas míni- Todavia, Dalton não fazia naquela época distinção entre áto-
mas e indivisíveis, denominadas átomos, vocábulo que significa in- mo e molécula, chamando de átomos, as menores partículas que
divisível, indestrutível. existem no estado livre, nos elementos e nos compostos. Falava assim
de "átomos" de água, "átomos" de amoníaco, apesar de saber que
3.1 Teoria atômica de Dalton se tratava de compostos. Depois chamou de "átomos simples" para
os elementos e "átomos compostos" para os compostos. A confusão
As hipóteses até então conhecidas1 embora de caráter pu-
nesta altura já era grande e ainda foi acrescida com as dificulda-
ramente filosófico, foram revividas por John Dalton quando expôs
des da teoria atômica de explicar as leis das combinações gasosas
em bases científicas a Teoria atômica, no princípio do século XIX
de Gay-Lussac.
(1808).
A matéria, dizia Dalton, não é um todo contínuo, mas sim 3 2 Princípio de Avogadro
é de constituição granular. Quando Gay-Lussac estabeleceu a lei das combinações
Baseado na descontinuidade da matéria, Dalton elaborou a dos volumes gasosos observou que nas mesmas condições de tempe-
teoria atômica que consta dos :seguintes postulados: ratura e pressão, os volumes dos gases que se combinam estão sem-
pre numa relação simples, isto é, obedecendo a relação ·de números
1 - Elementos s,ão forrrv.aidos de partículas mínimas de ~
inteiros e pequenos. Assim, por exemplo, um volume de hidrogê-
téria, chamadas át.omos, que p,ermanecem indivisíveis, qualquer que
nio se combina com um volume de cloro formando dois volumes
seja o processo qufmico.
de gás clorídrico.
2 - Existem tantas espécies de átomos quantos elementos di-
Como os volumes de hidrogênio e cloro que se combinam são
ferentes. Átomos do mesmo elemento têm a m.esma massa e as mes- iguais, resulta que a relação que existe entre o número de átomos
mas propriedcvdes· Átomos de elementos diferentes têm maissas dif e-
em volumes iguais dêsses gases é a relação de números inteiros e
rentes e propriedaides diferentes. pequenos. Por outro lado, segundo as leis dos gases de Charles e de
3 - Compostos são f ormad.os pela combinação de átomos de Gay-Lussac, o coeficiente de dilatação dos gases é aproximadamente
elementos diferentes e substâncias simples de átomos do mestmo o mesmo, qualquer que seja o gás. Depreende-se daí que os gases
elemento. têm alguma coisa de comum, que é o mesmo número de átomos.
-----~-----~-- -

68 ÁTOMOS E MOLÉCULAS CAP, 3 ART. 3.2 PRINCÍPIO DE AVOGADRO 69

Então podemos dizer que volumes iguais de diversos gases possuem A teoria atômica da matéria foi acrescida do conceito de mo-
o mesmo número de átomos. lécula, surgindo então a teoria at.ômico-,moiecular que esclarece com
Desde logo se viu que êsses fatos admitidos pela teoria atômi- mais precisão a estrutura da matéria: A ,matéri.a é um conjunto
ca estavam em contradição com os resultados colhidos da experiên- de partículas eni ordem de tamanhos diferentes.
cia. A matéria é divisível. Sua divisibilidade, porém, não é ilimita-
Diante da confusão existente surgiu em 1811 o físico italiano da. Com os processos mecânicos de divisão chega-se às partículas
A vogadro que conseguiu conciliar a teoria atômica de Dalton com maiores. Com os processos físicos leva-se mais longe a divisão atin-
os resultados das experiências da lei de Ga.y-Lussac, introduzindo gindo-se até as moléculas e, finalmente, as moléculas se fracionam
o conceito de molécula. por processos químicos, em partículas ainda menores, os átomos, úl-
Se as menores partículas de um gás composto que podem exis- timo têrmo de divisão por meios químicos.
tir em liberdade estão formadas por vários átomos, também pode Tôda substância é, pois, formada de inúmeras moléculas, as
ocorrer, dizia Avogadro, que as menores partículas de um gás sim- moléculas de um ou vários átomos.
ples estão formadas por mais de um átomo. Molécula é a menor partícula de uma substância que pode exis-
Segundo Avogadro, moiécula (do latim moies, que quer dizer tir no estado livre. Em outras palavras, é a menor partícula que
pequena massa) é a menor partícula de uma substância gasosa que ainda possui as propriedades da substância.
pode existir no estado livre. A molécula é o limite de divisão por meios físicos, tais como,
Nos gases simples a molécula é formada de átomos iguais é dissolução, volatilização, etc.
nos gases compostos de átomos diferentes. Atomo é a menor partícula de uma substância que pode en-
Dêste modo explica-se os resultados das experiências de Gay- trar wi combinação.
Lussac admitindo que tanto o hidrogênio como o cloro estão for- O átomo é, pois, o limite de divisibilidade da matéria, por
mados por moléculas que possuem dois átomos. Assim: meios químicos (ver capítulo 5).
As partículas, conforme o seu diâmetro, são visíveis a vista
desarmada ou com auxílio de microscópios. As moléculas e os áto-
mos, dado seus diminutos tamanhos são, porém, indivisíveis aos
Isto quer dizer que uma molécula de hidrogênio reage com
meios comuns de observação. Contudo com o emprêgo d.o microscó-
uma molécula de cloro para formar duas moléculas de gás clorí-
pio eletrônico, cujo poder de ampliação é da ordem de 100.000
drico.
P(:)rtanto, já não se admite mais que em iguais volumes de di- vêzes e1 nos mais modernos, até de 200. 000 vêzes, as grandes mo-
léculas, chamadas macromoléculas, como por exemplo as molécu-
ferentes gases existem o mesmo número de átomos, e nem que o
las das proteínas, já foram fotografadas.
coeficiente de dilatação dos gases é o mesmo porque êles têm al-
guma coisa de comum, que é o número de átomos. Fala-se agora Resumindo: Se as espécies químicas definidas (substância pu-
em têrmos de moléculas. ra) têm propriedades constantes é porque são formadas das mes-
mas partículas, isto é, das mesmas moléculas e portanto dos mes-
PRINCÍPIO DE AVOGADRO: Volumes iguais de diferentes gases
mos átomos.
nas mesmas condições ,a.e temperatura e pressão cont,êm o miesmo nú-
Em face da teoria atômico-mofocular, depreende-se os seguin-
mero de 1moléculas.
tes conceitos :
Definidos os conceitos de átomo e molécula através da teoria
atômica de Dalton e dos trabalhos de Avogadro, foi possível então 1) Substância pura é tôda substância que tem uma só espé-
cie de molécula.
interpretar as leis conhecidas bem como abrir caminho para a des-
coberta de outras, ampliando dêste modo o conjunto de conheci- 2) Mistura é tôda substância que tem várias espécies de mo-
mentos. léculas.
70 Á'.1.'0MOS E MOLÉCULAS CAP. 3 ART, 3.3 PÊSO ATÔMICO E PÊSO MOLECULAR 71

3) Elemento é a substância que tem uma só espécie de áto- O pêso atômico relativo de um elemento, exprime, então, quan-
mo. Logo, existem tantas espécies de átomos quantos são os ele- tas vêzes mais pesa um átomo do elemento que 1/16 do átomo de
mentos. oxigênio.
4) Uma substância pura como átomo é elemento como mo-
..
P,êso rnofocular é o pêso da molécula de um composto em rela-
lécula é substância simples. ção ao pêso do átomo de oxigênio, tomado para padrão.
5) Fenômenos físicos são fenômenos intermoleculares. Atomo-grama é o pêso atômico expresso em gramas.
6) Fenômenos químicos são fenômenos interatômicos.
Assim, o átomo-grama do hidrogênio é 1,008 g, do carbono é
7) Fenômenos intratômicos constituem hoje um capítulo re- 12,011 g, do nitrogênio é 141008 g ou aproximadamente, 1 g, 12 g
cente, uma verdadeira ultraquímica, conhecida por física nuclear, e 14 g. Nos cálculos químicos onde não se exige rigor é costume tra-
revelando-nos os segrêdos do átomo, até então desconhecidos, de
balhar com os pêsos atômicos aproximados.
importância transcendental para o mundo (ver 29 volume).
'JJ1oléciila-grama é o pêso molecular expresso em gramas. Repre-
3.3 - Pêso atômico e pêso molecular senta-se por mol.
O diminuto tamanho dos átomos e moléculas torna impraticá- Assim, 2,016 g de hidrogênio é o mol de hidrogênio; 28,016 g
vel o emprêgo dos seus pêsos absolutos, isto é, o pêso real de um de nitrogênio é o mol de nitrogênio; 18,016 g de água é o mol de
átomo ou o pêso real de uma molécula. água.
Por êsse motivo criou-se o sisfoma d,e pêsos atômicos relativos, Se o pêso molecular é o número abstrato que exprime quan-
adotando-se um elemento para padrão. A escolha, embora arbitrá- tas vêzes mais pesa uma molécula de uma substância comparada
ria, recaiu no oxigênio que é o elemento que se combina com quase com 1/16 do átomo de oxigênio, a molécula-grama ou mol é, no
todos os outros. O pêso relativo de 16 foi então escolhido para o entanto, o número de gramas da molécula da substância1 isto é, a
pêso de um átomo de oxigênio justamente porque êle dá um valor massa molecular da substância, expresso em gramas.
muito próximo da unidade para o átomo do elemento mais leve, o
hidrogênio. Volume mofocul.ar é o volume ocupado pela molécula-grama, de
um gás qualquer, simples ou composto1 nas condições normais de tem-
A base do sistema de pesos atômicos relativos é, portanto1 O
igual a 16. Antigamente, Dalton havia proposto como base o H peratura e pressão. O volume molecular ou volume molar é igual a
igual a 1. 22,4 litros/mol.
Pêso atômico é o pêso do átomo de um elemento em relação ao O volume molecular dos gases é a mais importante conseqüên-
pêso do átomo de oxigênio, tomado para padrão. cia do Princípio de Avogadro. De fato 1 se volumes iguais de dife-
Pesos atômicos de alguns elementos: ( ver tabela de pesos atô- rentes gases, nas mesmas condições de temperatura e pressão, con-
micos) têm o mesmo número de moléculas, admite-se então que o mesmo
Elemento número de moléculas de diferentes gases, nas mesmas condições de
P~so atômico
temperatura e pressão, ocupam o mesmo vnlume. 1llsse volume é
Hidrogênio ........... . 1,008 de 22,4 litros quando se toma a molécula-grama de diferentes ga-
Carbono .............. . 12,011 ses, nas C.N.T.P.
Nitrogênio ............ . 14,008
Cálculo ,do volume molemtlar: Dividindo o valor da massa mo-
Oxigênio .............. . 16,000
Alumínio ............. . lecular de diferentes gases pela massa específica ou densidade ab-
26,980
Cloro ................ . soluta dêsses gases nas C.N.T·P., expresso em g/1, tem-se o valor
35,457
Ferro ................. . do volume molecular em litros 1 nas C.N.T.P.
55,850.
72 ÁTOMOS E MOLÉCULAS CAP. 3 ART, 3.3 PÊSO ATÔMICO E PÊSO MOLECULAR 73

i,1' Gá& Massa molecular Densidade mero de áto:mos em 16 g de oxigênio é também 6,02 X 10 28 átomos.
ili
:r.l\'1
'I
(em g) (em gjl nas C.N.T.P.) Portanto, átomo-grama é o pêso em gramas de 6,02 X 1023 átomos
,,,
:1,11f
................ de um elemento.
H2 2,0 . ............. 0,0899
02 ................ 32,0 . ............. 1,429 NÚMERO DE LoscHl\UDT é o número de moléculas exis-
!11
1
N2 ................ 28,0 . ............. 1,251 tentes em um centímetro cúbico de um gás qualquer, nas C.N.T.P.
111
Oh ................ 71,0 . ............. B calculado em função do número de A vogadro.
3,220
11 1
1,,1
,',li.
:Ili
002 . ............... 44,0 . .... . . . . . . . . . 1,9768
,,1,,
i11!
',.1'1'
NH 3 ................ 17,0 . ............. 0,7708
111
1111
CH 4 ................ 16,0 . ..... . . . . . . . . 0,7167
PÊso ATÔMICO ABSOLUTO: Como conseqüência do Nú-
ii1'1'
:11 V = !?!:._ = mol = 2 32 44 mero de A vogadro chega-se a conhecer, através do cálculo, o pêso
111,:
d d 0,0899 = 1,429 = 1,9768 absoluto ou real de um átomo.
'i Se 6,02 X 10 23 átomos de oxigênio pesam 16 g, um átomo de
l1 i 0 ~;08 "' 22,4 1/mol.
oxigênio pesa:
'.li'·i Portanto, o' quociente do mol de qualquer gás pelo pêso de 1
1
1

:.'i['ri litro do mesmo (densidade absoluta) é uma constante igual a 22,4 --- 16- - = 2,65 X 10-23 g.
;'li 6,02 X 1023
;\,11
litros, independente da natureza do gás ( ou vapor).
11111 Ou, para se ter uma idéia da pequenez do número:
,!11 NÚMERO DE AVOGADRO: Lembrando que volumes iguais de
!.li! diferentes gases nas mesmas condições de temperatura e pres- 2,65 X 10-23 = 0,000 000 000 000 000 000 000 026 5 g.
ii[,: são contém o mesmo número de moléculas, depreende-se que se êsses
]1 l
'·'[!'I volumes iguais forem 22,4 litros (volume do mol) devem também Como unidade de pêso atômico absoluto, escolheu-se recente-
11"1
111 conter o mesmo número de moléculas. A tal número que é outra m~mte o A VOGRAM. Por definição 6,02 X 1023 avograns corres-
il,
bela conseqüência do Princípio de Avogadro se deu o nome de Nú- pondem a 1 g. Logo 1 avogram é
ili
II
mero de Avogadro, de símbolo N, cuja definição é a seguinte:
1, I
1
Número de Avo,gadro é o número de moléculas existentes na _6_,_0_2_X
__l0_2_3 _ g.
:.111
,,,, 1 molécula-gmma de um gás qualquer, nas condições normais de tem-
111
peratura e pressão. O pêso absoluto de átomo de oxigênio expresso em avograns
1,1:
i,1'111, Por vários processos de natureza física ou físico-química foi é 16 avograns, do cálcio 40 avograns, do enxôfre 32 avograns, en-
determinado com grande precisão o valor dêsse número, dando para quanto que o do hidrogênio é apenas 1 avogram.
11,11
1,11 N o valor: N = 6,02 X 1028 = 602 000 000 000 000 000 000 000 mo- PÊso E MASSA: É comum a confusão que se faz entre pêso
ii1I
léculas por mol. e massa. No entanto, há diferença. Enquanto que massa é uma
!!!I
li Isto quer dizer que a molécula-grama ( ou 22,4 litros) de qual- constante própria da matéria, o pêso é o produto da massa pela
li quer gás contém seiscentos e dois sestilhões de moléculas. aceleração da gravidade: P = m.g.
Portanto, quando se diz que o pêso molecular do oxigênio é Como a aceleração da gravidade varia com o lugar ( depende
32 e que seu mol é 32 g não se está referindo ao pêso de uma úni- da altitude e da latitude) o pêso de um corpo também varia. To-
ca molécula, mas sim, ao pêso de 6,02 X 1'0 28 moléculas. davia a massa permanece constante.
Assim como 1 mol contém N moléculas (sendo N número de Nas determinações feitas num mesmo lugar g é constante e,
Avogadro) 1 átomo-grama também contém N átomos. Logo o nú- portanto, a relação entre os pêsos é a mesma que entre as massas.
74 ÁTOMOS E MOLÉCULAS CAP. 3 ART, 3.6 NOTAÇÃO E NOMENCLATURA 75
Assim: As substâncias simples formada do mesmo elemento são cha-
madas variedades alotrópicas.
São várias as causas da alotropia.. Nas substâncias gasosas quem
responde pela alotropia é a atomicidade. Assim, as substâncias oxi-
Daí dizermos indistintamente, pêso atômico ou massa atômica, gênio e ozônio, variedades alotrópicas do elemento oxigênio, dife-
pêso molecular ou massa molecular. Todavia a tradição já consa- rem apenas na atomicidade: oxigênio, diatômico e ozônio, triatômico.
grou as expressões pêso atômico e pêso molecular. Nas substâncias sólidas, a causa da alotropia são as diferentes
3.4 - Atomicidade formas cristalinas que uma mesma. substância pode apresentar.
:Él o número de átomos contidos na molécula. O elemento fósforo, sólido, existe sob duas variedades alotró-
Conforme a atomicidade as moléculas das substâncias simple,s picas: fósforo vermelho e fósforo branco. Diferem pelas proprie-
podem ser monoatômicas e poliatômioas. dades físicas possuindo contudo propriedades químicas semelhantes.
Monoatômicas: Gases nobres1 metais e alguns não-metais (C, Assim, o fósforo vermelho é mais estável nas condições ambientes,
Si, B). mais denso e não é tóxico. Por combustão ambos dão P205, o fósforo
Diat,6mioas: Hidrogênio (H2), Oxigênio (02) Nitrogênio branco queimando espontâneamente e o fósforo vermelho só em
(N2), Flúor (F2), Cloro (Cl2), bromo (Br2), Iôdo (I2). temperaturas elevadas (250°C). Devido a sua inflamabilidade o
fósforo branco é guardado dentro d'água, onde êle é insolúvel.
Triatómicas : Ozônio ( 0 3 ) •
O carbono existe sob duas variedades alotrópicas: diamante e
T,etra1tômicas: Fósforo (P 4), Arsênico (As4) e Antimônio
(Sb4). grafita. Enquanto o di~mante é incolor, excessivamente duro, e
mau condutor da eletricidade, a grafita é uma substância prêta,
O enxôfre existe numa variedade de formas no estado sólido muito mole e um dos melhores condutores da eletricidade. A diver-
líquido e gasoso (vapor) constituído de moléculas mono e poliatô- sidade de comportamento entre as· duas substâncias é devido ao ar-
mica, S - S2 - S 6 - S 8 • Assim, a forma cristalina rômbica do en- ranjo diferente dos átomos de carbono.
xôfre é um sólido amarelo constituído de moléculas S 8 •
As variedades alotrópicas do enxôfre são mais numerosas: en-
Baseado no Princípio de Avogadro é fácil explicar porque as
xôfre octaédrico ou rômbico, monoclínico ou prismático, amorfo,
moléculas de certos gases simples são diatômicas.
etc.
Sabe-se, através da experiência, que 1 volume de hidrogênio
combina-se com 1 volume de cloro para formar 2 volumes de gás 3.6 - Notação e nomenclatura
clorídrico (Lei volumétrica de Gay-Lussac). Então também pode- Conhecidas as diferentes espécies de átomos que compõem os
-se dizer que uma molécula de hidrogênio combina-se com uma mo- elementos e definidos os conceitos de substância pura e de fenô-
lécula de cloro para formar duas moléculas de gás clorídrico, HCl meno químico, procurou-se em seguida estabelecer convenções que
(g) (Princípio de Avogadro). Ora, cada molécula de gás clorídrico pudessem traduzir de modo simples e preciso, através da lingua-
é constituída dos elementos hidrogênio e cloro. Logo, cada molé- gem escrita e falada, aquêles conceitos e fenômenos. Como resul-
cula de hidrogênio quando se combinou com o cloro dividiu-se pois tado surgiu a notação química, que é a linguagem escrita e a no-
em dois átomos de hidrogênio, um para cada molécula de gás clo- menclatura química, a linguagem falada.
rídrico. O mesmo se passou com a molécula de cloro. Logo, a mo-
NOTAÇÃO QUÍMICA é o conjunto de sinais convencionais
lécula de hidrogênio como também a de cloro são diatômicas.
adotados para representar os elementos, as substâncias e os fenô-
3.5 ---: Alotropia menos químicos.
'.É o fenômeno pelo qual o mesmo elemento forma duas ou A notação química compreende os símbolos, fórnvulas e eq,ua..
mais substâncias simples. ções.
76 ÁTOMOS E MOLÉCULAS CAP. 3 ART, 3.6 NOTAÇÃO E NOMENCLATURA 77

SíMBOLO é a representação gráfwa dos elementos. O símbolo tem uma significação qualitativa e quantitativa, isto
O símbolo consta da letra maiúscula inicial do nome do ele- é, o símbolo além de representar o elemento, representa também o
mento em latim. pêso atômico do elemento.
Havendo vários elementos cujos nomes em latim começam pela .Assim, o símbolo Ca tem um significado duplo: representa
mesma letra maiúscula, acreseenta-se uma letra minúscula tirada O elemento cálcio e também 40,08 partes por pêso dêsse elemento.

da palavra de tal modo a distinguí-los. FÓRMULA é a representação gráfwa de uma só espécie de mo-
Eleimento Símbolo lécula.
Hidrogênio H A molécula é U:ma combinação de átomos. Logo a fórmula quí-
Oxigênio o mica é uma combinação de símbolos. Do conceito de fórmula con-
Nitrogênio N clui-se que somente as substâncias puras podem ser representadas
Carbono c por fórmula. As misturas não podem. Logo, a gasolina não tem
Cálcio Ca fórmula.
Cobalto Co Nas substâncias simples a molécula é formada de átomos do
Cádmio Cd
mesmo elemento. Portanto, escreve-se o símbolo do elemento, indi-
Cobre Cu
Cloro Cl cando-se o número de átomos contidos na molécula (atomicidade)
Cromo Cr por um número escrito a direita e abaixo do símbolo, sob forma
de índice.
Na leitura dos símbolos as letras devem ser pronunciadas se-
Exemplos: H21 02, N2, Cl2, Oa, etc.
paradamente. (Ver na Tabela de pesos atômicos os símbolos de to-
dos elementos). Nas substâncias compostas escrevem-se os símbolos dos elemen-
tos que a compõem, colocando-se em primeiro lugar, o símbolo do
Os elementos cujas letras iniciais latinas não coincidem com
elemento eletropositivo (hidrogênio e metais). Quando entra um
as da línguru portuguêsa são :
só átomo, omite-se o índice um·
Elemento Símbolo Exemplos: água, H20; ácido clorídrico, HOl; ácido sulfúrico,
Antimônio (Stibium) Sb H 2S04; óxido de alumínio, Al 20 3 ; óxido de zinco, ZnO; brometo
Chumbo (Plumbum) Pb de sódio, NaBr; cloreto de cálcio, CaC12, etc.
Cobre (Oupprum) Cu .A fórmula também tem um significado duplo: representa uma
Enxôfre (Sulphur) S espécie de molécula e também o pêso fórmula da substância, co-
Estanho (Stannum) Sn mumente chamado pêso molecular.
Estrôncio (Strontium) Sr Assim, a fórmula 012 significa a substância simples cloro e
Escândio (Scandium) Se 70,914 partes por pêso de cloro. H20 significa a substância com-
Mercúrio (Hydrargyrium) Hg posta água e 18,016 partes por pêso de água. NaCl significa a subs-
Ouro (Aurum) Au tância composta cloreto de sódio e 58,448 partes por pêso dêsse
Fósforo (Phosphorus) P composto.
Potássio (Kalium) K
Se a substância fôr gás ou vapor, a fórmula também indica
Prata (Argentum) Ag
o valor do volume molecular, isto é, 22,4 litros por mol nas
Sódio (Na.trium) Na
C.N.'F.P.
O emprêgo do símbolo para representar o elemento deve-se a O pêso da fórmula expresso em grama é chamado Fórmula-
BerzeUus, que em 1813 criou a simbologia química. ·gra:ma.
78 CAP. 3 AR'!.'. 3.7 FÓRMULAS EMPÍRICA E MOLECULAR '7f:l

éa OºD'l01ºD0,>,;1,CI/!'{Ul ~Mrd,,M, da substância sim-


ern tênnos de símbolos e é o nome do elemento e da substância
No caso de alotropia há nomes particulares. O elemento car-
escrevem-se as fór-
bono forma as substâncias diamante e grafita, o elemento
das substâncias (+ )
oxigênio forma as substâncias simples oxigênio e etc.
de uma seta (--5' ) e as fórmulas dos produtos da
sinal mais ( + ). N oinencZatura das substâncias : é o conjunto de re-
gras adotadas para o sistema de nomenclatura binária, isto é, cada
result&ntes substância é designada por dois têrmos: o primeiro lembra a fun-
A+B ção ou gênero a que pertence, o segundo caracteriza-lhe a espécie.
o rnembro do Exemplos:
as substâncias e as substâncias resultantes. óxido de zinco, ácido clorídrico, hidróxido de nitrato
Seja agora a equação: de potássio, etc.
As regras de nomenclatura serão vistas no estudo das funções
óxidos, ácidos, bases e sais ( cap, 7).
A equação diz que 4,032 partes por pêso de hidrogênio (2 . Cumpre assinalar que a fim de evitar confusão não se deve
moles) reagem com 32 partes por pêso de oxigênio ( 1 mol) para destacar a nomenclatura dos compostos binários2 ternários, etc. mas
formar 36,032 partes por pêso de vapor d'água (2 moles). Em têr- sim a nomenclatura das funções óxido, ácido 2 base e sal. Expli-
mos de avogram (unidade de pêso atômico absoluto), a equação diz
ca-se fàcilmente tal fato porque entre os compostos binários en-
que 2 moléculas de hidrogênio reagem com 1 molécula de oxigênio
contram-se óxidos, ácidos, sais, etc. todos com regras de nomen-
para formar 2 moléculas de vapor d'água.
clatura próprias. Entre os compostos ternários tem-se ácidos, bases
NOMENCLATURA QUÍMICA é o conjunto de regras adotadas parn e sais, substâncias inteiramente diferentes e portanto impossível de
designar os elementos e os compostos. serem lidas sob a mesma regra de nomenclatura. O muito que se
Nomenclatitra dos Elementos: O nome dos elementos não obe- pode fazer é destacar a nomenclatura de certos compostos binários.
dece entretanto a nenhuma regra. Os que já eram conhecidos desde Não é pois conveniente o emprêgo de regras de nomenclatura para
tempos remotos conservaram os seus nomes, como ouro, prata, fer- compostos binários e ternários.
i·o, enxôfre, etc. Os elementos que se descobriram depois, recebe-
ram nomes que lembram uma de suas propriedades, como oxigê- 3.7 - Fórmula empírica e fó:rm.ufa m_olecufar
nio ( gerador de ácidos), hidrogênio ( gerador de água) , nitrogê-
FÓRMULA EMPÍRICA é a fórmula que indica a menor pro-
nio ( gerador de nitro ou salitre), argônio (inativo), ou que lem-
porção com que os átomos entram na formação da molécula de um
bram a sua côr, como iôdo (violeta), cloro (esverdeado), rubídio
vermelha de suas raias espectrais) 1 cromo (compostos corados), composto.
ou em homenagem aos lugares onde foram descobertos ou à pátria A fórmula empírica é também conhecida por míni1na
de seus como germânio, polónio, európio, gálio, ru- ou, ainda, fórmula proporcional.
tênio, escândio, virgínio, alabâmio, califórnia, férmio, nobélio, ou A determinação da fórmula empírica de um composto exige
em homenagem à astronomia, como hélio (sol), telúrio (terra), se- apenas o conhecimento da composição centesimal do composto e
lênio , mercúrio, urânio, netúnio, plutônio. dos pêsos atômicos dos elementos que o compõem.
N omenclatiir.a das substâncias simples: AB substâncias sim- A composição centesimal é obtida da análise elementar quan-
têm o mesmo nome do elemento, titativa através dos mais variados processos.
80 ÁTOMOS E MOLÉCULAS CAP. 8 ART. 3.7 PÔRMULAS EMPÍRICA E MOLECULAR 81

Exemplos: ( outros exemplos no Livro Problemas e Exercícios percentagem é, então, calculada indiretamente, subtraindo-se de
de Química, de Garcia de Freitas, cap. 3). 100% a soma das percentagens dadas.
1 - Determinar a fórmula empírica de um composto mineral Dêste modo: % de O = 100 - (32 + 4) = 64,00%.
que possui a seguinte composição centesimal:
Zn - 40,37%; S - 19,87%; O - 39,75%.
Pesos atômicos: O - 16; S - 32; Zn - 65.

(1 Zn = 4o, 37 = 0,62; 0,62 + 0,62 = 1


65
A fórmula empírica do composto é 0 2 H 3 0 3 •
S = 19,87 = 0,62; 0,62 + 0,62 = 1

l
{
32
O = 39 ,75 = 2,48; 2,48 + 0,62 = 4 ,
16
Fórmula, como vimos, é a representação de uma _só espécie de
molécula. A molécula é constituída de átomos. Calcula-se o número
de átomos de cada elemento dividindo-se a percentagem em pêso
do elem9nto pelo seu pêso atômico.
A fórmula empírica do composto é ZnS04. A fim de uniformizar a resposta deve-se efetuar as divisões
2 - Determinar a fórmula empírica de um composto mine- sempre com a aproximação de duas casas â,edmais. Os quocientes
ral com a seguinte composição centesimal: achados são então divididos pelo menor dêles. Dêste modo, pelo
menos um dêles, transforma-se em número inteiro. Em seguida, se
Na = 27,06%; N = 16,47%; O = 56,47%. fôr necessário1 multiplica-se por um número ad.equado a fim de
transformar os outros quocientes em números inteiros ou, então,
Pêsos atômicos: O - 16; N - 14; Na - 23.
em números tão próximos de inteiros que permitam aproximação,
com êrro desprezível.
f Na= 2723•º6 = 1,17; 1,17 + 1,17 = 1 O conhecirnento da composição quantitativa de um composto é
16,47 o suficiente pa1 a o estabelecimento da sua fórmula.
N =- - = 1,17,. . _
1,17-.- 1,17 - 1 Tendo-se assim a composição para uma dada massa do com-
1 14
posto não há necessidade de se conhecer a composição centesimal.
l O= 56 •47 = 3,52; 3,52 + 1,17 '.::::'. 3
16 Seja o exemplo:
4 - A análise elementar quantitativa a partir de 1,265 g de
A fórmula empírica do composto é NaNOa, um composto orgânico apresentou o seguinte resultado: O - 0,06 g;
3 - Determinar a fórmula empírica de um composto orgâ- H - 0,005 g e Br - 1,200 g.
nico, sabendo-se que a sua composição centesimal é: C - 32,00% Determinar a :fJrmula empírica.
e H - 4,00%. Pêsos atômicos: H - 1; O - 12; Br - 80.
Pêsos atômicos: H - 1; O - 12.
A soma das percentagens tem que atingir 100%, Nota-se, pois, e= ºi~6 = 0,005; 0,005 + 0,005 = 1
que o composto em questão não é binário, e sim ternário, sendo o O005
H = - '1- = 0,005; 0,005 + 0,005 = 1
oxigênio O elemento que falta.. O oxigênio não pode ser determi-
nado diretamente porquanto os processos de análise orgânica ele- 1,2
B r = -8()
mentar quantitativa se baseiam em reações de combustão. A sua
l = 0,015; 0,015 + 0,005 = 3.
ÁTOMOS E MOLÉCULAS CAP. 3 ART. 3.7 FÓRMULAS EMPÍRICA E MOLECULAR 83
82

A fórmula empírica é CHBrs, A fórmula empírica CsHsO nos dá apenas a proporção em qu0
os átomos entram na molécula, mas não indica a relação verdade.i-
FÓRMULA MOLECULAR é a fórmula que indica o número exato ra que exprime a grandeza molecular. Seja n essa relação. Assim:
de átomos que entram na formação da molécula do composto.
Calculando o pêso molecular acha-se :
A determinação da fórmula molecular exige o conhecimento
da composição centesimal do composto, dos pêsos atômicos dos ele- (CsHsO) n = Pm.
mentos que, o compõem e, ainda, o valor da grandeza molecular, que
é o pêso molecular do composto. Pm = 2 X dH = 2 X 30 = 60.
Portanto, sem o conhecimento do pêso molecular consegue-se Logo: (C 3H 80)n = 60
estabelecer apenas a fórmula empírica do composto. No entanto (12 X 3 + 8 + 16) n = 60 60n = 60 n = !.
conhecendo-se o pêso molecular chega-se a fórmula exata, verda-
Logo a fórmula molecular é C3 H 8 0 ( é a própria fórmula em-
deira, que é a fórmula molecular· Conclui-se assim a importância
pírica ou fórmula mínima) .
que tem o pêso molecular no estabelecimento da fórmula molecular.
O pêso molecular é determinado, experimentalmente por vá-
Outro processo:
rios processos físico-químicos ( ver 29 volume). Aqui daremos ape
nas o processo gasométrico, que consiste na determinação do pêsú 100 - - - 60
molecular em função da densidade do composto em relação áo 60--- X x = 36 g de carbono
gás tomado para padrão. Assim: .
100 13,33

Pm = 2 X dH
f Pm - pêso molecular 60--- y y '.::::.'. 8 g de hidrogênio
l dH - densidade em relação ao hidrogênio 100 26,67
( Pm - pêso molecular 60 - - - - z z"" 16 g de oxigênio.
Pm = 28,88 X dar {
l dar - densidade em relação ao ar. Convertendo massa em número de átomos-grama tem-se:

m M - massa em gramas número de dtomos-gramas = massa em gramas


{ dtomo-grama
Pm = 22,4 Vo
V0 -volume corrigido para as C.N.T.P. em litros.
36
5-Um composto orgânico contém: C - 60,00%; H -13,33%. Carbono = 12 = 3; Logo C 3
A sua densidade de vapor em relação ao hidrogênio é igual a
30. Qual a sua fórmula molecular1 Portanto H 1'd rogen10 = -8 = 8 · Logo H 8
A •

1 '
% O= 100 - (60 + 13,33) = 26,67%
16
Cálculo da fórmula empírwa: Oxigênio = 16 = 1; Logo 01.

I( e= 601: 3 : / ; 5 + 1,66,..., 3 A fórmula molecular do composto é C3 H 8 0.

{l H = -i- = 13,33; 13,33 + 1,66 '.::::.'. 8 NOTA: Para converter massa em número de moles, tem-se:

número de moles = massa em gramas ·


O = 26167
16 = 1' 66·' 1' 66 + 1' 66 = 1. mal
ÁTOMOS E MOLÉCULAS CAP. 3

Seja o exemplo: Converter 220 g de C0 2 em:


a) número de moles b) número de moléculas.

a) n = _g_ = 220 = 5
mol 44

b) 1 mol - - - 6,02 X 1028 moléculas CAPÍTULO 4


5 moles - - - x .·. x = 30,1 X 1023 moléculas.
Resp.: 5 moles e 30,1 X 1028 moléculas.
VALÊNCIA
3.8 - Determi,nação da composição centesimal
A partir da fórmula molecular determina-se a composição cen- Da combinação dos elementos resultam os mais variados com-
tesimal baseado na lei das proporções definidas de Proust. postos, possuindo cada um composição constante e definida e, por-
Além da fórmula molecular é necessário o conhecimento dos tanto, suscetível de ser representado por fórmula química.
pesos atômicos dos elementos. No estabelecimento das fórmulas para os diferentes compos-
Seja o exemplo: tos, a partir da composição centesimal e dos pesos atômicos, obser-
Determinar a composição centesimal do dicromato de potás- vam-se que os elementos possuem diferente capacidade de combi-
sio, sabendo-se que sua fórmula molecular é K 2 Cr 2 0 1 e que os nação.
pesos atômicos dos elementos são: K - 39; Cr - 52; O - 16. Assim, na fórmula de certos compostos os elementos se combi-
nam ,átomo a ,átomo; em outros compostos um ,átomo de um elemento
Pêso molecular do K2Cr20 7 = 39X2+52X_2+16X7 = 294
se combina com .d,ois, trié& ou quatro átomos de outro elemento.
Mol do K2Cr2Ü1 = 294 g. Sejam as fórmulas dos compostos:
Para o K: 294 - - 39 X 2
NaCl (atomo a átomo)
100 - - - X ••• X = 26,53% CaCb (átomo com dois átomos)
Para o Cr: 294 - - 52 X 2 A1Cl 3 (átomo com três átomos)
100 - - y y = 35,37% TiC1 4 (átomo com quatro átomos).
Para o O: 294 - - 16 X 7 -:11 - Primeira noção de valência
100 - - z .·• z = 38,09%. Denomina-se valência o número que indica a capacida-
Resp. K - 26,53%; Cr - 35,37% e O - 38,09%. de de combinação do elemento ( oonceito clássico).
(Ver outros exemplos no Livro Problemas e Exercícios de Quí- Se dois elementos se combinam átomo a átomo, isto é, o pêso
mica, de Garcia de Freitas, capítulo 2). atômico de um com o pêso atômico de outro1 é porque possuem a
mesma capacidade de combinação, isto é, têm o mesmo número de
valência.
Tornando-se o átomo de hidrogênio como elemento padrão e
dando-se a êle o número de valência 1, os elementos que se combi-
nam com 1, 21 3 ou 4 átomos de hidrogênio são denominados mono-
valentes, divalentes, triv,alentes e tetravalentes, respectivamente.
4.2 CLASSIFICAÇÃO ~UANTO À VALÊNCIA 87
86 VALÊNCIA CAP, 4 ART,

Exemplos: 4.2 -Classificação dos elementos quanto à valência


HCl - o cloro é monovalente; HIDROGÊNIO: Monovalente
H20 - o oxigênio é divalente; GASES NOBRES: Nulivalentes ( Os gases nobres não têm capaci-
NH 3 - o nitrogênio é trivahinte; dade de combinação)
CH 4 - o carbono é te.travalente. METAIS: Os metais mais comuns, de acôrdo com a valência,
Para os elementos que não têm afinidade pelo hidrogênio, isto obedecem a seguinte classificação:
é, para os elementos que não formam compostos hidrogenados, os
seus números de valência, são então determinados indiretamente em
)
Monovalentes: Rb, Os, Li, Na e K (me-
função de outros compostos, como por exemplo, os oxigenados, con-
tais alcalinos) e Ag
siderando-se o oxigênio como divalente. (ver conceito moderno de
valência (5.2). Valência fixa Divalentes: Ca, Ba, Sr e Ra (metais
Seja os compostos oxigenados: alcalino-terrosos) Be, Mg,
Zn e Cd
ZnO Trivalentes: Al e Bi
Vê-se pois que nos compostos acima o sódio é monovalente visto Hg1 e Hg2
dois átomos de sódio se unirem com um átomo de oxigênio de valên- [ Mono e divalentes: {
cia igual a 2. Já o zinco é divalente, a platina é· tetravalente e o METAIS Cu 1 e Cu 2
tungstênio é hexavalente. 1
Existem elementos que têm sempre o mesmo número de valência
I Mono e trivalentes: Au1 e Au3
(valência fixa) em todos os seus compostos. É o caso por exemplo Fe 2 e Fe 3
do cálcio que nos compostos Valência variável Di e trivalentes { Ni 2 e Ni 3
00 2 e Co 3
Caü

l
é sempre divalente.
2 4
Também o alumínio é sempre trivalente qualquer que seja o Di e tetravalentes { Sn e Sn
composto: Pt 2 e Pt4 •
A1Cl 3 • Apresentando maior variabilidade de valência, tem-se os metais:
Cumpre destacar que no Al203 dois átomos de alumínio tem a Cromo: Cr2, Cr3, Cr6
capacidade de combinação total igual a três átomos de oxigênio, isto
Chumbo: Pb2, Pb3, Pb 4
é, igual a 3 X 2 = 6. Logo, a valência do alumínio é 6 .+ 2 = 3.
Manganês: Mn 2 , Mn 3, Mn4, Mn 6, Mn 7 •
Por outro lado certos elementos podem combinar em diferen-
tes proporções de pêso com o pêso fixo de um outro elemento para Os metais que funcionam com duas valências, têm, por exem-
formar mais de um composto (Lei de Dalton). Dêste modo a va- plo, suas valências fixadas pelo emprêgo de sufixos, através da se-
lência .de certos elementos varia de um composto para outro. Em guinte regra de nomenclatura: dá-se o nome do elemento com a
outras palavras, existem elementos que têm mais de um número de terminação os.o quando estiver na menor valência e ico, na maior
valência, isto é1 apresentam valência variável. É o caso por exem- valência.
plo dos óxidos de mercúrio Hg20 e HgO onde o mercúrio é mono-
Exemplos: Fe 2 - ferroso Sn 2 - estanoso
valente no primeiro e divalente no segundo; de FeC12 e FeC1 3, onde
o ferro é di e trivalente respectivamente. Fe 3 - férrico Sn4 - estânico.
88 VALtNCIA CAP, 4 ART, 4.3 RADICAIS 89
Dêste modo podemos escrever as fórmulas dos óxidos de ferro Exemplos:
e de estanho, lembrando que o oxigênio tem número de valência
igual a 2:
CS 2 - dissulfeto de carbono CC1 4 - tetracloreto de carbono
FeO - óxido ferroso SnO - óxido estanoso pCls - tricloreto de fósforo PC15 - pentacloreto de fósforo
Fe2Ü 3 - óxido férrico p 2S3 - trissulfeto de di fósforo P2S5 - pentassulfeto de di fósforo.
Sn02 - óxido estânico.
Também pode-se omitir o último prefixo dizendo-se:
NÃO-METAIS: Os não-metais abrangem elementos com valência
fixa e valência variável. É comum classificá-los: p 2S3 - trissulfeto de fósforo (fósforo com valência 3 e enxôfre va-
lência 2).
r~onovalentes: F, Cl, Br, I (Halogênios) p 2S5 - pentassulfeto de fósforo (fósforo com valência 5 e enxôfre
NÃO-METAIS D1valentes: O, _s, Se, Te
1 Trivalentes: B, N, P, As, Sb
Tetravalentes: C, Si.
valência 2).

Se um dos não-metais é o ox1gemo o composto binário perten-


ce a função óxido (Cap. 7) e, por isso, dá-se a palavra óxido.
Para se escrever a fórmula dos compostos é necessário o co-
nhecimento do número de valência dos elementos. Daí a impor.- Exemplos:
tância que tem para a química êsse número.
CO - monóxido de carbono C02 - dióxido de carbono
.A f órmul,a só representa o composto quando os elementos têm
o mesmo rnúmero total de valência. S0 2 - dióxido de enxôfre S03 - trióxido de enxôfre
N20 4 - tetróxido de nitrogênio V205 - pentóxido de vanádio.
Podemos desde já escrever a fórmula dos compostos binários
não oxigenados e, também, ler êsses compostos, lembrando que o 4.3 - Radicais
sufixo eto é obrigatório na nomenclatura dos camp,ostos não oxige-
Nos compostos ternários a parte não-metálica da fórmula
nados: Dá-se a terminação eto ao nome do elemento que funcio--
consiste de um grupo de . átomos com individualidade própria
na como não-metálico seguido da preposição de e do nome do ou-
e de comportamento semelhante a, 'um átomo simples. Por
tro elemento. Caso êsse elemento tenha valência variável, recor-
exemplo, nos ~ompostos H 2 COa ( ácido carbônico), N a2COa
rem-se aos sufixos oso e ico.
(carbonato de sódio), CaCOa ( carbonato de cálcio), Al2 ( 003) a (car-
Exemplos: bonato de alumínio), o grupo carbonato ( COa) aparece repetida-
mente. Todo grupo de átomos que permanece intacto nas reações
KCl - cloreto de potássio FeCl2 - cloreto ferroso químicas possuindo valência constante em todos os compostos em
CdS - sulfêto de cádmio SnS - sulfêto estanoso que se ,encontra, é conhecido por ra,dical. Daí a seguinte definição:
N a 3N - nitre to de sódio Mg2N3 - nitreto de magnésio R(J)dricais são grupos de átomos :que permane,cem inta)ctos numa
Bi4C3 - carboneto de bismuto Al4C 3 reação química, não podendo existir em liberdade.
- carboneto de alumínio
FeC13 - cloreto férrico AlN - nitreto de alumínio Seja a equar:ão da rear:ão entre o zinco e o ácido sulfúrico:
SnS2 - sulfêto estânico SiC - carboneto de silício
Na leitura dos compostos binários ,contendo dois não-metais,
O grupo de átomos S04 permanece intacto na reação, passan-
usam-se prefixos gregos (mono, di, tri, tetra, etc.) para indicar o
do sem sofrer modificação do H 2 S0 4 para o ZnS04. Logo o grupo
número de átomos dos elementos.
so4 é um radical.
-------~

90 VALÊNCIA CAP, 4 .ART, 4.4 TIPOS DE FÓRMULAS !) l

Quando os radicais estão combinados com átomos de hidrogê- Tôda vez que o radical entra mais de uma vez na fórmula,
nio formam uma classe de compostos chamados ácidos e quando es- recorra-se ao uso do parêntesis.
tão combinados com metais formam os sais. Dêste modo a valên- Da água, de fórmula H20, pela retirada de um átomo de hi-
cia do radical pode ser d.eterminada em função do número de áto- Jrogênio tem-se o radical OH hidroxila ou oxidrila de valência 1.
mos de hidrogênio que se encontram combinados com o radical. Por Outro radical importante é o radical mmônio, NH4 de valên-
exemplo: cia 1, com comportamento semelhante a um metal, formando com-
postos com elementos não-metálicos ou com outros radicais. (Ver
Ácido Fórmula Radical VaUncia .5.3)
1 Exemplos:
Ácido nitroso HN02 N02 (nitrito) 1 NH 4Cl - cloreto de amônio (NH4)2 C03 - carbonato de amônio
Ácido nítrico HNOa NOa (nitrato) 1 (NH 4)2S0 4 - sulfato de_ amônio.
Ácido bipocloroso HCIO CIO (hipoclorito) 1
Ácido clórico HCIOa C!Oa (clorato) 1 Os radicais, como os elementos, têm seus pêsos equivalentes ca-
Ácido perclórico HCl04 Cl04 (perclorato) 1 racterísticos. Assim:
Ácido permangânico HMn04 Mn04 (permanganato) 1
. _ soma dos pêsos atômicos de todos átomos do radical
-eqmva1ente -
Ácido sulfuroso H2SOa SOa (sulfito) 2
SQ4 (sulfato) 2 va 1encia d o ra d'1ca1
A •
Ácido sulfúrico H2S04 . .

