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MAQUINÁRIO MORTÍFERO: A PROPAGAÇÃO NEOFASCISTA E O

ADOECIMENTO MENTAL

Waldenilson Teixeira Ramos


Matheus da Conceição Mondego

Em 19 de maio, o Brasil assistiu a uma cena teatral política que poderia se chamar: ‘O
julgamento de Eichmann 2º parte (versão brasileira)’, o pronunciamento do ex-ministro da
Saúde Eduardo Pazuello na Comissão Parlamentar de Inquérito. Para além do descaso e da
irresponsabilidade com milhares de vidas, “o Eichmann brasileiro” expressou qual foi o
principal motivo de sua saída: “Missão cumprida!”. Nesse dia, atingimos a marca de mais de
450 mil mortos pela COVID-19. Defronte a iminente máquina mortífera em vigor na política,
nos questionamos: como realizar a promoção da saúde mental, sendo esta constantemente
atravessada por uma política doentia? Nossa participação em iniciação científica de psicologia
social nos instrumentalizou à uma perspectiva crítica de nosso tempo e possibilitou este
trabalho que visa tecer reflexões acerca dos modos de subjetivação concomitantes ao campo
molar e molecular, trazendo à luz os efeitos de adoecimento psíquicos que são produtos dos
processos microfísicos do Poder. Se fez de suma importância a este trabalho a não
dissociação do campo político-social e da saúde mental, sendo assim, afirmamos que a saúde
é necessariamente fruto político. O atual chefe do executivo se utiliza de diversas tecnologias
políticas para disseminar paixões tristes ─ propagando o repúdio às minorias, o ódio às
mulheres e reafirmar a repressão da diversidade sexual como valor de superioridade. O seu
discurso se moleculariza no tecido social brasileiro e produz nos corpos um estado reduzido
de fazer e estar no mundo; uma baixa ao estado de potência. Frente ao quadro pandêmico da
atualidade, cabe a todas que estão compromissadas com os direitos humanos pensar como
combater o contágio viral e o contágio adoecedor do maquinário neofascista.

Palavras-chave: Micropolítica; Macropolítica; Saúde Mental; Neofascismo.

Fonte financiadora do trabalho: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de


Janeiro - FAPERJ.

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