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3 de setembro de 2021
1. VISÃO SEMANAL
➢ A economia americana criou 235 mil vagas em agosto, número bastante inferior ao da mediana dos analistas (em
733 mil). O setor de serviços foi o maior responsável pela retração do emprego na margem, com destaque para o
segmento de lazer e hospedagem fortemente afetado pelos desdobramentos da variante Delta. A taxa de
desemprego cedeu para 5,2%, mas os salários aceleraram razoavelmente na margem e em 12 meses, registraram
0,6% e 4,3%, respectivamente. Embora, a alta de salários contribua, em nossa visão, para a persistência da inflação
mais elevada nos EUA, isto não será suficiente para a antecipação do tapering. Powell deixou claro que a meta de
inflação já foi alcançada e que o mercado de trabalho, sim, precisa mostrar progressos adicionais. Pois bem, esse
último payroll evidencia que esses progressos ainda não ocorreram, logo, o anúncio do tapering em novembro
tornou-se, de fato, o mais provável. Outro ponto importante é que não só os EUA estão mostrando alguma
acomodação do crescimento da margem, mas também outras regiões com destaque para Ásia e, principalmente, a
China. Nesse sentido, apesar da procrastinação do tapering ser positiva para ativos de países emergentes, a
desaceleração da China não é.
➢ No Brasil, o PIB do segundo trimestre surpreendeu negativamente e motivou revisões para baixo nas projeções de
2021 e, em alguns casos, em 2022. As retrações da agricultura e indústria foram os destaques, sendo compensadas
pelo crescimento do setor de serviços. Na ótica da demanda, chama a atenção a estabilidade do Consumo das
Famílias por dois trimestres consecutivos, o que já pode indicar possível perda de poder de compra da população por
conta da inflação elevada. O segundo semestre do ano ainda contará com a continuidade da recuperação do setor de
serviços, mas a dinâmica do consumo de bens é preocupante, assim como os investimentos, tendo em vista a crise
hídrica e o ambiente de maior incerteza. As preocupações com o risco fiscal continuam, apesar dos dados correntes
melhores, pois a flexibilização da regra fiscal mais relevante do país é que está em jogo. Ademais, os precatórios
persistem sem solução e a reforma do IR implica em perda considerável de arrecadação em 2022 e eleva o risco
fiscal. Assim, apesar da moeda estar relativamente melhor do que outros ativos domésticos como a curva longa, por
exemplo, ainda vislumbramos um cenário de alta volatilidade. As manifestações de 7 de setembro e seus
desdobramentos também constituem risco importante para a moeda.
Fonte: Bloomberg
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3. FLUXO CAMBIAL CONTRATADO
Bottom line: Fluxo cambial fica negativo em US$ 824 milhões na quarta semana de agosto
➢ Na quarta semana de agosto, o mercado de câmbio ficou negativo em US$ 824 milhões, com entrada de US$
19 milhões no segmento financeiro e saída de US$ 843 milhões no comercial.
➢ Entre os dias 23 e 27 do mês de agosto, houve saída de US$ 184 milhões em recursos de estrangeiros na B3, o
que pode justificar esse fluxo mais fraco no segmento financeiro.
➢ O diferencial entre contratado e físico ficou negativo na quarta semana de agosto em US$ 972 milhões. Com
isso, esse diferencial está negativo em aproximadamente US$ 6,3 bilhões no mês. Nas últimas semanas essa
movimentação dos exportadores tem contribuído para a perda de dinamismo do câmbio contratado comercial
em relação ao físico.
➢ No ano, o fluxo cambial está positivo em US$ 20 bilhões, resultante da entrada do segmento comercial de US$
17,4 bilhões e do financeiro de US$ 2,5 bilhões.
Fonte: BCB
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4. BALANÇA COMERCIAL - MDIC
➢ A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 7,7 bilhões em agosto, ligeiramente superior à
mediana de mercado e à nossa projeção (US$ 7,5 bilhões). O saldo dessazonalizado e anualizado saiu de US$
86 bilhões em julho para US$ 97 bilhões em agosto.
➢ O saldo acumulado do ano está em US$ 52 bilhões. No mesmo período do ano anterior, o saldo acumulado
era de US$ 35,7 bilhões.
➢ Somado a esse problema energético, há também a recomposição de estoques que está sendo feita pela
indústria, que fica evidente quando observamos o avanço expressivo da importação de bens intermediários.
Além disso, também houve um aumento significativo na importação de bens de consumo. Esse conjunto de
fatores fez com que as importações dessazonalizadas anualizadas de agosto ficassem 11% acima do
observado no mês anterior.
➢ O dinamismo das exportações continua sendo explicado, em grande medida, pelo desempenho das
commodities. As exportações de soja, apesar de terem arrefecido na margem, permanecem em nível acima
do observado em anos anteriores. As exportações de carne, petróleo e derivados e minério de ferro também
atuaram como vetores positivos e contribuíram para que as exportações dessazonalizadas anualizadas de
agosto fossem 12% mais fortes que as do mês anterior.
Fonte: MDIC
Fonte: B3 Fonte: B3
Fonte: B3 Fonte: B3
Fonte: B3 Fonte: B3
6. PERFORMANCE DO REAL
Fonte: Bloomberg
Fonte: Bloomberg
Fonte: Bloomberg