Ácido carbônico H2COa COa (carbonato) 2


CrÜ4 (cromato) 2 O equivalente do radical sulfato é:
Ácido crómico H2Cr04
Ácido dicrômico H2Cr201 Cr201 (dicromato) 2 1 X 32,066 + 4 X 16 96,066
Ácido fosfórico HaP04 P04 (fosfato) 3 2 = 48,033.
2
Ácido pirofosfórico H4P201 P201 (pirofosfato) 4
O equivalente-grama do radical sulfato, S04, é 48,033 g <;:-: 48 g.
Resumindo: O conhecimento da valência é de grande impor-
Uma vez conhecidas as valências dos metais podemos então tância para a química porque além de permitir o estabelecimento
escrever a fórmula dos sais. Assim: -das fórmulas dos compostos facilita sobretudo o entendimento dos
fenômenos de substituição.
AgN02 - nitrito de prata Assim, um elemento ou radical monovalente só pode ser subs-
NaN0 8 - nitrato de sódio tituído por outro elemento ou radical também monovalente; um ele-
NâClO - hipoclorito de sódio mento ou radical divalente só pode ser substituído por dois ele-
mentos ou radicais monovalentes ou então por um elemento ou ra-
KClOz - clorato de potássio
dical divalente. E assim por diante.
Mg(Cl0 4) 2 - perclorato de magnésio
Por outro lado, a valência fixa explica a lei de Proust e a va-
KM;n0 4 - permanganato de potássio lência variável a lei de Dalton.
BaS0 3 - sulfito de bário
4.4 - Tipos de fórmulas
Cu2S0 4 - sulfato cuproso
Fe2(C0 3) 3 - carbonato férrico As fórmulas podem ser brutas1 como a fórmula molecular e a
fórmula empírica e racionais, como a fórmula estrutural ou fórmula
PbCl'.0 4 - cromato de chumbo
de constituição.
K2Cr 20 7 - dicromato de potássio As fórmulas brutas indicam apenas a composição qualitativa
Caa(P0 4)2 - fosfato de cálcio e quantitativa da molécula de um composto. Assim, MgS0 4, fórmu-
Mg 2P 20 7 - pirofosfato de magnésio la do sulfato de magnésio, mostra que o mol dêste composto encer-
92 VALÊNCIA CAP. 4

ra magnési:o, enxôfre e ox1gemo e que em 120 g do mesmo há 24 g


de magnésio, 32 g de enxôfre e 64 g de oxigênio.
As fórmulas racionais além da composição qualitativa e quan-
titativa da molécula do composto, mostram ainda o arranjo ou
disposição dos átomos no interior da molécula. São de grande uti-
lidade no entendimento dos fenômenos químicos, sobretudo em quí-
mica orgânica. CAPÍTULO 5
A valência é representada gràficamente, no plano, por um pe-
queno traço (-), dirigindo-se em tôrno do símbolo do elemento tan-
tos traços quantos fôrem seu número de valência. ESTRUTURA ATÔMICA MODERNA
Exemplos:
A teoria atômica de Dalton admitia o.átomo como a menor par-
Composto Fórmula molecular Fórmula estrutural
tícula de matéria que pode existir, isto é, considerava o átomo indi-
Água H-0-H visível.
Ácido cianídrico H-C_N
Dióxido de carbono
Se as leis das combinações químicas e muitos outros fenômenos
O=C=O
o são explicados com a noção do átomo indivisível1 outros fatos no
f .entanto surgiram que não puderam ser interpretados a base da
Al
teoria atômica de Dalton.
Óxido de alumínio
"-o
O conjunto de conhecimentos adquiridos desde o final do sé-
/
Al culo XIX até o presente momento vieram demonstrar de um mo-
~ do irrefutável que o átomo não é mais a última partícula de ma-
o
O OH téria.
'\/
s . 5.1 - Átomo moderno
Ácido sulfúrico f "-
o OH O átomo é pois um sistema complexo, formado de par-
OH
/ tículas ainda menores, chamadas prótons, neutrons e ,eiétrons.
O=P-OH Os prótons e neutrons formam o núcleo do átomo, ao redor
Ácido fosfórico
"'o OH <lo qual se acham os elétrons.
Cada partícula intratômica é identificada através do número
O=C
/ "--Ca de massa e do número de carga ( ambos números relativos). É cos-
Carbonato de cálcio CaCOa "--o/ tume também representá-las por símbolos.
• o o
~
s/ "--Mg Partícula Símbolo Massa Carga
Sulfato de magnésio f "-- /
o o Próton ............. p 1 +1
o
0-P-O-Al
/ "-- Neutron ............ n 1 o
Fosfato de alumínio "--o/ Elétron ............. e 1/1840 -1
ESTRUTURA ATÔMICA MODERNA CAP. ft ÁTOMO MODERNO 95
ART. 5.1
A carga elétrica dos prótons é igual, mas de sinal contrário Denominam-se isótopos os átomos do mesmo elemento possuin-
a dos elétrons. Os prótons respondem pela carga elétrica positiva do números de massa diferentes.
do núcleo. Exemplos:
O átomo é eletricamente neutro. Conclui-se então que cada 1 2 3 35 37 234 . 235 2a8u
iH, iH, iH; i1Cl; 17Cl; 92U, 92U, 92 •
átomo possui um número de prótons igual ao número de elétrons.
A causa dos pêsos atômicos fracionários são os diferentes isó-
A êsse número que é uma constante fundamental para cada
topos do mesmo elemento.
átomo, deu-se o nome de número atômico.
O conceito de ,elemento em face da teoria atômica moderna, é o
Número atômico é o número de prótons existentes no núcleo seguinte: Efomento · é a substância comum a vários isótopos.
do átomo. Representa-se por Z. Os elementos que têm o mesmo número de massa e números
O núcleo, embora muito pequeno, contêm as partículas que atômicos diferentes são denominados isóbaros.
possuem massa apreciável, isto é, os prótons e os neutrons. Exemplus:
Os neutrons são as partículas que não têm carga elétrica, in- 40c 40A 214R B 214R e
20 a e 18 i 82 a e ss a ·
fluindo apenas na massa do átomo.
Distribuição de elétrons: o núcleo do átomo encontra-se en-
Os elétrons são as partículas de carga elétrica negativa e de
volvido por uma espécie de nuvem de elétrons, os quais descre-
massa pràticamente nula, visto sua massa ser 1/1840 da massa do vem órbitas não-complanares, em divrsas camadas.
próton. .As camadas de elétrons ou níveis de energia são denominadas
Portanto, são os prótons e neutrons do núcleo· que respondem a partir do núcleo, peÍas letras K, L, Jl,f, N, O, P e Q.
pela massa do átomo. O número de elétrons de cada camada pode variar até um
Número de ,mass,a é a soma dos prótons e neutrons existentes número máximo1 quando então passa para outra camada mais ex-
no núcleo do átomo. Representa-se por A. terna.
Todo átomo é então caracterizado pelo número atômico (Z) Camada: K - L- M- N - O- P - Q
e pelo número de massa (A). Êsses números são escritos à esquer- N. 0 máximo de elétrons: 2 - 8- 18 - 32 - 18 - 18 - 8
da ou à direita do símbolo do elemento. O número superior refe-
re-se sempre ao número de massa e o inferior ao número atômico. Repr.esentação do átomo: Os átomos dos elementos abaixo têm
Enquanto o número atômico define quimicamente as propriedades a seguinte representação :
de cada elemento1 o número de massa responde pela massa do ele- Elemento Núcleo Ditsribuição de elétrons
mento. O número de massa é, pois, ··a massa atômica do elemento
aproximada para o número inteiro mais próximo· N 7p + 7n 2-5
Ne 10p + 10n 2-8
Bimbolo I N. 0
atômico JN.º de massal Prótons Neutrcns Elétrons
Na llp + 12n 2-8-1
H 1 1 1 1 Al 13p + 14n 2-8-3
He 2 4 2 2 2
Li 3 7 3 4 3 p 15p + 16n 2-8-5
Be 4 9 4 5 4
B 5 11 5 6 5 Cl 17p + 18n 2-8-7
e 6 12 6 6 6
N 7 14 7 7 7 A 18p + 22n 2-8-8
o 8 16 8 8 8
F 9 19 9 10 9 Br 35p + 45n 2 - 8 - 18 - 7
Ne 10 20 10 10 10
~a 11 23 11 12 11 Kr 36p + 38n 2- 8 - 18 - 8
96 ESTRUTURA ATÔMICA MODERNA CAP. 5 ART. 5.2 CONCEITO ELETRÔNICO DE VALÊNCIA 97

5.2 - Conceito eletrônico de valência transforma-se em ion ,negativo. A carga do ion significa o número
de elétrons perdidos ou ganhos. Em outras palavras significa a
As combinações químicas nada mais são do que o resultado sua valência iônica. Os elétrons da última camada são por isso cha-
das interações eietriônicas à custa dos ·elétrons da camada mais ex- mados elétrons de valência.
terna de cada átomo. Seja o exemplo clássico:
Todos os elementos participam de combinações química, isto é, O cloro é um não-metal, gasoso e de côr amarelo-esverdeado.
apresentam eapacidade de combinação, à exceção dos gases nobres. O sódio é um metal mole, de baixo ponto de fusão ,e de grand.e rea-
A inatividade química dêsses elementos corre por conta da estabi- tividade com a água.
lidade de sua configuração eletrônica que é dada pelo número de Quando êsses elementos entram em contato ocorre uma. reação
oito elétrons que os gases nobres sempue têm na última camada química, proveniente da interação de elétrons, produzindo um sal
( exceção do hélio) . sólido, o cloreto de sódio de propriedades inteiramente diferentes
Os elementos que possuem atividade química são1 portanto, das do sódio e do cloro.
aquêles que têm na última camada um número de elétrons sempre Estrutura eletrônica do sódio : 2 - 8 - 1
inferior a 8. Estrutura eletrônica do cloro: 2 - 8 - 7.
Quando há uma combinação química1 isto é1 uma intera.ção ele-
Havendo a combinação entre os átomos de sódio e de cloro,
trônica, cada átomo que dela participa procura alcançar o octeto. de
dá-se a interação eletrônica com a formação da molécula do clore-
elétrons em tôrno da sua última camada, de modo a adquirir a con-
to de sódio, devido a transferência do elétrons de valência do sódio
figuração eletrônica estável, própria dos gases nobres.
para a camada de valência do cloro, causando desequilíbrio elétri-
De dois modos distintos os átomos participam das interações co tanto no sódio como no cloro. O sódio (Na) perdendo seu único
eletrônicas: ti,ansferência de elétrons e emparelhamento de elétrons. elétron de valência torna-se ion positivo (Na+), enquanto que o
No primeiro caso os átomos se unem através de ligações iônicas cloro ( 01) ganhando êsse elétron torna-se ion negativo ( Ci-) ·
formando os compostos iônioos e, no segundo caso, os átomos se Assim:
unem por ligações covalentes originando os compostos não-~ônicos o
ou .compostos cov.alentes. Na: 2 - 8- 1 Na+: 2 - 8
Ora, valência é o número que mede a capacidade de combina- 61 : 2 - s - 1 c1-: 2 - s - s.
ção dos elementos. Portanto, em face da estrutura atômica moder- Portanto :
na, chega-se ao conceito eletrônico da valência : Valência é o nú-
mero de elétrons que um átomo po,de perder, ganhar oii e,mparelhar
com outro átmno. Conclui-se assim que na molécula do cloreto de sódio não se
Nos compostos iônicos, valência é a capacidade que os átomos encontram os átomos dos elementos, mas sim os ions que se man-
dos elementos têm de perder ou ganhar elétrons (valência iônica têm unidos por fôrças de atrações eletrostáticas, isto é, o ion sódio
ou .eletrovalência). e o ion cloro.
Nos compostos não-iônicos, valência é a capacidade que os áto- O cloreto de sódio é, pois, um composto iônico. Os átomos de
mos dos elementos têm de emparelhar elétrons (covalência). sódio e de cloro se uniram através de ligações por eletrovalência,
FORMAÇÃO DE COMPOSTOS IÔNICOS : I on é o átomo em formando a molécula do cloreto de sódio que é uma molécula iô-
nica.
desequilíbrio eletrostático. O ion, pode ser positivo e negativo.
Ora, o átomo é eletricamente neutro. Portanto, quando o átomo per- A principal característica dos compostos iônicos é de condu-
de elétrons transforma-se em ion positvvo e quando ganha elétrons, zir a corrente elétrica quando êles se encontram em solução ou, no
98 ESTRUTURA ATÔMICA MODERNA CAP. 5 CONCEI'.I'O F~LETRÔNICO DE VALÊNCIA
AR'l'. 5.2 99
estado líquido, quando fundidos. São exemplos de compostos iô- No sólido formado, óxido ferroso, encontram-se os 10ns Fe++ e
nicos, os óxid~s metáUcos, as bases e os sais.
Nem todos os átomos dos elementos perdem ou ganham elé-
º-- ,.distribuídos na rêde cristalina.
trons com a mesma facilidade. Os elementos que têm tendência a O ferro ao passar do estado livre para o estado combinado
perder elétrons com facilidade são chamados elementos eletroposi- passou da valência zero para a valência + 2 enquanto que o oxigê-
tivos, conhecidos por metais. Os elementos que têm tendência nio passou da valência zero para a valência - 2. Chamando e de
e ganhar elétrons são chamados elementos eletronegativos, conhe- elétron, tem -se :
o
cidos por inão-metais. Fe - 2e---, Fe++
Em outras palavras1 os metais são os elementos que têm nú-
mero de elétrons na última camada inferior a 4 enquanto que os
! Ü2 + 2e---+ o--
não-metais são os elementos que têm entre 4 e 7 elétrons. Já os ga- Portanto, o ferro se oxidou (perdeu elétrons) enquanto que o
ses nobres são os elementos que têm 8 elétrons na última camada oxigênio se reduziu (ganhou elétrons). Oonseqii,,ência: Quando o
( exceção do hélio, que tem 2 elétrons) . elemento se oxida há aumento de valência positiva e quando se· re-
Os elementos têm pois duas eletrovalências: eletroval,ência po- duz há aumento de valência negativa.
sitiva é o número de elétrons perdidos e eletrovalência negaitiva é o Seja a equação da reação do ferro com solução aquosa de áci-
número de elétrons ganhos. do clorídrico :
Assim, no quadro anterior, tem-se:
Reação molecular: Fe + 2HCI---+ FeCl + H2 2

Na {
+I
-7
Al {+ 3
-5
p {+5
-3
Reação iônica:
o
Fe - 2e ---+ Fe ++ O ferro se oxidou e o hidro-
+7 ( +7 ( +s gênio se reduziu.
{
Cl
-1
Br
l-1 Kr
l o Vê-se, pois, que o número de elétrons perdidos é sempre igual
Conclui-se assim que o neomo, argomo e criptônio são nuliva- ao número de elétrons ganhos.
lentes; o sódio é monovalente positivo; alumínio é trivalente po-
FORMAÇÃO DE COMPOSTOS NÃO-IÔNICOS:
sitivo; cloro e bromo são monovalentes negativos; nitrogênio e fós-
foro são trivalentes negativos. Na formação dos compostos não-iônicos ( compostos covalentes)
os átomos se unem por emparelhamento de elétrons, constituindo as
OXIDAÇÃO-REDUÇÃO: ligações covalentes.
Com os conhecimentos atuais da estrutura atômica explica-se COVALÊNCIA: Consiste na formação de pares eletrônico~
O fe~1ômeno de oxidação e redução como sendo devido à perda ou com a coparticipação de um elétron de cada átomo.
ganho de elétrons da camada de valência.
Na covalência o octeto é alcançado pelo emparelhamento dos
Oxidação é a perda de elétrons. elétrons de valência sendo que na formação do par eletrônico, cada
R,edugão é o ganho de elétrons. átomo contribui com um elétron. Cada par eletrônico é represen-
tado por um pequeno traço (-).
Exemplos:
Exemplos: ( Os elétrons de valência de cada átomo são repre-
Fe + 1/ 2 02 ----, Fe O. sentados por ( . ) e ( +).
ATR. 5.3 NÚMERO DE OXIDAÇÃO 101
100 ESTRUTURA ATÔMICA MODERNA CAP. 5

Fórmula estrutural Modernamente, valência é conceituada em têrmos de estado


Fórmula molecular Fórmula eletrônica
de oxidação. O número que indica o estado de oxidação do elemento
++
!Cl+ c1:
0 Cl - Cl é denominado número de oxidação.
++
++ Exemplos:
!o!:o: o o No cloreto de sódio, N aCl, diz-se que o sódio está no estado
++ ++ de oxidação + 1 e o cloro no estado de oxidação - 1 ou, então, o
!o! :e: !o! O C=O
++ número de oxidação do sódio é + 1 e o número de oxidação do
li' +O+ ·H H - O - H. cloro é - 1.
++
No óxido de cálcio, CaO, o número de oxidação do Ca é + 2
Se na formação do par eletrônico somente um átomo contribui
e do oxigênio é - 2.
com os dois elétrons, tem-se a covalêmcia coordenada ou v,aLência
tdle coi0rdenação. O elemento que fornece os dois elétrons é o doa1dor
Sejam os exemplos abaixo para melhor distinguir os conceitos
e o que recebe é o aceptor. A valência de coordenação é represen- de valência e de número de oxidação:
tada gràficamente por uma seta (~ ) . O sentido da seta indica No composto Hg2Ü o mercúrio tem valência 1 e número de
o elemento doador. oxidação + 1 e no HgO o mercúrio tem valência 2 e número de
Exemplos: oxidação + 2. Já o ferro tem valência 2 e número de oxidação
+ 2 no composto FeCl 2 e a valência 3 e número de oxidação + 3
Fórmula molecular Fórmula eletr8nica Fórmula estrutural
no FeCls.
++
: o: !s! o: o=s-o Também os radicais têm número de oxidação. Sejam os radi-
cais citados em 4. 3:
: o: !s! o: o S-:. O
No3- nitrato número de oxidação - 1
++ t
:o: o so4-- sulfato número de oxidação -2

Os compostos covalentes são os gases simples, os óxidos dos


cos-- carbonato número de oxidação -2
P04___ número de oxidação -.3
não-metais, os compostos orgânicos em geral, etc. fosfato
P201_____ ... pirofosfato número de oxidação -4
5.3 - Número de oxidação
O conceito de valência tem se modificado com a aquisição de Todos os radicais são pois ians poliatômicos negativos, à exce-
conhecimentos novos. Antigamente, a valência era definida como o ção do NH/ que é ion positivo, de número de oxidação + 1.
número que indica a capacidade de combinação dos elementos. (Ver Nos compostos iônicos, portanto, o número de oxidação posi-
4.1) Entretanto êsse número é destituído do sinal + e do sinal - tivo exprimE a valência do ion positivo e o número de oxidação ne-
e, portanto, não indica qual o elemento de natureza positiva ou ne- gativo exprime a valência do ion negativo.
gativa no composto. Nos compostos covalentes ou não-iônicos, o elemento mais ne-
Com o conceito eletrônico da valência, o têrmo valência pas-
gativo é tomado com número de oxidação negativo e o outro ele-
sou a ter um significado mais amplo, designando não só a eletro-
mento com número de oxidação positivo. Assim, no composto co-
valência como também a covalência, ligações que se distinguem pelo
valente I-ICl (g) o número de oxidação do hidrogênio é + 1 e o do
fato dos átomos se unirem formando compostos iônicos e não-iô-
cloro é - 1 visto o cloro ser mais negativo que o hidrogênio.
nicos.
102 ESTRUTURA ATÔMICA MODERNA CAP. 5 NOÇÃO DA TEORIA IÔNICA 103
.ART. 5.4

NÃO-METAIS COM NÚMERO DE OXIDAÇÃO VARIÁVEL O número de oxidação de qualquer elemento livre, isto
9)
é, não combinado é zero.
Cloro: e1-1, Cl+I, c1+3, Cl+4, 01+5, 01+1
10) o número de oxida<;ão de um ion é o mesmo que a sua
Bromo: Br-1, Br+i, Br+6 carga.
Iôdo: r-1, I+l, r 16, r+1 Exemplos:
Enxôfre: s-2, s+4, s+ 5
Nitrogênio: N-3 , N+r, N+2, N+3, N+ 4, N+ 5
o enxôfre tem número de oxidação +6.
+3+5-8
Fósforo: p-3 ,. p+ 3, p+ó H 3P04 o fósforo tem número de oxidação +5.
Arsênico: As- 3 , As+3 , As+ 5 +1+7 -8
KMn04 o mange,nês tem número de oxidação +7.
Antimónio: Sb-3, Sb+3 , Sb+5 •
o cromo tem número de oxidação +6.
Nos compostos oxigenados os não-metais têm número de oxi-
dação positivo. o nitrogênio tem número de oxidação -_3.

METAIS COM NÚMERO DE OXIDAÇÃO VARIÁVEL ( ver 4.2). 5.4 - Noção da teoria iônica
Como vimos no capítulo anterior, a fórmula só representá o Sabe-se que os metais são bons condutores da corrente elétrica,
composto quando os elementos têm o mesmo núinero total de va- sendo conhecidos como condutores de primeira classe. Há um gru-
' 0 de soluções que também conduz a corrente elétrica, constituindo
lência. Em têrmos de número de oxidação, podemos dizer: p . d
os condutores de segunda classe. Há, no entanto, outro grupo e
A fórmula só representa o compo~to quando a soma d,os núme-
soluções que não conduz a corrente elétrica.
ros de oxid,ação dos elementos é zero.
Sob o ponto de vista de condutibilidade elétrica as soluções,
Os elementos de números de oxidação variável têm seus núme-
portanto, podem ser condutores e não condutores.
ros de oxidação determinados através das seguintes eonsiderações:
As solucões condutoras da corrente elétrica são denominadas
1) A soma dos números de oxidação dos elementos de um
eletrólitos e ;s não condutoras de não-eletr:ólitos.
composto neutro é zero.
2) O número de oxidação do hidrogênio é +1 ( exceto nos
hidretos de metais ativos onde é - 1).
3) O número de oxidação do oxigênio é - 2 ( exceto nos pe-
róxidos).
4) O número de oxidação dos halogênios (F, Cl, Br e I) é
- 1 em todos os compostos não oxigenados.
5) O número de oxidação do enxôfre é - 2 em todos os
compostos não oxigenados.
6) O número de oxidação dos metais alcalinos e da prata
é + 1. FIG. 5.1

7) O número de oxidação dos metais alcalino-terrosos, e do


Os eletrólitos são as soluções aquosas de ácidos, bases e sais
Be, Mg, Zn e Cd é + 2.
ou as soluções fundidas de bases e sais. Os não-eletrólitos são as
8) O número de oxidação do alumínio e bismuto é + 3. substâncias orgânicas em geral ( exceção dos ácidos e sais).
104 ESTRUTURA ATÔMICA MODERNA CAP. 5 ART. 5.4 NOÇÃO DA TEORIA IÔNICA 105

A diferença experimental entre eletrólitos e não-eletrólitos é O ion é representado pelo símbolo do elemento ou a fórmula
feita através da seguinte experiência: do radical com o sinal mais ( + ) ou menos ( - ) referente a sua
Numa cuba eletrolítica ( ou voltâmetro) coloca-se, por exem- carga elétrica. O número de carga de um ion é igual a valência
plo, água pura, isto é, água destilada. A cuba possui duas placas (ou número de oxidação) do elemento ou radical.
metálicas chamadas eletrodos que se acham ligadas aos pólos de Nos exemplos acima vê-se que os ions podem ser monoatômi-
uma fonte de corrente contínua. Denomina-se anodo o eletrodo cos e poliatômicos. Existem também ians poliatômicos complexos,
ligado ao pólo positivo do gerador e catodo o que está ligado ao como por exemplo:
pólo negativo. Intercala-se no circuito, entre a cuba e o gerador,
uma lâmapada incandescente. Por meio de uma chave pode-se abrir [Fe(CN)6r--- 10n ferrocianeto
e fechar o circuito (Fig. 5 .1). [Fe(CN)6r-- 1on ferricianeto
Fechando-se o circuito, a corrente elétrica não passa e a lâm- [PtC16r- ion cloroplatinato.
pada permanece apagada. Conclui-se que a água pura não é con-
dutora da corrente. O mesmo se passa com a solução aquosa de ELETRÓLISE: Quando a corrente elétrica passa através de
glicose, uréia, álcool, glicerina, etc. Estas soluções são pois não- um eletrólito a corrente é levada pelos ions até os eletrodos. Os ca-
-eletrólitos. tions são atraídos pelo eletrodo negativo (catodo) e os anions pelo
Se colocarmos na cuba eletrolítica1 soluções aquosas de ácidos, eletrodo positivo ( anodo). Eletrólise é pois a decomposição de uma
bases e sais, a lâmpada imediatamente acende. Estas soluções são. os substância pela corrente elétrica.
eletrólitos. Contudo, se os ácidos, bases e sais estiverem isentos de Na eletrólise de uma solução aquosa de HCl (Fig. 5.2) obser-
água, a lâmpada não acende. va-se o desprendimento de gás hidrogênio no catodo e gás cloro
Para explicar tais fatos Svante Arrhenius, estabeleceu em 1887 no anodo.
a teoria da dissociação eletrolítica também chamada teoria iônica,
que admite o seguinte:
1 Os eletrólitos em solução aquosa existem na forma de
ions.
2 - Ion é um átomo ou grupo de átomos com carga elétrica.
3 - A solução eletrolítica, apesar de conter partículas com
carga elétrica é, no entanto, neutra porque o número de carga
elétrica positiva é igual ao número de carga negativa.
4 - A dissociação ocorre quando o composto se dissolve.
5 - Os ions carregados positivamente são chamados ca.tions FIG. 5.2
e os carregados negativamente são os anions.
O hidrogênio e os metais se encontram em solução na forma Pelo fato de se decomporem pela passagem da corrente elétri-
de c.ations e os não-metais e os radicais derivados dos ácidos, na ca os eletrólitos são classificados como condutores de segunda clas-
forma de .anions. se. Já os metais são os condutores de primeira classe porque não
6 - Existe um equilíbrio entre a molécula não dissociada e sofrem decomposição pela passagem da corrente elétrica..
os ions carregados. Assim :
DISSOCIAÇÃO E IONIZAÇÃO
HClPH++c1- NaOHPNa++oH- NaClPNa++01-
Vimos que os compostos podem ser iônicos ou eletrovalentes
e não-iônicos ou covalentes.
106 ESTRUTURA ATÔMICA MODERNA CAP. 5 ART. 5.4 NOÇÃO DA TEORIA IÔNICA 107

Nos compostos iônicos os ions já existem na rêde cristalina, Assim, o HCl se ioniza enquanto que o NaCl se dissocia.
mantendo-se unidos por fôrças de atrações eletrostáticas. Os ions, A maioria dos compostos covalentes não possui contudo na-
porém, só se encontram livres quando em solução, porque sol- tureza polar e, portanto, suas soluções aquosas não são conduto-
ventes, como a água, de elevada constante dielétrica, diminuindo ras da corrente elétrica. Constituem os não-eletrólitos. É o caso
a atração entre os ions, promovem a separação. dos compostos orgânicos em geral.
Denomina-se dissociação a separação dos ions de um compos- Grau de ionização - É a relação entre o número de moléculas
to eletrovalente pela ação de um solvente. ionizadas e o número de moléculas dissolvidas. Representa-se pela
Assim, o cloreto de sódio se dissocia quando dissolvido na letra grega u,
água: O valor de a = 0,5 significa que a metade das moléculas dis-
solvidas se ionizaram. O valor a = 1 significa ionização total, porque
tôdas as moléculas dissolvidas se ionizaram e a= O significa que
não houve ionização (não-eletrólitos). Portanto, os valores de a estão
Outro fator que diminui a fôrça de atração que mantém uni- compreendidos entre zero e 1: O ~ a~ 1.
dos os ions de nomes contrários, é o calor. A dissociação iônica
ocorre também nas soluções fundidas dos compostos iônicos sóli- Conforme o grau de ionização, os eletrólitos podem ser for-
dos. O AgN0 3 , por exemplo, funde em temperatura baixa (t98°C). t,e,s e fra.coSi. Nos eletrólitos fortes ,a tende para 1 e nos fracos a
tende para zero.
Pode-se então, mostrar em laboratório1 que a solução fundida de
nitrato de prata está dissociada porque conduz a corrente elétrica. Para os ácidos e o hidróxido de amónio (compostos covalentes)
Os eletrólitos são qulmicamente ativos, isto é, as reações entre fala-se em têrmos de grau de ionização enquanto que para os sais e as
bases diz-se grau de dissociação.
eletrólitos são muito rápidas, porque são reações que se passam
ontre ions ( reações iônicas). Assim, quando a solução aquosa de
nitrato de prata reage com a solução aquosa de cloreto de sódio,
aparece imediatamente um precipitado branco de cloreto de prata,
ele acôrdo com a reação iônica:

Certos compostos covalentes, quando em solução, também po-


dem conduzir a corrente elétrica. Tal fato ocorre devido os ele-
trons emparelhados da ligação covalente, sofrerem atração para o
núcleo que possui maior número de prótons, isto é, para o núcleo
mais positivo, resultando assim uma molécula polar. A ligação co-
valente dependendo contudo da atração relativa dos dois átomos
para os elétrons emparelhados1 possui então um caráter mais ou
menos eletrovalente. Quando em solução, a água rompe a molécula
polar covalente em duas partes ionizadas. Todavia o ion n,rfo exis-
tia no composto não dissolvido, mas se formou pela ação do sol-
vente, isto é, sofreu uma ionização e não uma dissociação.
Denomina-se ionização a formação dos ions de compostos po-
lares covalentes pela ação de um solvente.
ART. 6.2 VELOCIDADE DAS REAÇÕES 109

Concentração - A concentração influi favorecendo a veloci-


dade das reações.
Exemplo: Toma-se dois recipientes contendo, em cada um
dêles, 10 g de zinco. Coloca-se no primeiro 100 ml de ácido clorí-
drico diluído e no segundo 100 ml de ácido clorídrico concentrado.
A reação que se passa no segundo recipiente é mais rápida devido
CAPÍTULO 6 O ácido clorídrico estar mais concentrado. A equação de reação
que se passa nos dois casos é :

REAÇÕES QUÍMICAS Zn + 2HC1---+ ZnCl2 + H2.


Estado nascente - Uma substância acha-se no estado nas-
cente, no momento em que se forma na reação química·
6. 1 - Conceito Exemplo: Fazendo-se passar gás hidrogênio (molecular) atra-
É o fenômeno onde ocorre a transformação de uma ou mais vés de uma solução acidulada de clorato de potássio, verifica-se
substâncias em outras. que não há alteração na solução. Colocando-se, posteriormente, na
A reação é representada pela equação química. mesma solução, pedaços de zinco metálico, há desprendimento ime-
Exemplos: 2HC1 ---+ H2 + Cl2 diato de hidrogênio, o qual reagirá com o clorato de potássio redu-
zindo-o a cloreto de potássio, segundo a equação da reação :
2H20 ---+ 2H2 + 02
KC10 3 + 6H---+ KCl + 3H20.
H2S0 + Zn---+ ZnS0 + H2
4 4
Neste último caso houve reação do clorato de potássio com o
HN0 + NaOH---+ NaN0 + H20.
3 3
hidrogênio, em virtude dêste estar no estado nascente, e neste es-
V,elocid.ade da mação : é a massa da substância em moles tado o hidrogênio se encontra sob a forma atômica, tendo poder
transformada na unidade de tempo. reacional muito maior do que se estivesse sob a forma molecular
Condições essenciais: Para se realizar uma, reação química (estável).
duas condições são essenciais: Contato entre os reagentes e afini- Temperatura - Van't Hoff estudando a influência da tem-
dades entre os mesmos. peratura na velocidade das nações estabeleceu a seguinte regra:
"Quando se aumenta de 10°0 a temperatura de uma reação, esta
6.2 - Fatores que influenciam a velocidade das reações
pode duplicar ou triplicar a sua velocidade".
Sitperfície ,de contato - a velocidade das reações será tanto Nem tôdas reações são favorecidas pelo aumento de tempera-
maior, quanto maior fôr a superfície de contato entre os rea- tura. As reações que se passam com absorção de calor sã.o benefi-
gentes. ciadas, porém as que se passam com desprendimento de calor são
Exemplo: Toma-se dois recipientes contendo, em cada um prejudicadas.
dêles, 100 ml de ácido clorídrico, de mesma concentração. Coloca-
-se no primeiro recipiente 10 g de ferro granulado e no segundo N2 + 02--+ 2NO - 43 000 cal.
10 g de ferro em pó. Verifica-se que o ferro do segundo recipiente O aumento de temperatura favorece a formação do NO porque
será consumido muito mais ràpidamente, em virtude de sua su- se passa com absorção de calor.
perfície do contato ser maior. A equação de reação que se passa Pr,ess,ão - a pressão interfere na velocidade das reações quí-
nos dois casos: micas favorecendo as reações que se passam com contração de vo-
Fe + 2HC1---+ FeClz + H2 . lume e retardando as que se processam com expansão de volume.
110 REAÇÕES QUÍMICAS CAP. 6 ART, 6.3 'l'IPOS DE REAÇÕES QUÍMICAS 111

Esta interferência só se faz sentir nos sistemas químicos ga- A faisca elétrica é usada nas sínteses, como por exemplo na
sosos; quando os reagentes são sólidos ou líquidos, as reações prà- síntese de água, que se passa no eudiômetro.
ticamente não sofrem alteração pelo aumento da pressão. faisca

Exemplo: na síntese do amoníaco o aumento da pressão para


2H2 + 02 - - - 2H20 .
elétrica
200 atmosferas, favorece grandemente a sua formação. O eflúvio elétrico é usado quando se necessita de descargas si-
lenciosas, como exemplo a transformação do oxigênio em ozônio nos
200 atm.
N2 + 3H2 - - - 2NH 3
ozonizadores:
eflúvio
lV + 3V ---2V. 302 - - - - 203.
elétrico
Já na síntese do NO a pressão não influi porquanto o volume Cataliza1dor -Catalizador é uma substância que acelera ou
permanece constante.
retarda a velocidade de uma reação química, sem sofrer modificação
Luz - algumas reações químicas sofrem influência da luz. na sua composição e na sua massa.
Quando a influência se dá nas reações de síntese o fenômeno Catálise - é o fenômeno no qual aparece um catalizador (ver 29
é chamado de Fotossfntese e quando se dá nas reações de análise é volume).
chamado de Fotólise. Exemplo : na preparação do amoníaco para que a reação se pro·
Exemplo: O hidrogênio e o cloro combinam-se muito lenta- cesse mais rápida, usa-se o ferro como catalizador:
mente, na obscuridade para formar gás clorídrico; sob a ação da Fe
luz difusa a reação se passa muito bem e em presença de luz tor- N2 + 3H2 =200 atm. 2NH 3 •
na-se explosiva.
6.3 - Tipos de reações químicas

H2 + Ch - 2HC1 (Fotossíntese). Existem vários tipos de reações químicas, conforme o critério


adotado. Os principais são :
O exemplo mais importante de fotossíntese é o que se passa
Análise ou decomposição - É aquela em que uma substância
com os vegetais na função clorofiliana.
é decomposta pelo calor, luz ou eletricidade, em outras substâncias
O ácido nítrico quando exposto à luz, torna-se instável, de- mais simples ou em elementos.
compondo-se em dióxido de nitrogênio, água e oxigênio:
Pode-se representar esquemàticamente uma reação de análise
(Fotólise). por:
AB - A+ B.
As substâncias que se decompõem pela luz devem ser guar-
dadas em frascos escuros. AB é o composto original, A e B são substâncias ou elemen-
tos resultantes da decomposição.
Eletricidade - As reações químicas sofrem influência da ele-
Exemplo de decomposições térmicas:
tricidade na forma de corrente elétrica, arco voltaico, faisca elé-
trica ou eflúvio elétrico. A
A corrente elétrica é utilizada na eletrólise em geral. O arco
2Hg0 --t 2Hg + 02
A
voltaico é utilizado em certas reações que necessitam de altas tem- 2Pb02 --t 2Pb0 + 02 Li = calor
peraturas, como na obtenção do óxido nítrico: A
arco
CaC0 3 -- Caü + C02
A
N2 + 02 - - - 2NO.
voltaico 2KC10 3 ----; 2KC1 + 30 2
112 REAÇÕES QUÍMICAS CAP. 6
.ART, 6.3 TIPOS DE REAÇÕES QUÍMICAS 113
Síntese ou composição - É aquela em que uma ou mais subs- e .CB. A característica da reação de dupla troca é não ocorrer va-
tâncias reagem para formar um único composto. riabilidade de valência.
A equação geral dêste tipo de reação é:
A+B--, AB;
NaCl + AgN03 - AgCl ./ + NaN0 3
CuSO, + Ca(OH)2 - Cu(OH)2 ./ + CaS0 4
Em que A é uma substância que reage com outra B para ori-
ginar uma substância AB. É também chamada reação de adição. BaCb + H2S04 - BaSO, ./ + 2HC1
3Ca(OH)2 + 2H3 PO, - Caa(P04)2 ./ + 6H20.
Exemplos:
2H2 + 02 --, 2H20 Quando há oaparecimento de um precipitado a reação toma
O nome particular de reagão de precipitação'. Os exemplos acima
2NO + 02 --, 2N02 são todos de reação de precipitação.
so3 + H20 - H2S04. Reversível - É aquela que se processa em sentidos opostos,
Deslocamento oii simples troca - É aquela em que um ele- estabelecendo-se, num dado momento, o equilíbrio químico.
mento desloca outro de uma substância composta. Exemplo : aquecendo-se fortemente .óxido mercúrico, êste se de-
Há dois tipos de equação geral para as reações de desloca- compõe em mercúrio e oxigênio, segundo a equação de reação :
mento:
2Hg0 - 2Hg + 02.
A + BC --, AC+ B ou D + EF --, ED + F. No entanto 9.uando aquecemos cuidadosamente o mercúrio com
No primeiro exemplo A é um metal que substitui a parte po- exigênio obtemos .óxido mercúrico :
sitiva do composto BC, para formar AC e libertar B. No segundo
2Hg + 02 - 2Hg0.
exemplo D é um não-metal que substitui a parte negativa do com-
posto EF', para formar ED e libertar F'. Fazendo-se o aquecimento do .óxido mercúrico em recipiente
fechado, haverá a sua decomposição em mercúrio e oxigênio, êste
Exemplos: último por su&, vez reagirá com o mercúrio regenerando .óxido mer-
cúrico. É pois uma reação de equilíbrio químico:
Zn + H2S0 4 --, ZnS0 4 + H2
Zn + CuS0 4 --, ZnS0 4 + Cu 2Hg0 +::! 2Hg + 02,
012 + 2KBr --, 2KC1 + Br2 A reação reversível depende exclusivamente dos produtos da
reação e não dos reagentes.
Br 2 + 2Nal --, 2NaBr + 12.
Irreversível - É aquela que se processa num único sentido.
Dupla troca ou dupla substituição - É aquela em que duas A eondição para que uma reação seja irreversível é que uma
substâncias compostas trocam, entre si, elementos ou radicais ori- das substâncias formadas seja insolúvel ou volátil.
ginando duas novas substâncias compostas. Exemplos:
A equação geral das reações de dupla troca é:
AgNOa + NaCl - AgCl + llTaNOa
AB + CD --, AD+ CB .
-!- /'
Zn + H2S04 - ZnS04 + H2,
Em que A e C são cations, enquanto que B e D são anions
Endotérmica - É aquela que se processa com absorção de
Os compostos resultantes das trocas dos anions e cations são AD
calor.
ART, 6.4 AJUSTAMENTO DE EQUAÇÕES 115
114 REAÇÕES QUÍMICAS CAP. 6
-1 O
A quantidade de calor absorvida é medida em calorias que é O cloro se oxidou (Cl - Cl) e o manganês se reduziu
a quantidade de calor necessária para elevar de l '!O ·( entre 15°0 +4 +2
e 16°0), um grama de água destilada. (Mn - Mn).
O +1 +2 O
Exemplos: Sn +
H2S - SnS H 2. +
O +2
N 2col + 02 - 2NOcol - 43 200 cal O estanho se oxidou (Sn - Sn) e o hidrogênio se reduziu
C + 2S - CS2 - 27 000 cal. +1 O
(H - H).
Ex.otérmica - É aquela que se processa com desprendimento
Não se deve con:fundir reações de oxidação com reações de oxi-
de calor.
genação e nem reações de redução com reações hidrogenação. Exem-
O calor desprendido é também medido em calorias. plos:
Exemplos:
Cc•l + C2(g) - C02col + 96 000 cal S + 02 - S02 (oxidação com oxigenação)
H2S + Cl2 - 2HC1 + S (oxidação sem oxigenação)
H2col + /202coi - H20cl) + 69 000 cal.
1
PCls + 4H20 - H 3P04 + 5HC1 (oxigenação sem oxidação)
Os estados de agregação da matéria são representados: S + H2 - H2S (redução com hidrogenação)
(s) - sólido; (1) ~ líquido; (g) - gás; (v) - vapor. Fe Ü3 +
3CO - 2Fe 3C02+ (redução sem hidrogenação)
2HC1 + FeS - FeCl2 + H2S (hidrogenação sem redução).
Reações ~ônicas - São aquelas que se pàssam quando as ·subs-
tâncias em solução reagem por intermédio de seus ions. São p'ois 6.4 - Ajustamento de equações
as reações próprias dos eletrólitos, como por exemplo soluções aquo-
PROCESSO DAS TENTATIVAS
sas de ácidos, bases e sais ou soluções :fundidas de bases e sais (ver
inúmeros exemplos no cap. 10). · De grande utilidade para as reações de síntese, análise, des-
locamento (simples troca e dupla troca) e nas reações de combustão.
Reações de oxidação-redução - São as reações onde ocorre va-
riação de valência. Em outras palavras, são as reações onde ocorre Baseia-se na lei fundamental da química - lei da conserva-
variação do número de oxidação dos elementos. ção da massa de LAVOISIER: "Num sistema químico isolado, a mas-
sa permanece constante, quaisquer que sejam as transformações
Diz-se que o elemento se oxidou quando aumenta o seu nú-
que ne"le se processem. " Ou, em outras palavras: "Numa reação
mero de oxidação e reduziu .quando diminui o seu número de oxi-
química, a soma das massas dos reagentes, é igual à soma das mas-
dação (ver 5.3).
sas dos produtos resultantes." Infere-se daí que os elementos têm
Exemplos: que se encontrar nos dois membros da equação em igual quali-
+2 O +3-1 dade e quantidade.
2FeCh + Ch - 2FeC13• Seja a equação literal :
+2 +a o -1
O ferro se oxidou (Fe - Fe) e o cloro se reduziu (Cl - Cl) A+ B - resultantes
C + D.
+2 +2 +4 +1 reagentes
2HgCb +
SnCb - SnC14 Hg 2Cl2; +
+2 +4 Usa-se a seta. para separar os dois membros da equação. O
O estanho se oxidou (Sn - Sn) e Q mercúrio se reduziu sentido da seta distingue o 19 membro do 29.
+2 +1
(Hg - Hg). . O processo das tentativas é o mais simples de todos) consis-
+4 -1 +2 O tmdo em se tentar ajustar um dos elementos por meio de um coe-
Mn02 + 4HC1 - MnCl2 + 2H20 + Ch.
116 REAÇÕES QUÍMICAS CAP. Ú AJUSTAMENTO DE EQUAÇÕES 117
:.IBT, 6.4

ficiente tal, que permita o ajustamento dos demais. Aprende-se ge- Exercícios
ralmente com a prática.
No sentido de orientar, é de bom alvitre seguir as seguintes 1) Ajustar os coeficientes das seguintes equações:
observações: calor
(NH4)2S04 -- N2 + NH + H20 -!- S02
3
.a) escrever a equação representativa da reação;
b) ajustar primeiramente os coeficientes dos elementos me·
tálicos e não metálicos, depois o do hidrogênio e, finalmente, o do +z (1)
oxigênio. r N:H: 2x8x2y
= 3z
=
+ 2w (2)

Exercícios il S: x=t
O: 4x = w + 2t
(3)
(4)
1) Ajustar os coeficientes da equação correspondente à rea-
ção do alumínio com o ácido sulfúrico: É um sistema do 19 grau de n equações a n + 1 incógnitas.
Sistema, pois, indeterminado. Levanta-se a indeterminação dando·
Al + H2S0 4 - Ab(S0 4) 3 + H2 (incompleta) -se um valor arbitrário a uma das incógnitas em função do qual
determina-se o valor das demais. Examinando o sistema acima, ve-
2 Al + 3 H2S0 4 - Ah(S0 4) 3 + H2 (incompleta) rifica-se que o conhecimento do valor de x facilita a determinação
2 Al + 3 H2S0 4 - Ab(S0 4) 3 -!- 3 H2 (ajustada). dos valores das outras incógnitas. Assim, para x = 1, tem-se:

É claro que numa equação ajustam-se de uma só vez, os coe-


(3): t = 1

ficientes dos elementos que a compõem. (4): w = 4x - 2t donde: w = 4 - 2 = 2. Logo, w = 2,


2) Ajustar a seguinte equação: 8x·- 2w 8 - 4
(2): 3z = 8x - 2w donde: z= 3 = -3-
Fe2(S0 4) 3 + NaOH - Fe(OH) 3 + Na2S014 (incompleta)
4
Fe2(S0 4) 3 + NaOH - 2 Fe(OH) 3 + 3 Na2S0 4 (incompleta) LOO'O
á
z = -3·
Fe2(S04) 3 + 6 NaOH - 2 Fe(OH) 3 + 3 Na2S0 4 (ajustada)
2--
4
2x - z 3 1
PROCESSO ALGÉBRICO (1): 2y = 2x - z donde: y = 2 ---=-
2 3
É o mais eficiente de todos os processos, embora seja o mais
1
trabalhoso. Aplica-se a qualquer tipo de reação. Logo y = 3,
Consiste em se atribuir coeficientes literais às substâncias que
figuram na equação, coeficientes êstes que constituem as incógni· t t emos x = 1; t = 1; w
P or t ano, = 2; z = 34 ; y = 1 3 El1·-_
tas. Aplicando a. lei de Lavoisier e, comparando os elementos mem- minando os denominadores: x = 3; t = 3; w = 6; z = 4; y = L
bro a membro, estabelece-se um sistema de equações do 19 grau de
A equação ajustada será
n equações a n incógnitas ou n + 1 incógnitas (sistema indeter·
minado). Dando-se um valor arbitrário a uma das incógnitas, re-
3(NH4)2SÜ4 - N 2 + 4NH3 + 6H20 -!- 3802
solve-se o sistema, conhecendo-se desta maneira o valor das demais.
Substituindo na equação, cada incógnita pelo seu valor, tem-se a 2) Pb + HN0 3 cone. - Pb(N0 + H20 -!- N02 3) 2

equação ajustada, x Pb + y HN0 3 cone. - z Pb(N0 + w H 0 -!- t N0 2


3) 2 2
ART. 6.4 AJUSTAMENTO DE EQUAÇÕES ll9
118 REAÇÕES QUÍMICAS CAP. 6
qué se encontra no estado isto é, sem se
Pb: X = z men to . . ~ ., d A •t d •

possm · número de oxidaçao zero ( consequencia


- o conce1 o e va·
1
1
H: y = 2w
N: y = 2z +t
(2)
(3)
lência);
b) colocar acima do símbolo do elemenyo .que se mndou o~
.

l O: 3y = 6z + w + 2t (4). reduziu O número representativo de sua valencia, em valor alge·


Para w = 1 e comparando (3) com (4), tem-se: brico, ( número de oxidação) ; ~ . . . .
e) dividir a equação em duas equaçoes parciais, uma rep:re·
( y = 2z +t - 3y = - 6z - 3t sentando a oxidação e outra a redução; ~ .
{l ou d,) como a oxidação dá-se à custa da reduçao e,. vrne-versa, o
3y = 6z + 2t + w 3y = 6z + 2t + 1
número de elétrons perdidos pelo elemento que se oxidou tem que
donde: t = 1
ser igual ao número de elétrons ganhos pelo elemento que se re-
(2) y = 2w donde: y = 2 X l = 2 duziu;
y- t 1 .6 ) por intermédio das equações parciais ajusta~1-se ~ os coefi·
(3) y = 2z +t donde: 2z= y -t donde: z= -2-=2 cientes dos elementos que variaram de número de ox1daçao;
(1) x = z donde x = ! os coeficientes dos elementos de número de oxidação fixo
Logo: w = 1; t = 1; y = 2; z = t; x = !. Eliminando . os süo ajustados por simples tentativas, deixando o oxigênio sempre
denominadores, tem-se: para último lugar.

w = 2; t = 2; y = 4; z = 1; x = L Exercícios
A equação ajustada, será: Ajustar os coeficientes das seguintes equações:
Pb + 4HN0 3 cone. ___, Pb (NOa) 2 + 2H20 + 2N02 o +5 +2 +2
PROCESSO DE OXI-REDUÇÃO
1) Cu+ HN0 3 dil. ___, Cu (N0 3) 2 + H20 + NO
É mais prático que o processo algébrico, sendo entretanto de f Cu - o +2 r º +2
2e --+ Cu (oxidação)
:;u
l
aplicação limitada, indicado somente para as reações onde se veri-
fica variação do número de oxidação, conhecidas por reações de
ou :; _: :: :
oxidação-redução, ou oxi-redução ou "1,edox".
+2 1l +5
o +2 +2
Baseia-se no fenômeno da oxidação-redução. Sendo a oxida-
tl 3e --+ N (redução) 3Cu + 2N ---, 3Cu + 2N
ção a pe1,da de elétrons é fácil concluir que o elemento que se 3Cu + 2HN0 3 dil. .....,,, 3Cu(N0 3)2 + H20 + 2NO.
oxida aumenta as suas valências positivas ou diminui as valências 1ilsses são os coeficientes dos elementos que variaram de nú-
negativas. Contràriamente, redução vem a ser o ganho de elétrons,
mero de oxidação. Entretanto, nem todo o nitrogênio do ácido ní-
logo o elemento que se reduz aumenta as suas valências negativas trico sofreu variação de número de oxidação. Na formação do ni-
ou diminui as positivas. Em outras palavras, o elemento que se trato de cobre o nitrogênio permanece com o número de oxidação
oxida aumenta o número de oxidação e o elemento que se reduz
diminui o número de oxidação.
+ 5. Portanto: temos que acrescentar no 19 membro mais 6HNOa.
Assim:
No ajustamento dos coeficientes devemos seguir as seguintes
orientações: 3Cu + 8HN0 3 dil. ---, 3Cu(NOa)2 + H20 + 2NO
e, finalmente:
a) examinar nos dois membros da equação quais os elemen-
tos que variam de número de oxidação, lembrando que todo o ele- 3Cu + 8HN03 diL --+ 3Cu(N03)2 4H20 2NO.
120 REAÇÕES QUÍMICAS CAP. 6 ART. 6,5 CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO 121
+1 -1
2) KMn0 4 + HCl ___,. 2) Qual é a massa de ácido fosfórico utilizada na ~h•·--·-"
( +7 +2 ( +7 +2 de 15,5 g de fosfato de cálcio quando aquêle ácido se combina com
{ ~ 1n + 5e - ~n ou { Mn 5e--+ Mn o hidróxido de cálcio?
l Cl - e --+ Cl l -1
2Cl - 2e -> CI 2
"

f
ou { 2~; +
+'7
lOe -
+2
2~n
Relacionando diretamente o dado com a incógnita, temos:
l lOCl - lOe --+ 5Ch
+7 -1 +2 o
2Mn + lOCl ---> 2Mn + 5Cl 2
196 ..... 00. 310

Logo: 2KMn04 + lOHCl --+ KCl + 2MnCh + H 0 + 5Cl 2 2 X ••••..• , 155


ou
2KMn04 + lOHCl --+ 2KC1 + 2MnCh + H 0 + 5Cl (Relação de massa com rnassa)
2 2•

Acrescentando mais 6HC1 correspondente ao cloro que não 3) Qual o volume de gás carbônico que se obtém nas C.N.T.P.,
variou, temos: quando se faz reagir 25 g de carbonato de cálcio com o ácido clo-
rídrico?
2KMn04 + 1_6HCI--+ 2KC1 + 2MnC1 2 + H 20 5Cl 2
e, finalmente:
2KMn04 16HC1......., 2KC1 + 2MnC1 + 8H 0 + 5Cl
2 2 2•

6.5 - Cálculo estequioméfrico Relacionando o dado com a incógnita, temos :

De uma maneira geral os problemas relacionados ao Cálculo es- CNTP


tequiornétrico classificam-se em três .tipos diferentes: 100 22,4
25 X 22,4 .
X=
100 = 5,6 litros de COz.
I) Relação de massa com massa 25 ....... . X
II) ReZação ,de ,m,assa com volume
(Relação de .massa com volume)
III) Relação ,de volume com volwme.
1) Qual a massa de sulfato de cálcio obtida quando se trata 4) Quando o cobre é atacado pelo ácido sulfúrico concen-
37 g de hidróxido de cálcio pelo ácido sulfúrico? trado e a quente, desprende-se um gás cujo volume nas C.N.T.P. é
de r,2 litros, Qual a massa de cobre que se dissolveu?
H2S04 + Ca(OH)2 -> CaS04 + 2H 20.
74 136
Mol do Ca(OH2) = 40 + 16 X 2 + 1 X 2 = 74 g
Mol do CaS04 = 40 + 32 + 16 X 4 = 136 g. Relacionando o dado com a incógnita, temos:
Relacionando o dado com a incógnita1 temos:
CNTP
74 ........ 136 63,5 22,4
63,5 X 1,2
136 X 37
X=
22,4
= 3,4 g de cobre
37 ........ X .°. X X •.•••••• 1,2
74 ·. = 68 g de sulfato de cálcio.
(Relação de massa com massa) (Relação de massa com volume)
122 REAÇÕES QUÍMICAS CAP. 6

5) Qual o volume de nitrogênio, que se obtém nas C.N.T.P.,


resultante da combustão de 50 litros de gás amoníaco?

CNTP
4 X 22,4 2 X 22,4 50 X 2 X
X= - ----- = 25 litros
-i X 22,4 CAPÍTULO 7
50 ... ,, ... X

Resposta:
25 litros de nitrogênio (Relação de volume com volume). FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA
Ver outros exercícios no livro Problemas e Exercícios de Quí-
mica de Garcia de Freitas, cap. 5. A química tem por objetivo estudar tudo aquilo que esteja
relacionado com as substâncias.
-,~;,

As substâncias se distinguem uma das outras por intermédio


de suas propriedades específicas, que são as propriedades próprias
de cada substância.
Com o desenvolvimento da química, o número de substâncias
compostas conhecidas, naturais ou artificiais, cresce dia a dia. Po-
deria parecer, à primeira vista, que seríamos levados a considerar
cada substância em separado. Tal não acontece em virtude do ele-
vado número de substâncias do domínio de nosso conhecimento.
Todavia, se as substâncias diferem entre si, pelas proprieda-
des específicas, possuem contudo certas propriedades comuns a um
determinado grupoº Surge, dêste modo, a possibilidade de estudar
as substâncias, não em separado, mas reunidas em grupos.
7.1- Introdução
Denomina-se Fungão Qu~mica ao grupo de substâncias dotadas
de propriedades comuns. Essas propriedades, são por isso conhecidas
por proprieiéliades funcionaiis.
Além das propriedades específicas, cada substância possui as
propriedades funcionais do grupo a que pertence.
As funções são em número reduzido. As propriedades funcio-
nais são também poucas. O número de substâncias pertencentes a
uma determinada função é, porém, ,elevado e, por vêzes, elevadíssi-
mo. Conclui-se, dêste modo, que com pequeno esfôrço consegue-se do-
minar as propriedades de um grande número de substâncias, bastan-
do para isso estender até elas as propriedades da função a que
pertencem.
124 FUNÇÕES DA ·QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 7 ART, 7.2 RESUMO DAS l!,UNÇÕES 125

Assim, por ,exemplo, podemos generalizar para qualquer áci- iI) ~ s são compostos que em solução aquosa produzem
do, as seguintes propriedades da função ácido: ~·
a) possuem sabor ácido, isto é, azêdo, semelhante ao do vi- O átomo de hidrogênio substituível por metal, também cha-
nagre; mado "hidrogênio-ácido" é aquêle que em solução aquosa é capaz
b) atuam sôbre certos corantes, denominados indiwdores, mo- de ionizar.
dificando-lhes a côr. Assim, envermelhecem a solução azul de tor- Havendo ou não oxigênio na molécula, os ácidos se classifi-
nasol e também a de ala.ranjado de metila; azulecem a do verme- cam em oxiácidos e hidrácidos, ,respectivamente.
lho congo; descoram a solução alcoólica de fenolftaleina, antes en-
Na leitura dos hidráciàos dá-se a palavra ácido seguido do
vermelhecida por uma base, etc.;
nome do outro elemento (ou radical) com a terminação ídrico. No
e) reagem com as bases formando sal mais água :
caso dos ·oxiácidos dá-se a palavra .ácido seguido do nome do outro
H2S04
il ácido
+ hidróxido
2KOH
de
- K 2S04
sulfato de
+ elemento com a terminação ico. Se o referido elemento funcionar
sulfúrico potássio potássio com duas valências dois oxiácidos são possíveis: usa-se a termina-
d) reagem com os carbonatos, produzindo efervescência, de- ção o.so ou ico para identificar o elemento no menor ou maior es-
vido ao desprendimento de gás carbônico: tado de oxidação (menor ou maior valência.).
7'
H2S04
ácido
+ CaC03
carbonato·
- CaS04
sulfato
+ H20
água .
+ C02
gás
Exemplos:
sulfúrico de cálcio de cálcio carbônico
HCl - ácido clorídrico H 2C03 - ácido carbônico
e) em solução aquosa conduzem a corrente elétrica;
f) encerram um ou mais átomos de "hidrogênio-ácido" ou
HI " iodídrico H 2Si03 " silícico
"hidrogênio substituível", isto é, átomos de "hidrogênio io- H 2S " sulfídrico H2SOs " sulfuroso
nizável". HCN-: " cianídrico H2S04 " sulfúrico.
As :funções da química inorgânica são as seguintes: óxido, ácido,
base e sal. III) ~ses são compostos que em solução aquosa produzw
OH- (ion oxidrila ou hidroxil~.
7 .2 - Resumo das funções
- ~ s encontramos o ion OH- ligado a um metal.
I) õxi<JJos são compostos binários que apresentam o oxigê-
Na leitura das bases usa-se a palavra hidróxido seguido do
nio ligado a outro elemento.
nome do metal. No caso de metais de valência variável, usam-se
De um modo geral, todos os elementos1 metais e não-metais,
também as terminações oso e ico. Exemplos:
combinam com oxigênio, direta ou indiretamente, formando óxi-
dos. Fazem exceção os gases raros.
NaOH - hidróxido de sódio Fe(OH) 2 - hidróxido ferroso
Na leitura dos óxidos dá-se a palavra óxido seguido do nome
do outro. elemento, intercalando-se a preposição de. Havendo dois KOH - hidróxido de potássio Fe(OH) 3 - hidróxido férrico.
óxidos do mesmo elemento, usa-se o sufixo aso para identificar o
elemento no menor estado de oxidação e ico no maior. Exemplos: Tôdas as bases são, pois, hidróxidos metálicos, à exceção do
CaO - óxido de cálcio Fe203 - óxido férrico; NH40H (hidróxido de amônio).
Al20 3 - óxido de alumínio; SnO - óxido estanoso; IV) S.ais são compostos que em solução aquosa produzem ions
Si02 - óxido de silício; Sn02 - óxido estânico. outros que não sejam somente o H+ e oH·.
FeO - óxido ferroso; Os sais resultam da éombinação de um ácido com uma base.
126 :l!'UNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 7 ÓXIDOS 127
ART. 7.3
Ao lado do sal forma-se sempre água. Na leitura dos sais, dá-se o positivos, como por exemplo, o manganês e o cromo. São
nome do ácido que lhe gerou trocando-se apenas a terminação:
mente conhecidos por anidridos.
Propriedades químicas: Reagem por adição com a água dan-
ÁCIDO SAL do ácidos e reagem com as bases formando sal mais água. Exemplos:

ídrico ............ eto 80 2 + H20 ---; H2SOs S0 2 + 2NaOH - Na2S03 + H20


ác.sulfuroso sulfito de sódio
oso ...... : ..... ito
C0 2 +H0 2 ---; H2C03 C0 2+ Ca(OH)2 - CaC03 + H20
ico ............ ato ác. carbônico carbonato de cálcio
Cr0 3+ H20 -> H2Cr04 Cr0 + 2KOH _,
3 K 2CrO~ + H 20
ác. crômico cromato de potássio
Exemplos:
2Cr0 + H 0
3 2 -i, H 2Cr201 2Cr0 3+ 2KOH - K 2Cr 201 + H20
dicromato de potássio
HCl + NaOH---; NaCl ác. dicrômico
ácido clorídrico cloreto de sódio
óxmos BÁSICOS - São óxidos que apresentam o oxigênio
H2S03 + Ba(OH) 2 - BaS0 3 + 2H 20 ligado a metais. São, portanto, óxidos metálicos.
ácido sulfuroso sulfito·. de bário
Propriedades químicas: Reagem por adição com a água dan-
do bases e reagem com os ácidos formando sal mais água. Exem-
ácido fosfórico fosfato de cálcio plos:
O conhecimento das funções da química inorgânica. facilita Na 20 + H 2 0 -i, 2NaOH Na 20+2HCl ---; 2NaCI +H 0
2
hidróxido de sódio cloreto de sódio
sobremodo o estudo dos diferentes compostos químicos, não só pela
sistematização racional como também pela interdependência entre MgO + H 20 - Mg(OH) 2 Mg0+2HN0 3 - Mg(N0 3) 2+H 20
hidr. de magnésio nitrato de magnésio
as mesmas. Aliás, a interdependência se observará com mais des-
taque no estudo detalhado das funções, que passaremos a fazer. BaO + H 20 ---; Ba(OH) 2 BaO + H 2SO 4 - BaSO 4 + H 20
sulfato de bário
· hidr. de bário
7,3-Óxidos óxmos São certos óxidos metálicos que po-
ANFÓTEROS -
óxidos são compostos binários que apresentam o oxi- dem funcionar como óxidos ácidos ou como óxidos básicos. São tam-
gênio ligado a outro elemento. bém chamados de óxidos in.diferentes.
Classificação: Conforme a natureza do elemento combinado Propriedade!S químicas: Diante dos ácidos reagem como óxi-
ao oxigênio os óxidos obedecem a seguinte classificação: dos básicos e frente as bases como óxidos ácidos dando sempre sal
mais água. Os óxidos anfóteros mais importantes são o Al203 e o
ácidos ou anidridos ZnO. Contudo, elementos metálicos de valência variável, formam
f básicos também óxidos anfóteros· Exemplos: PbO, SnO, Mnü2, Cr2Ü3 e
Óxidos ~ anfóteros ou indiferentes
salinos ou compostos
Fe20s,

ÓXIDOS ÁCIDOS
l singulares ou peróxidos
neutros

São óxidos que apresentam o ox1gemo


-
Al 20 3 +6HC1 -;2A1Cl 3+3H20

Zn0+2HCl -;ZnCl 2 +H 20
cloreto de alumínio

cloreto de zinco
Al 20 3 +2NaOH--,2NaAl0 2 +H 20
aluminato de sódio
Zn0+2NaOH-Na 2Zn0 2 +H 20
zincato de sódio

ligado a não-metais eJ em certos casos, a metais fracamente eletro- Pb0+2HN0 3-,Pb(NOa)2+ H 20 Pb0+2NaOH -Na 2Pbü 2 + H 20
nitrato de chumbo plumbito de sódio
128 }'UNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA 7.3 ÓXIDOS 129
CAP. 7 AJtT.

Com os ácidos os óxidos anfóteros dão sais norrnais e com as Proprie·di(Jjdes ,quimicas: a) Reagem com os ácidos diluídos
bases dão sais complexos. dando sal e peróxido de hidrogênio ( os demais óxidos metálicos
dão sal mais água).
Oxmos SALINOS - São óxidos metálicos resultantes da com-
binação de um óxido básico com um óxido ácido de um mesmo Na 20 2 + 2HC1 - 2NaCl + H202
elemento. Por isso, são também chamados de óxidos compostos. Ba02 + H2SÜ4 - BaS04 + H202 (processo de preparação de
(Rigorosamente, um óxido básico com um óxido anfótero, :funcio- água oxigenada).
nando como óxido ácido) .
Devido a instabilidade do peróxido de hidrogênio ( água oxi-
Os únicos óxidos salinos são o FeaÜ4, Mn3 0 4 e Pb3 0 4 denomi- genada) opera-se a frio. Um aquecimento, pequeno que seja, pro-
nados, respectivamente, óxido salino de ferro, óxido salino de man- voca decomposição, libertando oxigênio de acôrdo com a equação:
ganês e óxido salino de chumbo. Assim:

óxidos bdsicos + óxidos dcidos - óxidos salinos


H 20 2 - H 20 + Y20 2 + X Cal
b) Os peróxidos metálicos reagem com a água, mesmo na tem-
FeO Fe 30 4 peratura ambiente, libertando oxigênio. Assim:
2Mn0 Mn 30 4
2Na 20 2 + 2H 20 - 4NaOH + 0 2(processo de preparação de oxigênio).
2Pb0 Pba04
O Pb0 2 e o Mn0 2 não são peróxidos pôsto que reagem com
Nota-se que o óxido salino é composto de dois óxidos do mes- os ácidos minerais sem produzir água oxigenada, não possuindo,
mo elemento em diferentes estados de oxidação. Assim, no Fe3 0•
tem-se FeO.Fe20a, isto é1 um Fe+2 (ferroso) e dois Fe+a (férrico)·
portanto, estrutura singular. São, pois, bióxidos conhecidos .bió- Pº:
xido de chumbo e bióxido de manganês. Aliás, todos perox1dos
Propriedades quí·micas: Reagem com os ácidos dando a for- são bióxidos de estrutura singular.
mação de dois sais juntamente com água. Exemplos: A invariabilidade de valência do elemento é outra particula-
ridade a destacar. Assim, o bário é sempre divalente, quer no
Fea04 + 4H2S04 - FeS0 4 + FeiS0 4)3 + 4H20. BaO quer no Ba02 (peróxido de bário).
O óxido composto de dois óxidos de elementos diferentes é co- óxrnos NEUTROS -São óxidos que não reagem com a
nhecido por espinela. Exemplos: água, nem com os ácidos e nem com as bases. São poucos os óxi-
.>
dos neutros: H20, CO, N20 e NO .
FeO . Cr 20 3 (cromita). Resumindo: Dos quatro grupos de elementos, os gases no-
PERÓXIDOS - São óxidos que apresentam estrutura singu- bres não formam óxidos; o hidrogênio forma dois óxidos: H20 ( óxi-
lar. A singularidade dos peróxidos decorre da ligação entre dois do neutro) e H 20 2 (peróxido). Dos elementos não-metálicos, três
átomos de oxigênio, constituindo o ion peróxido 0 2•• Formam pe- são óxidos neutros; os demais são óxidos ácidos. Os elementos me-
róxidos os elementos H, Na, K, Rb, Cs e Ba. tálicos possuem cinco óxidos distribuídos entre os peróxidos (Na2Ü2,
K 20 2, Rb 20 2 , Cs20 2 e Ba0 2) três entre os óxidos salinos, :fàcilmente
A estrutura do peróxido de hidrogênio é covalente podendo
reconhecíveis pela proporção de três partes do elemento para quatro
ser assim representada: H - O - O - H ou H - O - H.
de oxigênio (Fe3 0 4 , Mn 3 Ü4 e Pb 3 04) e os demais são óxidos básicos.
l Dêsses, possuem propriedades anfóteras os óxidos Al20a, ZnO, PbO,
o
Os peróxidos metálicos são compostos iônicos, contendo o ion Snü, Mn02, Cr2Üa e Fe2Üa,
metálico e o ion peróxido 02 = (Nos demais óxidos metálicos encon- Os óxidos metálicos têm estrutura iônica (ion o-). Já os óxidos
tra-se o ion óxido o=). não-metálicos têm estrutura covalente.
130 FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 7 .ART. 7.3 ÓXIDOS 131
Nomenclatura - Elementos de vwlência fixa. A nomenclatura Para os óxidos ácidos:
dos óxidos formados por elementos de valência fixa é a seguinte:
dá-se a palavra óxido seguido do nome do elemento, intercalando-se S02 - anidrido sulfuroso P Pa - anidrido fosforoso
a preposição de. SOa - anidrido sulfúrico P 20 6 - anidrido fosfórico
Exemplos:
Além da nomenclatura clássica, outras regras de nomenclatu-
NB.&0 - óxido de sódio ra surgiram no sentido de facilitar a leitura dos óxidos.
Ag20 - óxido de prata
Conhecem-se assim mais duas regras de nomenclatura para os
CaO - óxido de cálcio ZnO - óxido de zinco óxidos:
Al 20 3 - óxido de alumínio Th02 - óxido de tório b) Dá-se a palavra. óxido seguido do nome do elemento indi-
Certos elementos como H, Na, K, Rb, Cs e Ba formam dois cando-se o prefixo grego correspondente ao núme~o de átomos de
óxidos de tipos diferentes, um menos e outro mais oxigenado, per- oxigênio:
manecendo no entanto tais elementos com valência fixa. Usa-se o Exemplos:
prefixo proto para o menos oxigenado e per para o mais oxigenado.
Exemplos: CO - monóxido de carbono S0 2 - dióxido de enxôfre
002 - dióxido de carbono S03 - trióxido de enxôfre
H 20 - protóxido de hidrogênio Na 20 - protóxido de sódio
BaO - protóxido de báiio PP 3 - trióxido de fósforo N 20 4 - tetróxido de nitrogênio
P 20 5 - pentóxido de fósforo V20 5 - pentóxido de vanádio.
H202 - peróxido de hidrogênio Na20 2 - peróxido de sódio
Ba02 - peróxido d~ bário e) Dá-se a palavra óxido seguido da preposição de e do nome
É comum omitir o prefixo proto, dizendo-se apenas Na 2 0 do outro elemento, indicando-se a valência dêste com algarismos ro-
óxido de sódio; BaO - óxido de bário. manos.

EZem,entos de valênciro variável - Havendo dois óxidos do mes- Exemplos:


mo elemento, pode-se usar a seguinte regra de nomenclatura:
S02 - óxido de enxôfre IV P 20 3 - óxido de fósforo III
,a) Dá-se a palavra óxido seguido do nome do elemento acres-
cido dos sufixos oso .e ico. Usa-se oso para o elemento no menor es- S0 3 - óxido de enxôfre VI P 20 5 - óxido de fósforo V
tado de oxidação (menor valência) e ico para o elemento no maior FeO - óxido de ferro II SnO - óxido de estanho II
estado de oxidação (maior valência). Esta nomenclatura é comum
aos óxidos ácidos (anidridos) e aos óxidos básicos. Fe 20 3 - óxido de ferro III Sn0 2 - óxido de estanho IV
Exemplos: Fe 30 4 - óxido de ferro II e III V20 5 - óxido de vanádio V.

Para os óxidos básicos: A leitura de cada óxido em separado é de fato facilitada com
o emprêgo das novas regras de nomenclatura. No entanto, no es-
Cu20 - óxido '.cuproso tudo em conjunto dos óxidos com as demais funções, a interdepen-
Hg20 - óxido mercuroso dência que existe entre elas só é notada quando se emprega a no-
FeO - óxido ferroso menclatul'.a clássica. É o que veremos no decorrer do estudo das
CuO - óxido cúprico funções.
HgO - óxido mercúrico Elementos que formam vários óxid,os: Poucos são os elemen-
Fe 30 3 - óxido férrico. tos, metais ou não-metais, que possuindo vários óxidos, seguem exa-
132 .FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA CAI>. 7 ÓXIDOS 133
tamente uma dessas regras de nomenclatura. Na prática, geralmen- estado de oxidação e, portanto, de maior número de átomos de
te o que se usa é o concurso de tôdas elas.
oxigênio.
óxidos metálicos: óxidos níio-,metálicos
N 20 - óxido nitroso (óxido neutro)
CrO - óxido cromoso (óxido básico) NO - óxido nítrico (óxido neutro)
Cromo { Cr2Üa - ó~do_ crôm~co. (óxido anfótero) { N0 -
Nitrogênio 2 bióxido de nitrogênio
CrOa - amdrido cromwo (óxido ácido). N 20 3 - anidrido nitroso (óxido ácido)
N 20 5 - anidrido nítrico (óxido ácido)
O cromo é encontrado em três estados de oxidação: + 2, + 3 e
+ 6 formando sempre compostos coloridos. Os compostos de cromo 01 20 - anidrido hipocloroso
Ch03 - anidrido cloroso
nos estados de oxidação +3 e +6 são muito estáveis; já no estado { 010 - bióxido de cloro
Cloro 2
de oxidação +2 são muito instáveis e, por isso, são poderosos agen- Cl 20 5 - anidrido clórico
tes redutores. Cl 20 7 - anídrido perclórico
Na nomenclatura de certos óxidos ácidos, recorrem-se aos pre·
FeO - óxido ferroso (óxido básico) fixos hipo e pet'. Usa-se hipo para designar o estado de oxidação
Ferro { Fe2Üa - óxido férrico (óxido anfótero) do elemento abaixo de os,o e per o estado de oxidação acima de ico.
FeaÜ4 - óxido salino de ferro (óxido salino).
Os óxidos Cl0 2 e N02 quando sob ação da água formam dois
ácidos e sob ação das bases solúveis formam dois sais, respectiva-
Os compostos de ferro no estado de oxidação +3 são muito
mente no menor e maior estado de oxidação. São por isso conhecidos
estáveis e no estado de oxidação + 2 são instáveis.
por "anidridos mistos".
O níquel e o cobalto, semelhantes ao ferro, têm dois importan-
tes estados de oxidação: + 2 e + 3. Diferem contudo do ferro, por- 2Cl02 + H20 - HCl02 + HC10 3
que só em condições especiais são oxidados de +2 a +3. Portanto, 2N02 + H20 - HN02 + HNOa
os compostos estáveis de níquel e cobalto são os de estado de oxi- 2Cl0 2 + 2NaOH- NaCl02 + NaC10 3 + H20
d~ção +2. Como o cromo, o níquel e o cobalto têm grande tendên- 2N02 + 2NaOH - NaN02 + NaN0 3 + H20.
cia para formar ians COl.mplexos estáveis.
Portanto, todos os óxidos do cloro são óxidos ácidos.

MnO - óxido manganoso (óxido básico) NOTA: Usam-se os prefixos meta, piro e orto para designar os

Manganês
f Mn2Üa - óxido mangânico (óxido básico)
Mn02 - bióxido de manganês (óxido anfótero)
ácidos do fósforo, ars1enico e antimónio que se formam quando os
respectivos óxidos ácidos se combinam com diferentes quantida-
MnaÜ4 - óxido salino de manganês (óxido salino) des de água.

l Mnüa.~~nidrido mangânico (óxido ácido):'


Mn201 - anidrido permangânico (óxido ácido).
Ao ácido proveniente da combinação teórica de um mol do
anidrido com 1 mol de H 20, dá-se o prefixo rmeta, com dois moles
de água o prefixo piro e com três moles de água o prefixo orto.
Elementos metálicos que formam var1os óxidos quando colo-
Assim:
~a~os e~ _ordem crescente de estados de oxidação, nota-se que os
ox1dos bas1cos são sempre os primeiros enquanto que os óxidos áci- ( P203 + H20- H2P204 - HP02 ácido metafosforoso
dos (anidridos) são os últimos da série, isto é, os de mais elevado { P 20 3 + 2H 20 - H 4P 20 5 ácido pirofosforoso
l P203 + 3H20- H 6P206 - H 3P0 3 ácido ortofosforoso
134 FUNÇÕES DA QUÍMIC'J\. INORGÂNICA CAP. 7 ART, 7.3 ÓXIDOS 135

P205 + H20 -H2P20a - HP03 ácido metafosfórico Os hidróxidos dos metais alcalinos e o de bário dificilmente se
{ P205 + 2H20 - H4P201 ácido pirofosfórico
P20:; + 3H20- HaP20s - H 3P04 ácido ortofosfórico desidratam.

O mesmo ocorre com o arsênico e o antimónio. 3) CALCINAÇÃO DOS SAIS OXIGENADOS


Na prática quando o anid~ido fosfórico reage com a água for- ci) Carbonatos neutros e bioarrbo11atos:
ma-se sempre o ácido ortofosfórico que uma vez aquecido trans-
A A
forma-se em ácido pirofosfórico ou ácido metafosfórico, dependen-
do da temperatura:
CaC03 - OaO + 002 Ab(00 3) 3 - AhOa + 3002
A
220°C 2N aH00 3 N a200 3
- H20 002+ +
2HaP04 - - - li4P207 + H20 A
320°C Oa(HC03)2 - Oa003 + H20 + 002.
HaP04 - - - HP03 + H 20 Os carbonatos neutros alcalinos são pràticamente indecompo-
Preparação :
níveis pelo calor.
1) SÍNTESE: Oxidação direta dos metais e não-metais.
b) Nitratos - De um modo geral, tem-se:
4Na + 02 - 2Na20 2Hg + 02 - 2Hg0
Â
20u + 02 - 20u0 4B + 302 - 2B203 Nitrato de um metal - óxido de metal + N02 + 02
O + 02 - 002
8 S02 + 02 - A
O oxigênio combina-se diretamente com todos os metais ex- 20u(N03)2 - 20u0 + 4N02 + 02
ceção do Au, Ag, Pt e Pd e com todos os não-metais, exceçã~ dos A
2Pb(N0 3)2 - 2Pb0 + 4N02 + 02
halogênios. Também não SP combina com os gases nobres.
A
O oxig·ênio combina-se com os óxidos dos elementos de valên-
cia variável, convertendo-os de menor para maior estado de oxi-
4AgNO~ - 2Ag20 4N02 02+ +
dação. Assim : Os nitratos dos metais alcalinos decompostos pelo calor se
transformam em nitritos e o nitrato de amônio quando aquecido
4Fe0 + 02 - 2Fe20a 20u20 + 02 - 40u0 a 170ºC se decompõe em óxido nitroso ( conhecido por gás hi"w-
200 + 02 - 2002 P 20 3 + 02 - P 20 5 riante, um dos primeiros anestésicos a ser usado) . Assim:
Já o S02 para se converter em S03 exige temperatura elevadas e A
ainda o auxílio de catalizadores: NH4N0 3 - N20 + 2H20
Pt 4) USTULAÇÃO DOS SULFETOS
2802 + 02
- 2803 (450°0)
A
V205
2) DESIDRATAÇÃO DAS BASES 2Pb8 + 302 - 2Pb0 + 2802
A
:6
+ A 2Zn8 +
302 - 2Zn0 2802 +
Oa(OH)2 - OaO H20 Mg(OH)2 - MgO + H 20 A
A A 4FeS2 + 1102 - 2Fe203 + 8802
Ou(OH)2 - OuO H20 + 2Al(OH) 3 - Al203 3H 20 +
A A A calcinação e ai ustulação são operaç,ões de aquecimento. A cal-
Sn(OH)2 - SnO + H20 Sn(OH)4 - Sn02 + 2H 20 cinação consiste no aquecimento do composto sólido sem necessi-
136 FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA CAP, 7 ÁCIDOS 137

dade da participação do oxigênio do ar. Caso contrário, a opera- Os principais minérios, cuja parte pura é encontrada na forma
ção d@omina-se ustulação. de óxidos, são os, seguintes:
Diz-se assim, calcinação dos carbonatos, calcinação dos nitra-
tos, ustulação dos sulfetos. A desidratação das bases é também uma Hematita: Fe20 3 :Cassiterita: Sn02
calcinação. Magnetita: FeP4 Cuprita: Cu2Ü
5) AÇÃO DOS ÁCIDOS SÔBRE CERTOS SAIS Pirolusita: Mn02 Bauxita: Al20 3 • H20
Cromita: FeO . Cr20 3
CaC03 + 2HC1 - CaCl2 + H20 + C02
NOTA: Outros minérios existem cuja parte pura é encontrada
Na2S03 + 2HC1 - 2NaCl + H20 + S02 na forma de sulfetos, carbonatos, cloretos, nitratos, etc. Os princi-
Na2S20 3 + 2HC1 - 2NaCl + H20 + S02 + S pais são:
Tanto os sulfitos como os tiossulfatos produzem S0 2 quando Galena: PbS Calcáreo: CaCOa
tratados por ácidos minerais. Entretanto a formação de enxôfre
distingue os sulfitos dos tiossulfatos. Blenda: ZnS Dolomita: CaCOa . MgCOa
Cinábrio: HgS Carnalita: KCl. MgCb
Propriedades - Os óxidos são geralmente sólidos, maus
condutores do calor e da eletricidade. Os óxidos. do cloro, nitro- Pirita: FeS 2 Salitre do Chile: NaNOa
gênio, carbono e enxôfre são quase todos gasosos. Sal-Gema: NaCl
Os óxidos ácidos são solúveis na água. Ao se dissolverem rea-
gem com a água formando ácidos. 7.4-Ãcidos
Os óxidos ácidos são solúveis nos hidróxidos alcalinos forman- Os ácidos podem ser conceituados sob diferentes aspectos con-
do sempre sal mais água.
• Dos óxidos básicos, os óxidos dos metais alcalinos são solúveis
forme a época que se esteja encarando.
OoncBito ,antigo: são compostos que em solução aquosa apre-
na água; os óxidos dos metais alcalino-terrosos são pouco solúveis
sentam sabor azêdo, conduzem a corrente elétrica, modificam a côr
e os demais óxidos são insolúveis na água. A solubilidade dos me-
dos indicadores, reagem com as bases formando sal mais água, rea-
tais na água é semelhante. Assim, os metais alcalinos e alcalino-
gem com os carbonatos com efervescência de'Vido a produção de
-terrosos são solúveis na água formando hidróxido metálico e des-
prendendo gás hidrogênio: gás carbônico, encerram um ou mais átomos de hidrogênios substi-
tuíveis, ( conceito segundo o ponto de vista funcional).
2Na + 2H20 - 2Na0H + H2 Conceito segundo a t,eoria iônica ( Arrhenvi1,S): São compostos
2K + 2H20 - 2KOH + H 2 que em solução aquosa produzem H+ (ion hidrogênio)
Ca + 2H20 - Ca(OH)2 + H2 HCl+ P: H+ + c1- HN0 3 P: H't+ NOa-
Os demais metais são insolúveis na água. H2S04 p; 2H+ + so4-- H3P04 P: 3H+ + P04___
Estado Natural - A maior parte dos óxidos metálicos en- As propriedades de um ácido quando em solução aquosa cor-
contra-se na natureza constituindo os minérios. Sob o ponto de rem por conta do ion hidrogênio. (Na verdade o I-J+ em solução
'Vista químico, minério é uma mistura heterogênea formada de um aquosa se encontra hidratado, constituindo o ion HaO+, ion hidro-
composto químico definido (parte pura do minério) e as impure- xônio. Contudo para simplificar representa-se comumente o ion H+
zas, mais conhecidas por gain.ga. sem a água de hidratação) .
138 FUNÇÕES DA ·QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 7 ÁCIDOS 139
Conceito moderno (Bronsted-Lowry): São compostos que têm , ·a Já os ácidos H 3 PÜ 3 (ác. fosforoso) e HaP02 (ác. hipofosfo-
tendência a perder prótons. ( Ver 7.5) . aci
0
embora tenham 3 átomos de hidrogênio são no entanto biáci-

Classificação - Os ácidos apresentam várias classifica- roso . . · d · 't
do e monoácido, respectivamente, visto o p~n:1-e~to possmr ois. a ~-
ções conforme o critério adotado. de hidrogênio ligados a átomos de ox1gemo• e, portanto, , 10m-
II10S
l) HmRÁcmos e 0XIÁCIDOS - Conforme apresente ou não , eis enquanto que o ácido hipofosforoso possm apenas um atomo
zav , f'
de hidrogênio, ligado a átomo de oxigênio, como se ve na ormu1a
A
oxigênio em sua molécula.
Exemplos: estrutural :

Hidrácidos: HCl, HBr, HI, HCN, H 2S, HCNS, etc.


/OH
Oxiácidos: HN03, HC103, HC104, H2C0 3, H 2S04, H 3P04, etc.
O=P-H
2) MoNoÁcmos e POLIÁcmos - Conforme o número de ions
H+ produzidos. "'H
Exemplos:
H 3P0 3 H 3P02
(ác. fosforoso) (ác. hipofosforoso)
M onoácidos: HCl, HBr, HI, HCN, HN03, HCI04 , H 3 P0 2,
CH3COOH, etc. , Modernamente os ácidos se classificam em monoprôticos e po-
H2S, H2S04 1 H3P03 (biácidos) lipr,óticos, conforme o número de prótons cedidos; A~i~i,_ o HCl
Poliácidos: { H 3P04 (triácido) e o HN0 3 são ácidos monopróticos; o H2S04 e d1protico e o
H4P201 (tetrácido) H 3 P04 é triprótico.
Nos hidrácidos todos os átomos de hidrogênio têm caráter áci- 3) FORTES E FRACOS - conforme o grau de ionização.
do, isto é, são capazes de se ionizar, e portanto, são substituíveis por
metal. Ácidos fortes são aquêles que em solução aquosa se encontram
Já nos oxiácidos somente os átomos de hidrogênio que s,e en- muito ionizados.
contram ligados a átomos de oxigênio ,apr.esemtam caráter ácido po-
dendo então em solução aquosa se ionizar. Exemplos: HCl, HBr, HI, HNOa, HCI04.
Nem sempre a fórmula molecular é suficiente na identificação
O grau de ionização do HCl em solução aquosa 0,1 N é
dos átomos de hidrogênio ionizáveis. Muitas vêzes temos que recor-
rer a fórmula estrutural plana. a= 0,92, isto é, o ácido clorídrico se encontra 92% ionizado.
Exemplos: Ãciilos fracos são aquêles que em solução aquosa se encontram
pouco ionizados.
0\./0H /OH H
/OH
s O=S O P-OH
1
H-C-C
~º Exemplos: HF, HCN, H2S, H2COa, CHsCOOH, etc.

cf "'-oH "'-oH "'-oH


H
1
"'-oH O grau de ionização do CH 3 COOH em solução aquosa 0,1 N é
=
'"
= O'013 '
isto é o ácido acético está 1,3% ionizado.
'
H2S04 H2S0 3 H 3P04
.

(ác. sulfúrico) (ác. sulfuroso)


CH3COOH Podemos também dizer que para os ácidos fortes a tende para
(ác. fosfórico) (ác. acético)
1 e para os ácidos fracos a tende para zero.
Vê-se, pois, que o ácido acético ( ácido orgânico) é monoácido,
os ácidos sulfuroso e sulfúrico são biácidos e o ácido fosfórico é tri- fracos fortes
o~--a~l.
--~-----~-~--------- -- ---

140 FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 7 ART, 7.4 ÁCIDOS 141

Os ácidos fortes são pois aqueles que tendem para a forma iô- N om.enclatura Rara os húlrácidos: Dá-se a palavra ácido
nica enquanto que os ácidos fracos tendem para a forma mole- seguido do nome do elemento (ou radical) combinado ao hidrogê-
cular. nio com a terminação ídrico.
Conclui-se assim que a fôrça de um ácido está ligado ao grau
Exemplos:
de ionização do ácido e não ao seu poder de destruição. Assim, o
HCl é um ácido forte e nada corrosivo; já o H 2S0 4 é bastante cor- HCl - ácido clorídrico H2S - ácido sulfidrico
rosivo e, no entanto, não é dos mais fortes. Já o HCN é o mais tó-
xico dos ácidos e também dos mais fracos. HBr - ácido bromídrico HCN - ácido cianídrico

4) F1xos E VOLÁTEIS - Conforme a tensão de vapor. A tensão HN 3 - ácido nitrídrico HCNS - ácido suliocianídrico.
de vapor influi no ponto de ebulição do líquido, sob uma dada pres- Para os oxiácidos: Se houver dois ácidos do mesmo elemento
são. Assim, líquidos de baixa tensão de vapor apresentam elevado
dá-se a terminação oso e ico para designar o elemento no menor e
ponto de ebulição e líquidos de apreciável tensão de vapor têm bai-
maior estado de oxidação.
xo ponto de ebulição.
Acúlos fixos são aquêles que possuem alto ponto de ebulição. Exemplos:

Exemplos: H2S04, H 3 P04, H 3B0 3 • HN02 - ácido nitroso H2S0 3 - ácido sulfuroso
HN0 3 - ácido nítrico H2S0 4 - ácido sulfúrico.
Ácidos voláteis são aquêles que possuem baixo ponto de ebu-
lição. Se houver mais de dois ácidos do mesmo elemento empregam-
Exemplos: HCl, HBr, HI, HF, HCN, H 2S, H 2 C0 8 , HNOa,- -se os mesmos prefixos usados para os óxidos.
CHaCOOH, etc.
Exemplos:
Ionização - Os monoácidos ou ácidos monopróticos em solução
aquosa ionizam-se como se vê abaixo: HCIO - ácido hipocloroso HB0 2 - ácido metabórico
HCl P H++ Cl- HC10 2 - ácido cloroso H 0B0 3 - ácido ortobórico
generalizando: HA P H+ + A-. HC10 3 - ácido clórico H2B 40 7 - ácido tetrabórico
Produzem apenas um H+ e, por isso, dão sais neutros. Exemplos~ HC10 4 - ácido perclórico HP0 3 - ácido metafosfórico
HCl + NaOH - NaCl + H 20 HP02 - ácido metafosforo H 4P207 - ácido pirofosfórico
Os poliácidos ou ácidos polipróticos em sofoção aquosa po- H 4P205 - ácido pirofosforo H 3P0 4 - ácido ortofosfórico.
dem sofrer mais de uma ionização. Exemplos:
H 3P03 - ácido ortofosforoso
H2SÜ4 p H++Hso4- H2S P H++Hs-
HSo4- P H++ so4- Hs- P H++ s-- Écomum omitir o prefixo orto, dizendo-se apenas ácido fos-
fórico, ácido fosforoso.
H 3P04 P H+ + H2PÜ4- H2C0 3 P H:+HC0 3-
Existem dois ácidos do fósforo que não derivam dos óxidos
H2P0 4- P H++ HP04-- HC0 3- P H++ C0 3-
ácidos: H 3 P0 2 - ácido hipofosforoso e H4P2Üe - ácido hipofos-
HPo4- p H+ + Po4---. fórico. Êsses ácidos só existem na forma de sais, os hipofosfitos e
Podem portanto formar sais neutros e sais ácidos. hipofosfatos.
142 FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 7 ART. 7.4 ÁCIDOS 143

Preparação Por ser um ácido fixo o H2S04 não pode ser obtido em labo-
1) PROCESSO DE DESLOCAMENTO : ratório pelo processo de deslocamento.
A reação 2HC1 + Na2S04 ~ 2NaCl + H2S04 não ocorre. É
Ação de um ácido fixo sôbre uni sal ele wm ácido volátil. contudo obtido na indústria em larga escala é portanto barato, pelo
processo das câmaras de chumbo e mais modernamente pelo processo
Para o áciclo clorídrico :
de contato, (ver Fig. 8.4) que usa como catalizador tela de platina
 ou bolinhas de pentóxido de vanádio.
H2S04 + NaCl - NaHS0 4 + HCl (laboratório) A matéria-prima na obtenção do H2S04 é o enxôfre ou a pi-
 rita de ferro. O enxôfre é extraído do subsolo na região de Loui-
H2S04 + 2NaCl - Na2S0 4 + 2HC1 (industrial). siana com a elevada pureza de 99,8% pelo processo da bomba Frasch
(ver Fig. 9.6).
Para o ácido nítrico:
As reações que se passam na tecnologia do H2SO~ são muito
 simples constando de três fases :
H2S04 + NaN0 3 - NaHS0 4 + HN0 3 (laboratório)
 (combustão) S + 02 - S02 ou 4FeS2 + 1102 - Fe20a + 8SOt
H2S04 + 2NaN0 3 - Na2S0 4 + 2HN03 (industrial). (ustulaçãq da pirita de ferro).
V205
Para o ácido sulfídrico: (oxidação) 2802 + 02 - - 2803 (450º C).
(hidratação) S0 3 + H20 - H2SO, ácido sulfúrico (ver estudo de-
H2SO, + FeS - FeS04 + H2S (aparelho de Kipp - ver Fig. 8-2) talhado, cap. 8).
ou '.
Para os hidrácidos :
2) COMBINAÇÃO DIRETA DO HIDROGÊNIO COM NÃO-METAIS (SÍN·
Para o ácido cianídrico: TESE):
luz difusa
H2SO, + 2KCN - K2S04 + 2HCN (reação usada na câmara de gás).
Para o ácido fluorídrico: Para os oxiácidos :

H2S04 + CaF2 - CaS04 + H2F 2. 3) DISSOLUÇÃO DE UM OXIDOÁCIDO (ANIDRIDO) EM ÁGUA:

Também na química orgânica emprega-se o processo de deslo- C02 + H20 - H2S0 3 S02 + H20 - H2S0 3
camento de um ácido volátil pela ação de um ácido menos volátil S0 3 + H20 - H2S04 P 20 5 + 3H20 - 2H3P04.
( ácido fixo) . 4) PROCESSOS ESPECIAIS: O ácido bromídrico e o áci-
do iodídrico não podem ser obtidos pelo processo de deslocamento
H2S04 + 2CHaCOONa - Na2S0 4 + 2CH3COOH (ácido acético) quando se faz atuar o H2S04 sôbre um brometo ou sôbre um iodeto.
De fato o HBr e o HI a medida que se formam reagem com o
Vê-se, pois, o emprêgo que tem o H 2S0 4 na preparação de ou-
H 2S0 4 produzindo bromo e iôdo respectivamente:
tros ácidos. Além disto o H2S04 é usado em quase tôdas as indús-
trias químicas. Daí o seguinte aforismo: "Mede-se o desenvolvi- H2S0 4 +2NaI- Na2S0 4 +2HI e H2S0 4 +2HI--+ S02+H20+I2.
mento material de um país pela produção diária de ácido sulfú- Daí o emprêgo de processos especiais de preparação para o
rico". ácido bromídrico e ácido iodídrico, a partir do tri ou penta bro·
144 FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 7
.AJtT. 7.4 ÁCIDOS 145
meto de fósforo e do tri ou penta iodeto de fósforo agindo sôbre
a água: K
Na
Ca
PBr8 + 3H20 - H 3P03 + 3HBr Mg
Al
PBr6 + 4H20 - HaP0 4 + 5HBr Mn
Zn Elementos que deslocam H2 dos ácidos não oxidantes
PI 8 + 3H20 - H 8P03 + 3HI Cr
Fe
PI5 + 4H20 - H 8P0 4 + 5HI Co
Ni
Outro processo especial para o HBr e HI consiste na ação do Sn
H2S sôbre o bromo e o iôdo: Pb
H

l
Cu
As
Bi
Sb Elementos que não deslocam H2 dos ácidos
Hg
Também o ácido nítrico é obtido por processos especiais como Ag
o processo .àe 01Stwald' e o de Byrkel,and-Eyde (ver cap. 8). Pt
Au J
Cumpre assinalar que os ácidos puros, anidros, são compostos
covalentes; uns gasoso como o HCI (g), H2S (g) e outros líquidos Os primeiros elementos da série são os mais eletroposit!vos _e
08 últimos os menos eletropositivos. Portanto, cada elemento e mais
como o H2S04(l), HN0 3 (l). Nesse estado êles não conduzem a
eletropositivo que o seguinte.
corrente elétrica, e portanto, não apresentam características ácidas.
Todavia adquirem o caráter ácido quando se encontram em solu- Assim os elementos que estão acima do hidrogênio quando
tratados pelos ácidos não oxidantes deslocam o gás H2, sendo que
ção aquosa devido a formação do ion H+, responsável pela acidez.
os mais eletropositivos (K, Na e Ca) deslocam H2 da água até a
Portanto, quando se escreve HCl(g), lê-se gás clorídrico ou hidreto
frio e também dos ácidos, com os quais reagem violentamente.
de cloro, H2S (g) lê-se gás sulfídrico. Já HCI, H2S, quer dizer áci-
do clorídrico, ácido sulfídrico, subentendendo pois que êles se en- Propriedades químicas - Estudaremos apenas as proprie-
contram em solução aquosa. dades químicas dos principais ácidos: HCl, H2S04 e HNOa.
O HCl é um ácido forte, volátil, não possuindo propriedades
SÉum DAS TENSÕES ELETROQUÍMICAS - Os elementos metálicos e o
oxidantes. Atua apenas como ácido.
hidrogênio são aquêles que têm tendência a perder elétrons para for-
mar ions positivos. O H 2 S04 e o I-IN0 3 são ácidos que têm o enxôfre e o nitro-
gênio no mais alto estado de oxidação e, por isso, atuam como agen-
Denomina-se tens,ão de ionização ou potencial eletroquímico a tes oxidantes. Contudo o H 2 S04 quando diluído funciona apenas
energia necessária para ionizar um átomo de um elemento. como ácido.
Fazendo-se uma tabela de elementos na ordem decrescente de
1) Ação dos á,,cidos sôbre os metais
tensão pode-se afirmar que um elemento qualquer pode deslocar
de suas combinações um outro que segue e ser deslocado por um O ácido clorídrico atua sôbre os metais com desprendimento
outro que precede. de hidrogênio e formação d:e cloreto metálico1 com o metal no me-
nor .estado de oxidação :
146 FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA
ÁCIDOS 147
,71 ,71
2HC1 + Zn - ZnCl2 + H2 2HC1 + Mg - MgC1 2 + H 2 dilui'do ataca O estanho formando nitrato
. estanoso, nitrato de amô-
.
n10ea 'gua e' portanto' sem desprendimento gasoso:
2HC1 + Fe - FeCI2 + H2,71 2HC1 + Sn - SnCI 2 + H,712
9HN02 + 4Sn --+ 4Sn(NOs)2 + 3H20 + NHa
O ácido clorídrico mesmo concentrado não ataca os metais que
estão abaixo do hidrogênio na série das t,ensões eletroquímicas ( Cu, NH 3 + HN0 3 - NH4NOa
10HN03aiz + 4Sn --+ 4Sn(N0 3)2 + NH4NOa + 3H20
Bi, H~, Ag, Pt e Au). Assim o cobre não é atacado pelo HCl, po-
rém se o cobre estiver na forma de óxido sofre o ataque. Há na verdade formação de gás amoníaco. Todavia não cheg~
O ácido sulfúrico diluído atua sôbre os metais que estão acima a~ desprender porque o HN0 3 em excesso. transforma-o em m-
do hidrogênio na série das tensões eletroquímicas com desprendi- trato de amônio. O mesmo ocorre com o zmco:
mento de hidrogênio e formação do sulfato metálico, com o metal
no menor estado de oxidação. 10HN03a;z + 4Zn --+ 4Zn(N0 3)2 + NH4NÜa + 3H20.
J' 0 ácido nítrico de concentração mediana ataca o estanho com
despr:ndimento de N0 2 e formação de um precipitado branco de
ácido metaestânico que é óxido estânico hidratado:
O ácido sulfúrico concentrado e a quente atua sôbre os me-
tais que estão acima e abaixo do hidrogênio na série das tensões
eletroquímicas (exceção de Au e Pt) com desprendimento de S02, Sn02. H20
agindo portanto como agente oxidante.
o HCl, H 2S0 4 e HN0 3 mesmo conce~trados, e_ a q~ente não
2H2S04conc. + 2Ag - Ag2S04 + 2H20 + S02
,71 atacam O ouro e a platina. Entretanto, a ag'tl,a regm (mi~tura de
HCl e HNOa) ataca O ouro e a platina formando respectivamente
2H2S04çonc. + Hg - HgS04 + 2H20 + S02?' ácido cloroáurico e ácido cloroplatínico:
,71 ,71
+ 2H20 + S02 HNO 3 + 4HC1 + Au --+ HAuCl4 + 2H20 + NO ,71
.

4HN03 + 18HC1 + 3Pt --+ 3H2PtCla + 8H20 + 4NO.


O ácido nítrico diluído ou concentrado atua sôbre os metais 2) Ação dos ácidos s,ôbre os óxidos
(exceção do Au e Pt) agindo sempre como agente oxidante. Quan- o HCl, H 2 S0 4 e HN0 3 atuam sôbre os óxidos funcionando ape-
do diluído o gás desprendido é o óxido nítrico e quando concen- nas como ácido.
trado é o bióxido de nitrogênio ( de côr VBrmelha). Os óxidos básicos, anfóteros e salinos, tratados pelos ácidos ~ã.o
sal mais água. Os peróxidos dão sal mais água ox~g~nada. Os ox1-
8HNOaai1. + 3Cu - 3Cu(N0 3)2 + 4H20+ 2NO,71 dos ácidos e os óxidos neutros não reagem com os acidos. (ver pro-
priedades químicas dos óxidos) .
8HNOaaiz. + 3Co - 3Co(N0 )2 + 4H20 + 2NO
,11
3
3) Ação dos ácidos sôbre as b,ases
4HNOaconc. + Cu - Cu(NOa)2 + 2H20 + 2N0 2
,71
Os ácidos reagem com as bases f ormando sempre sal mais
água.
4HNOaconc. + Pb - Pb(N03)2 + 2H20 + 2N02.
,71

HCl + NaOH - NaCI + H20


O ácido nítrico atua sôb~e o estanho e o zinco de modo diver-
H 2S0 1 + Ba(OH)2 - BaS04 + H20
so, dependendo da concentração do ácido. Assim, o ácido nítrico
HN0 3 + KOH - KNOa + H20.
148 FUNÇÕES DA QUÍlVIICA INORGÂNICA CAP. 7 ART, 7.5 BASES 149

4) Ação dos ácidos sôbre os sais Acido += H+ + base (O próton é o próprio ion hidrogênio)
H20 + H+ - H30+
Os ácidos não-voláteis (ácidos fixos) deslocam os ácidos volá-
teis de seus sais ( ver preparação dos ácidos pelo processo de deslo- NH3 +
H+ - NH/
camento) . CN-+ H+ - HCN.
Os ácidos reagem com sais solúveis para formar sais insolú- De acôrdo com a teoria protônica os ácidos e as bases podem ser
veis ( ver 7. 6 - Leis de Berthollet) . moléculas ou ions.
AÇÃO DOS INDICADORES SÔBRE OS ÁCIDOS E BASES
7,5-Bases
As bases também podem ser conceituadas sob diferentes as- INDICADOR ÁCIDO BASE
pectos.
Cone.eito antigo: São compostos que em solução aquosa apre- Tornassol Vermelho Azul
sentam sabor de "lixívia", conduzem a corrente elétrica modifi-
cam a côr dos indicadores, reagem com os ácidos formando' sal mais Fenolftaleina Incolor Vermelho
>-,'.;;"'~f"'fc

água (conceito sob o ponto de vista funcional).


Vermelho Congo Azul Ver1;rwJho
Cone.eito segundo a teoria iônica ( A.rrhenius): São compostos ----
que em solução aquosa produzem OH- (ion oxidrila ou hidroxila). Alaranjado de metila (Heliantina) Alaranjado Amarelo

NaOH += Na++ OH- KOH += K+ + OH-


Classificação - As bases apresentam também várias classifica~
NH40H += NH/ + OH- Ca(OH)2 += Ca+t + 20H- ções:
As propriedades de uma base quando em solução correm por 1) MoNOBASES E POLIBASES - Conforme o número de ions OH.
conta do ion OH·· produzidos.
O ion OH- ou' está presente na molécula da base ou1 então, Monobases: NaOH, KOH, Li OH, NH40H
pode ser produzido de um óxido quando reage com a água:
Bibases: Ca(OH)2, Mg(OH)2
Tribases: Al(OH)a, Fe(OHh
A :função base tem poucos representantes devido a insolubili-
Os óxidos que reagem com a água para formar bases são co-
dade da maioria dos hidróxidos metálicos. A função base se res-
nhecidos por óxidos básicos. Somente os óxidos solúveis formam ba-
tringe pois aos hidróxidos solúveis que são os dos metais alcalinos1
ses sob a ação da água. São os óxidos dos elementos mais eletro-
positivos (metais alcalinos e alcalino-terrosos). dos metais alcalino-terrosos (pouco solúveis) e o hidróxido de
amônio.
Conceito moderno (Bronsted-Lowry) São compostos que tem
tendência a receber prótons. 2) FORTES E FRACAS - Conforme o grau de dissociação.

O conceito de ácidos e bases segundo a teoria iônica aplica-se so- Bases fortes: são aquelas que em solução aquosa se encon-
mente para as soluções aquosas. O conceito moderno é de âmbito ge- tram muito dissociadas.
ral, aplicável a qualquer solvente. Exemplos: KOH, NaOH, LiOH.
Se os ácidos são os doares de prótons e as bases os aceptores é O KOH, por exemplo, em solução aquosa tem o grau de dis-
óbvio que para cada ácido existe uma base correspondente. Assim: sociação a = 0,91, isto é, se encontra 91 % dissociado.
150 FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA BASES 151
CAP. 7 .ABT, 7.5
Bases fracas: são aquelas que em so1ução aquosa se encon- O hidróxido de cálcio é portanto a base mais barata que exis-
tram pouco dissociadas. te; porém o seu uso é restrito em face de ser pouco solúvel na
Exemplos: NH4 0H. água. Toma o nome de água de cal quando em solução diluída e de
Zeite de cal na forma de suspensão coloidal.
3) FIXAS E VOLÁTEIS - Tôdas as bases são fixas A , · b
volátil é o NH 4 0H. · umca ase 2) HIDRÓXIDOS INSOLÚVEIS
Nomencla1tura - (Ver Resumo das funções) .Ação dos hidróxidos solúv.eis sôbre os sais das bases insolúveis.
Preparação : Exemplos:
l) HIDRÓXIDOS SOLÚVEIS (Processos de laboratório) CuS0 4 + 2NaOH --* Cu(OH)2 ./ + Na2S04
Ação ,dos óxidos básicos sôbre a água: FeCl3 + 3NaOH --* Fe(OH) 3 . / + 3NaCl
Exemplos: AlC1 3 + 3NH40H --* Al(OH) 3 ./ + 3NH4Cl .

Na20 + H20 --* 2NaOH K20 + H20 --* 2KOH Observação: As bases obtidas na forma de precipitados em-
CaO + H20 --* Ca(OH) 2 Mgü + H 20 --* Mg(OH) 2
bora insolúveis em água, dissolvem-se porém nos ácidos. Assim:

Ação dos metais alcalinos e alcalino-terrosos sôbre a água Fe(OH) 3 + 3HC1 --* FeC13 + 3H20.

2Na + H20 --* 2Na0H + H2; 2K + H 20 ~ 2KOH + H 2 Certas bases precipitadas são também solúveis em excesso de
reagente. É o caso por exemplo, dos hidróxidos de zinco e de alumí-
Ca + 2H20 --* Ca(OH)2 + H2; Ba + 2H 2 0 --* Ba(OH) 2 + H 2.
nio que se obtém na forma de precipitados brancos. Com excesso
, Os metais fortemente eletropositivos deslocam pois hidrogênio de hidróxidos alcalinos os precipitados se dissolvem devido a for·
da agua formando os respectivos hidróxidos. mação de zincatos e alwmin,atos (ver pesquisa de cations, cap. 10) .
. Dev_e-se ter cuidado ao colocar sódio na água. É uma reação 3) HIDRÓXIDO DE AMÔNIO
~mt~ _violenta com forte desprendimento de calor e produção de
h1drox1do de sódio. O perigo está na projeção de soda cáustica. a) Dissolução do gás amoníaco em água:

. O hidróxi~o ~e sód~o (soda cáustica) e o hidróxido de potás- NH 3 + H20 --* NH40H.


sio (potassa caustica) sao obtidos em grande escala, na indústria.
b) Ação da cal extinta (hidróxido de cálcio) sôbre 'Ui'ln sal
Prooesso i~1:'8trial: A soda cáustica é obtida na indústria pelo
de amiônio:
processo eletrolitwo, que consiste na eletro'li"se d 1 -
d aso~~~
e cloreto de sódio (ver cap. 8). Também é obtida na indústria frio
pelo processo químico a partir do Na2C03 - soda Solvay (ver 2; 2NH4Cl + Ca(OH)2 - CaCb + 2NH40H.
volume)· O mesmo ocorre com o hidróxido de potássio. A quente o hidróxido de amónio se decompõe:
Já o hidróxido cálcio, é obtido tanto na indústr1·a
1 b t, · . como em
a ora or10, a partir da reação do óxido de cálcio com a água:
Propriedades: As bases são compostos sólidos, sem brilho.
CaO + H20 --* Ca(OH)2 + Xcal. Os hidróxidos dos metais alcalinos são solúveis na água, possuin-
O óxido de cálcio conhecido por "cal viva" ou "cal . " do reação alcalina intensa e, por isso, recebem o nome de álcalis.
sua vez , bf d d 1 virgem ' por
e o I o a ca cinação do carbonato de cálcio (muito abun- Os hidróxidos dos metais alcalino-terrosos são pouco solúveis na
dante na natureza) nos fornos de cal. (ver cap. 8). água e as demais bases são insolúveis.
152 FUNÇÕES DA qUÍMICA INORGÂNICA
CAP. 7 ABT, 7.6 SAIS 153
As bases solúveis quando em solução fornecem ions OH· em
Exemplos:
concentração elevada e, portanto conduzem bem a corrente elétri-
ca, atuam sôbre os indicadores, deslocam hidrogênio quando ata- HClO
- NaClO
cadas por certos metais :

AI+ 2Na0H + 2H20 - 2NaA102 + 3H2.


(aluminato de sódio)
ácido hipocloroso
HCl02
ácido cloroso
HClOa
-- hipoclorito de sódio
NaCl02
clorito de sódio
NaClOs
Os hidróxidos rmetálicos são compostos iônicos enquanto que o
hidróxido de amônw é composto covalente.

7.6- Sais
ácido cloríco
HCl04
ácido perclórico

HAsOa
ácido metaarsênico
-
-
clorato de sódio
NaCl04
perclorato de sódio
NaAsOa
metaarseniato de sód10.
.

Vários conceitos surgem para os sais:


- veze,
As s usam·se também os prefixos
. mono, di, tri, etc. para
Conceito antigo: são compostos formados pela substituição de distinguir os diversos sais de um ácido :
átomos de "hidrogênios ácidos" por metais. Em solução aquosa
conduzem a corrente elétrica. NaH PO _ fosfato monossódico
2 4
H,PO, { Na HPO _ fosfato d.1ssód'1co
4
Conceito segundo a teoria iônica (Arrhenius) :. São compostos Na:Po 4 _ fosfato trissódico.
que em solução aquosa produzem ions outros que não sejam so-
mente o H+ e o OH·. Classificação : Os sais são clas~ifica~o~ . de acô~do , : : :
. - o em sais neutros ou normais, siais acidos e s,an,s bas .
NaCl p Na++ c1-; aOscompos1ça . h
sais também podem ser sais a oi l "des e oxisswis ,
conforme

resul-
t
1:
tam de hidrácidos e oxiácidos. O sais halóides termmam em e o
Oonceit.o ·moderno : São compostos que não tem tendência a per- e os oxissais em ito e ato.
der nem receber prótons.
Sal neutro é aquêle que não contem
, a'torno de hidrogênio nem
Nomenclatura ( ver Resumo das funções).
grupamento oxidrila substituíveis.
Os ácidos terminados em ídrico dão sais terminados em eto; os
Exemplos:
terminados em oso dão sais em ito e os terminados em ico dão sais
em ato.
NaCl, KNOa, CaCOa, CHaCOONa, NH4Cl, NaH2P02, etc.
À única exceção é o HNa (,ácido nitridrico) cujos sais são co-
nhecidos por azidas. Assim: A condição para formar sal neutro e, o numer
' o de. H+ do ácido
ser igual
. ,ao numero
, d e OH· da base. Portanto,. os sais neutros de-
HCl - NaCl .
r1vam dos monoácidos e monobases, biácidos e bibases, etc. . ,
ácido cloreto de HN3 - NaNa,
clorídrico sódio ácido azida
nitrídrico de sódio Sal ácido é aquêle que contém átomos de hidrogênio substitui-
vel.
As azidas são compostos instáveis, de caráter explosivo, muito
sensíveis, usados como detonador primário, principalmente o Exemplos:
Pb(Na)2 (azida de chumbo).
N a Hco a, I{Hso 4, Na 2HP04, etc.
N,a nomenclatura dos srais conservam-se os prefixos dos óxidos
correspowckintes. Na nomenclatura dos sais ácid os em a1guns casos é comum
antepôr o prefixo bi ao nome do sal suposto neutro.
154 FUNÇÕES DA 9UÍMICA INORGÂNICA CAP. 7 ,\RT. 7.6 SAIS 155
Exemplos: Exemplos:
NaHC0 3 - carbonato ácido de sódio ou bicarbonato de sódio; FeCb ..... dá as reações dos ions Fe++ e c1- (sal normal)
NH4HC0 3 - carbonato ácido de amônio ou bicarbonato de amô- K 4 [Fe(CN)a] . . . . . dá as reações dos ions W e [Fe(CN) 6] - (sal
nio; complexo)
NaHS0 3 - sulfito ácido de sódio ou bissulfito Ide sódio; O ferrocianeto de potássio dá as reações do cation W, mas não
dá as reações do cation Fe++ (ferroso), nem do anion CN- (cianeto),
KHS0 4 - sulfato ácido de potássio ou bissulfato de potássio;
mas sim do anion complexo [Fe(CN)a]-- (ferrocianeto). Logo êsses
Na2HP0 4 - fosfato ácido de sódio ou fosfato dissódico; dois ions estão ocultos, isto é, dissimulados. Daí dizer-se que a
Na 2H2Sb20 7 - piroantimoniato ácido de sódio . dissimulação é a característica dos sais complexos.
.A. condição para f orm,ar sal ácido é o pre,d,omínio do número NEUTRALIZAÇÃO - É a reação que conduz a formação de um sal
de H+ sôbre o número de OH-. Portanto, somente os poliácidos po- neutro.
dem formar sais ácidos. Os monoácidos não podem.
Salificação é a reação que conduz a formação de um sal qualquer.
Sal básico é aquêle que contém grupamento oxidrila substituí-
vel. Exemplos:
Exemplos:
lI2S04 + KOH - KHS0 4 + H20 (salificação)
MgOHCl - cloreto básico de magnésio H 2804 + 2KOH - K280 4 + 2H20 (neutralização).
Bi(OH)2N0 3 - nitrato básico de bismuto
A neutralização corre por conta do ion H+ do ácido e do ion oH-
Fe(OH)2C2Ha02 - acetato básico de ferro. da base com a formação de H 20 não ionizado. Assim, por exemplo:
SAL DUPLO E SAL COMPLEXO HCl + NaOH - NaCl + H20.
Sal duplo é o sal que em solução dá as reações de todos os
seus ions. Como o HCI, NaOH e NaCl são eletrólitos fortes encontram-se
pois em solução aquosa fortemente ionizados, tendendo, portanto,
Exemplos: para a forma iônica:
KCl . MgCl2 . 6H20 - cloreto duplo de ~potássio e magnésio (car-
nalita) ·
K2S04 . Al2(S04) 3 • 24H20 - sulfato duplo de alumínio e potássio Cancelando os ions comuns, podemos escrever:
(alúmen)
equação de neutralização
Fe804 . (NH4)280 4 • 6H20 - sulfato duplo de ferro e amônia (sal
de Mõhr) A equação de neutralização é o fundamento da acidim,etria e
O sal duplo é um sal composto de dois sais normais, usualmente alcalimetria (ver 2q volume).
com água de cristalização. Assim por exemplo o KCl . MgCh . HIDRÓLISE DOS SAIS - É a reação dos ions do sal com a água.
. 6H20 se dissolve em água dando as reações dos ions W, Mg++ e ci-.
Até o presente vimos que as soluções ácidas são causadas pe-
Sal comple:ro é o sal que oculta as reações iônicas de um ou mais los ions H+ provenientes da ionização de um ácido como também
de seus componentes. as soluções alcalinas são causadas pelos ions OH- de uma base.
156 FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA
SAIS 157
Agora vamos deparar com soluções ácidas sem a presença de
A hidrólise também explica porque o bioarbonato de sódio
qualquer ácido como também soluções alcalinas sem a presença de
(NaHC03) emb~ra seja. um sal. ,ácido apresenta contudo em solu-
bases. Em outras palavras, é possível a formação de ion H+ e de
ção aquosa reaçao alcalina. Assim :
ion OH- em solução aquosa sem a participação de um ácido e de
uma base. NaHC0 3 NaOH
"---....---" '----....-~
A hidrólise explica a formação de ion H+ e de ion OH- a par- Na++ HC0 3-+ H20 +:± H2C0 3 + Na++ OH-
tir da reação dos ions do sal com a água.
ou
Os sais que sofrem a hidrólise são os sais derivados de ácidos HC0 3-+ H20 +:± H2C0 3 + OH-.
fortes e bases fracas e os· sais derivados de ácidos fracos e bases
fortes. Portanto não se deve confundir sal ácido e sal básico ( quanto
a composição) com sal d~ re.ação ácida e s,al de reação básica ou
Hidrólise dos sais derivados de ácido forte e base frooa. aLc.alina.

Seja por exemplo o NH4Cl, sal derivado de um ácido forte, Preparação:


HCl e de uma base fraca, NH 4 0H:
1) AÇÃO DE UM ÁCIDO SÔBRE UMA BASE (neutralização) :
NH1Cl HCl
"---..,..-_... "---.....-_.... HCl + KOH - KCl + H20; H2S04 + Ca(OH)2 - CaS04+2H20.
NH4 + + ci- + H20 +:=? NH40H + H+ + c1-
Portanto dcido + base - sal + dgua.
Cancelando os ions comuns, tem-se:
2) AÇÃO DOS ÁCIDOS SÔBRE os ÓXIDOS METÁLICOS ( óxidos básicos,
NH1 + + H20 +:± NH40H + H+. anfóteros, salinos, peróxidos) :
O ácido clorídrico sendo um ácido forte tende para a forma Na20 + 2HC1 - 2NaCl + H20; CaO + H2S04 - CaS04 + H20
iônica enquanto o hidróxido de amônia, base fraca tende para a
Ab0 3 + 6HCl - 2A1Cl3 + 3H20; BaO + H2S04 - BaS04 + H20
forma molecular. :É devido a presença do ion H• que o cloreto de
amônia em solução aquosa apresenta reação ácida. ZnO + 2HC1 - ZnCl 2 + H 20; Ba02 + H2S04- BaS04+H202
Fe30 4 + 8HC1 - FeCl2 + 2FeCla + 4H20
Hidrólise dos s.ais deriv.ados dJe ácido fraco e base forte.
3) AÇÃO DOS ÁCIDOS NÃO OXIDANTES SÔBRE OS METAIS QUE ESTÃO
Seja por exemplo o Na2C03, sal derivado de um ácido fraco, ACIMA DO HIDROGÊNIO NA SÉRIE DAS TENSÕES ELETROQUÍMICAS:
H2COa, e de uma base forte, NaOH:
Fe + 2HC1 - FeCl2 + H2.
Portanto dcido + metal - sal + hidrogênio.

Cancelando os ions comuns, tem-se: 4) AÇÃO DE UM ÓXIDO ÁCIDO SÔBRE UMA BASE OU SÔBRE UM
ÓXIDO BÁSICO :
Coa--+ 2H20 +:± H2C0 3 + 20H-. ~
Si02 + CaO - CaSi0 3•
A formação de ion OH- explica porque o carbonato neutro de
sódio em solução aquosa tem reação alcalina. Devido a sua rea- 5) PREPARAÇÃO DE SAIS A P ARTIB DE OUTROS SAIS :
ção alcalina intensa o Na2COa é também conhecido por ákali. (soda
Solvay). ,a) Ação de um sal solúvel com outro sal solúvel formando
também dois sais. (útil quando um dos sais obtidos é insolúvel) :
158 FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA
CAP. 7 _ART. 7.6 SAIS 159
Reação molecular: AgN0 3 + NaCl - AgCli/ + NaN0 3• Cu++ - azuis ou verdes Ni++ - verdes
Reação iônica: Ag+ + Noa-+ Na++ c1- - AgCli/ +Na++Noa-, Fe+++ - alaranjados Fe ++ - verdes
ou, cancelando os ions comuns: Ag+ + c1- - AgCl i/. Co ++ - róseos Cr*: - verde-acinzentados
Conclusão: Todos os sais solúveis de prata reagindo com to- Os principais anions corados são :
dos os cloretos solúveis formam sempre o mesmo precipitado bran-
co de cloreto de prata ( conseqüência da teoria iônica de Arrhenius). Cr0 4-- - amarelos Mn0 4- - violáceos
b) Ação de uma base sôbre um sal formando outra base e Cr20 7- - - alaranjados Mn0 4- - verdes.
outro sal (útil quando um dos produtos obtidos é insolúvel) :
Entretanto, muitos desses sais quando anidros, são bra~cos.
CuS04 +2NaOH - Cu(OH)2 i/ + Na 2S04 A SSl·m, os sais cúpricos hidratados são azuis ou verdes, e'damdro3
~
são brancos; os sais ferrosos hidratados são verdes, e am ros sao
FeCl3 + 3Na0H - Fe(OH) 3 i/ + 3NaCl. brancos.
Por filtração separa-se a base insolúvel do sal solúvel. Os sais podem ser solúveis e insolúveis na água. Sôbre a solu-
bilidade dos sais, ver a tabela de solubilidade.
e) Ação de um ácido fixo sôbre um sal de um ácido volátil;
b) Propriedades químicas - Os sais neutros ou nor~is apre-
Â
H2S04 + 2KN03 - K2S04 + 2HN03 .
sentam reação neutra aos indicadores. Entretanto, dev1d~o ~o. fe-
nômeno da hidrólise, certos sais neutros apresentam reaçao acida,
A
H2S0 4 + 2NaCl - Na2S04 + 2HCI. ou alcalina aos indicadores. Os sais de ácido forte e base fraca
apresentam reação ácida. Os sais de ácido fraco e base forte apre-
d) Deslocamento de metal: Um metal mais eletropositivo des- sentam reação alcalina.
loca um metal menos eletropositivo de seu sal:
Exemplos: Na 2COa, Na2S, CHaCOONa, etc.
Cu + 2AgN03 - Cu(N0 3) 2 + 2Ag
ou Finalmente, os sais de ácido forte e base forte são neutros aos
o o
Cu + 2Ag+ - Cu++ + 2Ag indicadores.
o
Zn + (CH3C00)2 Pb - (CH3C00)2 Zn + Pb
ou Exemplo: KCl, NaCl, NaN0 3, etc.
o o
Zn + Pb++ - zn++ + Pb.
Os sais quando se cristalizam, podem fazê:lo sem água, ,e são
Propriedades: chamados anidros, ou com um determinado nume~o de moleculas
de água e são chamados hidr(JJtos. Exemplos de sais anid,ros:
a) Propriedades Físicas - Os sais são geralmente sólidos,
inodoros, com exceção de alguns sais amoniacais que têm cheiro NaCI, KC10 3, NaNOa,
característico de amônia. São geralmente insípidos, com exceção dos
Exemplos de sais hidratados:
sais de sódio, que são salgados, dos sais de magnésio que são amar-
gos e dos sais de chumbo que são adocicados.
CuS04 • 5H20, MgS0 4 • 7H20, Na2S0 4 • lOH20, MgCh. 6H20.
A côr dos sais é muito variável e está na dependência da côr
do cation ou do anion. Assim, caso o anion seja incolor, a côr do LErs DE BERTHOLETT
sal dependerá da do cation, e vice-versa. Os principais cations cora- As Leis de Bertholett têm grande importância prática para o
dos são:
estudo da química, pois ensina prever um grande número de rea-
160 FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 7 ,ART. 7.6 SAIS 161

ções. Referem-se à ação dos ácidos, bases e sais sôbre os sais e po- e) Um ácido reage com um sal, quando o sal que se forma
dem ser assim enunciadas: "É possível a reação entre ácidos, bases é insolúvel.
e sais sôbre ·sais, ,desid,e que resulte um produto insolúvel ou volá- Exemplos:
til".
São portanto, verdadeiras para as reações que se efetuam em H2S0 4 + BaCl2 -. BaS04 / + 2HC1
sentido bem definido, isto é para as re.ações irreversíveis. Daí se H2S + Pb(N0 )2 - 3 PbS / + 2HN0 8
infere que, para que haja uma reação reversível é necessário que
os produtos da reação não sejam nem insolúveis nem voláteis isto HCl + AgN0 3 -. AgCl / + HN0 3

é, não se afastem do meio reacional1 a fim de regenerar as ~ubs- -. BaS04 / + 2HBr


tâncias primitivas.
Ação das bases sôbre os sais
Os casos que se podem apresentar são .três: 1 - Ação dos
ácidos sôbre os sais; 2 - Ação das bases sôbre os sais; 3 - Ação Há três casos a considerar : a base do sal é mais volátil; a
dos sais solúveis entre si. base do sal é insolúvel; o sal que se forma é insolúvel.

Aç<fo dos ácidos sôbre os sais : a) Uma base reage com um sal, quando a base dêste sal é
mais volátil.
Há três casos a considerar: o ácido do sal é mais volátil. 0
ácido do sal é insolúvel; o sal que se forma é insolúvel. ' · Exemplos:
a) Um ácido reage com um sal1 quando o ácido dêste sal é 42NH 0H
'----v----'
mais volátil. Exemplos: Os carbonatos são decompostos pelos áci- Ca(OH)2 + (NH )2S0
4 4 -. CaS0 4 + 2NH 3 + 2H20
dos minerais, porque, há desprendimento de gás carbônico ( 00 2 ) • NH 0H 4
''''fj,
.~,
----....-___,,,
2HC1+ CaC03 - . CaCl2 + H 20 + C0 2 NaOH + NH Cl-. NaCl + NH + H20
4 3

2HNOa + CaCOa -. Ca(N0 )2 + H 20 + C0


3 2• Uma base reage com um sal, quando a base que se for-
b)
ma é insolúvel.
Os cloretos e os nitratos são decompostos pelo H 2 S0 4 porque
produz HOl e HNOa1 respectivamente, que são ácido mais voláteis Exemplos:
que o H2S04.
CuS04 + 2NaOH -. Cu(OH)2 / + Na2S04
Exemplos: FeC13 + 3NaOH -. 3NaCl + Fe(OH) 3 .!
A e) Uma base reage com um sal, quando o sal que se forma
H2S0 4 + 2NaCI-. Na 2S04 + 2HC1 é insolúvel.
A
Exemplos:
H2S04 + 2NaN0 3 -. Na2S0 4 + 2HN0 3
b) Um ácido reage com um sal, quando o ácido dêste sal é in- Na2S0 3 + Ca(OH)2-. CaS0 3 + 2NaOH
solúvel. Na2S0 4 + Ba(OH)2 -. BaS04 / + 2NaOH.
Exemplos:
A.ção dos sais s,ôbre os s,ais solúveis:
Na2B101 . 5H20 + 2HC1 -. 2NaCl + 4H~B0 3 i/ Há dois casos a considerar: pode resultar um sal mais volá-
Na2SiOa + H2S0 4 -. Na2S0 4 + H2Si0 3 . / til e mais insolúvel.
162 FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 7 ,IBT, 7.6 SAIS 163

a) Um sal reage com outro sal, quando um dos sais :for- hexahidrato - MgCh . 6H20
mados é volátil.
heptahidrato - MgS0 4 • 7H20
CaC0 3 + (NH4)2804 - CaS0 4 + (NH4)2C0 3 decahidrato - Na28Ü4. lOILO.
CaCl2 + 2NH4N0 3 - Ca(N0 )2 + 2NH Cl.
3 4 Quando a água de hidratação é removida de um hidrato, ~ só-
lido resultante é um sal .anidro. Muitos hidratos perdem sua agua
b) Um sal reage com .:>utro sal, quando um dos sais forma- de hidratação quando são expostos ao ar sêco e outros só quando
dos é insolúvel.
aquecidos. Assim, o carbonato de sódio decahidratado efloresce em
Exemplos: presença do ar :

AgN0 3 + NaCl - NaN0 3 + AgCl .I" Na2C0 3 .10H20 - Na2COa + lOH20.


Pb(N0 3)2 + Na2S0 4 - Pb804 , / + 2NaN0 3•
Já o sulfato de cobre pentahidratado aquecido a 250ºC pm-de
Ação dos ácidos sôbre os ácidos : sua água de hidratação formando o sal anidro:

Como exemplo, temos a formação da água-régia, onde há a CuS0 4 . 5H20 - CuS04 + 5H20,
produção de cloro gasoso:
Resumindo: As funções da química inorgânica mostram in-
terdependência pronunciada não só nas propriedades e proce~sos de
preparação mas sobretudo nas regras de nomenclatura. Assim:
HIDRATOS - São compostos formados por adição de água sem al-
terar a função existente. Óxido ácido Ácido Sal
O sulfato de cobre anidro é um sal de côr branca. Combi- oso 080 ito
nando-se com a água forma uma substância cristalina, de côr azul, ico ico ato
ainda pertencente a função sal, cuja fórmula é Cu804. 5H20 (lê-se idrico eto.
sulfato de cobre pentahidratado): CuSO, + 5H20 ~ CuS04.5H20.
1 - Os sufixos têm duplo significado: Os sufixos oso, ico, ito
A estabilidade de um hidrato depende da temperatura e da
e aito além de indicar que o composto é oxigenado indicam tam·
pressão parcial de vapor d'água da atmosfera. Se o hidrato expos-
bém que O elemento tem número de oxidação positivo (valência
to ao ar perde água de cristalização ou água de hidratação, diz-se
positiva). Já os sufixos ídrico e eto indicam. qu~ o cor~posto é
que êle é eflor-escente; se absorve vapor d'água da atmosfera lique-
não oxigenado e o elemento tem número de oxidaçao negativ~ (va-
fazendo-se, diz-se que êle é deliquesce.nte. No primeiro caso a pres·
lência negativa). O número de oxidação negativo é sempre fixo; o
são parcial de vapor d'água da atmosfera é menor que a pressão de
vapor do hidrato; no segundo caso é maior. número de oxidação positivo é variável.
2 _ Os prefixos hipo e per empregados para os óxidos áci·
Conforme o número de moléculas de água de hidratação, o hi- dos (anidridos) permanecem nos ácidos e nos sais, sempre com o
drato pode ser: monohidrato, dihidrato, trihidrato, tetrahidrato, etc. mesmo significado: hipo para o estado de oxidação do elemento
Exemplos: abaixo de os,o e per acima de ico.
monohidrato - ZnCl2 . H 20 Os prefixos meta, piro e arta não são empregados para
os óxidos ácidos. Aparecem somente nos ácidos capazes de se for·
dihidrato
mar com diferentes quantidades d'água, permanecendo também nos
pentahidrato - CuS0 4 • 5H20 seus sais.
164 FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 7 ART. 7.7 COMPOSTOS NÃO-FUNCIONAIS 165

3 - Os elementos de número de oxidação positivo variável d) Escrever a fórmula do pirofosfato de magnésio


têm seus números de oxidação fixados através do emprêgo dos su-
pirofosfato de magnésio - ác. pirofosfórico - anidrido fosfórico
fixos oso, ico, ito e .ato e ainda dos prefixos hipo e per. Ê o caso,
por exemplo, do cloro. (MgOH)2
Contudo certos elementos só manifestam variabilidade apreciá- P20s
anidrido
+ 2H20 - H4 P201 - - - - Mg2P201.
ác. piro- pirofosfato de
vel de número de oxidação nos óxidos. Ê o caso, por exemplo, do fosfórico fosfórico magnésio
chumbo, mangan,ês e cromo. Assim, o chumbo e o manganês nas
bases e sais normais têm número de oxidação + 2 enquanto que o 7.7 -Compostos não-funcfonais
cromo também nas bases e sais normais tem número de oxida-
Nas funções da Química Inorgânica encontram-se freqüente-
ção + 3.
mente compostos binários, ternários, quaternário&, isto é, compostos
4 - A fórmula dos sais pode ser instituida por derivação teó- constituídos de dois, três ou quatro elementos.
rica desde que se conheça o significado dos sufixos e prefixos em-
Examinando-se os compostos funcionais verifica-se a existên-
pregados comumente e ainda a interdependência entre as funções
óxidos, ácidos e sais : cia de compostos binários pertencentes a função óxido, ácido ou
sal. Entretanto, nem todos os compostos binários conhecidos, enqua-
óxidos ácidos ---i> oxiácidos - ox1Ssa1s dram-se numa destas funções.
hidrácidos - sal halóide. A seguir, estudaremos os compostos binários não-funcionais, res-
saltando a nomenclatura e as principais propriedades.
O papel da base na formação do sal é contribuir com a parte
eletropositiva ( metal ou radical amônio) . Os compostos binários podem ser distribuidos em três grupos:
Exemplos: 1 - Compostos binários oxigenados - Recebem a denomina-
ção genérica de óxido. Foram estudados na função óxido .
.a) Escrever a fórmula do hipobromito de sódio:
2 - Com,p,ostois binários hidrogenados - Podemos enquadrá-
hipobromito de sódio '""7 ác. hipobromoso - anid:i;ido hipobromoso -los em dois subgrupos:
NaOH
Br20 + H20 - HBrO - - - N aBrO a) Compostos binários hidrogenados em que o outro elemen-
anidrido ácido hipobromito tos é um metal.
hipobromoso hipobromoso de sódio Nomenclatura - "Dá-se o nome de hidreto seguido da prepo-
b) Escrever •a fórmula do perclorato de bário: sição de e do nome do metal".
Exemplos: NaH - hidreto de sódio; CaH2 - hidreto de cál-
perclorato de bário - ác. perclórico - anidrido perclórico
Ba(OH)2 cio; AlH 3 ~ hidreto de alumínio; BaH2 - hidreto
Cl201
anidrido
+ H20 - HCl04 - - - Ba(Cl04)2.
ác. perclórico perclorato de bário
de bário
perclórico Nos hidretos o hidrogênio funciona com número de oxidação - 1.
Os hidretos apresentam-se no estado sólido, cristalizado, pos-
e) Escrever a fórmula do permanganato de potássio
suindo alto ponto de fusão.
permanganato de potássio - ác. permangânico - anidrico perman- A propriedade química mais interessante é a hidrólise, ha-
gânico. vendo a formação de hidróxido do metal e desprendimento de hi-
KOH drogênio.
Mn201
anidrido
+ H20 - HMn04 -
ác. permangânico
KMn0 4•
permanganato de
permangânico potássio
166 FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 7 ART, 7.7 COMPOSTOS NÃO-FUNCIONAIS 167

b) Compostos binários hidrogenados em qite o outro elemen- Alguns nitretos, podem ser sintetizados diretamente do metal
to é um não-metal. e do nitrogênio.
O átomo de hidrogênio apresenta ou não propriedades ácidas.
Exemplo:
Caso apresente, constitue o grupo dos hidrácidos, como por exem-
plo: HCl, HI, HF, HBr, HCN, H2S. :1!:sses compostos foram estu- A propriedade química mais importante dos nitretos é a hi-
dados na função ácido. drólise, com a produção de gás amoníaco:
Os demais apresentam nomenclatura particular, sendo que al-
guns são conhecidos por mais de um nome. São os seguintes:
Obs. - Não confundir nitretos com azidas: os primeiros são
NHa - gás amônia ou gás amoníaco; N 2H4 - hidrazina
sólidos, caracterizam-se pela estabilidade, possuindo alto ponto de
PH 3 - fosfamina ou hidrogênio fosforado ou fosfeto de hidro- :fusão, enquanto que as azidas são sais de ácido nitrídrico, tam-
gênio. bém conhecido por ácido hidrazóico. São sólidos, caracterizando-se
AsH 3 - arsenamina ou hidrogênio arseniado ou arsenieto de pela instabilidade, possuindo propriedades explosivas.
hidrogênio. Exemplos:
SbH3 - estibilamina ou hidrogênio antimoniado ou antimo- Na 3N - nitreto de sódio Pb3N 2 - nitreto de chumbo
nieto de hidrogênio.
N aN 3 - azida de sódio Pb(N 3) 2 - azida de chumbo
Obs. - Os compostos binários formados de carbono e hidro-
.Carbonetos - Nos carbonetos o carbono funciona com número
gênio constituem a função da química orgânica hidrocarboneto.
de oxidação - 4.
Apresentam nomenclatura particular. É objeto da química orgânica.
3 - 001npostos binários não hidrogenruJos e não oxigenados Exemplos:
N.omenâatura geral - "Dá-se o nome do elemento eletronegati- Al4C3 - carboneto de alumínio Be2C - carboneto de berílio;
vo com a terminação eto, seguido da preposição de e do nome do ele-
CSi - carboneto de silício CaC2 - carboneto de cálcio.
mento eletropositivo ou que :funciona como tal".
A :fórmula molecular do carboneto de cálcio é CaC2, porque
Podemos reuní-los em dois subgrupos: sua :fórmula estrutural é
a) O elemento eletropositivo é um metal. Os mais importan-
tes são:
Nitrietos - Nos nitretos o nitrogênio funciona com número de
oxidação - 3.
Os carbonetos são sólidos, estáveis, obtidos pelo aquecimento
Exemplos: I direto do metal ou óxido metálico com o carbono, em fornos elé-
tricos:
Na 3N - nitreto de sódio
Ca 3N 2 - nitreto de cálcio
CaO +C ---+ CaC2 + CO.
Mg 3N 2 - nitreto de magnésio Os carbonetos por hidrólise geram hidrocarbonetos:

AlN - nitreto de alumínio Al4C3 + 12H20 ---+ 4Al(OH) 3 + 3CH4 (metano)


BN - nitreto de boro. CaC2 + 2H20 ---+ Ca(OH)2 + C2H2 (etino ou acetileno).
168 FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 7 QUESTIN ÁRIO 169

Os carbonetos são em geral, muito duros, apresentando alto QUESTIONÃRIO


ponto de :fusão. O carboneto de silício, conhecido por "carborun-
1 - Qual a diferença entre óxido básico e óxido anfóterof
dwm", é extremamente duro, constituindo um dos melhores abra·
2- Mostre a diferença entre bióxido e peróxido. Dê dois exemplos.
sivos, apresentando uma dureza pouco menor que a do diamante
3 - Complete as seguintes equações:
que é considerado o composto natural mais duro até hoje conhe- a) Óxido ácido + água -+
cido. Conhece-se atualmente o nitreto de boro (borazon) que risca b) Óxido ácido + óxido básico -+
o diamante. e) Ácido+ óxido básico -+
Entre os compostos binários, poderíamos ainda citar os sili- ~ - Que se entende por ustulação e calcinaçãof
cietos, os boretos, destituídos de importância para o nosso estudo. 5 - Escreva as fórmulas dos óxidos de ferro que conhece:
a) Qual a valência do ferro em cada um dêlesf
b) O eletmento eletropositivo é um não-metal. b) Quais são minérios de ferro 1
C'loretos - Nos cloretos, o cloro :funciona com número de oxi- o) Quais são magnéticos 1

dação - 1. Existindo mais de um cloreto do mesmo elemento em- 6 - Quais os principais minérios dos seguintes metais:
pregam-se os numerais gregos, indicativos do número de átomos ' de a) Chumbo; b) Zinco; o) Mercúrio; d) Alumínio.
cloro. 7 - Complete as equações das reações possíveis::

Exemplos:
a) Na +
füO -+ b) Ag +
H 20 -+ e) OaO + H20 -+
d) 802 + K20 -+ e) 802 + H20 -+ j) Kr +
012 -+
PC13 - tricloreto de fósforo 8 - A partir do anidrido fosfórico deduza a fórmula molecular dos ácidos
meta, piro e ortofosfóricos.
PCls - pentacloreto de fósforo 9 - Defina pela teoria iônica, ácido, base e sal.
10 - Por que o HCl no estado de gás puro não apresenta as propriedades
SbC13 - ti:icloreto de antimônio
ácidas que possui quando em presença da água 1
SbCls - pentacloreto de antimônio 11 - Quais as reações que se processam na fabricação -industrial do H,so.
pelo "processo de contato" e quais os catalizadores empregados 1
Obs. - O PC1 3, AsCl,3, S bC1 5, são líquidos. 12 - Como se obtém o ácido sulfídrico em laboratóriof
13 - Complete e ajuste somente as equações que correspondem à reações
Sulfetos - Nos sulfetos1 o enxô:fre :funciona com número de oxi- quimicamente possíveis:
dação - 2. a) K +H20 -+ g) Ba804 + H20 -+
b) 8 +H20 -+ h) Fe + H2804 dil. -+
Exemplos: e) Au +H20 -+ i) Cu + H2804 cone. -+
d) 0120 + H20 -+ j) Pt +HCI -+
CS2 - sulfêto de carbono sal áoido
e) CaO + H20 -+ k) H2804 + NaOH ----+
P2S5 - pentassulfêto de fósforo ·:sal neutro
j)
K20 + H20 -+ l) HaP04 + Mg(OH)2
Sb2S 3 - trissulfêto de antimônio 14 - Que é grau de ionizaçãoi Indique quais dos ácidos abaixo tem pe-
queno grau de ionização: Nítrico; Tricloroacético; Bórico; Fosfórico ;
Sb2S5 - pentassulfêto de antimônio. Acético.
15 - Que reações realiza (escreva as respectivas equações) para obter clo-
Os cloretos e sul:fêtos metálicos são sais do ácido clorídrico e reto de cálcio cristalizado, dispondo de aparelhagem usual de labora-
ácido sul:fídrico, com uma base solúvel qualquer. Foram estudados tório e apenas das seguintes substâncias: nitrato de cálcio cristalizado;
na função sal. hidróxido de sódio cristalizado; ácido clorídrico concentrado e água
destilada.
170 FUNÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA
CAP, 7
16 - Defina e exemplifique: a) Hidrogênio-ácido de um ácido. b)
e) Sal neutro. ' Sal áeido;
17 - Faça a distinção entre "sal duplo" e "sal complexo". Dê dois exem-
plos.
18 - Dê a diferença entre sal básico e sal de reação básica. Exemplos.
19 - Por que uma solução KCl apresenta reação neutra aos indicadores en-
quanto que a solução de NH,Cl apresenta reação ácida J
20 - Explique a reação alcalina das soluções aquosas de bicarbonato de CAPÍTULO 8
sódio.
21 - Que são hidratos WExemplos.
22 - Dê a diferença entre hidreto, hidrato e hidróxido. ESTUDO DESCRITIVO DOS ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES
23 - Dê a diferença entre nitrato, nitrito, nitreto e azida.
24 - Quais as condições para que uma reação seja irreversível f
25 - Dentre as reações abaixo diga qual a de dupla t roca, d e oxido-redução,
, 8,1- Principais óxidos
de decomposição térmica e de síntese!
a) Na2C03 + FeC13 --> Fe2(CQ3)s + 6NaCl DIÓXIDO DE ENXôFRE, ANIDRIDO SULFUROSO OU GÁS SULFUROSO
b) NH4N02 --, N2 + 2H20
e) Na20 + 802 --> Na 2S0 3 Histórico: É conhecido desde épocas remotas. J. PRIESTLEY
d) 2KI + Cl2 --> 2KC1 + h (1770) preparou êste gás por meio da reação do ácido sulfúrico
26 - Dê O nome e a classificação fun1Jional das seguintes substâncias: concentrado sôbre o mercúrio.
a) K20; b) H2S; e) Ba(OH)2; d) NaHC03; e) H 3 As04 • J) Pba04; Estado Natural: É encontrado nas emanações vulcânicas e nos
g) NaClO h) NH4Cl. 1

gases que se desprendem de algumas operações industriais, tais como


27 - Escreva a fórmula molecular (por derivação teórica) das seguintes na ustulação da pirita, da blenda, etc.
substâncias:
a) Bicarbonato de cálcio; b) Carbonato básico de chumbo; e) Pi- Fórmulas: Molecular: S0 2 Estrutural plana O = S = O.
rofosfato diácido de sódio; à) Hipobromito de sódio· e) Periodato de
magnésio. ' Preparação:
19 ) Co,mbitstão do enxôfre: (em presença do ar ou do oxi-
gênio).

Uma pequena quantidade de S0 3 também se forma ( cêrca de


5%) devido a reação:

29 ) Ust·u).a,ção dos sulfêtos:

3
Zn S +2 02 - Zn O + S02
Cu2S + 202 - 2Cu0 + S02.
172 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES CAP, 8 ART, 8.1 PRINCIPAIS ÓXIDOS 173
Sendo o mais usado a pirita de :ferro : Propriedades: Gás, solúvel na água, incolor, cheiro de enxô-
fre queimado e de sabor picante. É um óxido ácido.
11
2FeS2 +2 02 - Fe203 + 4S0 2• Ê um gás incombustível, mais pesado que o ar: •dar = 2,6.

O S02 preparado a partir da pirita de :ferro contém freqüente- Liquefaz-se com grande facilidade: temperatura de - 10°0 e
mente arsênico, que deve ser eliminado, principalmente se o S0 2 pressão normal ou pressão de 1,5 atm. e temperatura de OºC. Além
fôr empregado na tecnologia do H2S04, já que o arsênico vem a do mais é de baixo custo de obtenção e possui alto calor de vapori-
ser veneno para o catalizador. zação. Daí o seu emprêgo nos sistemas de refrigeração, em lugar
39 ) Re&ução do ácido sulfúrico: Certos metais, como o co- do gás amoníaco. O S02 líquido é ainda um bom dissolvente do en-
xôfre, fósforo, iôdo, resinas, etc.
bre, o mercúrio e não metais como o carbono e o enxôfre reduzem O
H2S04 concentrado e a quente com desprendimento de dióxido de O dióxido de enxôfre é tóxico sendo usado como desinfetante
enxôfre. desde os mais remotos tempos.

Cu + 2H2S04 cone - CuS04+ 2H20 + S0 O S02 é um gás estável; só se decompõe em temperaturas ele-
2
vadas.
Hg + 2H2S04 cone - HgS0 + 2H20 + S02
4
O S02 se combina a quente com o oxigênio formando o trió-
C + 2H2S04 cone - C02 + 2H20 + 2S0 2 xido de enxôfre. É uma reação reversível, lenta em ausência de ca-
S + 2H2S04 cone - 2H20 + 3S02 . · talisador e rápida em presença de platina ou pentóxido de vanádio
( ver fabricação de ácido sulfúrico) :

Pt
2S02 + 02 ;=== 2S0 3 (450º0).

O dióxido de enxôfre se combina com o flúor 1 cloro e bromo


formando os halogenetos de sulfurila respectivos. Assim com o
cloro forma o S02Cl2 ( cloreto de sulfurila).
O anidrido sulfuroso se combina com a água para formar o
ácido sulfuroso (instável), conhecido somente em solução:

Muitos ácidos t.amMm são co,nhecidos somente em solução: aci-


FIG. 8.1 do nitroso, ácido hipofosforoso, ácido hipocloroso, hipobrómoso,
ácido crómico, dicrômico, ácido permangânico, ácido carbônico, etc.
49 ) Ação dos ácidos diluídos sôbre os sulfitos: êste processo
A solução aquosa de dióxido de enxôfre reduz o cloro, bromo
é empregado em laboratório para obtenção dêste gás:
e o· iôdo, formando uma mistura de dois ácidos: o respectivo hidrá-
cido halogenado e o ácido sulfúrico :

Ou então tratando com os bissulfitos alcalinos:


ou
174 ÓXIDOS1 ÁCIDOS E BASES CAP. 8 .ART, 8.1 PRINCIPAIS ÓXIDOS 175

Com o iôdo a reação é reversível em virtude do HI ser um re- 29 ) Desidrataçiio do ácido sulfúrfoo pelo pentóxido de fósforo
dutor enérgico: em excesso:

Com os hidróxidos alcalinos e alcalino-terrosos o S0 2 forma 39 ) Oxidaçiio do S02 em presença de catalisadores tais como
sulfitos e se aumentar a quantidade de S02 obteremos sulfitos áci- platina ou pentóxido de 'Venádio, a 450ºC.
dos ou bissulfitos:
802 + 2NaOH - Na280 3 + H20
802 + NaOH - NaH80 3
802 + Ca(OH)2 - Ca803 + H20 (Processo empregado na obtenção do 80 3 - processo de conta-
2802 + Ca(OH) 2 - Ca(H803) 2• to).
Propriedades:
Quando em solução reduz o ácido nítrico a monóxido de nitro-
É líquido incolor, solúvel na água, desprendendo muito calor
gênio e se transforma em ácido sulfúrico:
e formando ácido sulfúrico.
2H20 + 3802 + 2HN0 3 P 3 H280 4 + 2NO. Quando resfriado a 15ºC cristaliza-se em prismas incolores. En-
Usos: tra em ebulição a 46°0.
O dióxido de enxôfre é largamente usado na fabricação do Aquecido a lOOOºC o trióxido de enxôfre decompõe-se dando
ácido sulfúrico, embora seja um produto intermediário e não ma- anidrido sulfuroso e oxigênio.
téria prima. É ainda usado como agente refrigerante, solvente, de-
sinfetante e quando úmido (ácido sulfuroso) como agente redutor.
É usado também como branqueador da sêda, lã e na fabrica- Dissolve na água com desprendimento de calor, originando,
ção do açúcar, sendo ainda usado na preparação do sulfito ácido ácido sulfúrico :
de cálcio na fabricação do papel a partir da pôlpa de madeira.

Reage com óxidos básicos, formando sulfatos :


TRIÓXIDO DE ENXôFRE, ANIDRIDO. SULFORlCO
Histórico: CaO + 803 - Ca80{
Parece ter sido preparado por B. Valentine no século XVII. BaO + 80 3 - Ba804 •
Existem três variedades a a, f3 e y. O anidrido sulfúrico sêco não torna vermelho o papel azul de
Fórmulas: Tornassol, não possuindo, portanto, propriedades ácidas.
o Usos:

Molecular: 80 3 Estrutural plana


li
0-S=O.
O trióxido de enxôfre é largamente usado na fabricação do áci-
do sulfúrico, na sulfonação dos compostos orgânicos, etc.
Preparaçiio: DióXIDO DE CARBONO, ANIDRIDO CARBôNIOO, GÃS CARBôNICO
19 ) Destilação sêca (calcinação) do sulfato férrico: Histórico:
É conhecido há muitos anos, desde o século XVII1 mas sua fór-
mula química só foi explicada por Lavoisier em 1776.
176 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES CAP. 8 .A.RT. 8.1 PRINCIPAIS ÓXIDOS 177

E'Stado Natural: Propriedades:


É encontrado na Gruta do Cão na Itália, em algumas águas mi- Gás, solúvel na água, incolor, inodoro e de sabor fracamente
nerais, nas erupções e emanações vulcânicas, na fermentação alcoóli- ácido ( devido a formação de ácido carbônico) .
ca, na respiração de todos os sêres vivos, nos gases que se desprendem O dióxido de carbono ou gás carbônico ou anidrido carbônico
dos motores de combustão interna e das chaminés das fábricas. é um gás mais pesado que o ar cêrca de uma vez e meia. Não quei-
ma e possui a propriedade de apagar a chama da maioria das subs-
Fórmuias:
tâncias quando em combustão. Portanto, é incombustível e incOlm-
Molecular: 00 2 Estrutural plana: O = O = O. burente. Daí o seu emprêgo nos extintores de incêndio.
Preparação: Sob pressão e abaixamento de temperatura o gás carbônico se
solidifica dando origem ao dióxido de carbono sólido, o conhecido
19 ) Ação dos ácidos sôbre os carbonatos:
g..êlo s,êco de melhores qualidades refrigerantes que o gêlo úmido e
Oa00 3 + 2H01-+ OaOb + H20 + 00 2. (Ver Fig. 8.2). com a vantagem de não deixar resíduo. O gêlo sêco é também co-
nhecido por ineve carbônica por ser uma substância sólida, muito
29 ) Combustão do carvão: branca, suave ao tato. Em contato com o ar se evapora imediata-
mente sem deixar resíduo.
o + 02 - 002 ; 002 + o +:Z 200 (acima de 800°0).
O dióxido de carbono é um óxido bastante estável, só se de-
39 ) Fermentação alcoólica dos açúcares: compondo a altas temperaturas.
Na fabricação de bebidas alcoólicas Com a água o gás carbônico forma um ácido instável, o ácido
fermentadas desprende-se grande quanti- carbônico:
dade de 002 em virtude da fermentação
dos açúcares ( sacarose, glicose, amido,
etc.) , pela ação de certos microorganismos As soluções aquosas do dióxido de carbono apresentam reação
( Saccharomyces cerevisiae) . ácida, embora suavemente, devido a formação do ácido fraco H200 3 •
No entanto, o ácido carbônico é instável e nunca foi isolado devido
Assim a glicose por fermentação pro- a facilidade com que se decompõe em H20 + 002,
duz álcool etílico e gás carbônico. Com os hidróxidos alcalinos e alcalino-terrosos o gás carbô-
nico reage co1n a formação de carbonatos neutros:

002 + 2NaOH -+ Na200 3 + H20


49) Oalcinação dos carbonatos: 002 + Oa(OH)2 -+ Oa00 3 + H20.
Somente os carbonatos dos metais al- água de cal ppt. branco

Frn. 8.2 - Aparelho de calinos são indecomponíveis pelo calor.


Kipp (preparação de CO,) Os calcários constituem a matéria prima Com ex,cesso de gás carbônico as soluções idlos c.arbonartos neutros
.se transformam em bicarbonatos (solúveis). Assim:
de mais largo emprêgo na obtenção do 00 2 , dadas as van1 agens eco-
nômicas que apresentam: Na200 3 + H20 + 002 -+ 2Na H00 3 (bicarbonato de sódio)
!:!,. Oa003 + H20 + 002 -+ Oa(H003)2 (bicarbonato de cálcio).
Oa008 -+ OaO + 002 Na análise de mistura de gases as soluções dos álcalis cáusticos
!:!,.
(KOH, NaOH) são escolhidos para absorver o 00 2.
Ah(00 8) 3 -+ Al20 3 + 3002.
178 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES CAP. 8
ART. 8.1 PRINCIPAIS ÓXIDOS 179
Usos:
Para se fazer a separação do monóxido de carbono do gás car-
É usado como gêlo sêco.
bônico, faz-se a mistura gasosa passar através de frascos lavadores,
Na fabricação de sifão e bebidas gasosas. contendo solução concentrada de hidróxido de potássio, que absor-
Nos extintores de incêndio. ve o gás carbônico, deixando passar o CO que pode ser recolhido
Na fabricação do açúcar para precipitar o hidróxido de cálcio. sôbre água, pois não é solúvel na mesma.
No processo Solvay para a obtenção da soda ou barrilha Éste processo também é usado em laboratório, mas tôdas as
(Na2COs). vêzes que fôr feito devemos tomar o cuidado para que não haja
escapamento pois o monóxido de carbono é tóxico.
MONóXIDO DE CARBONO
5Q) F.azendo-se passar corrente ,d.e vapor d'água sôbre carvão
Histórico:
inc,andescente (1100º):
Foi descoberto por Lassone (Químico Francês) em 1766.
Estado Nímtural:
É encontrado vestígios de monóxido de carbono no ar, nos ga- A mistura gasosa assim formada recebe o nome de gás d'.água,
ses vulcânicos, gases dos alto-fornos, gás de iluminação, gás d'água, utilizada como combustível pois tem alto p0der calorífico.
gás de gerador, e ainda, nos gases que se desprendem dos motores Quando uma corrente de ar quente passa sôbre carvão incan-
de combustão interna.
descente resulta uma mistura gasosa conhecida por gás de gerador,
Fórmulas: gás pobre ou ,gás de g,asogênio:
Molecular : CO;
Preparação:
Estrutural plana: C O. = ar + C- CO + C02 + N 2.
19 ) Combustão incompleta do carvão: Propri,e,dades:
É um gás insolúvel na água, incolor, inodoro, insípido, mais
C +~ 02 - CO (acima de 900ºC). leve do que o ar, não mantém a combustão, inflama-se e queima com
chama azul (combustível) .
29 ) Redução parcial do gás carbônic.o:
Gás bastante tóxico, pois se combina com a hemoglobina do
C02 +C P: 2CO (acima de 800ºC). sangue impedindo o transporte de oxigênio aos tecidos. Por êste
3Q) Desidr.atação do ácido fórmico, pelo ácido sulfúrico con-
motivo os túneis longos têm que ser bem ventilados para evitar
centrado e a quente: que haja algum acidente. Quando respirado, menos de 1% na at-
mosfera já ocasiona a morte.
H2S04 cone
HCOOH - - - - - H 20
quente
+ CO. É um óxido neutro1 estável, não se decompondo pela elevação
da .temperatura.
(Preparação do monóxido de carbono em laboratório). O monóxido de carbono dá reações de adição com certa f acili-
4 9)Desidratação do ,ácido oxálico pelo ácido sulfúrico con- dade. É também muito empreg,ado ,como redutor. Assim:
centrado e a quente: I) Reage com o cloro quando exposto à luz solar, em pre-
sença de carvão de madeira, formando o fosgênio ou cloreto de car-
H2S04conc
bonila:
H2C204
quente
- CO + C02 + H 20. i í
CO + Cl2 - COCb.
180 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES CAP. 8 ART. 8.1 PRÍNCIPAIS ÓXIDOS 181

II) Dá origem ao gás carbônico quando queimado ao ar: Estado Natural:


Não é encontrado livre em virtude do seu grande poder rea-
cional.
III) Fazendo-se passar uma mistura de monóxido de carbo-
no e vapor de enxôfre1 através de um tubo aquecido ao rubro, for- Fórmulas:
ma o sulfêto de carbonila. Molecular: CaO Estrutural plana : Ca = O

co + s - cos. Preparação:
t) Calcinação d,o ,earbonato de ,cálcio, em f ornas de .operação
1

IV) Aquecido sob pressão com hidróxido de sódio dá origem


contínua à temper.atur,a de 900°0.
ao formiato de sódio:
11
NaOH + CO - HCOONa. CaC0 3 - CaO + 002.
V) Quando reduzido pelo hidrogênio em presença de catali- Propriedades:
sa<lor e sob pressão origina o álcool metílico.
Sólido branco solúvel na água e ácidos, aquecido pela chama
do maçarico oxídrico emite uma luz branca, brilhante, conhecida
com o nome de "luz de cal". Funde aproximadamente a 2 570°C.
VI) Com certos metais, como o níquel, formado o carbonilo
metálico: Como óxido básico que é, reage: 1) com a água para formar
hidróxido de cálcio, sendo a reação exotérmica. O hidróxido obtido
Ni + 4CO - Ni(C0) 4• é conhecido com o nome de cal extinta.
VII) Reduz o pentóxido de iôdo a halogênio livre.

5CO + L0 5 - L + 5C02 (Reação sensível para o CO).


2) Com os ácidos dando sal e água.
VIII) Em metalurgia é usado como redutor, na obtenção de
eertos metais, principalmente em siderurgia: CaO + 2HC1 - CaCb + H20
CaO + H2S04 - CaS0 4 + H20,
Usos: 3) Com o gás carbônico, a quente, dando carbonato:
1 - Como redutor (siderurgia). 11
2 - Como combustível (na forma de gás d'água). CaO + C02 - CaC0 3•
3 - Na extração do níquel e ferro metálico. 4) Com o gás sulfuroso, a quente, dando sulfito:
4 - Na fabricação de fomiatos e ácido fórmico. 11
5 - Na fabricação do álcool metílico. CaO + S0 2 - CaS0 3•
6 - Na fabricação do fosgênio, etc. 5) Com a sílica. (Si02) a quente, dando silicato:

ÓXIDO DE CÁLCIO, CAL VIVA OU CAL VIRGEM CaO + Si02 - CaSi03•


Histórico: 6) Aquecido em forno elétrico com o coque dá origem ao
É conhecido desde épocas remotas. carboneto de cálcio, usado como matéria prima na obtenção do
182 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES CAP. 8 . ART, 8.1 PRINCIPAIS ÓXIDOS 183
gás acetileno :
4) Calcinação do sulfato ferroso:
Forno
OaO + 30 - - Oa02 + 00.
elétrico 2FeS0 4 - Fe20 3 + S02 + SO•.
Us,os:
Propriedades:
1) Fabricação do hidróxido de cálcio: água de cal (solução sólido, quando em pó apresenta coloração castanho averme-
É
· diluída) e leit,e de cal (suspensão coloidal); lhada, insolúvel na água.
2) No alvejamento de tecidos; Funde a temperatura de 1540°0.
3) Na fabricação de argamassas; É estável ao rubro, mas acima de 1300°0 já começa a se de·
4) Desodorizante de óleos vegetais; compor em Fe3Ü4.
5) Cerâmica; Quando preparado a baixa temperatura, é dissolvido pelos
ácidos originando sais f.érricos; mas quando é aquecido acima de
6) Fabricação do carboneto de cálcio ("c.arbureto") etc.
60oóc os ácidos dificilmente o atacam.
óXIDO FÉRRICO OU ÓXIDO DE FERRO III
Usos:
1) Na obtenção do ferro (ver siderurgia - 29 volume)
H ist.órico:
É conhecido desde ·épocas remotas. Fe20 3 + 300 - 2Fe + 3002.
Estado Matural: 2)Como pigmento vermelho em pintura.
3) Como abrasivo.
É encontrado sob a forma de minérios: Hematita, Oligisto, 4) Para a fabricação da ter.mite (mistura de óxido férrico e
etc.
alumínio) usada em bombas incendiárias, etc.
Fórmula:
óXIDO SALINO DE FERRO, ÓXIDO DE FERRO II E III
Molecular: Fe20 3 ; Estrutural plana.: O= Fe - O - Fe = O.
Histórico:
Preparação:
É conhecido desde épocas remotas.
1)Partindo-se de s,eus minérios, obtém-se e1m esoala industrial
Estado Matuml:
o óxido férrico, por ulterior p•urificação:
É encontrado na natureza constituindo o mmer10 magn.etita,
Hematita: Fe20 3 amorfo. (até 70% de Fe20a)
em virtude das suas propriedades magnéticas. Forma cristais oc-
Oligisto : Fe20 3 romboédrico.
taedros de coloração negra.
Goethit ou hematita parda: Fe2Üs. H 20.
Fórmulas:
Limonita: 2 Fe2Üs. 3H20.
Molecular: Fe304
2) Ustnlação da pirita: Fe - O - Fe - O - Fe = O.
Estrutural plana : O
Prepara.ção:

3) Calcinação do hidróxido férrico: 1) É obtido a partir ,d.a purificação da magnetita.


2) Aquecimento do ferro ·metálico e,m oorrente de vapor
~ d'água.
2Fe(OH) 3 - Fe203 + 3H20.
184 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES
CAP. 8 .ART. 8.1 PRINCIPAIS ÓXIDOS 185
Propriedades:
Quartzo enfumaçado - impurezas de compostos contendo car·
É sólido negro, insolúvel em água, álcool e éter. }Jono.
Quando obtido abaixo de 400°C e Fe8 Ü4 é solúvel nos ácidos, Ágata - quartzo com impurezas de óxido de :ferro.
dando sal ferroso e férrico :
Quartzo leitoso - impurezas de inúmeras bôlhas de ar.
ônix - impurezas de carbono.
Dentre as sílicas amorfas temos :
Quando obtido acima de 400°C resiste à ação dos ácidos.
Usos:
Opala - sílica hidratada com 3 a 12% de água, J~e
pode ser
incolor ou colorida (em virtude de impurezas como oxido de fer-
1) É usado na obtenção do ferro ( ver 29 volume, siderurgia)·
ro, etc.).
2) Em medicina. Síiex córneo, sílex pirômaco e jaspe -
contém maior ou me-
3) Como pigmento, etc. nor quantidade de sílica amorfa associada ao quartzo.
Ternas de infusórios - constituído de esqueletos silicosos de
DiôXIDO DE SILíCIO OU SILICA diatomácias mortas.
Histórico: A sílica é atacada pelo ácido fluorídrico concentrado haven-
do formação de tetrafluoreto de silício e água, mas em presença de
É conhecido desde épocas pré-históricas, quando .era utilizada
na confecção de machados. excesso de ácido fluorídrico há formação de ácido fluorsilícico:

Estado N<atur;(JJl: Si02 + 4HF - +


SiF1 2H20

É um dos compostos mais encontrados na natureza e se apre-


SiF4 + 2HF - H2SiFa.
senta sob a forma de sílica cristalina e sílica amorfa.
Usos:

Entre as sílicas cristalinas temos : quartzo, tridinita e cristo- 1) Na fabricação do cimento;


balita. 2) Na fabricação do vidro;
Entre as sílicas amorfas temos: opala, sílex córneo, sílex pirô- 3) Na fabricação de tijolos para revestimento de fornos de
mico, jaspe e terras de infusórios. aço;
É encontrada ainda no reino animal, no tecido conjuntivo e 4) Na fabricação de dinamite ( trinitroglicerina1 absorvida em
no reino vegetal nas fibras. terra de infusório) .
Propriedades: 5) Para cortar vidro em virtude de sua dureza (7 na escala
de Mohs).
É sólida., insolúvel na água e nos ácidos com exceção do áci-
do fluorídrico. 6) Como pedra preciosa, etc.

O quartzo é encontrado na natureza, cristalizado sob a forma DiôXIDO DE NITROGÊNIO


de prismas hexagonais. Dentre as suas variedades a mais pura é
Histórico:
o crist,al de Rocha, incolor, utilizado na fabricação de prismas, len-
tes, etc. Conhecido desde a época dos alquimistas com o nome de "san-
Dentre as variedades com impurezas podemos citar: gue de Salamandra". Em 1816 Gay-Lussac esclareceu a sua com-
posição.
Ametista - quartzo com impurezas de óxido de manganês de Estado N',(JJtural:
coloração violeta usada como pedra de adôrno.
Não é encontrado livre na natureza.
186 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES CAP. 8 ART. 8.1 PRINCIPAIS ÓXIDOS 187

Fórmulas: É um. "anidrido misto", isto é, tratado por água origina mis-
tura de dois ácidos, nítrico e nitroso:
Molecular: N02 Estrutural plana: O = N = O
ou 2N02 + H20 - HN0 3 + HN02.
º\_ ,,1º A solução dêsses dois ácidos é instável1 sofrendo o ácido ni-
Estrutural plana: N-N troso decomposição em. ácido nítrico, monóxido de nitrogênio e
oi' . '\o água.
Prepar:ação:
1) Ação do ácido nítrico concentrado sôbre os metais, (co- O dióxido de nitrogênio combina-se com ácido sulfúrico con-
mumemente emprega-se o cobre). centrado, originando o sulfato ácido de nitrosila e ácido nítrico:

Cu + 4HN0 3 cone. - Cu(N03)2 + 2N02 + 2H20.


Calcinação dos nitratos dos metais pesados, ( o nitrato de
2) Usos: 1,

chumbo tem largo emprêgo). Na fabricação do ácido nítrico;


t)
.6. 2) Na fabricação do ácido sulfúrico (processo das câmaras
2Pb(N0 3)2 - 2Pb0 + 4N02 + 02. de chumbo);
A separação do dióxido de nitrogênio do oxigênio, é feita fa- 3) Com.o agente nitrante;
zendo-se passar a mistura gasosa através de um tubo refrigerado. 4) Como oxidante;
O dióxido de nitrogênio condensa-se e o oxigênio desprende-se. 5) Como catalisador.
3) Oxidação do óxido nítrico:
MONôXIDO DE NITROGÉNIO, ôXIDO NÍTRICO

Propried,ades: H ist.órico:
Considera-se Priestley (1772) com.o sendo seu descobridor, mas
O dióxido de nitrogênio é um gás de côr marrou escuro, na
temperatura de 40°C. A medida que a. temperatura aumenta, vai já era conhecido desde 1600, com.o sendo "gás silvestre".
€scurecendo, chegando a quase negro a 140ºC. P€lo resfriamento, Estado Nirotur,al:
dareia até que se condensa dando um. líquido amarelo claro. Con- Não existe livre na natureza porque logo se transforma em
tinuando o resfriamento, congela-se, dando um. líquido incolor. Essa N02.
variação de côr é em virtude da f.orma polí•mera do dióxido de ni-
trogênio. No estado líquido, existe N 2 0 4 , de coloração amarela; no
Fórmulas:
Bstado gasoso, temos a mistura d€ N 2 0 4 e N0 2 de coloração m.ar- Molecular : NO Estrutural plana : N = O
ron escura; acima de 140°C de vapores quase negros de N0 2 e Prepar:ação:
além de 500°C vapores incolores de NO e oxigênio.
1) A,ção do ácido nítrico diluído ( densidade 1,2) sôbre o co-
As duas fórmulas existem em. estado de equilíbrio:

N204 +:± 2N02. 3 Cu + 8 H N0 3 - 3 Cu (N0 3) 2 + 2 NO + 4 H 0.


2

É solúvel na água. Possui odor forte e irritante, sendo altamen- Logo no início da reação o NO formado, com.bina-se com. o
te tóxico. oxigênio do ar transformando-se em. N0 2 , caracterizado pela fu-
188 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES CAP. 8 .ART. 8.1 PRINCIPAIS ÓXIDOS 189

maça marron, mas assim que êsse gás se forma é absorvido pela Fazendo-se a mistura acima passar por negro de platina (ca-
água e no final de algum :tempo a aparelhagem clareia e podemos talisador) obteremos amoníaco e água:
então recolher o NO.
2NO + 5H2 - 2NH 3 + 2H20.
2) Ação do ácido sulfúrico concentmdo e a frio sôbre o mer-
Dissolve-se em cioreto ferroso, cobaltoso1 cromoso, manganoso
cúrio, em pr,es,ença de ácido nítrico ou de nitrato:
e niqueloso formando compostos de adição.
Reage com o cloro originando cloreto de nitrosila.

O óxido nítrico obtido por êsse processo é mui:to puro. 2NO + Cl2 - 2NOC1.
Usos:
3) Aquecimento de nitrogênio e oxigênio ou então IJJf' atmos-
férico: 1) Na preparação do ácido nítrico (processo de Ostwald e
Birkeland-Eyde).
N 2 + 02 - 2NO (acima de 600°0). 2) Na preparação do ácido sulfúrico.
4) Oxidação do amoníaco em pres,ença de catalisador.
ÁGUA, PROTóXIDO DE HIDROG~NIO
4NH3 + 502 - 6H20 + 4NO. Estado ]vi(J).tural:
5) Ação do ácido clorídrico sôbre o cloreto ferroso e nitrato É o composto mais abundante na natureza. No estado líquido
de potássio : constitui os mares, rios, lagos e oceanos; no estado sólido, as ge·
KN0 3 + 3FeC12 + 4HC1 - 3FeC1 3 + KCl + 2H20 + NO. leiras, neve, granizo e no estado gasoso as nuvens. É encontrada
nos animais, vegetais e em certos minerais.
Proprie-dades:
Fórmulas:
O óxido nítrico é um gás incolor, muito pouco solúvel na água
à temperatura ordinária; um pouco mais pesado que o ar; se li- Molecular : H20; Estrutural plana: H - O - H.
quefaz com dificuldade; é um dos óxidos ( óxido neutro) de nitro- Propriedades:
gênio mais estáveis. É líquida à temperatura ordinária, insípida, inodora, incolor
Combina-se com o oxigênio a frio dando origem ao dióxido de quando em quantidades pequenas e de tonalidade azul esverdeada
nitrogênio : quando em grandes quantidades.
Solidifica-se (gêlo) a OºC (P. F.) e entra em ebulição a lOOºC
(P. E.) a pressão normal. Sua densidade é igual a 1, quando de-
Aquecido à temperatura de 500°0 inicia a sua decomposição terininada a 4°0.
e a 900°0 é ainda muito pequena.
Um fato interessante ocorre quando a água se congela, di-
2N:0 ~ 02 + N2. minui de densidade e aumenta de volume1 por esta razão o gêlo
Com agentes oxidantes se transforma geralmente em ácido ní- flutua na água.
trico: Em virtude da grande facilidade de dissolver substâncias SÓ·
lidas, líquidas e gasosas é conhecida pelo nome de solvente ou dis-
solvente universal.
Com o hidrogênio quando a mistura é submetida à centelha Podemos provar a sua composição fazendo a ,eletrólise ou en·
elétrica forma nitrogênio e água: tão a sua síntese. No 19 caso (eletrólise) temos que adicionar gotas
de um ácido ou de uma base à água para que ela conduza a ele-
190 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES CAP. 8 8.1 PRINCIPAIS ÓXIDOS 191

tricidade, pois como sabemos) a água pura sendo um não-eletrólito 2) Com os não-metais, r.eage apenas com o carbono, silício,
conduz mal a eletricidade. Podemos esquematizar as equações da cloro e flúor.
seguinte maneira:
H2S0 4 µ 2H+ + S04 =
C + H20cvl --t CO + H2 (gás d'água - llOOºC)

21-r+ + 2e --t H2 Si + 2H20 --t Si02 + 2H2


S04 = - 2e --t SOs + ! 02 Cl2 + H20 - HCl + HClO
2F2 + 2H20 --t 4HF + 02 [0
S0 3 + H20 --t H2S04. 3 ].

O carbono e o silício pa.ra decomporem a água estão aquecidos


Como vemos o ácido sulfúrico sofre decomposição pela passagem ao rubro e o flúor reage violentamente com a água dando ácido
da corrente elétrica libertando H 2 no catódio e 0 2 no anódio, ha- fluorídrico e mistura de oxigênio e ozônio.
vendo ,formação de S03 o qual se combina com a água regenerando
ácido sulfúrico e assim sucessivamente, até que tôda água tenha 3) Com os óxidos ácidos e básicos, a água reage dando ácidos
sido consumida e no final vamos verificar que estamos com a mes- e bases, respectivamente:
ma quantidade de ácido sulfúrico que foi inicialmente colocado.
Na 20 + H20 --t 2NaOH
Recebendo os gases (H2 e 0 2) em provetas graduadas, verifica-se
que o volume de hidrogênio desprendido é o dôbro do de oxigênio.
CaO +
H20 --t Ca(OH)2
S0 3 + H20 --t H2S04
No 29 caso (síntese) toma-se um volume de hidrogênio e me-
tade dêsse volume de oxigênio. Se fizermos explosão da mistura por C02 + H2.0 --t H2CO •.
meio de uma faisca elétrica obteremos água.
4) Com os hidr.etos. Os hidretos metálicos tratados com a
As experiências nos demonstram que a água é formada por água produzem hidróxido metálico e desprendem hidrogênio:
dois volumes de hidrogênio para um de oxigênio. A sua fórmula
é, pois, H20. NaH + H20 --t NaOH + H2
A água possui elevada capacidade reacional. Assim: CaH2 + 2H20 --t Ca(OH)2 + 2H2 (procesrn de preparação de
hidrogênio em laboratório).
1) Rea,ge com ,os m,et,ais alcalinos e alcalino-terrosos à tempe-
ratura ordinária, dando hidróxido do metal e desprendimento de Com os hidretos dos não-metais temos três casos a considerar:
hidrogênio. a) os hidretos dos não-metais reagem com a água dando ácidos:

2Na + 2HOH --t 2Na0H + H2 HF, HCl, HBr, HI, H2S.


2K + 2HOH --t 2KOH + H 2 H;F + H20 µ H 3ü+ + F-

Ca + 2HOH --t Ca(OH)2 + H2


HCl + H20 µ H 3 ü+ + c1-.
Ba + 2HOH --t Ba(OH)2 + H2. b) outros hidretos de não-metais reagem com a água dando ba-
ses:
À quente reage com o magnésio, zinco e ferro dando óxido do metal
e desprendimento de hidrogênio.
O alumínio não é atacado pela água por causa de uma camada
e) outros hidretos de não-metais não reagem com a água:
protetora de óxido. Evitada a sua formação, êste metal será a.ta-
cado pela água a frio.
192 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES CAP. 8
ART. 8.1 PRINCIPAIS ÓXIDOS 193
5) Reação de hidrólise, isto é, decomposição de um composto
pela água. As águas naturais são chamadas de minerais quando se apre-
sentam muito ricas em compostos salinos inorgânicos. Dentre elas
(cianeto de potássio) KCN + H20 += KOH + HCN podemos citar : as sulfurosas quando predominam os sulfetos e gás
(tri cloreto de fosforo) PC1 3 + 3H20 -+ H 3PÜ 4 + 3HC1 sulfídrico, como nas águas sulfurosas de São Lourenço, Araxá e Po-
(cloreto de sulfurila) SOiCh + 2H20 -+ H2S0 4 + 2HC1 ços de Caldas.
(tetra cloreto de silício) Si01 4 + 4H20 -+ H 4Si04 + 4HC1. As Magnesianas quando contêm sulfato ou cloreto de magné-
sio, como nas águas magnesianas de São Lourenço, Cambuquira,
(tri cloreto de bismuto) BiCl 3 + H 20 -+ BiOCl + 2HC1.
Caxambu, etc. As ferruginos.as quando contêm sais de ferro, como
6) A água é consider,ada como "c(JJtalizador universal", pois as águas ferruginosas de São Lourenço e Caxambu.
a maioria das reações não se processariam em ausência de água. As gasosas também chamadas de carbônicas, quando contêm
7) Agua como ,composto de adição. gás carbônico dissolvido, como as águas gasosas e de São Louren -
Muitos compostos quando se cristalizam o fazem com molécu. ço, Caxambu, Cambuquira, etc.
las d'água e os compostos assim formados recebem o nome compostos As ,alcalinas quando contêm carbonatos, como as águas alca-
hidratados e a água que se combinou recebe o nome de água de linas de São Lourenço, Caxambu, Prata, etc.
cristalização. As águas naturais são chamadas de termais quando além de
apresentarem sais em dissolução, estão em temperatura mais ele-
Exemplos: vada do que a do meio ambiente, isto é, em virtude de virem de
Na2C0 3 . lOH20 carbonato de sódio deca-hidratado. camadas muito profundas, como as águas termais de Araxá.
CuS04 • 5H20 sulfato de cobre penta-hidratado, etc. As águas naturais são chamadas de radioativas quando apre~
8) De,composição térmica da água. sentam certa quantidade de radioatividade, isto devido atravessa-
rem camadas rochosas de substâncias radioativas. Como exemplo
A água mesmo à altas temperaturas apresenta uma pequena
podemos citar as famosas Termas de Lindóia.
decomposição, que pode ser representada pela seguinte equação da
reação: As águas naturais que podem ser bebidas pelo homem rece-
bem a denominação de águas potáveis, mas para isso, têm que pre-
2H20 += 2H2 + 02. encher uma série de requisitos, tais como:
Apresentamos um quadro da decomposição da água em fun· 19 - ser líquida, incolor e inodora;
ção da temperatura. 29 - ser fresca (temperatura inferior a ambiente);
39 - conter de 0,1 g a 0,3 g de compostos minerais por litro;
l 124ºC -+ 0,0073% (decomposto)
49 - não conter microorganismos patogênicos.
2 OOOºC-+ 0,77%
59 - ser arejada, pois a água que não contém gases ein dissolu-
2 369ºC -+ 4,3% ção (;, indigesta e pesada.
2 500ºC -+ 8,6% Caso a água não apresente essas qualidades não deve ser in-
Aguas natur:wis. gerida pelo homem.
As águas que constituem os oceanos, mares, rios, lagos, etc. O abastecimento d'água de uma cidade exige os seguintes cui-
são chamadas de naturais. Essas águas são impuras porque apresen· dados para que ela possa ser utilizada sem perigo : f iltm1ção e em
tam em dissolução, sais, gases, microorganismos, matéria orgânica, seguida cloração.
etc. A filtração consiste em se fazer. passar a água por grandes
camadas de areia para que esta retenha as partículas que existam
194 ÓXIDOS1 ÁCIDOS E BASES CAP. 8 ART. 8.1 PRINCIPAIS ÓXIDOS 195

em suspensão. Em alguns casos, quando as partículas em suspen- reza permanente. A primeira é aquela que com facilidade podemos
são são mais grosseiras, faz-se antes uma precipitação com sulfato transformá-la de água temporàriamente dura em água mole (aque-
de alumínio e hidróxido de cálcio1 em proporções convenientes, pois la que forma espuma com o sabão). Um exemplo dêsse tipo temos
quando êstes estiverem na água., reagirão entre si, originando hi~ as águas que contém bicarbonato de cálcio ou de magnésio. A se-
dróxido de alumínio, o qual é gelatinoso, arrastando consigo na pre- gunda é aquela que só com processos especiai~ podemos transfor-
cipitação, as impurezas maiores. Podemos representar a equação má-la de água permanentemente dura em água mole, como exemplo
que se possa da seguinte maneira: temos as águas que contém sulfatos de cálcio e magnésio.
Existem vários processos para eliminar a dureza de uma água,
Al2(S04) 3 + 3Ca(OH)2 ----, 3CaS04 + 2Al(OH) 3• dentre êles temos:
l 1) Para dureza temporária:
Uma vez filtrada submete-se a água a esterilização, para eli- a) Aquecimento da águ.a a 100°0; neste caso, o bicarbonato
minarmos os microorganismos nela existentes. Para isso usa-se ge- se transforma em carbonato de cálcio que é insolúvel e se
ralmente a cloração, que consiste em se adicionar cloro ou cal clo- precipita. A equação da reação que se passa é a seguinte:
rada, até que tenhamos 1 a 4 miligramos de cloro por litro d'água
ou então três partes de cloro por milhão.
Podemos ainda esterilizar a água fazendo a exposição da mes-
ma aos raios ultravfoleta. ·
b) Processo de Clark.
Para se ter segurança na pureza da água de abastecimento de Neste caso, adiciona-se à água que se quer amolecer, água de
uma cidade, devemos ter um técnico examinando-a constantemente cal (solução aquosa de hidróxido de cálcio) ou então leite de cal
para verificar se não contém: bactérias patogênicas, substâncias or- (suspensão de hidróxido de cálcio). :tl'Jste processo deve ser feito
gânicas nitrogenedas que servem de alimento às bactérias tais como com cuidado porque um excesso de água de cal ou leite de cal tor-
nitrito de amônio e amônia livre. Se contiver qualquer um dos com- naria a água de temporàriament dura em permanentemente dura.
postos acima deve ser considerado como suspeita. A vantagem dêsse processo é que quando adicionamos a água de cal
Água Dura. ou leite de cal estas vão transformar o bicarbonato (solúvel) em
carbonato (insolúvel) segundo a equação da reação:
A água que dificilmente forma espuma com o sabão recebe a
denominação de água dura. Esta propriedade é em virtude da água Ca(HC0 3)2 + Ca(OH)2 ----, 2CaC0 + 2H20.
3
conter sais que não sejam sais de metais alcalinos ou de amônio.
l
Não há formação de espuma porque os sais reagem com o sabão·
dando um precipitado insolúvel. Os sais mais freqüentes nas águas; 2) Parra dureza temporária e perm.CJ;nent,e:
duras são os de cálcio e magnésio (sulfatos, bicarbonatos, cloretos, a) Processo de Bergman: :tl'Jste processo consiste em se tra-
etc). tar a água dura pela soda ( carbonato de sódio) porque esta rea-
Os inconvenientes das águas duras são várias, dentre êles po- girá com os compostos de cálcio e magnésio originando os carbo-
demos citar: as incrustações nas caldeiras ( daí um maior consumo natos (insolúveis) e ficando em solução os sais de sódio. Assim.
de combustível1 uma destribuição heterogênea do calor, a possibi-
lidade do fenômeno da calefação etc.); as corrosões nas caldeiras;.
Ca,(HC03)2 + Na2C0 3 ----, CaC0 3 + 2NaHC03
etc. l
Conforme o tipo de sal .que a água possui em dissolução po--
demos classificá-la em água de dureza temporária e água de du-
196 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES CAP. 8 8.1
ART. PRINCIPAIS ÓXIDOS 197
Nas caldeiras marítimas emprega-se como corretivo da água
dura o Boiler Oompound, que é uma mistura de carbonato de sódio,
Na202+ 2HC1 - 2Nv,Cl + H202
fosfato ácido de sódio e amido de milho. Os dois primeiros com- Ba02 + H2S0 4 - Ba.804 + H202
batem a incrustação e a corrosão e o amido evita a ebulição tumul-
Prefere-se o tratamento do peróxido de bário pelo H2SÜ4 em
tuosa.
face do sulfato de bario ser insolúvel, separa-se por filtração. Tam-
b) Processo da permutita oit ido zeólito. A permutita ou o bém o HaP04 é empregado dada a insolubilidade do fosfato de
zeólito é o alumínio silicato de sódio hidratado (Na2AbSi2Üs,xH20), bário.
que pode ser obtido fundido uma mistura de soda proveniente
de cinzas, caulim e areia de quartzo. :ffiste processo consiste na per- 2) Fazendo-se dissolver peróxido de bário em água gelada e
passando-se através corrente de gás carbônico.
muta do sódio pelo cálcio ou magnésio, formando o zeólito de cál-
cio ou de magnésio, insolúveis, e o sal de sódio solúvel. As rea-
ções podem ser representadas da seguinte maneira:

Ca(HC03)2 + Na2AhSi20 8. xH20 - CaAbSi208 . xH20 + 2NaHC0 3 3) O processo industrial de se obter a água oxigenada é
l pela hidrólise do ácido persulfúrico :
CaS0 4 + Na2Al2Si2Ü8 .xH20 - CaAbSi2Ü8 .xH20 + Na2S0 4•

l
O zeólito de cálcio ou magnes10 formado, pode ser regenera- Propriedades:
do fazendo-se passar através dêle, solução concentrada de cloreto É líquido incolor, inodoro, viscoso, solúvel na água em tôdas
de sódio: as proporções, formando solução que recebe o nome de água oxi-
CaAhSi208 • xH20 + 2R1Cl - Na2AbSi208 • xH2Ó + CaCl2. genada. Quando em solução diluída tem sabor metálico. Destila, sob
pressão reduzida, sem se decompor, entrando em ebulição entre
ÁGUA OXIGENADA. PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO. 68°0 e 69°0 a uma pressão de cêrca de 26 mm de Hg.
Histórico:
Decompõe-se com grande facilidade quando aquecido ou em
Foi descoberta por L. J. Thénard em 1818. presença de hidróxidos ou exposto à luz, por isso é vendido em
Estado Natural: :frasco escuro e não muito cheio. Podemos representar a sua decom-
Há dúvidas quanto a existência ou não do peróxido de hi- . posição da seguinte maneira:
drogênio na neve, na chuva, no orvalho e no ar.
Fórmulas:
Molecular: H 2 0 2 • Estrutural Plana: há duas interpretações: A presença de pequenas quantidades de pirofosfatv de sódio,
acetanilida, H2S04, etc., conservam as soluções de peróxido de hi-
drogênio. Essas substâncias são conhecidas por "estabilisadores" ou
"inibidores".
H-0-0-H.
O peróxido de hidrogênio apresenta propried,a,des oxidantes,
e redutoras. Assim:

Preparação: Oxidantes:
1) Ação dos ácidos minerais sôbre peróxidos metálicos a frio, a) Oxida os sulfetos a sulfatbs:
sendo os mais usados o de sódio e o de bário:
..

ART. 8.2 PRINCIPAIS ÁCIDOS 199


198 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES CAP. 8

b) Oxida os sulfitos a sulfatos: 8.2 - Principais Ácidos

ACIDO CWRíDRICO

Histórico:
e) Oxida os iodetos a iôdo livre:
Parece ser conhecido desde a época dos antigos químicos ára-
bes. Sua preparação vem sendo citada em livros desde 1644. Re-
Redutoras: cebeu o nome de "ar marinho ácido", dado por Pristley em 1772
a) Reduz o óxido de prata à prata metálica : e mais tarde o nome de "ácido muriático", só recebendo o nome de
"ácido clorídrico", depois de verificada a natureza elementar do
cloro.
b) Reduz o óxido de ouro a ouro metálico:
Estado Natur,al:
É encontrado no estômago dos mamíferos e nas emanações
e) Reduz. a solução de permanganato de potássio1 em meio áci- gasosas de certos vulcões.
do, a sal de manganês II. (Descora a solução violácea de perman- Fónnuias:
ganato de potássio)
Molecular: HCl; Estrutural Plana: H - Cl.
2KMn04 + 3H2S0 + 5H202
4 - K2S0 4 + 2MnS0 4 +8H 20 + 50 2
Preparação:
A concentra.ção das soluções aquosas de peróxido de hidrogê-
1') Ação do ácido sulfúrico sôbre cloreto de sódio: (Proces-
nio podem ser representadas em têrmos de volumes de oxigênio que
so de deslocamento) .
vem a ser o número de cmª de oxigênio libertados pela decompo-
sição de 1 cmª de solução. Assim, 1 cmª de uma solução a 10 volu- NaOl + H2S0 4 - NaHS04 +
mes dará ao se decompôr 10 cmª de Oxigênio (nas C.N.T.P.). + HOl (lOOºC)
A solução a 1,0 volumes corresponde aproximadamente a uma
solução de 3% e a de 30% equivale a uma de 100 volumes, que 2Na01 + HzS04 - Na2S04 +
é a solução mais concentrada que possuímos no comércio, receben- + 2H01 (500°0)
do o nome de peridrol. Nessa concentração a água oxigenada ad-
2) Síntese:
quire propriedades explosivas, podendo ser usada em situações de
emergência como explosivo. ( Explosivo de Bamberger) . H2 + 012 - 2H01.
Usos:
Esta reação não se processa
No alvejamento de palhas, cabelo, marfim, plumas, sedas, etc. na obscuridade. Em presença de
quando em solução diluída.
luz difusa passa-se muito bem e
Em laboratório em Química analítica. na luz do sol é explosiva. Frn. 8.3
Para restauração de pinturas a óleo. É o processo mais empregado hoje em dia para a obtenção do
Como antissético em medicina. ácido clorídrico usando-se o hidrogênio e o cloro, subprodutos da
No branqueamento de óleos e gorduras. fabricação elet;olítica da soda cáustica. O ácido clorídrico assim
Na fabricação da borracha sintética. preparado é muito mais puro do que o obtido pelos outros pro·
Como explosivo, etc. cessos.
200 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES
CAP, 8 ART. 8.2 PRINCIPAIS ÁCIDOS 201
Propriedades:
Reage com o amoníaco produzindo :fumaças brancas de cloreto de
O gás clorídrico é incolor, extremamente solúvel na água dan- amónio:
do origem ao ácido clorídrico, quando resfriado ataca a mucosa,
por causa do seu odor forte e irritante.
Reage com os metais que estão acima do hidrogênio na série Um volume de ácido nítrico combina-se com três volumes de áci-
das tensões dando cloreto de metal (na menor valência) e despren- do clorídrico dando origem a água régia que ataca o ouro e a
dimento de hidrogênio:
platina. Podemos representar a equação da reação da seguinte ma-
neira:
Zn + 2HC1 - ZnCh + H2
Fe + 2HC1 - FeCl2 + H2. ~HCl + HN0 3 - NOCl + 2H20 + 2Cl.
Com os não-metais : reage com o oxigênio dando água e des- É vendido no comércio como ácido clorídrico concentrado que é
prendimento de cloro, isto a 400°C. uma solução de aproximadamente 35% em pêso de gás clorídrico;
quando a solução apresenta uma concentração de 37% em pêso, re-
2HC1 + 0.2 - 2Cb + 2H20. cebe o nome de ácido clorídrico :fumegante, pois :fumega no ar.
O flúor desloca o cloro do ácido clorídrico: Us.os:
2HCI + F2 - 2.HF + Cl2. Em química analítica
Reage com os hidróxidos dando sal e água: Na :fabricação do cloro.
Na :fabricação da água régia.
Ca(OH)2 + 2HC1 - CaCl2 + 2H20. Em fotografias.
Com os óxidos básicos reage dando sal e água Na :fabricação de cloretos.
Na20 + 2HC1 - 2NaCl + H20 Em sínteses orgânicas.
Baü + 2HC1 - BaCh + H20. Na :fabricação de raion.
Reage com os óxidos anfóteros dando sal e água Na limpeza de lâminas de :ferro para galvanização e estanha-
gem.
ZnO + HCl - ZnC12 + H20 Cerâmica.
Ah0 3 + 2HC1 - 2AICI3 + 3H20. Na purificação d€> açúcar, etc.
Reage com os peróxidos dando sal e água oxigenada.
ÃCIDO SULFÚRICO
Na202 + 2HC1 - 2NaCl + H202
Ba02 + 2HC1 - BaCb + H202. Histórico:

Ataca os carbonatos dando o cloreto do metal, gás carbônico e Parece ser conhecido desde o século IX, mas só se tem cer-
água: teza do seu conhecimento, do século XIII. Era chamado de "óleo
de vitríolo", em virtude de ser preparado pela destilação do sul-
CaC03 + 2HC1 - CaCl2 + C02 + H20. :fato de :ferro (vitríolo verde).
Combina-se com os sais solúveis de prata dando um precipitado
Estado Natural:
branco de cloreto de prata:
É encontrado em águas de alguns rios como o rio Tinto, na
AgN0 3 + HCI - AgCl + HN0 3• Espanha, no rio Vinagre, na Colômbia.
202 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES CAP. 8 ART. 8.2 PRINCIPAIS ÁCIDOS 203

HO O 8 + 02 - 802
"'-.. ,,f
Fórmulas: Molecular: H2S0 4 ; Estrutural Plana 8 Pt
HO
/ '\o 2802 + 02---2803
450ºC
Preparação: 80 3 + H20 - H2S04 •
1) Process,o das câmaras de chumbo: Consiste na oxidação O ácido obtido por êsse processo tem um teor de pureza bem ele-
do dióxido de enxôfre pelo dióxido de nitrogênio, em câmaras de vado. O processo de contato é hoje em dia mais usado que o pro-
chumbo, em presença de água e do oxigênio do ar. cesso das câmaras de chumbo.
Na obtenção do dióxido de enxôfre recorre-se ao enxôfre ou,
então, aos sulfêtos, sendo o mais utilizado a pirita (FeS2). Propriedades :
As equações das reações, simplificadas, são as seguintes: É líquido incolor, oleoso, inodoro. Muito solúvel na, água, mas
sua dissolução desenvolve muito calor, havendo pois inconveniente
S + 02 ---+ 802 ou -4Fe82 + 1102 - 2Fe203 + 8S02 em se juntar águ.a ,ao ácido, pois esta, com o calor desenvolvido po-
deria ser projetada junto com o ácido e êste é extremamente cor-
802 + N02 + H20 - H2S0 4 + NO.
rosivo. Devemos pois adicionar o ácido lentamente . à água e agi-
O óxido nítrico que se forma, parte é oxidado a bióxido de nitro- tando sempre para que haja dissolução homogênea.
gênio, pelo oxigênio do ar, voltando em seguida ao processo. O ácido Entra em ebulição á 338°0 e sua densidade é de 1,85 a
sulfúrico obtido por êsse processo não é muito puro. 0°0.
2) Processo de contato: Consiste em se obter o dióxido de en- É um dos ácidos mais fixos que se conhece, sendo porém des-
xôfre, a partir do enxôfre ou da pirita, e, em seguida, oxidar o locado pelos ácidos fosfórico, silícico e bórico.
dióxido a trióxido de enxôfre usando para isto catalizador ade- Reage, quando diluído, com os metais que estão Mima do hi-
quado que pode ser a platina ou o pentóxido de vanádio a 450°0. drogênio na série das tensões, com exceção do chumbo, dando o
sulfato do metal e desprendimento de hidrogênio:

(.lmdrd
Águd Zn + H280 4 dil - Zn80 4 + IL
Ouelm~do,
Enxofre Fe + H2S'0 4 dil - Fe804 + H2.
Quando concentrado, reage a quente, com todos os metais ex-
ceto o ouro e a platina, dando o sulfato do metal, dióxido de en-
xôfre e água :

Colund de Coluna de Cu+ 2H280 4 cone - Cu80 4 + 802+ 2H20


lavasem ,ecagem
Hg + 2H280 4 cone - f~g80 4 + 802 + 2H20.
FIG. 8.4
Reage com muitos não-met.alis1 assim como:
Em seguida os vapores de trióxido de enxôfre são recolhidos em
água formando-se ácido sulfúrico, segundo as equações das rea- C + 2H28D 4 - C02 + 2H20 + 2802
ções:
8 + 2H280 4 - 3802 + 2H.20.
204 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES CAP. 8 ART. 8.2 PRINCIPAIS ÁCIDOS 205
Reage com os óxidos básicos dando sal e água : Forma misturas oxidantes de largo emprêgo em química orgânica:
mistura sulfamangânica (KMn04 + H 2S04) e mistura sulfocrômi-
H2S0 4 + CaO - CaS0 4 + H2.0 ca (K2Cr201 + H2S04).
H2S0 4 + Na20 - Na2S0 4 + H20. Usos:
Reage com os óxidos anfóteros dando sal e água. 1) Como desidratantes.
H2S04 + ZnO - ZnS0 4 + H20 2) Como oxidante.
3H2S0 4 + Al20 3 - Ah(S,0 4) 3 + 3H20. 3) Como sulfonante nas reações orgânicas.
4) Na fabricação de outros ácidos.
Reage com os peróxidos dando sal e água oxigenada :
5) Na fabricação dos superfosfatos.
H2S04 + Ba02 - BaS0 4 + H202 6) Na fabricação de explosivos (Mistura sulfonítrica).
H2S04 + Na202 - Na2S0 4 + H202. 7) Nas refinações do alcatrão da hulha e derivados do pe-
Reage com os bióxidos dando sulfato do metal, água e despren- tróleo.
dimento de oxigênio: 8) Na fabricação de corantes.
9) Em química analítica.
2Pb02 + 2H2SO 4 - 2PbS04 + 2:H 20 + 0 2
2Mn02 + 2H2S0 4 - 2MnS0 4 + 2H20 +·02.
ÃCIDO SULFíDRICO
Reage com as bases dando sal e água:
Histórico:
H2S04 + Ba(OH)2 - BaS0 1 + 2H 20 É conhecido dos alquimistas da Idade Média. Quem fez es-
-!- tudos sôbre a sua constituição foi Scheele em 1777.
H2S04 + 2KOH - K2S0 4 + H20. Estado N atuml:
Reage com os sais de ácidos menos fixos do que êle, deslocando-os: encontrado nas emanações vulcânicas1 em certas águas mi-
É
(Processo de deslocamento - ver Ácidos) nerais (Poços de Caldas, Araxá, S. Lourenço, etc), durante a pu-
trefação de animais e vegetais que contenham enxôfre, etc.
2NaCl + H2S0 4 - Na2S04 + 2HC1
2NaN03 + H2S04 - Na2S0 4 + 2HN03 Fórmulas: Molecular: H 2S; Estrutural Plana: H - S - H.
C~C0 3 + H2S04 - CaS0 4 + H20 + C02. Preparação:
19 ) Ação dos ácidos clorídrico ou sulfúrico sôbre o sulfêto fer-
Os brometos e os iodetos quando são tratados pelo ácido sul-
roso:
fúrico formam ácido bromídrico e iodídrico, que com excesso de
H2SÜ4 são oxidados a bromo e iôdo. Portanto, é impossível a pre- FeS + 2HC1 - FeCI2 + H2S
paração dêstes ácidos por êsse processo.
As reações que se passam são : FeS + H2S04 - FeS0 4 +.H20.

2NaBr + H2S04 - Na2S0 + 2HBr 4


O ácido sulfídrico obtido por êsse processo não é puro, contém
geralmente impurezas de hidrocarbonetos.
2HBr + H2S04 - S02 + 2H20 + Br 2
O gás sulfídrico é sempre preparado no momento de ser usa-
2Nal + H2S0 4 - Na2S0 4 + 2HI do, utilizando-se para isso o aparelho de Kipp Fig. 8.2, próprio para
2HI + H2S04 - S02 + 2H20 + h a produção de gases a frio. Não deve ser guardado dissolvido em
206 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES CAP. 8 8.2
ART. PRINCIPAIS ÁCIDOS 207

água, isto porque, o oxigênio que se encontra dissolvido na águ:i,


Reduz o ácido sulfúrico a bióxido de enxôfre e enxôfre elementar:
provoca a sua oxidação a água mais enxôfre. Assim :

Usos:
1) Ê empregado em Química Analítica, na precipitação dos
29 ) Tratando-se sulfêto de antimônio pelo ácido clorídrico: sulfetos dos metais pesados. (Pesquisa de Cations)
2) Como agente redutor.
3) Em medicina.
O ácido sulfídrico obtido por êste processo é mais puro.
4) Na fabricação da sêda artificial.
Propriedades:
ACIDO NÍTRICO
É um gás incolor, de odor desagradável semelhante a ôvo podre,
sabor nauseabundo, solúvel na água ( onde apresenta reação fra- Histórico:
camente ácida: ácido sulfídrico), muito solúvel no álcool, tóxico É conhecido desde o século VII. Recebeu diversas denomina-
( como antídoto, usa-se solução deluída de cloro ou oxigênio). É ções: "água fortis" pelos alquimistas, depois o nome de "ácido azó-
mais pesado do que o ar, condensa-se com certa facilidade. Quei- tico" e hoje em dia ácido nítrico.
ma em presença do ar atmosférico dando água e enxôfre e se houver
Estado Natural:
ar em excesso formará água e dióxido de enxôfre:
É encontrado em pequenas quantidades na atmosfera, em vir-
tude da combinação do nitrogênio com o oxigênio úmido, provo-
2H2S + 02 - 2H20+ 2S cada pelas descargas elétricas.
2H2S + 302 - 2H20 + 2802.
Fórmulas:
A mistura do gás suliídrico com o oxigênio na proporção 2 para 3
em contato com uma chama explode violentamente.
o
,,/
Molecular: HN0 3 Estrutural Plana: HO - N
Reage com os sais dos metais pesados precipitando suliêtos:
~
o
Pb(N0 3)2 + H2S - + 2HN0 3
PbS
-J-
SnCl2 + H2S - SnS + 2HC1.
-J-
Reage com os álcalis dando sal e água

É um forte agente redutor: reduz os halogênios formando ácidos


ÁGUA
halogenados (Processo de obtenção de ácido iodídrico e bromídrico). E
G~LO
Br2 + H2S - 2HBr +S
12 + H2S - 2HI + S. Frn. 8.5
208 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES 8 ART. 8.2 PRINCIPAIS ÁCIDOS
CAP. 209

Preparação: Propriedades:
1 Processo de deslocamento: Ação do ácido sulfúrico con-
9)
É líquido incolor, quando puro, fumega quando exposto ao
centrado e a quente (Fig. 8.5) sôbre o nitrato de sódio (salitre do ar, de odor irritante1 solúvel na água em tôdas as proporções nos
Chile) ou o nitrato de potássio (Salitre). fornecendo um ácido forte. É vendido no comércio em solução con-
tendo 68% de ácido nítrico em pêso.
NaN0 3 + H2S0 4 --+ NaHS0 4 + HN0 3
Decompõe-se em presença da luz ou pelo aquecimento dando
Operando em temperaturas mais elevadas obtemos: água dióxido de nitrogênio e oxigênio :
2NaN0 3 + H2S0 4 --+ Na2S0 4 + 2HN0 3 • 41IN0 3 --+ 2H20 + 4N02 + 02.
29 ) Proc,esso de Birkeland-Eyde. Em virtude de libertar oxigênio quando se decompõe, é um
Consiste em se fazer passar uma corrente de ar atmosférico agente oxidante enérgico.
através do arco voltaico, obtendo-se óxido nítrico que em contato O HN03 quando diluído ou concentrado tem um comporta-
com o ar atmosférico se oxida a bióxido de nitrogênio que recebido mento diferente1 com os metais.
em água quente nos fornece ácido nítrico e desprendimento de óxi- O HN0 3 diluído reage com os metais dando nitrato do metal,
do nítrico, segundo as equações das reações: óxido nítrico e água :
arco
N2 + 02 _ ____. 2NO
r
8HN0 3 dil. + 3Cu --+ 3Cu (N0 )2 + 2NO + 4H20 3

voltaico 4HN0 3 dil. + 3Ag --+ 3AgN0 + NO + 2H20 3

2NO + 02 --+ 2N0 2 O HNOa concentrado reage com os metais dando nitrato do metal.
2N02 + H20 --+ HN0 + HN0 2 3 bióxido de nitrogênio e água.
3HN02 --+ HN0 + 2NO + H 20.
3 4HN0 3 cone. + Cu --+ Cu(N0 )2 + 2N02 + 2H20
3

39 ) Processo de Ostwald: 4HN0 3 cone. + Pb --+ Pb (N0 h + 2N02 + 2H20.


3

Consiste na oxidação do amoníaco, por intermédio do ar at- O ácido nítrico diluído e concentrado reage de maneira dife-
mosférico, através de uma rêde de platina, sendo a temperatura rente com o estanho e zinco como já foi visto em 7.4.
cêrca de 600°0.
Oxida não metais como por exemplo o carbono, o fósforo e o
O amoníaco se oxida a óxido nítrico, que em contato com ei enxôfre a dióxido de carbono, ácido fosfórico e ácido sulfúrico, res-
oxigênio do ar se transforma em bióxido de nitrogênio, o qual é pectivamente:
recebido em água nos fornecendo ácido nítrico e óxido nítrico:
600°0
3C + 4HN0 --+ 3C02 + 2H20 + 4NO
3

4NH 3 + 502 ----+ 4NO + 6H 20 3P + 5HN0 + 2H20 --+ 3H P0 + 5NO


3 3 4
Pt
S + 2HN0 --+ H2S0 + 2NO.
2NO + 0 2 --+ 2N0 2 3 4

Reage com as bases e óxidos básicos para formar sal e água:


2N02 + H20 --+ HN0 + HN02 3

3HN02 --+ HN0 + 2NO + H 20.


3 NaOH + HN0 3 --+ NaN0 3 + H20

Êste processo é o mais usado atualmente para a obtenção do ácido CaO + 2HN0 3 --+ Ca(N0 3)2 + H20,
nítrico.
Ataca o tecido vegetal e animal.
210 ÓXIDOS, ÁCIDOS E BASES CAP. 8 ART. 8.3 PRINCIPAIS BASES 211

Usos: Continuando o aquecimento, perde outra molécula d'água trans-


1) Como agente nitrante na fabricação de matérias explosi- formando-se no ácido metafosfórico:
vas tais como: trinitro tolueno ( T .N. T.), nitroglicerina, nitroce]u. Â
lose, ácido pícrico, etc. . H 4P201 - 2HP0 3 + H20.
2) Na preparação de fertilizantes. Tem as propriedades dos ácidos em geral. Em virtude de ser um
3) Como agente oxidante. triácido pode formar sais neutros e sais ácidos denominados fos-
4) Na preparação da celulóide. fatos. O mais importante emprêgo dos fosfatos é na produção de fer-
tilizantes (adubos fosfatados). O fosfato neutro de cálcio Caa(P04h
5) Na fabricação de plásticos.
encontrado nos terrenos ricos em fósforo não tem valor como fer-
6) Na obtenção de vernizes. tilizante devido ser muito pouco solúvel na água, dificultando
7) Na preparação do ácido sulfúrico pelo processo das câ- assim a sua absorção. Todavia, tratado pelo H2S04 o fosfato neu-
maras de chumbo. tro de cálcio produz uma mistura de fosfato ácido de cálcio (sal
solúvel) e sulfato de cálcio, mistura essa conhecida como s,uperfos-
ACIDO FOSFÓRICO
f ato de cálcio de grande emprêgo como fertilizante:
Histórico: é conhecido de há muitos anos. Caa(P04)2 + 2H2S04 + 4H20 ~ Ca(H2P04)2 + 2CaS04.2H20,
Estado natural: não é encontrado livre na natureza.
Usos:
Fórmulas:
1) Na preparação de fertilizantes (superfosfatos)
o 2) Química analítica.
Molecular: H 3P0 4 Estrutural Plana
li 3) Cerâmica.
HO-P-OH.
1 4) Indústria de açúcar etc.
OH
Preparação:
8.3 - Principais bases
lQ) Reação do anidrido fosfórico com a água:
HIDRÓXIDO DE SóDIO - SODA CAUSTICA
Â
P 2Ü5 + 3H20 - 2H3PO 4• Histórico:
2 9) Tratamento do fosfato de cálcio pelo ácido sulfúrico É conhecido há muitos anos.

Cas(P0 4)2 + 3H2S0 4 -+ 2H 3P0 4 + 3CaS0


4•
Estado Natura:l:
Não é encontrado livre na natureza.
39 ) Oxidação do fósforo pelo ácido nítrico:
Fórmulas:
3P + 5HN0 3 + 2H20 -+ 3H 3P0 4 + 5NO.
Molecular: NaOH; Estrutural plana: Na - OH.
Propriedades:
Preparação:
Élíquido incolor, xaroposo, muito solúvel na água, tem grau
de ionização médio, sendo por isso um ácido de fôrça média. Processos de laboratório
19) Dissolução do sódio na água. É uma reação fortemente
Aquecido a 320°C, perde uma molécula d'água transforman-
do-se no ácido pirofosfórico: exotérmica, devendo ser feita com cuidado em virtude das pro-
jeções de soda cáustica:
2Na + 2H20 -+ 2NaOH + H2.
212 ÓXIDOS1 ÁCIDOS E BASES CAP. 8 ART. 8.3 PRINCIPAIS BASES 213
29 ) Dissolução do óxido de sódio na água
e dêstes poderemos obter ainda: ácido clorídrico, clorato de sódio
e hipoclorito de sódio.

Propriedades:
:Êlstes dois processos são usados para preparar o hidróxido de
sódio em pequenas quantidades em laboratório. É sólido branco, muito solúvel na água ( álcali), desenvolven-
do grande quantidade de calor, cáustica, é uma base forte (alto
Proc.ess,os industriais
grau de dissociação). Funde a 318°0 sem se decompor.
39 ) Tratamento do carbonato de sódio (soda,) pelo hidróxi- Reage com certos .metais dando sal e desprendimento de hidro-
do de cálcio (leite de cal) : gênio.

2NaOH + Zn - Na2Zn02 + H2
2NaOH + 2Al + 2H20 - 2NaA102 + 3H2,
l!Jste processo é conhecido pelo nome de caustificação e para
Reage com os halogênios ( cloro, bromo e iôdo) se fôr em so-
separarmos o hidróxido de sódio do carbonato de cálcio fazemw
lução diluída e a :frio dando cloreto, hipoclorito e água e se fôr
por decantação ou por filtração. O precipitado se separa :ficando
concentrada e a quente dando cloreto, clorat0 e água.
uma solução límpida de NaOH.
49 ) Eletrólise de solução de cloreto de sódio: 2NaOH + Ch - NaCl + NaClO + H20
Quando se faz passar a corrente elétrica através de solução 6NaOH + 3012 - 5NaCl + NaC10 3 + 3H20.
de cloreto de sódio os ions sódio e cloreto serão dirigidos para os
pólos catodo e anodo respectivamente. O sódio metálico formado Com os óxidos ácidos reage dando sal e água:
reage com a água dando hidróxido de sódio e desprendimento de
hidrogênio, que é recolhido. O cloro se desprende no anodo e 2NaOH + C02 - Na2C0 3 + H20
também é recolhido. As equações que se passam podem ser repre- 2NaOH + S02 - Na2S0 3+ H20
sentadas da seguinte maneira:
2NaOH + S0 3 - Na2S04 + H20
eletrólise
2NaCl ::===: 2Na+ + 201- 2NaOH + Si02 - Na2Siü 3 + H20.
o Com os óxidos anfóteros reage dando sal e água :
catodo {
2~a++ 2e - 2Na
2Na + 2H20 - 2Na0H + H2
2NaOH + ZnO - Na2Zn02 + H20
2NaOH + Ah0 3 - 2NaA102 + H20,
a nodo
{ Com os ácidos reage dando sal e água.

Obtém-se por êsse processo o hidróxido de sódio, em solução con-


NaOH + HCl - NaCl + H20
centrada. Para obtermos o produto sólido fazemos a evaporação da 2NaOH + H2S0 4 - Na2SÜ4 + 2H20,
solução concentrada.
Reage com solução de sais metálicos (com exceção dos sais dos
l!;ste processo é de grande importância porque além do hidró-
metais alcalinos) dando o sal de sódio e precipitando o hidróxido
xido de sódio, obtemos como subprodutos o cloro e o hidrogênio
de metal:
214 ÓXIDOS1 ÁCIDOS E BASES ART. 8.3 PRINCIPAIS BASES 215

CuS04 + 2NaOH --+ Cu(OHh + Na2S04 Usos:


! 1) Na preparação do ácido oxálico;
ZnCl2 + 2NaOH--+ Zn(OH)2 + 2NaCl 2) Na preparação de sais de potássio;
l 3) Na Indústria do sabão (mole);
4) No alvejamento de tecidos;
FeCla + 3Na0H--+ Fe(OH) 3 + 3NaCl.
5) Em Química analítica, etc.
!
Usos: HIDRÓXIDO DE AMóNIO

1) Na refinação dos óleos; Histórico:


2) Na fabricação do sabão duro; É conhecido de há muitos anos:
3) Em Química analítica;
4) Na :fabricação do papel; Estado Natu1;a,l:
5) Na obtenção do alumínio; Éencontrado em algumas águas naturais em virtude da putre-
6) Preparação de sedas artificiais; fação de matérias orgânicas.
7) Na preparação de hidróxidos;
Fórmulas:
8) Na fabricação de corantes, etc.
H H
HIDRÓXIDO DE POTASSIO. POTASSA CAUSTICA 1/
Molecular: NH40H Estrutural Plana: HO-N
Histórico:
É conhecido há muitos anos. H1 " 'H
Estado NaturaJl: Preparagão:
1 - Dissolução do amoníaco em água. O amoníaco é obtido
Não é encontrado livre na natureza.
pela síntese de Fritz Haber:
Fórmulas:
500 - 600ºC
Molecular: KOH; Estrutural Plana: K - OH. 3H 2 + N 2 -----+ 2NHs
200 atm
Preparação:
NH 3 + H 20 --+ NH 40H.
São os mesmos usados para o sódio, sendo que nos dois pri-
meiros usaremos o potássio e o óxido de potássio respectivamente 2 - Ação de uma base solúvel sôbre sal de amónio :
e nos dois últimos o carbonato de potássio (potassa) e cloreto de
potássio. 2NH4Cl + Ca(OH)2 --+ CaCh + 2NHpH.
Propriedades: Propriedades:
, ·
Líquido incolor, cheiro caracterist1co,, f orte . É um hidróxido
Possui propriedades semelhantes as do hidróxido de sódio em
virtude de ser também um hidróxido de metal alcalino. instável se decompõe dando água e amomaco:
É branco, muito solúvel na água desenvolvendo grande quan-
NH 40H - NH 8 + H20,
tidade de calor, é base :forte ( alto grau de dissociação). É conhe-
cido com o nome de pot,assa cáustica em virtude de ser :forte cor- · uma base volá-
Apresenta as propriedades das bases, embora seJa
rosivo. Funde a 360°C sem se decompor. til e :fraca (pequeno grau de ionização).
216 ÓXIDOS1 ÁCIDOS E BASES CAP. 8 ART. 8.3 PRINCIPAIS BASES 217
Reage com os ácidos para formar sal e água Combina-se com os óxidos ácidos dando sal e água:

Reage com os sais para formar o sal de amônio e o hidróxido do


metal: Com excesso de gás carbônico forma-se o sal ácido:

Ca(OHh + 2C02 --+ Ca(HC0 3)2.


Usos:
1) É usado na preparação dos sais de amônio. Reage com os sais dos metais alcalinos para formar os hidróxidog
2) Na fabricação do rayon. alcalinos:
3) Na indústria têxtil.
Ca(OH)2 + Na2C0 3 --+ CaC0 3 + 2NaOH
4) Na fabricação de fertilizantes.
5) Em fotografia etc. Ca(OHh + K2C0 3 --+ CaC0 3 + 2KOH.
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO. CAL APAGADA. CAL EXTINTA. Combina com o cloro formando a cal clorada ou cloreto hipo-
clorito de cálcio usado nas fábricas de tecidos como alvejante:
Histórico:
É conhecido de há muit0S anos. Ca(OH)2 + Cl2 --+ CaCl(ClO) + H~O
Estad<> Natural: Usos:

Não é encontrado livre na natureza. 1) Na fabricação de cimentos;


Fórrn;ulas: 2) Na preparação de sais de cálcio;
3) Na preparação dos hidróxidos dos metais alcalinos;
OH
4) Na agricultura;
Molecular: Ca(OH)2;
/
Estrutural Plana: Ca 5) Nas usinas de açúcar para purificação, etc.
"'-·OH (O
litm1.e.)
esf.uilo descritivo dos principais sais; será feito no 2" vo-
Processo de preparação :
Tratando-se o óxido de cálcio ( cal viva) pela água:
CaO + H20 --+ Ca(OH)2.
Propriedades:
É sólido branco1 pouco solúvel na água, sendo uma base de
fôrça média.
Sofre decomposição pelo aquecimento dando origem ao óxido
de cálcio e água.
Ca(OH)2 --+ CaO + H20.
Reage com os ácidos dando sal e água:
Ca(OH)2 + 2HC1 --+ CaCb + 2H20
Ca(OH)2 + H2S0 4 --+ CaS04 + 2H20.
ART, 9.1 HIDROG:ÊNIO 219

Prepar(J)çiio:
19) Desloc(l(YYl,ento do hidrogênio !<l:os ácidos - Ação de cer-
tos metais sôbre os ácidos não oxidantes, tais como: HCl, H2S0 4
dil, etc.

CAPÍTULO 9
Zn + H2S0 4 dil ----, ZnS0 4 + H2
Zn + 2HC1 ----, ZnCh + H2
Fe + 2HC1 -, FeCh + H2.
ESTUDO DESCRITIVO DO HIDROGÊNIO
E NÃO~METAIS

9~1 - Hidrogênio

Histórico:

O primeiro a citar o hidrogênio foi Paracelso no século XVI


dizendo: "quando o ácido atua sôbre o ferro, eleva-se um ar que
irrompe para fora como vento". Priestley deu o nome de "ar infla-
mável". Cavendish chamando-o também de "ar inflamável" fêz es- FIG. 9.1
tudos e revelou suas principais propriedades. Lavoisier (1783) deu
ao gás o nome de "Hidrogênio", depois de reconhecer a composição 29) Deslocamento do hidrogênio dos álcalis - Ação de certos
da água., e o seu nome significa : gerador da água. metais sôbre soluções concentradas de hidróxidos alcalinos

Estado Nafora1l:
Encontra-se livre na natureza em quantidade muito pequena. Com o alunúnio as soluções alcalinas são mais diluídas e a
A proporção de hidrogênio na atmosfera aumenta quando se al- reação que se passa é a seguinte :
cançam alturas mais elevadas. O hidrogênio se acha presente nos
gases vulcânicos, nos gases das salinas de Strassfurt (Alemanha).
Está presente também, constituindo grandes camadas, na cromos- 39) Deslocamento do hidrogênio da águ.a - Ação dos metais
fera do sol, nas nebulosas e estrêlas. Sob a forma combinada é alcalinos e alcalino-terrosos sôbre a água:
muito comum na natureza como na água, onde entra com um nono
em pêso, nos tecidos animais e vegetais, nos compostos orgânicos, Na + H20 ----, NaOH + 1/ 2H2
em muitos gases como o metano, nos hidrocarbonetos, gás sulfídri-
co, etc.
K + H20 --+ KOH + 1/ 2H2
Ca + H20 ----, Ca(OH)2 + H2,
Símbolo - H
Estas reações se passam a frio e com grande desprendimento
FórmuZa - H2 ( diatômico). de calor ( reações exotérmicas) .
220 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS CAP, 9 ART. 9.1 HIDROGÊNIO 221

Outros elementos como o ferro, o zinco, o magnes10 e o car- Com a água alcalinizada, tem-se:
bono) quando aquecidos decompõem o vapor d'água, com despren-
dimento de hidrogênio. Assim: 2NaOH µ 2Na+ + 20H-
(cation) anion)
3Fe + 4H20cv> µ Fe 30 4 + 4H2
C + H20cv> - CO + H2 (1 000°0 a 1 200ºC) ou 2Na++ 2e - 2Na
catodo { ?
C + 2H20cv) - C02 + 2H2 (nas zonas menos quentes). o
2Na + 2H20 - 2NaOH + H2
Para eliminarmos a mistura dos três gases C02, CO e H2, fa-
zemos passar primeiro a mistura em leite de cal (hidróxido de cál-
cio) onde o C02 é retido :
anodo
{ 20H- - 2e -
?
H20 + 1/P2-

C02 + Ca(OH)2 - CaC0 3 + H20. Eletrólise do cloreto de sódio em solução - É o pro-


2Q)
Resfriando-se fortemente a mistura de CO e H2 ( que é o gás cesso industrial mais importante para obtenção do hidrogênio co-
d'água, usado como combustível) o monóxido de carbono se solidi- mercial.
fica separando-se do hidrogênio que permanece no estado gasoso.
49) H idrólis,e da H idrolita ( Hidreto de cálcio) - ~ste pro-. 2NaCl µ 2Na+ + 201-
cessa é caro, mas o rendimento é bom, pois um grama de hidro- o
lita fornece mais de 1 litro de hidrogênio : ( 2Na+ + 2e - 2Na

CaH2 + 2H20 -+ Ca(OH)2 + 2H2.


ca.todo
l
5Q) A.queciniento de Hidrogenita - Hidrogenita é uma mis-
tura de silício, hidróxido de cálcio e hidróxido de sódio, que de-
pois de aquecida fornece hidrogênio e orto-silicato de sódio e cálcio :
anodo
{
Si+ Ca(OH)2 + 2NaOH - CaNa2Si04 + 2H 2. Propriedades:
1 kg de hidrogenita fornece de 270 a 370 litros de hidrogênio. O hidrogênio é um gás, incolor, inodoro, insípido, bom con-
Processos I ndustrwis dutor do calor e da eletricidade) muito leve e difusível, pouco so-
lúvol nágua e dificilmente liquefeito. É inócuo para os animais, po-
lQ) Eletrólise da água acidulada ou alcalinizada - Consiste
rém se forem colocados em atmosfera de hidrogênio ficam asfixia-
na eletrólise da água ligeiramente acidulada ou alcalinizada, .pois
dos por falta de oxigênio. Quando se aspira hidrogênio a voz tor-
a água pura pràticamente não conduz a eletricidade. As reações que
se passam são: na-se aguda. É o mais leve de todos os gases; é mais leve do que o
ar atmosférico pois 1 litro de ar pesa 1,2928 g e o de hidrogênio
H2S0 4 µ So 4-2H+ 0,0899 g. Seu pêso atômico é 1,008, pêso molecular 2,016, número
(anion) (cation) atômico 1, atomicidade 2 e valência 1.
É combustível, mas incomburente.
catodo { 28'+2e - H,? A combustão do hidrogênio ao ar nos fornece:

11nodo
{ Tem grande afinidade com os não-metais exceto o boro.
222 ESTUDO DESCRITIVO DOS NlO-ME'l'AIS CAP, 9 ART. 9.2 223

Assim: + H2 -> 2HF (a frio e na obscuridade) Flúor Cloro Bromo Iôdo


a luz com ex- N. 0 _::~ômico__ )_IJ______ l.~_7_______ 3_5_____ 11_53
1___ _ _ _ _ _ _ _ _ __

à luz solar). Pêso atômico 19 35,457 79,916 126,91


--------- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ·-
temperaturas) Ponto Fusão -102° -'7,3º 113°
12+ IL -,, 2HI (altas temperaturas) Ponto Ebulição -187° -34,6° 58,8° 184,35°
+ 2H2 -,, 2H20 (combustão ou faisca ------- -·------1-------- --------
Densidade 1.3 (ar) 2,49 (,u) 5,52 (ar) 4,95 (H20)
S+ --,, H2S (a quente) Estado físico gás gás líquido sólido
+ 31-L -> 2NH (faísca elétrica)
3 Côr j amarelo
páiido
I amarelo
esverdeado
pardo
avermelhado
----1 violeta _ _ _
(vapor)
2C + -> (arco voltaico).
Reatividade decresce do flúor para o iôdo
·------
Combina-se com os metais ( alcalinos e alcalino-terrosos) para não é deslo-1 ó deslocado f é deslocado é deslocado
formar hidretos. Ex.: KH, NaH, Cal-I2, etc. Deslocamento cado pelosI pelo flúor pelo flúor e pelo flúor,
_______:__o_ui__x_o--"·---'--------~c_lo_r_o_______,_cl_or_·o_e bromo
O hidrogênio tem grande ação redutora em virtude da gran-
Eletronegativi-1 decresce do flúor para o iôdo.
de tendência que tem de se unir ao oxigênio, decompõe grande nú~ dade
mero de óxidos metálicos com o auxílio do calor. Ex. : lentamente à à temperatura à temperatura
Reação com a frio e na luz difusa e/ de 200°C de 200°C e
CuO + H2 -,, H20 + Cu hidrogênio obscuridade explosão à
luz solar
e/cataliza.dor

Fep 4 + 4H2 ~ 3Fe + 4H20cvJ· a OºC 1 volume a 0°C lOOg de a 20°C 100g de
Solubilidade - de H20 --> 4,6 H20 --> 4,3g H20 --> 0,034g
Reduz o cloreto férrico e os clor2,tos, no estn.do nascente: em H20
volumes
2FeCl-s+ 2H -+ 2FeCh + 2HC1 Números de -1, +1, -1, +1, +3, -1, +1 e +5 -1, +1, +se
oxidação +4, +5, +7 +7
KC10 3 + 6H -+ KCl + 3H20.
Usos: Compostos Flúor Cloro Bromo lfJdo
Hidrogenação dos óleos e gorduras; na preparação do amonía- í F20 Cl20 Br20 -
co; na preparação do ácido clorídrico; no enchimento de balões e 1
1 - Cl203 - -
bolas de divertimento infantil; no maçarico oxídrico, etc. 1
9,2 - Principais não~m.efais ô xiclos .. , . , .. !i -
-
Cl20s

Ch01
-

-
I201,

-
Os elementos flúor2 cloro, bromo, iôdo e astatínio pertencem i
1 - CI02 - !02
ao grupo VII da classificação períódica dos elementos, constituin- i -------
do a farnília dos halog,ênios ( que significa gerador de sais). O as- - - - -
--·----
tatínio (At) foi preparado artificialmente em 1942 sendo até o I Hdrácidos HF ou H2F2 HCl HBr HI
momento destituído de importância.
í - HClO HBrO HIO
:Êstes elementos possuem número de oxidação variável e apre- 1 ------
sentam propriedades semlhantes, decrescendo o seu poder reacio- 1 - HCl02 - -
oxiácidos, ... {
nal do flúor para o iôdo. A seguir encontram-se duas tabelas que - HCl03 Hfü03 HI03
mostram algumas das propriedades dos halogênios: 1
i -- HCJ04 - HI04
224 ES'l'UDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS CAP. 9 ART. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 225
FLúOR
Histórico: 2) Atualmente se obtém flúor fazendo-se a eletrólise do fluo-
reto ácido de potássio (KHF2) fundido, a 250°0, em aparelho de
A fluorita (flureto de cálcio) é conhecida pelos alquimistas cobre (pois êste é pouco atacável pelo flúor), tendo para elétro~os
desde o século XV. Scheele, em 1771, descobriu que na composi- a grafita, obtendo-se flúor no anodo e hidrogênio no catodo (Fig.
ção da fluorita, entravam o cálcio e um "ácido peculiar", desco- 9.2)
nhecido ainda. Mais tarde preparou êste ácido ( ácido fluorídrico)
aquecendo fluorita com ácido sulfúrico. De acôrdo com a teoria
da época (teoria de Lavoisier sôbre os ácidos) pensavam que o ( 7'
oxigênio era um dos componentes do hidrácido. Ampere verifican-
do a semelhança existente entre o ácido clorídrico e êste novo áci-
do, chegou a conclusão que o mesmo não possuia oxigênio. Basea-
anodo
l 2HF2- - 2e -
o
H2F2 + F2

do nessa observação estabeleceu que a fluorita é formada de cál-


cio e de um elemento com propriedades semelhantes ao cloro, bro-
catodo
{ 2K+ 2e -

2K + H2F2 -
2K
7'
2KF + H2.
mo e iôdo e conseqüentemente deve pertencer à família dêstes. Em
analogia ao cloro, H. Davy chamou a êste novo elemento de Flúor
+
em 1813.
Estado Natural:
Não é encontrado livre na natureza, porém sob a forma com-
binada é encontrado em minérios como a fluorita (CaF2), criolita
(AlF 3NaF), flúor-apatita [3Ca3 (P0 4 ) 2.CaF2] e também vestígios
nos ossos, cérebro, dentes, águas termais, água do mar, emanações
vulcânicas, no leite, plantas, sangue, etc.
Símbolo - F
Fórmula - F 2 (diatômica) FIG. 9.2

Preparação: Propriedades:
1) A obtenção do flúor foi difícil em virtude da grande afi- o flúor é um gás amarelo pálido, cheiro característico que
nidade dêste elemento. Quem primeiro o isolou foi l\foissan, em se assemelha ao cloro e ozônio. .
1886, fazendo a eletrólise da solução de fluoreto de potássio em áci- Ponto de fusão 223ºC, ponto de ebulição 187ºC, densi-
do fluorídrico. O aparelho empregado era um tubo em forma de dade 1,3 (ar). É o mais eletronegativo dos elementos ~ue se co-
U de platina, tendo catodo de platina e anod0 de platina iridiada: hece daí o seu poder reacional tão acentuado. Combma-se com
n ' . ,. . .
todos os elementos químicos, com exceção do mtrogemo e gases
K2F2 - 2K+ + 2F-
nobres. b · d
Combina-se com hidrogênio com explosão, mesmo ao a r1go a,
anodo luz e em temperaturas baixas, dando gás fluorídrico.

H 2 + F2---, H2F2.
2K++ 2e - 2K
catodo Reage a frio e com incandescência com o sódio, potássio, cá:-
cio, bário e magnésio em pó. Com o alumínio, níquel e prata ha
-----------------

226 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS ART. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 227
CAP, 9.

necessidade .de aquecê-los para que a reaça-0 se mrnie.


• • • A p 1atina
· e O aparelho empregado na destilação é de cobre ou platina.
o ouro precisam de temperaturas mais altas para serem atac d
eom a agua
, o fl'uor reage energicamente desprendendo 'c'd a 00. 29) Processo industrial
'd"
fl uori rico e ox1gemo :
• A • , aio
Reação do ácido sulfúrico sôbre fluoreto de cálcio.

F2 + H20 - H2F2 + 1/ 20 2.
Há também formação de ozônio e água oxigenada.
Neste processo empregam-se cadinhos de chumbo.
Desloca o hidrogênio dos seus compostos
Propriedades:
F2 + 2HC1 - H2F2 + Cl 2.
Desloca os outros halogênios dos Gloretos, brometos e iodetos: gás (gás fluorídrico), incolor, de odor forte irritante, mui-
É
to solúvel na água (forma ácido fluorídrico). Nas condições nor-
F2 + MgCl2 - MgF2 + Cl 2 mais apresenta fórmula H2F2 e acima de 88°0 apresenta-se sob a
fórmula de HF. É um ácido fraco. Reage com grande facilidade
F2 + MgBr2 - MgF 2 + Br2
com certos metais como o ferro, o cobre1 etc. formando o fluoreto
F2 + MgT2 - MgF 2 + I 2• respectivo e desprendendo hidrogênio.
Se o flúor não contiver ácido fluorídrico, não -ataca o vidro.
Usos:
O ácido fluorídrico ataca o vidro, pelo fato de atacar a síli-
Na preparação do gás Freon (tricloro mono flúor metano
CClaF), usado em refrigeração. ca (Si02) e os silicatos em geral (como o vidro), havendo no pri-
meiro caso formação de ácido fluossilícico e no segundo caso fluos-
Na produção _de fluoretos.
silicato do metal :
Em odontologia, na forma de fluoretos, como preventivo da
eárie. -
Si02 + 2H2F 2 - SiF4 + 2H20
Compostos do Flúor SiF4 + H2F2 - H2SiFG
F 20 - óxidos monóxido de flúor. Fórmula Estrutural: F _o_ F. Na2Si0 3 + 3H2F2 - Na2SiFG + 3H20
obtido fazendo-se passar o :flúor através de uma solução diluí-
É CaSi0 3 + 3H2F2 - CaS-FG + 3H20.
da (2%) de hidróxido de sódio:
Esta propriedade é utilizada para se fazer gravação em vidro.
Em virtude do ataque do ácido fluorídrico ao vidro, não pode
Hidrácido ser produzido nem guardado em recipientes de vidro. É vendido
no comércio em frascos de chumbo, guta-percha, cêra, etc.
H2F2 - ácido fluorídrico. Fórmula Estrutural H _ F
Fórtmula molecular - H2F2; acima de 88º0 HF. Usos:

Preparação: Na gravação de vidros;


Em Química Analítica (Fluorização da sílica);
19) Destilação do fluoreto ácido de potássio puro e sêco.
Em tinturaria;
2KHF2 - 2KF + H 2F 2• Na indústria do álcool (como antissético), etc.

-
228 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS CAP, 9 ART. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 229
CLORO 29) Reação do ácido clorídrico ou sulfúrico com o cloreto de
Hist.órico: cal ou cal clorada ou cloreto hipoclorito de cálcio :
Em 1774, Scheele aqueceu sal marinho com bióxido de man-
ganês, obtendo um gás solúvel em água, com cheiro semelhante ao Ca(ClO)Cl + 2HC1 - CaCb + H20 + Cl2
de água-régia, a que deu o nome de "ar marinho deflogisticado". ou
Lavoisier lhe deu o nome de "ácido oximuriático". Davy demons- Ca(ClO)Cl + H 2S0 4 - CaS0 4 + H20 + Cl2.
trou que se tratava de um novo elemento e lhe deu o nome de cloro, 39) Processo Deacon - oxidação catalítica ( catalizado CuCl2)
em virtude de sua côr amarelo esverdeado. do gás clorídrico pelo ar
Estado N,atural:
Não é encontrado livre na natureza, mas sob a forma com-
binada é encontrado em grandes quantidades como na água do 49) Processo Industrial - Eletrólise de solução aquosa de
mar, na água de certos lagos, nos depósitos de salgema, etc. cloreto de sódio ou cloreto de potássio é o modo de produzir cloro
em larga escala (ver obtenção da soda cáustica pelo processo ele-
Símbolo - Cl; Fórmula - Cl 2 ( diatômica). trolítico).
Preparação:
Propriedades:
1'9) Oxidação do ácido clorídrico por intermédio de agentes -
É um gás amarelo esverdeado, odor irritante e sufocante, mui-
oxidantes - Os agentes oxidantes mais usados em laboratório são:
bióxido de manganês, bióxido de chumbo, permanganato de potás- to tóxico. Ataca as mucosas nasais e as vias respiratórias. É cêrca
sio, dicromato de potássio, etc (Fig. 9.3). de 2,5 vêzes mais denso que o ar atmosférico, sendo dos gases ele-
mentares o mais pesado. Ponto de fusão - 102°0, ponto de ebu-
lição - 34,6ºC, densidade 2,49 (em relação ao ar atmosférico).
Depois do flúor é o elemento mais eletronegativo que se conhece.
Solúvel na água forma uma solução conhecida por água dor.ada,
possuindo côr, odor e sabor do cloro. A água clorada quando ex-
posta à luz vai perdendo a côr; fornecendo lentamente oxigênio
nascente:

Ch + H20 P HCl + HClO


HClO - HCl + O.
Em virtude desta propriedade, o cloro, em presença da água,
age como descorante, esterilizante e oxidante. Assim as soluções
FIG. 9.3 dos sulfitos são oxidadas a sulfatos; arsenitos a arseniatos; cloreto
As equações das reações que se passam são as ::seguintes: fe~roso a cloreto férrico; ácido sulfídrico a enxôfre, etc.

Mn02 + 4HC1 - MnCl2 + 2H20 + Cl2 (Processo de Scheele) Na2S0 3 + Ch + H20 - Na2S0 4 + 2HCI
Pb02 + 4HC1 - PbCl2 + 2H20 + Cl2 Na2As0 + Clz + H20 -
3 Na2As0 4 + 2HC1
2KMn0 + 16HC1 - 2KC1 + 2MnC12 + 8H 20 + 5Clz
4 2FeC12 + Cl2 - 2·FeCl 3

K2Cr2 01 + 14HC1 - 2KC1 + CrC1 + 7H20 + 3Cl


3 2 H2S + Cl2 - 2HC1 +s.
230 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS 231
CAP, 9 ART, 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS

Não se combina diretamente com o oxigênio, nitrogênio e car- Oa(OH)2 + Cl2 - Oa(ClO)Ol + H20.
bono, embora o faça indiretamente. Com os demais não-metais êle
Reage com solução diluída de hidróxido de sódio, a frio para
se combina com facilidade, sendo que fósforo, arsênio, antimônio e
formar hipodorito de sódio, cloreto de sódio e água:
enxôfre queimam com grande intensidade em atmosfera de cloro.
Assim: frio
2Sb + 3Cl2 - 2SbC18 Oh+ 2NaOH dil - NaOIO + NaOI + H20.

2P + 3Cl2 - 2PC1 8 Oíquido) Com a solução concentrada de hidróxido de sódio a quente


forma clorato de sódio, cloreto de sódio e água:
Com excesso de cloro forma-se o pentacloreto de fósforo (só-
lido) : 70°C
30b + 6NaOH cone - Na010 8 + 5aNOl + 3H20.
PC13 + Cl2 - PC15 •
Os cloratos são empregados na fabricação de palitos de fós-
O cloro tem grande afinidade pelo hidrogênio com o qual se
foros, fogos de artifícios e explosivos. São também oxidantes1 ge1;-
combina para formar o HCl(g) (gás clorídrico) que uma v~z dis-
micidas, sendo usados em medicina (KClOa) na forma. d: _Pasti-
solvid.o em água se transforma em ácido clorídrico. Quando a rea-
lhas, para afecções da garganta e na preparação de oxigemo em
ção se passa em presença de luz solar ou da luz de magnésio a
velocidade de reação é tão grande que volumes iguais de cloro e laboartório. · 't de
Reage com o carbonato de sódio formando também hipocJori o
hidrogênio se combinam com explosão :
sódio:
H2 + Cl2 - 2HC1 (g) + 44 000 Gal. frio
012 + Na2C0 8 -- NaOlO + NaCl + 02.
Na obscuridade, o hidrogênio parece não se combinar com o
cloro, devido a velocidade de reação ser muito pequena. Já sob a Os hipocloritos são também alvejantes, germicidas e agentes
luz difusa os dois gases se combinam lentamente. oxidantes enérgicos. Em soluções aquosas diluídas (2 a 5%) são
vendidas no comércio com o nome de água sanitária.
O cloro ataca a maioria dos metais, inclusive o ouro e a pla-
tina, formando sempre os cloretos no maior estado de oxidação Com O hidróxido de amônio em solução concentrada1 o cloro
(diferença de HCI) : reage com desprendimento de nitrogênio :
2Fe + 3Cb - 2eCFI8 • 30h + SNHPH - 6NH401 + 8H20 + N 2.
Quando úmido .o cloro ataca os metais com relativa facilidade Reage com O sulfato ferroso dando uma mistura de dois sais
principalmente à quente. Quando puro e sêco o cloro não ataca os' férricos:
metais desde que êstes também se encontrem sêcos. A umidade fa-
vorece pois o ataque. 3012 + 6FeS0 4 - 2Fe2(SOJ 3 + 2FeCls.

O cloro desloca o bromo e o iôdo de suas combinações, mas é o cloro é vendido no comércio em cilindros de aço onde se
deslocado pelo flúor: encontra liquefeito sob pressão.
MgBr2 + Cl2 - MgCl2 + Br2 Usos:
MgI2 + Cl2 - MgC1 2 + 12 Como alvejante;
MgCl2 + F2 - MgF2 + Cl 2. Como bactericida e esterilizante de águas de piscina;
Reage com o hidróxido de cálcio para formar o cloreto de cal Na fabricação do ácido clorídrico, cal clorada, cloretos;
ou cal clonada ou doreto hipoclorito de cálcio. Na fabricação de solventes orgânicos, etc.;
232 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS
CAP. 9 ART. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 233
Na fabricação de agressivos químicos (Fosgênio, Yberita, Le-
wisita, etc.) usados na guerra química. Reage com a água formando ácido perclórico.

Compostos do cloro: Cb07 + H20 - 2H0104.


óxidos: 0120 - anidrido hipocloroso ou monóxido de cloro 010 2 - Bióxido de cloro ou óxido de cloro IV.
ou óxido de cloro I.
Fórmula Estrutural: O = Cl = O
Fórmula Estrutural: CI - O- CI.
Preparação:
Prepa~·ação - Faz-se a reação do cloro sêco com óxido mer- Reação do cloro sêco sôbre clorato de prata, entre 85° e 95º.
cúrico precipitado :
2Ag010 3 + 012 - 201 02 + 02 + 2Ag01.
Combina-se com a água para formar ácido cloroso e ácido cló-
O anidrido hipocloroso dissolve-se na água, formando áci- rieo:
20102 + H20 - HOl02 + HCl0 3 •
O
do hipocloroso :
H idrácixlo
HCl - ácido clorídrico já foi estudado entre os principais áci-
Cl20a - anidrido oloroso ou óxido de cloro III dos no capítulo 8.
Oxiácidos
Fórmula Estrutural: O = CI - O - CI = O
HClO - áciclo hipocforoso
Êste anidrido é de conhecimento duvidoso.
Fórmula Eídrutural: HO - Cl
Cl20s - anidrido clórico ou óxido de cloro V.
Preparação :
Fórmula Estrutural 0-01-0-01=0. Ação do ácido nítrico diluído sôbre cal clorada ou cloreto de
li li -~ cal:
o o Oa(OlO)Ol + 2HN03 - Oa(N03)2 + 2H010.
:flste óxido é teórico.
É um ácido fraco, instável, oxidante, usado na preparação de
Cl201 -- anidrido perclórico ou óxido de cloro VII hipocloritas e no alvejamento de tecidos.
o o HCl0 2 - ácido cloroso.
Fórmula Estrutural li li Fórmula Estrutural HO-Cl=O.
0=01-0-01=0.
li li É um ácido duvidoso, não sendo encontrado livre. Conhece-se,
o o entretanto, seus sais, os cloritos.
Preparação:
HC10 3 - ácido clórico
. É preparado fazendo a adição lenta do ácido clórico ao pentó- Preparação:
x1do de fosforo.
Reação do clorato de bário com o ácido sulfúrico:

Ba(Ol03) 2 + H2S0 4 - BaS0 4 + 2H0103


234 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS CAP, 9 ART. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 235

.Ainda não foi isolado. Em solução aquosa apresenta-se inc0- Preparação:


lor, odor picante e viscoso. :É usado como enérgico oxidante. :É ins-
tável acima de 40°01 decompondo-se em ácido perclórico, bióxido de Oxidação do brometo de potássio pelo bióxido de man-
19)
cloro e água: ganês em meio de ácido sulfúrico :

2KBr + Mn0 2 + 3H2S04 - 2KHS0,4 + MnS04 + H20 + Br2,

HC104 - ácido perclórico. :Êlste processo é empregado em laboratório.


Proce.ssos lm,dustriais:
o
Fórmula Estrutural: HO-Cl
li O.
1Q) Deslocamento do brometo de magnésio, pela ação de elo-
ro:
li
o MgBr2 + 012 - MgCl2 + Br2.
Preparação: Foi por êste processo que Balard o descobriu.
Reação do perclorato de potássio com o ácido sulfúrico: Oxidação do brometo de magnésio pelo bióxido de man-
29)
ganês em meio de ácido sulfúrico, a quente:

MgBr 2 + Mn0 2 + 2H2S04 - MgS04 + MnS04 + H20 + Br2.


líquido incolor, volátil, sendo um dos ácidos mais fortee

39) Eletrólise do brometo de magnésio em solução (extração
que se conhooe.
do bromo da água do mar) :

BROMO eletrólise
MgBr2 - - - Mg++ + 2Br-
Histórico: o
Mg+++2e - Mg
Foi descoberto por Liebig, em 1826, porém não deu maior im-
2Br- - 2e - Br2.
portância porque pensava que se tratasse de uma mistura de cloro
e iôdo. Balard, ,em 1826, isolou-o das águas mãês do sal marinho, Propriedades:
dando o nome de muride ( esta denominação foi dada porque os
antigos chamavam o sal marinho de murias), mais tarde em vir- :É líquido avermelhado, denso, volátil desprendendo ~ t~mpe-

tude do odor fétido de seus vapores, chamou-o de Bromo ( do gre- ratura ordinária, vapores avermelhados, tóxicos, de odor irritante
go fétido). e repugnante. Ataca as mucosas nasais e da garganta, e so~retu-
do a pele produzindo queimaduras sérias. Ponto de f~sao -
Est,ado Natural: 7,3º0, ponto de ebulição 58,8º0, densidade 5,52 ( em relaçao ao ar
atmosférico).
Não existe livre na natureza. Combinado ocorre em peque-
Solúvel na água, clorofórmio, sulfêto de carbono, álcool, éter
nas quantidades em alguns minérios de prata. :É encontrado sob
e ácido acético.
a forma de brometos alcalinos e de magnésio nos sais das águas
dos mares e nas minas de salgema. Reage com o hidrogênio à temperatura de 200º0, formando
ácido bromídrico:
Símbolo - Br; Fórmula - Br2 (diatômica).
23G ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS
ART. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 237
Combina-se com certos metais para formar brometos: Preparação:
Br2 + 2K - 2KBr. l 9) Reação do brometo de potássio com o ácido fosfórico :
O bromo reage com a água formando ácido bromídrico e ácido
hipobromoso, o qual se decompõe em ácido bromídrico e oxigênio,
sendo por isto bom oxidante: Não se pode empregar o ácido sulfúrico para deslocar o aci-
Br2 + H20 - HBr + HBrO do bromídrico, porque êste último sofreria oxidação pelo H2S04.
HBrO - HBr + O. KBr + H2S0 4 - KHS0 4 + HBr
Desloca o iôdo dos iodetos: H2S0 + 2HBr -
4 S02 + 2H20 + Br2.
MgL + Br2 - MgBr2 + I2. 29 ) Aquecimento ao rubro do vapor de bromo com o hidro-
Desloca o enxôfre do ácido sulfídrico: gênio.
Br2 + H2S - 2HBr + S.
Reage com os não-metais formando compostos homopolares:
39) Processo usual para a obtenção do ácido bromídrico e a
3Br2 + 2P - 2PBr3•
reação do bromo e fósforo sôbre a água. Há formação do tri e pen-
É deslocado dos brometos pelo flúor e cloro como já foi vis- ta brometo de fósforo, os quais pela hidrólise formam ácido bro-
to nos estudos dos respectivos elementos. mídrico:
Usos: PBr3 + 3H20 - H 3P0 3 + 3HBr
Em metalurgia; PBr5 + 4H20 - H 3P04 + 5HBr.
antidetonantes para combustíveis;
na preparação de corantes; Propriedades:
em produtos farmacêuticos; É gás incolor, de odor penetrante, muito solúvel na água for-
na preparação de agressivos químicos, usados na guerra quí- mando ácido bromídrico. Apresenta propriedades semelhantes ao
mica.
ácido clorídrico, porém menos enérgicos. Sofre decomposição pelo
flúor e cloro:
COMPOS110S DO BROMO
óxido 2HBr + F2 - H2F2 + Br2
2HBr + Cl2 - 2HC1 + Br2.
Br20 --.: anidrido hipobromoso, óxido de bromo I.
Sofre oxidação pelo ácido sulfúrico ( como já foi visto em pre-
Fórmula Estrutural: Br - O- Br.
paração do ácido bromídrico) e pela água oxigenada :
Existe dúvida sôbre a existência dêste óxido.
Hidrácido
Oxiácidos:
HBr - ácido bromídrico
HBrO - ácido hipobromos,o
Fórmula Estrutural: H - Br.
Fórmnla Estrutural: HO - Br.
238 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS CAP. 9 ART. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 239
.• i
Preparação:
29) Redução dos iodatos pelo bissulfito de sódio:
Reação do óxido mercúrico com solução aquosa de bromo, a
frio: 2Nal03 + 5NaHS0 3 - 3NaHS04 + 2Na. S0 + H20 + L.
2 4

HgO + 2Br2 + H20 - HgBr2 + 2HBrO. 39) Deslocamento do iôdo dos iodetos pelo cloro:
:É ácido fraco, instável sofrendo decomposição a 60º0 dando
bromo e água.

HBrOs - á,cid,o brômico Propriedades:

o :É sólido, pardo escuro, brilhante (brilho metálico), volatili-

Fórmula Estrutural:
li
HO- Br _ O.
za-se lentamente dando vapores violáceos, odor fraco, semelhante
ao do cloro. Ponto de fusão 113°0, ponto de ebulição 184,35°0,
Preparação: densidade 4,95 ( em relação H20). Solúvel no álcool, acetona, ben-
zeno, sulfêto de carbono. Muito pouco solúvel na água, mas solú-
Reação do bromato de bário com quantidade te6rica de ácido vel em solução aquosa ou alcóolica de iodeto potássio, pois forma
sulfúrico:
com êste Kia solúvel (Tintura de iôdo)
Ba(Br0 3)2 + H2S04 - BaS04 + 2HBr01•
Separa-se o sulfato de bário por decantação. Quando subme-
tido ao aquecimento decompõe-se em bromo, oxigênio água: Como já vimos é o menos ativo dos halogênios sendo deslo-
cado por todos os outros (flúor, cloro e bromo).
Combina-se com o hidrogênio à temperatura elevada e em pre-
sença de catalizador platina :
IôDO
Histórico:
Foi descoberto por Curtais em 18111 a partir das cinzas de
algas marinhas. Recebeu o nome de iôdo ( do grego violeta), dado Como os outros halogênios1. combina-se diretamente com os me- ,'1!,

por Gay-Lussac, por causa da côr violeta de seus vapores. tais para formar iodetos e com os não-metais para formar compos-
tos homopolares.
EstaJdo Natural:

Não é encontrado livre na natureza. :É encontrado sob a for- 2Na + 12 - 2NaI ; 2P + 312 - 2PI3•
ma combinada nas algas marinhas (0,1 a 0,3%), em pequenas quan- :Étambém oxidante como os outros halogênios, porém menos
tidades nas águas dos mares, em algumas fontes de águas minerais, enérgico. Assim oxida o tiossulfato a tetrationato, os sulfêtos a en-
no salitre do chile, etc.
:xôfre, os sulfitos a sulfatos:
Símbolo - I; Fórmula - I2 (diatômico)·
Preparação:
2Na2S20~ + I2 - 2NaI + Na284Üo
19) Oxidação dos iodetos pelo bióxido de manganês em meio
H2S+ I2 - 2HI + S
de ácido sulfúrico : . Na2S0 3 + I2 + H20 - Na2S0 4 + 2HI.
Forma com o amido um composto de coloração azul.
240 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS CAP. 9 ART. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 241

Usos: Como na preparação do ácido bromídrico, não se pode empre-


gar ácido sulfúrico pois êste oxidaria o ácido iodídrico formado :
com antissético (tintura de iôdo) ;
em fotografia; Kl + H2S0 4 - KHS0 4 + Hl
em Química Analítica (Iodometria); +4
em sínteses orgânicas, etc. 2Hl + H2SO 4 - l2 + 2H20 + 802
Dado o elevado poder redutor do HI outros produtos de re-
COMPOSTOS DO IóDO
dução são obtidos, com o enxôfre em menor estado de oxidação:
óxidos

I20s - anidrido iódico ou óxido de iôdo V. 6Hl + H2SQ 4 -. 3L + 4H20 +S


-2
8Hl + H2S0 4 -. 412 + 4H20 + H2S
o\,_ Jo 29) Hidrogênio e vapores de iôdo aquecidos passando sôbre
Fórmula Estrutural: l-0-l amianto platinado (catalizador) :
oi" '\o
Preparação: 39 Deslocamento do enxôfre do ácido sulfídrico pelo iôdo:
Aquecimento a 170°0 do ácido iódico:

2Hl03 - H20 + I20 5• 4 9 ) Processo usual para a obtenção do ácido iodídrico da rea-
ção do iôdo e fósforo sôbre a água. Há formação do tri e penta
É sólido branco, cristalino e quando tratado por água rege-
nera o ácido iódico. iodeto de fósforo, os quais pela hidrólise formam ácido iodídrico :
I02 - dióxido de iôdo ou óxido de iôdo IV PI 3 + 3H20 -. H 3P03 + 3Hl
F.órnvula Estrutural: O = I = O PI5 + 4H20 -. H 3P0 4 + 5Hl
Preparação: P1'opriedades:
Reação do ácido nítrico com o iôdoi a frio : É gás incolor, odor penetrante, que fumega em contato com
o ar atmosférico, sob pressão de 4 atmosferas e a 0°0, condensa-
-se dando líquido incolor. Solúvel na água ( constituindo o ácido
iodídrico) .
Encontra-se também na forma 12 0 4 •
Sofre decomposição com grande facilidade, transformando-se
Hidrácido em hidrogênio e iôdo, daí ser utilizado como redutor enérgico.
A solução de ácido iodídrico recentemente preparado é in-
HI - ácido iodídrico.
color, mas depois de algum tempo adquire coloração parda em vir-
Fórmula Estrutural: HI. tude da formação de iôdo :
Preparação: 4Hl + 02 -. 2H20 + 212
19) Reação do iodeto de potássio com o ácido fosfórico: Como já vimos o iôdo do ácido iodídrico pode ser deslocado
pelo flúor, cloro e bromo.
242 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS
ART. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 243

Oxiácidos
presença do oxigênio na formação dos óxidos, no ar atmosférico, na
HIO - ácido hipoiodoso respiração, na combustão, no ácido nítrico, ácido sulfúrico etc. Em
virtude do oxigênio entrar na formação dos então conhecidos áci-
Fórmula Estrutural: HO - I dos da época, Lavoisier denominou-o de oxigênio que significa ge-
Preparação: rador de ácidos, denominação imprópria que perdura até hoje.

É preparado da mesma maneira que o ácido hipobromoso, Estado Natura1l:


substituindo-se1 naturalmente, o iôdo pelo bromo.
É o elemento mais abundante na natureza. Entra na razão
É também um ácido fraco e instável. HI0 3 - ácido iódico de cêrca de 89% na composição da água. No ar atmosférico figu-
ra na proporção de 21 % em volume. Faz parte integrante da,g ro-
chas que constituem a crosta terrestre entrando na proporção de
Fórmula Estrutural: cêrca de 50%; entra na constituição de muitos compostos inorgâ,..
nicos e orgânicos, nos tecidos animais e vegetais.

Preparação: Símbolo - O Fórmula - 02 ( diatômico)

Épreparado da mesma maneira que o ácido brómico, substi- Preparação:


tuindo-se, naturalmente, o iôdo pelo bromo.
19) Aquecimento d:e certos sais oxigenados:
Pelo aquecimento transforma-se em anidrido iódico:
Aquecimento do clorato de potássio em presença de bióxido
2HI0 3 - H20 + 120 5
de manganês que é o catalisador.

HI04 - ácido periódico Mn02


2KC10 3 --- 2KC1 + 302
Fórmula Estrutural:

Preparação:

Não se sabe se já foi obtido o ácido periódico normal, mas são


conhecidos um bom .número de sais provenientes dêle, os perio-
datos.

OXIGÊNIO
FIG. 9.4
Histórico:
Decomposição térmica do nitrato de potássio :
Descoberto em 1771 pelo químico sueco Scheele, que lhe deu o
nome de r:r vital, entretanto nada publicou sôbre sua descoberta
até 1777. Em 1774, Priestley, químico inglês, o descobriu chaman-
A decomposição térmica do clorato de potássio produz três . l
do-o de ar deflogisticado. Foi Lavoisier, que em 1777, verificou a
vêzes mais oxigênio que o nitrato de potássio.
244 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS
CAP. 9
ART. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 245
29 ) A.queciment,o de certos óxi4os
69 ) Processo Industrial; destilação fracionada do ar líquido·:
Decomposição térmica dos óxidos de mercúrio:
O ar liquefeito é uma mistura de oxigênio e nitrogênio ( e os
2Hg0 - 2Hg +02 outros componentes do ar atmosférico) liquefeitos, sob elevadas pres-
Certos óxidos quando aquecidos libertam oxigênio e se trans- sões e baixas temperaturas, em apa.relhos especiais. Submetidos à
formam em out:os óxidos. Está neste caso O processo de Brin que destilação fracionada, separam-se em nitrogênio, mais volátil, e oxi-
consta do segumte: faz-se o aquecimento do óxido d b, . gênio.
500º0 e ario, a O oxigênio que é vendido no comércio é obtido por êsse pro-
, .' em pre,se?ça de ar atmosférico, o óxido se transforma em
~erox1do de bario, o qual aquecido a 800º0 sofre decomposição cesso.
libertando oxigênio, e o processo recomeça:
Propriedades:
BaO + Y202 - Ba0 2 Gás, solúvel na água, incolor, inodoro e insípido. É indispen-
Ba02 - BaO + Y20 2 sável à respiração e, portanto, à manutenção da vida. Sua solubi-
Aquecimento do bióxido de chumbo: lidade na água é tal que permite a vida dos peixes.
O oxigênio é o comburente de maior ,atividade. É utilizado para
2Pb02 - 2Pb0 + 02 queimar os combustíveis, no maçarico. O ar atmosférico contém cêr-
ca de 21 % em volume d.e oxigênio, por êsse motivo é o ar atmos-
39 ) Hidrólise ria oxilita (peróxido de sódio)
férico o comburente por excelência. No entanto, o oxigênio tem
2Na202 + 2H20 - 4Na0H + 02 poder de fazer queimar cêrca de cinco vêzes mais do que o ar.
49 ) R eaçao
- d o ácido sulfúrico sôbre -wm bióxido: Em medicina é usado como germicida. Daí o emprêgo de subs-
tâncias que fàcilmente cedem oxigênio, tais como, água oxigenada,
Mn02 + H2S0 MnS0 + H 20 + Y20 2
4 - 4
clorato de potássio, etc.
O oxigênio se combina diretamente com a maioria dos elemen-
Pb02 + H2S0 4 - PbS0 4 + H 20 + Y20 2
tos, principalmente a temperaturas elevadas, formando óxidos. Os
59) Eletrólise da água aciduladaJ (pelo H2S04) ou alcalini- elementos que não se combinam diretamente com o oxigênio são:
.sarla (pelo N(J)OH). Já visto na obtenção do hidrogênio flúor, cloro1 bromo, iôdo, ouro, platina e os gases raros; no entan-
(Fig. 9.5).
to, indiretamente êsses elementos também formam óxidos, com ex-
Oxigênio ceção dos gases raros:
-+ \
~'.'.. 4Na + 02 - 2Na20
3Fe + 202 - Fe30 4
S + 02 - S02

A nodo C + 02 - C02
-Cc,todo

Reage com certos óxidos oxidando-os:

2802 + 02 - 2803
FIG. 9.5
2CO + 02 - 2C02
246 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS 247
CAP. 9 ART. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS

Usos:
Esta reação é mais rápida em presença de certos óxidos como
No maçarico oxídrico ou no acetilênico. Mn02, Pb02 que funcionam como catalizadores. Oxida os iodetos
Em medicina; ' formando iôdo e oxigênio:
Na preparação de explosivos;
Na combustão, etc.
Oxida o gás sulfídrico a ácido sulfúrico :

OZôNIO

Histórico: Oxida os sulfêtos e sulfatos:

Foi descoberto por Schonbein em 1840 que lhe deu o nome· PbS + 40 3 - PbSO 4 + 402.
<le ozônio que significa desprender odor. '
Usos:
Estado Natur.ail:
No alvejamento (sêda, marfim, etc.);
É encontrado em pequenas quantidades no ar como antissético.
atmosférico e
próximo de máquinas elétricas em funcionamento.
ENXôFRE
Fórmula - Oa (triatômico).
Histórico:
Prepara.ção:
É conhecido desde épocas remotas. Foi mencionado na Bí-
. É prepa~a~o. fazendo-se passar uma corrente de ar atmosfé- blia. Os gregos e romanos o conheciam, sendo que os últimos já
ri_co ou de ox1g~mo através de um ozonizador ( de Bertholet ou de distinguiam duas variedades. Em 1546 G. Agrícola nos fala do
Srnmens) em baixa temperatura, à ação de descargas elétricas silen- enxôfre sendo empregado em mechas para acender velas e ma-
ciosas: deira sêca. Lavoisier reconheceu sua natureza elementar.
Estado N,atura1l:
302 - 203. É encontrado livre nas regiões vulcânicas como: na Itália (prin-
Pode ser obtido ainda quando se faz a dissolução do flúor na cipalmente na Sicília), Japão (Ilha do Enxôfre), Estados Unidos
água; quando se faz a eletrólise da água fortemente acidulad . (Luisiana, Texas, etc.), México (Popocatepel), Espanha (Libros,
quando se faz a reação do ácido sulfúrico concentrado com o pea~ Riodena), etc. Sob a forma combinado constitui sulfêto de chum-
manganato de potássio, etc. · r bo (PbS, galena), sulfêto de zinco (ZnS, blenda), sulfêto de fer-
ro (FeS2, pirita), sulfêto de mercúrio (HgS, cinábrio), sulfato de
Propriedades:
cálcio ( OaS0 4 , anidrita, OaS0 4 • 2H20, gipsita, OaS04 .1/2H20, gês-
so), sulfato de bário (BaS0 4, baritina ou espato pesado), etc. É
Gás incolor, azul em grandes camadas, odor forte (semelhante
encontrado em pequenas quantidades, em certos produtos de ori-
ao do alho)' pouco solúvel na água e solúvel no oxigênio. Apre-
senta propriedades semelhantes ao d O oxigemo
· gem animal e. vegetal e nas águas de muitas fontes.
A
porém mais acen-

tuadas. Símbolo - S.
Sofre decomposição libertando oxigênio: Extração ,do Ena;ôfre - Existem dois processos gerais: sicilimw
(Processos Oalcaroni e Roberto Gill) e o America,n.o (Processo de
Herman Frash).
248 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS
CAP, 9 ART. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 249
Processo Siciliano - Calca.roni
te superior do tubo de descarga é recolhido em depósitos apropria-
Faz-se o aquecimento do minério em fôrno circular, tendo pino dos e separado da água e ar. , de or-
inclinado no qual o enxôfre fundido escorre e é separado da maior o grau de pureza do enxôfre obtido por êste procesRo e
parte das impurezas. Parte do aquecimento é feito com o próprio dem de 99%.
enxôfre, daí haver uma perda de um têrço do enxôfre. Em virtu-
de disto e por não se obter enxôfre puro, êste processo está sendo Propriedades:
relegado a segundo plano, sendo mais usado atualmente o proces- sólido amarelo, l·nodoro, insípido, podendo se apresentar
É · f na
so dos fornos de Gill que consiste em uma série de câmaras cir- forma amorfa ou cristalina. Neste estado apresenta várias ormas
cuJa res com fundo duplo1 tendo chaminé comum. Faz-se o carre- alotrópicas :
gamento de câmara com o minério e procede-se o aquecimento. Os Enxôfre Rómbico, ou octaédrico ou enxôjre a (Sa), . f .
gases a.quecidos que se desprendem, sarvem para aquecer as câma-
d' , . , temperatura m er10res
ras seguintes, resultando assim uma grande economia de combustí- Estável à temperatura ~r maria ~: ; É amarelo, tendo <len-
vel. Separa-se então o enxôfre das impurezas. O enxôfre obtido por a 94,5º0 daí ser a forma mais comum ol~vel em álcool e éter e
êstes processos não é muito puro. Para purificá-lo faz-se a desti- 2 06 . l 'vel na água pouco s
sidade , , mso u ' F d a 113º0 Tem gran-
, 1 lfêto de carbono. un e ·
lação em retortas especiais, recolhendo-se os vapores em câmaras muito soluve em su ~ lenta da solução de
resfriadas, onde se condensa o enxôfre. O produto obtido é um pó deza mo1ecu1ar S8· É obtido por evaporaçao
amarelo, leve, conhecido pelo nome de flôr de enxôfre. enxôfre em sulfêto de carbono.
Processo Americano Frash Enxôjre monoclinico, prismático ou enxôfre f3 (813).
1
de 95 6º0 e 119º0. É amare o,
Estável entre a temperatura ' l' 1 em sulfêto de
-
Enxofre
1\1 ]j)ste processo difere totalmente dos
outros dois, pois nos processos anterio-
res os depósitos de enxôfre são encon- carbono. Tem gran
I 1, 1 a água e so uve
tendo densidade 1,96. nso uve n S F d a 119º0. É obtido
deza molecular 8· un e
Af
pelo resfriamento lento do enxo re ou
.

por resfriamento lento de


trados na superfície da crosta terrestre uma soluçao~ satura d a d e enxoAfre em tolueno.
Águo
e no processo Frash os depósitos são en-
contrados em camadas subterrâneas, de Enxôfre amorfo ou plástic,o.
-- Tu·bo extertor
aproximadamente, 1'50 m a 400 m do d m enxô-
Instável à temperatura ordiná~ia, tra1;:o::s:~ú::ie n: água, e
- Águ~ profundidade. A b' É amarelo tendo densidade 2, ' h 'd
fre rom ico. ' d molecular não é con ec1 a.
Consta êste processo de se introdu- no sulfêto de carbono. Sua gran .edza A de 31;000 cair dentro
Af uec1 o a cerca u ,
zir, nas jazidas de enxôfre, quatro tu- É obtido fazendo-se, enxo reA ~q torta de vidro e recebendo o
bos concêntricos de 27, 15, 7,5 e 2,5 cen- d'água ou destilando-se enxofre em re
tímetros de diâmetro, respectivamente. destilado em água.
Pelos dois primeiros tubos injeta-se va- Propriedades químicas
por d'água aquecido a 180°0, o qual Combina-se com o hidroQ:ênio
~ por volt a de 300º0 para for-
vai fundir o enxôfre e separá-lo das mar gás sulfídrico.
impurezas. Pelo tubo central injeta-se
ar aquecido sob pressão. O ar injetado
Fw. 9.6 faz com que o enxôfre fundido (P.F. A . d o ar produzindo anidrido
Queima em presença do oxigemo
119°0) fique emulsionado na água e sulfuroso. .i
suba através do tubo de descarga, sob a forma de espuma. Na par-
250 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS
CAP. 9 .AitT. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 251
Combina-se com t ·
os me ais para formar sulfêtos (exceção do
-0uro e a platina: ' trióxido de enxôfre 803
monóxido de enxôfre SO
.1 sesquióxido de enxôfre 82Üs
Cu+ S--. CuS
tetróxido de enxôfre 804
.1
Fe + S--. FeS heptóxido de enxôfre 8 20 1 •
Os dois primeiros, isto é, o dióxido e o trióxido já foram es-
Hg+ S - HgS. tudados no capítulo 8. Os outros quatro óxidos que se seguem são
Reage com os não-metais formando compostos covalentes: destituídos de importância.

28 + C - CS2 Hidrâ,cid-0:
2S + Cl2 - S2CI2. H28 - ácido siilfídrico - Já foi estudado no capítulo 8 .

. - Fa~endo-se passar vapor d'água em enxôfre aquecido à Oxúicidos:


hçao ha formação de gás sulfídrico e an1'dr1'do ebu-
sulfuroso: H2S0 4 - ácido sulfúrico (Já estudado no Capítulo 8)
38 + 2H20 - 2H2S + 80 2. H 2S03 - ácido sulfuroso
Reduz o ácido sulfúrico e o ácido nítr1"co a quente: H2S0 2 - ácido sulfoxílico
H 2S 20 8 - ácido persulfúrico
S + 2H2S04 - 380 2 + 2H.O
H 2S201 - ácido pirosulfúrico
S + 2HNOa - H2S04 + 2NO.
H 2S 20 4 - ácido hipossulfuroso ou ácido hidrossulfuroso.
ios: Reage com soluções de álcalis formando tiossulfatos e sulfe-
H 2Sp 3 - ácido monopersulfúrico ou ácido de Caro.

l!sos:
48 + 6~a0H - Na2S20s + 2Na2S + 3H20. H 2Sn0 6 - ácidos politiônicos (em que n = 2, 3, 4, 5 ou 6, for-
mando os ácidos di, tri, tetra, penta e hexatiônicos, respectivamente).
Na fabricação do ácido sulfúrico· ácido sulfuroso -- H 2S0 3
na vulcanização da borracha. '
no alvejamento; ' HO"'-
na preparação, de fósforos. Fórmida Estru:'ural: S=O
na pólvora negra; '
HO/
em medicina;
como inseticida; Prepara.ção:
em fogos de artifícios; Dissolvendo-se anidrido sulfuroso em água:
em produtos químicos, etc.

COMPOSTOS DO ENXôFRE É instável, só se conhecendo em solução.


óxidos: Tem propriedades redutoras em virtude de grançle facilidade
Existem vanos óxidos do Enx;ôfre : ,que possui de se combinar com oxigênio transformando-se em áci-
dióxido de enxôfre 80 2 do sulfúrico :
252 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS 9.2
CAP, 9 ART. PRINCIPAIS NÃO-METAIS 253

Estado Natural:

OH OH É encontrado livre no ar atmosférico e combinado constituin-


1 1 do os nitratos, nitritos, cianetos, compostos orgânicos, nos animais
Fórmula Estrutural: O=S-0-0-S=O e vegetais.
li li
o o Símbolo - N; F'órmutro - N 2 (diatómico)
É de grande importância na obtenção industrial de água oxi- Preparatjio:
g·enada: 19) Aquecimento do nitrito de amónio (Ver fig. 9.7)
H2S20s + 2H20 ----. H202 + 2H2S0 4• ~
NH4N0 2 -. 2H20 + N2,
Acido hipossulfiM·oso ou áci'.do hidrossnlfuroso - H2S 2 0 4 •
Fórmula Estrutural: O=S-S=O.
1 1
OH OH
É um ácido instável, pois absorve oxigênio do ar, em virtude
desta propriedade é agente redutor muito enérgico. Seus sais de
sódio são usados na indústria como redutor.
Ácido tiossulfúric.o - H2S20s,

O\__ /SH
Fórmula Estrutural: S
FIG. 9.7
O~ "'OH
29) Aquecimento do dicromato de amónio:
É um ácido instável que ainda não foi isolado. Os sais dêsse
ácido, os tiossulfatos são empregados no laboratório como o tiossul- ~
fato de sódio utilizado na dosagem do iódo: (NH 4) 2 Cr2 0 7 -> Cr20a + 4H20 + N 2,
3º) Ação do cloro sóbre o amoníaco:
Na2S20 3 + I2----. Na2S 40 6 + 2Nal.
3Cl2 + 2NH 3 ----. 6HC1 + N 2,
Os outros ácidos são destituídos de importância para o nosso
estudo. Com o amoníaco em excesso, tem-se:
NITROG:IJNIO 3Cl2 + 8NH 3 ----. 6NH 4Cl + N 2,
Histórico: 49) Ação dos hipobromitos ou hipocloritos sóbre a uréia em
Foi obtido por Rutheford em 1772, recebendo o nome de "ar meio alcalino :
flogisticado". Lavoisier fazendo estudos sóbre o gás chamou-o de
/NH2
"ar mefítico" e mais tarde "azóto" ( que significa impróprio à
vida). Chaptal em 1823 sugeriu o nome de Nitrogênio, em virtude O= C +3NaBr0+2NaOH ........ 3NaBr+Na2COa+3H20+N2.
dêle formar o salitre (Nitrogên:;7 significa produz salitre) . "'NH2
~-----~~--------------

254 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS CAP, 9 ART. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 255
59 ) Processo Industrial: destilação fracionada; do ar líquixlo O óxi,do nítrico e o bióxido de nitrogênio já foram estudados
já foi estudado na preparação do oxigênio.
no capítulo 8 em principais óxidos.
Propriedades:
Anidrido nitroso - N20s,
Gás, pouco solúvel na água, incolor) inodoro e insípido.
Fórmula Estrutura,[,: O = N - O - N = O.
É quimicamente inerte. Não é combustível nem comburente.
A característica principal do nitrogénio é a suai inatividad,e quími- Prepara.ção:
ca. No entanto, a elevadas temperaturas, o nitrogênio se combina Combinação do óxido nítrico com o bióxido de nitrogênio a
com metais formando os nitretos e com o oxigênio formando óxido - 30°C.
nítrico (Processo de Birkeland-Eyde para obtenção do ácido ní- NO+ N02 - N20s,
trico).
Assim que a temperatura começa a se elevar, o anidrido nítri-
Reage com o hidrogênio à temperatura de 500°0 e 250 a 300
co sofre decomposição regenerando os outros dois óxidos.
atmosferas de pressão, em presença de catalizador para formar
amoníaco (Fritz-Haber): É líquido azulado que se decompõe com facilidade. Combina-
-,se com a água para formar ácido nitroso.
N2 + 3H2 µ 2NH3•
Combina-se com o carboneto de cálcio, a altas temperaturas N 20 3 + H20 - 2HN02.
formando a cianamida de cálcio, usada como fertilizante: Anidrido Nítrico - N2Ü5

CaC2 + N2 - CaCN 2 + C
Usos: º~ ,,1º
Na preparação de adubos. Fórmula Estrutural: N-0--N
Na obtenção do ácido nítrico. oi' ~o
Na obtenção do amoníaco, etc. Preparação:
PRINCIPAIS COMPOSTOS DO NITROGÉNIO Desidratação do ácido nítrico pelo anidrido fosfórico:
óxidos
óxido nitroso - N 20 (gás hilariante)
2HN0 3 + P 20s - N20s + 2HPOs.
óxido nítrico - NO Sólido branco combina-se com a água para formar ácido ní-
Bióxido de nitrogênio - N0 2 ou N 20 4 trico:
Anidrido nitroso - N20 3
Anidrido nítrico - N 20 5
óxiácidos
óxido nitroso - N 2 0
ácido hiponitroso - H2N2Ü2,
Fórmula Estt-utural N == N = O. ácido nitroso - HN02,
Preparação - Decomposição térmica do nitrato de amónio: ácido nítrico - HNOs,
NH4N0 3 - N20 + 2H20. Acido Nitroso - HN02
É gás incolor, inodoro, solúvel na água. Quando se respira o Fórmula Estridural: HO - N = O.
óxido nitroso em pequena quantidade produz uma leve embriaguês,
daí ser chamado de gás hilariante, se respirado em maior quanti- Preparação:
dade produz insensibilidade1 sendo empregado por isso como anes- Reação de um ácido com solução de um nitrito:
tésico.
NaN0 2 + H2S0 4 - NaHS0 4 + HN02
256 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS 9 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 257
CAP. ART. 9.2

É instável, ainda não foi possível ser isolado, só existindo em ·sto Graças a essas propriedades o amoníaco líquido é muito em-
.solução. Pela sua decomposição obtemos: v1 • • Al
pregado nos refrigeradores e máquinas para f~brica1:_ ~e o~
o gás amoníaco é também conhecido por gas amonta; e extre-
mamente solúvel em água. Um volume de água a OºC dissol;e
Acido Nítrico - Já foi estudado no capítulo 8 em principais áci- 1176 volumes de gás. No entanto por ebulição todo o gás amoma-
dos. co pode ser expelido de sua solução aquosa.
O gás amoníaco nao~ ·
queima ao ar, mas em presença de oxi-
AMONfACO
gênio queima de acôrdo com a equação :

4NH 3 + 302 ---+ 2N 2 + 6H20.


Fórmula Estrutural:
A solução aquosa do gás amoníaco apresenta reação básica pro-
nunciada devido a formação do hidróxido de amônio :
Preparação:
NH 3 + H20 ::::: NH40H.
19 ) Ação do cloreto de amônio sôbre o hidróxido de cálcio:
O NH4 + é conhecido por ion amónio.
o gás amoníaco reage com o cloro e o bromo com desprendi-
mento de nitrogênio (ver nitrogênio) . .
29 ) Ação da cianamida cálc~ca sôbre vapor d'água superaque-
cido Com os metais alcalinos, o amoníaco forma as amidas.
Assim a sodamida é obtida da reação entre o sódio e o amo-
CaCN 2 + 3H20 ---+ CaC0 3 + 2NH 3• níaco:
39 ) Recuperação do amoníaco dos líquidos amoniacais, sub- Na+ NH 3 - NaNH2 + YzH2.
produto da destilação sêca de hulha. Com O magnésio há formação do nitreto de magnésio, sob tem-
49 ) Amoníaco sintético (síntese de Fritz-Haber) - Ação de peraturas elevadas:
mistura de hidrogênio e nitrogênio sob pressão de 250 a 300 at-
3Mg + 2NH3 - Mg 3N 2 + 3H2.
mosferas e temperatura de 500°0, em presença de catalizador.
O nitreto de magnésio é sólido e por hidrólise produz am~
N2 + 3H2---+ 2NH 3• níaco:
Propriedades: Mg 3N 2 + 6H 20 ---+ 3Mg(OH)2 + 2NHa.
Com os ácidos reage por adição formando sais:
Gás, muito solúvel na água, incolor, odor picante, irrita as
mucosa.s.
HCl + NH 6 - NH 4Cl
Émais leve do que o ar. Liquefaz-se com tanta facilidade que HN0 3 + NH 3 - NH4NOa
nas condições ordinárias de temperatura e pressão êle passa para
,o estado líquido. H 2S04 + 2NH 3 - (NH4)2S04.
Usos:
O amoníaco líquido ·é mau condutor do calor e da eI.etricida-
em refrigeração;
.de, mas é considerado um bom dissolvente. Entra em ebulição na
na preparação dos sais de amomo;
temperatura de - 331 35°0. É muito volátil, possui elevado calor na fabricação do ácido nítrico ( Ostwald) ;
latente de vaporização e pode ser obtido com facilidade como já foi
na preparação de corantes, etc.
PRINCIPAIS NÃO-METAIS 259
258 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS
ART. 9.2
CAP. 9
29) Processo Industrial - Processo Termoelétrico.
FÓSFORO
Faz-se o aquecimento da fosforita em forno elétrico, usando-
Histórico: -se eletrodos de grafita, com sílica e coque. As reações que se pas-
b ·Foi descoberto
d . por Brand em 1669 , quand o es At e buscava des- sam são:
co. rir a pe r~ filosofal, fazendo destilação dos resíduos sólido d Cas(P0 4) 2 + 3Si02 - 3CaSi0 3 + P 20õ
u.rma com areia, em ausência do ar atmosférico. Como a subs~A a
eia que obteve emitia luz no escuro, deu-lhe o nome de fó f an- P 20 6 + 5C - 5CO + 2P.
~:vra gr~ga que significa: "Transporto luz". Kunkel em s 1;;8 ~::
d vedo fo~foro, pelo mesmo processo, sem contudo ter conhecimento
a esco erta de Brand ( que ainda era mantida em segrêdo
Grahn em 1769 conseguiu descobrir o fósforo nos ossos e Scheel:·
e~ 1771, baseado nesta descoberta, separou-o dos mesmos La .'
sier em 1777 reconheceu sua natureza elementar. . voi-
Estado Natuml:
Não .é encontra~o !ivre na natureza. É encontrado sob a for-
ma combmada constitumdo os seguintes minérios (principais) :

Fosforita - Caa(P04)2
Flúor-apatita - 3Caa(PO)42· ea2F
Cloro-apatita - 3Ca3(P04)2 . CaCI2.
É ainda encontrado nos ossos, dentes, urina, etc. FIG. 9.8
Símbolo - p
Prepara.ção: Propriedades:
Há diversas variedades alotrópicas do fósforo entre elas pode-
19) Processo da,s retortas - (antigo):
mos citar o fósforo branco e o fósforo vermelho.
Faz-se o ataque da fosforita e (PO ) , .
tendo s , "d f , . ªª 4 2 pelo acido sulfúrico, ob-
Fósforo Branco - Sólido, cheiro de alho ( quando exposto ao
; d - e aci o orto osforico e sulfato de cálcio ( êste último ,
t ,ra o por decantação) : e re- ar), incolor (logo se recobre de uma camada branca), transparen-
te, densidade 1,82, ponto de fusão 44,1 ºC, ponto de ebulição 280°0.
Caa(P04)2 + 3H2S04 - 3CaS04 + 2HaP04. Insolúvel na água ( onde é guard:;ido), no álcool, solúvel em sul-
fêto de carbono. Apresenta até 800°0 grandeza molecular P 4, aci-
do ' Depois
·d de retirado o sulfato de ca'lc1'0, f az-se o aquecimento,
ma desta temperatura temos P 2. Em contato com o ar emite luz, a
e á;:~ :o ortofosfórico o qual se decompõe em ácido metafosfórico,
qual pode ser observada no escuro ( Quimioluminescência), em vir-
tude da formação de ozônio. É altamente v,enenoso, sendo suficien-
Á
li3PÜ4 -. HP0 3 + H 20. te 0,1 g para produzir a morte do homem. É instável.
Fazendo-se o aquecimento do ácido meta fosfórico com carvão, Fósforo Vermelho - Sólido, inodoro, insípido, densidade 2,2,
temos:
insolúvel na água, álcool e também no sulfêto de carbono ( diferença
do fósforo branco). Não é fosforescente, nem venenoso. É estável.
2HPOa + 6C ,! 2P + 6CO + H2.
260 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS
CAP, 9
ART. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 261
Tem poder racional menor do que o fósforo branco. Pode ser ob-
tido fazendo-se o aquecimento do fósforo branco a 250°0, em au- do (para aumentar o atrito) e cola. O palito de fósforo que tce;-
sência do ar. de em qualquer lugar contém sulfêto de fósforo (P<1Sa), cora o
Propriedades químicas do fósforo: de potássio, vidro pulverizado e cola.
Empregado em granadas e bombasi corno fumígeno.
O fósforo branco reage com o hidrogênio mediante pressão ou Fogos de artifício.
faisca elétrica.
Na preparação de fertilizantes, etc.
Como o oxigênio reage; se houver excesso de oxigemo haverá
formação de· P205; senão haverá formação de P20a,
COMPOSTOS DO FÓSFORO

4P + 502 - 2P20 5
óxidos
4P + 302 - 2P20 3,
Decompõe o vapor d'água, com forma~ão de ácido fosfórico e Trióxido de fósforo - PaOs ou P406
hidrogênio : Tetróxido de fósforo - P2Ü4
Pentóxido de fósforo - P2Ü5 ou P4010,

Combina-se, diretamente, com certos metais, formando fosfe- Trióxido de fósforo, anidrido fosforoso ou óxido d!e fósforo III
tos:
Fórmula Estmtural O = P - O - p = O.
3Na + P - Na 3P.
Preparação:
Combina-se com os não metais, com o cloro e bromo violenta-
mente, com o iôdo, mais lentamente, com o enxôfre violentamente Aquecimento do fósforo com quantidade limitada de ar atmos-
em temperaturas elevadas: :férico:
2P + 3Cl2 - 2PC1 3
4P + 302 - 2P20a,
PCJ 3 + Cl2 - PCI5 ( com excesso de cloro) Exposto ao ar oxida-se aos poucos, passando a pentóxido de
fósforo.
2P + 3Br2 - 2PBr 3

PBr + Br2 ~ PBr (com excesso de bromo).


3
P 20 3 + 02 - P20s,
5
Combina-se com a a, gua a frio formando ácido fosforoso :
Reduz o ácido nítrico a monóxido de nitrogênio e se oxidan-
do a ácido fosfórico :

Tetróxido de fósforo ou óxido de fósforo IV


Usos:
o~
Fórmula Estrutural -~ P-0-P=O
Na preparação dos fósforo·s de segurança. lilstes são constituí-
dos de trissulfêto de antimônio (Sb2Sa que serve como combus-
oi"
tível), clorato de potássio (KCI0 3 fornecedor de oxigênio) e cola Preparação:
(aglutinante) que formam a cabeça do palito. Na caixa, na super- Aquecimento do anidrido fosforoso, em recipiente fechado a
fície para riscar, usam-se fósforo vermelho pulverizado, vidro moí- 440°0.
ART. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 263
262 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS CAP, 9
Acido hipof osforoso - HaPÜ2,
Combina-se com a água para formar ácido fosforoso e ácido
:fosfórico : OH
1
P20 4 + 3H20 --. H 3PO~ + H 3P0 4 . Fórmula Estrutural 0-P-H
1
Pentóxido de fósforo, anidrido fosfórico ,ou óxido de fósforo V H

Fórmula Estrutural
º, P--0-P
fo
Preparação:
Reação do fósforo com o hidróxido de b~r~o, e o hipofosfito
de bário formado e precipitado pelo ácido sulfurico:
oi"' ~o
Preparação: 8P + 3Ba(OH) 2+ 6H 20 --. 2PH 3 + 3Ba(H2P02)2
Ba(H 2P0 2) 2 + H 2S0 4 --. BaS04 + 2HaP02,
Fazendo-se a combustão do fósforo em corrente de oxigênio
ou ar atmosférico: É instável, sólido, sendo um monoácido.

Acido ortof osf oros,o - HaPÜa,


É sólido branco, ávido de água, por isso sendo muito usado OH
como desidratante. A altas temperaturas tem grandeza molecular, 1
P4Ü10. É o mais importante óxido de fósforo. Fó!fmula Estrutural 0-P-OH
Combina-se com a água a frio formando ácido metafosfórico e 1
se fôr a quente ácido ortofosfórico: H
Prepar.ação:
P 205 + H20 --. 2HP0 3

P 205 + 3H20 --. 2H P0 Reação da água com o anl. drido fosforoso ou com o tricloreto
3 4
de fósforo:
É reduzido a quente pelo carbono P 20 3 + 3H20 --. 2HaPOa
P20 5 + 50 --. 2P + 500. -p01 3 + 3H 20 --. HaPOa + 3HOI.
Retira água do ácido nítrico, transformando-o em pentóxido de É sólido, pelo aquecimento dá origem ao ácido ortofosfórico
nitrogênio:
e fosfina:
6HN0 3 + P205 --. 3N 205 + 2H3P0 4.
Oxiácidos:
É um biácido.
ácido hipofosforoso - H 8 P0 2 Acido m,etafosfórico - HP03.
ácido metafosforoso - HP02
Fórmula Estrutural HO - P = O
ácido pirofosforoso - H4P 205
Preparação:
ácido ortofosforoso - H 3P03
Tratamento do pentóxido de fósforo com a água, a frio:
ácido hipofosfórico - H 2P0 3
ácido ,metafosfórico - HP0 3 P 20 5 + H20 --. 2HP0a.
. j
ácido pirofosfórico - H 4P201 É um monoácido.
ácido ortofosfórico - H 3P04 (já estudado no capítulo 8).
--------------------------------~~~~~------------
264 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS
CAP. 9 ART. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 265

(Diamante

Fó,rmula Estrutural
Cristalizado
l Grafita

f Variedades { Antra.cito
Hulha
Preparação: 1 naturais
Linhito
Carbono 1
Turfa
Desidratação do ácido ortofosfórico entre 215º0 a 220º0.
 Amorfo r carvão vegetal
+ H 0.
É um tetrácido.
2HaP04 -+ H4P201 2 (impropriamente
chamado, pois é
formado de micro-
Variedades
artificiais 1 coque
negrn de fumo
carvão animal
Acido ortofosfórico -cristais de grafita) carvão de reto.rta
- H 3 P04 - já foi estudado no capítulo
8, principais ácidos.
Diamante - É encontrado na natureza cristalizado no siste-
CARBONO ma tetraédrico. Pode se apresentar sob diversas côres: azul, verde,
Histórico: vermelho, negro, amarelo pálido e incolor ( êste quando não apre-
senta defeitos, isto é, sem jaça, é chamado de "diamante de pri-
É conhecido desde épocas remotas O -
nh .d . carvao de madeira era meira água"). Os diamantes coloridos apresentam impurezas de me-
co ec~ o dos ~on_ianos que o preparavam da mesma maneira ela tais e o negro apresenta impureza de grafita coloidal ( êstes são
qual ainda hoJe e preparado Em 1788 L . . p
d· · , avo1s1er reconheceu que muito comuns na Bahia1 seu valor é inferior aos outros) . É a subs-
o iamante era carbono puro Dalton h tância mais dura que se conhece (dureza 10 na escala de Mohs),
a f . recon eceu que o carbono
mor o era também carbono puro · Em 1789, S ch ee1e reconh eceu a podendo riscar tôdas as outras substâncias sem sem ser riscado. Só
mesma pureza para a grafita. Em 1890 Kr f" pode ser lapidado pelo seu próprio pó ou pelo diamante carbona-
das três variedades, obtendo carbonato' de ::i;onpa~:duo adpuredza do ou negro. Seu nome é tirado dessa propriedade (diamante em
um~~ · ecaa
grego significa: indomável, inquebrável). Ê contudo uma substân-
Estado Natural: cia quebradiça. Quando lapidado constitui o brilhante (na lapi-
dação perde-se cêrca da metade do diamante), pedra preciosa de
Ê encontrado livre e sob a forma combinada L" , grande valor em joalheria. É vendido no comércio em quilates,
trado b f · . · 1vre e encon-
so a orma cristalizada como o diamante e a af"t isto é, um quilate equivale a 0,2 g. O maior diamante já encon-
fa como o antracito, hulha, linhito e turfa. Sob ~fo~:a e am~~- trado é o Oullinan, encontrado no Transval (África do Sul em
n_ado, temos: gás carbônico, carbonato de cálcio carbonato ~:~-1- 1905), tendo cêrca de 3 025 quilates. Os principais países produ-
r10, nos compostos orgânicos, nos petróleos, etc. ' a- tores de diamante são: África do Sul, Brasil (Minas Gerais, Bahia,
Símbolo - O etc.) Austrália, etc. Os locais de maior fama mundial em lapida-
ção são: Amsterdam e Antuérpia. É o carbono mais puro encon-
Propriedades: trado na natureza. É usado como ornamento, para cortar vidros
e na construção de brocas especialmente as brocas de perfuração de
Ê sólido, funde-se por volta de 3 500º0 E . te
dades alotrópicas do carbono: o diamante e .a ;:fi:
se apresenta sob as seguintes formas: .
d
;as .
v;rie-
car ono
petróleo.
Gr,afita - É encontrada na natureza cristalizada no sistema
hexagonal, É cinza escuro apresentando boa condutibilidade tér-
266 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS CAP. 9 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 267
ART. 9.2
mi~a e elét~ica. É gordurosa ao tato1 quando esfregada em papel, Turfa - É formada pela fermentação de plantas lacustres como
deixa um risco. n~g~o. Seu nome é tirado dessa propridade (grafi- algas, musgos, etc. É higroscópica, possui cêrca de 90% de água.
ta em grego s1gmfrna escrever). É uma substância mole ( dureza Completamente anidra, é usada como combustível. É empre.gada
0,5 a 110 na escala de Mohs). Os principais países produtores de como absorvente e desinfetante.
grafita são: Rússia, Estados Unidos, Alemanha, e Inglaterra. É Carvão vegetal - Negro, frágil, poroso, sonoro, absorvente.
carbono quase puro, contendo de 3 a 5% de impurezas. É usada É obtido pela combustão incompleta da madeira ou por sua desti-
como ~lubrificante, na fabricação de lápis, como pigmento, na pre- lação em retortas. É usado como combustível, como absorvente nas
paraçao de eletrodos, etc.
geladeiras (nariz de ferro), no tratamento das águas, etc.
Coqiw - É o resíduo sólido da destilação da hulha.
Existem duas variedades de coque: o coque proveniente da
destilação da hulha nas fábricas de gás de iluminação (rico em cin-
1
zas, quebradiço e se encontra em pedaços pequenos) e o coque ob-
tido dos fornos de coque ( que é o coque metalúrgico consistente, i
li
com pouca cinza e poroso). É acinzentado, leve, poroso, tendo um
teor de 90% em carbono.
Negro de fumo ou pó de sapato - É o depósito negro de car-
li
vão, produzido pela combustão incompleta de substância ricas em
!'
FIG. 9.9 - Carbono

Antraaito - É encontrado na natureza, em regiões nas quais


carbono como hidrocarbonetos, madeiras1 etc. É negro, gorduroso,
leve. Em virtude do seu alto grau de divisão é usado para a
fabricação de tintas1 no lápis, em Química como redutor, etc.
i
.I
1

!
Carviã,o animal ou carvão idie ossos - É negro. Obtido pela cal- 1
os terrenos são anteriores ao carbonífero. É negro brilhante. Tem
cinação dos ossos. É absorvcente de primeira qualidade, servindo para 1
1
grande poder calorífico, sendo por isso usado como combustível li
clarear vinhos, glicerina, glicose, na refinação do açúcar, etc.
queima com dificuldade deixando um resíduo de 1 a 2%, em cin~
zas. Tem um teor de 90 a 95% em carbono. Seu teor de carbono é da ordem de 10 a 12%.
·1
Carvão de 'f'etort.a - É negro brilhante, bom condutor da
Hulha ou carv,ão de pedra ou carvão mineral - É negra bri- 1
eletricidade, sonoro. É obtido retirando-se a camada de carbono 1

lhante, apresentando-se em camadas. Podemos dividí-la em hulha i


quase puro que se deposita no interior das retortas, na destilação .1
gorda ou graxa e hulha magra ou sêca. Encontramos na primeira I' :1
da hulha. É usado como eletrodo; na fabricação de cadinhos; nas ,1·
uma boa quantidade de betume, ao passo que as sêcas tem muito
menor quantidade de betume. Quando se faz a destilação de hulha placas de baterias, etc.
Carvão ativo - É aquele que absorve os gases, daí ser cha-
~ra~a obtemos uma série de produtos: gasosos, (gás de iluminação),
hqmdos ( alcatrã'O de hulha rico em benzeno, neftaleno antraceno mado de ativo. .É obtido a partir do carvão sólido, vegetal e ani-
fenantreno, fenóis, etc.) e sólido (coque). Seu teor e~ carbono ê mal, quando se faz o aquecimento inferior a 600°0. A sua prin~i-
pal propriedade é que tenha o máximo de porosidade proporCio-
da ordem de 75 a 88% 1 tendo cêrca de 15% de hidrocarbonetos.
nando assim elevado poder de adsorção.
. ~inkit.o - É escuro ou negro. Queima com chama longa e
fuhgmosa. Certas variedades duras, podem ser trabalhadas ao tôr- PRINCIPAIS COMPOSTOS DE CARBONO
no e são conhecidas por azeviche, âmbar negro, são usadas para
confecção de objetos de adôrno. Seu teor de carbono é de cêrca óxidos
de 65%. Monóxido de carbono - CO
,.
r
1
268 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS
ART. 9.2 PRINCIPAIS NÃO-METAIS 269
CAP, 9

dióxido de carbono - 002 Quando aquecido à temperatura acima de 800ºC obtemos o


1
monóxido de carbono e abaixo de 600°C obtemos dióxido de car-
Ambos já foram estudados no capítulo 8 em principais óxidos.
bono:
Acido carbônico - H2COa 1
20 + 0 2 - 200 (acima 800°0)
1
/0-H e+ 02 - 002 (abaixo de 600º0). !
Fórmula Estrutural O=C , a dando monó-
O carvão aquecido ao rubro reage com a agu
""0-H xido de carbono e hidrogênio (gás da água).
Preparação: C + H 20 - CO + Ih
Podemos obter fazendo passar uma corrente de gás carbônico Combina-se com os não metafa :
através da água:
C + 82 - CS2.
H20 + C02 - H2C0 3•
Reage com certos metais formando os carbonetos :
:É umácido muito instável, que ainda não foi isolado. Tem-
-se conhecimento dos seus sais carbonatos e bicarbonatos ou carbo- Ca + 2C - CaC2.
natos ácidos.
:ílJsses carbonetos quando hidrolizados dão origem a hidrocar-
Ácido cianídrico - H CN bonetos:
Fórmula Estrutural H - C = N. CaC2 + 2H20 - Ca(OH)2 + C2H2.

Preparaçã,o: Quando aquecido ao rubro, reage com o anidrido carbônico


formando o monóxido de carbono.
Reação do cianeto alcalino com ácido sulfúrico. tJ,.
C + C02 -+ 2CO.
2NaCN + H2S04 - Na 2S04 + 2HCN
Reduz certos óxidos metálicos libertando o metal :
um ácido fraco, possui cheiro semelhante ao de amêndoas

amargas1 muito venenoso, usado nas câmaraJs de gás. 2Cu0 + C - Cu + C02 (abaixo de 600º0)
Os outros ácidos do carbono serão estudados no volume de Bi20 3 + 3C - 2Bi + 300 (acima de 800ºC).
Química Orgânica.
Reduz o ácido sulfúrico e nítrico :
Propriedades químicas do carbono (em geral)
Combina-se com o hidrogênio a 1 200°0 para formar o mP-
2H 2S04 + C - C02 + 2802 + 2H20
tano: 4HN0 3 + C - C02 + 4N02 + 2H20.
1 200°0 Usos:
C+2H2 - CH 4 como ornamento;
Se fizermos a reação do carbono com o hidrogênio na tempe- na indústria metalúrgica;
ratura do arco voltaico obtemos acetileno ou etino: na indústria química;
como absorvente;
como combustível;
voltaico
.,e "ií
1

270 ESTUDO DESCRITIVO DOS NÃO-METAIS CAP, 9 PRINCIPAIS :NÃO-METAIS 271


ART. 9.2
na preparação de eletrodos.,
Não conduz a eletricidade.
na construção de brocas1 etc. Silício crist,alino - cinza escuro, forma cristais octaédricos re-
gulares, densidade de 2,3 a 3, ponto de fusão 1420°0, conduz pouco
SILíCIO
a eletricidade. Tem menor reatividade que o silício amorfo.
Histórico:
As duas variedades de silício reagem:
Foi obtido, impuro, pela primeira vez
Em 1823 B 1· por Davy em 1809. 19 ) quando aquecidas ao ar atmosférico, transformando-se em
erze rns preparou silício amorfo.
sílica:
Estado Natur.a;l: Si + 02 - Si02.
Não é encontrad r 29) quando atacadas pelo ácido fluorídrico dando ácido fluor-
mento mais abundan~e ::e n~ natureza, mas combinado é o ele-
crosta terrestre depois do oxi É
A • silícico e desprendimento de hidrogênio.
encontrado sob a forma d e s1,1ica
. nas rochas. é encont dgemo.
'd
c1 o vegetal, etc. ' ra o no te- Si + 6HF - H 2SiF 6 + 2H2.
Símbolo - Si 39) com quase todos os não-metais e com muitos metais. Com
o carbono formam um composto de grande dureza (dureza seme-
Preparação do silício .amorfo
lhante a do diamante) e de grande emprêgo na indústria como abra-
1º)
. A quec1mento
· da sílica com magnésio em pó sivo o Carborundum. 1!1sse pode ser preparado fazendo-se o aqueci-
mento da sílica com coque em forno elétrico:
Si02 + 2Mg - Si + 2'MgO.
Si02 + 3C - 2CO + SiC.
, . de v apores d e f luoreto ou cloreto de silício
com 2 ) ód'Aquecimento
9

O s 10 ou potass10.
SiF4 + 4K - Si+ 4KF.
39) Aquecimento do iluorsilicato de pot'ass10
. com potassw
, . me-
tálico:

K2SIF a + 4K - 6KC1 + Si.


Silício cristalino
FIG. 9.10
4Q) Aquecimento em fôrno elétrico de sílica
coque : em excesso com
Usos:
j,
Si02 + 2C - 2CO + Si. Na preparação de ligas metálicas como: o fenossilício, (resisten-
tes aos ácidos) o bronze de silício ( usado na fabricação dos fios te-
59) Dissolve-se silício amorfo e . .
resfriar O T · m metais fundidos e deixa-se lefônicos e telegráficos) ;
. s1 ICIO passa de amorfo para cristalino.
Na preparação do carborundum;
Propriedades. Ex' t d
cio: o amorfo e o. cristal' is em uas variedades alotrópicas do silí- E modernamente na preparação dos silicones (compostos híbri-
mo.
dos orgânicos e inorgânicos) usados como repelentes à água anti-
Silício a;morfo - pó amorfo -espumante, fluídos amortecedores, lubrificantes, como agentes de
ponto de fusão 1 420ºC ont d ' m~r:on escuro, densidade 2,4,
voltaico. ' p o e ebuhçao na temperatura do arco moldagem, polidores para móveis e automóveis, tintas, fluidos die-
létricos, resinas, gomas e borrachas silicones.
··~

ART. 10.2 PESQUISA DE CATIONS 273

Modernamente o mais usado é a Análise espectroquímica que


se baseia na medida da intensidade das raias dos espectros de emis-
são por meio dos espectrógrafos.
Dada a amostra de um composto para analisar, caso não es-
teja dissolvida, procura-se dissolvê-la. Os dissolventes empregados
obedecem a seguinte ordem: água, ácido clorídrico diluído ou con-
CAPÍTULO 10
centrado, a frio ou a quente, ácido nítrico diluído ou concentrado,
a frio ou a quente e, finalmente, experimenta-se a dissolução na
água régia. Esta, é uma mistura de 3 partes em volume de HCl
ANÁLISE QUÍMICA INORGÂNICA
para uma parte de HN0 3 , admitindo-se que a ação da água régia
corra por conta do cloro que se produz na reação:
Análise química é o conjunt d .
dos quais chega-se ao conhecimen~o ~ ensa1~s e processos por mefo 3HC1 + HN0 3 - NOCl + 2H 0 + 2HC1.
2

elementos num determm" d a qualidade e quantidade dos


a o composto. Uma vez dissolvida a amostra sólida, passa-se a fazer a sua
Análise 'quimica
, · ou química analítica d. .d . análise qualitativa por via úmida, sendo que as pesquisas de ca-
orgânic.a, podendo ser qualit t" . iv_i e-se em inorgânka e tions e anions, resumem-se, de um modo geral, na formaçifo de
ª iva e quantitativa.
precipitados, mudanças de colorações, dissolução àe precipitados, àes-
A análise qualitativa determina a . -
dado para analisar conhecend compos1çao de um composto prendilmentos gasosos, etc.
, . ' o-se apenas a qualidade dos elementos A amostra dada para analisar, já dissolvida, constitui o que se
A analise quantitativa
· , det .
· ermma as propo - . chama solução prúnitiv:cv. É dividida em duas partes iguais a fim
e1ementos se encontram no com . . rçoes com que os
de se proceder à pesquisa do cation e do anion.
volwm,étric.a, se as operaçõe f postof.. D1v1de-se em gravim.étrwa e
, s orem eitas por mei d d Em primeiro lugar, pesquisa-se o cation, empregando-se a mar-
por medidas de volume. Constitui de . o e pesa as ou
gens ou titulações isto é a t't l ~ma maneira geral, as diosa- cha sistemática que se segue, tendo-se o cuidado de dividir a parte
. . ' , i u ometria (ver 29 vol ) A da solução primitiva destinada à pesquisa de cations, em seis par-
VImetria é também conhec. d b . . ume . gra-
1 a por arimetria ou análise ponderal. tes, de modo a se fazer a pesquisa dos grupos, em separado. Con-
clui-se assim que a marcha de pesquisa adotada é indicada para a
10.l -Análise elementar qualitativa
solução que encerra sàmente iim cation e, conseqüentemente, um
A análise qualitativa po d e ser feita de dois d anion.
via s,êca e via úmida. mo os clássicos:
10.2 - Pesquisa de cations
. ~ _análise por via sêca ou pirognóstica é a que se faz por in-
teimed10 do calor, sem a intervenção de A marcha da pesquis.a de cations consiste pois em seis grupos
líquidos. A distinção en- bem delimitados. Baseia-se na solubilidade dos cloretos, sulf,êtos e
tre os elementos é feita pela coloração
que toma a chama do bico carbonatos metálicos (ver tabela de solubilidade).
de- Bunsen · Exs · ·. E nsaio
· d a perola
, d bórax, Ensaio s·ôbre o car-
vao, etc. e Na pesquisa de cations, a primeira opera.ção que se faz é aci-
A . análise ·por via úmida é a que se realiza . quando dificar a solução primitiva com HCl diluído; daí, os cloretos in-
d se empre- solúveis que se obtém, serem classificados no 1'1> grupo.
gam 1ssolventes líquidos ( á )
ou radicais de um det . guda para a separação dos elementos Os sulfêtos metálicos são geralmente insolúveis na água, com
• A • ermma o composto B d exceção dos metais alcalinos, alcalino-terrosos. Dos sulfêtos inso~
rnmcas consiste na p · d . · asean o-se em reações
esquis(JJ e c.ations e anions. lúveis, alguns se dissolvem em meio ácido, portanto, não se preci-
ART. 10.2 PESQUISA DE CATIONS 275
274 ANÁLISE QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 10

pitam nesse meio, e, para obtê-los é necessar10 que o meio seja 2) Trata-se a solução primitiva pelo KI, forma-se um ppt
alcalino (49 grupo). Outros são insolúveis em meio ácido sendo amarelo pálido de iodêto de prata:
assim, pois, obtidos (2 9 e 39 grupos). Os do 29 grupo são 'aquêles
que se dissolvem no polisulfeto de amônio (de côr amarela) e os
Ag+ +r - Agl.
do 39 grupo nêle são insolúveis. 3) Trata-se a solução primitiva pelo H2S ou (NH4) 2S, for-
Como os sulfêtos dos cations do 59 grupo são solúveis na água, ma-se um ppt prêto de sulfêto de prata.
usa-se outro reagente capaz de dar reações de precipitação, sendo
o reagente mais usado,- o carbonato de amónio , (NH 4 ) 2 CO.,)"
Finalmente, os cations do 69 grupo, são aquêles cujos clore- Chumbo: Pb++
tos, sulfêtos e carbonatos são solúveis na água, não se precipitan- Trata-se a solução primitiva pelos cromatos alcalinos, for-
1)
do pois, por nenhum dos reagentes empregados. ma-se um ppt amarelo de cromato de chumbo:

19 GRUPO: Constituído dos cations que s,e precipitam e1n bran- Pb++ + Cro4-- - PbCr0 4•
co quando trafo,dos pelo HCl diliddo. Os cations si'ío: prata, chu1n-
2) Trata-se a solução primitiva pelo KI, forma-se um ppt
bo e mercuroso:
amarelo vivo ( côr de canário) de iodêto de chumbo, solúvel em
Ag+ + HCl - AgCl + n+ excesso de água a quente e, que se cristaliza pelo resfriamento em
palhetas de um amarelo brilhante:
Pb++ + 2HC1 - PbCl2 + 2H+
Hg/+ + 2HC1 - Hg2Ch + 2H+ Pb++ + 21- ·- Pbl2.

O HCl utilizado deve ser o HCl diluído, pois, o concentrado, Trata-se a solução primitiva pelo H2S ou (NH4) 2S, for-
3)
pode formar sais complexos com os cloretos insolúveis, tornando-os ma-se um ppt prêto de sulfêto de chumbo:
solúveis.
Pb++ + s-- - PbS.
Distinção
4) Pelos sulfatos alcalinos, forma-se um ppt branoo de sul-
Trata-se o precipitado branco obtido, pelo NH 4 0H diluído: fato de chumbo:
se dissolver, é prata)· se não dissolver, é chumbo; se enegrecer, é
mercuroso:
M,ercuroso: Hg2 ++
AgCl + 2NH40H - [Ag(NH 3) 2] Cl + 2H20 1) Trata-se a solução primitiva pelo K2Cr04, forma-se um
Cloreto de pratamina (solúvd)
ppt alaranjado de cromato mercuroso :
Hg2Ch + 2NHPH - HgNH2Cl + NH4Cl + Hg + 2H20
branco prêto Hg2++ + Cr04-- - Hg2Cr04.
PbCh + NH 0H 4 - não altera. 2) Trata-se a solução primitiva pelo KI, forma-se um ppt
Reações de confirmação. esver,deado de iodêto mercuroso:
Prata: Ag• Hg2++ + 2r - Hg2h
1) Trata-se a solução primitiva pelos cromatos alcalinos, for- 3) Trata-se a solução primitiva pelo H2S ou (NH4)2S, for-
ma-se um ppt vernielho de cromato de prata: ' - ma-se um ppt pr,êt,o de sulfêto mercúrico :
276 ANÁLISE QUÍMICA INORGÂNICA CAP, 10 ART. 10.2 PESQUISA DE CATIONS 277

Obs. Escrevem-se os cations sob a forma iônica, querendo isto cromo ou manganês, encontrar-se-ão no precipitado. Exemplo: Ten-
indicar que, qualquer sa,l solúvel do cation em questão, serve para do-se uma solução de arsenito de sódio (Na2HAs0 3 ) para anali-
as reações de confirmação (Ver TABELA DE SOLUBILIDADE). Do mes- sar, o cation arsenioso As+++ estará no ,anion arsenito e o cation será
mo modo, escreve-se o reagente sob a forma iônica, indicando sà- o sódio Na+. Entretanto, ao ser acidulado pelo HCl, será transfor-
,m.ente o ion que irá fazer parte do precipitado (ppt). Devemos mado em cation arsenioso sob a forma de cloreto arsenioso AsC1 3 ,
lembrar que pr,ecipitado é tôda substância, sólida, insolúvel, que sendo que o cation arsenioso se precipitará pelo gás sulfídrico, sob
se forma na reação. a forma de sulfêto arsenioso, enquanto que o cation sódio permane-
cerá no filtrado :
29 GRUPO: Constituído dos catirms que não se precipitam peio
HCl, mas em m,eio acidifiwdo por êste ácido precipitam por ex- N o,2HAs0 3 + 5HC1 -+ 2N aCl + 3H20 + AsC1 3
cesso ,de H2S, solúveis no polissulfi;,to de ,arnônio. Os cations são: ar-
sênico, antimônio1 estanho, ouro e platina.
AsC1 3 + H2S -+ As 2S 3i+ 2HC1.
Do mesmo modo, o anion dicromato, alaranjado, passa a ca-
arsênico As+++ As+++++ (amarelo claro)
Precipitado amarelo { tion crômico, verde, que precipita no 49 grupo:
estânico Sn++++ (amarelo carregado)
ouro Au+++
Precipitado préto {. Igualmente, o anion permanganato, violáceo, passa a cation
phtina Pt++++ manganês Mn++, que se precipita no 4 9 grupo:

Precipitado castanho - estanoso Sn++


Precipitado alaranjado - antimônio Sb+++. 1) Pelo AgNOs, os arseniatos dão ppt vermelho de arsenia-
to de prata; os arsenitos dão ppt. amarelo de arsenito de prata~
Distinção entre os q1w se precipitam mn amarelo :
Trata-se o ppt amarelo pelo hidróxido de amónio: dissolven- As0 4___ + 3Ag+ -+ Ag 3As0 4
.do, é ars,ênico; caso contrário, é estânico.
As0 3___ + 3Ag+ -+ Ag 3As0 3 •
Distinção ,entre os que se precipitaxm em prêto:
Trata-se a solução primitiva pelo KI: dando ppt amarelo 2) Pelos sais de cobre, os arseniatos dão ppt azul de arsenia-
e:sv1;.rdeado, é ouro; coloração vermelho sanguíneo, é platina. to de cobre; os arsenitos dão ppt verde de arsenito de cobre (verde
de Scheele) :
Re,ações de confirmação.
Arsênico: As+++, As~++++.
2As0 4___ + 3Cu++ -+ Cu 3 (As0 4) 2
2As0 3___ + 3Cu++ ----t Cu 3 (As0 3) 2•
O arsênico é pesquisado sob a forma dos anions arsenitos e arse-
niatos: As0 3- - e Aso 4---. Os cations As+++ e As+:+++ só podem 3) Pelo H 2S, em meio de HCl: sendo arsenioso, forma-se ime-
existir em meio fortemente ácido. diatamente um ppt de sulfêto arsenioso, de côr amarela; se fôr o
cation arsênico, forma-se lentamente um ppt de sulfêto arsenioso
Obs. - Certos elementos, como o arsênico, o crômo, o manga-
'n,ês, que aparecem como anions em alguns de seus sais, quando em e enxôfre:
solução aquosa, passam a cations em virtude da acidulação exigi- 2AsC1 3+ 3H S -+ As S
2 2 3 i/ + 6HC1
da pela marcha de análise. Por êsse motivo, o cation da solução
primitiva deve ser procurado no filtrado, sendo que o arsênico, 2AsCls + 5H S-+ As S
2 2 3 i/ + lOHCI + 2Si/.
ART. 10.2 PESQUISA DE CATIONS 279
278 ANÁLISE QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 10
Platina: Pt/+++
4) Pela mistura magnesiana (MgCl2 + NH4Cl + NH40H),
os arseniatos1 dão ppt branco, cristalino de arseniato amoníaco Encontra-se a Pt~++ ~oh a forma de ácido cloro platinico
magnesiano; os arsenitos não dão ppt. H2 [Pt01 6 ].
NfüCl Pelo cloreto de potássio ou de amorno, mais atrito, for-
1)
As0 4___ + Mg++ + NH/ ----·--+ NH 4MgAs04. ma-se um ppt. ama.relo cristalino, que se dissolve fàcilmente na
ppt branco
água:
O cloreto de amônio é adicionado a fim de evitar a precipi- [Pt01 6t- + 2K+ --+ K2[PtCI6]
tação do hidróxido de magnésio ( efeito ion comum).
[PtCl 6 t- + 2NH/ --+ (NH4) 2 [Pt016].
5) Dá a reação de Gutzeit.
2) Pelo cloreto estanoso, forma-se um ppt vermelho sangití-
Antimônio: Sb+++
ne,o:
1)Pela água em excesso, forma-se um ppt branco de oxiclo-
reto de antimónio:
[PtCI,6 t- + 2Sn++--+ Pt + 2Sn++++ + 601-.
SbCl 3 + H20 --+ SbOCl + 2HC1. 3) Pelo H 2 S em meio acidificado, de HCl, forma-se um ppt
prêto de sulfêto de platina, insolúvel nos ácidos minerais, nos sul-
2) Pelos carbonatos1 dá ppt branco. fêtos alcalinos incolores; solúvel na água-régia e nos polissulfetos
3) Dá a reação de Gutzeit. alcalinos:
Técnieia para se obter a re.ação de Gutzeit: Em um tubo de
ensaio coloca-se a solução primitiva, mais limalhas de zinco, com
várias gôtas de H2SÜ4. O hidrogênio nascente, combina-se com o Estânico: Sn++++
antimônio da substância dando estibilamina SbH3, que enegrece 1) Pelos hidróxidos, forma-se um ppt branco de hidróxido es-
um papel de filtro, previamente umedecido em uma solução de ni- tânico, solúvel em excesso de reagente, com a formação de esta-
trato de prata: nato:
SbH 3 + 3Ag+ --+ SbAg 3 + 3H+. S:i++++ + 40H- - Sn(OH\
ppt prêto (antimonieto de prata) -3H20
Ouro: Au+++ Sn(OH) 4 + 20H- --+ [Sn(OH) 6i-- ----+ SnOs--·
1)Pelo cloreto estanoso, mais HCl diluído, forma-se um ppt 2) Pelos carbonatos :alcalinos, forma-se um ppt branco, de
vermelho purpurina (púrpura de ouro de Cassius). ácido meta-estânico :

2Au*+
HCl
+ 3Sn++ ---+ 3Sn++++ + 2Au. Sn++++ + 200 + H20
3- - --+ Sn02. H20 + 2002.
3) O cloreto mercúrico não precipita com as soluções de sais
2) O peróxido de hidrogênio em soluções alcalinas precipita
estânicos ( diferença dos sais estanosos) .
ouro metálico, finamente dividido (diferença da platina).
Estanoso: Su++
2Au+++ + 3H 20 2 + 60H- --+ 2Au + 6H 20 + 302
1)Pelo hidróxidos, forma-se um ppt branco de hidróxido es-
3) Pelos hidróxidos alcalinos forma-se um ppt vermelho de
tanoso, solúvel em excesso de reagente com a formação de estai-
hidróxido áurico.
nit,o:
Au+++ + 30H- --+ Au(OH) 3 •
280 ANÁLISE QUÍMICA INORGÂNICA CAP, 10 10.2
ART. PESQUISA DE CATIONS 281
Sn+++ 20H- - Sn(OH) 2 O Pb++ aparece no 39 grupo nas soluções diluídas; nas solu-
-H20 ções concentradas, precipita em branco pelo HCl, no 19 grupo.
Sn(OH)2 + OH- - [Sn(OH) J- - 3 Sno 2-.
Reações de confirmação
2) Pelo cloreto mercúrico, forma-se um ppt branco de clo-
reto mercuroso ( calomelano) : Chumbo: Pb++

São as mesmas do l9 grupo.


Mercúrico: Hg++
3) Por uma lâmina de zinco há depósito de est,anho metálico.
O mesmo se passa com o estânico. 1) Pelos cromatos alcalinos, forma-se um ppt amarelo de cro-
mato mercúrico:

Hg++ + Cr0 4-- - HgCr0 4•


4) Pelo sulfêto de amónio1 forma-se um ppt castanho de sul-
fêto estanoso, solúvel no polissulfeto de amónio ( diferença do ar- 2) PeJ.os hidróxidos alcalinos, forma-se um ppt amwrelo de
sênico e antimónio, que são solúveis no sulfêto de amónio incolor óxido mercúrico:
e no amarelo, polissulfeto) :
Hg++ + 20H- - HgO + H20.
Sn++ + s-- - SnS.
Interessante observar é que o mercúrio quando aquecido ao
39 GRUPO: Constituído dos cations que não se precipitam pelo ar forma o óxido de mercúrio de cór vermelha.
HOl, mas em meio· acidificado por ,êsfo ácido, precipitam por ex- 3) Pelo (NH4) 2S, forma-se um ppt prêto de sulfêto mercú-
cesso de H2S insolúveis no p,olissulfeto de ,amônio. Os cations são: rico, insolúvel no HOl, HN0 3 , solúvel na água-régia:

Hg++ Hg++ + s-- - HgS


mercúrico
. . chumb
Precipitado prêto { . 0 Pb++ 3HgS + 6HC1 + 2HN0 3 - 3HgCh + 2NO + 3S + 4H 0.
2

bismuto Bi+++
Cobre cu++ Bismuto: Bi+++

Precipitado amarelo' - cádmio Cd++. 1) Pela água em excesso, forma-se um ppt branco de oxiclo-
reto de bismuto:
Distinção entre os .que se precipitam em prêto :
· BiC1 3 + H20 - BiOCl + 2HC1.
Trata-se a solução primitiva pelo iodeto de potássio: dando
ppt. amarelo canário é chwmbo; ppt vermelho escarrlate é mercú- 2) Pelos hidróxidos forma-se um ppt branco de hidróxido de
r~o,· ppt branco passando logo a castanho é cobre e ppt prêto é bismuto, insolúvel em excesso de reagente:
bismuto:

Pb+~ + 21- - PbL


3) Pelo H2S em meio acidificado de HOl, forma-se um ppt
Hg++ + 2r- - Hgl 2 prêto de sulfêto de bismuto, solúvel no HN0 3 diluído a quente, e
2Cu++ + 41- - Cu2I 2 + I 2 nos sulfêtos alcalinos:
Bi+++ + 3r- - BiI3•
282 ANÁLISE QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 10
ART. 10.2 PESQUISA DE CATIONS 283

Cobre: Cu++ 3) Pelo cianeto de potássio, forma-se um ppt branco de cia-


1) Pelos hidróxidos alcalinos forma-se um ppt azul claro de neto de cádmio, solúvel em excesso de reagente:
hidróxido cúprico : ca+++ 2cN- ----, Cd(CNh
Cu* + 20H- ----, Cu(OH)2. Cd(CN)2 + 2cN- - [Cd(CN)4r-.
Por ebulição, se transforma em óxido cúprico de cór prêta: 4) Pelo sulfêto de amónio, forma-se um ppt am,arelo de sul-
calor fêto de cádmio :
Cu(OH) 2 ----+ CuO + H 20. ca++ +
s-- - cas .
2) Pelo hidróxido de amónio, em muito pequena quantvrlade, 49 GRUPO: Constituído dos cations ,que não se precipitam pelo
forma-se um ppt a1zul claro de um sal básico, fàcilmente solúvel em IL:S, em soliu;,ão aciiN,fic.ada ,de HCl nws se precipitam em sol1ição
excesso de hidróxido de amónio, com a formação de uma àmina de alcalina de NH 4 0H qu{J)ndo se faz passar a .corrente d,e H2S em pre-
cobre, de coloração azul intenso. Seja, por exemplo, o sulfato de sença do cloreto de amônia.
cobre: Também pode-se dizer: São os cations que se precipitam peZ.O
2Cu++
. + S04-- + 2NH 0H ----,
4 Cu2(0H) 2S04 + 2NH/
..__._,,,...._.. sulf,êto de amônia em meio amoniacal. Os cations são:
ppt azul ( ferroso Fe++
Cu2(0H) 2S0 4 + 2NH/ + GNH40H ----, 1 férrico Fe+++

l
Precipitado pr~to Ni++
----, 2[Cu(NH 3) 4]++ + So 4- - + 20Ir + 6H20. níquel
co.balto co++
3) Pelo ferrocianeto de potássio, forma-se um ppt castanho
( zinco zn++
de ferrocianeto de cobre :
Precipitado branco )
l alumínio Al+++
2Cu++ + [Fe(CN) 6 r--- ----, Cu2[Fe(CN)a],
Precipitado côr de carne (róseo) - manganês Mn++
4) Pelo (NH 4 ) 2 S, forma-se um ppt pr,êto de sulfêto de cobre,
· · d o ver ae-cinza
P rec1p1ta · - cromo e+++ 1 .
insolúvel no HCl, solúvel no HNOa:
Passando-se a corrente de H2S na solução já alcalinisada, pre-
Cu++ + s-- ----, CuS cipitarão os cations do 4.º grupo sob a forma de sulfêtos, exceto os
3CuS + 8NH0 3 ---+ 3Cu(N0 3) 2 + 2NO + 3S + 4H20. 1
cations Al+-t-+ e Cr+++, que se precipitarão sob a forma de hidróxido,

Cádmio: Cd++ J( pois os sulfêtos de alumínio e cromo se hidr::ilisam ràpidamente,


transformando-se nos respectivos hidróxidos.
1) Pelos hidróxidos alcalinos, forma-se um ppt branco de hi- Adiciona-se cloreto de amônio sólido a fim de evitar precipitação
dróxido de cádmio, insolúvel em excesso de reagente: dos hidróxidos dos cations divalent~s (pelo efeito do ion comum);
precipitarão sômente os hidróxidos dos cations trivalentes: dando
cd++ + 20H----+ Cd(Oif)2.
ppt branco gelatinoso e, AI++-'·;
- ppt castanho (,cor de f errugem) e, F e+++.,
A

2) Pelo hidróxido de amónio, forma-se um ppt branco de hi- . ,e+++


ppt ver de-cinza e r .
dróxido de cádmio, solúvel em excesso de reagente, com a forma- Distinção entre os que se precipitam em prêto:
ção de uma amina de cádmio :
Trata-se a solução primitiva pelo ferrocianeto de potássio; dan-
Cd++ + 20H- - Cd(OH)2 do ppt branco passando em seguida a azul, é ferroso; ppt azul es-
Cd(OHh + 4NH 3 ----, [Cd(NH 3\jH + 20H-. curo é férrico; ppt verde é cobalto; ppt verde-claro, é níquel.
------- --------------------------~------- -- ----
,
!1
1

284 ANÁLISE QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 10 ART. 10.2 PESQUISA DE CATIONS 285
Distinção entre os que se precipitam ern branco: 2) Pelo ferrocianeto de potássio, forma-se um ppt azul escitro
'l'rata-se a solução primitiva pelo ferrocianeto de potássio; dan- de ferrocianeto férrico, conhecido pelo nome de "Azul da Prússia/':
do ppt branco gelatinas.o, é zinco; não se alterando, é alu;mínio. Po-
de-se, também distinguir o zinco do alumínio, tratando-se o ppt
branco obtido pelos hidróxidos alcalinos: se dissolver, é -ailumínfo 3) Pelo sulfocianeto de potássio, forma-se uma coloração ver-
(havendo formação de aluminato), não se dissolvendo, é zinco. melha-sanguínea, de sulfocianeto férrico ( distinção dos sais ferro-
sos):
Técnica para se obter o sidfêto de a111,ônio (NH4) 2 S:
Passar uma corrente de gás sulfídrico num determinado vo-
Fe+++ + 3CNS- ---+ Fe(CNS) 3 •
lume de amônia comercial contido num balão, até saturação com- .É a reação mais sensível para os sais férricos.
pleta, tendo-se o cuidado de resfriá-lo exteriormente, por meio de
uma corrente de água fria. Adicionar depois, igual volume de hi- Níquel : Ni + +
dróxido de amónio, desde que se deseje obter o sulfêto de amónio 1) Pelos hidróxidos alcalinos, forma-se um ppt verde-claro, de
em meio amoniacal. hidróxido de níquel, insolúvel em excesso de reagente:
Raçõ.es de confirnwção
Ni++ + 20H- ---+ Ni(OHh.
Ferroso: Fe++. 2) Pelos carbonatos alcalinos, forma-se um ppt verde, de car-
1) Pelos hidróxidos alcalinos, forma-se ppt branco esverdea- bonato de níquel:
do de hidróxido ferroso, que ràpidamente se oxida ao ar, trans-
formando-se em hidróxido férrico, que é um ppt de cór casta,nho:
3) Pela di-metil glioxima 1 forma-se um ppt vermelho, de di-
Fe++ + 20H-----+ Fe(OHh -metil glioxima de níquel (é a reação mais sensível para os sais de
2Fe(OH)2 + Yz02 + H20 ,---+ 2Fe(OH) 3 • Ni++):
2) Pelo ferricianeto de potássio, forma-se um ppt azul de fer-
CH 3-C=NOH CH 3-C-NO"'- /ON=C-CH 3
ricianeto ferroso 1 conhecido pelo nome de "Azul de Turnbull":
1,: 2 1 I /
Ni', 1 + 2H+.
/ ',

3) Descora a solução de permanganato de potássio, acidifi- J



CH3-C NOH
<li-meti! glioxima
CH3-C N/
1
'N=C-CH 3
.,
cada pelo H2S04 ( distinção dos sais férricos) : OH OH
<li-meti! glioxima de níquel
Cobalto: Co++
Férrico: Fe+++
1) Pelos hidróxidos alcalinos a quente, forma-se um ppt ró-
1) Pelos hidróxidos alcalinos, forma-se um ppt castanho de seo, de hidróxido de cobalto, insolúvel em excesso de reagente:
hidróxido férrico, insolúvel em excesso de reagente, solúvel nos
ácidos minerais : Co++ + 20H- ---+ Co(OHh.

Fe+~+ + 30H----+ Fe(OH) 3 A frio, precipita sal básico de côr azul:


Fe(OH)s + 3HC1 ---+ FeC1 3 + 3H20. Co++ + cr + OH- ---+ Co(OH)Cl.
·t
i

ANÁLISE · QUÍMICA INORGÂNICA 10 '


286 CAP. ART. 10.2 PESQUISA DE CATIONS 287
2) Pelos carbonatos alcalinos, forma-se um ppt róseo (côr de 3) Pelo (NH4)2S, forma-se um ppt brmnco de hidróxido de
flôr de pesse,gueiro), de carbonato de cobalto: alumínio, e não de sulfêto de alumínio:

co++ + co3- - ººººª •


3) Pelo (NH4) 2S, forma-se um ppt prêto de sulfêto de co- Cromo: Cr+++
balto, insolúvel no HCl, solúvel no HN0 3 concentrado, a quente:
1) Pelos hidróxidos alcalinos, forma-se um ppt verde-cinza
Co++-\- s-- - CoS de hidróxido de cromo, solúvel em excesso de reagente, com a for-
CoS + 4HN0 3 - Co(N0 3) 2 + 2N02 + S + 2H20. mação de cromito :
O mesmo se passa para os sais de Ni++ Cr++++ 30H- - Cr(OH) 3

Zinco: zn++ -2fü0


Cr(OH) + OH- - [Cr(OH) r -.--
3 4 Cr02-.
1) Pelos hidróxidos alcalinos, forma-se um ppt brarnco, ge-
latinoso de hidróxido de zinco, solúvel em excesso de reagente, com 2) Pelo fosfato de sódio, forma-se um ppt verde, de fosfato
a formação de zincato: de cromo:

zn++ + 20H- - Zn(OH) 2 Cr+++ + PO;-- - CrP0 4 •

Zn(OHh + 20Ir - [Zn(OH) 4] - . 3) Pelo (NH 4) 2S, forma-se um ppt vercle-cinza de hidróxido
de cromo e não de sulfêto de cromo:
2) Pelos carbonatos alcalinos, forma-se um ppt branco de 1

i
carbonato de zinco: 'i

Zn++ + C0 3-- - ZnC0 3 • ]}f anganês: Mn++


1) Pelos hidróxidos alcalinos, forma-se um ppt branco de hi-
3) Pelo (NH4)2S, forma-se um ppt branco de sulfêto de zin-
co, solúvel nos ácidos minerais, insolúvel no ácido acético: dróxido de manganês, que ràpidamente se oxida ao ar, enegrece,n-
do, transformando-se em bióxido de manganês hidratado
Zn++ + s- - ZnS (Mn02.H20):
ZnS + 2HC1 - ZnCh + H2S.l'. Mn+++ 20H- - Mn(OH)2
Alumínio: AI+++ Mn(OH)2 + 02 - Mn'.02 . H20.
1) Pelos hidróxidos alcalinos, forma-se um ppt branco de hi-
2) Pelo (NH 4) 2S, forma-se um ppt róseo, de sulfêto de manga-
dróxido de alumínio, solúvel em excesso de reagente, com a for-
nês, solúvel no ácido acético e ácidos minerais (idJistinção do zinco) :
mação de alumin,ato :
Mn++ + s-- - Mn:S.
-2fü0 3) Coloca-se em um tubo de ensaio, pequena porção de bióxido
Al(OH) 3 + OH- - [Al(OH) 4 i- - - Alo 2-. de chumbo, com pequena quantidade da solução primitiva e HNOs
2) Pelo hidróxido de amônio, forma-se um ppt branco de hi- concentrado. Por aquecimento, transforma-se em permanganato de
dróxido de alumínio, insolúvel em excesso de reagente: côr violácea :

Al+++ + 30H- - Al(OH) 3 •


ANÁLISE QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 10 AR'l'. 10.2 PESQUISA DE CATIONS 289
288

59 GRUPO : Constituído dos cations que não se precipitam, pe- 3) Pelos eromatos alcalinos, forma-se um ppt amarelo, de cro-
los reag.entes dos grupos .anterioves, •mas se precipitam em branco mato de bário, insolúvel no ácido acético, solúvel nos ácidos :mine-
pelo c.arbonato de amónio (NH 4 ) 2 C0 3 em meio amoniacal e em pre- rais (distinção do estrôncio, que é solúvel no ácido acético) :
sença ,de clor,eto de amónio NH 4Cl. Os cations são: cálcio, bário e Ba++ + Or0 4-- - Ba0r0 4•
estrôncio.
Adiciona-se NH4Cl sólido em pequena quantidade a fim de 4) Empresta à chama do bico de Bunsen, uma coloração ama-
evitar a precipitação de carbonato de magnésio. relo-esvei·deada ( ensaio pirognóstico) .

Distinção. Es,tr8ncio: Sr++


Trata-se a solução pelo CaS0 4 : não se precipitando, é cálcio; 1) Pelo oxalato de amônio, forma-se um ppt branco, de oxa-
dando imediatamente ppt branco, é bário; lentamente ppt branco, lato de estrôncio:
é estrôncio.
Sr+++ 0204-- - Sr0204.
Re,ações de confirmação.
Pelos carbonatos alcalinos, forma-se um ppt de carbona-
2)
Cálcio: Oa++ to de estrôncio, de côr br,anca, solúvel nos ácidos minerais, com des-
prendimento de C02 :
1) Pelo oxalato de amônio, forma-se um ppt branco, de oxa-
lato de cálcio: fü++ + 00 3- - - SrC0 3•
Ca++ + 0 20 4- - - CaC204. 3) Pelos cromatos alcalinos, em soluções concentradas, forma-
-se um ppt amarelo, de cromato de estrôncio, solúvel no ácido acé-
2) Pelos carbonatos alcalinos, forma-se um ppt branco, de car-
tico:
bonato de cálcio, solúvel nos ácidos minerais, com desprendimento
de C02: Sr+++ Or0 4-- - Sr0r04.

oa++ + ººª- - ºªººª


Ca00 3 + 2HC1 - OaOh + H20 + 002.
4) Empresta à chama do bico de Bunsen, urna coloração ve1·-
meilw intenso (ensaio pirognóstico).

3) Pelo fosfato de sódio forma-se um ppt branco, de fosfato 69 GRUPO : Constituído dos cations que não se precipitam por
de cálcio: nenhum dos reagentes dos grupos aaiteriores. Os cations são:
Oa+++ HP0 4-- - CaHP0 4 • magnésio . . . . . . . . . . Mg++
4)Empresta à chama do bico de Bunsen uma coloração ala- potássio. . . . . . . . . . . K+
ranjada ( ensaio pirognóstico) .
amônio ............ NH/
Bário: Ba++ sódio ............. Na+
1) Pelo oxalato de arnônio, forma-se um ppt branco, de oxa- lítio .............. Li+
lato de bário: Distinção
Ba++ + 0 20 4-- - BaC 20 4. Trata-se a solução primitiva pelo fosfato de sódio, mais
1)
2) Pelos carbonatos alcalinos, forma-se um ppt branco, de cloreto de arnônio, adicionados de hidróxido de amônio : dando ppt
carbonato de bário, solúvel nos ácidos minerais, com desprendimen- branco cristalimo, é magnésio:
to de C02: N&Cl
Mg++ + P0 4___ + NH/ - NH 4 MgP0 4•

• 1
290 ANÁLISE QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 10 ART. 10.2 PESQUISA DE CATIONS 291

O sódio, o potássio, o lítio e o amônio, não se precipitam. OH OK


Trata-se a solução primitiva pelo reagente de Nessler:
2)
dando ppt aiaranjado, é amónio; se houver, apenas vestígios de
K+ + 02N I~ N02 - - - N02 I~ N02 + H+
'\/ V
NH/ na solução, obtém-se uma coloração amarela. N02 N02
ác. pícrico (tri-nitro-fenol) picrato de potássio
3) O sódio, o potássio e o lítio, se distinguem pela coloração
da chama do bico de Bunsen ( ensaio pirognóstico) : 1 2)Pelo cobalti-nitrito de sódio, forma-se um ppt ama,reio de
cobalti-nitrito de sódio e potássio:
K+ ............. coloração violácea
Na+ ............ coloração amare la.
1 Esta reação é muito sensível para os sais de potássio e se pas-
Li+ ............. coloração carmesim.
NH/ ........... não cora. sa melhor em meio fracamente ácido, por exemplo, em meio de
ácido acético.
Reações ,de ,confirmação
3) Pelo ácido tartárico, forma-se um ppt branco, cristalino,
Magnésio: Mg++ de tartarato ácido de potássio, solúvel em álcalis e ácidos minerais:
1) Pelos hidróxidos solúveis, forma-se um ppt branco, gelati-
O=C-OH O=C-OK
noso, de hidróxido de magnésio : 1 1
H-C-OH H-C--OH
Mg++ + 20:I-r ---. Mg(OHh 1 + K+ ----. J + H+
H-C-OH H-C-OH
Só se precipita o hidróxido de magnésio, em ausência de sais 1 1
de amônio, pois a presença de ion Mr.i acarreta a dissolução do O C-OH O=C-OH
precipitado, pelo efeito do ion comum. ác. tartárico (butano-diol-dióico)

2) Pelo fosfato de sódio1 em presença de cloreto de amônio Am&nio: NH/


e de hidróxido de amônio1 dá um ppt branco, cristalino, de fos-
fato amoníaco magnesiano: 1) Pelo ácido pícrico1 mais atrito, forma-se um ppt amarelo
de picrato de amônio.
Mg++ + P0 4___ + NH/---. NH 4MgP04.
2) Pelo ácido tartári00, forma-se um ppt branco cristalino de
É a reação mais indicada para o ion Mg++, usada na dosagem tartarato de amônio.
gravimétrica do magnésio, sendo que o fosfato amoníaco magne- 3) Pelo ácido cloro p1atínico H 2 [PtCl 6 ], forma-se um ppt
siano por calcinação deixa um resíduo branco de pirofosfato de amarelo cristalino de cloro platinato de amônio:
magnésio de acôrdo com a equação :

calor
2MgNH,P0 4 -- Mg 2P 207 + 2NHs + H20. A mesma reação se passa com os sais de potássio.

Potássio: K+. 4) Pelo r,e,agente de N essler ( iôdo-mercurato de potássio), for-


ma-se um ppt alaranjado de iodêto de di-mercuramônio:
1) Pelo ácido pícrico, mais atrito, forma-se um ppt amare-
·J '
lo, de picrato de potássio: NH 4Cl + 2K2Hg14 + 4KOH - NHg2I + KCl + 7KI + 4H20.
292 ANÁLISE QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 10 AR'.l'. 10.3 PESQUISA DE ANIONS 293

O precipitado é solúvel em excesso de reagente1 tomando a co- 10.3 - Pesquisa de anions


loração amarela. A marcha sistemática para a pesquisa de anions é devida a
O reagente de Nessle:i; é um reagente extremamente sensível Bunson (um só anion).
para o cation amônio. Revela até a presença de vestígios de NH4•
Esta marcha compreende 6 grupos, baseando-se na soZubili-
nas águas minerais.
d:aM dos saris de prata e de bário, na água e no ácido nítrico.
5) Pelas bases fortes em excesso, e aquecimento ligeiro, obser-
Uma vez conhecido o cation, pode-se identificar o anion mes-
va-se desprendimento de gás amoníaco ou gás amônia: mo antes de se executar a marcha sistemática indicada. Citaremos
apenas dois exemplos:
I) Pelas propriedades organoléticas da solução primitiva, corno
Tf3stes para o reconheciment.o do gás ,amoníaco por exemplo, a côr, é possível conhecer o anion (com grande cer-
a) Pelo cheiro característico. teza) desde que o cation já identificado, seja incolor. Assim:
b) Azulece o papel de tornassol vermelho.
Solução primitiva amarela ..... trata-se do anion cromato: Cr0 4
c) Envermelhece a solução alcoólica de fenolftaleína.
" " alaranjada.. . " " " dicromato: Cr 20 7-
d) Em contato com o gás clorídrico1 formam-se densas fu- 1'
" " violácea..... " " permanganato:Mn04~
maças brancas (NH 4 Cl). ll li li
verde ...... . " manganato: Mn0 4-
Sódio: Na+ li
" amarela ..... . " " " polissulfeto: s2-
1) Pelo piro antimoniato ácido de potássio (reagente de Fre-
Observação: O anion cromato Cr04-- (amarelo) em presença de
mi) 1 forma-se um ppt bra1nco cristalino de piro antimoniato ácido de
ácidos transforma-se em dicromato Cr20 7-- (alaranjado). Inversa-
sódio:
mente1 o anion dicromato em presença das bases transforma-se em
cromato. O mesmo se passa com o anion manganato Mn04..,... (verde):
com os ácidos transforma-se em permanganato (violáceo); êsse, com
Para se processar a reação, o meio deve estar neutro ou fra- as bases (às vêzes a quente) transforma-se em manganato). 1l:sses
camente alcalino. são os anions coloridos; os demais são incolores. Caso o anion seja
2) O ácido cloro platínico, o ácido tartárico e o cobalti-nitrito incolor, a côr da solução primitiva correrá por conta da côr da cation.
Os cations coloridos1 são os seguintes:
de sódio, não dão precipitado com os sais de sódio.

Lítio: Li+ Ni* ............... verde Co ++ .......... róseo

1)Pelos carbonatos alcalinos, forma-se um ppt branco de car- cr+++ ............. verde cu++ ............ azul ou verde
bonato de lítio: Fe+++ ..... amarelo ou alaranjado Fe*...... . . . . verde claro

II) Pelo desprendimento gasoso, resultante da adição de um


ácido à solução primitiva:
2) Pelo fosfato de sódio, em presença de sais de amônio, for-
ma-se um ppt branco de fosfato de lítio: Dasprendimento de C02, com efervescência ...... { carbonato
(gás incolor, inodoro, turva a água de cal e e
apaga a combustão). bicarbonato
294 ANÁLISE QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 10 ART. 10.3 PESQUISA DE ANIONS 295

sulfito Reações de Confirmação:

Desprendimento de S02. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . { tio~suljato (des- (Para as reações de confirmação dos ÂNIONS consulte a TABELA
(gás incolor, cheiro sufocante, de enxôfre quei- prende S0 2 e DE SOLUBILIDADE.)
mado) deposita S).
Cloreto: 01-
f sulje:os l) Pelos sais solúveis de chumbo, dá ppt bra11JC0 de cloreto
de chumbo, insolúvel no hidróxido de amônio.
Desprendimento de H 2S ..................... . \ polissuljetos
(gás incolor, cheiro de ovos pôdres) 1 (desprende H2S 2) Pelos sais solúveis de prata dá ppt branco, caseoso, de ni-
l deposita S). trato de prata, solúvel em hidróxido de amônio. (Ver l 9 Grupo Ca-
tions)
.A distinção entre carbonatos e bicabomatos é feita tratando-
-se a solução primitiva por um sal solúvel de magnésio, como por Como vimos na TABELA DE SOLUBILIDADE todos os nitratos são
exemplo, o MgS04: dando ppt. bro11JC0 ·é carbonato; não se preci- solúveis na água. Por isso entre os sais solúveis de chumbo ou de
pitando é bicarbonato. Reações iônicas: prata lembre-se sempre do nitrato de chmnbo ou de nitrato de prata.
3) Trata-se a solução primitiva pelo bióxido de manganês
C0 3- + Mg++ - MgC0 (ppt. branco)
3 mais ácido sulfúrico . .Aquecendo-se observa-se o desprendimento de
carbonato de magnésio
gás cloro que se reconhece pelo cheiro característico, côr amarelo-
2HC0 3- + Mg++ - Mg(HC0 (solúvel) 3) 2
-esverdeado e pela coloração violácea que comunica à água da ani-
bicarbonato de magnésio
lina alcalinisada.
19 GRUPO: Constituído dos anions ,que se precipitam com o
.AgNOa, precipit,rodJ.os ,êsses insolúveis no HN0 3 • Não se precipitami Hipoclorito: 010-
oorn o Ba(NOs)2, Os anions são: l) Pelos ácidos diluídos, desprendimento de cloro. O gás clo-
ro se reconhece, também, por meio de um papel de filtro previa-
Cloreto: c1-
r Hipoclorito: mente umedecido no iodeto de potássio e na goma de amido, com

l
Clü-
Precipitado branco Cianeto: CN- o aparecimento de coloração azul.
Sulfocianeto: CNs- 2) Pelo .AgNOa, dá ppt branco de hipoclorito de prata, in-
Ferrocianeto: [Fe(CN) 6J-~- solúvel no HN0 3 •
Precipitado branco a,marelado: Brometo: Br- 3) Pelos sais solúveis de bário, não precipita
Precipitado amarelo: Iodeto: r
Cianeto: CN-

l
Precipitado alarar1Jado: Ferricianeto: [Fe(CN) 6] - -
Distinção entre os que se precipitam em branco: 1) Pelo cloreto férrico dá ppt castanho avermelha.do de cia-
neto férrico.
Trata-se a solução primitiva pelo cloreto férrico: dando ppt
castanho avermelhado, é cianeto; ppt azul (Azul da Prússia) - 2) Pelo AgNOa dá ppt branco de cianeto de prata, solúvel em
é ferrociaJneto; coloração vermelha sanguínea é su<lfocianeto. Não se excesso de daneto, com a formação de um sal complexo.
precipitando é cloreto ou hipoclorito. 3) Pelos ácidos diluídos, desprendimento de ácido cianídrico,
de cheiro de amêndoas amargas.
Distinção entre cloreto e hipocZorito.
Esta reação deve ser feita em capela muito bem fechada, mu-
Trata-se a solução primitiva pela água de anilina alcalinisada: nida de exaustor. O HCN é um tóxico violentíssimo (usado nas câ-
dando coloração violácea é hipoclorito; caso contrário é cloreto. maras de gás) .
296 ANÁLISE QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 10 ART. 10.3 PESQUISA DE ANIONS 297

Sulfocianeto Olt 1.'iocianato: CNs-. Ferricianeto: [Fe(CN) 6] -


1) Pelos cloretos férricos dá coloração vermelha-scinguínea de 1) Pelo sulfato ferroso dá ppt azul de ferricianeto ferroso
sulfocianeto férrico (Reação muito sensível). ( Azul de Turnbull) .
2) Reação de Vogel: Pelo nitrato de cobalto mais éter mais 2) Pelo nitrato de cobalto dá ppt vermelho de ferricianeto
gôtas de álcool etílico dá anel azul. de cobalto.
3) Pelos sais de prata dá ppt branco de tiocianato de prata. 3) Pelo ácido sulfúrico diluído a quente (ebulição) há des-
prendimento de ácido cianídrico HCN.
Ferrocianeto: [Fe(CN) 6] __ _
29 GRUPO : Constituído dos anions que se precipitam com o
1) Pelo sulfato de cobre, ppt ca..,ta1nho de ferrocianeto cúprico.
AgNOa, precipifodos êsses ~olúveis no HN~. Não se precipitam com
2) Pelo cloreto férrico, ppt cizul intenso de ferrocianeto férrico o Ba(NOah Os anions são: ·
( Azul da Prússia) .
Precipitado prêto: sulfetos: s--
3) Pe]o nitrato de cobalto, ppt verde-acinzentado.
4) Pelo H 2 S0 4 diluído a quente, desprendimento de ácido cianí- Nitrito: N02-
drico. Precipitado branco {
Hipofosfito: H2P02-
Brometo: Br-
Precipitado br,anco que em seguida se transforma em amarelo-
1) Pelo nitrato de chumbo, dá ppt branco de brometo de
-castanho, prêto, tiossulfato: 8 2 0 3 --.
chumbo. Distinção entre Nitrito e Hipofosfifo:
2)Pelo nitrato de prata, dá ppt branco mnarelado de bro- 'Trata-se o ppt branco pelo HNOa: se dissolver enegrecendo é
meto de prata, pouco solúvel na amônia. Hipofosfito; não enegrecendo é Nitrito.
3) Pela água clorada, há libertação de bromo, que se pode
R,eações de Oonfirmaçã,o:
recolher no clorofórmio comunicando coloração castanha.
4) Coloca-se em tubo de ensaio solução primitiva mais bió- Sulfetos: s--
xido de manganês mais ácido sulfúrico e aquecendo-se, observa-se Pelo nitroprussiato de sódio Na2[Fe(CN) 5NOJ em solução
1)
o desprendimento de vapores vermelhos de bromo, de cheiro ca- recentemente preparada, dá coloração violácea (reação muito sensível).
racterístico (Perigoso, esta reação deve ser feita na capela). 2) Pelo AgNOa dá ppt prêto de sulfêto de prata..
3) Pelo MnS04, em meio alcalino, dá ppt róseo de sulfêto
Iodeto: i-
de manganês.
1) Pelo sulfato de cobre dá ppt bmnco de iodeto cuproso, pas-
4) Pelo CdS04, em meio ácido, dá ppt amarelo de sulfêto de
sando logo a castanho devido a formação de iôdo.
cádmio.
2) Pela água clorada há deslocamento de iôdo que se reco-
nhece pela coloração azul com a goma de amido. Nitrito: N02-
3) Pelos sais solúveis de prata, dá ppt amarelo de iodeto de l) Descora a solução de KMn04 + H2S04·
prata, insolúvel na amônia e no ácido nítrico· 2) Pelo sulfato ferroso, em meio ácido, coloração castanha.
4) Coloca-se num tubo de ensaio solução primitiva mais bió- 3) Pelo AgN0 3 dá ppt br(J)n,Co de nitrito de prata.
xido de manganês mais ácido sulfúrico e aquecendo-se observa-se 4) Pelo H2SÜ4 cone. desprendimento de vapores rutilantes de
desprendimento de vapores violáceos de iôé&J. N02,
l

ANÁLISE QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 10 ART. 10.3 PESQUISA DE ANIONS 299


298
b) Trata-se a solução primitiva pelos ácidos minerais diluídos:
Hipofosfito: H2P02- dando efervescê.ncia, com o desprendimento de C02 é carbonato ou
l) Pelo cloreto mercúrico, mais gôtas de HCl, dá ppt br(lhtCO bicarbonato; caso contrário, são os demais anions.
de cloreto mercuroso ( Ação redutôra - Distinção do Fosfito) . Distingue-se o anion carbonato do bicarbonato, tratando-se a
2) Descora o sulfocianeto férrico (coloração vermelho-sanguí- solução primitiva pelo MgS04: dando ppt branco é carbonato; não
nea). se precipitando é bicarbonato.
3) Pelo H 2S0 4 concentrado e a quente, desprendimento de e) Trata-se a solução primitiva pelo KMn04 (coloração violá-
cea): se houver descoramento é bisulfito; dando ppt castanho é
gás sulfuroso, de cheiro sufocante.
sulfito; caso contrário, são os demais.
Tiossulfato: 8203-- d) Trata-se a solução primitiva pelo cloreto mercúrico: dando
ppt verimelho é borato; dando ppt branco é molibdato; não se preci-
l) Pelo HCl diluído ( ou H 2S04 diluído) desprendimento de
pitando são os demais anions.
gás sulfuroso com depósito de enxôfre ( diferença de sulfito) .
e) Trata-se a solução primitiva por limalhas de zinco e
Na 2Sp 3 + 2HC1 - 2NaCl + H20 + S02 + S. H2SÜ4 e ,aquece-se: desprendendo vapores violáceos de iôdo é io-
dato.
2) Descora o iôdo 1 formando iodeto e tetrationato (Ver Iodo-
f)Trata-se a solução primitiva pelo CuS04 : dando ppt azul-
metria). -claro é pirofosfato; não se precipitando é metafos fato.
2Na 2S 20 3 + 12 - 2Nal + Na 2S406; ou reação iônica: Reações ,de Confirmação :
2s203- + 12 - 2r + s4o6--· Carbonato: C0 3--
3) Pelo BaC12 ou Ba(N0 3 ) 2 em soluções muito concentradas l) Pelos ácidos minerais diluídos (HCl, H2S04, etc ... ) há
dá ppt branco de tiossulfato de bário, não havendo mudança de côr. efervescência, devido ao desprendimento de gás carbônico, que se
Já pelo AgN0 3 , dá ppt branco, passando logo em seguida a ama- reconhece por turvar a água de cal e por ser incomburent.e.
relo e finalmente a prêto (ppt de sulfêto de prata). Na2C0 3 + 2HC1 - 2NaCl + H20 + C02.
+ 2Ag+ -
8 20 3- Ag 2S 20 3 (tiossulfato de prata) Pelo AgNOa dá ppt branco de carbonato de prata.
2)
3) Pelos sais solúveis de cobalto - Co(N0 3 ) 2 - dá ppt côr
Ag2S 0 + H20 -
2 3 Ag2S + So4- + 2H+. de flôr de pessegueiro (violeta) .
3.º GRUPO: Constituido dos anions que se precipitam em branco 4) Distinção dos bicarbonatos: a) Com o MgS04: os bicar-
com o AgNOa e com o Ba(N0 3) 2, precipitados {!sses solúveis no HNOa, bonatos não precipitam enquanto os carbonatos dão ppt bramco de
Os anions são: Carbonato: Coa-·-; Bicarbonato: HCOa-i Sulfito: Soa-; carbonato de magnésio; b) Com o Hg01 2: os bicarbonatos não pre-
Bisulfito: HSOa-i Fosfito: HPOa-; Iodato: 10{; Molibdato: MoÜ4-; cipitam enquanto que os carbonatos dão ppt vermelho tijolo.
Borato: BOa___ ; Pirofosfato: P 201___ ; Metafosfato: POa-,
Bicarbonato: HC0 3-
Ver reações l; 4-a e 4-b.
Distinção:
Sulfito: 80 3--
Procede-se em várias etapas, por eliminação :
1) Pelos ácidos minerais diluídos, há desprendimento de ani-
Adiciona-se HN0 3 ao precipitado branco obtido com o
a) drido sulfuroso (S02) que se reconhece pelo cheiro sufocante:
AgNOs: s,e dissolver enegrecendo é Fosfito, caso contrário, são os
demais anions. Na 2S0 3 + 2HC1 - 2NaCl + H20 + S02l'.
:J
300 ANÁLISE QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 10 ART. 10.3 PESQUISA DE ANIONS 301

2) Descora a solução violácea de permanganato de potássio


M etafosfato: P0 3-
em meio de H2S04.
l) Pelo reagente nitro-molíbdico mais aquecimento intenso dá
3) Pelo BaCl2 dá ppt branoo de sulfito de bário, solúvel nos ppt ,amarelo ( transformando-se em ortofosfato).
ácidos minerais (Distinção dos sulfatos que nêles são insolúveis). 2) Pela mistura Magnesiana dá ppt branco.
Bisulfito: HS0 3- 3) Pela solução de albumina de ôvo em meio de ácido acético:
Idêntica às dos sulfitos. coagula a albumina (Diferença de Pirofosfato e Ortofosfato).

Fosfito: HP0 3-- Pirofosfato: P201___


1)Descora a solução violácea de permanganato de potãssio Mesmas reações vistas para o metafosfato.
em meio de H2S04. 49 GRUPO: Constituído dos anions que diio precipitados cora-
2) Pelo BaC12 dá ppt branco de fosfito de bário (Distinção dos com o AgN0 3 , solúveis no HN0 3 • Os anions são:
do hipofosfito).
3) Pelo AgN0 3 dá ppt branco de fosfito de prata (Ag2HPOa) fl Ortofosfato: P0 4-
Precipitado amarelo:
que enegrece lentamente a frio (Distinção do hipofosfito). Arsenito: As0 3- -
Iodato: 10 3- Cromato: Cr0 4-
Precipitado vermelho {
1) Pelo KI em meio de ácido clorídrico, desloca iôdo que se Dicromato: Cr2Ü1--
reconhece com a goma de amido (coloração azul) ou no éter (após
agitação aparecimento de um anel castanho). Precipitado castanho: Arseniato: As0 4-
2) Pelos sulfitos em presença de H2S04 diluído desloca iôdo Precipitado alaranjado: Vanadato: V0 4-
que se reconhece (Ver acima). 0s anions do 4 9 grupo também se precipitam pelo BaCl2, pre-
3) Pelo AgN0 3 dá ppt branco de iodato de prata solúvel no cipitados êsses solúveis no HNOa,
HNOa a quente· Distinção entre o,; que se precipitam em amOA·elo:
Trata-se a solução primitiva pelo CuS0 4: dando ppt a,zul-claro
Molibdato: Mo0 4--
é Ortofosfato; ppt ver.de é Arse,nito.
l) Pelo BaCl2 dá ppt branco de molibdato de bário (BaMo04).
Distinção ntre os que se precipitam em vermelho :
2) Pelo ferrocianeto de potássio mais gôta de HCl dá ppt cas-
Pela côr da solução primitiva: se fôr anwrela é Cromato; se
tanho.
fôr alaranjada é Dicromato.
3) Pelo fosfato de sódio em presença de amônia e do HN0 3
e aquecimento intenso dá ppt amareio. Reações de Confirmação:

Borato: B0 3- (ortoborato); ou B 401-- (tetraborato); ou B0 2- Ortofosfato: P04-


(metaborato). l) Pelo reagente nitro-molíbdico mais aquecimento intenso dá
um ppt amarelo de fosfomolibdato de amônio:
Existem três ácidos bóricos: o ácido metabórico (HB0 2 ), o
ortobórico (HaB0 3 ) e o ácido tetrabórico (H2 B 40 7 ).
1) Pelo BaC12 dá ppt branco de metaborato de bário.
2) Pela Mistura Magnesiana dá ppt branco de fosfato amo-
2) Pelo sulfato de cobre dá ppt azul claro.
níaco magnesiano: NH4MgP04.
3) Em soluções diluídas não precipita pelo BaCl2. 3) Pelo BaC1 2 dá ppt branco de fosfato de bário.
ART. 10.2 PESQUISA DE CATIONS 303
302 ANÁLISE QUÍMICA INORGÂNICA CAP. 10

Nitrato: N0 3-; Permanganato: Mn0 4-; Clorato: 010 3-; Perclo-


4) Pelo AgNOs dá ppt amarelo de fosfato de prata (Dife-
rato: 010 4-.
rença de fosfito, hipofosfito, metafosfato e pirofosfato que dão
precipitados bram,cos) . Distinção:
a) Se a côr da solução primitiva fôr violácea é permanganato;
Arsenito: As0 3__ _
se fôr incolor são os demais.
1) Pelo sulfato de cobre dá ppt verid,e de arsenito de cobre. b) Coloca-se num becher gôta da solução primitiva mais gôta
2) Pela Mistum Magnesiana não precipita (Diferença de Ar- de H 2 S0 4 concentrado mais brucina: dando coloração vermelha é
seniato). nitrato ou clorato; não reagindo é perclorato.
3) Pelo cloreto de bário dá ppt branco de arsenito de bário. e) Distingue-se o nitrato do clorato do seguinte modo: Tra-
ta-se a solução primitiva pelo CuS04 mais H2S04 e aquece-se: des-
prendendo vapores rutilantes ( e tóxicos) de N0 2 é nitrato; caso
1) Pelo Pb(NOs) 2 dá ppt amarelo de cromato de chumbo. contrário é dor.ato.
2) Pelo Ba(NOs)2 ou BaCl2 dá ppt amarelo de cromato de R.e,ações ,de Confirmação:
bário.
3) Pelo AgNOs dá ppt vermelho de cromato de prata. Nitrato: N0 3-
4) Tratando-se a solução primitiva pelo álcool etílico mais Pelo AgN0 3 e Ba(N0 3 ) 2 não precipita.
1)
ácido sulfúrico dá coloração verde e desprendimento de aldeído acé- Com a brucina mais H2S0 4 dá coloração vermelha.
2)
tico. 3) Pelo H 2 S04 concentrado e limalhas de cobre, a quente,
desprendimento de vapores nitrosos: N02 • ( vapores rutilantes).
Dicromato: Cr20 7--
l) Veja reações do cromato. Permanganato: Mn0 4-
2) Dicromato + gota de H2S04 + éter + H 2 0 2 ~ anel azul. 1) Pelo AgN0 3 e Ba(N0 3 ) 2 não precipita.
2) Tratado pelos hidróxidos alcalinos dá uma coloração verde.
Arseniato: As0 4___
3) Descora quando tratada pelo FeS04 mais H2S04.
1)Pela Mistura Magnesiana dá ppt branco de arseriiato amo-
níaco magnesiano. Clorato: Cl0 3-
2) Pelo sulfato de cobre dá ppt ,azul-claro de arseniato de 1) Pelo AgN0 3 e Ba(N0 3 ) 2 não precipita.
cobre. 2) Pelo HCl diluído., a quente,desprendimento de cloro.
3) Pelo BaC12 dá ppt brwc.o de arseniato de bário.
3) Com a brucina mais H2S04 dá coloração vermelha.
Vanadato: V0 4__ _
Perclorato: Cl0 4-
1) Pelo Pb(N0 3 h dá ppt branco. 1) Pelo AgNOs e Ba(NOsh não precipita.
2) Pelo NiS04 dá ppt amarelo. 2) Com a brucina mais H2S04 não reage.
3) Pela água oxigenada mais gôta de ácido sulfúrico dá co- 3) Com os sais de potássio mais atrito dá ppt branco.
loração vermelha.
69 GRUPO: Constituído dos anions que se precipitam em bran-
59 Constituído dos anions que não se precipitam pelo
GRUPO:
0

co pelo Ba(NOs) 2 e não se precipitam pelo AgN.0 3 • Os anions são:


AgN0'3 .nem pelo Ba(NOs) 2• Os anions são:
304 ANÁLISE QUÍMICA INORG-tNICA CAP. 10 TABELA 305

Sidjato: ··-, Fluoreto: F-; Fluorsilicato: SiF 6- - 'I'ABELA DE PESOS A'I'õMICOS

Distinção:
Trata-se o brainco pelo
não se precipitando é
A distinção entre o fluoreto e o fluorsilicato faz-se tratando- Actínio Ac 89 2 2 ~ Lanti\nio La 57
I
I
-se a solução primitiva pelo IvigCl 2 ou CaC12 : dando branco é Alumínio Al 13 Lítio Li 3
' '.
I,menc10 Am 95 Lut6do Lu 71
não se precipitando é Antimónio Sb .51 l~l,~6 Magnésio 12
A 18 u\J, .A4 ui,w;,,cca•vo 2.5
Reações de As 30 74,91 1IVIendclévio Ma 43
A.statínio At 85 210 JVIv 101 256
Bário Ba 56 Mercúrio 80 200,61
Sulfato: 804-- Bcrkélio Bk 97 I Molibdénio 42 95,P5
Berílio Be ,! 9,013! Neodímio Nd 60 144,27
Pelo Pb(N03)2 dá ppt brcinco de sulfato de chumbo. Bismuto Bi 83 209 Neônio Ne 10 20,183
2) Pelo BaC12 ou Ba (N0 3 ) 2 dá ppt branco de sulfato de Boro B 5 10,82 Netúnio 93 237
Bromo Br 35 79,916 Nióbio 41 92,91
bário, insolúvel nos ácidos minerais (Distinção dos sulfitos). Cádmio Cd 48 112;41 Níquel Ni 28 58,71
Cálcio Ca 20 40,08 Nitrogênio N 7 14,008
3) Pelo AgN0 3 não precipita. Cnlifórnio Cf 98 249 Nobélio No 102 253
Carbono e 6 12,011 Ósmio Os 76 190,2
Fluoreto: F- Cério Ce 58 140,13 Ouro Au 79 197,0
Césio Cs 55 132,91 Oxigênio o 8 16,000
1) Pelo H 2 S04 concentrado e a quente desprendimento de Chumbo Pb 82 207,21 Paládio Pd 46 106,4
Cloro Cl 17 35,457 Platina Pt 78 195,09
ácido fluorídrico que ataca o vidro, dando fumaças brancas de fluo- Cobalto Co 27 58,94 Plutônio Pu 94 242
reto de silício. Cobre Cu 29 63,54 . Polónio Po 84 210
Criptôrio Kr 36 83,80 Potássio K 19 39,100
2)Pelo MgCl2 dá ppt branco gelatinoso de fluoreto de mag- Cromo Cr 24 52,01 Praseodímio Pr 59 140,92
nésio (Diferença do fluorsilicato). Cúrio Cm 96 245 Prata Ag 47 107,880
Disprósio Dv 66 162,51 Prometio Pm 61 145
3) Pelo KCl não precipita ( Diferença do fluorsilicato). Einstênio E; 99 253 Protactínio Pa 91 2:31
Enxôfre s 16 32,066 Rádio Ra 88 226,05
Érbio E:r 68 167,27 Radônio Rn 86 222
Fluorsilicato: SiF 6- Escândio Se 21 44, 96 Rênio Re 75 186,22
Estanho Sn 50 118,70 Ródio Rh 45 102,91
1')Pelo KCI mais atrito dá ppt branco de fluorsilicato de Estrôncio Sr 38 87,63 Rubídio Rb 37 85,48
potássio: K2SiF 6 • Európio Eu 63 152 Rutênio Ru 44 101,10
Férmio Fm 100 254 Samário Sm 62 150,35
Pelo MgCl2 não precipita. Ferro Fe 26 55,85 Selênio Se 34 78,96
Flúor F 9 19 Silício Si 14 28,09
3)Pelo algodão de vidro mais H 2 S04 mais aquecimento dss- Fósforo p 15 30,975 Sódio Na 11 22,991
prendimento de fumaças brancas de fluoreto de silício. Frâncio Fr 87 223 Tálio Tl 81 204,39
Gadolínio Gd 64 157,26 Tântalo Ta 73 180,95
Gálio Ga 31 69,72 Telúrio Te 52 127,61
Germânio Ge 32 72,60 Térbio Tb 65 158,93
Háfnio Hf 72 178,50 Titânio Ti 22 47,90
Hélio He 2 4,003 Tório Th 90 232,05
Hidrogênio H 1 1,008 Túlio Tm 69 168,94
Hólmio Ho 67 164,94 Tungstênio w 74 183,86
Índio In 49 114,82 Urânio u 92 238,07
Iôdo Ir 53 126,91 Vanádio V 23 50,95
Irídio Ir 77 192,2 Xenônio Xe 54 131,30
Itérbio Yb 70 173,04 Zinco Zn 30 65,38
Ítrio y 39 88, 92 Zircónio Zr 40 91,22
306 TABELA NOMENCLATURA DOS PRODUTOS QUÍMICOS 307

NOMENCLATURA COMERCIAL E CIENTÍFICA


DE PRODUTOS QUÍMICOS

TABELA DE SOLUBILIDADE
NOME COMERCIAL NOME CIENTiFICO
BASES - OH-: São insolúveis n'á.gua, exceto a dos metais alcalinos e de amô-
nio. Os hidróxidos dos metais alcalinos-terrosos são pouco solúveis.
BROMETOS - Br-: Solubilidade idêntica à dos cloretos. Acetona .. , ...................... . Propanona
CARBONATOS - C03--: Os carbonatos são insolúveis n'água, exceto os dos me- Ácido muriático ................. . Ácido clorídrico impuro
tais alcalinos e o de amônio. Os bicarbonatos alcalinos, alcalinos-terrosos, Ácido prússico .................. . Ácido cianídrico
ferro e manganês também são solúveis. Água de barita ................ ,... . Sol. diluída de hidróx. de bário
CIANETOS - CN-: São insolúveis n'água, exceto os alcalinos, alcalinos-terrosos Água de cal .................... . Sol. diluída de hidróx. de cálcio
e os de Hg. Água oxigenada a 10 vol. . , ...... . Solução a 3% de H 20 2
CLORETOS - Cl-: Os cloretos são solúveis n'água, exceto o AgCl, Hg2Cb, PbCb, Alúmen de cromo . , ............... . Sulfato duplo de cromo e potássio
Alúmen Pedra-hume .............. . Sulfato ·duplo de alumínio e potássio
Cu2Cb, SbOCl, BiOCl.
Alumina ......................... . óxido do alumínio
CROMATOS - CrOc-: São insolúveis n 'água, exceto os dos metais alcalinos e
Alvaiade ........................ . Carbonato básico de chumbo
os de Ca, Sr, Mg, Fe, Cu, Zn.
Alvaiade de zinco óxido de zinco
FERROCIANETOS - [Fe(CN) 6] - - ; FERRICIANETOS [Fe(CN)e]-: São inso- Amarelo de cromo .... , .... , . , ... . Cromato de chumbo
lúveis n'água, exceto os alcalinos e alcalinos-terrosos. Amônia ........................... . Hidróxido de amónio
FOSFATOS - P04---; ARBENIATOS - As04---; ARSENITOS - As03-: São in- Anilina .......................... . Fenilamina
solúveis n'água, exceto os dos metais alcalinos e o de amônio. Arsênico ......................... . óxido arsenioso
!ODATOS - I0 3-; MoLIBDATOS - Mo04--: São insolúveis, exceto os alcalinos Aspírina .......................... . Ácido acetilsalicílico
e o de amônio. Azul da Prússia . , •••••.•.•••••••• Ferrocianeto férrico
Benzol , , .......... , ...• , ........ . Benzeno
!ODETOS - 1-: Os iodetos são solúveis n'água, exceto o~Agl, Hg2I2, Hgl2, Pbl2,
Benzina Mistura de hidrocarbonetos aromáticos e
Cu2I2, SbOI, BiOI.
alifáticos
NITRATOS - N0 3-; AcETATos- CH3COO-; HIPOCLORITOS- CIO-; CLORATOs-
Bórax ........................... . Tetraborato de sódio (Na,B,O,)
Cl03-; PERCLORATOS - ClOr; MANGANATOS - Mn04-; PERMANGANATOS
Cal extinta ....•.................• Hidróxido de cálcio
- MnOc: São solúveis n'água, exceto alguns nitratos básicos e acetatos óxido de cálcio
Cal viva ou cal vírgem ........... .
básicos. Calomelano ...................... . Cloreto mercuroso
NITRITOS - N02-: São solúveis, exceto o de Ag. Carborundum ............•....... ,. Carboneto de silício
ÜXALATOS - C204--; FoRMIATOS - HC02; TARTARATos - C4H40e-; CrTRATOs Cremor de tártaro •••••••••••••••• Tartarato ácido de potássio, ou bitar-
- CaH507---: São insolúveis, exceto os alcalinos. tara to de potássio
SILICATO,S- Si03- - ; BoRATOs-B.o,-; São vnsolwveis, exceto os alcalinos. Fosgênio •.......••.•••....•...•.• Cloreto de carbonila
Freon ........................... . Tri-cloro mono-flúor metano
SULFATOS - 804--: Os sulfatos são solúveis n'água, exceto os dos metais alca-
Formol ..................•..•..... Sol. aquosa a 40% de aldeído fórmico
linos-terrosos e o de chumbo.
Gêsso .......... ; ................ . Sulfato de cálcio hidratado.
SULFETOS - s--: Os sulfetos são insolúveis n'água, exceto os dos metais alca- Gás hilariante .................... . óxido nitroso
linos e o de amônio. Leite de magnésia .............. . Suspensão coloidal de hidróx. de magné·
SuLFITOS - 803--: Os sulfitos são insolúveis n'água, exceto os dos metais alca- sio
linos e os bissulfitos. Litargírio ...•..•.........•••.••.• Monóxido de chumbo
Litopone ........•........••...••• , Mistura de sulfêto de zinco e sulfato
de bário.
Lixivía ...........•.••....•....•.. Sol. de álcali cáustico
Magnésia calcinada ...............• óxido de magnésio
Mármore ................••..•.••• Carbonato de cálcio cristalizado
308 NOMENCLATURA DOS PRODUTOS QUÍMICOS

NOME COMERCIAL NOME CIENTÍFICO

Naftalina Naftaleno
Pedra calcárea ................... . Carbonato de cálcio impuro
Sabão dos vidraceiros ............. . Bióxido de manganês
Sal amargo ou sal de Epsom ..... . Sulfato de magnésio
Sal amoníaco ........... ." ........ . Cloreto de amônio
Sal de cozinha ................... . Cloreto de sódio
Sal de Glauber ................. , . Sulfato de sódio
Sal de Rochelle ou sal de Seignette . Tartarato duplo de sódio e potássio
Salitre ........................... . Nitrato de potássio
Salitre do Chile .................. . Nitrato de sódio
Sílica ........................... . óxido de silício (Si0 2 )
Soda ou soda Solvay ou Barrilha .. Carbonato de sódio
Soda cáustica ................... . Hidróxido de sódio
Sublimado corrosivo .............. . Cloreto mercúrico
Tártaro esmético ................. . Tartarato antimonil de potássio
Verde-Paris ....................... . Aceto-arsenito de cobre
Zarcão ou Mínio ou Vermelhão .... . óxido salino de chumbo

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